Hoje Macau EventosExposições | Humarish Club apresenta “Arte Vibrante de Macau” Alley Leong Tin I, PIBG2038, Julia Lam Tsz Kwan e Siomeng Chan. Todos eles são artistas locais e todos eles foram convidados a expor obras da sua autoria na mais recente exposição promovida pelo Humarish Club, galeria no Lisboeta Macau. A mostra intitula-se “Arte Vibrante de Macau” e pretende mostrar o que de melhor se faz em termos artísticos no território A galeria Humarish Club, localizada no Lisboeta Macau, empreendimento da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), acolhe até ao dia 8 de Setembro uma nova exposição apenas com talentos locais na área das artes. Trata-se da mostra “Arte Vibrante de Macau”, que reúne trabalhos de Alley Leong Tin I, PIBG2038, Julia Lam Tsz Kwan e Siomeng Chan. Segundo um comunicado da organização, trata-se de uma forma de “mostrar a energia explosiva de Macau” no ramo artístico e cultural, apresentando-se “uma exposição cativante que mostra o vibrante panorama artístico de Macau”, procurando chamar a atenção “dos entusiastas da arte e conhecedores da cultura”. Esta é, na sua essência, uma mostra de arte contemporânea, onde os quatro artistas procuram espoletar o diálogo, “inspirar a criatividade e evocar uma apreciação mais profunda da cena artística de Macau”. No caso de Alley Leong Tin I, o público pode esperar trabalhos de pintura de alguém que se assume como artista auto-didacta e que só começou a sua carreira como artista em 2021. “Aos 20 e poucos anos, Alley descobriu que o seu amor pelo desenho podia ser combinado na perfeição com o antigo ofício da tatuagem para criar tatuagens personalizadas para clientes que queriam algo único na sua pele”, descreve a organização da exposição. Alley trabalhou como tatuadora profissional durante seis anos, tendo decidido dedicar-se a uma carreira como pintora a tempo inteiro. Desta forma, a exposição no Humarish Club irá revelar trabalhos bastante “inspirados pelo budismo e ensinamentos espirituais”, tratando-se de pinturas que permitem “exprimir as infinitas ideias” da artista. “As suas obras incluem frequentemente figuras excêntricas ou mundos multidimensionais de combinações tecnicolor. O seu estilo pessoal distinto emana alegria e paz e expressa o espírito vibrante e a atmosfera dos três mil universos sem limites”, destaca-se ainda na mesma nota. De salientar a presença nesta mostra de um dos grandes nomes do graffiti em Macau. PIBG, que se apresenta como PIBG2038, é um artista de graffiti e organizador do festival internacional de arte de rua “Outloud”, uma iniciativa recentemente criada em Macau. PIBG tem uma carreira com mais de 20 anos e os seus graffitis contêm “personagens com um aspecto lúdico”, que apresentam “uma visão extraordinária, com cores vivas e contrastantes que demonstram vitalidade”. PIBG tem viajado por vários países desde 2000, participando em actividades do foro criativo e incluindo o seu trabalho em diversas mostras de arte. O artista juntou-se, em 2004, a alguns criadores de graffiiti e fundou o colectivo GANTZ5, o primeiro grupo de arte graffiti de Macau, que se tornou uma das associações mais influentes na cena graffiti da China. PIBG tem colaborado com diversas marcas internacionais do mundo da moda, nomeadamente Dior, Balenciaga ou Miu Miu. Estrela da nova geração Julia Lam Tsz Kwan é formada pela Academia de Belas Artes da Universidade de Tsinghua, uma das mais importantes da China, e é considerada como uma das pintoras mais influentes da nova geração de artistas locais. Já expôs trabalhos no Museu Nacional de Arte da China, em Pequim, ou mesmo no The Little Lodge, nos EUA, sem esquecer o Museu de Arte de Macau. Desde 2020 que Julia começou a combinar técnicas de aguarela com impressão em chapa offset, para criar uma série de trabalhos “com partículas sobrepostas e infiltradas por spray e pincéis de acrílico”. A artista remodelou objectos recorrendo ao mundo da geometria e proporção, desenvolvendo “o seu próprio contexto visual”. No caso de Siomeng Chan, a artista tem traçado “um caminho distinto no domínio da arte contemporânea”, sendo bastante influenciada pelas obras do mestre de animação japonesa Hayao Miyazaki durante os seus anos de formação, “as criações de Siomeng abrigam frequentemente um fascínio caprichoso e místico pelo mundo natural”. Siomeng Chan formou-se no Departamento de Design da Universidade Politécnica de Macau, criando depois o seu próprio estúdio, “The Dino Workshop”, em 2017, onde desenvolveu um personagem próprio, o Dino IP. Este “ganhou imensa popularidade e tornou-se uma marca do seu repertório artístico”. A artista já colaborou com a marca Uniqlo, que vende roupas e objectos de uso diário. Siomeng Chan colaborou também com a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações de Macau para lançar a primeira série de selos da personagem Dino IP em Macau. Em 2020, a artista fundou a marca “Semi- Cooked 50% TOY”, juntamente com o designer Kay Tung, tendo focado mais “na direcção criativa de arte e brinquedos”.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Pequim pede a Kiev e Moscovo para reduzirem tensões O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China apelou ontem a “todas as partes” envolvidas no conflito entre Rússia e Ucrânia para “reduzirem a tensão”, face à incursão de forças ucranianas em território russo. A diplomacia chinesa apelou, num comunicado publicado no seu portal, a três princípios: “evitar a expansão do conflito”, “evitar a escalada militar” e “abster-se de atiçar as chamas do confronto”. “A China continuará a trabalhar com a comunidade internacional para promover uma solução política para a crise”, lê-se na mesma nota. A Rússia está a lutar pelo sexto dia consecutivo contra as forças ucranianas que entraram na região de Kursk na terça-feira, provocando um êxodo em massa de russos das cidades fronteiriças. De acordo com os dados de domingo, pelo menos 84.000 pessoas deixaram as aldeias perto da fronteira ucraniana em Kursk nos últimos dias. Desde o início do conflito, a China tem adoptado uma posição ambígua sobre a guerra na Ucrânia, apelando ao respeito pela integridade territorial de todos os países, incluindo a Ucrânia, e ao respeito pelas “preocupações legítimas de segurança” de todas as partes, numa referência à Rússia. Pequim também negou que tenha vendido armas à Rússia e garante que mantém uma relação comercial “normal” com Moscovo, com quem intensificou as suas trocas comerciais nos últimos dois anos.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Saída de investimento estrangeiro atinge nível recorde no segundo trimestre O investimento directo de empresas estrangeiras na China caiu cerca de 14,8 mil milhões de dólares, entre Abril e Junho, na maior saída de investimento estrangeiro desde que há registo, segundo a agência Bloomberg. Os dados, divulgados pela Administração Estatal de Câmbio (SAFE), mostram também que os passivos de investimento directo da balança de pagamentos – um indicador que acompanha o novo investimento estrangeiro no país, registando os fluxos de dinheiro ligados a entidades estrangeiras na China – caíram 4,6 mil milhões de dólares no primeiro semestre do ano. Trata-se de um aprofundamento da tendência descendente registada no ano passado, quando os dados da SAFE revelaram o crescimento mais lento do investimento estrangeiro na China em três décadas, após uma queda de 82 por cento, em termos homólogos. O valor de 2023 foi de 33 mil milhões de dólares, uma queda significativa em relação a 2021, quando a China bateu o seu recorde de receção de investimento estrangeiro com cerca de 344 mil milhões de dólares. De acordo com projecções da agência Bloomberg, se a tendência registada no primeiro semestre deste ano se mantiver ao longo do segundo semestre, 2024 será o primeiro ano a registar um fluxo líquido negativo de investimento estrangeiro desde que a série histórica começou em 1990. Apesar dos esforços de Pequim para atrair e reter investimento estrangeiro, factores como o aumento das tensões geopolíticas ou taxas de juro mais elevadas em outros países – tornando-os mais atractivos para a detenção de fundos do que na China – explicariam esta tendência. Além disso, sectores específicos como o automóvel também reduziram o seu investimento, neste caso devido à rápida transição da China para os veículos eléctricos, o que fez com que alguns fabricantes estrangeiros reduzissem ou retirassem investimentos, notou a Bloomberg. Os dados da SAFE podem também reflectir a evolução dos lucros das empresas estrangeiras ou a dimensão das suas actividades na China. Conjunto de riscos Os dados anteriormente divulgados pelo Ministério do Comércio, que não incluem os lucros reinvestidos e são menos voláteis do que os números da SAFE, apontavam para que o novo investimento directo estrangeiro na China no primeiro semestre tivesse atingido o seu nível mais baixo desde 2020, quando eclodiu a pandemia de covid-19. A baixa procura interna e internacional, os riscos de deflação e os estímulos insuficientes, juntamente com uma crise imobiliária que ainda não terminou e a falta de confiança no sector privado são algumas das principais causas que os analistas citam para explicar a situação na segunda maior economia do mundo. Perante esta situação e a queda do investimento estrangeiro, as autoridades chinesas renovaram várias vezes a sua promessa de maior abertura e condições iguais face à concorrência interna.
