João Luz Manchete SociedadeUm terço dos casados não confia na gestão financeira do pares A acumulação de dívidas é um factor de risco na saúde dos casamentos em Macau. O tema motivou um estudo do Centro de Aconselhamento sobre o Jogo e de Apoio à Família, da Igreja Anglicana, que concluiu que 70 por cento da população que contraiu dívidas, tem de pagar entre 30 e 50 por cento de todo o rendimento familiar Já diz o ditado popular que “em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”. A relação entre gestão financeira familiar e a saúde dos matrimónios foi alvo de um estudo do Centro de Aconselhamento sobre o Jogo e de Apoio à Família de Sheng Kung Hui, organismo ligado à Igreja Anglicana. O estudo apresentado no domingo dá pistas sobre a forma como as dificuldades para pagar empréstimos podem ter consequências ao nível do stress familiar. Uma das estatísticas que dá contexto ao panorama económico de Macau aponta que mais de 70 por cento dos inquiridos devedores têm dívidas num valor que corresponde a entre 30 e 50 por cento do rendimento familiar global. Sobre este tópico, o estudo indica que, para assegurar o pagamento das despesas essenciais numa vida regrada e equilibrada, a proporção saudável de créditos contraídos deve-se fixar abaixo dos 30 por cento dos rendimentos globais da família. O organismo defende esta linha vermelha de segurança no endividamento com a possibilidade de surgirem despesas de emergência ou face a factores externos, como a possível deterioração da economia. Cuidados de bolsa No cômputo geral, cerca de metade das pessoas inquiridas revelaram ter contraído dívidas. Entre estas, 75,4 por cento são relativas a empréstimo hipotecário para compra de habitação, enquanto 4,8 por cento têm dívidas para pagar despesas relacionadas com ensino. Apenas 0,4 por cento haviam contraído créditos para pagar dívidas de jogo. Em termos de dinâmica matrimonial, o estudo indica que cerca de 30 por cento dos inquiridos está preocupado com a capacidade de gestão do cônjuge. Deste universo, metade confessam que o dinheiro, ou a sua falta, já causou disputadas familiares “Cerca de 40 por cento dos inquiridos caracterizaram como ‘graves’ os conflitos resultantes das dívidas familiares, sendo que a dificuldade para contornar estes problemas foi classificada como moderada”, é acrescentado no estudo. “Se os problemas monetários não forem resolvidos, e o casal não chegar a uma solução consensual, as dificuldades matrimoniais aprofundam-se e a dinâmica relacional entra um ciclo vicioso de conflito”, é acrescentado. Como tal, o Centro de Aconselhamento sobre o Jogo e de Apoio à Família de Sheng Kung Hui reforçou a importância de os casais discutirem formas de planeamento da gestão financeira familiar antes de contraírem matrimónio. A instituição responsável pelo estudo afirmou ainda que vai organizar iniciativas destinadas a equipar recém-casados de recursos técnicos para melhor planearem a gestão financeira. Segundo as experiências de aconselhamento do organismo, na maioria dos casos em que as dívidas resultaram em conflitos matrimoniais, a falta de comunicação foi um factor transversal. O estudo recebeu um total de 372 inquéritos válidos, feitos a residentes casados.
João Luz Manchete PolíticaAtribuídas licenças 5G à CTM e China Telecom Agora é oficial. Foram atribuídas à CTM e à China Telecom licenças para instalar e operar redes 5G durante os próximos oitos anos, com o início dos serviços comerciais a ter lugar a partir do próximo ano. A CTM irá investir mais de mil milhões de patacas ao longo de cinco anos. Macau é a única cidade da Grande Baía sem cobertura 5G O Governo anunciou ontem a atribuição de licenças para instalar e operar uma rede 5G à Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) e à China Telecom (Macau) Limitada. As licenças são válidas por um prazo de oito anos e as empresas ficam obrigadas a “iniciar a prestação dos seus serviços comerciais no prazo de um ano”, de acordo com um despacho publicado em Boletim Oficial pelo Gabinete do chefe do Executivo. As licenças podem ser renovadas pelo mesmo período, ou por menos tempo. Recorde-se que o concurso público para a atribuição de quatro licenças tinha sido lançado a 30 de Junho e que a RAEM é a única região sem cobertura 5G entre as cidades da Grande Baía. Isto, apesar de uma das operadoras locais, a CTM, ter investido já 600 milhões de patacas no sistema, indicou a empresa, em Maio. A CTM começou a apostar na rede de quinta geração em 2020 e já garantira estar pronta para explorar comercialmente o sistema desde Junho do ano passado. Traços gerais Ambas as empresas têm agora 30 dias para depositar cauções de 2 milhões de patacas e ficam obrigadas a pagar ao Governo uma “taxa anual de exploração, correspondente a 5 por cento das receitas brutas de exploração dos serviços prestados no âmbito das actividades licenciadas”, é indicado no despacho assinado por Ho Iat Seng. As empresas ficam obrigadas a “construir, por iniciativa própria, um sistema capaz de atingir a cobertura, com boa qualidade, de 50 por cento do território da RAEM no prazo de 12 meses a contar da data de emissão da licença, providenciando, nos 18 meses seguintes, a cobertura, com boa qualidade, da totalidade do território mediante a construção do sistema”. Em anexo ao despacho que oficializa a atribuição das licenças é publicado o plano de operação e construção de sistema. Aí, a CTM compromete-se a investir em 2023, o “primeiro ano do período de validade da licença, cerca de 206 milhões de patacas e, nos quatro anos seguintes (2024-2027), realizar um investimento adicional de 815.2 milhões de patacas”. As principais áreas onde serão aplicadas as verbas são a expansão da rede de 5G, o sistema de facturação e a modernização da plataforma de produtos. A China Telecom Macau irá investir “aproximadamente 469 milhões de patacas, aplicado ao longo dos primeiros 5 anos após a atribuição da licença”.
João Luz Eventos MancheteFestival entre China e PLP celebra 7.ª arte até 18 de Novembro Arrancou na sexta-feira o Festival de Cinema entre a China e os Países de Língua Portuguesa, que durante duas semanas irá apresentar cerca de 30 películas em chinês e português. Até 18 de Novembro, o cinema será a ponte entre culturas e linguagens, no ecrã e fora dele através de seminários e palestras O tema “Todos os Rios Correm para o Mar” é mote para o Festival de Cinema entre a China e os Países de Língua Portuguesa, evento organizado ao abrigo do 4.º Encontro em Macau, que começou na sexta-feira e decorre até ao próximo dia 18 de Novembro. Além da apresentação de cerca de 30 projectos cinematográficos em chinês e português, o evento organizado pelo Instituto Cultural (IC), com o apoio do Galaxy Entertainment Group (GEG), irá também realizar palestras e workshops. O epicentro da exibição de filmes é a Cinemateca Paixão, que apresenta amanhã, a partir das 19h30, “The Calming”, da autoria da realizadora chinesa Fang Song. A narrativa do filme centra-se no papel protagonizado pela popular actriz chinesa Xi Qi, que dá corpo a uma jovem realizadora de documentários. Depois de terminar a relação com o namorado de longa data, a cineasta embarca numa penosa crise emocional. A personagem opta por lidar sozinha com as suas mágoas, apesar de continuar a ter uma vida social aparentemente normal. Ao longo do filme, as feridas emocionais começam a sarar. A recuperação é o fim condutor do filme de Fang Song, que transporta para o grande ecrã toda a sensibilidade dos temas que aborda. A língua das imagens A sessão seguinte está marcada para quinta-feira às 19h30, também na Cinemateca Paixão, com a exibição de três curtas-metragens: “The Mountain Sings” e “A Short Story”, dos realizadores chineses Yang Xiao e Bi Gan, respectivamente, seguido de “O Velho do Restelo” de Manoel de Oliveira. De seguida, às 21h, a película brasileira “Fogaréu” irá ocupar o ecrã da Cinemateca Paixão. Realizado por Flávia Neves e com Bárbara Colen no principal papel, “Fogaréu” vive algures na fronteira entre o real e o fantástico, entre o passado colonial e a esmagadora modernidade da agricultura moderna. Esses são os palcos conceptuais onde uma jovem se reencontra com as suas raízes secretas, quando regressa a casa do tio abastado, no Estado de Goiás, depois da morte da sua mãe adoptiva. A jornada da protagonista acabará por implodir as certezas que tinha em relação ao seu passado e revelar a dolorosa verdade sobre a sua origem. No dia seguinte, sexta-feira, 11 de Novembro, a partir das 21h30, é exibida mais uma série de curtas metragens, com destaque para “House on the Sea” e “Sea” dos realizadores locais Chang Seng Pong e Chan Chon Sin. Duas horas antes, a Cinemateca Paixão acolhe o “Seminário sobre as Perspectivas de Desenvolvimento e Tendências da Indústria das Curtas-Metragens Chinesas”. O evento “contará com a participação do vencedor da ‘Palma de Ouro da Curta-Metragem’ no Festival de Filme de Cannes deste ano e produtor executivo de um dos filmes de exibição do presente Festival, ‘The Water Murmurs’, Shan Zuolong. Além deste seminário, o Festival de Cinema será acompanhado por duas actividades de extensão, designadamente, o “FAROL DA GUIA – 3d Printing Workshop” e o “Workshop de Jogo de Sombras do Património Mundial”, que serão realizadas no 1.º andar do “Broadway Macau” e conduzidas em cantonense, com entrada livre.
