Encontro | Li Keqiang quer uma União Europeia unida, estável e próspera

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro chinês encontrou-se com Federica Mogherini, alta representante da UE para as relações exteriores e política de segurança, bem como vice-presidente da Comissão Europeia, em Pequim, esta terça-feira.

A China apoia firmemente a integração europeia e intercede a favor de uma União Europeia unida, estável e próspera, segundo palavras do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.

Li fez a declaração durante o encontro com Federica Mogherin.

O primeiro-ministro chinês reiterou a elevada importância atribuída às relações sino-europeias e ao compromisso da UE em cumprir com as suas obrigações internacionais, sendo que, como tal, a China volta a manifestar a sua disponibilidade para promover a cooperação entre ambas as partes.

“A China está disponível para colaborar com a UE dentro do espírito do respeito mútuo, visando o avanço das conversações no sentido de fechar um tratado de investimento bilateral e garantir um estudo da possibilidade de firmar um acordo de livre comércio”, disse Li.

“A China irá continuar a trabalhar com a UE para gerir de modo apropriado as divergências entre ambas as partes, melhorar as relações sino-europeias dentro das normas da ordem internacional, e contribuir de modo contundente para o desenvolvimento económico mundial”, disse Li.

Atendendo à complexidade e volatilidade do cenário internacional e ascensão de movimentos anti-globalização e de proteccionismo, a China e a UE devem reger-se pelos princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas, disse Li.

Tudo em ordem

Por seu turno, Mogherini afirmou que a UE e a China partilham a responsabilidade de manter a ordem internacional, actuando em diversas ameaças globais, tais como o terrorismo, alterações climáticas e a promoção da paz global e do desenvolvimento.

A UE atribui grande importância à manutenção do sistema multilateral e ao cumprimento das suas obrigações internacionais, sendo que irá trabalhar juntamente com a China para reforçar a cooperação e gerir as divergências entre ambas as partes, por forma a facilitar o progresso no investimento bilateral e negociação de tratados, frisou Mogherini.

20 Abr 2017

Ivanka Trump registou três marcas na China

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] empresa de Ivanka Trump, a filha mais velha do Presidente norte-americano, Donald Trump, obteve autorização das autoridades chinesas para registar três marcas na China, durante a visita do Presidente chinês, Xi Jinping, aos Estados Unidos.

Segundo a cadeia de televisão CNN, Ivanka foi autorizada a registar a sua linha de malas, jóias e um serviço de SPA na China, na mesma noite em que se sentou junto a Xi e à sua esposa num jantar no ‘resort’ de Trump na Florida.

A empresa da filha de Trump, que desde há algumas semanas trabalha como assistente do pai, tem já 16 marcas registadas no país asiático.

A advogada de Ivanka, Jamie Gorelick, argumentou que a filha do Presidente “não participou nas solicitações de registo da marca apresentadas pela sua empresa” ao Governo chinês, desde que renunciou à direcção da empresa.

Gorelick defendeu ainda que as normas étnicas não obrigam a sua cliente a abdicar das responsabilidades na Casa Branca, em questões de política externa, só porque a sua empresa solicitou o registo num determinado país.

O ministério dos Negócios Estrangeiros chinês qualificou ontem de “coscuvilhice” as informações de que Ivanka obteve autorização para registar novas marcas na China.

“Alguns órgãos de comunicação estão interessados em coscuvilhice e em tentar exagerar as coisas”, disse em conferência de imprensa o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Lu Kang.

A China “protege os interesses dos donos das marcas de forma igual”, acrescentou.

O porta-voz chinês lembrou que “este processo é desenvolvido de acordo com a lei e não deveria dar-se excessiva importância ao assunto”.

20 Abr 2017

Morreu “rei dos assaltos” a joalharias de Hong Kong nos anos 80

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] “rei dos assaltos”, que cumpria 41 anos de prisão em Hong Kong por planear uma série de assaltos à mão armada a joalharias nos anos 1980, morreu no hospital, informou ontem a Rádio e Televisão Pública da região.

Com 55 anos, Yip Kai-foon, sofria de cancro e estava internado no hospital desde 1 de Abril, segundo os serviços prisionais.

