CAM | Lucro de 338,8 milhões de patacas em 2024

Apesar do aumento dos lucros, o Aeroporto Internacional de Macau ainda não recuperou totalmente face ao período pré-pandemia. O ano passado ficou marcado por um aumento do capital da empresa, no valor de 850 milhões de patacas, que tem em vista a expansão do aeroporto

 

A CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau teve um lucro de 338,8 milhões de patacas no ano passado, um aumento de 54,3 por cento em comparação com 2023. Os números constam do relatório anual da empresa que foi publicado no início da semana.

O ano passado significou um aumento dos lucros da entidade que gere o Aeroporto Internacional de Macau na ordem dos 119,3 milhões de patacas, face aos ganhos de 219,5 milhões de patacas registados em 2023. O documento mostra que a diferença é justificada com um aumento das receitas que cresceram 24 por cento, para 1,48 mil milhões de patacas, em comparação com as receitas de 1,19 mil de patacas de 2023.

“Em 2024 o mercado de transportes de passageiros evoluiu de forma satisfatória, e as receitas do aeroporto atingiram um novo ponto alto, no período pós-pandemia”, afirmou Ma Iao Hang, presidente do Conselho de Administração, no relatório. “As receitas anuais com a aviação foram de 684 milhões de patacas, um crescimento anual de 40,7 por cento, enquanto as receitas não relacionadas com a aeronáutica foram de 794 milhões de patacas, um crescimento de 12,5 por cento”, acrescentou.

No entanto, os valores gerados pela empresa ainda estão longe do que acontecia em 2019, antes da pandemia. Nesse ano, a empresa obteve um lucro de 616,6 milhões de patacas, devido a receitas na ordem dos 1,82 mil milhões de patacas.

Este foi um resultado que contrastou muito com a situação durante a pandemia da covid-19, quando a empresa registou, em três anos, perdas conjuntas de 1,74 mil milhões de patacas.

Mais passageiros e voos

No ano passado a CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau declara ter recebido 7,64 milhões de passageiros, um aumento de 48,3 por cento, face aos 5,15 milhões transportados no ano anterior. A empresa afirma que em comparação face a 2019, houve uma recuperação de 80 por cento.

A CAM indicou também que actualmente o aeroporto serve 42 destinos, a maioria no Interior, através de 27 companhias aéreas. A maioria dos passageiros, cerca de 46 por cento, viajava de e para o Interior, enquanto 17 por cento viajava de ou para Taiwan. Além disso 37 por cento tinham como origem, ou destino, outros destinos no Nordeste ou Sudeste Asiático.

Ao nível do transporte de mercadorias, excluindo o transporte de correio, houve igualmente um crescimento, neste caso na ordem dos 69,4 por cento para 109.105 toneladas, que contrastam com as 63.809 toneladas no ano anterior.

Em relação ao número de jactos particulares a utilizar o Aeroporto Internacional de Macau, registou-se igualmente um aumento, de 3,7 por cento para 957 jactos particulares.

Além disso, foi ainda explicado que no ano passado houve um aumento do capital da empresa no valor de 850 milhões de patacas que foi suportado pela RAEM e pela Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), os dois maiores accionistas da empresa com participações de 67,3 por cento e 28,3 por cento, respectivamente. Este aumento visa financiar as obras de expansão do aeroporto.

24 Abr 2025

FMI | Previsão de crescimento económico cortada para metade

O novo relatório do FMI aponta que o PIB de Macau vai crescer 3,6 por cento em 2025, quando a estimativa inicial indicava um crescimento de 7,3 por cento. As tarifas de Donald Trump são apontadas como a principal razão para as novas previsões

 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou para metade a estimativa sobre o crescimento da economia de Macau ao longo deste ano, que deverá ser de 3,6 por cento. A revisão consta no relatório mais recente sobre as expectativas económicas, que foi publicado na terça-feira.

Anteriormente, as estimativas do FMI apontavam para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Macau de 7,3 por cento. Contudo. De acordo com a mesma instituição, o cenário para 2026 não é muito melhor, e a estimativa é que o crescimento do PIB da RAEM seja ainda mais lento, de 3,5 por cento.

No ano passado, o FMI indica que o território teve um crescimento da economia de 8,8 por cento.

A nível de preços, o FMI espera um crescimento no território de 0,9 por cento ao longo deste ano e de 1,3 por cento em 2026. Quanto ao desemprego a expectativa é que tanto neste ano como no próximo a taxa seja de 1,7 por cento, abaixo da taxa de 1,8 por cento de 2024, ainda assim em “terreno” de pleno emprego.

Apesar da revisão em baixa, a economia de Macau deverá registar o maior crescimento entre as “economias avançadas” da Ásia, onde se incluem países e regiões como Coreia do Sul, Hong Kong, Japão, Nova Zelândia, Singapura, Taiwan e ainda a Austrália. A média de crescimento nesta zona é de 1,2 por cento para este ano e 1,4 por cento para o próximo.

Em relação à economia do Interior da China, que está integrada no âmbito das economias emergentes e em desenvolvimento da Ásia, a estimativa é que o crescimento seja de 4 por cento neste ano, e também 4 por cento em 2026. A zona das economias emergentes e em desenvolvimento da Ásia tem previsto um crescimento médio de 4,5 por cento neste ano e 4 por cento no próximo.

Um problema de tarifas

Não é só na Ásia que houve uma revisão em baixa das estimativas de crescimento, o mesmo aconteceu para a economia global, em que o crescimento esperado é agora de 2,8 por cento. Anteriormente, em Janeiro, era de 3,3 por cento. Face a 2026, a expectativa é que a economia mundial cresça 3 por cento, quando em Janeiro era de 3,3 por cento.

No relatório publicado na terça-feira, o FMI justifica a revisão em baixa das estimativas com as tarifas de Donald Trump e a vontade de redesenhar o comércio global: “Grandes mudanças políticas estão a reiniciar o sistema de comércio global e a dar origem a incertezas que estão, mais uma vez, a testar a resistência da economia global”, é indicado.

“Desde Fevereiro, os Estados Unidos anunciaram várias vagas de implementação de tarifas contra parceiros comerciais, alguns dos quais invocaram contra-medidas. Os mercados começaram por aceitar os anúncios com naturalidade, até à aplicação quase universal de tarifas pelos Estados Unidos, a 2 de Abril, o que desencadeou quedas históricas nos principais índices de acções e subidas nas taxas de rendibilidade das obrigações”, foi acrescentado.

24 Abr 2025

CBRE | Receios sobre retaliações a concessionárias “exagerados”

Os analistas da empresa de pesquisa de investimentos consideram que, actualmente, os maiores riscos para o sector do jogo decorrem de um potencial abrandamento da economia do Interior e do impacto das tarifas dos EUA nos mercados de Cantão e Hong Kong

 

Os analistas da empresa de pesquisa de investimentos CBRE consideram que “os riscos políticos” enfrentados pelas concessionárias com capital americano no âmbito da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China “parecem exagerados”. A opinião surge no mais recente relatório da CBRE sobre Macau, ontem citado pelo portal GGR Asia, e que tem em conta a importância destas concessionárias para o orçamento da RAEM e o mercado de emprego.

“Os riscos políticos, como políticas retaliatórias contra as concessionárias do jogo dos Estados Unidos em Macau são uma preocupação, mas parecem exagerados”, pode ler-se no relatório assinado por John DeCree e Max Marsh. “Os empreendimentos turísticos de Macau são essenciais para a economia da região e contribuem para mais de 80 por cento das receitas do Governo com impostos, e as concessionárias do jogo norte-americanos, sozinhas, empregam 15 por cento da mão-de-obra”, foi acrescentado.

Os analistas da CBRE defendem também que “acções directas contra as concessionárias poderiam destabilizar a RAE”, o que nesta perspectiva “faz com que estas movimentações sejam pouco prováveis”.

Actualmente, existem três concessionárias onde o capital americano adquire uma maior importância, a MGM China, Wynn Macau e Sands China.

Perigos maiores

No relatório, consta também que os danos colaterais de “políticas mais abrangentes” como a “desvalorização do yuan ou as restrições ao fluxo de capitais” são actualmente “riscos maiores” para o sector do jogo.

“O crescimento das receitas brutas do jogo de Macau tem sido moderado nos meses mais recentes, e agora as perspectivas são mais sombrias, no âmbito de uma guerra comercial disruptiva”, foi justificado. “Os principais mercados dos jogadores em Macau são Cantão e Hong Kong e ambos têm economias que estão altamente dependentes das exportações. Uma guerra comercial prolongada vai ter impacto nesses mercados, e vai ter um impacto na procura em Macau”, foi explicado.

Por isso, no entender dos analistas da CBRE “o maior risco a curto prazo para Macau é mais fundamental do que político”. “A trajectória do crescimento em Macau já vinha a moderar-se nos últimos meses [antes da guerra comercial], com o aumento das receitas brutas do jogo a ser apenas de 0,6 por cento em termos homólogos no primeiro trimestre de 2025”, foi argumentado. “No entanto, isto já se tinha reflectido na avaliação do sector antes dos anúncios das tarifas de 2 de Abril. Agora, a avaliação reflecte um risco económico ainda maior, associado a preocupações regulamentares”, foi vincado.

O outro lado

Quanto aos riscos para Macau, os analistas indicam que existe a possibilidade de haver um abrandamento da economia da China, o que terá impacto no sector do jogo.

Todavia, este aspecto não é totalmente visto como negativo para os analistas, dado que poderão acontecer estímulos fiscais no Interior para relançar a economia e gerar uma maior vontade de gastar. “Se as exportações diminuírem, a China poderá ser motivada a fornecer estímulos fiscais adicionais para desbloquear a montanha de poupanças e impulsionar as despesas internas, o que deverá apoiar a procura de jogo de Macau”, acrescentou a instituição.

“Embora tenhamos em conta os riscos económicos e políticos com que Macau e a China se confrontam, as actuais condições de mercado criaram uma vez mais uma oportunidade interessante para os investidores a longo prazo [nas acções das concessionárias]” é acrescentado.

