Hoje Macau China / ÁsiaPaz no estreito de Taiwan é importante para segurança regional [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] manutenção da paz no estreito de Taiwan “representa uma parte muito importante na segurança regional”, independentemente do partido que governe a ilha, disse na terça-feira a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, em visita ao Paraguai. “Independentemente do partido que esteja no poder em Taiwan, temos sempre um único e comum objectivo que é manter a paz e a estabilidade no estreito”, destacou Tsai Ing-wen, do Partido Democrata Progressista (PDP). Nesse sentido, explicou estar “certa” de que todas as partes interessadas na manutenção da paz no estreito de Taiwan “vão ajudar, de uma outra forma”, a prosseguir esse objectivo. “Todas as partes vão trabalhar de forma comum, tendo em conta que a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan representa os máximos interesses para todas as partes pertinentes”, afirmou a chefe de Estado. Canais entupidos Tsai Ing-wen, que se encontra de visita oficial no Paraguai até quinta-feira, também falou sobre a recente suspensão de comunicações oficiais entre Taipé e Pequim. “Vamos continuar a dialogar com a China, apesar de neste momento, temporariamente, os canais de negociações oficiais se encontrarem interrompidos. Todavia, ainda existem outras opções de comunicação e diálogo”, disse. Neste sentido, sublinhou que Taiwan vai utilizar todos os recursos disponíveis “para que essa diferença de posturas se possa manter no caminho da paz”. A China justificou a sua decisão, anunciada no domingo, de suspender todas as comunicações com Taiwan com a recusa, por parte de Tsai Ing-wen de aceitar o chamado “Consenso de 1992”, que foi a base política das relações bilaterais nos últimos anos. Ao abrigo do “Consenso de 1992”, as duas partes reconhecem que existe apenas uma China, mas cada um dos lados faz a sua própria interpretação desse princípio. Taipé disse, em reacção, que irá manter as portas do diálogo abertas e fez um apelo para que “ambas as partes cooperem na protecção dos direitos e bem-estar” dos cidadãos de ambos os lados do estreito de Taiwan. O anúncio da suspensão das comunicações teve lugar quando a Presidente de Taiwan viajava para o Panamá, onde participou, no fim de semana, na abertura da ampliação do Canal, donde seguiu depois para o Paraguai. O Paraguai é o único país da América do Sul que mantém laços diplomáticos com o Governo de Taipé, e o primeiro país onde Tsai se desloca enquanto chefe de Estado, depois de ter tomado posse no passado dia 20 de Maio, numa cerimónia que contou com o Presidente paraguaio, Horacio Cartes. A América Latina e o Caribe constituem o principal ‘bastião’ diplomático de Taiwan na sua disputa de soberania com a China, já que 12 dos 22 aliados diplomáticos da ilha pertencem a essa região do mundo, incluindo o Paraguai.
Hoje Macau h | Artes, Letras e IdeiasQue estamos nós aqui a fazer, tão longe de casa? | O estripador [dropcap style≠’circle’]“M[/dropcap]eu Amor. Tenho tantas saudades tuas. Faz-me um favor. Coloca a minha música e canta comigo: “Yan jim jeui liu ye gang sam / Joi je yat hak do mo jip gan / Si seung fong chi joi yiu ham / Maau teun ya gang sam // Chang bei po seui gwo dik sam / Yeung nei gam tin hing hing tip gan / Do siu ngon wai kap yi man / Tau tau dik joi saang // Ching naan ji gam / Ngo keuk kei sat suk yu / Gik dou yung yi sau seung dik neui yan / Bat yiu bat yiu bat yiu jau loi jau heui / Ching jan sik ngo dik sam // Yu ming baak ngo / Gai juk ching yun yit lyun / Je go yung yi sau seung dik neui yan / Bat yiu dang / Je yat hak ching yit man // Cheung ye yau nei jeui ya jan / Yeung ngo jung yu jaau dou seun yam / Bat gun yat chai si yi man / Faai lok si ching yan // Chang hoi pa liu je yat saang / Si nei chi jung gam sam kaau gan / Ngo fong ji yung yau jeuk yun fan / Cheung gin ngo seun sam // Chang bei po seui gwo dik sam / Yeung nei gam tin hing hing tip gan / Do siu ngon wai kap yee man / Tau tau dik joi saang // Ching naan ji gam / Ngo keuk kei sat suk yu / Gik dou yung yi sau seung dik neui yan / Bat yiu bat yiu bat yiu jau loi jau heui / Ching jan sik ngo dik sam // Yu ming baak ngo / Gai juk ching yun yit lyun / Je go yung yi sau seung dik neui yan / Jung chi yat saang ya fo bun dik yit man // Cheung ye yau nei jeui ya jan / Yeung ngo jung yu jaau dou seun yam / Bat gun yat chai si yi man / Faai lok si ching yan // Ching naan ji gam / Ngo keuk kei sat suk yu / Gik dou yung yi sau seung dik neui yan / Bat yiu bat yiu bat yiu jau loi jau heui / Ching jan sik ngo dik sam // Yu ming baak ngo / Gai juk ching yun yit lyun / Je go yung yi sau seung dik neui yan / Bat yiu dang / Je yat hak ching yit man // Cheung ye yau nei jeui ya jan / Yeung ngo jung yu jaau dou seun yam / Bat gun yat chai si yi man / Faai lok si ching yan. 1 Por vezes gostava de poder acreditar em cartomancia. Acreditar que existe algo premonitório numa coisa completamente alienatória como uma sequência de cartas. Ou em astrologia. Acreditar que de cada vez que olho para as constelações algo se mexe a meu favor. Ou numa outra coisa qualquer que me desse a sorte que nunca senti ter. Por vezes gostava de poder acreditar em tudo isto se realmente significasse felicidade. Quando assim o não é tenho medo e recuso-me a acreditar. Ontem cruzei-me com esta estranha mulher na casa de chá. Ela olhou para mim, deitou umas cartas na mesa e disse-me que tudo é em vão. Que a confirmação de reunião do meu coração com o da minha alma gémea precisa de dez anos de romance para se confirmar. Dez anos. Nós estamos assim escondidos vai para um ano e meio. Ainda falta muito. Ela disse-me que era tudo em vão porque esse ciclo iria ser quebrado. É inacreditável. Tudo o que tenho sofrido durante este período com este homem. Neste casamento. Onde tudo tem sido amargo ou sem sabor. E tu. Tu que me fazes acreditar na felicidade. Tu que adocicaste a minha vida. Tu, e só tu. E o acreditar que seremos felizes e que o seremos muito, muito felizes. Vou-te contar uma outra coisa para perceberes esta minha súbita ansiedade. É sobre a tua mãe. Mas não fiques triste com ela. Tenta perceber que ela é de outra geração e que, na realidade só quer o melhor para ti. A tua mãe sempre se opôs ao meu relacionamento contigo mas eu também sempre acreditei que com tempo a iria conquistar. Sabes que ela encontrou-se comigo antes de eu vir para o Japão e insistiu que a nossa reunião está errada. Mas está errada porque as estrelas o assim dizem. Porque as estrelas não o querem. Que as nossas datas de nascimento não se conjugam e que esta nossa insistência nos acabará por trazer má sorte. Tenta percebê-la. Tu és filho e ela quer proteger-te. Na altura disse-lhe a brincar que as estrelas estavam tontas e não voltei a pensar muito nisso. Mas ontem, com este estranho encontro, voltei a ouvir o eco da voz da tua mãe. Se assim for é realmente uma história triste. Na realidade sempre odiei esse tipo de adivinhação que não deixa espaço para nada mais. Como se o destino fosse a única coisa que conta. E o que é mesmo o destino? Pergunto eu. Com apenas algumas palavras pode-se arruinar uma pessoa. Pode-se arruinar um par de amantes profundos. E tu meu doce? Acreditas em superstições? ‘Baby’, vamos chegar a acordo, ok? Não importa quantos obstáculos tivermos diante de nós vamos sempre segurar a mão um do outro e passar o resto da nossa vida juntos, ok? Casar, sei eu agora, que é uma coisa fácil. Mas casar com alguém que te ame a vida inteira, que te respeite, que respeite a tua família, que lute pelo amor todos os dias, que seja sempre compreensivo, isso é difícil. Estou tão ansiosa. Eu acredito em nós. Acredito que quando duas pessoas se apaixonam elas irão tentar o seu melhor para ficar juntos. Não importa o quão difícil a estrada é. Promete-me que não desistes de mim. Que se eu desaparecer tudo farás para me encontrar de novo. Querido, eu sou sincera. Aqui, nesta terra, tão longe de onde estás. Que não te posso ver se assim o quiser. Não quero acreditar nestas premonições. Querido, talvez em todo mundo as pessoas tenham que sofrer. Talvez em todo o mundo exista traição. Mas que digo eu que traio o meu marido contigo. Mas não posso considerar isto traição. A maior traição é ter-te encontrado e não fazer tudo para ficar contigo. A maior traição é para contigo. A maior traição é para comigo. Sabes que por vezes julgo que o meu marido é gay. O que realmente me choca. Como pôde ele casar-se comigo? Nada lhe interessa em mim. A ele só lhe interessa a carreira. E eu sou apenas uma capa. Um instrumento para o reconhecimento dele na sociedade. Porque passa ele mais tempo com o seu assistente que comigo? Tudo isto me deixa imensamente triste. Parece que tudo está errado. Mas serei tola? Mas estarei errada? Estarei errada porque te amo? Então que posso eu fazer? Quando penso em ti tudo é beleza. Tudo é tão puro a meus olhos. Meu amor eu ainda sou apenas uma menina. Uma menina simples que não se quer enganar. Por isso hoje vou-lhe dizer tudo e amanhã volto para ti. Volto para que me contes as tuas histórias. Para que suspires e me digas que me amas a cada frase. Para que me confortes sempre que eu estiver em baixo. E a fraude deste meu casamento terá os seus dias contados. E será mais fácil de o terminar. Porque não posso mais viver com esta dor. Não posso mais perder o nosso tempo. Porque este homem não me valoriza. Porque tu existes e eu quero desfrutar a minha vida feliz, a cantar e a dançar e a portar-me como uma adolescente. Para sempre adolescente. E acreditar que tanto a tua mãe como esta mulher com quem me cruzei estão erradas. E acreditar nas cores. E acreditar na aventura. E acreditar que o amor tudo conquista. E acreditar na beleza. E acreditar na juventude em diferentes idades. E acreditar. E acreditar. Amanhã vou acordar e vou acreditar que sou muito bonita. Que sou positiva, activa e aberta e que enquanto estiveres a ler esta carta eu vou estar no avião que me levará de volta a ti. Vou acreditar que esta inquietação é por saudades. Tantas saudades. Amanhã vou acordar e serei apenas e só tua e quando chegar iremos nos beijar como fogo. A tua princesa. Daphne 1. “Mulher frágil” por Faye Wong – Ficamos lentamente bêbados à medida que a noite se adensa / Neste momento em que estamos tão perto um do outro / Trémulos parecem os meus pensamentos / Contradições que crescem profundas // Mesmo que o meu coração tenha sido quebrado uma vez / Hoje deixo-te gentilmente aproximares-te dele / Que reconfortante embora que também existam dúvidas / Secretamente a crescer dentro de mim // O amor é difícil de resistir / Eu sou de facto / Uma mulher frágil que é realmente fácil de magoar / Por favor não, por favor não, por favor não apareças e de repente desapareças / Por favor tem pena e aprecia o meu coração // Se me compreendes / Então continua o teu amor / Com esta mulher frágil que facilmente se magoa / Não esperes mais / Beija-me apaixonadamente // Contigo hoje à noite. É difícil de acreditar mas é real / Eu sou finalmente capaz de recuperar a minha fé / Apesar de toda a incerteza / Na felicidade dos amantes // Eu estive uma vez com medo desta vida / És tu quem eu posso finalmente apoiar-me / Eu sei que devo abraçar este destino / Que irá ajudar-me a reconstruir a minha confiança // Mesmo que o meu coração tenha sido quebrado uma vez / Hoje deixo-te gentilmente aproximares-te dele / Que reconfortante embora que também existam dúvidas / Secretamente a crescer dentro de mim // O amor é difícil de resistir / Eu sou de facto / Uma mulher frágil que é realmente fácil de magoar / Por favor não, por favor não, por favor não apareças e de repente desapareças / Por favor tem pena e aprecia o meu coração // Se me compreendes / Então continua o teu amor / Com esta mulher frágil que facilmente se magoa / Até ao fim desta vida a beijar-mo-nos como fogo // Contigo hoje à noite. É difícil de acreditar mas é real / Eu sou finalmente capaz de recuperar a minha fé / Apesar de toda a incerteza / Na felicidade dos amantes // O amor é difícil de resistir / Eu sou de facto / Uma mulher frágil que é realmente fácil de magoar / Por favor não, por favor não, por favor não apareças e de repente desapareças / Por favor tem pena e aprecia o meu coração // Se me compreendes / Então continua o teu amor / Com esta mulher frágil que facilmente se magoa / Não esperes mais / Beija-me apaixonadamente // Contigo hoje à noite. É difícil de acreditar mas é real / Eu sou finalmente capaz de recuperar a minha fé / Apesar de toda a incerteza / Na felicidade dos amantes (tradução livre) José Drummond
