Salvador Sobral – “Amar Pelos Dois”

“Amar Pelos Dois”

Se um dia alguém perguntar por mim
Diz que vivi para te amar
Antes de ti, só existi
Cansado e sem nada para dar

Meu bem, ouve as minhas preces
Peço que regresses, que me voltes a querer
Eu sei que não se ama sozinho
Talvez devagarinho possas voltar a aprender

Meu bem, ouve as minhas preces
Peço que regresses, que me voltes a querer
Eu sei que não se ama sozinho
Talvez devagarinho possas voltar a aprender

Se o teu coração não quiser ceder
Não sentir paixão, não quiser sofrer
Sem fazer planos do que virá depois
O meu coração pode amar pelos dois

Salvador Sobral

14 Mai 2017

Deputado pede apoio para empresas após salário mínimo

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]g Kuok Cheong pediu ontem, na Assembleia Legislativa, que o Governo transfira o subsídio que disponibiliza como complemento de rendimentos baixos para as empresas, após a implementação generalizada do salário mínimo.

“O Governo deve cumprir o compromisso de estender o salário mínimo a todos os sectores em 2018”, defendeu o deputado. “O nível do salário mínimo deve ser adequadamente ajustado, tendo em conta a situação real e tendo por base o valor mínimo já implementado para os trabalhadores do sector da administração de propriedades”, disse durante o período de intervenções antes da ordem do dia.

“O Governo deve avançar já com estudos sobre a viabilidade de se criarem mecanismos amortecedores que permitam transferir os recursos financeiros destinados ao subsídio para baixos rendimentos para apoiar as pequenas empresas na retenção dos seus trabalhadores locais que auferem baixos rendimentos, nesta nova situação decorrente da lei do salário mínimo”, propôs o deputado pró-democrata.

O alargamento do salário mínimo começou por ser apontado para 2018, mas vários deputados já manifestaram dúvidas que tal aconteça antes de 2019, tendo em conta todas as consultas que o Governo pretende fazer até apresentar o diploma.

Passos dinâmicos

Para o deputado, deve ser criado um “mecanismo dinâmico de transição”, em que, no primeiro ano da implementação do salário mínimo, o Governo concede “um complemento de rendimento aos trabalhadores cujos salários não atingem o mínimo exigido por lei, nomeadamente os das pequenas lojas e contratados por pequenos proprietários”, sob condição que os empregadores asseguram salários “não inferiores a 70 por cento do mínimo exigido por lei”. Além disso, “as empresas cujos trabalhadores beneficiam desse complemento têm de assegurar aumentos salariais anuais de seis por cento no mínimo”, enquanto o Governo “continua a conceder o referido complemento até que o empregador consiga assumir o salário mínimo exigido”.

Os pedidos de subsídio complementar aos rendimentos do trabalho caíram a pique no ano passado. Dados publicados no portal da Direcção dos Serviços de Finanças indicam que, ao longo do ano passado, deram entrada 1055 requerimentos, contra 4789 submetidos em 2015.

12 Mai 2017

Donglu | Uma aldeia católica num país governado por ateus

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o interior do norte da China, uma igreja do tamanho de um quarteirão, com paredes e colunas brancas, ergue-se no centro de uma aldeia, entre casas de tijolo cru, estradas poeirentas e plantações de melancia.

Trata-se da aldeia de Donglu, um dos lugares mais sagrados para os católicos chineses, fruto de uma aparição de Nossa Senhora, em 1900, para proteger os locais de uma rebelião nacionalista.

Aqui, a 140 quilómetros a sudoeste de Pequim, capital de um país governado por ateus e sem relações diplomáticas com o Vaticano, quase todos os habitantes são católicos.

“Desde crianças que recebemos os ensinamentos de Deus”, diz à agência Lusa Ke Hua, uma local de 27 anos, que está a ajudar a irmã, proprietária de uma loja de artigos religiosos.

“A fé dá-nos restrições morais e uma base enquanto seres humanos”, explica.

O cristianismo, na China, estará mesmo numa fase de grande expansão, preenchendo “o vazio moral” e o “excessivo materialismo” provocados pela alegada crise da ideologia comunista e o trepidante desenvolvimento das últimas três décadas de “Reforma Económica e Abertura ao Exterior”.

Ke reconhece a existência de uma “crise de valores” e lamenta que “os interesses económicos estejam hoje por detrás de tudo”.

“Até as crianças já pensam em dinheiro; as ligações entre as pessoas deixaram ter como base os afectos”, diz.

Pequim não tem relações diplomáticas com a Santa Sé e a base teórica marxista do Partido Comunista Chinês, que governa o país desde 1949, promove o ateísmo.

Em Donglu, contudo, o catolicismo tem uma história antiga e obteve maior proporção com as aparições de Maria em 1900, que o Vaticano confirmou em 1928.

No domingo de Páscoa, a igreja da aldeia está a abarrotar. Nas ruas, lançam-se petardos e fogo-de-artifício para “afugentar os maus espíritos”, uma tradição reservada na China para a passagem do Ano Novo Lunar, a mais importante festa para os chineses.

Entre os crentes, trocam-se ovos com a inscrição “Deus ama-te” e, em frente à igreja, vende-se algodão doce, outra novidade no país.

“No meu coração, sou livre de ter fé”, afirma Rui Yi, nascida e criada em Donglu. “Não me importa as restrições que nos colocam. Isso não abala a minha crença em Deus”, atira.

Estima-se que haja já 12 milhões de católicos no país, entre os quais muitos optam por celebrar a sua fé em igrejas clandestinas, que juram lealdade a Roma, arriscando represálias das autoridades.

À chegada, o padre avisou os jornalistas da Lusa de que corriam o risco de ser detidos, mas a reportagem acabou por decorrer sem incidentes.

Maus hábitos

Não foi sempre assim: em Abril e Maio de 1996, um ano após uma segunda alegada aparição de Maria, mais de cinco mil efectivos militares, 30 carros blindados e diversos helicópteros foram destacados para Donglu.

Fontes católicas dizem que as peregrinações a Donglu foram proibidas na década de 1990, com a polícia a selar a estrada da aldeia.

A aparição de Nossa Senhora terá ocorrido durante a revolta dos Boxers, movimento nacionalista contra a presença estrangeira na China, que tornou comum os atentados e torturas contra comerciantes, missionários e diplomatas estrangeiros.

Donglu já era então uma aldeia predominantemente católica e, quando os atacantes chegaram, Maria terá vindo em socorro dos crentes.

Tal como as aparições de Fátima em 1917, a igreja católica confirmou a veracidade das aparições de Donglu. Em 1932, o Papa Pio XI consagrava a aldeia como um lugar de culto a Nossa Senhora da China.

