IAS | Cortado financiamento a creche Smart

As razões do corte do financiamento não foram clarificadas pelo Governo, que se limitou a indicar que não conseguiu chegar a acordo com a associação Zonta Club de Macau, responsável pela exploração do espaço, sobre “princípio básicos” e “importantes aspectos de organização”

 

O Instituto de Acção Social (IAS) vai cortar o financiamento e recuperar as instalações e equipamentos financiados da creche Smart, operada pela associação Zonta Club de Macau. A informação foi revelada recentemente, mas está a gerar uma onda de preocupação por parte dos pais, que temem pelo futuro da educação das crianças.

Os motivos que levaram ao fim dos apoios do Governo da RAEM à creche não foram tornados públicos. Em explicações ao canal chinês da Rádio Macau, o IAS vincou que o fim do financiamento não está relacionado com qualquer problema com a operação da creche. Contudo, o IAS indicou que não foi possível chegar a um acordo com a associação Zonta Club de Macau sobre os moldes em que iria continuar a funcionar a parceria de financiamento, que está em vigor até Agosto deste ano.

A emissora aponta também que o IAS indicou que a falta de acordo visou “princípio básicos” e “importantes aspectos de organização”, sem adiantar mais detalhes, o que foi justificado com o facto de a associação ainda poder levar o caso para os tribunais da RAEM.

Transferências asseguradas

Ao mesmo tempo que confirmou o fim do financiamento público para a creche, o IAS assegurou igualmente aos encarregados de educação estar disponível para ajudar com as transferências das crianças para outras creches, quando a creche Smart encerrar. Os encarregados de educação foram igualmente informados sobre o desfecho em causa e as opções disponíveis.

O IAS vincou que existem vagas suficientes para todas as crianças que vão ter de ser transferidas, inclusive na Taipa, onde está localizada a creche Smart. Actualmente, informou o IAS, frequentam a creche mais de 80 crianças e cerca de metade vão entrar em jardins-de-infância no novo ano lectivo.

Apesar das garantias, durante o programa Fórum Macau, vários pais mostraram-se preocupados com a necessidade de terem de transferir as crianças no final de Agosto, quando se espera que aconteça o encerramento.

Ligações aos EUA

A Smart é explorada pela associação Zonta Club de Macau, que de acordo com o portal oficial da creche, é uma associação ligada à organização Zona Internacional, desde 2014. Esta é uma organização sem fins lucrativos fundada, em 1919, nos Estados Unidos, e que tem como missão a afirmação do papel profissional da mulher, através de iniciativas filantrópicas, sociais e culturais. Conta com mais de 30 mil membros a nível mundial, entre 1.200 associações em 67 países e regiões.

A nível de Macau, tem actualmente como presidente Christiana Ieong e conta com o apoio da empresária Pansy Ho, como sócia honorária.

28 Mar 2025

Cerca de 1.100 pessoas vivem em apartamentos para idosos

Até 7 de Março, quase 1.100 pessoas habitavam nos prédios para idosos, um tipo de habitação pública que pode ser arrendada por residentes com mais de 65 anos. A informação foi revelada pelo Instituto de Acção Social (IAM), na mais recente reunião do Comissão para os Assuntos do Cidadão Sénior.

A comissão reuniu na quarta-feira, e contou com a presença da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam, que ouviu ainda que as 1.100 passaram a ocupar as casas no âmbito de cerca de 740 candidaturas.

Em relação a pedidos de outras pessoas para se mudarem para os apartamentos para idosos, os representantes do IAS, entre eles o presidente How Wai, apontaram que estão a lidar com os processos recebidos entre Janeiro do ano passado e 14 de Fevereiro deste ano. Os trabalhos seguintes incluem a avaliação das candidaturas recebidas e a sua ordenação, tendo em conta também a capacidade dos candidatos. Apenas as pessoas consideradas independentes se podem candidatar a este tipo de habitação pública. No entanto, o número de candidaturas que estão a ser classificadas e organizadas não foi indicado.

Evitar o isolamento

Na reunião foi ainda definido como trabalho prioritário a identificação dos casos de isolamento ocultos. Este é um trabalho que o IAS espera alcançar através da cooperação com “as instituições particulares” e a melhoria dos “actuais serviços”.

Por outro lado, as autoridades prometeram “inteirar-se da situação habitacional dos idosos de Macau através da realização do ‘Inquérito aos beneficiários do Subsídio para Idosos que residem na RAEM’” e “aumentar as equipas de serviço extensivo ao exterior”. Desta forma, o IAS acredita poder “prestar carinho aos idosos ocultos” e facultar-lhes serviços e apoio necessários.

O inquérito encontra-se em fase de preparação, e visa os idosos, ou casais de idosos, que vivem sozinhos e vai ser feito através de visitas porta-a-porta, ou pedidos de informações junto de vizinhos ou de estabelecimentos comerciais.

28 Mar 2025

Hainão | Sam Hou Fai pede reforço da cooperação com Hengqin

O Chefe do Executivo passou por Hainão para participar na Conferência Anual do Fórum Boao para a Ásia 2025, e teve um encontro com o secretário do Comité Provincial do Partido Comunista da China, a quem sugeriu o reforço da cooperação entre Hainão e Hengqin

 

O Chefe do Executivo pediu o reforço da cooperação entre a Zona de Cooperação em Hengqin e o porto de comércio livre de Hainão. A proposta foi apresentada ao secretário do Comité Provincial de Hainão do Partido Comunista da China e presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Provincial, Feng Fei, num encontro na quarta-feira.

De acordo com a versão oficial do encontro, Sam Hou Fai afirmou estar “muito feliz por ver os progressos obtidos pela criação do porto de comércio livre de Hainão”. A província que fica situada numa ilha é regularmente encarada como o Havai da China, e é um dos grandes centros de turismo chineses, além de ter um regime preferencial ao nível do pagamento de impostos.

Durante a reunião, Sam Hou Fai “sublinhou as relações profundas e de longa data entre as duas regiões”, e “a boa base de cooperação entre as duas partes nos sectores de turismo, de saúde e da educação”.

A nível de futuras parcerias, o Chefe do Executivo afirmou acreditar haver espaço para reforçar a cooperação através da Ilha da Montanha, uma vez que “a Zona de Cooperação em Hengqin e o porto de comércio livre de Hainão têm aspectos idênticos em termos políticos”. A semelhança não é surpreendente, dado que as duas zonas fazem parte da jurisdição do Interior. Sam frisou que estas semelhanças podem “potenciar as […] vantagens singulares, alargando o intercâmbio de cooperação” entre as regiões “em prol de benefícios mútuos”.

Sobre Macau, Sam indicou que está “a acelerar com determinação o impulso ao desenvolvimento adequado e diversificado da economia” para alcançar um “crescimento de alta qualidade da sociedade e da economia”. O líder do Governo de Macau afirmou ainda “estar expectante das oportunidades de desenvolvimento através da cooperação pragmática entre as duas regiões”.

Hengqin como referência

Por sua vez, Feng Fei indicou que a o porto de comércio livre de Hainão entrará, este ano, em funcionamento como zona aduaneira autónoma e que teve por base inspiração nas “várias experiências de sucesso da Zona de Cooperação em Hengqin”. Feng Fei apontou também que Hainão vai acompanhar o desenvolvimento da Zona de Cooperação, para se inspirar nos sucessos mais recentes.

O governante reconheceu ainda que “a estrutura das indústrias de Hainão e de Macau têm aspectos em comum, onde a proporção do sector turístico é maior, esperando que ambos aprofundem ainda mais a cooperação, reforçando a união para um novo capítulo de cooperação em várias áreas entre os dois territórios”.

Sam Hou Fai esteve em Hainão com uma delegação de Macau para participar na Conferência Anual do Fórum Boao para a Ásia 2025.

28 Mar 2025

Ataque | Agressor em avaliação psicológica no hospital

O homem que atacou duas pessoas com uma faca numa loja na Travessa dos Anjos está indiciado da prática dos crimes de tentativa de homicídio e ofensa grave à integridade física. A informação foi revelada ontem pela Polícia Judiciária, em conferência de imprensa, e citada pelo jornal Ou Mun.

O suspeito de 41 anos é residente de Macau e encontra-se actualmente no Centro Hospitalar Conde São Januário, onde vai ser avaliado, dado que se suspeita sofrer de problemas mentais.

De acordo com as autoridades, o homem, desempregado e sem residência fixa, estava no Interior e entrou em Macau às 13h30 de terça-feira, através de fronteira de Qingmao. Foi visto a deambular por várias zonas da cidade, até que chegou à Rua do Campo, onde num primeiro momento atacou um transeunte com uma chapada, sem qualquer motivo.

Feito o primeiro ataque, o homem deslocou-se a um supermercado e comprou uma faca para descascar fruta, com uma lâmina com cerca de nove centímetros.

Sem aviso

Com a faca, o homem entrou na loja de telecomunicações, na Travessa dos Anjos, onde estavam quatro funcionários, três homens e uma mulher.

