Ella Lei quer mais apoios económicos face ao novo surto

A legisladora da Federação das Associações dos Operários de Macau defende que o Executivo tem de ajudar os trabalhadores em layoff e os desempregados com pelo menos um novo cheque de 10 mil patacas

 

A deputada Ella Lei apelou ao Governo que para fazer face ao impacto económico do surto mais recente no território que lance urgentemente um subsídio para trabalhadores, profissionais e operadores de estabelecimentos comerciais. O pedido foi feito através de uma interpelação escrita, divulgada ontem, pelo escritório da legisladora.

“A pandemia está entre nós, e está a afectar todos os aspectos das nossas vidas. Com a descoberta de mais casos confirmados na comunidade no dia 19 de Junho, e uma vez que a fonte da infecção ainda não é conhecida, muitos residentes têm de ficar de quarentena. E outros têm de evitar sair de casa”, começou por admitir a deputada. “No entanto, para fazer face às medidas de resposta aos casos comunitários, muitos negócios tiverem de suspender o seu funcionamento e os empregados ficaram sem trabalhar novamente”, alertou.

Num cenário em que os rendimentos são cada vez mais reduzidos e em que as medidas do Governo de combate à pandemia impedem o funcionamento da economia, Ella Lei aponta que há que “aliviar o fardo carregado pelas empresas e residentes”.

A deputada pede assim um novo “plano de apoio pecuniário aos trabalhadores, aos profissionais liberais e aos operadores de estabelecimentos comerciais”, ou seja, a medida de distribuição de 10 mil patacas a cada trabalhador, em 2020, e que no ano passado ofereceu 10 mil patacas às pessoas com um rendimento anual inferior a 144 mil patacas.

“Devido ao impacto profundo da pandemia, muitas empresas e os rendimentos dos trabalhadores estão suspensos, além disso a duração da suspensão é incerta. Será que o Governo já ponderou em que moldes vai lançar o plano de apoio pecuniário aos trabalhadores, aos profissionais liberais e aos operadores de estabelecimentos comerciais”, perguntou. “E será que este ano pode baixar as exigências para a distribuição do apoio aos residentes, para incluir mais pessoas que foram obrigados a ficar de layoff, ou que viram os salários reduzidos?”, questionou.

Desempregados crónicos

Além da ajuda aos empregados em layoff, Ella Lei indica que há cerca de 2.500 pessoas desempregadas há mais de setes meses, apesar de procurarem activamente trabalho. A estes, juntam-se ainda 1.500 pessoas que estão no desemprego há mais de um ano. A legisladora quer saber se estas pessoas vão ter apoios especiais.

“A pressão económica entre os desempregados e as famílias está a tornar-se enorme. Será que o Governo pode reforçar as medidas de apoio para estes desempregados?”, perguntou. “E em que moldes vão criar os novos apoios para estes grupos?”, questionou.

Actualmente, quem estiver desempregado pode pedir um subsídio de 150 patacas por dia, com um limite máximo de 90 dias, o que resulta em 13.500 patacas. Recebido esse montante, tem de esperar até ao próximo ano para poder voltar a receber o subsídio.

23 Jun 2022

Teste em massa | Governo anuncia nova que ronda começa esta manhã

A partir das 9h de hoje, os residentes têm de realizar mais um teste de ácido nucleico. Ontem, os casos confirmados subiram para 71, com 11 ocorrências detectadas durante os testes de antigénio

 

As autoridades anunciaram a realização de mais um teste em massa a toda a população, que começa esta manhã e se prolonga até à meia-noite do dia 25, ou seja, depois das 23h59 de amanhã. O anúncio foi feito na tarde de ontem, na habitual conferência sobre a evolução da pandemia e, até ao fecho desta edição do HM, existiam 71 casos confirmados.

Entre os casos identificados ontem, alguns foram detectados durante a realização dos testes antigénio, ou seja, os testes rápidos. Segundo Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde, até às 16h, cerca de 373 mil pessoas tinham feito o teste e declarado os resultados. Entre estas, houve 31 declarações com resultados positivos, mas apenas 11 casos foram confirmados. Isto porque 18 se enganaram a declarar o resultado, e dois infectados fizeram uma declaração positiva que foi contabilizada duas vezes.

“Vamos iniciar uma ronda de testes em massa no dia 23 de Junho, que começa às 9h e que vai durar até à meia-noite de 25 de Junho, o que significa que vai ter a duração de 39 horas”, anunciou Alvis Lo. “Vamos tentar que até às 9h de sábado tenhamos todos os resultados”, acrescentou.

A necessidade de realizar mais de dois testes por semana, quando também contabilizado o teste rápido caseiro, foi justificada como um “contra-relógio” das autoridades. Segundo esta explicação, quanto mais testes forem feitos, maior a probabilidade de se detectarem os casos na comunidade. Além disso, explicou o director dos Serviços de Saúde, o teste rápido evita que pessoas contaminadas circulem pelas ruas.

O novo teste foi anunciado numa altura em que ainda decorria a realização de um outro teste para a população da “zona alvo”, ou seja, os habitantes do interior da zona delineada pelas artérias: Avenida Horta e Costa, Rua do Almirante Costa Cabral, Estrada do Repouso e Avenida do Almirante Lacerda. Para estas, o teste de ácido nucleico de ontem não foi cancelado. Porém, os Serviços de Saúde solicitaram que apenas agendem o novo teste para sexta-feira.

Seguem-se rápidos

Com a realização do teste em massa, vão ser distribuídos mais dois kits de testes rápidos, para serem utilizados mais tarde.

Outra novidade para a segunda ronda de testes em massa deste mês, passa pelo facto de os postos onde se pagava, como acontecia, por exemplo, no Hotel Grande Lisboa, passarem a estar disponíveis testes de forma gratuita.

Também ontem, foi anunciado que o Hotel England Marina Club, perto do hotel Pousada Marina Infante, no Cotai, vai começar a ser utilizado para quarentena. Até ontem, havia 2.246 pessoas nos hotéis designados em observação. A administração do Hotel Lisboeta anunciou igualmente que o espaço também vai passar a ser utilizado para a realização de quarentena.

Mais longe, está a utilização do Hospital de Campanha, na Nave dos Jogos da Ásia Oriental. Segundo Alvis Lo, o hospital temporário está preparado para receber casos graves da doença, e vai continuar a ser essa a sua finalidade.

Jantar da preocupação

Outra das informações do dia de ontem, foi o apelo geral das autoridades para que quem participou num jantar de casamento, no dia 18 de Junho, no Hotel Grand Lisboa Palace, entre em contacto com os Serviços de Saúde. O evento tem estado rodeado de polémica, uma vez que a informação disponibilizada pelas autoridades tem sido escassa, o que contrasta com a informação apresentada sobre os trabalhadores não-residentes do Myanmar.

Há três dias, foi mesmo colocada a pergunta sobre se a informação estava a ser guardada por ter participado no jantar um ou mais membros do Governo. A ideia foi recusada por Leong Iek Hou, que afirmou não olhar a nomes.

Contudo, ontem surgiu um apelo para que todos os convidados do evento se identificassem. O jantar é encarado como um “veículo de transmissão”, conta com quatro casos positivos, espalhados por mais de uma mesa. Além disso, o Governo não consegue aceder à lista de todos os convidados, porque não há registo, e não se conhece o número total de participantes.

A possibilidade de o banquete ter ultrapassado o limite de 400 pessoas, contando com os trabalhadores a prestarem serviço, também não foi afastada, o que implicaria uma violação das medidas de prevenção pandémica. Se o limite fosse ultrapassado, era exigido aos participantes que apresentassem um teste de ácido nucleico com resultado negativo para poderem entrar no evento.

Fim do ano lectivo

Devido ao surto mais recente e à impossibilidade de realização aulas presenciais, a Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude anunciou o fim antecipado do ano lectivo. Segundo o representante da DSEDJ, Kong Chi Meng, as escolas do ensino não-superior têm elementos suficientes para fazer a avaliação dos alunos e terminar o ano lectivo, sem necessidade de recorrerem a um exame final. Ainda de acordo com o responsável a decisão foi tomada depois de ouvir as escolas.

Covid-19 | Mulher queixa-se de longa espera até isolamento

Uma mulher, cujo teste está integrado no conjunto das amostras com resultados preliminares positivos, queixou-se num grupo na rede social Facebook de um longo período de espera até chegar ao hotel para cumprir uma quarentena de dez dias. Esta residente descreve que, na noite de terça-feira, as autoridades informaram-na de que seria transferida de casa para o Centro Hospitalar Conde de São Januário para a realização da quarentena.

No entanto, esperou toda a noite, desde as 2h da manhã, por um autocarro, que só chegaria às 9h desta quarta-feira. A residente descreve também que, no hospital, havia um grande aglomerado de pessoas que esperavam há mais de dez horas pelo transporte para o hotel, além de que o local não era suficientemente arejado.

A publicação no Facebook, que é acompanhada por um vídeo, pede que as autoridades revejam a forma como estão a transportar pessoas para quarentena, alertando ainda para o risco, em matéria de saúde pública, de reunir muita gente num só espaço sem suficiente circulação de ar.

23 Jun 2022

Casinos-satélite | David Chow defende criação de legislação

O empresário considera que há vários aspectos que precisam de ser clarificados para garantir o futuro dos casinos-satélite. A competição com as concessionárias é um aspecto que também preocupa David Chow

 

David Chow, co-presidente e director não-executivo da Macau Legend, considera que o Governo deve criar legislação específica sobre a situação dos casinos-satélite. As declarações foram prestadas pelo empresário ao jornal Ou Mun, na sequência do anúncio do fecho dos casinos dos hotéis Rio e Presidente. Também o casino do Hotel Emperor tinha anunciado que fecharia portas, mas vai afinal ser explorado até ao final do ano pela concessionária SJM Resorts.

Segundo o empresário, após os casinos-satélite terem garantido a sobrevivência com a nova lei, agora é necessário resolver as questões pendentes e definir bem as áreas de cooperação entre as concessionárias e as operadoras dos casinos-satélite, que utilizam mesas de jogo e empregados das concessionárias.

