Tabaco | Pedidas mais restrições para reduzir emissões de carbono

O deputado dos Moradores, Leong Hong Sai, quer saber se o Executivo está preparado para avançar com a proibição de fumar dentro de todos os veículos, mesmo nos privados, e também nas ruas da cidade

 

Leong Hong Sai apelou ao Governo que imponha mais restrições ao consumo do tabaco de forma a contribuir para o controlo das emissões de carbono. O pedido do deputado dos Moradores consta de uma interpelação escrita divulgada no portal da Assembleia Legislativa.

“Os efeitos nocivos do tabaco no ambiente são enormes. Cerca de 600 milhões de árvores são abatidas todos os anos para fabricar cigarros, 22 milhões de toneladas de água são utilizadas para fabricar cigarros, e as emissões anuais de gases com efeito de estufa do tabaco são equivalentes a 84 milhões de toneladas de dióxido de carbono”, afirmou o legislador, que cita um artigo referente ao dia contra o tabagismo, publicado na plataforma de textos académicos China Science and Technology Network.

Com base no artigo, Leong indica que o tabaco “não só agrava as alterações climáticas, como também aumenta o risco de alterações climáticas”. “A luta antitabaco é importante para a prevenção das doenças crónicas não transmissíveis e a protecção do ambiente global”, sublinha o membro da Assembleia Legislativa.

O deputado pergunta assim ao Governo se o plano local para atingir a neutralidade das emissões de carbono tem uma vertente dedicada à redução das emissões através do tabaco.

A neutralidade das emissões de carbono é alcançada quando os principais reservatórios de carbono absorvem mais carbono do que aquele que é liberdade. As principais reservas naturais de carbono são o solo, as florestas e os oceanos, e até hoje a tentativa de criar reservatórios artificias não se tem mostrado eficaz.

Queixas do povo

Na interpelação que apresenta dados referentes à escala global, e não tanto sobre Macau, Leong Hong Sai revela ainda que continua a receber queixas dos residentes devido ao fumo passivo, que tende a acontecer nas ruas ou perto das paragens de autocarros.

Além disso, o deputado culpa indirectamente os turistas pelo aumento de pontas de cigarros espalhadas no chão, junto das zonas turísticas: “Com o aumento do número de turistas, é frequente encontrar pontas de cigarro espalhadas nas ruas das atracções turísticas. Como reforçar a publicidade da luta antitabaco e a aplicação da lei contra os turistas?”, questiona.

O deputado pretende também que os condutores de veículos sejam proibidos de fumar: “Recebemos queixas de residentes sobre os condutores de veículos que fumam enquanto conduzem ou param nos sinais vermelhos, o que não só causa poluição atmosférica, como também espalha o fumo para a retaguarda quando o sinal verde é activado, causando incómodos e riscos de trânsito”, indicou. “Será que o Governo pode aproveitar a experiência das regiões vizinhas e alargar a proibição de fumar a todos os meios de transporte?”, interrogou. No documento consta ainda o pedido para ser implementada uma proibição de fumar nos passeios.

21 Nov 2024

Governo defende que licença de 90 dias “incentiva” natalidade

O Governo considera que a licença de natalidade de 90 dias, na função pública, e a licença de paternidade, de 5 dias, encorajam as trabalhadoras a terem filhos. A posição foi tomada por Kong Chi Meng, director dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) em resposta a uma interpelação de Leong Hong Sai, deputado dos Kaifong.

Quando interpelou o Governo, o deputado mostrava-se preocupado com a queda da natalidade e o previsível impacto para o sistema educativo de Macau, nomeadamente face à possibilidade de encerramento de escolas e de haver despedimentos.

Agora o Governo respondeu, para defender as medidas de natalidade em vigor, vincado as condições para os funcionários públicos. “O regime jurídico da função pública vigente dispõe de várias disposições que incentivam a natalidade e apoiam os trabalhadores nos cuidados infantis: as trabalhadoras podem faltar ao serviço noventa dias com direito a remuneração, por motivo de parto, e estão dispensadas uma hora em cada dia de trabalho para a amamentação até que a criança complete um ano de idade”, indicou. “Em relação às faltas por paternidade, os trabalhadores, aquando do nascimento dos filhos, podem faltar ao serviço cinco dias úteis, com direito a remuneração”, acrescentou.

Kong Chi Meng destacou ainda como incentivos à natalidade a possibilidade de na função pública ser possível “dar, por ano, um máximo de quinze dias de faltas justificadas para cuidar dos filhos” e de um dos pais poder acompanhar os filhos a consultas “por prescrição médica sem necessidade de compensar o tempo de trabalho em falta”.

Subsídios em destaque

Kong indicou ainda a existência de “um subsídio de nascimento”, “um subsídio de família atribuídos mensalmente”, bem como um “subsídio para despesas de descendentes”, como medidas de apoio à natalidade.

Em relação à redução da taxa de natalidade, o director da DSEDJ indicou que é um problema mundial e que as escolas vão ser sempre afectadas: “A baixa taxa de natalidade tem sido um problema mundial nos últimos anos, pelo que a situação de admissão de alunos nas escolas não pode deixar de ser afectada”, reconheceu.

20 Nov 2024

UM | Terreno para novo campus custou 1,4 mil milhões de patacas

A compra foi feita através da empresa Guangdong Hengqin UM Higher Education Development, o novo veículo de investimento da Universidade de Macau para o Interior da China, e terá resultado de um concurso público

 

A Universidade de Macau (UM) vai pagar cerca de 1,4 mil milhões de patacas à Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau, na Ilha da Montanha, por um terreno com 375.600 metros quadrados. A informação foi transmitida ontem pelo jornal Ou Mun, e o terreno deverá ser aproveitado para instalar um novo campus da principal instituição de ensino superior da RAEM.

O pagamento vai ser feito através da empresa Guangdong Hengqin UM Higher Education Development, que foi criada no início de Outubro deste ano, e que terá participado num concurso público pelo terreno. A proposta do veículo de investimento da Universidade de Macau no Interior foi de 946 milhões de renminbis, cerca de 1,4 mil milhões de patacas. Porém, o jornal em língua chinesa não revela se foram apresentadas mais propostas, nem o valor destas.

Ainda de acordo com a informação, a compra do terreno “marca o início oficial da construção do novo campus da Universidade de Macau em Hengqin”. O terreno tem uma área de 375 mil metros quadrados, o que representou um custo de 2.758 patacas por metro quadrado.

Em termos da Zona de Cooperação Aprofundada, o futuro campus vai ficar localizado a leste da Rua de Qinhua e a oeste da Avenida Kaixin número 5. Fica ainda a sul do Rio Tianmun, e no norte da venida de Hengqin.

Campus para 10 mil alunos

De acordo com os planos anunciados anteriormente pela UM, o terreno está dividido em 9 lotes, dos quais 6 vão ser utilizados para construir laboratórios, faculdades, e outras instalações universitárias, enquanto outros três lotes se prendem com a obrigação da UM construir as estradas da Zona de Cooperação Aprofundada.

Segundo os documentos citados do concurso público, a UM tem de construir um campus internacional na Ilha da Montanha, com a chancela do Governo da RAEM, virado para o ensino e investigação nas áreas da ciência, engenharia, agricultura e medicina. São esperados pelo menos 10 mil alunos no campus que deverá ficar concluído até 2028, ano em que iniciará as operações com 8 mil alunos, entre os quais 4 mil a frequentarem licenciaturas. Espera-se também que o campus necessite de cerca de 500 funcionários para operar, não sendo ainda claro se a UM vai optar por residentes locais ou dar prioridade os residentes do Interior.

Anteriormente, indica o jornal Ou Mun, o reitor da UM, Song Yonghua afirmou que o novo campus vai receber uma faculdade de medicina, engenharia, informática e formar quadros qualificados em áreas como finanças modernas, novas tecnologias e saúde.

20 Nov 2024

Saúde | Governo prepara estudo para definir políticas futuras

Alvis Lo espera que o estudo seja terminado até ao fim de 2026, para servir de referência para decidir as políticas de saúde dos próximos anos. O reforço da promoção da alimentação saudável nas escolas vai continuar a ser uma das apostas do Governo

 

O Governo está a recolher informação para elaborar um estudo sobre o estado de saúde da população. Os resultados vão ser publicados até ao fim de 2026, e vão servir para definir as políticas de saúde para os próximos anos. A revelação foi feita pelo director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Ho Ion Sang.

“Os Serviços de Saúde (SS) recolhem dados sobre a saúde da população em vários aspectos, de maneira a apoiar a elaboração de políticas eficazes de saúde pública e o ajustamento racional da distribuição de recursos”, foi indicado. “Actualmente, os SS estão a preparar o Inquérito sobre a Saúde de Macau 2026, de modo a conhecer a situação epidemiológica e a tendência de evolução das principais doenças crónicas dos adultos de Macau, de algumas doenças transmissíveis e dos seus factores de risco”, foi acrescentado.

