Jogo | PJ desmantela alegada rede de agiotagem e apreende armas

É o segundo caso numa semana: oito pessoas foram detidas por suspeitas de agiotagem, mas a PJ acredita que haverá mais envolvidos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) deteve oito pessoas da China por suspeita da prática de agiotagem na sequência de uma operação na quarta-feira, que resultou na apreensão de armas. Em comunicado, a PJ informa que a operação foi realizada na sequência de informações recebidas em Abril, dando conta de que uma organização estaria a praticar agiotagem na zona dos casinos dos NAPE.
Segundo a PJ, a rede, que estaria a operar há pelo menos um ano, envolvia mais de 60 pessoas, das quais dez teriam chegado a Macau, por turnos, para angariar clientes, estando ainda supostamente “encarregados de sequestrar e ameaçar os devedores”.
Além de ter descoberto a suposta “sede” da rede localizada nos NAPE e de ter detido oito homens da China, a PJ apreendeu uma série de materiais, desde armas (três “bastões telescópicos” e seis soqueiras), até termos de dívidas e 14 documentos de identidade alheios.
A PJ refere ainda que os oito detidos admitiram o crime e que indicaram que podiam lucrar 10% do valor de cada empréstimo concedido.

Mais do mesmo

Os suspeitos foram presentes ao Ministério Público por associação criminosa, posse de armas proibidas, agiotagem para jogo e exigência ou aceitação de documentos. A PJ indica que a investigação prossegue, nomeadamente com a busca por eventuais cúmplices em fuga.
Trata-se do segundo caso de agiotagem tornado público numa semana, depois de, na sexta-feira, a PJ ter informado que dez pessoas foram detidas por suspeita de emprestarem dinheiro a funcionários dos casinos, especialmente a croupiers para apostas de jogo. A PJ indicou que o montante emprestado ascendeu aos quatro milhões de patacas e abrangeu 120 vítimas. Os suspeitos foram acusados de criminalidade organizada, usura para o jogo e exigência ou aceitação de documentos.

11 Jul 2016

“Salão de Outono ” e “Vafa ” em simultâneo na Casa Garden em Novembro

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Fundação Oriente (FO) e a Associação Art for All (AFA) resolveram juntar o Salão de Outono com o festival Vafa (Art Vídeo para Todos), o festival internacional de vídeo-arte organizado já desde 2010. A ideia é cativar maior número de pessoas, pelo que “Um Outono repleto de arte” é também a aposta da organização ao organizar estes dois eventos em conjunto, combinando em simultâneo obras de arte locais e internacionais.
A participação no Salão de Outono ainda é possível para todos os residentes e também para os artistas que mais recentemente vivem e trabalham em Macau, pois as inscrições estão abertas.
Os candidatos podem apresentar trabalhos de pintura, gravura, escultura, fotografia, instalação e vídeo. Todas as candidaturas serão analisadas e seleccionadas por um júri composto por representantes da FO e da AFA, bem como por conceituados artistas locais.
Os finalistas serão notificados no final de Setembro. Para participar basta fazer o download do formulário de inscrição em www.afamacau.com. O prazo termina a 30 de Agosto.

Prémio “Jovem”

A FO adianta ainda que tem para oferecer 50 mil patacas para reconhecer e apoiar os jovens artistas plásticos de Macau em início de carreira. Os artistas terão ainda a oportunidade de exporem o seu trabalho no território e também de desenvolver as suas qualidades artísticas em Portugal, já que o vencedor terá ainda direito a uma residência artística no país no próximo ano. Os candidatos ao prémio poderão mostrar as suas obras em conjunto com os trabalhos seleccionados para o “Salão de Outono “.
Ao prémio podem candidatar-se apenas artistas actualmente residentes em Macau ou que provem ter vivido em Macau durante os últimos dois anos, independentemente da sua nacionalidade. Têm de ser portadores de Bilhete de Identidade de Residente e ter entre os 18 e os 35 anos.

VAFA em movimento

O concurso para o quinto Vafa também se encontra a decorrer e os artistas interessados podem apresentar as suas obras de vídeo-arte até ao dia 30 de Agosto. O júri é composto por artistas internacionais de vídeo-arte e alguns curadores de arte. Primeiro prémio e quatro menções honrosas são os prémios disponíveis, sendo que o vencedor do melhor vídeo receberá mil dólares americanos e será convidado para vir a Macau, caso não seja residente, para participar na cerimónia de abertura da exposição.
O valor para cada menção honrosa é de 500 dólares americanos. Como a vídeo-arte é uma criação independente, não há critérios fixos relativos ao tema e forma das obras. A única restrição à criação será para vídeos com informações violentas ou provocadoras.

11 Jul 2016

Pequim condena sistema anti-mísseis norte-americano na Coreia do Sul

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China condenou sexta-feira a instalação de um sistema antimísseis norte-americano na Coreia do Sul por considerar que “prejudica seriamente” a segurança na região.
Seul e Washington anunciaram sexta-feira um acordo para a instalação na península coreana do sistema THAAD (Terminal High Altitude Area Defence), dadas as crescentes ameaças da Coreia do Norte.
Para o Ministério da Defesa chinês, este acordo “prejudica seriamente os interesses estratégicos a nível de segurança de países da região, incluindo a China”.
“A China insta fortemente os EUA e a Coreia do Sul a pararem o processo de instalação do sistema antimíssil THAAD”, acrescentou o Ministério, na mesma declaração, feita através de um comunicado.
Para Pequim, a instalação deste sistema na Coreia do Sul não ajudará à desnuclearização da península coreana. A China exprime, assim, “a sua forte desaprovação e a sua firme oposição” ao acordo anunciado por Seul e Washington.

Região quente

Pequim já havia condenado, por diversas vezes, a possível instalação do THAAD em território sul-coreano, temendo que o seu raio de alcance vá muito além das efectivas necessidades de defesa da península coreana e interfira em interesses chineses. Por outro lado, a China teme que acabe por provocar uma corrida ao armamento na região.
Os Estados Unidos da América e a Coreia do Sul iniciaram conversações com vista à instalação do sistema norte-americano antimísseis na península coreana em Fevereiro, um mês depois de a Coreia do Norte ter feito o seu quarto teste nuclear. Seul e Washington “fizeram uma aliança para instalar o THAAD”, como “medida de defesa para garantir a segurança” da Coreia do Sul e da sua população, disseram na passada sexta-feira os responsáveis pela Defesa dos dois países, num comunicado conjunto que não avança uma data para a concretização do acordo.

11 Jul 2016

Caxemira | Protesto contra morte de terrorista faz 14 mortes

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] número de mortos em protestos violentos na Caxemira indiana aumentou ontem para 14 e o de feridos para cerca de 200, no segundo dia de distúrbios, após a morte de um terrorista do grupo separatista Hizb-ul-Mujahideen.
O inspector-geral da polícia de Caxemira, Javid Geelani, disse à agência EFE que durante a manhã morreu mais uma pessoa, elevando o número total de vítimas desde sábado para 14. O responsável afirmou que se registaram vários confrontos entre manifestantes e forças de segurança e que foram lançadas pedras, mas assegurou que a situação geral é “melhor” do que a vivida no sábado.
O inspector-geral não fez um balanço detalhado do número de feridos, que no sábado afirmou ser de 96 durante uma conferência de imprensa, e que, segundo os média locais, subiu ontem para cerca de 200.
Burhan Wani, de 21 anos, um dos rostos mais conhecidos do Hizb-ul-Mujahideen pela sua actividade nas redes sociais, morreu na sexta-feira numa operação conjunta da polícia e do exército indianos, em Kokernag. Depois de a notícia ter sido divulgada, os líderes independentistas convocaram uma greve de três dias para protestar contra a morte do jovem.