Hoje Macau China / ÁsiaBrexit | Díli em diálogo com Lisboa e Londres sobre luso-timorenses [dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]imor-Leste está em contactos preliminares com as autoridades portuguesas e inglesas para acompanhar a situação dos luso-timorenses no Reino Unido, na sequência do referendo de saída da União Europeia, disse ontem o chefe da diplomacia timorense. “Estamos em contacto com as autoridades inglesas sobre o processo que vai decorrer até 2018. E estamos em contacto com Portugal para ver quais são os passos, em caso de haver uma alteração da lei laboral na Inglaterra em relação aos cidadãos da UE”, disse Hernâni Coelho. “Estamos a antecipar possíveis acontecimentos depois desta decisão do referendo. Mas neste momento ainda é cedo demais para especular sobre o que vai acontecer. Estamos em contactos preliminares, mas temos que ver como decorrem agora as negociações e se implementa esta decisão”, sublinhou. O ministro dos Negócios Estrangeiros timorense disse que os dados indicam que residam no Reino Unido cerca de 16 mil cidadãos portugueses naturais de Timor-Leste. Remessas de peso Anualmente milhares de timorenses, beneficiando da lei da nacionalidade portuguesa, deslocam-se ao consulado em Díli para obter nacionalidade portuguesa que usam, na maioria dos casos, para ir trabalhar para o Reino Unido. As remessas que enviam para Timor-Leste, como ocorre com emigrantes timorenses noutros locais, são significativas para muitas famílias timorenses. As contas do Governo indicam que os luso-timorenses no Reino Unido podem mandar em média para Timor-Leste cerca de 30% do seu salário, que rondará um valor aproximado de 2.000 dólares. Isso implicaria que, mensalmente, chegariam a Timor-Leste remessas do Reino Unido de milhões de dólares, valor que Hernâni Coelho admite ser difícil estimar com certeza. Mais claro, por exemplo, são os dados das remessas dos cerca de 2.000 trabalhadores timorenses que estão na Coreia do Sul – no âmbito de um programa bilateral – e que enviam para Timor-Leste anualmente entre 10 e 12 milhões de dólares. Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido deve sair da UE, depois de o ‘Brexit’ (nome como ficou conhecida a saída britânica da União Europeia) ter conquistado 51,9% dos votos no referendo de quinta-feira. Logo na sexta-feira, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou a sua demissão, com efeitos em outubro, e os líderes da UE defenderam uma saída rápida do Reino Unido. O Conselho Europeu reúne-se na terça e quarta-feira em Bruxelas para analisar os cenários pós-Brexit.
Hoje Macau SociedadeDeficiência | Sociedade de Macau é inclusiva, diz estudo Um estudo realizado pelo Instituto Politécnico de Macau conclui que a sociedade é inclusiva em relação aos portadores de deficiência. Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, promete novas instruções anti-barreiras para 2017 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] população local acolhe os portadores com deficiência e tenta inclui-los na sociedade. É a conclusão de um estudo realizado a pedido do Governo pelo Instituto Politécnico de Macau (IPM), o qual foi ontem apresentado numa reunião da Comissão para os Assuntos de Reabilitação. Segundo a Rádio Macau, a população acolhe quem é deficiente e respeita a diferença. “Através deste estudo conseguimos perceber que a população, de uma forma geral, aceita trabalhar com pessoas com deficiência e querem conviver com eles. Quanto aos transportes públicos, sentem-se confortáveis se houver alguém com deficiência que se sente ao seu lado”, disse Choi Sio Un, chefe do Departamento de Solidariedade Social do Instituto de Acção Social. Ainda segundo a Rádio Macau, a sociedade mostra mais reservas em relação à constituição de família por parte dos portadores de deficiência. “Quanto ao casamento e procriação entre pessoas com deficiência, a população em geral tem uma atitude um pouco fechada. Preocupa-se com os apoios disponíveis. Mas percebe que as pessoas com deficiência têm direito a casar e a ter filhos”, disse Choi Sio Un. O Instituto de Acção Social (IAS) confirmou aos jornalistas que não houve pedidos de esterilização de deficientes, um ponto avaliado pela Organização das Nações Unidas (ONU) quanto à aplicação da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência. O IAS também não registou casos de violência, mas falou de situações de discriminação, relacionadas com o estacionamento nas vias públicas. Instruções a caminho O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, promete elaborar novas instruções para um território livre de barreiras, as quais deverão ser implementadas em 2018. “O gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura encontra-se a coordenar o trabalho relativo à elaboração das “Instruções sobre as normas para a concepção de design universal e livre de barreiras”, no sentido de que esse trabalho possa ficar concluído em 2017 e que as mesmas instruções possam ser aplicadas em 2018 aos novos empreendimentos públicos e obras subsidiadas”, pode ler-se num comunicado oficial. Quanto ao estudo elaborado pelo IPM, Alexis Tam terá dito que o documento “poderá servir como um instrumento de apoio ao Governo na avaliação da situação actual dos portadores de deficiência, com vista à elaboração da correspondente política de reabilitação”. O Secretário terá dito ainda que “futuramente se irá reforçar a educação cívica e as acções de sensibilização a nível comunitário, por forma a aprofundar plenamente os conhecimentos e a compreensão por parte da população”. Foi ainda anunciada a criação do “Grupo de trabalho para os assuntos de acessibilidade”, o qual terá “o objectivo de facultar opiniões sobre as estratégias, planos e trabalhos relativos à construção de um ambiente livre de barreiras”.
Hoje Macau China / ÁsiaEditor adjunto da revista do Partido Comunista Chinês suicidou-se Deprimido por causa dos embates ideológicos no seio do Partido, Zhu Tiezhi, de 56 anos, enforcou-se no parque de estacionamento do edifício da revista. As ligações a um antigo assessor, caído em desgraça, de Hu Jintao, podem também estar na origem da tragédia [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] editor adjunto da revista do Partido Comunista da China (PCC) suicidou-se, informou ontem a imprensa chinesa, na qual circulam inúmeras hipóteses sobre as razões da morte, que incluem lutas políticas internas, liberdade de expressão e corrupção. Zhu Tiezhi, 56 anos, reputado ensaísta das teorias do PCC e editor adjunto da publicação periódica Qiushi (“A busca pela verdade”) enforcou-se no parque de estacionamento do edifício que alberga os escritórios da publicação periódica do PCC, de acordo com informações publicadas ontem pelos órgãos de comunicação social chineses. Segundo a revista Caixin, que cita um amigo da vítima, Zhu estava deprimido com os conflitos ideológicos no seio do partido entre reformistas e os defensores, cada vez mais virulentos, de uma linha conservadora. Se o PCC não puder resolver os verdadeiros problemas, “os debates ideológicos tornar-se-ão conversas vazias e irão minar a confiança mútua entre o partido, o Governo que lidera e as pessoas”, disse, citando um artigo de Zu. Cerco maior Desde a chegada ao poder do Presidente chinês, Xi Jinping, no final de 2012, as autoridades restringiram o espaço para debate tanto no seio do partido como na sociedade em geral. Zhu acreditava, porém, que, como académico, deveria preservar a sua integridade, a sua forma independente de pensar e as suas opiniões únicas, indicou a mesma revista, citando o amigo não identificado. Mas, sublinha a Caixin, “essa preocupação não se coaduna com o apelo do partido para que os seus membros se unam atrás da linha do partido”. O portal no Diário do Povo, órgão oficial do PCC, publicou no domingo um curto artigo sobre a morte de Zhu sem entrar, contudo, em detalhes sobre as causas para o suicídio, cometido no passado dia 25. O texto foi visto por inúmeros órgãos de comunicação, mas a maioria apenas o referiu ontem. Órgãos de comunicação social chineses no estrangeiro especularam que Zhu se matou em parte por causa das suas ligações a Ling Jihua, um antigo assessor do antecessor de Xi Jinping, Hu Jintao, caído em desgraça. O antigo ‘braço direito’ do ex-Presidente chinês Hu Jintao foi acusado, em Maio, de ter aceitado subornos e obter ilegalmente segredos de Estado. Ling Jihua, 59 anos, era uma figura proeminente política chinesa até ter sido expulso do Partido Comunista Chinês (PCC), acusado de “grave violação da disciplina” e de ter “trocado poder por sexo”.
Hoje Macau China / ÁsiaHK | Para CY Leung “não é realista” recomeçar a reforma política O Chefe de Hong Kong recusa pensar em reforma política até ao final do mandato, ou seja daqui a um ano. “Não há tempo”, assegura o governante que garante Hong Kong como uma “sociedade plural” com “leis de difamação muito liberais” e, em relação ao “segundo sistema”, diz estar vivo e de boa saúde. Recandidatura? Ainda não decidiu [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]Y Leung, líder do Governo de Hong Kong, não pretende, no ano que lhe resta até ao fim do mandato, retomar o processo da reforma política, alegando que “não tem tempo”, “não é realista” e não há consenso na sociedade. “Por mais que quisesse retomar o processo de desenvolvimento político, não acho que vá ter tempo nos próximos 12 meses e não acho que temos o consenso necessário na sociedade (…). Sei que Pequim não vai rever a Lei Básica, não é realista recomeçar o processo”, disse, em entrevista ao South China Morning Post. Em 2014, Pequim avançou com uma proposta de reforma política que previa a introdução de voto universal para o líder do Governo, mas só depois de os candidatos (dois a três) serem pré-seleccionados por uma comissão de 1.200 membros, vista como próxima de Pequim. A proposta, que esteve na origem do movimento Occupy Central, que durante 79 dias bloqueou as ruas da cidade, foi rejeitada pelo Conselho Legislativo. Na mesma entrevista, CY Leung garantiu que Hong Kong permanece uma cidade plural e livre, apesar dos receios de um maior controlo de Pequim, particularmente após o caso dos cinco livreiros de Hong Kong que desapareceram, sendo meses depois conhecido que tinham sido detidos pelas autoridades da China. “Somos uma sociedade plural. Permitimos que se façam todo o tipo de sondagens. Permitimos que as pessoas desenhem todo o tipo de cartoons. Temos leis de difamação muito liberais em Hong Kong. Não pomos pessoas atrás das grades porque atacam o chefe do executivo. É parte da vida em Hong Kong”, afirmou. Apesar disso, e mesmo tendo em conta o caso dos livreiros, que gerou receios de uma ameaça ao princípio ‘Um país, dois sistemas’, o governante admitiu que a diplomacia com a China é feita com cuidado. “Entre governos de países soberanos, as pessoas não usam uma diplomacia de megafone. O mesmo se passa com Hong Kong e a China. Não vou dizer se esta é a mais grave ameaça ao princípio ‘Um país, dois sistemas’. O principal é que quero expressar e transmitir as preocupações das pessoas de Hong Kong a Pequim e espero uma resposta de Pequim a essas preocupações”, disse. Na China, sê chinês Na segunda-feira, as autoridades de Pequim e Hong Kong concordaram em iniciar a discussão para melhorar o mecanismo de notificação recíproca lançado no ano 2000. CY Leung frisa que o mais importante neste processo é “saber o mais rapidamente possível quando um residente de Hong Kong é detido numa jurisdição fora de Hong Kong”. “Isso aplica-se a governos estrangeiros e deve também aplicar-se à China, porque temos dois sistemas diferentes. O que quero é um acordo semelhante ao que temos com jurisdições estrangeiras. O elemento chave é a notificação. Acho que as pessoas de Hong Kong têm noção de que quando estão fora de Hong Kong, se espera que cumpram as leis do país ou cidade de acolhimento”, afirmou. Dos cinco livreiros que desapareceram entre Outubro e Dezembro do ano passado e só este ano reapareceram sob a custódia das autoridades chinesas, três foram detidos na China, um na Tailândia e outro, Lee Bo, em Hong Kong – a sua saída da cidade nunca foi registada num posto fronteiriço. Na mesma entrevista, CY Leung diz ainda não ter decidido se quer concorrer a um segundo mandato.