Yip Kai-foon nasceu em Haifeng, província chinesa de Guangdong (sul), e nos anos 1980 liderou um gangue armado com espingardas automáticas “AK47” que tinha como alvos joalharias em Hong Kong.

Em Maio de 1996 ficou paralisado da cintura para baixo na sequência de um tiroteio com a polícia, tendo sido acusado de possuir armas e explosivos e resistir às autoridades policiais.

Em 1989, Yip Kai-foon fugiu do hospital onde se encontrava em tratamento, para a província de Guangdong.

Responsável por uma série de assaltos violentos a joalharias de Hong Kong, Yip Kai-foon foi visto na zona central da antiga colónia britânica e emboscado pela polícia, tendo sido preso após um tiroteio em que ficou gravemente ferido.

Yip foi sentenciado a 41 anos de prisão em 10 de Março de 1997. Em 2010, manifestou arrependimento pelos crimes cometidos numa carta para uma revista evangélica.

A vida no mundo do crime inspirou o filme “The King of Robbery” (o rei dos assaltos, em inglês). O filme “Trivisa”, que no mês passado conquistou o prémio de melhor filme no Festival de Cinema de Hong Kong, também tem uma personagem que muitos dizem ter sido inspirada em Yip.

20 Abr 2017

Apresentadas 70 queixas contra forças e serviços de segurança de Macau em 2016

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Comissão de Fiscalização da Disciplina das Forças de Segurança (CFD) de Macau recebeu no ano passado 70 queixas, a maioria das quais visando a PSP, incluindo por abuso de poder policial e por má conduta.

De acordo com o relatório de 2016, recentemente publicado no portal da CFD, das 70 queixas recebidas 64 visaram o Corpo de Polícia de Segurança Pública (PSP), seis a Polícia Judiciária (PJ).

O Estabelecimento Prisional de Macau e o Corpo de Bombeiros receberam uma queixa cada um e dois casos envolveram mais do que uma entidade.

A CFD notou o “aumento significativo (de 63%) de queixas relacionadas com a actividade policial da PSP”, sinalizando “procedimentos de execução impróprios, má atitude, lentidão nos procedimentos de aplicação da lei, denegação de justiça, má conduta, abuso de poder policial e uso indevido de força”.

Neste conjunto, a comissão destacou “o abuso de poder policial e a má conduta, que aumentaram mais significativamente”.

“Todas as queixas recebidas em 2016 foram devidamente acompanhadas e concluídas pela CFD”, que efectuou três pedidos de informações adicionais, mas não manteve reuniões com queixosos no âmbito das diligências relativamente às queixas recebidas, as quais podem envolver múltiplas acusações.

Negligência e proximidade

A CFD, que não possui competências para averiguação disciplinar, apresentou um conjunto de dez recomendações, além de reiterar o dever dos órgãos da polícia criminal “de informar os cidadãos chamados a prestar declarações da qualidade em que o fazem logo no primeiro contacto”.

O organismo recomendou que sejam emitidas instruções para que “os agentes sejam diligentes na recolha e preservação” de provas, dado que “os cidadãos se queixam frequentemente de negligência dos agentes policiais”, e outras para que os agentes se inibam de intervir na resolução de conflitos a título pessoal, prática que a CDF repudia e para a qual propõe sanções disciplinares.

A CDF sugeriu ainda a criação de “equipas de proximidade, dotadas de pessoal com formação específica”, que “garantam uma primeira linha de intervenção”, sobretudo em casos de violência doméstica, que passou a crime público há meio ano.

O órgão pediu ainda um reforço da formação ao nível de competências linguísticas – dado que a cidade se “assume como cosmopolita e voltada para o turismo internacional” –, e recomendou “a constituição de um ‘call center’” para “esclarecimento de dúvidas sobre procedimentos, designadamente na área da migração”.

As 70 queixas recebidas pela CFD – menos três relativamente a 2015 – foram todas apresentadas directamente pelos cidadãos à excepção de duas, procedentes de entidades externas, nomeadamente do Comissariado Contra a Corrupção, de acordo com o relatório da CFD, constituída por sete membros nomeados pelo chefe do Executivo.

Desconhecem-se eventuais consequências decorrentes das queixas formuladas.

