António Costa apresenta Portugal como porta de entrada na Europa

Portugal está a ser visto pela China como ponte para outros países, também por causa do know-how dos portugueses. António Costa, que relembrou as novas condições dos vistos dourados, fala de uma porta para a Europa, África e América Latina

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]primeiro-ministro português evocou ontem a “longa tradição” de abertura ao mundo de Portugal e da região de Xangai para defender depois que o país pode funcionar como “porta de entrada” dos investidores chineses na União Europeia. Esta posição foi assumida por António Costa no “Fórum Investimento em Portugal”, perante centenas de empresários chineses da região de Xangai.
Na sua intervenção, além de referência ao carácter histórico e cosmopolita de Xangai – e de elogiar esta cidade “por se encontrar sempre em mudança” -, o primeiro-ministro também aconselhou potenciais investidores chineses a consultarem responsáveis de grandes grupos, como a Fosun ou a Haitong, para que lhes falem sobre como é estar presente em Portugal.
Mas António Costa deixou sobretudo a mensagem de que estar em Portugal é o mesmo que estar em todo o espaço da União Europeia. “Tal como Xangai, Portugal tem uma longa tradição de abertura ao mundo, e é um país membro da União Europeia. Portanto, investir em Portugal, ter visto para entrar ou para residir em Portugal é o mesmo que investir, exportar ou residir em qualquer país da União Europeia. Por isso, Portugal pode ser uma excelente porta para se entrar na União Europeia”, sustentou.

Portugal para todos

Neste contexto, o primeiro-ministro falou na política de “abertura” seguida por Portugal na concessão de vistos a cidadãos chineses, os chamados vistos durados. “Temos registado um elevado crescimento do número de cidadãos chineses que residem ou investem em Portugal. Não somos um país que se dirige só às grandes empresas, mas a todas as pequenas e médias que queiram investir no país. Dirigimo-nos também a todos os que querem estudar em Portugal”, afirmou ainda.
No seu discurso, António Costa disse que nas relações entre Portugal e a China “ainda há um grande potencial para desenvolvimento nos sectores financeiro e da energia”, mas acentuou que há boas oportunidades por explorar em Portugal, como no sector automóvel.
Sobre este sector, o primeiro-ministro referiu mesmo que o país tem já uma tradição de produção e “desenvolveu” um ‘cluster’ ao nível do mercado de componentes na sequência da instalação em Portugal de fábricas alemãs, francesas e japonesas.”Temos feito grandes esforços ao nível da investigação sobre o futuro da indústria automóvel”, declarou, numa alusão aos projectos de mobilidade eléctrica.
António Costa falou ainda em oportunidades de negócios em Portugal nos sectores dos têxteis, do calçado (que disse ser o segundo mais caro do mundo em valor), no agroalimentar (desde a carne, à fruta, passando pelo azeite e vinho), mas, igualmente, no turismo. O primeiro-ministro referiu aos empresários chineses que o turismo cresceu dez por cento no último ano e que “a rendibilidade dos hotéis subiu 17 por cento”. “Este é um crescimento que vai prosseguir, porque há cada vez mais novos mercados emissores que passam a trabalhar com o mercado de Portugal”, justificou.

O dia de Xangai

O dia em Xangai do primeiro-ministro começou com um pequeno-almoço com empresários, entre os quais se encontravam representantes de alguns dos maiores grupos económicos desta região da China. Na mesa, em frente a António Costa, sentou-se o presidente da Fosun, Guo Guangchang – grupo económico com uma presença já forte em Portugal (com a Luz Saúde e Tranquilidade), que nasceu em Hong Kong em 2007, mas tem agora a sua sede financeira em Xangai. Estiveram também presentes no pequeno-almoço, além do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, o presidente da Haitong, Jie Zhou, o líder da Tengda Constructions, Ye Yongxing, e o presidente da Shangai Wordoor Tecnology, Qiu Lijun.
António Costa esteve ainda presente numa mostra de produtos nacionais em Xangai, intitulada “Portugal Flavours”, com a presença de várias marcas nacionais de vinho, azeite, conservas, queijos, enchidos e chocolates. Ontem, ao final da tarde na China, foi anunciado que a “Portugal Food”, associação de empresas agroalimentares, vai assinar um protocolo com a “City Shop” chinesa, considerada a maior distribuidora de produtos estrangeiros para supermercados da China.

Passagem por Pequim

Já no passado fim-de-semana, no início de um pequeno-almoço em Pequim com empresários chineses, entre os quais se encontravam praticamente todos os que já realizaram elevados investimentos em Portugal, como os líderes da Fosun (Guo Guangchang), da China Three Gorges (Lu Chun), da State Grid (Yang Qing), da Haitong (Qu Qiuping) e do Bank of China (Tian Guoli), Costa abordara estes assuntos. Na mesa encontravam-se ainda representantes de potenciais investidores chineses em Portugal, como o vice-presidente da Huawei, Qu Wenchu, e do da HNA Tourism, Zhang Ling, assim como alguns dos principais gestores portugueses de aquisições chinesas em Portugal, casos do presidente executivo da EDP, António Mexia, e do administrador do Haitong Bank, José Maria Ricciardi. António Costa inaugura Loja do Cidadão em Ermesinde
No seu discurso, o Primeiro-Ministro português dedicou precisamente as suas últimas palavras aos gestores lusos. “Vejo aqui à volta desta mesa vários portugueses, o que quer dizer que os empresários chineses encontraram no meu país excelentes quadros para garantir os seus investimentos”, frisou.
Perante os empresários chineses, a intervenção de António Costa teve como objectivo defender que “há um novo patamar” na cooperação, com a criação de novos activos no país, ou a partir de Portugal para terceiros países. “Há novas áreas que justificam uma parceria económica entre os dois países”, acentuou António Costa, numa alusão ao facto de os investimentos chineses até agora realizados em Portugal se terem limitado à aquisição de activos empresariais.
Entre as novas áreas de cooperação, o Primeiro-Ministro português disse que Portugal está interessado em corresponder ao “grandes projectos” do Presidente Xi Jinping, ao nível da interconexão internacional da energia e no sentido de criar uma rota marítima mundial chinesa.
António Costa destacou então as potencialidades do acordo recentemente celebrado entre Portugal e Marrocos no domínio da energia e a localização “estratégia” do porto de Sines na faixa atlântica para as ligações com África e com o continente americano (sobretudo na sequência do alargamento do canal do Panamá).

Presidente da Fosun elogia Portugal

O presidente do grupo Fosun elogiou a “transição política estável” em Portugal, assinalando que o país continua a ser um destino “aberto e receptivo” ao investimento estrangeiro. “O novo governo assegurou o bom ambiente para os investidores”, observou Guo Guangchang. “Estas são qualidades que reforçam a nossa confiança em Portugal.” O empresário referiu ainda o investimento chinês em Portugal, que estimou ter ultrapassado já os dez mil milhões de euros. “Portugal é o quarto maior destino do investimento chinês na Europa, ultrapassado apenas por Reino Unido, Alemanha e França.” O grupo Fosun detém em Portugal a seguradora Fidelidade, a Espírito Santo Saúde e uma participação de 5,3% na REN – Redes Energéticas Nacionais. Em Julho, o grupo avançou com uma proposta por 16,7% do banco Millennium BCP, através de um aumento de capital exclusivo. No ano passado foi também um dos candidatos à compra do Novo Banco, até as negociações terem sido suspensas pelo Banco de Portugal.

Macau exemplar

O Primeiro-Ministro português, António Costa, fez questão de referir o processo de transição de Macau como um exemplo das boas relações que Portugal mantém com a China. “A transição de Macau decorreu de forma exemplar. E Macau tem assumido o papel de importante plataforma nas relações com os países de expressão portuguesa”, disse António Costa, tanto na reunião com Zhang Dejiang, presidente da Assembleia Nacional Popular, como no encontro com o Presidente Xi Jinping.
Costa referiu o quadro de relações históricas entre Portugal e a China, destacando como “exemplo de grande confiança” entre os dois países a forma como decorreu o processo de transição de Macau.
Mas não só: “Para além das relações políticas, temos assistido a um grande crescimento das nossas relações económicas e culturais. Em breve vamos assinar acordos no domínio da cooperação cultural”, adiantou o Primeiro-Ministro português, antes de se referir à realização em Pequim do festival de cinema luso.
Perante o Presidente chinês, António Costa elogiou também a comunidade chinesa residente em Portugal.