23 Abr 2025

Metro Ligeiro | Si Ka Lon pede melhor serviço e novas tecnologias

O deputado ligado à comunidade de Fujian pediu ao Governo que melhore os serviços do Metro Ligeiro e implemente medidas para reduzir o número de avarias. Além disso, Si Ka Lon espera eficácia na exploração dos espaços comerciais das estações

 

Si Ka Lon defende o recurso a novas tecnologias para controlar regularmente o funcionamento do Metro Ligeiro e antecipar eventuais problemas. A proposta faz parte de uma interpelação escrita do deputado ligado à comunidade de Fujian, que foi entregue na Assembleia Legislativa, ainda antes dos problemas de domingo, quando cerca de 30 pessoas ficaram presas nas carruagens.

De acordo com o documento, Si Ka Lon indica que o “funcionamento do Metro Ligeiro tem sido afectado periodicamente por falhas que revelam insuficiências em termos de segurança e estabilidade”. Por este motivo, o deputado considera que o transporte “não conseguiu satisfazer plenamente as expectativas do público e dos viajantes quanto a um funcionamento eficiente”.

Para lidar com a situação, o legislador acredita que o Governo deve encorajar a empresa que explora o metro a seguir o exemplo do que se faz em Hong Kong e criar “um centro de dados e um sistema de monitorização do desempenho dinâmico da via para verificar instantaneamente o desempenho dos comboios e do equipamento”. “Os dados serão transmitidos para análise aprofundada, de modo a identificar antecipadamente quaisquer irregularidades e efectuar a manutenção preventiva, tornando assim a monitorização mais eficiente e melhorando a eficiência global da operação”, acrescentou.

Si Ka Lon pergunta assim ao Executivo se existe intenção de “investir mais em sistemas inteligentes adequados para melhorar a qualidade e a eficiência do serviço do Metro Ligeiro”.

Mais negócio

O deputado questiona ainda o Executivo sobre os planos para explorar espaços comerciais nas várias estações de Metro Ligeiro. O deputado reconhece que “as lojas da estação da Barra foram todas arrendadas”, mas que o “desenvolvimento comercial noutras estações tem sido lento”, faltando “um plano claro” para esta aposta.

Também neste aspecto, o deputado faz o contraste com a situação do metro em Hong Kong, onde as estações têm vários espaços comerciais e também grandes anúncios publicitários, que contribuem para as receitas do da empresa que gere o transporte público.

Também neste aspecto, Si Ka Lon pede que se siga Hong Kong, porque ao “introduzirem-se grandes espaços publicitários, lojas especiais ou projectos comerciais nas principais estações, acredita-se que haverá um aumento das receitas além dos bilhetes e que se promoverá a economia do Metro Ligeiro de superfície”.

No passado, o ex-secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, explicou que um dos grandes obstáculos à instalação de lojas nas estações prendia-se com o facto de não terem sido planeadas nos projectos de concepção, o que fazia com que não houvesse espaço suficiente.

23 Abr 2025

Metro | Avaria reteve 30 pessoas nas carruagens

A Sociedade do Metro Ligeiro de Macau lamentou o acidente que terá sido causado por uma falha no sistema eléctrico. Uma das pessoas retidas sentiu-se mal, mas recusou ser transportada para o hospital

 

Uma falha no sistema eléctrico no Metro Ligeiro fez com que cerca de 30 passageiros ficassem retidos dentro das carruagens, e o sistema suspenso aproximadamente durante duas horas, entre a Estação da Barra e o Hospital das Ilhas. O caso aconteceu no domingo de manhã. Uma pessoa sentiu-se mal, tendo recebido tratamento no local das equipas de salvamento.

As pessoas ficaram presas quando viajavam perto do Macau Jockey Club e tiveram de ser resgatadas por equipas de salvamento, constituídas por bombeiros e polícia.

Quando as autoridades conseguiram abrir as portas do metro, várias pessoas apresentaram queixas de mal-estar, com um residente local, com cerca de 50 anos, a apresentar dificuldades respiratórias. No entanto, este recusou ser transportado para o hospital para receber tratamento, porque ao sair da carruagem afirmou já se sentir melhor.

O alerta para o facto de haver pessoas presas dentro das carruagens foi dado às autoridades por volta das 11h27 e a normalidade da circulação do metro só foi retomada por volta das 13h11. Apesar da suspensão entre a Estação da Barra e o Hospital das Ilhas, a circulação entre o Terminal Marítimo da Taipa e o Dome foi assegurada, com uma frequência de nove minutos.

Após o incidente, a empresa do metro emitiu um comunicado a lamentar o sucedido: “A Sociedade do Metro Ligeiro de Macau lamenta profundamente o incómodo causado aos passageiros por este acidente e vai continuar a inspeccionar o sistema e melhorar as disposições relativas à comunicação de acidentes e às instruções no local”, foi comunicado.

Comunicação com falhas

Ao jornal Ou Mun, houve pelo menos uma residente que se queixou sobre a comunicação da empresa, que não tinha qualquer aviso para a interrupção do serviço antes da entrada nas estações.

Uma queixa semelhante foi relatada por turistas ao canal português da TDM. Neste caso, a turista ouvida admitiu que poderia ter verificado previamente a informação sobre o serviço através do telemóvel, o que não fez, mas considerou que os avisos deviam ter sido afixados logo nas escadas, para que as pessoas não tivessem de se deslocar ao interior das estações do metro.

Desde que foi inaugurado, em 2019, o Metro Ligeiro tem apresentado algumas avarias, o que fez com que o serviço já tivesse sido suspenso durante seis meses para substituir cabos de alta tensão. Contudo, os acidentes não pararam e o mais recente aconteceu em Outubro do ano passado.

21 Abr 2025

AL | Reclamações devido a bloqueio resultam na detenção de jornalistas

Após terem sido impedidas de aceder à sala do Plenário, as jornalistas do All About Macau tentaram obter explicações e acabaram detidas pela polícia. Desde que Sam Hou Fai foi eleito, a publicação em língua chinesa tem sido impedida de participar em conferências de imprensa

 

Duas jornalistas do All About Macau foram detidas na quinta-feira, depois de terem sido impedidas, mais uma vez, de entrar na sala do Plenário da Assembleia Legislativa e de terem tentado pedir explicações sobre os motivos pelos quais voltaram a ser barradas. Segundo o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) as jornalistas são suspeitas de “perturbação do funcionamento de órgãos da Região Administrativa Especial de Macau”.

De acordo com o relato do jornal All About Macau, as jornalistas chegaram ao local por volta das 09h20 e receberam um “cartão azul”, que as impediam de entrar na sala do Plenário da Assembleia Legislativa. Normalmente, quando chegam à AL, os jornalistas identificam-se e recebem um cartão amarelo com lugares marcados dentro da sala do plenário. A marcação de lugares não tende a ser respeitada, a não ser quando o Chefe do Executivo vai ao hemiciclo. Só nesses dias o número de repórteres tende a ser mais significativo. Mas, mesmo nessas ocasiões, a sala do plenário nem sempre enche, porque além dos lugares para a imprensa também há lugares para a população, que na teoria pode aceder às reuniões. Todavia, na quinta-feira a sessão contava com a presença do secretário para a Administração e Justiça, André Cheong.

A atribuição de um cartão azul faz ainda com que os jornalistas sejam colocados numa sala numa das partes laterais do edifício, onde há uma tela com a transmissão das reuniões. Este local dificulta o acesso a membros do Governo, para se obter esclarecimentos adicionais sobre o conteúdo do plenário ou colocar outras questões à margem da participação do hemiciclo.

Tentativa frustrada

Apesar dos cartões azuis, e ainda antes do início da sessão, as jornalistas terão tentado entrar na sala para falar com os deputados, de acordo com o relato inicial do próprio All About Macau. A tentativa foi frustrada devido à intervenção de pessoas que alegadamente seriam funcionários da Assembleia Legislativa e que formaram um cordão humano à volta das jornalistas. No interior da sala do plenário haveria vários lugares vazios.

Com um cordão humano à sua volta, uma das jornalistas terá pedido que lhe fosse explicado os motivos para ser barrada, protestando a decisão.

A situação ficou assim por alguns momentos, com a jornalista a pedir explicações, até que uma das pessoas que formava a barreira humana se identificou como polícia à paisana e decidiu avançar com a detenção.

Num primeiro momento, as jornalistas foram levadas para a esquadra pela polícia com a justificação de que tinham de ser identificadas, por suspeitas do crime de perturbação do funcionamento de órgãos da Região Administrativa Especial de Macau e ainda, uma delas, que tinha filmado um vídeo na terça-feira, dentro de hemiciclo, por suspeitas do crime “gravação ilegal de vídeo”. Este último crime estaria alegadamente ligado a um vídeo captado dentro do hemiciclo, onde é normal captarem-se imagens, em que os funcionários da AL impediam as jornalistas de circularem, enquanto os governantes saíam da sala do plenário.

As imagens da detenção das duas jornalistas foram divulgadas pelo próprio All About Macau e é possível ver, no exterior do hemiciclo, uma das jornalistas perguntar porque motivo tem de ir para a esquadra e a garantir que não vai perturbar o funcionamento da AL. As imagens tornaram-se virais nas redes sociais.

Gritos e advertências

Por sua vez, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) emitiu um comunicado ao final da noite a acusar as jornalistas de terem recusado “entrar no auditório da Assembleia Legislativa por estarem insatisfeitas com as respectivas disposições da mesma Assembleia”.

O CPSP apontou também que as jornalistas “perturbaram o local e tentaram, por várias vezes, entrar no salão de reuniões, mas não conseguiram”. “A seguir começaram a gritar em voz alta e ignorarem, por várias vezes, as advertências do pessoal da Assembleia Legislativa, por isso o mesmo pessoal solicitou o apoio da Polícia devido à grave perturbação da ordem pública no local”, foi acrescentado. “Tendo em conta que essas duas pessoas se encontram suspeitas de influenciar o funcionamento da Assembleia Legislativa, o pessoal desta Polícia levou-as à Corporação para investigação”, foi adicionado.