Hoje Macau China / ÁsiaEléctricos | Pequim soma mais de 10 milhões de pontos de carregamento para veículos O desenvolvimento da indústria de carros eléctricos no país segue a bom ritmo com um aumento de estações de carregamento na ordem dos 53 por cento, face ao mesmo período do ano passado A China tem agora mais de 10 milhões de pontos de carregamento para veículos eléctricos em todo o país, entre os quais 3,2 milhões são estações públicas, de acordo com dados oficiais ontem divulgados. No total, a China concluiu a instalação de 10,60 milhões de estações de carregamento até ao final de Julho, o que representa um aumento de 53 por cento, em termos homólogos, informou ontem a televisão estatal CCTV, que citou dados da Administração Nacional de Energia do país. Entre estes, 3,209 milhões são pontos de carregamento públicos e os restantes 7,394 milhões são privados. De acordo com a CCTV, nas cidades do leste do país, incluindo Hangzhou e Xangai, as autoridades estão a tentar expandir a utilização de estações de carregamento partilhadas, “o que permite aumentar a eficiência destes pontos em três vezes”. Foram também construídas estações de carregamento ultra-rápido nas auto-estradas que ligam as cidades centrais de Chengdu e Chongqing, enquanto o país está agora a tentar acelerar a instalação de pontos de carregamento nas zonas rurais. Aposta eléctrica Segundo Zou Peng, secretário-geral executivo da Aliança para a Promoção de Infra-estruturas de Carregamento de Veículos Eléctricos da China (EVCIPA), o país tem “a maior rede de serviços de carregamento e partilha do mundo”. “A potência total de carregamento e partilha ultrapassou os 160 milhões de quilowatts, que podem actualmente satisfazer as necessidades de carregamento de mais de 24 milhões de veículos de energia nova”, afirmou. Numa tentativa de promover este tipo de energia automóvel e reduzir a grave poluição nas cidades chinesas, as autoridades de várias províncias anunciaram, nos últimos anos, todo o tipo de medidas, incluindo medidas fiscais, para promover a utilização de carros eléctricos. A taxa de penetração dos veículos eléctricos no mercado atingiu 25 por cento em 2023 na China, em comparação com 15 por cento na Europa e 8 por cento nos EUA, de acordo com um estudo publicado no ano passado pela empresa de consultoria global Bain & Company.
Hoje Macau SociedadeTurismo | DST leva gastronomia e cultura portuguesas a Xi’an Dança folclórica, música e gastronomia portuguesas vão integrar a acção de promoção turística de Macau no noroeste da China, de 22 a 26 de Agosto, anunciou ontem a Direcção dos Serviços de Turismo (DST). A Semana de Macau em Xi’an, capital da província de Shaanxi, vai levar espectáculos a uma popular praça pública no parque Qujiang, local com mais de 2.200 anos de história. Entre os espectáculos vão estar grupos de dança folclórica e bandas de música portuguesa, “para reflectir as características culturais chinesas e portuguesas de Macau”, acrescentou a DST, em comunicado. A Semana de Macau em Xi’an vai ainda abranger um festival gastronómico, entre 20 de Agosto a 1 de Setembro, num hotel da cidade chinesa, acrescentou, na mesma nota. Chefes de cozinha de Macau vão preparar um ‘buffet’ com pratos portugueses e macaenses, indicou a DST, referindo-se à gastronomia, considerada a primeira cozinha de fusão do mundo, da comunidade euro-asiática, com muitos lusodescendentes e raízes no território. O comunicado lembrou que os voos directos regulares entre Xi’an e Macau vão recomeçar a 20 de Agosto, pela primeira vez desde o fim da pandemia da covid-19. Desde 6 de Março que os residentes de Xi’an passaram a poder requisitar vistos individuais para Macau, medida que alargou para 51 as cidades da China abrangidas pelo programa. A DST, o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) e a Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin vão ainda procurar reunir empresários de Xi’an e de Macau. As três entidades vão organizar uma sessão de bolsa de negócios e uma conferência de promoção de eventos, para encorajar empresários das duas cidades a “explorar oportunidades de negócios em conjunto”, referiu a DST.
Hoje Macau SociedadeGalaxy | Plano de emprego e formação com 20 vagas A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e a Galaxy anunciaram ontem o lançamento do “Plano de Desenvolvimento de Elites GEC (Área dos Serviços de Resort Integrado e Operações de Hotelaria)”, que irá disponibilizar 20 vagas. O plano, cujo prazo de inscrição começa hoje e termina a 20 de Agosto, seguirá o regime de “primeiro contratação, depois formação”, possibilitando a “residentes de Macau que pretendem ingressar no sector dos serviços de lazer e turismo integrados”. A iniciativa oferece 15 vagas para “maître d’hôtel” e cinco para “agente dos serviços de resort”. Os candidatos admitidos irão receber formações profissionais, incluindo em contexto de trabalho, “formação de técnicas profissionais, formação em atendimento cinco estrelas ao cliente, inglês prático de Linguaskills da Cambridge (oral) – Curso de formação em conversação inglesa para o sector de prestação de serviços. Os candidatos irão também receber as devidas certificações profissionais. O bom desempenho nas acções de formação será reflectido na “progressão e ajustamento salarial”, garante a DSAL.
Hoje Macau PolíticaResíduos | Criticada ineficiência de tratamento e reutilização Song Pek Kei quer saber como o Governo planeia executar as obras de expansão do Aeroporto Internacional de Macau face à fraca capacidade para separar e tratar materiais inertes de demolição e construção que podem ser usados nas obras de aterro. Numa interpelação escrita, a deputada recordou que só na obra de expansão do aeroporto serão necessários 4,6 milhões de metros cúbicos de materiais para aterro e questionou o Governo sobre a capacidade do único Aterro para Resíduos de Materiais de Construção (ARMC) no fornecimento desse material. A legisladora ligada à comunidade de Fujian citou o Relatório do Estado do Ambiente de Macau 2023, publicado no passado mês de Abril, que indicava o estado crítico da capacidade do ARMC. Situação agravada pela suspensão da instalação de triagem e armazenamento temporário de materiais inertes de demolição e construção e o cancelamento do aterro de cinzas volantes devido à lotação de capacidade do ARMC. Song Pek Kei referiu ainda que o website da Direcção dos Serviços de Obras Públicas publicou o anúncio da recepção provisória da obra dos diques no ARMC em 2023, sem indicação de que os trabalhos já tenham acabado. O Governo estima que a obra acrescente a 1,96 milhões de metros cúbicos para depositar resíduos. A deputada questiona se já começaram a ser depositados na nova área. Com o objectivo de aferir a capacidade de triagem e tratamento de resíduos, a deputada perguntou se será possível reiniciar a segunda e terceira fases da instalação de triagem e armazenamento temporário de materiais de demolição e construção e se o Governo procurou novos espaços para separar os resíduos que não podem ser reutilizados (lodos e lamas aquáticas, materiais de construção mistos e escórias).
