Hoje Macau SociedadeJornal chinês associa declínio das receitas com campanha de Pequim [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] principal jornal oficial chinês de língua inglesa, o China Daily, publicou ontem um artigo em que volta a associar directamente o declínio das receitas de jogo em Macau à campanha contra a corrupção lançada por Pequim. “A Las Vegas da Ásia começou a perder algum brilho desde 2014 (…), quando o combate contra a corrupção e extravagância, por parte de Pequim, aliado à economia da China em ‘corda bamba’, assustou os grandes apostadores, afastando-os para outros destinos de jogo regionais”, refere o China Daily, destacando que o Camboja surge como “um rival emergente”. As receitas do jogo encetaram em Junho de 2014 uma trajectória descendente, com o mês de Agosto a colocar termo a 26 meses consecutivos de quedas anuais homólogas. Essa curva descendente – a mais longa de sempre – tem vindo a ser imputada por analistas a um cocktail de factores em que os efeitos da campanha anti-corrupção lançada por Pequim surgem à cabeça. No entanto, tal associação por parte da imprensa oficial chinesa tem sido muito pontual. Mesmo com uma forte queda de 34,3% em 2015, as receitas de jogo de Macau ainda são três vezes superiores às de Las Vegas, seis vezes superiores às de Singapura e dez vezes superiores às da Coreia do Sul e às Filipinas, segundo salienta o China Daily, citando o Chefe do Executivo, Chui Sai On. Na semana passada, a Fitch prognosticou uma diminuição de 5% das receitas dos casinos para o cômputo de 2016.
Hoje Macau SociedadeFórum de Turismo Global | Nova edição aborda tendências de consumo O 5º Fórum de Economia de Turismo Global vai acontecer nos dias 15 e 16 de Outubro no Studio City e tem por tema “As Novas formas de Consumo- Transformar a Indústria Turística”. É a resposta do Governo à geração mais nova que procura novas rotas, tem novos interesses e tem um novo aliado: a internet [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo quer adaptar a indústria às gerações mais novas. E vai começar já com a quinta edição do Fórum de Economia de Turismo Global, que acontece nos dias 15 e 16 de Outubro no Studio City. Numa conferência de imprensa que ontem decorreu, o Executivo centrou-se na necessidade que o turismo de Macau tem de se adaptar às novas necessidades de mercado. Uma nova geração de turistas emergiu e com ela a necessidade de novas respostas deste sector. Macau é conhecido pelos casinos, mas há muito mais para ver. “Macau não é só jogo”, disse Ip Peng Kin, chefe do Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. Para Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, e Pansy Ho secretária-geral do Fórum de Economia de Turismo Global, é esta nova mensagem que importa passar junto dos operadores e representantes turísticos que vão participar durante os dois dias do Fórum. “Vivemos numa época de revolução ao nível do consumo, com as novas gerações de consumidores a apresentarem grandes mudanças em relação aos padrões de consumo. Esta nova tendência tem um forte impacto na economia de turismo”, frisou Ip keng Kin. “E é por isso que é necessário adaptar os modelos de gestão desta importante indústria.” Na mesma linha de pensamento, Pansy Ho sublinhou que o ecossistema de consumo se transformou, “passando do antigo modelo económico gerado pela oferta para um novo modelo económico orientado para o consumidor”. Esta edição, assegura, vai explorar como é que esta nova classe consumidora está a influenciar a indústria turística mundial e como é que os seus comportamentos de consumo e uso das novas tecnologias têm trazido mudanças sem precedentes para a indústria turística global. Portugal ausente? Com uma lista de vários participantes ligados ao sector do Turismo de todo o mundo, destacou-se a ausência de Portugal. Helena de Senna Fernandes avançou que “foi dirigido um convite ao Ministério da Economia, que é quem tutela o Turismo, mas até ao momento não foi recebida qualquer confirmação”. China e França são os grandes convidados deste Fórum, com quem se pretende a troca de sinergias no sentido de trazer e levar turistas. “A China por ter capacidade de difundir três mil anos de história e ser a cidade parceira do evento, com a Exposição das Cidades e Províncias Parceiras do Fórum. França porque continua a ser um importante pólo de atracção turística no mundo inteiro”, referiu a directora da DST. A cidade das luzes estará representada no Fórum com o tema “França: Arte e Cultura como impulsionadores do Turismo”. O Orçamento para esta edição é de 45 milhões de patacas, sendo que 21 milhões são pagos pelos operadores turísticos e os restantes divididos entre os patrocinadores, onde estão incluídas as operadoras de autocarros, empresas e casinos de Macau, disse Ip Peng Kin. O Governo tem como parceiros a Organização Mundial do Turismo e a Câmara do Turismo da China e do Centro de Pesquisa de Economia de Turismo Global. Durante a iniciativa será ainda lançado um guia com as atracções locais para facilitar a “venda” da RAEM aos operadores do turismo. Cedência de vistos Questionado sobre a questão de facilitar a cedência de vistos com vista a fomentar a entrada de mais turistas no território, o chefe do Gabinete para os Assuntos Sociais e Cultura disse apenas que não se pode continuar a aumentar este tipo de entradas. “Não podemos aumentar a atribuição dos vistos porque existem limites e temos de aprender a conviver com isso”, frisou Ip Peng Kin. Ainda assim, fez saber “que estão a ser levadas a cabo conversações a esse respeito”, ainda que seja “preciso mais trabalho governamental”. A esse propósito foi salientada a “participação pela primeira vez de uma delegação de Cantão, com oficiais do turismo, para consolidar e facilitar a relação regional”, concluiu Ip Peng Kin.
Hoje Macau BrevesHomem faz ameaças com seringa Um homem do interior da China ameaçou, em dois casinos, outros apostadores com uma seringa que, alegou, continha sangue com o vírus da SIDA. Os casos aconteceram em casinos na ZAPE e o homem queria, segundo as autoridades, exigir aos outros jogadores que pagassem pelas suas apostas. O homem foi detido quando tentava ameaçar mais clientes noutro hotel da mesma zona. Ninguém foi atacado e o suspeito revelou à polícia que não é portador de SIDA, tendo utilizado uma seringa que continha sangue falso para ameaçar os outros apostadores. A polícia ainda está à espera do relatório ao teste de sangue. O detido de 27 anos já foi transferido para o Ministério Público para a investigação.
Hoje Macau BrevesAssociação diz que nova biblioteca pode trazer vitalidade cultural Wong Ka Fai, presidente da Associação para a Reinvenção de Estudos do Património Cultural, concorda com a decisão do Governo em transformar o antigo tribunal na nova Biblioteca Central. A Associação diz que, pelo facto de ficar no centro, o novo espaço pode ser articulado não só com a necessidade de leitura dos moradores da zona, mas também com o Centro Histórico e projectos culturais que a ele ficam próximos, como o Anim’Arte Nam Van e a C-SHOP. Tal, diz, contribui para mais um avanço na melhoria do ambiente artístico e cultural da zona. “Com a revitalização, o velho tribunal serve não só como um espaço de descanso dos cidadãos, mas atrai também mais a visita dos turistas à zona sul. Entrando na nova biblioteca, os turistas utilizam as instalações mas sentem também o contexto cultural histórico único de Macau.”