Entre os assuntos a necessitarem de clarificação, David Chow defendeu que os casinos-satélite devem poder continuar a operar sem terem de prestar informações sobre os clientes às concessionárias, por uma questão de segredo comercial e para evitarem que estas tenham informações privilegiadas e lhes “roubem” os clientes.

O co-presidente da Macau Legend mostrou-se também preocupado com o futuro dos casinos-satélite, quando as licenças das concessionárias não se renovarem ou forem retiradas. Para David Chow, é preciso deixar claro numa lei própria se os casinos-satélite podem operar com as licenças de outras concessionárias ou se deixam de poder operar.

Contratos mais longos

Ainda no que diz respeito às políticas para os casinos-satélite, o empresário explicou que a indústria só pode ser sustentável com um ambiente de negócios favorável. Por isso, acredita que todos os casinos devem ter uma licença que permita operar a longo prazo, que deve ser de dez anos.

Ainda no que diz respeito ao sector, Chow criticou o modelo actual que permite às concessionárias decidirem o montante que recebem dos casinos-satélite, para que estes possam operar. No entender do empresário, o modelo adoptado favorece em demasia as concessionárias, que ficam com todo o poder negocial, mesmo que os casinos-satélite estejam a perder dinheiro.

Sobre a situação financeira dos casinos-satélites, Chow alertou para a situação de que grande parte contraiu empréstimos bancários, e que, caso não consigam pagar as dívidas, o sistema pode ficar ameaçado.

22 Jun 2022

Analistas acreditam que receitas de jogo vão ser praticamente nulas nos próximos dias

Os bancos de investimento que acompanham a indústria do jogo do território acreditam que o impacto do novo surto vai fazer com que as receitas sejam praticamente nulas nos próximos tempos. Este foi o cenário traçado pelo banco de investimento JP Morgan Securities que apontou que devido “ao maior surto local dos últimos dois anos” as receitas do jogo “vão provavelmente atingir níveis muito próximos de zero”.

“Os casinos mantêm-se operacionais, mas não ficaríamos surpreendidos se as receitas baixassem para níveis próximos de zero durante, pelo menos, algumas semanas, até que a situação se mantenha sob controlo”, pode ler-se no relatório sobre Macau da JP Morgan Securities, citado pelo portal GGR Asia.

O relatório destaca também a previsão de que o número de visitantes nos próximos dias deve ser muito baixo ou inexistente. Desde que surgiu o surto em Macau, as autoridades de Zhuhai passaram a exigir quarentena para quem entra no Interior vindo de Macau.

Avisos comuns

Além deste aspecto, os analistas avisaram que nos próximos meses vão dar maior atenção à situação financeira das concessionárias e como estão “a queimar dinheiro” com a situação de Macau. Neste capítulo, a SJM Holdings e a Sands China foram apontados como tendo a menor liquidez financeira.

Também o banco de investimento Sanford C. Bernstein avisou que as receitas vão sofrer um impacto muito significativo com o novo surto, mesmo que os casinos se mantenham abertos.

Segundo a corretora, o volume de visitantes vai ser “severamente limitado” e pode ser “bloqueado por completo”. Por isso, também a Sanford C. Bernstein espera que as receitas “encolham para níveis próximos de zero durante pelo menos a próxima semana”. Contudo, a expectativa é que o impacto se faça sentir ao longo de várias semanas.

Os analistas Vitaly Umansky, Louis Li e Shirley Yang acreditam assim que o impacto para as receitas do jogo se vai fazer sentir não apenas em Junho e Julho.

21 Jun 2022

Integração | Chan Meng Kam elogia papel da comunidade de Fujian em Macau

Chan Meng Kam sublinhou o contributo das mais de 120 mil pessoas de Fujian para a integração de Macau “no desenvolvimento nacional”. O ex-deputado enalteceu ainda o aumento do número de residentes oriundos de Fujian que ocupam cargos importantes na RAEM

 

A comunidade de Fujian é a espinha dorsal do campo patriota de Macau e é fundamental para promover a integração da RAEM no desenvolvimento nacional. A opinião foi defendida pelo ex-deputado, e ex-membro do Conselho Executivo, Chan Meng Kam durante a 7.ª Conferência Mundial de Negócios de Fujian, e citada pelo Jornal do Cidadão na edição de ontem.

O político e empresário natural de Fujian, foi um dos oradores, e não esqueceu as suas origens, falando da província-natal como um dos pilares do patriotismo de toda a China, inclusive com uma grande expressão em Macau.

Na visão de Chan Meng Kam, a maior parte dos residentes da RAEM tem uma forte ligação ao país e mantém as tradições de amar a pátria, apoiar a orientação política Macau governada por patriotas, e defender a prosperidade e estabilidade “a longo prazo” da RAEM.

O político destacou também a preponderância dos seus conterrâneos na orgânica de Macau e o facto de cada vez mais naturais de Fujian se afirmarem como “membros da Assembleia Legislativa e do Conselho do Executivo”, o que, no seu entender, mostra que contribuem para o desenvolvimento da pátria.

Colheita patriota

Chan Meng Kam afirmou também que a integração das pessoas de Fujian na comunidade e o papel no campo patriota mostra o valor dos naturais da província chinesa e a missão histórica assumida pela comunidade do Interior, que o ex-deputado disse ser reconhecida por toda a China.

Além de vários elogios ao desempenho do Partido Comunista da China no desenvolvimento de Fujian, o ex-deputado indicou também que a província e Macau devem aprofundar a cooperação, no âmbito da construção da Grande Baía.

Neste sentido, partindo da premissa de que o empresário encara Fujian como um pólo de desenvolvimento tecnológico apontou que Macau pode ser uma plataforma para aumentar as trocas económicas com os países de língua portuguesa e promover maiores ligações da China com estes países. Dessa forma, Chan Meng Kam encara Macau como uma excelente porta para que Fujian aumente a sua participação na iniciativa internacional “Uma Faixa, Uma Rota”.

21 Jun 2022

Surto | Número de infecções locais sobe para 36 com testes em massa

Passadas mais de 24 horas desde o início dos testes, as autoridades detectaram 36 casos comunitários. Entre os infectados está uma professora da Escola Primária Hou Kong, que teve contacto com mais de 300 alunos, e uma aluna do Jardim de Infância do Colégio do Sagrado Coração de Jesus, que poderá ter contactado com mais de 60 crianças

 

Nas últimas 24 horas os casos comunitários de covid-19 subiram para 36 ocorrências e havia ainda três conjuntos de 10 amostras em revisão, o que levanta a possibilidade de nas próximas horas serem confirmados mais casos positivos. Os números mais recentes foram actualizados ontem pelo Governo, numa altura em que tinham sido testados mais de 459.687 cidadãos, com 269.628 resultados negativos.

Entre os novos casos identificados encontra-se uma professora que dá aulas na Escola Primária Hou Kong e que poderá ter estado em contacto com 300 alunos. Ontem, a médica e coordenadora do centro de contingência Leong Iek Hou não foi capaz de confirmar o número de pessoas afectadas, mas garantiu que algumas estão de quarentena.

“A professora da escola Hou Kong foi confirmada como infectada, e as turmas da escola também podem ter sido infectadas, pelo que vão ficar em quarentena médica. Todos os alunos das turmas dessa professora estão em quarentena”, afirmou a médica. “Não tenho um número exacto de quantas pessoas foram afectadas, mas falamos de centenas, mais de 300 e algumas já estão em quarentena”, acrescentou.

Além de professora, a mulher é igualmente mãe de uma aluna do Jardim de Infância do Colégio do Sagrado Coração de Jesus, que testou igualmente positivo e que esteve em contacto com cerca de 60 crianças, que também foram colocadas em quarentena.

Ponto de contacto

Na conferência de imprensa de ontem, que contou com a presença de Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde, foi admitida a dificuldade em encontrar a origem do surto. No entanto, foi divulgado o que se acredita ser o “elo de ligação” entre os dois grupos de infectados existentes.

Segundo o Governo, o surto foi identificado em dois grupos distinto de pessoas. Num dos grupos, estão incluídas 17 pessoas, entre os quais 13 trabalhadores não-residentes que vivem juntos, e no outro cerca de dez pessoas, entre os quais um trabalhador do estabelecimento prisional e a esposa, a mulher que trabalha na escola Hou Kong.

Segundo as investigações preliminares, os indivíduos incluídos nos dois grupos distintos terão estado em contacto na Rua de Emenda. Isto porque um dos membros de um dos grupos trabalha como vendedor de carne assada numa loja nesta rua, e um membro do outro grupo frequenta, na mesma rua, uma loja de fruta. As autoridades acreditam assim que os dois se terão cruzado e que o contágio terá acontecido nessa altura.

“Não temos a certeza máxima sobre se este foi mesmo o elo. Mas uma investigação preliminar indica nesse sentido e mostra que estão a ser descobertas algumas peças do puzzle”, afirmou Alvis Lo.

Para reforçar a tese, foi igualmente indicado que um dos casos identificados em Zhuhai, e supostamente importado de Macau, também terá estado na loja de carne assada. Contudo, as autoridades não conseguem dizer que grupo foi primeiramente contaminado, ou a qual foi a fonte da infecção.

Falta de informação

Ao contrário de outras ocasiões, as informações sobre o percurso dos infectados não foi revelado, à excepção de um residente e de nove trabalhadores não-residentes oriundos do Myanmar. E mesmo para aceder a estas informações surgiram problemas, uma vez que o portal de Internet onde estaria a informação esteve offline, ao mesmo tempo que decorria conferência de imprensa. Ontem, à hora de fecho do HM, a versão em português ainda não estava disponível.

Também a identidade das escolas afectadas só foi revelada depois de os representantes do Governo terem sido questionados directamente pelos jornalistas.

A adopção de critérios dispares levou a que surgissem questões sobre a participação de altos membros do Governo num banquete onde esteve uma infectada e que teriam um percurso comum, o que implicaria a obrigação de quarentena. Contudo, Leong Iek Hou recusou revelar se havia “figuras públicas” no banquete ou a adiantar o local onde ocorreu: “Foram acompanhadas mais de 900 pessoas [por contacto próximo], não sei o nome dos convidados. Mas, não é relevante porque não fazemos distinção entre as pessoas”, garantiu.