Hoje Macau Manchete PolíticaTaiwan | Admitida retirada de delegação de Macau em “último caso” No início do mês, foi noticiada a recusa de visto a um funcionário da Delegação Económica e Cultural de Taipé em Macau, por não assinar declaração a reconhecer o princípio “Uma só China”. O Taipei Times avança que as autoridades da Formosa podem retirar a delegação da RAEM, em último caso, ou operar apenas com funcionários locais O jornal Taipei Times avançou que o Conselho de Assuntos Continentais de Taiwan (MAC) pode considerar remover de Macau a Delegação Económica e Cultural de Taipé se não tiver condições funcionais para operar, nomeadamente em termos de mão-de-obra. A possibilidade foi avançada como o derradeiro cenário de ruptura, podendo a delegação manter as suas funções apenas com funcionários locais, à semelhança do que acontece actualmente em Hong Kong. A questão foi levantada depois de as autoridades da RAEM terem negado o visto a um funcionário da delegação por este se ter recusado a assinar uma declaração a reconhecer o princípio “Uma só China”. O Governo de Macau respondeu prontamente, manifestando “o seu mais firme repúdio e oposição relativamente a Taiwan distorcer os factos e difamar” a região “sobre as disposições para a rotatividade do pessoal” na Delegação Económica e Cultural de Taipé em Macau. Além disso, o Executivo de Ho Iat Seng referiu que, de acordo com a Lei Básica e as directrizes para a ilha “traçadas pelo Governo Central após 1999, as instituições e o seu pessoal de Taiwan em Macau têm de cumprir o princípio” de ‘Uma só China”. Nesse sentido, o Governo da RAEM vincou ser “totalmente legítimo e razoável” que se exija à delegação e pessoal “que assinem um ‘termo de compromisso’”. Objectivo político O jornal da Formosa cita fontes próximas das autoridades de Taipé que apontam que se a delegação não conseguir operar de forma sustentável, e se continuar a ser exigida a assinatura do termo de compromisso, Macau poderá seguir o exemplo de Hong Kong e operar apenas com funcionários locais. Em último caso, a delegação poderá ser removida de Macau. Quando as autoridades de Taiwan deram conta da recusa de risco, o Governo de Macau “realçou o objectivo político” por detrás da posição, argumentando que prejudicou “gravemente” a relação entre a RAEM e Taiwan. “O problema actual do pessoal da Delegação Económica e Cultural de Taipei em Macau resulta das acções insistentes e irresponsáveis das autoridades de Taiwan, cujas responsabilidades devem ser assumidas pelas autoridades de Taiwan”, rematou o Gabinete de Comunicação Social da RAEM.
Hoje Macau PolíticaCECE | Membros eleitos destacam lado patriótico da eleição Os vencedores das eleições deste domingo para a Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo elogiaram o lado patriótico deste acto eleitoral, uma vez que foi concretizado o princípio de “Macau governada por patriotas”. Segundo o jornal Ou Mun, um dos vencedores, Chui Sai Cheong, deputado e presidente da Associação de Gestão de Macau, referiu que após assumir funções como membro deste colégio eleitoral vai contactar todos os candidatos ao cargo de Chefe do Executivo a fim de debater as suas opiniões sobre a sociedade. Chui Sai Cheong disse ainda desejar uma nova liderança para a RAEM com maior eficácia administrativa e que possa prestar atenção ao bem-estar da população. O candidato eleito pelo sector profissional apontou que há ainda desequilíbrio no desenvolvimento económico após a pandemia, esperando que Pequim possa apoiar mais a economia local. Frederico Ma, empresário eleito para a CECE pelos sectores industrial, comercial e financeiro, apontou que o novo Chefe do Executivo deve estar atento à questão da diversificação económica, procurando estimular a recuperação da economia. Deve ainda incentivar a transformação das pequenas e médias empresas, frisou. Por sua vez, Fong Ka Fai, ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau, afirmou que mais de 30 por cento dos candidatos à CECE são novas caras, e jovens, o que mostra que herdaram o espírito do amor à pátria e a Macau, sendo sucessores do princípio de “um país, dois sistemas”.
Hoje Macau PolíticaPatinagem no gelo | Leong Sun Iok pede condições de treino O deputado Leong Sun Iok interpelou o Governo sobre a necessidade de criar infra-estruturas para a prática de patinagem no gelo, lembrando que o Governo prometeu aproveitar um terreno livre na Taipa para a construção de um parque e pista de gelo. Assim, o deputado questiona, numa interpelação escrita, em que fase está essa iniciativa, lembrando que em Macau há falta deste tipo de infra-estruturas para que atletas possam treinar, obrigando a deslocações a Zhuhai. Leong Sun Iok pede ainda que o Executivo crie alternativas para os atletas durante o período de construção dos referidos parque e pista. O deputado repetiu preocupações já apontadas pela associação que representa a modalidade, quanto à total ausência, em Macau, deste tipo de espaços para a prática de desportos no gelo. Leong Sun Iok argumenta que assim, não é possível formar ou encontrar potenciais atletas, nem prepará-los para competir.
Hoje Macau China / ÁsiaBloomberg | Fundador da dona da Temu é o homem mais rico da China O fundador da empresa de comércio electrónico chinesa Pinduoduo, operadora da conhecida plataforma Temu, Colin Huang, também conhecido como Huang Zheng, é o homem mais rico da China, segundo o índice de milionários da Bloomberg. Com uma fortuna de 48.600 milhões de dólares, Huang superou Zhing Shanshan, o magnata de água engarrafada, que ocupava o primeiro lugar desde Abril de 2021, de acordo com a mesma fonte, citada pela Efe. Em Março último, Huang já tinha sido identificado pelo Hurun Report, reconhecida como a versão chinesa da revista americana Forbes, como o empresário tecnológico mais rico da China, ultrapassando assim Pony Ma, da Tencent, e Zhang Yiming, da Bytedance, empresa que detém a rede social de partilha de vídeos curtos, TikTok. Huang fundou a Pinduoduo em 2015, uma plataforma de comércio electrónico conhecida no gigante asiático pelos seus produtos a preços muito baixos e grandes promoções. Em 2022, a Pinduoduo iniciou a sua expansão internacional sob a marca Temu, que, segundo a imprensa local, registou vendas de 20 mil milhões de dólares no primeiro semestre de 2024 – superando o valor total do ano passado, de cerca de 18 mil milhões de dólares. A Temu expandiu rapidamente a sua presença para 75 países após o seu lançamento em Setembro de 2022 e concorre com rivais chineses como a Shein, TikTok Shop ou a filial internacional da Alibaba, AliExpress, dando-se a conhecer pela oferta de produtos com preços muito baixos. A Temu enfrenta actualmente o escrutínio das autoridades da União Europeia (UE) ou dos Estados Unidos, que ponderam impor taxas alfandegárias a este tipo de plataformas chinesas que vendem a preços baixos.
