Educação | Novas creches na Ilha da Montanha e em Macau

O Governo prometeu e parece estar a cumprir. Até ao próximo ano cinco novas creches vão abrir portas, uma na Ilha na Montanha e as restantes em Macau. Ao todo, mais de 1400 crianças poderão usufruir do serviço

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Obra das Mães vai abrir uma nova creche no campus da Universidade de Macau, junto à rotunda depois da saída do túnel. A informação foi avançada por Tang Kit Fong, chefe do Departamento de Estudos e Planeamento do Instituto das Acções Sociais (IAS), ao Jornal Ou Mun, que informou que o espaço será ocupado de forma gratuita, mas que o custo de construção será assumido pelos IAS e pela Obra das Mães conjuntamente. Depois de aberto, este espaço será uma das maiores creches de Macau, com capacidade até 200 crianças.
Para já, explica a publicação, a Obra das Mães ainda está a tratar dos trabalhos preliminares, incluindo pormenores logísticos como o transporte das crianças, o aumento da proficiência e o número dos professores e funcionários.
Tang Kit Fong diz acreditar que a nova creche na UM poderá facilitar a vida aos residentes, nomeadamente aos funcionários da universidade, que poderão colocar os seus filhos naquela creche.
Van Iat Kio, presidente da Obra das Mães, espera que o novo espaço possa entrar em funcionamento no fim do ano ou no início do próximo, e que possa aliviar a falta de quotas de estudantes nos creches em Macau.
Depois da anúncio da notícia, alguns funcionários da UM afirmaram, à imprensa local, que iriam inscrever os seus filhos se for necessário. Há também manifestos de interesse por parte do alguns residentes da zona da Taipa.

Trabalho em conjunto

Para facilitar a vida quotidiana de mais de 1,500 funcionários e professores, e dos 3,400 estudantes a frequentar a UM – e a viver naquela zona – já foram instalados serviços como restaurantes, centros comerciais, livrarias, bancos, farmácias, supermercados, entre outros.
Enfrentando a necessidade de acolhimento de crianças dos que moram no campus, o IAS e a UM chegaram ao consenso na atribuição dos trabalhos à Obra das Mães, que conta com uma experiência de mais de quarenta anos de gestão de creches.
“Considerando a vasta experiência acumulada ao longo de mais de 40 anos pela Obra das Mães na gestão de creches, o que é demonstrada pela boa qualidade de serviços prestados pelas suas três creches, o IAS convidou especialmente a referida associação para criar a referida creche, por forma a poder proporcionar serviços de qualidade às crianças que a irão frequentar”, indicou o Governo, em comunicado. O IAS vai ainda lançar um projecto de investigação com a Faculdade de Educação relativamente ao ensino infantil.

13 Jun 2016

Turismo | Promover a estada de turistas é a solução para Macau

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s conclusões parecem ser simples. Durante a segunda sessão da consulta pública sobre o Plano Geral do Desenvolvimento da Indústria do Turismo de Macau, no sábado passado, os participantes chegaram a um consenso. Se Macau se quer tornar no Centro Mundial de Turismo e Lazer precisa de atrair os turistas e mantê-los cá, pelo menos mais tempo que o até agora registado. Segundo os últimos dados apresentados pelo Governo, os turistas permaneceram no território, em média, 2,1 dias e os excursionistas 0,2 dias.
Os presentes na sessão sugeriram que os preços dos hotéis devem diminuir para que mais turistas fiquem. É também necessário aumentar a qualidade do serviços dos mesmo e adicionar facilidades e serviços aos turistas de faixas etárias diferentes, sejam crianças, jovens, adultos ou idosos.

Mais que jogo

Um representante da Associação de Promoção de Guia de Turismo de Macau afirmou que a grande massa de turista, provenientes do interior da China, só conhece o Jogo em Macau, desconhecendo a cultura ocidental e oriental patente no território. O participante sugeriu que os Serviços de Turismo devem, quando estão a fazer promoção de Macau, aprofundar melhor a história e a cultura. Só assim, diz, os turistas irão perceber que existe um outro lado de Macau.
Ma Yong, director da Faculdade do Turismo Internacional e Gestão da Universidade da Cidade de Macau e especialista em Planeamento de Turismo diz que esta mistura cultural do território não está bem explorada pelo Governo. “Passar pelos bairros e visitar os museus são visitas muito superficiais, ” afirmou, explicando que muitos países já inventaram produtos, ou serviços, que promovem o envolvimento dos turistas. Por exemplo, apontou, há equipamentos que podem, aproveitando as novas tecnologias, contar as histórias do monumentos de uma forma moderna e interactiva. Enquanto se está a valorizar o património está também a promover-se uma maior estada por cá, apontou.
Até ontem, a consulta pública do Plano Geral do Desenvolvimento da Indústria do Turismo de Macau recolheu um total de 167 sugestões dos cidadãos. Para já, os assuntos predominantes nas sessões são os produtos turísticos, a qualidades dos serviços e o desenvolvimento do turismo.

13 Jun 2016

Justa Nobre e José Bengaló, chefs de cozinha: “É uma profissão de amor”

Justa Nobre e José Bengaló são os chefs portugueses que puseram mãos na cozinha do Clube Militar em mais uma quinzena gastronómica. Pela segunda vez na RAEM e em final de mais uma iniciativa de sucesso salientam os reencontros e o interesse pelas suas criações das receitas da terra

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]e regresso a Macau, a convite do Clube Militar, a dupla de Chefs Justa Nobre e José Bengaló mostram do que melhor se faz na cozinha portuguesa numa iniciativa bianual dedicada à gastronomia lusa. Paralelamente à mesma sai uma nova ementa composta pelos pratos com mais sucesso para acompanhar os mais saudosos e apreciadores dos sabores de Portugal.
Começaram ambos a cozinhar desde pequenos. Justa Nobre lembra a paixão pela cozinha “desde o berço” diz ao HM. “Desde pequena sempre adorei tachos e panelas. Vinha das escola e a primeira coisa que fazia era destapar as panelas e provar a comida” para dizer à mãe o que faltava. Para ela, “cozinhar ou brincar era igual”. Aos 21 anos sai de Trás os Montes para chefiar um restaurante em Lisboa e não mais largou o sucesso. Autodidacta, considera-se “muito intuitiva para a cozinha.” Apesar de criar pratos mais dentro da gastronomia portuguesa, nomeadamente transmontana, a sua terra natal, desfruta da mesma forma pelo amor à criação de novos pratos. josé bengaló
Por seu lado José Bengaló partilha o amor pela confecção de pratos, principalmente de peixe. Nascido em Cascais, na altura terra saloia esteve sempre em contacto com o mar e a ligação à cozinha vem desde pequeno. “Sempre gostei de comer e sempre me fui interessando pelas cozinhas”. Na origem do interesse esteve também a família, neto de dono de restaurante e filho de alentejanos e dos pitéus locais. Depois vieram as viagens pela Europa para a apanha da fruta e vindimas e com isso o interesse por outros sabores. Refere que “acabei por me interessar por isto, mas foi no Sul de França onde estive antes de cumprir serviço militar que o amor se revelou”. Mais tarde fez parte da equipa que abriu a Escola de Hotelaria do Estoril. Para ambos “cozinhar é um estado de espírito que vem de dentro” sem esquecer as técnicas e a mão, salienta o cozinheiro, enquanto Justa Nobre adianta ainda a importância do gostar de comer” porque só assim se entende o paladar dos outros também. .