ONU e futebol

Costa agradeceu ainda a Xi Jinping “o apoio decisivo” dado pela China ao longo do processo de candidatura de António Guterres ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas. O agradecimento foi feito logo no primeiro ponto do seu programa de visita oficial de quatro dias ao continente durante a audiência com o presidente da Assembleia Nacional Popular e foi depois repetido na reunião com Xi Jinping.
Na Assembleia Nacional Popular, com os ministros da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, sentados ao seu lado, António Costa declarou: “Aproveito esta oportunidade para agradecer o apoio claro e firme prestado pela República Popular da China à candidatura de António Guterres ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas”.
Também o homólogo chinês de Costa, Li Keqiang, felicitou Portugal e o povo português pela eleição de António Guterres para o cargo, fazendo questão de referir que a China “facilitou” aquele mesmo desfecho. “O Governo chinês facilitou a nomeação do engenheiro Guterres para o cargo de secretário-geral da ONU, um orgulho para todo o povo português”, afirmou Li Keqiang.
Conhecido adepto do desporto-rei, Xi Jinping também felicitou António Costa pela vitória de Portugal no Campeonato da Europa de Futebol, em França. LUSA/HM

Costa é “meio vizinho da China” e o português fala-se em todos os continentes

O Primeiro-Ministro português definiu-se no sábado como “meio vizinho da China”, numa alusão às origens indianas do seu pai e num discurso em que salientou os caracteres pluricontinental do português e multilateral inerente à história da diplomacia nacional.
António Costa respondia a questões formuladas por estudantes da Universidade de Tsinghua, depois de ter feito um discurso inicial em que citou escritores como Fernando Pessoa, Luís de Camões, Vergílio Ferreira e José Saramago para defender a tese da universalidade da Língua Portuguesa.
Na sua última resposta a perguntas da plateia, perante um anfiteatro cheio de alunos e professores, o líder do executivo português falou sobre o carácter pluricontinental da Língua Portuguesa e também sobre a capacidade de os portugueses, enquanto povo, “saberem compreender o outro, quer para acolhimento, quer para a sua própria integração”.
“Posso aliás dar o meu exemplo, porque sou o primeiro Primeiro-Ministro de um país da União Europeia que tem origem extra europeia, visto que o meu pai era de origem indiana, um país vizinho da China”, declarou António Costa. “Portanto, eu sou meio vizinho da China”, disse, provocando risos na plateia e, em seguida, algumas gargalhadas.
Costa referiu-se ainda à recente eleição de António Guterres para secretário-geral das Nações Unidas como sendo um símbolo da capacidade dos portugueses “em unir os povos”.
Perante estudantes de Língua Portuguesa, António Costa defendeu que a diplomacia portuguesa tem uma tradição de “multilateralismo”, que está assente numa língua falada em quatro diferentes continentes. Segundo o Primeiro-Ministro, que não esqueceu o papel de Macau como plataforma, saber Português “é ter acesso a um mercado de 250 milhões de habitantes” e compreender “a quinta língua mais falada na Internet”. LUSA/HM

Portugal quer ser parte da Rota da Seda

Portugal está disposto a “participar activamente” na iniciativa chinesa Rota Marítima da Seda, afirmou o Primeiro-Ministro António Costa, em entrevista à televisão estatal da China CCTV, apontando para o potencial da localização estratégica do país. “Podemos ser de facto uma grande ponte entre a Europa, África, América do Sul e Ásia”, afirmou, numa alusão à abertura do novo canal do Panamá e às novas rotas que permitirá entre o Pacífico e o Atlântico. “Essa é uma posição que nós assumimos e estamos empenhados em trabalhar com o Governo chinês para sermos inseridos neste projecto”, acrescentou. A Rota Marítima da Seda, anunciada pelo Presidente Xi Jinping, em 2013, é um gigante plano de infra-estruturas, que pretende reactivar a antiga Rota da Seda entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e Sudeste Asiático. Segundo as autoridades, vai abranger 65 países e 4,4 mil milhões de pessoas, cerca de 60 por cento da população mundial.

Um balanço positivo

António Costa fez um balanço positivo sobre os seus primeiros três de um total de quatro dias de visita oficial à China, tendo já passado por Pequim e Xangai. “Esta minha viagem à China teve um duplo aspecto: um de consolidação sobre aquilo que já existe e um segundo de sementeira em termos de futuro. Espero que daqui a uns anos se possam colher os frutos do que hoje semeamos”, acrescentou.

11 Out 2016

Fronteiras | Três activistas de Hong Kong barrados de entrar em Macau

Só esta semana, que se saiba, três pessoas foram impedidas de entrar em Macau por razões de segurança. Todos eram de Hong Kong e dois deles assumidos ex-activistas. A PSP não dá razões, mas a visita do primeiro-ministro chinês parece ser a razão

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]ntes do activista de Hong Kong Fred Lam, mais duas outras pessoas da região vizinha tinham sido impedidas de entrar em Macau pelas autoridades.
Fred Lam, que esteve envolvido em movimentos sociais até há cerca de quatro anos, foi impedido de entrar em Macau na quarta-feira, a uma semana da chegada à cidade do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang. Segundo o portal noticioso Hong Kong Free Press (HKFP), Lam foi impedido de entrar por representar uma ameaça à segurança do território.
A mesma justificação foi apresentada para Lo Chun Yip e Roddy Shaw. De acordo com a página do Facebook do primeiro, que foi impedido de entrar em Macau na terça-feira, o realizador de cinema e actor referiu que pretendia vir a Macau para dar uma aula sobre cinema. Entretanto, no Terminal Marítimo do Porto Exterior de Macau foi obrigado a assinar um aviso de recusa de entrada e foi directamente enviado de volta para Hong Kong.
Lo Chun Yip questionou a polícia sobre se poderia vir a Macau no dia 12 deste mês, porque ainda tem uma aula de Cinema para ensinar em Macau, mas o polícia que o acompanhou ao ferry sugeriu-lhe antes que tentasse apenas “voltar no dia 13”, pedindo no entanto ao ex-activista que não referisse essa sugestão a ninguém.
O impedimento de entrada em Macau acontece com alguma regularidade, habitualmente em dias próximos de datas comemorativas ou de visitas de alto nível, como a do primeiro-ministro Li Keqiang, na próxima semana. No entanto, a PSP de Macau não tem por hábito apresentar motivos concretos, sendo também este o caso.
À Lusa, a polícia indicou apenas que é da sua responsabilidade a “inspecção e o controlo da entradas e saídas da RAEM”, incluindo “decidir autorizar ou recusar a entrada de visitantes”. Em relação a Lam, a PSP “não tem nada a referir e comentar sobre o caso (…) por se tratar de um caso particular”.
De acordo com o HKFP, Lam deslocava-se a Macau a convite de uma escola secundária, onde ia falar sobre viagens (a sua área profissional). Ao portal, Lam disse que foi levado para uma sala por agentes dos Serviços de Migração, que verificaram o seu cartão de identificação de Hong Kong, mas não lhe foi perguntado o motivo da sua visita.
“Foram afáveis, mas não tinham qualquer interesse sobre o motivo por que ia a Macau. Tudo o que disseram foi ‘não sei’ e referiram-me para a carta de rejeição”, descreveu, enfatizando que nunca lhe foi explicado o motivo para não poder passar a fronteira.

Historial complicado

Também sobre a recusa dos outros dois, nada foi dito. Lam esteve envolvido em movimentos sociais como o protesto, em 2008, contra a demolição do Queen’s Pier, em Hong Kong, mas diz ter-se afastado do activismo desde 2012. Foi autorizado a entrar em Macau no ano passado, também com o objectivo de realizar palestras em escolas, e nunca lhe tinha sido recusada entrada no território.
O jovem acredita que esta medida está relacionada com a visita do primeiro-ministro chinês e as respectivas medidas de segurança extraordinárias. Li Keqiang vai estar em Macau entre 10 e 12 de Outubro, para visitar o território e participar na cerimónia de abertura da 5.ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau).
A 19 de Dezembro de 2014 – véspera da comemoração dos 15 anos da transferência da administração de Macau de Portugal para a China – quatro jornalistas do Apple Daily e 14 activistas tiveram entrada recusada no território. Macau recebeu, nessa altura, a visita do Presidente chinês, Xi Jinping.
Em Janeiro de 2015, a deputada e presidente do Partido Democrático de Hong Kong Emily Lau foi impedida de passar a fronteira para Macau. Em 2012 foi a vez de um fotógrafo do diário de Hong Kong South China Morning Post, que não pôde entrar em Macau, onde vinha cobrir as manifestações do 1.º de Maio. Nesse ano, o conselheiro de bairro Francis Yam, do mesmo partido, passou por experiência semelhante.
Na semana passada, a miss Irão foi interrogada três horas antes de lhe ser permitida a entrada. Na noite de terça-feira, o activista de Hong Kong Joshua Wong – rosto do movimento pró-democracia Occupy Central –, foi detido durante mais de dez horas no aeroporto de Banguecoque, onde ia participar numa conferência. Wong acabou por ser enviado de volta a Hong Kong na quarta-feira.

7 Out 2016

Câmara de Comércio Luso-Chinesa defende actualização da parceria estratégica de 2005

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário-geral da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa (CCILC) disse à Lusa que as relações comerciais entre os dois países “estão francamente boas” e defendeu que a parceria estratégica global assinada em 2005 poderia ser actualizada. “As relações comerciais [entre Portugal e China] estão francamente boas, conseguimos aproveitar, finalmente, ao longo dos últimos 10 anos o crescimento económico da China de importação”, afirmou o secretário-geral da CCILC. Sérgio Martins Alves adiantou que para tal foi “determinante haver um investimento político para a eliminação de regras de acesso ao mercado”.
Além disso, hoje em dia, há maior facilidade em viajar até à China, o que não acontecia há uma década, e os chineses também aproveitaram o crescimento do consumo interno para apostar no Ocidente.
“Mas podíamos fazer mais, podíamos fazer acções e ‘roadshows’ mais concertados, os agentes económicos podiam articular-se melhor quando fazem promoções naquele mercado, podiam articular-se melhor quando pretendem trazer a Portugal delegações relevantes de investidores e grandes importadores”, sublinhou Sérgio Martins Alves.
Ou seja, o secretário-geral da CCILC defendeu um maior grau planificação e coordenação. Esta planificação e organização também deveria ser aplicada na área do investimento chinês, o qual tem um peso “já significativo” no mercado português, onde se manifesta nas áreas financeira, energética e na saúde, por exemplo. “E ainda bem, vemos com muito bons olhos a chegada destes investidores, que se tornaram membros da Câmara do Comércio”, adiantou.
“Suspendemos grandes projectos de investimento estratégico nacional, como o comboio de alta velocidade”, recordou, apontando que actualmente “não se conhece grandes objectivos estratégicos nacionais para os quais o país vá procurar envolver os seus parceiros e grandes investidores chineses”. “Acho que isso era de facto muito importante”, defendeu, afirmando que “teria sido interessante ter sensibilizado a China para outros investimentos do tipo produtivo”, considerou.
No âmbito da visita do primeiro-ministro à China, o secretário-geral da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa espera que estes temas sejam abordados. “E que talvez a parceria estratégica global assinada em 2005 pudesse ser actualizada, inscrevendo novas metas a atingir na área da exportação e investimento, criando novos mecanismos de dinamização das relações económicas bilaterais e até sectoriais”, concluiu.

