Incêndio leva a duas hospitalizações e retirada de 50 pessoas

Duas pessoas tiveram de ser internadas no Hospital Kiang Wu, depois de um incêndio ter deflagrado na noite de quarta-feira, no Edifício Si Keng, na Rua da Alegria. Além dos feridos, houve ainda a necessidade de retirar do edifício 50 moradores, de acordo com a informação divulgada ontem pelo jornal Ou Mun.

Os hospitalizados são dois residentes com cerca de 60 anos, um do sexo masculino e outro do feminino que terão apresentado sinais de indisposição, depois de terem inalado fumo do incêndio. Apesar da indisposição, apresentavam uma situação clínica considerada estável.

Os restantes moradores também conseguiram sair do edifício pelos seus meios e não apresentavam qualquer tipo de mal-estar ou lesão. As chamas começaram a deflagrar, por volta das 23h44, altura em que as autoridades foram alertadas para a situação. A chegada ao local, tanto do Corpo de Bombeiros (CB) como do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) aconteceu minutos depois, numa altura em que vários dos habitantes do edifício já se encontravam na rua.

No local, os bombeiros tiveram de subir até ao terceiro andar, onde o incêndio teve origem. O combate às chamas demorou alguns minutos. Os vestígios indicam que as chamas terão deflagrado junto a um vaso com flores, tendo depois chegado à sala de estar do apartamento no terceiro andar. Durante o combate ao incêndio, as autoridades cortaram ao trânsito durante vários minutos a Rua da Alegria e a Estrada do Repouso.

Os bombeiros utilizaram água para combater o incêndio, que resultou numa área queimada com 2,5 metros de comprimento e 1 metro de largura.

Das origens

Segundo o jornal Ou Mun, o CB suspeita que as chamas tenham tido origem num curto circuito de uma máquina de lavar a roupa, posicionada junto ao vaso com flores. Além da área queimada, também a máquina de lavar, um purificador, um ar-condicionado e outros aparelhos e bens ficaram destruídos.

De acordo com os dados mais recentes, nos primeiros seis meses do ano, o CB foi chamado a intervir em 406 fogos. Entre estes, os bombeiros tiveram de recorrer a mangueiras para extinguir as chamas em 85 ocasiões. Nos restantes 321 incêndios, as chamas foram extintas sem utilização de mangueira.
A informação oficial revelou também que 78 dos 406 incêndios tiveram origem em comida queimada.

17 Out 2025

Macau | FMI corta previsão de crescimento para 2,6 por cento

Pela segunda vez este ano, o FMI fez uma revisão das previsões de crescimento para a economia de Macau. Em Abril, a previsão inicial de 7,3 por cento foi cortada para 3,6. Agora acredita-se que a expansão económica nem aos 3,0 por cento deve chegar

O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que a economia de Macau vá crescer 2,6 por cento ao longo deste ano. A nova estimativa divulgada ontem, e citada pela Macau News Agency, significa uma revisão em baixa da previsão anterior, que apontava para uma expansão anual de 3,6 por cento.

Na primeira metade do ano, o território apresentou um crescimento anual de 2,8 por cento, no entanto, o IMF acredita que o ritmo está em desaceleração desde Julho. Os dados utilizados pelo FMI para fazer a estimativa assumem que a inflação ao longo deste ano deve fixar-se em 0,5 por cento, uma redução face à previsão anterior de 0,9 por cento.

A revisão das estimativas em baixa não fica limitada às previsões para este ano. Também o aumento anual do próximo ano foi revisto em baixa para 2,8 por cento. A estimativa anterior do FMI, de Abril, previa uma expansão de 3,5 por cento. No ano passado a economia de Macau cresceu 8,8 por cento.

Nos primeiros dez meses do ano, as receitas brutas do jogo, a principal actividade económica de Macau, apresentaram um crescimento anual de 7,1 por cento, para 181,34 mil milhões de patacas, quando antes tinha sido de 169,35 mil milhões de patacas. Contudo, as receitas durante a Semana Dourada, no início de Outubro, terão ficado abaixo das expectativas.

A expectativa do FMI fica aquém das previsões da Associação Económica de Macau, liderada pelo deputado Joey Lao, que aponta para um crescimento anual de 4,5 por cento.

Tendências opostas

A revisão em baixa pelo FMI das estimativas de expansão de Macau contrasta com o cenário em Hong Kong e no Interior. Na RAEHK, espera-se um aumento ao longo deste ano inferior ao registado na RAEM. Porém, a estimativa mais recente aponta para um aumento de 2,4 por cento, quando antes se esperava uma expansão de 1,5 por cento.

No Interior, as estimativas também são agora mais optimistas. Em Abril, era esperado um crescimento de 4 por cento da economia, que foi agora revisto para 4,8 por cento, acima dos níveis de Macau e Hong Kong.

Esta é a segunda vez este ano que as estimativas sobre a economia de Macau são revistas em baixa pelo FMI. Antes do início do ano, esperava-se uma expansão económica na ordem dos 7,3 por cento. Porém, em Abril, o valor foi cortado para 3,6 por cento. Na altura, Macau foi afectado, tal como o comércio mundial, pelo impacto da política de tarifas adoptada nos Estados Unidos.

17 Out 2025

Aeroporto | Expansão garante capacidade para 13 milhões de visitantes

Ainda antes do aumento da capacidade para passageiros, o aeroporto vai receber uma maior área de estacionamento das aeronaves, com o número de lugares a subir para 56 face aos actuais 36

 

Até ao final de 2030, o Aeroporto Internacional de Macau vai ter capacidade para receber por ano 13 milhões de passageiros. Os números foram apresentados por uma representante da Autoridade de Aviação Civil (AACM), na mais recente reunião do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários das Ilhas, que ocorreu na segunda-feira.

O balanço da reunião foi feito ao jornal Ou Mun pelos conselheiros Li Yongjian e Ieong Weng Kuong, que citaram as respostas do encontro da AACM.

Segundo as explicações citadas, as obras de expansão estão em curso, depois de terem arrancado em Abril. A nova zona de estacionamentos deverá ficar terminada em 2028, o que vai fazer com que os lugares de estacionamento para aeronaves passem dos actuais 36 para 56 lugares, um aumento de 55,6 por cento.

Ao mesmo tempo, foi indicado que as estimativas apontam para que as obras de expansão fiquem totalmente terminadas em 2030, dentro de cerca de cinco anos, e que nessa altura o aeroporto vai ter capacidade para lidar com mais dois milhões de viajantes, face à capacidade actual de 11 milhões por ano.

No ano passado, o aeroporto recebeu 7,6 milhões de viajantes, menos dois milhões do que o recorde de passageiros, alcançado em 2019, ainda antes da pandemia, quando houve 9,6 milhões viajantes a utilizar a infra-estrutura. No entanto, o número parece ir apresentar uma nova redução. Entre Janeiro e Outubro deste ano, foram contabilizados cerca de 5,5 milhões de passageiros. No ano passado, nos primeiros dez meses, registaram-se de 5,7 milhões de passageiros.

Maior área

Com as obras em curso, a área total do aeroporto vai ser aumentada para 325 hectares, face aos actuais 177 hectares. Na reunião, os conselheiros abordaram ainda outras questões relacionadas com o aeroporto como os assuntos relacionados com a segurança e o transporte de passageiros entre o cais de embarque e os aviões.

Neste sentido, foi garantido aos conselheiros que face às actuais limitações no número de mangas de embarque disponíveis, que o transporte dos passageiros entre o cais de embarque e as aeronaves vai continuar a ser feito através de autocarros. Esse será também o meio utilizado para os futuros lugares de estacionamento dos aviões.

Durante o encontro, segundo Li Yongjian e Ieong Weng Kuong, houve ainda conselheiros a apelar para o desenvolvimento de mais instalações complementares do aeroporto, assim como uma especial atenção para que o centro de transportes esteja preparado para lidar com o fluxo de passageiros que acontece em eventos de grande dimensão, como os recentes jogos de pré-temporada em Macau da NBA.

16 Out 2025

DSAT | Chiang Ngoc Vai assume o cargo de director

Após quase 20 anos à frente da direcção responsável pelo trânsito, Chiang foi promovido ao topo da hierarquia. Desde Julho, que desempenhava as funções, como substituto, depois da saída de Lam Hin San

 

Após três meses como director substituto da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), Chiang Ngoc Vai assumiu ontem a pasta a título próprio. A informação foi revelada através de um despacho publicado no Boletim Oficial, assinado por Raymond Tam, secretário para os Transportes e Obras Públicas.

Além dos três meses como director substituto, Chiang Ngoc Vai conta com uma carreira de quase 20 anos na DSAT, serviço em que ingressou pela primeira vez em 2008, logo para assumir as funções de subdirector. Desde essa altura, até Julho deste ano, Chiang manteve-se como subdirector e foi nessa condição nos últimos meses que assumiu as funções de director, após a saída do antecessor, Lam Hin San.

A promoção confirmada ontem, e o afastamento de Lam Hin San, mostram também uma ruptura de Raymond Tam com o passado, dado que o antecessor de Chiang tinha sido nomeado pelo anterior secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, merecendo a confiança deste durante cerca de 10 anos.

No despacho não são indicadas razões particulares para a nomeação, além do pro-forma a indicar que Chiang Ngoc Vai “possui competência profissional e aptidão para o exercício do cargo” e do currículo do nomeado. Como acontece nas nomeações em comissão de serviço, a escolha do secretário é válida durante o período de um ano.

Da engenharia

Em termos académicos, o despacho indica que Chiang Ngoc tem duas licenciadas em Engenharia Civil e em Ciência (Topografia Cadastral e Ordenamento do Território). As instituições de ensino das licenciaturas não são referidas.