Casas cheias

Desde a primeira vez que a dupla conta com um forte interesse pela iniciativa. A chef lembra que “tivemos muita adesão tanto de portuguesas como chineses”. Agora, e dada a casa cheia com carácter permanente, justifica que “as pessoas estavam com saudades nossas e quiseram regressar, temos aqui pessoas que vêm cá todos os dias almoçar e jantar.” Sendo que por parte dos criadores de pratos há o cuidado de trazer sempre receitas diferentes.
Apesar de algumas limitações relativas a “um ou outro ingrediente”, nomeadamente de peixe, “têm sempre o bacalhau”. Para Justa Nobre “quando temos bom bacalhau e bom azeite está meio caminho andado”.
Já o chef salienta a cuidado com a qualidade que sente por parte do Clube Militar.
Justa Nobre e José Bengaló apesar de terem os seus restaurantes independentes, “há muitos anos que trabalham juntos e que são amigos” sendo esta mais uma oportunidade de cada um fazer as suas criações e depois, juntos, chegarem a um consenso: “não faz sentido estar a cozinhar em pratos separados, é em conjunto! Assim é que se faz bem!”remata a cozinheira.

Novo cardápio

Depois de 15 dias de degustação é o feedback dos clientes que lança os nomes para a nova ementa do Clube. Tendo em conta os pratos mais apreciados é feito o novo menu sendo que o resultado deste ano já anuncia a integração da canja de amêijoas, da sopa de crustáceos folhada ou o cesto de sapateira e, claro, o bacalhau com couve e grão, entre outros. No entanto, “o importante é que eu e a Justa deixemos este cunho de como fazer as receitas portuguesas”.
Aliado a este legado está a formação da equipa permanente da casa em que “eles têm que aprender a fazer correctamente os nossos pratos” adianta Justa. Salienta ainda a mais valia de conhecimentos bem como o dinamismo do cardápio. Da equipa à qual dão formação, há quem conte já com 20 anos de casa. Para os chefs “é de fácil formação e constituída por elementos que gostam de aprender e que pela humildade dá gosto ensinar.” O Festival Gastronómico vai dando esta aprendizagem com os chefs que vai convidando e os que ficam “já entendem os pormenores que fazem realçar os nossos sabores”, conclui José Bengaló.
Da cozinha de Macau, são ambos fãs: “Uma cozinha rica cheia de cor e de sabor” afirma a cozinheira.
Levam consigo a familiaridade e os reencontros . Bengaló gosta também de “ ver os amigos que já não via há trinta anos e é uma oportunidade de avivar memórias”, salientado que sente uma grande ligação entre Portugal e Macau. “É bom que Portugal ainda tenha deixado alguma coisa e que continue a manter uma boa presença em Macau”. Por outro lado refere com espanto “o crescimento assustador” que regista neste últimos quatro anos. Justa Nobre também reencontra na RAEM amigos e vai “ganhando outros e também clientes.” Ao mesmos tempo, vem sempre gente nova e “é sempre bom conversar com outros portugueses” enquanto que “a respeito dos chineses e macaenses são pessoas muito simpáticas, sempre com um sorriso para nós” . Remata ainda que se sente em casa nestas idas e vindas que vão gerando laços.

13 Jun 2016

IIM | Prémio Identidade para Casa de Macau em Portugal

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Casa de Macau em Portugal foi a vencedora da edição deste ano do Prémio Identidade. Segundo o Instituto Internacional de Macau (IIM) a condecoração tem em conta a “contribuição, ao longo de 50 anos, para a promoção e divulgação da cultura macaense em Portugal, para o reforço dos laços de amizade e solidariedade entre os seus membros e para o desenvolvimento de relações entre as comunidades macaenses espalhadas pelo mundo.”A entrega do troféu tem lugar durante a sessão cultural do Encontro das Comunidades Macaenses organizada pelo IIM a 30 de Novembro. O Prémio Identidade foi instituído em 2003 visa galardoar pessoas ou instituições que, de forma continuada, hajam contribuído para o reforço e valorização da identidade macaense. Entre os contemplados em edições anteriores estão figuras como Monsenhor Manuel Teixeira, Henrique de Senna Fernandes, a Diocese de Macau, a Santa Casa da Misericórdia, a Universidade de Macau, a Escola Portuguesa de Macau e outras instituições locais e do exterior, ligadas à diáspora macaense.

13 Jun 2016

Pequim e União Europeia em diálogo estratégico de alto nível

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China e a União Europeia (UE) realizaram neste final de semana a sexta ronda do diálogo estratégico de alto nível. Na ocasião ambos os lados comprometeram-se a aprofundar as relações em diversas áreas.
A China vê a UE como um parceiro estratégico integral de benefício mútuo disse Yang Jiechi, Conselheiro de Estado chinês, sublinhando que o aprofundamento das relações sino-europeias vão, não apenas ao encontro à procura económica e social, mas também levam à paz e estabilidade global e à recuperação económica.
Os dois lados concordaram em implementar o consenso alcançado na 17ª Conferência China-UE realizada em Junho do ano passado que busca fortalecer a sinergia entre estratégias de desenvolvimento e aprofundar a cooperação nas áreas de comércio, infra-estruturas, conectividade, direito e facilitação do intercâmbio de pessoas, disse Yang.

Mais vitalidade

As partes acordaram ainda acelerar as negociações nos investimentos bilaterais e injectar um novo vigor na cooperação em segurança política, inovação tecnológica, economia marítima, tecnologia oceânica e turismo cultural, sublinhou o conselheiro.
A UE e a China vão fortalecer a coordenação e assegurar o sucesso da 18ª Conferência China-EU que se realizará em Pequim no próximo mês. Da mesma forma, ambas as partes concordaram em desenvolver esforços conjuntos para que a reunião do G20 gere resultados positivos.
Para Federica Mogherini, Alta Representante da UE para Política Externa e Segurança, os dois lados estabeleceram cooperações frutíferas em várias áreas, gerando benefícios práticos para os dois lados. Para a representante, o fortalecimento do diálogo China-UE gera resultados positivos e ajuda a solucionar questões regionais importantes.
Na ocasião, Yang afirmou ainda que a China quer avançar na cooperação com a Bélgica nas áreas de microelectrónica, aeroespacial, energia nuclear, medicina biológica e protecção ambiental.

13 Jun 2016

China |FMI alerta para riscos de escalada da dívida empresarial

Segundo David Lipton, subdirector executivo do FMI, a dívida empresarial chinesa, aproximadamente 145% do PIB, é muito preocupante. As empresas públicas, com 55% da dívida, são as principais causadoras, estando muitas, diz, “já ligadas à máquina”

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] crescimento da dívida empresarial é um problema sério que tem vindo a agravar-se na China e que precisa ser combatido se Pequim quiser evitar um risco sistémico para o país e para a economia global, alertou David Lipton, primeiro subdirector executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Enquanto a dívida total da China, de 225% do Produto Interno Bruto (PIB), não é particularmente alta para os padrões globais, a dívida empresarial é de aproximadamente 145% do PIB, alta sob qualquer perspectiva, avalia o FMI.
“A escalada da dívida empresarial é um problema chave na economia chinesa”, afirmou Lipton durante uma conferência na cidade chinesa de Shenzhen no sábado. “A dívida empresarial permanece um problema sério e crescente o qual deve ser endereçado imediatamente com um compromisso de reformas”, concluiu.
A experiência de países que viram uma elevação massiva da dívida no passado mostra a necessidade de agir rapidamente e lidar de forma eficaz tanto com credores como devedores, disse Lipton. O especialista considerou que é preciso atacar problemas de administração no sector bancário os quais levam ao surgimento desta queståo.