20 Abr 2017

Turquia | Oposição contesta resultado de referendo

O Partido Republicano do Povo, o principal partido da oposição turca, não se conforma com o resultado – nem com os métodos – do referendo que reforça os poderes de Recep Tayyip Erdoğan. O Presidente do país passa a ser um homem com força em demasia. Se as autoridades do país não resolverem o problema, a solução poderá passar pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] principal força da oposição da Turquia, o Partido Republicano do Povo (CHP), deu ontem início a uma batalha para anular o referendo que prevê novos poderes para o Presidente Recep Tayyip Erdoğan. Também a união das associações de advogados e os observadores internacionais duvidam da legalidade do processo, colocando em causa o modo como foram obtidos os votos favoráveis às intenções do Chefe de Estado.

Os turcos votaram no fim-de-semana passado uma alteração da Constituição que prevê a atribuição de mais poderes ao Presidente. Com a vitória do “sim” — com 51,37 por cento dos votos –, Erdogan passará a poder nomear e afastar ministros, membros do Tribunal Constitucional e a poder emitir ordens executivas. Até aqui, estas funções eram da competência do Parlamento que, a partir de agora, terá um papel meramente secundário.

Apesar da fraca margem com que venceu o referendo, Recep Erdoğan entende que o resultado termina com todo o debate em torno do poder que a presidência passará a ter. E fez questão de desvalorizar as críticas dos observadores internacionais, que concluíram que o processo não foi verdadeiramente democrático, uma vez que as duas partes não tiveram oportunidades iguais.

Através de um comunicado, o Conselho da Europa e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa considerou também que a cobertura dos meios de comunicação social foi parcial e que houve limitações às liberdades fundamentais. Erdogan não esteve com meias medidas: aconselhou os observadores a “manterem-se no seu lugar”.

O primeiro-ministro Binali Yildirim – que deixará de ter emprego mal as alterações constitucionais entrem em vigor, uma vez que o cargo vai ser extinto – anunciou que Erdogan vai ser convidado a voltar ao AKP mal os resultados oficiais sejam anunciados, um sinal de que o Governo não tem qualquer intenção de esperar pelo resultado do apelo da desagradada oposição. Ao abrigo do actual diploma fundamental, ao Presidente é exigida imparcialidade e que renuncie a ligações a partidos políticos.

Pouco após o anúncio do CHP em relação à contestação do referendo, o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, declarou que “toda a gente, a começar pelo principal partido da oposição, deve respeitar (…) a palavra da nação”. “Os que se esforçam por lançar uma sombra sobre o resultado do referendo propagando alegações [de irregularidades] agem em vão. A vontade da nação foi expressa livremente nas urnas, este caso está terminado”, atirou.

Recurso para nada

À hora de fecho desta edição, o CHP ainda não tinha apresentado junto do Alto Conselho Eleitoral (YSK) o pedido de anulação do referendo de domingo sobre o reforço dos poderes do Presidente, algo que deverá ter acontecido ainda ontem. Um responsável do Partido Republicano do Povo deveria reunir-se com o presidente do YSK duas horas antes da entrega do recurso.

Também o HDP, partido da oposição pró-curdo, denunciou “manipulações” no escrutínio. Em causa está a decisão de última hora do YSK de considerar como válidos os boletins não marcados com o selo oficial das autoridades eleitorais. A oposição vê nessa decisão uma manobra que permite a fraude.

São poucos aqueles que, na Turquia, acreditam que o recurso legal interposto pela oposição em relação ao referendo leve a uma recontagem dos votos e muito menos a uma nova realização da consulta popular. Mas se a polémica em torno do referendo não se resolver, permanecerão dúvidas profundas acerca da legitimidade de um acto que partiu o eleitorado ao meio, depois de uma campanha que polarizou a população turca e que deixou a Europa em alerta.

Também a organização que representa a advocacia no país entende que a decisão do YSK em relação aos boletins de voto viola claramente a lei, tendo evitado que os registos oficiais sejam devidamente guardados, o que poderá ter tido impacto no resultado.

