Carlos Monjardino: “Tem havido pressão da China” no sector do Jogo

Numa entrevista concedida ao jornal português Público, o presidente da Fundação Oriente diz que hoje “a tendência é para controlar” o sector do Jogo e que Macau é um caso perdido para Portugal “há muito tempo”

O presidente da Fundação Oriente (FO), Carlos Monjardino, disse numa entrevista ao jornal Público que a China tem vindo a tentar controlar o sector do Jogo por forma a reduzir o número de ilegalidades cometidas.
“Em Macau tem havido mais condescendência, mas hoje a tendência é para controlar, tem havido pressão da China que já se notou, pois as receitas do jogo baixaram. Havia quem ganhasse dinheiro ilícito na China e depois vinha a Macau limpar o dinheiro, e isto deixou de se fazer porque essas pessoas foram identificadas em Macau e devidamente repatriadas. Isto baixou brutalmente, em especial as ordens nas chamadas mesas VIP. Mas Macau rapidamente se adaptou convertendo-se para o pequeno e médio jogador sem aqueles problemas. Hoje há cada vez mais gente a jogar, mas com apostas mais baixas. É uma tradição chinesa, que vai ter a competição dos russos que estão a apostar no negócio”, disse ao diário de língua portuguesa.
Referindo que o futuro papel da FO passa sobretudo pela acção cultural, Carlos Monjardino defendeu que Macau é um caso perdido para Portugal “há muito tempo”. “Não há hoje em dia, e falo da Fundação, condições para actuarmos na vida de Macau, sobretudo social, mas também cultural. Na parte cultural levamos a componente portuguesa e trazemos a chinesa. Mas ao nível social, que é um sector particularmente sensível, Macau não necessita de nós e tem aliás mais meios para o fazer”, apontou.
“A Fundação é que tem um papel menos importante na componente social, porque foi assumido pelo governo de Macau. E percebe-se: está mais próximo da população”, defendeu Monjardino, dando o exemplo do Programa de Comparticipação Pecuniária.
“Há episódios caricatos: sou residente não permanente de Macau e, nessa condição, tenho direito a receber um cheque todos os anos, como, aliás, toda a população. Os residentes recebem mais do que os residentes não permanentes. Mesmo assim, recebo 400 euros (4800 patacas) por ano. As autoridades de Macau levam este apoio a sério”, frisou.

A transparência

Monjardino, que nas últimas presidenciais foi membro da comissão política do candidato Sampaio da Nóvoa, falou ainda sobre o facto de não ter sido candidato à presidência da República em 2006 e apontou que o seu percurso em Macau poderia ter contribuído de forma negativa para a campanha.
“Haveria sempre quem falasse no assunto. Mas o meu (percurso), ao contrário de outras figuras que por lá passaram, foi relativamente transparente. Embora, tenha percebido rapidamente que ia ter problemas em Portugal, pois fui relativamente duro em opor-me aos favores aos partidos políticos portugueses. Tomei decisões bastante duras relativamente a quem andou por lá e os partidos não me perdoaram”, disse.
Sobre a Escola Portuguesa de Macau (EPM), que já não é apoiada directamente pela FO, Monjardino lembrou que a escola “é muito válida em termos de promoção da língua portuguesa e pedagógicos, mas em termos de gestão financeira é complicado”.
Sobre o seu futuro à frente da FO, Carlos Monjardino apenas disse que “não é insubstituível”. “Tenho vindo a delegar poder em gente muito capaz e chego à conclusão, com prazer, que não sou insubstituível. Tenho a noção que hoje não tenho as mesmas capacidades de antes”, rematou.

11 Fev 2016

Linha de Assédio sexual | Poucos pedidos reflectem sexo como tabu

A linha aberta – de 24 horas – para as vítimas de assédio sexual, criada pelo Gabinete do Coordenador dos Serviços Sociais, Sheng Kung Hui, disponível desde 2014, recebeu até ao momento menos de dez casos. Número este que, para o coordenador, é reflexo de uma Macau que não consegue oferecer um ambiente que permita suportar os pedidos de ajuda.
Esta não é a única razão, pois para Ip Kam Po, chefe do Centro de Serviços para Saúde de Famílias e Aconselhamento de Jogo, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, o tema sexo é ainda “tabu”, e por isso a sociedade não se sente segura para pedir ajudar nestes casos.
Segundo os dados publicados pelo Gabinete do Coordenador dos Serviços Sociais, referentes a 2014 e 2015, a taxa de consultas e pedidos de ajuda de vítimas de assédio sexual foi muito baixa. Feitas as contas, explicou ao responsável foram tratados menos de dez casos relativos a assédio sexual
“É sempre difícil para as vítimas falar e pedir ajuda a outros. Uma parte da vítimas conta o seu caso depois de algum tempo, em que já sofreram muito. A outra parte tenta esconder. Há ainda os casos de pessoas com problemas mentais e emocionais e isto pode fazer com que a comunicação interpessoal seja afectada”, explicou Ip Kam Po.
Atenção reforçada
Embora o número de pedidos de ajuda seja baixo, segundo os dados do Gabinete do Secretário para a Segurança, foram denunciados 29 casos de violação e assédio sexual infantil, entre Janeiro a Setembro de 2015. O chefe do centro reforçar a atenção que deve ser dada ao assunto, apelando a que as vítimas peçam ajuda sempre que sentirem alguma ameaça.
Para Chan Wai Leong, chefe do Centro de Serviços Gerais de Jovens da União Geral das Associações de Moradores de Macau (Kaifong), seria aconselhável acrescentar o ensino sexual na educação regular nas escolas primárias, permitindo que os estudantes entendam que podem conversar sobre o tema do sexo tanto com pais como com professores, deixando de ser tabu. Para o mesmo responsável só desmistificando o assunto é que se poder criar uma atmosfera social adequada.

11 Fev 2016

Lançada primeira pedra de empreendimento turístico de David Chow em Cabo Verde

Já arrancaram as obras do empreendimento turístico que David Chow vai construir em Cabo Verde. No seu discurso, o empresário frisou o facto de uma empresa de Macau estar a fomentar as relações com o mundo lusófono

Está lançada a primeira pedra do projecto turístico integrado do Ilhéu de Santa Maria e Gamboa, empreendimento da Macau Legend Development, do empresário local David Chow. Em Cabo Verde, a comitiva fez-se acompanhar não só por membros do Governo cabo-verdiano mas também de Macau, tendo David Chow destacado a importância do seu investimento para o fomento das relações com o mundo lusófono.
“Julgo ser justo realçar que é louvável o facto de uma empresa de Macau poder aproveitar-se do seu papel e, servindo de plataforma entre a China e os Países de Língua Portuguesa, poder desenvolver as suas actividades no estrangeiro”, disse o empresário, que referiu ainda a estratégia da China de “Uma Faixa, Uma Rota”.
“Esta iniciativa acaba por confirmar a tão importante posição de Macau como uma das cidades que fazem parte da Rota da Seda Marítima, e que poderá, eventualmente, apoiar as Pequenas e Médias Empresas (PME) de Macau a concretizarem o seu desenvolvimento e cooperação no estrangeiro”, realçou.
Com uma licença de jogo exclusiva por um período de dez anos, a Macau Legend Development investiu cerca de 2,15 milhões de dólares de Hong Kong num projecto que terá casino, restauração, hotéis e outras áreas de entretenimento, estando prevista a sua conclusão daqui a três anos. Para David Chow, “o presente projecto tem condições para uma maior expansão, daí que estamos a contar com o necessário e permanente apoio por parte do Governo cabo-verdiano”.
O empresário, que em Macau detém os espaços Landmark e Doca dos Pescadores, referiu que o projecto nas ilhas de Santa Maria e Gamboa “servirá de exemplo de que as gentes de Macau sabem utilizar as vantagens e a experiência adquirida para promover as suas actividades no exterior, concretizando-se, assim, a tão almejada política de internacionalização”.

Subir de nível

Citado pela agência Lusa, o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, garantiu que o turismo no país vai ser um sector em grande desenvolvimento. “Este é um projecto que vai permitir que o nosso turismo atinja outros patamares. Com outros hotéis em que estão em construção teremos condições de gerar milhares de postos de trabalho nos próximos anos, alavancar mais o desenvolvimento do turismo e conseguir o desenvolvimento de outros sectores como os agro-negócios e a economia marítima”, sustentou.
Referindo que neste momento o país recebe anualmente cerca de 600 mil turistas, José Maria Neves disse que os vários empreendimentos turísticos em construção vão fazer com que o país chegue a um a dois milhões de turistas nos próximos anos. “Este projecto é mais uma pedra fundamental para a construção e transformação de Cabo Verde”, referiu José Maria Neves.
Em Agosto do ano passado, cerca de 40 elementos do movimento cabo-verdiano “Korrenti di Activista” acamparam no ilhéu de Santa Maria em protesto contra a construção do completo, considerando que irá servir sobretudo para trazer ao país “lavagem de capitais, prostituição e turismo sexual”. Na semana passada, o ex-bastonário da Ordem dos Arquitectos (OAC) cabo-verdianos, Cipriano Fernandes, pediu, através de uma petição, a intervenção da Procuradoria-Geral da República (PGR) para suspender o projecto, por considerar que não respeita todos os requisitos legais e que o mesmo deveria ser aberto ao escrutínio público.