O “cancro” do sector público

Uma característica definidora da situação da China são as companhias estatais, as quais, segundo os cálculos do FMI, são responsáveis por 55% da dívida empresarial mas produzem apenas 22% do ganho económico.
Num ambiente de desaceleração do crescimento económico, a queda nos lucros e a subida do endividamento limitam a capacidade das empresas de pagar a fornecedores e liquidar dívidas. Lipton destacou que isto leva ao não cumprimento de obrigações com os bancos, à inadimplência. Para o homem do FMI, uma “estimativa conservadora” seria a de que o nível de inadimplência da dívida empresarial chegue até aos 7% do PIB chinês.
“O ‘boom’ do crédito do ano passado apenas aumenta o problema”, declarou Lipton. Na sua avaliação, muitas empresas públicas já estão “ligadas à máquina de respiração artificial”.

Melhorar a gestão

A conversão de dívida em acções pode ter um papel na redução do endividamento, mas os bancos precisam de estar preparados para conduzirem uma triagem e terem autoridade para discernir entre as companhias que podem ser salvas e as que devem falir, disse ainda. Lipton também questionou a proposta do governo chinês de fundir companhias estatais fortes com empresas frágeis. Para o representante do FMI, isto não só não resolve o problema como mina a rentabilidade das boas companhias.
“A lição que a China precisa de interiorizar se quiser evitar um ciclo de expansão de crédito, inadimplência e reestruturação é melhorar a gestão empresarial”, afirmou Lipton que defendeu ainda o fortalecimento da lei e de sistemas de transparência e pediu o fim dos subsídios para empresas com ligações ao governo.

13 Jun 2016

China | Leite em pó sujeito a regras duras

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] órgão de supervisão de segurança alimentar da China emitiu um regulamento, que entrará em vigor a partir do dia 1 de Outubro deste ano, para realizar uma fiscalização rigorosa sobre o leite em pó para bebés. Os produtores nacionais e estrangeiros devem registar-se e obter a autorização da Administração Geral da Supervisão de Alimentos e Medicamentos se quiserem vender na China.
No caso do uso de matérias-primas estrangeiras, devem especificar o lugar ou país e frases vagas como “leite importado”, “proveniente de pastos estrangeiros” ou “matérias-primas importadas” serão proibidas, de acordo com o Regulamento de Registo da Fórmula para Bebés divulgado na quarta-feira. Além disso, passará a ser proibido incluir afirmações, tais como “bom para o cérebro”, “melhora a imunidade” ou ” protege o intestino” em instruções ou embalagem, aponta ainda o regulamento.
O leite em pó para bebés é uma questão sensível na China, após uma série de escândalos desde 2008, quando foi descoberta melamina nos produtos da marca chinesa Sanlu. Em Abril, a polícia prendeu nove pessoas envolvidas na produção e venda de leite em pó infantil falso sob as marcas “Similac” e “Beingmate”. Cerca de mil latas cheias, mais de 20 mil vazias e 65 mil marcas falsificadas foram apreendidas. Em 2015, a China produziu 700 mil toneladas de leite em pó infantil, 65% das vendas anuais do produto no país.

13 Jun 2016

Contestado protesto do Japão a aproximação de vaso de guerra

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Ministério da Defesa da China contestou o protesto formal do Japão devido à recente incursão de uma fragata militar chinesa perto das águas das disputadas ilhas Diaoyu conforme informava ontem o jornal oficial China Daily.
“As Diaoyu e as suas ilhas adjacentes são parte do território chinês e a navegação de navios de guerra na sua jurisdição é razoável e legítima”, assinalou a instituição militar em resposta aos protestos oficiais de Tóquio.
A fragata ficou a cerca de 38 quilómetros das ilhas Diaoyu na madrugada de quinta-feira, mantendo-se nessas águas durante aproximadamente uma hora antes de regressar à costa chinesa.
Imediatamente depois de o navio ter sido avistado pelo contratorpedeiro japonês Setogiri, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros nipónico, Alitaka Saiki, convocou o embaixador chinês em Tóquio, para lhe transmitir um protesto oficial.
Navios da guarda costeira chinesa navegaram nos últimos anos com frequência pela zona, mas esta foi a primeira vez que uma incursão envolveu um barco militar.
O Ministério da Defesa japonês também informou que foi detectada a presença de três navios militares russos numa área contígua às Diaoyu precisamente no momento em que o barco chinês navegava na zona.

Histórias e discórdias

A disputa territorial entre a China e o Japão em torno das Diaoyu tem décadas, mas agravou-se em Setembro de 2012, depois de Tóquio ter anunciado a compra de três dos cinco ilhotes do pequeno arquipélago, de apenas sete quilómetros quadrados, administrado, de facto, pelo Governo japonês.
O arquipélago desabitado, mas potencialmente rico em recursos minerais, fica no Mar da China Oriental, a cerca de 120 milhas náuticas de Taiwan, que também reclama a sua soberania, e a 200 milhas náuticas de Okinawa, no extremo sul do Japão.

13 Jun 2016

Duterte garante não apoiar execuções extrajudiciais

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Presidente eleito das Filipinas, Rodrigo Duterte, não apoia execuções extrajudiciais, disse ontem o seu porta-voz, em resposta a críticas de responsáveis e organismos das Nações Unidas.
“O Presidente eleito não apoiou – não pode – e nunca vai apoiar execuções extrajudiciais, que são contrárias à lei”, disse Salvador Panelo. O porta-voz acrescentou que Duterte “não tolera” o assassínio de “jornalistas ou quaisquer outros cidadãos”. Salvador Panelo considerou que os responsáveis das Nações Unidas, incluindo o secretário-geral, Ban Ki-moon, estavam mal informados quando condenaram Duterte por, aparentemente, tolerar o homicídio de jornalistas e apoiar as execuções extrajudiciais.
Num discurso em Nova Iorque na quarta-feira, Ban Ki-moon disse estar “extremamente perturbado” com as observações de Duterte, em especial, com os seus comentários para justificar o assassínio de jornalistas. Duterte, de 71 anos, venceu as eleições presidenciais em Maio, tendo seduzido o eleitorado com um discurso em torno de dois problemas centrais no país, a criminalidade e a pobreza, o primeiro dos quais prometeu resolver matando milhares de criminosos. Na semana passada, afirmou que os repórteres, “só porque são jornalistas, não estão isentos de serem assassinados”, citando o caso de Jun Pala, assassinado em 2003.
“Não quero diminuir a sua memória, mas ele era um filho da mãe podre. Mereceu”, afirmou. Sete repórteres foram assassinados nas Filipinas em 2015, segundo a Federação Internacional de Jornalistas, que no seu último relatório refere ser este país asiático o segundo com mais jornalistas assassinados desde 1990, a seguir ao Iraque.

13 Jun 2016

Empréstimos para habitação caem em Macau

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s novos empréstimos bancários concedidos em Macau para compra de casa diminuíram em Abril 4,7%, em relação ao mês anterior, e caíram 35,1% em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados oficiais ontem conhecidos.
O valor dos novos empréstimos para habitação chegou aos 2,8 mil milhões de patacas, em Abril, relevou a Autoridade Monetária de Macau. Os novos empréstimos tinham terminado 2015 com um crescimento em Dezembro, após meses de queda. No entanto, desde o início do ano voltaram a cair: em Janeiro, o valor foi 35,8% inferior ao de Dezembro e menos 16,2% na comparação homóloga (quando comparado com Janeiro de 2015). Em Fevereiro caíram 29,5% em relação a Janeiro e 57,1% em comparação com o mesmo período do ano passado. Em Março subiram 31,4% em relação a Fevereiro, mas caíram 39,9% em comparação com Março de 2015. Também o preço médio do metro quadrado das casas em Macau tem caído, tendo a diminuição sido de 13% no conjunto do ano passado, comparando com o ano anterior, segundo dados dos serviços de estatística do território. Em Março, o preço médio do metro quadrado das casas caiu para 72.741 patacas, menos 20,6% que no mesmo mês do ano passado. Já o número de transacções aumentou exponencialmente, com 591 casas vendidas em Março, mais 44% em comparação com 2015 e mais 120% em relação a Fevereiro deste ano.