Hoje Macau DesportoJO | Iúri Leitão primeiro português a conquistar duas medalhas numa edição O ciclista Iúri Leitão tornou-se sábado no primeiro atleta português a conquistar duas medalhas numa edição dos Jogos Olímpicos, ao vencer o ouro no Madison, ao lado do compatriota Rui Oliveira, depois da prata no Omnium em Paris2024. Depois de ter conquistado na quinta-feira a medalha de prata na prova de Omnium, Iúri Leitão chegou sábado ao lugar mais alto do pódio em equipa com Rui Oliveira, com ambos a vencerem a prova de Madison, com um total de 55 pontos, à frente da Itália, com Simone Consonni e Elia Viviani, segunda com 47, e da Dinamarca, com Niklas Larsen e Michael Moerkoev, terceira, com 41. Numa edição de estreia lusa em provas masculinas do ciclismo de pista, Iúri Leitão e Rui Oliveira juntaram-se a Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro, Nélson Évora e Pedro Pichardo como campeões olímpicos, com Iúri a igualar o recorde de duas medalhas, mas com o feito de ser numa única edição. Poucas horas depois de o canoísta Fernando Pimenta ter falhado o objectivo de medalha nos Jogos, ao ser sexto em K1 1.000 metros, e assim ficar impedido de se tornar no primeiro português a conquistar três medalhas, Iúri Leitão e Rui Oliveira atenuaram a desilusão lusa e, com o título olímpico, o primeiro juntou-se ainda ao restrito lote das duas medalhas. O triunfo da dupla Iúri Leitão e Rui Oliveira no Madison em Paris2024 constituiu o sexto título olímpico do desporto português, o primeiro fora do atletismo, e o 32.º pódio luso de sempre.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Rede roubava cadáveres para usar ossos em enxertos dentários Uma rede criminosa foi acusada de roubar mais de 4.000 cadáveres de crematórios e laboratórios médicos na China para utilizar os ossos em enxertos dentários, avançou na sexta-feira a imprensa local. O caso foi inicialmente exposto por Yi Shenghua, presidente do escritório de advogados Beijing Brave Lawyer. Segundo o representante, a polícia de Taiyuan, na província de Shanxi, norte do país, está a investigar as alegações de que os ossos foram utilizados para produzir enxertos ósseos alogénicos, normalmente feitos com ossos retirados durante uma cirurgia. Citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, um porta-voz da procuradoria municipal de Taiyuan confirmou que os procuradores estão a investigar as alegações de que uma rede criminosa “roubou e revendeu cadáveres com fins lucrativos”. O porta-voz recusou-se a revelar mais pormenores, dizendo apenas que a investigação ainda precisa de mais tempo, uma vez que o caso é “bastante complicado”. A indústria funerária estatal chinesa está actualmente no centro das atenções devido a uma série de detenções. Citado pelo portal de notícias chinês Thepaper.cn, Yi disse que as provas lhe foram transmitidas por um “informador” e que sāo “autênticas”. Uma publicação sua nas redes sociais referiu que uma empresa chamada Shanxi Aorui Biomaterials é suspeita de comprar ilegalmente cadáveres e membros das províncias de Sichuan, Guangxi e Shandong e de os utilizar para produzir enxertos ósseos. Segundo o presidente do escritório de advogados, a empresa ganhou 380 milhões de yuans durante este período, principalmente com a venda dos ossos para enxertos dentários. Os enxertos alogénicos são utilizados quando os pacientes não têm densidade óssea suficiente para os enxertos, mas o osso é normalmente retirado de pacientes que consentem ser submetidos a operações como a substituição da anca. Sem limites A polícia apreendeu mais de 18 toneladas de ossos e mais de 34.000 produtos semiacabados e acabados, de acordo com documentos publicados por Yi. O suspeito, de apelido Su, que era director-geral da empresa, confessou ter roubado mais de 4.000 corpos humanos de crematórios em Yunnan, Chongqing, Guizhou e Sichuan. Funcionários dos crematórios de diferentes cidades alegadamente desmembraram os corpos para que pudessem ser transportados para a empresa de Su para serem processados, indicam documentos do processo. Os documentos referem ainda que outros 75 suspeitos foram detidos durante a investigação. As autoridades estão também a analisar as alegações de que o centro de fígado do Hospital Universitário de Qingdao, em Shandong, vendeu ilegalmente cadáveres à empresa.
Hoje Macau EventosFilme “Aventuras no Império”, de Rui Lopes, apresentado este mês em Lisboa É exibido até ao final do mês, em Lisboa, no espaço Fidelidade Arte Lisboa, o filme-ensaio da autoria do académico Rui Lopes e intitulado “Aventuras no Império: Uma História Mal Contada”, integrado no ciclo de cinema que acompanha a exposição “O Chão é Lava!”. Trata-se de um filme-ensaio que tem Macau como foco e que é o resultado da investigação que o autor, investigador do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, está a realizar “sobre a história das representações de Portugal e do império projectadas na ficção cinematográfica e televisiva estrangeira durante o Estado Novo”, um tema que “tem revelado uma visão mais ambígua do país no exterior”, segundo disse o autor citado na nota que acompanha o projecto. Macau é aqui um caso de estudo, sendo que “essa ficção combinava um imaginário turístico, de romance e casinos, com um sensacionalismo orientalista, com o vício e a violência, misturando uma retórica colonial e racista com um olhar crítico sobre o colonialismo português”, colonialismo esse tido como “corrupto e incapaz de controlar o contrabando e crime organizado”. Os contrastes de Macau Segundo a mesma nota, Rui Lopes quis “desmontar e remontar essas obras, pegando em vários tipos de fontes”, nomeadamente documentos escritos e nos próprios filmes, abordando essas mesmas obras “através de um outro objecto académico, usando a própria linguagem audiovisual para analisar as diferentes vozes e ideias que contribuíram para esta imaginação de Macau”. O historiador escreveu o guião do filme-ensaio e trabalhou em parceria com o montador de filmes Rui Ribeiro, cruzando “excertos de mais de trinta filmes de ficção e séries televisivas sobre Macau produzidos em diferentes países nos anos 1930-70, intercalados com peças de imprensa, guiões, publicidade e relatórios da censura, permitindo vislumbrar diversos paradoxos e artifícios que materializaram um certo imaginário colonial e o espalharam pelo mundo”. No dia 30 de Agosto, será a última exibição do filme que conta com a presença do autor para uma palestra. Esta conferência irá abordar “o contexto que moldou essa vaga de produções, desde a Guerra Fria às tensões e contradições geradas pelo estatuto semi-periférico do colonialismo português”. Segundo informação sobre o filme-ensaio disponível no website da Culturgest, “para lá da propaganda do Estado Novo e de documentários anticoloniais, o império português foi ficcionado em policiais de Hollywood, em sagas de espionagem europeias e no cinema de acção de Hong Kong”. Neste contexto, as “sampanas e casinos de Macau tornaram-se numa presença recorrente no ecrã, imaginados através de um olhar turístico e romântico”, com a ideia da “Monte Carlo do Oriente”, mas também “recheado de vício, pirataria, violência e corrupção”, sob a ideia da “cidade mais perversa do mundo”. “Aventuras no Império” é, assim, “uma alucinante colagem audiovisual” que “permite vislumbrar diversos paradoxos e artifícios que materializaram esse imaginário colonial e o espalharam pelo mundo”.