Hoje, para os habitantes de Donglu, a maioria empregados no fabrico de gruas manuais ou no cultivo de melancia, a fé parece ser uma forma de fugir à dureza da vida na aldeia.

“Acreditar em Deus é amar a humanidade, amar todas as pessoas, sem limites”, descreve Rui Yi. “Porque amo Deus, não conheço o ódio”.

12 Mai 2017

Pyongyang insta Seul a travar “confrontação” após eleição de Moon

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte instou ontem o novo governo da Coreia do Sul a acabar com as “políticas de confrontação”, incluindo os exercícios militares conjuntos anuais com os Estados Unidos.

A mensagem foi transmitida num editorial do diário estatal Rodong Sinmun dirigido ao executivo do novo Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, que tomou posse na quarta-feira, acabando com uma década de governos conservadores.

As duas Coreias devem respeitar-se mutuamente e abrir um novo capítulo para avançar para uma melhoria dos seus laços e a unificação inter-coreana”, indica o texto.

Para isso, o editorial considera que a Coreia do Sul deve acabar com os exercícios militares anuais com os Estados Unidos e proibir os activistas conservadores sul-coreanos de enviarem balões para o Norte com panfletos contra o regime.

Pyongyang alega frequentemente que os exercícios conjuntos Seul-Washington são na realidade ensaios para invadir o seu território.

A Coreia do Norte e a Coreia do Sul deveriam procurar o diálogo e a negociação a diferentes níveis”, refere o editorial.

A eleição de Moon ocorreu numa altura de particular tensão na península devido aos contínuos ensaios de armamento de Pyongyang e à retórica endurecida de Washington.

No entanto, o novo chefe de Estado sul-coreano disse durante a campanha que procuraria uma maior aproximação ao Norte e sugeriu, após tomar posse, que, com as condições adequadas, poderia visitar Pyongyang para uma cimeira com Kim Jong-un.

12 Mai 2017

Seul e Tóquio concordam em cooperar de perto sobre Pyongyang

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] novo Presidente da Coreia do Sul e o primeiro-ministro japonês concordaram ontem, num primeiro contacto telefónico, em cooperar de perto para lidarem em conjunto com a Coreia do Norte, cujo programa de mísseis ameaça os dois países.

Fontes oficiais japonesas descreveram o primeiro telefonema entre o novo Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, como “positivo e cheio de significado”, com os dois a concordarem em cooperar estreitamente para lidar com Pyongyang.

Os dois líderes falaram durante 25 minutos, tendo concordado em encontrar-se o mais rapidamente possível para aprofundar as conversações.

Já o gabinete de Moon informou que, ao longo do telefonema, o Presidente sul-coreano transmitiu a Shinzo Abe que ambos não devem deixar que o historial de conflitos entre os dois países fragilize a cooperação, especialmente no que toca a lidar com a Coreia do Norte.

Matéria delicada

No mesmo telefonema, os dois líderes abordaram o controverso tema do acordo de 2015 sobre a compensação a pagar a mulheres sul-coreanas, forçadas a serem escravas sexuais de militares japoneses durante a II Guerra Mundial.

O gabinete de Moon disse que este transmitiu a Abe que o acordo era “emocionalmente difícil” de aceitar por parte do grande público sul-coreano.

O acordo entre os dois países, muito impopular na Coreia do Sul, implica pagamentos monetários às vítimas destes crimes.

A Coreia do Sul, por seu lado, comprometeu-se a resolver o problema, motivo de queixa do Japão, da instalação de uma estátua de uma mulher – a representar as vítimas de abusos – em frente à embaixada japonesa em Seul.

As fontes oficiais japonesas escusaram-se a confirmar que o Presidente sul-coreano tenha dito a Abe que a sociedade sul-coreana tem dificuldade em aceitar o acordo de 2015.

Segundo as mesmas fontes, Abe disse a Moon que o acordo tem de ser “gerido adequadamente”, sem entrar em mais pormenores.

Os dois lados, sublinhou, têm a responsabilidade de respeitar o acordo, um tratado diplomático reconhecido internacionalmente.

12 Mai 2017

Filme “The Great Wall” é pouco interessante, diz realizador

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] realizador chinês Zhang Yimou disse que o fracasso da maior produção cinematográfica conjunta entre a China e os Estados Unidos, o “The Great Wall”, terá ficado a dever-se ao pouco interesse da história retratada.

“Os atores são todos muito bons. [O protagonista] Matt Damon e todos os outros foram esplêndidos”, afirmou Zhang à agência The Associated Press.

“Provavelmente, a história é um pouco fraca, ou o momento não foi o melhor, ou então fomos nós que não fizemos um bom trabalho. Pode ser por muitas razões”, acrescentou.

O “The Great Wall” remete para uma China imaginária, onde a Grande Muralha, o monumento mais conhecido do país, foi edificada para deter a invasão por monstros que comem carne humana.

O guião demorou sete anos para Hollywood concluir.

Zhang acrescentou elementos da cultura chinesa e o seu estilo visual, patente no drama de Kung fu, “House of Flying Daggers”, ou na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos Pequim 2008.

Os produtores esperavam que o filme, com um orçamento de 150 milhões de dólares, pudesse inverter a tendência das produções conjuntas entre a China e os EUA falharem em ambos os mercados.

O “The Great Wall” arrecadou apenas 45 milhões de dólares em receitas de bilheteira, desde que estreou em fevereiro passado, mas ganhou 332 milhões globalmente.

Na China, onde foi exibido em dezembro, alcançou 171 milhões de dólares, tornando-se o oitavo filme com maiores receitas no país, em 2016.

O filme foi produzido pela Legendary East, subsidiária chinesa da produtora de Hollywood Legendary Entertainment, adquirida no ano passado por Wang Jianlin, o homem mais rico da China e presidente do grupo Wanda Group, que tem a maior rede de distribuição cinematográfica do mundo.

Zhang considerou que o “The Great Wall” é um marco na colaboração entre produtores chineses e de Hollywood.

“Como os chineses dizem, ‘tudo é difícil no início’. Penso que foi importante começar. Espero que haja mais cooperações do género, que as pessoas não parem só porque o resultado não foi bom”, afirmou Zhang.

Questionado se participaria de outra produção conjunta entre a China e Hollywood, Zhang respondeu: não tenho que ser eu a fazer. Espero que mais pessoas colaborem nisto”.

11 Mai 2017

Presidente do Politécnico aponta falhas na hotelaria e direito

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente do Instituto Politécnico de Macau (IPM), Lei Heong Iok, defendeu ontem que o território precisa de mais quadros qualificados e bilingues nas áreas da hotelaria e direito para aumentar a competitividade.

