China | Actividade industrial sobe para nível mais alto em dois anos

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m Agosto, e de acordo com as autoridades chinesas, o índice de produção na indústria subiu para o nível mais alto dos últimos dois anos. Os peritos que avaliaram a situação chegaram a este valor associando dois indicadores: procura e produção.
O Purchasing Managers Index (PMI) fixou-se em 50,4%, em Agosto, o nível mais alto desde Outubro de 2014, detalham os dados do Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês. É um forte aumento face ao mês anterior, quando o índice se fixou em 49,9%, e supera largamente a previsão da agência Bloomberg, que apontou para os 49,8%.
Quando se encontra acima dos 50 pontos, o PMI sugere uma expansão do sector, pelo que abaixo dessa barreira pressupõe uma contracção de actividade. O índice é tido como um importante indicador mensal do desenvolvimento da segunda maior economia do mundo.

Economia em alta

O resultado “assinala uma recuperação na procura e produção e uma optimização da estrutura”, refere Zhao Qinghe, um analista do GNE, em comunicado.
A actividade da indústria manufactureira da China, um importante motor de crescimento económico do país, tem vindo a revelar-se volátil desde há vários meses, face à queda na procura global por produtos chineses e o excesso de capacidade industrial no sector secundário do país, após o fim do “boom” no sector da construção.
Zhao apontou ainda para persistentes pressões descendentes nas exportações e importações, devido à frágil recuperação da economia mundial.
Cerca de 40% das empresas inquiridas admitiram enfrentar dificuldades financeiras, enquanto cada vez mais firmas enfrentam a subida dos custos de mão-de-obra e da logística, referiu Zhao.
Após a crise financeira de 2008, a China foi o principal motor da recuperação da economia mundial, mas, no ano passado, cresceu ao ritmo mais lento do último quarto de século , 6,9%, e voltou a abrandar na primeira metade de 2016.
Pequim tem encontrado obstáculos no processo de reconfiguração do seu modelo económico, que visa apostar no consumo interno, em detrimento do investimento em infra-estruturas, como motor de crescimento.
Os dados ontem difundidos pelo GNE revelam que as pequenas e médias empresas têm enfrentado maiores dificuldades do que os grandes grupos que têm acesso mais fácil a crédito e ao mercado.

2 Set 2016

Empresas da UE apelam ao fim de tratamento “desigual”

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Câmara do Comércio da União Europeia (UE) na China criticou ontem o “tratamento” desigual dado ao investimento no país e apelou ao fim das interdições impostas ao capital estrangeiro, ameaçado com o acesso ao mercado europeu.
“Para os chineses, a Europa é um ‘buffet’ variado, onde tudo decorre com facilidade, enquanto [na China], para nós, são quatro pratos e uma sopa”, afirmou o presidente do grupo, Jorg Wuttke, em Pequim.
O comentário surge numa altura em que grupos chineses fazem grandes aquisições em empresas, clubes de futebol, infra-estruturas, aeroportos ou portos europeus.
Em Portugal, por exemplo, o país asiático tornou-se, nos últimos anos, um dos principais investidores, comprando participações importantes nas áreas da energia, dos seguros, da saúde e da banca.
Mas, “enquanto a Europa dá as boas vidas ao investimento estrangeiro, a falta de reciprocidade é insustentável e poderá levar ao proteccionismo e ao aumento das tensões”, lê-se num comunicado difundido ontem pela Câmara do Comércio.
A mesma nota refere que é do interesse da China aliviar as restrições e demonstrar que Pequim “apoia princípios aceites globalmente”.
O investimento chinês na Europa aumentou 44%, em 2015, face ao ano anterior, para 20 mil milhões de euros.
O governo chinês tem encorajado as empresas do país a investir além-fronteiras, como forma de assegurar fontes confiáveis de retornos, face aos sinais de abrandamento na economia doméstica, e adquirir tecnologia avançada, visando tornar as empresas chinesas mais competitivas em sectores como a indústria aeroespacial, agro-industrial e robótica.
No primeiro semestre de 2016, a estatal China National Chemical Corp ofereceu 43 mil milhões de dólares pela gigante suíça de pesticidas e sementes Syngenta, no que será de longe a maior aquisição de sempre da China no exterior.
Entre outros investimentos mediáticos protagonizados pela China constam o banco alemão Hauck & Aufhauser, o fabricante de pneus italiano Pirelli e a fornecedora de sistemas robóticos Kuka.
No mês passado, o grupo de investimento chinês Fosun propôs comprar 16,7% do capital do banco português BCP, por um preço que deverá ser de 236 milhões de euros, e que poderá reforçar posteriormente a sua participação “para entre 20% a 30%”.
Só em Portugal, aquele grupo detém já a Fidelidade, a Espírito Santo Saúde, reconvertida em Luz Saúde, e uma participação de 5,3% na REN (Redes Energéticas Nacionais).

Vantagem de cá

A Câmara do Comércio da UE em Pequim afirma que “seria quase impossível imaginar” que investidores europeus fossem autorizados a investir em empresas chinesas deste calibre, referindo-se ao paradigma actual como um resultado “benéfico para apenas um lado”.
A China surge na 84.ª posição – atrás da Arábia Saudita e da Ucrânia – no ranking do Banco Mundial que avalia a facilidade de fazer negócios em diferentes países.
No relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a República Popular da China surge em penúltimo, no que toca às restrições impostas ao investimento estrangeiro.
Caso Pequim não reduza as barreiras do mercado chinês, arrisca-se a perder o livre acesso ao mercado europeu, porque o contrário seria “politicamente inaceitável”, frisou Wuttke.
“O contraste absoluto entre [o fluxo de investimento chinês para a Europa] e um mercado chinês vedado levará muitas pessoas a chegar à conclusão de que a China se está a aproveitar de nós”, disse.
“Como vimos com o Brexit (o referendo que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia), a globalização também produz perdedores, e os perdedores têm uma voz política”, continuou.
Alguns partidos na Europa poderão vencer eleições com “argumentos contra a China”, notou Wuttke, referindo-se aos protestos de milhares de trabalhadores da indústria do aço, em Bruxelas, contra o impacto negativo do país asiático no sector.
A China produz hoje mais aço do que os outros quatro gigantes do sector – Japão, Índia, EUA e Rússia – combinados, levando à queda dos preços nos mercados internacionais.
No mês passado, a UE aprovou medidas ‘antidumping’ (produção subsidiada) nas importações de aço laminado a frio da China.
As exportações de aço da China para a Europa aumentaram 28%, no primeiro trimestre do ano, enquanto os preços recuaram mais de 30%.