“Com esta decisão ilegal, os conselheiros nas mesas de voto [os membros oficiais] foram levados a acreditar que a utilização de boletins sem o selo oficial das autoridades era apropriado”, afirmou a União das Associações de Advogados da Turquia (TBB) num comunicado, citado pelas agências de notícias internacionais. “Não lamentamos o que sai deste referendo, mas sim as violações claras e brutais da lei que têm um potencial impacto nos resultados.”

O principal partido da oposição – que já anunciou também que levará o caso ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, se tal for necessário – recordou que a decisão de última hora em relação aos boletins de voto não foi inédita, uma vez que o Governo tinha já autorizado um acto semelhante.

Não se sabe, para já, quantos boletins de voto sem selo foram considerados válidos pelo Alto Conselho Eleitoral. O presidente do organismo explicou que recebeu muitas queixas das mesas de voto porque não tinham selos para carimbar os boletins. A decisão de permitir documentos não oficiais foi tomada neste contexto, depois de recebido um apelo nesse sentido por parte de um político ligado ao AKP, o partido no poder.

Um membro austríaco da missão de observadores do Conselho Europeu, citado pela Reuters, indicou que 2,5 milhões de votos poderão ter sido manipulados, o que é quase o dobro da margem de vitória de Erdogan. Também este observador não compreende como podem ser autorizados boletins de voto sem o selo oficial.

“Estas queixas são para ser levadas muito a sério e são, de qualquer modo, de tal dimensão que vão surtir efeitos contrários ao do resultado do referendo”, afirmou Alev Korun à rádio ORF.

Em nome do bem

As autoridades responsáveis pelos processos eleitorais na Turquia ainda não tinham, ontem à noite, resultados oficiais – os provisórios apontam para uma vitória do “sim” com quase 51,4 por cento dos votos. Se Recep Tayyip Erdoğan levar a melhor, acontecerá na Turquia a maior reviravolta constitucional desde a fundação da república moderna. É um desejo que o Chefe de Estado alimenta há muito.

Os argumentos de Erdogan têm que ver com as características políticas e sociais da Turquia. Diz o político que a concentração do poder na presidência é necessária para evitar a instabilidade. Como é óbvio, a oposição tem um entendimento muito diferente da situação: a pretensão de Erdogan é criar um sistema em que o poder é controlado por um só homem. Esta monopolização de poderes acontecerá num país membro da NATO, que tem fronteiras com o Irão, o Iraque a Síria, e cuja estabilidade é de uma importância vital para a União Europeia e para os Estados Unidos.

Logo no domingo, o Partido Republicano do Povo escreveu no seu site que tinha recebido “queixas consideráveis” de eleitores a quem foram dados boletins de voto e envelopes sem o selo oficial.

Quanto à união de advogados, o presidente da TBB, Metin Feyzioglu, contou que recebeu telefonemas de várias províncias sobre votos em documentos não oficiais. Metin Feyzioglu, que é visto como potencial futuro líder do partido da oposição CHP, explicou ainda que os advogados que acompanharam o processo de perto recomendaram às autoridades nas mesas que os votos deveriam ser cuidadosamente guardados após terminada a contagem. Mas tal não terá acontecido, pelo que a prova das irregularidades não foi devidamente preservada.

Em Abril de 2014, o YSK decidiu anular o resultado de eleições locais em dois distritos do sudeste da Turquia, precisamente por causa do recurso a boletins de voto informais. O acto acabou por se repetir dois meses mais tarde – mas em causa estavam, na altura, diferentes ganhos políticos para o homem que manda na Turquia. E que quer mandar muito mais.

 

 

 

A América dá os parabéns

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, telefonou a Erdogan para o congratular pela vitória do “sim” no referendo de domingo passado na Turquia. De acordo com um comunicado da Casa Branca, durante a conversa telefónica, os dois governantes terão também discutido as acções levadas a cabo pelas forças norte-americanas contra a Síria no início deste mês. “O Presidente Trump agradece ao Presidente Erdogan por apoiar esta acção dos Estados Unidos e os líderes concordaram com a importância de responsabilizar o Presidente sírio Bashar al-Assad”, lia-se no mesmo comunicado. “O Presidente Trump e o Presidente Erdogan também discutiram a campanha contra o ISIS e a necessidade de cooperar contra os grupos que usam o terrorismo para atingir os seus fins.”

