Hoje Macau SociedadeGás | Mais de dois terços de casas inspeccionadas com risco de fuga Entre Julho de 2019 e o mês passado, o Corpo de Bombeiros inspeccionou 1.742 apartamentos para detectar potenciais riscos de fuga de gás, e verificou que menos de um terço das habitações, 30,4 por cento, passou no teste. A informação foi revelada ontem pelo segundo comandante do Corpo de Bombeiros, Lam Chon Sang, aos microfones do programa Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau. Entre as mais de 1.200 fracções onde foram encontrados problemas, o responsável adiantou que os riscos mais frequentes eram ligações defeituosas entre botijas de gás a fogões e esquentadores, falta de ventilação ou instalação em locais inapropriados, e mangueiras danificadas ou fora do prazo de validade. “Começámos as inspecções em habitações desde Julho de 2019, porque havia imensos casos de intoxicação por monóxido de carbono não só em Macau, mas também nas zonas vizinhas. Até Fevereiro deste ano, fizemos 1.742 inspecções e apenas cerca de 530 tinham condições perfeitas”, revelou Lam Chon Sang. O segundo comandante do CB colocou água na fervura e relativizou o que “parece ser o grande número de casas” com perigo de fuga de gás, destacando que os moradores ou proprietários não marcam inspecções com os fornecedores de gás ou manutenção. Lam Chon Sang aproveitou a oportunidade para apelar aos residentes a utilização da linha aberta, ou o contacto na página oficial dos bombeiros, para marcar inspecções às instalações de gás.
Hoje Macau SociedadeEnvelhecimento | Alvis Lo promete mais recursos O director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, prometeu um aumento do investimento nos cuidados de saúde, de forma a lidar com o envelhecimento da população. A promessa foi deixada durante uma reunião do Conselho para os Assuntos Médicos, em que Alvis Lo participou na condição de presidente. De acordo com o comunicado oficial, o presidente do conselho indicou que “os Serviços de Saúde continuam a investir mais recursos, começando pela cadeia de serviços de prevenção, tratamento e reabilitação, através da prestação de serviços médicos especializados, de cuidados de saúde comunitários e de serviços médicos de proximidade”. Desta forma, Alvis Lo acredita que será possível disponibilizar serviços mais “abrangentes e adequados aos idosos”. Por outro lado, Alvis Lo indicou que os SS estão apostados em “promover activamente a implementação do Plano de Acção para Macau Saudável”, para “apoiar os idosos na formação de um estilo de vida saudável, elevando a sua qualidade de vida e o seu nível geral de saúde”. O responsável acrescentou ainda que é necessário “reforçar a cooperação interdepartamental do Governo e de incentivar a participação das associações”, para melhorar a qualidade dos serviços de saúde prestados.
Hoje Macau SociedadeRetalho | Número de trabalhadores com subida ligeira No fim último trimestre do ano passado, o número de trabalhadores no sector do comércio a retalho totalizava 68.554 profissionais, total que representou uma ligeira subida de 0,3 por cento face ao mesmo período de 2023, revelou ontem a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Já o número de pessoas ao serviço do ramo dos “transportes, armazenagem e comunicações” cresceu 4,1 por cento para um total de 15.110 trabalhadores. O sector do tratamento de resíduos sólidos e líquidos públicos empregava 933 trabalhadores no final do quarto trimestre de 2024, mais 1,5 por cento do que nos últimos três meses de 2023. No ramo das “actividades de segurança”, trabalhavam no período em análise 12.920 pessoas, mais 1,3 por cento em termos anuais. Em relação a salários no último mês de 2024, todos os ramos de actividade abrangidos por este inquérito da DSEC registaram aumento, excepto o sector que mais pessoas emprega, o comércio a retalho, onde as remunerações caíram 0,1 por cento para uma média de 14.730 patacas mensais. Nas actividades analisadas pela DSEC, destaque para as “actividade de segurança” que tiveram um aumento anual de salário em Dezembro de 6,7 por cento para uma média de 14.090 patacas, seguido dos trabalhadores dos “transportes, armazenagem e comunicações” que registaram um aumento de 2,6 por cento para uma média de 22.440 patacas.
Hoje Macau PolíticaEcologia | Sam Hou Fai planta árvore na Taipa Pequena Para comemorar o “Dia Nacional de Plantio de Árvores da China”, o Chefe do Executivo plantou ontem uma árvore Machilus chinensis no Trilho da Taipa Pequena. Segundo um comunicado divulgado ontem pelo Governo, a acção teve o objectivo de promover a apreciação pela vegetação, a conservação de espaços verdes e demonstrar o respeito pela natureza. Além da apreciação e protecção ambiental, a plantação também se revestiu de um simbolismo nacionalista. No local onde foi plantada a árvore, o Chefe do Executivo inaugurou “uma lápide esculpida com a seguinte inscrição: ‘Da mesma raiz brotam os ramos frondosos, da mesma medula crescem os círculos concêntricos’, o que significa que a pátria e Macau têm as raízes e uma origem comum, mantendo-se numa relação íntima, progridem e prosperam em conjunto, traçando os círculos concêntricos da China”. A Machilus chinensis é uma árvore da família da laurácea, de vida longa, é originária do sul da China e uma espécie nativa de Macau. A sua plantação tem sido uma tradição cumprida por todos os chefes do Executivo da RAEM.
Hoje Macau China / ÁsiaEx-presidente filipino detido embarcou num avião para Haia, confirma advogado O ex-presidente filipino, Rodrigo Duterte, detido ao abrigo de um mandado do Tribunal Penal Internacional (TPI) por alegados crimes contra a humanidade, embarcou esta terça-feira num avião com destino a Haia, disse o seu advogado. Duterte embarcou no Aeroporto Internacional de Manila com três outras pessoas cerca das 21:00 locais, disse Martin Delgra aos jornalistas, segundo a agência francesa AFP. “Não nos podemos aproximar do avião. O avião ainda está na pista com a porta aberta”, acrescentou na altura. Desconhece-se se o avião já descolou de Manila com destino a Haia, sede do TPI, nos Países Baixos. O Supremo Tribunal das Filipinas tinha anunciado horas antes que iria examinar uma petição apresentada pelo advogado de Duterte para suspender a detenção do ex-presidente. Duterte, 79 anos, foi detido hoje pela polícia filipina ao chegar a Manila proveniente de Hong Kong ao abrigo de um mandato do TPI, que o acusou de crimes contra a humanidade. Os alegados crimes terão sido cometidos durante a guerra antidroga da administração de Duterte (2016-2022), que vitimaram cerca de 6.000 pessoas, segundo a polícia. Várias organizações não-governamentais afirmam que o número de vítimas será de 30.000 mortos em operações antidroga e execuções extrajudiciais. O Gabinete dos Direitos Humanos da ONU concluiu, num relatório publicado em 2020, que havia provas de violações generalizadas e sistemáticas dos direitos humanos, como execuções extrajudiciais e detenções arbitrárias. Na sequência da detenção de Duterte, famílias das vítimas de execuções extrajudiciais durante a guerra antidroga participaram numa missa de ação de graças em Quezon City, na região metropolitana de Manila. “Esta é uma missa de ação de graças por uma enorme surpresa, uma surpresa histórica, Duterte foi preso e o seu mandado de prisão foi cumprido”, disse o padre Bong Sarabia aos jornalistas, citado pela agência filipina PNA. “É possível que o caso no Tribunal Penal Internacional prossiga agora. Este é o ano do jubileu, da liberdade e da justiça, especialmente para as famílias que sobreviveram”, acrescentou. Alguns dos familiares disseram que a detenção de Duterte não substitui a dor pelos que foram mortos. “Pelo menos, [Duterte] só foi preso. Os nossos entes queridos foram mortos no local”, disse Amy Jane Lee, cujo marido, Michael, foi morto num tiroteio relacionado com droga em 2017.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | China espera “solução justa e duradoura” para a guerra A China disse ontem esperar que seja encontrada uma “solução justa e duradoura” para a guerra entre Ucrânia e Rússia, antes das negociações entre as autoridades norte-americanas e ucranianas na Arábia Saudita. “Esperamos que as partes cheguem a uma solução justa e duradoura que seja aceitável para todos”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, numa conferência de imprensa, em Pequim. “A China apoia todos os esforços que contribuam para uma resolução pacífica da crise”, continuou a porta-voz, quando questionada sobre as conversações. “A China está também pronta a continuar a trabalhar com a comunidade internacional para desempenhar um papel construtivo na resolução política da crise”, acrescentou. Pequim apresenta-se como uma parte neutra na guerra, afirmando não estar a enviar ajuda letal a nenhum dos lados, ao contrário dos Estados Unidos e de outros países ocidentais. Mas a China é um aliado político e económico da Rússia e os membros da NATO descreveram o país asiático como um “facilitador decisivo” da guerra, que nunca condenou. As conversações na Arábia Saudita serão as mais importantes desde a recepção do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca, no mês passado.