O que vendemos e o que compramos

Entre o grupo de produtos mais vendidos por Lisboa a Pequim constam os veículos e outro material de transporte (com um peso de 41,9% das exportações totais em 2015), os minerais e minérios (18,1%), máquinas e aparelhos (8,9%), pastas celulósicas e papel (7%) e alimentares (4,1%).
No ano passado, as exportações de veículos e outro material de transporte para Pequim diminuíram 20,1% para 351,8 milhões de euros, enquanto as vendas de minerais e minérios aumentaram 14,3% para 152,1 milhões de euros.
Por sua vez, as vendas de máquinas e aparelhos totalizaram 74,6 milhões de euros em 2015, mais 58,5% face ao ano anterior, as de pastas celulósicas e papel progrediram 17,4% para 59 milhões de euros e as alimentares mais do que duplicaram (161,1%) para 34,3 milhões de euros.
Entre Janeiro e Julho deste ano, as exportações de pastas celulósicas e papel e as alimentares subiram 34% e 75,5%, respectivamente, mas as de veículos e outro material de transporte (-72%), minerais e minérios (-32,1%) e máquinas e aparelhos (-2,9%) recuaram.
Em termos de compras a Pequim, as máquinas e aparelhos lideram a lista, com um peso de 34,1% nas importações totais, seguidas dos metais comuns (11,9%), químicos (7,1%), matérias têxteis (6,4%) e vestuário (5,7%).
No ano passado as importações de máquinas e aparelhos totalizaram 607 milhões de euros, uma subida de 8,7% face a 2014, com as compras de metais comuns a subirem 16% para 211,3 milhões de euros, bem como as de químicos, que cresceram 26,7% para 126 milhões de euros.
Já as importações de matérias têxteis recuaram 5,1% no ano passado, para 113,2 milhões de euros, tal como as de vestuário, que diminuíram 3,2% para 101,8 milhões de euros.
Nos primeiros sete meses deste ano, as compras a Pequim de máquinas e aparelhos, metais comuns e químicos subiram 8,7%, 16% e 26,7%, respectivamente.
Já as de matérias têxteis e de vestuário baixaram 5,1% e 3,2%, respectivamente.
No que respeita à exportação de serviços de Lisboa para Pequim, esta diminuiu 33,2% no ano passado, face a 2014, para 108,5 milhões de euros. No mesmo período, as importações de serviços cresceram 9,4% para 262,4 milhões de euros, o que representa um saldo da balança comercial negativo para Portugal em 153,9 milhões de euros.

Estado das trocas Portugal-China

Exportações portuguesas descem em 2016
As exportações de bens portugueses para a China recuaram 35,1% nos primeiros sete meses do ano, face a igual período de 2015, para 366,5 milhões de euros, segundo dados do INE. Entre 2011 e 2015, as exportações de bens para Pequim subiram 27,1% e as importações 4,4%.

Importações da China sobem
De Janeiro a Julho de 2016, as importações subiram 2,6% para 1.039,4 milhões de euros, o que representa um saldo da balança comercial negativo para Lisboa em 672,9 milhões de euros.

China foi 10.º cliente de Portugal em 2015
A China era, em 2015, o décimo cliente de Portugal e o seu sétimo fornecedor. Portugal ocupava a 71.ª posição como cliente de Pequim e a 66.ª em termos de fornecedores daquele país.

Exportações para Macau subiram
As exportações de bens portugueses para Macau subiram 67,5% nos primeiros sete meses do ano, face a igual período de 2015, para 25,6 milhões de euros, segundo dados Instituto Nacional de Estatística (INE). Os produtos alimentares são o grupo de bens mais exportados por Portugal para Macau, representando um terço do total das vendas para aquela região.

Importações de Macau aumentaram
As importações de Macau cresceram 85,3% para 600 mil euros, com o saldo da balança comercial positivo para Portugal em 24,9 milhões de euros, ainda segundo o INE.

Investimentos da China em Portugal
Dezembro de 2011 – Venda de 21,35% da eléctrica portuguesa EDP à China Three Gorges, por 2,69 mil milhões de euros.
Fevereiro de 2012 – Venda da REN, com os chineses da State Grid a ficarem com 25% do capital, pagando 387 milhões de euros pela posição na empresa. Inaugurado o centro tecnológico da Huawei (empresa de telecomunicações) em Lisboa, que representou um investimento de 10 milhões de euros, que se juntou aos 40 milhões de euros já investidos no mercado português.
Maio de 2014 A chinesa Fosun comprou a seguradora Fidelidade e a Espírito Santo Saúde.

Chineses lideram nos vistos dourados

O sector imobiliário é uma aposta da China e os chineses lideram, por nacionalidades, os vistos dourados em Portugal. Desde 8 de Outubro de 2012 até final de Agosto, 2.835 investidores chineses tinham obtido Autorização de Residência para actividade de Investimento (ARI), segundo dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

7 Out 2016

Oferta de Putin dispara importação de gelados

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s exportações de alimentos são equivalentes a 30% de todas as exportações russas para a China. Os lacticínios estão-se a tornar cada vez mais populares porque os chineses estão a adoptar cada vez mais um estilo de vida saudável, afirmou a analista Sofia Pale na publicação New Eastern Outlook. O leite russo, ao contrário do leite de soja, “é considerado na China como um dos produtos mais saudáveis”, disse a especialista do Centro para o Sudeste Asiático, Austrália e Oceania do Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências da Rússia, acrescentando que, quem tem hábitos de comida saudável, não se sente desencorajado pelos preços altos.
O leite importado aumenta de popularidade na China porque as pessoas desconfiam dos produtores locais, que estiveram envolvidos num escândalo em 2008 quando se revelou que mais de 20 empresas acrescentaram melamina aos seus produtos, o que levou à morte de 6 crianças e cerca de 300 mil pessoas ficaram doentes. “Entre 2010 e 2013 o volume de vendas de leite importado cresceu de 15 mil para 195 mil toneladas, conforme informou a associação de produtores de lacticínios chinesa”.
O sorvete russo também se deve tornar num sucesso de vendas na China, depois do presidente russo ter trazido este ano uma embalagem de gelado como presente para o presidente chinês Xi Jinping. Esta sobremesa já começou a ganhar popularidade na China, mas a acção de Putin do líder russo provocou uma loucura. Segundo o relatório mais recente do jornal China Daily, mais de 271 toneladas de sorvete russo no valor de US$ 863 mil foram importadas pela China nos primeiros oito meses de 2016.
“O gelado russo é caracterizado pelos seus ingredientes e um sabor incrível”, disse ao jornal Wang Xianzhe, funcionário da Manzhouli Ange Import & Export Company, o maior importador de sorvete russo para a China. Pale notou também que entre outros produtos alimentícios exportados para a China estão a carne e o peixe, bem como chocolate, óleo de girassol, cerveja e mel. “A grande procura por estes produtos pode ser explicada pelo facto de que contêm ingredientes mais naturais que os mesmos produtos feitos na China”, disse a analista.

7 Out 2016

Rosenqvist é cabeça de cartaz do Grande Prémio de F3

Felix Rosenqvist é o cabeça de cartaz da edição deste ano do Grande Prémio de Macau, que decorre entre 17 e 20 de Novembro. O piloto sueco volta para tentar bater um recorde e ser o primeiro tricampeão na Fórmula 3. Apesar da ausência do campeão europeu, a organização diz esta será uma das melhores corridas de sempre, indica a rádio Macau

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] edição deste ano do Grande Prémio Fórmula 3 de Macau soma já duas notícias de última hora. Além da passagem de testemunho para a Federação Internacional do Automóvel (FIA), esta semana soube-se que o campeão europeu de Fórmula 3, Lance Stroll, não vem a Macau por ter “outros compromissos”.
A emissora frisa ainda que Frédéric Bretrand, director da FIA, garante que a corrida deste ano será tão boa ou até melhor do que as anteriores porque há mais carros do que nunca e os melhores entre os melhores marcam presença.
“Em relação a Lance [Stroll], lamentamos que não esteja aqui. Mas julgo que tem outras questões para resolver e desejamos-lhe o melhor futuro. A lista de participantes é fantástica. Quando se vê o número de pilotos que estão a voltar depois de já terem ganho a corrida uma vez…Só querem estar aqui mais uma vez por causa deste título de Taça Internacional. Em cima disto, temos ainda os números 2,3, 4 e 5 do campeonato da Europa”, sublinha Frédéric Bretrand, citado pela rádio.
Pela primeira vez, a prova rainha do Grande Prémio recebe a chancela da FIA, o que faz com que, também pela primeira vez, Macau receba, ao mesmo tempo, duas Taças do Mundo. Se vai ou não continuar a ser assim, é uma questão de esperar para ver: “Vamos dar um passo de cada vez. Fazemos este ano e vamos ver o que acontece no próximo. Mas é certo que, se for um sucesso, há uma forte hipótese de continuarmos para sempre”, indica a emissora.
Na edição deste ano, Macau mantém a Taça do Mundo de GT. Além do actual campeão, Maro Engel, voltam a marcar presença Edoardo Mortara, que soma várias vitórias no circuito da Guia, e o piloto de Macau André Couto, que este ano compete com um Lamborghini.
Nesta edição, assinalam-se também os 50 anos do Grande Prémio de Motos. Vão competir Peter Hickman, actual campeão, e os veteranos Michal Rutter, Stuart Easton, McGuinness e Ian Hutchinson. O piloto de Macau Rodolfo Ávila não participa nesta edição. De Portugal, regressa Tiago Monteiro.