11 Jul 2016

Diário (secreto) de Pequim – Outubro de 1977

Pequim, 10 de Outubro de 1977

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]nteontem espectáculo memorável pela companhia de Cantos e Danças Dongfeng (Oriente), no velho Teatro Tianqiao, lá para sul, para os lados do Templo do Céu.
Pleno o aproveitamento político que os camaradas chineses estão a fazer da reaparição, do renascer deste grupo artístico criado em Janeiro de 1962, por proposta de Zhou Enlai, primeiro-ministro, com o objectivo de “estimular e desenvolver a amizade entre o povo chinês e os povos dos países do Terceiro Mundo.”
Estes bailarinos, acrobatas, cantores encheram o palco durante quase três horas com um repertório que incluía temas musicais e danças folclóricas da Ásia, África e América Latina. Tudo muito bem imitado, tudo muito bem conseguido, tudo alegre, colorido e bonito. Dizem-me que nestes anos recentes de políticas e delírios esquerdistas, Jiang Qing, a viúva de Mao e membro principal do “bando dos quatro” terá afirmado que a música deste Grupo de Cantos e Danças “é decadente” e Zhang Chunjiao, outro figurão proeminente do execrável “bando” emitiu a seguinte opinião: “Afinal para que serve este conjunto artístico se eles se limitam a copiar os macacos de África? A dança africana e o rock and roll são uma e a mesma coisa.”
Este Grupo do Oriente reapareceu agora após quase dez anos de silêncio e apresentou um espectáculo de muita qualidade. Os números sucessivos, com inúmeros bailarinos e músicos em palco, mostraram não só o trabalho e as lutas do povo chinês mas também as de outros países. Assisti a cantos e danças do Kampuchea, do Mali, do Peru, da Birmânia, da Argentina, da Etiópia, do Vietname com os chineses bem ataviados e garbosos (até a cara pintaram de negro!) exemplarmente travestidos de gentes das nações do mundo. Foi um ar fresco a soprar na vida cultural tão limitada desta China.
A 1 e 2 de Outubro, feriados nacionais comemorativos da fundação da República Popular da China, tive também o privilégio de assistir em três parques diferentes de Pequim a dezenas e dezenas de espectáculos onde grupos de crianças e actores profissionais representavam, cantavam, dançavam. Muitas vezes a encenação tinha um forte objectivo político, a denúncia e combate ao “bando dos quatros”. Por exemplo, um grupo de crianças bailarinas, quase no final da dança, ia buscar pequenas granadas de mão, em madeira e, ritmando gestos e música, saltavam no ar e lançavam as granadas contra um grande painel com a figura pintada, velha e feia, exactamente da senhora Jiang Qing, quarta mulher de Mao Zedong e cabecilha do “bando dos quatro.”
Libertos do recente despotismo cultural, é verdade que escritores e artistas começam a aparecer um pouco por toda a parte. Do que me vou apercebendo aqui nas conversas com os dezanove camaradas chineses com quem trabalho e a quem ensino português, as diferentes editoras publicam outra vez livros de poesia, romances, teatro de autores que tiveram grande importância na história da moderna literatura, alguns deles muito próximos do Partido Comunista mas proibidos, censurados até há pouco. Homens como Tian Han, Cao Yu, Ai Qing, Mao Dun, Ba Jin.
O velho Mao Zedong indicava justamente que “o antigo deve servir o actual” e assim surgiram agora reedições de algumas das mais importantes obras clássicas da literatura chinesa, como a “Poesia Completa de Li Tai Bai” , e antologias de poemas das dinastia Tang, Song, Yuan, Ming e Qing, ou seja todos os ciclos dinásticos desde 618 a 1911.
Vão também ser reeditadas reproduções de pinturas célebres de diferentes dinastias, e também cópias de quadros de Rembrant. Reapareceram traduções para chinês de peças do teatro clássico grego, algumas comédias e tragédias de Shakespeare, obras de Heinrich Heine, Nicolau Gogol, Balzac e Vítor Hugo. Voltou também a música clássica ocidental. Já se podem comprar partituras e ouvir discos com música de Mozart, Beethoven, Chopin, Bach, etc.
Parece ser assim verdade que, aniquilado o “bando dos quatro” (a linha esquerdista radical de Jiang Qing, Zhang Chunqiao, Wang Honwen e Yao Wenyuan) a literatura, a dança, a música, a arte em geral retomam na China o importante lugar que lhes cabe na construção de uma sociedade mais justa, mais educada, mais fraterna, mais humana, mais livre.

Pequim, 15 de Outubro de 1977

Olha o muro e edifício nunca crido
Que entre um império e outro se edifica,
Certíssimo sinal e conhecido
Da potência real, soberba e rica

Os Lusíadas, canto X, 130

Luís de Camões, em pleno século XVI, dá testemunho da existência do “muro”, da vasta Grande Muralha da China.
Fernão Mendes Pinto dedica-lhe todo o capítulo 95 da Peregrinação e dá-se mesmo ao rigor de explicar:

“Este muro vi eu algumas vezes e o medi, que tem por todo em geral seis braças de alto e quarenta palmos de largo.”

Domingo passado, iluminado por um ameno sol de Outono, foi tempo de viagem curta até ao troço da Grande Muralha da China que passa oitenta quilómetros a norte de Pequim.
Por má estrada, são quase duas horas de caminho. O autocarro chinês, meio decrépito, avança por terras planas nos arredores da capital, com pomares, campos verdes de trigo, milho, sorgo, algodão, mais pequenos rios e lagos onde patinham grandes bandos de patos. Cruzamo-nos com milhares de bicicletas, camiões, carroças e inúmeros grupos de camponeses, indo e vindo da azáfama dos campos. Aqui e acolá umas bandeirolas vermelhas espetadas no terreno indicam grupos de trabalho. Na China, os domingos são dias normais para o labor agrícola, é preciso dar de comer a 900 milhões de almas e este velho império, com um quinto da população mundial, conta apenas com 1/14 avos da terra arável existente no globo.
Chegamos a Changping. Acabou a planície, a estrada começa a subir e a paisagem muda rapidamente. Estamos a entrar no maciço montanhoso, a Grande Muralha não está longe. As montanhas elevam-se abruptas e nuas, como que talhadas a cinzel entre o fundo de vales pedregosos e o céu azul.
O caminho que seguimos foi outrora uma via estratégica. Por aqui, vindos do norte passaram hordas de invasores mongóis que atravessaram a Muralha, conquistaram e governaram a China durante quase um século (dinastia Yuan, 1279-1368). Era também o percurso, o itinerário das caravanas que se dirigiam para norte. Caravanas autênticas de cavalos, camelos, carroças carregadas de “sacos de lã e peles da Mongólia a caminho de Pequim ou transportando volumes de folhas de chá de Tianjin, a caminho de Kiakhta, na fronteira da Sibéria”, (in Mournier, L’Émpire du Milieu, Paris, Plon, 1903).
Esta estrada continua a ser hoje uma importante via de comunicação. O trânsito é intenso, camionetas e camiões, de todos os tipos e formatos, sobem e descem, carregados dos mesmos produtos de outrora mas também de muitos outros. O dia está bonito por isso são incontáveis os autocarros de passageiros apinhados de chineses, que vão, tal como eu, de visita à Grande Muralha. Dizem-me que o troço de Badaling que vamos percorrer chega a receber mais de dez mil visitantes num só dia.
Paralela à estrada, mas do outro lado do estreito vale, segue a via férrea, furando túneis, escondendo-se debaixo das montanhas, reasparecendo, subindo, subindo sempre. Chegamos a uma aldeia chamada Juyongguan, com casas pobres dos camponeses, baixas, com janelas envidraçadas e, à volta, pedaços de terra encravados nos socalcos da montanha. À entrada da aldeia levanta-se um grandioso pórtico em pedra construído em 1345, no período mongol, com baixos relevos representando Buda e com inscrições em seis línguas, chinês, sânscrito, tibetano, mongol, uighur e targut. Nesses tempos recuados a estrada passava sob este pórtico, daí as frases que são uma espécie de encantamentos (dharani, em sânscrito) destinados a viajantes de tão longínquas paragens. Em Juyongguan encontramos ainda trepando pelas encostas um par de muralhas menores, muito destruídas pelos séculos. Trata-se de fortificações recuadas, antes da Grande Muralha que se situa uns dez quilómetros mais para norte.
A estrada continua a subir, as curvas sucedem-se em cotovelos apertados, um comboio avança pachorrentamente a nosso lado, cheio de chineses que espreitam às janelas e procuram, tal como eu, descobrir a Muralha. Mais uma curva, um chiar de travões, uma guinada do volante do autocarro e aí estão os topos das nervuras das montanhas devassados pelo engenho do homem. A Grande Muralha serpenteia um pouco por toda a parte, sobe, desce, volta a subir, flecte em ziguezagues, acompanha os picos e as quebras dos montes.
A construção da Muralha da China iniciou-se no século V antes da nossa era. Durante o período dos Reinos Combatentes (476 a.C.-221 a.C.) alguns príncipes feudais viam as suas terras constantemente invadidas por tribos nómadas vindas do norte. Para assegurar a defesa dos seus territórios, também nas lutas que travavam entre si, mandaram construir extensas muralhas para protecção das fronteiras. Mais tarde, o primeiro imperador da dinastia Qin, que se chamou Qin Shihuang, unificou a China pela primeira vez e deu ordens para se ligarem entre si as muralhas já existentes. Na dinastia Ming (1368-1644) foram construídas novas muralhas para delimitar, com rigor, as fronteiras do império. O resultado foi esta extraordinária obra que se estende por quatro províncias, duas regiões autónomas e dois municípios centrais, a saber, Hebei, Shanxi, Mongólia Interior, Shaanxi, Gansu, Ningxia, Pequim e Tianjin.
(continua)