Na interpelação, Ho pediu ao Governo que explicasse como está a recolher os dados da população em preparação para as exigências futuras, tendo em conta a probabilidade do desenvolvimento de doenças. Outro dos aspectos mencionado pelo deputado ligado aos Moradores foi a educação e o desenvolvimento de hábitos de alimentação saudáveis. Embora sem experiência na área da educação, Ho Ion Sang foi o escolhido para ser o representante desta área na Assembleia Legislativa.

Sobre este aspecto, o Governo esclareceu que os alunos são ensinados desde o ensino primário a escolher uma alimentação saudável. “Desde o ensino primário, nas disciplinas obrigatórias do currículo regular como Educação Moral e Cívica e Actividades de Descoberta, os alunos são ensinados a estabelecerem uma dieta equilibrada e hábitos de vida saudáveis”, consta na resposta.

O ensino teórico é complementado com aulas de educação física: “Por outro lado, assegura-se que os alunos dos ensinos primário e secundário disponham de, pelo menos, 150 minutos de exercício físico por semana”, foi vincado.

Programa para empresas

Alvis Lo também indicou que desde 2022/2023 o Fundo Educativo passou a financiar “o recrutamento de pessoal de promoção da saúde pelas escolas” e que as escolas são incentivadas a “recolher dados sobre testes de aptidão física e uso de óculos dos alunos nas escolas”.

Em relação à saúde no trabalho, Alvis Lo destacou que desde Dezembro de 2023 está a ser implementado o “Programa Empresa Saudável”, que incentiva empresas a “disponibilizarem equipamentos de medição da pressão arterial e do peso nos locais de trabalho, a oferecerem uma opção de alimentação saudável, e a divulgarem regularmente actividades saudáveis e informações promocionais às empresas participantes”.

Nesta fase, 17 empresas locais estão a participar no programa, indicou Alvis Lo, acrescentando que a iniciativa chega a cerca de 100 mil trabalhadores.

19 Nov 2024

Covid-19 | Impacto no pessoal de saúde durou mais de um ano

Um estudo realizado em Macau por 14 académicos alerta para os efeitos prolongados da pandemia da covid-19 ao nível do estado mental do pessoal de saúde das instituições privadas

 

Durante a pandemia da covid-19, os trabalhadores das instituições de saúde privadas em Macau mostraram sinais de ansiedade, problemas de sono e depressão, que se prolongaram durante mais de um ano. É esta a conclusão de um estudo publicado na revista World Journal of Psychiatry, com o título “Influence of the continuing COVID-19 epidemic on sleep quality and psychological status of healthcare workers in private institutions”, que recomenda um acompanhamento duradouro desta classe profissional.

A investigação dos académicos de instituições como Universidade de Ciência Tecnologia de Macau, Universidade de Medicina Chinesa de Guangzhou ou da Associação dos Investigadores Praticantes e Promotores da Medicina Chinesa de Macau, teve por base dois inquéritos com profissionais de saúde em instituições de Macau. O primeiro inquérito foi realizado entre Dezembro de 2020 e Janeiro de 2021, contando com 224 participantes, e o segundo entre Novembro de 2021 e Janeiro de 2022, contabilizando 239 inquiridos. O primeiro caso de covid-19 na RAEM foi identificado em Janeiro de 2020.

“A qualidade do sono, ansiedade e depressão nos trabalhadores da área da saúde nas instituições privadas de Macau foram afectadas pela epidemia da covid-19. Enquanto não se pode dizer que estes factos não se degradaram de forma significante, o estudo mostra que os efeitos negativos se prolongaram por mais de um ano, pelo que merecem atenção”, foi concluído.

Níveis de depressão

De acordo com os resultados apurados, na primeira fase do inquérito 32 por cento dos profissionais de saúde apresentava distúrbios de sono. No segundo inquérito, houve uma redução, mas que não deixou de se aproximar dos 30 por cento, para 28,45 por cento dos inquiridos.

No que diz respeito à ansiedade, foi apurado que na primeira fase 31,25 por cento dos profissionais de saúde viviam com ansiedade, um número reduzido para 28,03 por cento na segunda fase. O estudo não entra em detalhes sobre se eram graus graves ou ligeiros de ansiedade, indicando apenas haver “vários graus de ansiedade”.

Finalmente, o estudo indica ainda que alguns destes sintomas estão ligados a estados depressivos. Ao contrário da tendência para os outros factores analisados, na segunda fase a depressão tornou-se mais presente, ainda que de forma muito ligeira: “50,00 por cento dos profissionais de saúde no inquérito da primeira fase e 50,63 por cento na segunda fase sofreram graus variáveis de depressão”, foi apontado.

Face à persistência de mais de um ano dos sintomas, os académicos recomendam às autoridades um acompanhamento da situação de saúde desta classe: “Recomenda-se um acompanhamento regular como medida padrão para identificar problemas contínuos, prestar apoio adequado e alargar o inquérito a todos os profissionais de saúde”, é destacado.

19 Nov 2024

Antes da mudança para a F1, Rui Marques foi o director da corrida de Fórmula Regional

Após vários anos como director de corridas em Macau, Rui Marques está a caminho da Fórmula 1, para assumir uma das posições mais desafiantes do automobilismo mundial. Neste percurso, valorizou o Grande Prémio de Macau, que admite tê-lo dotado de uma experiência que dificilmente teria em outro local

 

Macau é tido como um evento de promoção, em que os melhores pilotos acabam por subir à Fórmula 1. Nos últimos anos, também os directores de corridas são convidados para subir à F1, como aconteceu com Eduardo Freitas e agora consigo. Qual a importância do Grande Prémio de Macau neste salto?

Acredito que todos evoluímos nas categorias em que passamos pela história e experiência que vamos tendo. Macau é mais uma dessas experiências. Levamos a experiência de Macau para as provas citadinas, para esse tipo de circuitos, e Macau faz parte desse bolo todo.

Quantas corridas vai fazer na F1?

Neste momento vou fazer as corridas até ao final do ano. Depois logo veremos o futuro.

Ficou surpreendido com o convite para f1?

Não se trata de ser uma questão de ficar surpreendido. As coisas têm a sua evolução e a experiência que vamos tendo vai-nos trazendo essas possibilidades.

O cargo que vai ocupar tem tido várias mudanças nos últimos tempos. Sente que é uma posição amaldiçoada?

Não, é mais uma categoria da qual vou ser director da corrida.

Tem desafios que não tem em Macau, sobretudo em termos mediáticos…

Sim, é um facto.

Como conhecido sportinguista, acha que tem um desafio maior que o de Ruben Amorim?

Espero ser campeão (risos)… Ele vai ter os seus desafios e eu vou ter os meus, são histórias diferentes.

Na Fórmula 1 discute-se a utilização de palavrões e têm sido aplicadas sanções aos pilotos. Como encara a questão?

Não vou entrar nessa questão. Sou meramente um director de corrida (risos).

Há a possibilidade de voltar a Macau no futuro?

Há. Se olharmos para o calendário, o fim-de-semana da prova está disponível. E gosto sempre de voltar.

Qual o contributo do Grande Prémio para a sua experiência profissional?

Este é um dos circuitos citadinos mais difíceis, talvez só seja comparável ao do Mónaco. Por isso, temos uma pista muito específica que exige uma série de procedimentos que fazemos em Macau e que não fazemos em mais lado nenhum. Isso traz-nos uma experiência que dificilmente mais algum circuito nos dará.

Como classifica o desenvolvimento da prova nos últimos anos?

Uma das coisas que apreciamos em Macau é o facto de todos os anos vermos melhoramentos. Alguns não são visíveis para o exterior, como acontece este ano que temos um novo sistema de câmaras no controlo da corrida. Mas todos os anos conseguimos encontrar melhoramentos e diria que 90 por cento das nossas recomendações são seguidas, com melhoramentos no ano seguinte.

Considera que há espaço para haver mais corridas no programa?

Não iria por esse caminho, porque o horário tem as restrições que sabemos. Cada vez que há um acidente em Macau, as probabilidades de termos de reparar um rail ou substituir alguma peça são grandes. Quando metemos mais corridas, começamos a ter outros problemas em termos de horário. Eu não aconselharia esse caminho, mas a escolha é da Comissão Organizadora.

Uma das críticas ao Grande Prémio é o número de bandeiras vermelhas e interrupções. É possível reduzir as interrupções?

Estamos num circuito citadino, e cada vez que se tem um acidente a tendência é para ter uma neutralização, seja com safety car ou com a bandeira vermelha. Para nós, a segurança está sempre em primeiro lugar, e é mais importante do que o espectáculo. O espectáculo é também importante, faz parte, mas a segurança estará sempre em primeiro, por isso, paramos quando realmente temos de parar. Quando estamos em categorias de promoção, de aprendizagem, notam-se mais as bandeiras vermelhas. Com pilotos mais experientes nota-se menos.

Na sexta-feira houve sete bandeiras vermelhas na qualificação da Fórmula Regional. Continua a considerar esta categoria uma boa aposta para Macau?