2 Set 2016

A volta ao mundo a pedalar

Dois homens, o mesmo sonho: percorrer o mundo de bicicleta. Um é chinês o outro português. Quis o destino que se cruzassem. Eric Feng pedalou da China até Portugal onde lhe roubaram a bicicleta. Depois de encontrá-la Hernâni ajudou-o e quis devolvê-la. O reencontro aconteceu agora no Império do Meio

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m 2012 o chinês Eric Feng decidiu concretizar um sonho, unir o seu país, China, a Portugal. Porquê? Porque sempre teve uma grande paixão pelo navegador Zheng Hen, natural da sua cidade natal Kunning. Como em Portugal há um outro navegador com feitos históricos, decidiu juntar o útil ao agradável e fez uma viagem de bicicleta como símbolo de união entre estes dois países. Tudo correu bem até à sua chegada a Portugal, após ter pedalado mas de 18 mil quilómetros e de ter atravessado dez países. Quando estava em Sines, durante a noite roubaram-lhe a “fiel companheira” de duas rodas. Apresentou queixa na polícia, mas teve mesmo de seguir viagem com uma bicicleta emprestada por um português chamado Hernâni, que fazia parte de uma rede de apoio a ciclistas. “Ainda esteve em minha casa em Almada e depois seguiu viagem”, diz o português. Podia ter sido o fim desta história, mas não foi. Já quando estava na China a bicicleta foi encontrada. A questão era como trazê-la de volta. É aqui que a vida dos dois se volta a cruzar.
Hernâni é um português que gosta de aventura e que, aproveitando a reforma, decidiu organizar uma grande viagem. “Ele falou comigo e manifestou vontade de reaver a bicicleta. Eu estava na altura a preparar a minha grande viagem de volta onde pretendia unir locais de interesse em comum com Portugal e ofereci-me para a levar”. Simples! “Avisei-o que ia demorar pois antes de chegar ao Oriente ainda ia a Marrocos, ao Golfo Pérsico, ao Irão e à Índia”. Durante dois anos e três meses pedalou a bicicleta do “amigo”. Foram 23 mil quilómetros bem contadinhos.
Das peripécias
Hernâni Cardoso partiu de Guimarães no dia 20 de Maio de 2014 e chegou à fronteira do Vietname com a China no dia 25 de Agosto de 2016. Mas a bicicleta do amigo que lhe serviu de transporte durante uma grande parte do percurso, não resistiu a um acidente no norte da Índia. “Fui abalroado por um camião do exército Indiano na berma da estrada e embora tivesse substituído algumas peças, a bicicleta não aguentou”. Mesmo assim continua, “ainda resistiu a Kuala Lumpur e a Malaca onde comprei outra”. Foi então que a despachou para a China.
O certo é que três meses depois, “já eu tinha andado pela indonésia, Singapura, Malásia, Tailândia, Myanmar e Camboja e ninguém sabia onde parava a bicicleta”. Após muitos telefonemas, foi encontrada e enviada para uma amiga do Eric em Kuala Lumpur. Foi ela que a trouxe para Kunming.”
Depois de entregue só faltava mesmo os dois amigos voltarem a encontrar-se. “Quando cheguei à casa dele a reacção foi extraordinária. Recebeu-me de braços abertos juntamente com a sua família e alguns amigos”. Hernâni vai ficar mais uns dias.
Esta volta ao mundo era um sonho de criança e “quando me vi reformado tive a noção que não ia ficar parado em casa à espera que a morte chegasse. Vendi tudo, carro, mobílias, casa e decidi viajar”. Foi a concretização de um sonho de menino.

2 Set 2016

Tailândia | Líder de rede de tráfico de migrantes condenado a 35 anos de prisão

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tailandês acusado de liderar uma ampla rede de tráfico de migrantes, sobretudo pessoas da minoria rohingya (minoria muçulmana existente na Birmânia), foi condenado a 35 anos de prisão, divulgaram ontem as autoridades tailandesas.
O homem, identificado como Sunand Saengthong, foi condenado na quarta-feira por um tribunal de Pak Phanang, no sul da Tailândia.
Com base em testemunhos e nos registos bancários, o tribunal concluiu que o acusado era “um coordenador do tráfico de [migrantes] rohingya”.
Na altura da sua detenção, em Janeiro, várias pessoas da minoria rohingya foram descobertas em veículos sobrelotados, algumas não resistiram e morreram de asfixia, segundo recordou a Comissão asiática de Direitos Humanos, que acompanhou o julgamento.

Ponto chave

O sul da Tailândia, na fronteira com a Malásia, tem sido ao longo dos anos um importante ponto do tráfico ilegal de migrantes, em muito alimentado por pessoas da minoria rohingya que fogem da opressão de que são vítimas há décadas na Birmânia. Também é comum encontrar muitos cidadãos do Bangladesh que tentam fugir da pobreza.
No entanto, desde 2015, a junta militar no poder em Banguecoque decidiu acabar com esta actividade muito lucrativa, na qual elementos das forças de segurança também estavam envolvidos.
Na sequência desta decisão, várias embarcações provenientes da Birmânia e do Bangladesh que transportavam migrantes foram abandonadas por passadores nas costas tailandesas em Maio de 2015. Também foram descobertos campos de transição na selva no sul da Tailândia, com sepulturas de migrantes que não terão resistido à longa viagem.
Mais de uma centena de traficantes, incluindo um general, foram detidos na Tailândia no âmbito do endurecimento das medidas do governo tailandês.
O secretário-geral da ONU pediu esta semana ao governo da líder birmanesa Aung San Suu Kyi para conceder a cidadania aos vários milhares de rohingya que vivem naquele país.
“Transmito as preocupações da comunidade internacional sobre as dezenas de milhares de pessoas que vivem em condições muito duras em acampamentos há mais de quatro anos”, declarou Ban Ki-moon, durante uma conferência de imprensa conjunta com Aung San Suu Kyi em Naypyidaw, capital administrativa da Birmânia.
A minoria rohingya, composta por cerca de um milhão de pessoas, continua ainda a ser considerada como uma comunidade de imigrantes ilegais do vizinho Bangladesh, apesar de alguns viverem na Birmânia há várias gerações.
Muitos deles vivem em acampamentos na região oeste do país, depois dos incidentes intercomunitários de grande violência ocorridos em 2012.