Hoje Macau BrevesReajustamentos de autocarros no Cotai Face à conclusão sucessiva de instalações turísticas no Cotai, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) vai proceder ao ajustamento da localização de algumas paragens e à alteração da sua designação. Neste sentido, a paragem “Rotunda Flor de Lótus -2” será conhecida por “Est. do Istmo/Studio City”, a paragem “Av. da Nave Desportiva/Rotunda da U.C.T.” será deslocada para a frente numa distância aproximada de 250 metros e a paragem “Av. Dr. Henry Fok/Av. do Aeroporto” vai ficar fora do complexo turístico Wynn Palace, sito na Avenida Dr. Henry Fok, enquanto as paragens “Rotunda da U.C.T./M.U.S.T.”, “Rotunda do Istmo/C.O.D.”, “Av. da Nave Desportiva/Rotunda da U.C.T.” e “Av. Dr. Henry Fok/Av. do Aeroporto” passam a ser conhecidas, respectivamente, por “Av. Dr. Henry Fok/M.U.S.T.”, “Av. Dr. Henry Fok/C.O.D.”, “Av. da Nave Desportiva/Wynn Palace” e “Av. Dr. Henry Fok/Wynn Palace”. Em articulação com este ajustamento, a DSAT vai actualizar as informações dos autocarros na sua página electrónica.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim critica visita de Dalai Lama ao Parlamento Europeu A visita do Dalai Lama ao Parlamento Europeu (PE) não foi vista com bons olhos, e o aviso de que as relações entre Pequim e Bruxelas podem sair beliscadas foi feito pelo Ministro dos Negócios chinês, durante uma conferência na capital chinesa [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China criticou na segunda-feira o Parlamento Europeu por ter recebido o Dalai Lama, o líder político e espiritual dos tibetanos, afirmando que aquela decisão poderá danificar as relações entre Bruxelas e Pequim. Durante as suas declarações em Estrasburgo, na semana passada, o líder religioso apelou à União Europeia para que “critique de forma construtiva” a China, na questão do Tibete. “A China opõe-se firmemente às acções equivocadas do Parlamento Europeu”, afirmou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros Lu Kang, numa conferência de imprensa, em Pequim. Situada na cordilheira dos Himalaias, o Tibete é uma das regiões chinesas mais vulneráveis ao separatismo. O Dalai Lama vive exilado na vizinha Índia, na sequência de uma frustrada rebelião contra a administração chinesa, em 1959. Pele de cordeiro Pequim pressiona com frequência entidades e líderes estrangeiros a não receberem o Dalai Lama, que em 1989 foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, acusando-o de ser um “lobo que veste como um monge” e procura a independência do Tibete, através de “terrorismo espiritual”. Lu lembrou que as relações entre a UE e a China estão a desenvolver-se rapidamente e que existe boa comunicação entre os dois lados, acrescentando: “Mas, desta vez, os líderes do Parlamento Europeu insistiram obstinadamente em adoptar a sua própria via e tomar a posição errada, prejudicando os interesses estratégicos da China e danificando seriamente a base política para os intercâmbios parlamentares bilaterais”. O Dalai Lama apelou aos políticos europeus para que façam uma crítica construtiva à China, na questão do Tibete, “numa altura em que os líderes chineses, até os mais ortodoxos neste aspecto, estão a enfrentar um dilema sobre como lidar com o problema”. No mês passado, o Partido Comunista Chinês (PCC) anunciou a nomeação de um novo secretário-geral da organização no Tibete, Wu Yingjie, que substitiu Chen Quanguo, que abandona os seus cargos no comité central do PCC na região, por razões não detalhadas.
Hoje Macau SociedadeMacau | Aberto mais um centro para tratamento de dependências [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM) inaugurou ontem um novo centro para tratamento de dependências como droga, álcool e jogo, com capacidade para acolher um total de 80 pacientes. “É um projecto antigo. Na ARTM temos estado sempre lotados e havia necessidade de aumentar o espaço, a capacidade de apoio. É um projecto que vem desde há muito tempo, desde 2008 sensivelmente que o temos em mente, e agora finalmente concretizou-se”, explicou o presidente da ARTM, Augusto Nogueira. O centro tem capacidade para acolher 50 homens e 20 mulheres, estando reservadas dez camas para pessoas de ambos os sexos que “requeiram cuidados intensivos” ou que “estejam em grave situação de saúde”. Trata-se da primeira valência da ARTM – fundada há mais de década e meia – direccionada em particular para diferentes tipos de dependências, apesar de os vários centros da organização não-governamental terem lidado no passado com casos de outras adições. “Já temos vindo a trabalhar com pessoas com álcool e uma ou outra com problemas de jogo, apenas não estávamos focalizados para isso e agora vamos estar”, sublinhou Augusto Nogueira à agência Lusa. Frentes diversas Localizada em Ka-Hó, na ilha de Coloane, a nova unidade de reabilitação da ARTM conta com 28 funcionários, incluindo colaboradores que estiveram recentemente na Austrália a receber “formação intensiva”. Das três dependências, Augusto Nogueira salienta que a droga constitui a que “exige maior atenção”, por ser aquela em que a organização que fundou e preside é “especializada” e por “requerer maior atenção, tanto a nível do tratamento como da prevenção”. Segundo dados do Sistema de Registo Central do Instituto de Acção Social (IAS) estavam referenciados, no final do ano passado, 617 toxicodependentes em Macau. Um número calculado com base na declaração voluntária de quem solicita ajuda, junto das instituições oficiais ou organizações não-governamentais, ou em dados da polícia ou dos tribunais, pelo que, como observa o presidente da ARTM, estima-se que “o número real seja superior”. A ARTM opera em diversas frentes, contando com centros ou unidades de tratamento, incluindo com metadona, além de um programa de distribuição ou recolha de seringas e serviços de aconselhamento e apoio e ainda prevenção e sensibilização.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Rácio entre crédito e PIB acima dos 30% coloca economia em risco O principal indicador de dívida da China atingiu um nível recorde no primeiro trimestre de 2016, dando um sinal de alerta para os riscos iminentes no sistema bancário da segunda maior economia do mundo, avançou ontem uma agência financeira suíça [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]ntre Janeiro e Março, o desvio do rácio entre o crédito e o Produto Interno Bruto (PIB) atingiu 30,1%, o nível mais alto de sempre e bem acima dos 10%, o patamar que “acarreta riscos para o sistema bancário”, segundo o relatório difundido ontem pelo Bank for International Settlements (BIS) que alertou também para a possibilidade de uma crise financeira na segunda economia mundial, nos próximos três anos. A dívida da China tem aumentado à medida que Pequim tornou o crédito mais barato e acessível, num esforço para incentivar o crescimento económico. Analistas chineses e estrangeiros alertam, no entanto, que o rápido aumento da dívida e do crédito mal parado poderá resultar numa crise financeira. A agência suíça coloca o nível da dívida chinesa, entre Janeiro e Março, acima de todos os outros 41 países analisados, incluindo os Estados Unidos da América, Grécia e Reino Unido. No final do ano passado, o endividamento da China atingiu o valor total de 168,48 mil milhões de yuan, o equivalente a 249% do PIB, segundo a Academia de Ciências Sociais da China. Em combate Em Agosto, todos os quatro maiores bancos estatais chineses anunciaram um aumento do crédito mal parado, no primeiro semestre do ano. Um funcionário do regulador bancário chinês estimou, em Junho, que os bancos do país amortizaram mais de 269 mil milhões de euros, um valor superior ao PIB português, em crédito mal parado, desde 2013. Pequim anunciou, entretanto, medidas para combater o problema, incluindo a conversão das dívidas em títulos, enquanto analistas defendem que as reservas cambiais da China, as maiores do mundo, e o controlo do Estado sobre o sistema bancário podem ajudar a atenuar o impacto de uma crise financeira.
Hoje Macau EventosMacau Original Melodies apoia nova causa solidária [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]elo terceiro ano consecutivo vai ser lançado o álbum “Macau Original Melodies” que conta com a participação de cantores locais e cujos lucros das vendas revertem para a Associação de Síndrome de Down de Macau. Esta iniciativa é financiada pela Fundação Macau, pelo Gabinete dos Assuntos Sociais e Cultura e é produzido pelo músico Hyper Lo e pela SP Entertainment. A cerimónia de lançamento é no dia 24, às 17h00, no Centro de Convenções e Entretenimento da Torre de Macau. Artistas como David Chan, Anabela Ieong, Fanny Cheong, Hyper Lo, Cherry Ho, AJ, Josie Ho e José Rodrigues aceitaram dar as mãos para participarem na gravação do álbum. Esta iniciativa que acontece pelo terceiro ano consecutivo já atingiu um importante patamar de reconhecimento pelo impacto social na área dos grupos menos privilegiados. “Este ano, o grupo continua a espalhar amor e carinho, não se limitando à composição de temas para ajudar a Associação de Síndrome de Down de Macau, mas também dando a oportunidade aos membros da referida Associação de mostrar os seus talentos de diversas maneiras. Como? Convidando os utentes a cantarem um dos dez temas que incluem o disco.” Os lucros vão reverter para a Associação e o cd estará à venda em lojas locais e de Hong Kong e plataformas de música online.