13 Jun 2016

Previdência Central | Proposta contribuição de 10% para regime não obrigatório

O Conselho Executivo já analisou a proposta de contribuições de 10% para o Regime de Previdência Central não Obrigatório, pagas por patrões e empregados

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]pós anos de debate, o Governo de Macau apresentou esta quarta-feira uma proposta para o Regime de Previdência Central não Obrigatório, que fixa as contribuições mensais mínimas de trabalhadores e patrões em 10% do salário, divididas irmãmente.
Este segundo nível do regime de segurança social não será obrigatório, pelo menos nos primeiros três anos – ao fim dos quais é feita uma revisão. Mas para encorajar a adesão por parte das empresas, o Governo estabelece benefícios fiscais às entidades empregadoras, definindo que as contribuições são consideradas custos de exploração ou exercício de actividade.
Ao contrário do regime de primeiro nível, que é obrigatório, este sistema de pensões fixa contribuições mínimas em igual proporção. No primeiro nível, actualmente, os patrões pagam 30 patacas mensais e os trabalhadores 15 patacas, embora o valor total vá aumentar para 90 patacas mas mantendo a proporção de 1 para 2.

Garantia de reforma

Neste momento, o regime de primeiro nível representa a única garantia de reforma para os residentes de Macau. Com o segundo nível, o Governo espera permitir que a população “prepare em conjunto a vida pós-aposentação”. “Cinco por cento [cada] é o limite mínimo. As duas partes podem acordar em mais”, explicou o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, citado pela agência Lusa.
“Tomámos com referência os modelos das regiões vizinhas”, justificou o presidente do Fundo de Segurança Social, Iong Kong Io, indicando que, deste modo, se promove a “justiça e igualdade de tratamento para as duas partes”.
Os trabalhadores com vencimentos inferiores ao salário mínimo (6.240 patacas) ficam isentos de contribuir, mas não os seus empregadores. Segundo Leong Heng Teng, 40% das empresas de Macau já oferecem sistemas de pensões privados. Após a aprovação pela Assembleia Legislativa, estes regimes serão articulados, mas caso o regime anterior seja mais favorável ao trabalhador, este não deve ser alterado.
“O empregador não pode baixar o valor contribuído. Se for 8% [do salário], mantém-se 8%”, explicou Iong, indicando que a contribuição do trabalhador, nesses casos, “depende de negociação”, mas nunca poderá ser inferior a 5%.
Quem não trabalhe por conta de outrem pode também contribuir com um mínimo de 500 patacas mensais.
Caso a relação laboral termine, o trabalhador pode reclamar 30% das contribuições do empregador ao fim de três anos, a que se somam 10% por cada ano completo de contribuição. Ao fim de dez anos o trabalhador tem direito à totalidade das contribuições do empregador. Estes montantes são geridos por entidades gestoras de fundos de pensões, consoante o grau de risco que o trabalhador quiser assumir.
Às contribuições junta-se uma dotação anual do Governo, que já é efectuada desde 2012, e que este ano será de 7.000 patacas. Apesar de ser portável – ou seja, a conta não está dependente de uma relação laboral –, o montante só pode ser levantado após os 65 anos, salvo excepções. Este regime só se aplica aos residentes permanentes de Macau.
Críticas e incapacidade
Chiang Chong Sek, presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), referiu ao jornal Ou Mun que não há uma garantia do pagamento das contribuições, pois o sistema continua a não ser obrigatório. O responsável lembra ainda que em Macau a maior parte dos contratos são com prazos inferiores aos previstos no regime de previdência, sobretudo no sector da construção civil. Chiang Chong Sek teme, assim, que haja trabalhadores que nunca recebam as suas contribuições.
Ieong Weng Seng, presidente da Associação de Pequenas e Médias Empresas da Restauração de Macau que os negócios de pequena dimensão não vão ter capacidade para contribuir devido à recessão económica

Valores dos cheques mantém-se

O Conselho Executivo confirmou também o montante da contribuição pecuniária, os cheques anuais que o Governo distribui à população: 9.000 patacas para os residentes permanentes e 5.400 para os não permanentes. Os cheques foram introduzidos em 2008 e foram gradualmente aumentando até 2014, mantendo o mesmo valor desde então. Este ano, a medida vai custar mais de 5,9 mil milhões de patacas aos cofres públicos. Os cheques começam a ser distribuídos em Julho.

10 Jun 2016

Hotel Estoril | Siza de fora do concurso público

[dropcap style=’circle’]“J[/dropcap]á não está disponível para participar no concurso público”. Foi desta forma que o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, confirmou à TDM a total saída de cena de um dos Pritzker portugueses, Álvaro Siza Vieira, do projecto de requalificação do Hotel Estoril. “Eu queria convidá-lo, mas como sabe aqui em Macau, hoje em dia, é tudo uma confusão. Infelizmente, lamento, vou preparar uma carta para agradecer ao senhor Siza Vieira”, disse ainda Alexis Tam, que referira tratar-se de uma “decisão politica”. O arquitecto já tinha referido que aceitava a decisão do Executivo de retirar o convite directo para o projecto e a realização de um concurso público.

10 Jun 2016

Jogo | Governo mantém previsão de queda de 13,35%

O Secretário para a Economia e Finanças confirmou que a quebra nas receitas mantém-se igual às expectativas do Executivo

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Governo de Macau mantém a previsão de uma queda das receitas do jogo de 13,35% este ano, disse o Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong. Segundo o Secretário, citado num comunicado oficial, a diminuição das receitas nos primeiros cinco meses do ano corresponde às previsões do Governo.
“Lionel Leong acrescentou que o Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) prevê, para 2016, uma receita do jogo de cerca de 200 mil milhões de patacas, menos 13,35% comparado ao ano transacto, e que os dados dos últimos meses correspondem à previsão do Governo”, lê-se.
Segundo a mesma nota, Lionel Leong afirmou que “o Governo está atento aos dados do corrente mês”, dado que “de acordo com a experiência, mesmo no período de crescimento, a receita do jogo no mês de Junho foi sempre inferior a mais de mil milhões do que a de Maio”, quando houve já uma quebra de cinco mil milhões.
O Chefe do Executivo, Chui Sai On, quando da apresentação do orçamento da região para 2016, em Novembro último, reconhecendo uma postura cautelosa, avançou que o Governo previa que os casinos encerrem o ano com receitas na ordem de 200.000 milhões de patacas, menos 13,3% do que em 2015.
Segundo o orçamento deste ano, o Governo de Macau prevê fechar 2016 com um ‘superavit’ de 18,213 mil milhões de patacas, apesar da diminuição das receitas dos casinos, a que são aplicados impostos directos de 35%.
As receitas dos casinos de Macau iniciaram em Junho de 2014 uma curva descendente, depois de anos de crescimento exponencial. No conjunto de 2014 caíram 2,6%, em 2015 diminuíram 34,3% e nos primeiros cinco meses deste ano desceram mais 11,9% comparando com o período homólogo. Essa prolongada curva descendente, iniciada em Junho de 2014, resulta de um ‘cocktail’ de factores que analistas imputam aos efeitos da campanha anti-corrupção lançada por Pequim, ao golpe de confiança infligido por uma série de desfalques nas salas de jogo VIP (de grandes apostadores) e ao abrandamento da segunda economia mundial.
A queda das receitas do jogo arrastou o Produto Interno Bruto (PIB) de Macau, que recuou 20,3% em 2015, naquela que foi a sua primeira contracção anual desde 1999, ano da transferência do exercício de soberania de Portugal para a China.
Os analistas dividem-se quanto à possibilidade de Junho vir a marcar o primeiro mês de crescimento das receitas dos casinos ao fim de dois anos de quedas mensais homólogas consecutivas. Isto depois de a tendência verificada em Maio – mês em que as receitas dos casinos caíram 9,6% – ter sido mais negativa do que o esperado pelos investidores.