António Graça de Abreu
11 Jul 2016

Associação de Médicos de Língua Portuguesa espera resolução nos recursos humanos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente da Associação de Médicos de Língua Portuguesa de Macau disse acreditar que a falta de clínicos em algumas especialidades na região será resolvida a curto e médio prazo e propôs alterações no plano vacinação local. Jorge Sales Marques afirmou que “continua a haver” no hospital público de Macau falta de profissionais em algumas especialidades, sobretudo cirúrgicas, “que precisavam de ser reforçadas”.
“Penso que a curto e médio prazo irá ser resolvido. Se isto será ou não com portugueses, o que interessa, na minha opinião, é que sejam médicos de qualidade acima da média, que sejam médicos que consigam melhorar o apoio e a assistência médica aqui em Macau”, disse aos jornalistas, à margem de uma conferência organizada pela associação, dedicada à pediatria.
Esta foi a primeira de quatro conferências que a Associação de Médicos de Língua Portuguesa de Macau vai organizar este ano e a primeira promovida pela actual direcção, presidida pelo pediatra Jorge Sales Marques e eleita em Janeiro passado.

Alterações às vacinas

O presidente da Associação disse que vai propor aos Serviços de Saúde pequenas alterações ao plano de vacinação, com base “no que se faz hoje internacionalmente”.
Uma dessas propostas é que a vacina do HPV (o vírus que provoca o cancro do colo do útero) passe a abranger também os rapazes e comece a ser administrada mais cedo, aos nove anos. Actualmente, as raparigas recebem a primeira dose aos 11 anos.
Jorge Sales Marques vai ainda propor que a vacina anti-pneumocócica (que previne infecções graves) passe a ser administrada em menos doses (passando de quatro para três), que a vacina do rotavírus (responsável por gastroenterites agudas) passe a integrar o plano de vacinação de Macau e que a vacina da meningite B seja administrada a crianças que viajam para determinadas zonas do mundo. Segundo o médico, em Macau, a bactéria da meningite B “não é prevalente”.
Além da vacinação, a conferência contou ainda com apresentações sobre o défice de atenção e a hiperactividade e sobre os distúrbios alimentares nas crianças e adolescentes. Jorge Sales Marques realçou que a pediatria em Macau “está de boa saúde”.

11 Jul 2016

David Chow quer construir mais em Setúbal

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Macau Legend Development (MLD) firmou ontem, em Macau, um memorando de entendimento com a Câmara de Setúbal relativo a um projecto de turismo, lazer e entretenimento, cuja primeira fase inclui um hotel, área comercial e residencial, um pavilhão multi-desportivo, um parque de estacionamento e uma marina.
O presidente e director executivo da Macau Legend não quis, porém, avançar o valor global do investimento – o primeiro do grupo em Portugal e na Europa -, falando em “pelo menos 150 milhões de euros”. Se o Governo “me der mais terra podemos investir mais”, afirmou, apontando ser preciso ter em conta não apenas a área, mas a proporção, ou seja, quão alto pode construir.
“Não posso dizer o valor total agora”, frisou, indicando que o grupo pode “gastar o que for necessário para tornar [o projecto] bonito”, pelo que o orçamento “pode ser muito aberto”, com o montante a depender do tamanho. “Estamos abertos a 100 milhões de euros ou até 500 milhões de euros, depende”, salientou.
A presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, realçou que se encontra “tudo em negociação” e, embora manifestando o interesse em “conceder o máximo” de terra, explicou que está a ser feito “um plano de pormenor para a área”. Maria das Dores Meira destacou que a área envolve “várias gestões” – a portuária, do Governo central, a municipal – e tem ainda privados, impondo-se assim a definição de um plano de pormenor, que pode demorar entre seis meses a um ano, “em que todas as entidades estejam de acordo para a transformação e aquisição de uma só entidade que é a Macau Legend”. O projecto não tem uma data prevista para arrancar.

8 Jul 2016

Gabriel Tong assume cargo de director na Faculdade de Direito

[dropcap style≠’circle’]G[/dropcap]abriel Tong vai assumir o cargo de director interino da Faculdade de Direito da Universidade de Macau a partir de 15 de Julho. A informação foi confirmada à Rádio Macau pelo também deputado, depois do deputado e actual director associado da mesma Faculdade ter assumido em Maio que poderia vir a substituir John Mo, que a partir deste mês passa a coordenar as pós-graduações. Gabriel Tong assumirá temporariamente as funções com a saída de John Mo. A Universidade de Macau abriu um concurso para a escolha.

8 Jul 2016

Tufão Nepartak sem consequências graves para Macau

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro tufão de 2016 que está previsto atingir Taiwan esta manhã, vai continuará a sua trajectória em direcção a Noroeste, estando a sua entrada prevista na província chinesa de Fujian para amanhã e não passando por Macau.
A informação é adiantada pelos Serviços de Meteorologia e Geofísica de Macau, que indicam ainda que, apesar da proximidade dos ventos, “estamos sobre a influência de um anticiclone e da banda exterior do Tufão Nepartak, e por isso, o tempo vai apresentar-se normalmente bom”. O estado do tempo vai continuar a ser influenciado por este sistema prevendo-se um início de fim-de-semana muito quente, com temperaturas superiores a 35 graus, vento fraco e céu pouco nublado.
Às 12h00 de ontem o Nepartak estava localizado a cerca de 370 Km a leste-sudeste da cidade taiwanesa de Kaohsiung. Prevê-se que se movimente para noroeste a cerca de 20km/h em direcção à China continental. Os SMG adiantam ainda que o Nepartak é um tufão muito violento, com pressão atmosférica muito baixa e que manterá a intensidade até atingir Taiwan.

8 Jul 2016

Táxis | Associação pede aumento de tarifas

A Associação de Mútuo Auxílio de Condutores de Táxi não vê com bons olhos a Uber e propõe um ajustamento de preços para o final do ano. Das alterações propostas contam taxas adicionais nas tarifas depois da meia-noite e durante o ano novo chinês

[dropcap style≠’circle’]K[/dropcap]uok Leong Son, presidente da Associação de Mútuo Auxílio de Condutores de Táxis, disse ao HM que iria propor ao Governo um novo plano de preços para o serviço de táxis. O dirigente afirma a intenção de aumentar as tarifas do sector para trajectos efectuados depois da meia-noite bem como durante o período de férias.
A referência para esta alteração vem de Zhuhai, onde os sistemas electrónicos de táxi adicionam automaticamente mais 50% ao custo total depois das 24h00. O responsável sugeriu ainda que o aumento fosse entre as oito e as 15 patacas, sendo que o período de férias do ano novo chinês também deveria ser alvo de alteração tarifária com a inclusão de taxas extra.