A nível profissional, o director da DSAT conta com um longo percurso na Administração Pública, com mais de 30 anos. Chiang ingressou na Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes em Outubro de 1990, desempenhado as funções de técnico.

Em Março de 1992, é promovido dentro da mesma direcção, para assumir as funções de chefe de sector. Ainda antes da transferência, em 1995, Chiang Ngoc Vai é novamente promovido internamente para assumir as funções de técnico superior e também de chefe de Departamento. Manteve-se nestas funções até 2008, durante mais 13 anos, altura em que nomeado para a DSAT.

16 Out 2025

JP Morgan | Semana Dourada com resultados abaixo do esperado

A passagem de dois tufões, a proximidade do Festival do Bolo Lunar e o Grande Prémio de Fórmula 1 em Singapura são indicados como os factores que afectaram negativamente a indústria do jogo

 

As receitas do jogo ficaram aquém do esperado durante a Semana Dourada e até Novembro a situação não deve melhorar. O cenário foi traçado pelo banco de investimento JP Morgan, no relatório mais recente assinado pelos analistas DS Kim, Selina Li e Lindsey Qian. De acordo com o conteúdo, divulgado pela Macau News Agency, as receitas no início de Outubro não “foram assim tão douradas”, com uma redução de cinco por cento em comparação com o mesmo período do ano passado.

Segundo os analistas, para a diminuição das receitas contribuíram os impactos do tufão Ragasa, que obrigou ao encerramento dos casinos durante algumas horas, e também do tufão Matmo, que apesar de não ter encerrado os locais de jogo levou a que os transportes fossem seriamente afectados. E também o facto de o Festival Lunar ter sido celebrado perto da Semana Dourada. Enquanto data de encontros familiares, o festival poderá ter contribuído para que os jogadores ficassem menos tempo nas mesas dos casinos.

No entanto, Macau também terá sofrido com a competição regional e a organização do Grande Prémio de Fórmula 1 em Singapura. Os analistas acreditam que o evento ocorrido entre 3 e 5 de Outubro contribuiu para afastar do território alguns dos maiores apostadores.

Face a estes fenómenos, a JP Morgan fez uma revisão das estimativas das receitas do jogo em baixo, apontando para um crescimento anual em Outubro de 3 a 6 por cento. A estimativa anterior apostava para um crescimento de 11 a 13 por cento, no que se esperava que fosse a melhor Semana Dourada desde os tempos da pandemia.

Sinal positivo

Apesar de reduzirem as estimativas, os analistas deixaram um sinal de confiança aos analistas no mercado do jogo de Macau: “Não estamos a atirar a toalha ao chão. Vemos estes factores como lombas no caminho e não como bloqueios, pelo que apesar de reduzirmos as nossas estimativas acreditamos no valor do mercado”, foi apontado.

Face a este contexto, os analistas acreditam que a valorização das acções dos casinos deverá apresentar fortes variações nas próximas semanas, até a indústria voltar a apresentar um crescimento de pelo menos 10 por cento. A JP Morgan acredita que esse crescimento deve acontecer a partir de Dezembro e durante o primeiro trimestre do próximo ano. Em Setembro, o sector do jogo arrecadou 18,3 mil milhões de patacas, mais 6 por cento face a Setembro do ano passado.

Em termos de receita bruta acumulada, os primeiros nove meses de 2025 registaram um aumento de 7,1 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo 181,3 mil milhões de patacas. Macau fechou 2024 com receitas totais de 226,8 mil milhões de patacas, mais 23,9 por cento do que no ano anterior.

15 Out 2025

Coimbra | Vice-reitor aponta China como factor de “certeza”

João Nuno Calvão da Silva afirma que a China é uma força da paz no mundo e que contribui como um factor “de certeza” na ordem internacional, numa altura em que existem “tantos factores de incerteza”, alguns dos quais provenientes do mundo ocidental

 

O vice-reitor da Universidade de Coimbra (UC), João Nuno Calvão da Silva, considerou que a República Popular da China tem conferido “uma componente de certeza” no mundo actual, em contraste com os factores de incerteza que tem surgido “no mundo ocidental”. As declarações do vice-reitor para as Relações Externas e Alumni da UC foram prestadas à margem da cerimónia de abertura de uma conferência conjunta entre a Universidade de Macau (UM) e a UC.

Quando questionado sobre a crescente utilização do direito em áreas como o patriotismo, a segurança nacional e a convivência com o Estado de Direito, dadas a recente detenção de um ex-deputado e as exclusões cada vez mais frequentes de eleições, João Nuno Calvão da Silva destacou o papel assumido pela China no mundo actual.

“Na ordem internacional em que vivemos temos tantos factores de incerteza, mesmo de onde nós menos esperávamos, no mundo ocidental, por exemplo, que apraz-me registar essa componente de certeza que a República Popular da China vem conferido ao mundo”, afirmou o dirigente da UC, de acordo com o Canal Macau. “Também devemos salientar o cumprimento que tem feito com que seja possível à comunidade portuguesa continuar aqui, aos jornalistas fazerem as perguntas que entendem ao vice-reitor da Universidade de Coimbra, neste momento, e isso também tem a ver com o cumprimento desta matriz de um direito que foi esculpido por grandes juristas portugueses sobretudo da Universidade de Coimbra”, acrescentou.

Além 2049

De acordo com a Lusa, o académico “recusou-se a comentar questões políticas específicas”, mas destacou um grau de compreensão promovido pela China. “Como em tudo no mundo, a perfeição não existe. Mas é este grau de compreensão e este factor de certeza que a mim apraz registar e que continua a ser muito importante e para a aproximação das relações”, apontou. “Não apenas entre Portugal e a China, mas de todo o mundo de língua portuguesa e da República Popular da China, como factor inestimável de conteúdo para a paz na humanidade”, sublinhou.

João Nuno Calvão da Silva manifestou também a esperança de que Macau mantenha o legado jurídico português após os 50 anos de validade da Lei Básica e da Declaração Luso-Chinesa. “Depois de 2049, se [Macau] sai desse tratado internacional, deste período de transição, obviamente nós esperamos que este trabalho que foi sendo feito, as pessoas que vão sendo criadas, este capital humano, fique aqui com uma cultura jurídica em que este ADN de Portugal e de Coimbra se vá manter”, afirmou Calvão da Silva.

O vice-reitor para as Relações Externas e Alumni da UC explicou que actualmente existe um direito que “está a ser cumprido”, uma “Lei Básica” e um “conjunto de diplomas com uma matriz muito específica do direito português”.

“Em processo penal, (…) estamos a ter um cumprimento desse ordenamento jurídico, sabemos que até 2049 assim será, é assim que tem sido desde 1999”, considerou.

15 Out 2025

Diplomacia | Liu Xianfa pediu fim de “ataques” dos EUA à RAEM

O Comissário do MNE em Macau mostrou a sua insatisfação à cônsul-geral dos Estados Unidos em Hong Kong e Macau, Julie Eadeh, com os “chamados relatórios anuais” publicados pelos Estados Unidos sobre a RAEM que afirmou conterem “ataques e difamações”

 

O Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Macau, Liu Xianfa, apelou à cônsul-geral dos Estados Unidos em Hong Kong e Macau, Julie Eadeh, para acabar com “os ataques e difamações” contra Macau nos relatórios anuais. O pedido aconteceu durante uma chamada telefónica feita por Julie Eadeh a Liu Xianfa, a 10 de Outubro, de acordo com uma publicação na rede social Facebook, na página do Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros na RAEM. Em Agosto, Julie Eadeh foi escolhida pelos Estados Unidos como a nova cônsul-geral em Hong Kong e Macau, sucedendo a Greg May.

Como parte das novas funções, e dado que a área de acção também inclui Macau, a representante americana fez uma “chamada telefónica de cortesia” a Liu Xianfa. Durante o telefonema, o comissário disse a Eadeh que espera que os Estados Unidos assumam um papel construtivo no desenvolvimento de Macau e que acabem os “os ataques e difamações”.

“O Comissário Liu apelou à parte norte-americana a acabar com os ataques e difamações contra Macau nos chamados relatórios anuais, a não comprometer a segurança e a estabilidade de Macau e a não impedir a prosperidade e o desenvolvimento de Macau”, consta no comunicado.

Em causa, estão os relatórios publicados anualmente pelo Departamento de Estado sobre direitos humanos, liberdade religiosa ou tráfico humano.

Liu Xianfa também terá indicado a Julie Eadeh a esperança de que ela “aja de forma a promover o intercâmbio e a cooperação entre Macau e os EUA” e que “desempenhe um papel construtivo no desenvolvimento estável, sólido e sustentável das relações entre a China e os EUA”.

Salvaguardar cooperação

De acordo com a versão do Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Macau, durante a chamada telefónica, Julie Eadeh destacou que “o envolvimento e a cooperação com Macau no comércio, investimento e intercâmbio entre os povos são importantes para os EUA” e que ela vai desempenhar um “papel activo” para concretizar esse intercâmbio.

Julie Eadeh é licenciada em Ciências, pela Universidade do Leste do Michigan e tem um mestrado em Estudos Árabes Contemporâneos pela Universidade de Georgetown. Fez parte do Departamento de Estado dos EUA, até ingressar nos Serviços Consulares americanos em 2004.

Ao longo da carreira teve passagens por embaixadas no Médio Oriente, em países como a Arábia Saudita, Líbano ou Iraque. Em 2010, tornou-se cônsul-geral dos EUA em Xangai, lugar que ocupou até 2012. Também desempenhou funções de chefe da secção política do Consulado dos EUA em Hong Kong, que agora vai liderar.