“Temos de reforçar o nosso desenvolvimento e o nosso investimento na educação”, disse Lei Heong Iok, numa palestra na Universidade de Macau para cerca de uma centena de representantes da área da Educação, organizada no âmbito da visita à região de Zhang Dejiang, presidente do comité permanente da Assembleia Popular Nacional (APN).

O presidente do IPM recordou que a região “tem como objectivo a transformação num centro de turismo e de lazer, e também a transformação num centro e numa plataforma de cooperação entre os países lusófonos e a China”. É preciso “aproveitar estas vantagens para aumentar a competitividade de Macau”, defendeu. “Para atingir este objectivo temos de ter mão-de-obra e talentos ou quadros qualificados na área da hotelaria e na área do direito, bilingues”, afirmou.

O IPM lançou há uma década a licenciatura em Tradução e Interpretação Português-Chinês/Chinês-Português e vai criar uma licenciatura em Português que irá arrancar no ano lectivo 2017/18.

Trabalho feito

Lei Heong Iok destacou o contributo do IPM nos últimos anos para a formação de quadros bilingues e disse que “o número de estudantes está também a aumentar”, sublinhando que o instituto vai aproveitar as respectivas vantagens de modo a continuar a atingir bons resultados. “Estes resultados podem contribuir para o desenvolvimento económico de Macau e para o desenvolvimento do sector do jogo”, disse.

Lei Heong Iok observou ainda que num mundo globalizado, “só os quadros qualificados competitivos é que podem ganhar um lugar”. “Por isso, temos de empenharmo-nos mais na formação de quadros qualificados, porque Macau é uma cidade pequena”, afirmou.

Na mesma palestra falaram também directores de escolas, professores e dirigentes de associações de estudantes, com alguns a invocarem a necessidade de reforçar a educação da história da China e incutir valores patrióticos nos alunos. “Todas as escolas primárias e secundárias têm um papel na educação e patriotismo dos alunos”, disse Lai Sai Kei, director da Escola Keang Peng.

11 Mai 2017

Nascimentos em Macau sofrem uma queda

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro trimestre de 2017 regista uma diminuição do número de nascimentos no território. De acordo com os dados fornecidos pelos Serviços de Estatísticas e Censos, registaram-se no primeiro trimestre deste ano menos 20,3 por cento de nascimentos em Macau, com um total de 1560 nados vivos, menos 397 em termos trimestrais.

No entanto, a população regista um acréscimo de 3400 pessoas. No final de Março, Macau tinha 648.300 pessoas, sendo que a população feminina representava a maioria, com 52,7 por cento.

De acordo com o comunicado enviado à comunicação social, registaram-se 499 óbitos no trimestre em análise, o que corresponde a menos 39 em termos trimestrais, sendo que as três principais causas de morte foram tumores, com 159 casos, doenças do aparelho circulatório, com 146, e doenças do aparelho respiratório, com 103 óbitos.

Ainda no mesmo período de tempo, houve um aumento de 423 migrantes do Continente, num total de 1211, e foram autorizados 411 pedidos de residência, o que corresponde a um acréscimo de 15 pessoas. Até ao final do primeiro trimestre deste ano, existiam 179.879 trabalhadores não residentes em Macau, mais 2241 indivíduos face ao trimestre anterior.

O número de casamentos registados foi de 1094 no trimestre de referência, mais 115 em termos trimestrais.

11 Mai 2017

Turismo | Portugal promove voo directo com China e três regiões

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Turismo de Portugal promove esta semana o novo voo directo entre Portugal e a China, e três regiões portuguesas, na primeira edição do ITB China, feira de turismo que decorre até sexta-feira em Xangai.

“Acima de tudo, queremos promover o novo voo, que é este ano a grande marca na ligação entre o mercado chinês e Portugal”, disse à agência Lusa Filipe Silva, vogal do conselho directivo do Turismo de Portugal.

A ligação aérea directa entre a China e Portugal arranca em 26 de Julho, com partida da cidade de Hangzhou, na costa leste da China, e com destino a Lisboa, parando em Pequim.

Filipe Silva apontou que a abertura do voo é acompanhada por uma estratégia de comunicação, que visa reforçar a notoriedade de Portugal no país asiático.

Com duzentos metros quadrados, o pavilhão português promove ainda a Madeira, a região centro e o Alentejo, para além de oito empresas, entre as quais a companhia aérea responsável pelo voo, Beijing Capital Airlines (BCA).

O voo terá três frequências semanais e ficará a cargo do modelo 330-200 da Airbus, aeronave com capacidade para 242 passageiros em classe económica e 18 lugares em classe executiva.

Nos últimos três anos, o número de turistas chineses que visitaram Portugal triplicou, para 183.000.

A China é já o maior emissor mundial de turistas e, segundo estatísticas oficiais, 135,1 milhões de chineses viajaram para fora da China continental, em 2016, num aumento de 12,5% em relação ao ano anterior.

A ITB (International Tourism Berlin) é a entidade que organiza a maior feira de turismo do mundo, que decorre todos os anos em Berlim, e que este ano realiza pela primeira vez uma feira na China, em Xangai, a “capital” económica do país.

11 Mai 2017

Pequim | Tudo a postos para receber fórum “Uma faixa, Uma rota”

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]equim está a postos para a realização do Fórum “Uma faixa, Uma rota” para a Cooperação Internacional, agendado entre os dias 13 e 15 de deste mês, com os trabalhos de preparação em andamento, disse um porta-voz do governo municipal.

O evento será realizado no Centro Nacional de Convenções da China e no Centro de Convenções Internacionais do Lago Yanqi, na periferia a norte da capital, disse o porta-voz Wang Wenjie em conferência de imprensa.

A construção foi concluída em todos os locais de reunião no Centro Nacional de Convenções, onde se realizará a cerimónia inaugural e a sessão plenária do encontro de alto nível. As reparações no centro Yanqi, o local principal do fórum, estão já também terminadas, informa o Diário do Povo.

O centro de imprensa, instalado no Centro Nacional de Convenções foi concluído esta quarta-feira, enquanto um homólogo temporário está também já pronto em Yanqi.

O evento contará com o apoio de mais de dois mil voluntários, que receberam formação para a participação no Fórum, segundo Wang.

Verde pálido

A organização utilizou materiais de construção recicláveis, amigos do ambiente, e papel reciclado, revelou Wang.