Continuamos muitíssimo bem por ter a Fórmula Regional em Macau. Tivemos um conjunto de situações que levaram ao que vimos. Foi a primeira vez que os pilotos andaram com a pista seca e todos sabemos a grande probabilidade de haver uma bandeira vermelha em Macau. Todos os pilotos tentaram fazer uma volta rápida o mais cedo possível, e como estamos a falar de pilotos em categorias de aprendizagem é normal haver erros. Não é o que queríamos, mas entendemos as razões.

Após a qualificação houve uma reunião com os pilotos. O que foi abordado?

Estivemos reunidos com os pilotos e equipas para chamá-los à atenção para o que é Macau e o respeito que a pista merece.

Perfil

Sucesso aos 51 anos num percurso constante

Aos 51 anos, Rui Marques vai ser o director de corridas da Fórmula 1 até ao final do ano, quando faltam disputar três provas. Era desde Março de 2022 o director das corridas de Fórmula 3 e Fórmula 2 e desde 2014 que tem desempenhado as funções de director de corridas no Grande Prémio de Macau nas diferentes categorias FIA. Além disso, está ligado à Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting e foi adjunto do director de corridas na Taça do Mundo de Carros de Turismo. A estreia no Circuito de Macau aconteceu em Novembro de 1999, como comissário de pista, na Curva da Maternidade.

18 Nov 2024

71º GPM: Roadsport Challenge | Jerónimo Badaraco queria mais mas ficou feliz com segundo lugar

Lei Kit Meng (Subaru BRZ) venceu uma corrida acidentada em que se fizeram poucas voltas. No final, os pilotos macaenses tiveram sortes distintas, mas todos lamentaram o pouco tempo de pista

 

Jerónimo Badaraco (Toyota GR86) alcançou o segundo lugar na Macau Roadpsort Challenge e foi o melhor piloto macaense, numa corrida ganha por Lei Kit Meng. Apesar de destacar a felicidade com o resultado, Badaraco ficou com a sensação de que poderia ter vencido, dado que no arranque chegou a liderar.

“Na partida fiz um bom trabalho, mas talvez o Lei Kit Meng tenha feito melhor ao longo da corrida. Mesmo assim, estou satisfeito com o segundo lugar, porque ele tinha mais experiência, já tinha conduzido este carro na Guia, enquanto eu estava a fazer a estreia”, afirmou o piloto.

A corrida de sábado acabou por ser bastante acidentada, com a entrada de Safety Car e duas interrupções por acidentes que levaram a bandeiras vermelhas. Por isso, os pilotos tiveram poucas oportunidades para fazer voltas em ritmo de competição. E para Badaraco o pouco tempo de corrida fez a diferença.

“Se não fosse o safety car, a corrida seria mais interessante, porque eu sabia que estava mais rápido do que o Lei Kit Meng na zona de subida do circuito. Ele estava mais rápido na zona rápida, mas acho que poderia ter ficado à frente se houvesse mais voltas”, indicou.

Faltou tempo

Também Rui Valente (Subaru BRZ) se queixou da falta de tempo na pista para melhorar o resultado. O piloto terminou em sexto lugar, depois de perder algumas posições no arranque, ao cair para 10.º. No entanto, no último recomeço fez uma “volta canhão” e ganhou três lugares. Na volta seguinte voltou a subir de posição.

“Faltou tempo para chegar ao pódio, acredito que tinha andamento para isso, mas faltaram voltas”, lamentou Rui Valente, ao HM. “Quando me disseram pelo rádio, depois da confusão, que faltavam oito minutos para acabar a corrida, houve alguma coisa que me mordeu e alterei-me. Tanto que o safety car saiu da pista, e ultrapassei logo três carros”, relatou. “E, depois, na volta seguinte, passei mais carros, mas houve um acidente, e vieram as bandeiras vermelhas. Se não fosse esse acidente, tinha acabado em terceiro, de certeza”, acrescentou.

“Infelizmente não consegui chegar ao pódio, mas estava muito motivado e estive muito perto. Senti que tinha o carro mais rápido na recta, estava a fazer 220 km/h, acho que os outros estavam a fazer 210 ou 215 km/h”, contou. “Mas fiquei feliz porque conseguimos afinações muito boas. O carro estava a responder muito bem e eu estava muito confiante”, acrescentou.

Apanhado no azar

Por sua vez, Célio Dias (Toyota GR86) foi forçado a desistir depois de ter sofrido um toque e batido violentamente contra o muro. O macaense ficou arredado da corrida na primeira volta, no incidente que levou à entrada do safety car.

“Um carro atrás de mim levou um toque e bateu-me. Como todos os carros estavam muito juntos, não consegui evitar bater no carro da frente. Foi uma batida forte e o carro até levantou um pouco da pista com o toque”, explicou Célio Dias, sobre o acidente. “Não era o fim-de-semana que queria, e fiquei um pouco triste, não tanto pela batida, isso acontece porque é automobilismo, mas pela falta de voltas em ritmo competitivo”, desabafou. “Nos últimos dias esteve a chover, e hoje (sábado), com o piso seco, a corrida, para mim, terminou muito cedo, pelo que acabei por não andar a fazer tempos rápidos e a divertir-me”, lamentou.

Apesar do contratempo, Célio prometeu tentar regressar à Guia no próximo ano, por admitir ter gostado de conduzir o Toyota.

Alto

Apesar dos treinos e qualificação com condições muito traiçoeiras, os pilotos do Roadsport Challenge foram dos que menos bateram. Mostraram inteligência emocional para evitar os problemas que outros pilotos mais reputados não tiveram

Baixos

Quem corre por gosto não cansa. Mas o tempo do programa dedicado à categoria com mais pilotos locais é demasiado curto. Com uma bandeira vermelha no domingo, o tempo de prova foi demasiado reduzido. Os pilotos mereciam mais

Resultados

Posição Piloto Carro  Tempo
1 Lei Kit Meng Subaru BRZ 32m055s338
2 Jerónimo Badaraco Toyota GR86 a 0s769
3 Mou Chi Fai Toyota GR86 a 1s788

(…)

7 Rui Valente Subaru BRZ a 6s405
23 Célio Alves Dias Toyota GR86 não terminou

18 Nov 2024

71º Grande Prémio | Chuva força cancelamento da corrida e Davey Todd foi declarado o vencedor nas motos

Entre as cinco sessões previstas, os corredores apenas foram para a pista duas vezes, no sábado de manhã. Após a chuva intensa de domingo de manhã, a organização declarou o britânico vencedor, com base nos resultados da sessão de qualificação

 

O britânico Davey Todd (BMW M1000RR) foi declarado o vencedor do 56.º Grande Prémio de Motos de Macau, apesar da corrida nunca ter sido realizada. Num fim-de-semana em que o território foi afectado pelos Toraji e Man-yi, os troféus foram atribuídos com base na única sessão de qualificação, em que Todd superou Erno Kostamo (BMW M1000RR) e Peter Hickman (BMW M1000RR).

“Estou absolutamente devastado por não ter sido possível correr. Depois de termos ido para a pista no sábado, todos pensámos que o mau tempo tinha passado, e que íamos ter uma boa corrida esta manhã (ontem). Mas não foi isso que aconteceu e foi uma desilusão para todos”, afirmou Davey Todd, depois de receber o troféu.

Na conferência de imprensa do pódio, todos os pilotos concordaram com a decisão de não realizar a corrida por falta de condições e ilibaram a organização de qualquer culpa. “Acho que os organizadores fizeram absolutamente tudo o que estava ao seu alcance. Mas, infelizmente, parece que foi o terceiro tufão na última semana e não foi possível correr”, vincou o vencedor. “Nós queremos sempre correr, mas estou inteiramente satisfeito com a decisão, porque honestamente acho que hoje (ontem) tivemos as piores condições de toda a semana. (…) As pessoas vêem os carros e talvez pensem que nós podíamos ter corrido. Mas, Macau é um circuito muito perigoso, e com chuva as condições ficam muito diferentes, mais perigosas, por isso, respeito totalmente a decisão dos organizadores”, explicou.

Mesmo sem correr, Todd mostrou-se feliz com a vitória, dado que foi a estreia com a equipa FHO Racing BMW Motorrad, propriedade de Faye Ho, neta do falecido Stanley Ho. E a presença em Macau até nem estava prevista: “Não podia ter sido uma estreia melhor, e acho que os rapazes não poderiam ter feito um trabalho melhor, dado que só nas últimas semanas conseguimos chegar a um acordo para estar em Macau. Inicialmente, o nosso acordo só previa que começasse a correr para o ano”, revelou. “Foi um trabalho fantástico da equipa para montar uma mota que se adequasse ao meu estilo, e estou super agradecido”, destacou.

Tudo contra nós

Em segundo lugar terminou Erno Kostamo, da equipa 38 Motorsport by Penz13 Racing, que se limitou a dizer que foi “um fim-de-semana de loucos”, e aproveitou a estadia no hotel. O finlandês tinha sido o vencedor da edição de 2022 da corrida.

Por sua vez, Peter Hickman, colega de equipa de Todd destacou ter feito o “bingo” no pódio em Macau. “Foi uma daquelas edições em que tudo estava contra nós”, afirmou o britânico. “No que me diz respeito, fiz o bingo do pódio, agora tenho o troféu de todos os lugares, de primeiro, segundo e terceiro”, frisou. Até esta edição, Hickman tinha vencido em 2015, 2016, 2018 e 2023 e tinha alcançado o segundo lugar em 2017 e 2019.