2 Set 2016

Exposição conjunta de recém-licenciados em Arte arranca em Setembro

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] a primeira vez que jovens licenciados fazem um exposição conjunta de Arte. A “Y Show”, organizada pela Chiu Yeng Culture, arranca a 29 de Setembro e estende-se a 2 de Outubro, juntando recém-licenciados de várias instituições de ensino superior de Macau na área das artes, que vão ter os seus trabalhos expostos no Hotel Regency.
A iniciativa surge da necessidade de incutir um espírito criativo e empreendedor nos mais novos, que a organização considera que é colmatada através da partilha de experiências com artistas locais e internacionais. Estes são convidados para expor e para participarem nos vários seminários que irão decorrer durante os cinco dias do evento.

Elevar Macau

Para 30 de Setembro está marcado uma sessão de partilha com diversas personalidades do mundo das artes. Do Japão vem Katsumi Asaba, director de Arte e fundador de um estúdio de Design em 1975. É membro do Comité do Tokyo Art Directors Club e presidente da Associação de Designers Gráficos de Tóquio, tendo recebido diversos prémios no sector. Jianping He, da Alemanha, nasceu na China mas é em Berlim que trabalha, em Design, indústria pelo qual já recebeu inúmeros prémios. Seguem-se Fons Hickmann Matthias, também designer gráfico, escritor e professor de desenho na Universidade das Artes de Berlim.
De Macau, são Mann Lao e Sabrina Ho as convidadas. A primeira é directora-criativa do Chiii Design. Trabalhou em diversas agências de publicidade como a Worldwide em Xangai e a Leo Burnett e foi convidada para trabalhar noutros países para marcas comerciais e projectos culturais. Voltando a Macau em 2011, tornou-se professora de Design de marca no Instituto Politécnico de Macau e, em 2012, criou a Chiii. Co-organiza esta actividade.
Já Sabrina Ho é directora da entidade organizadora e membro do Conselho das Indústrias Culturais. Em 2015 foi tida como uma das cem pessoas mais influentes do mercado chinês de arte do mundo.
Além desta sessão, que acontece das 11h30 às 12h30, há ainda outros seminários que incidem sobre o futuro desenvolvimento do Design ( 14h30), a nova geração de designers (16h00) e o futuro da área em Macau, este marcado para o dia 1 de Outubro às 11h30. Marcado para dia 2 está ainda o seminário sobre o impacto do Design na sociedade. Arranca às 14h30.
“O objectivo desta exposição também passa pela partilha de informação e conhecimento entre as instituições de ensino local e as do estrangeiro para elevar Macau a um centro para a nova geração de artes e cultura na Ásia”, refere a mesma fonte. “Não adianta trabalhar na criação de novos designs se estes não são aceites. O que torna uma marca rentável e funcional é ser produtiva e aceite pelo público e pelos mercados. É nisso que se devem concentrar”, refere ainda.

1 Set 2016

Fogo de Artifício | Concurso regressa com dez equipas internacionais

O Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau começa este fim-de-semana e estende-se até Outubro. Dez equipas de todo mundo prometem impressionar e, de novo, Portugal marca presença

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]omeça já este fim-de-semana o Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau (CIFAM). A partir de sábado e nos dias 10, 15 e 24 de Setembro e 1 de Outubro, a zona ribeirinha em frente à Torre de Macau é o palco escolhido para as dez equipas internacionais pintarem o céu de cores e efeitos pirotécnicos, ao som de música.
A organização cabe novamente à Direcção dos Serviços de Turismo (DST). Helena de Senna Fernandes, directora do organismo, realça que “todos os anos vêm actuar neste espectáculo algumas das melhores empresas do ramo”. Nesta que é a 28º edição há duas estreias: o Canadá e a Roménia. “Muitos visitantes vêm de propósito para assistir ao espectáculo”, concluiu.
Todas as empresas presentes no evento são antigas na indústria da pirotecnia e contam com um passado de prémios e participações. Do Canadá, vem a “Feu d’artifice Orion”, criada em 1999 e que conseguiu, em 2015, ser a primeira classificada no Concurso Internacional de Fogo de Artifício Blackpool, no Reino Unido. A companhia pirotécnica da Roménia, “Pyro-Technic Transilvania Ltd”, criada em 1998, produz anualmente mais de 250 espectáculos pirotécnicos. As restantes oito equipas já participaram no CIFAM em anos anteriores. O “Macedos Pirotecnia, Lda” vem de Portugal e participou quatro vezes, tendo sido vencedor no 12.° CIFAM. Organizou o maior espectáculo pirotécnico do mundo, registado nos Recordes Mundiais do Guinness, na passagem do ano em 2006, na Ilha da Madeira, tendo mantido o recorde até 2012.
A companhia do Reino Unido, a “Pyro 2000 Ltd”, foi segunda classificada no 12.° CIFAM. É considerada uma das maiores companhias piro-musicais britânicas. A representar a Suíça vem a “SUGYP SA”, criada em 1967 e terceira classificada no 25.° CIFAM. Organiza anualmente mais de 250 espectáculos pirotécnicos. A Marutamaya Ogatsu Fireworks Co, Ltd. participou no 5.° e no 19.° CIFAM, tendo obtido o primeiro e o terceiro lugar, respectivamente. Vem do Japão. A “Hunan Jingtai Fireworks Co., Inc”, oriunda da província de Hunan, a terra-natal do fogo de artifício do interior da China, conta com mais de 30 anos e foi vencedora do CIFAM em 2014.  

Programa
São dois espectáculos por cada dia, sendo que o primeiro acontece às 21h00 e o segundo sempre às 21h40. A abrir está a equipa da Tailândia e a de Portugal. O tema é “Fantasia Pirotécnica”. No dia 10 as equipas são da Inglaterra e da Suíça e o tema é “Tributo a Bond”. Dia 15 é a vez do Japão e da Coreia do Sul com “Harmonia Lunar de Outuno”. A encerrar o mês de Setembro estão a Itália e o Canadá, com o tema “Estrelas Distantes”, sendo que a Roménia e a China encerram o festival, no dia 1 de Outubro. O tema é “Celebração do Céu”.