Leong Iek Hou não deixou que apontar que se registaram atrasos na divulgação dos percursos, porque os trabalhadores do Myanmar não sabem ler cantonês, apesar de falarem, o que dificultou a identificação dos locais frequentados, mesmo quando nove dos 10 percursos revelados dizem respeito a estres trabalhadores. Este aspecto deixou também espaço para críticas às lojas por não obrigarem os clientes a fazer o código de saúde com localização.

Testagem | Autoridades reconhecem risco de infecção

Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde, reconheceu ontem que os residentes correm risco de serem infectados quando se deslocam aos centros de testes. Por isso, apelou para que as pessoas apenas compareçam no local dos testes à hora agendada: “Quando fazemos o teste, temos de ter consciência que há o risco de sermos infectados, por isso temos de chegar à hora marcada e manter o distanciamento adequado, para quem está à frente e atrás”, indicou Alvis Lo. Apesar das dificuldades, o responsável deixou uma mensagem de confiança: “Toda a população vai de mãos dadas vencer este desafio e ultrapassar esta situação epidemiologia, em conjunto, dentro de pouco tempo”, afirmou.

TNR | Associação Comercial pede apoio para quem está retido

Wong Kok Seng, vice-presidente da Associação Comercial de Macau, pediu aos empregadores para auxiliarem os trabalhadores não-residentes (TNR) retidos em Macau, esperando que seja dado apoio na realização dos testes de despistagem à covid-19. Segundo o jornal Ou Mun, o dirigente espera unidade e cooperação para que Macau regresse à normalidade, mas também que patrões e trabalhadores tenham um diálogo franco, em nome da harmonia e do bom ambiente comercial.

Covid-19 | FAOM sugere diálogo para evitar viagens desnecessárias

A presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), Ho Sut Heng, defende que os trabalhadores devem dialogar com patrões para evitarem saídas de casa desnecessárias, incluindo para trabalhar. Em declarações ao jornal Ou Mun, a dirigente elogiou o Governo pela resposta rápida e transparente durante o surto de covid-19 em relação ao passado, o que permite que a população conheça todas as informações e os procedimentos a adoptar.

Zhuhai | 13 detidos por violação de regulamentos

Um total de 13 pessoas vindas de Macau foram acusadas pelas autoridades de Zhuhai de violação de regulamentos de prevenção da pandemia, ficando detidas por um período de dez dias. Segundo um comunicado oficial, estas pessoas são acusadas de não cumprirem o período de quarentena em casa e terem frequentado espaços públicos sem autorização, o que constitui o risco de surto. As autoridades de Zhuhai adiantam que as 13 pessoas frequentaram um spa, um hotel e um bar no passado domingo.

Macau

Zonas Vermelhas – Controlo Selado

Edifício Yim Lai: Rua de Manuel de Arriaga 66-66C

Padre Modern Cuisine (Edifício Tak Fung): Avenida da Praia Grande 251

Edifício Tat Cheong: Rua de Afonso Albuquerque 33-35G

Edifício Parkway Mansion (Bloco 2): Rua do Almirante Costa Cabral 146

Centro Chiu Fok: Rua de Pedro Coutinho 23

Lake View Garden: Praça de Lobo de Ávila 16-18

“Carnes” Assadas Lam Kei: Rua da Emenda 10

Zona Amarela – Zona de Prevenção

Edifício Son Lei: Rua de Manuel de Arriaga 64-64B

Edifício Chun Fong: Rua de Afonso de Albuquerque 38-40A

Edifício Tak Fong: Avenida da Praia Grande 241-253

Edifício Tak Weng: Rua de Afonso de Albuquerque 37-45

Edifício Man Heng: Rua de Afonso de Albuquerque 31C-31G

Taipa

Zonas Vermelhas – Controlo Selado

Flower City – Lei Pou Kok: Avenida Olímpica 177-259, Rua de Évora 10-72

21 Jun 2022

Jogo | Gestores do Rio e Galaxy com versões diferentes sobre fecho de casino

A gestora do Casino Rio acusou a Galaxy de nunca ter colocado a possibilidade de o casino-satélite continuar em funcionamento depois de 26 de Junho. No entanto, a concessionária defendeu-se e apontou que a gestora nunca mostrou vontade de prolongar o funcionamento

 

A empresa Rio Holdings, responsável pela gestão do Casino Rio, atirou as culpas do encerramento do espaço para a “concessionária”, ou seja, a Galaxy Entertainment. A posição foi tomada através de um comunicado publicado no Jornal Ou Mun, na sexta-feira, em que a identidade da concessionária não foi indicada.

Segundo a informação, a gestora do casino, a Rio Holdings, foi notificada pela Galaxy que o actual contrato que permite o casino-satélite operar ia terminar a 26 de Junho, e que se recomendava que o encerramento fosse feito a 15 de Junho, como efectivamente veio a acontecer.

A empresa do casino-satélite veio ainda recusar rumores de que estaria a exigir o pagamento de uma renda muito elevada à Galaxy, para operar depois de 26 de Junho. “Durante o processo, a concessionária nunca negociou connosco a possibilidade de o contrato ser renovado depois do prazo da concessão, e também nunca propôs que o espaço fosse arrendado para que pudesse continuar a operar”, pode ler-se no comunicado da Rio Holdings. “São absolutamente falsos os rumores que circulam na comunidade de que o proprietário do espaço pediu uma renda mensal [para exploração do casino] demasiado elevada”, foi acrescentado.

O anúncio do encerramento foi divulgado na quarta-feira passada, dia em que o casino no Hotel Rio e o casino no Hotel Presidente fecharam portas. Os dois espaços eram explorados através de acordo com a Galaxy.

Decisão antiga

Em declarações ao Jornal Ou Mun, Elmen Lee, vice-presidente executivo da Galaxy, afirmou que o encerramento foi discutido há meses e que não houve manifestação de vontade da outra parte para que o Casino do Rio continuasse a operar depois de 26 de Junho.

De acordo com Lee, mesmo depois de ser anunciado que os casinos-satélite iam receber um tratamento diferenciado do inicialmente proposta pela lei, a Rio Holdings não mostrou vontade de que o espaço continuasse a funcionar. Apesar da troca de responsabilizações, vice-presidente executivo da Galaxy confirmou que nunca houve discussões sobre “um pedido de renda demasiado elevada” por parte da entidade que explorava o casino.

Por outro lado, e ao contrário do noticiado na quinta-feira por um órgão de comunicação em língua portuguesa local, o Casino Waldo não vai encerrar até 26 de Junho. Segundo os responsáveis da Galaxy, o casino-satélite deverá assim continuar a operar até ao final do corrente ano, apesar de os moldes ainda serem desconhecidos.

20 Jun 2022

Muralha Antiga | Ron Lam apela a investigação independente

O deputado considera que o caso é grave e defende a necessidade de uma investigação independente das Obras Públicas e do Instituto Cultural ao deslizamento que danificou a Muralha Antiga

 

Ron Lam defendeu a necessidade de o incidente que destruiu um troço da Muralha Antiga ser investigado por uma entidade independente. O pedido foi feito pelo deputado numa interpelação escrita, divulgada ontem.

Segundo Ron Lam, o caso tem contornos graves e é indispensável que uma entidade independente faça uma investigação para apurar os motivos que levaram ao deslizamento de terras na Estrada de São Francisco. Ainda de acordo com o deputado, urge fazer os trabalhos de forma a descobrir os responsáveis pelo sucedido.

Actualmente, as Obras Públicas estão a elaborar um relatório interno sobre o sucedido. Por sua vez, o Instituto Cultural, que tutela o património local, afirmou que não planeia pedir nenhuma investigação, nem criminal, até as Obra Públicas terminarem o procedimento em curso. Também o Ministério Público não manifestou vontade, até à semana passada, de averiguar a ocorrência de qualquer crime neste episódio.

Na interpelação, Ron Lam indica também que o talude onde ocorreu o deslizamento não faz parte dos taludes que são frequentemente vigiados pelas entidades competentes, para evitar deslizamentos, e perguntou se há planos para que integre a lista.

No mesmo documento, Lam questionou ainda o Governo se vai prestar apoio aos moradores do edifício Ka On Kok, e ajudá-los a obterem as compensações pelos danos causados pelo deslizamento.

Demolição total

A interpelação surgiu dias depois de o Governo ter confirmado que vai demolir um troço de cerca de dez metros da muralha da cidade, por considerar que é “instável e em risco de derrocada”.

Em comunicado foi explicado, que depois de uma “avaliação e análise técnica no local”, na Estrada de São Francisco, as autoridades vão realizar “com urgência” a demolição do respectivo troço da antiga muralha.

O plano de demolição foi apresentado aos vogais do Conselho do Património Cultural, “tendo em consideração que, neste momento, a referida antiga muralha da cidade encontra-se num estado de urgência e que envolve a segurança pública, o Conselho não apresentou reclamação em relação ao respectivo plano”.

As autoridades também já acordaram com os moradores afectados o plano de restauro, procederam à limpeza e à vedação provisória do local.

20 Jun 2022

Casinos do Hotel Rio e Hotel President fecharam portas

Também o casino Waldo terá feito entrar um processo junto das autoridades para encerrar as operações. No sentido oposto, a SJM vai gerir o casino Emperor até ao final do ano

 

Os casinos-satélite do Hotel Rio e do Hotel President encerraram portas na quarta-feira. Também o casino Waldo, que à semelhança do Rio e Presidente funciona devido a um acordo com a concessionária Galaxy Entertaiment, deverá fechar até ao final do mês.

O encerramento dos casinos Rio e President foi confirmado pela Galaxy que indicou nesta fase estar a ser feito um inventário sobre os equipamentos existentes.

Quem passasse ontem nos casinos fechados podia ler um aviso aos clientes para que no caso de quererem trocar fichas por dinheiro ou tratar de outros assuntos, se dirigisse ao casino Starworld.

Segundo a concessionária, os funcionários do casino devem ser transferidos para outros espaços da companhia que gere directamente o Starworld, Galaxy Macau e Broadway Macau.

A concessionária prometeu ainda fornecer cursos de requalificação para os trabalhadores que vão ter de encontrar novas opções para a carreiras, mesmo que não fiquem sem trabalho.