O piloto deixou ainda o desejo de regressar no próximo ano, e que tudo corra pelo melhor: “Pessoalmente, não sou um piloto de qualificações, e por isso quero sempre correr, como todos os pilotos”, apontou. “Mas não era isso que tínhamos reservado, e vamos ter de regressar no próximo ano, a fazer figas para que tudo corra bem”, concluiu.

Alto

A organização tentou mexer no programa para garantir que os pilotos tivessem tempo de pista suficiente antes de participarem na corrida. Esta edição foi uma desilusão, mas a opção de não correr foi consensual entre os pilotos

Baixo

O mau tempo. Há coisas que não se controlam, e pouco mais haveria a fazer tendo em conta os horários apertados do fim-de-semana e a insistência da chuva ao longo do dia de ontem

Resultados

Posição Piloto Equipa  Tempo

1 Davey Todd FHO Racing 2m25s563

2 Erno Kostamo 38 Motorsport 2m25s820

3 Peter Hickman FHO Racing 2m26s155

Matt Steven caiu, mas evitou operação

O momento de maior apreensão do Grande Prémio de Macau em motas foi vivido no sábado, durante a sessão de qualificação. O britânico Matt Stevenson caiu e ficou momentaneamente inconsciente no traçado, o que levou à interrupção da prova durante vários minutos. O piloto acabou levado para o Hospital Conde São Januário, onde foi diagnosticado com uma fractura na vértebra T12, uma concussão cerebral e ferimentos nos membros.

Apesar do diagnóstico, num primeiro momento, foi considerado que a recuperação não exige qualquer cirurgia. Ontem de manhã, o piloto fez uma publicação nas redes sociais em que revelava que não sentia dores na vértebra T12, mas que o mesmo não se passava com os braços e pernas. “Sinto que me conseguia levantar e começar a andar… Só não estou autorizado”, brincou. Stevenson agradeceu ainda às várias mensagens de apoio.

18 Nov 2024

Taça GT | Marciello atira Fuoco para fora de pista e Engel vence pela quarta vez

No momento alto do fim-de-semana, Maro Engel esteve longe de ter a corrida perfeita, e até eliminou Dries Vanthoor de prova, o que lhe valeu uma penalização de cinco segundos. Porém, o toque entre Marciello e Fuoco, os mais rápidos, levou a que fizesse a festa no fim

 

Maro Engel (Mercedes-AMG GT3) venceu a Taça do Mundo de GT, depois de ter sido penalizado em cinco segundos, devido a uma batida em Dries Vanthoor (BMW M4 GT3), e ter aproveitado o toque entre os dois primeiros Raffaele Marciello (BMW M4 GT3) e Antonio Fuoco (Ferrari 296 GT3).

“É um sentimento incrível vencer pela segunda vez com a Mercedes. Foi uma corrida com muito a acontecer e foi fantástico”, afirmou o alemão. “Não estávamos nada à espera, porque quando fizemos os treinos com o piso seco não tínhamos andamento para os mais rápidos. Até o pódio nos parecia difícil. Mas quando o António e o Marciello seguiram em frente, percebi que podíamos ganhar”, acrescentou.

Sobre aquele que foi o momento chave da corrida, Engel admitiu que sem o toque entre os pilotos que seguiam em primeiro e segundo nunca teria conseguido vencer: “Não tinha hipóteses de vencer, porque eles ganhavam muita distância na zona rápida. Quando vi que tinham batido, percebi que era uma oportunidade dourada”, reconheceu.

Este foi o quarto triunfo do alemão em Macau, repetindo os feitos de 2015, quando também se disputou a Taça do Mundo GT, e das provas de 2014 e 2022, quando apenas foram contada como Taça GT de Macau, no mais mais recente devido à pandemia.

No momento da vitória, o piloto de 39 anos pediu ainda desculpa a Dries Vanthoor, pelo toque que deixou o belga de fora da prova. “Quero pedir desculpa ao Dries, foi uma pena termos aquele toque. Não houve qualquer intenção, eu tentei ultrapassá-lo, ele tentou fechar o espaço para a manobra, batemos e ele acabou por ir contra o muro”, contou Engel, sobre um momento que não foi totalmente captado pelas câmaras. O alemão foi penalizado em cinco segundos, mas não foi suficiente para perder a primeira posição.

“Não podemos fazer nada”

Arrancando de terceiro, Antonio Fuoco foi um dos grandes animadores na corrida. Num primeiro momento, ultrapassou Dries Vanthoor na Curva R e repetiu a manobra, na mesma curva, face a Marciello, assumindo a liderança. No entanto, o suíço tentou responder na Curva do Hotel Lisboa, e acabou por bater na traseira do italiano, com os dois a seguirem em frente para a escapatória.

Ao HM, Fuoco admitiu a desilusão com o toque que o impediu de vencer a corrida, naquela que foi a primeira vez que conduziu um carro GT no Circuito da Guia. “Quando uma pessoa não consegue aceitar que não vai ganhar, vai agir desta forma. Acho que conduzi bem, que fiz duas ultrapassagens muito limpas na última curva do circuito, e quando o ultrapassei, ele não aceitou e atirou-me para fora de pista”, apontou o italiano. “Acho que a manobra foi clara, ele sabia que não ia ser capaz de travar a tempo”, considerou.

Apesar da desilusão, Fuoco deixou o desejo de regressar num futuro próximo para tentar ganhar a corrida GT, embora tenha admitido que a escolha não depende dele.

Por sua vez, Marciello responsabilizou Fuoco pelo toque, num comentário publicado nas redes sociais. “Infelizmente não tinha para onde ir, porque o carro da frente mudou de trajectória durante a travagem”, escreveu. “Estou muito desiludido, mas tentei o meu melhor”, vincou.

Pódio em português

O pódio da corrida mais interessante do fim-de-semana ficou completo com o brasileiro Augusto Farfus (BMW GT3) e Sheldon Van der Linde (BMW GT3).

E com uma experiência de anos na Guia, devido à chuva praticamente constante, o piloto brasileiro considerou este o fim-de-semana mais complicado em Macau. “Este foi o fim-de-semana mais difícil em Macau, com todo o tipo de tempo, e com as condições sempre a mudarem”, afirmou no final. “Competi com uma equipa de Macau, que teve o apoio da BMW, é uma equipa pequena, mas estou aqui no pódio, o que me deixa muito feliz e mostra o excelente trabalho da BMW na assistência”, acrescentou. “Durante a corrida, senti que alguma coisa poderia acontecer entre os pilotos da frente, aconteceu e consegui chegar ao pódio”, frisou.

Por sua vez, Linde mostrou-se satisfeito com o pódio que lhe tinha fugido no ano passado. “É o meu primeiro pódio em Macau, e depois de ter perdido o pódio nas últimas cinco voltas do ano passado, estou satisfeito, recordou o piloto sul-africano. “Comecei em sexto, e fico surpreendido por estar aqui, porque havia muita pressão dos outros pilotos. Felizmente fui melhorando ao longo da corrida”, finalizou.

Alto

A ultrapassagem de Fuoco a Marciello na última curva do circuito com o piso molhado foi um recital de condução. Uma manobra corajosa de um piloto que merecia mais do que ser colocado fora de pista e terminar em nono

Baixo

Marciello sabia que era o mais rápido no primeiro sector do circuito, que vai da partida até à Curva do Hotel Lisboa. Porém, nada justificou a tentativa desesperada de recuperar a primeira posição que estragou a sua corrida e a de Fuoco.

Posição Piloto Carro Tempo

1 Maro Engel Mercedes-AMG GT3 Evo 45m44s519
2 Augusto Farfus BMW M4 GT3 a 6s641
3 Sheldon Van der Linde BMW M4 GT3 a 10s299

18 Nov 2024

71º Grande Prémio | Triunfo para Han Lichao na Corrida da Grande Baía

Han Lichao (Toyota GR Supra GT4) foi o vencedor na Corrida da Grande Baía.

A prova ficou marcada pelo duelo entre Lo Ka Chun (BMW M4 GT4) e Liang Jia Tong (BMW M4 GT4), que terminaram em primeiro e segundo, separados por 8 milésimas.

Porém, horas depois os dois foram desclassificados não terem respeitado os procedimentos na partida. O melhor piloto de Macau foi Leong Ian Veng (BMW M4 GT4) no sexto lugar.

Damon Chan conquistou Taça do Estabelecimento RAEM

Damon Chan (Toyota GR86) foi o vencedor da prova Macau Roadsport – Taça do Estabelecimento da RAEM, numa corrida que foi praticamente toda disputada atrás do safety car, antes de ser interrompida. O piloto de Hong Kong superiorizou-se ao piloto local Cheang Kin San (Subaru BRZ) e Ivan Szeto Wing Shun (Toyota GR86), outro piloto de Hong Kong.