Hoje Macau China / ÁsiaEx-líder filipino Rodrigo Duterte detido por ordem do TPI O ex-presidente filipino Rodrigo Duterte foi ontem detido no aeroporto internacional de Manila por ordem do Tribunal Penal Internacional, que o acusa de crimes contra a humanidade durante a sangrenta campanha contra a droga, anunciou fonte oficial. “Esta manhã, a Interpol de Manila recebeu a cópia oficial de um mandado de captura emitido pelo TPI [Tribunal Penal Internacional]”, declarou a Presidência das Filipinas em comunicado. “Encontra-se actualmente sob custódia”, referiu. Rodrigo Duterte (2016-2022) foi detido depois de chegar de Hong Kong e a polícia levou-o sob custódia por ordem do TPI, que tem estado a investigar os assassínios em massa que ocorreram durante a campanha repressiva do antigo dirigente contra a droga, referiu o gabinete do Presidente Ferdinand Marcos, em comunicado. O TPI lançou uma investigação sobre os assassínios relacionados com a campanha antidroga sob o comando de Duterte, entre 1 de Novembro de 2011, quando ainda era presidente da Câmara da cidade de Davao, no sul do país, e 16 de Março de 2019, como possíveis crimes contra a humanidade. Duterte retirou as Filipinas em 2019 do Estatuto de Roma, numa medida que os activistas dos direitos humanos dizem que teve como objectivo escapar à responsabilização pelos assassínios. O Governo de Duterte fez movimentações para suspender a investigação deste tribunal no final de 2021, ao argumentar que as autoridades filipinas já estavam a investigar as mesmas alegações e dizendo que o TPI – um tribunal de último recurso – não tinha jurisdição. Juízes do TPI decidiram em Julho de 2023 que a investigação poderia ser retomada e rejeitaram as objecções do Governo Duterte. Intermediário crucial Com sede em Haia, nos Países Baixos, o TPI pode intervir quando os países não querem ou não podem processar os suspeitos dos crimes internacionais mais graves, incluindo genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade. O Presidente Ferdinand Marcos Jr., que sucedeu a Duterte em 2022 e se envolveu numa amarga disputa política com o antigo Presidente, decidiu não voltar a aderir a este tribunal universal. No entanto, a Administração de Marcos disse que cooperaria se o TPI pedisse à polícia internacional para levar Duterte sob custódia através do chamado “alerta vermelho”, um pedido para que as agências de aplicação da lei em todo o mundo localizem e detenham temporariamente um suspeito de crime.
Hoje Macau EventosFRC | Debate sobre língua portuguesa na próxima segunda-feira A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta na segunda-feira, 17, às 18h30, uma sessão do ciclo “Roda de Ideias”, intitulada “O potencial da língua portuguesa no mundo contemporâneo”, com a participação do antigo reitor do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, Luís Reto, e o reitor associado da Faculdade de Negócios da Universidade da Cidade de Macau, José Paulo Esperança. O evento vai ser moderado por Marco Duarte Rizzolio, presidente da AEIMCP e co-fundador do programa de empreendedorismo “929 Challenge”. Os oradores convidados são co-autores do livro “Novo Atlas da Língua Portuguesa”, uma obra lançada pelo ISCTE-IUL em 2016, que procura ser um contributo para a afirmação do valor e potencial de um património único, numa abordagem multidisciplinar e integradora, espelho das múltiplas realidades dos seus falantes, descreve a FRC, em comunicado. Segundo a AEIMCP – Associação de Empreendedorismo e Inovação Macau – China e Países de Língua Portuguesa, co-organizadora do evento, a sessão irá abordar a importância histórica, cultural e geoestratégica da língua portuguesa no mundo contemporâneo. “A discussão abrangerá os factores históricos que moldaram a expansão da língua portuguesa, a sua influência económica e geoestratégica actual, bem como os desafios e oportunidades relacionados com a promoção e o ensino do português à escala global”, refere a associação, citada pela mesma nota. Além disso, “o seminário reflectirá sobre as possíveis trajectórias futuras da língua portuguesa no século XXI”, explorando ainda “o papel dos países lusófonos no cenário global, e como a língua portuguesa pode continuar a expandir sua relevância cultural, económica e educacional”, adianta a organização.