15 Out 2025

Cooperação | Sam Hou Fai recebeu governador de Hainão

O líder do Governo de Macau e o Governador de Hainão discutiram a possibilidade de aprofundar a cooperação entre as duas regiões. Sam Hou Fai espera o apoio da região conhecida como o Hawai da China para diversificar a economia

 

O Chefe do Executivo destacou contar com o apoio de Hainão para criar mais oportunidades de desenvolvimento para a RAEM. A mensagem foi deixada durante um encontro entre Sam Hou Fai e Liu Xiaoming, governador da província de Hainão, que esteve de visita a Macau.

Segundo a versão do Governo de Macau sobre o encontro de segunda-feira, Sam Hou Fai e Liu Xiaoming “trocaram opiniões sobre o fomento da cooperação cultural e económico-comercial” entre as duas partes e discutiram “o reforço da articulação na promoção de actividades turísticas e de exposições e convenções”.

Na reunião, Sam Hou Fai disse a Liu Xiaoming que “a RAEM e a província de Hainão se situam na região do Grande Delta do Rio das Pérolas” e que têm “acesso ao vasto mercado do Interior do País, como também estão ligados ao mercado do Sudeste Asiático”.

O dirigente de Macau apontou também que Macau e Hainão têm mantido “um intercâmbio frequente e profundo, e uma base sólida de cooperação em áreas como no turismo, na cultura, nas exposições e convenções”. E sobre esta parceria Sam Hou Fai apontou que foram alcançados “resultados notáveis”.

Ganhos mútuos

O líder da RAEM afirmou ainda que desde que as partes começaram a apostar na “promoção conjunta do modelo de uma viagem de multi-destinos” que a cooperação subiu para um novo nível e está a gerar “ganhos mútuos”.

Sam também frisou que “através do incentivo à reciprocidade de fluxos turísticos, promover-se-á o desenvolvimento dinâmico da indústria turística de ambas as regiões, alcançando benefícios recíprocos”.

Durante o encontro, cuja duração não foi divulgada, o líder de Macau adiantou a Liu Xiaoming que a RAEM está a adoptar políticas de “diversificação adequada da economia, promovendo com total empenho um desenvolvimento socioeconómico de alta qualidade”. E, neste processo, o Chefe do Executivo afirmou esperar “contar com o grande apoio de Hainão, e através da cooperação pragmática entre as duas partes, aproveitar plenamente as vantagens de cada uma”. Sam Hou Fai prometeu também “explorar mais modelos de colaboração para criar oportunidades de desenvolvimento mais amplas” para Macau e Hainão.

Além de Sam Hou Fai representaram Macau no encontro o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, a chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, Chan Kak, o director do Gabinete de Estudos de Políticas e Desenvolvimento Regional, Cheong Chok Man, e o director dos Serviços de Assuntos Administrativos da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, Cao Jin Feng.

15 Out 2025

Óbito | António Coelho morre com 77 anos, mas deixa legado na gastronomia portuguesa

O fundador do Restaurante António morreu no domingo em Macau, devido a problemas de coração. Para trás, deixa uma marca e um conceito inovador de promoção da comida portuguesa na Ásia

Um pai, um amigo e um dos grandes embaixadores da gastronomia portuguesa na Ásia. O chef António Coelho morreu no domingo, com 77 anos, devido a problemas de coração, mas deixa para trás um percurso profissional de quase 40 anos e uma influência que se faz sentir em vários restaurantes e cozinheiros de comida portuguesa em Macau.

Nascido em Portugal em 1948, o primeiro contacto de António Coelho com Macau aconteceu em 1970, quando teve de cumprir o serviço militar obrigatório de quatro anos. Após dois anos, a terra ficou na memória, mas o futuro cozinheiro optou por regressar à Europa.

Em Portugal, começa por trabalhar na Segurança Social, mudando, mais tarde, para num laboratório de análises clínicas. Foi nesta área que desenvolveu o gosto pela gastronomia, não pelo trabalho, mas pelos vários almoços e jantares em diferentes restaurantes. Cada vez mais interessado na cozinha, António decide empregar-se, em 1984, num restaurante, onde admitiu ter aprendido a cozinhar, de acordo com uma entrevista ao jornal South China Morning Post, de 2018.

Os primeiros anos da nova carreira de António Coelho são passados em Portugal, onde desempenha diferentes funções como gerente-administrador do restaurante Botequim do Rei ou director do departamento de restauração do Grande Hotel da Curia. Em 1996, tem a primeira experiência internacional, como director do departamento de restauração do Hotel Trópico, em Cabo Verde. A experiência prolonga-se um ano.

Criação de um legado

Regressado a Macau em 1997, António vai trabalhando durante 10 anos em diferentes espaços, como os restaurantes Frol de la Mar, Lusitano, Lisboa, tendo ainda uma breve passagem por Hong Kong, em 2002, no Restaurante Inn. No entanto, o passo decisivo para a sua afirmação como um dos chefs mais influentes de gastronomia portuguesa na Ásia surge em 2007, com a abertura do Restaurante António.

E o êxito que se seguiu não foi obra do acaso, como contou Edgar Rodrigues, chef que veio para Macau para trabalhar no lançamento do projecto: “O sucesso teve por base as receitas, a qualidade da comida, mas também o muito profissionalismo”, afirma Edgar Rodrigues, ao HM. “Ele estava muito atento aos clientes. Se houvesse um pedido de amêijoas à bolhão pato, ele tinha receitas diferentes adaptadas à nacionalidade. Por exemplo, os coreanos não gostam de coentros, a receita para eles não tinha coentros. Os clientes chineses gostam de pouco sal, eram servidos com pouco sal, e os locais gostam da receita mais tradicional. Num único prato havia várias formas de cozinhar, só para satisfazer os diferentes clientes”, recorda.

Também Cristiano Tavares, actualmente chef do restaurante Macalhau, veio para Macau para trabalhar no Restaurante António. Considera que o chef encontrou um posicionamento para a comida portuguesa que ainda hoje influencia outros restaurantes. “Acho que o sucesso se deveu à maneira de ser, era uma pessoa politicamente correcta, tinha uma forma de trabalho que agradava tanto a turistas chineses, coreanos como japoneses”, explicou Cristiano Tavares, ao HM. “Éramos um restaurante de rua com quatro ou cinco cozinheiros. Ele conseguiu fazer o que ainda hoje muitos restaurantes grandes não conseguem fazer. Hoje em dia há muitos restaurantes com comida portuguesa que que abrem em Macau, mas seguem o exemplo do que ele fez”, considerou.

Qualidade e espectáculo

Além da comida, os clientes Restaurante António deixavam seduzir-se pelo “espectáculo”. É esta a visão de Marcelino Marques, amigo de António e músico que durante vários anos animou as noites do espaço, com música tradicional portuguesa.

“A qualidade da comida fazia com que o espaço fosse popular. Ele tinha muito cuidado na escolha da comida e das bebidas servidas. Ia a Portugal escolher vinhos de várias regiões, como o Douro ou o Alentejo, todos com muita qualidade, que eram engarrafados com a marca António. As pessoas sabiam que não iam pagar pouco, não que fosse um espaço com preços de luxo, não era, mas a quantidade servida não era pouca”, recordou Marcelino Marques.

Todavia, o músico considera que o sucesso também se deveu a um conceito em que a refeição também era um espectáculo: “As pessoas gostavam de ouvir a música portuguesa, mas também de estar com o António. Ele era uma pessoa afável, grande e aparecia com aquela jaqueta branca com as bandeiras de Portugal, China e Macau e as pessoas gostavam da presença dele e pediam-lhe para tirar fotografias” conta. “Ele também abria uma garrafa champanhe com uma espada. Fazia toda uma cerimónia e as pessoas gostavam muito disto. Era um espectáculo e uma festa ver a rolha a voar da garrafa. Funcionava bem”, lembrou.

Marcelino Marques recorda que a comida e o espectáculo faziam com que o restaurante fosse muito famoso, principalmente entre turistas japoneses, coreanos e de Hong Kong. O músico revela que as marcações dos turistas nipónicos aconteciam com dias de antecedência. E para este factor também contribuiu o facto de António oferecer no final das refeições um cálice de vinho do porto, o que também levou ao reconhecimento da Confraria do Vinho do Porto.

O sucesso do Restaurante António fez com que o chef vendesse o espaço a um fundo de investimento, passando a embaixador do espaço. A ruptura com o fundo aconteceu em 2020, quando foi despedido sem justa causa. O caso acabou nos tribunais, com António a vencer a causa. Nos últimos anos, António assumiu a posição de chef executivo no Angela’s Café and Lounge, no Hotel Lisboeta.

Um pai, um amigo

Devido ao trabalho em Macau, António foi distinguido, em 2013, pelo Governo da RAEM com a Medalha de Mérito Turístico da RAEM. Também em 2015, recebeu a medalha de mérito das comunidades portuguesas do Governo Português. No entanto, para quem trabalhou com ele o mais importante foi a relação que ultrapassou o campo estritamente profissional.

“Ele teve um grande impacto em Macau e para mim foi como segundo pai. Quando vim para Macau não tive uma vida fácil e ele sempre me deu a mão”, confessou Rodrigues. “Foi sempre uma pessoa que esteve presente para mim. E sempre o encarei como um homem de ferro. Em tudo o que ele fazia havia ali uma grande vontade”, apontou.

Este é um sentimento partilhado por Cristiano Tavares. “O António é o meu pai em Macau. Ele trabalhou até ao último dia, sempre com seriedade, honestidade e integridade. É um exemplo para todos os chefs que estamos nesta área”, indicou.