Dentro da loja, sem que nada o fizesse antever, o homem atacou logo um dos empregados, que foi golpeado num dos braços. Outro dos empregados tentou impedir o ataque, e acabou atingido com um corte na parte traseira do pescoço que se prolongou por 18 centímetros até às costas. Face ao ataque descontrolado, os homens acabaram por se esconder numa arrecadação, o que não evitou que o atacante os tentasse perseguir. Foi nessa altura que deixou cair a faca.

Sem a arma branca, virou-se para a empregada que tentou arrastar para fora da loja. A mulher pediu ajuda às pessoas que passavam na rua, sem sucesso, ao mesmo tempo que os empregados das lojas contactaram as autoridades.

Quando os agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública chegaram ao local conseguiram controlar o homem e, minutos depois, entregá-lo à Polícia Judiciária. Os empregados contaram às autoridades que o ataque começou sem qualquer motivo e que não houve qualquer discussão.

O empregado com lesões no pescoço e costas, e que chegou a perder a consciência, foi cosido com 100 pontos. Contudo, os órgãos vitais não foram atingidos, pelo que se espera uma recuperação tranquila, não havendo perigo de vida.

27 Mar 2025

Jockey Club | Gatos adoptados com problemas de saúde

Entre os 22 gatos adoptados que viviam no Macau Jockey Club, foi detectado um surto de panleucopenia felina, que levou à morte de pelo menos dois animais. Após a informação ter sido tornada pública, a empresa do Macau Jockey Club anunciou a distribuição de um apoio de 5 mil patacas para os adoptantes

 

Entre os 22 gatos disponibilizados para adopção pelo Macau Jockey Club e a ANIMA – Sociedade Protectora dos Animais de Macau, pelo menos oito estavam infectados com panleucopenia felina e dois morreram. A informação foi divulgada pela ANIMA.

De acordo com a associação, oito felinos foram diagnosticados com infecções do parvovírus, que é tido como altamente contagioso e perigoso. Entre estes oito, dois morreram e seis estão, ou estiveram, em estado grave, necessitando de receber tratamentos médicos dispendiosos.

A detecção de um surto da doença nos gatos que estavam no Jockey Club não é uma surpresa, uma vez que logo no dia das adopções houve três gatos, dos 25 inicialmente disponíveis, que foram diagnosticados com a doença. Por este motivo, apenas 22 gatos foram adoptados durante a campanha.

A ANIMA informou também que entre esses 22 gatos apenas dois não apresentaram qualquer problema de saúde. Contudo, houve outros casos em que os felinos tiveram bronquite grave, queda de dentes, apesar de terem apenas um ano, e outras infecções do sistema respiratório.

“Lamentamos profundamente o pesado encargo financeiro causado aos adoptantes ou a dor e o sofrimento dos gatos e gatinhos adoptados que faleceram devido ao vírus”, foi indicado. “Prometemos continuar a comunicar activamente com o Jockey Club de Macau, a fim de obter uma compensação pelas despesas médicas incorridas pelos adoptantes”, foi acrescentado.

Além dos gatos da adopção promovida pelo Macau Jockey Club e pela ANIMA, Mary Jean Reimer, actriz, advogada e activista pelos direitos dos animais de Hong Kong, também revelou que um dos gatos do Jockey Club que adoptou testou positivo para à panleucopenia felina.

Resposta positiva

Quando emitiu o primeiro comunicado, a ANIMA ainda não tinha a confirmação de que os tratamentos dos gatos doentes iriam ser pagos pelo Macau Jockey Club. Inicialmente, temeu-se que teriam de ser os adoptantes a pagar os custos.

Contudo, ontem, quase 24 horas depois da primeira publicação a relatar os problemas, a administração da empresa concordou em distribuir um apoio de 5 mil patacas por cada gato adoptado.

O Macau Jockey Club viu-se envolvido numa nova polémica com os gatos, quando em meados deste mês tentou enviar cerca de 100 felinos para o Interior, para um destino desconhecido e que nunca fui revelado. O envio dos gatos recebeu a aprovação do Instituto para os Assuntos Municipais, que num comunicado até prometeu garantir as condições de saúde dos animais para o transporte para Zhuhai.

Todavia, várias associações de protecção dos animais locais mobilizaram-se para impedir este desfecho. Além da campanha de promoção das adopções, também as associações receberam vários dos gatos.

Os animais foram criados como bravios no Macau Jockey Club, onde tinham como função caçar ratos, dado que a utilização do espaço pelos cavalos impedia a utilização produtos químicos. No entanto, como não tinham sido esterilizados, os gatos reproduziram-se até chegarem a ser cerca de 100. Agora sabe-se também que tinham desenvolvido várias doenças.

27 Mar 2025

Ilha da Montanha | Queixas de obstáculos à integração

Longas filas para atravessar a fronteira, serviços de saúde insuficientes, moradas que não são reconhecidas e cartas que nunca chegam ao destino. São alguns dos problemas dos residentes de Macau em Hengqin, que o deputado Nick Lei espera que o Governo consiga resolver

 

O deputado Nick Lei afirma que existem muitos obstáculos para garantir a integração dos residentes de Macau em Hengqin, e pede às autoridades que tomem novas medidas para melhorar a situação.

Ouvido pelo jornal do Cidadão, o deputado ligado à comunidade de Fujian indicou como um dos principais obstáculos a falta de condições para atravessar a fronteira, o que faz com que quem vive em Hengqin, mas trabalha ou estuda em Macau tenha de enfrentar frequentemente filas longas, principalmente durante os feriados ou nas horas de ponta.

Como solução para esta questão, o deputado propõe que as autoridades de Macau se coordenem com a Alfândega de Hengqin para instalarem balções ou canais de inspecção automáticos nas fronteiras apenas para residentes de Macau, com vista a aumentar a rapidez da passagem fronteiriça.

Em relação aos problemas identificados, Nick Lei aponta também que o centro de saúde do Novo Bairro de Macau, em Hengqin, que começou a funcionar em Novembro do ano passado, não tem serviço regular de colheita de sangue. Outra das falhas identificadas, é o facto de alguns medicamentos disponíveis em Macau não se encontrarem em Hengqin. Os serviços de saúde no bairro para residentes de Macau são assim tidos como insuficientes. Lei revela mesmo que houve residentes que tiveram de vir a Macau receber os tratamentos de saúde necessários, uma vez que não estavam disponíveis em Hengqin.

Problemas burocráticos

No rol de queixas que consta das declarações prestadas ao Jornal do Cidadão, Nick Lei afirma que vários residentes encontram dificuldades quando têm de declarar a morada na Ilha da Montanha junto dos serviços públicos ou instituições financeiras de Macau.

De acordo com o deputado, é frequente que as moradas em Hengqin não sejam aceites nas instituições locais como uma morada reconhecida em Macau. Outra situação frequente, acontece quando a morada na Ilha da Montanha é reconhecida, mas a correspondência nunca chega ao destino. Lei pede assim às autoridades que peçam aos correios do outro lado da fronteira para encontrarem uma forma de ultrapassar este obstáculo.

Por outro lado, Lei lamentou que a medida das autoridades do Interior para que os carros com matrícula de Macau autorizados a circular em Hengqin pudessem circular em toda a província de Cantão ainda não tenha saído do papel, apesar de anunciada.

Nick Lei compreende que a integração é um processo que leva o seu tempo, mas defende que estes aspectos devem ser melhorados rapidamente, para atrair mais residentes de Macau para Hengqin.

27 Mar 2025

Parques Industriais | Empresa com lucros de 10 milhões de patacas

Apesar dos lucros operacionais da Sociedade para o Desenvolvimento dos Parques Industriais de Macau terem piorado face a 2023, os ganhos com juros de capital permitiram melhorar os resultados em cerca de 7 por cento

 

No ano passado, a Sociedade para o Desenvolvimento dos Parques Industriais de Macau alcançou lucros de 10,01 milhões de patacas. A informação foi disponibilizada pela empresa no portal da Direcção dos Serviços da Supervisão e da Gestão dos Activos Públicos.

Os lucros de 2024 representam um aumento de 7,37 por cento em comparação com 2023, quando os ganhos da empresa detida pelo Governo da RAEM tinham sido de 9,33 milhões de patacas.

O aumento dos lucros marca uma inversão da tendência de redução face ao período entre 2022 e 2023, quando se registou uma quebra de 71,8 por cento de 33 milhões de patacas dos lucros para 9,33 milhões de patacas. Todavia, nessa altura, a companhia explicou que os lucros de 2022 tinham tido na origem em receitas extraordinárias cerca de 31,8 milhões de patacas, explicados com “transferências de contratos”.

No ano de 2024, as principais receitas da Sociedade para o Desenvolvimento dos Parques Industriais de Macau ficaram a dever-se ao arrendamento dos espaços no Parque da Concórdia, em Coloane, e Parque Industrial Transfronteiriço Zhuhai-Macau, construído na Ilha Verde. No último ano as rendas renderam à empresa 18,18 milhões de patacas, enquanto no ano anterior o montante tinha sido de 18,15 milhões de patacas.