Três pilotos portugueses no Grande Prémio Macau

Três pilotos portugueses vão participar na 63.ª edição do Grande Prémio de Macau, em Novembro, quando a Fórmula 3 passa, pela primeira vez, a contar para a Taça do Mundo da Federação Internacional Automóvel (FIA).
Tiago Monteiro volta a Macau a uma nova versão da corrida Guia, a “Corrida da Guia Macau 2.0T”, depois de o Campeonato Mundial de carros de turismo, WTCC, ter deixado de se disputar na cidade.
Na segunda Taça GT Mundial da FIA participa André Couto, que corre tradicionalmente com as cores de Macau, e o Grande Prémio de Motos conta novamente com a presença de André Pires (Bimota), foi ontem anunciado.
Na Fórmula 3 não competem portugueses, mas a corrida conta com o sueco Felix Rosenqvist, que vai tentar vencer pela terceira vez consecutiva em Macau.
Destaque ainda para pilotos de topo da lista do Campeonato Europeu de F3 da FIA, como o alemão Maximilian Günther, o neozelandês Nick Cassidy e os britânicos George Russel e Callum Ilott.
Já o canadiano Lance Stroll, que se sagrou campeão do circuito europeu no passado fim de semana, cancelou a ida a Macau por motivos de agenda.

Lista agrada

“A lista de entrada é óptima. Quando vemos o número de pilotos que voltam depois de já terem vencido a corrida, é porque querem estar novamente cá devido a este título mundial. Além disso, temos o número três, quatro e cinco do campeonato europeu, a corrida vai ser difícil”, disse Fréderic Bertrand, director da Federação Internacional do Automóvel (FIA), em conferência de imprensa.
Com a Taça do Mundo de F3, Macau passa a ser o único lugar do mundo que recebe simultaneamente duas Taças do Mundo, em termos de desporto motorizado, destaca a organização. A decisão de manter a competição mundial será um processo a determinar “passo a passo”.
“Realizamos [a Taça] este ano e vemos o que se vai passar no próximo. Mas certamente que, se for bem-sucedido este ano, há uma boa oportunidade de continuar para sempre. Esperamos que seja pelo menos tão bom como antes e talvez um pouco melhor. Quando olhamos para o nível dos pilotos podemos esperar uma corrida muito dura”, afirmou Bertrand.

Pirelli e o concurso

O envolvimento da FIA fez mudar o fornecedor de pneus, passando da Yokohama para a Pirelli. “Essa é outra das diferenças de estar ligado à FIA, temos um processo muito justo de concurso para escolher o fornecedor. A Pirelli venceu. A Yokohama também concorreu mas não conseguiu”, explicou Bertrand.
O Grande Prémio de Motos assinala este ano a 50.ª edição e, por esse motivo, os três primeiros classificados vão receber um prémio adicional. Marcam presença dos britânicos Peter Hickman (campeão do ano passado), Martin Jessopp (segundo classificado em 2015), Michael Rutter (campeão oito vezes e terceiro classificado no ano passado), Stuart Easton (três vezes campeão), John McGuiness e Ian Hutchinson. O Grande Prémio de Macau realiza-se entre 17 e 20 de Novembro.

7 Out 2016

Fórmula E | Hong Kong prepara-se para a prova com caras conhecidas do GP de Macau

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] já este fim-de-semana que Hong Kong se veste a rigor e recebe a sua primeira prova de automobilismo nas ruas da cidade. Na sua terceira temporada, o Campeonato FIA de Fórmula E, uma competição exclusiva para viaturas eléctricas, visita pela primeira vez o sul da China. Inicialmente oferecida a Macau, a prova da Fórmula E na ex-colónia inglesa cumpre o sonho da Associação Automóvel de Hong Kong (HKAA) e de várias gerações que lutaram anos a fio contra a oposição das autoridades locais para garantir um evento que em todo se assemelhasse ao Grande Prémio de Macau.
Este evento, que vai ter como plano de fundo o Porto Victoria, só é hoje possível dada a vontade do governo de Hong Kong em promover as novas tecnologias amigas do ambiente, onde se incluem os carros eléctricos. A cidade vizinha goza de padrões de mobilidade cobiçados por outras grandes cidades e tem a circular actualmente mais de quatro mil viaturas eléctricas, graças aos apoios do governamentais.
“Enquanto Singapura tem a Fórmula 1 e Macau tem o Grande Prémio, Hong Kong parece o último lugar que nos possa vir à cabeça quando falamos de corridas de carros. Muitos em Hong Kong gostam de automobilismo e têm um alto nível de conhecimento sobre sustentabilidade, o que faz desta cidade um sítio ideal para acolher a Fórmula E,” diz Alan Fang, o CEO da Formula Electric Racing (Hong Kong) Limited, a empresa promotora da competição no território vizinho. “É a nossa missão promover a mensagem da sustentabilidade através de um novo tipo de automobilismo e é por isso que o governo nos deu tanto apoio quanto tivemos que colocar esta corrida juntos.”
Apesar da promoção da prova a cabo do Turismo de Hong Kong não ter sido nada de extraordinário, de acordo com os residentes, todos os 40 mil bilhetes terão sido já vendidos para os dois dias do evento. Para além da corrida única de cinquenta minutos da Fórmula E, que inclui uma paragem nas boxes para troca de carro, haverá no programa uma corrida para 16 celebridades e pilotos de renome de Hong Kong com viaturas eléctricas da marca Volkswagen. O circuito de 1860 quilómetros de perímetro foi desenhado pelo arquitecto português Rodrigo Nunes.

Caras conhecidas

Entre os vinte pilotos que compõem a grelha de partida da Fórmula E estão várias caras conhecidas do Grande Prémio de Macau. O português António Félix da Costa, emprestado pela BMW Motorsport à equipa da família Andretti, com quem o construtor alemão tem uma parceria técnica, vai participar na sua terceira temporada. O vencedor do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 em 2013 vai finalmente concentrar-se a tempo inteiro e é um dos favoritos à luta pelas primeiras posições.
Félix da Costa não é o único ex-vencedor da prova de Fórmula 3 do Circuito da Guia. A defender as cores do construtor indiano Mahindra está o sueco Félix Rosenqvist, vencedor na RAEM em 2014 e 2015, e a representar a Audi Sport ABT está o brasileiro Lucas Di Grassi, que ganhou em 2006. Também presente vai estar o alemão Maro Engel, vencedor o ano passado da primeira edição da Taça do Mundo FIA de GT. Na DS Virgin Racing será possível encontrar o argentino José María López, o penúltimo piloto a vencer uma corrida do WTCC nas ruas do território.
O campeonato tem várias outras estrelas, como Nelson Piquet Jr, filho do incontornável ex-campeão do mundo de Fórmula 1 e que a FIA não quis que participasse no Grande Prémio de Macau deste ano, Nicolas Prost, filho de Alain Prost, ou os ex-pilotos de Fórmula 1 Sébastien Buemi e Jêrome D’Ambrosio.

7 Out 2016

Ministro português da Educação em Macau com dossier EPM na agenda

[dropcap≠’circle’]T[/dropcap]iago Brandão Rodrigues, ministro português da Educação, vai estar de visita ao território nos dias 12 e 13 de Outubro. De acordo com a rádio Macau, a deslocação ao território acontece na mesma semana em que o Primeiro-Ministro português, António Costa, estará também em Macau. No entanto, os dois governantes portugueses não se vão cruzar, já que Costa parte dia 12 para Cantão.
Na agenda de Tiago Brandão Rodrigues está a Escola Portuguesa de Macau, com quem o Ministro deve abordar o dossier da nova estrutura accionista da Fundação da Escola Portuguesa bem como as obras que devem ser realizadas no estabelecimento de ensino, indica a rádio.
Na agenda do governante está ainda o apoio de Macau à escola, da Fundação Macau, de cerca de nove milhões de patacas, que termina este ano lectivo. O Chefe do Executivo já manifestou intenção de continuar a apoiar a instituição.
Tiago Brandão Rodrigues vai visitar as instalações da Escola Portuguesa no dia 13 de Outubro, dois dias depois da visita de António Costa à escola. Antes de Macau, Tiago Brandão Rodrigues desloca-se à China.