Para Marcelino Marques a morte de António é a perda de um amigo. “O António foi a pessoa que me acolheu em Macau e era capaz de o fazer o mesmo com toda a gente. Ele era rigoroso e exigente, mas era uma pessoa excelente”, descreveu. “Toda a gente o conhecia. Era uma pessoa afável e recebia como ninguém”, completou.

14 Out 2025

Governo afirma que presta atenção à saúde mental

Apesar de ter deixado de publicar dados sobre o número de suicídios, o Governo defende que presta muito atenção ao flagelo social. A posição foi tomada através de um comunicado sobre o Dia da Saúde Mental, assinalado na sexta-feira.

“O Governo da RAEM atribui grande importância à saúde mental dos residentes e criou um mecanismo de colaboração interdepartamental, mantendo uma estreita comunicação e cooperação entre os Serviços de Saúde, o Instituto de Acção Social, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude e as instituições de serviços sociais”, foi sustentado.

Com base neste mecanismo o Executivo aponta que está a implementar um mecanismo de prevenção com “quatro níveis” que passam por promover um maior envolvimento da sociedade na resposta ao fenómeno, através de acções dirigidas às famílias, escolas e à comunidade como um todo.

Desta forma, o Executivo acredita que “as entidades competentes” podem “intervir rapidamente e eliminar os potenciais riscos, de forma a salvaguardar plenamente a saúde física e mental dos residentes de Macau”.

Aplicações móveis

Como forma de divulgar informações sobre a saúde mental, o comunicado dos Serviços de Saúde (SS) destaca também que foi criada uma aplicação móvel com o objectivo de “aumentar ainda mais o conhecimento dos residentes sobre a saúde mental e reduzir mal-entendidos e preconceitos” sobre as doenças mentais. Através da aplicação Rede de Informação de Saúde Mental os cidadãos podem ler mais sobre estes problemas e até fazer testes de auto-diagnóstico.

Além disso, a 9 de Outubro foi realizada uma palestra pelos SS como forma de assinalar o Dia da Saúde Mental. A palestra teve como tema “Apoio psicológico em situações de crise: Garantir que todos tenham acesso aos serviços de saúde mental” e foi destinada a profissionais de saúde. Contou com a participação de mais de 50 pessoas.

13 Out 2025

Governo | Remodelação está a correr “muito bem”, diz André Cheong

O ainda secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, acredita que com Wong Sio Chak na liderança a secretaria Administração e Justiça “vai ficar cada vez melhor”

 

A dias de deixar o Governo para se tornar deputado, André Cheong garantiu que a remodelação do Executivo está a correr “muito bem”. As declarações do ainda secretário para a Administração e Justiça e porta-voz do Conselho Executivo foram prestadas na sexta-feira, após uma reunião do órgão consultivo.

No final do mês passado foi revelado que Cheong vai ser deputado a partir de quinta-feira e que o seu cargo vai passar a ser desempenhado pelo actual secretário para a Segurança, Wong Sio Chak. A pasta da segurança vai ser assumida por Chan Tsz King.

Na sexta-feira, na sessão de perguntas e respostas do Conselho Executivo, André Cheong abordou as mudanças e deixou um sinal de confiança para o seu sucessor. “Sobre a transferência de trabalhos para o secretário Wong, tanto ao nível dos planos de trabalho como do pessoal, tudo está a correr muito bem”, afirmou.

O secretário que poderá ser o futuro presidente da Assembleia Legislativa, dependendo da eleição dos deputados, que acontece na quinta-feira, elogiou também Wong Sio Chak, não só devido à experiência, mas também devido ao mecanismo de protecção civil. “Como sabem o secretário Wong Sio Chak tem uma longa experiência administrativa e é muito competente a nível de gestão e liderança”, começou por indicar André Cheong. “Por exemplo, nestas funções actuais, a nível da protecção civil, durante a passagem do tufão Ragasa ele trabalhou muito bem. Creio que esta tutela [Administração e Justiça] com a liderança dele vai ficar cada vez melhor”, realçou.

Mais agradecimentos

Na sessão de sexta-feira, André Cheong deixou também agradecimentos a Ho Iat Seng, ex-Chefe do Executivo, e Sam Hou Fai, actual líder do Governo, pela confiança depositada e as nomeações para o cargo de secretário para a Administração e Justiça. Esta é uma posição que Cheong desempenha desde 2019.

Além de secretário, desempenhou as funções de porta-voz do Conselho Executivo. Nesta condição, Cheong afirmou ter apresentado mais de 350 diplomas legais, entre leis e regulamentos, um facto que mencionou não ir esquecer.

Perspectivando as funções de deputado, o ainda secretário prometeu ir utilizar a sua experiência política na Assembleia Legislativa, para promover “uma maior interacção e comunicação entre os poderes Executivo e Legislativo”.

13 Out 2025

Biblioteca Central | Recebidas 30 propostas para criação de superestrutura

Terminada a construção das fundações e caves do projecto desenhado pelo atelier Mecanoo, a edificação da superestrutura da Nova Biblioteca Central de Macau deve acontecer até ao final do ano

 

O concurso público de atribuição das obras da superestrutura da Nova Biblioteca Central de Macau resultou na apresentação de 30 propostas. A abertura dos documentos apresentados ontem pelos candidatos foi realizada ontem, na sede da Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP).

O concurso público foi lançado a 21 de Agosto e define 620 dias como o período máximo para a construção desta fase do projecto localizado no Tap Seac. As obras da superestrutura deverão também arrancar até ao final do ano, depois de ficar concluída a construção das fundações e caves.

De acordo com o Governo, o novo projecto vai permitir “resolver” o “problema da falta de espaço da actual biblioteca central”, além de cumprir a “missão de promover a leitura para toda a população, o intercâmbio cultural e mostrar as características locais”.

As propostas vão ser avaliadas com base no preço (um critério com um peso de 50 por cento na decisão, prazo de execução (15 por cento), experiência e qualidade em obras (20 por cento), programa de execução (10 porcento) e ainda tendo em conta o plano do programa dos recursos humanos e proporção de trabalhadores residentes em cargos de gestão (5 por cento).

A futura biblioteca vai ocupar uma área de cerca de 2.960 metros quadrados e o projecto prevê a construção de quatro pisos de altura e cave, com uma área bruta de construção de cerca de 13.800 metros quadrados. De acordo com os dados oficiais, esta área de construção é “dez vezes superior à da antiga biblioteca central”, localizada no lado oposto da Praça do Tap Seac.

O rés-do-chão e os pisos superiores da construção vão receber instalações como auditórios, zona de leitura de jornais e revistas, bibliotecas para adultos e crianças, salas de reuniões e espaços multimédia dedicados ao ensino.

Projecto atribulado

A construção da nova biblioteca de Macau está pensada há mais de 10 anos com os processos da escolha do local e da elaboração do projecto a ficarem marcados por várias polémicas.

Inicialmente, durante o segundo mandato de Fernando Chui Sai On como Chefe do Executivo, foi revelado um convite ao arquitecto português Álvaro Siza Vieira para desenhar a futura biblioteca. Contudo, devido à pressão de grupos de interesses locais, o convite ao arquitecto português foi retirado, o que levou à realização de um concurso público.

No âmbito do primeiro concurso, foi escolhido um projecto do atelier do arquitecto Carlos Marreiros, com um preço de 18,68 milhões de patacas. A biblioteca estava planeada para o antigo tribunal. No entanto, as obras nunca chegaram a arrancar, porque face às críticas sobre a localização planeada, o Executivo optou por escolher um novo local, o actual, localizado na Praça do Tap Seac e que implicou a demolição do antigo Hotel Estoril.

As mudanças levaram à realização de mais um concurso público, desta feita internacional que terminou com a escolha do atelier holandês Mecanoo. É este projecto que está a ser agora construído.

10 Out 2025

Estudo | Jogo é factor de estabilidade

O trabalho publicado no início do mês destaca a importância do jogo para a economia local e alerta contra aventuras de diversificação económica que possam colocar em causa a estabilidade local

 

Uma indústria susceptível de ser afectada por incertezas políticas e económicas regionais e globais, mas também altamente resistente e que deve ser encarada como um factor de estabilidade no território. São estas algumas conclusões do estudo com o título “Incerteza Regional e Global e os Impactos na Indústria do Turismo e do Jogo de Macau”, publicado na revista Cogent Economics & Finance da autoria do académico Tang Chi Chong.

Na investigação, publicada a 3 de Outubro, é reconhecido que as incertezas regionais e globais “podem influenciar as receitas de jogo” em Macau, e alterações nos ambientes económico e político terão impacto nas receitas de jogo. Este impacto é esperado ao nível das apostas nos casinos, principalmente se as incertezas acontecerem em locais como o Interior, Hong Kong, Taiwan ou Coreia do Sul, os principais mercados de turistas da RAEM. “A indústria do jogo de Macau não está isolada do mundo exterior”, é reconhecido.

Todavia, o estudo também conclui que o turismo de Macau apresenta uma grande resistência face a impactos negativos em comparação com os mercados tradicionais de turismo, onde o jogo tem menos importância. “O sector hoteleiro de Macau é menos sensível aos riscos e incertezas globais em comparação com os sectores hoteleiros tradicionais, em grande parte devido à presença da indústria do jogo”, é justificado. “No entanto, os impactos da incerteza regional e global não são significativos para a indústria pilar de Macau. O sector do jogo da cidade demonstra uma forte resiliência face à instabilidade económica e política, tanto a nível regional como global”, foi acrescentado.

Proteger a galinha

Face a estas conclusões, o estudo defende que a indústria do jogo deve ser protegida, mesmo num ambiente em que se tenta diversificar a economia de Macau.