Hoje Macau EventosHistória | Lançado livro sobre primeira missão diplomática do Brasil à China Corria o ano de 1879 quando a Marinha brasileira se aventurou pelos mares naquela que foi a primeira missão diplomática brasileira à China e consequente viagem de circum-navegação, concluída em 1883. A obra, de Marli Cristina Scomazzon e Jeff Franco, foi agora editada no Brasil pela “Dois Por Quatro” Acaba de ser editado no Brasil o livro que relata a primeira volta ao mundo feita por uma tripulação brasileira, bem como os bastidores da primeira missão diplomática do país à China que aconteceu na mesma viagem, entre os anos de 1879 e 1883. O livro, que tem simplesmente como título “Primeira Circum-Navegação Brasileira e Primeira Missão do Brasil à China (1879)” é da autoria de Marli Cristina Scomazzon e Jeff Franco, e é editado pela “Dois Por Quatro”. Segundo um comunicado, tratou-se de uma viagem realizada por 197 homens da Marinha brasileira, incluindo 22 oficiais, 126 marinheiros imperiais, 15 foguistas e 21 soldados navais. A jornada durou 430 dias, 268 de viagem e 162 passados nos portos. A viagem teve como comandante o capitão de fragata Júlio César de Noronha, sendo que muitos marinheiros morreram de diversas doenças. Uma delas foi o beribéri, doença que ocorre devido à carência da vitamina B1 e que se caracteriza pela ocorrência de perturbações digestivas, edemas e perturbações nervosas. Além da viagem de circum-navegação, estava em causa uma importante missão diplomática à China, a primeira, que visava um acordo “para trazer ao Brasil mão-de-obra chinesa”. Tratou-se de uma missão “cercada de polémica no Brasil e no mundo” e que teve “como enviados extraordinários o diplomata Eduardo Callado e o contra-almirante Arthur Silveira da Motta, futuro barão de Jaceguai”. Tema inédito Os autores, Marli Cristina Scomazzon e Jeff Franco, prepararam-se para escrever esta obra com pesquisas em diversos arquivos brasileiros e de outros países, apostando num tema que nunca foi abordado na historiografia brasileira. Citados pelo mesmo comunicado, os autores descrevem que a pretenderam “recuperar uma aventura levada com heroísmo por centenas de marinheiros anónimos, alguns dos quais até perderam a vida”. “A viagem é um episódio da história brasileira que estava escondido em vários repositórios. Em outros arquivos foi possível recuperar os registros da primeira missão brasileira à China, envolvendo uma grande polémica, o que é um exemplo de como os factos evoluem na crónica da vida política do nosso país”, explicam os autores. “Escrevemos este livro com muito entusiasmo por recuperar um tema até então inédito, uma parte interessante da memória nacional e também por ser uma história repleta de curiosidades”, refere a mesma nota. Marli Cristina Scomazzon e Jeff Franco já tinham trabalhado juntos em outras obras de cariz histórico, nomeadamente “A Caminho do Ouro – norte-americanos na Ilha de Santa Catarina”, editado em 2015, e “História Natural da Ilha de Santa Catarina: o códice de Noronha”, lançado em 2017.
Hoje Macau China / ÁsiaAutomóveis | Vendas caiem em Julho. Exportações aumentam As vendas de automóveis na China registaram uma queda de 10 por cento, em Julho, em termos homólogos, informou na sexta-feira a Associação de Automóveis de Passageiros da China, enquanto as exportações aumentaram cerca de 20 por cento. No total, foram vendidos 1,6 milhões de automóveis de passageiros no país asiático, um declínio de 10 por cento em relação ao ano anterior. As exportações de veículos de passageiros fabricados na China aumentaram mais de 20 por cento, para 399.000 unidades. Mais de metade dos veículos vendidos em Julho foram eléctricos e híbridos. Para tentar aumentar a procura, o governo alargou os incentivos para encorajar os condutores a trocarem os seus automóveis mais antigos, a gasolina e a gasóleo, por veículos eléctricos. Embora as vendas globais de automóveis tenham permanecido fracas, as vendas de veículos eléctricos aumentaram quase 30 por cento em Julho em relação ao ano anterior, para cerca de 991.000. Desse total, 887.000 foram vendidos na China e 103.000 foram exportados. As vendas dos fabricantes de automóveis estrangeiros estagnaram ou caíram este ano, o que demonstra a intensa concorrência de preços num mercado saturado. A quota de vendas de automóveis detida pelos fabricantes chineses tem vindo a crescer rapidamente e atingiu dois terços de todas as vendas de veículos em Julho, uma vez que as vendas dos seus veículos aumentaram 10 por cento, segundo o relatório. A maioria dos veículos vendidos na China entre Janeiro e Julho tinha preços entre 100.000 yuan e 150.000 yuan, disse a associação da indústria. A BYD exportou 31.000 veículos eléctricos e híbridos em Julho, enquanto as exportações da Tesla totalizaram 28.000, segundo o relatório.
Hoje Macau SociedadeVenetian | G2E Asia entre 7 e 9 de Maio de 2025 A feira de jogo G2E Asia vai regressar a Macau no próximo ano, entre 7 e 9 de Maio, de acordo com um comunicado dos organizadores, a empresa Reed Exhibition. A data do evento é antecipada em cerca de um mês em relação ao evento deste ano. De acordo com os números dos organizadores, a edição de 2024 da feira G2E Asia atraiu a Macau mais de 6.300 profissionais ligados ao sector do jogo, com 65 por cento a serem considerados visitantes internacionais. “O evento conjunto apresentou uma mostra espectacular de mais de 100 expositores, distribuídos por 22.000 metros quadrados de espaço de exposição. Complementando o salão de exposições, houve duas linhas de conferências com mais de 30 sessões e uma impressionante lista de mais de 100 oradores”, pode ler-se no comunicado. “Esta convergência facilitou a troca de uma grande quantidade de conhecimentos e ideias entre os participantes”, foi acrescentado.
Hoje Macau SociedadeAMCM | Novos empréstimos para habitação sobem mais de 17% A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) revelou na sexta-feira que os novos empréstimos para a habitação aprovados pelos bancos de Macau em Junho cresceram 17,1 por cento em relação ao mês anterior, para um valor total de 1,2 mil milhões de patacas. Deste universo, os empréstimos concedidos a residentes, que representaram 97,6 por cento do total, cresceram 16,8 por cento face a Maio, enquanto o componente não-residente registou uma subida de 30,3 por cento. Por outro lado, os novos empréstimos comerciais para actividades imobiliárias registaram uma quebra de 24 por cento entre Junho e Maio, totalizando 2,2 mil milhões de patacas. No final de Junho, o rácio das dívidas não pagas nos empréstimos para a habitação manteve-se inalterado no nível de 3,5 por cento, quando comparado com o mês anterior, mas registou-se um crescimento dos 2,9 pontos percentuais em relação a Junho de 2023. O rácio das dívidas não pagas nos empréstimos comerciais para actividades imobiliárias no final de Junho também se fixou em 3,5 por cento, menos 1,1 por cento em relação a Maio, mas mais 1,8 por cento face a Junho do ano passado.
Hoje Macau PolíticaComissão Eleitoral | Filha de Ho Iat Seng escolhida Ho Hoi Kei, filha de Ho Iat Seng, vai integrar a Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo (CECE) como um dos 14 representantes de Macau no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC). No caso do actual Chefe do Executivo se recandidatar a um segundo mandato, a filha poderá assim, pela primeira vez, votar no pai. Ho Hoi Kei não é a única familiar do Chefe do Executivo a integrar a CECE, o mesmo aconteceu com a irmã Tina Ho, que foi deputada e actualmente é um dos principais membros da Associação das Mulheres. A eleição da irmã de Ho para a CECE foi um pro forma dado que concorreu por um sector com 50 candidatos para 50 lugares. De acordo com a informação divulgada pelo jornal Ou Mun, a escolha dos 14 nomes foi feita ontem pelos 30 membros de Macau no Comité Nacional da CCPPC, que é integrado por pessoas como Leonel Alves, Wu Zhiliang, Chui Sai Cheong ou Ho Ion Sang. O encontro para votar os nomes decorreu no restaurante San Chok U, no Hotel Riviera. A lista com os nomes para a CECE foi lida por Edmund Ho e votada por braço no ar, contando com o apoio de todos os 30 membros. Além de Ho Hoi Kei, foram ainda escolhidos Edmundo Ho, primeiro Chefe do Executivo da RAEM, Lawrence Ho, filho de Stanley Ho, o empresário Chan Meng Kam, ou o ex-deputado e advogado Chan Wa Keong. Os restantes membros são Wong Cheng Wai, Cheong Meng Seng, Amber Li Jiaming, Lao Nga Wong, Zhang Zongzhen, Lee Chong Cheng, Chen Ji Min, Li Pengbin e Charles Choy Meng Vai.