Na tentativa de minimizar o impacto do evento na vida quotidiana dos cidadãos durante o fórum, o controlo de veículos não será aplicado, ou seja, a as autoridades não limitarão a circulação segundo o número (par ou ímpar) das matrículas.

Cerca de 20 países e mais de 20 organizações internacionais assinarão documentos de cooperação com a China durante o fórum, que contará com representantes de 110 países.

A iniciativa “Uma faixa, Uma rota” proposta pela China em 2013 consiste na Faixa Económica da Rota da Seda e da Rota de Seda Marítima do Século XXI. A iniciativa pretende construir uma rede de comércio e de infra-estruturas que liguem a Ásia, a Europa e África.

11 Mai 2017

Novo Presidente da Coreia do Sul irá a Pyongyang se houver condições

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] novo Presidente da Coreia do Sul, o liberal Moon Jae-In, afirmou ontem estar disponível para visitar a Coreia do Norte caso estejam reunidas as condições para tal, pouco depois de ter prestado juramento no cargo.

“Estou disponível para ir a qualquer lado, pela paz na península coreana: se necessário irei imediatamente a Washington [e] a Pequim e a Tóquio. Se as condições estiverem reunidas irei a Pyongyang”, afirmou.

Moon Jae-in, de 64 anos, do Partido Democrático, iniciou ontem um mandato de cinco anos como Presidente, após vencer as eleições antecipadas de terça-feira com 41,1% dos votos, contra os 24,03% de Hong Joon-pyo, do Partido da Liberdade (da anterior Presidente, Park Geun-hye).

No discurso proferido na cerimónia de posse na Assembleia Nacional, horas depois de ter sido proclamado oficialmente vencedor, Moon comprometeu-se a trabalhar pela paz na península coreana, numa altura de crescentes receios relativamente à expansão do programa de armamento da Coreia do Norte, prometendo “agir rapidamente para resolver a crise de segurança nacional”.

Ser verdadeiro

Moon Jae-In afirmou que vai “negociar sinceramente” com os Estados Unidos, o principal aliado de Seul, e com a China, o principal parceiro comercial, a controversa instalação de um sistema de defesa antimíssil norte-americano (THAAD), no sul do país.

À semelhança de Washington, Seul garantiu que tem objectivos meramente defensivos, mas Pequim, por exemplo, considerou que o THAAD tem capacidade para reduzir a eficácia dos sistemas de mísseis chineses.

O início do mandato presidencial de cinco anos sem a normal transição de dois meses, devido às eleições antecipadas, vai obrigar Moon a depender, nesta fase inicial, dos ministros e assessores do governo da antecessora, Park Geun-hye.

O novo Presidente irá designar o primeiro-ministro, “número dois” na Coreia do Sul, e o chefe de gabinete. As duas escolhas têm de ser aprovada pelo parlamento.

Estas foram as primeiras presidenciais antecipadas desde que a Coreia do Sul voltou a realizar eleições democráticas, em Dezembro de 1987, convocadas após a também inédita destituição de um Presidente eleito democraticamente.

Park Geun-hye, de 65 anos, destituída e colocada em prisão preventiva em Março, começou a ser julgada no início do mês devido ao escândalo de corrupção e de tráfico de influências, conhecido como “Rasputina”, arriscando uma pena que pode ir até à prisão perpétua.

11 Mai 2017

Rodolfo Ávila no campeonato chinês de carros de turismo

[dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]odolfo Ávila vai disputar a temporada completa do Campeonato Chinês de Carros de Turismo (CTCC), que arranca já este fim-de-semana no Circuito Internacional de Zhuhai. O piloto português corre pela SAIC Volkswagen 333 Racing.

Ávila participou em duas provas do CTCC na passada temporada, mas em ambas as provas viu os seus resultados condicionados por problemas técnicos no Volkswagen Lamando GTS, assinala-se em nota de imprensa. “Porém, o andamento e empenho de Ávila não passaram despercebidos à equipa que, este ano, espera contar com ele na luta pelo título de pilotos e construtores no campeonato de automobilismo mais popular da República Popular da China”, lê-se no mesmo comunicado.

“Quero agradecer à SAIC Volkswagen 333 Racing por me ter dado esta oportunidade, que é também o reconhecimento do trabalho que fiz nas duas provas do CTCC em que participei na temporada passada”, afirmou o piloto de Macau.

No defeso, a equipa trocou a sua base de operações de Xangai para Zhaoqing e, ao mesmo tempo, aproveitou a paragem de Inverno para evoluir o carro da classe “Super Cup 2.0L” introduzido na última temporada. “A equipa sofreu uma reestruturação a nível técnico e essa foi uma das razões para eu ter aceite este convite. O carro também sofreu algumas evoluções, principalmente a nível de motor e aerodinâmica”, explica Rodolfo Ávila. “Já tive a oportunidade de testar o Lamando GTS na sua última especificação, no circuito de Guangdong, e as melhorias em termos de fiabilidade e performance são notórias”, acrescenta.

Sentir primeiro

Quanto aos objectivos para a temporada, Ávila é comedido nas expectativas, dado que a equipa esta temporada ainda não mediu forças com a oposição em condições iguais. “Como testamos sempre sozinhos, só iremos saber onde nos posicionaremos face à concorrência depois dos primeiros treinos livres oficiais. Obviamente que quero lutar pelos lugares cimeiros, mas a prioridade será sempre ajudar a equipa na luta pelos títulos de pilotos e construtores”, conclui.

O CTCC é composto por oito eventos – sete na República Popular da China e um na Coreia do Sul –, sendo que cada um deles tem duas corridas. Além da SAIC VW, também a Ford, KIA, Hayma e BAIC estão representadas oficialmente no campeonato.

A prova de abertura, em Zhuhai, arranca na sexta-feira com duas sessões de treinos-livres. A qualificação está marcada para a tarde de sábado, pelas 16h20, enquanto as duas corridas de dez voltas se realizam no domingo, pelas 8h40 e 13h10.

11 Mai 2017

Portugal | Novo secretário-geral do SIRP passou por Macau

[dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]úlio Pereira, secretário-geral do Sistema de Informações da República (SIRP) desde 2005, vai deixar o cargo e ser substituído pelo diplomata José Júlio Pereira Gomes, também ele com um passado que inclui Macau.

O novo secretário-geral das secretas portuguesas trabalhou no território como assessor do secretário-adjunto para a Administração, como director do Serviço de Administração e Função Pública. Foi administrador do Fundo de Pensões de Macau e assessor diplomático do Governador de Macau, de 1986 a 1989.

O anúncio da substituição foi feito em comunicado pelo gabinete do primeiro-ministro, António Costa, em que se explica que Júlio Pereira já tinha solicitado oportunamente a sua saída de funções, mas que se mantém em funções até ao final da visita do papa Francisco a Portugal, sexta-feira e sábado.