“É evidente que a integração da indústria do jogo no sector do turismo de Macau aumenta a resistência geral da indústria do turismo e da hotelaria da cidade. A diversificação económica tem sido uma política fundamental do governo de Macau. No entanto, deve ser dada uma atenção especial à sensibilidade das diferentes indústrias em comparação com o sector do jogo”, foi avisado. “Se a indústria do jogo demonstrar uma elevada resiliência à incerteza, mantê-la poderá ser uma estratégia viável para estabilizar a economia. Além disso, a resiliência à incerteza pode servir como um critério fundamental para o governo na selecção de indústrias para desenvolvimento, uma vez que contribui para a estabilidade económica num contexto de crescente incerteza económica e política global”, foi acrescentado.

Tang Chi Chong está ligado à Universidade Politécnica de Macau, Universidade de Turismo de Macau e à Universidade Politécnica de Hong Kong.

10 Out 2025

Comércio | Semana Dourada aquém das expectativas

Apesar de o número de turistas ter aumentado 15,3 por cento em comparação com o ano passado, na hora de abrir a carteira as pessoas revelaram-se mais cuidadosas. O clima de desilusão foi descrito pelo presidente da Federação da Indústria e Comércio de Macau Centro e Sul Distritos

 

Uma Semana Dourada longe de ser satisfatória. Foi desta forma que Lei Cheok Kuan, presidente da Federação da Indústria e Comércio de Macau Centro e Sul Distritos, definiu os mais recentes feriados. O balanço dos dias que se prolongaram entre 1 de Outubro e quarta-feira foi feito pelo responsável em declarações ao jornal Exmoo.

Segundo Lei Cheok Kuan o impacto nos negócios locais foi “desapontante”, porque apesar do território ter recebido cerca de 1,14 milhões de turistas, o número não se traduziu num aumento das receitas para o comércio local. O dirigente associativo reconheceu que a realidade ficou aquém das expectativas, porque os ganhos das bolsas chinesas desde o início do ano deixavam antever um maior poder de consumo dos visitantes.

“Não foi só na minha ourivesaria [que o negócio foi pior], os comerciantes que conheço na restauração e na venda a retalho, incluindo os da zona da Rua dos Ervanários, também viram os negócios terem pior desempenho do que no passado”, lamentou o presidente da associação.

Lei Cheok Kuan apontou que o fluxo de turistas nas Ruínas de São Paulo foi elevado, mas que mais turistas não gerou mais consumo. O responsável admitiu que os gastos ficaram abaixo do que tinha acontecido em Maio, durante os feriados nacionais por altura do Dia do Trabalhador.

Como motivos para um consumo mais fraco, o presidente da associação avançou como hipóteses o impacto do abrandamento da economia no interior, que torna os consumidores menos gastadores. Além disso, o presidente apontou que o modelo de consumo da geração Z mudou, sendo mais exigente, o que pode fazer com que não encontrem o que procuram em Macau.

Zona pedonal desiludiu

Sobre a nova zona pedonal temporária na Rua de Nossa Senhora do Amparo, Lei Cheok Kuan confessou que tinha muitas esperanças. A expectativa passava por uma grande concentração de turistas no local e um maior consumo.

No entanto, a realidade foi diferente do esperado. Lei Cheok Kuan apontou que foram poucos os comerciantes a sentirem os resultados a iniciativa. Por isso, o responsável concluiu que apesar de o Governo tentar encontrar novos métodos para apoiar às pequenas e médias empresas, os consumidores mudam cada vez mais de hábitos de consumo, o que dificulta a tarefa.

Todavia, Lei Cheok Kuan defendeu a necessidade dos comerciantes se adaptarem e compreenderem melhor a forma como os jovens gostam de gastar dinheiro.

Nos oito dias da Semana Dourada o território recebeu 1,14 milhões de turistas, o que representou um aumento de 15,3 por cento em comparação com o ano passado. Em média visitaram a RAEM 143,1 mil pessoas por dia, um aumento de aproximadamente 1 por cento, face ao ano passado.

Contas feitas

Macau recebeu mais de 1,1 milhões de visitantes na primeira semana de Outubro, nos feriados comemorativos do dia nacional da China, anunciou ontem a Direcção dos Serviços de Turismo (DST). O número total de visitantes durante a Semana Dourada, de 1 a 8 de Outubro, foi de 1.144.351, mais 16,5 por cento em relação aos 982.542 do ano passado, que contou com menos um dia (1 a 7 de Outubro), de acordo com dados publicados no site da DST.

Este ano, foi a 4 de Outubro que Macau registou o maior número de visitantes, com 191.132 turistas a entrarem no território. Já o menor número de visitantes na “Semana Dourada”, foi verificado no oitavo dia, 8 de Outubro, com 88.943 entradas, segundo aquela direcção. Este ano, celebraram-se os 76 anos da fundação da República Popular da China.

10 Out 2025

Educação | UM considerada a 145.ª melhor do mundo

Em pouco mais de 10 anos, a maior instituição pública de ensino de Macau conseguiu subir ao topo das melhores universidades a nível mundial. Num ranking liderado pelas instituições mais famosas surgem também a MUST e a Cidade Universidade de Macau

 

A Universidade de Macau (UM) foi ontem considerada a 145.ª melhor do mundo, de acordo com o ranking da revista Times Higher Education 2026. No espaço de 11 anos, a instituição pública de ensino subiu do 500.º lugar para a 145º posição do ranking.

Numa escala de 0 a 100 pontos, a UM foi avaliada pela Times Higher Education com um total de 62 pontos, quando no ano anterior tinha conseguido 59,7 pontos. A área em que a instituição conseguiu a melhor pontuação foi no índice “qualidade de investigação” com 92,9 pontos, seguido pelas “perspectivas internacionais”, em que obteve 92,5 pontos. De acordo a informação do ranking, mais de 51 por cento dos alunos da instituição são classificados como estudantes internacionais. Apesar disso, as perspectivas internacionais até foi a única área em que a universidade apresentou um desempenho pior do que no ano anterior.

Outro aspecto em que a instituição se destacou foi no índice sobre a indústria, que mede o financiamento pelas as empresas à instituição, com 87 pontos.

As áreas em que a Universidade de Macau apresentou uma prestação com menor qualidade foi no ensino (40,2 pontos) e ainda no ambiente de investigação (40,9 pontos).

MUST e Cidade

Em termos das universidades de Macau presentes no ranking de 2026, a segunda melhor classificada é a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, em inglês) que surge entre os lugares 251 e 300 do ranking. A partir da 201.ª posição o ranking deixa de especificar a posição concreta das instituições e coloca-as em grupos de 50 universidades, de 100 universidades ou 200 universidades.

A MUST obteve uma pontuação geral entre 54,3 e 56,3 pontos, mantendo a mesma posição desde o ranking de 2024. Ainda assim, está abaixo do nível alcançado em 2023 quando conseguiu entrar no grupo das instituições nas posições 201 a 250. A instituição privada obteve 93,2 pontos nas perspectivas internacionais, 84,4 pontos a nível da indústria, 81,1 pontos na qualidade de investigação, 38,8 pontos no ambiente de investigação e 34,2 pontos a nível do ensino.

A Cidade Universidade de Macau fez a estreia no ranking este ano, ao entrar para o grupo das instituições a ocupar entre o 601.º e o 800.º lugares. A instituição registou uma pontuação entre 39 e 43,5 pontos. O aspecto em que melhor se destacou foi nas perspectivas internacionais com 93,5 pontos, seguido pela qualidade de investigação com 59,7 pontos. O ensino conseguiu 30,8 pontos, enquanto na indústria somou 18,9 pontos e 17,1 pontos no ambiente de investigação.

Este ano o ranking voltou a ser liderada pelo Universidade de Oxford, com uma pontuação global de 98,2 pontos. A melhor universidade do Interior é a Universidade de Tsinghua no 12.º lugar do ranking, com 93 pontos. A Universidade de Hong Kong surge na 33.ª posição, com 80,5 pontos.

As melhores instituições portuguesas são Universidade de Coimbra, Universidade de Lisboa e Universidade do Porto, todas incluídas no grupo classificado entre as posições 401 e 500.

10 Out 2025

Hengqin | Pedida cautela para evitar burlas no arrendamento

As dicas para actuar no mercado de arrendamento na Ilha da Montanha surgem depois da divulgação de um mega caso de burlas em contratos de arrendamento que geraram perdas de 3,64 milhões de renminbis

 

Com cada vez mais residentes a optarem por se mudar para a Ilha da Montanha, o director da Agência Imobiliária Centaline de Macau e Hengqin, Roy Ho, aconselha cuidados especiais ao nível do arrendamento. Em declarações ao jornal Exmoo, o responsável da agência imobiliária indicou as práticas a adoptar para evitar problemas, depois da ocorrência uma mega burla que atingiu centenas de estudantes e perdas de 3,64 milhões de renminbis.

Segundo Roy Ho, quando os residentes pretendem arrendar uma habitação em Hengqin devem verificar muito bem todas as certidões e documentos legais sobre o apartamento, antes de concretizarem o negócio. Este é um ponto fundamental para evitar futuros problemas: “Não importa quem aluga a habitação, empresa ou indivíduo, também não importa se as condições do apartamento são muito boas. Se não houver certidões válidas, as pessoas devem sempre recusar o arrendamento”, frisou.

Roy realçou que é sempre necessário pedir ao proprietário para mostrar a certidão de propriedade do imóvel e o seu documento de identidade. Os interessados são aconselhados a insistir que lhes sejam mostrados os originais, em vez de cópias. E se os originais forem recusados, mesmo que seja com a justificação da necessidade de proteger os dados pessoais, o agente afirma que se deve desistir do aluguer.