Hoje Macau BrevesAcademia Jao Tsung- I abre espaços a associações culturais A Academia Jao Tsung-I vai abrir ao público alguns dos seus espaços. A ideia é estimular a divulgação, a investigação e o intercâmbio cultural e artístico, pelo que o Instituto Cultural (IC) lançou o Plano de Utilização dos Espaços da Academia, que possibilita a organizações locais registadas utilizarem os espaços desta Academia para a realização de actividades culturais e artísticas não lucrativas. As inscrições já estão abertas. O IC disponibiliza os espaços da biblioteca do rés-do-chão e do auditório do 1º andar da Academia, que poderão ser utilizados por quaisquer organizações sem fins lucrativos e cujas iniciativas estejam abertas ao público. A prioridade será dada às actividades relacionadas com a cultura e arte chinesas. Para utilizarem estes espaços, os requerentes devem preencher os formulários na página da Academia. Os períodos disponíveis para a utilização dos espaços são das 10h00 às 12h00 ou das 15h00 às 17h00 de terça a sexta-feira, e das 15h00 às 17h00 aos sábados.
Hoje Macau BrevesIACM não detecta anomalias no leite da Arborea O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) assegura que já procedeu à recolha de amostras de leite produzido pela empresa Arbórea e que não foi encontrada nenhuma anomalia. De acordo com notícias veiculadas pela imprensa italiana, país de origem da empresa, havia suspeitas da existência da aflatoxina M1, substância cancerígena, fora dos padrões normais num lote de pacotes de leite produzidos por esta cooperativa. O Centro de Segurança Alimentar do IACM estava a acompanhar a situação, mas até ao momento não há informação de que o lote no qual foram identificados os níveis elevados da substância tenham entrado no mercado local. O Centro diz que “também não verificou, ainda, no sistema de fiscalização de incidentes de produtos alimentares correntes no mercado qualquer comunicação sobre devolução dos respectivos produtos”.
Hoje Macau BrevesJovem de Hong Kong terá cometido suicídio O caso da morte do jovem residente de Hong Kong registado na manhã de domingo após queda da passagem aérea que serve a zona do Terminal Marítimo do Porto Exterior está a ser investigado pela Polícia Judiciária enquanto caso de presumível suicídio. Uma notícia adiantada ontem pela imprensa local dá a conhecer o caso de um jovem de 20 anos que terá caído daquela passagem aérea. Após notificado, por volta das 8h00, o Corpo de Bombeiros transportou o indivíduo para o Centro Hospitalar Conde de São Januário, onde o jovem de Hong Kong veio a falecer vítima de ferimentos graves.
Hoje Macau PolíticaConcurso para Biblioteca Central até fim do ano ou início de 2017 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] novo concurso de arquitectura para a futura Biblioteca Central vai ser lançado até ao final do ano ou início de 2017, disse o presidente do Instituto Cultural (IC), Guilherme Ung Vai Meng. Este falava numa sessão de esclarecimento no fim-de-semana passado, onde frisou ainda que cerca de 70 mil documentos em Português são guardados nos armazéns dos edifícios industriais e o espaço da nova biblioteca vai ser “útil” para a sua preservação e recuperação. A nova biblioteca, que vai ocupar dois edifícios antes ocupados pelo antigo tribunal e Polícia Judiciária (PJ), no centro da cidade, contempla 11 pisos e uma área de 33 mil metros quadrados, sendo que custará 900 milhões de patacas apenas para a estrutura. Em 2008 foi objecto de um concurso público, que entretanto foi alvo de uma investigação do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) e posteriormente suspenso. O IC assumiu então o projecto, no qual está a trabalhar em conjunto com as Obras Públicas. Nenhuma das propostas submetidas a concurso foi aproveitada, tendo sido decidido lançar novo concurso. “Nós, Instituto Cultural, e a Direcção de Obras Públicas vamos trabalhar em conjunto neste concurso. (…) Não vamos usar o passado concurso, vamos fazer um novo.” Para os de cá Numa apresentação à imprensa, no final de Agosto, Ung Vai Meng disse que o concurso deveria atrair “talentos locais” e que não deveria ser aberto a designers internacionais. “Este fim de ano vamos começar este concurso público (…) para o planeamento da nova biblioteca central e vamos acabar a construção por volta de 2018″, acrescentou a chefe do departamento de gestão de bibliotecas públicas, Tang Mei Lin.”Ainda estamos a começar, mas são muitos documentos e temos de fazer as traduções e as preparações das partes financeiras, por isso, nós planeamos [lançar o concurso de arquitectura] este ano, mas pode vir a ser no início do próximo ano”. Durante a apresentação, residentes, incluindo arquitectos locais e estudantes, colocaram dúvidas sobre o cálculo do valor do orçamento e localização da nova biblioteca. Tal como já tinha afirmado noutras ocasiões, Ung Vai Meng disse que o valor foi apresentado pelas Obras Públicas, com base em cálculos sobre custos de materiais até 2019 e valor do preço do metro quadrado. Sobre a localização, Tang Mei Lin afirmou que enquanto noutras partes do mundo há uma tendência para as novas bibliotecas serem afastadas do centro da cidade, na Ásia é normalmente privilegiado o coração urbano. Deverá estar pronta no prazo de cinco anos, estimou ainda Tang Mei Lin.