11 Fev 2016

Taiwan | Pelo menos 42 mortos no sismo de sábado

A terra voltou a tremer na antiga Formosa. A ilha está situada junto de duas placas tectónicas e sofre com regularidade o impacto de abalos sísmicos. Na cidade de Tainan, a mais afectada pelo sismo de 6,4 na escala de Richter, um prédio com cerca de 200 apartamentos ruiu completamente
O sismo de sábado no sul de Taiwan matou pelo menos 42 pessoas e 107 continuam desaparecidas, segundo o balanço mais recente das autoridades da ilha.
As equipas de resgate continuam no terreno e estavam desde terça-feira a recorrer a maquinaria pesada para mover os escombros de um dos edifícios que ruíram na cidade de Tainan, depois de terem sido detectados sinais de vida no local, informou o Serviço de Emergências de Taiwan.
“Em Taipe, num caso similar, salvámos pessoas vivas cinco dias depois do terramoto”, sublinhou terça-feira a presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou, para defender a manutenção das equipas de resgate no terreno.
Na segunda-feira, foram retiradas dos escombros cinco pessoas com vida, entre elas, uma menina de oito anos e um bebé de seis meses, encontrado nos braços do pai morto.
O sismo de sábado teve uma magnitude de 6,4 na escala de Richter.

Zona de risco

Taiwan está próxima de duas placas tectónicas e é atingida com regularidade por abalos sísmicos.
Em Junho de 2013, um abalo com magnitude 6,3 atingiu o centro da ilha e provocou quatro mortes e deslizes de terra generalizados.
Em Setembro de 1999 um abalo de magnitude 7,6 provocou cerca de 2.400 mortos.
As equipas de socorro continuavam a detectar sinais de vida de pelo menos 15 pessoas, mas o facto de na segunda-feira apenas terem sido resgatados cinco sobreviventes e de terça-feira terem sido encontradas mortas pessoas que há de 24 horas tinham dado sinais de vida reduz a esperança de conseguir retirar vivas muitas mais vítimas.
A maquinaria pesada visa facilitar a abertura de vias entre os escombros, uma vez que com os meios habituais são precisas 10 a 11 horas para que as equipas de socorro consigam avançar um metro.
O edifício Weiguang Jinlong, o único da cidade a ruir completamente durante o tremor de terra, tinha cerca de 200 apartamentos. Pelo menos 210 pessoas foram retiradas dos escombros com vida.

Detido construtor de edifício que ruiu

As autoridades de Taiwan detiveram o construtor de um arranha-céus que ruiu no sismo de sábado matando pelo menos 40 pessoas, depois de indícios de que foram usadas latas e espuma para encher partes da estrutura de betão.
Mais de 100 pessoas continuavam desaparecidas, presumivelmente presas nos escombros do edifício de apartamentos com 16 andares da cidade de Tainan, a mais afectada pelo sismo de magnitude 6,4.
O Ministério Público de Tainan deteve esta terça-feira Lin Ming-Hui, acusado de negligência, e os sócios Chang Kui-Na e Cheng Chin-Kui.
Nos escombros, de onde foram retiradas 40 das 42 vítimas mortais do sismo contabilizadas até ontem, foram encontradas latas vazias e espuma de poliestireno em pilares que deveriam ter sido enchidos com betão.
Os três executivos da empresa de construção Weiguan criaram uma nova empresa depois de declararem falência em 1994, após a conclusão do edifício em causa, segundo a Procuradoria de Tainan.

11 Fev 2016

Zika | Primeiro caso num homem de Jiangxi

As autoridades sanitárias chinesas confirmaram o primeiro caso de infecção com o vírus Zika no país, num homem de 34 anos que esteve na Venezuela e regressou à China a 5 de Fevereiro, noticiou ontem a imprensa oficial.
O infectado está hospitalizado e em quarentena, mas encontra-se já em recuperação, segundo as autoridades.
O homem, natural da província de Jiangxi, no sudeste da China, teve sintomas de febre, tonturas e dores de cabeça a 28 de Janeiro, quando ainda estava na Venezuela, e regressou à terra natal a 5 de Fevereiro, depois de ter feito escala em Hong Kong.
O risco de difusão do vírus é “extremamente baixo” devido às temperaturas frias desta altura do ano na região, asseguraram as autoridades de Saúde chinesas.
Transmitido pela picada de mosquitos do género ‘Aedes’, as autoridades sanitárias suspeitam que o Zika seja a causa de numerosos casos de deformações congénitas em bebés cujas mães foram contaminadas durante a gravidez.
O Brasil é actualmente o país mais atingido no mundo pela epidemia de Zika, com 1,5 milhões de doentes, seguindo-se a Colômbia (22.600 casos).

Emergência mundial

A 1 de Fevereiro, a Organização Mundial de Saúde considerou que o recente aumento de casos de microcefalia e de desordens neurológicas em bebés na América Latina constitui uma emergência de saúde pública de alcance internacional e que existe uma forte suspeita de que o aumento daqueles casos seja causado pelo vírus Zika.
A microcefalia é um distúrbio de desenvolvimento fetal que resulta num perímetro do crânio infantil abaixo do normal, com consequências no desenvolvimento do bebé.
O vírus Zika também é suspeito de causar a síndrome neurológica de Guillain-Barré, que pode causar uma paralisia definitiva.
Os sintomas e sinais clínicos da infecção pelo vírus, transmitida (de forma comprovada) aos seres humanos por picada de mosquitos infectados (na América Latina através do ‘Aedes aegypti’, também vector de transmissão do vírus do Dengue, da febre Chikungunya e da Febre Amarela), são muito parecidos com os da gripe, provocando febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, conjuntivite, dores de cabeça e musculares.Geralmente, os sintomas começam a desaparecer quatro ou cinco dias depois.
O período normal de incubação varia entre três a 12 dias.

11 Fev 2016

Bolsa de Chicago comprada por grupo chinês

A Bolsa de Chicago (CHX) anunciou esta semana ter sido adquirida por um grupo de investidores liderados pelo Chongqing Casin Enterprise Group (Grupo Casin). A operação foi aprovada unanimemente pela direcção daquela instituição financeira apesar de ainda estar sujeita a ser confirmada pelo sistema regulador. A aquisição definitiva espera-se que seja consumada na segunda metade deste ano. Os termos da transacção não foram divulgados mas o presidente e director executivo da CHX, John Kerin, disse que “depois de uma análise aprofundada de várias alternativas estratégicas, acreditamos que esta aquisição será a melhor solução para os nossos clientes, accionistas e para a comunidade comercial no seu todo.” Kerian adiantou ainda que “com a entrada destes novos investidores teremos recursos adicionais para ir atrás de novas oportunidades de negócios como o lançamento do nosso produto de leilão on-demand, CHX|snap, na Primavera de 2016.
Shengju Lu, o líder do Grupo Casin sediado em Chongqing, considera “uma honra sermos parceiros da CHX” adiantando ainda que “revimos os planos da CHX para aumentarem a sua quota de mercado através de novas iniciativas de crescimento e damos-lhes todo o apoio.” O empresário chinês esclarece ainda que “em conjunto temos uma oportunidade única de desenvolver os mercados financeiros na China a longo prazo e de proporcionar e de introduzir empresas chinesas em crescimento aos investidores norte-americanos.”
O grupo chinês pretende preservar a base de operações da actual plataforma comercial da CHX que consideram ter demonstrado estar na vanguarda, ser veloz e administrar um sistema fiável. Na sequência da aquisição, John Kerin manterá a posição como presidente e director executivo e aguarda que os restantes membros da direcção também continuem nos seus lugares.

Partes envolvidas

A Bolsa de Chicago foi fundada em 1882 e é uma das plataformas financeiras de serviço completo mais antigas nos Estados unidos orgulhando-se de oferecer uma tecnologia robusta e de elevada performance. O Grupo Casin é uma entidade privada fundada em 1997 com sede em Chongqing, especializada no sector imobiliário, na protecção ambiental, em infra-estruturas municipais e construção. Tem actualmente 821 funcionários e, para além da China continental, distribui as suas operações em lugares como Hong Kong, Sidney e agora nos Estados Unidos da América.

11 Fev 2016

Hotel Lisboa | Ministério Público exige mudanças na acusação

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]a sessão de ontem do julgamento que coloca Alan Ho, antigo director do Hotel Lisboa, no banco dos réus, juntamente com mais quatro arguidos, o Ministério Público (MP) pediu aos juízes para alterarem a acusação de Alan Ho, Peter Lun, gerente do hotel, e Bruce Mak, chefe de segurança.
Segundo a Rádio Macau, o MP pretende que os arguidos passem a estar acusados pelo primeiro artigo do crime de exploração de prostituição, referente a pessoas que aliciem ou atraem outras para a prática de prostituição ou que explorem a prostituição de outrem, ainda que com consentimento. Já o segundo artigo, pelo qual os arguidos estavam acusados até então, faz referência a quem angaria clientes para prostitutas, com ou sem pagamento.
A mudança na acusação pode implicar uma pena de prisão entre um e três anos. Os advogados de defesa têm agora dez dias para responder ao MP. A Rádio Macau noticiou ainda que ontem foi o último dia em que as testemunhas foram ouvidas. Um vice-gerente de recepção do Hotel Lisboa confirmou outras informações já ditas em tribunal em relação ao departamento das “Young Single Ladies”, nome pelo qual eram conhecidas as prostitutas que frequentavam o 5º e 6º andar do Hotel Lisboa. Este funcionário confirmou novamente que Alan Ho, Kelly Wang e Peter Lun geriam este espaço.