Hoje Macau EventosFAM | Portugal representado com espectáculo “Bate Fado” Foi ontem apresentado o cartaz de mais uma edição do Festival de Artes de Macau (FAM), que arranca em Abril, e que traz o espectáculo “Bate Fado” em representação da cultura portuguesa. Destaque ainda para mais uma produção teatral em patuá dos Doci Papiaçam di Macau, com “Cuza Tá Rena?”, que olha para a singularidade do território O espectáculo “Bate Fado”, da dupla portuguesa de coreógrafos Jonas & Lander, é um dos destaques da 35.ª edição do Festival de Artes de Macau (FAM), que arranca no final de Abril, foi ontem anunciado. A presidente do Instituto Cultural de Macau (ICM) justificou o convite à dupla Jonas Lopes e Lander Patrick com a vontade de “incluir actividades ou grupos com características especiais”. “Nós conhecemos o fado e temos promovido espetáculos de fado”, disse Leong Wai Man, numa conferência de imprensa. A dirigente recordou as noites de fado com cantores portugueses, realizadas no Teatro D. Pedro V, na primeira metade de 2024, assim como a colaboração entre a fadista Mariza e a Orquestra Chinesa de Macau, na última edição do Festival Internacional de Música da região. “Esperamos que seja algo novo, uma vez que não é só fado, é uma performance corporal, que funde o canto e a dança”, sublinhou Leong. Durante a apresentação do programa do FAM, o ICM disse que “Bate Fado”, marcado para 17 de Maio, “combina a música emotiva com o sapateado, evocando antigas tabernas de Lisboa”. Num vídeo exibido durante a apresentação, a dupla Jonas & Lander disse que o espectáculo “resgata as extintas danças do fado” e sublinhou que irá ainda orientar um workshop para bailarinos e outro para famílias com crianças entre os 8 e os 12 anos. “Bate Fado” vai também fazer parte de uma mostra de espectáculos ao ar livre, de entrada gratuita, nos dias 16, 17 e 18 de Maio, no Jardim do Mercado de Iao Hon, cujo programa inclui também a associação Casa de Portugal em Macau. Em 2023, Jonas Lopes disse à Lusa que “Bate Fado” pretende recuperar a tradição oitocentista do fado batido, que consistia em ritmicamente seguir o compasso da melodia fadista, batendo um dos pés ou os dois ao mesmo tempo, possivelmente com uma coreografia. Com um orçamento de 23,4 milhões de patacas, menos seis por cento do que em 2024, o FAM vai apresentar, entre 25 de Abril e 31 de Maio, 15 espectáculos e 33 actividades de ópera, dança, música e artes teatrais, num programa que inclui sete grupos locais. No dia 24 de Maio o pequeno auditório do Centro Cultural de Macau recebe “A Batida do Xamã”, do grupo TAGO e direcção e coreografia de Soo-Ho Kook. Trata-se de um espectáculo com a “brisa fresca e jovem dos ritmos tradicionais” da Coreia do Sul, que se afasta da música pop. “A Batida do Xamã é uma magistral demonstração de precisão e movimento, uma representação de rituais antigos com um apelativo toque contemporâneo”, lê-se no programa. Nos dias 17 e 18 de Maio apresenta-se “Kiki, a Aprendiz de Feiticeira – O Musical”, com dramaturgia de Kouki Kishimoto. Este musical estreou em 2017 e desde então que já subiu ao palco mais de 70 vezes no Japão, tendo “um elenco jovem e enérgico”. Esta é a “primeira digressão fora de casa” do grupo, descreve-se no cartaz. Mais patuá Como é tradição, os Dóci Papiaçám di Macau, encerram o festival com a peça “Cuza Tá Rena?” (Que se passa?), em patuá. O teatro neste crioulo de origem portuguesa faz parte da Lista de Património Cultural Imaterial Nacional chinesa desde 2021, sublinhou Leong Wai Man. À margem da apresentação, o encenador dos Dóci Papiaçam, Miguel Senna Fernandes, disse que a peça, com um centro de explicações como fundo, será “uma chamada de atenção” para a importância de “manter as características de origem de Macau”. O encenador recordou que, durante uma passagem pela região em Dezembro, o Presidente chinês, Xi Jinping, sublinhou que Macau é “o único local do mundo que tem como línguas oficiais o português e o chinês” e defendeu que a cidade tem de aproveitar “a sua singularidade”. Num discurso durante a tomada de posse do novo Governo local, Xi disse que Macau tem a “vantagem única de ser a mistura de diferentes culturas”, mas alertou que o território precisa de “uma atitude mais tolerante, mais aberta”. No último FAM, os Dóci Papiaçam foram apanhados de surpresa quando, pela primeira vez, as autoridades locais pediram o guião da peça antes desta estrear, dando como justificação a necessidade de fazer a classificação etária do espectáculo. Leong Wai Man garantiu que esta é “essencialmente a razão” pela qual o guião de todos os espectáculos apresentados ao público ao Macau é avaliado por uma comissão, para “saber se pode ser vista por miúdos e graúdos”.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Pequim apela ao Reino Unido para que deixe de agitar tensões A China disse ontem ao Reino Unido que “pare de atiçar as chamas”, em resposta aos comentários feitos pelo ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, que criticou as actividades “perigosas” de Pequim no Mar do Sul da China. O chefe da diplomacia britânica estava de visita às Filipinas, onde apareceu ao lado de um navio da guarda costeira filipina. “Como país de fora da região, o Reino Unido deve respeitar a soberania territorial e os direitos marítimos da China no Mar do Sul da China e abster-se de provocar tensões ou semear a discórdia”, declarou Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, numa conferência de imprensa. Pequim e Manila têm reivindicações concorrentes na zona. “Um terço do comércio marítimo mundial passa pelo Mar do Sul da China. O crescimento no Reino Unido e em todo o mundo depende da segurança destas rotas comerciais. É por isso que estamos preocupados com as actividades perigosas e desestabilizadoras da China nesta região”, afirmou o ministro britânico, numa mensagem publicada na rede social X, na segunda-feira. Durante a sua visita às Filipinas, Lammy assinou também um acordo de cooperação com o objectivo de reforçar a colaboração em matéria de defesa e segurança marítima entre os dois países. As Filipinas têm acordos semelhantes com os Estados Unidos, a Austrália e o Japão.
Hoje Macau China / ÁsiaWSJ | EUA e China discutem cimeira Trump-Xi para Junho O diário norte-americano Wall Street Journal (WSJ) noticiou que Washington e Pequim iniciaram ontem discussões sobre uma cimeira entre os líderes dos dois países, em Junho, nos Estados Unidos. A imprensa chinesa tinha já sugerido a possibilidade de um encontro em Abril. As discussões, que as fontes do WSJ disseram estar na fase inicial, estão a decorrer numa altura em que a administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs taxas alfandegárias adicionais e outras medidas comerciais contra a China. Também o jornal de Hong Kong South China Morning Post avançou que Trump poderá deslocar-se à China em Abril para se encontrar com o homólogo chinês, Xi Jinping. Tanto a Casa Branca como a Embaixada da China nos EUA não quiseram comentar, indicou o WSJ. Desde a vitória do republicano nas presidenciais norte-americanas, em Novembro, que Trump e Xi manifestaram interesse na realização de uma cimeira. Sobre a possibilidade de Trump visitar a China em Abril, a porta-voz da diplomacia chinesa disse para já não ter informações. Desde a posse de Trump, em Janeiro, a administração norte-americana ameaçou, e depois suspendeu, taxas alfandegárias sobre o México e o Canadá, ao mesmo tempo que se comprometeu a punir também a Europa e outros parceiros comerciais. Até agora, a China é o único país que enfrentou efectivamente aumentos generalizados das taxas decididos por Trump. A Casa Branca impôs taxas adicionais de 20 por cento sobre todos os bens oriundos da China, citando o papel do país asiático na crise do fentanil nos EUA. Pequim retaliou rapidamente com taxas próprias, adaptando a resposta para evitar uma escalada das tensões.
