Hong Kong | Pequim contra evento de imprensa, ex-governador fala em censura

 

 

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]uma mensagem enviada à agência noticiosa France-Presse (AFP, o último governador da antiga colónia britânica afirmou: “Não há motivo para censurar as pessoas só porque não gostamos do que elas têm a dizer”.
Andy Chan, líder do Partido Nacional, em campanha pela independência da região administrativa especial de Hong Kong, foi convidado a discursar no histórico clube de imprensa, que regularmente convida personalidades para realizarem conferências abertas a membros e órgãos de comunicação. No entanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês pediu ao FCC para cancelar o evento, indicou a AFP.
Este pedido, o primeiro deste tipo desde 1997, data da transferência de soberania do Reino Unido para a China, surge numa altura em que Pequim continua a reforçar o domínio sobre a antiga colónia que, ao abrigo da lei básica local, goza de liberdade de expressão e poder judicial independente.

Espalhar falácias

A liberdade de expressão é “um dos pilares de uma sociedade aberta que vive no Estado de Direito” e era garantida pelo acordo sino-britânico, lembrou Patten.
“Sempre me opus à ideia de defender a independência de Hong Kong”, disse, embora sempre tenha apoiado “as liberdades locais e a autonomia ao mesmo tempo.” “Não é justo que Pequim se envolva em questões que deviam ser decididas por Hong Kong”, acrescentou.
Num comunicado divulgado na sexta-feira, o Ministério advertiu que se “opõe a qualquer força externa que forneça aos elementos da ‘independência de Hong Kong’ uma plataforma para espalhar falácias”.
Em 17 Julho passado, o Governo de Hong Kong iniciou um processo para ilegalizar o Partido Nacional, fundado em Março de 2016, por considerar estar em perigo a segurança nacional. Na altura, um investigador da organização não-governamental Amnistia Internacional Patrick Poon considerou que a tentativa de banir aquele partido “soa o alarme sobre o que o Governo tentará restringir de uma próxima vez em nome da segurança nacional”.

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