Transferências bancárias

Além disso, para reduzir os riscos de burla, Roy aconselha que os arrendatários tenham como prioridade a escolha de empresa imobiliárias mais conhecidas, por motivos de credibilidade, em vez de recorrerem a negócios online menos transparentes.

Roy Ho apelou também aos residentes que não se deixem atrair por preços demasiado bons para serem verdade. A apresentação de um “preço barato com excelente qualidade” é apontada como um dos principais chamarizes dos burlões.

Os alertas foram deixados pelo director da Agência Imobiliária Centaline de Macau e Hengqin na sequência de uma mega burla, revelada em Agosto pela Procuradoria de Hengqin. Um homem fez-se passar por vários proprietários de apartamentos e conseguiu burlar mais de 100 estudantes em 3,64 milhões de renminbis. Entre as vítimas, estavam estudantes de Macau.

O burlão terá falsificado a assinatura dos proprietários dos apartamentos, com quem assinava contratos de arrendamento, para depois manipular os contratos de compra e venda desses imóveis e aparecer como proprietário. As vítimas faziam o arrendamento com base nos contratos manipulados por acreditarem que estavam a lidar com o proprietário real. Neste processo, o burlão terá contado com o auxílio de algumas agências imobiliárias.

Assinado o contrato de arrendamento, o burlão oferecia promoções especiais o que levou várias vítimas a pagarem antecipadamente o valor anual da renda. O caso foi descoberto porque o falso proprietário não pagou a tempo a renda a um dos verdadeiros proprietários, que despejou os estudantes que viviam na habitação. A Procuradoria pediu uma pena de prisão de 10 anos para o homem e uma multa de 100 mil renminbis.

9 Out 2025

Consumo | Estudo da MUST indica diminuição da confiança

Os preços dos bens, a situação do emprego e o nível de vida estão a abalar a confiança dos consumidores. A MUST destaca também que a economia do Interior alcançou novas “conquistas” que deixam os consumidores mais animados, enquanto a situação internacional apresenta um crescimento mais fraco

 

A população está cada vez menos confiante na altura de consumir, de acordo com o Índice de Confiança do Consumidor de Macau no terceiro trimestre de 2025, divulgado ontem pela Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST, na siga inglesa). No segundo trimestre do ano, o índice apontava para a existência de uma confiança reduzida, mas a situação agravou-se e o sentimento dos consumidores é agora de pessimismo.

Numa escala de 0 a 200 pontos, o índice global apresenta um resultado de 99,33 pontos, quando no trimestre anterior era de 101,71 pontos. Segundo a MUST, uma pontuação abaixo de 100 pontos indica que existe falta de confiança em termos do consumo, enquanto uma pontuação acima de 100 pontos reflecte um clima de confiança. “Isto representa uma descida de 2,38 pontos, ou 2,34 por cento, em comparação com o trimestre anterior (101,71 pontos)”, pode ler-se no comunicado da instituição. “A tendência descendente acelerou neste trimestre, fazendo com que o índice saísse da faixa optimista, sinalizando que a confiança do consumidor entrou numa fase de cautela”, foi acrescentado.

As alterações foram justificadas com os ambientes externo e interno. Em relação ao que se passa no mundo, para além do Interior da China, o comunicado indica existir um ambiente “cada vez mais complexo e desafiante”, e aponta que o “ritmo de crescimento da economia global enfraqueceu” ao mesmo tempo que “as barreiras comerciais continuaram a aumentar”.

Para os investigadores, o cenário na China é muito diferente, porque “foram alcançadas novas conquistas no desenvolvimento de alta qualidade” com a economia a manter “um progresso constante com melhorias contínuas”. Ainda assim reconhece-se “a procura insuficiente e os níveis de preços persistentemente baixos”.

Inflação e emprego preocupam

O resultado global da confiança foi afectado por vários factores que levaram a população a estar mais pessimista. A maior quebra de confiança no consumo foi motivada pelo nível médio dos preços no território. Este aspecto foi avaliado com 97,74 pontos no segundo trimestre, mas no terceiro não foi além e 91,87 pontos, uma diferença de 5,87 pontos.

O nível do padrão de vida é outro aspecto que apresentou uma descida da confiança, embora ainda esteja numa margem positiva. Foi avaliado com 102,73 pontos, quando antes tinha sido catalogado com 107,08 pontos, uma redução de 4,06 pontos. A maior desconfiança tem igualmente por base a situação do emprego, com um resultado pessimista de 92,69 pontos, quando no trimestre anterior era de 96,33 pontos, uma diminuição de 3,78 pontos.

Os investimentos em acções é outro dos indicadores que apresentou uma redução significativa, de 3,26 pontos para 112,42 pontos de 116,21 pontos, mas que continua a ser positivo.

Com os preços dos imóveis em quebra, o índice reflecte uma maior confiança dos consumidores. Em relação à compra de habitação, o índice apresentou 101,99 pontos, um aumento de 2,72 pontos face à pontuação de 99,29 do trimestre anterior. A confiança de consumo de habitação mantém-se assim num nível de optimismo.

Ao mesmo tempo, as perspectivas sobre a economia local são agora melhores, embora permaneçam em território negativo. Este aspecto teve uma pontuação de 94,14 pontos, um aumento de 0,57 pontos face ao valor de 93,41 do trimestre anterior. Apesar do crescimento, os consumidores mostram-se pessimistas em relação ao estado da economia local.

O Índice de Confiança do Consumidor de Macau do terceiro trimestre de 2025 teve por base 829 inquéritos junto de residentes com mais de 18 anos, realizados entre 1 e 15 de Setembro.

9 Out 2025

Edifícios | Alerta para perigos de fachadas sem manutenção

O vazio ao nível da responsabilidade face às fachadas dos edifícios está a criar uma situação alarmante para o deputado dos Moradores, Leong Hong Sai, que pede a intervenção do Executivo para evitar acidentes

 

Leong Hong Sai alerta o Governo para a necessidade de definir claramente as responsabilidades face às fachadas dos edifícios, para evitar a queda de objectos para as vias públicas. O aviso para o Executivo foi deixado através de uma interpelação escrita, com o deputado a indicar que a queda de reboco ou azulejos é um perigo para a segurança pública.

“A integridade e segurança das paredes exteriores não só afectam directamente os interesses vitais dos residentes, como também afectam significativamente a segurança pública e a paisagem urbana”, começa por justifica o deputado apoiado pelos Moradores. “No entanto, na prática, inúmeros edifícios privados enfrentam incertezas ou lacunas na propriedade das fachadas devido a legados históricos, disputas sucessórias e ao sistema de títulos estratificados”, indica. “Isto cria desafios significativos para a gestão unificada da manutenção, o controlo de qualidade e a resposta a emergências”, avisa.

Ao mesmo tempo, o legislador indica que nem sempre é fácil os proprietários dos apartamentos chegarem a um acordo sobre como fazer a manutenção ou realizar obras. “Quando as paredes externas desses edifícios se deterioram, ficam danificadas ou até representam perigos imediatos, muitas vezes ocorrem atrasos nas reparações devido a disputas sobre a atribuição de responsabilidades e a partilha de custos, criando riscos para a segurança da comunidade”, descreve.

Criar estatística

Como primeiro passo para lidar com o problema, Leong Hong Sai defende que o Executivo tem de compilar os dados sobre o número de edifícios privados em que existem dúvidas sobre os responsáveis pela manutenção das fachadas. O deputado pretende também que o Executivo explique como vai “lidar com os perigos imediatos decorrentes de edifícios com propriedade das paredes exteriores incerta ou incompleta”.

Além disso, Leong quer saber o que vai acontecer quando os proprietários não cumprirem as suas obrigações: “Que medidas existem para garantir a segurança estrutural das paredes exteriores quando os proprietários não cumprem as suas obrigações de manutenção, exigindo a intervenção do governo? Quais são os procedimentos e prazos relevantes envolvidos?”, interroga.

No mesmo sentido, Leong Hong Sai revela ter recebido queixas dos moradores do edifício Koi Nga porque durante os vários tufões que afectaram Macau este ano voltou a ocorrer queda de reboco e azulejos. O deputado pede o auxílio do Governo a lidar com esta questão. “Os residentes questionam por que tais ocorrências são raras noutros edifícios. As autoridades e empreiteiros vão dar a maior prioridade a esta questão e ajudar os residentes afectados a reparar as paredes externas?”, pergunta.

9 Out 2025

Imobiliário | Mercado a crescer em Setembro

O início de Setembro mostra um mercado em recuperação face ao número de transacções do ano passado. No entanto, a maior compra e vendas de habitação também resulta de os preços serem agora mais baixos

Na primeira metade de Setembro, o mercado imobiliário registou um aumento anual de 22 por cento de compras e vendas de casa e apartamentos, com 127 transacções efectuadas. Os números foram divulgados pela Direcção de Serviços de Finanças (DSF). No início do mês transacto, foram assim registadas 127 transacções, quando no início de Setembro do ano passado se contabilizaram 104 compras e vendas de habitação.

O mercado esteve mais activo na Península de Macau com 102 transacções, mais 48 do que no ano passado, o que representou um crescimento de 88,8 por cento. Contudo, no início de Setembro de 2024 o número de transacções na Península não foi além das 54, um valor historicamente reduzido para este mercado.

Em relação às transacções na primeira quinzena de Setembro deste ano, na Taipa foram apresentadas 21 compras e vendas de habitação, mais quatro do que no ano passado (17), uma alteração de 23,5 por cento. Em Coloane, registaram-se quatro transacções, uma redução de 87,9 por cento. Contudo, a transacção de 33 habitações em Coloane constituiu igualmente um número invulgarmente alto para aquela zona do território.