O chefe do Governo anunciou também que propôs ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que Júlio Pereira seja agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique e revelou ter consultado o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, como líder do principal partido da oposição, antes de escolher José Júlio Pereira Gomes para o cargo.

No comunicado, o gabinete de António Costa sublinha que o novo secretário-geral do SIRP tem uma “vasta experiência em relações internacionais e em matérias de segurança e defesa”. José Júlio Pereira Gomes é licenciado em Direito pela Faculdade de Lisboa, trabalhou na Comissão Europeia dos Direitos do Homem do Conselho da Europa e é diplomata de carreira desde 1984.

Foi secretário de Estado da Defesa Nacional do primeiro Governo socialista de António Guterres, de 1995 a 1997, representante permanente de Portugal no Comité Político e de Segurança da União Europeia e na União Europeia Ocidental (2002–2005), embaixador de Portugal na República Checa (2008–2015) e na Suécia desde Fevereiro de 2015. Foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito.

11 Mai 2017

Macau e Hong Kong com elevados níveis de poluição

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau e Hong Kong registaram ontem níveis de poluição atmosférica considerados perigosos para a saúde, com a concentração média das partículas PM 2,5, as mais lesivas, a atingir picos bastante acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde.

A informação disponibilizada na página de Internet da Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) indica que às 18:00, Macau registava valores das PM 2.5 entre os 100 e 140 microgramas por metro cúbico, bastante acima do limite recomendado pela Organização Mundial de Saúde, que estabelece uma média diária de 25.

Duas horas mais tarde, pelas 20:00 o índice das PM 2.5 nas várias zonas na região de Macau tinha subido para valores entre os 100 e 160 microgramas por metro cúbico.

“Dado que hoje (ontem) o vento esteve relativamente fraco não privilegia a dispersão de poluentes na atmosfera. O principal poluente nas bermas das estradas é PM 2.5 e o na área geral é ozono”, disseram os Serviços Meteorológicos e Geofísicos numa resposta escrita à Lusa.

“No entanto, à tarde, os poluentes no ar foram afectados pela reacção fotoquímica que ocasionou um aumento de concentrações de ozono, provocando a elevação do índice de poluição. Espera-se que amanhã (hoje) o vento continue, relativamente, fraco e a previsão para a qualidade do ar é de moderado a insalubre”, acrescentou.

Discrepâncias

As medições da qualidade do ar divulgadas pela Air Quality Index China (AQICN), uma organização não-governamental do interior da China, mostram valores de poluição atmosférica em Macau discrepantes dos que são reportados pela Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos de Macau.

A título de exemplo, o AQICN, a Calçada do Poço, no centro da Península de Macau, registava às 18:00 o valor de 196 microgramas por metro cúbico, enquanto a subestação Norte indicava 189.

Não obstante os valores discrepantes, os Serviços Meteorológicos e Geofísicos indicavam pelas 19:45 locais que a prática de actividades ao ar livre era “não adequada” na berma da estrada e “não aconselhada” nas restantes quatro zonas de Macau em que são disponibilizados os valores do índice da qualidade do ar em tempo real.

Durante o dia de ontem, Hong Kong também registou índices de poluição atmosférica “muito elevados” e “graves” para a saúde nas áreas financeiras e comerciais mais movimentadas da cidade, de acordo com o portal do governo de Hong Kong que mede a qualidade do ar.

O departamento para a Protecção Ambiental atribuiu a concentração de poluição atmosférica a uma corrente de ar das zonas industrializadas do Delta do Rio das Pérolas e a ventos ligeiros que impedem a dispersão de poluentes, segundo o portal Hong Kong Free Press.

11 Mai 2017

Debate sobre habitação social vai amanhã a votos

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] já amanhã, dia 11, que a Assembleia Legislativa (AL) vota mais um pedido de debate apresentado pela deputada Ella Lei, que versa sobre a abertura de concursos para a atribuição de casas sociais.

Na sua proposta, a deputada considera que “o Governo deve iniciar imediatamente os concursos para as habitações sociais, bem como implementar um mecanismo permanente de candidatura para esse tipo de habitação”.

Ella Lei, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau, considera que a não abertura de concursos cria condicionantes negativas a muitas famílias.

“Se o Governo continuar a não abrir concursos para os residentes se candidatarem a habitações sociais, as famílias com dificuldades económicas não só não podem candidatar-se e viver numa dessas habitações, como também vão ficar sem o referido abono”, escreveu a deputada.

Este é o terceiro pedido de debate que dá entrada na AL no espaço de um mês. As anteriores propostas, apresentadas pelos deputados Mak Soi Kun e Leong Veng Chai, já foram aprovadas pelo hemiciclo, estando a aguardar uma data para a realização do debate.

Mudanças em curso

O plenário de amanhã vai também servir para votar na especialidade as alterações ao regime das carreiras dos trabalhadores dos serviços públicos, bem como a alteração à “Lei de execução da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção”. Este último diploma esteve longos meses a ser discutido em sede de especialidade, tendo sido aprovado, na generalidade, em Abril do ano passado.

Os deputados vão também votar na especialidade o articulado que altera as leis de combate aos crimes de branqueamento de capitais e terrorismo. A análise na especialidade chegou ao fim na semana passada, tendo a AL considerado, no parecer jurídico, que o Governo deve promover mais a recolha de dados nestas áreas, para que se possa dar uma melhor resposta ao baixo número de casos em tribunal que resultam em condenações.

10 Mai 2017

Pequim | Zhang Dejiang elogia “forças patrióticas” de Macau

Os residentes de Macau sabem o que querem, são pragmáticos e souberam aproveitar o desenvolvimento da China Continental. Depois de, à chegada, ter deixado alguns avisos à navegação, ontem foi dia de elogios pelo líder da Assembleia Popular Nacional

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN) disse ontem que Macau deu um bom exemplo ao aprovar a lei anti-subversão e que a região tem sido bem-sucedida porque o patriotismo prevalece na sociedade.

Zhang Dejiang – que além de presidente da APN é membro do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC), a cúpula do poder, falava numa palestra ontem de manhã em Macau, cuja cobertura jornalística foi reservada a apenas alguns órgãos de comunicação social, salienta a Agência Lusa.

Conhecida também como a regulação do Artigo 23.º da Lei Básica, a lei anti-subversão, que entrou em vigor em Macau em 2009, prevê e pune os crimes contra o Estado. O Governo de Hong Kong tentou em 2003 implementar o Artigo 23.º da Lei Básica, mas o plano foi abortado depois da oposição de deputados pró-democracia e activistas, e de meio milhão de pessoas ter saído à rua em protesto, por receios de que Pequim usasse esta lei para reprimir a dissidência na região.