Uber de fora

Por outro lado, o presidente da Associação voltou a criticar o caso de uso ilegal da aplicação da Uber por telemóvel, referindo que “o mercado de Macau é pequeno e só conta com cerca de mil táxis”. Sublinha que está em curso um processo de negociação com empresas de transporte on-line de modo a optimizar os serviços relativos à funcionalidade das aplicações móveis, de forma a que os táxis possam servir melhor neste sentido.
Questionado acerca da recentre entrega de uma lista de emails de defensores da legalização da Uber em Macau ao Secretário para os Transportes, Kuok Leong Son considera que o Governo não “deve gastar tempo para conversar com eles” porque é “completamente ilegal”.
Kuok leong Son adianta que “todos os governos das quatro regiões da China não o permitem” e que não faria sentido Macau ser excepção visto afectar “substancialmente a indústria e causar impactos nas receitas”.

Sector prejudicado

Kuok Leong Son falou também do salário médio dos taxistas que é agora cerca de 12 mil a 13 mil patacas por mês, “comparando com os motoristas profissionais, como os motoristas do autocarro, que ganham 21 mil, e os motoristas dos carros turísticos que ganham cerca de 20 mil, existe uma distância, já não se calculando que a jornada laboral dos motoristas de autocarro é 26 dias e a nossa 30 dias”.
Estas declarações ao HM coincidem com as recentes afirmações que Kuok Leong Son fez no discurso da celebração do 30º aniversário da Associação e citadas pelo Jornal Ou Mun, em que o presidente afirma a intenção em cooperar com as aplicações móveis de chamada de táxis de Hong Kong e do interior da China.

Angela Ka

8 Jul 2016

IC | Casas da Taipa com novidades em Outubro

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto Cultural deu a conhecer ao HM um plano previsto para Outubro referente ao lançamento de um projecto para as Casas Museu da Taipa integrado na acção do Governo em “construir Macau como Centro Mundial de Turismo e Lazer”. Sem adiantar detalhes, o IC refere que o lançamento da iniciativa “será de um projecto relevante, lançado antes ou após o Festival da Lusofonia, enriquecendo o tempo de lazer do público e atraindo os turistas”.
Por responder ficaram as questões recentemente lançadas pela Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM).
Segundo o Jornal Tribuna de Macau, a Associação terá posto em causa a utilidade turística da iniciativa a cargo do IC. As críticas colocadas prendem-se a dúvidas acerca da utilização desta zona enquanto chamariz para um maior número de turistas, bem como da possibilidade de interferência com a fauna local, onde acontecem concertos e eventos ao longo do ano. Foram ainda colocadas questões relativas à escassez de transportes públicos para aquela zona, bem como de estacionamento. Sobre isto o IC não tem reacção, não adiantando também dados concretos sobre a concessão dos espaços.

8 Jul 2016

Mar do Sul | Wang Yi conversa com Secretário de Estado Americano

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]e acordo com a Rádio Internacional da China (CRI), o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, conversou nesta quarta-feira por telefone com o Secretário de Estado Norte-americano, John Kerry, a propósito de questões relativas ao Mar do Sul da China.
Wang Yi disse que a China e os Estados Unidos mantêm boas relações bilaterais e que os dois lados continuam a focar-se na cooperação e a tratar das divergências de forma adequada, para impulsionar a criação de um novo modelo de relação entre grandes países.
Wang Yi reforçou a ideia de que a arbitragem sobre o Mar do Sul da China não possui suporte legal nem sequer provas.
“O Tribunal de Arbitragem não possui jurisdição acerca do caso. Seja qual for o resultado, a decisão não apresenta efeitos vinculativos à China nem irá afectar a soberania chinesa e os seus direitos e interesses no Mar do Sul da China. A não aceitação da arbitragem por parte da China corresponde às leis internacionais, incluindo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. Esta farsa política da arbitragem ilegal deve terminar”.
Wang Yi disse ainda que a China espera agora que os Estados Unidos cumpram o seu compromisso de não tomar posição nas disputas territoriais e não prejudicar os interesses chineses.

Em nome da paz

Wang Yi ressaltou que, seja qual for o resultado da arbitragem ilegal das Filipinas, a China possui o direito de salvaguardar a sua soberania e os interesses legítimos e possui a capacidade e confiança para continuar defendendo a paz e a estabilidade regional. A China persiste em tratar as divergências através do diálogo e de resolver as disputas através de negociações.
Ainda segundo a informação divulgada pela CRI, John Kerry afirmou que os Estados Unidos compreendem a posição da parte chinesa na questão da arbitragem e afirmou que os dois lados possuem interesses comuns na manutenção da paz no Mar do Sul, e que os EUA apoiam a resolução das disputas através de negociações.

8 Jul 2016

UM | Estacionamento passa a ser pago

A partir do dia 17 deste mês passam a ser cobradas taxas pelo estacionamento nos Auto-Silos da Universidade de Macau (UM), pelo que os motociclos e veículos dos visitantes actualmente aí estacionados deverão ser retirados antes da medida entrar em vigor “sob pena de serem sujeitos ao tratamento legal devido”, segundo informa a nota à imprensa distribuída pela Secção de Assuntos de Segurança e de Tráfego da UM. A medida, que entrou em vigor segundo um despacho publicado em Boletim Oficial, tem como objectivo melhorar a gestão dos parques, assegurar a segurança dos utilizadores e proporcionar estacionamento aos docentes, estudantes e visitantes. As tarifas de estacionamento, calculadas à hora, são basicamente as mesmas que as praticadas nos demais auto-silos públicos de Macau. O período máximo de estacionamento permitido será de oito dias consecutivos.
Contudo, aos docentes, estudantes e funcionários da UM é aplicado um período transitório em que estão isentos do pagamento das taxas devidas pelo estacionamento. O período transitório pode prolongar-se, no máximo, até ao dia 31 de Dezembro de 2016.
“O mais tardar a partir do dia 1 de Janeiro de 2017, estes utilizadores passam a pagar as devidas tarifas. Para esse efeito, os estudantes, docentes, funcionários da UM e os titulares do cartão do campus podem comprar o passe mensal e gozam de um desconto de 50% no bilhete simples”, indica a UM.

7 Jul 2016

Aeroporto de Macau com recordes e novos voos

O Aeroporto de Macau registou um aumento de 16% no número de passageiros na primeira metade de 2016, por comparação com o mesmo período em 2015, lidando com cerca de 3,25 milhões.
No que diz respeito a tráfico de aeronaves foram anotadas mais de 28 mil aterragens e partidas, ou seja, mais 6% do que no ano anterior. As principais rotas que utilizaram as instalações são da China continental, Taiwan e Sudoeste Asiático com crescimentos percentuais respectivos de três, 25 e 22.
A média diária de passageiros situa-se agora nos 18 mil.
Segundo informa a Companhia de Aeroporto (CAM), apesar da suspensão dos voos já anunciados da TransAsia Airways e da Thai Smile Airways desde o dia 30 de Outubro passado e a partir do final de Agosto, respectivamente, não se esperam flutuações no numero de passageiros.
Este facto fica a dever-se a terem surgido quatro novas transportadoras a utilizarem o aeroporto da cidade como são os casos da Vietjet, Lion Air, JSC Royal Flight Airlines e Nok Airlines. A JSC Royal Flight planeia mesmo aumentar o número de voos entre Macau e Moscovo para três por semana, já a partir de meados deste mês. Para a segunda metade do ano a Lion Air abriu uma linha charter entre Macau e Manado (Indonésia) no passado dia 4, com um total de três voos a cada duas semanas.