6 Out 2016

Governo cria lista de salvaguarda de árvores antigas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo publicou ontem uma Lista de Salvaguarda de Árvores Antigas e de Reconhecido Valor, que inclui mais de 550 registos. A lista, publicada no Boletim Oficial, estava prevista na Lei de Salvaguarda do Património Cultural, aprovada em 2013, que estabeleceu que “integram o património cultural todos os bens”, incluindo árvores, “que, sendo testemunhos com valor de civilização ou de cultura portadores de interesse cultural relevante, devam ser objecto de especial protecção e valorização”.
O diploma estabelece que os proprietários ou outros “titulares de direitos reais sobre as árvores” listadas devem comunicar “ao Instituto Cultural ou ao serviço público competente para a respectiva manutenção as situações susceptíveis de conduzir à sua deterioração, destruição ou perda”. A mesma legislação define que os proprietários das árvores “têm o dever de manter as mesmas, podendo, caso o necessitem, solicitar apoio técnico ao serviço público competente” para a sua manutenção.
“É proibido arrancar, cortar ou de alguma forma danificar, total ou parcialmente, árvores antigas e de reconhecido valor, salvo para efeitos da sua manutenção”, acrescenta ainda o texto, que proíbe também a transplantação ou remoção, “salvo no caso de relevante interesse público ou de adopção de medidas que visem prevenir situações de ameaça à segurança pública, declaradas pelo serviço público competente para a respectiva manutenção”.
A Lei de Salvaguarda do Património Cultural entrou em vigor em 2014, quase nove anos depois da inscrição do Centro Histórico de Macau na lista de Património Mundial da UNESCO, em Julho de 2005. O território, que tem crescido devido à criação de aterros, fechou 2015 com uma superfície total de 30,4 quilómetros quadrados.

6 Out 2016

FMI estima queda do PIB em 4,7%

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o Produto Interno Bruto (PIB) de Macau caia 4,7% este ano, uma contracção menor do que os 7,2% que estimava em Abril passado. De acordo com o World Economic Outlook do FMI, divulgado na terça-feira, a economia do território voltará a crescer em 2017, estimando um aumento de 0,2% no PIB no próximo ano.
Em Abril, o FMI já previa um regresso ao crescimento em 2017, mas não tinha avançado com uma estimativa. Quanto à taxa de desemprego, que ficou em 1,9% no final de 2015, o FMI estima que se mantenha este ano e que passe para 2% em 2017.
O PIB de Macau começou a cair no terceiro trimestre de 2014, ano em que, pela primeira vez desde a transferência do exercício de soberania de Portugal para a China, em 1999, a economia local registou uma diminuição (-0,9%). Em 2015, o PIB caiu 20,3% e no primeiro semestre deste ano a contracção homóloga foi 10,3%. O Chefe do Governo disse no sábado que a economia da região “encontra-se, ainda, numa fase de ajustamento”. Chui Sai On referiu que, no entanto, apesar de o PIB ter continuado a cair no primeiro semestre, foi uma “queda significativamente mais reduzida quando comparada com a do ano anterior”.

6 Out 2016

MAM inaugura hoje exposição de Yuen-yi Lo

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hama-se “Lidando com Objectos – Fragmentos Desenhados por Yuen-yi Lo” e é a mais recente mostra artística da Montra de Arte de Macau, dedicada a promover o talento local. Organizada pelo Museu de Arte de Macau (MAM), a exposição convida o público a fazer uma visita e observar as estórias que fluem desta série de trabalhos, e a sentir as imagens, os sons, odores e texturas dos objectos expostos.
Natural de Macau, Yuen-yi Lo, estudou Design de Comunicação e Belas-Artes em Hong Kong, Itália e Reino Unido e participou em exposições individuais e colectivas no Reino Unido, Hong Kong, Macau e Taiwan, dedicando-se actualmente à criação artística, à escrita e ao ensino. Os seus trabalhos são sobretudo desenhos a lápis e etropologia visual e centram-se em textos, grafismos e objectos usados. A artista escreve também sobre arte e cultura, feminismo e história oral, com indica uma nota do Instituto Cultural (IC).
Yuen-yi Lo publicou diversos artigos relacionados com arte e vida no periódico de Hong Kong “Mingpao”, sendo que 76 deles foram compilados e publicados no livro “Desenhando a Escrita”. Entre as suas outras obras incluem-se “Mensagens de Amor ao Longo dos Séculos: 21 cartas a Artistas parisienses”, “Um Quarto” e “Um Diário de Nushu, Escrita Feminina”, entre outros.
Yuen-yi Lo considera que na arte tradicional ocidental o desenho a lápis tem sido “periférico”, mas foi esta técnica que adoptou como núcleo do seu trabalho, explorando assim as suas funções e significado na arte contemporânea.
“Ao desenhar objectos usados do quotidiano retenho os traços de antigas experiências e recordações. Nas palavras do francês Jacques Derrida, a percepção é recordação, pelo que as pessoas desenham para se recordarem o que se passou ou o que em breve passará”, diz a autora, citada pelo IC.
A mostra abre às 18h30, no MAM, com entrada livre. Yuen-yi Lo estará apresente, apresentando as obras expostas. “Lidando com Objectos – Fragmentos Desenhados por Yuen-yi Lo” está patente até 20 de Novembro.

6 Out 2016

China | Julgamentos em directo pela internet

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China vai transmitir pela Internet vários julgamentos, desde divórcios a casos de assassinato, uma medida que pretende aumentar a transparência judicial. Segundo a BBC, o site permite que os utilizadores acedam ao mapa da China e seleccionem a província onde o julgamento que pretendem assistir está a ocorrer. O público pode assistir a algumas sessões ao vivo, enquanto que outras são gravadas. Após escolher um julgamento, o utilizador terá uma visão geral de cada uma das sessões – a perspectiva da defesa, juízes e advogados.
“Os julgamentos ao vivo serão utilizados para cobrir vários casos e salvaguardar melhor os direitos do povo de saber e supervisionar”, disse Zhou Qiang, chefe do Supremo Tribunal Popular da China, citado pela agência de notícias Xinhua. De acordo com Zhou Qiang, esta iniciativa irá melhorar o processo de julgamento, garantindo imparcialidade e justiça. No entanto, alguns julgamentos de casos políticos e polémicos continuarão a ser realizados em privado.
A advogada Lu Miaoqin é uma das apoiantes da transmissão ao vivo de julgamentos porque “faz com que os advogados sejam mais profissionais”. Outros advogados são mais cautelosos, como é o caso de Liang Xiaojun, que não considera que a iniciativa seja “apropriada”, visto que “muitas das pessoas envolvidas nesses casos provavelmente não querem partilhar as suas informações pessoais com o público”.
O advogado Zhang Yangfeng diz que a transmissão ao vivo de julgamentos é “uma forma de garantir que a Justiça não seja corrupta e de prevenir qualquer manipulação” mas, por outro lado, “pode usurpar a privacidade das pessoas”.
A província de Jiangsu e a província de Cantão são pioneiras desta iniciativa – já o Tibete, Xinjiang e outras áreas mais remotas ainda não transmitem sessões ao vivo.

6 Out 2016

Hong Kong | Tailândia deporta activista Joshua Wong

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] activista de Hong Kong, que liderou os protestos de 2014, Joshua Wong foi deportado ontem da Tailândia, horas depois de ter sido detido à sua chegada a Banguecoque, anunciou o seu partido político, Demosisto. Wong, de 19 anos, um dos rostos do ‘movimento dos guarda-chuvas’, foi detido no aeroporto de Suvarnabhumi, em Banguecoque, na terça-feira à noite, informou o Demosisto em comunicado, citando o activista tailandês Netiwit Chotipatpaisal, que se ia encontrar com o jovem de Hong Kong no aeroporto.
O líder pró-democracia, que devia dar na quinta-feira uma conferência numa universidade de Banguecoque, partiu num voo com destino a Hong Kong, referiu o partido. Netiwit Chotipatpaisal acusou as autoridades tailandesas de terem actuado a pedido do Governo chinês.
Antes da libertação do activista, o Demosisto condenou “veementemente o Governo tailandês por limitar de forma irrazoável a liberdade e o direito de Wong de entrar” na Tailândia. Fontes da polícia de imigração afirmaram para a emissora “Voice TV” que Wong foi indiciado sob acusações de ameaça à segurança do Estado
De acordo com a sua página de Facebook, Netiwit deslocou-se ao aeroporto na terça-feira à noite para se encontrar com Wong, mas após esperar várias horas um funcionário da companhia aérea disse-lhe que o jovem activista tinha sido detido. “Perguntámos depois à polícia turística, que nos disse que ele estava detido na imigração e que não podíamos contactar com o Joshua”, escreveu.

Já em Hong Kong

Joshua Wong disse ontem, à chegada à ex-colónia britânica ,que esteve detido 12 horas no aeroporto em Banguecoque sem nenhuma explicação oficial. Wong, aterrou ontem em Hong Kong às 15:30 locais, disse que à sua chegada esperavam-no cerca de duas dezenas de polícias e agentes de imigração. “Mandaram-me para uma das esquadras de polícia do aeroporto e obrigaram-me a estar dentro da prisão durante 12 horas”, disse Wong. “Quando perguntei o motivo da minha detenção disseram-me que não tinham de me dar explicações”, acrescentou. “Pedi para contactar um advogado na Tailândia ou a minha família para lhes dizer que tinha chegado, mas continuaram a negar os meus pedidos”, adiantou.
Activistas pró-democracia de Hong Kong concentraram-se ontem em frente do consulado da Tailândia na cidade em protesto pela detenção em Banguecoque de Joshua Wong. Os manifestantes pediram às autoridades tailandesas para libertarem Wong – que entretanto já foi deportado -, assim como explicações pela actuação das autoridades de Banguecoque.