João Luz Manchete SociedadeBaixa vacinação de idosos justifica política de casos-zero de covid-19 Segunda ronda de testagem em massa não encontrou nenhum caso positivo de covid-19. Macau regressa à “fase de normalização da prevenção da epidemia”, mas autoridades de saúde mantêm aposta na política de zero casos, em parte devido à baixa taxa de vacinação de idosos e pessoas com doenças crónicas “Entre as pessoas com mais risco, idosos e pessoas com doenças crónicas, a percentagem de vacinação ainda não é alta, é cerca de 60 por cento. Por isso, apresentam um certo grau de risco e se Macau tiver um surto de grande escala, com muitas pessoas infectadas, isso irá sobrecarregar as instituições médicas. Precisamos persistir nesta medida de zero casos, de forma dinâmica, e continuar a apostar na prevenção.” Foi desta forma que Leong Iek Hou, médica coordenadora do Núcleo de Prevenção de Doenças Infeciosas, reforçou o compromisso de Macau para com a política de zero-casos de covid-19 na conferência de imprensa de sábado. A responsável abriu porta à alteração das medidas restritivas se “a percentagem de vacinação dos indivíduos-chave aumentar e quando Macau tiver medicamentos” que atenuem os efeitos da infecção. Mas, para já, está afastado o desinvestimento na abordagem tomada até agora, face às taxas de vacinação de grupos vulneráveis, para evitar que um novo surto resulte em mais vítimas mortais. A aposta na continuidade foi vincada depois da realização da segunda ronda de testes de ácido nucleico a toda a população de Macau. O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus referiu que, “foram recolhidas, cumulativamente, mais de 660.000 amostras, todas com resultados negativos”. Como tal, as autoridades anunciaram que “Macau retomou à fase de normalização da prevenção da epidemia”, mas que será mantida a “atenção à evolução da situação epidémica em Macau e no exterior” e os testes a grupos-chave. O novo normal Vários organismos públicos anunciaram ontem a reabertura de instalações e retoma de serviços. “Depois de terem servido de postos de teste de ácido nucleico, a partir de hoje, o Pavilhão Polidesportivo Tap Seac, o Centro Desportivo Mong-Há e o Centro Desportivo Olímpico do Instituto do Desporto vão voltar a funcionar”. Assim sendo, regressa o normal funcionamento do sistema de reserva online das instalações desportivas. Também o Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) vai reiniciar o horário normal de visitas, das 13h às 16h e das 18h às 20h para enfermarias normais, e das 12h às 14h e das 18h às 20h para enfermarias de urgência. Os Serviços de Saúde ressalvam que não aconselhadas visitas de crianças de idade igual ou inferior a 5 anos. A Direcção dos Serviços Correccionais acompanha a retoma com o serviço de visitas quinzenais a reclusos e jovens internados reaberto a partir de hoje. Ainda assim, “visitantes e advogados que acedam ao Estabelecimento Prisional de Coloane e Instituto de Menores” devem apresentar certificado de teste de ácido nucleico nas últimas 48 horas e certificado negativo de resultado do teste rápido de antigénio no próprio dia”, além da normal medição de temperatura e apresentação de código de saúde. Corrida à quarentena O Grande Prémio de Macau já mexe nos hotéis designados para observação médica. No sábado, Lau Fong Chi do departamento de comunicação e relações externas dos Serviços de Turismo (DST) revelou que 50 dos cerca de 60 pilotos e membros das equipas estrangeiras que vão participar no evento desportivo já estão a cumprir quarentena. A responsável garantiu que a DST está em contacto permanente com a organização do Grande Prémio.
João Luz Eventos MancheteExposição | Armazém do Boi acolhe mostra fotográfica de Yao Feng Imagine que alguém congela um momento, entre espaço e indivíduo, onde serenidade e contemplação se encontram com a interpretação lírica. Este conceito assenta como uma luva no ideário da exposição de fotografia de Yao Feng, que é inaugurada na próxima segunda-feira, pelas 18h30, no Armazém do Boi e que estará patente ao público até 27 de Novembro. A mostra, intitulada “Somente a alma é profissional”, reúne um total de 80 fotografias captadas em viagens por vários países e regiões, compilando uma espécie de jornada fotográfica. Em comunicado, o académico, poeta, tradutor e personificação local do que será um homem da renascença nos dias que correm, conta o processo instintivo de fixar numa fotografia pedaços de significado. “Quando ando pela rua ou viajo por um qualquer local, mantenho o olhar atento e vigilante para ver o que possa ser significante, e se o descobrir, levanto a minha câmara fotográfica ou telemóvel, que uso na maioria dos casos, para fotografar”, revela Yao Feng. O acto de preparar o disparo fotográfico é “uma reacção psicológica ou da alma causada instintivamente pelo acto de ‘ver ‘, uma espécie de emoção de encontrar algum significado no meio da mediocridade”. Ieong Man Pan, o curador da mostra, indica que as fotografias que compõem “Somente a alma é profissional” revelam “um estilo altamente pessoal, caracterizado pela quietude, sugestão e lirismo, conduzindo as pessoas a um mergulho num mundo onde se cruzam o vazio, o absurdo, a depressão, o desamparo, a tristeza, a contradição e a fragilidade dos seres humanos em destaque”. Apesar do aspecto melancólico, o curador salienta também “a compaixão e o carinho” que respiram através das imagens. Dizer muito com pouco Não é a primeira vez que Yao Feng se aventura pelo mundo da fotografia, aliando-o frequentemente a dimensões oníricas e poéticas. “A linguagem da poesia é altamente refinada, e podemos dizer que a fotografia de Yao Feng está em conformidade com a sua criação poética que segue sempre o princípio de que ‘menos é mais’, aponta Ieong Man Pan. A fugacidade dos instantes obriga a acções rápidas para capturar o momento, um movimento instintivo que o curador da mostra refere como conceito absolutamente distinto da cadenciada prática na produção poética. “Ao contrário da escrita, que pode ser produzida lentamente, a fotografia é uma linguagem visual, caracterizada pela sua própria limitação, a qual requer a sensibilidade do fotógrafo em termos de deter um instante exacto para pressionar o obturador”, refere Ieong Man Pan. Sem esquecer ou relativizar a importância do domínio das técnicas fotográficas e da equação de imensas variáveis de luz, enquadramento, abertura de diafragma e jogo de lentes, o curador destaca a sensibilidade das fotografias de Yao Feng. “Ver sem sentir, não vai produzir bons trabalhos. Quando o fotógrafo sente, vê brilhar a faísca da inspiração que vem da sua experiência acumulada, da sua tendência estética, da sua reflexão, bem como do seu dom. Sem dúvida, a criação fotográfica de Yao Feng corresponde a todas estas características, pois ele sabe como usar uma linguagem original para transformar as palavras em imagens que espelham a alma”.
João Luz Manchete SociedadeCovid-19 | Leong Iek Hou quer evitar propagação para o Interior Apesar de não ter sido detectado nenhum caso positivo na última ronda de testes em massa, continua a ser exigido um teste de ácido nucleico realizado em menos de 24 horas para atravessar a fronteira com a China nos dois sentidos. Como surgiram casos em Macau, o representante do Corpo de Polícia de Segurança Pública Lei Tak Fai indicou ontem que serão precisas novas negociações com as autoridades do Interior para voltar a aligeirar a restrição. Também a coordenadora do Núcleo de Prevenção de Doenças Infeciosas, Leong Iek Hou, frisou que quem pretender viajar de barco ou avião para o Interior da China precisa de apresentar um teste de ácido nucleico feito nas últimas 24 horas antes da passagem da fronteira. A explicação prende-se com a necessidade de propagação da pandemia. “Esta medida foi implementada por apareceram casos positivos em Macau e temos de evitar a exportação de casos de Macau para o Interior. Precisamos de aumentar a confiança da China face às pessoas vindas de Macau”, comentou. A médica indicou ainda que depois de três dias consecutivos de teses rápidos antigénio e uma testagem massiva o risco de surto diminuiu, e que a ronda que hoje começa “é para garantir a segurança”. Na quarta-feira, foi confirmado que cerca de 5.600 pessoas não participaram no teste em massa, o que levou as autoridades a contactá-las por sms ou chamada telefónica para as avisar de que tinham de ser testadas. Destas, 3810 pessoas ainda não realizaram o teste e arriscam ver o seu código de saúde convertido em vermelho. O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus alertou que depois da ronda anterior de testes as pessoas que não participaram “serão transportadas pela polícia para submeterem-se aos testes em locais designados, só podendo sair desses locais após a divulgação dos resultados e caso estes sejam negativos”. “Aqueles que se recusem a fazer o teste serão submetidos à observação médica, em locais designados”, foi acrescentado. Postos e boa saúde Entretanto, Leong Iek Hou revelou ontem que todas as pessoas infectadas com covid-19 actualmente “estão estáveis”, sem a existência de casos graves, e que os pacientes mais idosos ou portadores de doenças crónicas estão a ser medicados com anti-virais. Ainda no plano farmacêutico, a médica revelou ontem que os lotes de vacinas para crianças até aos 5 anos “deve chegar ainda este mês”. Hoje, arranca mais uma ronda de testes em massa, que se realiza entre as 07h e a meia-noite e amanhã entre as 07h e as 18h. Para responder às queixas de escassez de arranjos para pessoas com necessidades especiais, idosos e grávidas, as autoridades indicaram ontem que serão adicionadas filas especiais nos postos Riviera Macau Terminal e Centro de Actividade do Ensino Técnico-Profissional em Seac Pai Van. Outro caso discutido também ontem, foi o das amostras desaparecidas no Centro de Actividades do Bairro do Hipódromo, posto gerido pela Pureza Medical and Health Technology Limited. Leong Iek Hou revelou que as autoridades de saúde pediram à instituição um relatório sobre o sucedido, tendo as pessoas envolvidas sido contactadas e realizado novos testes, todos com resultado negativo. A médica afirmou ainda que o contrato de adjudicação para desempenhar o serviço de testagem tem cláusulas que estabelecem responsabilização, mas que a empresa está a analisar todos os procedimentos adoptados até aqui para “optimizar a situação” e providenciar formação aos profissionais.
João Luz SociedadeAir Macau | Inverno e Primavera com mais ligações ao Interior A Air Macau está a preparar a chegada do Inverno e da Primavera com o reforço dos voos entre 17 destinos no Interior da China e Macau. A companhia aérea vai reajustar a frequência de voos de acordo com as estimativas de aumento de turistas que escolhem Macau como destino durante a época de viagens Inverno/Primavera, que decorre até 25 de Março de 2023. O número de voos poderá subir acima dos 40 por cento em termos anuais, para um total de 5.723 voos. As 17 cidades abrangidas pelo plano são Pequim, Xangai, Chengdu, Hangzhou, Nanjing, Changzhou, Nantong, Tsingtao, Ningbo, Wenzhou, Yiwu, Tianjin, Taiyuan, Chongqing, Xiamen, Nanning, e Zhengzhou. Entre o total de voos previstos, pouco mais de metade são “rotas-chave”, como Pequim, Xangai, Hangzhou e Chengdu. “A partir deste mês, os residentes do Interior da China podem viajar para Macau usando o visto electrónico. Esta medida irá facilitar muito o requerimento de vistos para Macau e, como tal, representará um forte crescimento ao nível da entrada de turistas”, indicou a companhia em comunicado na língua chinesa, citado pelo portal GGR Asia.