10 Fev 2016

Fernando Gomes diz que aumentos já poderiam ter sido resolvidos

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]ernando Gomes, médico do hospital público e presidente da Associação dos Médicos dos Serviços de Saúde (SS), disse à Rádio Macau que os aumentos de salários da classe poderiam ter ficado resolvidos há seis anos, já que em 2010 foi feita a última revisão das carreiras. Para Fernando Gomes, os médicos deveriam ter carreiras próprias na Função Pública, tal como acontece com os professores da Universidade de Macau ou os magistrados.
“Seria a melhor forma para contornar esta barreira limitativa que, no fundo, impede um ajustamento condigno, sério e visionário. Mas parece que não houve um entendimento ou uma percepção dessa questão. Alertámos que, nos próximos anos, iríamos ter sérios problemas”, disse Fernando Gomes.

Diferenças abissais

“Um consultor ou um chefe de serviço em Hong Kong ganha cerca de 2,5 vezes mais do que se ganha em Macau”, disse o responsável, que explicou que, segundo os actuais índices de carreira, um médico consultor no primeiro escalão, em regime de exclusividade, não ganha mais do que 95 mil patacas. Já um chefe de serviço ganha menos de 105 mil patacas. “Agora, estamos em ruptura iminente, não só em termos de pessoal – está a ser colmatado, muito bem – mas também em termos de espaço físico”, disse Fernando Gomes à Rádio Macau, referindo-se aos recursos humanos.
Em relação à futura Academia de Medicina, Fernando Gomes disse que questiona quem vai dar a formação aos alunos. “(A academia) tem de ter uma capacidade formativa e produtiva com qualidade”, acrescenta o responsável, que gostaria também de saber se os médicos dos Serviços de Saúde vão ser chamados a participar nas actividades do futuro projecto.

10 Fev 2016

Kuomintang analisa resultados eleitorais e diz que perdeu apoios

Depois da estrondosa derrota eleitoral, os herdeiros da Aliança Revolucionária, reuniram-se para perceber o que correu mal e chegaram à conclusão que perderam o apoio do público

O Kuomitang, um dos partidos mais antigos e ricos do mundo, publicou ontem um relatório sobre a pesada derrota nas eleições de 16 de Janeiro.
No relatório, apresentado na quarta-feira, à porta fechada, na reunião do seu Comité Permanente, foram identificadas como principais causas da derrota os erros na “adopção de políticas pelo governo”, muito impopulares, a “falta de comunicação eficaz” e discórdias internas.
O KMT, que controlou o Parlamento (Yuan) até este ano, mas não a presidência de 2000 a 2008, teve um claro apoio popular até 2012, data em que venceu as eleições presidenciais e legislativas, refere o relatório, citado pela agência Efe.
Segundo o documento, desde 2012, uma série de políticas, como os impostos sobre as receitas de capital, a subida dos preços do gás e da electricidade e a tentativa de forçar a aprovação legislativa de um acordo de serviços com a China beliscaram a popularidade do KMT.
A morte em 2013 de um soldado por castigos excessivos pouco antes do final do seu serviço militar, vários incidentes de segurança alimentar, os altos preços da habitação, o aumento do fosso entre ricos e pobres e a paralisação dos salários inflamaram a ira pública, de acordo com o relatório.
Não valorizar a influência dos meios de comunicação social e fóruns da Internet, é outro dos pecados elencados, o que fez com que perdesse a oportunidade de manifestar e clarificar a sua posição, criando uma brecha com a opinião pública.
A falta de consenso interno, a má distribuição dos benefícios da aproximação económica à China e o incidente da cantora taiwanesa Chou Tzu-yu, que sofreu pressões por parte da China depois de exibir uma bandeira nacional num programa de televisão da Coreia do Sul, em vésperas das eleições, também contribuíram para a derrota eleitoral, segundo o relatório.

Agora vai ser mais difícil

“O KMT depara-se agora com desafios mais difíceis do que quando perdeu, pela primeira vez, as eleições presidenciais em 2000, e temos de enfrentar o facto de que perdemos o apoio do público”, conclui o documento.
O KMT, fundado na China em 1911, foi o principal impulsionador da revolução chinesa do ano seguinte, a qual colocou um ponto final à dinastia imperial Qing e estabeleceu a República.
Depois de perder a guerra civil com os comunistas em 1949, o partido mudou-se para Taiwan, onde governou de forma autoritária até à década de 1980, avançando depois para a transição democrática. Desde as primeiras eleições legislativas democráticas (1992) e as primeiras presidenciais directas (1996) até 2000, o KMT controlou a presidência e o Parlamento da Ilha Formosa e só perdeu a maioria parlamentar no mês passado.

10 Fev 2016

Ex-editor do Diário do Povo arrasa censores

Uma das principais vozes do movimento de reforma da era de Deng Xiaoping e ex-editor delegado do Diário do Povo avisa que a supressão da diversidade de opiniões está a prejudicar a reforma

‘Estão a ir longe demais” disse Zhou Ruijin, também conhecido pelo pseudónimo Huang Fuping, acusando os chefes da propaganda chinesa de intervirem demasiado. Estas declarações surgiram no sitio Ifeng.com e foram retiradas de um conjunto de comentários do reformista publicados o mês passado no continente.
Zhou emergiu no princípio da década de 90 assinando crónicas em defesa da politica de reforma de Deng Xiaoping quando a China vivia um período de profundo conservadorismo político e tornou-se numa voz muito influente.
Esta critica à acção dos censores surge numa altura em que as autoridades chinesas têm vindo a apertar o cerco aos média e a intensificar a propaganda ideológica no continente. Zhou concorda com o Presidente Xi Jinping na necessidade de aumentar os esforços de propaganda mas acha que os responsáveis da censura estão a ir longe demais, dizendo que o que se vive agora é “uma discrepância da ideia de reforma”. E vai mais longe: “Para ser franco, alguns líderes da propaganda do partido gerem a imprensa como se fosse um horário de comboios, intervindo directamente na abordagem e nos procedimentos da produção de notícias. Alguns chefes da propaganda … até dão ordens como se fossem editores de jornais.”

Acção intensa

Pequim tem vindo a aumentar o controle sobre os média e a internet desenvolvendo em simultâneo uma agressiva campanha ideológica. As universidades Chinesas foram obrigadas a banir livros que promovessem os valores ocidentais e membros do partido punidos por “comentários impróprios às politicas do governo central”, lê-se no artigo do Ifeng.com. Uma grande quantidade de gente, onde se incluem celebridades e advogados dos direitos humanos, têm vindo a ser obrigados a desfilar nas televisões estatais para confessarem alegadas ofensas mesmo ainda antes de terem sido ouvidos em foros judiciais. Zhou opõe-se a esta abordagem administrativa “hiper-simplificada e mesmo crua” para lidar com os problemas, tais como as “vagas de campanhas, supressões estritas e humilhações públicas”.
Segundo o reformista, “intervir com um violento aparelho [de estado] à mínima provocação, pedir aos média públicos que sirvam de magistrados, deitarem websites abaixo, apagarem mensagem nas redes sociais e bloquearem contas vão contra a tendência corrente da campanha de um Estado de Direito”, acrescentando que “numa fase de transição social é normal que existam visões diferentes e discussões no campo ideológico e que o público emita as suas opiniões sobe o aprofundamento das reformas. Devem ser guiados e não reprimidos”, sentencia. Vai ainda mais longe dizendo que “a liberdade de expressão dos cidadãos, conforme garantida pela constituição, deve ser protegida” e que “o tempo da opinião pública uniforme é coisa do passado.”
Para além de Zhou, dois outros reformistas influentes – Shi Zhihong and Ling He – escrevem sob o pseudónimo Huang Fuping.

10 Fev 2016

Sam Wong, dono de restaurante: “Macau era muito mais solidário”

Tem 59 anos, nasceu em Macau um ano depois da mãe chegar de Cantão e tem a terra profundamente embutida na sua mente: “Penso em Macau a todo o momento. É o meu país. Amo-o.”
Nunca teve sonhos por aí além, do género ‘que-fazer-quando-for grande’ bem, isto se deixarmos passar o gosto pela música, “era baterista aos 14 anos e participei em dois grupos. A primeira banda era de heavy metal”, que ainda hoje é o seu estilo preferido. Deep Purple a banda favorita, mas também os Dream Theatre ou os Styx, “sabe, sou da velha guarda”, explica. Mas como a música não dava dinheiro teve de seguir outro caminho e aos 19 anos acabou mesmo por descobrir o que viria a ser o seu sonho: trabalhar em restaurantes “porque posso falar com muita gente”.
Começou no restaurante do Hotel Sintra na posição mais básica do serviço, “apanhava copos e levantava pratos” mas conseguiu chegar a gerente, o que considera a sua melhor memória de Macau, “fiquei orgulhoso”, confessa, “comecei de baixo e depois acabei a mandar naquilo tudo”. Na altura, poucos mais hotéis de categoria existiam em Macau pelo que era uma posição de relevo. Até que um dia veio uma administração nova de Hong Kong e resolveu despedir toda a gente, “não fui só eu”, garante, “até o contabilista foi para rua. Queriam colocar o pessoal deles e mandaram-nos a todos embora”, explica.
Aí passou 20 anos. Estávamos nos meados dos anos 90 e foi para Sun Tak, quando ainda ficava a três horas de distância. Foi como consultor de um amigo que estava abrir um restaurante com sauna, karaoke e discoteca mas a coisa durou apenas dois meses, “não aguentava aquilo. As pessoas não tinham o mínimo de educação. Andavam à tareia todos os dias. Peguei no dinheiro e vim-me embora” foi o “Platão” por quatro anos e depois voltou ao continente onde teve um café em Zhongshan e, cinco anos depois, voltou decidido a reformar-se. “Não tinha muito dinheiro mas dava e estava farto de trabalhar”. Mas a reforma não era a vida boa que pensava e apenas durou nove meses: “Estava aborrecido de morte e resolvi procurar trabalho” o que encontrou no restaurante que agora dirige. Ao princípio, o dono ao ver o currículo achou-o demasiado qualificado, Mas Sam estava disposto a trabalhar, era perto de casa, bom horário e lá ficou como gerente. Durou um ano até o japonês resolver fechar o negócio. Não estava a dar. “Claro que não dava, o homem não percebia nada de restauração, não ouvia ninguém, nem o cozinheiro” explica.
Passado um tempo a irmã sugeriu-lhe pegar no restaurante, ele recuperou o cozinheiro, também japonês, ouvi-o, usou-lhe o nome para baptizar o restaurante e “agora está tudo bem. Mudámos o menu. Dei liberdade ao Tabuchi e temos muitos clientes.” Claro que o sucesso não passou despercebido ao antigo dono que ainda tentou reaver o restaurante mas não teve sorte, afinal de contas Sam estava realizar o seu sonho, “Sempre quis ter um restaurante, já tenho, por isso não tenho mais sonhos. O meu filho está a ir bem, está tudo bem. Não ganho muito dinheiro mas chega para ser feliz”, assegura.