Todavia, a grande diferença para o aumento dos lucros aconteceu devido às receitas com os juros de capital que subiram de 5,96 milhões de patacas, em 2023, para 7,30 milhões, em 2024.

Mais despesas

Os juros gerados pela empresa contribuíram para disfarçar o desgaste dos lucros operacionais, ou seja, a diferença entre os ganhos da empresa com a principal actividade, o arrendamento dos espaços, e as despesas de funcionamento. Como consequência, os lucros operacionais desceram de 4,56 milhões de patacas para 4,03 milhões de patacas.

Este “desgaste” ficou a dever-se principalmente ao aumento de despesas totais com os membros da administração e trabalhadores, dado que o peso subiu de 5,80 milhões de patacas para 6,05 milhões de patacas.

Em 2024, a empresa manteve o número de trabalhadores, que totalizaram 10 funcionários, mas os custos com salários, que excluem o pagamento dos membros da administração, subiram de 3,85 milhões de patacas para 4,14 milhões de patacas. O pagamento dos membros da administração aumentou de 1,36 milhões de patacas para 1,43 milhões de patacas.

No ano passado, Lo Ioi Weng foi substituído como presidente do conselho da empresa por Chan Hon Sang, que tem prevista uma remuneração anual de 1,29 milhões de patacas.

A Sociedade para o Desenvolvimento dos Parques Industriais de Macau tem como accionistas a RAEM e o Instituto de Promoção de Comércio e do Investimento (IPIM), aos quais entregou 1,09 milhões de patacas em dividendos, o mesmo valor que em 2023.

Aposta na diversificação

A Sociedade para o Desenvolvimento dos Parques Industriais de Macau foi criada em 1993 com o objectivo de atrair investimento e indústrias para o Parque da Concórdia em Coloane.

Em 2003, a empresa ficou responsável pela exploração do Parque Industrial Transfronteiriço Zhuhai-Macau, construído na Ilha Verde, espaço criado com o objectivo de diversificar a indústria do território. A empresa tem assim como objectivo desenvolver e gerir terrenos que ficaram reservados para o desenvolvimento industrial e actividades relacionadas, de acordo com o portal da companhia.

27 Mar 2025

Aeroporto | Cantão promete mega centro com Macau e Hong Kong

Num documento apresentado na segunda-feira, o Governo Popular da Província de Cantão admite que vai ligar Hengqin à rede de comboios de alta velocidade, com a construção do troço entre Hezhou e a Ilha da Montanha

 

O Governo Popular da Província de Cantão tem planos para desenvolver um centro gigantesco de aeroportos que vai incluir Macau e Hong Kong. O projecto consta do “Plano de Acção Trienal para o Desenvolvimento de Alta Qualidade”, que vai entrar em vigor a partir deste ano e se prolonga até 2027.

De acordo com o ponto quatro do plano apresentado na segunda-feira, em três anos é esperada a construção de “um centro de aeroportos com classe mundial” que vai passar pela expansão do Aeroporto de Guangzhou Baiyun, a construção da terceira pista do Aeroporto de Shenzhen Bao’an e o início das obras do Novo Aeroporto de Guangzhou.

No âmbito deste projecto, as autoridades de Cantão esperam ainda “aprofundar a cooperação no domínio da aviação civil na área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”, e apoiar a transformação de Guangzhou na construção de um de centros de aviação internacional e de Shenzhen num centro regional de aviação.

O comunicado sobre o plano apresentado na segunda-feira não indica os detalhes de como vai ser feita a coordenação com Macau e Hong Kong a nível dos aeroportos, embora este seja um dos aspectos focados.

Além da aviação, o Governo Popular da Província de Cantão aposta numa maior ligação a nível das infra-estruturas de transportes com Macau, que passa por “promover uma melhor integração de Hong Kong e de Macau no desenvolvimento nacional global e melhorar o sistema de transportes rápidos que liga os portos das cidades do Delta do Rio das Pérolas”. O reforço das ligações transfronteiriças com Macau e Hong Kong é um dos principais objectivos destacados.

Aposta na Montanha

Como parte dos projectos para os próximos três anos, o Governo Popular da Província de Cantão define ainda como meta a expansão do comboio de alta velocidade para a Ilha da Montanha, com a construção do troço entre Hezhou e Hengqin.

A maior integração promovida pelas autoridades de Cantão face a Macau e Hong Kong inclui também uma vertente virada para os portos marítimos, definida pela política “um centro, dois pólos”, em que os portos das regiões administrativas vão contribuir para criar uma ligação à principal cidade do Interior.

Em termos das rotas marítimas de passageiros, ao contrário do que acontece com as ligações com Hong Kong, os residentes de Macau podem esperar ainda mais, e mais frequentes, ligações com o Interior. Isto porque o plano pretende não só “melhorar o nível dos serviços nas rotas com Hong Kong e Macau”, mas também “optimizá-las com alterações em ambos os lados do Estuário do Delta do Rio das Pérolas”.

26 Mar 2025

Cooperação | Sam Hou Fai aposta em Heilongjiang para diversificar economia

Durante um encontro entre o Chefe do Executivo e os representantes de Heilongjiang foram assinados vários memorandos em áreas como indústria, medicina-tradicional chinesa, educação ou comércio

 

O Chefe do Executivo espera que Macau consiga utilizar a base industrial de Heilongjiang para diversificar a economia local. A esperança foi deixada durante um encontro, à porta fechada, entre Sam Hou Fai e Xu Qin, secretário do Comité Provincial de Heilongjiang do Partido Comunista da China e presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Provincial, que decorreu na segunda-feira.

De acordo com a versão oficial, Sam Hou Fai destacou que “Heilongjiang possui uma base industrial sólida, com ricos recursos ecológicos” e defendeu que as duas partes devem utilizar as “vantagens diferentes em recursos e indústrias” para reforçar a cooperação, e contribuir para a diversificação da economia de Macau.

Como tem defendido nos encontros com representantes do Interior, o Chefe do Executivo indicou também que existe uma perspectiva de cooperação “ampla”, a nível da “economia, comércio, ciência, tecnologia, educação, turismo cultural e desporto” para “injectar uma nova dinâmica na promoção do desenvolvimento da diversificação adequada da economia de Macau”.

O Chefe do Executivo apontou também que o Governo da RAEM vai cumprir “o espírito dos discursos importantes do Presidente Xi Jinping”, o que passa por “persistir no princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, desempenhar plenamente o papel de Macau enquanto elo e ponte de ligação entre a China e os Países de Língua Portuguesa, articular-se activamente com as grandes estratégias nacionais, tais como a iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ e a construção da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”.

Assinatura de protocolos

O encontro serviu igualmente para assinar diferentes protocolos, cujos alcances não foram revelados no comunicado que fez o relato da reunião.

Os protocolos assinados foram o “memorando de cooperação turística entre o Departamento de Cultura e Turismo da Província de Heilongjiang e a Direcção dos Serviços de Turismo da RAEM”, o “memorando de cooperação entre o Departamento de Comércio da Província de Heilongjiang e o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento da RAEM”, o “memorando de cooperação entre o Departamento de Educação da Província de Heilongjiang e a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude da RAEM”.

Foram ainda assinados o “acordo-quadro de cooperação estratégica na área da medicina tradicional chinesa entre os Serviços de Saúde da RAEM e a Administração de Medicina Tradicional Chinesa da Província de Heilongjiang”, o “acordo-quadro de intercâmbio e cooperação na área de desporto entre a Administração do Desporto da Província de Heilongjiang e o Instituto do Desporto da RAEM”, o “memorando de cooperação sobre o aprofundamento conjunto do intercâmbio e desenvolvimento da juventude entre a federação da juventude da Província de Heilongjiang e a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude da RAEM”, e o “acordo de cooperação sobre a construção do ‘laboratório conjunto da certificação de qualidade de medicamentos de Heilongjiang e inovação de produtos’ entre a Universidade de Macau e a academia da medicina tradicional chinesa da Província de Heilongjiang”.

26 Mar 2025

Maternidade | Pedida atribuição de abonos de família

Face à queda da natalidade, as associações pedem ao Governo de Sam Hou Fai que aumente o número de apoios às famílias. Além do subsídio de nascimento, actualmente de 5.418 patacas, pede-se a criação de um abono de família e a extensão das licenças de maternidade e paternidade

 

A Associação Geral das Mulheres de Macau e a Associação dos Jovens do Povo defenderam a atribuição de abonos de famílias para ajudar as famílias locais a fazerem face aos cada vez maiores encargos financeiros.

Através de um comunicado, Loi I Weng, vice-presidente da Associação das Mulheres, indicou que existem actualmente cerca de 23 províncias do Interior a distribuir subsídios. Por exemplo, a cidade Hefei, na província de Anhui, distribui um único abono aos casais com dois ou três filhos, com um valor que vai dos 2 mil renminbis aos 5 mil renminbis. Por sua vez, as autoridades da cidade Jinan, na província de Shandong, distribuem um apoio mensal para as famílias que têm duas ou três crianças de 600 renminbis por criança, até estas perfazerem três anos.