A corrida ficou marcada pela chuva e começou atrás do safety car, que se manteve em pista durante cerca de cinco voltas. Quando o safety car entrou nas boxes, foi disputada cerca de meia volta, até haver um acidente, que levou a direcção de corrida a decidir mostrar a bandeira vermelha e dar por terminada a prova.

Chuva afastou público

A chuva foi o factor marcante desta edição do Grande Prémio e até o presidente da Comissão Organizadora, e do Instituto do Desporto, Luís Gomes, reconheceu que a chuva contribuiu para afastar muita gente do circuito, principalmente na manhã de ontem.

O responsável também explicou que a proximidade do tufão Toraji levou, como precaução, a remover os toldos da bancada central, que depois acabaram por não voltar a ser colocados. A colocação levaria cerca de 15 horas, tempo que não havia entre os diferentes dias de prova.

18 Nov 2024

71º Grande Prémio | Ugo Ugochukwu foi o primeiro vencedor da Fórmula Regional

O norte-americano foi o primeiro piloto a ganhar o Grande Prémio de Macau na categoria da Fórmula Regional, numa prova que controlou desde o início. Para trás, fica um fim-de-semana em que a chuva foi o principal adversário dos concorrentes

 

Ugo Ugochukwu (R-ace GP) entrou ontem para a História do Grande Prémio de Macau ao tornar-se o primeiro vencedor da prova disputada com carros da Fórmula Regional. O norte-americano arrancou da pole-position, depois de ter conquistado a corrida de qualificação, no sábado, e nunca mais largou a liderança.

“Não consigo descrever o sentimento da vitória, estou super feliz. Foi uma corrida muito traiçoeira, tivemos que forçar o andamento desde o início. Mas desde a segunda sessão de qualificação que sentia que estava muito rápido, por isso, senti que tinha de ganhar a corrida”, afirmou Ugo, no final da prova.

O norte-americano comentou também as várias entradas do safety car em pista, que faziam com que Oliver Goethe (MP Motorpsort), segundo classificado, se fosse aproximando. “Em todos os recomeços após o safety car tentei ser perfeito. Na primeira zona de travagem tive de ser muito defensivo, mas depois conseguia sempre a voltar a ganhar distância”, contou.

No segundo lugar ficou Oliver Goethe, alemão que tinha sido o mais rápido na sessão de qualificação, fazendo sempre tempos muito competitivos.

No final, o segundo classificado lamentou não ganho, considerando ter andamento para mais. “Foi difícil, o Ugo fez um bom trabalho nos recomeços. No final senti que estava perto de ter uma oportunidade para atacar, mas depois os pneus começaram a sofrer. Tentei sempre aquecê-los durante os períodos de safety car, mas não consegui aquecê-los o suficiente para atacar”, lamentou Goethe. “Quando fizemos um período de quatro ou cinco voltas sem paragens senti que os pneus estavam a ficar numa boa temperatura para atacar, mas agora só me resta pensar o que seria”, acrescentou. “Deixo Macau com um sentimento misto, porque queria muito ganhar e acho que tinha capacidade”, concluiu.

Ataque “maluco”

O pódio ficou completo com Noel León (KCM IXO by Pinnacle Motorsport), que terminou no lugar mais baixo do pódio. Na última volta, o mexicano ainda apanhou um susto, com um ataque desesperado de Freddie Slater (SJM Theodore Prema Racing) na Curva do Hotel Lisboa. Como resultado o britânico terminou nas barreiras.

“Todos querem atacar quando estão perto do terceiro lugar para chegarem ao pódio. Foi muito difícil, mas estou super feliz por conseguir nesta posição”, afirmou o piloto. “Eu sabia que ele (Slater) estava disposto a fazer algo maluco, porque era a última volta e ele considerou que valia a pena arriscar. Ele tentou meter o carro na linha interior, mas numa zona mais húmida, pelo que foi uma manobra traiçoeira e stressante. Mas consegui aguentar a posição”, acrescentou.

Quanto a Tiago Rodrigues, o piloto local foi apanhado no primeiro acidente da Curva do Hotel Lisboa e foi obrigado a desistir. O piloto de Macau foi mostrando ritmo ao longo do fim-de-semana, mas sem ter tido tempo para se aproximar do 10.º lugar, que acredita ter capacidade para fazer.

Alto

Oliver Goethe foi batido por Ugochukwu, mas os dois andaram sempre muito perto e a bom ritmo. O americano ganhou, mas o alemão mostrou-se a muito bom nível, foi rápido, mas cauteloso, evitando problemas desnecessários

Baixo

A sessão de qualificação de sexta-feira teve sete situações de bandeira vermelha, antes de ser dada como terminada. A falta de cabeça fria levou mesmo os pilotos a uma reunião extra, onde foram recordados da importância de respeitar o circuito da guia

Posição Piloto Carro Tempo

1 Ugo Ugochukwu R-ace GP 1h06m58s505

2 Oliver Goethe MP Motorsport a 0s412

3 Noel Leon Pinnacle Motorsport a 2s013

Champanhe sem álcool

Depois da confusão do ano passado em que semanas após a entrada em vigor da nova lei contra o álcool foram servidas bebida alcoólicas a menores na cerimónia do pódio, este ano a organização deixou um aviso através da transmissão a destacar que o champanhe do pódio não tinha álcool.

18 Nov 2024

TCR World Tour | Michelisz foi bicampeão em dia dominado pela Honda

Cinco pilotos partiam com hipóteses de vencer o TCR World Tour no início do fim-de-semana, mas foi o húngaro a conseguir o feito. No final, recordou a primeira vitória alcançada em Macau, em 2010

 

A Corrida da Guia consagrou Norbert Michelisz (Hyundai Elantra N TCR) como bicampeão do TCR FIA World Tour. Ao contrário do que aconteceu na temporada anterior, o húngaro não venceu qualquer corrida, somando os pontos suficientes com um pódio no sábado e um quinto lugar ontem.

“Que dia tão bonito, estar nesta posição é muito especial, por isso tenho de agradecer à minha equipa e aos meus colegas. Foi uma época em que nunca colocámos um pé em falso, e com a experiência acumulada sei que uma equipa eficiente permite estar na luta pelo título”, afirmou Michelisz.

O piloto do Hyundai recordou ainda a primeira vitória em campeonatos e taças mundiais de carros de turismo, que aconteceu em Macau, em 2010, ao volante de um Seat Leon. “É um dia muito feliz, especial, lembro-me de há 14 anos ter a minha primeira vitória no campeonato de carros de turismo em Macau”, confessou. “Repetir agora este sentimento, realmente sinto-me uma pessoa muito sortuda, e agradeço a todos os que me apoiaram ao longo desta viagem”, confessou.

Michelisz mostrou-se imune ao facto de a corrida ter sido adiada durante várias horas, devido à chuva, e após uma primeira tentativa de começo que nunca chegou a arrancar. Foi preciso esperar pela corrida de GT, que secou parte do traçado, para que os carros de turismo fossem finalmente para a pista.

Feitas as contas, Michelisz terminou o campeonato com 323 pontos, mais 11 pontos do que o sueco Thed Bjork (Lynk & Co 03 FL TCR), vencedor da primeira corrida do TCR World Tour. Mikel Azcona (Hyundai Elantra N TCR) foi terceiro no campeonato, com 295 pontos.

Vitórias para Bjork e Borkovic

Em relação à corrida de sábado, quando o campeonato ainda estava em aberto para cinco pilotos, Thed Bjork foi o mais rápido e colocou-se a cinco pontos de Michelisz, o que deixava tudo em aberto para a prova de ontem.

Face ao primeiro triunfo, o piloto sueco valorizou a postura dos adversários, principalmente ao nível dos toques, que foram muito poucos. Contudo, no domingo, Bjork arrancou do 10.º lugar, enquanto Michelisz saiu de 7.º. Apesar de todos os esforços, Bjork não conseguiu ir além de um 8.º lugar, o que selou o título.

Mais à frente, ao arrancar de quarto, Dusan Borkovic fez uma corrida imaculada e acabou por vencer. “É uma sensação estranha (…) quando se corre na Europa e na Sérvia sinto que tenho muita pressão porque está sempre toda a gente a olhar para mim, a acompanhar os meus resultados. Até o presidente da Sérvia me manda mensagens”, declarou Borkovic no final. “Aqui correu tudo bem, não senti a pressão”, acrescentou.

Alto

Não é fácil estar mais de 20 minutos na grelha de partida à espera para arrancar para uma corrida que até acaba por ser suspensa, como aconteceu no domingo. No entanto, quando regressaram à pista, os pilotos mostraram cabeça fria e tudo correu sem incidentes de maior

Baixo

Esteban Guerrieri estava na luta pelo título, mas o que pareceu um erro deixou-o de fora na primeira corrida, logo na primeira volta. No final disse que não se arrependeu de nada, mas esperava-se mais

Corrida 1

Posição Piloto Carro Tempo

1 Thed Bjork Lynk & Co 1h04m29s809

2 Norbert Michelisz Hyundai a 1s874

3 Mikel Azcona Hyundai a 2s629

Corrida 2

Posição Piloto Carro Tempo

1 Dusan Borkovic Honda 39m14s582

2 Esteban Guerrieri Honda a 3s568

3 Marco Butti Honda a 4s108

18 Nov 2024

Jerónimo Badaraco corre com homenagem a Ayrton Senna

No ano em que se assinalaram 30 anos da morte do piloto Ayrton Senna, Jerónimo Badaraco vai competir com um capacete com as cores que eram utilizadas pelo génio brasileiro. E no regresso à Guia, um circuito onde já triunfou e sempre mostrou um ritmo elevado, Badaraco espera conseguir um lugar nos cinco primeiros.