Hoje Macau China / ÁsiaEntrada de Musk na política prejudica vendas da Tesla As vendas na China do fabricante norte-americano de carros eléctricos Tesla caíram para metade em Fevereiro, com a entrada do presidente executivo, Elon Musk, na política a ser “parcialmente responsável”, segundo uma associação do sector. “Um empresário de sucesso tem de abraçar a 100 por cento o mercado, tratar bem toda a gente e todos serão bons para si em troca. Mas, se abordarmos a questão numa perspectiva eleitoral, metade dos eleitores vão gostar de nós e a outra metade não”, afirmou ontem o secretário-geral da Associação de Automóveis de Passageiros da China, Cui Dongshu, citado pela agência de notícias Bloomberg. “É um risco inevitável depois de ele ter procurado a sua glória pessoal”, acrescentou Cui, que indicou que parte da população vê agora a Tesla como uma questão política, dada a proximidade de Musk com o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a notoriedade pública da sua iniciativa para reduzir a despesa pública. A Bloomberg recordou que a China não é o único mercado em que a Tesla está a sofrer: na Alemanha, onde Musk se posicionou abertamente a favor do partido de extrema-direita AfD, antes das eleições, as vendas da Tesla caíram 71 por cento, nos dois primeiros meses do ano, enquanto em França caíram 44 por cento. Competição apertada Na Ásia, um dos maiores mercados da Tesla, as vendas caíram 49 por cento, em Fevereiro, em termos homólogos, o que Cui também atribuiu à tradicional época baixa que se segue ao Ano Novo Lunar – a principal época festiva do país – e aos compradores que aguardam o Modelo Y renovado. Além da postura política de Musk, outro factor que está a pesar nas vendas da Tesla é a rápida ascensão de concorrentes locais, como a BYD, que já ultrapassou a marca norte-americana como o maior fabricante de automóveis eléctricos do mundo e aumentou as vendas em 161 por cento, em termos homólogos, no mês passado. A queda da Tesla ocorreu num contexto em que as vendas no mercado automóvel chinês aumentaram 26 por cento após a renovação dos subsídios do “plano de renovação”, promovido por Pequim, com as de carros eléctricos e híbridos a subirem 80 por cento. As vendas da empresa norte-americana estão em queda homóloga há cinco meses e em Fevereiro atingiram o valor mais baixo desde meados de 2022, quando a actividade económica em várias zonas do país estava praticamente parada face à política de ‘zero casos’ de covid-19. Musk, o homem mais rico do mundo, goza de uma boa relação com as autoridades da China, país que visitou várias vezes e onde tem um dos seus principais mercados. Em 2019, a Tesla abriu em Xangai a sua primeira “gigafábrica” fora dos Estados Unidos, na qual produz agora cerca de metade dos veículos que vende a nível mundial. No mês passado, também iniciou a produção na sua nova fábrica de baterias de armazenamento na mesma cidade.
Hoje Macau China / ÁsiaAPN | Encerrada sessão de órgão legislativo com meta de crescimento fixada nos 5% A reunião, que acolheu em Pequim durante uma semana 3000 delegados de todo o país, debateu a necessidade de promover o consumo interno, de diminuir a dívida dos governos locais e de fazer frente à guerra comercial imposta pela nova administração norte-americana O órgão legislativo máximo da China encerrou ontem a sessão plenária, considerado o maior evento político anual do país. Um tema recorrente durante a reunião de uma semana da Assembleia Popular Nacional (APN), composta por cerca de 3.000 delegados, entre os quais líderes políticos, empresariais, tecnológicos, mediáticos e artísticos do país, foi a necessidade de impulsionar o investimento e o consumo interno, numa altura em que a economia entrou em deflação. A China está a enfrentar uma profunda crise no sector imobiliário, o intensificar da guerra comercial com os Estados Unidos ou o excesso de endividamento dos governos locais. O órgão legislativo estipulou a meta de crescimento económico para este ano em “cerca de 5 por cento”. Estes desafios incluem a contracção de mais empréstimos para uma série de iniciativas, tais como a concessão de 300 mil milhões de yuan em descontos para os consumidores trocarem os seus carros e electrodomésticos antigos por novos. Mas grande parte dos empréstimos será destinada a apoiar o imobiliário e as administrações locais, que estão sobrecarregadas de dívidas. “Não é claro qual será o impacto deste orçamento na procura interna subjacente e nos esforços para contrariar a deflação, apesar do aumento considerável do défice”, escreveu Jeremy Zook, analista da Fitch Ratings para a China, num relatório. O ambicioso objectivo sugere que Pequim poderá adoptar mais estímulos. No ano passado, o Governo surpreendeu os mercados com várias medidas, iniciadas em Setembro, para alcançar a meta de crescimento de 5 por cento. O ministro das Finanças, Lan Fo’an, disse que o Governo dispõe de instrumentos suficientes para fazer face às incertezas externas ou internas. O Presidente chinês, Xi Jinping, parece empenhado em revigorar o sector privado, que representa grande parte do crescimento e da criação de emprego numa economia que continua a ser dominada pelo Estado. Anos de uma campanha regulatória abalaram, porém, a confiança dos empresários e investidores. A APN analisou comentários sobre uma lei destinada a melhorar o ambiente para as empresas privadas, regulando aspectos do acesso ao mercado, financiamento, concorrência ou protecção dos direitos de propriedade. Xi pretende enviar uma “mensagem aos empresários, mas também aos governos locais e às entidades reguladoras, de que o sector privado é importante e necessário”, afirmou Neil Thomas, investigador de política chinesa no grupo de reflexão Asia Society Policy Institute, citado pela Associated Press. As empresas terão acesso a uma maior percentagem de empréstimos do que anteriormente e o financiamento obtido através da emissão de obrigações será alargado, afirmou o primeiro-ministro chinês, Li Qiang. Economias acorrentadas Muito depende de até que ponto o líder norte-americano, Donald Trump, prossegue a guerra comercial contra a China e outros países. O país asiático diversificou os mercados de exportação nos últimos anos, mas os EUA continuam a ser um parceiro comercial vital. O maior medo não são as taxas alfandegárias, mas a saúde da economia dos EUA e a procura por produtos chineses, escreveu Alicia Garcia Herrero, economista-chefe para a Ásia-Pacífico do banco de investimento Natixis. Trump aumentou as taxas sobre as importações oriundas da China por duas vezes desde que assumiu o cargo em Janeiro. “Se o lado norte-americano continuar a seguir este caminho, lutaremos até ao fim”, advertiu o ministro do Comércio, Wang Wentao, durante a sessão plenária. Questionado sobre a política “América Primeiro” de Trump, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, disse que a lei da selva reinaria se todos os países adoptassem a mesma abordagem. “Um grande país deve honrar as suas obrigações internacionais e cumprir as suas responsabilidades”, disse, à margem da sessão da APN. “Não deve colocar os interesses egoístas à frente dos princípios e muito menos exercer o seu poder para intimidar os fracos”, apontou.