1 Set 2016

Alumínio | Empresa norte-americana comprada por milionário chinês

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m empresário da China decidiu pagar 2,33 mil milhões de dólares pela produtora de alumínio norte-americana Aleris Corporation. A Zhongwang USA, uma firma de investimentos controlada por Liu Zhongtian, anunciou em comunicado que vai pagar 1,11 mil milhões de dólares pela Aleris, que tem sede na cidade norte-americana de Cleveland, e pagar as dívidas da empresa, avaliadas em 1,22 mil milhões.
Liu é o fundador e presidente da Zhongwang China, que está cotada na bolsa de Hong Kong, e é a segunda maior fabricante do mundo de produtos industriais de extrusão de alumínio. O seu património líquido está avaliado em 3,1 mil milhões de dólares, segundo a revista norte-americana Forbes.”Esta aquisição é uma expansão internacional que visa estabelecer uma base de negócios complementares”, afirma o comunicado.
A Aleria tem 13 unidades de produção espalhadas pelos Estados Unidos da América, Europa e China, e é fornecedora de importantes construtoras, como a Airbus, Boeing e Bombardier.
Desde o início do ano, as empresas chinesas já anunciaram mais de 3,9 mil milhões de dólares em aquisições fora do país, nos sectores indústria farmacêutica, biotecnologia e saúde, dez vezes o valor total gasto em 2012, segundo a Bloomberg. O governo chinês tem encorajado as empresas do país a investir além fronteiras como forma de assegurar matérias-primas e fontes confiáveis de retornos, face aos sinais de abrandamento na economia doméstica.
No início do mês, o grupo de investimento chinês Fosun propôs comprar 16,7% do capital do Banco português BCP, por um preço que deverá rondar os 236 milhões de euros, e que poderá reforçar posteriormente a sua participação “para entre 20% a 30%”. Só em Portugal, aquele grupo detém já a Fidelidade, a Espírito Santo Saúde, reconvertida em Luz Saúde, e uma participação de 5,3% na REN (Redes Energéticas Nacionais).

1 Set 2016

China | Bancos alertam para aumento do crédito mal parado

Cada vez mais os chineses têm dificuldade em saldar as suas dívidas. Quem o diz são os gigantes bancários do país que alertam para o aumento do crédito mal parado

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s quatro maiores bancos estatais chineses anunciaram um aumento do crédito mal parado, no primeiro semestre do ano, numa altura em que a economia chinesa cresce ao menor ritmo do último quarto de século. Em comunicado enviado à bolsa de Hong Kong, o ICBC, o maior banco do mundo em capitalização em bolsa e por depósitos, revelou que a taxa de incumprimento entre os devedores em Junho, subiu para 1,55%, acima do valor registado no mesmo mês do ano passado, de 1,50%.
A mesma nota detalha que, no primeiro semestre, os lucros do banco subiram 0,8%, em termos homólogos.
Os três outros gigantes estatais anunciaram também um aumento no crédito mal parado, à medida que Pequim recorre a crédito barato visando impulsionar o crescimento económico.
O Banco da China, o mais utilizado para troca de divisas estrangeiras, disse na terça-feira que a quantidade de crédito malparado subiu para 1,47%, no final de Junho, acima do valor de 1,43% registado em Dezembro 2015.
Na semana passada, o China Construction Bank, o segundo maior credor do país, anunciou um aumento da taxa de incumprimento de 0,05%, para 1,63%, enquanto o Agricultural Bank of China fixou aquela cifra em 2,40%, ligeiramente acima do registado no ano passado.
No final do ano passado, o endividamento da China atingiu os 168,48 biliões de yuan o equivalente a 249% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo estimativas da Academia de Ciências Sociais da China. A mesma fonte diz ainda que o maior risco reside no sector corporativo não financeiro, no qual a proporção da dívida em relação ao PIB é estimada em 156%, incluindo as dívidas contraídas por mecanismos de financiamento dos governos locais.
Em Junho passado, um funcionário da Comissão Reguladora do Sistema Bancário da China revelou que nos últimos três anos, os bancos do país amortizaram mais de 300.000 milhões de dólares em crédito mal parado, mais de três vezes o valor do resgate económico acordado em 2011 entre o Governo português e a “troika”.
A economia chinesa cresceu 6,9%, em 2015, o ritmo mais lento dos últimos 25 anos.

1 Set 2016

Sócia da Uber fecha acordos com 50 empresas de táxis

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] aplicativo de transporte chinês Didi Chuxing, que este mês adquiriu as operações da Uber na China, assinou ontem acordos de cooperação com 50 companhias locais de táxis, prevendo ampliar as suas operações conjuntas.
Os acordos prevêem que o Didi Chuxing disponibilize às empresas os pedidos dos utilizadores do seu aplicativo móvel e a informação recolhida pela sua unidade de ‘big data’ (processamento em massa de dados dos clientes), para melhorarem a sua eficiência.
As 50 empresas que se aliaram ao Didi Chuxing, uma firma na qual a Apple investiu 1.000 milhões de dólares em Maio passado, operam numa dezena de cidades chinesas, entre as quais Pequim e Xangai.
Com este modelo, a empresa chinesa inclui no seu aplicativo os serviços de 1,8 milhões de taxistas, em 380 cidades, e de condutores privados, em 400.
A firma, que tem uma quota de quase 90% do mercado chinês, recebendo por dia cerca de 16 milhões de pedidos, garante que melhorou o sistema para solicitar um táxi, permitindo saber a distância entre os clientes e os condutores, estado do trânsito, e a oferta e procura.