7 Jul 2016

Hong Kong sem acordo para transferência de fugitivos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades de Hong Kong frisaram ontem não haver qualquer acordo com as entidades congéneres da China para a transferência de fugitivos à justiça, noticia o jornal South China Morning Post.
A garantia surge na sequência do pedido das autoridades da China para que o livreiro Lam Wing-kee, que esteve desaparecido durante meses, deixasse a Região Administrativa Especial chinesa e regressasse ao interior da China, onde está a ser investigado por alegada venda de livros proibidos no país
“Como toda a gente certamente sabe, Hong Kong e o interior da China não têm acordos de transferência de fugitivos”, afirmou o secretário para a Segurança da antiga colónia britânica, Lai Tung-kwok, um dia depois de regressar de Pequim, onde se encontrou com o ministro da Segurança Pública.
“No decorrer das nossas conversações, a outra parte não fez qualquer tipo de sugestão relativamente a este pedido. De todo”, disse Lai Tung-kwok, quando questionado sobre o retorno do livreiro ao interior da China.
As autoridades de segurança da China alegam que o livreiro violou as condições de fiança que lhe foram impostas ao decidir permanecer em Hong Kong e não regressar à China.
Um vídeo mostrando confissões e a vida de Lam sob detenção foi exibido na presença dos ‘media’ de Hong Kong.
O secretário para a Justiça, Rimsky Yuen Kwok-keung, afirmou, após a visualização das imagens, que a polícia de Hong Kong deveria continuar a investigar.
“Achamos que há áreas que a polícia precisa de acompanhar como a discrepância entre o que é dito no vídeo e a versão pública do senhor Lam Wing-kee, feita publicamente ou de outro modo em Hong Kong”, disse.
“Nós ainda esperamos continuar a tentar descobrir a verdade”, afirmou, acrescentando que as autoridades de Hong Kong não tinham conhecimento prévio do vídeo divulgado na terça-feira.

Pacto para notificações

As autoridades de Hong Kong e da China acordaram informar-se mutuamente, num período de 14 dias, quando detiverem residentes da outra jurisdição para investigações criminais, anunciou ontem o líder do Governo de Hong Kong.
Leung Chun-ying, citado pelo South China Morning Post, afirmou que a decisão foi tomada após uma revisão conjunta do sistema de notificação recíproco transfronteiriço, que se considera ter falhado após o caso dos cinco livreiros de Hong Kong que desapareceram no ano passado e reapareceram meses depois sob custódia das autoridades da China.
Em declarações à imprensa ontem, o chefe do Executivo disse que foi acordado que o sistema “deve ser melhorado, à luz da mudança de circunstâncias e das expectativas das pessoas”.
As autoridades dos dois lados acordaram ainda passar a disponibilizar mais informação sobre as investigações e comunicar “por canais adicionais”. O sistema vai abranger todas as agências de segurança na China.

7 Jul 2016

Lei dos Animais | Pedida mais formação para donos

Lao Pui Cheng, vice-presidente da Associação de Protecção aos Animais Abandonados de Macau (APAAM), disse ao Jornal de Cidadão que se deve apostar numa maior formação dos donos de animais de estimação, numa altura em que a nova Lei de Protecção dos Animais acaba de ser aprovada na Assembleia Legislativa. O responsável referiu que em muitos países estrangeiros só é permitida a posse de um animal doméstico depois de frequência de um exame. “Para se ser um dono responsável também é necessário ter aulas”, adiantou.
Sobre a preocupação demonstrada por alguns deputados quanto a possíveis ataques de animais em elevadores, Lao Pui Cheng disse que não se recorda de casos graves em dez anos de trabalho com animais, falando de situações raras.
Quanto à possibilidade de entrega de um animal no Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) se o dono não mais o quiser, Lao Pui Cheng pediu a criação de uma lista negra para os donos que o façam com frequência.
Quanto à Associação, esta depara-se com dificuldades de funcionamento devido à renda elevada. Já foram enviadas várias cartas ao Executivo a pedir um novo local, mas ainda não foi obtida uma resposta. “Espero que no próximo ano tudo corra bem se não vai ser muito difícil para nós manter os cerca de 500 animais que agora estão connosco”, concluiu Lao Pui Cheng.

7 Jul 2016

Casinos | Galaxy aposta em extra-jogo. Melco no VIP

O vice-presidente do grupo Galaxy assegura que as actividades extra- jogo estão a ganhar terreno, sendo que está previsto que ocupem 97% no novo projecto da operadora no Cotai

[dropcap style=’circle’]L[/dropcap]ui Francis Iu Tung, vice-presidente do grupo Galaxy, afirmou ao Jornal Ou Mun que a desanimadora queda das receitas de Junho foi provocada principalmente por factores recentes, como a inauguração do parque Disneyland de Xangai, ou o Brexit que terá contribuído para a desvalorização do RMB. As quedas que atingiram o valor mais baixo desde Setembro de 2010 são tidas como improváveis no futuro, sendo que a recuperação das receitas depende de mudanças periféricas e a aposta é agora nas actividades extra-jogo.
Embora no primeiro semestre as receitas brutas do sector ainda estivessem em queda, as receitas do mercado de massas aumentaram enquanto que o mercado VIP diminuiu, revelou. Quanto às actividades extra-jogo, o vice-presidente referiu que a receita bruta do Galaxy aumentou em 60% comparativamente ao período homólogo do ano passado. Salientou ainda que, segundo os dados do último relatório de revisão intercalar do Jogo, as receitas não-jogo já são equivalentes a 75% das de Las Vegas.
O empreendimento da terceira fase do Galaxy vai ser lançado no final deste ano, e a quarta em 2017, sendo que 97% da sua composição é por elementos exteriores ao jogo e destinados a exposições e turismo familiar. “O mercado futuro já não é determinado pelo número de mesas do jogo”, frisou.

Ares da Montanha

Lui Francis Iu Tung falou também do novo projecto da Ilha da Montanha cujos detalhes ainda estão a ser discutidos. O projecto que terá características diferentes dos de Macau visa essencialmente actividades de desporto de lazer para uma menor densidade populacional.
A sociedade e o Governo esperam ainda que as companhias de Jogo assumam mais responsabilidade social. Francis Lui afirma que 90% das compras da operadora são fornecidas pelas companhias locais sendo que se encontra em promoção das marcas tradicionais. 

Melco muda estratégia

Já a Melco Crown está prestes a mudar de estratégia e abrir salas VIP no Studio City. A notícia é avançada pela agência Bloomberg, que cita, sem identificar, fontes próximas do processo. A operadora espera reverter dois anos de quedas de lucros e, para isso, conta abrir, ainda neste trimestre, três espaços exclusivos para grandes apostadores.
Segundo a Bloomberg, entre as empresas promotoras de jogo envolvidas estão o Suncity Group e o Tak Chun Group.
 

Sands China investe em produtos locais

O jornal Ou Mun noticiou na sua edição de ontem que a operadora Sands China comprou produtos feitos em Macau no valor de 14 mil milhões de patacas, o que representa 80% das aquisições feitas durante todo o ano. Cerca de 1,8 milhão de patacas, ou seja, 12%, equivale a compras de produtos feitas directamente às Pequenas e Médias Empresas (PME). Wong Ying Wai, presidente-executivo da Sands China, garantiu que está a ser reforçada a parceria firmada com a Associação Comercial de Macau. Só no ano passado a concessionária terá aumentado as compras locais em 36%.