Em Macau, Loi I Weng reconheceu que há um subsídio de nascimento, actualmente no valor de 5.418 patacas. Contudo, Loi defende que o valor deve ser aumentado e deve ser ponderada a distribuição de um abono de família, tendo como referência o valor do subsídio para cuidadores ou do subsídio de família dos funcionários públicos, que têm o valor de 2.175 patacas e 940 patacas, respectivamente.

Por seu turno, o vice-presidente da Associação dos Jovens do Povo Tam Sio Pang também defendeu a ideia do subsídio para assistência na infância.

Ouvido pelo jornal Ou Mun, o responsável da associação subordinada Aliança de Povo de Instituição de Macau sugeriu que o Governo deve seguir a prática da cidade Hohhot, capital da Região Autónoma da Mongólia Interior, que oferece um subsídio único no valor de 10 mil renminbis para os casais que têm um filho. Quando os casais têm dois filhos recebem cerca de 50 mil renminbis ao longo de 5 anos, e se tiverem três filhos recebem 100 mil renminbis ao longo de 10 anos.

Outros pedidos

Além do subsídio, os responsáveis das associações defenderam que também é importante o Governo lançar outras medidas para criar um “ambiente mais favorável” ao aumento da taxa de natalidade.

Loi I Weng sugeriu ao Governo que subsidie as empresas, para estas implementarem medidas laborais de apoio às famílias dos trabalhadores. Além disso, a responsável considera ser necessário o Governo estender a licença de maternidade e paternidade, para que os residentes tenham menos preocupações sobre a natalidade.

Tam Sio Pang também quer a extensão da licença de maternidade e paternidade e defende que a licença de maternidade deve ser aumentada para 90 dias, face aos 70 dias actuais. Tam Sio Pang sugeriu ainda que o Governo aumente as vagas nas creches subsidiadas, bem como uma integração gradual dos serviços de cuidados à criança no sistema de escolaridade gratuita.

25 Mar 2025

Trabalho | Leong Sun Iok quer protecção para “falsos colaboradores”

O deputado da FAOM alerta para o abuso do regime de trabalho independente, que pode ser usado pelas entidades patronais para evitar obrigações, como a aquisição de seguros

 

O deputado Leong Sun Iok pretende que o Governo apresente novas medidas para proteger os “falsos colaboradores”, ou seja, os trabalhadores que no papel são contratados para uma prestação de serviços independente, mas na prática estão sob a autoridade da entidade patronal. O assunto foi abordado através de uma interpelação escrita, divulgada ontem pelo gabinete do legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM).

De acordo com o cenário relatado por Leong Sun Iok, está a tornar-se cada vez mais normal em Macau os empregadores recorrerem a falsos colaboradores, dado que “o mercado é limitado e muitas pessoas só conseguem trabalhar desta forma”. Sem opções, os trabalhadores acabam por aceitar as propostas.

Em condições normais, os colaboradores prestam um serviço, podendo escolher quando e como trabalham, sendo o mais relevante a apresentação do resultado para o qual foram contratados. No entanto, nas condições relatadas pelo deputado, na prática, os trabalhadores são obrigados a seguir horários de trabalho estabelecidos pelo patrão e as suas instruções, características típicas do regime de trabalhador dependente. Para os patrões, embora esta actuação seja ilegal, o regime tem a vantagem de permitir evitar despesas decorrentes da garantia de direitos laborais.

Como tal, Leong Sun Iok pede ao Executivo que “verifique se os empregadores estão a recorrer a esta possibilidade como meio para fugirem às responsabilidades e aos deveres da relação de trabalho”.

Mais um estudo

O deputado da bancada parlamentar da FAOM pede que se siga o exemplo do Interior da China, de aumento da protecção destes trabalhadores. Para tal, argumenta que é necessário “estudar a forma de assegurar as garantias profissionais dos trabalhadores por conta própria e dos profissionais liberais”, e “incentivar os empregadores a adquirirem seguro de trabalho para os seus trabalhadores com contratos de prestação de serviços”.

O membro da Assembleia Legislativa pede também ao Governo que esteja atento ao surgimento das “novas modalidades de emprego”.

Na interpelação, é também solicitada a realização de “um inquérito sobre o número e os tipos de trabalhadores por conta própria e de profissionais liberais existentes” no território, para “salvaguardar os direitos e interesses profissionais dos trabalhadores”.

Por outro lado, Leong indica que em Macau há sempre contrato de trabalho, independentemente da designação do contrato, quando é exigido ao “colaborador” que esteja “disponível” para desempenhar as funções a pedido do empregador. Por isso, pergunta ao Governo se vai emitir instruções claras e reforçar as acções de divulgação sobre o regime laboral de Macau, para “evitar o incumprimento da lei por parte dos empregadores e salvaguardar os direitos e interesses dos trabalhadores”.

25 Mar 2025

Hengqin | Sam Hou Fai pede mais esforços e espírito de reforma

A prioridade para concretizar o desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada passa pelo estudo do espírito dos discursos de Xi Jinping. Esta é uma das quatro expectativas apresentadas pelo Chefe do Executivo para a Zona de Cooperação Aprofundada

 

A aprendizagem do conceito “Macau + Hengqin”, apresentado por Xi Jinping, é a prioridade no âmbito do desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Cantão e Macau, em Hengqin. A meta foi traçada por Sam Hou Fai, Chefe do Executivo e co-Chefe da Comissão de Gestão da Zona de Cooperação Aprofundada, durante a mais recente reunião de trabalho, que aconteceu no sábado.

Sobre a “próxima fase do desenvolvimento” da Zona de Cooperação, Sam Hou Fai apresentou quatro “expectativas” para orientar os trabalhos. A primeira passa por “aprender e implementar com seriedade a importante abordagem ‘Macau + Hengqin’” apresentada pelo Presidente Xi Jinping, e “compreender profundamente as suas ricas conotações e requisitos práticos, envidando com todos os esforços para criar uma nova conjuntura da Zona de Cooperação”.

Na versão oficial da reunião emitida pelo Governo de Macau não é explicada a “importante abordagem”, nem são indicadas concretamente as “conotações” e “requisitos práticos”.

Como segunda expectativa, Sam pediu aos membros da comissão “mais esforços para a reforma e inovação” da Zona de Cooperação, e vontade de “explorar com coragem as políticas inovadoras e a convergência de regras e mecanismos, para ultrapassar as restrições do desenvolvimento de Hengqin”. Também neste aspecto, não foram detalhadas as “restrições” que têm sido encontradas.

Como terceira expectativa, o líder do Governo de Macau pediu um reforço da capacidade de trabalho e vontade para “alcançar avanços”. Por último, Sam considerou que Macau tem de reforçar o apoio às autoridades do outro lado da fronteira, para promover “novas conquistas em todas as vertentes”.

Balanço positivo

Olhando para o trabalho dos últimos três anos, Sam Hou Fai considera que foram alcançados “progressos positivos” e que “o nível de integração entre Hengqin e Macau tem melhorado gradualmente”. O Chefe do Executivo também defendeu que o papel da Zona de Cooperação como sustento do “desenvolvimento diversificado da economia de Macau torna-se cada vez mais evidente”.

Por sua vez, o Governador da Província de Guangdong, Wang Weizhong, o outro co-Chefe da Zona de Cooperação Aprofundada, afirmou que a comissão vai “empenhar-se em desenvolver as ‘quatro novas’ indústrias, potenciar o Parque Industrial de Design de Circuito Integrado Guangdong-Macau em Hengqin, o Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa, o Parque Industrial de Comércio Electrónico Transfronteiriço e o Parque Industrial de Inovação Hengqin-Macau”.

Além disso, apontou como trabalhos prioritários, o reforço da “divulgação e promoção das políticas preferenciais e o planeamento e a introdução de projectos industriais” , bem como a atracção de “mais quadros qualificados com ideias inovadoras, capital, empresas e residentes de Macau para animar o ambiente de negócios da Zona de Cooperação”.

24 Mar 2025

Edifício Fong Nam | Incêndio leva três residentes ao hospital

Um homem foi transportado sem sinais vitais para o Centro Hospitalar Conde São Januário, na sequência de um incêndio no Edifício Fong Nam, no Istmo de Ferreira Amaral

 

Um homem com cerca de 70 anos foi ontem transportado em estado grave para o hospital, devido a um incêndio ocorrido no 15.º andar do Edifício Fong Nam, no Istmo de Ferreira Amaral. O residente foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros (CB) na casa-de-banho, sem sinais de respiração ou ritmo cardíaco, e levado para o Centro Hospitalar Conde São Januário.