Hoje Macau SociedadeDesporto | Centro de alto rendimento concluído em três anos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] centro de alto rendimento há muito prometido pelo Governo vai estar concluído, depois de sucessivos atrasos, dentro de três anos, revelou o presidente do Instituto do Desporto (ID), Pun Weng Kun. O centro destina-se a acolher os atletas de alto rendimento que participam no plano de formação e, numa fase posterior, “caso haja condições”, atletas estrangeiros. “A elaboração do projecto já está na última fase (…). Esperamos que esteja concluído dentro de três anos”, disse Pun Weng Kun à agência Lusa, referindo-se ao Centro Polivalente de Estágio, que deveria ter sido inaugurado no ano passado, à luz das previsões de 2012. Actualmente, há mais de uma centena de atletas de elite incluídos no programa de apoio financeiro concebido pelo Governo em 2014. Contudo, apenas dez se dedicam em exclusivo a uma modalidade, com formação especializada. No nível mais elevado do programa – reservado a medalhados com ouro em Mundiais ou Jogos Asiáticos – está apenas Huang Junhua, praticante de Wushu, que recebe 25 mil patacas mensais, segundo dados do ID. Nas modalidades praticadas pelos restantes nove, incluindo portadores de deficiência, há sobretudo artes marciais – Wushu, Karaté e Taekwondo. Estes encontram-se numa categoria inferior, que também exige a conquista de pódios em competições internacionais, recebendo um financiamento menor. Os dez atletas de elite treinam pelo menos cinco dias por semana ou um mínimo de 25 horas. O programa divide os atletas em três grandes níveis, subdivididos em diversas categorias, às quais correspondem por conseguinte distintos financiamentos. O presidente do ID reconheceu que “no passado, o número era maior”, pelo que a ideia passa por “sensibilizar os atletas para que adiram ao programa de modo a passarem para um nível semi-profissional ou profissional”. Apesar do plano não exigir a prática de uma modalidade específica, admitiu a vontade de “aumentar o nível desportivo”, em particular das artes marciais – com especial destaque para o Wushu –, por permitirem uma “formação mais sistemática”, como disciplinas individuais. O ID pretende melhorar a formação em outros desportos como ténis de mesa, barcos-dragão ou futebol: “Não é por se ter bons ou maus resultados, é porque são as modalidades favoritas e as mais praticadas pela população”. Alta competição confusa Manuel Silvério, presidente do ID de 1996 a 2008, considerou “inconsequentes” os planos ao nível da alta competição. Por um lado, encontra-se centralizada nas associações desportivas – subsidiadas – marcadas por “puro amadorismo” e, por outro, “há um corte entre o desporto escolar e o desporto federado ou associativo”, uma ligação que seria fundamental para “haver um verdadeiro desenvolvimento para se chegar à alta competição”, defendeu o ex-dirigente do ID. Apesar de reconhecer que “não existe nenhuma fórmula”, considerou que a “falta de hábitos dos técnicos, dos dirigentes, dos atletas, de instalações ou os calendários de competições confusos” impedem o fomento da alta competição. Em paralelo, a falta de instalações desportivas é um dos grandes entraves à prática de determinadas modalidades em Macau, como o futebol. Para Manuel Silvério, o “Desporto para Todos”, que promove actividades e eventos com o objectivo de divulgar as vantagens do exercício físico, contribui para agravar o problema, pois entra em conflito com o desporto associativo, apesar de reconhecer que essa política – também vigente enquanto esteve à frente do ID – foi relevante no passado. “Sei de equipas da I divisão [de futebol] que não conseguem campos para treinar. Muitas vezes é por causa do ‘Desporto para Todos’. Os campeonatos são interrompidos por causa de uma efeméride, para uns joguinhos de idosos, para o festival das mulheres, para as competições dos deficientes. (…) Num espaço tão exíguo, já com tantos atritos entre modalidades, estarmos ainda a insistir nesse tipo de campanha é chover no molhado”, considerou. Família para sempre Manuel Silvério defende que a região “deve continuar a batalhar” para integrar a família olímpica, uma ambição que remonta ao final da década de 1980. “Macau deve continuar a batalhar para filiar-se nesta grande família olímpica. A filiação no COI [Comité Olímpico Internacional] é um direito e até é um dever das gentes de Macau de lutar por ela”, afirmou. Manuel Silvério, que foi dirigente do ID desde 1996 até 2008 e integrou a direcção do Comité Olímpico de Macau (COM) até 2008, mantém que o território não está a ser tratado “em pé de igualdade” com Hong Kong, que integra o COI e se estreou nos Jogos Olímpicos de Helsínquia, em 1952, então como colónia britânica. Além disso, depois de 1999, “Macau deu mais contributo do que outros comités olímpicos nacionais” para o desenvolvimento do movimento olímpico, mais acentuadamente na Ásia, organizando e participando nos mais diversos eventos sob a égide do olimpismo. O pedido de adesão “nunca foi recusado formal ou informalmente” e isso “é importante”, sublinhou, destacando ainda que “apesar de Macau não ser membro do COI, continua a ser membro de pleno direito do Conselho Olímpico da Ásia (COA)”. “É a única janela que Macau ainda tem para participar nessas competições internacionais a nível da Ásia” e permitiu, aliás, a Macau organizar os Jogos da Ásia Oriental (2005), os Jogos da Lusofonia (2006) e os Jogos Asiáticos em Recinto Coberto (2007). Em 1996, o COI alterou os estatutos, clarificando que apenas os “Estados independentes” podem ser membros do COI, razão pela qual “Macau não reúne condições”. As dúvidas persistem, no entanto, por, segundo Silvério, nunca ter chegado um “não”, mas também por o pedido de adesão ser anterior às mudanças dos estatutos do COI. Tanto que, em 1997, aquando de uma visita a Macau, o então presidente do COI, Juan António Samaranch, – que garantiu que Macau teria em si um “advogado de defesa” – afirmou que a participação do então enclave português em provas internacionais e o facto de ter solicitado a sua adesão ainda durante a vigência do artigo que permitia o reconhecimento de territórios poderia “funcionar como um reforço das aspirações de Macau”.
Hoje Macau Manchete SociedadeIPM | Laboratório de tradução automática para breve É a revolução que pode ajudar a diminuir as dificuldades da tradução no Governo: o IPM quer inaugurar em breve um laboratório de tradução automática de Chinês e Português e já tem colaboradores prontos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto Politécnico de Macau (IPM) vai inaugurar, em breve, um laboratório de tradução automática de Chinês e Português, projecto de “grande importância” que tem como parceiro o Politécnico de Leiria, disse à agência Lusa o presidente da instituição. O laboratório vai ser inaugurado, em princípio, no próximo mês, por ocasião da V Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), a 11 e 12 de Outubro, indicou Lei Heong Iok. Esse laboratório, que vai funcionar no IPM, contará com três equipas, versadas em particular na área da Informática e da Interpretação/Tradução, em que membros de Macau, de Portugal e do interior da China vão trabalhar em conjunto para conceber uma “máquina” capaz de traduzir de Chinês para Português e de Português para Chinês. “É um projecto difícil, mas de grande significado”, observou, explicando que o laboratório conjunto das duas instituições de ensino superior – parceiras de longa data – vai contar com outros reforços de Portugal e do interior da China. “Tem o apoio da Universidade de Coimbra. E, do outro lado, conta com o apoio técnico da maior empresa de tradução da China, porque eles já têm tecnologia na área da tradução Chinês-Inglês/Inglês-Chinês”, e da Universidade de Línguas Estrangeiras de Cantão, explicou Lei Heong Iok. A porta não está, contudo, fechada à entrada de novos parceiros, com o presidente do IPM a referir que outras universidades portuguesas e/ou chinesas com interesse ou cursos de tradução automática podem vir a contribuir, no futuro, para o projecto. “Se conseguirmos [conceber] um computador intérprete/tradutor automático quem ganhará com isso é a Administração de Macau. Hoje em dia fala-se muito de dificuldades, da falta de intérpretes/tradutores, de bilingues, há queixas de burocracia, lentidão. Se conseguirmos um computador que saiba traduzir Português-Chinês e Chinês-Português vai ser um grande instrumento”, afirmou o presidente do IPM, deixando claro que a ideia não é criar uma máquina para substituir o homem, mas apoiá-lo e reduzir o volume de trabalho que enfrenta, reiterou Lei Heong Iok, dando o exemplo que lhe serviu de inspiração: o sistema usado pela União Europeia. “Visitei a União Europeia e eles mostraram-me a máquina de Português-Inglês ou Francês. Eu pensei: por que não [utilizar um sistema idêntico] em Macau? Temos duas línguas oficiais e há tantas dificuldades e queixas”, explicou Lei Heong Iok, indicando que na área da conversão assistida há “pouca coisa”. “De facto, outras instituições também pensaram nesse sentido mas não conseguiram resultados satisfatórios”, apontou Lei, indicando que a primeira meta a atingir é até 2020. Esse objectivo passa por “resolver problemas que existem neste momento na área da tradução na administração pública”, podendo depois evoluir para outras áreas, como a da Educação ou mesmo Medicina. Qualidade e orçamentos Lei Heong Iok reconheceu, porém, que a qualidade é um importante factor a ter em conta: “É sempre um problema, a gente tem sempre de se esforçar pela excelência. Depende também das áreas, a da ciência e tecnologia não é tão difícil.” Sobre o financiamento do novo laboratório, com uma área de 200 metros quadrados, indicou que o IPM “começou com alguns milhões”, sem especificar. Este projecto é financiado pelo IPM e a empresa de Pequim. Para o próximo ano, o orçamento do laboratório é de seis milhões de patacas, indicou, dando conta de que foi pedido apoio à Fundação Macau e encetados contactos com a Fundação de Ciência e Tecnologia de Macau. Bodas de prata Uma das principais metas do Instituto Politécnico de Macau (IPM) é dar o salto académico, oferecendo mais mestrados e doutoramentos, quando celebra, na próxima sexta-feira, 25 anos de existência, disse o presidente da instituição. O IPM cruzou o milénio com seis escolas, tantas quantas tem hoje: Língua e Tradução (a mais antiga), Saúde, Administração Pública, Educação e Desporto, Gestão e Artes. A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior de Portugal validou, até ao momento, dois – o de Administração Pública e o de Tradução/Interpretação português-chinês/chinês-português –, sendo que o IPM pretende pedir ajuda para mais cursos, incluindo na área da Saúde, de forma “a garantir a [sua] qualidade e reconhecimento internacional”. Português Global lançado em Outubro O manual de ensino “Português Global”, publicado pelo Instituto Politécnico de Macau (IPM), vai ser lançado oficialmente no próximo mês e depois distribuído na China graças a um inédito acordo com uma editora de Pequim. O lançamento vai ter lugar por ocasião da V conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), marcada para 11 e 12 de Outubro, embora a data em concreto ainda esteja por decidir, adiantou à agência Lusa o presidente do IPM, Lei Heong Iok. O acordo alcançado no ano passado com a Commercial Press constitui o primeiro do tipo em que uma editora chinesa vai difundir manuais de ensino de Português produzidos fora do interior da China, como explicou, em Abril, o coordenador do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do IPM, Carlos André. O manual é essencialmente o mesmo, com ligeiras variações, a fim de o moldar ainda mais ao público-alvo. Em princípio, no mesmo dia do lançamento oficial do manual, vai ser lançado um outro livro, editado pelo IPM, da autoria de Carlos André, adiantou Lei Heong Iok. “Uma língua para ver o mundo: olhando o português a partir de Macau” é o título da “colectânea de ensaios”, todos inéditos à excepção de dois, escritos ao longo do tempo, em particular nos últimos dois anos. “Reflexões” que incidem principalmente sobre o actual ponto de situação, mas “apontam obviamente perspectivas ou caminhos”.