João Luz Eventos“NFT Against Poverty”, a mostra solidária e leilão de arte Duas dezenas de artistas locais transformaram a sua criatividade numa arma na luta contra a pobreza. Uma colecção eclética de obras é apresentada hoje no Art Garden. As receitas do leilão revertem para a Oxfam, num esforço criativo de luta contra a pobreza Dois acontecimentos históricos acontecem hoje pela primeira vez em Macau, num só acto: A primeira venda pública de NFTs no território e o primeiro evento de beneficência com base em NFT. Organizada pela Macau Art For All Society (AFA), é apresentada hoje no Art Garden, pelas 18h30, a exposição “NFT Against Poverty” – Online Charity Art Exhibition. A mostra solidária reúne trabalhos de 20 artistas locais que vão a leilão na plataforma ArtsBite, com as verbas apuradas a reverterem para a Oxfam, a conhecida confederação internacional que congrega mais de duas dezenas de organizações de caridade centradas no alívio da pobreza. A exposição é o somatório dos trabalhos de 20 artistas de Macau que responderam ao repto criativo de partir da história inspiradora da Oxfam no combate à pobreza. A AFA indica que o objectivo da iniciativa é aliar arte e tecnologia num esforço concertado para ajudar quem mais precisa. A lista de artistas que participam na mostra é composta por Alex Marreiros, Álvaro Barbosa, Anny Chong, Dave Shao, Ellison Lau, Fan Sai Hong, Gloria Wong, Karen Yung, Kiko Lam, Kit Lee, Kun Wang Tou, Lai Sut Weng, Pundusina, Leong Chon, Miguel Rosa Duque, Pakeong Fortes Sequeira, Tiger Statics, Tun Ho, Vincent Cheang e Yolanda. Apesar de existir um tema transversal a unir todos os trabalhos, as formas de expressão artísticas são variadas, indo da tradicional pintura a óleo à arte digital e a imagens geradas por computadores. Do que estamos a falar A organização da mostra indica que a lista de criadores conta com “artistas gráficos e digitais” com grande experiência, designers de som, pintores, fotógrafos e artistas que trabalham com imagens geradas através de software e que representam várias gerações de criatividade artística. “Através de uma plataforma tão desafiante como o NFT e dos conceitos de ‘humanidade como um todo’ e ‘mútua valorização’, apresentamos trabalhos de uma nova geração de criadores de arte contemporânea de Macau que têm os olhos postos no futuro”, indica a AFA. A associação sublinha que os NFTs vendidos no leilão serão comprados em patacas e que não será possível usar criptomoeda. Este aviso aponta uma pista para o que é um NFT. A sigla inglesa non-fungible token dá algumas dicas sobre a diferença na forma como o NFT se distingue da moeda e outros itens fungíveis passíveis de troca e que se gasta ou consome. Ao contrário das criptomoedas, os NFTs não são intercambiáveis, mas tratados como exemplares únicos como obras de arte e objectos raros.
João Luz Manchete SociedadePrimeiros 10 meses do ano com metade das receitas face a 2021 As receitas da indústria do jogo de Macau atingiram em Outubro o valor mais elevado desde Fevereiro. Ainda assim, caíram 10,7 por cento em termos anuais. Em relação ao mês anterior, Outubro representou um aumento de receitas de 31,6 por cento Cumprindo a tradição e aproveitando os “bons ventos” dos feriados da Semana Dourada, o mês de Outubro conseguiu os melhores resultados em termos de receitas do jogo desde Fevereiro passado, que ainda assim caíram 10,7 por cento em comparação com Outubro de 2021. Os dados foram revelados na terça-feira pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), dia que representou para a população de Macau mais um teste em massa, na sequência da detecção de múltiplos casos positivos de covid-19 no território. No mês passado, os casinos arrecadaram 3,9 mil milhões de patacas, quando no ano passado tinham contabilizado 4,37 mil milhões de patacas, de acordo com os números da DICJ. Ainda assim, as receitas de Outubro representam um aumento de 31,6 por cento em comparação com o mês anterior, no qual os casinos arrecadaram 2,9 mil milhões de patacas. Numa nota emitida na terça-feira, os analistas da JP Morgan Securities (Asia Pacific) Ltd realçam que o resultado do mês passado corresponde a uma média diária de 126 milhões de patacas arrecadadas pelos casinos do território. “Este resultado representa apenas 15 por cento dos níveis pré-pandémicos, o que não surpreende tendo em conta as circunstâncias actuais”, concluem os analistas, citados pelo portal GGR Asia. Visão alargada De acordo com aos dados divulgados pela DICJ, os casinos de Macau apuraram entre 1 de Janeiro e 31 de Outubro desde ano 35,72 mil milhões de patacas, valor global que foi 50,5 por cento inferior ao verificado no mesmo período do ano passado. Depois de uma autêntica travessia do deserto durante o Verão, todos os sectores da sociedade aguardaram pela Semana Dourada, nos primeiros sete dias de Outubro, com antecipação. Entre 1 e 7 de Outubro deste ano, Macau acolher 182.284 visitantes, uma subida significativa em relação ao ano passado, quando entraram em Macau pouco mais de oito mil pessoas, mas muito longe de quase um milhão de visitantes registados em 2019. Com Lusa
João Luz Manchete SociedadePrevistos 40 mil visitantes diários com vistos electrónicos Vários representantes locais da indústria do turismo encaram com bons olhos o retorno da emissão de vistos electrónicos para entrar em Macau, esperando cerca de 40 mil visitantes por dia. Produtos diferenciados e promoção são apontados como os caminhos a seguir Apesar de ainda não existirem dados de quantas pessoas entraram em Macau usando vistos electrónicos, que voltaram a ser emitidos na terça-feira, o sector do turismo encara com optimismo os próximos tempos, não obstante as restrições impostas pelo combate à pandemia. A medida, anunciada na segunda-feira pela Administração de Imigração chinesa, representa a atenção que o Governo Central presta a Macau, conferindo grande confiança às pequenas e médias, indicou ao jornal Ou Mun o presidente da Associação da Indústria Turística de Macau, Andy Wu. O representante estima que o número de visitantes a entrar em Macau pode subir para cerca de 40 mil por dia. Na óptica de Andy Wu, o próximo passo será a acção coordenada entre Governo e empresas ligadas ao turismo no reforço da publicidade de Macau enquanto destino apetecível e seguro nas áreas do Interior que vão poder organizar excursões ao território: Xangai e as províncias de Zhejiang, Jiangsu, Fujian e Guangdong. Por seu turno, o deputado e presidente da Associação das Agências de Turismo de Macau, Cheung Kin Chung, destacou a importância de adequar a oferta de voos à procura dos locais de origem dos turistas, nomeadamente à situação económica dos visitantes, interesses e volume. Além disso, o deputado sublinhou a importância de elaborar itinerários turísticos que realcem as qualidades únicas de Macau em termos patrimoniais e gastronómicos. Outra das apostas, pode ser a promoção da cultura do automobilismo nos produtos turísticos vendidos no Interior da China, por exemplo, com a inclusão de ingressos para o Grande Prémio de Macau, ou eventos conexos. Estrangeiros, nem vê-los Pernoitar é essencial. Esta é a ideia defendida por Chang Chak Io, da Associação Económica de Macau, que enfatiza a necessidade de procurar um turismo sustentado com visitantes que pernoitem no território. O responsável destacou as restrições que continuam a afastar turistas estrangeiros de Macau, assim como as condicionantes económicos que limitam o consumo de visitantes oriundos do Interior da China. O presidente da Associação Comercial de Macau, Frederico Ma, sugere que o Governo lance medidas de incentivo para os turistas que não se sentem tão à vontade para gastar dinheiro na RAEM. Cupões de consumo e descontos subsidiados são soluções apontados por Frederico Ma para atrair turistas de Xangai, Zhejiang, Jiangsu, Fujian, e Guangdong.