Além do homem, outras duas moradoras, uma com 74 anos, e outra com 51 anos, tiveram igualmente de ser hospitalizadas, mas encontram-se fora de perigo e numa situação considerada estável. A moradora de 74 anos terá sofrido uma queda, depois de ter inalado fumo que subiu até ao 21.º andar. Já a residente de 51 anos, foi levada para o hospital, depois de ter sofrido um ataque de pânico.

O alerta para o incêndio foi dado por volta das 11h, por um outro morador, após ter sentido cheiro a queimado e ter visto fumo na sua habitação.

De acordo com o jornal Ou Mun, quando o Corpo de Bombeiros chegou ao local do incêndio teve de utilizar ferramentas para abrir a porta e entrar na habitação em chamas. Após o combate ao fogo com mangueiras de água, os bombeiros levaram ventoinhas para a habitação para remover o fumo.

A casa afectada pelas chamas tem três quartos e suspeita-se que o incêndio tinha começado num deles, onde um armário ardeu por completo. Os restantes quartos e a cozinha não sofreram danos de maior, apesar de um candeeiro ter derretido com o calor das chamas.

A investigação preliminar não conseguiu determinar ainda a origem do incêndio. O incidente fez também com que cerca de 10 moradores tivessem de abandonar as suas habitações e aguardar pelo socorro no rés-do-chão do edifício.

Sete em um mês

Com o incêndio de ontem, contabilizam-se, no espaço de um mês, sete incêndios em edifícios de habitação com necessidade de retirar os moradores do edifício.

O início desta semana foi particularmente propenso a acidentes, com dois incêndios no domingo. Um ocorreu no Edifício Hoi Fu, que levou a que duas pessoas tivessem de ser hospitalizadas devido à inalação de fumos. Nesse mesmo dia, teve lugar outro fogo no Edifício Jardim Iat Lai, embora sem feridos.

Todavia, a série negra começou a 24 de Fevereiro, quando as chamas atingiram o Edifício do Lago, o que fez com que dois moradores tivessem de ser transportados para o hospital. Houve ainda 18 moradores que tiveram de deixar temporariamente as suas casas. Este fogo ficou marcado pelo facto de o alarme de incêndio não ter funcionado, o que levou a alertas de alguns deputados, como Lo Choi In.

No entanto, o pior incidente aconteceu no Edifício Jardim Cidade Nova (também denominado San Seng Si Fa Un), na Avenida Tamagnini Barbosa, no bairro do Toi San, em que três pessoas tiveram de ser transportadas para o hospital, duas crianças e uma empregada doméstica, com queimaduras no corpo.

21 Mar 2025

Comércio | Lao Ngai Leong quer mais veículos vindos de Hong Kong

Com o comércio local a perder cada vez mais receitas para o Interior, o membro da Assembleia Popular Nacional por Macau sugere que o território aceite mais viaturas de Hong Kong, para ajudar à recuperação dos negócios as pequenas e médias empresas

 

O membro da Assembleia Popular Nacional por Macau, Lao Ngai Leong, sugere a atribuição de mais quotas para veículos de Hong Kong podere circular em Macau, para compensar as pequenas e médias empresas (PME), pelas perdas das receitas para o Interior. A proposta foi apresentada durante uma sessão para aprender o “espírito das duas sessões”, realizada Associação de Federação e Comercial União de Shun De de Macau, na quarta-feira.

Durante a sessão, de acordo com o Jornal do Cidadão, Lao Ngai Leong abordou os problemas do comércio local, provocados pelo consumo cada vez mais frequente dos residentes do outro lado da fronteira. Contudo, Lao destacou que a questão é mais abrangente e que tem vantagens, dado que “também as pequenas e médias empresas começaram a consumir mais no Norte”.

Apesar deste cenário, o também empresário espera que os veículos de Guangdong possam circular cada vez mais perto de Macau, para visitarem o território e aumentar o volume de negócios das PME.

No entanto, o político avisou a população local da necessidade de ter maior capacidade para aceitar o aumento de tráfego nas estradas de Macau. A sugestão foi apresentada numa altura em que os residentes de Hong Kong tendem a consumir cada vez mais no Interior, em especial em Shenzhen, onde os preços são mais baratos do que na RAEHK ou em Macau.

A reconhecer a realidade

Em relação às PME dos bairros comunitários, o deputado reconheceu a existência de dificuldades acrescidas, dado que os novos turistas de Zhuhai não ficam, nem compram nessas zonas. Lao Ngai Leong defendeu assim que o Governo tem de criar outras atracções nos bairros e atribuir maior apoios ao comércio local, para atravessar esta fase complicada.

Apesar das dificuldades, o empresário defendeu que a economia de Macau está a “recuperar relativamente bem depois da pandemia” e que é a “obrigação de todos os sectores aproveitarem as políticas preferenciais do Governo Central”. O político afirmou igualmente que “as PME devem revitalizar-se e criar novo valor, para serem mais competitivas”.

Lao contou ainda que a sua empresa de comida no Interior começou a trabalhar com universidades para criar novos produtos e a seguir as novas tendências de consumo, pedindo ao comércio local que siga este exemplo.

21 Mar 2025

NAPE | FAOM pede abertura de Centro de Saúde

A conclusão de edifícios para escritórios da Administração no NAPE é vista pelo deputado da FAOM, Leong Sun Iok, como a oportunidade para abrir novas instalações de saúde, numa zona que afirma ter pouca cobertura

 

Leong Sun Iok defende a abertura de um Centro de Saúde público no NAPE, após a construção dos novos edifícios da Administração. O pedido faz parte de uma interpelação escrita do deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM).

Segundo o legislador, actualmente, os residentes do NAPE são servidos pelo Centro de Saúde do Tap Seac, que tem uma das maiores coberturas da RAEM e maior número de utentes. No entanto, Leong indica que a capacidade do centro de saúde é limitada pelo que em 2027 vai surgir uma oportunidade para resolver o problema.

“De acordo com a área de cobertura dos centros de saúde, actualmente, os residentes da zona do recebem serviços médicos e de saúde no Centro de Saúde de Tap Seac. No entanto, com o aumento da população verificado nos últimos anos, há uma necessidade urgente de um novo centro de saúde na zona do NAPE”, afirmou o deputado. “Com a conclusão, em 2027, dos edifícios de escritórios públicos nos lotes 25 e 12 no NAPE, espera-se que a oportunidade seja aproveitada para abrir o novo Centro de Saúde, para colmatar esta lacuna e aliviar a pressão sobre o Centro de Saúde de Tap Seac”, é acrescentado.

O deputado defende que os edifícios pensados como escritórios para a Administração possam ser reconvertidos para expandir a rede de clínicas do território.

Leong Sun Iok lamenta também que actualmente os residentes do NAPE apenas se possam deslocar ao Tap Seac, por considerar que as opções são limitadas. Além disso, aponta a falta de serviços de saúde, mesmo privados, naquela zona. “Como não existem actualmente instituições médicas públicas no NAPE, e são poucas as clínicas privadas, é difícil satisfazer as necessidades médicas e de cuidados de saúde dos residentes naquela área”, atira.

Tap Seac com limitações

Por outro lado, Leong Sun Iok destaca as limitações do Centro de Saúde do Tap Seac, apesar de admitir que estão identificadas e que os Serviços de Saúde têm planos para melhorar os espaços para as consultas.

Na interpelação, o deputado recorda também que o Plano para uma Macau Saudável tem como pilares da política de saúde a detecção preventiva das doenças mais graves e o aprofundar da cooperação com as clínicas privadas.

Por isso, e no caso de não haver planos de abertura de uma clínica, Leong Sun Iok questiona o Governo sobre como vai concretizar a política de detecção preventiva das doenças mais graves no NAPE, assim como a possibilidade de serem instalados equipamentos naquela zona.

Na interpelação, Leong Sun Iok elogia ainda o desenvolvimento dos serviços médicos nos últimos anos, que considera que têm contribuído para melhorar a vida da população.

21 Mar 2025

Restauração | Chan Chak Mo pede mais apoios ao Governo

O presidente Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau reconheceu que existe um ambiente generalizado de “falta de crença” no futuro e que a guerra comercial entre os EUA e a China pode agravar ainda mais a situação

 

O deputado e presidente Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau, Chan Chak Mo, defende o aumento dos apoios do Governo aos restaurantes e ao comércio local. As declarações foram prestadas aos órgãos de comunicação social em língua chinesa, na tomada de posse dos novos órgãos sociais da associação.

De acordo com as explicações de Chan, os proprietários dos restaurantes estão muito preocupados com as mudanças nos padrões de consumo e no poder de compra dos visitantes. O deputado explicou que apesar do número de visitantes ter aumentado em Fevereiro e em Março, face ao período homólogo, que muitos restaurantes não estão a sentir os benefícios desse aumento.

Os meses mais recentes foram mesmo caracterizados como períodos com receitas “sofríveis”, o que Chan afirmou contribuir para agravar a situação complicada da restauração.