“É a primeira vez que conduzo o GR86 que tem mudanças manuais neste circuito. Há mais de 10 anos que não ando na Guia com carros com mudanças manuais, mas mesmo assim vou ver se me adapto rapidamente ao carro e espero ficar nos cinco primeiros lugares”, afirmou o macaense ao HM. “Quero ver se me adapto rapidamente, porque se conseguir acho que vou alcançar um bom tempo”, sublinhou.

A sessão de treinos livres de ontem decorreu com o piso molhado, e o macaense foi o segundo mais rápido. No entanto, há a possibilidade de a corrida de sábado acontecer com o piso seco, uma eventualidade para a qual o piloto também está preparado.

“Estou preparado para se a corrida acontecer com o piso molhado ou com seco. Nesta altura, ainda é difícil prever como vão estar as condições”, indicou. “Para mim, não faz assim tanta diferença. Se a pista estiver seca podemos acelerar mais e desfrutar mais do carro, se estiver molhada temos de ter mais cuidado, porque na Guia sabemos que não há margem para errar”, frisou.

O piloto foi 2.º na sessão de treinos livres de ontem e entra em acção às 10h15 de hoje, com a sessão de qualificação, e tem a principal corrida agendada para as 10h55 de sábado.

15 Nov 2024

Célio Dias: a tentar melhorar ao longo do fim-de-semana

Célio Dias vai correr pela primeira vez com um dos vários Toyota GR86 no Circuito da Guia e o objectivo passa por ir melhorando ao longo de todo o fim de semana. Um resultado nos seis primeiros é um bónus, mas ontem o piloto local admitia que seria um resultado difícil.

“O nosso objectivo é chegar ao fim de todas as sessões, porque tenho de ganhar experiência com este carro. Claro que gostava de ficar em sexto ou melhor classificado, mas tenho algumas limitações, porque ainda preciso de procurar as melhores afinações do carro”, afirmou o piloto ao HM. “Vai ser a primeira vez que vou conduzir este carro em Macau, porque é o primeiro ano de competição com este GR86, e ainda estou a tentar encontrar as afinações ideais para o meu estilo de condução, e não tem sido fácil”, admitiu.

Célia Dias também explicou que as provas de classificação para o Grande Prémio de Macau, disputadas no Interior, tiveram resultados aquém das expectativas, mas espera inverter o cenário.

“Fiz duas provas no Interior, antes do Grande Prémio, mas não consegui bons resultados, porque não tinha as afinações que pretendidas”, indicou. “Chego a Macau e sinto que as afinações estão ligeiramente melhores, mas espera melhorar sempre ao longo de todo o fim-de-semana de provas”, acrescentou.

O piloto foi 10.º na sessão de treinos livros de ontem e entra em acção às 10h15 de hoje, com a sessão de qualificação, e tem a principal corrida agendada para as 10h55 de sábado.

15 Nov 2024

SJM | Anunciados lucros de 101 milhões

Daisy Ho, presidente da SJM revelou que a capacidade do Grand Lisboa Palace vai ser aumentada em cerca de 10 por cento, no que se espera que gere um aumento do número de visitantes

 

Com Lusa

A concessionária do jogo SJM anunciou um lucro de 101 milhões de dólares de Hong Kong no terceiro trimestre do ano, no que representa uma melhoria dos resultados face ao período homólogo. Os resultados foram apresentados através de um comunicado à bolsa de Hong Kong e representam o segundo trimestre deste ano com números positivos.

Em comparação com os números mais recentes, no terceiro trimestre do ano passado a empresa tinha apresentado um prejuízo de 410 milhões de dólares de Hong Kong.

Este foi o segundo trimestre do ano corrente com resultados positivos para SJM, depois de ter atingido um lucro de 864 milhões de dólares de Hong Kong, entre Janeiro e Março.

Quando se faz o balanço dos primeiros nove meses do ano, a SJM tem um resultado negativo de 61 milhões de dólares de Hong Kong, o que se explica devido às perdas durante o segundo trimestre.

No entanto, este é ainda um valor abaixo do prejuízo de 1,67 mil milhões de dólares de Hong Kong sofrido pelo grupo nos primeiros nove meses de 2023, que acabou por ser o quarto ano consecutivo de perdas sem precedentes para a SJM.

Tempos difíceis

Na apresentação dos resultados, Daisy Ho, presidente da SJM, destacou o contributo do hotel-casino Grand Lisboa Palace para os resultados positivos: “É com prazer que anuncio que o potencial do Grand Lisboa Palace Resort começa a ser desvendado, o que está a conduzir a forte reviravolta da situação do grupo, com um crescimento renovado, depois de terem sido atravessados tempos difíceis” afirmou Ho, em comunicado.

De acordo com a presidente do grupo, a estratégia para os próximos meses passa por fazer subir o número de clientes, ao aumentar em 10 por cento a capacidade do Grand Lisboa Palace e diversificar a oferta do hotel.

“Nos próximos trimestres, a SJM irá lançar uma série de medidas chave para aumentar o número de visitantes e melhorar estrategicamente a nossa oferta, incluindo um conjunto diversificado de opções de restauração, o aumento da capacidade de convenções e exposições no Grand Lisboa Palace e uma expansão de 10 por cento na capacidade hoteleira do Grand Lisboa”, revelou. “Com o contínuo crescimento trimestral e anual das receitas brutas do jogo, estou confiante que os investimentos na nossa equipa e nos nossos resorts vão levar a um aumento do nosso valor a longo prazo”, acrescentou.

No terceiro trimestre do ano, os casinos da SJM arrecadaram 18,9 mil milhões de dólares de Hong Kong, mais 41 por cento do que entre Janeiro e Setembro de 2023, enquanto as receitas não jogo subiram 25,5 por cento, para 1,41 mil milhões de dólares de Hong Kong.

14 Nov 2024

Centaline | Pedido mais apoio ao mercado imobiliário

O director da Centaline, Roy Ho, espera que o futuro Governo de Sam Hou Fai siga as políticas nacionais, com maior apoio ao mercado imobiliário, para que o número de transacções deixe de cair

 

O director da Centaline Macau, Zhuhai e Hengqin, Roy Ho, espera que o futuro Governo de Sam Hou Fai siga o exemplo do Interior e adopte várias medidas para relançar o mercado imobiliário.

Em entrevista ao jornal Exmoo, o director da imobiliária afirmou que nesta fase o mercado está numa fase de expectativa, para tentar perceber que medidas vão ser promovidas pelo futuro Chefe do Executivo e perceber qual a direcção do desenvolvimento das políticas de habitação.

No entanto, Roy Ho confessou que existe a esperança entre as imobiliárias que Macau siga o exemplo do Governo Central no Interior, onde nos últimos meses foram adoptadas medidas para promover a procura e reduzir o excesso de oferta. Entre as medidas, incluem-se a compra de terrenos para construção pelos governos provinciais, moratórias no crédito à habitação para as famílias com mais dificuldades ou maior disponibilização de crédito pelos bancos às construtoras.

“A política nacional consiste em travar o declínio e estabilizar o mercado imobiliário, de modo a que o excesso de oferta possa ser um pouco controlado”, começou por indicar Ho. “Se em Macau também estamos a falar em travar o declínio e estabilizar o mercado imobiliário, mas os preços continuam a ser reduzidos, então não estamos a cumprir o objectivo nacional”, acrescentou.

Nas declarações prestadas, Roy Ho sublinhou, porém, que o “mais importante para o mercado imobiliário de Macau” é haver um “desenvolvimento saudável, gradual” que junte diferentes aspectos como a oferta de habitação económica, integre a política de importação de estrangeiros e tenha em conta a cooperação com Hengqin. “Se fizermos tudo isto, estamos a seguir uma boa direcção”, indicou.

Mercado cauteloso

O director da Centaline Macau, Zhuhai e Hengqin abordou também a redução de 3,6 por cento do Índice Geral de Preços Mercado Imobiliário no terceiro trimestre, em conjunto com a redução para níveis históricos do número de transacções.

Para Roy Ho estes indicadores não são uma surpresa, porque os potenciais compradores de habitação, antes de entrarem no mercado, têm estado na expectativa a aguardar pela redução das taxas de juros da Reserve Federal Americana. Esta descida, confirmada na semana passada, também faz com que indirectamente os juros cobrados no crédito em Macau fiquem mais baratos.