Hoje Macau Manchete PolíticaCECE | Eleição com maior participação face a 2019 Os resultados preliminares da eleição dos membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo revelam uma maior participação face às últimas eleições: 88 por cento face aos 87,20 por cento registados há cinco anos Foram ontem eleitos os membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo (CECE), composta por 400 pessoas, e responsável pela escolha do próximo Chefe do Governo. As urnas encerraram ontem às 18h, sendo os resultados definitivos apresentados hoje. Dados preliminares apontados ontem pela presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo (CAECE), Song Man Lei, revelam uma maior participação eleitoral em relação às eleições de há cinco anos, com uma taxa de participação de 88 por cento, noticiou o jornal Ou Mun. Em 2019, a taxa de participação para escolher os membros da mesma Comissão foi de 87,20. Song Man Lei afirmou ainda que estes números reflectem “um elevado nível de participação e forte apoio dos eleitores de diferentes sectores”, além do “elevado reconhecimento da nova lei eleitoral do Chefe do Executivo”. O universo de eleitores era de 6.200 pessoas, divididas por 576 pessoas colectivas, ou seja, associações com cariz político. Estreia da declaração O líder do Governo de Macau é eleito para um mandato de cinco anos pela CECE, após ser nomeado pelo Governo Central de Pequim conforme consta na Lei Básica e na respectiva lei eleitoral. Na Lei Básica são definidos os três primeiros sectores representados nestas eleições, nomeadamente o industrial, comercial e financeiro, seguindo-se o cultural, educacional, profissional e, por fim, as áreas do trabalho, serviços sociais e religião. Ao quarto sector, pertencem os deputados de Macau à Assembleia Popular Nacional, membros da comissão por inerência, e representantes dos deputados à Assembleia Legislativa de Macau, dos membros dos órgãos municipais e dos membros de Macau no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, eleitos por sufrágio interno. Além das áreas educacional e laboral “em que o número de candidatos elegíveis excedeu mais dois candidatos para o seu número de membros, o número de candidatos elegíveis dos outros cincos sectores e subsectores é igual ao seu número de membros”, avançou a CAECE. Ou seja, dos 348 candidatos admitidos às eleições dos membros da comissão eleitoral, apenas 344 foram eleitos este domingo. Pela primeira vez desde que há eleições para o Chefe do Executivo, o exercício de membro da CECE “depende da apresentação de declaração sincera, devidamente assinada, de defesa da Lei Básica e de fidelidade à RAEM da República Popular da China”. O requisito consta da nova Lei Eleitoral para o Chefe do Executivo, aprovada no ano passado, e, de acordo com o Governo, pretende “dar mais um passo na implementação do princípio ‘Macau governado por patriotas'”. A escolha do próximo líder do Governo de Macau pode acontecer a partir de 11 de Outubro, passado o prazo mínimo de 60 dias após a eleição da CECE, de acordo com a lei eleitoral. Ainda não se sabe se Ho Iat Seng vai concorrer a um segundo mandato, sendo que, para já, não foi oficializada qualquer candidatura. O mandato de Ho termina em 19 de Dezembro, estando prevista a cerimónia de posse do futuro chefe do Governo em 20 de Dezembro, data em que se assinala o 25.º aniversário da constituição da RAEM, na sequência da transferência da administração do território de Portugal para a China.
Hoje Macau Grande Plano MancheteAnálise | Ho Iat Seng “está a preparar” a recandidatura a Chefe do Executivo Analistas portugueses que acompanham a vida política em Macau afirmaram à Lusa que Ho Iat Seng “está a preparar-se” para se recandidatar, não obstante as críticas à sua governação marcada por três anos de pandemia “Parece que ele está a preparar-se para se candidatar. Também apareceu um empresário [Jorge Chiang], que queria [candidatar-se], mas talvez só tenha aparecido para ele [Ho Iat Seng] reforçar a sua candidatura”, disse Cátia Miriam Costa, investigadora do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE-IUL (CEI/ISCTE-IUL), especialista em assuntos de política externa da China e Macau. Jorge Tavares da Silva, professor na Universidade da Beira Interior, especialista em assuntos de política externa chinesa, Macau e da Nova Rota da Seda, chamou a atenção para o “desaparecimento” por “umas semanas” de Ho Iat Seng. “O Chefe do Executivo desapareceu agora umas semanas, prolongou as férias, o que nos leva a supor que se encontrará em negociações”, disse. “Dá a ideia de que está a preparar nos bastidores todas as dinâmicas informais – o que denota que pode não ser assim tão consensual [a sua candidatura] – para depois, no acto solene, estar já tudo decidido”, acrescentou. “Há ali um grande debate”, sublinhou igualmente Cátia Costa. “Quando [Ho Iat Seng] se apresentar, vai ter as continhas feitas e saber se consegue ganhar, ou seja, que percentagem daqueles 400 eleitores [membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo (CECE) de Macau] vai votar nele. Sem isso, não avança”, acrescentou a investigadora. Mais de 6.200 eleitores mandatados por 576 pessoas colectivas elegeram ontem os seus representantes na CECE, que integra 400 membros de quatro sectores da sociedade, e irá eleger a partir de 11 de Outubro o futuro líder do Governo de Macau para os próximos cinco anos, que terá de ser nomeado formalmente pelo Governo Central, de acordo com a Lei Básica e a respectiva lei eleitoral. Avaliação complicada À semelhança do que acontece no Partido Comunista Chinês, “antes da votação, há uma grande disputa. Costumo dizer aos meus alunos: ‘quando vocês veem os cartõezinhos todos levantados numa votação plenária na China contemporânea, antes caíram muitos pelo caminho’”, ilustrou a investigadora do CEI/ISCTE-IUL. Os dois antecessores de Ho Iat Seng – Edmundo Ho e Fernando Chui Sai on – cumpriram ambos dois mandatos, mas os investigadores portugueses admitem que Ho Iat Seng chega ao final do seu primeiro mandato em condições políticas diferentes. “Ho Iat Seng enfrentou um período de alguma contestação, exactamente porque as pessoas achavam que não estava a dar o máximo do que era possível fazer. Agora, também temos de ver o contexto de governação que ele teve”, relativizou Cátia Costa. “A avaliação da governação de Ho Iat Seng é muito difícil”, “estamos a analisar um período particularmente difícil, em que a China esteve fechada 3 anos” devido à covid-19, e esse balanço diz respeito a “um território que está muito dependente de fluxos externos, está muito exposto”, disse. “É evidente que não estamos a avaliar uma acção governativa em condições normais”, sublinhou a investigadora. Por outro lado, exige-se ao líder do Executivo do território uma “competência” especial, que passa por conseguir “harmonizar as expectativas de Pequim com as expectativas locais, que são fundamentais, depois, na expressão do voto que esta grande comissão [CECE] vai fazer”, disse ainda Cátia Costa. Esta circunstância torna-se mais relevante, segundo a professora do ISEG, se se atender ao facto de o período de governação de Ho Iat Seng ter coincidido com uma “situação de muita insatisfação” em Hong Kong, e “a verdade é que Macau absorveu muitas ondas de choque provenientes” do território vizinho. “Foi um contexto particularmente adverso e difícil. Provavelmente, as pessoas que vão elegê-lo tiveram oportunidade de confirmar se existe alguma alteração, algum maior empenho [com que Ho Iat Seng se tenha comprometido] em relação a alguma destas grandes questões, ou até alguma predisposição para alterar o curso que tem sido dado à governação do território”, previu Cátia Miriam Costa. Electricidade estática Os analistas consideram que as alterações à lei eleitoral da região administrativa especial, no ano passado, “condicionam” a escolha do próximo Chefe do Executivo. “Esta nova lei [eleitoral, em vigor desde o final de 2023, que obriga candidatos ao Executivo a um juramente de fidelidade ao território e dá poderes a uma Comissão de Defesa da Segurança do Estado para verificar a “existência de violação do dever de defesa ou de fidelidade” por parte dos mesmos] pode ter implicações, e terá tido com certeza, sobretudo no sentido de as pessoas [candidatos] estarem mais atentas às directivas