Hoje Macau Via do MeioUma interpretação heideggeriana de 嶀 Cheng Li Chenyang (continuação) Esta tradução é muito melhor do que a de Legge (“se um homem não compreende o que é bom, não alcançará a sinceridade em si mesmo”) ou a de Chan (“se alguém não compreende o que é bom, não será sincero consigo mesmo”). As traduções de Legge e Chan implicam que compreender o bem é uma pré-condição para ser sincero e, por isso, poder-se-ia compreender o bem sem ser sincero. Esta implicação é problemática porque, no confucionismo, é preciso aprender a compreender o bem (ou tornar-se iluminado com o bem), e a dedicação, incluindo a , é necessária para aprender o bem. Ajudado pela interpretação de Lau, Tu foi mais longe e ligou o cheng directamente ao ideal confucionista da unidade do Céu e da humanidade. Tu escreveu: “O cheng, assim concebido, é uma realidade humana, ou um princípio de subjectividade, através do qual uma pessoa se torna “verdadeira” ou “sincera” consigo própria; ao fazê-lo, pode também formar uma unidade com o Céu.” Assim, em Tu, cheng é, antes de mais, um conceito metafísico. Refere-se à realidade humana e à existência humana final em unidade com o Céu. Ele sustenta que essa existência humana é o desdobramento e, portanto, a realização da bondade na natureza humana (xing 僛). Nesta perspetiva, cheng não é apenas existência mas também actividade, não apenas de auto-realização mas também de ajuda à realização dos outros no mundo. Neste sentido, cheng é “criatividade”. Com base no entendimento de Tu Weiming de cheng em termos de criatividade, Roger Ames e David Hall traduziram cheng como “criatividade”. Ames e Hall escreveram: “Interpretadas através do apelo a um mundo de processo, tanto a “sinceridade”, como a ausência de duplicidade, como a “integridade”, o estado de ser sólido ou completo, devem envolver o processo de “tornar-se um” ou “tornar-se inteiro”. A dinâmica de se tornar inteiro, interpretada esteticamente, é precisamente o que se entende por um processo criativo.” É assim que cheng deve ser entendido como criatividade. Lendo “wu 琲” no Zhongyong como “processo” ou “evento”, Ames e Hall assim interpretaram”bu cheng ze wu wu 嫄嶀鼛渼琲” como “sem esta criatividade, não há eventos”. Enquanto Tu Weiming enfatizou o sentido religioso-ontológico de cheng e o associou intimamente à unidade do Céu e da humanidade (tian ren he yi ), Ames e Hall concentraram-se no seu significado sociopolítico. Na ontologia do “campo focal” de Ames e Hall, a existência humana deve emergir “campo” social. Eles escreveram: “Podemos apelar à relação entre a realização pessoal e a comunidade florescente para tornar esta descrição da criatividade mais concreta. A base da comunidade não é um pronto-a-usar indivíduo, mas antes uma mente-coração (xin 裶) “funcional” ou “instrumental” que emerge das relações produtivas. É através da comunicação que o conhecimento, as crenças e as aspirações do indivíduo são formados. A realização humana é alcançada não pela participação de todo o coração em formas de vida comunitária, mas pela vida em comunidade que nos forma o coração. Não falamos porque temos mentes, mas tornamo-nos semelhantes ao falarmos uns com os outros numa comunidade de comunicação. Note-se que Ames e Hall não negaram que o cheng tenha uma dimensão psicológica e lógica. Mesmo a esse respeito, contudo, consideraram que “descreve um compromisso com os objectivos criativos de uma pessoa, uma afirmação solene do seu processo de auto-actualização.” Também não excluíram o sentido de integridade do cheng. Segundo eles, Cheng traduzido como “criatividade” sublinha o próprio processo de integração, enquanto a sua tradução como “integridade” denota o culminar de qualquer processo de integração. Cheng como “sinceridade” sublinha o tom emocional – a forma subjectiva de sentir – que torna este processo criativo singularmente perspectivado. Como sugerimos, o conjunto de traduções está presente como uma gama contínua de significados em cada ocorrência do termo cheng. Tal como Tu Weiming, Ames e Hall também consideravam a humanidade como uma força “co-criadora”. Enquanto Tu chamava à humanidade o “co-criador” com o Céu, Ames e Hall defendiam que os seres humanos são “seres co-criativos que têm um papel central na realização tanto do eu individual como dos mundos agitados que os rodeiam”. Compreender cheng em termos de criatividade permitiu a Ames e Hall produzir uma tradução poderosa e adequada da importante secção do Zhongyong: 醡鼛晱, 晱鼛’, ‘欯挏, , 耩蘢欞繨嶀為 “籜. “Quando há criatividade, há algo determinado; quando há algo determinado, manifesta-se; quando se manifesta, há compreensão; quando há compreensão, os outros são afectados; quando os outros são afectados, mudam; quando mudam, transformam-se. E só aqueles que têm a máxima criatividade (zhicheng繨嶀) no mundo são capazes de efectuar a transformação.” Na sua obra mais recente sobre Ética das Funções, Ames interpreta cheng em Mêncio em termos de “integrativo e criativo”. Ele escreve: “O carácter cheng nesta passagem é convencionalmente traduzido como “sinceridade” ou “integridade”. Na maioria das ocorrências no clássico corpus , tem este significado, e esta passagem não é de Mêncio excepção. Mas num mundo processual e transacional, a sinceridade é o laço que nos une nas nossas relações com os outros e que torna possível o processo de co-criatividade pessoal, circunstâncias, “integridade” não é simplesmente manter o que se “tem” ou ser quem se “é”: É o que se “faz” e “se torna” ao integrar-se efectivamente na família e na comunidade. Cheng é, portanto, o fundamento de um processo integrativo e criativo de se tornar consumadamente humano.” Ao fazê-lo, Ames liga os pontos entre “sinceridade”, “integridade” e “criatividade”. A sua interpretação culmina na criatividade, com um significado tanto ontológico como ético. Como um processo criativo, o cheng está em estreita ligação com a noção de “sheng sheng 蛺蛺” (criatividade criativa) no Yijing. No entanto, existem dois elos fracos na conceptualização de Ames dos vários significados de cheng. Em primeiro lugar, ao tomar a “criatividade” como o seu significado central, Ames aceitou, no entanto, a “sinceridade” como uma interpretação inquestionável e avançou demasiado depressa ao incluí-la no seu entendimento de cheng. Ames considera que cheng, no sentido de sinceridade, é “uma base afectiva essencial para aprofundar as relações com os outros e, ao fazê-lo, para alcançar um verdadeiro crescimento pessoal”. Escreve que “a sinceridade é o laço que une nas nossas relações com os outros e que torna o processo de pessoalpossível co-criatividade “. Na sua opinião, ser sincero com os outros permite fortalecer as relações humanas e estar melhor preparado para participar no processo de co-criatividade no mundo. Neste entendimento, o cheng como sinceridade mantém-se praticamente dentro das dimensões psicológica e social. Não é enquadrado explicitamente como um modo especial de ser verdadeiro no contexto ontológico do ser humano. Em segundo lugar, na medida em que Ames baseia a sua interpretação na ontologia, a sua visão ontológica é demasiado fluida, demasiado desestruturada. O sentido de “realidade” que Tu Weiming se esforçou por expor é deixado de fora ou simplesmente consumido na extensa ontologia processual de Ames. Na sua estrutura filosófica, Ames dá pouco espaço ao “ser”, à realidade humana; tudo está no fluxo do “tornar-se”. A realidade foi substituída pelo processo. As pessoas em relações. Neste aspecto, Ames afastou-se demasiado da visão do mundo desenvolvida pelos antigos confucionistas. Na minha opinião, em termos conceptuais, a dimensão da sinceridade no cheng deve ser baseada na noção de realidade humana. O ser humano tem a sua estrutura relativamente estável; não está sempre em fluxo. Num sentido importante, é possível entrar no mesmo rio mais do que uma vez. Temos de preservar o