Em termos dos preços, registou-se uma redução anual do montante de 90.543 patacas por metro quadrado para 78.418 patacas, uma diminuição de 13,4 por cento.

Os preços foram afectados pela desvalorização em Coloane. Há um ano, os imóveis eram transaccionados a uma média de 124.162 patacas por metro quadrado. No entanto, mais recentemente o valor médio do metro quadrado não foi além de 75.292, uma redução de 16,8 por cento.

Em Macau, o preço apresentou uma valorização para 74.698 patacas por metro quadrado, de 6,4 por cento face ao valor anterior de 70.216 patacas. Na Taipa, a valorização foi de 30,3 por cento para 92.638 patacas, quando antes era de 71.129 patacas por metro quadrado.

Mercado estável

Quando a comparação é feita em termos mensais, os números mostram um mercado mais estável, com ligeiras variações a nível das transacções e do preço do metro quadrado.

Em comparação com o início de Agosto (118 transacções), Setembro teve mais nove compras e vendas de habitação para 127, um aumento de 7,6 por cento. Em Agosto, Macau tinha sido o mercado mais activo com 96 transacções (102 em Setembro), 19 na Taipa (21 em Setembro) e três em Coloane (quatro em Setembro).

Em termos dos preços, Setembro apresentou uma ligeira redução de 572 patacas por metro quadrado, dado que o preço no início de Agosto tinha sido de 78.990 patacas por metro quadrado. Em Agosto, os preços mais elevados tinham sido registados em Coloane, com uma média de 83.444 patacas por metro quadrado, seguido pela Península de Macau (82.734 patacas) e Taipa (62.219 patacas).

Habitação | Índice de preços com redução

Entre Junho e Agosto, o índice global de preços da habitação foi de 192,4, tendo descido 0,8 por cento, em comparação com o período transacto de Maio a Julho. Os números foram revelados na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). O índice de preços de habitações construídas (206,7) baixou 1,1 por cento, face ao período precedente, porém, o índice de habitações em construção (233,6) aumentou 0,3 por cento.

Quanto ao índice de preços de habitações construídas, o da Península de Macau (195,8) e o da Taipa e Coloane (250,1) desceram 1,3 por cento e 0,2 por cento. Em termos do ano de construção dos edifícios, o índice de preços de habitações construídas pertencentes ao escalão superior a 20 anos diminuiu 1,4 por cento, face ao período transacto. O índice de preços de habitações do escalão inferior ou igual a 5 anos e o índice do escalão dos 6 aos 10 anos desceram ambos 1,2 por cento, todavia, o índice do escalão dos 11 aos 20 anos cresceu 0,1 pro cento.

7 Out 2025

JP Morgan | Outubro com as receitas mais altas em seis anos

Embora o crescimento das receitas de jogo na Semana Dourada esteja abaixo das expectativas iniciais, o banco de investimento acredita que a cifra de 23 mil milhões de patacas vai ser atingida

Em Outubro, as receitas dos casinos deverão atingir 23 mil milhões de patacas, o valor mais alto desde o mesmo mês de 2019. As estimativas foram feitas pelo banco de investimento JP Morgan, tendo em conta as receitas da principal indústria de Macau nos primeiros dias da Semana Dourada.

De acordo com o relatório do JP Morgan, citado pelo portal GGR Asia, as receitas brutas do jogo atingiram 5,5 mil milhões de patacas nos primeiros cinco dias do mês, o que representou uma média diária de 1,1 mil milhões de patacas. “Foi a melhor Semana Dourada em mais de cinco anos”, pode ler-se no relatório citado, que vem assinado pelos analistas DS Kim, Selina Li e Lindsey Qian.

Apesar deste aspecto, os analistas reconhecem que os números ficaram um pouco abaixo das expectativas iniciais para este mês: “o crescimento anual parece relativamente moderado, com um aumento de 3 por cento em relação à base (muito) elevada do ano passado, ficando alguns pontos abaixo das nossas expectativas e das expectativas do mercado, que apontavam para um crescimento médio de um dígito”, foi justificado.

O crescimento das receitas abaixo das expectativas não é encarado como preocupante para a JP Morgan, porque a semana dourada de 2025 tem mais um dia de feriado do que a semana dourada do ano passado. Por isso, os analistas acreditam que a procura vai continuar forte na segunda semana de Outubro.

Expectativas mantidas

Os analistas acreditam que a procura vai continuar forte na segunda semana de Outubro, com as receitas diárias a atingirem 750 milhões de patacas, um crescimento de cerca de 15 por cento face ao ano passado. Na segunda semana de Outubro, é assim esperada uma quebra de 30 por cento em comparação com a primeira semana. Esta redução é mais ligeira do que aconteceu no ano passado, quando a quebra das receitas da primeira para a segunda semana chegou aos 40 por cento.

“A nossa projecção para o mês permanece inalterada por enquanto, com as receitas brutas do jogo a atingirem 23 mil milhões de patacas, o valor mais elevado em seis anos, crescendo entre 11 por cento e 13 por cento em relação ao ano anterior”, foi indicado.

Os analistas do banco afirmaram também esperar que a tendência de crescimento dure até ao próximo ano, com “um crescimento sustentado de dois dígitos das receitas brutas do jogo até, pelo menos, ao primeiro trimestre de 2026”.

7 Out 2025

Suicídio | Administração deixa de publicar dados

Após, em 2024, o número de suicídios ter atingido o valor mais elevado desde que há registos, os Serviços de Saúde estão desde o segundo trimestre do ano sem apresentar dados sobre o fenómeno. A TDM avança que houve pelo menos 40 suicídios entre Abril e Outubro, mas o número real deve ser superior ao contabilizado

 

Os Serviços de Saúde (SS) deixaram de publicar dados sobre o número de suicídios, uma estatística que costumava ser divulgada trimestralmente. A sonegação dos dados surge depois de em 2024 o valor de suicídios ter sido o mais elevado de sempre no território.

Além de não terem publicado os dados do segundo trimestre, que tendo como referência o ano anterior deveriam ter sido publicados em Agosto, os SS também terão ignorados vários pedidos feitos pelo Canal Macau sobre a compilação desta estatística.

A emissora pública revela que desde Abril apresentou vários pedidos junto dos SS para perceber os motivos do atraso da divulgação dos dados, mas há meses que é ignorada pelo organismo liderado por Alvis Lo. A nova tendência para lidar com as estatísticas de saúde aconteceu também poucos meses depois de Sam Hou Fai ter assumido o cargo de Chefe do Executivo. Esta é uma postura totalmente diferente da adoptada pelos seus antecessores, quando os números eram considerados informação pública.

No primeiro trimestre do ano, foram divulgados 18 casos de suicídio, o que aparentava indicar uma redução de quatro ocorrências em relação ao período entre Janeiro e Março de 2024.

Nesse ano registou-se um total de 90 suicídios, o maior registo desde 2003. No entanto, desde 2021 que se assistia a um crescimento sucessivo do número anual de suicídios, sem que a tendência se invertesse, apesar de as autoridades prometerem regularmente estar a prestar atenção à situação.

Cerca de 40 mortes

Face à ausência de estatística, o Canal Macau recorreu às mensagens partilhadas pela Polícia Judiciária para tentar calcular o número de suicídios.

As mensagens da PJ apresentam desafios na recolha de informações porque muitas vezes classificam os casos simplesmente como “descoberta de cadáver” sem indícios suspeitos de crime, o que nem sempre permite fazer a distinção entre suicídio ou uma morte ligada às condições de saúde da vítima.

Apesar destes desafios, o Canal Macau contabilizou as mensagens em que ficou claro que as mortes se deveram a casos de suicídio e indica que desde Abril até Outubro houve pelo menos 40 pessoas a colocar fim à vida. Todavia, o número real deverá ser mais elevado.

As idades das vítimas não foram apuradas pela emissora, porque a PJ deixou de divulgar as idades, utilizando, ao invés descrições genéricas, como meia idade, um termo que pode abranger pessoas com mais de 30 anos e até aos 65 anos. Ainda assim, a TDM adianta que a maioria das vítimas era de “meia idade”. Registaram-se 10 casos com jovens e um caso com uma menor. Entre as vítimas de suicídio, também surgem alguns casos de idosos.

Todos aqueles que estejam emocionalmente angustiados ou considerem que se encontram numa situação de desespero devem ligar para ligar para a Linha Aberta “Esperança de vida da Caritas” através do telefone n.º 28525222 de forma a obter serviços de aconselhamento emocional.

7 Out 2025

CCAC | Subcomissário suspeito de abuso de poder

O suspeito terá utilizado o posto de trabalho para atravessar centenas de vezes a fronteira com a família, quando não estava a trabalhar, através de um canal interno destinado aos funcionários

Um subcomissário do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) está a ser investigado pela prática do crime de abuso de poder. Em causa, está o facto de o agente ter utilizado os seus poderes para atravessar a fronteira, muitas vezes acompanhado da família, pelos canais internos dos trabalhadores, de forma a evitar as complicações dos canais normais para residentes e turistas.

A informação foi divulgada na sexta-feira pelo Comissariado contra a Corrupção (CCAC), que aponta que o subcomissário é “suspeito de ter abusado do seu poder, por várias vezes” de forma a “entrar com a sua família em Macau através do posto de migração que estava sob o seu comando”.

Além de utilizar com a família os canais internos para os funcionários, o CCAC indica que o subcomissário também exigia “aos seus subordinados para tratarem das formalidades de passagem nas fronteiras, por forma a contornar os procedimentos normais de controlo aduaneiro no posto fronteiriço”.