1 Set 2016

China | Demolido um dos maiores altos-fornos do noroeste do país

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m dos maiores altos-fornos do noroeste da China, utilizado na produção de ferro, foi ontem demolido, numa altura em que a segunda maior economia mundial tenta eliminar o excesso de capacidade de produção no sector secundário.
Segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, 200 trabalhadores iniciaram a demolição do alto-forno número 2 do Baogang Group, uma estrutura com meio século de existência e 1.800 metros cúbicos de dimensão.
A sua capacidade de produção anual está fixada em 1,33 milhões de toneladas de ferro
No conjunto, a estrutura do forno, oleodutos e outras partes da construção pesam 10 mil toneladas, segundo técnicos responsáveis pela demolição, citados pela Xinhua.
É o maior forno a ser demolido na China, desde que Pequim anunciou um plano designado “reforma do lado da oferta”, que visa reduzir o excesso de capacidade na indústria pesada, refere a agência.
No ano passado, o maior grupo especializado em exploração de carvão, no noroeste da China, anunciou que vai eliminar 100.000 postos de trabalho até 2018, para “tentar minimizar os prejuízos”, num dos maiores despedimentos em massa registados no país nos últimos anos.
De acordo com o Ministério de Recursos Humanos e Segurança Social da China, só nas indústrias do carvão e do aço, a China deverá extinguir 1,8 milhão de empregos.
Depois de três décadas a crescer em média quase 10% ao ano, a China cresceu 6,9%, no ano passado, o ritmo mais lento do último quarto de século, enquanto o rápido processo de urbanização regista sinais de abrandamento.
Pequim quer transformar o sector dos serviços e o consumo interno nos novos motores de crescimento económico.

1 Set 2016

Direitos Humanos | HRW apela ao G20 para pressionar a China

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s líderes dos países membros do G20, que se reunirão na próxima semana na China, devem apelar ao Governo chinês para que acabe com a repressão “implacável” sobre activistas chineses, defendeu a organização não-governamental Human Rights Watch (HRW).
Numa carta dirigida aos líderes das maiores economias do mundo, a organização de defesa dos Direitos Humanos apela ainda para o protesto contra as restrições impostas por Pequim à participação de grupos da sociedade civil na Cimeira do G20.
“O desprezo da China por activistas é evidente na repressão levada a cabo no seu território e nas restrições impostas durante a Cimeira do G20”, afirma em comunicado divulgado ontem Sophie Richardson, directora para a China da Human Rights Watch.
“É importante que os líderes do G20 chamem a atenção, publicamente e em privado, para as práticas abusivas da China, ou então que partilhem da culpa pelo vergonhoso tratamento dado aos activistas durante a Cimeira”, acrescentou.

Controlo apertado

A organização aponta os esforços chineses para reprimir a sociedade civil, incluindo sobre manifestantes anti-corrupção ou activistas pelos direitos dos trabalhadores, recorrendo a ameaças e perseguição, ou a leis restritivas, como a nova directriz que limita a actuação das organizações não-governamentais.
Durante a liderança do actual Presidente chinês, Xi Jinping, as autoridades reforçaram o controlo sob académicos, advogados e jornalistas.
A carta foi enviada para a Argentina, Austrália, Canadá, União Europeia, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Japão, México, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos da América.
“Se o G20 quer seriamente ouvir grupos da sociedade civil, os seus líderes devem então visitar as prisões chinesas, e não as salas de conferências de Hangzhou”, apontou Richardson.
“Permitir que a China receba este evento e permanecer em silêncio sobre os abusos irá enviar ao Governo chinês – e às pessoas na China – uma mensagem completamente errada”, apontou.
Ao contrário dos governos e da opinião pública dos países mais ricos, que tendem a enfatizar a importância da liberdade política individual, as autoridades chinesas defendem “o direito ao desenvolvimento” como “o mais importante dos direitos humanos”.

1 Set 2016

China | Trabalhadores de férias e fábricas fechadas para G20

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades estão a preparar-se para a chegada da cimeira do G20, que reúne 20 potências económicas na China. Ordenaram aos trabalhadores que gozassem férias de 1 a 7 de Setembro e pediram que o fizessem, de preferência, fora da cidade. Algumas fábricas vão fechar durante 12 dias bem como estabelecimentos na baixa do município de Hangzhou, de acordo com informação veiculada em conta oficial nas redes socais. Todos os esforços são no sentido de diminuir os níveis de poluição e permitir um céu azul.
Esta não é a primeira vez que a China tenta aliviar os índices de poluição com o encerramento obrigatório de algumas fábricas em várias das principais cidades. A última vez que tal aconteceu foi no ano passado, por ocasião de uma grande parada militar para assinalar o aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial. Desde esse dia a atmosfera limpa foi baptizada, pelos chineses, como “azul parada” fazendo eco do “azul APEC” que puderam apreciar em 2014, antes da cimeira do grupo de Cooperação Económica Ásia-Pacífico em Pequim
Por estes dias a ordem para encerramento abrange as unidades de produção de químicos, materiais de construção e manufactura de têxteis que se estendem de Xangai a outras quatro províncias, de acordo com páginas oficiais da internet.
Para além de tentar despoluir o ambiente, as autoridades tentam também descongestionar o trânsito e permitir que a circulação seja mais fácil.
A Cimeira realiza-se nos dias 4 e 5 de Setembro.

31 Ago 2016

Anterior chefe máximo do Tibete nomeado para Xinjiang

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Partido Comunista da China (PCC) anunciou a nomeação de Chen Quanguo como novo responsável máximo da organização na região autónoma de Xinjiang depois deste ter ocupado, até à data, aquele cargo no Tibete. Estas são as duas regiões chinesas mais vulneráveis ao separatismo.
O Tibete foi ocupado por tropas chinesas em 1951. A 14 de Março de 2008 várias manifestações degeneraram em violência em Lassa, capital da região autónoma, e em locais onde residem minorias tibetanas, causando 21 mortos, de acordo com Pequim, e mais de 200, segundo o governo tibetano no exílio.
Chen Quanguo que é da etnia chinesa maioritária han, assumiu o cargo de secretário-geral do PCC, o mais importante nas regiões autónomas chinesas, no Tibete em 2011. Desde então, “a região permaneceu estável e alcançou um rápido crescimento económico”, referiu o jornal oficial China Daily.
A sua chegada a Xinjiang, palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, ocorre num período em que Pequim intensifica a luta contra o “separatismo” nesta região habitada pela minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional.
Peritos e grupos de defesa dos Direitos Humanos consideraram que a política repressiva de Pequim relativamente à cultura e religião dos uigures alimenta as tensões étnicas. O Governo chinês acusa o que considera ser grupos separatistas exilados, como o Movimento Islâmico do Turquestão Oriental, de estar por detrás dos ataques terroristas ocorridos no Xinjiang.”Prevenir actividades terroristas tem sido o maior desafio para os altos funcionários no Xinjiang, que tem sido a linha da frente da China no combate ao terrorismo”, apontou o China Daily.
Chen substituiu Zhang Chunxian que foi nomeado secretário do PCC no Xinjiang, em 2010, meses após terem acontecido tumultos entre uigures e han de onde resultaram cerca de 200 mortos e 1.700 feridos.
O PCC anunciou também a substituição dos secretários gerais das províncias de Hunan e Yunnan no sul do país, por dois aliados do Presidente chinês, Xi Jinping, que trabalhou junto com este na sua época como principal responsável do partido em Xangai, a “capital” económica da China.
 