que D. C. Lau e Tu Weiming conseguiram ao decifrar a noção de cheng. Na sua opinião, a dimensão “sinceridade” do cheng é melhor entendida como ser verdadeiro consigo próprio e com os outros. Devemos entender a sinceridade como um modo de ser, como ser verdadeiro. Ser verdadeiro é ser, ou mais precisamente, um estado de ser, um modo de ser. Só neste entendimento, só fundamentando-a no ser verdadeiro, podemos ligar estreitamente a sinceridade como conceito psicológico ao cheng como conceito mais fundamentalmente ontológico ou metafísico. Em primeiro lugar, é veracidade ou verdade. Neste sentido, ser cheng significa ser verdadeiro para si próprio, para os outros e para o mundo. Ser verdadeiro é uma questão de verdade. Este significado engloba a sinceridade (ou seja, ser sincero), mas enquadra-a numa base ontológica. Quando entendida como o estado interno de uma pessoa, a sinceridade não é puramente uma propriedade mental; está também longe de ser quem é e o que é. Sugere autenticidade. Uma pessoa sincera é uma pessoa verdadeira ou verídica e autêntica. Em segundo lugar, o cheng implica criatividade. Uma caraterística importante do cheng no Zhongyong é que o cheng tem a capacidade de transformar o mundo. Pode completar-se a si próprio (cheng ji僝唄) e completar as coisas (cheng wu 僝琲). Tal processo nunca cessa (wuxi 渼”). Juntamente com a verdade, este significado de criatividade abrange os dois sentidos que Munro utiliza para “integridade”, nomeadamente totalidade e sinceridade. Munro utiliza “integridade” para exprimir o papel do na realização de si próprio e dos outros. Este sentido é melhor comunicado em termos de “criatividade”, como Ames e Hall demonstraram de forma admirável. Em terceiro lugar, cheng significa realidade. Não se refere apenas ao que existe. Realidade no sentido de cheng significa como o mundo existe verdadeiramente. Como Tu Weiming observou, “cheng aponta definitivamente para uma realidade humana que não é apenas a base do auto-conhecimento, mas também o fundamento da identificação do homem com o Céu”. No Confucionismo, esta base é a realidade última. (continua)
Hoje Macau Manchete SociedadeSarampo | Macau aconselha vacina a quem viaje para os EUA O Governo aconselhou os residentes que não são imunes ao sarampo que se vacinem antes de viajarem para os Estados Unidos, onde um surto já infectou mais de 200 pessoas Os Serviços de Saúde (SS) apelaram a todos os habitantes de Macau a vacinarem-se “antes de viajaram para áreas onde o sarampo é endémico” nos Estados Unidos da América, de acordo com um comunicado divulgado na noite de segunda-feira. “Recentemente, houve muitos surtos de sarampo nos Estados Unidos e países como as Filipinas e o Vietname também estão a ser afectados pela baixa taxa de vacinação contra o sarampo, resultando em casos”, sublinharam os SS. Os residentes que nasceram a partir de 1970 são apontados como grupo prioritário para a vacinação, gratuita através de marcação nos centros de saúde públicos. Isto porque, embora a vacina contra o sarampo tenha sido introduzida pela então administração portuguesa em Macau no final da década de 1960, a taxa de vacinação permaneceu baixa até ao início dos anos 80. Segundo o mais recente relatório dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, o país já registou quase 230 casos de sarampo durante o actual surto. A esmagadora maioria dos casos (94 por cento) atingiu pessoas não vacinadas ou que não completaram a vacinação e 80 por cento dos doentes são crianças ou adolescentes, revelaram os CDC na sexta-feira. Uma criança em idade escolar morreu no final de Janeiro numa região do oeste do estado do Texas onde já foram identificados 159 casos de sarampo. Inimigo invisível Os SS alertam para o facto de o sarampo ser “uma doença altamente contagiosa que pode ser transmitida através do ar, de gotículas ou do contacto directo com secreções nasofaríngeas de uma pessoa infectada. O período de incubação é geralmente de 7 a 18 dias, mas pode chegar aos 21 dias”. A entidade liderada por Alvis Lo acrescenta que o sarampo é contagioso quatro dias antes e depois do aparecimento das erupções na pele, e tem como sintomas “febre alta (superior a 38°), manchas na mucosa oral, erupção maculopapular sistémica, conjuntivite, tosse e corrimento nasal”. Uma vez infectadas, as crianças podem desenvolver complicações como otite média, encefalite e pneumonia. Em casos graves, pode levar à deficiência auditiva, à deficiência intelectual e até à morte. A vacina contra o sarampo, papeira e rubéola é segura e altamente eficaz na prevenção de infecções e casos graves. A primeira dose é recomendada para crianças dos 12 aos 15 meses, e a segunda para crianças dos 4 aos 6 anos. Lusa / João Luz
Hoje Macau SociedadeMICEF | Número de participantes internacionais a crescer O Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF, em inglês) garante que a edição deste ano vai ter um aumento de 15 por cento no número de participantes internacionais face ao ano passado. O evento está agendado para decorrer entre 27 a 29 de Março, e a participação de expositores, comerciantes e delegações provenientes de “quase 40 países e regiões”, segundo os organizadores, apresenta “um aumento significativo” o que torna o evento ainda mais internacional. Segundo os organizadores, as cinco zonas de exposição do 2025MIECF vão “acolher mais de 60 empresas estrangeiras com os mais recentes projectos de protecção ambiental” destas empresas. “A presença de mais de 100 empresas internacionais da Ásia-Pacífico, da Europa e dos países e regiões de língua portuguesa nas actividades programadas reflecte a profundidade e a amplitude da internacionalização desta edição do evento”, foi destacado. Durante a exposição, vai decorrer uma mesa redonda sobre a transformação urbana com representantes da Bélgica, Brasil, Vietname, Malásia, Filipinas, Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Uzbequistão, cujo objectivo passa por “incentivar o intercâmbio entre cidades e a cooperação empresarial”. Vão também ser “organizadas cinco sessões de bolsas de contactos temáticas para compradores e visitantes profissionais nacionais e estrangeiros, com vista a criar oportunidades de encontro e cooperação”.
Hoje Macau PolíticaLigações aéreas | Cheung Kin Chung pede inovação ao Governo O deputado e presidente da Associação dos Hoteleiros de Macau, Cheung Kin Chung, considera que o Governo deve adoptar uma postura mais inovadora, de forma a expandir o número e o tipo de ligações aéreas internacionais com Macau. A posição consta de um artigo publicado ontem no jornal Ou Mun. De acordo com as declarações de Cheung Kin Chung, as autoridades devem adoptar uma postura mais multifacetada nos esforços para atrair turistas internacionais e com maior poder de compra para promover “o desenvolvimento sustentado do turismo”. O presidente da Associação dos Hoteleiros de Macau afirma que os esforços da Direcção de Serviços de Turismo (DST) de participar em eventos em Espanha, Emirados Árabes Unidos, Japão ou Coreia do Sul são positivos. No entanto, não são suficientes, e para Cheung a promoção de Macau como destino turístico sem criar melhores ligações internacionais vai sempre ter um impacto limitado. A nível das ligações, Cheung pede ainda às autoridades que não se limitem às ligações de curta duração com os países e regiões vizinhas, mas que apostem em trazer turistas de outros mercados mais distantes, mas com grande capacidade de consumo. Ao mesmo tempo, o dirigente associativo pediu uma maior coordenação entre o Governo, concessionárias do jogo, empresas e companhias de aviação neste esforço de maior internacionalização do mercado. No ano passado, de acordo com a Direcção de Serviços de Estatística e Censos, o território recebeu 34,93 milhões de visitantes, entre os quais 2,42 milhões de visitantes internacionais, uma proporção de 7 por cento.