Além dos encerramentos confirmados, a Rádio Macau noticiou ontem que o casino Waldo também fez entrar um pedido junto das autoridades para cessar as operações.

O encerramento de vários casinos satélite já tinha sido antevisto pelo sector, à luz da nova legislação, em conjunto com a nova realidade em que os jogadores do Interior são impedidos pelas autoridades centrais de virem a Macau. No entanto, o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wan Nong, recusou anteriormente que houvesse qualquer ligação entre a nova lei e os encerramentos.

Em sentido contrário

Também na quarta-feira, através de um comunicado à Bolsa de Hong Kong, a empresa Emperor Entertainment Hotel, responsável pelo hotel com o mesmo nome em Macau, anunciou um acordo com a SJM para que o casino continue a operar até ao final do ano.

Anteriormente, a empresa tinha anunciado que a partir de 26 de Junho o espaço seria encerrado, por considerar não ser rentável. O casino do Hotel Emperor foi o primeiro a confirmar o encerramento, com alguns funcionários a serem dispensados.

Agora, de acordo com o comunicado, a concessionária SJM vai pagar 21 milhões de dólares de Hong Kong para explorar o casino entre 27 de Junho e 31 de Dezembro.

Entre as razões para acordar com o preço apresentado, a direcção da empresa Emperor declarou que os termos comerciais são “justos” e razoáveis”.

17 Jun 2022

Lucina Laam, segunda mulher de Stanley Ho, morreu aos 79 anos

Lucina Laam casou com Stanley Ho quando tinha 14 anos e é mãe dos filhos mais influentes do magnata: Pansy, Daisy, Maisy e Lawrence. No sábado não resistiu a um cancro prolongado que a tinha atirado para o hospital no ano passado

 

A segunda mulher de Stanley Ho, Lucina Laam, morreu no sábado aos 79 anos, vítima de um cancro que se vinha a manifestar há vários anos, de acordo com os órgãos de comunicação social de Hong Kong. Os últimos momentos de Lucina foram passados no Hospital e Sanatório de Hong Kong, onde estava internada desde o ano passado.

A informação sobre a morte de Laam foi divulgada na quarta-feira à noite, depois de na última semana a saúde da mulher do magnata se ter deteriorado de forma acelerada, o que fez com que fosse levada para a unidade de cuidados intensivos.

Lucina Laam parte praticamente um ano depois do marido, que morreu em Maio do ano passado, aos 98 anos, também no Hospital e Sanatório de Hong Kong. Ao longo do casamento de várias décadas, Stanley e Lucina tiveram cinco filhos, Pansy, Daisy, Maisy, Josie e Lawrence, que por sua vez lhes deram três netas, Beatrice e Gillian, filhas de Daisy, e Mia, filha de Lawrence Ho.

Lucina Laam dividiu grande parte do seu tempo entre Hong Kong e o Canadá, onde acompanhou sempre de muito perto o seu pai, que emigrou e decidiu passar os últimos tempos no país da América do Norte.

Família de militares

Lucina Laam nasceu em 1943 em Jinhua, na Província de Zhejiang, durante o período da República da China, numa família de militares nacionalistas. O avô Laam Yam Nghi chegou a ocupar o posto de Major-General do exército na zona de Chaoshan. No entanto, após a reforma, o avô optou por se mudar para Hong Kong, onde comprou um prédio de cinco andares.

Também o pai de Lucina, Laam Kin Yee, enveredou pela via militar. Depois de concluir uma licenciatura em estudos chineses da Universidade de Linang, o homem que viria a ser sogro de Stanley Ho foi admitido na famosa Academia Militar de Whampoa, em Cantão.

Concluída a formação militar, o pai de Lucina integrou o exército ligado ao regime de Chiang Kai-Shek, o que fez com que participasse nas operações de defesa contra a invasão japonesa, que só terminou com o fim da Segunda Guerra Mundial. Concluída a guerra, e com a subida do Partido Comunista ao poder e a implementação da República Popular da China, pai e filha mudam-se definitivamente para a colónia britânica.

Matrimónio polémico

O casamento com Stanley Ho chegou aos 14 anos, quando o magnata vivia com a primeira mulher, Clementina Leitão, há 15 anos. Stanley Ho tinha 36 anos. Na altura, Clementina sofreu um grave acidente de viação em Portugal, que provocou extensas lesões e acabou por entrar em coma. Enquanto recebeu tratamento médico no Reino Unido, Stanley Ho, sentindo que precisava de se fazer acompanhar por uma mulher nas ocasiões mais formais, decidiu então casar uma segunda vez.

O casamento realizou-se em Hong Kong com base no Código Civil da Dinastia Qing. Apesar do código ter sido revogado no Interior, com a queda do Império e a implementação da República da China, estava em vigor em Hong Kong onde continuou a aplicar-se à população de etnia chinesa até 1970.

O código permitia que os homens se casassem com mais do que uma mulher e foi o que o futuro rei do jogo decidiu fazer em 1957, quando Lucina tinha 14 anos.

A decisão terá sido arrasadora para Clementina Leitão, mulher macaense e de uma família católica convicta. Apesar de Stanley Ho garantir que as duas mulheres tinham uma boa relação, a verdade é que Clementina vivia em Macau e Lucina em Hong Kong, o que fazia com que raramente se encontrassem.

Além disso, Stanley Ho, um ávido dançarino, encontrou o par ideal na segunda mulher, o que fez com que durante vários anos ambos fossem conhecidos como o Rei e a Rainha da Dança.

Um carinho especial

Polémicas à parte, Stanley Ho sempre valorizou bastante a segunda mulher e comprou-lhe uma das mansões mais caras de Hong Kong, no número 25 da Park Road no Vale de Jardine.

A casa foi adquirida por 1,75 milhões de dólares de Hong Kong, uma soma astronómica para a data, no que foi visto como um acto simbólico de valorização da relação e de reconhecimento pelo “trabalho” a nível social, em eventos de caridade, por Lucina Laam. Mesmo muito anos depois, Stanley Ho sempre falou bem da segunda mulher. “Ela é muito bonita, e apesar de ter casado comigo quando era muito nova sempre me tratou bem!”, reconheceu o rei do jogo, anos depois, num evento de caridade à imprensa de Hong Kong.

Com o avançar da relação foram chegando os filhos, que com a morte de Stanley assumiram a maior parte dos negócios, com participações na Shun Tak e Sociedade de Turismo e Diversões de Macau. A primeira a nascer foi Pansy Ho, em 1962, seguida por Daisy, em 1964, Maisy, em 1967, e Josie, em 1974. Finalmente, em 1977, Stanley Ho viu nascer o seu segundo filho Lawrence.

Segundo os relatos da imprensa de Hong Kong, o magnata terá ficado tão feliz com o nascimento de Lawrence que encheu a segunda mulher de presentes.

Mudança para o Canadá

Com Stanley Ho envolvido com Ina Chan, terceira mulher do magnata, que fora contratada para tomar conta de Clementina Leitão, e também com a entrada da actual deputada Angela Leong na vida amorosa do magnata, Lucina muda-se para o Canadá, no final da década de 1980.

A mudança foi justificada com o facto de Lucina ter decidido tomar conta do pai, que havia emigrado há mais de 10 anos para a América do Norte, e por Stanley Ho ter decidido investir nesse país. Lucina tinha assim a missão de ajudar o magnata a tratar dos seus vários investimentos por terras canadianas.

A deslocação veio com um preço, e marido e mulher começaram a ver-se menos regularmente. Lucina terá ainda sido responsabilizada por Stanley por ter criado um episódio de mal-estar em público com Angela Leong. No entanto, a verdade é que o magnata sempre confiou grande parte dos bens à segunda mulher e os filhos deste casamento foram dos mais beneficiados em termos de partilhas.

Sem reacções por agora

Apesar da morte ter ocorrido no sábado, a notícia só foi divulgada nos últimos dois dias. O jornal Oriental Daily, de Hong Kong, entrou em contacto com os assessores de Lawrence Ho, logo na quarta-feira, que terão respondido que por enquanto ainda não haveria reacções públicas por parte dos filhos ao falecimento da mãe.

Mãe exigente

Na imprensa de Hong Kong, Lucina Laam era geralmente apontada como uma mãe que prestava muita atenção à educação dos filhos e que era muito exigente, qualidades amplamente reconhecidas por Stanley Ho. Este aspecto chegou a ser confirmado por Josie Ho, filha mais nova do casal, que admitiu ter sido a mais rebelde e a que mais dores de cabeça deu aos pais. Ainda assim, Josie reconheceu que muitas das traquinices foram feitas para chamar a atenção dos pais.

Pansy trata do funeral

Ontem os pormenores sobre as cerimónias fúnebres de Lucina Laam ainda não eram conhecidos. No entanto, Pansy Ho, a filha mais velha, foi escolhida para ser a mestre do funeral, responsável por todos os procedimentos, que deverá ocorrer em Hong Kong.

17 Jun 2022

Wynn Macau | Recebido crédito de 500 milhões de dólares

A concessionária diz ter uma situação financeira forte, mas pediu uma linha de crédito à empresa-mãe para fazer face a obrigações que eventualmente possam surgir

 

A concessionária Wynn Macau comunicou ter recebido uma linha de crédito de 500 mil dólares americanos da empresa-mãe Wynn Resorts. O anúncio foi feito num comunicado de terça-feira à Bolsa de Hong Kong e noticiado ontem pelo portal GGR Asia.

Segundo a explicação avançada, a linha de crédito vai servir para “apoiar o capital operacional no futuro e outras obrigações, se forem necessárias”.

Além disso, a Wynn Macau considerou que o empréstimo mostra o compromisso com o mercado do jogo local. “Este acordo demonstra que ambas, Wynn Resort e a empresa [Wynn Macau], estão confiantes no crescimento de Macau a longo prazo, e a disponibilidade desta linha de crédito vem reforçar a posição da empresa, que já era forte”, foi declarado.

A linha de crédito tem de ser integralmente paga dentro de 24 meses desde a data do acordo e implica juros de 4 por cento ano, sobre o montante efectivamente utilizado.

Actualmente, a Wynn Resorts detém uma participação de 72 por cento na Wynn Macau, responsável pelos casinos Wynn Macau e Wynn Cotai.