de Pequim”, afirmou Cátia Miriam Costa. “Há uma tendência a um maior autocontrolo, apesar de ser admitido o criticismo à forma como as coisas são conduzidas, dentro de padrões mais técnicos, menos políticos”, acrescentou. O que “não é permitido”, sublinhou a investigadora, “é pôr em causa a existência e a soberania do partido [Comunista Chinês] e do Estado chinês sobre estes territórios” – Macau e Hong Kong. Não obstante estas considerações, Cátia Costa manifestou dúvidas sobre “até que ponto” as alterações legislativas terão “mudado assim tanto o processo eleitoral, porque ele já estava muito montado neste sentido”, disse. “Na prática, a nova lei talvez não tenha trazido tantas alterações a este processo. Veio reafirmar aqueles princípios de idoneidade, de amor à pátria, sucedâneos do que se passava em Hong Kong, onde o processo eleitoral para Chefe do Executivo estava a ser contestado” desde 2020, afirmou a investigadora. Jorge Tavares da Silva considerou que Pequim foi “reforçando o seu controlo sobre o território e desafiando a própria Lei Básica, nomeadamente com estas medidas mais recentes da lei eleitoral, que quase obrigam a uma subserviência ao Partido Comunista Chinês”. Os candidatos têm que “declarar um respeito, quer dizer, uma subjugação àquilo que o partido diz”, reforçou. “Claro que [a lei se autojustifica] por razões ‘patrióticas’ [segundo o princípio ‘Macau governado por patriotas’], mas na essência é isso, portanto, nunca desafiando o poder central”, afirmou Tavares da Silva. O investigador, à semelhança de Cátia Costa, também sublinhou a importância dos tumultos em Hong Kong em 2019 e 2020, e a forte repercussão dos mesmos em Macau, mas entendeu que o “habitat político” da segunda região administrativa não justificava as alterações legislativas. “Pequim teve o receio de haver um contágio de Hong Kong a Macau, mas a grande diferença de Macau para Hong Kong é que Macau não tem partidos políticos. Podemos dizer que as associações são um bocadinho como os partidos políticos, mas não é a mesma coisa. Há um ‘habitat político’ – ou havia – em Hong Kong de mais liberdade, de discussão política, mais efervescente”, disse. “Macau absorveu muita onda de choque proveniente de Hong Kong, acabando [por ser afectado] por tabela, por o seu vizinho estar com uma série de problemas, que começaram com a eleição directa do Chefe do Governo, ou da contestação ao método eleitoral em Hong Kong, mas depois também se foi espraiando a outros níveis, como, por exemplo, à Lei de Segurança Nacional”, que Macau já tinha, e Hong Kong acabou entretanto por criar, levando em paralelo Macau a rever essa lei – que “protegia [o território] da ingerência a partir de Pequim”, sublinhou a investidora do CEI/ISCTE-IUL.
Hoje Macau China / ÁsiaEvergrande | Liquidatários intentam acção judicial contra auditor PwC Os liquidatários da empresa chinesa Evergrande intentaram uma acção judicial contra a empresa de auditoria PwC em Hong Kong pelo seu papel na adulteração das contas do gigante imobiliário, informou na quarta-feira a Bloomberg News. A acção faz parte dos esforços para recuperar os investimentos dos credores depois de um tribunal de Hong Kong ter ordenado, em Janeiro, a liquidação da Evergrande, o antigo gigante imobiliário da China. Uma vez que a Evergrande está sediada na China continental, onde as leis são diferentes das de Hong Kong, a administração do grupo indicou que a decisão do tribunal não teria qualquer impacto nas suas operações na China continental e, de facto, continuou as suas actividades, apesar de uma dívida estimada em mais de 300 mil milhões de dólares. A PwC e a PricewaterhouseCoopers Zhong Tian LLP – a sucursal da empresa de auditoria no continente – foram citadas numa acção judicial intentada em Março, informou a Bloomberg com base em documentos judiciais. As acções judiciais visam a “negligência” e as “deturpações” da PwC nos seus relatórios sobre as demonstrações financeiras da Evergrande relativas a 2017 e ao primeiro semestre de 2018, segundo a Bloomberg. A Evergrande, que entrou em incumprimento em 2021, tornou-se emblemática da crise no mercado imobiliário da China. As autoridades chinesas e de Hong Kong estão interessadas na PwC, que foi auditora da Evergrande durante mais de dez anos, antes de se demitir em 2023, na sequência de desacordos sobre a auditoria das contas da empresa relativas a 2021. A PwC e a Evergrande não quiseram comentar. A negociação das acções da Evergrande em Hong Kong está suspensa desde Janeiro.
Hoje Macau China / ÁsiaFaixa e Rota | Embaixador considera “fundamental” inclusão do Brasil O embaixador chinês em Brasília disse na quarta-feira que China e Brasil “não devem estar satisfeitos com o estado actual da cooperação” e descreveu a adesão brasileira a um importante programa da política externa chinesa como “fundamental”. Citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, Zhu Qingqiao, que participou num evento do Conselho Empresarial Brasil – China, em São Paulo, na véspera do 50.º aniversário das relações entre os dois países, defendeu que a inclusão do Brasil na Iniciativa Faixa e Rota seria uma “demonstração de estabilidade” na “relação de cooperação de longo prazo”. Designada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, como o “projecto do século”, a iniciativa adquiriu, na última década, dimensão global, à medida que mais de 150 países em todo o mundo aderiram ao programa, incluindo quase todas as nações da América Latina. As empresas chinesas construíram portos, estradas, linhas ferroviárias, centrais eléctricas e outras infra-estruturas em todo o mundo, numa tentativa de impulsionar o comércio e o crescimento económico. O programa cimentou também o estatuto da China como líder e credora entre os países em desenvolvimento. O Brasil tem, no entanto, enviado apenas diplomatas de baixo escalão para participar nos fóruns em Pequim, contrastando com vários dos seus países vizinhos, que se fizeram representar por chefes de Estado ou de Governo. “A adesão poderia trazer benefícios mútuos e facilitar a identificação de sinergias entre a procura brasileira e os interesses chineses nos sectores mais estratégicos”, afirmou o embaixador. “Acreditamos que a iniciativa é altamente consistente com a estratégia de desenvolvimento do Governo de Lula da Silva, como os planos de reindustrialização, as rotas de integração sul-americana e o projecto de aceleração do crescimento”, acrescentou. Na América do Sul, apenas o Brasil, Colômbia e Paraguai ainda não aderiram à iniciativa de Pequim. Em particular, as autoridades brasileiras procuram financiamento para obras que ajudariam o Brasil a conectar-se com o Oceano Pacífico, especialmente o porto de águas profundas em Chancay, no Peru, que foi construído com financiamento chinês e deve ser inaugurado em Novembro. “Penso que as empresas chinesas estão muito interessadas em envolver-se de alguma forma” na ligação do Brasil a Chancay, explicou o embaixador chinês, citado pelo SCMP. A crescente influência da China no Brasil e na América Latina tem, no entanto, levado a advertências por parte de Washington. Termos não convencem Em Maio passado, a chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, Laura Richardson, em visita ao Rio de Janeiro para exercícios militares conjuntos, disse à imprensa local que “as democracias do Brasil e dos Estados Unidos partilham uma história de 200 anos, enquanto a parceria com a China tem apenas 50 anos”. “Como democracias, respeitamo-nos mutuamente. Respeitamos a soberania uns dos outros”, disse. Richardson alertou que Brasília terá de prestar atenção às “condições impostas” por Pequim, no âmbito de uma possível adesão à Iniciativa Faixa e Rota. “O que aprendemos é que a iniciativa parece muito boa na superfície, mas há muitas letras miúdas”, acrescentou. “É preciso ler as letras miudinhas para ver todas as condições e como a soberania é retirada ao longo do tempo se os empréstimos não forem reembolsados e coisas do género”, alertou. Em resposta, a embaixada chinesa acusou Richardson de “adoptar uma mentalidade típica da Guerra Fria” e de seguir uma “lógica hegemónica”. Na América Latina, os EUA utilizaram a “democracia” e os “direitos humanos” como pretexto para “atacar, sancionar e interferir nos países da região”, acrescentou-se no comunicado da embaixada.