Hong Kong? Não vou lá há 30 anos”

O Macau de antigamente “era uma maravilha”, recorda Sam Wong, “Muito melhor do que agora. Calmo, sossegado, relaxante… agora é uma loucura. Anda tudo cheio de pressa, só pensam em dinheiro… Macau era muito mais amigo, muito mais solidário. Agora é uma confusão de gente.”
O futuro, ou mudar algo em Macau nem o faz pensar, “Não faço a mínima ideia. A minha vida é casa, trabalho, casa. Vejo-os a discutir todos os dias no parlamento, cansa. A nova geração que se preocupe com isso.” Mas recorda com alguma saudade o Macau antigo e, claro está, restaurantes que não existem mais como o Wa Lok Iun e o Ma Ien Hong na zona da Almeida Ribeiro, ou os vendilhões de fitas que se espalhavam pelas ruas, “alguns tinha um ‘ngao lam min’ fabuloso”, recorda.
Em relação aos portugueses diz que são “OK. Tenho muitos amigos macaenses, quando nasci isto era português e todos nós nos habituámos e aceitámos os portugueses.” Hong Kong é que já um caso diferente, “não vou lá há uns 30 anos. Antes, quando precisávamos de alguma coisa mais sofisticada, tínhamos de ir mas desde há muito que não é preciso. Também não tenho nenhum amigo lá que vou lá fazer? Para a confusão? Não obrigado”, remata. Os casinos também não o fascinam de todo, “nunca lá meto o pé”, garante, “não gasto nem 10 patacas num sítio desses”. O dinheiro serve para outras coisas mais queridas “comida, música e álcool, é onde gasto o meu dinheiro” e ri-se a bom rir.
Antes de deixarmos a sua companhia quisemos saber se haverá algo que o faça ir a Hong Kong mas Sam Wong não conseguia lembrar-se de nada. ‘E um concerto de heavy metal?’, sugerimos, “hmmmm…. aí pensava duas vezes. Acho que sim, acho que isso me faria ir a Hong Kong. Se fossem os Deep Purple então… Mas o Phil Collins ou a Sade Adu também era possível que me convencessem.

10 Fev 2016

José Tavares, presidente do ID: “Não podemos manter a mentalidade de há 20 anos”

O Instituto do Desporto está a entrar numa nova fase. Herdou actividades e estruturas do IACM e a organização do Grande Prémio de Macau e está decidido na aposta na alta competição. Uma conversa onde o presidente do organismo, José Tavares, pede mais iniciativa aos privados, chama os casinos à responsabilidade e sonha com o desfile olímpico

Como está o desporto de Macau?
Completamente diferente. Estamos na terceira fase de desenvolvimento.

Que fases são essas?
A primeira foi o longo percurso desde a fundação em 1987 para internacionalizar as associações locais. A segunda, os jogos e o investimento na formação de pessoal e construção de instalações. A terceira é esta: o pós-jogos, o legado. Com a nova rede de instalações pudemos dar acesso ao público pela primeira vez e não apenas a associações como antes.

Como se consubstancia esta terceira fase?
Elevar o Desporto Para Todos, completamente esquecido na fase jogos e trabalhar a sério o desporto de alta competição. No fundo, encetámos uma política de desenvolvimento desportivo e de sensibilização do público para a prática desportiva e o prazer de assistir a provas. Algo que falhou no período dos jogos. No futuro, se quisermos ter sucesso em organizações desportivas, temos de ter público.

O Instituto adquiriu recentemente novas competências. Que significado têm?
Representam uma oportunidade para reestruturar, para evoluir. Tínhamos três departamentos: financeiro, desenvolvimento desportivo e instalações, hoje temos cinco. Adicionámos o Centro de Formação para atletas e o Departamento de Grandes Eventos que engloba o Grande Prémio e os outros eventos que já organizamos. De resto, herdámos do IACM várias piscinas e quintais desportivos, o Fórum de Macau e o desporto de lazer.

O que significa esta reestruturação?
O desenvolvimento de atletas de elite e maior atenção ao Desporto Para Todos que são desenvolvidos em paralelo para alargarmos a base de recrutamento.

E qual é o papel do departamento de desenvolvimento desportivo?
Passa a dar mais importância ao dia a dia das associações, aos campeonatos locais e ao desenvolvimento do Desporto Para Todos.

E o de alta competição?
Passa pela formação de atletas, que já está em operação, e o centro de estágio que será fundamental neste enquadramento.

Para quando podemos esperar esse centro?
(sorri) Vão ter de perguntar às Obras Públicas. A obra pode demorar uns três anos mas o projecto já está para aprovação na DSSOPT há outros três. Aguardamos…

Onde é que vai ficar localizado e como vai ser?
O centro vai ficar perto do Dome e terá acomodação para 350 atletas. Vai ter dormitórios, quartos privados para treinadores, cantina e o centro de medicina desportiva passará também para lá.

Qual foi a base de estudo para a sua concepção?

Foi entre o ID e a Universidade de Pequim, que é um dos grandes centros de treinos na China. Mas também fomos a Singapura e a Hong Kong recolher informações. Depois ajustámos à nossa dimensão.

Qual o principal objectivo do Centro?
Um dos objectivos fundamentais é a formação específica para atletas de elite com condições para chegarem ao topo das competições internacionais.

E que modalidades serão privilegiadas?

Numa primeira fase wushu, karaté e taekwondo pelos bons resultados. Depois as outras modalidades e quem pretender um programa de treino intensivo, além do treino das selecções e a oportunidade de trazer atletas de nível internacional para estagiar e assim aumentar o nosso nível.

Qual a necessidade de prover alojamento para os atletas locais?
Há muitos vícios. Não levam a prática a sério, não levam a vida que um atleta deve levar e nós queremos adaptá-los a um ambiente de treino sistemático, com alimentação regrada e hábitos de treino.

O Grande Prémio de Macau está agora nas vossas mãos. Sentem-se preparados?
Temos uma “pool” de recursos humanos do mais especializado que há; os que vieram do antigo gabinete do Grande Prémio e os que já cá estão e que beneficiaram do tal processo de formação que levou aos jogos. Tenho a certeza que o 63º Grande Prémio vai ser um grande sucesso.

E a imprensa? Há várias queixas do tratamento no Grande Prémio…
Já tomei nota. Vocês vão ver as diferenças. Eu sei que as instalações são insuficientes mas o tratamento vai ser diferente. De facto, o assunto estava maltratado. Logo a começar pela alimentação. Quem ali trabalha o dia todo precisa de outro de tipo de apoio. De resto, estamos receptivos a sugestões.

A integração no Comité Olímpico Internacional é um assunto encerrado?
Não. Tem de ser trabalhado constantemente mas em “low profile”. O antigo presidente fechou-nos a porta mas esperamos que este tenha outra visão das coisas. Parece mais aberto do que o anterior pelo que não devemos perder a esperança. Em que termos, vamos estudar. Membros efectivos ou não, é pouco importante. O que queremos é participar nas provas. Ainda acredito no dia em que vamos ver os nossos atletas na marcha Olímpica.

E quanto à organização de grandes provas internacionais como os Jogos de 2005? Há planos nesse sentido?
Tudo é possível. Mas não há planos. Como sabem, há menos eventos desse género. Os Jogos da Ásia Oriental desapareceram e depois que sobra? Para os Jogos Asiáticos não temos estrutura, nem vamos ter. Para fazer o mesmo não vale a pena. Tem de ser algo com mais impacto. Estamos atentos a eventos que Macau nunca tenha organizado.

De que tipo?

Provas de modalidade única. Um campeonato de atletismo, provas em recinto coberto como voleibol, basquetebol… temos tantos pavilhões.

Há planos?

Não há planos. Da nossa parte, claro que não há planos. As associações têm de desenvolver os processos de candidatura, não nós. O ID apoia mas as associações têm de ter a iniciativa. As pessoas ainda estão no processo do ID ter de fazer tudo… mas hoje em dia não é assim. Nós não nos podemos substituir às associações.