A versão do CPSP indica ainda que “existe fortes indícios de que as duas pessoas acima referidas foram suspeitas da prática do crime de ‘Perturbação do funcionamento de órgãos da Região Administrativa Especial de Macau’ previsto no Artigo 304.º do Código Penal” e que o caso foi encaminhado para o Ministério Público. O crime é punido com uma pena que pode chegar a três anos de prisão ou pena de multa.

No comunicado não surgiu qualquer referência ao crime de gravação ilegal de vídeo. Além disso, o Corpo de Polícia de Segurança Pública identifica o All About Macau como um “jornal online”, o que não correspondem totalmente à verdade, uma vez que este meio de comunicação social está inscrito junto do Gabinete de Comunicação Social (GCS) e publica mensalmente um jornal em papel. Se fosse apenas em formato online não estava registado, dado que o Governo não reconhece meios online.

Face ao caso, a Associação de Jornalistas de Macau emitiu um comunicado online a “lamentar profundamente o incidente” que levou à detenção da sua presidente, Ian Sio Tou, uma das jornalistas detidas.

Dias antes do incidente, a AJM já havia lamentado o facto de a mesma publicação ter sido barrada no acesso a vários eventos, depois da eleição do novo Chefe do Executivo, além de ter igualmente indicado haver cada vez menos oportunidades de jornalistas fazerem perguntas aos governantes.

Por sua vez, o jornal All About Macau anunciou que face a todos os acontecimentos vai deixar de acompanhar as Linhas de Acção Governativa, por falta de condições.

Imagem: captura de ecrã de reportagem televisiva

21 Abr 2025

Au Kam San acusa AL de obstruir acesso de jornalistas

O antigo deputado Au Kam San considera que a Assembleia Legislativa (AL) está a “obstruir o acesso dos jornalistas” à cobertura das reuniões plenárias. A posição foi tomada através de uma publicação no Facebook, em reacção a um vídeo publicado pelo jornal All Abou Macau.

Nas imagens é possível ver uma repórter do jornal, num primeiro momento, a ser impedida de circular na parte exterior da sala do plenário. Mais tarde, a mesma repórter tenta questionar funcionários da AL e do Executivo sobre o facto de não poder entrar numa sala onde decorre uma sessão aberta ao público.

Desde que Sam Hou Fai ganhou as eleições, o jornal All Abou Macau tem sido impedido de participar em conferências de imprensa, normalmente com a justificação de que os lugares estão todos ocupados, quando várias vezes não estão.

Este tipo de obstrução foi agora estendido ao plenário da Assembleia Legislativa, onde as reuniões são abertas a toda a população. No entanto, os jornalistas da publicação, apesar de não terem sido os últimos a chegar, foram levados para uma sala à parte, onde lhes foi permitido apenas assistir à sessão através da transmissão televisiva. O mesmo tratamento foi aplicado a, pelo menos, um membro do público.

Obstrução intencional

Este aspecto foi criticado por Au Kam San: “Quando a Assembleia Legislativa impede os jornalistas de entrarem na sala do plenário […] está na realidade a obstruir deliberadamente as entrevistas aos meios de comunicação social”, indicou.

“Assistir às sessões por vídeo tem muitas limitações, a câmara só pode ser direccionada para o orador, no máximo, mas o que os repórteres têm de fazer não é apenas captar a expressão do orador em frente à câmara, mas também as expressões de outros não oradores, como funcionários relevantes ou outros deputados, que podem tornar-se materiais noticiosos extremamente importantes”, acrescentou.

O ex-deputado considerou ainda que esta prática é nova no hemiciclo, que nunca se verificou desde os tempos da administração portuguesa, e que a explicação de que os jornalistas não precisam de acesso à sala principal é “insultuosa”.

17 Abr 2025

Cigarros electrónicos | Lam Lon Wai quer proibição total

O deputado dos Operários pediu ao Governo um prazo para a proibição de cigarros electrónicos, e defende que seja proibido fumar à porta de restaurantes e prédios residenciais, ruas movimentadas e em zonas exteriores perto de escolas e jardins-de-infância

 

Lam Lon Wai quer saber quando irá o Governo elaborar uma proposta de lei para proibir totalmente a utilização de cigarros electrónicos. A questão faz parte da mais recente interpelação escrita do deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM).

Na interpelação, o deputado indica que “os inquéritos mais recentes” mostram que “os jovens de Macau utilizam cada vez mais cigarros electrónicos”. Na óptica de Lam Lon Wai, este tipo de cigarros é perigoso porque “tem sido utilizado para o consumo de drogas nas regiões vizinhas”. Por isso, o deputado pergunta se as autoridades vão “fazer o que disseram antes e propor novas alterações à lei de controlo do tabagismo”.

Lam Lon Wai pede ainda ao Governo que indique em que ponto de situação se encontram os trabalhos para proibir os cigarros electrónicos e que apresente um calendário, para a aprovação da medida e a sua entrada em vigor.

Desde 2022 que está em vigor uma proibição de entrada ou saída do território de cigarros electrónicos. Os infractores arriscam-se a pagar uma multa que pode chegar às 4.000 patacas. No entanto, se os cigarros electrónicos se encontrarem em Macau podem ser utilizados. E este é um aspecto que Lam Lon Wai quer ver punido.

Mais áreas livres de tabaco

No sentido de controlar o consumo do tabaco, Lam Lon Wai pretende também que o Governo avance com a criação de mais áreas totalmente livres de cigarros perto de escolas, hospitais e outras instalações públicas.

“Os residentes não estão satisfeitos com as políticas de tabaco e dizem que é difícil evitar o fumo passivo. Esperam também que as autoridades continuem a prestar mais atenção, alargando as zonas de proibição de fumar e reforçando os esforços de publicidade e de aplicação da lei”, escreveu o legislador.

De acordo com a proposta do deputado, as autoridades de saúde devem ponderar aplicar proibições de fumar em locais como entradas dos edifícios residenciais, restaurantes e ruas mais movimentadas e até carros privados, quando no interior estiverem crianças, como diz ser cada vez mais frequente em Hong Kong.

Além das proibições, Lam sugere um esforço maior para ajudar as pessoas a deixarem de fumar, com a criação de clínicas e o aumento de inspecções e punições. “Especialmente no que diz respeito ao crescimento saudável dos jovens, é preciso mais educação preventiva sobre o tabaco e o álcool […] e aumentar a consciência dos jovens sobre a autoprotecção e estabeleceremos uma base sólida para o projecto de uma Macau saudável”, destacou.

17 Abr 2025

Saúde | Governo adia decisão e promete estudar directiva antecipada

O Governo considera que a legislação para permitir que alguém abdique de receber tratamento médico vai “enfrentar vários problemas”. Assim sendo, promete continuar a estudar o assunto, sem se comprometer com qualquer decisão

 

O Governo considera que fazer uma lei que permita às pessoas abdicarem antecipadamente de receber tratamentos médicos antes de perderam a capacidade para comunicar vai “enfrentar vários problemas”. Foi desta forma que o Instituto de Acção Social (IAS), através do presidente Hon Wai, respondeu a uma interpelação de Ho Ion Sang sobre o assunto. Porém, o presidente do IAS considera que os trabalhos realizados até agora para elaborar a nova legislação foram “positivos”.
A directiva antecipada, também conhecida como decisão antecipada ou testamento vital, é uma escolha que pode ser tomada pelos cidadãos para recusar alguns tipos específicos de tratamento no futuro. Um exemplo prático da sua aplicação pode ser quando uma pessoa se encontra em morte cerebral, mas com as funções vitais apenas asseguradas artificialmente. A directiva antecipada pode estabelecer a vontade da pessoa não estar ligada às máquinas.
A escolha é permitida em regiões e países como Portugal, Espanha, Alemanha, Coreia do Sul, Israel, Singapura, Estados Unidos, Canadá, entre outros.
A pergunta surge depois de Hong Kong ter legislado sobre o assunto, e das autoridades de Macau terem colocado a possibilidade de avançarem neste sentido, em 2021, inclusive com a criação de um grupo de estudo.
No entanto, face às questões de Ho, o Governo considera que ainda não há condições [para apresentar a proposta de lei], apesar dos trabalhos preliminares de comparação legislativa terem sido “positivos”.

O que é isso?
No entender das autoridades é necessário explicar melhor à população o alcance da directiva antecipada, que muitas vezes é desconhecida: “Tendo em consideração que a legislação sobre a criação da ‘directiva antecipada de vontade’ vai enfrentar vários problemas, nomeadamente, em matéria de conceito social e a nível de execução, os Serviços de Saúde planeiam reforçar a educação e a divulgação, no sentido de elevar o conhecimento dos cidadãos sobre a ‘directiva antecipada de vontade’”, foi comunicado. “A par disso, planeiam realizar, em colaboração com instituições académicas, um estudo sobre a ‘directiva antecipada de vontade’, promovendo, de forma ordenada, os respectivos trabalhos”, foi acrescentado.
Importa referir que o tema foi abordado no estudo “Advance Directives in Macao: Not Legally Recognised, but. . .” [DAV em Macau: Sem Reconhecimento Legal, mas…”, assinado por Man Teng Iong, docente da Faculdade de Direito da Universidade de Macau (UM), e Vera Lúcia Raposo, ex-docente da mesma faculdade e actualmente professora na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa.
No mesmo sentido, o Governo garante que vai trabalhar com as associações locais para que o tema seja discutido com o objectivo de se alcançar um consenso.
No documento, as autoridades defendem também que nos últimos anos têm reforçado os esforços para garantir que os cuidados paliativos na RAEM respondem cada vez mais às necessidades e com melhor qualidade.