David Chow acredita em desenvolvimento de elementos não-jogo

David Chow, proprietário da Macau Legend, afirmou, depois da assembleia geral da empresa, que as receitas do Jogo, deste semestre, não se mostram fortes para impulsionar o próprio sector. A economia global e do interior da China não está saudável, diz o empresário, indicando que como Macau ainda está em fase de ajustamento económico, depois das últimas quedas, o crescimento da economia poderá demorar pelo menos mais um ano. Para David Chow a conclusão da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, aliada à exploração dos elementos não-Jogo e à possibilidade de turistas poderem viajar directamente para Macau a economia irá crescer consideravelmente. Em relação à reconstrução da Doca dos Pescadores, afectada pelo tempo, David Chow explicou que a obra poderá demorar mais tempo que o previsto, estando concluída, em principio, entre Agosto e o final de Setembro. O empresário explicou que vai aproveitar este tempo para adicionar mais elementos não relacionados com o Jogo, como por exemplo, a obra já começada do pavilhão dos dinossauros. Serão, diz, introduzidos mais restaurantes e zonas de lazer, como centros comerciais e centro de convenção, que possam estar ligados aos hotéis.

10 Jun 2016

Videovigilância | Mais de 200 câmaras a funcionar em Julho

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] primeira fase do sistema de videovigilância no território vai começar a entrar em funcionamento já a partir de Julho, confirmou Leong Man Cheong, comandante da Polícia de Segurança Pública (PSP), citado pelo jornal Ou Mun. Em relação às outras três fases de instalação de câmaras, a PSP ainda está a trabalhar nas obras de instalação e pedidos, para tudo seja feito de forma ordenada, disse o responsável.
A primeira fase do sistema de videovigilância vai levar à instalação de 219 câmaras nos arredores dos postos transfronteiriços, as quais começam a funcionar em Julho, dez meses após terem sido instaladas. As 263 e 338 câmaras da segunda e terceira fases, respectivamente, serão instaladas em zonas onde a insegurança é maior, nas principais vias e locais turísticos. Na quarta e última fase serão instaladas 800 câmaras de videovigilância em lugares mais isolados de Macau. Mesmo sem o recurso às câmaras, o comandante da PSP confirmou que houve um aumento de patrulhas em várias áreas.
O regime jurídico da videovigilância em espaços públicos entrou em vigor em 2012 mas só agora está a ser plenamente implementado. Todos os dados capturados e questões relativas à instalação são da competência do Gabinete para a Protecção dos Dados Pessoais, para que os dados e imagem dos locais não sejam violados.

10 Jun 2016

Galgos | Reportagem da ABC denuncia exportação ilegal

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Greyhound Racing NSW, órgão regulador das corridas de galgos do estado australiano de Nova Gales do Sul, acusou 179 treinadores e donos de cães de violarem as regras da indústria ao alegadamente enviarem, sem autorização, animais para a Macau. Segundo a emissora pública australiana, ABC, as acusações surgem no âmbito de uma investigação, lançada pelo órgão regulador estadual em Dezembro, a exportações de galgos para Macau.
A investigação foi motivada após a divulgação de um trabalho do programa televisivo “7.30”, que revelou como centenas de galgos australianos, considerados demasiados lentos para competir, foram exportados para a Ásia, violando as regras das corridas.
Lyn White, presidente da associação Animals Australia, alertou que as condições dos galgos em Macau são “repugnantes”, e disse ao programa, na altura, que a ida para Macau representa “para esses cães uma pena de morte”.
O regulador do estado de Nova Gales do Sul baniu a exportação de galgos para Macau em 2013. Se os acusados forem considerados culpados, enfrentam multas, suspensão e possível desqualificação da modalidade desportiva. Organizações de todo o mundo, incluindo a Animals Australia, levam a cabo uma campanha para encerrar a pista de corridas de Macau, a seis meses do fim da concessão.
Segundo a associação local de protecção dos animais Anima, centenas de cães são abatidos todos os anos por já não serem considerados rentáveis. Os animais estão frequentemente lesionados, são submetidos a treinos cruéis e acondicionados em espaços sem condições, segundo as associações.

10 Jun 2016

Japão protesta aproximação de navio de guerra chinês às Senkaku

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Governo japonês apresentou ontem um protesto formal junto do Executivo de Pequim após a aproximação de uma fragata da marinha chinesa às disputadas ilhas Senkaku, a primeira incursão do tipo.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros nipónico, Akitaka Saiki, convocou o embaixador chinês em Tóquio, Cheng Yonghua, ao qual apresentou o protesto e transmitiu a sua preocupação relativamente à aproximação do navio de águas territoriais que o Japão considera suas, informou a diplomacia japonesa.
O diplomata Cheng Yonghua defendeu, por seu lado, que a navegação do barco é totalmente justificável dado que Pequim sustenta que as ilhas Senkaku – chamadas de Diaoyu pela China e administradas de facto por Tóquio – são parte do seu território, explicaram fontes próximas do assunto à agência Kyodo.
O contratorpedeiro japonês Setogiri confirmou que na madrugada de ontem uma fragata da marinha chinesa penetrou em águas contíguas aos ilhotes e permaneceu na zona durante quase três horas sem chegar a entrar em águas que o Japão considera suas.
Navios da guarda costeira chinesa navegaram no passado com frequência pela zona, mas esta é a primeira vez que uma incursão envolve um barco militar.
O Ministério da Defesa japonês também informou ontem que foi detectada a presença de três navios militares russos numa área contígua às Senkaku precisamente no momento em que o barco chinês navegava na zona.
A disputa territorial entre a China e o Japão em torno das Senkaku/Diaoyu tem décadas, mas agravou-se em Setembro de 2012, depois de Tóquio ter anunciado a compra de três dos cinco ilhotes do pequeno arquipélago, de apenas sete quilómetros quadrados, administrado, de facto, pelo Governo japonês.
O arquipélago desabitado, mas potencialmente rico em recursos minerais, fica no Mar da China Oriental, a cerca de 120 milhas náuticas de Taiwan, que também reclama a sua soberania, e a 200 milhas náuticas de Okinawa, no extremo sul do Japão.

10 Jun 2016

Taiwan | Investidores pedem ao Governo concessões a Pequim

Os investidores de Taiwan com interesses na China querem que a nova presidente, Tsai Ing-wen, recupere o Consenso de 1992 para eliminar obstáculos nas relações com Pequim e permitir-lhes fazer negócios à vontade. Tsai Ing-wen respondeu garantindo que está a fomentar relações “robustas, sustentáveis e previsíveis” com a China

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s investidores taiwaneses na China instaram a nova Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, a eliminar qualquer tipo de obstáculo nos laços com Pequim e a encarar com seriedade as relações comerciais com a segunda economia mundial.
Numa reunião realizada na quarta-feira, o presidente da Associação de Empresas Taiwanesas Investidoras na China, Kuo Shan-hui, pediu ao Governo concessões a Pequim.
Kuo pediu que o Governo da Formosa aceite o “Consenso de 1992” – que constituiu a base do intercâmbio entre os dois lados do Estreito durante os mandatos do Presidente Ma Ying-jeou (2000-2008) e que foi abandonado por Tsai Ing-wen.
“Sem o reconhecimento do Consenso de 1992 haverá grandes obstáculos para qualquer esforço em impulsionar novos intercâmbios entre Taiwan e a China”, disse Kuo.
Este consenso é a fórmula pela qual ambas as partes aceitam o princípio de que há uma só China, embora o significado desse conceito seja diferente para cada uma delas.
O empresário pediu ao Governo para impulsionar a ratificação de um acordo comercial no domínio dos serviços assinado em 2013, mas bloqueado pelo parlamento, e que complete as negociações do acordo de comércio de bens com a China.