A segunda vez

Wong foi um dos três líderes estudantis condenados em Agosto por tentarem entrar no complexo governamental de Hong Kong em 2014, um evento que precedeu os protestos pró-democracia que paralisaram a cidade por mais de dois meses. Em 2016, co-fundou o Demosisto, um partido que apela a um referendo sobre o futuro de Hong Kong, incluindo a opção de independência. Nathan Law, colega de Wong no Demosisto, tornou-se no mês passado o mais jovem deputado de Hong Kong, aos 23 anos.
Wong planeava discursar num evento na quinta-feira em Banguecoque, assinalando o 40.º aniversário de um massacre de estudantes pró-democracia por forças de seguranças e milícias leais à família real tailandesa.
No dia 6 de Outubro de 1976, mais de uma centena de estudantes foram mortos por grupos paramilitares ultra-monárquicos e de extrema-direita dias após um protesto contra o retorno ao país de dois ditadores derrubados três anos antes. Os estudantes ficaram presos no campus da universidade antes dele ser invadido pelos ultras, que mataram dezenas e feriram centenas, o que levou muitos outros a juntar-se aos guerrilheiros comunistas ou fugir para o exílio.
A detenção de Wong foi criticada por organizações como Human Rights Watch, que através de seu subdiretor para a Ásia, Phil Robertson, recriminou a Tailândia pela sua vontade de ceder perante China. “Wong deve ser libertado imediatamente e deve ser autorizado a viajar e exercer o seu direito à liberdade de expressão”, disse Robertson em comunicado.
Wong foi deportado em Maio de 2015 da Malásia, depois das autoridades locais terem impedido a sua entrada no país para participar de vários fóruns sobre o movimento pró-democrático de Hong Kong e o massacre de Praça Tiananmen.

“Foi a pedido da China”

O vice-comandante da polícia tailandesa no aeroporto Suvarnabhumi disse ao jornal local The Nation que Joshua Wong foi detido e impedido de entrar no país “a pedido da China”. O coronel Pruthipong Prayoonsiri, disse que a China enviou um pedido ao governo tailandês solicitando cooperação, no sentido de ser negada a Wong a entrada no reino. “Na sequência deste pedido, o Depoartamento de Imigração colocou o seu nome numa lista negra e prendeu-o para o deportar. Quando foi informado do facto, Joshua Wong não demonstrou qualquer oposição”, concluiu.

6 Out 2016

ONU elege hoje Guterres secretário-geral por aclamação

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente do Conselho de Segurança da ONU disse aos jornalistas, no final da sexta votação do Conselho de Segurança para secretário-geral, que o organismo vai recomendar “por aclamação” o nome de António Guterres, hoje, quinta-feira, pelas 10 horas da manhã, hora de Nova Iorque. “Hoje, depois da nossa sexta votação, temos um favorito claro e o seu nome é António Guterres. Decidimos avançar para um voto formal amanhã de manhã [quinta-feira] e esperamos fazê-lo por aclamação”, disse aos jornalistas Vitaly Churkin, o representante da Rússia.
Depois de uma hora e meia de encontro, pela primeira vez na história da organização os 15 embaixadores dos países com assento no Conselho de Segurança vieram falar aos jornalistas para anunciar o nome do português. “Senhoras e senhores, estão a testemunhar uma cena histórica. Nunca foi feito desta forma. Este foi um processo de selecção muito importante”, disse o embaixador russo.
Momentos depois, a embaixadora dos Estados Unidos junto da ONU disse que os 15 países membros do Conselho de Segurança decidiram unir-se em volta de António Guterres devido às provas que deu na sua carreira e durante a campanha. “As pessoas queriam unir-se em volta de uma pessoa que impressionou ao longo de todo o processo e impressionou a vários níveis de serviço”, disse Samantha Powell aos jornalistas.
António Guterres ficou à frente desta última votação com 13 “encoraja” e não recolheu nenhum veto. Depois de cinco votações em que os votos dos 15 membros eram indiscriminados, os votos dos membros permanentes (China, Rússia, França, Reino Unido e Estados Unidos) foram destacados pela primeira vez, sendo assim possível perceber se havia algum veto.
António Guterres venceu as cinco primeiras votações para o cargo, que aconteceram a 21 de Julho, 5 de agosto, 29 de agosto, 9 de Setembro e 26 de Setembro.
Depois de a resolução ser aprovada na quinta-feira pelo Conselho de Segurança, o nome de Guterres segue para aprovação na Assembleia Geral da ONU. O novo secretário-geral da organização substitui Ban Ki-moon e entra em funções a 1 de Janeiro de 2017.

Costa orgulhoso e satisfeito

Em Portugal, o primeiro-ministro, António Costa, disse ontem, a propósito do aval dado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas à candidatura de António Guterres a secretário-geral, que “tudo indica que a pessoa certa” vai estar “no lugar certo”.
Questionado pelos jornalistas sobre qual a sua reacção a esta aprovação, o governante disse: “Como português, [reajo] com um enorme orgulho, e como cidadão do mundo, com uma enorme satisfação, porque tudo indica que vamos ter a pessoa certa no lugar certo”. “Acho que à sexta votação já ninguém tem dúvidas que a pessoa melhor colocada para exercer funções de secretário-geral das Nações Unidas é o engenheiro António Guterres”, salientou.

Parabéns dos rivais

A búlgara Kristalina Georgieva, que já deu os parabéns a António Guterres e desejou-lhe “as maiores felicidades” e “toda a sorte no cumprimento da agenda ambiciosa das Nações Unidas”, recebeu oito votos negativos (dos quais dois de membros permanentes), cinco votos a favor (dois também de membros permanentes) e dois neutros (entre os quais o quinto membro permanente do Conselho de Segurança), indica a France Press.
Outra candidata, a neo-zelandesa Helen Clark, também já saudou António Guterres, lembrando que ambos coincidiram nos cargos de primeiro-ministro e na liderança de agências da ONU.
Irina Bukova também deu os parabéns a Guterres, mostrando-se convicta de que ele será “um excelente novo secretário-geral da ONU”.

6 Out 2016

Sónia Chan admitiu novo aumento salarial na Função Pública

A Secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, confirmou, segundo o Jornal do Cidadão, que “existe a possibilidade” dos funcionários públicos virem a ser contemplados com novo aumento salarial no próximo ano. O anúncio poderá ser feito em Novembro, data em que o Chefe do Executivo irá à Assembleia Legislativa apresentar as Linhas de Acção Governativa.

5 Out 2016

Fórum Macau | Confirmada vinda de Li Keqiang

O Primeiro-Ministro chinês chega à RAEM na próxima semana, por ocasião do Fórum Macau. Aquele que será o quinto encontro entre participantes do Fórum reúne diversos dirigentes, onde se destaca o Primeiro-Ministro português

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Primeiro-Ministro chinês, Li Keqiang, participará este mês na Conferência Ministerial do Fórum Macau, noticiou a agência oficial Xinhua. Também o Governo, através de um comunicado, informa que Li Keqiang estará na RAEM entre 10 e 12 de Outubro, para visitar o território “e participar na cerimónia de abertura da 5.ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa”.
O Governo diz querer aproveitar esta oportunidade para consolidar e reforçar “ainda mais” o papel que Pequim atribuiu à RAEM em 2003, de ser uma ponte de ligação entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Nesse ano, Pequim criou o Fórum Macau, que tem um secretariado permanente e reúne a nível ministerial a cada três anos.
Na semana passada, o Primeiro-Ministro chinês, numa visita aos Açores, enalteceu o aprofundamento das relações entre a China e Portugal e os “excelentes resultados” da cooperação entre as empresas dos dois países em terceiros mercados, nomeadamente na América Latina. Citado pela agência oficial Xinhua, o responsável do Governo Central elogiou os “resultados profícuos da cooperação pragmática entre os dois países em diversos sectores”, afirmando que espera que os dois lados continuem a colaborar em áreas como a Energia, Finanças e Oceano.
O Executivo local frisa que é “com enorme prazer” que recebe o também membro do Politburo do Partido Comunista Chinês, numa visita que associa a um “sinal da grande atenção do Governo Central” ao território.

Fórum de todos

A 5ª Conferência Ministerial do Fórum Macau contará com a presença de vários dirigentes, incluindo António Costa, Primeiro-Ministro português. Participam ainda José Ulisses Correia e Silva, Primeiro-Ministro de Cabo Verde, Baciro Djá, Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau, Carlos Agostinho do Rosário, Primeiro-Ministro de Moçambique, e Abrahão Gourgel, Ministro da Economia de Angola. Do Brasil chega Marcos Pereira, Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, sendo que de Timor-Leste vem Estanislau Aleixo da Silva, coordenador dos Assuntos Económicos e Ministro da Agricultura e Pescas. Gao Hucheng, Ministro do Comércio da China, irá presidir à cerimónia de abertura da conferência, a realizar-se no dia 11 de Outubro, na parte da manhã.
São Tomé e Príncipe é o único país lusófono que não integra o Fórum Macau, por manter relações diplomáticas com Taiwan. No sábado passado, o Chefe do Executivo, Chui Sai On, considerou “um grande acontecimento a nível nacional” a realização da conferência ministerial.
A Conferência deste ano, onde “serão definidas as linhas, áreas e modalidades de cooperação entre a China e os países de Língua Portuguesa para o triénio 2017-2019″, tem como tema: “Rumo à consolidação das relações económicas e comerciais entre a China e os países de língua portuguesa: unir esforços para a cooperação, construir em conjunto a plataforma, partilhar os benefícios do desenvolvimento”.
“Procurará explorar novas áreas para a cooperação económica e comercial (…), elevando o nível de cooperação e, simultaneamente, fortificando e dando continuidade ao processo de consolidação do papel de Macau como plataforma”, acrescenta um comunicado do Governo.
A par da Conferência Ministerial, será ainda lançado o “projecto do complexo da plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa”, a construir em Macau, e haverá uma “conferência de empresários e quadros da área financeira”.
O Chefe do Executivo apelou aos “diversos sectores sociais” envolvidos na organização da conferência para redobrarem os “esforços na sua preparação, em prol do sucesso da reunião”, para consolidar e incrementar “ainda mais” o papel que Pequim atribuiu a Macau em 2003.