Com quebras

A disponibilização da linha de crédito surge num ano extremamente difícil para a economia de Macau, mesmo quando a comparação é feita com o ano passado. Só nos primeiros cinco meses de 2022, as receitas dos casinos sofreram uma redução de 44 por cento face a 2021, um ano que já tinha sido muito marcado pela pandemia, com as receitas da indústria a caírem de 42,5 mil milhões de patacas para 23,8 mil milhões.

Quanto à Wynn Macau, nos primeiros três meses, os dados mais recentes disponíveis, indicam que não passou incólume aos problemas. Segundo a empresa, as receitas de 417 milhões de dólares americanos sofreram uma redução de 28,4 por cento, para 298,4 milhões.

16 Jun 2022

Covid-19 | Cerca de 38,5% com depressão, ansiedade e insónias

Estudo sobre impacto das restrições da covid-19 entre os residentes locais detectou uma outra patologia: anedonia, ou seja, “perda ou ausência de capacidade para ter prazer”

 

Em tempo de restrições de controlo da covid-19, 38,5 por cento dos residentes apresentam sintomas de depressão. A conclusão faz parte de um estudo publicado em Maio, no Journal of Affective Disorders, com o título “Análise compreensiva de depressão, ansiedade, insónia e qualidade de vida entre os residentes de Macau durante a pandemia da covid-19”.

O artigo foi realizado por 12 académicos, entre os quais Wei Bai e Zhao Yan-Jie da Universidade de Macau, e teve por base a informação recolhida entre 975 residentes locais, com mais de 18 anos, que permaneceram no território na maior parte do tempo.

De acordo com os resultados obtidos, entre a amostra de 975 residentes, 38,5 por cento apresentava sintomas relacionados com depressão. Ao mesmo tempo, 28,8 por cento sofria de ansiedade e 27,6 por cento admitia sofrer de insónia, ou seja, dificuldade em adormecer e ausência de longos períodos de sono, por acordar frequentemente.

As alterações económicas e sociais são apontadas como responsáveis pelos níveis apresentados. Segundo os autores, as restrições pandémicas “tiveram um impacto económico negativo em três quartos da população e directa ou indirectamente nos empregados dos casinos ou nos espaços de diversão”. É também explicado que as receitas do Governo foram igualmente afectadas pela menor actividade do sector do jogo.

Do medo

Os investigadores colocam também a hipótese de os níveis de sintomas detectados estarem relacionados com os receios da população. A dedução é feita com base em outros dois estudos, publicados em 2020.

“Especificamente, a nossa investigação foi conduzida na presença da pandemia da covid-19, que contribuiu para uma maior dificuldade em adormecer e manutenção do sono devido a receios de infecção e à ansiedade que emanou das preocupações das perdas económicas”, foi apontado.

O estudo aponta ainda que várias pessoas admitiram sofrer de anedonia, ou seja, “perda ou ausência de capacidade para ter prazer” e a viverem num estado persistente de tristeza. Os investigadores afirmam terem encontrado estes sintomas pela primeira vez, pelo que dizem ser uma consequência da pandemia e das respectivas medidas de combate.

16 Jun 2022

IC | Casa da Literatura abre até finais de Setembro para promover leitura

Além do projecto para incentivar a leitura, o Instituto Cultural apresentou ao Conselho Consultivo para o Desenvolvimento Cultural um plano de revitalização e ocupação das 10 vivendas de Mong Há, onde se esperam mais actividades culturais e de restauração

 

Um novo espaço para promover a literatura de Macau em língua portuguesa e chinesa, fazer exposições, organizar eventos de intercâmbio e incentivar a população a ler mais. Foi desta forma que a presidente do Instituto Cultural, Deland Leong, apresentou ontem a Casa da Literatura, edifício que vai abrir até ao final de Setembro, na Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida.

“Vai ser um espaço sobre a história do desenvolvimento das obras literárias de Macau, quer em língua chinesa, quer em língua portuguesa, que terá apresentações sobre escritores famosos. Vamos ter livros, revistas sobre a literatura local e colectâneas de obras literárias”, revelou ontem Deland Leong. O projecto foi apresentado durante a reunião plenária do Conselho Consultivo para o Desenvolvimento Cultural.

“No segundo andar do edifício haverá uma sala diferente, para actividades relacionadas com a literatura de Macau, como o lançamento de livros novos, realização de palestras literárias, entre outras. Queremos que seja um espaço para a promoção da literatura”, vincou a responsável.

As dez vivendas

Ainda no plano de actividades do Instituto Cultural para este ano foi apresentado um projecto experimental para a ocupação de 10 vivendas de Mong Há, onde vão ser desenvolvidas actividades culturais, mas também de restauração, como forma de revitalização da zona.

“Em três destas vivendas esperamos ter elementos artísticos e culturais, como exposições e outras actividades e ainda espaços para as famílias. Nas restantes sete vivendas, cabe aos requerentes apresentar propostas, podem ter elementos comerciais, por exemplo restaurantes, cafés, e ainda venda de produtos”, justificou a presidente do IC.

Sobre o desenvolvimento das indústrias culturais no local, Leong admitiu que podem surgir dificuldades e que serão atribuídos subsídios aos projectos escolhidos. “Esperamos através da atribuição de apoios atrair o sector cultural para participar na exploração das vivendas. Ainda estamos a finalizar este projecto, mas na fase inicial vamos conceder apoio financeiro para o sector preparar a exploração das vivendas”, admitiu.

A atribuição das vivendas será feita através de concurso público. A presidente do IC garantiu que os pormenores vão ser revelados mais tarde.

Mais independência

Apesar da promessa de apoios ao sector cultural, Deland Leong deixou uma mensagem para o futuro e avisou que a indústria vai ter de se tornar independente e crescer de forma sustentável.

“Na sessão de hoje, os membros sugeriram que, neste momento relativamente mais difícil para o sector cultural, as empresas têm de ser mais criativas, mais inovadoras e pensar em planos para sobreviver”, adiantou Leong. “Achamos que se dependerem das suas ideias e negócios essa será uma forma sustentável de desenvolvimento, não podem estar sempre a depender do apoio financeiro do Governo”, alertou. “Esperamos que nos próximos 5 ou 10 anos consigamos constituir uma empresa cultural real”, vincou.

A mesma posição foi vincada por Ieong Weng Fat, membro do concelho. “Nesta altura mais difícil em que não há turistas, as empresas culturais têm mais tempo para reflectir sobre o futuro. Têm de pensar porque esta indústria não pode depender sempre dos apoios do Governo. No futuro vai ter de depender das suas ideias”, argumentou.

15 Jun 2022

Património | IC não apresentou queixa-crime por destruição de muralha

A destruição de património classificado, como a muralha antiga da cidade, pode constituir crime de dano qualificado, mas tanto o Ministério Público como o Instituto Cultural não procederam ao apuramento de responsabilidades criminais. Por sua vez, a Polícia Judiciária afirmou que não podia responder sobre o assunto

 

O Instituto Cultural (IC) admitiu não ter contactado o Ministério Público (MP) para o apuramento de responsabilidades criminais face à destruição da muralha antiga da cidade, um elemento classificado como património cultural. Ontem, no final do Conselho Consultivo para o Desenvolvimento Cultural, Deland Leong, presidente do IC, considerou que a prioridade é garantir a segurança dos residentes da zona afectada e aguardar por um relatório da Direcção de Serviços das Obras Públicas.

“Sobre a protecção da muralha, o IC tem um papel tutelar. Em relação às obras, exigimos que a muralha fosse protegida, além da protecção da paisagem e de outros aspectos. Emitimos um parecer que tem de ser respeitado durante as obras”, começou por esclarecer a responsável do IC. “Temos de aguardar o resultado da investigação das Obras Públicas [sobre o incidente]. Só depois podemos saber a quem cabe a responsabilidade e o motivo que levou ao desabamento da muralha”, acrescentou.

Segundo Deland Leong, o eventual apuramento de responsabilidades criminais “é um trabalho de segunda fase”, que só será ponderado depois da investigação das Obras Públicas. “Não estamos a negligenciar o problema, mas o importante é garantir a segurança dos residentes da zona. E agora a investigação está a ser feita pelos Serviços de Obras Públicas”, garantiu.

Segundo o Código Penal da RAEM, “quem destruir, no todo ou em parte, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável coisa pertinente ao património cultural e legalmente classificada” comete o crime de dano qualificado e pode ser punido com pena de prisão até 5 anos ou com pena de multa até 600 dias. A pena pode ser gravada para entre 2 a 10 anos de prisão.

Sem investigação

Face à destruição do património classificado, o HM contactou o MP para saber se tinha sido aberta uma investigação sobre o caso. Na resposta, através de correio electrónico, o cenário foi negado: “Até este momento, o Ministério Público não autuou uma investigação em relação ao assunto”.

Por sua vez, a PJ afirmou que não poderia fornecer uma resposta ontem sobre a abertura de uma investigação, depois das questões terem sido colocadas na segunda-feira.

Responsabilidades criminais à parte, Deland Leong afirmou que as obras de recuperação da muralha só deverão começar depois de serem concluídos os trabalhos actuais de consolidação das terras no local. Leong mostrou-se ainda muito confiante com a recuperação e afirmou que anteriormente houve um levantamento profundo da muralha, que permite um restauro fiel ao original.

Solo em fuga

O deslizamento de terras que destruiu um troço das Antigas Muralhas da cidade aconteceu na quinta-feira, num estaleiro de construção privado situado na Estrada de São Francisco. Nessa altura decorriam, pelo menos, duas obras nas imediações das muralhas. O deslizamento de terras afectou ainda os moradores do Edifício Ka On Kok, com detritos a entrar em algumas fracções.

De acordo com as declarações da presidente do IC, após o deslizamento, o troço afectado tem um comprimento de 18 metros e abrange zonas de granito e muros de chunambo.