Hoje Macau h | Artes, Letras e IdeiasStephen Hawking, aliens e clássicos chineses 中国古典文学与外星人 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] semana passada o meu lado europeu esteve absorvido com os debates deprimentes sobre o Brexit. No entanto, o meu lado chinês exultou com duas notícias vindas do meu País natal. Ambas demonstravam o empenho da China na procura de E.T.s. No início da semana, o canal CCTV mostrou as fotos de um enorme telescópio de abertura esférica, com um prato de 500 metros de diâmetro, colocado no cimo de uma montanha na província de Guizhou. As instalações ocupam uma área equivalente a 30 campos de futebol, num perímetro de 1.6 quilómetros. Desde 2011, foi investido no projecto um total de 1.2 biliões de yuans. Ligado a um dos mais potentes computadores astronómicos, o Sky Eye 1 天眼 1, o rádio telescópio mais sensível do mundo, deixou a China mais perto de um sonho há muito ambicionado, a demanda por vida extra-terrestre através do espaço sideral. A segunda notícia falava sobre o fim provável da exclusão da China da ISS (International Space Station), que vigora desde 2011 (por razões de “Segurança Nacional”, é a desculpa formal). Se as políticas terráqueas tiverem algum significado nas esferas celestes é bom ficar a saber que este mês, a Agência Espacial Chinesa e o Comité das Nações Unidas para os Assuntos do Espaço Exterior (UNOOSA) anunciaram uma parceria que permitirá aos cientistas de Países membros das Nações Unidas a realização de experiências e o envio de astronautas para a estação espacial chinesa, a partir de 2020. Gostei do que li. A escritora que há em mim começou logo a brincar com as palavras e a criar metáforas alusivas à situação. Dei comigo a pensar que, de facto, a China por tradição procura identificar os territórios situados entre a ciência e o pensamento. A propósito, vale particularmente a pena mencionar dois clássicos da literatura. O Guia das Montanhas e do Mar (山海经), de autor desconhecido. A maioria dos teóricos defende que esta colecção de 18 livros não foi escrita por uma só pessoa. O mais provável é ser a mais antiga colaboração colectiva, uma espécie de wikipédia da altura, que permitia que as pessoas comuns fossem acrescentando conteúdos ao longo dos anos, possivelmente desde a Dinastia Xia (2070 – 1600 AC) até à Dinastia Jin (265-420 DC). As ilustrações dos textos são a parte essencial da obra. Porque a mentalidade chinesa não procura construir e apresentar teorias precisas, o Guia vale sobretudo como um dos primeiros livros de pintura. Apresenta uma panóplia de criaturas míticas oriundas de uma cosmografia única e muito antiga; fantásticos encontros com aliens têm lugar em montanhas, rios, ilhas e mares alienígenas, num cenário decorado por plantas e minerais exóticos. Ao contrário dos seus congéneres europeus, do mesmo período medieval, as criaturas do Guia não são tratadas como figuras alegóricas, mas sim como entidades reais inseridas na paisagem e, é preciso salientar, este manual era originalmente um guia para viajantes. Contem algumas passagens indecifráveis que podem ser lidas como literatura nonsense, ou será que eram resultado dos efeitos de uma curvatura do tempo-espaço?! Por puro acaso, – ou se calhar não, quem sabe? – em Abril, Stephen Hawking abriu uma conta no Weibo, a versão chinesa do Twitter. Para estabelecer contacto com os internautas chineses, Hawking utilizou uma das minhas histórias favoritas de sempre, que pertence a um outro clássico, Mestre Zhuang 庄子. Hawking escreveu “Mestre Zhuang sonhava transformar-se em borboleta – talvez por ser um homem que amava a liberdade. Eu posso sonhar com o Universo e depois ficar a pensar se o Universo sonha comigo.” Hawking comunicou com sucesso as suas dúvidas sobre a forma como a realidade se abatia sobre um antigo filósofo e cosmologista chinês, ligando a filosofia oriental e a ciência ocidental de uma forma contemporânea e não hierárquica. Conseguiu reunir mais de um milhão de seguidores, logo nas primeiras horas. Actualmente a sua base de fãs já atingiu os 3.4 milhões. Um fã chinês respondeu-lhe e falou sobre uma nova teoria do design que o levava a concluir que o Universo na sua globalidade é uma espécie de borboleta. Master Zhuang é provavelmente a minha melhor descoberta de sempre dos antigos clássicos. Julie O’yang
Hoje Macau China / ÁsiaBrexit | Japão estuda ajudas até 88.000 milhões de euros [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] governo japonês estuda um pacote de ajudas que poderá alcançar até 10 biliões de ienes (88.000 milhões de euros) para mitigar os efeitos do “Brexit” sobre as empresas e a economia nipónica. A medida foi debatida ontem no seio de uma reunião do Conselho de Política Económica e Fiscal em que participou o primeiro-ministro, Shinzo Abe, o ministro das Finanças, Taro Aso, e o governador do Banco do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda. Segundo adiantou a agência Kyodo, esse pacote seria dotado com um montante de entre 5 e 10 biliões de ienes (entre 44.000 milhões e 88.000 milhões de euros), a ser aprovado após as eleições do Senado, no próximo dia 10 de Julho. Contudo, alguns analistas financeiros ou membros do partido no poder (Liberal Democrata, PLD) insistiram que a verba deve ser muito maior para não comprometer o ritmo de recuperação da terceira economia mundial. Juros baixos O pacote de estímulo contempla mecanismos para mitigar os efeitos da valorização do iene – consequência mais imediata do “Brexit” – e o possível agravamento do ambiente empresarial para as companhias japonesas com operações no Reino Unido. O pacote contempla, de momento, planos de financiamento com taxas de juro muito baixas para as pequenas e médias empresas através da estatal Corporação Financeira do Japão. “Devemos tomar todas as medidas possíveis para prevenir todo o impacto negativo na economia nipónica, especialmente no que se refere às pequenas e médias empresas”, insistiu ontem o primeiro-ministro, após o encontro. Também está a ser estudada a possibilidade de o Banco de Cooperação Internacional do Japão expandir as suas linhas de crédito em divisas estrangeiras para grandes empresas que operem fora do arquipélago. Ao mesmo tempo, segundo as informações aventadas, aprovar-se-ão subsídios para empresas que não levem a cabo despedimentos, estando também em análise a eventual distribuição de vales de desconto para que os turistas que visitam o Japão não sofram com a grave valorização da moeda japonesa. Com mais de 1.300 empresas em solo britânico (40% das quais manufactureiras), o Japão é o segundo maior investidor estrangeiro no Reino Unido, a seguir aos Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaPolícias de Hong Kong e China discutem notificação recíproca [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]No seguimento dos livreiros desaparecidos, CY Leung, escreveu ao Governo central para reflectir a preocupação dos residentes. O resultado foi o início da discussão para melhorar o mecanismo de notificação mútua criado para salvaguardar os direitos dos residentes de ambos os lados da fronteira. Da China garante-se que o Segundo Sistema é respeitado mas Lam Wing-kee, um dos livreiros, disse ontem à polícia ter sido raptado As autoridades de Pequim e Hong Kong concordaram em iniciar a discussão para melhorar o mecanismo de notificação lançado no ano 2000, informa a agência de notícias chinesa Xinhua. De acordo com um comunicado do Ministério da Segurança Pública divulgado ontem, delegados de Hong Kong vão ser convidados para discutir questões relevantes. Na semana passada, o Chefe do Executivo de Hong Kong, CY Leung, escreveu ao Governo central para reflectir a preocupação dos residentes sobre o caso do desaparecimento de cinco livreiros ligados a uma editora que publicava livros proibidos no interior da China, e para propor a revisão do mecanismo de notificação entre as duas partes. Desde Janeiro de 2000, quando o mecanismo de notificação recíproca assinado pelo Ministério da Segurança Pública da China e pelo Governo de Hong Kong entrou em vigor, ambas as partes aumentaram as comunicações sobre os casos de alegados crimes cometidos por residentes dos dois lados da fronteira, refere a Xinhua. De acordo com o comunicado do ministério, um total de 6.172 residentes de Hong Kong colocados sob “medidas coercivas” no interior da China foi reportado à polícia de Hong Kong no final de 2015. “Medidas coercivas” podem incluir intimação pela força, caução, prisão domiciliária, detenção e prisão, de acordo com a Procuradoria Popular Suprema (SPP). No mesmo período, 6.934 residentes do interior da China que foram colocados sob “medidas coercivas” em Hong Kong foram reportados à polícia do interior da China. Acusações de sequestro O comunicado refere também que a polícia do interior da China tem respeitado o princípio “Um país, dois sistemas” e absteve-se de interferir com as actividades de aplicação da lei pelas autoridades de Hong Kong. O mecanismo recíproco desempenha um papel fundamental na salvaguarda dos direitos dos residentes de Hong Kong e do interior da China, acrescenta o comunicado, que refere ainda a necessidade de melhorar o sistema que está em vigor há mais de uma década. A informação surge no mesmo dia em que o livreiro Lam Wing-kee, que regressou a Hong Kong em meados deste mês, prestou declarações à polícia no território. Dias depois do regresso a Hong Kong, Lam Wing-kee deu uma conferência de imprensa na qual disse ter sido sequestrado por “forças especiais” da polícia chinesa ao passar a fronteira para o interior da China, onde ficou detido durante oito meses, período durante o qual fez uma confissão que diz ter sido orquestrada pelas autoridades chinesas. Desaparecimentos misteriosos Lam Wing-kee, de 61 anos, é um dos cinco livreiros que desapareceram em circunstâncias misteriosas, entre Outubro e Dezembro de 2015. Os cinco livreiros trabalhavam na mesma editora de Hong Kong, conhecida por publicar livros sobre a vida privada de líderes chineses e intrigas políticas na cúpula do poder, os quais são proibidos no interior da China. Três dos livreiros – Lam Wing-kee, Cheung Chi-ping e Lui Por – desapareceram quando se encontravam no interior da China. Todos reaparecerem semanas mais tarde na China, sob tutela das autoridades chinesas, e surgiram na televisão estatal a assumir crimes, em confissões que familiares, amigos e associações de defesa dos direitos humanos desconfiam terem sido feitas sob coacção. Gui Minhai – um cidadão com passaporte sueco – foi o primeiro dos cinco livreiros a desaparecer, durante uma visita à Tailândia, e é o único que continua detido. Lee Bo desapareceu em Dezembro a partir do território de Hong Kong, sem que haja qualquer registo na fronteira com a China.