“Relações robustas” a caminho

Tsai, líder do independentista Partido Democrata Progressista (PDP), bloqueou desde 2013 a ratificação do acordo de serviços com a China e advertiu que não apoiará nenhum acordo com o regime comunista até ser aprovada pelo parlamento uma lei de supervisão dos referidos tratados.
Os laços institucionais com a China encontram-se bloqueados desde a ascensão de Tsai, apesar de a nova Presidente ter prometido, no discurso de posse, em Maio, manter o ‘status quo’ nos laços com a China e uma administração não independentista, o que Pequim entende ser insuficiente.
Em resposta aos pedidos dos empresários, Tsai disse que o Governo está comprometido em ajudar as empresas taiwanesas na China a enfrentar os desafios atuais, mas que também promove a transferência das mesmas para Taiwan e a sua expansão no plano da internacionalização.
A Presidente de Taiwan acrescentou que está a fomentar relações “robustas, sustentáveis e previsíveis” com a China, procurando a estabilidade e a paz no Estreito.

Há mais mercados

Taiwan tem vindo a acumular recursos para ajudar os seus empresários a desenvolverem os mercados do sudeste da Ásia e Índia, no que designa de “nova política rumo ao Sul”, a qual não pretende competir com os investimentos da China mas antes complementá-los.
Há mais de 70 mil empresas taiwanesas com operações na China, onde a ilha tem investidos 133.700 milhões de dólares, segundo dados do investimento acumulado de 1991 até 2013. O valor pode ser substancialmente maior se forem tidos em conta os investimentos feitos a partir de terceiros países.
A China tem pressionado Tsai a aceitar que a ilha é parte do país com medidas como a redução do número de turistas chineses, um eventual bloqueio do envio de estudantes para a ilha, a diminuição das compras de produtos agro-pecuários e um cerco diplomático internacional.

10 Jun 2016

Japão | China expressa preocupações sobre derramamento nuclear

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China está muito preocupada com as consequências do acidente nuclear ocorrido em 2011 em Fukushima e pediu que o governo japonês tome medidas de acompanhamento oportunas, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying.
A China espera que o Japão tome medidas efectivas para proporcionar informações oportunas, completas e precisas à comunidade internacional e proteja o ambiente oceânico, disse Hua em conferência de imprensa.
A operadora da central, a Tokyo Electric Power Co., admitiu pela primeira vez na última segunda-feira que a sua insistência em descrever a tragédia como “dano de um reactor nuclear” nos últimos cinco anos havia “escondido a verdade”.
O radioquímico marinho Ken Buesseler do Instituto Oceanográfico Woods Hole dos Estados Unidos disse que as consequências do acidente nuclear de Fukushima foram sem precedentes pois mais de 80% das substâncias radioactivas derramadas escoaram para o mar.
A porta-voz chinesa disse que seu país espera que o Japão mantenha um alto sentido de responsabilidade para seu próprio povo, os povos dos países vizinhos e a comunidade internacional, acrescentando que a China deseja se comunicar com as partes envolvidas, incluindo a República da Coreia.
A China também pediu que a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) reforce o monitoramento e a avaliação da água radioactiva, disse Hua.
Após um terramoto seguido de tsunami em 2011, o Ministério das Relações Exteriores chinês advertiu sua população que seja prudente sobre viagens às áreas do desastre, segundo a porta-voz, dizendo que a advertência continua vigente.

10 Jun 2016

Hong Kong | Lancôme reabre lojas após protestos

Com medo dos protestos, fecharam-se a sete chaves na quarta mas ontem reabriram. Tudo por causa do cancelamento de um concerto de Denise Ho por, dizem, “motivos de segurança”. Denise acha que foi pelas suas convicções politicas. O Global Times, que iniciou a polémica ao criticar o evento, rejubilou por a Lancôme levar em consideração o público da China continental

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] empresa de cosméticos Lancôme reabriu ontem as suas lojas em Hong Kong, após ter fechado portas na véspera devido a protestos por a marca ter cancelado um concerto da cantora local, crítica da China, Denise Ho.
Segundo o South China Morning Post, Denise Ho instou na sua página no Facebook toda a gente a erguer-se contra o que chamou de “terror branco que se tem vindo a espalhar” pela sociedade e a lutar pela liberdade de expressão.
Na terça-feira, a cantora pediu explicações à marca francesa por a Lancôme, que pertence ao grupo L’Orèal, lhe ter cancelado um concerto, alegadamente devido às suas convicções políticas.
Na quarta-feira, devido à marcação de protestos, as lojas e pontos de venda da marca estiveram fechados em Hong Kong, assim como os escritórios da L’Orèal.
Entretanto, foi lançada uma petição na Internet para apelar ao boicote dos produtos Lancôme.
O concerto promocional de Denise Ho, agendado para dia 19, foi cancelado após reacções negativas nas redes sociais da China continental ao apoio da artista ao Tibete e a movimentos pró-democracia como o Occupy Central (de Hong Kong).
Em comunicado, a cantora considerou a situação “extremamente lamentável”, indicando estar a ser castigada por defender os seus direitos e afirmar as suas convicções.
No domingo, a Lancôme disse que o evento tinha sido cancelado devido a “possíveis motivos de segurança”.
O balcão de venda da marca no maior centro comercial de Times Square, em Hong Kong, foi encerrado, assim como o centro de beleza que a marca possui no mesmo edifício, depois de se saber que tinha sido convocado um protesto nas imediações.
O organizadores do protesto, todavia, avisaram que poderão promover outras iniciativas se não houver resposta da marca.
“O objectivo deste protesto é mostrar ao mundo que devemos manter-nos juntos e, através do boicote [aos seus produtos], mostrar à Lancôme e à L’Orèal que não se podem focar apenas no mercado chinês”, afirmou Avery Ng, da Liga dos Sociais-Democratas, um dos 12 grupos que participaram nos protestos na tarde de quarta-feira.

Agitação na rede

Entretanto, foi também lançada uma petição na internet para apelar ao boicote dos produtos da Lancôme que já reuniu mais de 4.000 assinaturas.
A reacção dos internautas chineses surgiu em resposta a uma publicação do jornal de Pequim Global Times, no microblogue Weibo. O jornal questionou o evento, acusando a empresa de cooperar com “veneno de Hong Kong” e “veneno do Tibete”, ou seja, com uma apoiante da autonomia de Hong Kong e do Tibete.
Alguns internautas chineses começaram, então, a apelar a um boicote à Lancôme. Após o anúncio do cancelamento do concerto, surgiram novas ameaças de boicote, desta feita do ‘outro lado da barricada’.
O Global Times reagiu à notícia, dizendo que a marca francesa revelou “sabedoria” ao cancelar o concerto. Para o jornal, “os motivos são óbvios”: “Aparentemente, a Lancôme tomou mais em consideração os sentimentos do público da China continental, porque a China representa um mercado muito maior do que Hong Kong”. “Como empresa, deve procurar ganhos comerciais, uma sabedoria que deve revelar em situações complexas”, escreveu