17 Abr 2025

Jogo | Tarifas ainda sem impacto no volume de apostas

Um relatório do banco de investimento Citigroup indica que o mercado do jogo ainda não sentiu os efeitos das tarifas e do combate à troca de dinheiro ilegal. Os analistas salientam ainda o crescimento do número de grandes apostadores

 

O volume das apostas nos casinos de Macau está a ser afectado pelo impacto das disputas comerciais entre os Estados Unidos e China e da detenção de alguns empregados de casinos relacionados com alegadas trocas de dinheiro ilegais. O cenário foi traçado pelo banco de investimento Citigroup, num relatório citado pelo portal GGR Asia.

“Apesar da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos – que suscita preocupações quanto a uma redução do apetite pelo jogo – as apostas do segmento mais alto de massas ainda ultrapassam os 11,1 milhões dólares de Hong Kong, o que é surpreendentemente estável face ao período homólogo”, pode ler-se no relatório assinado por George Choi e Timothy Chau.

O relatório teve por base as verificações dos analistas nos casinos e estes indicam que até verificaram que alguns grandes apostadores nas mesas de jogo. “Os grandes apostadores continuaram a ser detectados activamente e, em média, apostaram 2 por cento mais do que no ano anterior”, foi apontado. O Citigroup considera grandes apostadores os jogadores que apostam por mão pelo menos 100 mil dólares de Hong Kong.

O documento com a data de domingo indicou também que o número dos jogadores de massas que fazem apostas mais elevadas foi de 611, o que indicaram ser um aumento de 8 por cento face ao período homólogo.

À margem do impacto

Na perspectiva dos analistas, o facto de haver grandes apostadores e do volume das apostas se manter relativamente aos níveis anteriores afasta também preocupações face a duas operações recentes contra troca de dinheiro ilegal em casinos, que resultaram na detenção de alguns empregados das concessionárias.

“O facto de estas apostas acontecerem diante dos nossos olhos também sugere que as preocupações sobre a recente intensificação da repressão da polícia de Macau sobre as lojas de penhores que podem actuar como trocas de dinheiro podem ser exageradas – uma vez que os jogadores ainda conseguem levar dinheiro para as mesas de jogo”, foi justificado.

No final de Março, as autoridades anunciaram duas operações contra alegadas redes de troca de dinheiro ilegal para o jogo, que levaram à detenção de 42 pessoas, entre as quais trabalhadores das concessionárias. Segundo as autoridades, as trocas terão movimentado para os casinos cerca de 790 milhões e dólares de Hong Kong.

No ano passado, em Abril, as receitas brutas totais do jogo foram de 18,5 mil milhões de patacas, o que representou um crescimento de 53,7 por cento, face ao período homólogo, quando tinham sido de 14,7 mil milhões de patacas.

16 Abr 2025

Segurança | Sam aponta aos EUA e pede preparação para pior cenário

Face à “imposição abusiva de impostos aduaneiros”, Sam Hou Fai pediu união à população nos esforços de desenvolvimento e defesa da segurança nacional em todas as áreas, inclusive nas próximas eleições legislativas de Setembro

 

O Chefe do Executivo quer que a população de Macau esteja unida para fazer face à “imposição abusiva de impostos aduaneiros” dos Estados Unidos da América (EUA). O pedido foi deixado ontem por Sam Hou Fai, durante o discurso de inauguração da Exposição sobre a Educação da Segurança Nacional.

“Os EUA anunciaram recentemente a imposição abusiva de impostos aduaneiros a todos os seus parceiros comerciais, incluindo o nosso país, sob vários pretextos, o que devastou severamente o sistema de comércio multilateral que tem como núcleo a Organização Mundial do Comércio, e prejudicou a estabilidade da ordem económica mundial”, começou afirmar o líder político da RAEM.

Na perspectiva do Chefe do Executivo, estas alterações criaram um “ambiente externo drasticamente alterado e com riscos e desafios cada vez mais complexos e graves”. Por isso, Sam Hou Fai pediu à população que compreenda a “importância da segurança geral”: “Além de reforçar ainda mais a confiança de que a nossa grande pátria vai liderar o todo o povo chinês para ultrapassar os desafios e dificuldades, devemos compreender profundamente a importância da segurança geral, aplicar com firmeza a perspectiva geral da segurança nacional e continuar a promover a construção do sistema, do mecanismo e do regime jurídico de Macau para salvaguardar a segurança nacional”, afirmou.

Todos no mesmo sentido

Sam Hou Fai pretende que a defesa da segurança nacional seja praticada em todos os campos da sociedade: “Devemos envidar todos os esforços no desenvolvimento próprio da RAEM, nos domínios político, económico, social, entre outros, e nas relações externas, para realizar efectivemente bem o nosso trabalho”, apontou. “Temos também de aumentar a nossa consciência dos riscos, persistir numa atitude de vigilância prudente para controlar e prevenir eventuais emergências e estar preparados para os piores cenários, mitigando os diferentes tipos de riscos e desafios, nomeadamente a interferência e a infiltração de forças externas, que temos de prevenir e reprimir resolutamente”, acrescentou.

O Chefe do Executivo destacou ainda as eleições deste ano para a Assembleia Legislativa como um momento em que se deve salvaguardar a defesa nacional, para “garantir a paz e a estabilidade social duradouras em Macau”.

No discurso de ontem, Sam Hou Fai fez também a apologia da defesa da harmonia e estabilidade sociais enquanto uma das principais tarefas atribuídas por Xi Jinping à RAEM. O governante recordou que as “três expectativas” deixadas por Xi, aquando a passagem por Macau em Dezembro, passam por “concentrar esforços para manter a harmonia e a estabilidade sociais”, “estar alerta e saber proteger-se contra os potenciais perigos, saber prevenir riscos e salvaguardar com firmeza a segurança nacional e a estabilidade de Macau” e ainda “valorizar a paz e a estabilidade” ao mesmo tempo que se fortalece o “crescimento económico e o desenvolvimento”.

16 Abr 2025

Música | Bandas sonoras de clássicos de Hayao Miyazaki ao vivo no Londoner

Yoshikazu Mera, Azumi Inoue e Yu-Yu Imao vão interpretar as obras de Joe Hisaishi compostas para os filmes “A Princesas Mononoke”, “O Meu Vizinho Totoro” e “Castelo no Céu”. O concerto vai também celebrar o 40º aniversário da estreia de “Nausicaä do Vale do Vento”

 

Os fãs do realizador Hayao Miyazaki, do compositor Joe Hisaishi e do estúdio de animação Ghibli vão ter a oportunidade de ouvir ao vivo as principais músicas dos filmes “A Princesas Mononoke”, “O Meu Vizinho Totoro” e “Castelo no Céu”. O concerto da Studio Ghibli Symphony está agendado para 26 de Abril, sábado, na Arena do hotel e casino Londoner.

O grupo de 18 músicos que vem do Japão será acompanhado pelos cantores originais das bandas sonoras dos filmes do realizador japonês. Um dos principais destaques é o contratenor Yoshikazu Mera, que aos 53 anos é um dos cantores de música clássica ocidental mais conhecido do Japão. Para este mediatismo contribuiu o facto de em 1997 ter sido escolhido para cantar a banda sonora do filme “A Princesas Mononoke”, e em especial o tema “Mononoke Hime”, composta por Joe Hisaishi.

Azumi Inoue será outra das estrelas japonesas a subir ao palco do Londoner. A cantora ganhou grande notoriedade no país nipónico com as músicas “Sanpo” e “My Neighbor Totoro”, do filme de 1988. As duas músicas serviram como temas de abertura e encerramento do filme que viu a personagem Totoro tornar-se tão icónica, e facilmente reconhecida, que passou a integrar o logótipo do estúdio de animação Ghibli, fundado por Miyazaki. Nos últimos anos, Azumi Inoue tem feito várias actuações com a filha, Yu-Yu Imao, dueto que se vai repetir em Macau.

Aos três cantores junta-se ainda a actriz Sumi Shimamoto, que ao longo de uma carreira, com várias décadas, a dar vozes a algumas das principais personagens das animações japonesas, teve como um dos pontos mais altos a interpretação de Nausicaä, na película “Nausicaä do Vale do Vento”, igualmente realizada por Hayao Miyazaki.
Entre os 18 músicos conta-se ainda a presença do violinista Takeshi Hashima, também conhecido como Ken Hashima, o principal violinista da Orquestra Tokyo Asia.

Noite e aniversário

Além da celebração musical, os organizadores do concerto vão também assinalar o 40º aniversário do filme “Nausicaä do Vale do Vento”, estreado em 1984 no Japão.

Este filme marcou o início da colaboração de Miyazaki com o compositor Joe Hisaishi, que perdura até aos dias de hoje e que teve como ponto alto o filme “Viagem de Chihiro” (2001). Esta foi a primeira película de Miyazaki a atrair verdadeira atenção mundial, nomeadamente com a entrada no mercado americano, o que lhe permitiu afirmar-se como a maior figuras do cinema de animação.

Os bilhetes para o concerto estão à venda na plataforma da concessionária Venetian, que explora o Londoner, e ainda na Macauticket, e variam entre 380 e 980 patacas.

15 Abr 2025

Poluição | SMG recomendam à população que evite sair à rua

As elevadas concentrações de poluentes no ar ao longo do dia de ontem levaram as autoridades a alertar a população para evitar sair à rua ou praticar exercício físico ao ar livre

 

A poeira deslocada para Macau por uma monção nordeste levou os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) a apelarem à população que evitasse sair de casa. Ao longo do dia, os níveis da qualidade do ar foram variando, mas durante a maior parte do tempo mantiveram-se em níveis classificados como perigosos.
“Sob a influência de uma tempestade de poeira trazida por uma monção nordeste, e devido ao vento fraco e a condições meteorológicas desfavoráveis à dispersão de poluentes atmosféricos, espera-se que a concentração de poluentes se mantenha em níveis elevados durante um período de tempo”, foi explicado pelos SMG, nos alertas emitidos à população.
“Os SMG aconselham a população, especialmente, pessoas que sofram de doenças cardíacas ou respiratórias, grávidas, crianças e idosos, a evitar actividades extenuantes e actividades ao ar livre, especialmente em áreas de tráfego intenso”, foi acrescentado.
Em relação à população em geral, por volta do meio-dia, era indicado que reduzisse “actividades extenuantes e o tempo de permanência ao ar livre”.
Segundo a análise das autoridades, os diferentes poluentes registaram diferentes níveis de concentração ao longo do dia, um factor que também depende do local onde é feita a medição. No entanto, por volta das 12h35, a concentração das partículas 2,5, também conhecidas como partículas finas, variava entre 74 e 81 microgramas por metro cúbico. As orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que os níveis saudáveis de PM2,5 não devem ficar acima de uma média de 5 micrograma por metro cúbico ao longo de todo o ano. Além disso, indica a OMS, a exposição diária a um valor de 15 micrograma por metro cúbico, não deve ultrapassar mais de quatro dias.