Há falta de iniciativa das associações?
Numas sim, noutras não. Mas temos de ser claros: qual é a associação de Macau com capacidade para organizar um mundial? Nenhuma, ou muito poucas.

De Futsal?…
Pode ser, já organizámos o asiático mas depois a associação não pegou mais no assunto. Também lancei a proposta ao Venetian, a ideia de organizar um Troféu Mundial por convites…

E o que aconteceu?

Ninguém acreditou no projecto. Podia ser a nossa versão do Rugby 7. Um evento destes no Venetian? Durante três dias?… Ia ser uma festa.

Porque não se faz no Dome?
Pode ser mas alguém tem de ter a iniciativa, não nós. As pessoas têm de mudar a cassete. O Instituto tem mais que fazer. Primeiro devemos salvaguardar os interesses locais: promover o desporto para todos e a saúde pública que antes não fazíamos. Não podemos manter a mentalidade de há 20 anos. Os tempos mudaram, a política mudou. Podemos incentivar a associação e já o fizemos. Falámos varias vezes com vários responsáveis do Venetian e ninguém quis saber… Isto é um evento caro e não pode ser sempre o Estado a pagar tudo.

Mas os casinos dizem que já pagam os impostos…
Não é bem assim. Está no contrato. Para além dos 40% eles sabem que têm de promover a diversificação do entretenimento. E vai ser um assunto a ter em conta para a renovação dos contratos. Por isso, no caso do Venetian, eles não param de fazer eventos. Mas depois sai boxe… Eu até percebo… tem impacto em Las Vegas mas para nós pouco diz. Eles têm de fazer um “branding” para Macau. Têm um pavilhão de 15 mil lugares… maior do que o Dome.

Por falar em Dome, podemos chamá-lo de elefante branco?
Não. Está a ser usado. Há muitas modalidades a treinar lá.

Mas não é uma instalação cara demais para treinos?
Quando se construiu pensou-se na festa, não no futuro. Bem pensado e tinha características de multiusos mas não foi o caso. Tivemos de o adaptar para treinos, temos bancadas que só atrapalham… mas é muito importante para Macau como para acolher as celebrações da passagem de soberania a cada cinco anos.

Quanto custa manter o Dome por mês?
Cerca de um milhão.

Não é dinheiro a mais para festas e treinos?
A manutenção de instalações é sempre cara. No caso, a festa de cerimónia de passagem de soberania necessita de um mês de preparação. Quanto custaria alugar o Venetian durante esse período? Macau precisa de um lugar para estes eventos sem pedir favores a ninguém. Além disso, não são apenas treinos, também é utilizado pelo público.

E a pista de gelo?
Está arrumada. Não serve. Foi uma má ideia. A humidade gerada ia dando cabo da estrutura e tivemos de parar. Para além disso, imagine, cá fora estão 40 graus e a pista tem de estar a menos cinco. Só para baixar a temperatura do espaço era um consumo de energia absolutamente incomportável.

Como avalia o legado de Manuel Silvério?
Foi um dos pioneiros na criação do ID e liderou o desenvolvimento desportivo até chegar a presidente. Trouxe os jogos da Ásia Oriental e preparou-nos. Deu um grande contributo até aos jogos. Mas depois as coisas seguiram noutro sentido por causa do vazio que referi na área do Desporto Para Todos.

Com o Grande Prémio surgem também a os subsídios dos pilotos locais. Existem queixas sobre a ponderação de resultados, argumentando que valorizar o GP em 60% por contrabalanço com as provas internacionais é demais. Qual a sua posição?
Primeiro ponto: os pilotos têm de perceber que a prova mais importante tem de ser a de Macau. O subsídio vem de Macau. A carreira internacional é uma actividade profissional…

Mas o piloto pode ter azar…
É um subsídio. Tem normas. Foi discutido pelas partes envolvidas na decisão. Os pilotos têm de demonstrar que são bons nesta prova. Nós somos o único governo no mundo a apoiar pilotos. Até acho que estamos a dar demais. Um piloto leva um milhão, dois… e os outros? Há atletas que suam todos os dias e não levam tanto. O desporto automóvel é um luxo e eles têm de perceber que não são a prioridade. Podemos discutir os 60% e passar a 50 mas uma coisa é certa: o GP de Macau vai ter de continuar a contar mais do que as outras provas.

Há cada vez mais interessada na prática de Skate. Onde estão as rampas dos Asiáticos Indoor?
Não sei. Nalgum armazém, mas também não teríamos um espaço para as montar. De facto, há para aí uma dúzia de pessoas que estão interessadas e vieram falar connosco. Dissemos-lhes para montarem uma associação mas nunca mais apareceram, não querem assumir. Têm de ser os privados a regulamentar a actividade, não somos nós. Estamos dispostos a apoiar mas tem de haver iniciativa.

E quanto à ginástica. A China tem das melhores atletas do mundo. Também se diz termos equipamento arrumado algures.
Não é bem assim. Foi adquirido para a inauguração do fórum e foi sendo utilizado em diversas ocasiões, mas hoje está desactualizado.

Há planos para desenvolver a ginástica ?
Há cerca de três anos, o deputado Si Ka Lon, que está à frente da Associação de Ginástica, veio falar connosco pois queria dar um grande impulso à modalidade. Achámos muito bem – mas atenção porque quem dá a formação básica, à ginástica infantil, somos nós – e dissemos que poderíamos continuar a assegurar a base mas o resto teriam de ser eles. Concordou. Nessa altura ainda tínhamos a esperança de contarmos com pavilhão de Mong Há – não veio a acontecer por razões que são públicas – e propusemos-lhes que arranjassem um espaço. Disse-nos que ia tentar um num edifício industrial e nunca mais apareceu.

E o ID apoiava o aluguer do espaço?
Claro que sim. Comprometemo-nos a pagar o aluguer.

Para que vai servir o Fórum?
Este ano herdámo-lo com alugueres já marcados até Novembro. Depois vai servir para dar condições mais dignas às competições de andebol, voleibol e basquetebol que têm falta de espaços.

Os clubes de futebol queixam-se de falta de condições, do mau estado dos campos, sugerem a substituição dos relvados por sintéticos. Qual a vossa posição?
Estamos a propor à Universidade de Macau a criação de um novo relvado sintético e a negociar o relvado que eles já detêm mas, no caso deste, parece-me que só nos vão dar durante algumas horas porque também precisam dele.

E substituir os relvados por sintéticos?
Não. Como dirigente desportivo não posso defender isso. Temos de os preservar. Se quisermos ter aqui um jogo a sério com equipas internacionais temos de ter relvados. Criar novos relvados artificiais, isso sim, estamos a tentar.

Há clubes que entendem não se justificar tantas divisões no futebol. Faz sentido reduzir?
Um certo sentido. Já houve redução há uns 15 anos atrás. Mas se cortarmos a 3ª divisão estamos a marginalizar a maioria dos jogadores. Se calhar até são os que vão ver os jogos.

Porque é que as equipas de futebol de 11 têm de participar na bolinha para acederem ao futebol de 11?
Isso vai ter de perguntar à associação.

E fará sentido integrar campeonatos de Macau nos da China?
Seria um erro político. Os nossos campeonatos são reconhecidos pelas organizações internacionais, portanto não faz sentido deixarmos os nossos campeonatos para participarmos nos dos outros.

Que legado gostava de deixar no desporto de Macau?
Estruturas de apoio aos atletas. O primeiro programa que lancei foi o de apoio aos atletas de elite e de formação para os profissionais reformados para que eles possam dedicar-se ao desporto com um plano de retirada. Neste, inclui-se formação académica integral com pagamento de propinas (100 mil patacas) para além da manutenção do subsídio mais alto como atleta profissional enquanto durar o período de formação académica.

Qual o seu desejo para o desporto de Macau ?

Que os nossos atletas tenham as mesmas condições que os lá de fora. O plano de apoio para os prémios, por exemplo, mudou. Foi elevado para o dobro, mudámos o escalonamento e equipáramos os prémios entre paralímpicos e os outros. Outra novidade é que os atletas medalhados podem nomear não apenas o seu treinador, que já recebia, mas também os da formação que os ajudaram na sua evolução.

As pessoas de Macau gostam de desporto?
Gostam mas há falta de espírito de sacrifício. Eu vejo os atletas de Hong Kong com sucesso porque dão tudo, porque se sacrificam, mas os nossos, às vezes, desistem a meio. É o ambiente da terra, o facilitismo.

4 Fev 2016

Fundação Macau | Ensino superior privado volta a ganhar mais

A Fundação Macau (FM) voltou a conceder elevados montantes a instituições de ensino superior privado no quarto trimestre do ano passado. Segundo os dados publicados ontem em Boletim Oficial (BO), foram concedidas mais de 769 milhões de patacas a associações, universidades, alunos e personalidades individuais. A Fundação da Universidade de Ciências e Tecnologia (MUST) recebeu mais de 62 milhões de patacas para o plano anual 2015/2016 da universidade, incluindo o hospital universitário, a escola internacional de Macau e a faculdade de ciências da saúde. A FM concedeu mais 97 milhões de patacas para a construção do complexo pedagógico da MUST.
A Fundação Católica para o Ensino Superior, que gere a Universidade de São José (USJ), recebeu mais de 19 milhões para as actividades da universidade e 90 milhões de patacas para a construção do novo campus. Já a Fundação da Universidade Cidade de Macau recebeu cerca de 112 milhões de patacas para obras de renovação do novo campus e a aquisição de equipamentos pedagógicos. Foram ainda concedidos a esta entidade mais 45 milhões de patacas para a atribuição de subsídios, publicações e compra de equipamentos.
Como é habitual, a Associação de Beneficência do hospital Kiang Wu foi outra das entidades que mais dinheiro recebeu. A FM concedeu 95 milhões para a reconstrução do jardim de infância e escola primária da escola Keng Peng. A Fundação da Escola Portuguesa de Macau recebeu nove milhões de patacas, enquanto que a Associação dos Trabalhadores da Função Pública recebeu pouco mais de um milhão para custear as suas actividades. A Santa Casa da Misericórdia recebeu 4,5 milhões para o plano de actividades do ano passado.