A este cenário junta-se um Ano Novo Lunar com um impacto muito diferente, e nem sempre de acordo com as expectavas. Segundo o empresário, os restaurantes junto aos grandes casinos foram beneficiados pela época alta do turismo. No entanto, o impacto para os outros restaurantes foi variável, e em muitos casos abaixo das expectativas.

Por este motivo, Chan Chak Mo apelou ao Governo para lançar novas medidas de apoio, como o Carnaval Do Consumo, que começa na próxima semana, mas também a revitalização eficaz dos bairros antigos, maiores facilidades na emissão das licenças para os novos restaurantes e a criação de mais eventos de turismo, para levar os visitantes aos bairros comunitários.

Receitas a descer

A nível do seu negócio de restauração, Chan Chak Mo reconheceu que até os restaurantes nas zonas mais turísticas da cidade estão a sofrer, com as receitas a apresentarem quebras de 10 a 20 por cento.

Quando tentou explicar estas alterações, Chan indicou a quebra da confiança na economia dos visitantes, o ambiente de incerteza económica no Interior e a redução do número de visitantes no pós Ano Novo Lunar.

Face a todas as alterações, o presidente Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau admitiu também que o sector atravessa uma fase de “falta de crença” generalizada.

Neste contexto, e tendo em conta a possibilidade de uma guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, Chan defendeu que o Governo deve adoptar mais medidas de apoio à restauração, como a distribuições de cupões de consumo e a realização de actividades nos bairros comunitários, para atrair turistas.

20 Mar 2025

Saúde | Sam Hou Fai diz que Hospital das Ilhas terá “influência internacional”

Um centro médico de “primeira classe” e com “influência internacional”. Foi esta a promessa de Sam Hou Fai para o futuro do Hospital das Ilhas. O líder do Governo afirmou ainda que o Executivo está a trabalhar para que os residentes possam tratar doenças graves em Macau, em vez de procurarem tratamento no exterior

 

O Chefe do Executivo afirmou que o Hospital das Ilhas, explorado pelo Hospital Peking Union Medical College, vai alcançar “influência internacional”. As declarações surgem no comunicado oficial de um encontro, à porta fechada, com o presidente honorário do Peking Union Medical College Hospital (PUMCH) e presidente da Associação Chinesa dos Profissionais de Medicina, Zhao Yupei.

Durante a reunião, que foi comunicada na terça-feira à noite, Sam Hou Fai afirmou que “com o esforço conjunto” o Governo e a instituição nacional “conseguirão definitivamente criar um centro médico de primeira classe com influência internacional, contribuindo para desenvolver o sector da ‘saúde + turismo’ e enriquecendo a indústria de da saúde compreensiva”.

O Hospital das Ilhas é a aposta do Executivo para desenvolver Macau como um centro de turismo de saúde, tendo a exploração do espaço, construído com capitais públicos, sido atribuída ao Hospital Peking Union Medical College. Esta aposta também é encarada por Sam Hou Fai, e pelo seu antecessor Ho Iat Seng, como o caminho para alcançar a diversificação da economia do território.

Actualmente, o Hospital das Ilhas é gerido como uma instituição privada, pelo que os residentes têm de pagar o preço de utilização. A excepção só se verifica quando os residentes são encaminhados pelos Serviços de Saúde para a instituição, acedendo a cuidados médicos nas condições de serviço público.

Ficar em Macau

Entre as declarações citadas no comunicado oficial, Sam Hou Fai apontou ainda o Hospital das Ilhas como a esperança para que os residentes deixem de ter de sair de Macau para tratar doenças mais graves. O líder do Governo disse que “para alcançar o objectivo de ‘Tratar doenças graves sem sair de Macau’, o Centro Médico de Macau expande gradualmente os seus serviços de consultas externas especializadas, o que demonstra claramente a determinação do Governo da RAEM no alargamento da cobertura de saúde e na optimização da distribuição de recursos médicos”.

As declarações surgem depois da recente abertura das consultas externas especializadas a não-residentes de Macau, como trabalhadores, alunos e outras pessoas com autorizações especiais de fixação.

No entanto, o objectivo passa por alargar o serviço a turistas de saúde. Neste aspecto, o governante indicou que a abertura das consultas externas “não só proporciona uma opção conveniente aos não-residentes de Macau, como também aumenta a atractividade para os residentes da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e dos países do Sudeste Asiático”.

Durante o encontro foi também assinado o acordo sobre a “taxa de cooperação operacional 2025 do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas – Centro Médico de Macau do Peking Union Medical College Hospital”. Contudo, o conteúdo do documento, não foi revelado, nem o eventual pagamento por parte do Governo à instituição do Interior da China.

20 Mar 2025

Imobiliário | Sobem transacções. Descem preços

Em Fevereiro, foram compradas e vendidas 176 habitações, a uma média de 76.243 patacas por metro quadrado. Em comparação com o que acontecia há um ano, os preços sofreram uma redução de 11,6 por cento, mas registaram-se mais 44 transacções

 

No mês passado, o preço da habitação apresentou uma redução de 11,6 por cento, face ao período homólogo, para uma média de 76.243 patacas por metro quadrado. A informação foi divulgada pela Direcção de Serviços de Finanças (DSF). Em Fevereiro do ano passado, o preço médio do metro quadrado da habitação era de 86.225 patacas, 9.982 patacas acima dos valores mais recentes, divulgados na segunda-feira.

Todavia, quando a comparação é entre Janeiro e Fevereiro deste ano, o preço médio das habitações apresenta uma valorização de 6 por cento, de 71.917 patacas por metro quadrado para 76.243 patacas por metro quadrado.

A nível dos preços, a realidade é agora diferente do que acontecia em 2019. Antes da pandemia, o preço médio por metro quadrado era de 98.618 patacas, o que representa uma redução de 22,7 por cento, ou 22.375 patacas, face aos dados disponibilizados na segunda-feira.

A informação sobre o mês passado mostra que Coloane foi a zona mais cara do território, com uma média de 83.5 71 patacas por metro quadrado. Na Taipa, o preço médio do metro quadrado foi de 82.471 patacas, e na Península de Macau de 72.986 patacas.

Maior procura

A maior redução dos preços parece ter resultado num aumento do número de compras e vendas de habitações. Em Fevereiro, registaram-se 176 transacções, mais 44 do que no período homólogo, quando se contabilizaram 132, o que significa um crescimento de um terço.

Quando a comparação é feita entre o mês passado e Janeiro, houve menos 94 transacções, uma quebra de 34,8 por cento, de 270 compras e vendas para 176 transacções, em Fevereiro.

No entanto, em 2019, antes da pandemia da covid-19, o mercado apresentava-se mais activo do que acontece actualmente. Em Fevereiro de 2019, foram registadas 279 transacções, mais 103 do que no mês passado. Contudo, em termos do volume de transacções, os números de Fevereiro de 2019 aproximam-se do registo de Janeiro deste ano.

Os dados mais recentes revelam igualmente que a Península de Macau foi o local com mais transacções, um total de 126 compras e vendas de habitação. No segundo lugar surgem a Taipa com 36 transacções e Coloane, onde se registaram 14 compras e vendas de habitação.

19 Mar 2025

Cinema | Anunciadas novas orientações para filmagens

O atropelamento de 12 pessoas durante a gravação de uma cena de perseguição vai levar o Instituto Cultural a mudar as instruções para as equipas de filmagens no território. As autoridades querem ter mais informação sobre os planos e cenas gravadas

 

A presidente do Instituto Cultural (IC), Deland Leong Wai Man, revelou que vão ser emitidas novas orientações para as equipas de filmagens a trabalhar no território. A informação foi revelada ontem, e surge na sequência de um acidente de viação, ocorrido em Fevereiro, durante a rodagem de um filme.

Segundo Deland Leong, os diferentes departamentos do Governo estão actualmente em comunicação para ultimarem os novos planos e instruções. A partir do momento em que novas equipas de filmagem pretendam vir a Macau, as instruções vão ser distribuídas e terão de ser seguidas.

As novas directrizes prevêem igualmente que as equipas de produção têm de fornecer planos mais detalhados sobre as filmagens em Macau, com a necessidade de indicarem a utilização de estradas, encerramento de ruas e condução de veículos. A partir desses planos, as autoridades vão ouvir os diferentes departamentos, como o Corpo de Polícia de Segurança Pública e a Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego, para garantir que as filmagens decorrem num ambiente mais seguro e controlado.

À comunicação social, Deland Leong Wai Man defendeu que seguindo este novo método, com pedidos de informações mais detalhados, a indústria do cinema vai ter um desenvolvimento mais saudável, face ao contexto actual.

Rodagem suspensa

Ao mesmo tempo, a responsável pelo IC confirmou a manutenção da ordem de suspensão da equipa do filme que esteve na origem de um acidente com 12 feridos, entre eles duas crianças com 5 e 6 anos de idade. O acidente aconteceu no final de Fevereiro, quando um condutor perdeu o controlo do automóvel durante a filmagem de uma cena de perseguição.

Mais tarde, o caso ganhou outras dimensões quando as autoridades revelaram que a cena de perseguição estava a ser filmada, pela equipa do Interior, à margem das orientações emitidas.