Valores elevados
Em relação às partículas PM10, por volta das 12h35, os níveis de concentração variavam entre 272 e 368 microgramas por metro cúbico. De acordo com a OMS, o valor limite saudável da concentração média diária destas partículas é de 50 microgramas por metro cúbico e o valor-limite anual é de 20 microgramas por metro cúbico.
A nível do dióxido de nitrogénio os níveis máximos recomendados são de 25 microgramas por metro cúbico por dia e de 10 microgramas por metro cúbico por ano. A medição dos SMG às 12h35 de ontem, que teve por base os valores da hora anterior, indicava uma concertação de 39,1 a 88,9 microgramas por metro cúbico.
Na foi só na RAEM que o impacto das poeiras deslocadas pela monção se fez sentir. Na manhã de ontem, Hong Kong aparecia identificada pelo portal iqair.com como o local com a quarta pior concentração de poluentes no ar a nível mundial. A RAEHK era apenas ultrapassada a nível da pior qualidade do ar por Shenzhen, a cidade vizinha do Interior da China, Nova Deli na Índia e Lahore, no Paquistão.
Por volta do meio-dia, Hong Kong caiu para o sexto lugar, tendo sido ultrapassada pelas cidades chinesas de Guangzhou e Chongqing, que também apresentaram uma grande concentração de poluentes no ar.

15 Abr 2025

AL | Sam Hou Fai lança apoio à natalidade, mas alerta para receitas orçamentais

Nas suas primeiras Linhas de Acção Governativa, Sam Hou Fai anunciou a criação de um novo “subsídio de infância” que vai atribuir até 18 mil patacas por ano a residentes permanentes com menos de três anos. No entanto, alertou para dificuldades económicas

 

Nas primeira Linhas e Acção Governativa que apresentou à população de Macau, Sam Hou Fai anunciou a criação de um novo subsídio de infância que vai atribuir um máximo e 18 mil patacas por ano a crianças com menos de três anos. Na Assembleia Legislativa, o Chefe do Executivo revelou a criação de um novo apoio social e a actualização de outros, sublinhado que o Governo coloca o bem-estar da população como a grande prioridade.

Apesar de apenas ter mencionado a “mitigação das preocupações da população” como a terceira prioridade das políticas deste Governo, atrás de outros aspectos como a diversificação da economia e da eficiência da governação na RAEM, Sam garantiu que a população é a primeira prioridade: “O bem-estar da população é fundamental. Este Governo persistirá em colocar os interesses da população em primeiro lugar e, tendo em conta os assuntos ligados ao seu dia-a-dia, empenhar-se-á em resolver os problemas reais mais prementes que a preocupam, com vista a responder às suas aspirações por uma vida de qualidade”, prometeu.

Como parte desta política, Sam Hou Fai anunciou as alterações dos apoios que se destinam principalmente a promover o aumento da taxa de natalidade e a apoiar a população mais idosa ou com necessidades especiais.

A nível da natalidade, a grande novidade foi a criação do “subsídio de assistência na infância” que vai atribuir a cada criança residente permanente com idade até aos três anos um montante de 1.500 patacas por mês, que pode chegar, no máximo a 18 mil patacas por ano. A este incentivo junta-se um aumento de 1.082 patacas do subsídio de nascimento, que sobe das actuais 5.418 patacas para 6.500 patacas. Também o subsídio de casamento sofre um aumento de 78 patacas, de 2.122 patacas para 2.220 patacas.

Para os idosos

Ao nível dos apoios para os idosos, o subsídio para idosos é aumentado em 1.000 patacas, subido do valor anual máximo de 9.000 para 10.000 patacas.

Ao mesmo tempo, a pensão para idosos é actualizada de um valor mensal de 3.740 por mês para 3.900 patacas por mês, uma diferença de 160 patacas por mês. Como esta pensão é paga treze vezes ao longo do ano, o valor total máximo sobe 2.080 patacas, das actuais 48.620 patacas para 50.700 patacas.

Em relação aos residentes com invalidez, o subsídio normal vai ser aumentado para 10 mil patacas por ano, face às actuais 9.000 patacas. O subsídio de invalidez especial tem um aumento maior, das actuais 18 mil patacas para 20 mil patacas, uma diferença de 2.000 patacas.

Outra das novidades é uma actualização dos vales de saúde, que vai subir para 700 patacas, quando actualmente são de 600 patacas.

Avisos à economia

A nível da economia, embora sem nunca mencionar a nova guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, o Chefe do Executivo avisou que a economia da RAEM não vai passar incólume, embora possa contar com o mercado do Interior. “Temos testemunhado, nos últimos anos, o agravamento do unilateralismo e do proteccionismo, a insuficiência de dinâmicas propensas ao crescimento económico mundial, bem como o aumento de imprevistos e incertezas” afirmou.

“As mudanças profundas e complexas no ambiente interno e externo já se manifestaram e persistirão, pelo que Macau, como uma microeconomia fortemente virada para o exterior, não podia estar imune aos decorrentes impactos”, acrescentou. “Por tudo isto, não devemos subestimar as eventuais ameaças e desafios, antes, devemos ter sempre consciência dos riscos e um sentido de alerta, de modo a estarmos preparados para agir contra todas as potenciais ameaças”, alertou.

Sam Hou Fai também reconheceu que as receitas correntes estão abaixo do previsto e que poderá haver necessidade de apresentar uma reformulação do orçamento da RAEM em vigor.

Em termos do apoio à economia, o líder do Governo anunciou um plano de bonificação de juros de crédito bancário para pequenas e médias empresas, que vai permitir aos empresários obter o pagamento de até 4 por cento dos juros dos empréstimo, durante três anos, num valor máximo de 5 milhões de patacas. O máximos dos empréstimos totais bonificados não pode ultrapassar os 10 mil milhões de patacas.

Cheques com “requisitos”

Na apresentação de ontem, Sam Hou Fai referiu que os valores pagos nos cheques pecuniários vão manter-se, garantindo que o programa de comparticipação pecuniária deverá ser alvo de alterações, sem que tenham sido anunciadas quais. “Após a auscultação das opiniões de todos os sectores da sociedade, proceder-se-á atempadamente ao aperfeiçoamento de regime de comparticipação pecuniária, utilizando as poupanças nas despesas para incrementar o bem-estar dos residentes e promover o desenvolvimento da economia comunitária.” Na mesma sessão foi referido que o dinheiro é atribuído aos residentes “que preenchem os requisitos”, pelo que resta saber quais serão esses requisitos.

Foco no terrorismo

Nas LAG apresentadas ontem por Sam Hou Fai a segurança nacional teve um destaque menor face aos discursos de Ho Iat Seng. Ainda assim, foi indicado que para este ano vai ser estudada a reformulação da Comissão de Defesa de Segurança do Estado e vão ser pensadas novas leis, para combater o terrorismo. No âmbito do nacionalismo, enquadrado no capítulo da segurança nacional, foi explicado que o Governo vai apoiar ainda mais as associações tidas como patrióticas, ao mesmo tempo que se organizarão eventos para celebrar o 80º aniversário da vitória da guerra contra o Japão.

Reforma à vista

A nível da Administração Pública, o Chefe do Executivo anunciou que vai apresentar uma proposta para reformular o Instituto para os Assuntos Municipais. A proposta de lei deverá entrar na Assembleia Legislativa até ao final do ano. As mudanças não foram detalhadas, mas o grande objectivo passa por “simplificar a estrutura orgânica do Governo e elevar a eficiência do seu funcionamento”. Também a Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública será reformulada este ano. Além disso, Sam Hou Fai prometeu que os funcionários públicos vão começar a fazer o juramento de lealdade à RAEM.

PRINCIPAIS APOIOS SOCIAIS

COMPARTICIPAÇÃO SOCIAL (Sem Alterações) 10.000 patacas para residentes permanentes 6.000 patacas para residentes não-permanentes .

VALES DE SAÚDE (Aumento de 100 patacas) 700 patacas para residentes permanentes

SUBSÍDIO DE NASCIMENTO (Aumento de 1.082 patacas) 6.500 patacas

SUBSÍDIO DE CASAMENTO (Aumento de 78 patacas) 2.220 patacas

REGIME DE PREVIDÊNCIA CENTRAL (SEM ALTERAÇÕES) 10.000 patacas (activação da conta para residentes qualificados) 7.000 patacas (nova medida: injecção especial para residentes qualificados)

PAGAMENTO DA CONTA DA ELECTRICIDADE (SEM ALTERAÇÕES) 200 patacas por mês

IDOSOS

SUBSÍDIO PARA IDOSOS (aumento de 1.000 patacas) 10.000 patacas

PENSÃO PARA IDOSOS (aumento de 160 patacas por mês) 3.900 patacas por mês (13 meses)

FAMÍLIAS CARENCIADAS

ÍNDICE MÍNIMO DE SUBSISTÊNCIA (SEM ALTERAÇÕES) 4.350 patacas por agregado por ano familiar com uma pessoa

APOIO PARA ACTIVIDADES DE APRENDIZAGEM (SEM ALTERAÇÕES) Entre 300 e 750 patacas por mês

APOIO PARA CUIDADOS MEDICOS (sem alterações) entre 1.000 e 1.200 patacas por mês

PORTADORES DE DEFICIÊNCIA

SUBSÍDIO DE INVALIDEZ (aumento de 1.000 e 2.000 patacas) 10.000 ou 20.000 patacas

SUBSÍDIO PARA CUIDADORES (torna-se apoio permanente) (SEM ALTERAÇÕES) 2.175 patacas por mês.