4 Fev 2016

Escola Portuguesa | Mudanças internas e externas para este ano

A Fundação Escola Portuguesa de Macau (EPM) irá ser alvo de alterações, conforme adiantou, à Rádio Macau, José Luís Sales Marques, membro do conselho de administração. “Neste momento, a fundação tem um presidente, que é Roberto Carneiro. É provável que, na sequência, destes novos estatutos venha a haver uma actualização da própria direcção da Fundação. Haverá uma nova direcção, não sei exactamente quando, mas é previsível que isso venha a acontecer, até resultante dessa nova composição”, afirmou o também economista.
Assim, existirá uma alteração na constituição dos instituidores da EPM. “Isto quer dizer que a fundação, que antes tinha três instituidores – Fundação Oriente, Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) e Ministério da Educação de Portugal –, passa a partir de agora ter dois, a APIM e o Ministério da Educação de Portugal. A Fundação Escola Portuguesa de Macau passa a ser uma parceria apenas entre duas entidades, uma de Portugal e uma de Macau”, acrescentou à rádio.
O número de membros, do conselho de administração, manter-se-á, mas o quinto elemento passará a escolhido por ambas as partes, ou seja, pela APIM e o Governo português. Os estatutos prevêem igualmente a criação de um conselho de curadores, que “vai reflectir os diversos interesses e sensibilidades da sociedade de Macau”, assim como “eventualmente alguma participação portuguesa”, o que “será muito importante para apontar os caminhos presentes e futuros da fundação”.

Mais espaço

Nas mesmas declarações, Sales Marques indicou ainda que há uma forte possibilidade de que as obras de ampliação e melhoramento do edifício da instituição de ensino possam arrancar este ano. “Espero bem que sim, que seja neste novo ano do Macaco (…). É um processo, não são apenas alguns melhoramentos ou alterações. Podem implicar, como está na cabeça de todos os que têm acompanhado esse processo, a demolição de uma parte das actuais instalações e a construção de um novo bloco. Não temos ainda um valor, não temos ainda sequer uma estimativa de quanto é que poderá custar, mas a Fundação e a própria escola trabalharão no sentido de que tudo o que for necessário introduzir seja feito da forma mais eficiente possível”, adiantou Sales Marques, em declarações à Rádio Macau.
O economista marcou ainda presença naquela que foi a primeira visita do subdirector do gabinete de ligação do Governo Central da República Popular da China na RAEM, Chen Si Xi, às instalações da EPM, a convite da APIM. HM/Rádio Macau

4 Fev 2016

Literatura | Acabou VI Encontro de Escritores de Língua Portuguesa

No último dia do encontro, que decorreu na Cidade da Praia, em Cabo Verde, o escritor e jornalista angolano José Luís Mendonça descreveu o seu país como sendo uma “ilha cultural e linguística”

O escritor e jornalista angolano José Luís Mendonça apresentou ontem Angola como “uma ilha cultural e linguística” que vive um dilema de não reencontro com África, com o inglês a dominar numa sociedade cada vez mais americanizada. Para o autor de “Gíria do Cacimbo” (1986) ou “Poemas de Amar” (1998), os angolanos são “mais europeus que os países vizinhos” e estão cada vez “mais europeizados”, o que os isola no continente africano.
“As línguas que falamos são as línguas europeias: o português, inglês e o francês, que fazem de Angola uma ilha cultural e linguística. Não temos contacto com os criadores, principalmente escritores de países vizinhos”, disse. Sublinhou que, em 40 anos de descolonização, o país não conseguiu reencontrar-se com a “essência, o âmago e a forma de viver africano”.
José Luís Mendonça defende que os angolanos conhecem melhor a literatura portuguesa e brasileira do que a de Moçambique, por exemplo, e que a literatura angolana está pouco divulgada em todo o mundo. “Em Angola não temos nenhum empresário que possa fazer esse negócio, não temos quem pegue no livro e faça essa aposta”, disse, considerando que para ter sucesso é preciso sair do país.
“Um escritor que tenha projecção em Lisboa, o centro difusor, consegue ter traduções na Alemanha, na Inglaterra e na América, como os casos de Pepetela, Agualusa e Ondjaki, porque investiram muito fora de Angola”, disse.
Por outro lado, considerou que o português “está a desaparecer paulatinamente de Angola” e a ganhar cada vez mais preponderância a língua inglesa e o estilo de vida americano, onde as línguas nacionais praticamente não existem na literatura.

Outras insularidades

A insularidade e a existência ou não de uma literatura das ilhas foi o tema do principal painel do segundo dia do VI Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, que chegou ontem ao fim na cidade da Praia, Cabo Verde.
O açoriano de São Miguel João de Melo e o cabo-verdiano da Boavista, Germano de Almeida, abordaram as vivências de infância nas ilhas de origem, tempos em que, apesar da dimensão, as ilhas pareciam enormes e em que o movimento de emigração era constante.
“O movimento de saída era impressionante. O despovoamento dos Açores marcou-me de tal forma que elaborei uma geografia compensatória para recriar um mundo em extinção”, disse João de Melo.
Por seu lado, Germano de Almeida disse que há vários anos que não vai à Boavista “para conservar a memória da ilha da infância”, substituída hoje pelos empreendimentos turísticos. A dicotomia entre a ilha/prisão, ilha/paraíso foi também abordada, com os escritores a concordarem que pode ser perfeitamente as duas coisas.
Na parte do debate, escritora e presidente da Academia Cabo Verdiana de Letras, Vera Duarte, lançou uma vez mais o desafio aos escritores presentes para que advoguem, em cada um dos seus países, a favor da introdução no ensino fundamental de uma disciplina que estude a cultura dos países lusófonos.
João de Melo recordou, neste contexto, uma ideia lançada pelo também escritor presente no encontro, José Fanha, de criar um espaço de continuado de circulação de livros. “Só assim a lusofonia faz sentido no plano cultural”, disse, lembrando que é Portugal é mais fácil traduzir um livro em outra língua do que editá-lo no Brasil ou em Cabo Verde.
João de Melo sustentou ainda que “todos os movimentos culturais que se geram nas ilhas devem ter como sentido a universalidade”. “A geografia não pode ser vista como forma de contenção literária. Culturalmente temos que levantar e projectar estas ilhas para mais longe”, disse.
Também presentes no debate os escritores moçambicano Luís Carlos Patraquim, brasileiro João Paulo Cuenca e o timorense Luís Cardoso, falaram das suas relações e experiências de insularidade.
O encontro de escritores, promovido pela União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) em parceria com a câmara da Praia, teve ontem um debate sobre poesia e música.

4 Fev 2016

“Terroristas do Xinjiang” treinaram-se no Afeganistão

As autoridades chinesas publicaram ontem os resultados de uma investigação segundo a qual chineses da minoria étnica muçulmana Uigur, da região do Xinjiang, nordeste do país, foram formados “como terroristas” em campos de treino no Afeganistão.
Num despacho difundido ontem pela agência oficial Xinhua, que noticia que os tribunais comutaram as penas de 11 cidadãos chineses condenados por “separatismo” e “participação em ataques terroristas no Xinjiang”, são revelados detalhes da investigação.
Um dos condenados, Memet Tohti Memet Rozi, terá criado no Afeganistão um campo de treino para formar “terroristas” naturais daquela região chinesa com uma área quase 18 vezes superior à de Portugal.
Memet “manteve estreito contacto com grupos talibãs e o Movimento Islâmico do Turquestão Oriental”, uma organização classificada de extremista por Pequim, assinala a Xinhua.
O Xinjiang é frequentemente palco de conflitos entre os Uigur e a maioria Han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional.
O Governo chinês assegura que organizações estrangeiras, oriundas sobretudo do Paquistão e Afeganistão, pactuam com os muçulmanos do Xinjiang.

Penas e tensões

Peritos e grupos de defesa dos Direitos Humanos consideram que a política repressiva de Pequim relativamente à cultura e religião dos uigures alimenta as tensões.
Segundo o anúncio dos tribunais, sete dos condenados viram a sua pena à prisão perpétua comutada com uma sentença de entre 19 anos e meio e 20 anos na cadeia, enquanto a sentença dos outros quatro – 8, 13 e 15 anos – foi reduzida em seis meses.
Entre os convictos consta Huseyin Celil, um Uigur que fugiu da China após ser acusado de terrorismo e conseguiu o estatuto de refugiado da ONU na Turquia, emigrando depois para o Canadá, onde obteve a nacionalidade local.
Em 2006, foi detido no Uzbequistão e extraditado para a China, onde foi condenado à prisão perpétua, entretanto comutada em pena de prisão.
 