João Luz Manchete SociedadeVistos electrónicos e excursões de regresso A Administração de Imigração chinesa vai voltar a emitir, a partir de amanhã, vistos electrónicos para entrar em Macau. Também as excursões voltam a ser permitidas. Depois de mais de dois anos de interrupção, a novidade foi recebida pelo Governo da RAEM com entusiasmo e gratidão Apesar de Macau estar a lidar com um surto neste momento, foi ontem anunciado pela Administração de Imigração do Interior da China que será hoje retomada a emissão de vistos electrónicos e a autorização para que excursões possam vir a Macau. Desde o início da pandemia, o Governo Central suspendeu as viagens em grupo e a emissão de vistos para turistas individuais com destino a Macau, para prevenir surtos de covid-19. O comunicado da autoridade chinesa indica que a retoma dos serviços pretende “conciliar de forma eficiente a prevenção e controlo da pandemia com o desenvolvimento económico e social”. Porém, pessoas oriundas de áreas de médio e alto risco no Interior vão continuar impedidas de requerer visto electrónico ou participar em visitas de grupo. A Administração de Imigração nacional apelou ainda aos cidadãos chineses para “prestarem atenção à situação pandémica em Macau e no Interior da China, assim como às medidas de gestão, prevenção e controlo da pandemia”. Além disso, é indicado que devem “obedecer rigorosamente às exigências sanitárias e planear racionalmente as viagens de forma a proteger a saúde e segurança”. Agradecimentos comovidos Recorde-se que as restrições impostas a turistas chineses desde que começou a pandemia, causaram uma queda de mais de 80 por cento no número de turistas em Macau nos dois últimos anos, em comparação com 2019, ano em que a cidade recebeu 40 milhões de visitantes. Ainda assim, a reacção do Governo local ao levantamento das proibições foi de profunda gratidão. “O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, em nome do Governo da RAEM, expressa os mais sentidos agradecimentos ao Governo Central, e demais ministérios e organismos relevantes, pelo forte apoio dado a Macau”, pode ler-se num comunicado do Gabinete de Comunicação Social. Ho Iat Seng acrescentou ainda que as medidas anunciadas pela Administração de Imigração nacional vão beneficiar o desenvolvimento da indústria do turismo de Macau e fomentar a recuperação económica. À semelhança do comunicado de agradecimento pela autorização para ampliar o Aeroporto Internacional de Macau, Ho Iat Seng enalteceu as “valiosas orientações” e o “forte apoio” do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado e do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM. Voz do sector A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) reafirmou que irá cooperar com o sector para facilitar a implementação de medidas de prevenção da pandemia, assim como promover Macau no Interior como um destino seguro, em especial tendo em conta os eventos de preparados para o resto do ano. O organismo liderado por Helena de Senna Fernandes acrescenta que “com a implementação gradual de medidas do Governo Central que beneficiam Macau, é esperado o aumento do número de turistas”. A DST indicou estar a trabalhar na organização de eventos atractivos, no lançamento de campanhas publicitárias e no apoio ao sector para a optimização de produtos turísticos, ao mesmo tempo que coordena com agências do Interior a logística para que tudo esteja pronto para receber excursões. Em declarações à Lusa, o presidente da Associação de Indústria Turística de Macau disse também esperar que, a médio prazo, a retoma leve ao aumento substancial do número de turistas. Andy Wu Keng Kuong disse acreditar que os turistas chineses continuam a ver o território como um destino seguro, apesar de a cidade ter detectado oito casos de covid-19 desde quarta-feira. No domingo, a directora do Departamento de Comunicação e Relações Externas da Direcção de Serviços de Turismo, Lau Fong Chi, garantiu que o recomeço das excursões organizadas não ia ser afectado pelos recentes casos de covid-19. Com Lusa
João Luz Manchete PolíticaLeong Sun Iok pede protecção no trabalho para infectados por covid-19 Leong Sun Iok quer que o Governo assegure os direitos laborais dos trabalhadores infectados com covid-19 durante o horário de trabalho. Apesar de a lei prever genericamente compensações para estes casos, o deputado denúncia situações em que seguradoras pedem um documento que certifique a fonte da infecção. Algo que as autoridades não fornecem Uma das questões recorrentes nas conferências de imprensa das autoridades de saúde, relativa à investigação epidemiológica, prende-se com a fonte das infecções de covid-19. Invariavelmente, as respostas apontam para conjunturas e desconhecimento em relação à origem. Esta situação de dificuldade para detectar fontes de contágio está a ter ramificações nos direitos laborais, segundo uma interpelação escrita divulgada ontem por Leong Sun Iek. O deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) perguntou ao Governo como vai compensar os trabalhadores que são infectados no lugar de trabalho, ou enquanto desempenham as suas funções. Segundo o legislador, a lei da reparação por danos emergentes de acidentes de trabalho e doenças profissionais não dá cobertura a quem é infectado por covid-19 no trabalho, uma vez que as seguradoras competentes para atribuir a compensação exigem documentação que não existe: um certificado que comprove a fonte de contágio de covid-19. O deputado exemplifica a questão com a queixa de um trabalhador que se dirigiu à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) devido a dificuldades em ser compensado pela seguradora, que lhe terá pedido “um certificado de fonte de infecção” emitido pelos Serviços de Saúde. O queixoso entrou em contacto com o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus e ficou a saber que os Serviços de Saúde não emitem esse tipo de documentação. Só e desamparado Sem direito a compensação, com o ordenado cortado devido à obrigação de se ausentar do trabalho, o funcionário “sentiu-se injustiçado e desamparado”, sem mecanismo ou entidade a quem recorrer. O deputado perguntou à DSAL quantos trabalhadores ficaram na mesma situação desde o início da pandemia e quantos conseguiram ser compensados com base na lei dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais. Desde que começou a pandemia, a saúde e capacidade de subsistência de muitos trabalhadores de Macau foi afectada pela obrigação de cumprir quarentena, pela própria infecção de covid-19 (em especial no surto que começou a 18 de Junho), levando a autênticos testes de stress à força física e mental das pessoas. Leong Sun Iok reconhece que o Governo tem implementado muitas medidas para atenuar os efeitos do combate à pandemia, porém, em termos laborais, não existem salvaguardas que compensem trabalhadores cujos rendimentos são afectados por quarentenas, demarcação de zonas vermelhas, confinamentos e mesmo infecções. Apesar de reconhecer que não é fácil determinar e provar a fonte de contágio de covid-19, o deputado da FAOM acha que é obrigação do Executivo proteger o proletariado. Assim sendo, enumera os exemplos de Taiwan e França onde as infecções de covid-19 já são listadas como doenças profissionais que podem dar direito a compensação. Além disso, Leong Sun Iok destaca o Reino Unido e Hong Kong entre jurisdições que estão a rever as leis de forma a não deixar os trabalhadores desprotegidos num mercado de trabalho afectado pela pandemia. Face aos exemplos internacionais, o deputado perguntou ao Governo de Ho Iat Seng se tem intenção de rever as leis para reforçar a protecção dos trabalhadores.
João Luz EventosEventos culturais cancelados, incluindo o último dia da Lusofonia A descoberta ontem de casos positivos de covid-19 levou o Instituto Cultural a cancelar eventos e “actividades artístico-culturais de grande envergadura”. O último dia do Festival da Lusofonia foi uma das baixas. A presidente da Casa de Portugal considera uma medida um “exagero” e irracional À semelhança do que aconteceu no passado, a detecção de casos positivos de covid-19 está a levar à paralisação da cidade. A vaga de anúncio de cancelamentos começou com o “Oktoberfest Macau at MGM”, que terminaria ontem. O final abrupto do evento foi divulgado quase em simultâneo com a confirmação oficial de que o MGM Cotai seria também encerrado. Logo ao início da tarde, surgiria o anúncio do Instituto Cultural (IC). “Devido à evolução da situação da pandemia de covid-19, e de forma a garantir a segurança dos participantes, o Instituto Cultural cancela os seguintes eventos artístico-culturais de grande envergadura: O 25.º Festival da Lusofonia, o 4.º “Encontro em Macau – Festival de Arte e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa incluindo a “Exposição de Livros Ilustrados em Chinês e Português” e Prova de Vinhos, bem como a Festa de Promoção da “Lei de Salvaguarda do Património Cultural” 2022, o concerto de Abertura da Temporada da Orquestra Chinesa de Macau 2022-23 ‘Impressões das Montanhas Taihang’”. Sobre o cancelamento do Festival da Lusofonia, a presidente da Casa de Portugal não escondeu a desilusão pela decisão do Governo. “Foi, sobretudo, um grande decepção, porque a festa estava a decorrer maravilhosamente”, afirmou Amélia António à TDM – Rádio Macau. A responsável da instituição destacou o grande prejuízo que o cancelamento acarreta, nomeadamente na área da restauração, com todas as refeições que já estavam prontas para consumo, antes de ser anunciado o cancelamento. “Há coisas que acho que são um bocadinho demais, não entendo (…). Não há aqui gente de fora, é fundamentalmente gente de Macau. Acho que isto é um bocado exagero”, afirmou Amélia António à mesma fonte. Festival suspenso Também a sessão de beneficência integrada no XXXIV Festival Internacional de Música de Macau “O Contemporâneo Encontra a Tradição” foi cancelado. Num ano em que o cartaz do evento contava apenas com presenciais de Macau e do Interior da China, o espectáculo de beneficência que iria encerrar o festival não foi caso isolado. No dia 12 de Outubro, o IC anunciou que “devido às medidas de prevenção e controlo da pandemia no Interior da China e à impossibilidade do grupo artístico se deslocar a Macau, o programa Long Yu e a Orquestra Sinfónica de Xangai foram canceladas. Também a Masterclass de Piano com Chen Yunjie e o concerto “À Conversa com Chen Yunjie sobre Alexander Scriabin” foram cancelados. O “Mercado com Destaque para os Produtos do Mundo Lusófono e Macau 2022” (Templo de Pak Tai), que decorria no Largo Camões, foi encerrado prematuramente, quatro horas mais cedo do que estava previsto. O mercado era organizado pelo “Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau”, que pediu compreensão e colaboração dos convidados e expositores. Desporto em pausa A vaga de suspensão de eventos não se restringiu à cultura. Também o Instituto do Desporto (ID) reagiu à descoberta de casos positivos ontem. “Devido à evolução da situação de epidémica, e para garantir a segurança dos participantes, o ID anuncia que as actividades “Corridas de Obstáculos Macau 2022” e “Super Kids Macao” que previa realizar hoje [ontem] à tarde serão canceladas”. Também para ontem à tarde, estava programado um evento para a família no espaço do Lisboeta Macau, no Cotai, sob o tema do Halloween. “Para cooperar com as medidas anti-pandémicas do Governo da RAEM, informamos que o evento “Halloween Fun Run”, no espaço ao ar-livre H835 do Lisboeta Macau, foi cancelado.