ESTUDANTES

SUBSÍDIO DE AQUISIÇÃO DE MANUAIS (SEM ALTERAÇÕES) 3.500 patacas (ensino secundário) 3.000 patacas (ensino primário) 2.400 patacas ensino infantil)

SUBSÍDIO DE PROPINAS PARA ESTUDANTES CARENCIADOS (SEM ALTERAÇÕES) 9.000 patacas (ensino secundário) 6.000 patacas (ensino primário), 4.000 patacas ensino infantil)

SUBSÍDIO PARA A AQUISIÇÃO DE MATERIAL ESCOLAR (SEM ALTERAÇÕES) 3.300 patacas por estudante do ensino superior

NOVOS APOIOS FINANCEIROS

SUBSÍDIO DE ASSISTÊNCIA NA INFÂNCIA 1.500 patacas por mês, total de 18.000 patacas por ano

SUBSÍDIO AO EMPREGO NA GRANDE BAÍA 5.000 patacas por mês, para residentes com menos de 35 anos empregados no Interior

ESTÁGIOS NO INTERIOR DA CHINA 5.000 patacas por mês após conclusão de estágio

15 Abr 2025

Encontro | APOMAC sem esperança de ver problemas resolvidos

O presidente da Assembleia Geral da APOMAC, Jorge Fão, recebeu José Cesário, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, mas admite que problemas como o prolongamento dos passaportes para 10 anos ou a implementação de um sistema eficaz para fazer a prova de vida vão continuar sem solução

 

O presidente da Assembleia Geral da APOMAC – Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau afirma não ter esperança de ver resolvidos os problemas dos portugueses em Macau relacionados com o consulado, provas de vida ou extensão da validade dos passaportes. Foi desta forma que Jorge Fão comentou o encontro de ontem com o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário.

“Ele [Cesário] sabe quais são as nossas preocupações, mas não são resolvidas, porque Portugal tem uma economia muito fraca, não é um país rico, e os portugueses que vivem fora de Portugal, e principalmente fora da Europa, têm montes de problemas. E Portugal não consegue solucionar esses problemas”, afirmou Jorge Fão, ao HM, quando questionado sobre a apresentação dos problemas da comunidade portuguesa. “Ele sabe dos problemas melhor do que ninguém, trabalhou muitos mandatos como deputado e secretário de Estado, conhece melhor do que qualquer secretário de Estado a situação. Mas, os problemas foram resolvidos até agora?”, questionou.

Jorge Fão reconheceu ter perdido a esperança após sucessivos governos de Portugal. “Nunca esperei que nos resolvessem os problemas. Já perdi a vontade de esperar, aliás perdi a confiança, a fé e perdi tudo”, admitiu. “Seja quem for, eu acho que Portugal está muito virado para dentro e pouco para fora, os portugueses provenientes de Macau, Canadá ou do Brasil, ou seja de onde for, só para adquirirem a nacionalidade leva anos. Se há uma criança portuguesa nascida no estrangeiro, para adquirir a nacionalidade portuguesa só o procedimento leva três anos”, exemplificou.

Com “barbas”

O dirigente associativo explicou que os problemas com maior impacto passam pelo tempo de espera nos processos de reconhecimento da nacionalidade portuguesa, o aumento da validade do passaporte de cinco para 10 anos, o processo de prova de vida para os reformados que não funciona e tem sempre de ser repetido, um sistema informático “antiquado” no Consulado de Portugal, assim como falta de pessoal e ausência de actualizações salariais para os trabalhadores do consulado.

Jorge Fão garante que estes problemas forma mencionados ontem no encontro com José Cesário, mas que não foram novidade. “Estes problemas têm todos barbas”, vincou.

Por sua vez, o secretário, de acordo com Fão, não deixou promessas de resolução: “Ele não promete, porque sabe como é a situação. Como é que ele vai fazer promessas se isto não depende só dele? Não é?”, apontou. “Quando um governo não funciona, não se pode esperar que seja um secretário de Estado a fazer funcionar o resto”, sublinhou.

Com Portugal a ter novas eleições para a Assembleia da República a 18 de Maio, e com José Cesário a liderar a lista da AD, actualmente no poder, no círculo fora da Europa, Fão indicou que o assunto foi pouco abordado, mas que não deixou de dizer a Cesário que o considera favorito. “Ele não tocou muito no seu programa [eleitoral], mas eu acho que está preparado para o que vier do acto eleitoral. Creio que está convencido que vai ganhar, e provavelmente vai”, revelou. “Não estou a ver a existência de um outro concorrente forte. Até hoje ainda não apareceu”, frisou.

14 Abr 2025

Imprensa | AJM preocupada com falta de comunicação

A Associação de Jornalistas de Macau indica que Sam Hou Fai implementou um novo modelo de comunicação, que passa essencialmente por evitar que os governantes sejam alvos de perguntas por parte da comunicação social

 

A Associação de Jornalistas de Macau (AJM) está preocupada com a política e comunicação do Governo de Sam Hou Fai, que acusa de ter “reduzido significativamente o número de oportunidades para os jornalistas entrevistarem de forma directa o Chefe do Executivo, secretários e outros governantes”. A posição foi tomada através de um comunicado emitido ontem, onde é apontado que 90 por cento das informações do governo resultam de comunicados, sem que haja qualquer hipótese de levantar questões.

“A AJM está seriamente preocupada com o facto de uma abordagem de comunicação tão passiva e regressiva se poder tornar o novo normal”, foi indicado. “Mais uma vez, apelamos ao Governo da RAEM que honre a sua promessa de respeito pela liberdade de imprensa, tomando medidas concretas: dialogue com o público e com os meios de comunicação social com mais confiança, para que a comunidade tenha uma melhor compreensão da sua política e visão”, foi pedido.

A AJM lamenta também que os jornalistas tenham deixado de ser convidados para fazer a cobertura de alguns eventos que normalmente eram cobertos, como as visitas oficiais à Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau, ou as tradicionais visitas do Chefe do Executivo durante o quarto dia do Ano Novo Lunar. Em relação a esta última, a associação indica que o Governo só convidou “dois meios de comunicação social” com ligações próximas ao Executivo.

Recusas irrazoáveis

No comunicado, a AJM aborda igualmente a situação dos órgãos de comunicação social em locais que estão a ser barrados das conferências de imprensa organizadas pelo Governo.

“O Governo continua a recusar, de forma irrazoável, que as revistas mensais locais e os meios de comunicação social em linha façam a cobertura de alguns tipos de eventos oficiais. Nomeadamente, estas exclusões ocorrem frequentemente em eventos que envolvem altos funcionários”, foi criticado. “O Gabinete de Comunicação Social tem tentado justificar estas práticas discriminatórias com explicações pouco convincentes, tais como o ‘espaço limitado’ disponível em vários locais de eventos para acomodar a imprensa, e até aconselhou os jornalistas a ‘assistirem à transmissão em directo’ dos eventos em vez de comparecerem pessoalmente. Tais respostas levantam sérias dúvidas sobre a integridade dos funcionários e sobre a sua compreensão do papel do jornalismo, e reflectem uma falta de conhecimento das normas internacionais para um governo aberto, acabando por minar a credibilidade e a imagem pública da RAEM”, foi defendido.

A associação pede assim ao Executivo que respeite a lei de imprensa: “A AJM reitera que o que os jornalistas precisam não são discursos nem comunicados de imprensa, mas sim de mecanismos adequados para a realização de reportagens no local, em que os jornalistas possam ouvir as vozes de todas as partes interessadas, interagir directamente com os decisores e obter uma compreensão clara da lógica e da orientação das actuais políticas públicas”, foi publicado.

14 Abr 2025

Restauração e retalho com quebras de receitas em Fevereiro

Em Fevereiro, o volume de negócios do comércio a retalho sofreu uma redução de 28,2 por cento em termos anuais, medido pelo volume dos pagamentos electrónicos. Os dados foram revelados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).
No segundo mês do ano, o volume de negócios foi de 4,26 mil milhões de patacas. A maior redução do volume negócios aconteceu no calçado, com uma redução de 37,3 por cento, face a Fevereiro de 2024. Outro sector muito afectado pela diminuição das vendas, foi o das “mercadorias de armazéns e quinquilharias”, onde a redução atingiu 36,1 por cento.
Entre os sectores que assistiram a uma quebra do volume de negócios superior a um terço, a nível anual, consta também a venda de “artigos de couro”, com uma redução anual de 35,2 por cento.
No sector do vestuário para adultos, a quebra do volume foi de 30,6 por cento, nos relógios e joalharia de 24,8 por cento, nos supermercados de 17,2 por cento, nos produtos cosméticos e de higiene de 22,2 por cento e de 3,9 por cento nas farmácias.
De acordo com a DSEC, os números apresentados, dados que só têm em conta o volume de pagamentos electrónicos, representam cerca de 80 por cento das receitas destes sectores.

Restaurantes em quebra
Na restauração a situação não foi diferente, com o volume de negócios, medido pelo volume dos pagamentos electrónicos, a apresentar uma quebra de 8,2 por cento em Fevereiro, face ao período homólogo.
Neste aspecto, os restaurantes com comida chinesa apresentaram uma redução no volume de negócios de 20,8 por cento, a mais significativa entre os diferentes restaurantes. A segunda queda mais acentuada, afectou os estabelecimentos com comida japonesas e coreana, com uma diminuição de 6,7 por cento, seguidos pelos restaurantes de fast food, em registaram um decréscimo do volume de negócios de 6,4 por cento.
No entanto, nem tudo foram más notícias na restauração, dado que os estabelecimentos com comida ocidental viram as receitas aumentar 4,9 por cento. Também os restaurantes de sopa de fitas e canjas viram o volume de negócios crescer 3 por cento face ao período homólogo.
De acordo com a DSEC, o volume de negócios ligado ao pagamento electrónico representa 70 por cento do volume total da restauração.