10 Jun 2016

Diário (secreto) de Pequim (1977-1983) Parte I

António Graça de Abreu

Pequim, 8 de Setembro de 1977

Alegria, emoção ao chegar à China.
O aeroporto pequeno numa manhã de sol, o grande retrato de Mao Zedong, a garganta presa.
O acolhimento afectuoso, fraterno dos camaradas chineses, futuros companheiros de trabalho.
O primeiro contacto com Pequim. Camponeses, carroças, casas pobres. As árvores bordejando a estrada, a vegetação repousante, as gentes que não conheço.
A primeira decepção, a habitação que me destinaram, um apartamento feio, esquisito, mal mobilado. Vai ser preciso mudar esta casa. Estranha sensação do estranho.
A primeira saída até ao centro da cidade. Pequim plana, avenidas largas, milhares e milhares de bicicletas, poucos automóveis sempre a buzinar. Trânsito desorganizado mas que funciona, reina uma grande ordem nesta desordem. Ainda hortas e terras cultivadas, os campos entram por dentro da cidade. Sempre muita gente. Transparece uma ideia de pobreza, não de miséria.
A Praça Tian’anmen, a da Paz Celestial, enorme, vazia, majestosa. Amanhã faz um ano que morreu Mao Zedong. Cortejos com milhares de pessoas vêm depositar coroas de flores de papel nas tribunas da Praça, junto ao monumento dos Mártires da Revolução porque haverá cerimónias oficiais comemorativas do primeiro aniversário da morte de Mao.
Ao fim da tarde, ainda uma visita e algumas compras na Loja da Amizade. Creio ser um dos grandes armazéns de Pequim, destina-se a estrangeiros e tem montanhas de coisas bonitas e baratas.
Ao jantar, neste hotel que tal como a loja também se chama “da Amizade” e é uma Babilónia de línguas e gentes de todo o mundo, conversa com um velho casal brasileiro, a Raquel Cossoy e o Amarílio Vasconcelos, já com muitos anos de Pequim, e outro casal colombiano, todos refugiados políticos.
Cansaço, um dia pleno.

Pequim, 9 de Setembro de 1977

Edições de Pequim em Línguas Estrangeiras, agora o meu local de trabalho. Um edifício pesado, tipo caixote com seis andares, espartano, uma espécie de convento marxista-leninista-maoísta. Mas funcional. Os companheiros de trabalho que vão fazer as traduções que depois corrigirei e a quem vou ensinar mais português, todos risonhos, simpáticos falando razoavelmente a língua de Camões. A camarada Bai Yuhua e o camarada Fu Ligang, dois dos mais competentes tradutores, estudaram português em Macau.
Na cave das Edições, cerimónia fúnebre muito simples em honra de Mao Zedong. Tudo a preto e branco, as cores do luto, mas com aparência de missa comunista. O retrato do revolucionário, as pessoas a curvarem-se diante da figura do falecido timoneiro, muitas coroas de flores de papel, dois discursos longos de que não entendi uma palavra.
De tarde, visita ao Palácio de Verão. Um estupendo conjunto de construções no estilo tradicional chinês, não muito antigo — parece que é tudo dos séculos XVIII e
sobretudo XIX – junto a um belo lago, com pavilhões, torreões, pagodes e, ao fundo, as montanhas a oeste da cidade.
Hei-de voltar muitas vezes ao Palácio de Verão, não fica longe do Hotel da Amizade, talvez uns cinco quilómetros, e hoje vi apenas de relance, com os olhos. Eu quero conhecer, quero começar a meter a China dentro de mim.

Pequim, 14 de Setembro de 1977

O presidente Mao Zedong repousa no mausoléu que acabou de ser inaugurado, a sul da praça Tiananmen.
Fui ver o corpo do defunto que mais contribuiu para mudar a face da China.
Grupos compactos de pessoas organizadas por entidades de trabalho, filas silenciosas de soldados, os rostos parados, compungidos, aguardavam a vez de entrar na construção de mármore, rectangular, nem bonita, nem feia onde jaz Mao.
Juntei-me à fila ininterrupta que avançava num lento ritmo fúnebre. Lá dentro, na vasta antecâmara, uma grande estátua também de mármore de Mao Zedong, sentado, branco, irradiando a altivez e segurança do melhor período da sua vida. Logo depois o salão com o sarcófago de cristal e Mao coberto pela bandeira comunista, e ele, velho, encarquilhado, uma cara que parece de cera.
À minha frente, o peruano Guillermo Delly que pertence a uns estranhos grupos maoístas lá da sua pátria, agora também acabado de chegar à China e que trabalha comigo nas Edições de Pequim — ele no semanário Beijing Zhoubao北京周报, o que dá Pekin Informe na língua de Cervantes –, pois o Guillermo levantou o braço e, de punho fechado, saudou Mao Zedong.
Em 1970, já no ocaso dos dias mas ainda todo-poderoso, o grande líder confessou numa entrevista a Edgar Snow que entre as multidões imensas que gritavam Mao Zhuqi Wansui! 毛主席万岁ou seja “Viva o Presidente Mao”, um terço das pessoas eram sinceras, outro terço fazia o que via os outros fazer e o último terço era hipócrita. Em qual destes grupos entrará Guillermo Delly? E eu, que não fui capaz de erguer o punho, nem nunca gritei “Viva o Presidente Mao”?

Dazhai, 16 de Setembro de 1977

A primeira viagem pelos atalhos imensos deste antiquíssimo Império do Meio, rumo a Dazhai 大寨 , a aldeia modelo da agricultura chinesa encravada nas montanhas da província de Shanxi, a uns mil e tal quilómetros de Pequim.
Ontem à noite, a estação ferroviária da cidade. Gente por todo o lado, acocorada, dormitando no chão, correndo para os comboios com a filharada às costas, carregando quanta cangalhada pode. Estes chineses vêm a Pequim e aqui compram tudo o que não existe nas suas aldeias, perdidas no mundo. Carregam volumes descomunais, com os objectos mais inesperados e espalhafatosos que enchem tudo quanto é saco ou oscilam na extremidade de varas de bambus num equilíbrio certo sobre ombros calejados.
O comboio pintado de verde-escuro com uma tira amarela, sólido, confortável, pelo menos para mim e para mais uns tantos privilegiados. A viagem foi paga pelas Edições de Pequim a meia dúzia de estrangeiros que lá trabalham. Eu sou um deles e tenho direito a ruanwoche軟臥車, ou seja as couchettes “carruagem cama fofa”. Aprendi hoje que existem mais três tipos de carruagens, a yingwoche硬臥車, ou seja, “carruagem cama dura” com sessenta beliches separados por tabiques, mais o “banco fofo”, almofadado e o “banco duro”, de pau, onde viaja a maioria dos chineses. Com o comboio em andamento, passei de carruagem para carruagem, para comprovar como se viaja de comboio na China.
A minha carruagem tem apenas trinta e seis lugares distribuídos por doze compartimentos. As camas estão limpas, há toalhas, um candeeiro com abat-jour, sempre uma grande garrafa-termos com água quente e chá. E música chinesa.
Por companheiro – somos apenas dois no compartimento – tenho um sudanês enorme, perto de dois metros de altura, de nome Ahmed Kehir, com feições de quase branco e pele negra. Pertence ao Partido Comunista do Sudão, vive exilado na China há doze anos, disseram-me ser um intelectual e poeta, trabalha na Beijing Zhoubao, edição em árabe e deve o bom tratamento ao facto de, há não sei quantos anos atrás, ter aparecido numa fotografia, divulgada por toda a China, ao lado de Mao Zedong, numa pretensa amena conversa com o grande timoneiro.
O comboio partiu rigorosamente à hora marcada, deslizando nos carris com uma suavidade impressionante. A carruagem tem os interiores em madeira, é clara e bonita. Num dos extremos funciona um fogão a carvão de pedra, para aquecer água.
A conversa, em mau inglês, com o sudanês. A situação política em Portugal, África. Pois.
Quase a adormecer, chega um chinês para dormir no nosso quartinho rolante. Mudaram-no de carruagem, é um quadro do Partido Comunista. Terá uns sessenta anos, como cartão de visita diz-nos num inglês de trapos ter lutado na guerra contra a invasão japonesa, nas montanhas das províncias de Hebei e Shanxi.
Depois, o sono confortável. (continua)