Hoje Macau SociedadePatuá | Pensados planos de nova ortografia e aulas [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]stão a ser preparados planos para promover o patuá, incluindo uma nova ortografia mais afastada do Português e a organização de aulas. O linguista Alan Baxter e o presidente da Associação dos Macaenses, Miguel Senna Fernandes, apresentaram os planos durante a conferência ‘Línguas em Contacto na Ásia e no Pacífico’, dedicada ao multilinguismo e com especial enfoque nos crioulos de base portuguesa da Ásia. O patuá, derivado do crioulo ‘kristang’ de Malaca e que incorpora Português e Chinês, foi em tempos língua corrente da comunidade macaense, mas acabou por cair em desuso. Hoje, o dialecto é preservado através do grupo de teatro Dóci Papiaçam di Macau, que encena uma peça por ano maioritariamente falada no crioulo. “Vou propor refazer o ‘Maquísta Chapado’ [glossário de patuá] e fazer uma coisa revolucionária, que se calhar vai chocar, que é propor uma outra ortografia para o patuá”, disse Senna Fernandes, que dirige o grupo de teatro, explicando que a forma como o patuá é hoje escrito utiliza a ortografia portuguesa. Segundo o macaense, a grafia portuguesa não permite traduzir o som para quem só domine, por exemplo, Inglês ou Chinês. “Todo o sistema é português. Não tenho nada contra isso, mas não chega (…) Vai implicar uma nova técnica para abordar a língua, mas não é nada do outro mundo. Porque temos de nos manter teimosamente num sistema que nem todos podem entender”, questionou. Grupos de interesse Senna Fernandes garantiu que há um interesse crescente no patuá e não apenas de ‘filhos da terra’. Confrontado com o interesse, por exemplo, de pessoas que vêm de Portugal, o presidente da Associação dos Macaenses confessou dificuldade em aconselhar meios de aprendizagem, já que não há aulas nem manual. A questão da aprendizagem foi mencionada, no final da conferência, por Alan Baxter, antigo director do Departamento de Português da Universidade de Macau (2007 – 2011) e especialista em crioulos de base portuguesa, que este ano regressou ao território para dirigir a Faculdade de Humanidades da Universidade de São José. “Acho que seria muito interessante criar um grupo de interesses, com pessoas da comunidade [macaense] e outras pessoas que gostariam de aprender patuá”, disse, garantindo que há material e linguistas, incluindo-se nesse grupo. “Poderíamos fazer bastante”, comentou. Na Universidade de São José, além de aulas, Baxter tem planos de apoiar o patuá em várias frentes: através da cedência de espaço para os ensaios do grupo de teatro e até criando disciplinas de pós-graduação sobre a “conservação da herança intangível linguística”. Outra ideia avançada – todas ainda no campo das intenções –, é juntar grupos de interessados em Malaca, onde podem aprender o ‘kristang’ de forma mais sistematizada, sendo depois mais fácil, acredita, adaptar o crioulo ao de Macau.
Hoje Macau SociedadeHo Chio Meng já foi acusado [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Ministério Público (MP) já deduziu acusação contra o ex-Procurador da RAEM no final de Agosto. Segundo a Rádio Macau, Ho Chio Meng requereu abertura de instrução ao Tribunal de Última Instância (TUI), pelo que um dos três juízes do tribunal terá de decidir se há provas suficientes para levar o arguido a julgamento pelos crimes de que é acusado. A acusação terá sido deduzida no final de Agosto, já na recta final de terminar o prazo para manter Ho Chio Meng em prisão preventiva com o processo ainda em fase de inquérito. À Rádio Macau, o Ministério Público limita-se a dizer que o caso está em “processo judicial” e que “não tem qualquer informação a divulgar”. Ho Chio Meng está em prisão preventiva desde 26 de Fevereiro por suspeitas de corrupção. O arguido é suspeito de ter favorecido familiares na adjudicação de obras e serviços durante dez dos 15 anos em que foi Procurador. O processo decorre de imediato no TUI porque o arguido é acusado por crimes que terá cometido enquanto exercia um cargo público. A fase de instrução tem duração máxima de dois meses, a contar a partir da data do despacho que a declarou aberta.