Apesar do novo normal do mercado da habitação e de considerar que são necessárias medidas para apoiar a procura, o director da Centaline Macau, Zhuhai e Hengqin afirmou que a salvação pode passar pela importação dos quadros qualificados, que o Governo pretende trazer para Macau, para diversificar a economia. “É preciso atrair mais pessoas, e se atrairmos essas pessoas, elas vão querer comprar habitação”, indicou.

14 Nov 2024

Direitos laborais | Deputada quer que Governo assuma mais custos

Numa interpelação escrita, Wong Kit Cheng defende que as pequenas e médias empresas não têm condições para suportar os custos das políticas laborais implementadas para aumentar a taxa de natalidade

 

Wong Kit Cheng defende que o Governo da RAEM tem de assumir uma fatia maior dos custos das políticas de promoção do aumento da natalidade, apontado como exemplo as licenças de maternidade e paternidade no sector privado. A opinião faz parte de uma interpelação escrita da deputada ligada à Associação das Mulheres.

Actualmente, as empresas privadas suportam praticamente todos os custos dos direitos laborais dos trabalhadores ligados à natalidade, ficando responsáveis pelo pagamento integral dos cinco dias de licença de paternidade, e dos 70 dias da licença de maternidade.

Devido a um regime que foi apresentado como temporário, aquando do aumento da licença de maternidade de 56 para 70 dias, o Governo, através do Instituto de Acção Social, assume o pagamento dos restantes 14 dias. A medida foi prolongada recentemente até ao final do próximo ano.

No entanto, os custos dos direitos laborais, explica Wong Kit Cheng, são uma das razões que levam pequenas e médias empresas a oporem-se frequentemente à melhoria dos direitos laborais dos trabalhadores, no que a deputada vê como um conflito com a política social do Governo. “O incentivo à natalidade tornou-se uma questão urgente e de interesse geral da comunidade, mas, ao mesmo tempo, face ao ambiente empresarial insatisfatório de muitas pequenas e médias empresas (PME), o Governo da RAEM tem de desempenhar um papel mais proactivo e de liderança nesta matéria”, escreve a deputada.

Chegar-se à frente

Wong Kit Cheng pretende que o Governo se mostre disponível para estender a outros apoios o modelo aplicado ao aumento da licença de maternidade, com os cofres da RAEM a assumirem uma maior parte dos custos dos direitos laborais. “Em resposta ao declínio da taxa de natalidade em Macau, e tendo em conta as dificuldades operacionais das pequenas e médias empresas, o Governo tem intenção de seguir o regime de compensação da entidade patronal na licença de maternidade e adoptar regulamentos administrativos para fornecer mais incentivos?”, perguntou Wong.

“O conceito de ‘partilha de custos’ ajudará a apoiar as empresas a implementar medidas mais favoráveis à família e é uma referência digna de Macau, de modo a criar uma atmosfera social em que ‘o Governo, o sector empresarial e a população’ apoiam conjuntamente o incentivo à natalidade”, acrescentou

A deputada das Mulheres indicou ainda que o modelo deve ser adoptado a outros tipos de apoio à gravidez, como o aumento da licença da paternidade, estabelecimento de pausas mais frequentes para amamentação e adopção de horários flexíveis para as trabalhadoras que foram mães recentemente.

14 Nov 2024

Reformados | Apenas um terço pensa viver na Grande Baía

Cerca de 70,40 por cento dos inquiridos não se imagina a viver na Grande Baía, após a reforma. Entre os que pretendem mudar-se para o Interior, Zhuhai é o destino preferido. Mais de 60 por cento dos inquiridos vive com menos de 5 mil patacas por mês

 

Mais de dois terços dos 600 residentes inquiridos num estudo da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) não querem mudar-se para a Grande Baía durante a reforma. Os resultados do estudo, que também contou com a participação a Universidade de São José, foram apresentados na manhã de ontem, numa conferência de imprensa que contou com a participação da deputada Ella Lei.

No universo de 600 respostas válidas, cerca de 70,40 por cento dos inquiridos, o correspondente a cerca de 422 pessoas, recusam mudar-se para o outro lado da fronteira. Entre os 422 inquiridos, 46,21 por cento justificaram-se com a diferença de costumes entre Macau e as outras cidades da Grande Baía, 31,31 por cento com os laços familiares estabelecidos em Macau, e 29,55 por cento referiram as dificuldades no acesso à saúde. Houve ainda 20,20 por cento a recusar a mudança com as condições de habitação, 16,16 com o regime de segurança social e 8,59 por cento que mencionaram as leis e ambiente político do Interior. Os inquiridos puderam oferecer mais do que uma justificação, pelo que o somatório das proporções ultrapassa os 100 por cento.

Além de Zhuhai, a Grande Baía inclui as cidades do Interior de Guangzhou, Shenzhen, Foshan, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen, Huizhou e Zhaoqing.

Os inquiridos que se mostraram disponíveis para se mudarem para a Grande Baía foram desafiados a escolher as três cidades favoritas para a mudança, com Zhuhai a ficar no topo das preferências.

De acordo com as respostas, 80,87 por cento dos inquiridos apontaram a cidade vizinha, seguida por Zhongshan, presente em 68,31 por cento das respostas, e Jiangmen, cerca de 23,99 por cento, sendo que esta última cidade é uma das fontes de imigrantes chineses na RAEM.

Ainda em relação às perspectivas da vida na reforma, aproximadamente 66 por cento dos reformados referiram que pretendem viver em casa sozinhos, enquanto 33 por cento se mostraram mais inclinados para viverem em comunidades para idosos, que além da habitação disponibilizam serviços de saúde, assistência de compras, apoios à deslocações, entre outros.

Rendimentos mais baixos

O inquérito foi realizado junto de residentes com idades entre os 50 e mais de 85 anos, e 60,07 por cento declararam ter um rendimento mensal inferior a 5.999 patacas.

Cerca de 36,04 por cento de todos os inquiridos têm mesmo um rendimento de 3.000 patacas ou inferior. Os residentes admitiram que este valor provem principalmente da pensão para idosos atribuída pelo Fundo de Segurança Social (FSS).
Entre a amostra total, 10,55 por cento declaram ter rendimentos entre 5.000 e 6.999 patacas, 7,31 por cento entre 7.000 e 9.999 patacas, 11,36 por cento entre 10.000 e 14.999 patacas, 6,17 por cento entre 15.000 e 19.999 patacas e 4,5 por cento rendimentos superiores a 20.000 patacas.

13 Nov 2024

Pensões | Defendido mecanismo automático de actualização

O legislador ligado à Comunidade de Fujian, Nick Lei, espera que o futuro Chefe do Executivo aumente o valor das pensões e recorda que um dos pontos da campanha eleitoral foi a melhoria do bem-estar da população

 

O deputado Nick Lei defende a criação de um mecanismo automático de aumento da pensão dos idosos indexado ao índice mínimo de subsistência. A ideia foi deixa em declarações citadas pelo Jornal do Cidadão.

Actualmente, as pessoas com mais de 65 anos podem receber uma pensão para idosos que pode chegar até aos 3.750 patacas por mês, dependendo do tempo de contribuição. No entanto, o valor é inferior ao valor de referência do índice mínimo de subsistência, que actualmente é de 4.350 patacas.

Neste sentido, o deputado ligado à comunidade de Fujian considera que devia ser criado um mecanismo automático, para que o valor da pensão de idosos acompanhasse sempre o valor do índice mínimo de subsistência.

Além disso, defende Nick Lei, sempre que o valor do índice mínimo de subsistência fosse actualizado, o mesmo deveria acontecer com o valor mensal da pensão para idosos.

“As pensões para idosos são um dos importantes apoios de todo o sistema de segurança social”, afirmou o legislador. “O Governo da RAEM tem melhorado de forma gradual as políticas do sistema de segurança social de Macau em diferentes áreas, no entanto, as pensões para idosos, uma das garantias mais essenciais de sustento após a reforma, não foram actualizadas”, lamentou.

O membro da Assembleia Legislativa considerou ainda desajustado o mecanismo de actualização das pensões, que apenas é activado quando a inflação atinge uma taxa de três por cento.

O prometido é devido

Nas declarações prestadas, Nick Lei deixa ainda a esperança deque Sam Hou Fai tome as medidas necessárias para melhorar o bem-estar da população, depois de ter feito uma campanha eleitoral em que esse foi um dos aspectos prometido.

Ao jornal do Cidadão, Lei afirmou que durante a campanha eleitoral Sam Hou Fai “expressou, em várias ocasiões, a sua preocupação com as questões do quotidiano e o bem-estar da população”, pelo que existe a expectativa de que o futuro governo vá “seguir a direcção de colocar a população em primeiro lugar”.

Além das pensões para idosos, Nick Lei indicou que o bem-estar continua a passar pelo acesso a habitação em boas condições. Neste sentido, o deputado pretende que o Governo reveja as políticas de habitação e adopte medidas para aumentar a oferta no território.

Sam Hou Fai vai tomar pesse como Chefe do Executivo a 20 de Dezembro, e deverá apresentar as Linhas de Acção Governativa do seu Governo nos primeiros meses do próximo ano.