11 Abr 2025

Orquestra de Macau | Perdas operacionais atingem 54,2 milhões

A Orquestra de Macau registou perdas operacionais de 54,2 milhões de patacas no ano passado. Os resultados foram apresentados ontem pela empresa e representam um agravamento das contas de 16,7 milhões de patacas no espaço de um ano, dado que em 2023 as perdas operacionais tinham sido de 37,5 milhões de patacas.
Em termos das receitas, os dados oficiais mostram que no ano passado houve uma subida para 67,7 milhões de patacas, face aos 49,6 milhões em receitas de 2023. No entanto, a Orquestra de Macau até fez menos dinheiro com a organização de concertos e espectáculos, dado que neste capítulo as receitas foram de 34,4 milhões de patacas, quando no ano anterior tinham sido de quase 34,9 milhões de patacas.
No pólo oposto, as receitas com os patrocínios da temporada, que inclui serviços prestados às concessionárias de jogo, cresceram para os 30 milhões de patacas, quando no ano anterior tinham sido de apenas 10 milhões de patacas, uma diferença de 20 milhões de patacas.
Ainda no capítulo das receitas, os ganhos com os juros do dinheiro depositado nos bancos locais geraram 2 milhões de patacas, um crescimento, enquanto as “outras receitas” foram de 516 mil patacas. Em ambos os casos foi registado um aumento face ao ano anterior, em que as receitas tinham sido de 672 mil patacas e 40 mil patacas.

Custos do negócio
Em termos das despesas, os custos mais elevados deveram-se aos pagamentos aos músicos, com os gastos a serem de 54,2 milhões de patacas, um crescimento de cerca de 10,2 milhões de patacas, no espaço de um ano. A estes, juntaram-se ainda 9,6 milhões de patacas, para convidados, o que também representou um aumento em comparação com os 7,3 milhões de patacas do ano anterior.
Além destes pagamentos, a segunda maior despesa visou os custos de organização dos concertos da orquestra que foram de 31,2 milhões de patacas, mais 14,5 milhões do que no ano anterior.
A terceira grande fatia das despesas, deveu-se aos ordenados dos funcionários da empresa, no valor de 12,4 milhões de patacas, um crescimento de 3,4 milhões face a 2023.
Apesar das despesas terem sido superiores às receitas, a empresa não apresentou prejuízo devido aos subsídios do Governo. No ano passado, o valor total foi de 54,2 milhões de patacas, um aumento face aos 37,5 milhões de patacas do ano anterior.

Mais concertos e visitantes
Ao longo do ano passado, o relatório de actividades da Orquestra de Macau mostra um aumento do número de concertos e também de público. Em 2024, a Orquestra de Macau organizou 113 concertos, mais 25 do que no ano anterior, que atraíram 63,5 mil visitantes, um crescimento de 17 mil pessoas. Já a Orquestra Chinesa de Macau, organizou 117 concertos, mais quatro do que no ano anterior, com a audiência a ser de 31,2 mil pessoas, um crescimento de cerca de 4,4 mil pessoas.

11 Abr 2025

Sarampo | Apelo à vacinação antes de deslocações ao exterior

Os Serviços de Saúde (SS) apelaram à população para se vacinar contra o sarampo antes de se deslocar ao exterior, e indicaram que este ano já morreram duas crianças nos Estados Unidos. O alerta foi deixado ontem de manhã, num comunicado em língua portuguesa.
“Com a aproximação das férias da Páscoa, prevê-se um aumento de residentes de Macau, em viagem no exterior, pelo que os Serviços de Saúde apelam mais uma vez aos residentes que pretendem deslocar-se às zonas epidémicas para reforçarem a prevenção”, pode ler-se no comunicado.
De acordo com o aviso, “os indivíduos que ainda não possuem imunidade contra o sarampo, devem concluir a vacinação com a antecedência mínima de duas semanas” antes da viagem. Em relação às “crianças que ainda não completaram as duas doses da vacina contra o sarampo” e as “grávidas sem imunidade” pede-se que evitem viajar para o exterior “a fim de reduzir o risco de infecção”.
O comunicado aponta os Estados Unidos como um exemplo de um país onde existe um risco elevado de infecção: “Nos Estados Unidos da América, por exemplo, registou-se recentemente o 2.º caso de morte por sarampo infantil, uma criança que não foi vacinada contra o sarampo”, foi indicado. “Além disso, nos Estados Unidos da América foram registados mais de 600 casos confirmados de sarampo, o dobro dos 285 casos registados no ano passado. É de salientar que a grande maioria dos doentes não foi vacinada ou o seu registo de vacinação é desconhecido, dos quais cerca de 70 por cento são crianças ou adolescentes”, foi acrescentado. 

Outros perigos
Os avisos não se ficam pelo país liderado por Donald Trump, e estendem-se à região do Pacífico Ocidental. “De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde, entre Janeiro e Fevereiro do corrente ano, foram registados cerca de 1.500 casos de sarampo na Região do Pacífico Ocidental, um aumento de quase o dobro em comparação com os 900 casos registados no período homólogo do ano passado”, é apontado.
Porém, os alertas também chegam à Europa: “Registaram-se, recentemente, surtos de sarampo no Camboja, nas Filipinas, no Vietname e na Malásia, e vários casos de sarampo em diversos países europeus, nomeadamente, na Roménia, na França, na Espanha, na Itália e na Alemanha”, foi vincado.
O alerta é também estendido às pessoas que vivem em Macau, dado o fluxo de turistas que visitam a RAEM: “Actualmente, embora Macau não seja uma região afectado por uma epidemia de sarampo, enquanto cidade turística, persiste o risco de importação e propagação do sarampo”, foi justificado. “Os Serviços de Saúde salientam que a vacinação contra o sarampo constitui o método mais eficaz para prevenir a infecção e reduzir a transmissão do sarampo”, foi destacado.

11 Abr 2025

Economia | Crescimento revisto em baixa para 6,8%

O Grupo de Investigação Macroeconómica de Macau antevê que o território vai sofrer com as tarifas de Donald Trump, não de forma directa, mas porque estas podem levar a que os turistas do Interior controlem mais os A Universidade de Macau (UM) fez ontem uma revisão em baixa da previsão de crescimento do Produto Interno Bruto para 6,8 por cento. A revisão foi feita para ter em conta as novas barreiras ao comércio mundial, e, em particular, contra a China, impostas pelos Estados Unidos.
Anteriormente, a previsão do Grupo de Investigação Macroeconómica de Macau previa um crescimento de 7 por cento do Produto Interno Bruto, ao longo deste ano. Segundo o jornal Ou Mun, na apresentação da previsão, que decorreu ontem, Kwan Fung, líder do grupo, admitiu que esta previsão é “relativamente conservadora”.
O académico também explicou que a revisão se deve ao facto de a política de imposição de tarifas dos Estados Unidos ir contribuir para uma redução do volume do comércio a nível mundial e que vai afectar o crescimento da economia mundial. Neste cenário, Kwan reconhece que é inevitável que a economia da RAEM seja afectada por estes desenvolvimentos.
Todavia, segundo o académico, o impacto “directo” para economia local vai ser “relativamente pequeno”, porque as tarifas têm como principal alvo o mercado das mercadorias, um tipo de comércio tido como “reduzido” na RAEM.

Casinos investem menos
Os investigadores explicaram igualmente que o efeito das tarifas vai fazer-se sentir na RAEM de forma directa, em virtude do impacto na economia do Interior.
Assim sendo, os investigadores deixaram antever consequências como uma menor capacidade de consumo da população chinesa, que com menos dinheiro, vai gastar menos nas deslocações a Macau. Por esta via, o Grupo de Investigação Macroeconómica de Macau admite que os residentes de Macau também podem sofrer com as consequências.
De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, Kwan Fung afirmou também que as tarifas vão ter impacto nas concessionárias de jogo, o que deverá ser sentido a nível da vontade para investir. Por outro lado, o académico reconheceu que as concessionárias se podem tornar menos atractivas para os investidores.
Na previsão de crescimento, os investigadores tiveram por base um cenário em que a exportações de serviços vai crescer 6,8 por cento ao longo do ano, o consumo privado 3,8 por cento e haverá uma inflação 0,7 por cento.
Ao nível do desemprego, os académicos esperam uma taxa geral de 1,7 por cento, com o desemprego entre os residentes a ser de 2,3 por cento. Ao mesmo tempo, são esperadas receitas correntes da Administração na ordem dos 116,8 mil milhões de patacas.

11 Abr 2025

Casinos-satélites | PME admitem agonia com encerramentos

Vários empresários de Pequenas e Médias Empresas admitiram que com o encerramento dos casinos-satélite vão ter de fechar os negócios ou avançar para despedimentos em massa

 

As empresas dependentes ou com grandes receitas geradas pelos casinos-satélite reconhecem que estão muito preocupadas com as perspectivas de uma onda de encerramentos, no final do ano. A posição de vários empresários foi tomada em declarações ao jornal Ou Mun.

Os casinos-satélite resultam de acordos entre algumas concessionárias e empresas independentes, que exploram vários espaços de jogo, como acontece com os casinos Kam Pek ou Ponte 16, num total de 11 casinos. Neste modelo, as empresas independentes exploram os casinos, mas com trabalhadores, mesas de jogo e fichas das concessionárias, com quem têm um acordo e a quem efectuam pagamentos.

A última revisão à lei do jogo estabeleceu um período de três anos para acabar com este modelo, que termina no final deste ano. Como resultado, as concessionárias podem optar por assumir, por si, a exploração destes casinos ou fechar os espaços.