7 Jul 2016

Sands Resorts cria mundo de fantasia com o Panda do Kung Fu

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]mais recente iniciativa da Sands Resorts tem a assinatura da Dreamwoks e pretende proporcionar a toda a família um Verão num espaço de fantasia. O anfitrião é Po, o protagonista da saga Kung Fu Panda.
As actividades propostas pretendem oferecer uma experiência completa dentro do mundo de Po e para o efeito o Sands Cotai disponibiliza, já a partir de 16 de Julho, o “Banquete Kung Fu de Po”.
Está também prevista a realização de outras actividades como a “Academia do Panda Kung Fu” , festas de aniversários temáticas ou Caças ao Tesouro. Segundo o Director do Departamento de Marketing da empresa, a intenção é a de criar experiências e memórias aos seus convidados de modo a que estes regressem.
Segundo a organização, o banquete temático já teve uma versão de teste no passado dia 5 de Julho e promete levar os interessados a um espaço especialmente decorados em que os petiscos são dedicados às estrelas de animação da Dreamworks. Enquanto se está à mesa é ainda tempo para desfrutar de uma performance a cargo das personagens que fazem parte do imaginário dos mais pequenos bem como interagir, em palco, com elas.
Mas nem tudo é à mesa e a iniciativa “Academia do Panda Kung Fu” desafia os interessados para um corrida de obstáculos no mundo do terceiro filme da saga. Pela primeira vez, os pequenos mestres da arte marcial podem fazer equipa com os pais e testar as suas habilidades em forma de jogo. Para quem deseje aprofundar a experiência, as famílias podem ainda recorrer aos pacotes da operadora que incluem alojamento e refeições.
Os aniversários não passam despercebidos ao mundo da ilusão e para estas ocasiões tão especiais nada como fazer do “rei desse dia” o rei do palco também. Para os petizes que ali queiram cantar os parabéns é criado um espectáculo especial a eles dedicado.
Paralelamente a estas iniciativas a organização anuncia o desfile de estrelas da Dreamworks onde o contacto com as personagens do grande ecrã está à mão de cada um, ou ainda a casa ao tesouro partilhada entre pais e filhos em que é proposta à família a descoberta das suas personagens preferidas em forma de cartas a três dimensões.

7 Jul 2016

Que estamos nós aqui a fazer, tão longe de casa? | 19 – A viúva

* por José Drummond

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]al o líder entrou murmurou algo ao ouvido do homem de rabo de cavalo. Um sinal com a cabeça e fui de seguida enviada para o quarto e obrigada a esperar. Um dos outros subalternos entrou comigo e fechou a porta atrás de si. Sentei-me na cama. Não sei quanto tempo esperei. Esperei até que se fez noite. Esperei até começar a adormecer. De repente ouvi um som. Estava já deitada. Era o líder que entrava no quarto enquanto o subalterno saia. Pensei rapidamente no que fazer. Por nenhuma razão queria ter sexo com este homem horrível. “Posso fazer alguma coisa por si?” perguntei. “Antes de mais preciso de uma massagem”, disse ele esticando-se na cama. “Muito trabalho? Precisa de relaxar?”, digo eu. “Sim, tem tudo sido demasiado intenso”, responde ele. Sorri e aproximei-me dele. “Sinto muito em dizer isto, mas temo que não que eu possa fazer muito pouco por si nessa área. As minhas qualidades são especialmente expressas na mesa de jogo. Tenho, no entanto, a esperança de o poder agradar”, disse-lhe.
“O meu problema é que os meus músculos ficam frequentemente duros, especialmente nos momentos em que tenho que tomar decisões”, disse ele. “Por vezes é tão intenso que não consigo literalmente mexer qualquer músculo”, continuou. “E fico assim durante horas. Tudo o que posso fazer nesses momentos é arranjar um pretexto junto dos outros para me retirar e rapidamente vir deitar-me”, rematou. “Eu não sou para este mundo”, pensei.

Não feches os olhos. Esta história é importante e tenho que a contar antes de um cliente que estou à espera chegar. O líder, pessoa temível estava ali à minha disposição e em posição vulnerável. No entanto eu não conseguiria escapar aos seus rapazes na sala. Tinha que tentar com que ficássemos sozinhos na suite, coisa que parecia impossível de acontecer. “Não sinto nenhuma dor em especial. É mesmo um bloqueio terrível. Todos os músculos do corpo ficam rígidos e eu tenho simplesmente que passar a uma posição imóvel. Por vezes nem sequer consigo mover um dedo”, disse ele. Eu nada disse olhando para ele com a doçura mais falsa com que consegui. Não é difícil mentir mas fazeres-te passar por outro tipo de pessoa é extremamente exigente. Não é coisa para todos. Tentei fazer conversa. “Talvez precise de uma mulher a tempo inteiro. Uma mulher que o faça esquecer de todas essas tensões e decisões difíceis a que está sujeito no dia a dia”, disse-lhe enquanto lhe comecei a massajar as costas. Comecei a ter uma estranha sensação que me percorria o corpo todo. Enquanto o massajava nas costas a minha cabeça começou a trair-me e os meus pensamentos começaram a tentar encontrar saídas para um labirinto de emoções que me surgiram inexplicavelmente. Um fio de suor começou a correr na minha fronte. Os nervos passaram a ligeira excitação. Aquele homem, sem que eu desse por isso, tinha conseguido cativar outras energias dentro de mim. Energias, para as quais eu não estava preparada. Aquele homem que eu tinha que matar estava ali à minha mercê e, sabe-se lá porquê, havia despertado em mim pensamentos sexuais. Os nossos destinos cruzados como que por mera casualidade e o meu corpo a trair-me. E a minha cabeça a trair-me. Eu tinha um papel naquela história e não passava por desenvolver qualquer tipo de atracção. “Não há nada neste mundo que substitua o que sentimos. Nada que ultrapasse a voz do coração”, disse ele como se conseguisse pressentir o meu corpo a tornar-se quente. Como se conseguisse ler os meus pensamentos. “Reparei, quando sorriu, que a sua boca é realmente muito bonita, muito bem desenhada”, continuou. Sem perceber tinha parado de o massajar, ele havia se virado e estávamos a beijar-mo-nos. Lágrimas derramaram pelos meus olhos sem ordem alguma. Chorava por tudo o que tinha perdido. Chorava por tudo o que estava prestes a perder. Ele nada fez. Continuou a beijar-me e acariciou-me com ternura até que chegou um ponto no qual eu não podia chorar mais. As minhas defesas estavam completamente em baixo e a minha máscara prestes a cair. Uma voz no fundo da cérebro começou a ecoar relembrando-me da minha missão. As lágrimas secaram numa parede invisível e fria. A assassina estava de volta. Lutava com a mulher que eu sempre escondi existir em mim. Uma mulher frágil. Vulnerável. Que deseja ser feliz. Que deseja amar. Que queria aquele homem naquele preciso momento. Imensamente. Que queria embarcar numa loucura. Ele abraçou-me e começou a despir-me. Aquela voz começou a lançar um alerta. Uma alerta incessante. Do outro lado uma outra voz se opunha. Questionava a missão. Queria acreditar no mundo e nas pessoas. No amor. Queria acreditar na possibilidade do amor. Da felicidade. O alerta recordou-me, enquanto as suas mãos desciam para me acariciar o sexo, de que existia algo escondido no seu interior. Dei um salto para trás e quase deitei tudo a perder. O penso higiénico com o batom de segurança. Tinha que o tirar. Ri-me nervosamente. “Estamos a ir muito rápido. Deixe-me vestir uma lingerie mais sensual”, e fugi para a casa de banho. E o resto é um dos meus maiores erros. Retirei o penso. Vesti uma lingerie super sexy e voltei à cama onde me deixei prolongar em espasmos. Ele foi o melhor amante que alguma vez tive. Porque hei-de eu de ficar sozinha na minha miséria?

Como vez a vida está cheia de mistérios. Quando ele adormeceu dei-lhe uma morte indolor utilizando a agulha fina do pente que trazia. Na sala os seus acólitos viam futebol na televisão. A custo levei o seu corpo até à banheira e abri as torneiras. Ainda nua entreabri a porta e chamei pelo homem de rabo de cavalo. Deixei a porta entreaberta e quando ele entrou fechei-a atrás de si. Ele ficou nervoso ao ver-me nua e antes que ele fizesse qualquer som cortei-lhe a carótida com o batom. Ainda nua e com o silenciador na pistola entrei na sala e antes que qualquer um dos outros tivesse tempo para reagir disparei tiros certeiros na testa de cada um. Vesti-me e abri a porta da suite. Mais um acólito esperava do lado de fora. A surpresa foi o factor chave que me permitiu usar o fio de aço e acabar com ele que estrebuchou por minutos. Nunca pensei ser tão forte fisicamente. Por vezes somos capazes do impossível. Escapei-me sorrateiramente do hotel. Tinha que desaparecer. Sair de Macau o mais rapidamente possível. Afinal parecia que havia conseguido cumprir a minha missão. Mas a que custo? O líder. O homem que foi o melhor amante da minha vida é também o pai da minha filha. A felicidade é uma mentira que contamos a nós próprios. E desapareci na província de Cantão para só regressar a Macau cinco anos depois. Oiço passos nas escadas. São horas. Vem aí um novo cliente. Tenho que te amordaçar e levar-te para outro quarto. O teu silêncio será de ouro e poderá salvar-te. Silêncio absoluto. Nem respires.