19 Abr 2017

Ensino | Reitora da Universidade Católica quer reforço da cooperação

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]stá desde ontem em Macau a reitora da Universidade Católica Portuguesa (UCP). Isabel Capeloa Gil fica no território até ao próximo dia 27, para uma visita que tem como objectivo contactos com as autoridades civis e eclesiásticas locais, segundo explica a instituição de ensino superior em nota enviada à imprensa. A responsável pela UCP veio ainda fazer um acompanhamento das iniciativas desenvolvidas pela Universidade de São José em articulação com a entidade portuguesa que dirige.

Trata-se da primeira visita de Isabel Capeloa Gil à RAEM após ter tomado posse como reitora, em Outubro do ano passado. Mas o território é um local que conhece muito bem: a académica cresceu em Macau e “possui uma forte e antiga ligação” à cidade. Nesta deslocação, está acompanhada por membros da direcção da Faculdade de Direito da UCP e da Global School of Law. Também o presidente do Centro Regional de Braga da UCP se encontra por cá.

No comunicado, destaca-se que “a relação com universidades chinesas constitui parte integral do plano de internacionalização da Universidade Católica Portuguesa, que conta com um número muito relevante de estudantes de Macau nas áreas de Direito, Tradução, Estudos Portugueses e Ensino de Português Língua Estrangeira”.

Com a visita ao território, pretende-se discutir novas possibilidades de cooperação com as universidades da região. Considerada uma das mais prestigiadas universidades europeias, a UCP tem sido sistematicamente destacada pelo Financial Times como líder nacional nas áreas de Gestão, Economia e Direito, estando entre as melhores escolas de negócios da Europa. Comemora este ano meio século de existência.

19 Abr 2017

Macau produziu mais 10,8 por cento de lixo o ano passado

Os resíduos domésticos aumentaram, os detritos produzidos pelas lojas e pelo sector da construção também. O ar que respiramos não melhorou. Macau é uma cidade com cada vez menos espaço para quem cá vive

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]ada habitante de Macau produziu 372 quilogramas de lixo doméstico ao longo do ano passado, indicam dados oficiais ontem divulgados. De acordo com a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), em 2016 foram recolhidas 239.993 toneladas de resíduos domésticos – mais cinco por cento em relação ao ano anterior – e 137.949 toneladas de resíduos comerciais e industriais, traduzindo um aumento homólogo de 10,8 por cento.

Já no que toca aos materiais recicláveis, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e a DSEC recolheram 188,4 toneladas de metal e 660,2 de vidro, respectivamente, mais 23,4 por cento e 16 por cento do que no ano passado.

Em contrapartida, foram recolhidas 248,7 toneladas de plástico – menos 15,1 por cento – e 2891 de papel, isto é, menos 0,5 por cento em comparação com 2015.

Ao longo do ano passado, a Central de Incineração tratou 503.867 toneladas de resíduos sólidos – mais 1,7 por cento em termos anuais –, indica a DSEC, destacando que foram transportadas para os aterros 3269 toneladas de resíduos de materiais de construção, menos um terço (32,4 por cento) do que em 2015.

Em alta esteve também o volume de resíduos líquidos tratados nas cinco Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), que atingiram uma média diária de 229.521 metros cúbicos, reflectindo uma subida anual de 18,9 por cento.

As estatísticas do ambiente mostram ainda que, em 2016, o consumo total de água aumentou 2,1 por cento, ascendendo a 86.703.000 metros cúbicos. O consumo comercial e industrial de água (44.173.000 metros cúbicos) aumentou 2,4 por cento, o doméstico (36.976.000 metros cúbicos) subiu 1,8 por cento e o dos departamentos públicos (5.553.000 metros cúbicos) 1,5 por cento.

Moderado, menos bom

A densidade populacional de Macau, uma das mais elevadas do mundo, acompanhou a tendência, aumentando para 21.400 pessoas por quilómetro quadrado, mais 300 do que em 2015.

A densidade de veículos motorizados também subiu ligeiramente, de 583 para 586 por quilómetro, em 2016, em Macau, cuja extensão total das rodovias é de 427,4 quilómetros.

No que toca à qualidade do ar, a DSEC indica que, em 2016, as cinco estações de monitorização registaram um aumento anual do número de dias com qualidade do ar considerado “moderado”, mas uma diminuição do número de dias com ar “bom” em duas estações na península (menos de 20 e menos de 25 dias).