Hoje Macau PolíticaSegurança nacional | Mais de 25 mil alunos participam em concursos Os vencedores dos concursos de composição e de curtas-metragens “A minha noção sobre a segurança da sociedade” foram escolhidos, avançou ontem o Gabinete de Comunicação Social. A iniciativa organizada pelo Governo e o Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM contou com a participação “de oito instituições de ensino superior e 48 escolas de ensino secundário, com mais de 25.700 alunos”. O Executivo salienta que este ano houve mais 3.000 concorrentes do que no ano passado. Os vencedores para os dois concursos foram divididos em três categorias de ensino superior, secundário e terceiro ciclo e a entrega dos prémios decorrerá durante a cerimónia de inauguração da Exposição sobre a Educação da Segurança Nacional, no dia 15 de Abril. Uma parte das obras premiadas será exibida durante a exposição. A iniciativa tem como objectivo levar os jovens a “ponderar melhor as relações estreitas entre a segurança nacional a segurança da sociedade, ou até com a vida pessoal, aumentando a consciência cívica e o seu sentido de responsabilidade social”. O propósito é levar os jovens a “assumir, por sua iniciativa, a responsabilidade na defesa da segurança nacional e estabilidade social”.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | MP prossegue processo penal contra Presidente O procurador-geral da Coreia do Sul disse ontem que vai prosseguir com a acusação no processo de insurreição contra o Presidente destituído, apesar de Yoon Suk-yeol ter sido libertado por ordem judicial. A declaração de Shim Woo-jung surge na sequência de rumores de que a acusação seria retirada e o caso encerrado, depois de o Ministério Público ter decidido não recorrer da decisão do tribunal de libertar o líder. “Segui os princípios do devido processo legal depois de ter recolhido várias opiniões da equipa de investigação e de outros”, disse Shim aos jornalistas, justificando a decisão de não recorrer. Shim considerou que a decisão não justifica a demissão – como pedem forças da oposição – e afirmou que vai responder “em conformidade” se o parlamento sul-coreano tomar medidas para o destituir. Yoon Suk-yeol foi detido em meados de Janeiro sob a acusação de insurreição, por ter declarado lei marcial em Dezembro. Na sequência do decreto, que durou apenas algumas horas, foi destituído pela Assembleia Nacional, mas permanece em funções enquanto o Tribunal Constitucional avalia a legalidade da deposição. Após quase dois meses detido, Yoon acabou por ser libertado no sábado, depois de um tribunal de Seul ter decidido que a detenção excedeu o período legal e que a acusação foi apresentada fora do prazo de detenção. O Procurador-Geral declarou ontem que respeita a decisão do tribunal, tendo em conta a autoridade que tem para decidir sobre estas questões, mas salientou que discorda do cálculo utilizado na decisão e que ordenou à equipa de acusação que refutasse este ponto durante o processo penal em curso. A rebelião é a única acusação contra a qual um Presidente sul-coreano não goza de imunidade.
Hoje Macau DesportoFinais da IAME Ásia de Karting voltam em Dezembro O Grande Prémio Internacional de Karting de Macau vai voltar a receber, de 11 a 14 de Dezembro, as finais asiáticas da IAME. Tal como no ano passado, a prova no Kartódromo de Coloane atribuirá convites para as muito cobiçadas finais mundiais da IAME em 2026. Organizado pelo Instituto do Desporto, Associação Geral de Automóvel de Macau-China (AAMC), OTK Kart Asia e IAME Ásia, o evento de 2024 trouxe de volta o espírito internacional a uma das maiores competições da modalidade no continente asiático. O Kartódromo de Coloane recebeu várias corridas e diferentes categorias da IAME Series Asia, recuperando o prestígio internacional de um evento que já foi palco de provas do Campeonato do Mundo CIK-FIA. Pilotos oriundos do Interior da China, Singapura, Filipinas, Malásia, Tailândia, Indonésia, Japão, Índia, Sri Lanka, Austrália, Nova Zelândia, Suécia, Itália, França, Áustria, Estados Unidos da América, Brasil, Taipé Chinês, Hong Kong e, naturalmente, Macau, encheram a pista da RAEM em 2024 para quatro dias de intensa competição, algo que já não se via há vários anos. Depois do sucesso da edição anterior, a fórmula repete-se este ano. A organização de Singapura volta a escolher o Kartódromo de Coloane para o seu maior evento da temporada, confirmando a presença das categorias habituais: Cadete, Júnior, Sénior e Master. Obrigado Macau! A IAME (Italian American Motor Engineering) é um dos principais fabricantes mundiais de motores para a modalidade de karting. Fundada em 1968 por Bruno Grana, a empresa tem sede em Itália e é uma das referências no karting internacional, tendo apostado fortemente no mercado asiático nos últimos anos. A presença em Macau faz parte dessa estratégia de crescimento e expansão. O anúncio do regresso ao território foi feito nas redes sociais: “Depois de uma estreia incrível em 2024, estamos de volta com o Grande Prémio Internacional de Karting de Macau e a Final da IAME Ásia para mais um confronto épico! A cidade das emoções a alta velocidade e das corridas lendárias será novamente o palco para os melhores pilotos da Ásia e de todo o mundo! Maior, mais audaz e ainda mais intenso.” Satisfeitos com a recepção em 2024, os organizadores da IAME Ásia aproveitaram para deixar um “enorme agradecimento à AAMC e ao Governo de Macau pelo seu contínuo apoio e confiança para tornar isto possível!” Para além da prova de Macau, o calendário de 2025 da IAME Series Asia inclui três eventos na Malásia e três eventos na Tailândia. Contudo, pela primeira vez, no último fim de semana de março, será realizada a Taça IAME Ásia no kartódromo do Circuito Internacional de Xangai.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Esperança média de vida aumenta para 79 anos em 2024 A esperança média de vida na China atingiu os 79 anos, depois de ter aumentado 0,4 anos em 2024, segundo dados da Comissão Nacional de Saúde divulgados ontem. O “estilo de vida saudável do povo chinês e a implementação de uma série de estratégias” por parte das autoridades tiveram um “efeito directo na melhoria da saúde” da população do país asiático, explicou ontem o director da Comissão Nacional de Saúde, Lei Haichao, numa conferência de imprensa, à margem da sessão anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão legislativo máximo do país. Lei detalhou que a esperança média de vida em 2024 foi um ano e sete meses superior à de 2019, o que representa um “ritmo de melhoria bastante positivo” em cinco anos. O responsável destacou ainda a “diminuição do fosso” na esperança de vida entre as diferentes regiões do país, o que disse ser sintomático de “uma melhoria na igualdade [nos acessos] à saúde”. Lei afirmou que a esperança de vida ultrapassa actualmente os 80 anos em cidades como Pequim e Xangai e em províncias costeiras como Jiangsu, Shandong, Zhejiang, Guangzhou e Hainan. Nas últimas décadas, a China registou ganhos em muitos indicadores de saúde, como a esperança de vida e a mortalidade infantil, embora os dados tendam a ser diferentes entre as prósperas cidades costeiras e as zonas do interior e do leste do país, menos desenvolvidas. A China registou declínios populacionais em 2022, 2023 e 2024, as primeiras contracções desde 1961. Estima-se que, em 2035, cerca de 400 milhões de pessoas com mais de 60 anos vivam no país asiático, o que representará mais de 30 por cento da população da China, com o consequente impacto negativo na força de trabalho e na economia do país.