Hoje Macau EventosFilmes | Cinemateca Paixão organiza palestra com Zheng Dawei Quer saber qual o marketing necessário para vender o seu filme? A Cinemateca Paixão ajuda, com uma palestra proferida pelo Secretário-Geral da Associação da Indústria Cinematográfica de Guangdong já esta semana [dropcap style≠’circle’]“M[/dropcap]arketing de Cinema: Como Vender a Sua Estória?” é o nome da palestra proferida pelo Secretário-Geral da Associação da Indústria Cinematográfica de Guangdong, Zheng Dawei, organizada pela Cinemateca Paixão. As inscrições já estão online e o vento realiza-se no dia 24, sábado, entre as 15h00 e as 17h00. Durante a palestra, Zheng Dawei vai falar sobre o processo criativo de argumentos com base nos géneros cinematográficos e analisar elementos-chave de filmes comerciais considerados de grande sucesso. O responsável versa ainda sobre como apresentar a formulação dos pedidos de produção cinematográfica no interior da China, os procedimentos de selecção, análise, avaliação e aprovação de projectos cinematográficos, bem como os fundamentos do mecanismo de partilha das receitas da distribuição de filmes, entre outros. Currículo com história Zhen Dawei licenciou-se em Literatura Cinematográfica pelo Instituto de Investigação da Arte da Televisão e Cinema da Academia Nacional de Artes da China (Pequim) e, segundo o IC, possui uma ampla experiência profissional, tanto na linha de frente, como nos bastidores, tendo trabalhado no âmbito da indústria audiovisual ao longo de mais de três décadas na qualidade de produtor, produtor executivo, director e editor-chefe da Estação de Televisão de Guangdong. Actualmente exerce o cargo de Secretário-Geral da Associação da Indústria Cinematográfica de Guangdong, membro da Comissão de Revisão da Administração de Imprensa e Publicação, Rádio, Cinema e Televisão da Província de Guangdong e da Censura de Produção Cinematográfica da Província de Guangdong. Foi também membro do júri de selecção de projectos cinematográficos de Macau para a Feira de Investimento na Produção Cinematográfica entre Guangdong-Hong Kong-Macau 2016. Os interessados neste evento podem inscrever-se, gratuitamente, através do “Sistema de Inscrição de Actividades” do website do Instituto, existindo 60 lugares disponíveis.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Engenheiro electrónico passa a guru de investimentos Um dos analistas de investimentos mais famosos da China é um economista de 52 anos da Yingda Securities Co., uma corretora estatal de porte médio localizada em Shenzhen, no sul da China [dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]i Daxiao, ou “Almirante Li” como é chamado por alguns fãs, não estudou finanças, começou como engenheiro electrónico, e nunca trabalhou em empresas importantes como a Goldman Sachs Group Inc. ou mesmo num grande banco de investimento chinês como o Citic Securities Co. Mesmo assim, Li transformou-se num dos analistas mais populares do mercado de acções da China, com 2,4 milhões de seguidores no Weibo, um site de microblogs chinês e um dos nomes mais procurados por homens e mulheres de negócios no motor de busca chinês Baidu. O segredo para tanto sucesso são dicas pitorescas e informais colocadas nas redes sociais, junto com fotos e vídeos em que Li aparece a fazer palhaçadas tais como posar com estátuas de touros ou fazer malabarismos com laranjas. Os reguladores de valores mobiliários da China têm tentado controlar estas brincadeiras numa tentativa de reduzir a especulação do mercado e cultivar um estilo de investimento mais sóbrio entre a comunidade de investidores individuais. Muitos outros analistas populares de mercado na China pararam de produzir vídeos chamativos e comentários incisivos, e Li diz que pensou em apagar a sua conta no Weibo em Maio, quando o governo elevou a pressão sobre economistas e analistas para serem optimistas. Mas Li, cujos comentários já eram optimistas, decidiu manter o curso e diz que as autoridades chinesas não pediram que parasse. “A maioria das pessoas não têm graça e a vida precisa de um tempero”, diz. Li estima que faz cerca de 500 aparições nos media nacionais por ano e tem dezenas de milhares de posts na internet. Embora não tenha referido o preço das suas palestras, um gerente de eventos a par do assunto disse que pode cobrar até 15 mil dólares por palestra. São diamantes Em 2015, quando o índice da bolsa de acções de Xangai estava entre 4 mil e 5 mil pontos, disse que o ‘topo do mundo” tinha sido atingido; meses depois, as acções caíram, e alguns investidores queixaram-se que tinha anunciado o topo cedo demais. Quando o índice caiu para cerca de 2.100 em 2012, ele mencionou a frase “piso de diamante” para indicar que algumas acções com fundamentos fortes tinham-se tornado tão valiosas quanto diamantes. Numa questão de dois meses, o mercado de Xangai recuperou 15%. Li disse que outro “piso de diamante” tinha sido atingido em 16 de Janeiro, mas este ano a indicação não funcionou tão bem: as acções em Xangai continuaram a recuar outros 8,5%. Depois do colapso do mercado de acções no ano passado e no início deste ano, os reguladores chineses começaram a prestar mais atenção aos métodos dos analistas. Desde então, Li parou de produzir vídeos mas continua firme e forte. “Eu sempre fui bom a interpretar as políticas”, disse. “Por que as autoridades iriam querer que eu parasse de falar?” Wall Street Journal
Hoje Macau Diário (secreto) de Pequim h | Artes, Letras e IdeiasDiário de Pequim | Pequim, 10 de Abril de 1978 António Graça de Abreu [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m Portugal, com o PCP (m-l), comprometi-me a assinar um contrato de trabalho com os chineses que se estenderia por quatro anos na China. Chegado às Edições, nunca os camaradas me falaram em assinar o tal contrato ou na duração da estada em Pequim. Trataram-me da papelada de trabalho e dos documentos de estadia, subentendendo os chineses que ficarei por quatro anos. Não estou preocupado. Sinto-me bem no que faço, aprendo todos os dias, estou numa fase de transição da minha vida. Depois da Alemanha, da Guiné-Bissau, agora a China, três continentes, Europa, África e Ásia, nada mau, três experiências riquíssimas em dez anos: Ou seja a emigração, a guerra de África, a vivência num grande, sinuoso e fascinante país socialista. Ainda só tenho trinta anos. Isto promete!… Jinghong, Xishuanbanna, 19 de Abril de 1978 O nome Xishuangbanna soa estranho. A região fica a umas poucas léguas das florestas da Birmânia, a uma centena de quilómetros do Laos, não longe da Tailândia. É habitada por umas tantas minorias nacionais, dezasseis a saber, pequenos grupos étnicos quase todos com língua e escrita própria, bem diferentes dos chineses han. Os tai, aparentados com os tailandeses, são a grande minoria nesta região. Voei de Pequim para Kunming, capital da província de Yunnan, num Bac 111, o Trident, o bimotor a jacto inglês que equipa as linhas aéreas comerciais chinesas. Depois, um Antonov 24, a hélice, avião construído na União Soviética e já fora de moda, furou montanhas de nuvens, serpenteou no vazio sobre cumes e cumes de montanhas e deixou-me em Simao, a cidadezinha com aeroporto mais próxima de Xishuangbanna. Continuei viagem por mais 160 quilómetros de estrada, entre montes e vales num pequeno autocarro encavalitado numa esplendorosa paisagem sub-tropical, esfuziante de cores, perfumes e surpresas. Vim, com um pequeno grupo das Edições de Pequim para, em Xishuangbanna, assistir e participar na Festa da Água, o ano novo destas populações que fazem do rejuvenescer da Primavera o tempo certo para depurar corpo e mente, com libações em honra da perfeita água. Estou alojado numa pequena pousada, uma espécie de bungalows unidos por caramanchões e varandas, entre jardins e palmares, na sombra serena do silêncio da floresta tropical. O meu quarto, com chão de cimento e as comodidades mínimas, é o número 5. Sete metros ao lado, já transformado em museu, fica o quarto número 1 onde se alojou o primeiro-ministro chinês Zhou Enlai na sua vinda a Xishuangbanna em 1973, exactamente para a Festa da Água. Na memória de tão excelsa companhia, sinto-me uma pessoa importante. Ontem em Jinghong, a sede da prefeitura de Xishuangbana, encaminharam-me para uma aldeia dos arredores, deixaram-me num dos terreiros para a grande festa. Vesti uma camisola interior vermelha, umas calças velhas, calcei uns chinelos de dedo e levei uma bacia de esmalte, novinha em folha. Ali estava o pobre letrado lusitano a cirandar entre a gente da terra, armado para a faiscante, encharcante e entusiasmante batalha da água. E que batalha, e que festa, meus senhores!… Os tambores dos tai começam a rufar, as marimbas a tanger, as flautas a tocar. Iniciam-se os singulares folguedos, dança-se em círculo em volta dos músicos, cada um vai encher a sua bacia no interior de umas tantas canoas espalhadas em redor, o casco vazio funciona como reservatório da água trazida para aqui em grandes bidons. Regressamos à roda e lançamos, aspergimos o excelente líquido sobre o parceiro ou parceira da frente, do lado, de trás. Alguma confusão mas depois apanhamos o ritmo do bailado nos grandes círculos, há água e mais água a borrifar toda a gente, as pessoas estão esplendorosamente encharcadas, da cabeça aos pés. Quanto mais inundadas, mais limpas e mais saem os pecados. As meninas tai, jovens, esbeltas, riem, dançam, amaneiram os gestos, rodam as mãos e os dedos no ar como requintadas andaluzas. Usam flores e um pente nos cabelos, mostram as saias ou calças finas, justas, bem molhadas, as reduzidas blusas humedecidas agarradas ao corpo, os perfeitos umbigos desnudados, as curvas redondas abaixo da pequena anca, os seios húmidos, túmidos, meio escondidos, meio ao léu, de bicos empinados e bonitos. Dançam como deusas nas terras dos confins do mundo, gráceis, femininas, raiz e tronco da vida dos homens. Lá em baixo, no rio Lancang, há mais festa. Este grande rio, o quarto maior de toda a Ásia, desce desde o Tibete até aqui, quase que por socalcos. Ao sair da China, 50 quilómetros a sul de Xishuanbanna, passa a chamar-se Mekong e a ser não só parcialmente navegável, mas também a assumir-se como a grande estrada fluvial entre a China, o Laos e o Vietnam. No delta, a sul de Saigão, cansado da movimentada jornada, dilui-se aos poucos no grande Oceano Pacífico. No rio Lancang chinês, ou melhor no Mekong, há hoje corridas de barcos-dragão, petardos, fogo-de-artifício, danças do pavão, jogos, cantos e danças. Na margem, acompanho o desfile meio espontâneo de centenas de mulheres, homens e crianças ataviadas com os seus melhores trajes, tudo gente das minorias nacionais locais. Há toucados enfeitados com adereços brilhantes, roupas de seda bordada com cintos de prata, túnicas de veludo, casaquinhos de algodão entrançado. Tudo colorido, a cheirar a novo e a festa. São os povos da planície ou das montanhas, as minorais nacionais estranhas para os chineses han na fala, entendimentos, usos e costumes.