Ao todo, registaram-se menos dias do ano com ar “insalubre”, com o maior número (19) a ser verificado na estação da zona norte (de elevada densidade habitacional), seguindo-se Taipa e ainda Coloane, cada uma com 17 dias nessa condição.

As partículas finas PM2,5 também foram superiores ao valor padrão em Coloane, em sentido contrário ao das restantes quatro estações que registaram melhorias.

Já idêntico a 2015 foi o número de dias – 66 – em que Macau registou chuvas ácidas, segundo a DSEC.

Ao nível do clima, a temperatura média, ao longo do ano passado, foi de 22,6 °C – reflectindo uma ligeira diminuição de 0,6 °C. Julho registou a temperatura máxima, de 36°C, e Janeiro a mínima, de 1,6°C, o valor mais baixo desde Janeiro de 1948. De acordo com a DSEC, o ano passado registou pela primeira vez precipitação com grãos de gelo.

No ano passado foram registados mais 35 dias de precipitação, com a chuva a marcar presença durante 161 dias. Em 2016 ocorreram oito tempestades tropicais, indicam os dados ambientais da DSEC.

19 Abr 2017

Economia | Líderes de 28 países no Fórum Nova Rota da Seda

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s líderes de 28 países participam entre 14 e 15 de Maio, em Pequim, no Fórum Nova Rota da Seda, uma iniciativa do Governo chinês, anunciou ontem o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi.

Entre os países cujos presidentes acorrem ao Fórum constam a Rússia, Turquia, Cazaquistão, Bielorrússia, Filipinas, Argentina ou Chile.

Espanha, Itália, Polónia, Malásia ou Mongólia enviarão os respectivos primeiros-ministros.

A abertura do fórum caberá ao Presidente chinês, Xi Jinping, que participará de seguida numa mesa de redonda com os restantes lideres presentes.

O evento contará também com seis fóruns temáticos paralelos, em que participarão mais de 1.200 altos funcionários, oriundos de cem países e organizações internacionais, assim como executivos e académicos.

O secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, a directora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, e o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, também participarão no evento.

A maioria dos países ocidentais, nomeadamente Estados Unidos da América, Canadá, Reino Unido, Alemanha ou França, não terão, no entanto, representantes ao mais alto nível.

Wang afirmou que Berlim e Paris manifestaram interesse em enviar os respectivos líderes, mas que não o farão devido ao processo eleitoral que ocorre em ambos os países.

“Não queremos politizar esta iniciativa”, afirmou ainda Wang Yi sobre as ausências.

Plano em movimento

A Nova Rota da Seda, divulgada em 2013 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, constitui um plano de infra-estruturas que pretende reactivar a antiga Rota da Seda entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e sudeste Asiático.

Este plano, que inclui a construção de uma malha ferroviária de alta velocidade entre a China e a Europa, vai abranger 65 países e 4,4 mil milhões de pessoas – cerca de 60% da população mundial, segundo Pequim.

Portugal tem afirmado a sua intenção de integrar aquela iniciativa, particularmente com a inclusão do porto de Sines.

Os projectos, que são financiados pelo Banco Asiático de Investimento em Infra-estruturas (BAII), de que Portugal é membro fundador, são comparados ao norte-americano ‘Plano Marshall’, lançado a seguir à Segunda Guerra Mundial.

O objectivo do Fórum é promover o diálogo e a cooperação no âmbito internacional, frisou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês.

Wang Yi disse ainda que a iniciativa visa dinamizar o crescimento económico global, perante a “débil recuperação” da crise financeira internacional de 2008.

“Não faltaram recursos económicos para promover a recuperação”, afirmou, acrescentando que existe, no entanto, uma fragmentação desses meios e que chegou a hora de “consolidar os recursos”.

19 Abr 2017

Voo directo entre China e Portugal arranca a 26 de Julho

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] ligação aérea directa entre a China e Portugal arranca a 26 de Julho deste ano, anunciou ontem a companhia aérea Beijing Capital Airlines, coincidindo com os esforços de Portugal para atrair mais turistas chineses.