5 Out 2016

Miss Irão interrogada duas horas à chegada a Macau

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pós recentes denúncias feitas por turistas referentes a descriminação aquando da sua chegada a Macau, é agora dado a conhecer mais um caso, desta feita protagonizado pela Miss Irão, Melika Razavi. Após ser galardoada nas Filipinas com o lugar de Miss Fitness no concurso Miss Global 2016, a beldade iraniana – que também é jogadora de póquer – foi sujeita a duas horas de interrogatório nos Serviços de Migração do Aeroporto Internacional de Macau, aquando da sua chegada ao território.
A notícia, adiantada pelo jornal Macau Daily Times, dá a conhecer o caso de Melika Razavi, que terá sido levada por um agente dos Serviços de Migração após apresentar o passaporte de origem iraniana, tendo sido depois questionada acerca da sua visita à RAEM. A visada apresentou-se como jogadora de póquer visto estar na região para participar num torneio da modalidade. As autoridades solicitaram então que assinasse documentos que lhes permitissem inspecionar a bagagem que trazia e o telemóvel.
“[O agente] deu-me um papel para assinar para que pudesse revistar as malas e depois de o fazer deu-me outro papel para que autorizasse a inspecção do telemóvel”, explica Melika Razavi, citada na mesma publicação.
Após o escrutínio dos objectos pessoais, foi pedido a Melika Razavi para apresentar um montante de cinco mil patacas. A beleza iraniana afirmou que nunca lhe tinha sido solicitado dinheiro anteriormente para entrar em Macau e que esta era a primeira vez que assistia a este tipo de requerimento para poder entrar numa região. “Mostrei-lhes quatro cartões de crédito e perguntei se podia levantar dinheiro ao que me responderam que não”, afirma.
Entretanto, foi informada de que lhe tinha sido recusada a entrada na RAEM e que seria deportada para as Filipinas por não trazer consigo patacas ou dólares de Hong Kong. “Como não sou das Filipinas, nada daquilo fazia sequer sentido para mim”, explica Melika Razavi.
Após ter sido informada que iria de volta para as Filipinas, país para onde não mais tinha visto de entrada, a modelo e jogadora contou às autoridades que era a Miss Irão e mostrou alguns vídeos que o confirmaram. No entanto, só foi autorizada a entrar na RAEM após a visualização de imagens que a tinham a fazer truques de magia em frente ao boxer filipino Manny Pacquiao. Foi-lhe então concedido um visto de dez dias.
De acordo com o Daily Times, os Serviços de Migração classificam este tipo de inspecções como “parte das formalidades”, sendo que para a lesada este foi um caso em que o que esteve em causa foi a nacionalidade.
“Sinto como se fizesse parte do ISIS, quando aqui vim por uma boa causa”, refere Melika Razavi. A jogadora tinha feito saber no concurso em que participara que é seu hábito doar parte dos lucros de jogo a instituições de caridade e que era sua intenção em Macau fazer o mesmo tendo como destinatárias entidades locais.

5 Out 2016

Receitas de jogo aumentam em Setembro

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s receitas brutas dos casinos aumentaram 7,4% em Setembro, relativamente ao mesmo mês de 2015, sendo esta a segunda subida consecutiva após mais de dois anos de contracção. O mês passado, os casinos facturaram 18.396 milhões de patacas, segundo dados revelados no sábado pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).
As receitas dos casinos caíram consecutivamente, em termos homólogos, entre Junho de 2014 e Julho deste ano, tendo recuperado em Agosto, quando aumentaram 1,1%. Segundo os dados conhecidos esta semana, as receitas brutas acumuladas entre Janeiro e 30 de Setembro ascendem a 162.792 milhões de patacas, menos 7,5% do que nos mesmos meses de 2015.
Em 2015, o PIB caiu 20,3% e no primeiro semestre deste ano a contracção homóloga foi 10,3%. Analistas ouvidos pela agência Lusa no início de Setembro consideram precoce falar numa reversão da tendência de contracção verificada nos últimos dois anos e alguns deles associaram o resultado de Agosto, pelo menos parcialmente, à abertura de um novo casino (o Wynn Palace).
Assim, entre estes analistas, havia já uma expectativa de que o crescimento se mantivesse em Setembro, com a abertura no dia 13 de um novo espaço de jogo (o Parisian, da Sands China).

5 Out 2016

Taiwan vai enviar delegação para cimeira climática apesar da oposição da China

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]aiwan vai enviar uma delegação para a 22.ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Novembro, em Marrocos, informou ontem o Ministério de Negócios Estrangeiros, citado pela agência de notícias Efe. Depois de ter sido excluída da reunião trienal da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) celebrada em Montreal (Canadá), Taiwan vai enviar uma delegação sob a bandeira do Instituto de Investigação em Tecnologia Industrial (IITI), como organização não-governamental, informaram as autoridades diplomáticas da ilha Formosa.
A COP22 terá lugar em Marraquexe, entre 7 e 18 de Novembro, e a representação não oficial de Taiwan já tinha sido excluída de participar em actividades complementares da conferência, devido à pressão da China, disseram funcionários sob anonimato.
Taiwan pretende participar como observador no encontro, mas devido à oposição da China e à deterioração das relações com Pequim desde a tomada de posse da actual presidente, Tsai Ing-wen, do Partido Democrata Progresista (PDP), não avança no pedido de adesão, apesar do apoio dos Estados Unidos e de outros países.
A ilha Formosa foi excluída da reunião da OACI, celebrada entre 27 de Setembro e 7 de Outubro, devido à frontal oposição da China. Taiwan foi convidada para anterior reunião trienal da OACI, em 2013, quando as suas relações com Pequim eram melhores e o então presidente, Ma Ying-jeou, aceitava o “Consenso 1992”, ao abrigo do qual as duas partes reconhecem que existe apenas uma China, mas cada uma delas faz a sua interpretação desse princípio.
Num evento académico realizado no sábado, a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen disse que a ilha não vai abandonar o objectivo de ampliar a sua presença internacional, apesar das dificuldades por parte da China.

5 Out 2016

Chefe do Executivo de Hong Kong apela à união com a China

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] chefe do Executivo de Hong Kong apelou à união sob o sistema político da cidade, durante um discurso para assinalar o Dia Nacional da China interrompido por protestos. CY Leung descreveu o sistema como o “mais benéfico e prático” para Hong Kong. Também encorajou os jovens de Hong Kong a visitarem a China, afirmando que há “profundos laços de sangue” entre os dois lados da fronteira.
Deputados pró-democracia interromperam o discurso de CY Leung, gritando palavras de ordem a pedir a sua demissão, antes de serem retirados pelos seguranças. Entre os deputados que protestaram estava James To, do Partido Democrático, que disse que CY Leung “causou divisões na cidade e fez com que os residentes sintam que não podem continuar (com Leung no poder)”.
Vários novos deputados que ganharam assento no Conselho Legislativo (LegCo) nas eleições de Setembro e que apelam à autodeterminação e mesmo independência de Hong Kong boicotaram o evento.
Nathan Law, que aos 23 anos se tornou o mais jovem membro do LegCo, foi um dos ausentes. “Enquanto eles não reconhecerem que o estão a fazer é errado, não devemos ir e celebrar este tipo de data”, disse Law, apontando a Revolução Cultural e o caso dos desaparecimentos de cinco livreiros em Hong Kong no ano passado como algumas das violações de direitos humanos cometidas pela China.
Desde as manifestações pró-democracia e ocupação das ruas em 2014 uma nova vaga de grupos designados ‘localists’ aumentou os pedidos de ruptura em relação à China. A jovem deputada Yau Wai-ching, do grupo Youngspiration, também não participou no evento. “Não é um dia nacional para os residentes de Hong Kong”, disse à AFP.
Longas faixas vermelhas com mensagens a apelar à independência de Hong Kong foram penduradas em edifícios de várias universidades na cidade.
Um grupo de manifestantes, liderado pelo deputado radical Leung Kwok-hung, conhecido como “Long Hair” (“Cabelo Comprido”), reuniu-se fora do centro de convenções onde decorriam as celebrações e pediu a libertação de presos políticos na China.