João Luz PolíticaConselho de Estado aprova ampliação do Aeroporto e Ho Iat Seng agradece Passados cinco anos da apresentação do pedido, o Governo Central deu luz verde à RAEM para ampliar o Aeroporto Internacional de Macau. O Chefe do Executivo agradeceu as “valiosas orientações” e o “forte apoio” do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado e do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM O Conselho de Estado chinês aprovou a ampliação do Aeroporto Internacional de Macau, anunciou no sábado o Governo da RAEM. A construção de um aterro e a ampliação do Aeroporto Internacional vão “alargar o espaço de desenvolvimento” da região e favorecer “a participação na construção da estratégia ‘Uma Faixa, Uma Rota'”, indicou, em comunicado do Gabinete de Comunicação Social. O Governo destacou “a comunicação estreita” que mantém, desde 2017, “com os serviços competentes do Interior da China, efectuando, de acordo com as exigências, estudos temáticos em várias áreas, especialmente em recursos hídricos e avaliação ambiental”. O processo de negociação prosseguiu em Agosto de 2021, com a RAEM a pedir ao Governo Central o uso de áreas marítimas para ampliar o Aeroporto Internacional de Macau, assim como um relatório completo sobre a matéria. O Governo de Ho Iat Seng declara que a aprovação “representa um incentivo, atenção e apoio do Governo Central ao progresso de Macau”. Como tal, o Executivo local espera que “a recuperação e o crescimento do sector aeronáutico local possam ser articulados com o aperfeiçoamento das infra-estruturas do aeroporto e a abertura do mercado do transporte aéreo de Macau, contribuindo para a concretização de um desenvolvimento sustentável do sector local”. Ho Iat Seng manifestou o “seu sincero agradecimento” ao “Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado, e do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, e outros serviços nacionais competentes” na sequência das “valiosas orientações” e “forte apoio”. Factores em análise O líder de Macau afirmou também que o aterro e a ampliação do Aeroporto Internacional é um contributo importante para a recuperação económica, assim como para concretizar a tão almejada diversificação económica. O pedido apresentado pelo Governo da RAEM em 2017 compreendia a realização de uma série de estudos em várias áreas, incluindo recursos hídricos e avaliação de impacto ambiental. No Verão de 2019, Pequim aprovou a construção de 149 hectares de aterro para a ampliação do aeroporto, menos do que os 172 hectares solicitados, impondo o requisito de enquadramento da obra na gestão dos assuntos hídricos do Delta do Rio das Pérolas. O passo seguinte foi a realização de um estudo de impacto ambiental, também sujeito a parecer das autoridades do Interior da China. Recorde-se que o Aeroporto Internacional de Macau foi inaugurado em 1995.
João Luz China / ÁsiaDeclarado luto nacional após mortes do Halloween em Seul Mais de 150 pessoas morreram esmagadas na sequência da debandada de uma multidão que celebrava o Halloween em Seul. Várias dezenas de milhares de pessoas acorreram ao centro de Seul para a primeira Noite das Bruxas desde o início da pandemia. Foi ontem decretado um período de luto nacional O pesadelo tornou-se realidade. Pelo menos 151 pessoas morreram e cerca de 150 ficaram feridas na noite de sábado numa debandada no centro de Seul, segundo um balanço feito pelos bombeiros à agência de notícias AFP. As autoridades sul-coreanas tinham referido 140 mortos e 150 feridos num anterior balanço. No centro de Seul dezenas de milhares de pessoas, muitas fantasiadas, estavam a celebrar o Halloween pela primeira vez desde a pandemia de covid-19 e muitas foram esmagadas até à morte quando uma grande multidão avançou por uma rua estreita. O distrito de Itaewon, perto de uma antiga base militar dos Estados Unidos e conhecido pela sua atmosfera cosmopolita, bares e todos os tipos de locais de festa num labirinto de becos estreitos, transformou-se num local com corpos alinhados no pavimento tapados com cobertores ou outras mortalhas improvisadas, massagens cardíacas realizadas na rua por transeuntes a pedido de bombeiros sobrecarregados, e pessoas disfarçadas ou em traje formal a correr em pânico. O acidente, um dos piores da história recente da Coreia do Sul, aconteceu perto do Hotel Hamilton, numa avenida principal rodeada por vielas íngremes e inclinadas. Os meios de comunicação locais disseram que cerca de 100.000 pessoas afluíram às ruas de Itaewon para as festividades de Halloween, que foram as maiores desde o início da pandemia de covid-19. Razões da tragédia As autoridades receberam as primeiras chamadas de emergência de pessoas “enterradas” em multidões às 22h24 de Seul (21h24 em Macau). Quando a notícia foi dada, a agência noticiosa da Coreia do Sul, Yonhap, relatou que algumas pessoas sofreram “paragem cardíaca”, com outras a relatar “dificuldade em respirar”. Contudo, as autoridades não confirmaram a existência de fugas de gás ou incêndios no local. As equipas de resposta a emergências enviaram para o local mais de 1.700 agentes, incluindo 517 bombeiros, 1.100 agentes policiais, e cerca de 70 funcionários do governo. Vídeos partilhados nas redes sociais mostraram as autoridades a selar uma zona onde a multidão ficou comprimida, deixando vários feridos deitados no chão à espera de ajuda médica. Outros mostraram pessoas trajadas a rigor para celebrar o Halloween deitadas na rua e em macas, enquanto lhes eram dados os primeiros socorros ou a serem transportados para ambulâncias. O Presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol convocou uma reunião de emergência nas primeiras horas de ontem, e mais tarde visitou o local para receber um balanco dos trabalhos e do volume de vítimas pela equipa de resposta a emergências. Em declarações aos média, o governante expressou consternação perante a situação dramática vivida horas antes. “Uma tragédia que nunca deveria ter acontecido ocorreu no centro de Seul na noite de Halloween. As minhas orações vão para aqueles que perderam a vida num acidente inesperado, e para os feridos que recuperem rapidamente”, declarou Yoon Suk Yeol, citado pela CNN. “Os ministérios relevantes, incluindo o Ministério do Interior e Segurança, vão realizar inspecções de emergência a eventos de Halloween, mas também a outros festivais locais para gerir minuciosamente os eventos para que decorram de forma ordenada e segura”, afirmou o Presidente sul-coreano. Relatos de horror Vários órgãos de comunicação social sul-coreanos e internacionais reproduziram ontem relatos impressionantes de testemunhas que conseguiram a custo escapar à sufocante multidão num beco inclinado de Itaewon. No fundo do beco, os corpos foram-se amontoando. “As pessoas continuavam a empurrar quem estava mais abaixo ao longo do beco. Ouvi muitos gritos, enquanto as pessoas caíam como peças de dominó. Pensei que ia ser esmagado até à morte, à medida que a multidão continuava a apertar sem se aperceber que muitas pessoas já estavam caídas no chão”, indicou uma testemunha à agência Yonhap. “Um número enorme de pessoas estava a ser empurrado de um lado para o outro e eu fui apanhado pela massa de gente e também não estava a conseguir libertar-me. Senti que estava prestes a acontecer uma tragédia”, contou Jeon Ga-eul à agência AFP sobre o início do acidente. Um dos sobreviventes culpou os donos de bares e discotecas pelo elevado número de vítimas mortais, acusando-os de impedirem as pessoas de entrar nos estabelecimentos enquanto tentavam escapar. “Parece-me que o número de mortes foi mais severo, à medida que as pessoas tentavam escapar para o interior de lojas e eram impedidas de entrar por já estarem encerradas ao público”, afirmou o sobrevivente que não se identificou à agência noticiosa sul-coreana. Tratar as feridas De imediato foi anunciado que o Governo irá criar um sistema de apoio multidisciplinar para ajudar os feridos e familiares dos mortos. Nesse sentido, o Primeiro-Ministro Han Duck-soo esclareceu ontem que o seu Executivo irá criar um fundo para ajudar as famílias e os feridos, que irá incluir uma equipa a apoio funerário, assim como profissionais para providenciar apoio físico e psicológico a feridos. Para assegurar que não falta pessoal de apoio, o Governo de Seul indicou estar a “consultar activamente representantes diplomáticos. Ontem à tarde, as autoridades contavam entre os mortos, pelo menos, vítimas de 19 nacionalidades diferentes, incluindo Irão, Noruega, China, Uzbequistão, Tailândia, entre outros. “O nosso país tem uma vasta história de superação de desastres, com os todos os seus cidadãos a responder em uníssono. Peço sinceramente a todos os cidadãos que se juntem para que possamos superar a mágoa e erguermo-nos de novo”, afirmou o Primeiro-Ministro. O governo metropolitano de Seul afirmou ontem que será erguido hoje um altar em memória às vítimas no Seoul Plaza. Luto e mensagens do mundo O Presidente sul-coreano anunciou o início de um período de luto nacional, que irá durar até à meia-noite do dia 5 do próximo sábado, e prometeu uma “investigação aprofundada” para apurar as causas. Yoon Suk-yeol declarou o luto nacional “até que o acidente esteja sob controlo” e prometeu dar “como prioridade máxima” a investigação ao caso, num discurso dirigido à nação. Vários líderes mundiais enviaram mensagens de condolências e de solidariedade às autoridades sul-coreanas, como o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que disse que os Estados Unidos estão “ao lado” da Coreia do Sul, enviando “os melhores votos de rápida recuperação a todos os que ficaram feridos”. O Presidente francês, Emmanuel Macron, também se mostrou solidário para com o povo de Seul e de todo o país. “A França está ao vosso lado”, acrescentou o chefe de Estado na rede social Twitter. O Governo venezuelano foi outro dos que se solidarizou com os familiares das vítimas e com o povo da Coreia do Sul e num comunicado fez votos de rápida recuperação dos feridos. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou também ao chefe de Estado sul-coreano, Yoon Suk Yeol, uma mensagem de condolências e solidariedade pela tragédia ocorrida nos festejos do Halloween. “Ao tomar conhecimento da terrível tragédia ocorrida em Seul, o Presidente da República apresentou as suas sentidas condolências e uma palavra de reconforto e solidariedade às famílias das vítimas, em mensagem enviada ao Presidente da Coreia”, lê-se numa nota publicada na página oficial da Presidência da República. Com Agências
João Luz EventosCreative Macau | Obras seleccionadas de alunos da USJ em mostra colectiva O início de Novembro é altura em que a galeria da Creative Macau apadrinha a imaginação e engenho de estudantes do departamento de indústrias criativas da Faculdade de Artes e Humanidades da Universidade de São José. Cumprindo a tradição anual, é inaugurada no dia 4 de Novembro, sexta-feira, “Selected Works 2022”, a mostra que agrega os melhores trabalhos dos estudantes de estudos de arquitectura, comunicação e média e design. As ideias de espaço, lacuna e hiato urbanístico estão na génese dos trabalhos dos estudantes da área de arquitectura que se debruçaram sobre o plano director para a área da zona 1 do Porto Exterior. Com os dados lançados, os trabalhos procuraram explorar as oportunidades de design geradas pelos espaços vazios naquela zona da cidade. Por outro lado, os conceitos de mudança, deslocamento, alteração e transição serviram também de mote para retratar artisticamente a metamorfose entre antropocentrismo e uma abordagem mais centrada na sustentabilidade. “A viragem de paradigma é conseguida através do uso do design enquanto ferramenta operacional, mas também lógica, que resolva os desafios sistemáticos que o mundo enfrenta nos dias de hoje”, aponta um comunicado da Creative Macau. Imagens globais Os projectos dos alunos da área do design tiveram como fio condutor conceptual o resultado final de atingir o observador com impacto. Forma e finalidade em uníssono, materializados em trabalhos que iluminam “temas com relevância social, relacionados com sustentabilidade económica, equilíbrio ecológico e contextualização cultural”. A invulgaridade e a peculiaridade foram os epicentros conceptuais dos trabalhos dos estudantes de comunicação e média, o que resultou num conjunto de trabalhos que a curadoria descreve como “distintos e com maior presença artística”. “Alguns projectos individuais mostram uma perspectiva singular e original de Macau, explorando técnicas inovadoras que integram elementos de fotografia, videografia, sonoplastia e instalação artística”, aponta a Creative Macau. O potencial criativo dos estudantes é revelado pelo impacto visual que conseguiram captar, vasculhando um imaginário temático vasto e integrando elementos como documentos fotográficos da velha Macau ou a vida de comunidades de minorias que habitam a cidade. A exposição estará patente ao público entre 4 de Novembro e 10 de Dezembro.