4 Fev 2016

Papa Francisco | “Não temam a ascensão da China”

O papa Francisco apelou ao mundo para que “não tema a ascensão da China”, numa entrevista publicada na revista Asia Times em que aborda o impacto da rápida modernização do país mais populoso do planeta.
“O medo não é bom conselheiro”, disse o Papa argentino ao ser questionado sobre os desafios gerados pela abertura de um “gigante” historicamente fechado ao exterior.
“Os homens e as civilizações tendem a comunicar (…) o mundo ocidental, o oriente e a China, todos têm a capacidade e a força de manter o equilíbrio da paz”, assinalou o pontífice católico.
A entrevista, dirigida pelo italiano Francesco Sisci, um especialista nas relações entre a República Popular da China e a Santa Sé, ocorreu numa sala do Vaticano decorada com o quadro da Nossa Senhora Desatadora dos Nós.
A China e a Santa Sé não têm relações diplomáticas e a única igreja católica autorizada pelo Governo chinês é independente do Vaticano.
Convictamente ateu e marxista, o Partido Comunista Chinês, que governa o país desde 1949, proíbe os seus membros – mais de 80 milhões – de seguir qualquer religião.

Obstáculos e avanços

Questionado sobre a política do “filho único”, um rígido controlo da natalidade que vigorou na China desde 1980 até ao início deste ano, o Papa qualificou-a de “dolorosa”.
“A pirâmide está invertida e uma criança tem de suportar o encargo de seus pais e avós. É exaustivo, exigente e desorientador. Não é a forma natural”, sublinhou.
Sobre as profundas alterações na sociedade chinesa, em resultado do trepidante desenvolvimento que transformou em três décadas um país pobre numa potência económica, o Papa lembrou que “o povo chinês está a avançar”.
“É necessário reconhecer a grandeza do povo chinês, que sempre conservou a sua cultura. E a sua cultura – e não falo de ideologias que existiram no passado – não lhes foi imposta”, referiu.
“Acredito que a grande riqueza da China hoje é olhar para o futuro a partir de um presente que é sustentado pela memória do seu passado cultural”, acrescentou.
Oficialmente, o número de cristãos na China continental rondará os 23 milhões, a maioria dos quais protestantes, o que não chega a 2% da população – 1.374 milhões de habitantes, ou cerca de 18% da humanidade.
Fontes ocidentais estimam que haja “dezenas de milhões” de outros cristãos ligadas às chamadas “igrejas clandestinas”.
Nas vésperas do país celebrar o Ano Novo Lunar, a grande festa que reúne as famílias chinesas, o Papa enviou ainda os melhores votos e cumprimentos ao povo e ao Presidente chinês, Xi Jinping.
“O mundo espera pela vossa sabedoria”, concluiu, na primeira mensagem em dois mil anos enviada por um Papa a um líder chinês por altura do Ano Novo Lunar.

4 Fev 2016

Hong Kong | Solteiros contratam acompanhantes para calar família no Ano Novo Chinês

As tradicionais reuniões familiares por ocasião do Ano Novo Chinês estão a fazer com que muitos solteiros em Hong Kong procurem acompanhantes para evitar as habituais perguntas sobre o seu estado civil e contornar a pressão para o casamento.
Solteiros de ambos os sexos na antiga colónia britânica estão a contratar namorados falsos para os acompanharem durante as celebrações, escreve o jornal South China Morning Post.
Anúncios na Jobdoh, uma aplicação de ‘smartphone’ que habitualmente põe em contacto trabalhadores e empregadores, estão a oferecer 250 dólares de Hong Kong por cada hora de presença.
“A resposta é melhor do que eu esperava”, disse a co-fundadora da ‘app’, Xania Wong.
Embora a perspectiva de ser pago e poder comer de graça todas as iguarias tradicionais chinesas desta quadra festiva possa parecer um sonho, a tarefa não é descrita como fácil.
“Vais receber e memorizar toda a informação sobre quem sou, como nos conhecemos e os nossos planos para o futuro, para que a minha família não me chateie”, disse uma das anunciantes à procura de um namorado falso.
“Vais agir como um verdadeiro cavalheiro, atencioso, sem palavrões e não podes fumar”, acrescenta.
O anúncio diz ainda que, idealmente, o candidato deve saber “jogar ‘mahjong’ e conseguir beber muito”.

Além disso, o número de horas de trabalho pode ser difícil de prever, por ser imprevisível o tempo que levam as reuniões familiares.
Alguns solteiros estão também a procurar acompanhantes pagos para visitar os seus familiares no interior da China.
Os interessados têm de enviar um vídeo de 30 segundos para o Jobdoh, com argumentos que atestem que são a pessoa mais indicada para o trabalho.
Os funcionários da aplicação de telemóvel vão depois analisar o vídeo e rever a classificação dada por empregadores, no caso de os candidatos a acompanhantes já terem usado o serviço de recrutamento anteriormente.
“Se conseguires apresentar-te detalhadamente e sorrir muito tens mais hipóteses de ser bem-sucedido”, afirmou Wong.
Nos últimos anos tem-se tornado uma prática popular para os cidadãos do interior da China procurarem parceiros falsos na Internet para os acompanhar nas festividades do Ano Novo Chinês.
A académica Lau Yuk-king, da Universidade Chinesa de Hong Kong, disse ao South China Morning Post que é difícil para as mulheres da antiga colónia britânica procurarem um companheiro, uma vez que continuam a querer homens com um nível de educação e salários superiores aos delas.
“O problema é que hoje é normal as mulheres estarem a sair-se melhor do que os homens”, afirmou.

4 Fev 2016

Venetian | Celebração de Novo Ano traz símios para a cidade

Tudo começou quando Mica Costa Grande e Sofia Salgado voltaram a Macau há uns anos atrás e decidiram ficar. Uma ideia nascida a partir da “Cow Parade” organizada pela primeira vez em Chicago em 1999, como Mica confessa: “vim cá para fazer uma exposição no MAM, lembrei-me disto, em 10 minutos desenvolvi um esboço de proposta, em duas horas mandei-a para vários casinos e 24 horas depois tinha uma resposta positiva do Venetian”. O primeiro evento funcionou por convites mas a partir do segundo os curadores resolveram começar a contactar associações artísticas que assim enviam os seus representantes, além de ainda contarem com artistas individuais, como Sofia Salgado nos adiantou que todos os anos “nos enviam os seus trabalhos e querem participar”.

Menos dinheiro mas muita exposição

Na sua totalidade este evento tem um orçamento de 800 mil patacas sendo que uma escultura custa cerca de 25 mil patacas a produzir em fibra de vidro e cada artista recebe quatro mil para gastar em materiais. “Não dá para muitas grandezas, mas fazemos o que podemos”, diz Bárbara Ian uma das participantes que este ano resolveu “fazer um bocado de moda” baseando-se na ideia das máscaras venezianas que, segundo a tradição, permitem ao utilizador agir de forma mais livre ao poder interagir com os outros livre dos limites da identidade e das convenções diárias. Outro dos artistas convidados foi o cartoonista Rodrigo de Matos que trouxe um macaco disfarçado de panda, baseado na ideia de “ser um animal querido na região e por estar em extinção”, adianta Rodrigo para passar a ideia que “todos nós somos pandas, todos somos animais em vias de extinção”. Relativamente ao montante recebido, Rodrigo acha que “chega para pagar os materiais mas é manifestamente insuficiente para pagar as nossas horas de trabalho”. Confrontado com a redução do orçamento e o valor recebido pelos artistas , Scott Messinger, vice-presidente sénior de Marketing do Venetian alega que “nós também lhes damos uma plataforma de exposição muito grande pois todos estes trabalhos são divulgados nas nossas redes sociais e nas nossas publicações que são globais. A nossa Cotai Style Magazine que está nos quartos do nosso hotel também é distribuída em Singapura e nas nossas propriedades de Las Vegas e Bethlehem, Pensilvânia, portanto os artistas têm uma grande exposição”, explica.

E um leilão?

Até hoje nenhuma das obras produzidas foi vendida. Confrontado com a possibilidade de organizar um leilão, Mica Costa Grande diz-nos que “faz sentido mas como sou de uma família de artesãos tenho muito medo do comércio. Já me falaram disso mas eu tenho muito medo que não funcione. Mas talvez este ano, porque tivemos um corte tão grande no orçamento possamos desenvolver alguma actividade comercial.” Uma opção que para Rodrigo “seria brilhante se pudéssemos ser mais recompensados pelo esforço”. Bárbara partilha as dúvidas de Mica interrogando-se sobre “quem iria ao leilão?”. Quisemos também saber o que o patrocinador Venetian pensa da ideia e a resposta de Scott Messinger não se fez esperar: “Adorávamos fazer parte de uma coisa dessas! Até poderíamos comprar umas peças nós mesmos. Temos aqui trabalhos excelentes e muitos têm a ver connosco.”
As peças vão agora estar expostas na Lagoa do Venetian, no Sands e, em breve, serão distribuídas por vários pontos da cidade como tem sido hábito nos anos anteriores para assim cumprirem a sua premissa de peças de arte urbana. Para o ano vêm os galos pois, a julgar pela conversa que tivemos com Scott Messinger, o Venetian continua interessado na aposta.