Hoje Macau Via do MeioPoesia chinesa e psicanálise – Lacan em Pequim Por M. Ângela Andrade O que há de peculiar na forma na poesia chinesa, que leva Demiéville a comparar a sua tessitura com a arte de “fritar peixinhos sem destroçá-los”? Há uma alusão à sua leveza e subtileza. Mas esse savoir-faire implica ainda exercitar-se pela repetição, pois os chineses imitam e repetem sempre os códigos poéticos, os mitos e os ritos ancestrais. Para além do saber fazer, da habilidade, o que confere à poesia charme irresistível é o estilo e a singularidade, tal como o demonstra a caligrafia chinesa. O que se apreende é que a repetição chama o novo. Na tessitura de uma poesia provisória, a apreensão do ser sempre escapa. Daí ser “poesia ténue, sempre prestes a se desfazer na via do apagamento, sempre capaz de evitar o desaparecimento, ameaçada de extinção e, no entanto, sempre renascendo. Afinal inextinguível, por tocar nos contrastes da língua em si, da qual se desprende a linguagem.” Antes de prosseguir lendo como Albert Nguyen articula as relações entre poesia chinesa e psicanálise, cumpre notar dados historiográficos da relação de Lacan com a China, sua língua e pensamento: Jacques Lacan sempre fora atraído pelo Extremo Oriente e sabe-se que, durante a Ocupação, havia aprendido o chinês na Escola de Línguas Orientais. Em 1969, quando elaborava sua teoria do discurso a partir da divisão wittgensteiniana do dizer e do mostrar, voltou a mergulhar com paixão no estudo da língua e da filosofia chinesa. Em outra ocasião procurei tratar aqui das referências sobre a língua chinesa nos seminários de Lacan, principalmente as do seminário XVIII. No presente trabalho busco apresentar aspectos das indicações de Lacan a respeito de poesia chinesa: “Se vocês são psicanalistas, verão que é o forçamento por onde um psicanalista pode fazer ressoar outras coisas, outra coisa que o sentido. (….) O sentido, isto tampona; mas com a ajuda daquilo que se chama escritura poética podem ter uma dimensão do que poderia ser a interpretação analítica. É absolutamente certo que a escritura não é aquilo pelo que a poesia, a ressonância do corpo, se exprime. É aliás completamente surpreendente que os poetas chineses se exprimam pela escritura e que para nós o que é preciso é que tomemos na escritura chinesa a noção do que é a poesia. Não que toda poesia… seja tal que a possamos imaginar pela escritura, pela escrita poética chinesa, mas talvez vocês sintam aí alguma coisa que seja outra, outra que aquilo que faz que os poetas chineses não possam fazer de outra forma senão escrever…” A poesia chinesa, porém, só pode ser lida conhecendo o contexto em que brota, ou seja, os fundamentos filosóficos, particularmente daoístas em que está alicerçada. Ainda sobre o contexto: o solo em que florescem essas tradições gerou uma combinação particular de vertentes filosóficas heterogéneas que, no entanto, se revelam bastante assimiladas na cultura chinesa. Nguyen indica ainda os trabalhos de Isabelle Robinet e François Julien que demonstram indiscutivelmente a incidência e força destas doutrinas, tanto na poesia como na estratégia e política da China. O artigo em questão destaca três grandes poetas chineses para ilustrar cada tradição: Wang Wei (budista), Li Po (taoísta) e Du Fu (confucionista). Escolhi para ilustrar a presente exposição, a poesia de Wang Wei. Atalho pela velha floresta; nenhum vestígio No coração do monte, um som de sino; vindo de onde? À tarde, sobre o lago deserto, meditando, Alguém aprisiona o dragão venenoso. Em Televisão, Lacan fala do estatuto provisório da poesia, fazendo dela uma arte do desprendimento, como aquela que o poeta Wang Wei pratica. No encontro de poesia chinesa e psicanálise surgem interferências e diferenças. Nguyen destaca a ressonância, termo que equivale à interferência, como o alvo da interpretação psicanalítica. As interferências ou ressonâncias são: 1. A natureza, que na poesia chinesa indica o lugar do vazio, o furo. “Lugar de ressonância, lugar de interferência: nada pode ressoar sem um furo: aquilo que no saber constitui o sintoma analítico, aquilo que deixa o poema e o livro inacabados, aquilo da ruptura da tradição que provoca a rã de Bashô, que se lança no poço, plof! e tantas outras indicações desta interferência da ressonância.” 2. A relação com o real. Essa segunda interferência assenta-se no lugar concedido ao real. A relação ao real é distinta na psicanálise. Na poesia chinesa, o real surge como realidade derradeira, sinónimo de Dao. Já a psicanálise confere ao sujeito o estatuto de separado, cortado definitivamente de todo o mundo e de toda cosmologia. Assim, separação, exclusão do sujeito, em oposição à integração daoísta. Poderíamos, talvez, aproximar essa relação ao real no taoísmo com a música tonal, enquanto que a relação ao real na psicanálise com a música atonal. Ou ainda com Badiou: “O real, para Lacan, se dá como ausência de sentido. Mas o que é preciso entender bem, é que ausência de sentido para Lacan, nunca quer dizer não-sentido. Há uma função de sentido do real, enquanto ausência de sentido. Há uma ausência no sentido, uma subtracção ao sentido que não é um não-sentido. É essencial compreender a diferença entre ausência de sentido (ab-sens) e não-sentido (non-sens).” 3. A mistura, mestiçagem (métis) da linguagem ou do real com a linguagem do simbólico. É a que se contrapõe à linguagem unívoca do Um fálico; a mestiçagem favorece a maleabilidade de espírito. Efeito de sujeito, afânise, ou o estatuto provisório, evanescente do ser? O sentido de “poesia provisória” diz respeito ao caminho no qual a apreensão do ser sempre escapa. O analisante e o poeta seriam, nesta perspectiva, um efeito poético. Nguyen conclui seu trabalho com o que nomeia de Lacan chinês. Diz ele, “Como situar esta possibilidade do passo suplementar que Lacan realiza sobre o taoísmo e a poesia? A resposta é dupla. Por um lado, Lacan, ao formular a estrutura, não deixa de examinar o registo da consequência (desenvolvida nesse mesmo seminário). A causa não porta somente efeito, mas consequências. E por outro lado, esse passo suplementar é autorizado pelo que nomeio de “Lacan chinês” para designar o lugar sempre marcado de referências chinesas em seu ensino, do início ao fim. Lacan começa seu ensino com o Zen e todos conhecem a referência à Índia de Prajapati e o Deus Trovão dos Escritos, mas é principalmente a partir do seminário “A Angústia”, seminário sobre o afeto certeiro da angústia, central em sua elaboração da teoria da causa, que Lacan, a partir do vazio e do feminino – pois é também este um seminário sobre a abordagem do feminino juntamente a uma tentativa de visualizar um para além da rocha freudiana da castração para o final de análise – com Kuan Yin, a fêmea misteriosa da qual ele extrai o olhar como causa, olhar faltante, olhar vazio, começa a marcar aquilo que será uma insistência sobre as referências chinesas.”