Hoje Macau China / ÁsiaBrexit | Li Keqiang apela ao esforço global [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]A saída do Reino Unido da União Europeia (UE) aumentou as incertezas no mercado global. Segundo o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, o mundo precisa de fazer esforços concertados para obter um método para promover a revitalização da economia global. Li proferiu estas palavras na Reunião Anual dos Novos Campeões, em Tianjin, na segunda-feira de manhã. Para o líder chinês, a Europa é um parceiro importante da China e Pequim continuará a manter a sua posição face à Europa e ao Reino Unido. “Esperamos uma UE unificada e estável, bem como uma Grã-Bretanha estável e próspera”, disse o primeiro-ministro. Num mundo globalizado, todas as economias são altamente interdependentes, e, portanto, precisam de dar as mãos e avançar em conjunto, acrescentou. A Reunião Anual dos Novos Campeões 2016, também conhecida por Fórum de Davos de Verão, realizada entre os dias 26 e 28 de Junho, tem como tema nuclear a “quarta revolução industrial e seu impacto transformacional”. Cerca de 1.700 políticos, empresários, académicos e representantes da imprensa de mais de 90 países participam do evento.
Hoje Macau DesportoPortugal tem bicampeão Europeu de canoagem [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]Fernando Pimenta sagrou-se no domingo bicampeão da Europa de canoagem, juntando o título de K1 5000 ao de 1000, conquistado no dia anterior. Um título inédito a dois meses dos Jogos Olímpicos. O canoísta luso, que liderou do primeiro ao último metro, concluiu a prova em 3.29,040 minutos, batendo o dinamarquês René Poulsen (3.32,296), segundo classificado, e o húngaro Balint Kopasz (3.32.656), terceiro. Pimenta admitiu um “sabor agridoce” por ter falhado o pódio em K4 1000. “É muita ‘fruta’, mas sinto um sabor agridoce. Mesmo sendo talvez o atleta mais medalhado dos homens nestes Europeus, queria mais no K4. Ficámos a 100 milésimos do bronze. Sem dúvida que me sinto satisfeito pelo que fiz, mas os meus parceiros mereciam sair daqui com uma medalha. Vamos trabalhar para isso. O nosso momento está para chegar”, garantiu à agência Lusa. Pimenta referia-se a Emanuel Silva, João Ribeiro e David Fernandes, com quem ficou a 108 milésimos do bronze em K1 1000. “O nosso momento está para chegar. Vamos trabalhar para isso, mais unidos do que nunca, focamos no grande objectivo e meta, os Jogos Olímpicos”, vincou. O canoísta português garante que sairia “sempre motivado” destes Europeus, considerando que não há limites para a fasquia de objectivos que delineia com o seu treinador Hélio Lucas. “Não desmotivo fácil. Temos sempre um olhar novo, objectivo e meta. Sem dúvida que sair daqui com duas medalhas é muito gratificante, um clique muito bom. E agora é trabalhar, dar tudo por tudo. Continuar focado, concentrado ainda mais do que nunca”, concluiu.
Hoje Macau SociedadePandas gémeos nascem pela primeira vez na RAEM [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]Dois pandas gigantes gémeos nasceram pela primeira vez em Macau, no domingo, filhos do casal de pandas Sam Sam e Hoi Hoi, oferecidos pela China. As crias nasceram durante a tarde de domingo, uma com 135 gramas, em boas condições de saúde, e a outra com apenas 53,8 gramas, pelo que teve de ser colocada numa incubadora, em cuidados intensivos, segundo informações avançadas pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). Na sexta-feira, o IACM revelou a suspeita de que Sam Sam, de oito anos, estivesse grávida, já que apresentava sintomas comuns de gestação, como menos apetite, menos actividade e alterações fisiológicas. “Estes sintomas são fortemente favoráveis a uma gravidez de um panda gigante fêmea”, disse Leong Kun Fong, membro do conselho de administração do IACM, alertando, entanto, que é “muito comum que os pandas exibam sinais e sintomas de gravidez”. As crias viriam a nascer dois dias depois de os primeiros sinais de gravidez serem relatados. Plano eficaz O Pavilhão do Panda Gigante foi encerrado no passado dia 14 “com vista a desenvolver o plano de reprodução” do casal. Segundo o IACM, Sam Sam foi também sujeita a inseminação artificial. Na sexta-feira, as autoridades indicaram esperar saber se a gravidez era real no espaço de duas semanas. Os pandas gigantes passam por um período de gestação entre 83 e 180 dias, mas os primeiros sintomas podem surgir apenas ao fim de 100 dias. As pseudo-gravidezes são comuns, verificando-se não só alterações no comportamento como hormonais, o que pode tornar os testes inconclusivos. As ecografias também podem ser difíceis de efectuar devido ao tamanho extremamente reduzido do feto. A China ofereceu, em 2009, um casal de pandas a Macau, por altura do 10.º aniversário da transferência de poderes do território de Portugal para a China. No entanto, em 2014, a fêmea, Sam Sam, morreu de problemas renais, que foram agravados por ter entrado no período de reprodução, precisaram os técnicos do IACM na altura. Em Abril do ano passado, chegou a Macau um novo casal de pandas, com o mesmo nome, Sam Sam e Hoi Hoi, que em cantonês significa “alegria” e “felicidade”.
Hoje Macau ManchetePlano Quinquenal | Governo acusado de fugir à questão democrática Os deputados Ng Kuok Cheong e Au Kam San apresentaram as suas ideias no âmbito do Plano de Desenvolvimento Quinquenal, o qual, acusam, foge à questão da implementação do sufrágio universal para a eleição do Chefe do Executivo. A proposta contém novas ideias para a avaliação do Governo [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o dia em que Chui Sai On, Chefe do Executivo, ouviu a população sobre o Plano de Desenvolvimento Quinquenal, os deputados Au Kam San e Ng Kuok Cheong decidiram apresentar as suas ideias sobre o mesmo Plano, através da Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário de Macau (IDCM), associação que lideram. Os dois membros do hemiciclo acusam o Governo de fugir à questão da democracia e do sufrágio universal no Plano de Desenvolvimento Quinquenal. Para Au Kam San e Ng Kuok Cheong, é fundamental apostar na construção de um “regime político saudável” que possa atrair a participação de todos os cidadãos. Os deputados defenderam que a eleição por sufrágio indirecto para a AL tem sido sempre controlada por uma minoria, sem nenhuma competitividade ou transparência, exigindo mais assentos por sufrágio directo. Para Au Kam San e Ng Kuok Cheong, só assim haverá uma verdadeira representatividade da população nos diversos órgãos consultivos e no hemiciclo. Novas avaliações O IDCM defende uma avaliação ao desempenho governativo através de várias vertentes. Uma delas prende-se com a avaliação feita pelos cidadãos através de inquéritos, os quais seriam feitos por universidades. Os funcionários públicos iriam realizar avaliações anónimas dos seus directores, enquanto que os secretários das cinco tutelas iriam avaliar os directores. A proposta sugere uma publicação anual de todas estas avaliações, com a devida definição das punições. Longe de Pequim A proposta apresentada pela IDCM está dividida em nove partes, as quais serão o resultado dos vários seminários organizados e opiniões recolhidas junto da população. Questões como os transportes públicos ou o sector do Jogo também foram abordadas, bem como a necessidade de uma maior avaliação do desempenho do Governo, a construção de mais habitação pública e um melhor sistema de segurança social. “O Plano de Desenvolvimento Quinquenal foi elaborado e promovido pelo Gabinete de Estudo das Políticas, o qual não possuir o direito de planeamento. Este é apenas um material de propaganda do Governo e só junta os trabalhos que já estão a ser feitos. Isto é para mostrarmos que aprendemos a fazer as coisas como Pequim faz, mas as diferenças entre os dois planos quinquenais são óbvias”, disse o deputado Ng Kuok Cheong. “O Plano Quinquenal da China apresenta responsabilidades políticas, e ao fim de cinco anos analisam-se as falhas e o que correu bem. Mas em Macau quando se concluir o Plano de Desenvolvimento Quinquenal já terá havido uma mudança de Governo. O novo Governo vai dizer que foi o anterior que falhou e isso tem a ver com a ausência de responsabilização”, defendeu ainda o deputado. As outras ideias Croupiers, aterros e transportes “A Zona A dos novos aterros é o único terreno onde o Governo tem total autonomia para o seu planeamento”, referiu Au Kam San. A proposta sugere que no primeiro e segundo ano de implementação do Plano Quinquenal o Governo conclua o planeamento da Zona A, sendo que no terceiro ano deverá estar concluída a concepção das cerca de 28 mil habitações públicas que lá serão construídas, para que estejam prontas até ao final do Plano. Os deputados defendem ainda uma maior proporção da habitação económica em relação à habitação social, sem esquecer a “classe da sanduíche”, ou seja, os residentes que não estão aptos a uma candidatura à habitação económica nem conseguem comprar casa. Tudo na mesma Sobre os dois sectores económicos mais importantes de Macau, a proposta defende que sejam criados mais elementos turísticos. Os deputados referiram que deve ser mantida a lei que proíbe os trabalhadores não residentes de serem croupiers nos casinos. Au Kam San e Ng Kuok Cheong garantem que a maneira mais eficaz de garantir o emprego aos locais é aumentar os custos de recrutamento dos não residentes. “Sem garantias, por mais promessas que o Governo faça, vamos ter sempre truques que enganam os trabalhadores”, referiram. Sobre os transportes públicos, os deputados defendem a instalação de corredores exclusivos para autocarros nas principais vias, à semelhança do que tem sido feito na zona da Barra. Os deputados voltaram a pedir uma transferência dos ganhos do jogo da Fundação Macau para o Fundo de Segurança Social, bem como a construção de mais lares e centros para idosos, mais cursos de formação e mais serviços médicos. Participação de 500 residentes A sessão de consulta pública destinada ao público, no âmbito do Plano de Desenvolvimento Quinquenal, decorreu na sexta-feira e contou com a presença de 500 residentes. Segundo um comunicado oficial, foram apresentadas sugestões nas áreas do urbanismo, saúde e educação, com destaque para a “atenção ao desenvolvimento e preservação de recursos dos solos de Coloane”, bem como a “definição das políticas de protecção ambiental mais transparentes”. Foi ainda pedido a “intensificação de ordenamento do porto interior e o melhoramento do aspecto da Rua de Bocage nas proximidades da Praça de Ponte e Horta”. Houve ainda “quem sugerisse o lançamento de políticas favoráveis à família, a atenção às camadas que não têm possibilidade de adquirir habitação no mercado privado, mas que, ao mesmo tempo, não preenchem os requisitos de habitação pública”. Os participantes defenderam ainda a “apresentação da calendarização relacionada com a construção de habitação pública e renovação urbana, bem como o delineamento de um bom plano de habitação pública na zona A”. Candidatura à AL em silêncio Au Kam San e Ng Kuok Cheong não quiseram prestar declarações sobre as eleições legislativas do próximo ano, não tendo referido se vão ou não candidatar-se a assentos na AL. Angela Ka