Segundo a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong, no segundo dia da visita oficial à cidade, Zhang Dejiang disse que a população de Macau não pode dar-se ao luxo de ter agitação, sublinhando que as pessoas não desperdiçam energia e esforços em discussões que não levam a lado algum.

Para o “número três” da hierarquia chinesa, os residentes de Macau têm sido pragmáticos e procurado oportunidades ao associarem as vantagens do território às tendências de desenvolvimento do país.

Zhang Dejiang disse que as “forças patrióticas” em Macau têm mantido uma posição de liderança na sociedade e devem ensinar as gerações futuras a amar o país. Também disse que esses grupos patrióticos entenderam correctamente a implementação do princípio “Um país, dois sistemas”.

Mensagem para o lado

Antes do seminário, Zhang fez uma visita à Assembleia Legislativa (AL), durante a qual disse aos deputados para não desperdiçarem tempo em bloqueios ou a envolverem-se em actos de violência.

O deputado pró-democrata Au Kam San disse mais tarde aos jornalistas que isso não acontece em Macau, pelo que depreende que Zhang Dejiang deve ter pretendido passar essa mensagem aos deputados de Hong Kong.

Au Kam San entregou uma petição ao presidente do Comité Permanente da APN a pedir o sufrágio universal para a eleição do Chefe do Executivo e dos deputados à AL.

Zhang Dejiang termina hoje a visita oficial de três dias. Não deverá voltar a Macau na qualidade de enviado de Pequim, uma vez que, devido à regra (não escrita) dos 68 anos de idade, deverá abandonar a política activa no próximo Outono, aquando da reunião magna do Partido Comunista Chinês.

A visita à cultura da terra

O presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional esteve ontem nas Casas-Museu da Taipa para ver, na “Galeria de Exposições”, as fotografias e produtos relacionados com a cultura e a comunidade macaense. Zhang Dejiang esteve ainda no “Museu Vivo Macaense”. A apresentação da história cultural, dialecto, estilo de vida e elementos decorativos nas casas, diz nota oficial, esteve a cargo do presidente do Instituto Cultural, Leung Hio Ming, e do representante da comunidade Macaense, Leonel Alves.

10 Mai 2017

Contabilidade | Licenciatura do IPM com reconhecimento internacional

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] licenciatura em Contabilidade do Instituto Politécnico de Macau (IPM) foi reconhecida pelo Conselho para Acreditação de Qualificações Académicas e Vocacionais de Hong Kong (HKCAAVQ, na sigla inglesa). Em nota à imprensa, o IPM destaca que se trata do primeiro curso ministrado em Macau na área da contabilidade a ser acreditado por uma entidade internacional.

Ainda segundo o mesmo comunicado, o painel que analisou a licenciatura fez uma avaliação “muito positiva” no que toca ao modo como o curso é dado, o desenvolvimento académico e as capacidades de pesquisa.

A licenciatura em causa já tinha obtido o reconhecimento por parte de entidades australianas e britânicas, pelo que “esta avaliação internacional sublinha a elevada qualidade do ensino superior de Macau e é mais uma demonstração da excelência do IPM”, congratula-se a instituição de ensino superior.

O Instituto Politécnico de Macau refere ainda que a licenciatura em Contabilidade adopta uma abordagem prática e tem sido sempre muito popular entre os estudantes locais e os de regiões vizinhas. A avaliação que agora foi concluída pelo HKCAAVQ começou em Novembro do ano passado e teve como objectivo assegurar que os padrões académicos do curso estão de acordo com as exigências internacionais. O painel de avaliação era constituído por seis elementos – além de membros de Hong Kong, incluiu académicos de Singapura e da Austrália.

10 Mai 2017

Melco Resorts | James Packer diz mesmo adeus

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Crown Resorts, do australiano James Packer, vendeu toda a participação na Melco Resorts, com casinos em Macau e nas Filipinas, anunciou a empresa. A companhia australiana vendeu os 11,2 por cento que detinha, depois de ter reduzido a participação em Maio do ano passado, de 34,3 por cento para 27,4 por cento. Uma segunda redução na participação aconteceu em Dezembro, para 11,2 por cento.

A Melco Resorts vai comprar as acções por 1,16 mil milhões de dólares e o procedimento deverá estar terminado no próximo dia 15.

Em Outubro do ano passado, 18 funcionários da Crown Resorts foram detidos na China por crimes relacionados com o jogo. Na altura, o magnata James Packer disse que as detenções terão ocorrido no âmbito de uma investigação sobre os esforços do grupo para convencer chineses endinheirados a gastar as suas fortunas em casinos no estrangeiro. A publicidade a jogos de azar na China Continental está proibida.

O anúncio da saída da Crown de Macau ocorreu depois de as receitas de jogo terem voltado a subir, consecutivamente, em Agosto do ano passado, após 26 meses de quedas.

10 Mai 2017

Bienal de Veneza | José Pedro Croft apresenta seis esculturas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] projecto de Portugal para a Bienal de Arte de Veneza 2017, com seis esculturas criadas pelo artista José Pedro Croft, teve ontem a pré-inauguração naquela que é uma das maiores montras internacionais de arte contemporânea.

A representação oficial portuguesa é feita através do projecto “Medida Incerta”, instalado na Villa Hériot, na Ilha de Giudecca, que abriu ao público especializado esta quarta-feira e ao público em geral no sábado, dia em que a organização anuncia os prémios da Bienal de Arte de Veneza.

Nesta 57.ª Exposição Internacional de Arte – Bienal de Veneza, o projecto de Croft, com curadoria do historiador de arte João Pinharanda, consiste em seis esculturas de grandes dimensões, em vidro, espelho e ferro, que evocam a obra do arquitecto Álvaro Siza Vieira em Veneza.

José Pedro Croft disse à agência Lusa que todo o processo de trabalho e preparação deste projecto foi documentado e será também objecto da exposição apresentada no interior da Villa Hériot, com maquetas, projecção de vídeos e fotografias.

A obra de José Pedro Croft está representada em diversas colecções públicas e privadas, nomeadamente no Banco Central Europeu, em Frankfurt (Alemanha), no Museu Rainha Sofia, em Madrid (Espanha), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Brasil) e na Colecção Albertina, em Viena (Áustria).

Em Portugal, está presente nas colecções da Caixa Geral de Depósitos, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Museu Berardo, em Lisboa, na colecção António Cachola, no Museu de Arte Contemporânea de Elvas, e na Fundação de Serralves, no Porto, entre outras.