3 Fev 2016

Rota das Letras | Cristina Branco vem a Macau em Março

A fadista portuguesa Cristina Branco é um dos nomes confirmados para os espectáculos do festival literário Rota das Letras, a par de João Caetano e Yao Shisan. De Portugal chega ainda António Fonseca para interpretar Os Lusíadas no Teatro D.Pedro V

[dropcap]A[/dropcap] área dos espectáculos do festival literário Rota das Letras vai pautar-se por uma mistura plena das culturas chinesas e portuguesa. O nome de Cristina Branco, uma das mais conhecidas fadistas da nova geração, vai actuar no Centro Cultural de Macau (CCM) no dia 12 de Março. Para além disso, o músico de Macau João Caetano dará um espectáculo em conjunto com Yao Shisan, artista folk chinês que ficou conhecido do grande público com a publicação do single “Blind” em 2011. As suas músicas são cantadas no dialecto da sua terra natal, Guiyang, da província chinesa de Guizhou, enquanto que as letras “reflectem situações do quotidiano, salpicadas de grandes doses de um humor perspicaz”.

Cristina Branco começou a sua carreira na música na década de 90, tendo sido uma das artistas a mudar a forma como o Fado é cantado nos dias de hoje. Para a organização do Rota das Letras, a fadista “definiu o seu percurso, no qual o respeito pela tradição e o desejo de inovar andam de mãos dadas”. Cristina Branco já gravou letras e poemas de Luís de Camões, Fernando Pessoa, David Mourão-Ferreira ou José Afonso, para além de compositores internacionais como Paul Éluard ou Léo Ferré.

Outras músicas

Ainda nos palcos, o Rota das Letras assinala o 400º aniversário da morte de Tang Xianzu, dramaturgo da dinastia Ming, e traz a ópera chinesa Pavilhão das Peónias, uma das mais famosas, com o grupo de Ópera Cantonesa de Foshan. No dia 6 de Março o público poderá assistir a uma adaptação da ópera Pavilhão das Peónias, no Teatro D.Pedro V.
Ainda neste icónico espaço haverá lugar para o teatro luso. António Fonseca vai interpretar o texto de Os Lusíadas, do escritor português Luís de Camões, em duas horas e meia de espectáculo. António Fonseca levou quatro anos a decorar os mais de oito mil versos que compõem a mais importante obra de literatura portuguesa, tendo estreado o espectáculo em 2012.

O espectáculo de ópera chinesa terá lugar às 20h00 e os bilhetes custam 50 patacas, podendo ser adquiridos na Livraria Portuguesa ou no Edifício do Antigo Tribunal a partir dos dias 15 e 29 de Fevereiro. O espectáculo de Os Lusíadas tem entrada livre e começa às 19h30. Os lugares são limitados a um máximo de dois bilhetes por pessoa, podendo ser adquiridos nas mesmas datas e lugares acima descritos. Já os espectáculos de música custam 150 patacas.

3 Fev 2016

China | Centro de apoio a mulheres fechado por receber donativos estrangeiros

Um centro de apoio jurídico para mulheres em Pequim, apoiado pela possível candidata à presidência dos Estados Unidos Hillary Clinton, foi “provavelmente” encerrado por ter recebido donativos provenientes do estrangeiro, avançou ontem um jornal estatal.
“O requerimento terá sido feito na sequência dos fundos atribuídos por organizações estrangeiras”, afirma o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo Diário do Povo, órgão central do Partido Comunista Chinês (PCC).
O jornal detalha que o centro recebeu donativos da Fundação Ford, uma entidade sediada em Nova Iorque.
O anúncio do encerramento do Centro de Serviços e Aconselhamento Jurídico para Mulheres Zhongze, destinado a chinesas com baixos rendimentos, foi confirmado na segunda-feira através de um comunicado.
Na nota, a organização agradece aos seus apoiantes, sem avançar com uma explicação.

Parcerias obrigatórias

A decisão surge numa altura em que o Governo chinês pretende aprovar um projecto de lei que, entre outras medidas, estipula que as Organizações Não Governamentais (ONG) estrangeiras estabeleçam uma parceria com pelo menos um órgão governamental e submetam os seus planos de acção à polícia, para aprovação.
Os voluntários de ONG estrangeiras a operar na China são frequentemente acusados na imprensa local de pretenderem sabotar a segurança nacional ou “conspirar” contra o PCC, que governa num sistema unipartidário.
No mês passado, a China deteve e deportou o sueco Peter Dahlin, co-fundador da ONG China Action, que cooperou com advogados chineses, por alegadamente representar uma ameaça à segurança nacional.
O centro Zhongze foi fundado pelo advogado Guo Jianmei, depois de uma conferência de alto nível organizada em 1995 pelas Nações Unidas, em Pequim, em torno da questão dos direitos das mulheres.

A voz da América

Hillary Clinton, que marcou presença na referida conferência, reagiu, entretanto, através da sua conta oficial no Twitter: “O que em 1995 era verdade em Pequim; é verdade hoje: os direitos das mulheres são direitos humanos. O centro devia manter-se – o meu apoio para Guo”.
Só no ano passado, mais de 130 advogados dos Direitos Humanos e funcionários relacionados foram detidos na China.
Em editorial, o Global Times refere que “casos sensíveis” e “fundos oriundos do estrangeiro” recebidos pelo centro “ajudam a explicar o caso”.
“Os donativos tinham um cunho político e selectividade passível de perturbar sociedade chinesa”, acusa o jornal.
O centro mediatizou-se por defender Deng Yujiao, que ao reagir com uma faca a uma tentativa de violação por um funcionário do Governo, em 2009, acabou por o matar.

3 Fev 2016

DSAT quer aumento de multas para estacionamento abusivo

Em resposta à interpelação oral da deputada Wong Kit Cheng, sobre os lugares de estacionamento nas vias públicas, Raimundo do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Públicas indicou que “sejam os lugares nos auto-silos ou nas vias públicas”, o Governo vai “reduzir a ocupação”. “O que vamos fazer a curto prazo é que em colaboração com a DSAT [Direcção para os Serviços dos Assuntos de Trânsito] e a PSP [Polícia de Segurança Pública] vamos dar conhecimento que há muitos lugares para motociclos”, apontou. O director da DSAT, Lam Hin San, indicou que o Governo pretende “elevar as multas no caso de reboque de veículos para reduzir os abusos”. “Quanto ao estacionamento por um longo período de tempo também falámos com a PSP. No ano passado, como disse o Secretário, tínhamos 350 lugares nas vias públicas. Há auto-silos que não são muito ocupados e vamos continuar a trabalhar. Se for necessário os veículos do Governo poderão começar a ficar nesses parques menos ocupados”, apontou.

2 Fev 2016

AL | Raimundo do Rosário disse não saber como implementar sistema de reciclagem

O Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, admitiu, em sessão plenária da Assembleia Legislativa (AL), que o plano de reciclagem para o território falhou e que não sabe como melhorar as campanhas de sensibilização.
“Tem havido um fracasso em Macau, é um plano fracassado. Em frente da minha casa tenho um recipiente de aço para recolha de plástico, papel e metais. Nunca me cruzei com alguém a fazer o mesmo, já fui lá várias vezes”, disse Raimundo do Rosário, durante um debate dedicado a responder às perguntas dos deputados.
“Temos feito acções de sensibilização, destinadas a crianças e adultos. Entendo que se trata de uma obrigação do cidadão. Ensinar que se deve deitar o papel [no papelão], não sei como deve ser feito isto. Tenho andando atrás da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental [em relação a este assunto], mas como é que podemos incutir essa ideia às pessoas?”, indagou.
Raimundo do Rosário admitiu também não saber “o que acontece” aos resíduos após a sua colocação nos pontos de recolha. “Quando coloco um resíduo num local não sei o que lhe acontece. Será que todos os resíduos vão ser misturados? Isso não sei. Vou informar-me”, afirmou.
O Secretário respondeu assim à questão da deputada Chan Hong, que indicou que a “taxa de reciclagem é desproporcionada em comparação com o avolumar do lixo e o desenvolvimento económico” e “está aquém do objectivo definido”.
Chan Hong perguntou ao Secretário pelos resultados de um estudo que o Governo encomendou sobre o sector de recolha de resíduos, mas Raimundo do Rosário indicou apenas que “os resultados estão a ser analisados”.
Quanto à criação de uma lei sobre a recolha e separação do lixo, uma questão levantada pela mesma deputada, o Secretário considerou não ser necessária. “Ou a pessoa tem intenção de fazer isto ou não tem. Acho que mais vale reforçar a sensibilização. Agora, produzir uma lei para obrigar as pessoas a separar o lixo? Não temos intenção, temos mais leis para produzir”, concluiu.

2 Fev 2016

Alexis Tam | Salários dos médicos são “muito baixos”

Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, disse ontem à margem de um evento público que os salários dos médicos deveriam ser mais elevados. Segundo a Rádio Macau, Alexis Tam disse que os salários são “muito baixos” e que não conseguem atrair profissionais de saúde de fora. “Com este vencimento actual da Administração Pública de Macau, acho que já não conseguimos atrair os bons profissionais, incluindo médicos, enfermeiros e de outras áreas. Com estas condições, eles não vêm. Mesmo da China. Hoje em dia, os médicos da China estão a ganhar muito bem e não querem vir para Macau. O vencimento é muito baixo”, referiu Alexis Tam, à margem de uma visita ao Lar da Nossa Senhora da Misericórdia e à Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC). Apesar da necessidade, não há uma data para actualizar os salários. “Ainda vamos estudar”, explicou o Secretário, antes de acrescentar que o processo “não vai ser fácil” porque exige “consenso de toda a sociedade”.

2 Fev 2016