Hoje Macau PolíticaWong Sio Chak, Secretário para a Segurança: “Não sei se existe uma lista negra” Um trabalho contínuo no combate à exploração da prostituição e à má imagem criada pelo serviço de táxis foram algumas da ideia defendidas por Wong Sio Chak numa entrevista televisionada. Satisfeito com o trabalho realizado, o Secretário admite ser preciso fazer mais [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m entrevista à TDM, o Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak mostrou-se satisfeito com o trabalho realizado desde a sua tomada de posse, em Dezembro de 2014. Táxis, prostituição e corrupção foram os temas quentes, tendo o próprio Secretário admitido que apesar do trabalho até agora feito no combate às infracções dos taxistas, é necessário melhorar ainda mais. “Esta situação, mesmo com mais combate, continua a existir. Embora esteja a baixar, o número continua a ser gigante. Não podemos estar satisfeitos com este resultado”, disse, frisando que a atitude dos taxistas continua a prejudicar a imagem de Macau. “As infracções dos táxis afectam a imagem da cidade turística que é Macau e afecta o seu desenvolvimento a longo prazo. A imagem de Macau tem ficado muito afectada”, admitiu. Ainda assim, dados revelados por Wong Sio Chak indicam uma baixa no número de infracções, passando de 1724, no primeiro trimestre de 2015, para 1277 no trimestre deste ano. Um problema de sempre Relativamente aos casos de prostituição em Macau, o Secretário reconhece que o trabalho de combate tem sido prioritário desde sempre, mesmo antes de assumir as actuais funções. “Acho que o trabalho de combate à exploração de prostituição ou ao controlo de prostituição não foi só desenvolvido após ter assumido o cargo de secretário”, apontou. As autoridades envolvidas, garantiu, “têm efectuado uma constante prevenção e combate a este tipo de crime”. Sobre o caso que envolveu Alan Ho numa rede de prostituição, Wong Chio Chak não quis comentar a sentença do tribunal, garantindo apenas que a investigação já tinha começado antes do ter iniciado funções. Do lado de lá Em reacções à polémica instalada depois da manifestação no dia 15 de Junho, que levou – segundo os organizadores – mais de três mil pessoas para a rua, tornando Scott Chiang, presidente da ANM, suspeito por desobediência, Wong Sio Chak mostra-se de acordo com as autoridades. “Houve um grupo que não obedeceu à ordem policial, nem à sentença dada pelo Tribunal de Última Instância (TUI) e ocupou uma parte da estrada. O passeio para peões naquela zona é suficiente para os manifestantes passarem. Alguns manifestantes ou organizadores entraram intencionalmente na estrada e evitaram o passeio de peões. Depois de vários avisos da Polícia, não obedeceram às indicações e, segundo a respectiva lei, este acto constitui um crime de desobediência qualificada”, justificou, frisando que os manifestantes se reuniram “ilegalmente sem informar previamente a polícia”. “Este acto é também contra a lei”, rematou. Tolerância zero Durante a entrevista, o Secretário para a Segurança prometeu tolerância zero para eventuais casos de corrupção nas Forças de Segurança, dizendo que não se pode “aceitar qualquer tipo de crime no seio da equipa policial”. Quanto ao caso da antiga responsável pelos Serviços de Alfândega, considera que as autoridades cumpriram as regras e que “não há qualquer vestígio para alterar” a causa da morte (suicídio). “A PJ faz todos os dias este tipo de divulgação, quer seja suicídio ou não. Se for o caso de suicídio, a sua causa será investigada. Para outros casos de morte, se o caso for suspeito, ou a sua causa for suspeita, é preciso uma investigação profunda. Na realidade a PJ faz isso todos os dias, a divulgação é sempre feita depois de uma ou duas horas. Por isso não estou a ver qualquer diferença entre este e outros casos”, disse. A Polícia Judiciária, acrescentou, “tem um mecanismo estabelecido para fazer investigação deste tipo de casos. A experiência do pessoal também é suficiente. O resultado da investigação foi confirmado pelo Ministério Público. Por isso, não estou a ver qualquer coisa suspeita ou não razoável”. Fronteiras difíceis O governante disse ainda que as autoridades têm cumprido a lei no que concerne à entrada de pessoas em Macau. “Segundo a experiência da execução da lei durante muitos anos, acho que não há qualquer defeito ou falha da Polícia de Macau a referir”, afirmou. “Cada indivíduo cuja entrada em Macau foi rejeitada tem o direito de recorrer ou resolver o problema através do tribunal. Mas durante anos não vi nenhum caso que tenha conseguido opor-se à medida policial”, acrescentou, sem confirmar a existência de uma lista negra. “Neste momento não sei se existe uma lista negra. A Polícia vai continuar a recolher informações e quando verificar haver indivíduos que possam causar risco à segurança de Macau não irá permitir a sua entrada em Macau. A Polícia executa este trabalho com o julgamento e critérios profissionais”, apontou. Questionado sobre uma possível candidatura a Chefe do Executivo, Wong Sio Chak diz não considerar. O objectivo “é fazer o trabalho na área da Segurança o melhor possível”, terminou.
Hoje Macau China / ÁsiaPutin e Xi Jinping estreitam vínculos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, e o seu homólogo russo Vladimir Putin, de visita a Pequim, evidenciaram ontem os pontos de ligação e de cooperação entre os dois países, actualmente envolvidos num clima de tensão com o Ocidente. “A Rússia e a China têm pontos de vista muito próximos ou praticamente idênticos sobre o cenário internacional”, declarou Putin, que está a realizar a quarta visita a Pequim desde que Xi Jinping chegou ao poder em 2013. O líder do Kremlin acrescentou que discutiu com o seu homólogo chinês “o fortalecimento da luta global contra o terrorismo internacional”, a questão do programa nuclear da Coreia do Norte, a situação na Síria e no Mar do Sul da China. “O Presidente Putin e eu concordamos que perante um contexto internacional cada vez mais complexo e em mutação que devemos redobrar os esforços para manter o espírito de parceria e de cooperação estratégica sino-russa”, afirmou Xi Jinping. Moscovo e Pequim partilham interesses geopolíticos comuns, nomeadamente a oposição crescente em relação aos Estados Unidos, e votam juntos muitas vezes no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os dois países são membros permanentes deste órgão que detém poder de veto. Jogada de cinquenta mil milhões Alvo de sanções norte-americanas, mas também por parte da União Europeia (o seu principal comprador de petróleo), devido ao processo de anexação da península da Crimeia e ao envolvimento no conflito no leste da Ucrânia, a Rússia tem procurado novas soluções nos mercados na Ásia, principalmente com a China, com quem assinou em 2014 um importante contrato de gás. Ontem, os dois países assinaram 30 acordos de cooperação, nomeadamente nas áreas do comércio e da energia. Um desses acordos envolve um projecto de uma estrutura petroquímica no leste da Sibéria. Segundo Putin, 58 contratos estão em discussão num valor global de cerca de 50 mil milhões de dólares, incluindo um acordo para a construção de uma linha de comboio de alta velocidade na Rússia. Xi Jinping também garantiu uma maior cooperação entre os meios de comunicação social russos e chineses, de forma “a reforçar a influência” destes órgãos na opinião pública mundial.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim suspende comunicações com Taiwan Como a presidente de Taiwan ainda não reconheceu o “consenso de 1992”, (onde as partes reconhecem apenas uma China), Pequim ‘desligou o telefone’. Tsai Ing-wen, que anda de visita às Américas, ainda respondeu [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês anunciou ontem que suspendeu todas as comunicações com Taiwan por entender que o novo Governo da ilha não respeita o designado “consenso de 1992”, que guiou as relações bilaterais nos últimos anos. O Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Governo chinês afirma, num comunicado difundido pela agência oficial Xinhua, que tomou esta decisão porque a Presidente taiwanesa, a independentista Tsai Ing-wen, não reconheceu o “consenso de 1992” desde que tomou posse, a 20 de Maio. No seu primeiro discurso no cargo, Tsai reconheceu que o encontro entre China e Taiwan em 1992 foi um “feito histórico”, mas não admitiu que tenha sido alcançado naquele momento um consenso ou que Taiwan faça parte da China, como exigia Pequim. Ao abrigo do “consenso de 1992”, as duas partes reconhecem que existe apenas uma China, mas cada um dos lados faz a sua própria interpretação desse princípio. Depois da guerra civil chinesa ter acabado, em 1949, com a vitória do Partido Comunista da China (PCC), o antigo governo nacionalista (Kuomintang) refugiou-se na ilha de Taiwan, onde continua a identificar-se como governante de toda a China. Taiwan é nossa Pequim considera Taiwan uma província chinesa e defende a “reunificação pacífica”, segundo a mesma fórmula adoptada para Hong Kong e Macau (“Um país, dois sistemas”). Porém, ameaça “usar a força” se a ilha declarar independência. A posição de Pequim surge depois de na sexta-feira o Camboja ter extraditado para a China 25 taiwaneses acusados de fraude, apesar dos protestos de Taipé. Em Abril tinham já ocorrido episódios similares, quando o Quénia e a Malásia deportaram para a China 32 e 45 taiwaneses, respectivamente, elevando a tensão entre Pequim e Taipé, que chegou a considerar estarem causa “sequestros” de cidadãos da ilha. A Presidente de Taiwan está fora da Formosa, por ter iniciado na sexta-feira uma viagem oficial ao Panamá, Paraguai e Estados Unidos da América. Apenas 22 países têm relações diplomáticas com Taiwan.