15 Jun 2022

e-leilões | Partido Socialista fala de discriminação por falta de acesso a portal

Os internautas em Macau estão a ser impedidos de aceder ao portal criado pela Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução de Portugal, onde podem ser comprados bens penhorados, como casas, viaturas, jóias, entre outros. A secção local do PS acusa a ordem de discriminação

 

A secção de Macau do Partido Socialista (PS) acusou a Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução de Portugal de discriminação contra os portugueses que vivem em Macau, por estar a bloquear o acesso ao portal www.e-leilões.pt. A acusação foi feita ontem através de um comunicado, após terem sido recebidas queixas de portugueses a viverem na RAEM.

“A secção de Macau do Partido Socialista tomou conhecimento através de relatos de vários cidadãos portugueses que a Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução de Portugal está a bloquear digitalmente o acesso dos cidadãos que vivem na China e em particular na Região Administrativa Especial de Macau”, foi revelado pela secção partidária.

Segundo a mesma informação, inicialmente houve uma abordagem junto da ordem para tentar resolver o problema, mas a resposta foi de inflexibilidade. “Há cerca de meio ano que a plataforma www.e-leilões.pt deixou de estar acessível aos utilizadores em Macau e na China. Apesar de vários alertas e reclamações, a Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução não tem apresentado soluções que permitam aos cidadãos portugueses exercer o seu direito de aceder às suas plataformas estejam onde estiverem”, foi explicado.

De acordo com a representação local do PS, este cenário é incompreensível uma vez que em portais de leilões semelhantes, como acontece no caso do portal da autoridade tributária, não há constrangimentos no acesso.

Violação à lei

Face ao cenário actual, a secção do PS avisa que a “atitude da Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução, no limite, constitui uma violação à Lei” e que pode “em algumas situações suscitar impugnações legitimas dos actos que são praticados na plataforma digital gerida” pela Ordem.

Por isso, a secção apela para que a situação seja resolvida. “A Secção de Macau do Partido Socialista insta a Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução a resolver imediatamente o problema do acesso dos cidadãos portugueses que residem na China e na Região Administrativa Especial de Macau em particular, garantindo assim a equidade que lhe é exigida como instituição de bem”, foi apelado.

O e-leilões.pt é uma plataforma desenvolvida pela Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução para realização da venda de bens através de leilão electrónico, que permite a compra de bens penhorados. Entre os bens à venda, encontram-se imóveis, viaturas, recheios entre outros.

14 Jun 2022

Proposta de lei do jogo proíbe entrada de concessionárias na bolsa de valores

A votação na especialidade sobre as alterações à lei do jogo deve realizar-se na próxima semana. O Governo fez mudanças de última hora ao diploma a proibir concessionárias de entrar em bolsas de valores

 

Com a entrada em vigor das alterações à lei do jogo, as concessionárias vão ficar proibidas de ser cotadas nas bolsas de valores. A alteração faz parte da última proposta do Governo e foi explicada com o contexto actual, uma vez que nunca houve pedidos para a entrada de concessionárias na bolsa. O objectivo será evitar que as concessionárias sejam vendidas, através de operações de mercado bolsista.

A revelação foi feita ontem, no final de mais uma reunião da 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, que está a analisar o diploma na especialidade. “Com as últimas alterações apresentadas, as concessionárias estão proibidas de entrar na bolsa. Segundo o Governo, estas alterações foram explicadas com o facto de nenhuma concessionária ter aderido à bolsa, e também para evitar que a propriedade das concessionárias seja cedida a outrem”, afirmou Chan Chak Mo, presidente da comissão.

“Como as pessoas sabem, as concessionárias não entraram na bolsa. As operações para angariar capital foram sempre feita pelas empresas-mãe das concessionárias. Não foi feita pela filial, aliás não houve sequer pedidos para que fosse a filial. Agora, a lei torna tudo mais claro e proíbe mesmo a entrada em bolsa das concessionárias”, acrescentou.

Votação na próxima semana

Entre as alterações ao diploma, destaque para a provisão que estabelece que um investidor numa das concessionárias não pode deter directamente capital social de outra concessionária.

Contudo, a lei permite que a proporção do capital seja detida através de uma empresa ou de fundos de investimento, o que representa uma propriedade indirecta. Nestes casos, o capital detido não pode ser superior a cinco por cento.

“Anteriormente, podia haver propriedade cruzada de acções. Com esta alteração, o Governo pretende evitar o conluio das concessionárias que assim poderiam evitar uma competição fortalecida”, justificou Chan Chak Mo.

Segundo o deputado, o parecer da comissão vai ser assinado amanhã, o que permite que o diploma suba ao plenário para a votação final na próxima semana. Contudo, a decisão cabe ao presidente da Assembleia Legislativa. “Já temos a proposta de lei e vamos assinar o nosso parecer na quarta-feira às 15h”, revelou Chan. “Depois de assinar o parecer, temos cinco dias para o distribuir a todos os deputados. Quanto ao dia do Plenário, cabe ao presidente decidir, será 22 ou 23 deste mês. Tem de ter cinco dias antes para distribuir o parecer. No dia 20 não pode ser”, acrescentou.

14 Jun 2022

Grande Baía | Ho Iat Seng pede esforços conjuntos para a retoma económica

O Chefe do Executivo reuniu com altos responsáveis de Guangdong para discutir políticas referentes à zona de cooperação de Hengqin, para promover o sucesso do território na prevenção da pandemia e pedir medidas de cooperação financeira

 

Ho Iat Seng deslocou-se a Guangzhou para discutir as medidas de prevenção da pandemia e a necessidade de colaboração para responder à crise económica. A informação foi divulgada no sábado, através de um comunicado do Gabinete de Comunicação Social (GCS), antes de ser conhecida a redução do período de quarentena para 10 dias.

Segundo o Governo local, nos encontros com o secretário do comité provincial de Guangdong do Partido Comunista Chinês, Li Xi, e o governador da província, Wang Weizhong, “Macau e Guangdong concordaram em consolidar os resultados do trabalho conjunto de prevenção e controlo da pandemia, colaborar para a recuperação económica e para normalizar a circulação de pessoas entre os dois territórios”.

Por outro lado, ficou também a promessa de “aprofundar e alargar a cooperação bilateral, em todas as vertentes” e “promover, em conjunto, a Grande Baía entre Guangdong, Hong Kong e Macau”.

Neste caminho, a prioridade de Macau e Guangdong passa pela zona de cooperação na Ilha da Montanha, em que as duas partes esperam “alcançar um novo patamar e mais resultados”.

No primeiro encontro, com Li Xi, Ho Iat Seng reiterou que “o trabalho realizado pelo Governo de Macau é feito de acordo com as instruções do Governo Central”, que a “actual conjuntura geral da RAEM é estável, e que se alcançou eficiência na prevenção e controlo da pandemia”.

Pedir circulação

Sobre a crise económica que tem sufocado a RAEM, Ho Iat Seng atirou as responsabilidades para “a situação internacional” e “a evolução pandémica”, que considerou ter aumentado a pressão sobre Macau, devido à redução do número de turistas.

Apesar da crise, o Chefe do Executivo mostrou-se confiante na “retoma gradual da economia local com o abrandamento da situação epidémica no Interior”, durante a segunda metade do ano.

No segundo encontro, com Wang Weizhong, Ho pediu que com “base nos resultados notáveis alcançados na prevenção e controlo da pandemia desenvolvido conjuntamente por Macau e Guangdong”, que as duas regiões normalizem “a circulação de visitantes” e impulsionem “as actividades económicas”.

Ho Iat Seng admitiu ainda a Wang que o Governo de Macau está a estudar a possibilidade de seguir uma política de 7 dias de isolamento, com 7 dias de autogestão domiciliária.

13 Jun 2022

Emprego | Deputado ligado aos Operários pede que residentes baixem as expectativas

Lei Chan U deixou ontem um aviso aos residentes: ou baixam as expectativas ou ficam sem emprego. Esta é a nova realidade, que, para o deputado, resulta em grande parte do “ajustamento” da indústria do jogo, que vai para além da pandemia. Já Che Sai Wang, recusa que os residentes tenham expectativas elevadas, e fala num mercado difícil até para os mais qualificados

 

Lei Chan U, deputado dos Operários, considera que os residentes têm de baixar as expectativas e aceitar os empregos disponíveis. Num discurso em que fez eco das palavras do Governo, o legislador pró-laboral apelou aos residentes para tomarem uma atitude “pragmática” e aceitarem a realidade, que é afectada não só pela pandemia, mas pelo “ajuste do sector do jogo”.

“Há dias, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais reconheceu que muitos trabalhadores do sector do jogo têm dificuldade na colocação profissional e a razão principal é faltar vagas”, começou por afirmar Lei Chan U.

“Assim, é de salientar, mais uma vez, que, perante o duplo impacto resultante da pandemia e do ajustamento profundo do sector do jogo, se os trabalhadores continuarem com grandes expectativas de emprego e falta de flexibilidade na sua procura, vão estar numa posição social fraca, sob a realidade em que a procura de trabalho é maior do que a oferta”, acrescentou.

Lei Chan U deixou ainda um recado para os residentes e avisou-os que está na altura de aceitarem os empregos disponíveis, antes de pensarem na carreira: “Espero que os residentes à procura de emprego ou desempregados, tendo em conta as condições e a realidade social, da actual situação do mercado laboral, ajustem a sua atitude e mentalidade, e adoptem a estratégia de ‘primeiro, ter um emprego e, depois, fazer escolhas entre os empregos disponíveis’, ou ‘primeiro, acumular experiência e, depois, escolher o rumo de desenvolvimento profissional’”, apelou.

O deputado, eleito pela via indirecta, pediu ainda na intervenção antes da ordem do dia aos residentes que adoptem esta atitude para contribuírem para o esforço comum de combate à pandemia.

Mais alternativas

Se Lei Chan U pediu aos residentes para baixarem as expectativas, num polo oposto, Che Sai Wang apelou ao Governo para arranjar soluções para os quadros qualificados recém-licenciados.

Segundo o deputado ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), os residentes não têm medo de trabalhar, e até aceitam empregos que não correspondem à área da formação. Para Che, o problema é outro: “Devido ao impacto da pandemia, a economia está em baixa, por isso muitos recém-licenciados estão desempregados, e depois optam por trabalhar na entrega de comida ou em lojas que vendem refrigerantes de chá, empregos que não correspondem à sua formação”, apontou.