O voo terá três frequências por semana – quarta-feira, sexta-feira e domingo – entre a cidade de Hangzhou, na costa leste da China, e Lisboa, com paragem em Pequim, avançou à agência Lusa o departamento de marketing da companhia aérea chinesa.

A Beijing Capital Airlines quer iniciar uma quarta frequência, mas esta não foi ainda aprovada pelo ministério da Aviação chinês, disse a mesma fonte.

O voo entre a China e Portugal será feito pelo modelo 330-200 da Airbus, uma das maiores aeronaves comerciais de passageiros da construtora europeia, com capacidade para 475 passageiros.

A Beijing Capital Airlines é uma das subsidiárias do grupo chinês HNA, accionista da TAP através do consórcio Atlantic Gateway e da companhia brasileira Azul.

A Ctrip, o principal motor chinês de pesquisa de viagens, já incluía ontem o voo nos resultados, com o preço de ida e volta fixado em 6.400 yuan (870 euros).

Nos últimos três anos, o número de turistas chineses que visitaram Portugal triplicou, para 183.000, e deverá aumentar “exponencialmente” com a abertura da ligação directa, afirmou no início deste mês a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho.

“Os chineses que chegam a Portugal são sempre canalizados através de outra porta na Europa, nomeadamente através de Espanha (…), o que leva a que passem poucas noites em Portugal”, disse à Lusa, em Pequim, Mendes Godinho, afirmando que o grande objectivo é “inverter essa tendência”.

Os maiores

A China é já o maior emissor mundial de turistas e, segundo estatísticas oficiais, 135,1 milhões de chineses viajaram para fora da China continental, em 2016, num aumento de 12,5% em relação ao ano anterior.

O crescente poder de compra e maior facilidade em obter o visto para muitos países explicam o rápido aumento do número de turistas chineses.

De acordo com a Organização Mundial do Turismo, os chineses são também os turistas que mais gastam: só no ano passado deixaram 246 mil milhões de euros além-fronteiras.

A acompanhar este fluxo crescente, o Turismo de Portugal tem, desde 2014, uma representação permanente em Xangai, a “capital” económica da China.

Portugal conta também com nove centros de emissão de vistos no país asiático, distribuídos pelas cidades de Pequim, Xangai, Hangzhou, Nanjing, Chengdu, Shenyang, Wuhan, Fuzhou, Cantão (Guangzhou).

19 Abr 2017

Crise na Coreia | Esforço diplomático pode prefaciar a guerra

Estados Unidos, China, Japão, Rússia e Coreia do Sul ainda acreditam ser possível chegar a acordo com Pyongyang por via diplomática. Mas entre a política errática de Trump e os caprichos de Kim, há quem esteja à espera da guerra a qualquer momento

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] último ensaio balístico da Coreia do Norte falhou – o míssil explodiu quatro segundos depois de levantar vôo – mas a comunidade internacional está, de uma forma ou de outra, a perder a paciência para o regime de Pyongyang.

O vice-Presidente dos Estados Unidos declarou que a “era da paciência estratégica acabou” em relação à Coreia do Norte, perante a indisponibilidade do regime para eliminar armas nucleares e mísseis balísticos. Aos jornalistas que o acompanharam na visita à fronteira entre as duas Coreias, Mike Pence disse que o Presidente norte-americano, Donald Trump tem esperança que a China use a sua “influência extraordinária” para pressionar a Coreia do Norte a abandonar as armas.

Mas Mike Pence recomendou ontem a Pyongyang para não testar a “determinação” de Donald Trump em relação aos programas balísticos e nucleares norte-coreanos. “É melhor para a Coreia do Norte não testar a determinação e o poder das Forças Armadas dos Estados Unidos nesta região”, disse Pence durante uma conferência em Seul em que esteve presente o chefe de Estado sul coreano, Hwang Kyo-Ahn.

“Nas últimas duas semanas, o mundo testemunhou o poder e a determinação do nosso novo presidente [Donald Trump] com as operações lançadas na Síria e no Afeganistão”, declarou Mike Pence referindo-se aos ataques dos Estados Unidos contra o regime de Damasco e ao lançamento da bomba GPU-43 em território afegão.