12 Nov 2024

Economia | Aprovada nova lei para fundos de investimento

Os deputados aprovaram ontem na generalidade a nova lei dos fundos de investimento, que se espera contribuir para desenvolver o sector financeiro e para a diversificação da economia.

De acordo com o Governo o diploma votado ontem visa a modernização das leis que regulam o sector, dado que várias das leis datam dos anos 90, o desenvolvimento da área da gestão de fortunas, a remoção de obstáculos à criação de fundos de investimentos e uma maior protecção dos investidores.

Também ontem os deputados deram luz verde à nova lei de supervisão e administração de dispositivos médicos. O novo diploma prevê que passe a existir um registo online dos dispositivos médicos que podem ser comercializados em Macau e que vão poder ser acedidos através do portal do Instituto para a Supervisão e Administração Farmacêutica (ISAF). As duas leis vão ser discutidas e votadas na especialidade, antes de entrarem em vigor.

12 Nov 2024

Trabalho | Aprovada subida de indemnizações por despedimento

A Assembleia Legislativa aprovou ontem na generalidade a subida de 500 patacas do valor do salário mensal para efeitos de cálculo de indemnizações por despedimento sem justa causa.

Actualmente, o valor é 21.000 patacas, mas deverá subir para 21.500 patacas, quando os deputados voltarem a aprovar a proposta na especialidade. Esta é a primeira alteração desde 2021, representando um aumento de 2,4 por cento.

O valor do salário mensal para efeitos de cálculo de indemnizações é ainda importante porque a lei define que a indemnização por despedimento sem justa causa, em condições legais, nunca pode ultrapassar o valor da remuneração mensal multiplicado por doze. Devido a este limite, actualmente, um despedido não recebe uma indemnização superior a 252 mil patacas. Porém, com a subida do valor da remuneração de base, pode haver um aumento de 6.000 patacas, para uma indemnização máxima de 258 mil patacas.

12 Nov 2024

PME | Ma Chi Seng quer resolver crise com “caça ao tesouro”

O deputado Ma Chi Seng, nomeado pelo Chefe do Executivo, considera que o Governo pode contribuir para resolver os problemas económicos das pequenas e médias empresas (PME) nos bairros comunitários, com a criação de “zonas de check in”. Estas são zonas onde os turistas podem ir, numa lógica de caça ao tesouro, tirar fotos, fazer a leitura de códigos QR ou recolher carimbos para ganhar prémios.

O legislador defendeu que o Governo deve apostar numa grande acção do género, no âmbito das celebrações do 25.º aniversário da RAEM: “Espera-se que essas actividades consigam atrair novos clientes e reter os actuais, promovendo a vitalidade económica das zonas comunitárias e impulsionando o desenvolvimento das PME”, afirmou.

O deputado sugeriu também às PME que se adaptem às novas tendências para sobreviverem: “Os consumidores são cada vez mais jovens e dão mais importância à personalização, à beleza, à procura de valores emocionais e à satisfação das necessidades de relacionamento social”, indicou.

12 Nov 2024

Crime | Ella Lei alerta para o aumento de casamentos falsos

Numa intervenção antes da ordem do dia, a deputada da FAOM deixou forte críticas ao Governo, por aquilo que entende ser a falta de vontade para mudar leis e aplicar sanções mais pesadas pela contratação de trabalhadores ilegais

 

Ella Lei alertou ontem para a necessidade de intensificar o combate aos casamentos ilegais e o trabalho ilegal, pedindo penas mais pesadas para a contratação de trabalhadores ilegais. A mensagem foi deixada ontem numa intervenção antes da ordem do dia na Assembleia Legislativa, em que a deputada criticou abertamente o Governo pela falta de vontade política para combater o fenómeno do trabalho ilegal.

De acordo com as estatísticas oficiais citadas pela deputada ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), no primeiro semestre do ano foram registados 27 casamentos fictícios, um aumento de dois casos em termos anuais. Houve também 64 casos de “simulação de casamento, adopção ou contrato de trabalho”, um crescimento anual de 12 por cento.

“As pessoas que simulam o casamento ou o contrato de trabalho para obter BIR, procuram benefícios ilegais, ocupam recursos e regalias sociais, e perturbam o mercado de emprego, como também causam outros problemas de segurança”, argumentou. “No passado, também houve pessoas que aproveitaram a sua qualidade de falso trabalhador não-residente e vieram a Macau para praticar crimes de usura e câmbio ilegal ou outras infracções, ameaçando a segurança de Macau”, acrescentou.

Durante a intervenção, Ella Lei elogiou os esforços das autoridades que combatem o fenómeno do trabalho ilegal, mas responsabilizou o Governo pela situação actual, devido à falta de vontade política para castigar os patrões que contratam trabalhadores ilegais.

“Mesmo que o pessoal da linha da frente se esforce na execução da lei, as sanções baixas e a falta de efeitos dissuasores continuam a ser os principais problemas de Macau no combate ao trabalho ilegal ou ao trabalho não autorizado”, vincou. “Por exemplo, de acordo com o relatório de trabalho da DSAL, em 2023, […] cada empregador ou entidade contratante foi punida, em média, com uma multa de 9366 patacas”, revelou. “Em comparação com os lucros ilícitos obtidos, o custo da infracção é extremamente baixo”, destacou.

A leveza do ser

A deputada pediu também ao Governo para inverter o imobilismo que indicou pautar a política actual: “Face às solicitações da sociedade ao longo dos anos quanto ao aperfeiçoamento das leis, o Governo responde sempre o seguinte: está a prestar uma atenção contínua, a auscultar opiniões e tem uma consideração prudente, etc., mas não tem ainda qualquer plano de trabalho nem calendarização concretos”, descreveu. “Por esta razão, solicito mais uma vez ao Governo para aperfeiçoar uma série de regimes jurídicos de combate ao trabalho ilegal, incluindo o estudo sobre o aumento do limite máximo das multas, o aperfeiçoamento dos mecanismos eficazes de execução das normas relativas à reincidência e às sanções acessórias, para reprimir o trabalho ilegal e garantir o emprego dos residentes locais e o desenvolvimento saudável do sector”, frisou.

12 Nov 2024

Chefe do Executivo | Sam Hou Fai gastou 2,02 milhões na campanha eleitoral

De acordo com resumo das receitas e despesas da campanha eleitoral, o futuro Chefe do Executivo declarou ter pago os custos com o seu próprio dinheiro, sem recorrer a donativos. Em comparação com a campanha de Ho Iat Seng, Sam Hou Fai gastou quase menos 2,7 milhões de patacas

 

Sam Hou Fai gastou cerca de 2,02 milhões de patacas na campanha eleitoral e o principal custo foi a remodelação do escritório, que custou 596 mil patacas. O montante foi divulgado na sexta-feira, através de um anúncio publicado no jornal Ou Mun.

De acordo com a informação divulgada pelo futuro do Chefe do Executivo, durante cerca de dois meses e meio, o período da campanha e recolha de assinaturas para apresentação da candidatura, a campanha apresentou despesas de quase 2,02 milhões de patacas.

Sam Hou Fai declarou ter sido a única fonte de receitas da campanha, o que significa que não terá recebido qualquer donativo. Durante a campanha também não houve anúncios ou plataformas disponíveis para pedir donativos.

Em comparação com a campanha de 2019 do actual Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, Sam Hou Fai foi mais poupado em praticamente 2,7 milhões de patacas, uma diferença de 57,3 por cento. Em 2019, Ho tinha apresentado como despesas da campanha um orçamento de 4,72 milhões de patacas.

De acordo com o jornal All About Macau, a diferença em termos de gastos pode ser explicada parcialmente com o facto de Sam Hou Fai ter evitado grandes concentrações com a população, tendo apenas realizado uma sessão aberta e cara-a-cara com parte da população, com os participantes a serem escolhidos alegadamente por sorteio. Além disso, foram realizadas cinco arruadas, em que o candidato se fez acompanhar por um forte dispositivo de segurança.

Ao invés, o futuro Chefe do Executivo apostou num formato diferente, ao convidar associações e representantes de grupos profissionais ou comunidades a deslocarem-se ao seu gabinete de campanha, emitindo depois comunicados de imprensa.

Gastos por áreas

Com despesas de 596 mil patacas, o principal gasto declarado por Sam Hou Fai destinou-se à “remodelação das instalações e equipamentos de escritórios”, uma proporção de 29,5 por cento do total dos gastos.

O montante investido em propaganda representa a segunda maior despesa, com um total de 387 mil patacas, uma proporção de 19,2 por cento de todo o orçamento. A terceira despesa mais significativa teve como destino os “serviços de pessoal”, num montante de 370 mil patacas, o que representou 18,3 por cento de todos os gastos.

A campanha de Sam Hou Fai mobilizou cidadãos de diferentes áreas, como a participação de vários membros ligados à associação dos Kaifong nas arruadas, e de pelo menos um jornalista do canal chinês da TDM, na equipa de comunicação do candidato.

Em termos das despesas acima de 100 mil patacas, no resumo das receitas e despesas da campanha consta ainda o pagamento de rendas que atingiu cerca de 223 mil patacas.

11 Nov 2024