João Luz Manchete SociedadeCovid-19 | Testes de 24 horas à entrada em Macau para não vacinados Passadas poucas horas do anúncio do caso positivo de covid-19 que colocou Macau em estado de alerta na quarta-feira, teve início uma ronda de testes de ácido nucleico durante três dias consecutivos (que termina hoje ao final do dia). Até ontem, as autoridades de saúde apenas contabilizaram os testes feitos na quarta-feira. Das amostras recolhidas de 74 pessoas na zona do código vermelho, 38.457 pessoas nas zonas-alvo, 37.669 pessoas nos postos de teste de ácido nucleico regular, todas deram resultado negativo. No total, foram testadas perto de 76.200 pessoas. “Vamos prolongar o horário nos seis postos disponíveis nas zonas alvo até à meia-noite. Às 09h da manhã de sábado já devemos ter todos os resultados”, afirmou Leong Iek Hou na conferência de imprensa de ontem para actualizar a situação da pandemia. A médica e coordenadora do Centro de Coordenação e de Contingência acrescentou que “se todos permanecerem negativos, isso significa que não vamos ter mais casos na comunidade e que o risco é relativamente baixo”. A representantes dos Serviços de Saúde destacou a adesão das pessoas aos testes, superando o número de moradores e profissionais que trabalham nas zonas alvo. “Os cidadãos ouviram os apelos do Governo e fizeram o teste de ácido nucleico para afastar risco de propagação”, afirmou. Em relação à paciente de 66 anos, cuja infecção desencadeou o mecanismo de prevenção, foi ontem revelado que uma análise preliminar apontou para a variante BA.5 da Ómicron. Porém, Leong Iek Hou destacou que será preciso esperar mais dois ou três dias para obter um resultado pormenorizado da sequenciação genética. Outro mistério que permanece no ar é a fonte de contágio, com as autoridades locais a garantirem estar em comunicação com as congéneres de Zhuhai para afinar a investigação epidemiológica. Leong Iek Hou afastou ainda as suspeitas de que a mulher infectada se dedicaria ao contrabando, uma vez que esta não atravessava a fronteira para Zhuhai com bagagem, nem fazia compras nas imediações das Portas do Cerco. Um dia de diferença Como a família da senhora que testou positivo não está vacinada, e atravessa frequentemente a fronteira com Zhuhai, as autoridades decidiram reduzir a validade do teste de ácido nucleico de 48 para 24 horas para quem entra em Macau sem ter recebido qualquer dose de vacinação contra a covid-19. Leong Iek Hou acrescentou que não são abrangidos pela medida crianças menores de 5 anos de idade e quem apresentar um certificado a comprovar que a pessoa em questão não pode receber vacinação por razões médicas. Quando questionada se o arranjo fronteiriço não iria contra o compromisso do Governo de não forçar a vacinação, a médica explicou que a constante passagem fronteiriça sem vacinação acarreta riscos para Macau e para o sistema de saúde do território. Também o código de saúde foi optimizado. Uma das situações que originou erradamente códigos amarelos no passado prende-se com a informação errada da morada da pessoa. Assim sendo, o código de saúde passou a exibir a morada da pessoa, para que possam ser corrigidos eventuais erros. Para carregar o resultado do teste rápido antigénio, o código de saúde tem um link que evita a repetição de preenchimento de informações (apesar do link anterior permitir a gravação de dados) e que dá para submeter também resultados de familiares. No que toca ao itinerário da senhora que testou positivo, as autoridades de saúde corrigiram ontem as declarações prestadas na quarta-feira. Afinal, a paciente não apanhou o autocarro da carreira nº 1 no dia 23 de Outubro, razão que levou ao levantamento do acompanhamento a passageiros dessa carreira. Além disso, a visita ao Banco Alimentar da Cáritas Macau, na Ilha Verde, não aconteceu no dia 23 de Outubro, mas no dia seguinte entre as 15h e as 16h. Por último, foi anunciado que o Governo de Macau estará em negociações com o fornecedor (BioNTech) da vacina bivalente para que a população da RAEM tenha acesso ao fármaco antes do fim do ano. Esta vacina aumenta a protecção para variantes mais recentes do vírus, como a ómicron.
João Luz Manchete SociedadeJogadores na selecção só com passaporte de Macau A Associação de Futebol de Macau afirmou ontem que para jogar pelas selecções de futebol da RAEM, masculina e feminina, os atletas têm de ser portadores de passaporte de Macau, requisito que até agora nunca foi exigido, noticiou ontem a TDM – Rádio Macau. Em declarações à emissora pública, uma assistente do gabinete do secretário-geral da Associação de Futebol de Macau afirmou que a exigência provém da Confederação Asiática de Futebol. “Estamos a respeitar as normas das organizações sobre a situação dos jogadores. Eles precisam de ter passaporte [da RAEM] para jogar e representar a equipa de Macau”, esclareceu a representante da associação local. Porém, a regra tem excepções cujos critérios não parecem claros. Um deles é o de Niki Torrão, avançado e capitão da selecção de Macau, que não é detentor do passaporte da RAEM. O jogador, nascido na África do Sul, mudou-se para Macau ainda em criança e tem sido presença assídua na selecção local desde as camadas jovens. Apesar de não ter passaporte local, sem ter a possibilidade de o tirar, a Associação de Futebol de Macau admite que o avançado é um caso de excepção. “A razão do Niki é interessante. Normalmente, quando vão jogar pela Confederação Asiática de Futebol (AFC na sigla inglesa) precisam de passaporte de Macau, mas o Niki já joga por Macau há muito tempo. Por isso, foi aceite pela AFC e pode continuar”, afirmou a representante da Associação de Futebol de Macau aos microfones da TDM – Rádio Macau. Com duas décadas de jogos pela selecção local nas pernas, Niki Torrão diz que nunca foi notificado formalmente de problemas com documentação, mas que tinha conhecimento do problema. Porém, em declarações à emissora pública confirma que a situação foi ultrapassada e que o mesmo se passou com outro jogador da selecção, Filipe Duarte. Questões questionáveis Niki Torrão afirma ainda conhecer situações de jogadores com passaporte português que nunca chegaram a representar a selecção de Macau. A futebolista Sofia Basto Silva está nessa situação. Apesar de ser titular da selecção feminina há 7 anos, está, para já, impedida de jogar por não ter passaporte da RAEM. “No caso dessa jogadora, creio que há dúvidas e já lhe foi explicada a situação e porque razão não pode jogar. Temos de respeitar a decisão e regulamentos. O máximo que podemos fazer é enviar toda a informação possível e deixar que a AFC decida que jogadores podem jogar”, indicou a representante do Associação de Futebol de Macau à TDM – Rádio Macau. Neste caso, a atleta afirma que também não foi informada formalmente sobre a exigência, mas que lhe disseram que podia treinar com a equipa, apesar de não poder vestir a camisola da selecção em jogos oficiais. Além de estar arredada das competições pela RAEM, Sofia Basto Silva deixa de receber subsídios relativos a treinos, jogos internacionais, estágios fora de Macau e apoios para exames médicos.
João Luz Manchete SociedadeSSM emitem regras apertadas para excursões, incluindo distância social Depois de mais de dois anos de suspensão, está para breve o regresso das excursões turísticas a Macau oriundas das províncias de Guangdong, Jiangsu, Fujian, Zhejiang e da cidade de Xangai, numa altura em que eclodem um pouco por todo o Interior da China surtos de covid-19. Apesar de a retoma desta forma tradicional de turismo massificado se ter tornado numa reivindicação de quase todos os sectores sociais e políticos de Macau, todo o cuidado é pouco. Como tal, o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Serviços de Saúde (SSM) emitiu ontem uma série de orientações técnicas para tentar prevenir o ressurgimento de um surto no território. Com a descoberta de ontem de um caso positivo de covid-19, relativo a uma residente moradora no Fai Chi Kei, o plano de retoma das excursões turísticas pode ter ficado em perigo se houver um novo surto em Macau. Mas, para já, não será afectado, com a representante da Direcção dos Serviços dos Turismo a afirmar ontem em conferência de imprensa não saber quando Macau recebe a primeira excursão, ou se a descoberta de covid-19 na RAEM irá alterar os planos das autoridades do Interior da China. As orientações técnicas dirigidas aos organizadores das excursões e guias turísticos incluem o limite do número de participantes nos tours, o registo detalhado do itinerário seguido, turistas e organizadores que venham a Macau devem declarar o histórico de viagens dos últimos 10 dias antes da entrada no território. Uma das orientações mais difíceis de cumprir é a necessidade de afastamento social de, pelo menos, um metro em relação a todas as pessoas que não estejam na excursão, sejam moradores de Macau ou turistas de outros grupos. Chernobil no coração Como é natural, quem esteve em contacto com pessoas infectadas ou quem passou por locais considerados de elevado risco deve suspender a participação na excursão. O representante da agência que organiza a excursão e o guia turístico devem fazer testes de ácido nucleico a cada sete dias consecutivos de trabalho e devem guardar durante, pelo menos, 14 dias o histórico de WeChat dos contactos com participantes nas tours. O controlo vai ao ponto de serem registados os lugares onde os excursionistas se sentam durante refeições. Em todos os períodos em que os turistas podem escolher onde ir, fora do itinerário estabelecido, ser-lhes-á pedido para registarem detalhadamente o itinerário, assim como tempos de entrada e saída em locais. A medição de temperatura corporal e máscaras serão uma constante durante as excursões, excepto às refeições. Caso alguém no grupo, profissional ou turista, apresentar sintomas de covid-19, as autoridades de saúde devem ser alertadas imediatamente e a excursão cancelada.