Ontem na Villa Hériot, Ilha de Giudecca, em Veneza, o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, e o secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado, estiveram presentes na pré-abertura do Pavilhão de Portugal na 57.ª Exposição Internacional de Arte.

10 Mai 2017

Mostra de cinema lusófono estreia-se no fim-de-semana

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Lusophone Film Fest, uma mostra de cinema lusófono que teve a primeira edição em 2014 no Quénia, estreia-se em Macau no próximo fim-de-semana, com cinco filmes e o desejo de manter presença permanente na cidade.

A mostra acontece nos dias 13 e 14, com curtas e longas-metragens, de Cabo Verde, Macau, Moçambique, Portugal e Timor-Leste.

O moçambicano Inusso Jamal, co-fundador e coorganizador do evento, disse à Agência Lusa que a ideia nasceu quando ele e o amigo português Pedro Matos viviam em Nairobi, no Quénia, onde trabalhavam em ajuda humanitária.

Inicialmente pensaram em exibir os filmes no jardim de uma das suas casas, mas recearam que acabasse por só chegar a “expatriados, pessoal privilegiado”, e acabaram por fazer uma parceria com o Instituto Goethe, que cedeu a sala.

“Aí demos início à primeira mostra de cinema lusófono”, contou. Na altura, o objectivo de “cativar a audiência queniana” foi bem-sucedido. “Era essa a ideia, queríamos que um queniano soubesse o que se faz em Maputo, em Luanda, queríamos criar essa ponte”, explicou.

Depois de Nairobi seguiu-se Zanzibar (Tanzânia), Banguecoque (Tailândia), Sydney (Austrália) e Phnom Penh (Camboja). Agora é a vez de a mostra chegar a Macau. “Estando aqui na Ásia, era uma das prioridades, pela língua, pela cultura. Por isso apostámos em Macau”, disse.

A mostra quer continuar a expandir-se e chegar também aos “países de origem”, ou seja, aos países lusófonos, com o desejo de uma passagem por Lisboa em Julho.

Inusso Jamal frisou que a ideia é estabelecer em cada um dos locais uma mostra permanente, regular, onde filmes de toda a geografia lusófona sejam exibidos. Numa próxima sessão em Macau, a organização gostaria de mostrar produções – curtas e longas-metragens, documentários e animação – de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe.

O cartaz

No sábado, a Casa Garden da Fundação Oriente vai exibir o filme “Feral”, de Daniel Sousa (Cabo Verde), “Macau sâm Assi”, de Sérgio Perez (Macau) e “A Ilha dos Espíritos”, de Licínio Azevedo (Moçambique).

No domingo será a vez de “Dodu, O Rapaz de Cartão”, de José Miguel Ribeiro (Portugal) e “A Guerra da Beatriz”, de Luigi Acquisto e Bety Reis (Timor-Leste).

“A ideia é fazer da mostra algo permanente, ter um Lusophone Film Fest Macau. Em Nairobi continua a decorrer, em Banguecoque continua a decorrer, em Sydney continua a decorrer. Cada mostra, dependendo dos acordos que temos com os parceiros, pode ser numa base mensal, ou trimestral – que é o que a gente vai ver se consegue fazer em Macau”, explicou.

10 Mai 2017

UE quer ver Pequim a aplicar no país o que advoga a nível global

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] embaixador da União Europeia (UE) na China, Hans-Dietmar Schweisgut, apelou ontem a Pequim para que cumpra a nível interno “aquilo que advoga globalmente”, em matéria de abertura económica e comercial.

Schweisgut, que falava durante a cerimónia de comemoração do Dia da Europa, assegurou que algumas consequências da globalização constituem “uma preocupação, não só para a Europa, mas também para a China”.

O embaixador da UE afirmou que a postura pró-globalização assumida pelo Presidente chinês, Xi Jinping, gerou expectativas de que a “China aplicará a nível doméstico aquilo que defende globalmente”, no sentido de uma maior abertura dos mercados ao investimento e comércio exterior.

Schweisgut afirmou que a cimeira UE-China, cuja próxima edição se realiza em Bruxelas no início de Junho, “será este ano particularmente importante”, tanto por questões internacionais (como a posição do Governo dos Estados Unidos a respeito do acordo de Paris sobre as alterações climáticas), como bilaterais, especialmente económicas.

E afirmou que a UE espera que esta cimeira “impulsione” a negociação de um tratado bilateral de investimento, que ambas as partes discutem há vários anos.

A delegação da UE na China aproveitou as celebrações do Dia da Europa para lançar uma campanha nas principais redes sociais chinesas, o Weibo e o Wechat.

Durante os próximos anos, a campanha #ExperienceEurope informará a audiência chinesa sobre a vida nos países comunitários com um tema diferente a cada mês, e incluirá também actividades culturais, fóruns e conferências.

10 Mai 2017

Mulher de Xie Yang diz que julgamento do marido foi uma farsa

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] mulher do advogado chinês dos direitos humanos Xie Yang, Chen Guiqiu, disse que o julgamento do marido, realizado na segunda-feira, foi uma farsa, depois de o marido ter confessado que incitou à subversão.

“A vossa peça foi lindamente representada”, disse Chen, que fugiu para os Estados Unidos, com as duas filhas do casal, no início deste ano, num comunicado em reacção ao julgamento.

“Tribunal Popular Intermediário de Changsha: a história vai lembrar-se do vosso fantástico julgamento. Todas as pessoas que participaram no julgamento de Xie Yang: a história vai lembrar-se de vocês”, afirmou.

Xie confessou na segunda-feira ser culpado de incitar a subversão e perturbar processos judiciais, e apelou ao tribunal por uma sentença leve, com base no seu arrependimento.

“Toda a gente deve encarar-me como uma lição: deves comportar-te dentro dos limites da lei, evitar ser usado por forças ocidentais anti-China”, disse Xie em tribunal, ao ler um comunicado preparado com antecedência.

O julgamento, que decorreu na cidade de Changsha, centro da China, foi concluído ao meio-dia e sem a participação de qualquer testemunha.

Xie disse em tribunal que não foi torturado ou forçado a confessar, depois de ter sido detido em Julho de 2015, durante uma campanha lançada por Pequim contra advogados e activistas dos direitos humanos.

A outra verdade

Em Janeiro passado, porém, Xie escreveu numa carta entregue ao seu advogado que foi agredido, privado de sono e forçado a manter-se em posições dolorosas.

A carta diz que qualquer futura confissão sua seria devido a tortura prolongada.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos disse na segunda-feira que continua profundamente preocupado com o bem-estar de Xie e apelou à sua libertação e à de outros advogados detidos na China.