Também muitas vezes os residentes não são vistos como qualificados para as posições disponíveis, por falta de experiência. “Muitos estudantes inscreveram-se no ‘dia aberto da feira de emprego’ organizado pela DSAL, mas os postos de trabalho disponíveis eram apenas para lavagem de loiça e segurança, não correspondendo aos cursos de formação da sua graduação. Mais, a maior parte destes postos exige dois a três anos de prática profissional e esta exigência dificulta a vida das pessoas que não têm experiência de trabalho”, justificou.

Os não-residentes

Também na bancada da ATFPM, José Pereira Coutinho indicou que a falta de empregos para os residentes locais está relacionada com a importação de trabalhadores não-residentes, que aceitam condições laborais inferiores às dos residentes.

“As principais razões, de termos ainda 167.738 trabalhadores não residentes na RAEM deriva da tolerância do Governo em autorizar de forma ‘desnorteada’ a importação de mão-de-obra barata e não qualificada. Muitos destes trabalhadores de segunda classe são explorados nos seus direitos e regalias, como acontece todos os dias, com o não pagamento de horas extraordinárias”, afirmou Coutinho.

O deputado defendeu também que existem vários trabalhos não-qualificados em mercados como o do imobiliário, banca, seguradoras e financeiro que podiam ser ocupados por residentes. “Porque é que os jovens e os desempregados não têm capacidade de ocupar as cerca de 15 mil vagas ocupadas pelos trabalhadores não residentes e não especializados que trabalham no ramo imobiliário?”, questionou. “A razão é simples. Os trabalhadores não residentes têm de ser mais obedientes e não se atrevem a reclamar dos seus direitos, caso contrário serão de imediato despedidos e recambiados para os seus locais de origem”, respondeu.

Uma visão contrária foi apresentada por Ip Sio Kai, deputado eleito pela via indirecta, que fala de uma situação em que as empresas não podem contratar não-residentes, mas também não conseguem contratar residentes. “Segundo os dados, até ao final de Abril de 2022, o número de trabalhadores não residentes diminuiu cerca de 30 mil, em comparação com o final de Dezembro de 2019, mas o desemprego local não melhorou muito, o que demonstra que não existe uma relação de complemento entre os postos de trabalho libertados pelos não residentes e os postos de trabalho pretendidos pelos residentes”, argumentou.

“As necessidades de mão-de-obra das empresas locais são diferentes das intenções dos candidatos locais, o que resulta numa situação de ‘haver pessoas sem emprego e postos de trabalho sem candidatos’, e a mão-de-obra não se forma nem pode melhorar dum dia para o outro através de políticas”, completou.

10 Jun 2022

Aprovadas medidas contra cigarros electrónicos. Pedida proibição total do tabaco

A Assembleia Legislativa aprovou ontem na generalidade e por unanimidade a revisão à lei do tabaco, para proibir o fabrico, distribuição, venda, importações e entrada no território de cigarros electrónicos, assim como de outros produtos de tabaco consumidos de forma oral. No entanto, entre os deputados houve pedidos para que se vá mais longe. Ip Sio Kai, ligado ao sector bancário, pediu que o consumo do tabaco seja totalmente proibido. E não foi o único.

Quando apresentou a proposta de revisão à lei, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, alegou que as alterações visam combater a popularidade dos cigarros electrónicos entre os jovens dos 13 aos 15 anos, faixa etária que registou um aumento de 1,4 por cento no consumo, de 2015 para 2021.

Mas houve deputados que não se mostraram satisfeitos com as alterações. Ip Sio Kei considerou que todo o tabaco devia ser proibido no território, com multas para os fumadores. “Eu não percebo, porque é que não proibimos todo o consumo de tabaco?”, questionou. “Era muito mais simples que estas medidas todas. Aliás, como o consumo não é sancionado, acho que não vai ser possível alcançar os objectivos das alterações à lei”, afirmou.

Ip mostrou-se ainda preocupado com o que diz ser uma nova tendência, em que os mais jovens consideram que têm um ar “cool”, quando fumam cigarros electrónicos. “Eu não sei fumar, mas parece que as pessoas acham que é muito estiloso fumar”, atirou.

Passo a passo

Também Leong Sun Iok considera que o Governo deve ter poderes para controlar os fumadores, com multas, se necessário. “Não podemos afastar o cenário das pessoas recorrerem a meios ilícitos para obterem cigarros electrónicos, por isso, o uso também devia ser ilegal”, argumentou Leong. “Actualmente, o Governo não pode sancionar uma pessoa que fuma cigarros electrónicos, mas esse poder devia estar nesta proposta”, defendeu.

Contudo, a secretária defendeu que o trabalho de combate ao tabaco vai ser feito progressivamente. “Em relação à proibição de fumar, temos o objectivo de fazer os trabalhos de forma gradual. A nossa experiência mostra-nos que esta forma de trabalho é eficaz”, justificou. “Os nossos dados mostram-nos que há menos pessoas a fumar, mas entre os jovens o consumo aumentou, e isso faz com que apresentamos estas alterações à proposta vigente”, explicou.

Elsie Ao Ieong U defendeu ainda que é preciso “dar tempo” para que as pessoas possam “passo a passo” deixar de fumar. A secretária destacou também que a aposta vai passar por acções de campanha a explicar os malefícios do tabaco.

10 Jun 2022

Hengqin | Trabalhadores com subsídios cortados e sem meio para fazer queixa

A Macau Investimento e Desenvolvimento, empresa de capitais públicos da RAEM que opera na Hengqin, cortou o “subsídio regional” sem qualquer explicação. Os trabalhadores não sabem a quem devem apresentar queixa

 

Vários trabalhadores de Macau do Parque de Medicina Tradicional Chinesa, investimento público da RAEM na Ilha da Montanha, viram um “subsídio regional” de 1.000 renminbis cortado, sem qualquer justificação, e não conseguem fazer queixa. Em causa está o facto de os trabalhadores não quererem ser identificados, e, ao contrário do que acontece em Macau, as autoridades do Interior não investigarem queixas laborais anónimas.

O caso foi revelado por trabalhadores afectados que telefonaram para o programa Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau. Na sequência, o jornal All About Macau tentou perceber os mecanismos de protecção laboral dos trabalhadores locais empregados em Hengqin, que resultou num pingue pongue entre o secretário da Economia e Finanças e as duas empresas com capitais da RAEM, a Macau Investimento e Desenvolvimento e a Guangdong-Macau Tecnologia da Medicina Tradicional Chinesa Desenvolvimento do Parque Indústria. No final, não foi obtida nenhuma resposta esclarecedora.

Na primeira troca de correspondência, Lei Wai Nong remeteu explicações para a Macau Investimento e Desenvolvimento e para a subsidiária Guangdong-Macau Tecnologia da Medicina Tradicional Chinesa Desenvolvimento do Parque Indústria.

Por sua vez, a Macau Investimento e Desenvolvimento não confirmou a existência de cortes, mas também não desmentiu. A empresa limitou-se a agradecer ao jornal a “a atenção prestada ao parque industrial”, além de afirmar que lida com todos os assuntos “de acordo com as legislações locais”.

Silêncio ensurdecedor

Não é a primeira vez que queixas laborais entre as duas jurisdições causam polémica. Anteriormente, um funcionário da Macau Investimento e Desenvolvimento na Ilha da Montanha apresentou uma queixa na Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), depois de lhe ter sido recusado várias vezes um pedido para tirar seis dias seguidos de férias. Contudo, a DSAL recusou a queixa, por entender que o assunto compete às autoridades do Interior.

O All About Macau tentou também apurar os mecanismos laborais que existem no Interior para lidar com disputas que implicam os trabalhadores da RAEM. Esta é uma preocupação crescente, uma vez que cada vez mais o Governo incentiva residentes a procurar emprego no Interior, nomeadamente na Grande Baía.

Contudo, como aconteceu com a questão dos cortes de subsídios, tanto o secretário para a Economia e Finanças como a empresa Macau Investimento e Desenvolvimento ignoraram as perguntas colocadas.

Outra pergunta que Lei Wai Nong e a Macau Investimento e Desenvolvimento também ignoraram foi sobre o número de trabalhadores locais no Parque de Medicina Tradicional Chinesa. No entanto, o jornal indica que o número deverá rondar 10 trabalhadores, com os restantes a serem do Interior.

Cortes de Natal

Segundo os trabalhadores citados pelo All About Macau, a Macau Investimento e Desenvolvimento começou a pagar o “subsídio regional” de 1.000 renminbis aos funcionários de Macau em Agosto do ano passado. Contudo, o pagamento foi suspenso em Dezembro, sem qualquer explicação dada aos trabalhadores. Na sequência, os administradores da empresa foram confrontados, mas o grupo presidido por Lu Hong apenas respondeu que “a redução do salário foi feita de acordo com os procedimentos legais”.

O “subsídio regional” foi criado no ano passado para fazer frente a “uma onda de demissões” de residentes de Macau no parque e também para a empresa cumprir a “responsabilidade social de diversificar a economia” da RAEM.

9 Jun 2022

Farol da Guia | Defendida redução da altura do edifício da Calçada do Gaio

Proposta do Governo de permitir que o edifício na Calçada do Gaio mantenha os actuais 82,32 metros não convence o Grupo para a Salvaguarda do Farol, nem o ex-deputado Sulu Sou

 

O Grupo para a Salvaguarda do Farol da Guia está contra a decisão do Governo de permitir que o edifício na Calçada do Gaio seja concluído com a altura actual, de 82,32 metros. A solução, para um problema que vem de longe, foi anunciada na terça-feira, durante uma reunião do Conselho do Património Cultural, mas ainda está dependente das decisões dos departamentos relevantes.

Apesar de manter o tamanho actual, segundo a presidente do Instituto Cultural, o edifício vai utilizar materiais transparentes, como vidro, no topo da infra-estrutura, no que foi justificado como uma forma de reduzir o impacto visual.

No entanto, as duas sugestões não convencem o Grupo para a Salvaguarda do Farol da Guia, que, através de um comunicado, aponta que a melhor solução passa por reduzir a altura do edifício para 52,5 metros.

A associação explicou também que a UNESCO tinha pedido para que “o desenho e a construção dos andares superiores fosse feita com materiais menos volumosos e mais transparentes para reduzir o impacto ambiental”.