Em declarações ao jornal Ou Mun, um residente com o apelido Lam, que é responsável de uma empresa de software, afirmou que metade das receitas da companhia derivam de um dos casinos-satélite. Sem estas receitas, o dirigente admite que a empresa vai começar a perder dinheiro e que nesse cenário só tem duas hipóteses: pagar as perdas com dinheiro do seu bolso, até a situação se tornar insustentável, ou fazer o que apelidou de “cortar um braço”, o despedimento de cerca de 30 a 40 por cento dos trabalhadores.

Lam disse igualmente que os casinos-satélite distribuem muito dinheiro às Pequenas e Médias Empresas, através da contratação de serviços. Porém, se apenas sobreviverem as concessionárias, a economia local vai sentir um impacto que classificou como profundo.

Outro empresário, com o apelido Sin, responsável por uma empresa de limpeza, traçou um cenário semelhante, e reconheceu que com o encerramento dos casinos-satélite vai despedir um quinto do total do pessoal, o que indicou representar cerca de 100 trabalhadores, por falta de trabalho.

Menos transportes

A necessidade de avançar com o despedimento de trabalhadores é igualmente o cenário antevisto por Choi, de acordo com o Jornal Ou Mun. O empresário de uma empresa de transporte privado de pessoas afirmou que actualmente sobrevive no mercado local devido aos serviços prestados aos casinos-satélite.

Choi reconheceu que 80 por cento das receitas provém destes espaços e que em caso de encerramento este volume de negócio não vai ser substituído. O empresário indicou que apesar de Macau receber mais turistas estes têm um perfil muito diferente. Entre as diferenças, apontou que são mais jovens e que não se deslocam através deste tipo de transporte, recorrendo antes aos transportes públicos.

O jornal Ou Mun falou também com um outro empresário Ip, responsável por uma empresa de produtos de iluminação de publicidades. Esta emprega entre 20 e 30 trabalhadores e grande parte dos serviços são prestados aos casinos-satélite. Se estes encerrarem, Ip indica que não só a sua empresa vai encerrar, assim como várias outras lojas nas imediações dos casinos e que dependem destes.

9 Abr 2025

Violência doméstica | Ho Ion Sang pede recursos para ajudar vítimas

Apesar do “sucesso” das políticas de combate à violência doméstica, o deputado dos Moradores considera que as associações locais devem ter mais meios para apoiar as vítimas e os seus filhos. Além de meios de subsistência, Ho Ion Sang realça a importância de planear a carreira profissional e prestar cuidados infantis

 

Ho Ion Sang defende o reforço da cooperação entre o Governo e as associações locais para dotar as vítimas de violência doméstica de mais meios de subsistência. O assunto é abordado através de uma interpelação escrita pelo deputado dos Moradores, em que é pedida uma maior cooperação entre o Governo e as associações locais.

No documento, Ho defende o reforço da “rede de assistência social” e a melhoria do “apoio ao nível de meios de subsistência das vítimas de violência doméstica e dos filhos”, que passa não só pela disponibilização de apoio financeiros, mas também por “serviços mais orientados e diversificados, tais como planeamento de carreira, formação profissional e cuidados infantis”.

Segundo o deputado, no contexto actual, as associações devem assumir um papel fundamental a ajudar as vítimas, na vida após os episódios de violência doméstica, nos casos em que precisam de uma rede de apoios, para reconstruírem a vida.

Ho Ion Sang é deputado pela Associação dos Moradores, uma das mais apoiadas pelo Governo com fundos públicos.

Mais cooperação

O reforço da cooperação entre as associações locais e o Governo não visa só o pedido de mais recursos. Ho Ion Sang pergunta pelo desenvolvimento das directrizes, prometidas pelo Executivo para este ano, que vão definir formas para lidar com casos de violência doméstica quando há crianças envolvidas. Nas perguntas enviadas ao Governo, o deputado recorda que as directrizes foram concluídas em 2023, e que no ano passado as autoridades ouviram os serviços públicos e as associações. Todavia, a meta do Executivo passava por divulgar e implementar as directrizes ao longo deste ano, sem que haja, até agora, mais informações. Por isso, o deputado pede que o Governo revele o calendário de quando vão ser apresentadas.

Na interpelação escrita, o deputado considera igualmente que se deve “intensificar” a “cooperação com as organizações não governamentais e consolidar os recursos de todas as partes envolvidas” para “criar uma atmosfera favorável para que toda a comunidade se oponha e resista unanimemente à violência doméstica”.

Em relação à prevenção, Ho Ion Sang elogia os trabalhos realizados, com a aprovação da legislação que tornou este um crime público, que tem levado a uma redução gradual das ocorrências. No entanto, pede ao Executivo que não facilite nos esforços de combate ao crime, para alertar mais a população para este fenómeno.

9 Abr 2025

Incêndios | Menos 15 por cento de ocorrências

Nos primeiros três meses do ano registou-se uma diminuição geral das ocorrências que implicaram a intervenção do Corpo de Bombeiros. Ainda assim, as autoridades foram chamadas a intervir em 13.207 casos

 

Nos primeiros três meses do ano o número de incêndios registados pelo Corpo de Bombeiros (CB) apresentou uma redução de 15,35 por cento com 215 ocorrências, em comparação com o período homólogo. Os números do primeiro trimestre do ano foram apresentados ontem, em conferência de imprensa.

De acordo com os dados oficiais, entre Janeiro e Março deste ano houve menos 39 incêndios em comparação com o período homólogo, quando o número de incêndios tinha sido de 254 ocorrências. Entre os 215 fogos, 155 foram extintos sem necessidade de recorrer à utilização de mangueiras. No ano passado, o número de incêndio extintos sem necessidade de ligar as mangueiras tinha sido de 204.

Em relação aos incêndios dos primeiros meses deste ano, 35 fogos ficaram a dever-se a situações de comida queimada. No ano passado, este tipo de ocorrências tinha contribuído para 61 casos.

Entre as outras causas de ocorrências de incêndios, constam o esquecimento de fogões ligados, chamas que não ficam totalmente extintas, a queima de incensos, velas e papéis votivos, curtos-circuitos em instalações eléctricas e falhas mecânicas.

Apesar da redução dos incêndios, no primeiro semestre registaram-se várias ocorrências em prédios residenciais que causaram pelo menos cinco feridos. Os números mostram que o total geral de ocorrências em que o Corpo de Bombeiros teve de intervir apresentou uma redução de 6,32 por cento, de 14.098 casos para 13.207 casos.

Menos ambulâncias

Em relação aos dados sobre as saídas de ambulâncias houve uma redução dos casos de 3,1 por cento para 11.406 ocorrências, que exigiram a utilização de 12.221 veículos, uma redução de 3,43 por cento. No período homólogo, registaram-se 11.774 ocorrências que exigiram a saída de 12.655 veículos de emergência. Sobre esta diferença, o Corpo de Bombeiros indicou que se deveu “principalmente à redução dos casos de leve indisposição da febre e dificuldades de respiração”. “Os casos gerais de socorro lidaram essencialmente com tonturas, dores abdominais, dificuldades de respiração, vómitos, febres e vários tipos de ferimentos”, foi acrescentado.

Também nas operações de salvamento houve uma redução, de 3,3 por cento, de 454 casos para 439 casos.
Finalmente, no que diz respeito aos serviços especiais, apurou-se uma redução de 29,01 por cento, de 1.616 casos para 1.144 casos, uma diferença de 29,21 por cento.

9 Abr 2025

AMCM | Central de Depósito e Liquidação de Valores Mobiliários perde 7,18 milhões

A Central de Depósito e Liquidação de Valores Mobiliários de Macau, controlada a 100 por cento pela RAEM, continua a registar prejuízos sucessivos. Desde 2022, a empresa criada para diversificar a economia de Macau nunca apresentou lucros

 

A empresa Central de Depósito e Liquidação de Valores Mobiliários de Macau (MCSD, na sigla em inglês) registou prejuízos de 7,18 milhões de patacas no ano passado. Este é o segundo ano consecutivo com perdas da empresa controlada a 100 por cento pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM), que tinha apresentado perdas de 6,7 milhões de patacas no ano anterior.

Criada em 2021, a MCSD surgiu no âmbito da política do Governo de Ho Iat Seng para diversificar a economia na área das finanças e tem como funções a exploração das infra-estruturas financeiras, de serviços de registo central, compensação, liquidação e de depósito de valores mobiliários. No âmbito destas funções, a MCSD tem prestado apoio ao mercado de empréstimos obrigacionistas.

No entanto, os números da empresa teimam em continuar a apresentar prejuízos. No primeiro ano completo de operações, em 2022, a empresa que tem um capital social de 50 milhões de patacas, apresentou prejuízos de 3,9 milhões de patacas. No ano seguinte, os prejuízos subiram para 6,7 milhões de patacas e os dados mais recentes mostram um novo recorde negativo de 7,18 milhões de patacas.

Mais receitas e despesas

Apesar do cenário negativo, as receitas originadas por contratos com participantes no mercado financeiro de Macau até registaram um aumento. Actualmente, no portal da MCSD, surgem registadas como “participantes” cerca de 90 entidades. Em 2024, as receitas derivadas dos contratos de participação subiram para 2,9 milhões de patacas, quando no ano anterior tinham sido de cerca de 966 mil patacas.

Em termos das restantes receitas do ano passado, foi apurado um 1 milhão de patacas em juros, com os outros serviços a geraram 11.300 patacas e os ganhos com câmbios a gerarem 721 patacas.

Em termos das despesas houve igualmente um aumento para 11,2 milhões de patacas em 2024, face aos 9,2 milhões de patacas de 2023.

O custo mais elevado foi para as remunerações dos trabalhadores que subiram de 3,1 milhões de patacas para 4,6 milhões de patacas. Para este aumento contribuiu o recrutamento de cinco funcionários, totalizando 13 trabalhadores no fim de 2024. A outra grande despesa deveu-se ao pagamento dos serviços de correio telecomunicações que foi de 3,2 milhões de patacas, abaixo do custo de 3,3 milhões do ano anterior.

9 Abr 2025