5 Out 2016

Homem mais rico da China diz que imobiliário é a “maior bolha da História”

[dropcap style=’circle’]W[/dropcap]ang Jianlin, o homem mais rico da China, disse na quarta-feira que o mercado imobiliário chinês é a “maior bolha da História”, numa altura em que os preços das habitações continuam a disparar nas principais cidades do país. Em entrevista à estação televisiva CNN, Wang lembrou que os preços do imobiliário continuam a subir nas grandes cidades chinesas, mas que estão em queda nas restantes, onde várias habitações continuam por vender.
“Eu não vejo uma solução viável para este problema”, afirmou o fundador do grupo Wanda, que começou por se impor no sector imobiliário, mas que nos últimos anos passou a investir também no cinema e no turismo. “O Governo adoptou todo o tipo de medidas, mas nenhuma funcionou”, disse.
O imobiliário é um sector chave para a economia chinesa, a segunda maior do mundo e o principal motor da recuperação global, mas que no último ano cresceu ao ritmo mais lento do último quarto de século. Segundo um relatório difundido este mês pelo Bank for International Settlements (BIS), entre Janeiro e Março, o desvio do rácio entre o crédito e o Produto Interno Bruto (PIB) do país atingiu 30,1%, o nível mais alto de sempre e bem acima dos 10%, o patamar que “acarreta riscos para o sistema bancário”.
O BIS alertou para os riscos iminentes no sistema bancário chinês, nos próximos três anos. A dívida da China tem aumentado à medida que Pequim tornou o crédito mais barato e acessível, num esforço para incentivar o crescimento económico. Analistas chineses e estrangeiros alertam, no entanto, que o rápido aumento da dívida e do crédito mal parado poderá resultar numa crise financeira.
Wang disse não estar preocupado com um súbito abrandamento da economia chinesa, afirmando que “o problema é que a actividade económica ainda não recuperou”. “Se retirarmos os estímulos muito rápido, a economia deverá ressentir-se. Por isso, temos de esperar até que a actividade económica recupere. Só então podemos reduzir os estímulos e a dívida”, disse.
O grupo Wanda está a negociar a compra da produtora Dick Clark Productions, a empresa que organiza os Globos de Ouro nos EUA, segundo um comunicado difundido pela empresa esta semana. O Wanda detém já a empresa norte-americana AMC Entertainment, proprietária da segunda maior cadeia de cinemas dos Estados Unidos. No início do ano, anunciou a compra da Legendary Entertainment, produtora de filmes como “Jurassic World” e “Godzilla”, por 3.500 milhões de dólares.

30 Set 2016

Receitas do Governo diminuem mas saldo mantém-se no verde

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s receitas da Administração caíram 12,9% nos primeiros oito meses de 2016, mas as contas públicas continuam a apresentar um saldo positivo equivalente a mais de 17 mil milhões de patacas.
De acordo com dados provisórios publicados no portal da Direcção dos Serviços de Finanças, a Administração arrecadou, até Agosto, receitas totais de 63.426 milhões de patacas. Os impostos directos sobre o jogo – 35% sobre as receitas brutas dos casinos – foram de 54.823 milhões de patacas, reflectindo uma diminuição de 11,8% face ao período homólogo de 2015.
Na despesa verificou-se um aumento de 3,9% face aos primeiros oito meses de 2015, para 45.555 milhões de patacas – impulsionado por um crescimento de 4,7% nos gastos correntes –, com a taxa de execução a corresponder a 56,8% do orçamentado autorizado para 2016.
Outro impulso deu também o PIDDA (Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração): foram gastos 2.490 milhões de patacas – mais 23,5% em termos anuais homólogos. Pese embora o aumento, o PIDDA encontra-se executado em apenas 22,5% face ao orçamentado para todo o ano.
Assim, entre receitas e despesas, a Administração de Macau acumulou um saldo positivo de 17,8 milhões de patacas, excedendo largamente o previsto para todo o ano (3,46 milhões de patacas), com a taxa de execução a atingir 515,1% do orçamentado, isto apesar da almofada financeira ter emagrecido 38,4% face aos primeiros oito meses do ano passado.
A Administração encerrou 2015 com receitas totais de 109.778 milhões de patacas, um valor inferior ao de 2014 que representou a primeira queda em pelo menos cinco anos.

30 Set 2016

IIM relança publicidade de livros sobre identidade de Macau

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]colecção de livros “Cidade Cristã”, lançada pelo Instituto Internacional de Macau (IIM), está a ser novamente divulgada pela instituição. O objectivo é divulgar a identidade de Macau com os três livros lançados em 2001 e que pretendem preservar a memória e a identidade do território sob três perspectivas diferentes: Macau de matriz portuguesa, Macau de referências ocidentais e Macau macaense.
Rufino Ramos, director-geral do IIM, explica por que se decidiu recordar as obras: é que na altura que estes livros foram editados influenciaram o aparecimento de outras obras sobre Macau.
“Havia muito pouca coisa sobre este assunto e as pessoas não tinham referências. Soube por exemplo de um livro de culinária lançado há pouco tempo por um luso descendente que tem por nome ‘Arroz Gordo’. Ora este é um prato típico de Macau. Quando as coisas são difundidas começam a dar mote para que mais coisas apareçam.”
Os livros, que foram editados em 2001 durante o encontro das Comunidades Macaenses, são novamente motivo de conversa porque o IIM considera que nunca é demais divulgar a identidade e a importância da cultura de Macau.
“O primeiro chama-se ‘Identidade Macaense’ e foi escrito pelo Coronel da Silva que foi funcionário dos correios e posso dizer que é um livro escrito com muito sentimento e que explica por palavras suas o que é ser macaense. É um conjunto de memórias que ficam registadas para o futuro.”
“Macau somos nós”, o segundo exemplar, reúne dezenas de testemunhos de macaenses que estão fora. “São os macaenses da diáspora. A sua grande maioria está, ou esteve, no Brasil, alguns já voltaram e outros entretanto morreram, mas fica o seu relato. As aventuras que viveram nessas terras e as saudades que deixaram em Macau”, diz.
Este volume tem também fotografias “preciosas” na opinião de Rufino Ramos, por se tratarem de “registos particulares de cenas antigas que de outra forma não teríamos acesso e ficariam esquecidas”.
Finalmente o último livro da colecção, que foi escrito por Miguel de Senna Fernandes, numa parceria com o linguista australiano e actual director da Universidade de São José e cujo nome é “Maquista Chapado”. Nele se encontram referências ao patuá, já que contém “um glossário de termos de patuá e respectiva tradução para português e ainda uma lista de alcunhas antigas cuja explicação, nalguns casos, é muito engraçada”, frisa Rufino Ramos.
Todos os livros foram editados em língua portuguesa mas no caso do terceiro exemplar existe também uma versão em inglês, que não é contudo da responsabilidade do IIM. Os livros podem ser encomendados no Instituto ou nas livrarias locais.

30 Set 2016

Governo sem progressos face ao Túnel da Taipa

[dropcap style=’circle’]”[/dropcap]Não há nenhum progresso.” Esta é a resposta do Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-Estruturas (GDI) quando questionado sobre os avanços na obra do Túnel da Taipa, cujo prazo de conclusão estava previsto para 2013.
O plano para desobstruir as artérias daquela zona continua a não passar do papel, depois de em 2009 o Governo ter apresentado uma proposta para aliviar o trânsito na zona da Taipa. Foi em Junho, quando apresentadas as Linhas Gerais do Planeamento para a Reforma e Desenvolvimento da Região do Delta do Rio das Pérolas, que o Executivo disse estar a proceder ao estudo do plano de abertura de um túnel no morro da Taipa Grande, no sentido de “proporcionar aos condutores de veículos que circulam entre a Península de Macau e as Ilhas passagens rápidas e aliviar a pressão do trânsito nas rodovias junto ao aeroporto e da Vila da Taipa”.
A conclusão da obra estava prevista para 2013, numa articulação com o Terminal Marítimo do Pac On, também ele fonte de sucessivos atrasos e que tem agora data de inauguração prevista para Fevereiro de 2017.
Se as questões de trânsito já existiam em 2009, com o desenvolvimento urbano e o aumento do fluxo de pessoas no território as coisas pioraram, como têm vindo a defender deputados. Recentemente, Chan Meng Kam frisou que com a aproximação da data da inauguração do Terminal Marítimo receia que o grande volume de turistas que poderão aceder ao território e o consequente aumento de veículos seja “um grande desafio para aquela zona da Taipa”. Foi neste sentido que o mesmo deputado dirigiu uma interpelação escrita ao Executivo onde questiona, face à ausência de informação sobre a referida obra, se o Governo já considerou algum plano de substituição da infra-estrutura ou se, por outro lado, está a tomar medidas no que respeita à avaliação do trânsito do local.
O deputado relembrava ainda que o Governo pretenderia com a criação do Túnel Rodoviário da Colina de Taipa Grande estabelecer uma interligação directa entre os acessos marítimos, como por exemplo a Ponte de Amizade e o Cotai.
Contudo, respostas a perguntas como em que fase se encontra a obra, se há nova previsão para a sua conclusão e as razões que levam ao seu atraso ficam sem resposta, bem como se existe um plano paralelo de desobstrução do trânsito naquela zona da cidade ou algum plano de substituição para a referida obra.

30 Set 2016

Paus – “Mo People”

“Mo People”

Com a camisa aberta
A vontade aperta
People com people
À volta da mesa
A vazar garrafas

Com a camisa aberta
A vontade aperta
People com people
À volta da mesa
Sem punhos nem facas

Paus

FÁBIO JEVELIM / HÉLIO MORAIS / JOAQUIM ALBERGARIA / MAKOTO YAGYU

29 Set 2016