E afirma que a confissão de Xie “parece ter sido feita sob coacção” e que o advogado contratado pela família de Xie, Chen Jiangang, desapareceu na semana passada, alegadamente colocado sob custódia pelas autoridades chinesas.

Os procuradores afirmaram em tribunal que Xie usou mensagens criptografadas através do aplicativo de mensagens instantâneas Telegram, para conspirar com pessoas dentro e fora da China, visando distorcer incidentes de brutalidade policial, para subverter o poder do Estado, derrubar o sistema socialista e danificar a segurança nacional e a estabilidade social.

Xie testemunhou que participou de um curso de formação para advogados em Hong Kong e na Coreia do Sul. Os procuradores afirmaram que isso é indicativo de que ele tinha “vínculos obscuros” com elementos estrangeiros.

As acusações contra Xie são comuns a outros advogados e activistas detidos durante a campanha de 2015.

10 Mai 2017

Ásia vai continuar a liderar crescimento global apesar dos riscos, diz FMI

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou ontem que a Ásia Pacífico vai continuar a liderar o crescimento mundial apesar alertar para o risco que representam, a médio prazo, o proteccionismo, o rápido envelhecimento e a queda de produtividade.

Segundo a instituição financeira, a região conserva uma perspectiva económica robusta e irá manter o impulso no seu crescimento com uma previsão de 5,5% em 2017 – acima dos 5,3% do ano passado.

Os resultados melhoram a média global, cujo crescimento se calcula em 3,5% em 2017 e em 3,6% em 2018, contra 3,1% do ano passado, afirmou o FMI na apresentação do relatório anual para a Ásia Pacífico.

No documento, a instituição destaca a robustez demonstrada nos últimos anos pelos mercados financeiros da Ásia, mas instou os países da região a tomar medidas face a futuros riscos.

A curto prazo, o FMI advertiu para o risco “substancial” que representa uma eventual mudança em direcção ao proteccionismo relativamente ao qual a região é particularmente vulnerável por causa do grau de abertura comercial das suas economias e de participação na cadeia de abastecimento a nível global.

Também alertou para a incerteza relativamente à política fiscal que os Estados Unidos vão promover e às medidas reguladoras e comerciais que a nova administração norte-americana liderada por Donald Trump pretende impulsionar.

Outras ameaças

A médio prazo, o FMI assinalou as implicações que o fim do “dividendo demográfico” terá para vários países da Ásia Oriental à medida que a população envelhece.

A instituição indicou que o ritmo de envelhecimento na região é superior ao que experimentaram a Europa e os Estados Unidos, advertindo que várias partes da Ásia correm o risco de “se tornarem velhas antes de se tornarem ricas”.

Para isso, o FMI instou a região a proteger a terceira idade com o fortalecimento dos sistemas de pensões, e a favorecer a incorporação ao mercado laboral de mulheres e imigrantes para atenuar o impacto do envelhecimento.

O outro risco na Ásia Pacífico prende-se com o abrandamento da produtividade de que padecem sobretudo as suas economias mais desenvolvidas desde o estalar da crise financeira global em 2008.

O FMI advertiu que a falta de melhoria da produtividade tem repercussões no progresso do bem-estar e das condições de vida, exortando os países da região a tomar medidas como potenciar a liberalização e integração comercial.

10 Mai 2017

Activistas de Hong Kong expulsos de Macau durante visita de Zhang Dejiang

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ois activistas pró-democracia de Hong Kong foram expulsos de Macau, horas depois de terem entrado na cidade, quando está a decorrer a visita do presidente da Assembleia Popular Nacional da China (APN), foi ontem anunciado.

O “número três” do regime chinês, Zhang Dejiang, responsável pelos assuntos de Macau e Hong Kong, chegou a Macau na segunda-feira e termina a visita esta quarta-feira.

De acordo com o portal Hong Kong Free Press (HKFP), Wong Tan-ching, coordenador do grupo Tuen Mun Community Network, foi autorizado a entrar em Macau pelas 13:00 de segunda-feira.

Ao fim da tarde, numa das principais avenidas da cidade, Wong foi mandado parar pela polícia e levado para a esquadra para ser identificado, tendo sido encaminhado para a divisão de crime organizado. Questionado sobre se estava em contacto com a Associação Novo Macau, Wong negou.

Ontem, às 13:00, Wong foi enviado de volta para Hong Kong, sob a justificação de que representa uma ameaça à segurança interna de Macau, acrescentou o portal.

O HKFP indicou que a viagem do activista a Macau foi planeada há mais de um mês, quando ainda não tinha sido anunciada a visita do presidente do comité permanente da APN ao território.

“O [Tuen Mun Community] Network está profundamente desiludido com os actos irrazoáveis das autoridades de Macau. Esperamos que o Governo de Macau acabe com a supressão política sob a forma de deportação irrazoável”, disse o grupo, em comunicado.

O grupo pró-democracia foi formado em Janeiro do ano passado com o intuito de se focar nas questões da comunidade de Tuen Mun (Novos Territórios). Wong candidatou-se também a um lugar no colégio que elege o chefe do executivo da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK), mas sem êxito.

Só mais um

Um segundo activista pró-democracia de Hong Kong, Hui Lap-san, assistente de um conselheiro distrital, entrou no domingo em Macau, como turista, tendo sido detido no terminal de ‘ferry’ da Taipa, na segunda-feira, quando se preparava para regressar à antiga colónia britânica.

Depois de ser detido pelos Serviços de Migração de Macau, no terminal da Taipa, Hui foi levado para a sede da polícia e questionado sobre se estava em contacto com os activistas de Macau.

O HKFP indicou que a polícia disse ao activista que a documentação mostrava que Hui participou nos protestos pró-democracia de 2014, em Hong Kong. Hui negou ter estado na RAEHK naquela altura.

O activista foi detido por duas horas e depois expulso do território, sendo-lhe apresentada a mesma justificação de Wong.

“Não compreendo como é que gero ameaças à segurança interna de Macau”, disse, citado pelo mesmo portal.

Contactada pela Lusa, a PSP escusou-se a fazer qualquer comentário sobre estes casos.

Estes incidentes acontecem depois de vários deputados de Hong Kong, conselheiros distritais e outras figuras pró-democracia terem sido impedidas de entrar em Macau antes da visita de Zhang.

Muitos disseram que se deslocaram a Macau como turistas, sem intenção de realizarem actividades políticas. No entanto, todos foram impedidos de entrar, após serem interrogados, por motivos de segurança interna.

10 Mai 2017