João Luz Manchete SociedadeCovid-19 | Caso positivo no Fai Chi Kei coloca Macau em estado de alerta As autoridades de saúde detectaram ontem um caso positivo de covid-19 relativo a uma mulher de 66 anos, moradora no Fai Chi Kei. Na sequência da infecção, o edifício onde mora foi selado e declarado zona vermelha. A paciente teve itinerário simples e autoridades pensam que caso foi detectado cedo, diminuindo a hipótese de surto comunitário As autoridades de saúde de Macau anunciaram ontem ao início da tarde a descoberta de um caso positivo de covid-19 relativo a uma residente de 66 anos de idade, moradora no edifício de Weng Heng, n.º 7 e 8 da Rua Um do Bairro da Concórdia, perto do Canídromo, que foi declarado como zona vermelha. Os moradores do prédio em questão devem permanecer em isolamento até 1 de Novembro. As autoridades estimam que só no dia 3 de Novembro seja levantado o código de saúde amarelo dos moradores, se, entretanto, não forem identificados outros casos positivos de covid-19. Foi também revelado que a residente infectada fez um teste no domingo que deu negativo, mas testou positivo no teste que fez na terça-feira. O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus foi informado ontem de manhã pelas autoridades de saúde de Zhuhai da detecção de covid-19 numa amostra de 10, que inclua oito residentes de Macau. Na sequência da notificação, os residentes em causa foram submetidos a novo teste de ácido nucleico, que levou à descoberta do caso positivo, sendo que os restantes deram negativo. “Activámos de imediato o mecanismo de emergência, duas pessoas que coabitam com a paciente deram negativo e o edifício foi selado. Achamos que o caso foi detectado cedo porque no primeiro teste que deu positivo o nível de CT foi de 32 e hoje [ontem] foi de 16 CT de carga viral. Por isso, podemos concluir tratar-se de um caso importado e com risco de transmissão baixo”, afirmou ontem o director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo. O responsável reforçou a importância de não baixar a guarda e apostar no rastreio a contactos próximos e contactos próximos secundários. Até à hora de fecho desta edição, as autoridades acompanhavam 72 pessoas, cinco contactos próximos (duas pessoas que moram com a mulher e três visitantes à casa edifício de Weng Heng), 14 pessoas que tiveram o mesmo itinerário, num total de 28 contactos próximos e 25 acompanhantes. Tendo em conta as deslocações da mulher, foi ontem realizado o primeiro de três testes diários sucessivos, até sexta-feira, às pessoas que moram ou trabalham nas zonas delimitadas pela Avenida do Conselheiro Borja, Rua Norte do Patane, Rua Sul do Patane, Avenida do Almirante Lacerda e Avenida do General Castelo Branco. Alvis Lo estima que cerca de 26 mil pessoas terão de fazer testes e aconselhou quem tenha passado pelas zonas de risco, por um período superior a meia hora, a submeter-se a teste de ácido nucleico. Recordações veraneantes Fazendo lembrar o Verão passado, os moradores e trabalhadores das zonas de risco que vão ter de realizar testes de ácido nucleico, terão de fazer primeiro um teste rápido antigénio. As pessoas das zonas alvo vão receber hoje cinco embalagens de testes rápidos quando realizarem o teste de ácido nucleico. A coordenadora do Centro de Coordenação e de Contingência, Leong Iek Hou confirmou ontem que a mulher que testou positivo não apresenta sintomas e não foi vacinada, assim como nenhuma das duas pessoas que com ela coabitam. Trazendo memórias recentes ao de cima, voltaram às ruas de Macau os bloqueios, as desinfecções de prédios e as autoridades de saúde revelaram o itinerário de uma pessoa infectada. Segundo Leong Iek Hou, a investigação epidemiológica indica que entre sexta feira e domingo e na terça-feira, a residente passava a maior parte do dia em casa e à noite ia a pé para o Posto Fronteiriço de Qingmao, fazer compras no supermercado Kang Zhi Yuan, no Centro Comercial Subterrâneo de Gongbei, e voltava a casa através de Qingmao. As autoridades classificaram outros lugares de risco como o Banco Alimentar da Cáritas, na Ilha Verde, onde a paciente esteve no domingo às 15h. No mesmo dia, entre 17h e as 18h, apanhou o autocarro no.1, da Avenida do General Castelo Branco até às Portas do Cerco. O supermercado Royal, fica no edifício Luen San Plaza, no Fai Chi Kei, também foi classificado como zona de risco, por ter recebido a visita da residente às 13h da segunda-feira passada. Pouco tempo depois do anúncio do caso positivo em Macau, as autoridades de Zhuhai encerraram alguns restaurantes no centro comercial subterrâneo nas instalações do posto fronteiriço de Gongbei, de acordo com vídeos partilhados nas redes sociais. IAS | Anunciado fecho temporário de lares O Instituto de Acção Social (IAS) anunciou que as visitas aos lares de idosos Asilo de Betânia dependente da Cáritas de Macau e a ao lar de reabilitação Centro Long Cheng dependente da Associação de Reabilitação Fu Hong estão suspensas até amanhã. Em causa, está o facto de as duas instalações sociais ficarem perto da zona onde foi detectado um caso de covid-19. Segundo a informação revelada ontem, os utentes ficam também impedidos de sair das instalações. Além disso, os trabalhadores e utentes ficam submetidos à realização de testes de ácido nucleico, bem como ao reforço “de diversas medida anti-epidémicas”, que não foram, no entanto, discriminadas. “O IAS pede a compreensão e colaboração dos utentes e seus familiares em relação às medidas atrás mencionadas”, foi apelado. IAM | Desinfecção de ruas e habitações Depois de ter sido confirmado o caso positivo de uma moradora do edifício Weng Heng, no Bairro da Concórdia, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), em coordenação com a Companhia de Sistemas de Resíduos e as companhias de limpeza adjudicada, aumentou o número de trabalhadores para “trabalhos de limpeza e desinfecção em grande dimensão” na tarde de ontem. A operação incluiu habitações residenciais, ruas circundantes e partes comuns do edifício onde mora a residente infectada, “com vista a reduzir a probabilidade de eventual propagação de doenças transmissíveis”.
João Luz Manchete SociedadeCCAC | Centro de educação suspeito de burla com subsídios O Comissariado contra a Corrupção encontrou mais um caso suspeito de burla através do Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Contínuo. Os cofres públicos podem ter sido delapidados num valor superior a um milhão de patacas num caso que envolve um centro de educação local e cerca de 170 residentes As burlas a programas de subsídios públicos continuam a dar trabalho ao Comissariado contra a Corrupção (CCAC). O organismo liderado pelo comissário Chan Tsz King anunciou ontem ter detectado mais um caso de alegada prática de burla envolvendo subsídios atribuídos através do “Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Contínuo” num valor superior a um milhão de patacas. O CCAC suspeita do envolvimento de um centro de educação local e cerca de 170 residentes de Macau. Neste caso, tudo terá começado com a recepção de uma denúncia em 2020, que levou a “uma investigação profunda” onde se apurou que entre 2016 e 2019, “um responsável e um trabalhador do centro de educação atraíram, oferecendo dinheiro em troca ou inscrições gratuitas em outros cursos, cerca de 170 residentes de Macau”. De seguida, os residentes requereram à “Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (actual Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude), subsídios atribuídos através do Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Contínuo, para se inscreverem nos cursos ministrados pelo centro”. Porém, na realidade, os cursos nunca se iniciaram nem foram frequentadas quaisquer aulas, “recebendo ainda assim os formandos a sua parte do dinheiro, pago pelo centro, correspondente à metade do valor dos subsídios disponibilizados para os cursos, ou inscrevendo-se, gratuitamente, em outros cursos ministrados pelo centro”. Insulto e ofensa Segundo a investigação do CCAC, o esquema seria completo com “o responsável e o trabalhador do centro de educação envolvidos no caso a declararem perante a referida Direcção de Serviços a assiduidade dos formandos recorrendo a falsas informações, bem como, em conjunto com os formadores e os formandos, falsificando registos de assiduidade, acabando por obter a concessão dos respectivos subsídios com sucesso”. Os suspeitos envolvidos terão praticado os crimes de burla, falsificação de documento, uso de documento de identificação alheio e falsificação informática. O caso foi encaminhado para o Ministério Público. De acordo com o CCAC, “o serviço competente já adoptou medidas para acabar com a situação caótica relativa às falsas inscrições em cursos”. Apesar disso, o organismo liderado por Chan Tsz King “apela aos cidadãos para cumprirem a lei no requerimento de quaisquer subsídios do Governo e evitarem cair nas malhas da justiça por ganância”. Recorde-se que as burlas de programas de subsídios atribuídos pelo Governo têm sido uma tradição nos relatórios do CCAC. “Espera-se que os serviços públicos e os diversos tipos de fundos públicos passem das palavras à prática, promovendo efectivamente a implementação de mecanismos para a prevenção da corrupção no âmbito dos financiamentos pelo erário público”, escrevia no relatório do ano passado o CCAC.