Sobre este episódio, Leong informou que ainda está a ser alvo de discussão, pelo que não podem ser emitidas quaisquer conclusões. Todavia, a responsável admitiu que está em cima da mesa a hipótese de cancelar a licença para gravar em Macau, dado que a equipa não seguiu as orientações inicialmente emitidas.

A presidente do IC foi ainda questionada sobre se o incidente pode contribuir para que as grandes produções comecem a evitar o território. No entanto, Leong afastou este cenário e destacou que no ano passado mais de 300 equipas de filmagens do exterior estiveram em Macau, o que disse ser o número mais alto da história. A líder do IC apontou ainda que Macau é um destino cada vez mais atractivo para a gravação de filmes.

19 Mar 2025

Cultura | Miguel de Senna Fernandes distinguido como embaixador

O nome do macaense consta numa lista, com 942 individualidades, elaborada pelo Ministério da Cultura e Turismo da China. O embaixador tem como funções a promoção e protecção do património cultural imaterial

 

Miguel de Senna Fernandes foi distinguido como embaixador do Património Cultural Imaterial Nacional. A lista com um total de 942 nomes foi anunciada, na noite de segunda-feira, pelo Ministério da Cultura e Turismo da China.

Desde 2021 que o Teatro em Patuá faz parte da lista de Património Cultural Imaterial da China. Miguel de Senna Fernandes foi escolhido como embaixador pelo seu papel no grupo Dóci Papiaçám, além de co-fundador é ainda o dramaturgo e encenador.

“Sinto-me muito honrado e naturalmente feliz. Mas, principalmente honrado por ter sido escolhido. Agora, a responsabilidade, que já era grande, passa a ser maior”, afirmou Senna Fernandes, em declarações ao HM. “Ao longo destes anos, contei sempre com um grupo de pessoas muito talentosas e este prémio é deles. Esta distinção não é individual, neste tipo de coisas nunca é um trabalho individual, é um trabalho de grupo. Foi através do grupo que se exteriorizou aquilo que foi criado”, acrescentou.

De acordo com o comunicado oficial do Governo Central, a figura do embaixador do Património Cultural Imaterial Nacional tem como funções assegurar a promoção e protecção do património cultural. Além da ligação a manifestações culturais protegidas, o comunicado indica que as pessoas são escolhidas por apresentarem “uma boa moral” e “excelente competência” para protegerem e garantirem a transmissão do património cultural imaterial. “Espera-se que os embaixadores do património cultural imaterial nacional desempenhem um papel exemplar, realizem activamente actividades de herança, cultivem sucessores e contribuam mais para a protecção do património cultural imaterial”, foi indicado no comunicado com as novas nomeações.

Mais garantias

Em declarações prestadas ao HM, Miguel de Senna Fernandes revelou ainda ver a distinção como uma “importantíssima garantia” para a sobrevivência do Teatro em Patuá, com as características do teatro macaense. “É uma garantia importantíssima da sobrevivência do teatro com todas as características que ao longo dos anos fomos firmando”, frisou o dramaturgo. “Quando antigamente falávamos para pessoas que não entendiam este tipo de piadas, de humor, tínhamos algumas reticências. Mas, hoje em dia, parto do princípio que conhecem, ou devem conhecer, o tipo de humor que colocamos em palco”, apontou.

“O grupo Dóci Papiaçám sempre apresentou um teatro satírico, que visou os costumes, sejam eles quais forem, com crítica social, escárnio e maldizer. É o histórico do teatro maquista. O teatro macaense é isto. É claro que podemos fazer teatro em patuá, mas sem estas características pode não ser teatro maquista”, argumentou.

Espaço para a comunidade

Miguel de Senna Fernandes destacou igualmente a importância da distinção para a comunidade. “É muito bom, porque, pelo menos, nesta área da cultura, a comunidade tem um papel que continua a ser relevante e isto é importante”, considerou. “Estamos a ver uma Macau bem diferente do que era e neste mar de gente, numa espécie de cultura – à falta de melhor expressão – mais monolítica, o teatro, a cultural macaense ser relevante é algo bom para a comunidade e isto é importante”, destacou.

A próxima actuação do grupo Dóci Papiaçám está agendada para os dias 30 e 31 de Maio, no âmbito do 35.º do Festival de Artes de Macau, com o nome Cuza Tá Renâ? (Que se Passa?, em português). A peça será apresentada no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau. O macaense não arrisca antever que a distinção se vá reflectir num maior impacto ao nível da presença do público. Contudo, admite que a expectativa da organização do festival passa por ter casa cheia.

Sonhos por cumprir

Em relação ao futuro do teatro em patuá e dos Dóci Papiaçám, Senna Fernandes confessa que o “grande sonho” nesta fase passa por regressar a Portugal para actuar.

A última vez que o grupo actuou em Portugal foi em 1999, ainda antes da transferência de soberania de Macau para a China. “O sonho é ir a Portugal”, confessou. “É uma questão de dinheiro e de logística. No ano passado, o coro foi a Portugal, mas agora queremos levar o teatro e estou a trabalhar seriamente nisto”, indicou. “A última vez que o teatro foi a Portugal foi em 1999. E nunca mais lá fomos! Não pode ser! Temos de quebrar este silêncio”, acrescentou, em tom bem-humorado.

No entanto, Portugal não é o único objectivo. O co-fundador acredita também que no futuro vai ser possível ter uma actuação no Interior da China, embora admita que os moldes dessa actuação, apesar da vontade, não estão pensados.

Crença e costume

Em relação a Macau, além de Miguel de Senna Fernandes, consta na lista o nome de Lo Seng Chung, como embaixador da Crença e Costumes de Tou Tei.

As crenças de Tou Tei dizem respeito a um dos deuses chineses mais conhecidos, também chamado como “Tou Tei Kong”, “Foc Tac Cheng San” ou “Tai Pak Kong”. De acordo com o Instituto Cultural, é “um dos mais populares deuses chineses” e tido pelos crentes “como responsável por assuntos como a protecção da vida, a saúde e a riqueza dos residentes, entre outros aspectos”.

19 Mar 2025

Restauração | Lucros de empresa de Chan Chak Mo caem 87,7%

No espaço de um ano, os lucros da Future Bright encolheram em 42,6 milhões de dólares de Hong Kong. O grupo aponta como principais razões para a quebra o abrandamento económico e a concorrência dos espaços comerciais no outro lado da fronteira

 

A Future Bright, grupo de restauração detido por Chan Chak Mo, alertou os investidores para uma quebra nos lucros de cerca de 87,7 por cento, para 6 milhões de dólares de Hong Kong. O aviso foi deixado num comunicado à Bolsa de Hong Kong, em que é apresentada parte dos resultados não auditados da companhia.

Os resultados esperados contrastam com os resultados de 2023, quando foi registado um lucro de 48,6 milhões de dólares de Hong Kong. Ao contrário desse ano, em que todos os trimestres geraram lucros para o grupo superiores a 10 milhões de dólares de Hong Kong, no ano passado em dois semestres foram acumulados prejuízos. E no segundo trimestre, o prejuízo atingiu 8,2 milhões de dólares de Hong Kong.

A situação de redução dos lucros é justificada com os menores gastos dos turistas em Macau e Hong Kong. Apesar desta diminuição, a Future Bright não deixa de reconhecer que os dois territórios até receberam mais visitantes do que no ano precedente.

“As operações do Grupo em Macau e Hong Kong continuaram a enfrentar desafios, à semelhança do que acontece com muitos operadores de restauração e bebidas, incluindo o abrandamento económico, a fraca confiança dos consumidores, a tendência predominante de consumir no Interior, a intensa concorrência e o aumento dos custos operacionais”, foi explicado. Todos estes desafios afectaram a rentabilidade do Grupo durante o ano”, foi acrescentado.

Fragilidade local

Como consequência do menor consumo, o segmento do negócio que se dedica à restauração e catering apresentou perdas de 3,6 milhões de dólares de Hong Kong, em comparação com os lucros de 24,4 milhões do ano anterior. O negócio de vendas de bolos secos e lembranças afirmou-se como o mais lucrativo, ao gerar 15,9 milhões de dólares de Hong Kong, enquanto o ramo de imobiliário gerou lucros de 1,1 milhões de dólares de Hong Kong. Finalmente, o grupo apresentou ainda perdas com outras despesas de 7,4 milhões de dólares de Hong Kong.

Em termos de mercados, os principais lucros foram gerados em Hong Kong, com ganhos de 4,4 milhões de dólares de Hong Kong, enquanto em Macau os lucros foram de 1,6 milhões de dólares. No ano passado, após perdas crónicas, a Future Bright deixou de estar presente no Interior.

Apesar dos resultados, a administração mostrou-se confiante no futuro: “O conselho de administração está optimista e acredita que o grupo beneficiará da recuperação contínua das despesas com viagens e turismo em Macau e Hong Kong”, pode ler-se no comunicado assinado por Chan Chak Mo, administrador da empresa.