Hoje Macau DesportoEuro 1016 | Portugal avança para os quartos Faz lembrar a Itália. Especialmente a de 82 quando passou à segunda fase apenas com empates mas acabaria campeã do mundo após um jogo épico em que bateu o melhor Brasil dos últimos 40 anos nas meias finais. Cínica e calculista, estará a equipa portuguesa a seguir o mesmo caminho? [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m golo de Ricardo Quaresma, perto do final do prolongamento, garantiu ontem de madrugada a Portugal um lugar nos quartos de final do Euro2016 de futebol, no triunfo por 1-0 sobre a Croácia, num jogo em que teve ‘estrelinha’. Depois do ‘nulo’ registado no tempo regulamentar, Quaresma decidiu o duelo dos ‘oitavos’ na recarga a uma defesa incompleta de Subasic, aos 117 minutos, naquela que foi a única situação de verdadeiro perigo que a selecção nacional criou em toda a partida. Instantes antes, a Croácia tinha acertado no poste da baliza de Rui Patrício e estava em ‘cima’ de Portugal, que nessa altura já tinha assumido o desejo de chegar às grandes penalidades, quando o seleccionador Fernando Santos juntou Danilo Pereira e William Carvalho no meio, aos 108 minutos. Em Lens, as duas equipas não conseguiram fugir ao medo da eliminação e acabaram por realizar uma partida sem grandes situações de perigo. Rui Patrício e Subasic foram praticamente espectadores com lugar privilegiado no relvado. O guarda-redes português não fez qualquer defesa em toda a partida, enquanto o croata, na única vez que interveio, parou com dificuldade um remate de Ronaldo, acabando a bola por sobrar para Quaresma, no lance que decidiu o jogo. Antes, mesmo sem acertar no alvo, a Croácia acabou por ser a equipa que mais perto esteve de marcar e em quase todas as situações pelo defesa Vida, que já nos segundos finais esteve perto de levar a decisão para os penáltis. Portugal foi praticamente inofensivo no ataque (Cristiano Ronaldo esteve demasiado preso aos centrais), mas melhorou e muito no funcionamento do seu meio campo, primeiro com a entrada de Adrien para o ‘onze’, mas sobretudo quando Renato Sanches foi lançado no arranque da segunda parte, para o lugar de André Gomes, que mais uma vez foi a unidade em mais baixo rendimento na equipa lusa. Do banco saiu uma estrela Renato Sanches, considerado pela UEFA o melhor em campo, ‘obrigou’ Fernando Santos a desistir do disfuncional 4-4-2 e mudar para um 4-3-3, dando outra consistência e alegria ao jogo de Portugal. O médio que vai transitar do Benfica para o Bayern foi também determinante no golo, na forma rápida que transportou a bola mais de 30 metros até à área da Croácia e, certamente por isso, acabou sendo considerado o “homem do jogo”. Mesmo sem ‘poder de fogo’, algo que terá que solucionar com alguma urgência, a selecção nacional acabou por fazer, principalmente durante a segunda parte, o seu melhor jogo no Euro2016 e, mesmo com alguma ‘estrelinha’, carimbou um lugar nos ‘quartos’, em que vai encontrar a Polónia, em Marselha. Com apenas dois dias de descanso, Fernando Santos foi obrigado a refrescar a equipa, fazendo não só entrar Adrien, mas também Cédric, para o lugar de lateral direito, José Fonte, para o centro da defesa (grande jogo do central do Southampton), e Raphael Guerreiro, ao lado esquerdo da defesa, como previsto. De fora, ficaram Vieirinha, Ricardo Carvalho, Eliseu e João Moutinho. Jogo autista Desde de muito cedo se percebeu que Croácia e Portugal entraram em campo sem autorização para arriscar, com a bola a passar demasiado tempo a meio campo, numas fases mais nos pé dos croatas, noutras nos portugueses. Aos 25 minutos, Pepe atirou por cima em boa posição e, aos 30, Perisic atirou às malhas laterais da baliza de Patrício, nos dois únicos lances de registo na primeira parte., em que André Gomes acabou por ser o mais ‘desastrado’ em campo. O médio do Valência, que não parece bem fisicamente, ainda teve alguns minutos para convencer Fernando Santos no arranque da segunda parte, mas o seleccionador nacional perdeu a paciência logo à primeira bola perdida e foi ‘obrigado’ a colocar Renato Sanches. A partir dai, Portugal passou a actuar com João Mário e Nani bem abertos nas alas, e Ronaldo no meio, enquanto Sanches e Adrien fecharam o meio, à frente de William. Penálti não assinalado Portugal melhorou, trocou bem melhor a bola, mas, dentro do futebol temeroso das equipas, foi a Croácia que podia ter marcado, primeiro por Brozovic e depois por Vida. Ambos falharam a baliza em boa posição. Depois de Nani ter sofrido uma grande penalidade clara (mesmo em frente do árbitro de baliza), e com o passar dos minutos, Portugal e Croácia fecharam ainda mais as suas linhas, praticamente abdicando de colocar mais unidades na frente. Durante o tempo regulamentar, destaque ainda para a entrada de Quaresma, aos 87 minutos, para o lugar de João Mário. No arranque do prolongamento, Kalinic ainda assustou Rui Patrício, mas o jogo foi-se mantendo na mesma toada, sem grandes aventuras por parte das duas equipas. Com a entrada de Danilo e a saída de Adrien, aos 108 minutos, Portugal deu mostras de querer levar a decisão para os penáltis e a Croácia cresceu um pouco na partida. Vida, com a baliza aberta, atirou por cima, e Perisic acertou no ‘ferro’. Praticamente na jogada seguinte, com os croatas subidos no terreno, Renato Sanches conduziu a bola mais de 30 metros, deixou em Nani, que com um centro rasteiro assistiu Cristiano Ronaldo na área. O ‘capitão’ da selecção nacional obrigou Subasic a grande defesa, mas, na recarga, Quaresma só teve que encostar a confirmou o triunfo.
Hoje Macau h | Artes, Letras e IdeiasO panorama artístico actual de Hong Kong [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]ão uma mas duas feiras de arte tiveram lugar recentemente em Hong Kong, a venerável Art Basel e a sua ousada congénere com apenas dois anos, Art Central. Foram preenchidas por um calendário superlotado de exibições em galerias como a Simon Lee e 10 Chancery Lane e espaços de exposição experimental como Para Site e Spring Workshop. O mundo da arte coroou definitivamente Hong Kong como o epicentro da arte na Ásia. E há mais no horizonte: duas importantes instituições novas – Tai Kwun no recinto da recentemente restaurada Esquadra de Polícia de Central e o M+ museum, praticamente concluídos, e mais galerias que se instalam ao longo das ruas inclinadas de Hong Kong todos os meses, contando-se entre as mais recentes a Massimo di Carlo e Sprüth Magers. Hong Kong fez progressos notáveis no estabelecimento de um mercado de arte rentável e de um cenário artístico cada vez mais vibrante, na sua maior parte conseguido em menos de uma década. Mas conseguirá a cidade sustentar a sua classe criativa para alcançar a mistura de mercado e execução que impele a máquina de arte de Nova Iorque e Londres? Conseguirá saciar as exigências culturais não apenas de coleccionadores caprichosos, mas também de cerca de sete milhões de indivíduos que chama a Hong Kong a sua casa? Muito antes das primeiras incarnações das agora estabelecidas feiras de arte, as leiloeiras fizeram o trabalho de sapa do vibrante mercado de arte da cidade. A Christie’s escolheu a Hong Kong de antes da transferência de soberania como catalista da sua subsequente expansão asiática, abrindo aí um escritório em 1984. Mais de 30 anos mais tarde, a empresa tem cerca de 180 funcionários nas suas instalações de 4800 m2. Em 1991, a Christie’s Hong Kong tornou-se a primeira leiloeira internacional a realizar um leilão inteiramente dedicado à pintura chinesa a óleo contemporânea, com vendas a somar 1.1 milhões de dólares americanos. Foi um momento decisivo, precursor do mercado para a arte contemporânea chinesa hoje, no qual obras individuais por pintores de Wu Guanzhong a Zao Wou-Ki frequentemente alcançam aquele montante no leilão – quando não 20 vezes esse valor. Durante algum tempo, os leilões desfrutaram uma espécie de monopólio na compra e venda de arte em Hong Kong. Tudo isto mudou em 2008 com a estreia da ART HK, a feira de arte que estabeleceu as fundações da Art Basel de hoje em Hong Kong. A feira pode gabar-se de ter tido ao leme uma equipa de peritos: Sandy Angus (cujas incursões seguintes incluem a India Art Fair, ArtInternational de Istanbul, Art16 de Londres, Photo Shanghai e Art Central), Tim Etchells (da Art Central, Art16, e Sydney Contemporary), Will Ramsay (das PULSE e Affordable Art Fairs), e Magnus Renfrew, que mais tarde dirigiria as duas primeiras edições da feira sob os auspícios da Art Basel. Renfrew continua a ser um membro influente do Hong Kong Arts Development Council e a dirigir o Conselho Consultivo de Para Site. Havia de facto uma lacuna no que se refere a uma feira internacional importante que pudesse introduzir, ao mesmo tempo, uma base de coleccionadores da Ásia em rápida expansão e obras de arte de alto calibre de outras partes do mundo e também apresentar a arte da Ásia a um público global. As condições singulares de Hong Kong devido à sua história de mais de 150 anos sob domínio britânico, até à transferência histórica de soberania de 1997, tornou-a a capital asiática óbvia na qual localizar tal feira. A liberdade de expressão, protegida pela Lei Básica de Hong Kong e o facto da cidade ser um porto franco, ajudaram ao crescimento impressionante da ART HK e à sua posterior aquisição pelo Grupo MCH, a companhia mãe da Art Basel. A primeira edição de ART HK em 2008 acolheu 101 galerias e mais de 19,000 visitantes. Apenas quatro anos mais tarde, em 2011, a feira acolheu 260 expositores e mais de 63,000 visitantes. Nessa altura o Grupo MCH adquiriu a sua maioria. Enquanto o mercado de arte de Hong Kong tomava forma, os artistas percorriam um caminho completamente diferente e mais modesto. Para além da escassez de opções de ensino superior para aqueles interessados nas artes, os preços notoriamente exorbitantes dos imóveis apresentavam um verdadeiro desafio aos artistas e continuam a fazê-lo. Os preços só arrefeceram um pouco no início do século, devido à recessão económica, o que fez os artistas mudarem-se para antigos espaços industriais, o que levou ao surgimento de uma comunidade criativa florescente no distrito de Fo Tan da cidade, e mais recentemente, em Wong Chuk Hang, no sul da ilha. O artista Leung Chi-wo, fundou Para Site em 1996, um dos primeiros espaços de exposição geridos por artistas da cidade, que ganhou reputação internacional como um dos mais progressistas de Hong Kong. A sua fundação, um ano depois da criação do Hong Kong Arts Development Council, que permitiu pela primeira vez a artistas e organizações independentes requererem financiamento para os seus projectos, é significativa, uma vez que os fundos recebidos do Conselho permitiram ao espaço crescer. Para Site foi o primeiro de uma rende em expansão de espaços geridos por artistas destinados a criar condições para a experimentação e criação em Hong Kong. O seu impacto na comunidade cultural da cidade continua ainda hoje a ressoar. Desde a emergência de Para Site que outros surgiram, como Spring Workshop, fundada por Mimi Brown em 2011, um local que oferece residências, programas públicos, educação e exposições, colaborando regularmente com uma nova geração de artistas e curadores que escolheram Hong Kong para ser a sua casa. O sucesso da ART HK e, subsequentemente, da Art Basel em Hong Kong, desencadeou a chegada à cidade de uma série de galerias internacionais, como a Simon Lee, White Cube, Pearl Lam Galleries, Gallerie Perrotin, Gagosian, Ben Brown Fine Arts e da Sarthe Gallery, que liderou o assalto ao longo de vários anos, na sequência da implementação de várias estratégias pelo Governo de Hong Kong no sentido de transformar a região num fulcro de comércio, que tornaram abrir um negócio numa coisa fácil. Mas não foram apenas as galerias comerciais que capitalizaram rapidamente sobre o recente cachet comercial da cidade. Esta agitação deu origem à fundação de uma edição de Hong Kong da Affordable Art Fair em 2013. E dois anos mais tarde, a Art Central tornou-se outro actor importante, a rematar aquilo que amadureceu e se transformou numa paisagem de mercado dinâmica. A Art Basel cimentou a posição de Hong Kong como ponto central de arte da Ásia e destino global de artes. Apesar das actividades de um punhado de pioneiros como Leung e Brown, a arte criada em e para Hong Kong – e o sector artístico não lucrativo como um todo – ficou atrás do crescimento comercial da cidade e do influxo de actores internacionais. Historicamente, as oportunidades públicas de se lançar na arte têm sido reduzidas em Hong Kong e o fosso entre ricos e pobres permanece significativo. Durante algum tempo, os domínios paralelos da exposição de arte comercial e não comercial permaneceram