7 Jul 2016

Comércio com PLP caiu 14,55% até Maio

As trocas comerciais entre o gigante asiático e os países de língua portuguesa seguem em linha descendente nos primeiros cinco meses deste ano, a exemplo do que tem vindo a acontecer desde 2015

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]comércio entre a China e os países de língua portuguesa caiu 14,55% entre Janeiro e Maio, face ao período homólogo de 2015, indicam dados oficiais ontem divulgados.
Segundo as estatísticas dos Serviços da Alfândega da China, publicadas no portal do Fórum Macau, as trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa totalizaram 32,73 mil milhões de dólares nos primeiros cinco meses do ano.
Pequim comprou aos países de língua portuguesa bens avaliados em 22,31 mil milhões de dólares – mais 2,37% – e vendeu produtos no valor de 10,42 mil milhões de dólares – menos 36,89% comparativamente aos primeiros cinco meses de 2015.
O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com o volume das trocas comerciais bilaterais a cifrar-se em 24,05 mil milhões de dólares, valor que traduz uma queda de 9,88% em termos anuais homólogos.
As exportações da China para o Brasil atingiram 7,65 mil milhões de dólares, traduzindo uma diminuição de 39,19%, enquanto as importações chinesas totalizaram 16,40 mil milhões de dólares, reflectindo, em sentido inverso, uma subida de 16,25%.
Com Angola, o segundo parceiro chinês no universo da lusofonia, as trocas comerciais caíram 33,93%, para 5,80 mil milhões de dólares.
Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 611,6 milhões de dólares – menos 67,95% face aos primeiros cinco meses de 2015 – e comprou mercadorias avaliadas em 5,19 mil milhões de dólares, ou seja, menos 24,49%.
Com Portugal, terceiro parceiro da China no universo lusófono, o comércio bilateral ascendeu a 2,09 mil milhões de dólares – mais 19,80% –, numa balança comercial favorável a Pequim, que vendeu a Lisboa bens na ordem de 1,56 mil milhões de dólares – mais 36,60% – e comprou produtos avaliados em 536 milhões de dólares, menos 11,80%.
Em 2015, as trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa caíram 25,73%, atingindo 98,47 mil milhões de dólares, a primeira queda desde 2009.
Os dados divulgados incluem São Tomé e Príncipe, apesar de o país manter relações diplomáticas com Taiwan e não participar directamente no Fórum Macau.
A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como a sua plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau (Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa), que reúne ao nível ministerial de três em três anos.
A próxima conferência ministerial – a quinta desde 2003 – realizar-se-á este ano, mas ainda não há data marcada.

7 Jul 2016

Apreendidos 880 quilos de barbatanas de tubarão martelo

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades alfandegárias de Hong Kong apreenderam 880 quilos de barbatanas de tubarão de uma espécie ameaçada na terça-feira, noticia ontem o jornal South China Morning Post.
Os 880 quilos de barbatanas de tubarão martelo foram a segunda maior apreensão na cidade, tendo sido descobertos numa embarcação oriunda do Panamá. A mercadoria foi avaliada em 100 mil dólares.
Activistas ligados à defesa da vida selvagem consideram que a apreensão demonstra que as barbatanas de espécies de tubarões listadas em acordos internacionais estão a ser escondidas dentro de remessas de outras barbatanas legais, de aspecto semelhante.
O transporte por navio constituiu 92% de todas as importações de barbatanas de tubarão de Hong Kong – 5.717 toneladas – no ano passado, de acordo com dados oficiais.
As importações de barbatanas de tubarão para Hong Kong caíram 42% entre 2010 e 2015. Durante esse período registou-se também uma queda de 72% nas importações por via área, para 450 toneladas.
As transportadoras HK Express, Cathay Pacific e Dragonair anunciaram recentemente que iriam suspender todo o transporte de barbatanas de tubarão.
Para os activistas, é claro que ainda há muitas empresas a facilitar o transporte ilegal.
“Algumas empresas continuam a facilitar o que é claramente comércio ilegal. Esta apreensão prova que nenhum navio de carga ou companhia aérea pode assegurar que barbatanas ilegais não estão a ser escondidas no meio de outras barbatanas, não ilegais, de aspecto idêntico”, disse Alex Hofford, da WildAid.

7 Jul 2016

Encontrada urna de ouro que guardaria osso de Buda

Numa cripta subterrânea, sob as ruínas do templo budista de Grand Bao’en, em Nanjing, China, membros do Instituto Municipal de Arqueologia encontraram o que parece ser um pedaço do crânio de Buda – muito bem guardado dentro de uma urna com 1.000 anos de idade. 
O osso achado é o parietal – aquele que forma a parte de cima e os lados do crânio. Não dá para ter a certeza se pertenceu ao Buda, mas os cientistas passaram a considerar a hipótese a partir da forma como o osso fora enterrado: quem escondeu os restos mortais teve um cuidado extremo – e, convenhamos, não se faz isso com um morto qualquer, dizem.
O osso foi colocado dentro de um pequeno caixão de ouro de 15 cm, que foi lacrado e posto numa caixa de prata um pouco maior. A caixa, então, foi guardada numa estupa (um tipo de urna) de 1,2 m de altura, feita de sândalo, ouro e prata – e decorada com cristais, vidro, ágatas e lápis-lazúli – uma pedra ornamental. A urna foi escondida num caixote pesado de ferro, que foi guardado nouto caixão de pedra mais pesado ainda e – finalmente – tudo foi enterrado sob o templo Grand Bao’en. 

7 Jul 2016

Informática | Falta de profissionais e promoção dificultam execução de Cidade Inteligente

Académicos apontam para a grande falta de recursos humanos na área da Informática e deixam o alerta: para elevar a competitividade na cena mundial e concretizar a prometida Cidade e Turismo Inteligentes propostos no Plano Quinquenal, as Tecnologias de Informação ocupam um lugar essencial. E o público tem de saber disso. Tanto, que a Comissão de Talentos “deveria” incluir a Informática na lista

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]om o conceito de Cidade Inteligente proposto no Plano Quinquenal, Macau necessita mais pessoal na área da Informática. É o que dizem analistas ouvidos pelo HM, depois de Iao Seng Tong, presidente da Associação de Academia da Informática de Macau, ter revelado preocupações ao canal chinês da Rádio Macau na segunda-feira. O responsável apontou para uma severa falta de profissionais na área das Tecnologia de Informação (TI), o que a longo prazo, diz, diminuirá a competitividade de Macau na cena mundial.
Iao Seng Tong quer mais alunos da escola secundária a considerar devotar-se a esta área. Mas os números não mexeram muito desde 2011.
De acordo com dados do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior, no ano lectivo 2015/2016, o número de estudantes locais matriculados em cursos de Informática e Comunicações era de 447, sendo 352 do curso de licenciatura. Contudo, não se consegue confirmar o número exacto dos que frequentam apenas o curso de Informática. Os números não mostram uma grande diferença desde 2011, onde o número de alunos ascendeu aos cerca de 425.
Professor-adjunto do Curso de Informática do Instituo Politécnico de Macau (IPM), Cheong Sio Tai concorda “totalmente” com a opinião do presidente da Associação. E explica porquê.
“As companhias de Jogo e pequenas e médias empresas possuem os seus próprios sistemas de TI e há também muitas tecnologias que estão a ser implantadas na nossa vida, como a ‘big data’ e o conceito de Cidade Inteligente. Quando a cidade se desenvolver, a necessidade de pessoal também vai crescer ao mesmo tempo. Mas, a cada ano, o número de alunos fica num nível fixo, o que, na minha opinião, não consegue satisfazer a cada vez maior necessidade e aumento de pessoal da área”, frisou ao HM.
Simon Fong, professor adjunto do Departamento de Computadores e Ciências da Informação da Universidade de Macau (UM), também concorda com a opinião e vai mais longe: é preciso pensar que esta necessidade surgiu de repente, ainda que Macau não seja caso único a nível mundial.
“Há alguns anos ainda não havia ninguém a falar dos conceitos de Cidade Inteligente e de Big Data, mas com a ascensão [destes conceitos] nos últimos anos, o Governo – assim como as grandes companhias – começou a desejar seguir esta tendência, o que criou um lacuna do pessoal. Em Macau, há realmente pouca gente experiente nestas áreas, mas isso não apenas acontece cá, há outras grandes cidades que também têm esta preocupação. ”