31 Ago 2016

Alegado assassino em série capturado

O alegado autor de 11 assassinatos na China e na Mongólia foi detido, na sexta-feira, na província de Gansu. O homem assumiu a autoria de crimes cometidos entre 1988 e 2002. As vítimas eram mulheres jovens, vestidas de vermelho. A sua identificação foi um golpe de sorte

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]polícia de Gansu, província do noroeste da China, capturou um alegado assassino em série, acusado de ter violado e assassinado 11 vítimas, entre as quais uma menina de oito anos, avançou a imprensa estatal.
Gao Chengyong, de 52 anos, foi detido na sexta-feira, quando se encontrava num supermercado, na cidade de Baiyin, onde ocorreram nove dos 11 assassinatos. De acordo com o ministério de Segurança Pública da China, o suspeito confessou os crimes, cometidos entre 1988 e 2002, em Gansu e na região autónoma da Mongólia Interior.
A polícia alega que todas as vítimas de Gao correspondiam a um perfil: raparigas novas, que vestiam roupa vermelha na altura em que ocorriam as mortes. O assassino seguia as vítimas até à casa onde elas moravam com o propósito de as violar, matar e mutilar. Segundo relatos na imprensa chinesa, as notícias sobre os assassinatos terão causado uma onda de pânico na região, levando a que muitas mulheres deixassem de sair de casa sozinhas. Em 2004 as autoridades ofereciam uma recompensa a quem desse informações sobre o autor dos crimes, mas sem efeito.
Devido ao “modus operandi” de Gao, que envolvia mutilar as vítimas, a imprensa chinesa refere-se a este como “Jack, o Estripador” da China, numa referência ao assassino em série não identificado que agia em Londres, no final do século XIX.
Em Lisboa, na década de 90 também um assassino foi denominado “estripador”. Na altura foram mortas três prostitutas em Lisboa. A identidade do autor permanece desconhecida.
Segundo a polícia que traçou o perfil do autor, “O suspeito tem uma perversão sexual e odeia mulheres”, acrescentando que “vive só, não é sociável, mas é paciente”.
A polícia acabou por identificar o autor dos crimes através da recolha do ADN, impressões digitais e pegadas. Acontece que quem foi detido e sujeito a exames periciais foi um familiar do presumível autor, um tio. Detido em Março por crimes menores foi sujeito a testes de ADN que acabaram por coincidir com as provas recolhidas nos locais dos crimes do “estripador”. Depois de feita uma triagem, as autoridades chegaram até Gao, que assumiu a autoria dos crimes. Depois da sua detenção a região respira de alívio.

30 Ago 2016

Cinco milhões para sondagem geotécnica

O Laboratório de Engenharia Civil de Macau está encarregue da sondagem geotécnica no solo da Avenida de Venceslau de Morais, onde vai nascer habitação pública. A entidade vai receber 5,7 milhões de patacas pelo serviço, de acordo com um despacho ontem publicado em Boletim Oficial. Este será o primeiro passo para a construção de prédios de habitação pública no local onde está actualmente a Central Térmica da CEM, na Areia Preta.

30 Ago 2016

Barco afunda com cinco pessoas a bordo

Um barco afundou ontem ao largo do Terminal Marítimo do Porto Exterior. Os cinco tripulantes a bordo foram resgatados e já estão em casa. O acidente deveu-se à quebra do braço do guindaste da embarcação, que fazia obras de manutenção das bóias, e que fez tombar o barco, levando a que se afundasse. A circulação de ferries foi afectada, mas volta hoje ao normal. Os cinco homens estão todos bem. Apenas um foi encaminhado para o hospital apresentando ferimentos numa mão. O acidente provocou atrasos na circulação de barcos e 22 embarcações foram afectadas. A navegação será reposta hoje, ao final da tarde, após ser retirado o barco que afundou. Até lá os ferries fazem um desvio que demora mais dez minutos que o normal. Os homens a bordo, com idades entre os 18 e os 55 anos, eram todos do continente, para onde foram transportados depois de serem assistidos no hospital público.

30 Ago 2016

Pequim | No regresso às aulas, prédios degradados valem milhões

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]maranhados de fios eléctricos, paredes descascadas, rabiscadas com anúncios, e tralha amontoada nas escadas: são estes os “atributos” de um dos mais caros bairros de Pequim, cujo preço por metro quadrado ronda os 11.000 euros.
Construído nos anos 1980, o bairro número 42 da Dongzhongjie é uma herança do passado operário da capital chinesa, com as paredes de tijolo nu e as escadas em betão a dar-lhe um aspecto inacabado.
O pátio resume-se a um espaço estreito, sem verde, quase todo ocupado por automóveis.
Um detalhe, contudo, torna este lugar apetecível: a propriedade aqui confere, à criança do comprador, vaga numa das melhores escolas básicas de Pequim, a Shijia Shiyan.
Os alunos daquele estabelecimento de ensino “têm maiores probabilidades de acesso directo à prestigiada Beijing Erzhong (Escola Secundária Número Dois de Pequim)”, explica Xing, um agente imobiliário local.
A Beijing Erzhong aceita todos os anos cerca de 800 alunos; muitos são filhos de quadros do Governo.
É assim que, naquele quarteirão degradado, um T1 de 58 metros quadrados custa 4,6 milhões de yuan, bem acima do metro quadrado mais caro de Lisboa – cerca de sete mil euros.
“E vende-se muito bem!”, afirma Xing, que garante que, só no último mês, a sua agência negociou quatro apartamentos naquela área. “Comprar casa aqui é a única forma de obter uma vaga na Shijia Shiyan”, garante.
O fenómeno, comum às grandes cidades da China, desvirtua os princípios do ensino público gratuito no país, um legado da revolução comunista e visto como “crucial à meritocracia chinesa”.
“A política que garante ao aluno vaga na escola básica da sua área de residência foi pensada para que houvesse igualdade no sistema”, explica à Lusa Lu Xiaoli, investigadora na área da Educação.
Mas, o que acontece é “apenas outra forma de injustiça”, realça.
“Os filhos das famílias que não conseguem pagar por uma casa nas imediações das melhores escolas são excluídos”, acrescenta.
Fruto da pressão gerada por mais de 30 anos da política de filho único, os casais chineses investem, em média, dois terços dos seus rendimentos na educação dos filhos, segundo estimativas chinesas.
Zhang Jian, por exemplo, vendeu o apartamento de 110 metros quadrados onde vivia há 10 anos, no norte do município de Pequim, por 230 mil euros, e comprou um T1 de 56 metros quadrados por 340 mil euros, no centro da capital.
“Não quero que a minha filha seja inculta como eu”, explica à Lusa.
Numa das sociedades mais competitivas do mundo, garantir que a criança frequenta uma escola básica prestigiada é, porém, apenas o início de um dispendioso percurso.
De acordo com um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a República Popular da China é o país com mais estudantes além-fronteiras – 459.800, o dobro de há dez anos.
Mais de metade – 273.439 – frequentam universidades norte-americanas, apesar dos custos elevados.
Consultada pela Lusa, uma conhecida agência chinesa que intermedeia a ida de estudantes para os EUA, estimou os gastos entre 35.000 e 65.000 dólares por ano lectivo.
De um total de quase dez milhões de adolescentes que este ano se submeteu ao Gaokao – o exame de acesso ao ensino superior na China – apenas 3,25 milhões conseguiram entrar na universidade.
E, entre aqueles, só alguns milhares obtiveram vaga numa universidade chinesa de topo, garantia de um bom futuro profissional ou académico.
Perante estes números, Zhang Jian faz prontamente as contas: “Gastei um pouco de dinheiro, mas se a minha filha não frequentasse uma boa escola, as perdas seriam para toda a vida”.