João Luz Manchete PolíticaCovid-19 | Secretária dá a entender que quarentenas continuam em 2023 Elsie Ao Ieong U admitiu num encontro com associações que no próximo ano a sua equipa deve seguir a estratégia de “prevenir casos importados e evitar o ressurgimento interno”. A secretária indicou também que será dada atenção à qualidade de vida da população em Hengqin A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura admitiu que uma das prioridades do seu pelouro em termos de combate à pandemia em 2023 é “continuar a melhorar os trabalhos de prevenção”, seguindo a estratégia de “prevenir casos importados e evitar o ressurgimento interno”. Apesar de não referir especificamente que as quarentenas vão continuar para quem chega a Macau vindo do estrangeiro, a continuidade da estratégia de prevenir casos importados parece apontar nessa direcção. A posição foi mencionada num resumo feito pelo gabinete de Elsie Ao Ieong U depois de uma ronda de visitas a 12 associações tradicionais e conselhos profissionais da área de cultura e do desporto para auscultar sugestões para as Linhas de Acção Governativa do seu pelouro para o próximo ano. A governante comprometeu-se também a dar continuidade “à optimização do sistema de saúde, investimento na educação e elevação da sua qualidade, aprofundando a educação diversificada do amor à pátria e a Macau”. Sem especificar aspectos concretos, Elsie Ao Ieong U garantiu que o Governo irá reforçar a atenção dada “à segurança social e aos serviços sociais, nomeadamente destinados aos grupos vulneráveis e aos idosos”, assim como ao desenvolvimento das indústrias da saúde, desporto e cultura, “reforçando a cooperação regional e o apoio à vida da população na Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin”. O que ficou A secretária elencou também o trabalho realizado no último ano de governação, com destaque para os trabalhos preparatórios para a conclusão da construção do Hospital das Ilhas; a entrada em funcionamento do Centro de Saúde de Seac Pai Van, a criação de centros de serviços de apoio aos cuidados dos idosos e a prestação, a título experimental, de serviços diurnos de acolhimento temporário. Em termos culturais, a governante realçou “a optimização do mecanismo de salvaguarda do património cultural, a revitalização dos edifícios históricos e a inauguração da Casa da Literatura de Macau”. No capítulo do ensino, destacou a fusão dos três fundos na área da educação, a melhoria do ambiente pedagógico de escolas localizadas em pódios de edifícios, a abertura de uma “escola oficial com todos os níveis de ensino, para integrar os recursos destinados ao ensino especial”, as políticas de apoio à saúde física e mental de jovens, entre as políticas recentes do pelouro dos assuntos sociais e cultura.
João Luz EventosConcertos hush | Maratona musical em Hác-Sá nos dias 5 e 6 de Novembro Três palcos e 46 bandas dispersas por dois dias repletos de música ao vivo. Nos próximos dias 5 e 6 de Novembro a Praia da Hác-Sá volta a receber os Concertos hush!, com um programa recheados por bandas locais dos mais variados estilos musicais e actividades para públicos de todas as idades Música para todos os gostos e em abundância será o prato forte do festival Concertos hush! 2022. Durante o fim-de-semana de 5 e 6 de Novembro, a Praia de Hác-Sá será o epicentro da música ao vivo, com uma zona infantil e três palcos especiais onde vão actuar 46 grupos artísticos locais. O programa musical deste ano irá oferecer ao público estilos musicais para todos os gostos, do rock ao jazz, passando pelo soul e funk, atravessando mundos entre a música tradicional e a onda futurista da electrónica, sem esquecer o rock alternativo, heavy metal, hip hop e, claro, a música pop. O palco principal (Hot Wave) será na Praia de Hác-Sá, com os primeiros acordes a começarem a soar às 15h e a prolongarem-se até às 21h45. No dia 5 de Novembro, sábado, actuam oito bandas no palco Hot Wave, com o indie rock dos Avidya a abrir as hostilidades. A banda formada em 2017 apresenta um repertório com fortes influências dos 1970 e 1980. A banda que se segue, por volta das 15h45 são os thetiredeyes. Com uma sonoridade que reflecte as diferentes influências musicais dos seus elementos. Baseado no jazz tradicional, os arranjos de thetiredeyes são fortemente influenciados por estilos como R&B, Neo soul, Hip hop e Pop. Mantendo a tónica no funk e R&B, os Dr. Jen são a banda que se segue no cartaz de sábado. Com dois discos na bagagem e uma carreira de quase 20 anos, os WhyOceans prometem ser um dos destaques do dia, com a sua mistura de post rock e sonoridades que bem podiam musicar filmes e paisagens. A vivacidade dos ARICLAN irá devolver o electro-funk ao público do Hush, por volta das 18h25. Com o multi-instrumentista ARI ao leme, a banda costuma brindar a plateia com actuações enérgicas e profissionais. Para baralhar um pouco os géneros, de seguida sobem ao palco Hot Wave os Cancer Game, o conjunto cujo estilo musical se situa entre Metalcore e Hardcore. A banda que se segue no cartaz poderá ainda ser uma incógnita, por virem do Interior da China. A dupla Wang Lei e Tile Wang, cuja criação musical assenta no experimentalismo e rock. A dupla FIDA fecha o cartaz do primeiro dia de concertos no palco principal, com a mistura de pop, folk e rock. Lugar aos pequenos Em torno do palco principal não vão faltar motivos de interesse, com várias tendas com lembranças à venda, comes e bebes, temas musicais, entre outros. Além disso, haverá lugar para os mais pequenos no palco “GEG hush! Kids”, apoiado pelo Galaxy Entertainment Group, que inclui uma zona infantil e um palco montado pela primeira vez na ladeira de relva, onde vãio actuar bandas musicais infantis e juvenis. Outro dos focos musicais do Hush deste ano é o palco Summer Chill, montado na entrada do Parque de Praia de Hác-Sá, que estará operacional entre 14h30 e as 19h, para um ambiente mais intimista e convidativo à descontracção. No dia 5 de Novembro, destaque para a actuação da dupla Paulo Pereira Saxperience, que reinventa ao vivo conceitos de jazz, aliando o saxofone de Paulo Pereira às batidas electrónicas do DJ Ryoma. A simbiose entre os dois estilos musicais resulta em novas visões de clássicos intemporais e na improvisação sob paisagens electrónicas a abeirarem-se do acid jazz. O fecho do palco Summer Chill no primeiro dia de concertos em Hác-Sá estará a cargo do veterano músico local Lobo. No dia 6 de Novembro, o palco principal volta à acção às 15h, com K-Off, uma interessante banda formada por entusiastas de séries de anime rock japonesas. Com actuações no LMA, Macau Comic Festival, Festival de Gastronomia de Macau e no Centro de Ciência, os K-Off têm habituado o público local a actuações energéticas e divertidas. A seguir no cartaz, com subida ao palco Hot Wave marcada para as 15h45 será a vez do SCAMPER, uma banda de pop-punk que abriu para os Linking Park quando passaram por Macau numa tournée mundial. Mantendo a tónica no punk-rock, a banda que se segue é os B_Gei3. O desfile de bandas do último dia de concertos no palco principal prossegue com os CHILLERZ, Amulets, Ocean Walker (actuação da Associação de Música Soul de Macau) e o emo rock dos Daze in White a fechar o dia. Também no dia 6 de Novembro, a partir das 18h35, a banda BETCHY & JAI-YO! sobe ao palco Summer Chill, o trio que “toca todo o tipo de música, que pode ir do Jazz/Rock/Pop ao Jazz Latino/Jazz Brasileiro”. A banda é composta pela cantora Betchy Barros, Ivan Pineda no baixo, Ari Calangi na bateria e João Marcos Mascarenhas no piano/teclas.
João Luz Manchete SociedadeAviação | Lei de liberalização do mercado pronta até ao fim do ano Com vista à abertura do mercado de transporte aéreo, a Autoridade de Aviação Civil anunciou que a revisão da lei que regula o sector deverá ser concluída até ao fim do ano. Em resposta a interpelação de Pereira Coutinho, o presidente da autoridade comprometeu-se com a aposta em trabalhadores locais “Para a abertura do mercado de transporte aéreo de Macau, o Governo da RAEM iniciou, em 2021, a revisão do actual regime jurídico da exploração da actividade de transporte aéreo, prevendo-se a conclusão da versão preliminar do respectivo diploma legal em 2022”, indicou Chan Weng Hong, presidente da Autoridade de Aviação Civil (AACM), em resposta a uma interpelação escrita do deputado Pereira Coutinho. Recorde-se que em Maio de 2020, o HM noticiou a renovação da concessão que permitia à Air Macau prolongar por três anos o monopólio no sector da aviação civil. “Quanto à Air Macau, posso dizer que o contrato acaba a 8 de Novembro e vamos prolongar por mais três anos. Mas se durante esse tempo houver uma lei sobre essa matéria vai ser ajustado”, afirmava Raimundo do Rosário em Maio de 2020. De acordo com o Chan Weng Hong, a “versão preliminar” da nova lei deverá estar concluída até ao fim do ano. Pereira Coutinho perguntou quando estará ultimada a revisão legal uma vez que esta serviu de justificação para a renovar a concessão da Air Macau até 2023, para se evitarem “atrasos como aconteceu no passado”. Neste aspecto, o presidente da AACM não endereçou a hipótese de nova renovação da concessão da Air Macau. Céus a quem trabalha Outra das questões levantadas por Pereira Coutinho, relaciona-se com a prioridade de residentes no mercado de trabalho do sector da aviação. Esta matéria foi respondida pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), reiterando que o Governo tem implementado leis que asseguram “a prioridade de emprego dos trabalhadores locais, bem como a protecção dos seus direitos e interesses laborais”. Porém, o Governo acrescenta que, como o sector da aviação é altamente especializado, de elevada tecnicidade e internacionalizado, a falta de recursos humanos locais pode ser colmatada através da contratação de trabalhadores não-residentes para alguns postos de trabalho especializado. Ainda assim, as autoridades afirmam que “ao longo dos anos, as empresas de transporte aéreo têm vindo a promover a formação de quadros qualificados locais, por exemplo, através da criação do “Programa de Recrutamento de Pilotos Locais de Macau” e de outras acções de formação no âmbito de operação, manutenção e formação, a fim de atrair mais residentes locais para o sector da aviação”. Quanto à questão colocada pelo deputado ligado à ATFPM sobre apoios aos trabalhadores da Air Macau, o Governo remeteu para o plano de apoio pecuniário para aliviar o impacto negativo da epidemia nos trabalhadores, profissionais liberais e operadores de estabelecimentos comerciais e para os apoios gerais à população e de incentivo ao consumo.