Contudo, para o Grupo para a Salvaguarda do Farol da Guia a proposta não cumpre com o que tinha sido requisitado. “Não percebemos como é que o actual desenho do edifício pode satisfazer as exigências da UNESCO”, argumentam.

Por estes dois motivos, o grupo insiste na demolição dos andares superiores para que a altura se mantenha nos 52,5 metros e não bloqueie o corredor visual para o farol.

Solução desadequada

Também o ex-deputado Sulu Sou, que fez da questão do Farol da Guia um dos principais temas da sua agenda, mostrou desagrado com a solução encontrada.

Através das redes sociais, Sulu Sou recordou que em 2016 a UNESCO deixou muito claro que não concordava com a construção em altura do edifício, porque teria um impacto irreversível para o corredor visual para o Farol da Guia.

Contudo, agora o Governo diz que a solução encontrada cumpre os requisitos da UNESCO. Para o ex-deputado e vice-presidente da Associação Novo Macau, a postura do Executivo foi de atrasar ao máximo a resolução do problema, e adoptar uma solução que não se adequa à realidade actual, de 2022, muito diferente da vivida em 2008.

Em 2006, quando foi aprovada a licença de construção, surgiu um plano para que o edifício tivesse mais de 120 metros. Foi devido à altura do prédio e à necessidade de proteger o corredor visual que as obras estão suspensas desde 2008.

9 Jun 2022

Imobiliário | Jiayuan Group com dois pedidos de insolvência em Hong Kong

Em 2017, a companhia do Interior deu 3,51 mil milhões de dólares de Hong Kong por dois terrenos na Taipa, naquele que foi o valor mais alto alguma vez pago. A vendedora foi uma empresa de William Kuan

 

A Jiayuan International Group, empresa que comprou o terreno mais caro de sempre no território, está a enfrentar dois pedidos de insolvência nos tribunais de Hong Kong. A revelação foi feita pela companhia através de um comunicado à Bolsa de Hong Kong, após a venda das acções ter estado suspensa nos últimos dias.

A informação sobre os pedidos é escassa, mas em causa estão dívidas de 15 milhões de dólares americanos relacionadas com juros de um empréstimo. No entanto, a empresa afirmou que “segundo a informação disponível” os pedidos de insolvência “não vão ter um impacto material ou significante nas operações ou na situação financeira”.

Apesar disso, a Jiayuan International Group destacou que tem “a intenção de se defender vigorosamente” contra os pedidos.

Também na sexta-feira, foi revelado que uma subsidiária do grupo chegou a acordo para vender um projecto de imobiliário identificado como Chengnan Real Estate, em Yancheng City, na província de Jiangsu. A venda foi feita à empresa Jiaxing Yuetai, a troco de 879 milhões de yuan. Sobre a transacção, a Jiayuan International Group justificou que “é uma boa oportunidade para o Grupo transformar em dinheiro o investimento inicial, e num ciclo muito mais curto do que o esperado”, caso fosse cumprido o processo de construção e vendas das habitações e lojas.

Vida negra

Os problemas da Jiayuan International Group estão ligados à crise do imobiliário que se vive no Interior. A situação ganhou maior visibilidade com o caso da gigante Evergrande, mas têm sido várias as empresas de construção em dificuldades e a falhar o pagamento de empréstimos, como a Fantasia, China Properties Group ou a Modern Land.

Os problemas da Jiayuan tinham sido antevistos pela Fitch Ratings, que no mês passado baixou o rating da empresa para “C”, um nível para empresas “em incumprimento ou “em vias de incumprimento”, e que fica abaixo do nível visto como “lixo”.

A descida do rating pela Fitch foi justificada com o facto de a empresa ter falhado o pagamento dos juros de um empréstimo de 200 milhões de dólares americanos, a 30 de Abril. Porém, para a empresa de notação financeira, o principal problema é que este empréstimo tem de ser devolvido na totalidade em Outubro de 2022. Além disso, na primeira metade do próximo ano a Jiayuan volta a ter de devolver dois empréstimos, no valor de 176 milhões de dólares americanos e 295 milhões dólares americanos. Sem acesso aos mercados financeiros, a Fitch antevê dificuldades para a Jiayuan fazer frente aos empréstimos.

Negócio recorde

Foi em 2017 que a Jiayuan International Group adquiriu pelo preço recorde de 3,51 mil milhões de dólares de Hong Kong dois terrenos na Taipa, na Avenida Dr. Sun Yat-Sen. A compra foi feita à Companhia de Fomento Predial San Kin Tai, na altura detida a 40 por cento por William Kuan, empresário que está detido e a ser investigado por crimes de corrupção.

Os dois terrenos têm actualmente em construção o projecto Ocean Hill, composto por habitações e lojas. No total, implicam uma área de 5.597 metros quadrados, o que significa que o negócio foi feito com o pagamento de 627,1 mil dólares de Hong Kong por metro quadrado.

8 Jun 2022

Património | Projecto para Lai Chi Vun com orçamento de 42 milhões

O novo plano para os estaleiros de Lai Chi Vun foi apresentado ontem ao Conselho do Património Cultural e inclui restaurantes, zonas de exposição, espaços ao ar-livre e estacionamento

 

O Instituto Cultural apresentou ontem o plano para o reaproveitamento dos estaleiros de Lai Chi Vun ao Conselho do Património Cultural. O projecto terá um orçamento de 42 milhões de patacas. No final, Deland Leong, presidente do Instituto Cultural, revelou que o espaço vai incluir restaurantes, exposições e zonas ao ar-livre.

“Vamos iniciar as obras para dinamizar e renovação de Lai Chi Vun. São cinco terrenos, com uma área total de 4.600 metros quadrados”, anunciou a responsável do IC. “Após a renovação vamos ter restaurantes, espaços ao ar-livre, uma zona de exposição, uma feira de artesanato e ainda uma exposição sobre a cultural dos estaleiros navais e os procedimentos para a construção de um navio”, acrescentou.

De acordo com o plano, que não foi mostrado aos jornalistas, os terrenos são identificados como X11, X12, X13, X14 e X15. O X11 vai manter a estrutura de aço existente e terá em exposição um “cortador de madeira”. Nos terrenos X13 e X14, os estaleiros vão ser reconstruídos, e a estruturas de madeira substituídas por aço, devido ao elevado grau de decomposição.

Ainda de acordo com a presidente do IC, os terrenos X12 e X15 serão destinados a espaços ao ar-livre para complementar as actividades dos espaços fechados.

Por sua vez, Wu Chou Kit, deputado e porta-voz do Conselho do Património Cultural, adiantou que vai haver um estacionamento no local.

Calçada do Gaio avança

Também ontem, foi apresentado o novo design do edifício da Calçado do Gaio, cujas obras estão suspensas há vários anos. A obra vai manter a altura actual de 82,32 metros e 19 pisos. “Devido à situação especial e após uma troca de opiniões entre o Governo e o Comité Cultural da UNESCO, foi emitido um parecer técnico sobre o edifício inacabado”, afirmou Deland Leong. “Segundo as instruções da deliberação, mantendo a altura, o proprietário alterou o design do edifício e com esta novidade consegue cumprir os requisitos”, justificou. Inicialmente, em 2006, a licença de construção previa 36 pisos e altura de 126,12 metros.

No entanto, antes de recomeçar as obras, ainda é necessário obter as restantes licenças emitidas pelos outros departamentos. Além do limite de altura, vão ser instalados vidros no topo do edifício, para não afectar a área da zona.

300 mil para altar

O Instituto Cultural e o Conselho do Património Cultural concordaram com o pedido de apoio da Associação dos Moradores para renovar o Altar de Terra, no Pátio do Banco, perto da Rua do Campo. O preço da obra está avaliado em 300 mil patacas e a necessidade de intervenção foi justificada com o elevado estado de degradação de uma estrutura com valor arquitectónico e cultural.

8 Jun 2022

Construção | Song Pek Kei considera que empresas estatais são beneficiadas

A deputada Song Pek Kei está preocupada com as relações de proximidade entre o Governo da RAEM e empresas de construção estatais. Como tal, argumenta que o sector privado local está a ser prejudicado nos concursos públicos

 

A deputada Song Pek Kei defende que as empresas estatais chinesas são sempre beneficiadas nos concursos para obras públicas em Macau, e que o Governo tem de garantir igualdade de oportunidades para o sector privado. As posições foram tomadas ontem através de uma interpelação escrita, em que pede equilíbrio ao Executivo de Ho Iat Seng.

“O Governo lançou várias obras públicas, mas os contratos principais são sempre atribuídos às empresas estatais. As empresas privadas locais só conseguem participar nos trabalhos como subempreiteiras ou como subempreiteiras de subempreiteiras, o que faz com que os seus lucros sejam muito limitados”, indicou a deputada ligada à comunidade de Fujian. “Que medidas vão ser adoptadas pelo Governo para se conseguir obter equilíbrio no mercado da construção, principalmente das grandes obras públicas, e assim maximizar investimentos?”, questionou.

Na perspectiva da deputada, a atribuição de mais obras ao sector privado do território vai fazer com que mais residentes encontrem trabalho, e atenuar parte dos efeitos da crise.

Song Pek Kei critica também as ligações estabelecidas e argumenta que empresas estatais “têm uma relação de muita proximidade com o Governo”, o que faz com que as pequenas e médias empresas locais sejam ainda mais prejudicadas.

Mais de 3 mil empresas

Sobre o sector da construção local, Song Pek Kei recordou que existem mais de 3.000 empresas de construção em Macau e a maioria é constituída por pequenas e médias empresas (PME). Por isso, defendeu que é necessário que os concursos sejam realizados de forma justa e equilibrada, para que tanto o sector público como o privado possam assegurar os seus negócios e empregos, num espírito de competição.

Apesar da crítica aos resultados dos concursos públicos, Song elogiou os esforços do Governo no investimento em obras, por considerar que mantém a estabilidade no mercado e empregos.

No âmbito da política de obras, Song Pek Kei apelou ao Executivo para acelerar o processo das obras no âmbito do programa Céu Azul, ou seja, de renovação e melhoria das condições das escolas.

8 Jun 2022