Hoje Macau China / ÁsiaFoxconn | Lançado modelo de IA em língua chinesa com tecnologia da Nvidia A empresa taiwanesa Hon Hai, conhecida internacionalmente como Foxconn, anunciou ontem o lançamento do seu primeiro grande modelo de linguagem (LLM) em chinês tradicional, desenvolvido em apenas quatro semanas graças aos ‘chips’ da norte-americana Nvidia. O modelo, com o nome de código FoxBrain e originalmente concebido para as aplicações internas do grupo Hon Hai, será de código aberto e “partilhado publicamente no futuro”, afirmou a empresa, em comunicado. O FoxBrain não só tem “poderosas capacidades de compreensão e raciocínio”, como também está “optimizado para o estilo de linguagem dos utilizadores taiwaneses, mostrando um excelente desempenho em testes de raciocínio matemático e lógico”, lê-se na mesma nota. “O nosso modelo FoxBrain adoptou uma estratégia de formação muito eficiente, centrando-se na optimização do processo de formação e não na acumulação cega de poder computacional”, afirmou Li Yung-hui, director do Centro de Investigação de Inteligência Artificial (IA) do Instituto Hon Hai, a entidade responsável por este desenvolvimento. “Através de métodos de formação cuidadosamente concebidos e da optimização de recursos, construímos com êxito um modelo de IA local com poderosas capacidades de raciocínio”, afirmou. “Embora ainda exista uma ligeira diferença em relação ao modelo de destilação do DeepSeek, o desempenho [do FoxBrain] já se aproxima dos padrões líderes mundiais. Em comparação com os modelos de inferência recentemente lançados no mercado, este método mais eficiente e económico constitui um novo marco para o desenvolvimento da IA em Taiwan”, afirmou a empresa tecnológica.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | China promete “todos os esforços” para alcançar reunificação pacífica A China afirmou ontem que vai fazer “todos os esforços” para alcançar uma “reunificação pacífica” com Taiwan, sublinhando que tomará as “medidas necessárias” para “salvaguardar (a) integridade territorial”. “A China está disposta a envidar todos os esforços, com a máxima sinceridade, para alcançar uma reunificação pacífica. Ao mesmo tempo, tomaremos todas as medidas necessárias para salvaguardar a nossa soberania nacional e integridade territorial e opormo-nos à independência de Taiwan”, declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, em conferência de imprensa. Na semana passada, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, disse, na abertura da sessão plenária da Assembleia Popular Nacional, que termina esta terça-feira, que a China vai “avançar firmemente a causa da reunificação” e opor-se a quaisquer “actividades separatistas”. Na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, reiterou que “apoiar a independência de Taiwan significa interferir nos assuntos internos da China”.
Hoje Macau China / ÁsiaArmamento | Queda de importações sinaliza auto-suficiência militar A tendência de crescimento da indústria chinesa de armamento acentuou-se significativamente nos últimos anos e assim deverá continuar, segundo um grupo de reflexão sueco As importações chinesas de armamento caíram 64 por cento nos últimos cinco anos, à medida que o país desenvolveu a sua própria tecnologia, indicou ontem um grupo de reflexão sueco. Num relatório, o Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo (SIPRI) afirmou que houve uma queda de 64 por cento nas entregas à China entre 2020-24, em comparação com os cinco anos anteriores. A mudança foi impulsionada pelo crescimento da indústria de armas doméstica da China, com sistemas projectados e produzidos localmente substituindo equipamentos que antes eram comprados sobretudo à Rússia – uma tendência que provavelmente continuará, indicou o relatório. Siemon Wezeman, investigador do programa de transferência de armas do SIPRI, afirmou que foram necessários 30 anos para que a China substituísse progressivamente as armas de alta tecnologia importadas por tecnologias desenvolvidas localmente. “Nos últimos cinco anos, as principais coisas que a China ainda importava da Rússia eram basicamente duas: helicópteros e motores – que são extremamente difíceis de produzir se não se tiver experiência no assunto – e foi aí que a China se destacou”, disse. “A China fabrica actualmente os seus próprios motores para aviões de combate, aviões de transporte e navios. O mesmo se passa com os helicópteros, em que a China desenvolveu os seus próprios helicópteros, totalmente chineses, e está a eliminar gradualmente as importações de helicópteros da Rússia e também de modelos europeus”, frisou Wezeman, no relatório. A diminuição das importações chinesas contribuiu para uma redução global de 21 por cento no conjunto das remessas de armas para os países da Ásia e da Oceânia. A quota-parte da região nas importações mundiais de armas também diminuiu de 41 por cento em 2015-19 para 33 por cento. A Ásia Oriental, em particular, viu as importações de armas diminuírem 22 por cento, não só devido à queda da procura por parte da China continental, mas também graças a reduções nas compras de Taiwan e da Coreia do Sul de 27 por cento e 24 por cento, respectivamente. O Japão foi o único país da região a aumentar a quantidade de armamento importado, registando um aumento de 93 por cento, de acordo com o relatório do SIPRI. A China também saiu do top 10 dos importadores de armas pela primeira vez desde 1990-94, enquanto quatro países da região da Ásia e da Oceânia – Índia, Paquistão, Japão e Austrália – entraram na lista dos maiores receptores de armas do mundo. A tendência reflecte as crescentes preocupações entre alguns dos países vizinhos face à ascensão da China. Cliente favorito No leste da Ásia e no sul do Pacífico, Pequim tem adoptado uma postura mais assertiva alargando a sua influência às pequenas nações insulares da região. No que diz respeito às exportações de armas, o SIPRI afirmou que 44 Estados receberam armas chinesas no período entre 2020 e 2024, a maioria dos quais na Ásia e na Oceânia, que representaram uma quota de 77 por cento, seguidos de África, que recebeu 14 por cento. No entanto, 63 por cento das armas exportadas pela China tiveram como destino um único cliente, o Paquistão. Os fornecedores de armas chineses tornaram-se ainda mais dominantes nas aquisições e compras de Islamabade, representando 81 por cento das armas recebidas entre 2020 e 2024, em comparação com 74 por cento nos cinco anos anteriores. Embora a China tenha sido o quarto maior exportador de armas, registou-se uma diminuição de 5,4 por cento nas suas remessas de armas em comparação com 2015-19, bem como uma queda na sua quota de vendas globais de armas, de 6,2 por cento para 5,9 por cento.