frustrantemente separados. A chegada de galerias reputadas lançou discussões sobre a relação de Hong Kong com os artistas locais e a comunidade, que era muito desarticulada e desligada, mas tal mudou quando as comunidades artísticas internacional e regional começaram a prestar mais atenção aos artistas de Hong Kong e com a ida de Lee Kit a Veneza em 2003 e subsequentemente de Tsang Kin Wah em 2015. Não se resolveram todos os problemas mas a relação é definitivamente mais saudável hoje do que era há cinco ou seis anos. Para além das galerias comerciais, as oportunidades para a criatividade trans-sectorial estão a crescer, injectando uma dose fértil de discurso cultural no negócio rendoso da arte, como por exemplo através da plataforma de discussão Intelligence Squared, que tem feito parte da ART HK e subsequentemente da Art Basel desde 2009. Na verdade, os artistas têm beneficiado do poder de mercado aumentado de Hong Kong e não são apenas os artistas que podem beneficiar da presença de um sector comercial robusto na Região. O mercado tem sido um motor importante para aumentar o interesse geral e a consciência artística na cidade. Mesmo as organizações não lucrativas beneficiaram disto. O Asia Art Archive, fundado em 2000, nasceu da necessidade urgente de criar e partilhar da história recente da arte na Ásia para enriquecer e complicar as narrativas artísticas e históricas, e abrir novos pontos de referência para além dos já existentes e explorados. Um recurso respeitado em Hong Kong e no estrangeiro, o arquivo tem forjado ligações de sucesso entre as galerias da cidade, feiras e indivíduos. O Arquivo sustenta-se principalmente através de um leilão anual de obras a coleccionadores, um exemplo de mecenato artístico privado ainda muito incipiente em Hong Kong, mas há muito mais formas não-tradicionais de mecenato e popularização das artes que se podem explorar. Tudo isto é louvável ainda mais que, para uma cidade com c. de sete milhões de habitantes, as instituições artísticas financiadas pelo governo têm sido notoriamente e lastimavelmente poucas. Tudo isto está para mudar, contudo, visto que dois novos projectos públicos encabeçam o que muitos esperam ser uma nova era de desenvolvimento cultural em Hong Kong: Tai Kwun (mais conhecida como a Esquadra de Polícia de Central) e o museu M+. A primeira, a abrir ainda este ano, trata-se da reutilização e transformação do recinto da antiga Esquadra de Polícia de Central, num hub cultural no coração da cidade, cuja programação artística de 2.1 biliões de dólares de Hong Kong é encabeçada pelo antigo director executivo e curador de Para Site, o alemão Tobias Berger, que foi também curador de artes visuais do M+ durante quatro anos, na sua fase inicial. Irá preencher a lacuna entre os espaços não lucrativos mais pequenos e os museus, sendo um local onde os artistas contemporâneos podem produzir exposições, experimentar e onde o público pode ver arte que é relevante para um discurso contemporâneo de Hong Kong. Planeado para albergar seis a oito exposições por ano, irá também incluir projecções de cinema, uma biblioteca, música, espectáculos e workshops. Enquanto a expectativa de abertura deste espaço é elevada, é o há muito esperado M+ que irá cimentar o estatuto de Hong Kong com um hub artístico de classe mundial com a sua abertura em 2019. A jóia da coroa do West Kowloon Cultural District – o qual, com 40 hectares, será o maior projecto cultural e artístico de Hong Kong até à data – este museu irá ficar situado no interior de um edifício concebido pelas firmas de arquitectura TFP Farrells e Herzog & de Meuron. O M+ irá apresentar uma visão muito abrangente das intersecções entre a arte, a cultura e o design de Hong Kong e da região. O impacto potencial do M+ é de grande alcance. Apesar da explosão de museus na China, que viu milhares de novas instituições a abrir nos últimos anos sem, no entanto, se assistir a um investimento na formação em gestão de museus, a segunda maior economia do mundo ainda carece de um exemplo de classe mundial para os museus mais pequenos seguirem. E apesar da história de falsas partidas e demissões do M+ – a mais recente do Director Executivo, Lars Nittve – a expectativa continua a aumentar em relação ao que é confessadamente ainda um desenvolvimento distante e há ainda muito a fazer, nomeadamente cultivar um espírito de filantropia e doações privadas. Para além do seu local físico, o M+ desempenha um papel no ecossistema mais lato de Hong Kong, actualmente através de uma série de exposições itinerantes incluindo “M+ Sigg Collection: Quatro Décadas de Arte Contemporânea Chinesa” em ArtisTree. Em Julho um portal online irá forjar novos espaços acima e para além da densidade de Hong Kong. Claramente, Hong Kong possui a energia, a intriga e crucialmente, o apoio adequado do governo para fazer as coisas acontecerem. No entanto, não deixam de existir riscos. A atitude agressiva de que Hong Kong se orgulha no passado tem sido cada vez mais testada, como se viu com o “Umbrella Movement” que dominou a cidade e champu a atenção de grande parte do mundo há pouco mais de um ano. À medida que a influência de Pequim se faz sentir na paisagem política, educacional e dos média de Hong Kong, muitos estão preocupados que a independência curatorial destas novas instituições possa também ser comprometida, seja através da auto-censura ou de uma mão externa. O tempo dirá como a cidade poderá elevar-se ainda mais para acomodar e facilitar publicamente a cultura. *Este artigo baseia-se num editorial da publicação Artsy, Nova Iorque, de 22 de Março de 2016, por Francis Arnold
Hoje Macau China / ÁsiaPequim sabe que Portugal aguarda mais investimento chinês O IPIM levou a Lisboa e ao Porto 30 empresários do “Grupo 9+2” (nove regiões chinesas, Macau e Hong Kong) e o resultado provável será mais investimento chinês em Portugal, país que o embaixador chinês, Cai Run, considera uma “terra de maravilhas, dotada de excelente localização geográfica” [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo português “está a aguardar” a participação de empresas chinesas em diversos sectores, segundo um comunicado do Instituto da Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) ontem divulgado. O instituto levou na semana passada a Lisboa e ao Porto 30 empresários do designado “Grupo 9+2”, que engloba nove regiões chinesas, Macau e Hong Kong, que formam a Região do Pan-Delta do Rio das Pérolas, para impulsionar “o intercâmbio e a cooperação”. Na passagem por Lisboa, os empresários encontraram-se com o embaixador da China, Cai Run, que, segundo o mesmo comunicado, “sublinhou que o Governo português está a aguardar a participação das empresas chinesas nos sectores de energia, serviços financeiros, seguros, medicina, preservação da saúde, negócios marítimos, agrícola, infra-estruturas e cooperação na capacidade de produção”. O embaixador incentivou, ainda, os empresários chineses a participarem no seminário de promoção do investimento em Portugal que terá lugar em Novembro e afirmou que considera Portugal uma “terra de maravilhas, dotada de excelente localização geográfica”. Os empresários do “Grupo 9+2” estiveram num seminário com representantes de 30 empresas portuguesas e visitaram “empresas avançadas”, da área dos transportes e “negócios marinhos”, lê-se no mesmo texto. Nesse seminário, o presidente do IPIM, Jackson Chang, “observou que Portugal e Macau têm profundas raízes históricas, sendo cada vez mais frequente a cooperação”, e revelou que em 2015 o comércio bilateral superou os 35 milhões de dólares norte-americanos, um aumento de 11,8%. Oportunidades no Delta Sempre segundo o mesmo comunicado, Jackson Chang lembrou que Pequim deu a Macau a missão de ser a ponte entre a China e os países de língua portuguesa, no âmbito da cooperação económica, e garantiu que a região está “a implementar com dinamismo” os designados “três centros” (de serviços comerciais para as pequenas e médias empresas chinesas e lusófonas; de distribuição de produtos alimentares da lusofonia; e para convenções e exposições das partes envolvidas). “Existem boas razões para crer que foram já criadas condições para as empresas de Portugal, Macau e da Região do Pan-Delta do Rio das Pérolas colaborarem estreitamente, com vista a explorar oportunidades de negócio”, lê-se no texto. Noutro encontro, Jackson Chang convidou a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) a incentivar a organização de delegações de empresários portugueses para participarem na edição deste ano da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla em inglês) e no conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, conhecido como “Fórum Macau”, que se realiza este ano, em Macau. A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como a sua plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que foi criado o Fórum Macau, que tem um Secretariado Permanente e reúne ao nível ministerial de três em três anos.
Hoje Macau VozesEspecial 24 de Junho | Tem na únde, Macau-filo? – Tenho trinta, quase quarenta anos de Macau, porque não sou macaense? – Mas … juntas-te à malta? – Huh?… [dropcap style≠’circle’]Q[/dropcap]uem subscreve este artigo não é especialista algum, quando muito um mero curioso nestas coisas de Identidade, matéria complexa, nem sempre condensável em escassas páginas. Mas, vamos a isto. Quando me interrogam, “o que é um Macaense”, adopto aquela postura de não a responder directamente, porque assaltar-me-ia invariavelmente a frustração antecipada de quão vã é tentativa de o definir. Ao meu interlocutor limito-me apenas a fazer um paralelismo: “o que é um português?”. Não é uma questão fácil e é por isso que tenho alimentado, através da Associação dos Macaenses, a constante organização de Colóquios sobre esta temática. Como já era de esperar, nunca se vislumbrou conclusão alguma, pois quanto mais se indaga mais dúvidas somam, e talvez por esta razão, alguns dos meus amigos muito simpaticamente até me perguntaram: “Ó Miguel, já encontraste a tua identidade?!” Ela de facto permanece no segredo de Deus que deve estar a rir-se dizendo “Procura, filho, que vais longe, vais!” O paradigma Corresponde à ideia corrente que o Macaense é o euroasiático de ascendência portuguesa e chinesa, nascido em Macau (passe-se o pleonasmo), culturalmente católico, de língua materna portuguesa. A miscigenação continua a ter um peso preponderante nesta matéria. Isto não deixa de ser verdade, na grande maioria dos casos, mas o Macaense vai mais além disto. Não me parece que uma definição o possa conter. Além do mais, a Macau moderna com as novas regras sócio-culturais que o tempo se encarregou de impor. Macau de hoje situa-se numa zona geográfica de grande expansão e de rápido crescimento económico. O Delta do Rio das Pérolas é hoje zona de explosão económica, de uma China que acordou poderosa e imperial, onde se concentram interesses financeiros transnacionais de valores nunca imaginados. Henggin – ou Montanha, se quisermos – afirma-se como plataforma tecnológica do futuro, a que Macau terá de aceder para a sua sobrevivência económica. A nossa cidade, por sua vez, constitui uma importante peça deste “puzzle” destinada a ser o eixo de indústria de jogo da China, embelezada com a sigla “centro de turismo e de lazer”. É também o “rendez-vous” dos Países de Língua Portuguesa, no âmbito de uma ousada e inteligente estratégia económica global da China. E ela é tão impressionantemente pequena que basta usarmos o aplicativo “Google Earth” para assim o reconhecermos. E aí se situa o Macaense actual. Tal como os seus antepassados, com a sina de ter de se adaptar a todos os contextos sócio-culturais a que se sujeita, ele molda-se para fazer parte integrante e tirar o melhor proveito desta nova realidade. Se a estratégia do casamento (com elementos de etnia chinesa), foi importante para a sua afirmação social, a língua torna-se um instrumento que lhe abre as portas para outros horizontes. O Macaense moderno é fluente no Mandarim e no Inglês. Contudo, sem querer menosprezar a língua que deu origem ao seu nome, ele adopta, em relação a ela, uma atitude pragmática: “lamento, mas há outras prioridades.” Por mais cruel e estigmatizante que possa parecer para a susceptibilidade de alguns, ela traduz o instinto de sobrevivência para o Macaense e para a sua prole que resiste em ficar numa cidade, que há muito deixou de ser aquela dos brandos costumes e bairrista dos tempos de outrora. O Macaense actual deixou de ser o mero funcionário público. Ele procura sair de Macau e é licenciado pelas universidades de toda a parte do mundo. Os que regressam à terra natal, trazem outros valores, outras visões da vida. Ele é hoje um profissional livre, um realizador