A crescer

No Plano de Desenvolvimento Quinquenal, o Governo propõe a “aceleração da construção de uma cidade inteligente, promoção da fusão entre a indústria e a internet” e o Turismo Inteligente, que precisam de um grande número destes talentos.
Simon Fong explica, no entanto, que o conceito de Cidade Inteligente envolve uma grande quantidade de diferentes profissionais: assim, a falta de talentos inclui a falta de gestores e pessoas experientes.
“A necessidade de pessoal para a Cidade Inteligente é como um triângulo, são precisos líderes, executadores ou profissionais de TI ou de Internet e analisadores de big data”, entre outros, alerta.
E o académico não está à espera que a necessidade venha ditar o que tem de ser feito. Conforme explica ao HM, o Departamento onde lecciona na UM está já a fazer ajustamentos segundo o mercado, ainda que com algumas barreiras.
“O nosso plano é mais a longo prazo, mas pensamos já em actualizações das disciplinas a partir do próximo ano lectivo para corresponder às necessidades do mercado. Algumas vezes não conseguimos admitir mais alunos só porque a necessidade tem aumentado tão de repente nos últimos anos. Mas estamos sempre a ajustar,” diz ao HM, acrescentando que a Faculdade realiza estudos anuais para monitorar e actualizar a situação de procura do mercado, de forma a fazer os ajustamentos necessários.
Mas Fong também tenta ir por outros lados. O professor explica por exemplo que participou na consulta pública sobre o Plano Quinquenal, que propõe a Cidade Inteligente, bem com em consultas sobre algumas propostas do Governo, como é o caso da Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) que já há muitos anos executa o e-Macau, esperando com a utilização desta nova tecnologia melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e resolver o problema de transportes.
“O conceito de Cidade Inteligente é uma nova embalagem da [própria cidade]”, acredita, referindo que embora ainda não haja muito projectos realizados, porque tudo ainda está na fase de arranque, há pro-actividade. Pro-actividade que vem até dos alunos, que participam não somente em projectos de TI do Governo em Macau, mas também em Zhuhai e Hong Kong.
Já para Iao Seng Tong, as propostas do Governo sobre a Cidade Inteligente e Turismo Inteligente correspondem a uma tendência mundial, mas o Governo “parece estar sobretudo a trabalhar internamente”. O responsável diz que os cidadãos conhecem pouco sobre isso e a sua importância, pelo que acha que o Governo deveria fazer mais promoção para a população prestar mais atenção a esta área. “O Governo ainda não revelou muito sobre o trabalho que tem feito para a Cidade Inteligente e Turismo Inteligente, mas já lhe propusemos o estabelecimento de um departamento especializado para administrar e organizar os trabalhos, bem como critérios e normas, planos e a promoção e concretização. Com o presente enquadramento do Governo, sem um departamento especializado, a potência de execução e o desempenho não serão tão bons”, afiança.

Promover para vencer

Para Iao Seng Tong não há dúvidas. Tem de haver promoção ao público da importância das TI, ao mesmo tempo que é preciso mostrar o seu desenvolvimento constante e futuro. Até porque, diz, para aumentar a competitividade em Macau, as IT são essenciais.
“Muitas avaliações de nível mundial tomam como base o desenvolvimento e investigação técnicas da região e a reserva de talentos, que ocupa uma grande parte na avaliação de competitividade. E o Governo deveria deixar os cidadãos e a geração nova conhecer [essa situação].”
Já Cheong Sio Tai, do IPM, alerta para o facto de que a Informática já rodeia as nossas vidas.
“Todos têm na sua mão um telemóvel que tem aplicações. As TI podem contribuir muito para a melhoria da nossa vida. Por exemplo, com a instalação de um detector informático do fluxo de trânsito o Governo pode seguir dados de forma mais adequada para elaborar políticas de melhoria do tráfego”, diz o académico, exemplificando com uma das aplicações que as TI podem ter.
“Se o Governo investir mais no desenvolvimento das TI, o ranking mundial de Macau definitivamente vai avançar muito.”
Também para Cheong Sio Tai, o Executivo deveria promover a aprendizagem destas tecnologias e incentivar os alunos das escolas secundárias a aprendê-las com mais cursos, de forma a motivá-los.
“O Fundo do Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia tem-nos oferecido uma grande montante de financiamento para motivar os trabalhos das instituições educativas, mas quanto à formação dos alunos, o Governo pode fazer mais”, diz, mencionando que o IPM, como uma instituição educativa pública, convidou alunos das escolas secundárias para actividades relacionadas com as TI, de forma que estes pudessem pelo menos considerar estudar Tecnologias de Informática e não sempre focarem-se nos cursos da moda, ou de Economia.
O académico avisa ainda que as TI são uma área que necessita de constantes actualizações de informação. “É um curso com muitos desafios, porque exige sempre actualizações das tecnologias e informações, também é uma área que se torna mais valorizada com estudos mais aprofundados”, diz.
Por isso mesmo, sugere que os licenciados possam continuar a estudar, visto que o ano lectivo 2015/2015 só tem cerca de 70 pessoas que estão no curso de mestrado e doutoramento. “Com estudos mais aprofundados podem alargar o seu conhecimento, até porque a Cidade Inteligente envolve muitos novos conhecimento das TI. Só com mestrado é que, se calhar, se pode dominar a área.”
Para ajudar, o professor deixa uma sugestão à Comissão de Desenvolvimento de Talentos: que considere integrar também a categoria de Informática nas cinco categorias de talentos actuais, para aumentar também a formação dos talentos das TI, de forma a satisfazer as necessidades do território.

Empregabilidade a 100%

Os professores contactados pelo HM asseguram que os graduados de Informática não encontram quaisquer dificuldades quando procuram emprego. Simon Fong, da UM, revela que os alunos destes cursos conseguem sempre assumir cargos em diversos tipos de empresa, desde casinos a bancos e até na Função Pública. Cheong Sio Tai, do IPM, assegura também que “a taxa de emprego dos graduados do IPM é sempre de 100%, sendo que, durante o terceiro e quarto anos do curso, muitos já foram convidados por empresas, porque todas as companhias têm o seu sistema de informática”. Além disso, diz, os departamentos do Governo também precisam de alguém para a gestão do sistema das TI, pelo que a Função Pública também é uma saída profissional para eles.

Angela Ka

6 Jul 2016

Chantagem entre advogados

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma advogada portuguesa solicitou a um colega cerca de quatro milhões de patacas alegando que tinha em mãos os seus documentos confidenciais, acabando por ser acusada de chantagem. Em declarações prestadas ao Ministério Público, foi dito que a vítima terá contratado a advogada e o seu marido em 2010, no entanto e devido ao “mau ambiente” criado pelo casal, acabou por despedir o marido da suspeita. Um mês depois a advogada terá dito à vítima que estava na posse de documentos comprovativos de actos ilegais exigindo quatro milhões de patacas em troca do seu silêncio. Consequentemente terá também sido demitida, não aceitando a acção. Dada a ausência da suspeita no julgamento que decorre no Tribunal Judicial de Base, este foi adiado.

6 Jul 2016