30 Ago 2016

Profissionais partilham experiências sobre Moda

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]importância da “diversificação de culturas dos jovens”, a “especialização numa área concreta” e a capacidade de introduzir “a modernidade” foram alguns dos conselhos deixados por especialistas na área da Moda. No seminário “Fashion Talk”, que decorreu no sábado no Museu de Arte de Macau, Xander Zou, designer no interior da China, Trunk Xu e Nic Lei partilharam experiências com Macau.
Xander Zou foi o primeiro chinês a entrar no programa oficial da semana de Moda masculina de Londres. Trunk Xu é fotógrafo e Nic Lei, mestre de maquilhagem colaborador com a Semana Internacional de Moda realizadas em Macau, Pequim e Xangai.
Os três falaram perante uma plateia de criadores de marcas e designers e partilharam experiências, nomeadamente sobre o funcionamento das marcas de produtos e a cooperação comercial entre sectores. Ferramentas que podem ajudar a levar o nome destes novos empresários mais longe, dizem.
Xander Zhou disse que a “diversificação de culturas dos jovens é o foco da nossa era e que a Moda já vai muito mais além do diálogo espacial entre o palco de desfile e os espectadores”. Já Nic Lei sugeriu que, no processo de criação de uma marca de Moda, os designers de Macau sejam “especialistas numa técnica em especial, para além de estudar os outros conhecimentos profissionais da indústria, procurando ser especialistas e sabendo introduzir o elemento de modernidade”.
Na perspectiva de Trunk Xu, “a indústria da Moda exige constantemente forte elemento de modernidade, podendo o visual do empacotamento valorizar uma marca singular”. 
O Fundo das Indústrias Culturais (FIC), uma das entidades organizadoras, pretende com estes colóquios o desenvolvimento das actividades de design de Moda e vestuário e da criação da própria marca. Os profissionais presentes, todos experientes, ajudaram os mais novos, partilhando histórias, experiências e “cedendo importantes ferramentas, para que o desenvolvimento deste sector, um ramo importante das indústrias culturais, chegue a bom porto, difundindo a imagem de Macau além fronteiras e dando estímulo ao desenvolvimento de marcas Made in Macau”, indica o Governo .

29 Ago 2016

Chefe das Estatísticas chinês expulso por abuso de poder

O antigo “número um” do gabinete de estatísticas chinês foi expulso do Partido Comunista por gostar de luxo e usar a sua posição para obter favores sexuais. A notícia foi avançada na sexta-feira por uma comissão oficial

[dropcap style=’circle’]W[/dropcap]ang Baoan dirigiu até Janeiro o gabinete nacional de estatísticas, organismo encarregue de calcular e anunciar os indicadores económicos do país. Durante esse mesmo mês, foi-lhe aberto um inquérito que chegou à conclusão que Wang agia “desprovido de qualquer fé política”. O comunicado em que se revela as conclusões da investigação, foi feito pela comissão central de inspecção disciplinar, o órgão anti-corrupção do Partido Comunista Chinês (PCC). Segundo este mesmo relatório, Wang Baoan “participava regularmente em actividades supersticiosas, violava gravemente as regras e a disciplina política e expressou opiniões contrárias às do comité central do PCC sobre questões maiores”, indicou. A exactidão das estatísticas económicas chinesas foi questionada regularmente, e alguns argumentaram que até podiam ter sido alvo de manipulação política.
Wang é o último alvo da vasta campanha anti-corrupção levada a cabo por Pequim, desde a chegada ao poder do presidente Xi Jinping em 2013. Uma operação por vezes suspeita de servir as intensas lutas de poder internas no PCC.
A comissão descreveu Wang Baoan como um homem “em falência moral”, apreciador de hotéis de luxo, amante de divertimentos dispendiosos e que usava a sua posição para obter favores sexuais. “Wang aceitou presentes e dinheiro e usou a sua influência para conseguir benefícios e vantagens comerciais para familiares e outras pessoas, sendo suspeito de corrupção”, de acordo com o mesmo comunicado.
O dossier de Wang Baoan vai ser entregue à Justiça, mas por regra, os inquéritos internos do PCC terminam com a exclusão do partido, uma condenação e pena de prisão.
Em Julho foi a vez do antigo braço direito do presidente chinês, Hu Jintao, ter sido apanhado e condenado a prisão perpétua. Ling Jihua um dos representantes mais destacados, foi acusado de abuso de poder e obtenção de segredos de estado ilegalmente.
Na altura da condenação a agência Xinhua adiantou que, Ling tinha aceite subornos no valor de 11 milhões de dólares, pessoalmente ou com a conivência de familiares. O antigo alto funcionário aceitou a condenação.
De referir que Ling Jihua foi durante anos um nome sonante nas listas para a nomeação a cargos públicos. A sua queda começou quando tentou encobrir a morte do filho, ao volante de um Ferrari, em excesso de velocidade. Afastado para cargos menores, acabou por ser alvo de uma investigação, que culminou com a sentença e a sua prisão.
Desde que chegou ao poder em 2013, o Presidente chinês montou uma caça aos infractores, revelando mão pesada para todos os que ousam não respeitar as regras. Wang Baoan é o último caso tornado público.