Hoje Macau SociedadeJogo | Analista fala em lounges para apostas desportivas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] especialista de jogo Muhammad Cohen defendeu que a criação de lounges para assistir e apostar em eventos desportivos é uma “oportunidade de ouro” que está a ser desperdiçada em Macau, onde apenas uma empresa permite estas apostas. As apostas desportivas estão, actualmente, concentradas na empresa Macau Slot, cujo contrato foi este ano renovado até 2021. Em 2015, a concessão tinha sido renovada por apenas um ano, gerando esperança de uma abertura do mercado, mas tal acabou por não se verificar. “O calendário desportivo tem uma grande variedade de eventos. Podíamos ter tido festas de visionamento dos Jogos Olímpicos nos casinos de Macau, se houvesse salas de qualidade, com belos ecrãs, bom ambiente, comida, bebida, onde as pessoas podem apostar, ao invés de ficarem em casa a ver os jogos sozinhas”, defendeu Muhammad Cohen. “É uma oportunidade de ouro e toda a gente está a olhar para o lado. Se olharmos para a situação de Macau, neste momento, não há soluções milagrosas que tenhamos a certeza que vão funcionar. Isto seria uma coisa a tentar”, disse o também editor da revista Inside Asian Gaming e colaborador da revista Forbes, que habitualmente analisa o sector do jogo em Macau. Cohen apontou que “os números actuais da Macau Slot são minúsculos” – em 2015 a empresa teve lucros líquidos de 138,4 milhões de patacas, fruto de 8.197 milhões de patacas em apostas – e que os espaços existentes estão “tão longe de serem os mais modernos lounges de apostas desportivas como uma bicicleta está de um Ferrari”. Mais diversão “Quem é que sabe que a Macau Slot existe, além de um número reduzido da população local? A Macau Slot podia, por si, criar espaços para assistir e apostar em eventos desportivos, mas não o fez, por isso, acho que devemos deixar os casinos fazerem isso”, defendeu o especialista. Para Cohen, não se trata de uma questão estritamente monetária, mas de criar variedade na oferta e atrair outro tipo de público. É o caso, disse, dos turistas indianos, grandes fãs desportivos, que vêm a Macau mas “não acham [a cidade] muito acolhedora, acham os casinos locais pouco divertidos, caros, onde toda a gente está muito séria”. “Com um bar aberto 24 horas podem ver-se todos os jogos, a Primeira Liga Inglesa, os jogos de futebol europeus que acontecem a meio da noite, etc. Além disso, as apostas desportivas vão trazer alguma emoção à sala. Provavelmente iam ter pessoas a ver os jogos, a fazer barulho, a aplaudir, a entusiasmar-se quando algo acontece. Por vezes entramos nalguns casinos de Macau e o ambiente é um pouco fúnebre. Hoje em dia nem sequer temos o som das moedas a cair das máquinas, não parecem locais divertidos”, considerou. Para o especialista, os casinos seriam as estruturas ideais para acolher estes lounges, até porque, lembrou, os novos projectos foram construídos para acolher largas centenas de mesas de jogo mas, devido ao limite imposto pelo Governo, terão de funcionar com menos.
Hoje Macau SociedadePandas gémeos são “Jian Jian” e “Kang Kang” [dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]untos significam saúde. Estão escolhidos os nomes para os pandas gémeos nascidos em Macau. O Governo elegeu “Jian Jian” e “Kang Kang” como baptismo para as crias de panda gigante, depois de uma selecção feita pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e pela Base de Pesquisa de Reprodução do Panda Gigante de Chengdu da Província de Sichuan. De um total de 1718 sugestões dadas pelos cidadãos de Macau, foram recolhidos nomes tendo com critérios de avaliação o significado, a boa pronúncia, compreensão fácil e outros nomes já atribuídos a pandas oferecidos ou cedidos pelo Governo Central. Do número total de propostas, 1117 sugeriram “Jian Jian” e “Kang Kang”. Dois dos participantes da combinação de nomes vencedora irão ganhar o grande prémio, que corresponde a cinco mil patacas em dinheiro e uma lembrança, sendo que a cerimónia de entrega de prémios terá lugar no dia 3 de Outubro, durante a actividade “Celebração dos 100 Dias das crias de panda gigante”. “Jian Jian” e “Kang Kang” estão em boas condições físicas. Com 83 dias, pesam 4.115g e 3.335g, respectivamente, e já têm o pêlo característico dos pandas gigantes.
Hoje Macau Manchete SociedadeReportagem | Autocarros eléctricos são menos poluentes, mas pouco cativantes Dois autocarros eléctricos estão a circular há já um mês em Macau. Menos ruído foi a mais valia apontada pela generalidade das pessoas que já o experimentaram, que, contudo, continuam a não ver no ambiente uma preocupação [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) tem desde 25 de Agosto dois autocarros E02 a circular nas ruas de Macau. Durante 30 dias, esta parceria entre duas empresas de transportes públicos – a TCM e a Nova Era – vai fazer testes que futuramente irão ditar a viabilidade de se implementar este tipo de transportes em Macau. O HM quis saber como se comportam os veículos e como os avalia quem lá anda. A entrada no autocarro foi feita na Praça Ferreira do Amaral, em Macau. Às 10h55 chega então o autocarro. São poucos os que entram. Lá dentro três passageiros apenas. Um deles é Elven. Residente em Macau, tem 26 anos e diz que o ambiente é uma questão que lhe interessa e com a qual se preocupa. “Acho que é uma óptima ideia os autocarros serem eléctricos porque poupa muita energia e são menos poluentes. Para além disso são mais confortáveis e não fazem ruído. Estou muito satisfeito com esta medida e acho que devia ser para aplicar em definitivo. Além disso, este autocarro é muito pontual.” Já Clara Castilho tem 70 anos e diz que já experimentou por duas vezes este autocarro eléctrico. Não porque se preocupe com as questões ambientais, mas porque lhe dá jeito para o percurso que habitualmente costuma fazer. O ambiente passa-lhe um pouco ao lado, assumindo que em casa a única preocupação que tem é a de desligar as luzes e todos os electrodomésticos, quando não estão a ser usados. Não notou grandes diferenças entre os veículos eléctricos e os que circulam a diesel. “Talvez o ruído seja menos intenso”, disse ao HM. Um outro passageiro também quis partilhar a sua opinião com o HM. José (nome fictício) aponta o que considera como falhas. “Os assentos deste autocarro são mais estreitos e o design não é o melhor, nem o mais adequado para Macau, porque parece-me que levam menos passageiros em pé do que os outros autocarros. A porta demora muito tempo a abrir”, frisou. Jenny discorda de José. A empregada doméstica filipina de 29 anos apanha o E02 várias vezes. Sobretudo porque faz um percurso que lhe “dá jeito”. “São muito limpos, frescos, não fazem barulho e não poluem o ar”, diz ainda, acrescentando que gostaria de ver mais autocarros destes a circular. Quanto à sua contribuição para não poluir ou para ajudar o ambiente, admite ser pouca. “Lá em casa não fazemos separação de lixo, mas desligamos sempre as luzes e os electrodomésticos.” Andar devagar Estamos quase a chegar à ponte que atravessa para a Taipa e um passageiro, que não se quis identificar, reclama da velocidade. “Não passa dos 30 km, anda muito devagar e nas horas de ponta ninguém quer apanhar este autocarro. É bom porque não polui, mas se a velocidade for sempre esta, ninguém vai andar nele, as pessoas têm pressa”, diz. “Como estes autocarros não circulam durante o horário de ponta, não percebemos se se adequam às necessidades de Macau.” O percurso, que termina no Edifício do Lago, tem 18 paragens e o