de cinema, gestor de títulos, estilista, mestre e doutor. Ele está “por dentro” desta Macau nova até esta o pode levar. Novos veículos de comunicação foram adoptados. Porém. reagem os da “velha” guarda e de forma nem sempre simpática. “Acabaram-se os macaenses! “, clamam uns. “Se eles não falam Português como podem ser macaenses?”, bradam outros. “E os seus filhos que estudam nas escolas chinesas e internacionais?” e outras interrogações semelhantes, todas elas legítmas não cessam de se fazerem ouvir nos Colóquios sobre a Identidade. E porque “teriam” de o falar para serem Macaenses? A aceitar isso como verdade, teriamos que rejeitar essa condição a tantos outros que estão na Diáspora, para os quais a língua de Pessanha não faz parte do seu dia-a-dia. Todavia, nenhum dos “degenerados” deixa de se sentir Macaense. “I am Macau-Filo”, “Ngó hai Tou sang (sou macaense)”, “Me? Macau-Chai”. E o tom é de ostensivo orgulho. O que pode estar por trás disso? A diferença como ponto de partida. Macau e a Portugalidade Sem pretender um tom de autoridade, julgo que tentar explicar o Macaense através da enumeração das suas características palpáveis, provou que não levaria a sítio algum por ser manifestamente insuficiente. E porque não inverter o processo através da diferença. A diferença aqui, não no sentido discriminatório, nem de qualquer complexo, mas apenas como: O que temos de diferente em relação a outras comunidades e povos? Ao tentar responder a isso, vejo o forte laço de pertença a Macau. Não apenas aquela minúscula terra no Sul da China, mas também e sobretudo o espaço cultural específico que representa, feito de memória, tradições, História e histórias, noção de família, vivências, relatos, registos, transmitidos de geração em geração. Um Macau de contrastes e de povos que se mesclam, que se entendem numa linguagem comum. E vejo algo mais. Este laço de pertença é especial, pois vai-nos remeter por sua vez para um espaço ainda mais global (civilizacional), que explica a nossa ascendência, como povo “sui generis” neste sudeste asiático. A Portugalidade é um palavrão inventado para designar muitos fenómenos identitários que têm por base a noção de pertença a Portugal. Mas ela nada tem, necessariamente, a ver com a nacionalidade ou a língua portuguesas, enquanto tais, ainda que ambos sejam importantes para a sua afirmação. Mas é ela que justifica por que certas pessoas – e não são poucos neste mundo – são portuguesas… sem o serem juridicamente. Linguisticamente. A Portugalidade explica a génese de Macau do Macaense, pelo périplo português que deixou aqui sementes que germinaram uma cultura diferente – de Portugal e da China – cultura de uma comunidade singular. Ser Macaense é ter esta noção de diferença pela sua ligação a este mundo global, através do seu nome e da sua ancestralidade, ainda que não fale mais português, ainda que para si Portugal seja apenas CR7 e Benfica. Quando um Macaense diz “nossa Malta”, “nos-sa genti” ou “we Macaista” ele fá-lo com orgulho, porque sem ele querer, ele exprime este duplo legado que o torna diferente da imensidão de gente que o circunda, nesta absorvente China Nova. E que interesse tem isto tudo? Tem. Ele dá-nos alento para continuar. Miguel de Senna Fernandes
Hoje Macau SociedadeÓbito | Morre John Ashe, suspeito no caso de Ng Lap Seng [dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]ohn Ashe, presidente da Assembleia Geral da ONU entre 2013 e 2014, morreu, na passada quarta-feira, aos 61 anos, em Nova Iorque, sem que tivesse sido concluído o processo judicial em que era acusado de aceitar subornos de empresários chineses. A notícia foi avançada pelos meios de comunicação do Caribe, como o diário Antígua Observer que, sem identificar as suas fontes, indica que o também ex-embaixador de Antígua e Barbuda nas Nações Unidas morreu com um ataque de coração. Outros meios de comunicação, que citam como fonte um irmão de Ashe e o seu advogado, acrescentam que está prevista uma autópsia para confirmar a causa da morte. O corpo terá sido encontrado no chão da casa onde vivia, em Nova Iorque. Ashe foi detido e acusado no ano passado pelas autoridades norte-americanas por ter recebido mais de um milhão de dólares em subornos de empresários chineses, em troca do exercício da sua influência na Assembleia Geral da ONU. Enfrentava agora duas acusações por fraude fiscal. Entre os acusados neste processo está também o multimilionário de Macau Ng Lap Seng que, segundo as autoridades norte-americanas, pagou a Ashe para, entre outras coisas, impulsionar o seu projecto para construção de um centro de conferências da ONU na cidade. Em reacções, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Mogens Lykketoft, lamentou, ontem, a morte de John Ashe. Em comunicado, Mogens Lykketoft apresentou as suas “sinceras condolências” à família de Ashe. “Apesar das muitas acusações contra ele, que até ao momento não foram provadas, Ashe foi durante muitos anos um popular e trabalhador membro da comunidade diplomática em Nova Iorque e na ONU”, sublinhou o actual presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas. HM/LUSA
Hoje Macau MancheteMetro | Sistema vai ser estendido até Coloane. Orçamento divulgado Já há decisão: o metro ligeiro vai até Coloane. Raimundo do Rosário apresentou decisões, valores e novas soluções. Ho Ion San aplaude a coragem do Governo [dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] da boca de Raimundo do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Públicas, que sai a confirmação: o sistema do metro ligeiro vai ser estendido até Coloane. “A nossa primeira prioridade é acabar a linha da Taipa e a seguir ligá-la à Barra e depois haverá uma linha que sairá do ISTMO Taipa – Coloane, para Coloane, para Seac Pai Van. Essa linha terá uma extensão aproximada de dois quilómetros com duas estações. Terá uma primeira estação no novo hospital [Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas] e uma segunda estação na habitação pública de Seac Pai Van”, esclareceu o Secretário, à Rádio Macau. Também este ano será decidido sobre a linha de Macau, conforme explicou Raimundo do Rosário. “Como sabem a linha de Macau tem sido objecto de alguma ‘contestação’, mas nós tomaremos uma decisão sobre a linha de Macau este ano”, garantiu. O segmento da Taipa, do metro ligeiro, terá um custo 11 mil milhões de patacas, conforme indicou Raimundo do Rosário, acrescentando que estará concluído em 2019. “O que eu queria deixar claro é o seguinte: todos os custos estão aqui metidos. Assumo isso. Os custos futuros, esta é uma estimativa. Sei que não estamos habituados a fazer isto, mas passaremos a fazê-lo, que é dizer quando as coisas acabam e quanto é que as coisas custam. Agora, tem de ser bem explicado, pelo seguinte, dou um exemplo, o parque material de oficinas não serve só a linha da Taipa, servirá Coloane e depois, em parte, Macau. Entretanto, todo o custo deste parque material de oficinas foi imputado nestes 11 mil milhões da Taipa, embora não sirva só à Taipa. Portanto não são só os nove quilómetros e as 11 estações”, explicou. Há ainda números para a construção do Parque de Materiais e Oficina do metro ligeiro. Vai ter um custo de mil milhões de patacas, e o seu concurso público abre já a 1 de Julho. Tudo muito bem Em reacções às declarações de Raimundo do Rosário, Ho Ion San, deputado, afirmou que este foi um “acto de coragem”. “Tanto os deputados como a população solicitaram várias vezes ao Governo uma calendarização sobre o projecto do metro ligeiro. O Governo agora tem essa coragem, é corajoso em aceitar esse desafio e assumir esta responsabilidade. Para além de tentar cumprir o prazo e a sua responsabilidade, também tentou pensar em novas soluções”, disse, referindo-se à criação de um prémio de 8% do valor da obra à empresa, se esta cumprir os prazos estipulados. Raimundo do Rosário avançou ainda que a exploração do metro ligeiro vai ser entregue a uma empresa de capitais públicos, levando à extinção do Gabinete de Infra-Estruturas e Transportes, em 2017.
Hoje Macau China / ÁsiaChina |Governo incentiva investimento privado Um estudo agora divulgado revela que a desaceleração económica, a redução de capacidade, a implementação insuficiente de políticas e dificuldades de financiamento têm emperrado o investimento privado mas Li Keqiang não quer nada disso e pediu a todos os níveis de governação para agilizarem o processo, pois só assim “será possível um crescimento económico estável”. Afinal de contas, o sector é responsável por 60% do PIB e 80% dos empregos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] governo chinês vai tomar uma série de medidas para incentivar o investimento privado no país, libertando ainda mais o potencial das empresas do sector privado. O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, pediu na quarta-feira aos departamentos dos governos central e locais que tomem acções concretas para impulsionar o investimento privado, depois de ouvir relatórios de uma investigação relacionada com uma reunião executiva do Conselho de Estado, presidida por Li. Durante a reunião, o primeiro-ministro pediu ao governo de todos os níveis que prestem atenção aos problemas revelados na investigação, especialmente as dificuldades das empresas privadas de financiamento, assim como as taxas administrativas excessivas. Keqiang enfatizou que o investimento privado é de importância crítica para a China manter um crescimento económico estável, garantir emprego e reformar a estrutura económica. A pente fino Uma missão nacional de inquérito sobre a desaceleração no investimento privado foi iniciada pelo Conselho de Estado há um mês, cobrindo 30 províncias e regiões. Mais de 500 empresas foram envolvidas e mais de 10 mil questionários sobre a implementação das políticas de investimento privado foram distribuídos na pesquisa. Os principais factores que causaram o declínio no investimento privado são: pressão de desaceleração económica, redução excessiva de capacidade, implementação insuficiente de políticas, e as dificuldades de financiamento das pequenas empresas privadas locais. Durante a reunião, Li assinalou que tratar adequadamente das relações entre o governo e o mercado, além de aprofundar reformas, é vital para impulsionar o investimento privado. “O governo deve cumprir com seus deveres, mas não deve abusar do seu poder”, disse. Mais medidas devem ser divulgadas pelo Conselho de Estado para solucionar os problemas acima mencionados das empresas privadas, como melhorar o acesso ao crédito, aumentar o apoio institucional aos programas de parceria público-privada local (PPP), reduzir custos administrativos e ampliar ainda mais o acesso ao mercado. O investimento privado tem desempenhado um papel vital no desenvolvimento económico da China nos últimos anos. Agora responde por 60% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, 80% dos empregos, mais de metade da receita de impostos, assim como 67% do investimento directo chinês no exterior.
Hoje Macau China / ÁsiaDeputado pró-democracia de Hong Kong acusado de corrupção [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado pró-democracia de Hong Kong, Leung Kwok-hung, também conhecido como “Cabelo Comprido”, foi ontem acusado de corrupção por, alegadamente, ter recebido pagamentos de um dos mais conhecidos magnatas da comunicação social da cidade. Leung Kwok-hung, um activista da Liga de Social Democratas, foi detido e acusado de má conduta em cargo público pela Comissão Independente contra a Corrupção (ICAC, na sigla inglesa). “Cabelo Comprido” é acusado de ter recebido 250 mil dólares de Hong Kong do fundador do jornal Apple Daily, Jimmy Lai, “relacionados com o seu cargo público”. Recorde-se que o jornal tem uma postura muito crítica de Pequim. Leung disse à AFP que a sua detenção tem “um significado político”, acontecendo meses antes das eleições legislativas. Conhecido pelo seu rabo-de-cavalo e por usar ‘t-shirts’ de Che Guevara, Leung tem sido uma presença desafiadora no Conselho Legislativo de Hong Kong desde que conquistou um assento em 2004. “Sou uma conhecida figura da oposição em Hong Kong, pode haver algum tipo de significado político”, disse à AFP. A detenção, acredita, “vai ter um grande efeito político”, tendo acontecido “mesmo antes das eleições” deste ano. O democrata ainda não revelou se tenciona candidatar-se em Setembro. Um comunicado do Governo indica que Leung, de 60 anos, foi acusado de “deliberada e intencionalmente” incorrer em má conduta ao não ter declarado que recebeu 250 mil dólares de Hong Kong de Lai entre Maio de 2012 e Junho de 2016. “O caso surgiu de uma denúncia de corrupção”, diz o comunicado. Leung foi libertado sob fiança e vai comparecer em tribunal na sexta-feira.