29 Ago 2016

Li Keqiang vai a Cuba e Setembro

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, vai visitar Cuba no próximo mês e leva na mala a assinatura de vários acordos. O anúncio foi feito no fim-de-semana, no final da XXVIII Comissão Intergovernamental para as relações económicas entre os dois países, que decorreu em Havana. Entretanto, o Governo de Pequim continua a afirmar-se como segundo parceiro comercial do Governo de Havana.
O ministro do Comércio Externo e Investimento Estrangeiro de Cuba, Rodrigo Malmierca, que afirmou que o seu país e a China têm uma “visão estratégica de futuro”, adiantou que ambas as partes preparam as condições para a próxima visita do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, à ilha, segundo os ‘media’ oficiais. No entanto não foi avançado nenhuma data para o encontro.
O ministro assinalou que o investimento chinês já começou a manifestar-se no mercado da ilha, e que trabalham, de forma conjunta, com uma projecção de “médio e longo prazo para impulsionar as relações económicas” com base nos planos que ambos os países elaboraram até 2030.
No final da reunião, Malmierca e o vice-presidente de Negociações Comerciais Internacionais do Ministério do Comércio chinês, Zhang Xiangchen, que lideraram as conversações, assinaram as actas de três projectos já executados. Estes projectos de cooperação destinaram-se ao fornecimento de equipamentos de medição de água, ao saneamento de Havana e à implantação da televisão digital na ilha.
Em Julho de 2014, durante a visita de Estado do Presidente chinês, Xi Jinping, à ilha, foram assinados 29 acordos de cooperação que ampliaram o alcance das relações económicas bilaterais. A China figura como o segundo parceiro comercial de Cuba.

29 Ago 2016

Coreia | Seul e Washington atentos a submarinos do Norte

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Coreia do Sul e os EUA acordaram partilhar informação para um acompanhamento mais exaustivo do programa de submarinos da Coreia do Norte, depois do lançamento, com êxito, a semana passada, de um míssil balístico a partir de um submergível.
Os dois aliados estudam já mecanismos para analisar e partilhar dados sobre o ambiente subaquático nas águas da península coreana, segundo explicou fonte do Ministério da Defesa sul-coreano à agência de notícias Yonhap.
As águas em território sul-coreano estariam incluídas nesse âmbito, em que o objectivo passa por analisar com especial atenção tudo o que sucede nas proximidades de Sinpo, província norte-coreana de Hamyong do Sur (nordeste), onde o regime de Kim Jong-un tem a sua maior base de submarinos e desenvolve o seu programa de mísseis SLBM.
“Os dados compreendem, por exemplo, as características topográficas, a temperatura da água, a profundidade ou as correntes. Uma análise detalhada de todas essas informações ajudará a detectar as actividades submarinas” da Coreia do Norte, disse a mesma fonte.
O interesse de Seul e de Washington relativamente ao programa de submarinos da Coreia do Norte cresceu nos últimos meses com os diversos lançamentos de mísseis balísticos a partir de submarinos (SLBM) que Pyongyang levou a cabo desde Dezembro.
Na semana passada um submarino norte-coreano realizou o lançamento de um míssil mais bem-sucedido até à data.
O projéctil, lançado a partir das imediações de Sinpo, percorreu aproximadamente 500 quilómetros e caiu em águas que correspondem à zona de identificação aérea do Japão.
Os avanços na tecnologia SLBM por parte da Coreia do Norte têm gerado alarme, já que o seu total desenvolvimento tornaria muito mais difícil detectar os seus lançamentos e aumentaria o alcance do arsenal de mísseis do Exército Popular norte-coreano, atendendo à natureza móvel dos submarinos.

29 Ago 2016

Gotas para os olhos retiradas de mercado

Todos os produtos de solução oftálmica vendidos pelo fornecedor de medicamentos de Wuhan Wujing Medicine vão ser recolhidos do mercado, por terem sido detectadas falhas pela entidade que regula esse sector. Segundo registos locais, o medicamente “Ribavirin Eye Drops – 8ml” vai ser recolhido do mercado e os Serviços de Saúde pedem a todos os utentes que aviaram esta receita para contactar o médico.

29 Ago 2016

Desemprego mantém-se nos 1,9%

A taxa de desemprego permaneceu sem grandes alterações entre o período de Maio a Julho de 2016. A informação é dada pelos Serviços de Estatística e Censos e o números apontam para uma taxa de 1,9%, dados semelhantes aos registados entre Abril e Junho deste ano. A população activa na RAEM totaliza 399.400 pessoas (72,5%) e a população empregada teve um aumento de 1600 pessoas comparativamente ao período anterior que foi registado foi essencialmente no sector do comércio e vendas a retalho. O sector do Jogo decresceu. A taxa de desempregados à procura do primeiro emprego registou um acréscimo de 6,5%, atingindo os 15,5% do total da população desempregada, subida que é atribuída à saída de novos licenciados para o mercado de trabalho.

29 Ago 2016

Casa de Angela Leong em HK foi arrombada

A casa de Angela Leong, directora-executiva da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) e deputada, foi alegadamente arrombado no sábado. A polícia de Hong Kong já começou a investigação, mas ainda nenhum suspeito foi encontrado. Segundo o jornal Apple Daily de Hong Kong, a casa que foi arrombada fica na Repulse Bay Road, ocupa um área total de 12 mil metros quadrados e está em renovação. No sábado de manhã, a empregada doméstica da casa viu que a casa tinha sido remexida e denunciou o caso à polícia. Outra casa na mesma rua, propriedade do Cheng Yu-tung, bilionário que detém as Chow Tai Fook Enterprises, também foi arrombada no início do mês. A policia está a investigar se os dois casos foram perpetrados pela mesmo pessoa.

29 Ago 2016