Além disso, os administradores prometem ajustar as estratégias comerciais a nível do menos, preços e marketing, para melhorarem a competitividade.

18 Mar 2025

Influenza | Infecções em queda após pico de Janeiro

Em Fevereiro, registaram-se menos casos de doenças de declaração obrigatória, o que se deveu à ultrapassagem do pico de gripe, ocorrido em Janeiro. Também diminuíram os casos de norovírus e escarlatina

 

Em Fevereiro, foram registados 1.252 casos de gripe, uma redução de 42,8 por cento face às 2.190 ocorrências de Janeiro. Os números foram divulgados na manhã de ontem pelos Serviços de Saúde (SS), no âmbito da informação sobre as doenças de declaração obrigatória em Fevereiro.

Os casos de gripe em Macau estavam a subir desde Dezembro, pelo que Fevereiro representa a primeira variação negativa em dois meses. No último mês do ano passado, o número de casos detectados de influenza tinha sido de 732.

Quando a comparação é feita entre Fevereiro deste ano e Fevereiro do ano passado, os números mostram uma redução de 28,2 por cento das ocorrências, que no período homólogo tinham sido de 1.744 casos.

No total, em Fevereiro de 2025, os SS registaram 1.539 casos de doenças de declaração obrigatória, uma redução significativa face às 2.529 ocorrências de Janeiro, que em grande parte se explicam com a redução nos números da gripe. Além da gripe, as outras doenças mais activas foram as infecções por norovírus, o principal patogénico da gastroenterite não bacteriana, e a escarlatina.

Em relação às infecções por norovírus, foram relatados 62 casos, o que significou uma redução de 24,4 por cento em relação aos 82 casos registados em Janeiro. Quando a comparação é feita com o período homólogo, Fevereiro de 2024, a diminuição é mais acentuada, de 40,4 por cento, dado que nesse mês tinham sido registados 104 casos.

De acordo com os SS, a infecção por norovírus é uma doença do tracto gastrointestinal, transmitida principalmente pelo consumo de alimentos ou água contaminados, mas também pelo contacto com vómitos ou excrementos dos doentes, ou outros materiais contaminados. Pode ainda ser transmitida por gotículas de saliva no ar.

Menos escarlatina

No mês de Fevereiro de 2025, foram ainda contabilizados 60 casos de escarlatina, o que correspondeu a uma redução de 38,1 por cento em relação aos 97 casos registados em Janeiro. Face a Fevereiro de 2024, a redução foi mais acentuada, atingido os 60,5 por cento, face aos 152 casos desse mês.

Segundo os SS, a escarlatina é uma doença respiratória aguda transmissível causada pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A. Geralmente, o período de incubação é de 1 a 3 dias. A doença é transmitida principalmente através de contacto com as secreções orais ou respiratórias ou salpicos de saliva de doentes infectados.

Os infectados estão numa situação de elevado contágio, quer antes, quer depois da manifestação da doença. As pessoas podem contrair escarlatina em qualquer período do ano, mas o pico desta doença ocorre geralmente na Primavera e no Inverno e infecta principalmente crianças entre os dois e os oito anos de idade.

18 Mar 2025

Comércio | Pedidas mudanças no arrendamento público

O legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau, Leong Sun Iok, pede ao Governo que apresente alternativas para acabar com as lojas desocupadas durante vários anos e promover a diversificação económica

 

O deputado Leong Sun Iok defende uma nova política de arrendamento dos espaços comerciais geridos pelo Governo nos edifícios de habitação pública. A posição foi tomada através de uma interpelação escrita, para fazer face à redução do número de arrendamentos.

Com o objectivo de promover a diversificação da economia, Leong indica a necessidade de aplicar ao arrendamento destes espaços o mesmo tipo de estratégia que foi adoptado no arrendamento dos espaços de restauração do mercado do Patane.

Neste espaço, indica o deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), a escolha dos inquilinos teve por base critérios como “o plano de negócios, a experiência, qualificações e a diversidade dos produtos” vendidos. Este foi um método que Leong indicou ser mais “flexível” e que traduz uma postura do Governo “mais consciente” da realidade actual.

No entanto, o legislador lamenta que nas lojas arrendadas nas habitações públicas a escolha ainda seja feita através de um sorteio entre os candidatos interessados, como determinado pelo Decreto-Lei sobre o Regulamento da Concessão, Arrendamento e Cedência Gratuita de Espaços em Edifícios de Habitação Social para o Exercício de Actividades Comerciais.

Este é um documento que deputado considera desactualizado, por estar “em vigor há mais de 30 anos”, pelo que questiona o Executivo sobre a vontade de substituí-lo para “ter em conta factores como o actual ambiente social e a situação do mercado”.

A pensar na mudança

De acordo com a versão apresentada pelo deputado, em Abril do ano passado havia 12 lojas vagas e algumas sem qualquer inquilino desde Março de 2018. “A falta de regularidade na realização de concursos públicos para as lojas de habitação pública não favorece a revitalização e o funcionamento eficaz dos recursos e dificulta o planeamento antecipado dos residentes de acordo com a procura prevalecente no mercado”, criticou.

Por isso, Leong questiona o Governo sobre a possibilidade de criar um mecanismo de atribuição do arrendamento destes espaços a cada três meses ou a cada seis meses, para acabar com as situações em que as lojas ficam vários anos desocupadas.

Numa altura em que vários espaços comerciais nos bairros residenciais encerram portas ou enfrentam dificuldades para competir com os preços em Zhuhai, Leong Sun Iok defende que se siga o exemplo de Hong Kong. Na perspectiva do legislador, o Governo devia ponderar criar um novo programa, para jovens empreendedores, com menos de 35 anos, em que não há uma renda fixa, e os arrendatários apenas têm de pagar 20 por cento dos lucros líquidos obtidos com o negócio.

18 Mar 2025

Fogo | Dois incêndios levam duas mulheres ao hospital

Os incêndios de ontem no Edifício Hoi Fu e no Edifício Jardim Iat Lai fizeram subir para seis o número de fogos em habitações no espaço de um mês. As mulheres levadas para o hospital foram consideradas em situação estável

 

Duas mulheres foram ontem transportadas para o hospital, na sequência de um incêndio que deflagrou no Edifício Hoi Fu. Este foi um dos dois incêndios de ontem em edifícios habitacionais que fez subir para seis o número de ocorrências no espaço de um mês.

De acordo com a informação do Corpo de Bombeiros, citada pelo canal chinês da Rádio Macau, na origem das chamas terá estado um curto-circuito num ar-condicionado. Nenhum dos ocupantes da casa sofreu ferimentos graves, mas duas mulheres, com 66 e 32 anos, tiveram de ser transportadas para o hospital, devido à inalação de fumos.

Além das duas mulheres feridas, mais cerca de 60 residentes tiveram de abandonar as habitações, temporariamente, tendo regressado a casa posteriormente. O incêndio, que aconteceu no 29.º andar, provocou chamas de grande dimensão que acabaram por ser extintas pelos bombeiros.

Após a intervenção, os bombeiros indicaram que todo o apartamento ficou com marcas de fumo, embora algumas divisões tenham sido afectadas de forma mais ligeira.

A dobrar

Além do caso no Edifício Hoi Fu, o Corpo de Bombeiros voltou a ter de entrar em acção, por volta das 9h, no Toi San. Segundo a informação disponibilizada, deflagrou um incêndio no Edifício Jardim Iat Lai que fez com que cerca de 30 pessoas tivessem de abandonar temporariamente as habitações.

Ao contrário da primeira ocorrência da manhã, não houve necessidade de transportar qualquer dos habitantes do edifício para o hospital, e as chamas foram extintas por um dos administradores do edifício. Neste caso, suspeita-se de fogo posto, dado que foram encontrados vestígios de papéis queimados no sétimo andar, perto do local onde as chamas terão deflagrado.

Em reacção ao fogo no Edifício Hoi Fu, o Instituto de Acção Social (IAS) indicou que seguiu o primeiro caso com muita atenção e enviou equipas de auxílio para o local. Os ocupantes do apartamento mais afectado precisaram de abrigo. Além disso, não se registaram mais pedidos de auxílio.

No caso do Edifício Jardim Iat Lai, o IAS indicou que não recebeu qualquer pedido de ajuda, apesar de estar disponível para dar resposta a qualquer solicitação.

Nos últimos tempos, o território tem atravessado uma vaga de incêndios em edifícios habitacionais, o que levou alguns deputados, como Lo Choi In e Si Ka Lon, a pedirem às autoridades para adoptarem novas medidas de segurança.

Lo Choi In, deputada ligada à comunidade de Jiangmen, mostrou-se preocupada com o facto de no incêndio do Edifício do Lago o alarme não ter funcionado. Por sua vez, Si Ka Lon apelou ao Governo para ponderar a hipótese de financiar a utilização de gás natural, ao apoiar a instalação nos edifícios locais dos canos de distribuição.

17 Mar 2025