período de circulação é das 10h00 às 13h30 e das 15h00 às 21h00, com cada trajecto a demorar uma média de uma hora. Kuok não parece importar-se com esta questão. A cidadã diz ao HM que já andou várias vezes na carreira E02. “Noto menos ruído, acho que são mais espaçosos, não sei se é por serem novos e limpos, e são mais confortáveis. Apoio esta acção porque é benéfica para o ambiente”, diz. Mas, quando questionada se esta é uma preocupação que a acompanha, admite que não. “Não faço nada para manter o ambiente mais verde.” O motorista do E02 é o senhor Ip. Este é o primeiro dia que experimenta este veículo e, apesar de ainda estar em processo de adaptação, disse que nota “que a sensibilidade na condução é diferente de uns para os outros, nomeadamente na resposta às manobras”. “Este é mais lento”, frisa. Mais lenta também “é a abertura da porta e quando estão com pressa, os passageiros não gostam”, realça. A DSAT está neste momento a proceder à recolha de opiniões, através de uns formulários que estão dentro dos veículos e que são preenchidos pelos passageiros e entregues no terminal, ou basta deixá-los dentro do transporte. Estas respostas vão ser analisadas e poder ter um peso na decisão futura de implementar, ou não, este tipo de transportes públicos. No veículo, a distribuir os panfletos para recolher a opinião dos passageiros, estava Wong Hongwei, engenheiro que faz também a supervisão dos autocarros eléctricos. Todos os dias faz o percurso desta carreira com a missão de supervisionar o funcionamento em termos de número de passageiros, consumo de energia e performance em geral. A manutenção, garante este engenheiro que veio da China continental, sai mais barata neste tipo de autocarro. “Os veículos a diesel, depois de circularem três mil a cinco mil quilómetros, já precisam de trocar o óleo de motor e outras pequenas peças. Mas os nossos autocarros eléctricos que já andaram cerca de seis mil quilómetros, ainda não têm essa necessidade. Ainda não trocámos nada”, diz, acrescentando que “só é preciso fazer os carregamentos de electricidade”. Todas as noites os autocarros são carregados na oficina no Pac On. Basta um carregamento por dia. “Basta estarem a carregar durante uma hora que chega para fazer o percurso diário”, garante Wong Hongwei. Por cada percurso completo, o E02 gasta “4% de electricidade, naquilo que se calcula serem 17 quilómetros”. O futuro Wong Hongwei admite ser um fervoroso defensor deste tipo de veículos e diz mesmo que “a longo prazo, é a tendência”. Quanto à velocidade máxima, “é limitada a cerca de 100km/h, mas geralmente só pode ser conduzido até 80 km/h. No entanto, é mais do que os veículos a diesel que não vão além dos 69km/h”. Em relação à questão referida por alguns passageiros – de que a porta abria muito lentamente – o engenheiro avança que “isso não é possível porque o sistema utilizado é o mesmo: porta pneumática”. Com capacidade para 80 passageiros, este veículo é um AVASS, marca Australiana, com capacidade para cerca de 400 km com apenas um carregamento, segundo este mesmo responsável. Quando o limite da bateria está quase a ser atingido, “quando falta cerca de 20% de carregamento”, tem um sistema especial que se chama de protecção, que entra em modo de economia e dá um aviso. Até ao momento este limite nunca foi atingido porque, “depois de um dia inteiro a rodar na estrada, a bateria indica ainda ter 40% de energia disponível”, frisa o engenheiro ao HM. Questionada sobre que balanço faz relativamente ao serviço experimental dos autocarros, quantos passageiros circularam, se o prazo experimental vai ser alargado e se já alguma previsão para a sua introdução definitiva, a DSAT não respondeu ao HM até ao fecho desta edição.
Hoje Macau China / ÁsiaChina |Mãe desesperada mata três filhos menores e suicida-se Eram um dos casais mais pobres da aldeia onde viviam, mas ainda assim foi-lhes negado o apoio dado pelo Estado a famílias carenciadas. Familiares e vizinhos acreditam que foi o desespero aliado à pobreza que levou esta a mãe a cometer este acto [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] incidência de pobreza extrema na China, voltou esta semana a ser tema de debate por uma mãe ter morto os seus três filhos depois de lhe ter sido negado o rendimento mínimo. Yang Gailian, de 28 anos, utilizou um machado para matar os filhos, de seis, cinco e três anos, na província de Gansu, no noroeste da China, noticiou na terça-feira a imprensa chinesa A mulher suicidou-se a seguir, ingerindo pesticida. O marido, Li Keying, acabou também por pôr fim â vida, depois de realizado o funeral. Eram um dos casais mais pobres na aldeia de Agushan, segundo escreveram os jornais, mas foi-lhes negado o subsídio destinado pelo Governo às famílias com rendimentos baixos. O comité da aldeia justificou a decisão apontando que o seu rendimento anual era superior a 2.300 yuan, por pessoa. Testemunhos de familiares difundidos na imprensa, contudo, garantem que o apoio foi anulado porque o casal rejeitou subornar os funcionários locais. “Olhem agora para a exuberância que foi o G20”, ironizou um internauta no Sina Weibo, o Twitter chinês, aludindo à renovação da cidade de Hangzhou, na costa leste da China, visando receber a cimeira de dois dias. Os trabalhos demoraram seis meses e envolveram milhares de operários, ilustrando os esforços de Pequim para promover a imagem da China no exterior. Outro internauta reagiu assim: “Somos uma sociedade brutal, em que as pessoas se comem umas às outras”. Pobres e Ricos Ao jornal Global Times, o especialista em problemas sociais Hu Xingdou disse que o caso “serve para alertar o público e o Governo de que, enquanto alguns gozam de uma boa vida nas cidades, a China continua a ser um país em desenvolvimento, com grandes desequilíbrios”. Xiang Songzuo, economista-chefe no Agricultural Bank of China, considerou na sua conta oficial nas redes sociais que a “situação reflecte exactamente a dura realidade da pobreza na China”, acrescentando que “por um lado, temos funcionários corruptos a desviar centenas de milhões a cada instante e os ricos que gastam aos milhares por dia, competindo para ver quem compra mais, enquanto do outro lado estão os que vivem numa pobreza tão extrema que perdem a vontade de viver”. Yang e Li e os três filhos viviam com a avó e o pai de Yang numa pequena casa de tijolo, com chão de terra batida. As suas “mais valiosas possessões eram três vacas e 12 galinhas”, segundo o jornal China Youth Daily. A mulher lavrava a terra, enquanto Li era um dos milhões de rurais chineses que ocorrem às cidades em busca de todo o tipo de trabalho. Segundo o Global Times, o homem tinha um vencimento anual de 7.000 yuan, quase metade enviado para casa, visando garantir a subsistência da família. A desigualdade social é uma das principais fontes de descontentamento popular no “gigante” asiático, onde um terço da riqueza está concentrado em apenas 1% da população. O rendimento ‘per capita’ em Pequim ou Xangai, as cidades mais prósperas do país, é dez vezes superior ao das áreas rurais, onde quase metade dos 1.350 milhões de chineses continua a viver. Segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas chinês, 70 milhões de chineses continuam a viver abaixo da linha de pobreza, fixada pelo país num rendimento anual inferior a 2.800 yuan. A mesma fonte detalha que o rendimento anual ‘per capita’ dos residentes rurais na China fixou-se em 10.772 yuan em 2015, menos do que muitos países africanos. No mesmo ano, a China ultrapassou os Estados Unidos da América em número de bilionários.