10 Jun 2016

Tailândia | Primeiro país da Ásia a erradicar transmissão de VIH de mãe para filho

A Tailândia fez jus à fama dos seus serviços de saúde erradicando a passagem do vírus VIH de mãe para filho. Além disso, os esforços concertados no país levaram também à redução do número de mulheres infectadas: passou de 15 mil casos em 2000 para 1.900 em 2014 – uma descida de 87%

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Tailândia tornou-se no primeiro país da região da Ásia-Pacífico a erradicar a transmissão do Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) e a sífilis de mãe para filho, informou ontem a Organização Mundial de Saúde (OMS).
A OMS também reconheceu o país asiático como o primeiro com um grande número de afectados que consegue o que a organização qualificou como um “feito extraordinário” e “um passo crucial para reduzir a epidemia do VIH”.
“A Tailândia mostrou ao mundo que o VIH pode ser derrotado”, disse o director regional para o sudeste da Ásia da OMS, Poonam Khetrapal Singh, em comunicado.
Aproximadamente 21 mil crianças nascem anualmente com VIH na região da Ásia-Pacífico, onde existem cerca de 200 mil menores afectados.
Segundo a OMS, mulheres infectadas com o VIH têm entre 15 e 45 por cento de probabilidade de transmitir o vírus aos seus filhos durante a gravidez, parto ou durante a amamentação, mas o risco diminui para 1% se durante estes períodos lhes forem administrados anti-retrovirais.
De acordo com o Ministério da Saúde da Tailândia, 98% das mulheres com VIH tem acesso a anti-retrovirais e a transmissão do vírus de mãe para filho foi reduzida a menos de 2%.
As autoridades tailandesas estimam que em 2000 aproximadamente mil crianças tenham sido infectadas com VIH, número que diminuiu cerca de 90% em 2015, até aos 85 casos em todo o país, onde um universo de 450 mil vivia com este vírus em 2014.
Além de conter a transmissão do VIH entre mãe e filho, a Tailândia também conseguiu reduzir o número de mulheres infectadas: passou de 15 mil casos em 2000 para 1.900 em 2014 – uma descida de 87%. A OMS destacou que o sistema de saúde pública da Tailândia garante o acesso universal aos cuidados médicos e que o mesmo cobre o tratamento de VIH, tanto para tailandeses como para a população imigrante.
“A Tailândia deu a volta à epidemia e transformou a vida de milhares de mulheres e crianças afectadas pelo VIH”, disse o director do programa da ONU contra a sida, Michel Sidibé, no mesmo comunicado. “O progresso da Tailândia mostra o que se pode alcançar quando a ciência e a medicina são apoiadas com um significativo compromisso político”, acrescentou.
A OMS fez o reconhecimento antes de a ONU reunir ontem representantes de todo o mundo para tentar acelerar a luta contra a sida e de modo a que se atinja o objectivo de erradicar a epidemia antes de 2030. Essa meta – fixada em 2015 nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável adoptados pela ONU – chega depois de se ter conseguido, nos últimos anos, conter e reduzir a propagação da sida em todo o mundo.

10 Jun 2016

Mong-Há | Deputado questiona ausência de pólo cultural

Depois da inauguração do espaço “Anim’Arte Nam Van”, o deputado Si Ka Lon critica a falta de novidades em relação ao anunciado pólo cultural de Mong-Há, onde se situam as vivendas na Avenida Coronel Mesquita

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] deputado Si Ka Lon defendeu ao jornal Ou Mun que o Governo deve prestar mais atenção ao desenvolvimento cultural e artístico da zona de Mong-Há, uma semana após a inauguração da zona de lazer junto ao lago Nam Van, intitulada “Anim’Arte Nam Van”. Em declarações ao jornal Ou Mun, o deputado lembrou que o projecto pensado para a zona de Mong-Há continua por desenvolver, apesar de ter sido prometido nas Linhas de Acção Governativa (LAG).
Por se tratar de uma zona que abrange a Avenida Coronel Mesquita e as tradicionais vivendas de traço colonial, o deputado Si Ka Lon considera que os departamentos públicos devem reforçar a sua cooperação e diminuir as burocracias, para que se possa avançar com o aproveitamento destas casas. Si Ka Lon disse ainda que não houve avanços quanto a esta promessa e que o projecto poderá demorar anos até que seja concretizado.
Ao mesmo jornal de língua chinesa falou Lam Fat Iam, presidente da Associação da História Oral de Macau, que defendeu que a zona de Mong-Há possui muitos recursos turísticos, apelando ao Governo a que não discuta a questão apenas no papel.
Lam Fat Iam referiu que o Governo precisa de apostar em mais mão-de-obra para tratar de toda a documentação histórica relacionada com a zona de Mong-Há, defendendo que, sem esse acervo documental, a transformação em pólo cultural não será um projecto perfeito.

No papel

Em Outubro do ano passado, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, disse existirem planos para reaproveitar os recursos turísticos e culturais na zona de Mong-Há, as quais incluíam as 12 moradias tradicionais. A ideia seria criar uma nova zona de turismo com uma forte ligação à cultura.
A ideia contida nas LAG fazia referência à realização de um “planeamento geral sobre o conjunto das vivendas situadas no cruzamento entre a Avenida do Coronel Mesquita, a Estrada do Coelho do Amaral e a Rua Francisco Xavier Pereira”. Estará a ser pensada a criação da Casa Memorial de Xian Xing Hai, para que a zona possa albergar um museu para atrair turistas. Alexis Tam prometeu um prazo de dois a três anos para a reutilização destas vivendas, com a inclusão do templo, do Forte de Mong-Há e do espaço artístico Armazém do Boi. O Secretário da tutela prometeu novas informações sobre a área até finais do ano passado, mas, meses depois, nada de novo foi avançado.

8 Jun 2016

Hotel Estoril | Siza Vieira aceita recuo do Governo

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] arquitecto português Álvaro Siza Vieira diz “naturalmente” aceitar a decisão do Governo de Macau de realizar um concurso público para a reconversão do antigo Hotel Estoril, apesar de o projecto ter sido encomendado ao Prémio Pritzker.
“Tomei conhecimento da decisão em organizar um concurso para o projecto respectivo, decisão que naturalmente aceitei, comunicando-o ao excelentíssimo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura”, disse o arquitecto, em resposta escrita à Agência Lusa. Na sexta-feira, o Secretário Alexis Tam anunciou que por uma “questão política”, o projecto do hotel deixaria de ser entregue por ajuste directo a Siza Vieira, já que muitos arquitectos locais manifestaram interesse em participar, o que só seria possível com um concurso público.
Questionado, ainda na sexta-feira, sobre se já tinha informado o arquitecto português, o governante respondeu que “muito por alto, informalmente”, indicando que Siza será convidado a participar no concurso. “Vai ser convidado, em vez de ser adjudicação directa. [O ajuste directo está] de acordo com a legislação. Só que isso foi a ideia do ano passado. Hoje em dia, a situação é diferente porque muitos arquitectos querem concorrer. No fim, é uma questão política”, afirmou Alexis Tam, citado pela Rádio Macau e pelo canal em português da TDM.

8 Jun 2016

Nomeação de Jack Ma em Boletim Oficial

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oram publicados ontem dois despachos em Boletim Oficial (BO) que dão conta da nomeação do patrão da Alibaba, Jack Ma Yun, para dois conselhos consultivos. Jack Ma, que também é dono do jornal de Hong Kong South China Morning Post, vai ser consultor no Conselho de Ciência e Tecnologia e no Conselho para o Desenvolvimento Económico. Jack Ma deu esta segunda-feira uma palestra na Universidade de Macau em que defendeu a aposta no comércio electrónico por parte das Pequenas e Médias Empresas.

8 Jun 2016