A situação das passagens ilegais durou cerca de quatro anos, entre 2020 e 2024, com o subcomissário a ter “aproveitado o seu cartão de identificação policial para aceder ao canal interno destinado aos funcionários na zona interdita, onde foram procedidas as formalidades respeitantes à passagem fronteiriça”. “Além disso, aquando da entrada na RAEM, evitava passar pela zona de inspecção aduaneira, ignorando as formalidades de inspecção aduaneira, as medidas de controlo de migração e a ordem da passagem fronteiriça da RAEM”, foi revelado.

Caso no Ministério Público

“O referido subcomissário é suspeito da prática do crime de abuso de poder previsto e punido pelo Código Penal, tendo o caso sido encaminhado para o Ministério Público e comunicado ao CPSP”, foi divulgado. O crime de abuso de poder está previsto no artigo 347.º do Código Penal e prevê uma pena de prisão de três anos, que também pode ser de multa. É um crime que implica mostrar que o agente teve benefício com a conduta ou que causou danos.

Com a nota de imprensa em que revelou o caso, o CCAC apelou aos agentes para serem rigorosos e não terem quaisquer expectativas de poderem violar a lei sem serem apanhados. “O CCAC reitera que os trabalhadores da função pública, particularmente os agentes da autoridade, devem ser mais rigorosos na sua auto-disciplina e não devem desafiar a lei, na esperança de não serem apanhados”, foi comunicado.

6 Out 2025

Matmo | Quarto tufão em cinco semanas causou um ferido

O sinal número 8 de tufão esteve içado durante cerca de 11 horas, entre as 02h e as 13h de ontem. Além de um ferido, a queda de um andaime de bambu do Edifício Dª. Julieta Nobre de Carvalho levou a que várias estradas fossem encerradas

O tufão Matmo passou a mais de 300 quilómetros de Macau, mas causou um ferido e a queda de um andaime no Toi San obrigou a que algumas vias públicas tivessem de ser encerradas. Estas foram duas das nove ocorrências registadas pelo Centro de Operações de Protecção Civil (COPC) durante aquele que foi o quarto tufão a afectar o território em cinco semanas e que levou a que o sinal número 8 de tufões estivesse içado durante cerca de 11 horas, entre as 02h e as 13h.

Os pormenores sobre os ferimentos causados a um cidadão não foram revelados, mas a ocorrência foi declarada ao COPC pelos Serviços de Saúde e pelo Hospital Kiang Wu, onde a pessoa terá sido tratada.

A passagem do tufão ficou igualmente marcada pela queda de um andaime de bambu na fachada do Edifício Dª. Julieta Nobre de Carvalho. A ocorrência fez com que o viaduto em frente desse prédio tivesse de ser encerrado temporariamente.

Como consequência foram igualmente encerrados de forma temporária um troço da Rua Nova de Toi San, a ligação do cruzamento entre a Avenida de Artur Tamagnini Barbosa e a Avenida do Conselheiro Borja, até ao cruzamento entre a Avenida de Artur Tamagnini Barbosa e a Rua de Lei Pou Chon. Entre as estradas encerradas, encontrava-se também o troço do cruzamento entre a Avenida de Artur Tamagnini Barbosa e a Rua Central De Toi San até ao cruzamento entre o Istmo de Ferreira do Amaral e a Rua Central De Toi San.

A queda do andaime foi incluída nos dados oficiais sobre as ocorrências durante o tufão, com as autoridades a registarem um total de três casos de remoção de andaimes ou objectos em estaleiros caídos, ou que ameaçavam cair, para as vias públicas.

No entanto, o maior número de ocorrências esteve relacionado com a remoção de reboco, reclames, janelas, toldos ou outros objectos em risco de queda, com sete ocorrências. Registaram-se também três casos de remoção de construções, candeeiros ou árvores em risco de queda ou derrubadas.

A passagem do Matmo levou ainda a que nove pessoas tivessem de recorrer aos centros de acolhimento de emergência disponibilizado pelo Instituto de Acção Social (IAS).

Nunca visto

O mais recente tufão a afectar o território ficou igualmente marcado por uma estreia. Pela primeira vez desde que foi inaugurada a Ponte Macau manteve-se aberta ao trânsito, apesar do sinal número 8 de tufão estar içado.

O anúncio de que o tabuleiro central da ponte ia permanecer aberto com o sinal número 8 de tufão foi divulgado na sexta-feira, através do Boletim Oficial. A velocidade da travessia em caso de tufão está limitada a 60 quilómetros por horas.

Com esta infra-estrutura aberta ao trânsito, os condutores passam a ter mais uma alternativa para circularem entre Macau e a Taipa em caso de tufão. Além da Ponte Macau, é igualmente possível circular no tabuleiro inferior da Ponte Sai Van. Em relação aos transportes, a Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) revelou que 51 voos foram afectados pelo tufão, com 18 a serem cancelados, 26 a registarem atrasos e sete a sofrerem alterações nos horários.

Explicações e registos

Com o sinal número 8 de tufão a ser substituído, as autoridades emitiram um comunicado a justificar que a distância não é o único motivo tido em conta quando se içam os sinais mais elevados.

“Em termos gerais, os ventos mais intensos verificam-se nas proximidades do centro de uma tempestade tropical. Assim, quanto mais perto do centro, maior a probabilidade de se registarem ventos fortes (equivalentes a um sinal 8) ou ainda mais intensos”, foi explicado. “Contudo, na realidade, a intensidade do vento gerada por uma tempestade tropical é influenciada por diversos factores, incluindo a estrutura da circulação, a interacção entre sistemas meteorológicos e as diferenças na direcção do vento”, foi acrescentado.

Sobre o Matmo, foi indicado que a “ampla extensão dos ventos fortes foi suficiente para afectar a região” e que as “rajadas intensas associadas às bandas de chuva resultaram em ventos que, durante o período do sinal 8, continuaram a atingir ou a ultrapassar o nível 8 em áreas abertas e nas pontes”. “Deste modo, a distância não pode ser o único critério a ser considerado para determinar a necessidade de emitir sinais de tufão”, foi frisado.

Os SMG informaram ainda que esta foi a 12.ª tempestade tropical a afectar Macau este ano, um registo que só encontra paralelo em 1974. Estas tempestades fizeram com que o sinal número 8 fosse içado pela quarta vez no mesmo ano, o que só tinha acontecido em 1993, 2008 e 2022.

Cheias desmentidas

Ontem, circularam nas redes sociais imagens de cheias na zona do Patane. Contudo, as autoridades emitiram um comunicado a indicar que as imagens foram captadas durante o tufão Ragasa, que passou por Macau no mês passado. “Em relação a um vídeo online que alega graves inundações na zona de Patane, o CPSP confirmou no local que não há inundações neste momento. O referido vídeo foi filmado durante a passagem da tempestade tropical Ragasa, que atingiu Macau recentemente.

O COPC apela ao público a evitar criar e espalhar rumores, uma vez que tais actos podem constituir crime”, foi apelado. “O COPC está a monitorizar de forma contínua a situação da cidade e esclarece que foram verificadas pequenas inundações na zona do Porto Interior esta manhã, que já recuaram”, foi adicionado.

6 Out 2025

Portugal | Sam Hou Fai visita deverá acontecer até Junho do próximo ano

O Chefe do Executivo destacou que a visita oficial a Portugal é “bastante importante” para o desenvolvimento de Macau, e que tem esperanças que a deslocação aconteça logo no início de 2026

 

O Chefe do Executivo prevê realizar a visita oficial a Portugal na primeira metade do próximo ano, depois do adiamento de Setembro. A meta temporal foi traçada na quarta-feira, à margem das cerimónias do 76.º aniversário da implantação da República Popular da China.

“Eu tenho comunicado com o Primeiro-Ministro Montenegro, e quando ele veio a Macau disse-lhe que o meu desejo era que a minha primeira visita ao exterior fosse a Portugal”, afirmou Sam Hou Fai, de acordo com o Canal Macau. “Agora estamos a preparar as novas Linhas de Acção Governativa, mas, espero que a visita possa ser realizada no princípio do próximo ano. Só depois é que vamos planear as visitas aos outros países”, acrescentou.

As Linhas de Acção Governativa deverão ser apresentadas na Assembleia Legislativa a partir de Novembro, até Dezembro, e constituem o plano de governação para o próximo ano.

O Chefe do Executivo destacou ainda a importância da visita para a RAEM, por considerar que é uma forma de promover o desenvolvimento. “[A viagem] é de uma acção bastante importante para o nosso desenvolvimento e estou convicto que se possa realizar no primeiro semestre do próximo ano”, vincou.

Visita adiada

Inicialmente, a visita oficial de Sam Hou Fai a Portugal, que incluía uma passagem por Espanha, estava agendada para o período entre 16 e 23 de Setembro.

Todavia, a poucos dias da deslocação, o Executivo anunciou o adiamento, sem que tivesse sido avançada uma justificação oficial ou uma nova data. “A visita foi adiada e não há ainda data de quando será realizada”, afirmou na altura fonte do Gabinete de Comunicação Social (GCS), citada pela Agência Lusa.

No entanto, o jornal Plataforma revelou que o adiamento da deslocação terá estado relacionado com a agenda do Primeiro-Ministro de Portugal. Entre 9 e 12 de Setembro, Luís Montenegro realizou uma visita à China e ao Japão, e o programa do itinerário no país nipónico terá levado as autoridades portuguesas a considerar que seria mais oportuno receber o líder do Governo de Macau noutra ocasião.

No entanto, quando se deslocou a Macau, entre 9 e 10 de Setembro, Luís Montenegro foi recebido por Sam Hou Fai, num encontro que decorreu à porta fechada na sede do Governo. Caso a visita não tivesse sido adiada, os dois teriam realizado dois encontros em pouco mais de uma semana.

3 Out 2025