Tratar do problema à la Trump

Donald Trump que na quinta-feira afirmou que o “problema” norte-coreano vai ser “tratado” já tinha anunciado o envio do porta-aviões norte-americano Carl Vinson para a península coreana, escoltado por três navios lança-mísseis e submarinos.

No sábado, o regime da Coreia do Norte afirmou que o país está preparado para “responder à guerra total com a guerra total” e que um “ataque nuclear terá como retaliação um ataque nuclear”.

Mike Pence está desde domingo na Coreia do Sul tendo-se deslocado hoje à zona de fronteira, uma das zonas mais militarizadas do mundo.

“Nós destruiremos todos os ataques e vamos responder de forma esmagadora e eficaz a todo o tipo de utilização de armas convencionais ou nucleares”, disse também o vice-presidente norte-americano.

Pence exortou a “comunidade internacional” a pressionar a Coreia do Norte.

Por outro lado, Mike Pence, apesar de considerar positivas as posições de Pequim sobre a Coreia do Norte, acrescentou que os Estados Unidos estão “inquietos” em relação às medidas económicas adotadas pela República Popular da China contra a instalação do sistema antimíssil (THAAD) norte-americano na Coreia do Sul.

Assim ou assado

O vice-presidente norte-americano disse que os Estados Unidos e aliados vão atingir os seus objectivos através de “meios pacíficos ou, em última instância, quaisquer meios necessários” para proteger a Coreia do Sul e estabilizar a região. Mike Pence, qualificou hoje de “provocação” o lançamento falhado de um míssil efectuado horas antes pela Coreia do Norte, uma acção que fez prevalecer o clima de tensão na península coreana. “A provocação desta manhã do Norte é simplesmente o último acto dos riscos que cada um de vós enfrenta diariamente”, disse Pence

Pence visitou uma base militar perto da Zona Desmilitarizada (DMZ), na fronteira coreana, Bonifas, onde se encontrou com militares e com as tropas norte-americanas ali estacionadas. Cerca de 28.500 militares norte-americanos estão actualmente estacionados na Coreia do Sul.

A resposta será terrível

A visita surge numa altura de particular tensão na península coreana. Na manhã de domingo, Pyongyang realizou um teste de um míssil de médio alcance, que explodiu entre quatro a cinco segundos depois de ser lançado, de acordo com um responsável da Casa Branca.

No sábado, antes do desfile militar organizado para comemorar o 105.º aniversário do nascimento do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-Sung, o “número dois” do regime norte-corano, Choe Ryong-hae, prometeu que a Coreia do Norte estava preparada para dar “uma resposta nuclear a qualquer ataque nuclear”.

Pyongyang lança regularmente mísseis de curto alcance, mas está a desenvolver mísseis de médio e longo alcance para tentar atingir as tropas norte-americanas na Ásia e, eventualmente, território norte-americano.

A Coreia do Norte realizou cinco testes nucleares, incluindo dois no ano passado. Imagens recolhidas por satélite sugerem que o país poderá estar pronto a efetuar um novo teste nuclar subterrâneo a qualquer momento.

“A era da paciência estratégica acabou. Queremos ver a Coreia do Norte a abandonar o imprudente caminho de desenvolvimento de armas nucleares, e também o uso contínuo e teste de mísseis balísticos, que é inaceitável”, afirmou.

Que a China nos valha

Em paralelo, o conselheiro para a segurança nacional do Presidente norte-americano Donald Trump afirmou que os dirigentes chineses trabalham “estreitamente” com os EUA para resolver a questão nuclear norte-coreana.

“Existe um consenso internacional, incluindo com os chineses e os dirigentes chineses, para dizer que a situação não pode durar”, declarou o general H. R. McMaster em entrevista à cadeia televisiva norte-americana ABC, a partir do Afeganistão, onde está deslocado.

O militar sublinhou por diversas vezes a inquietação, segundo disse, dos dirigentes chineses. “Trabalhamos com os nossos aliados e parceiros, e com os dirigentes chineses, para desenvolver um leque de opções”, precisou.

 

 

Pequim quer ajuda da Rússia para solucionar crise

A China quer colaborar com a Rússia para “ajudar a aliviar a situação (da Coreia do Norte) o mais rápido possível”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, ao seu homólogo russo Sergueï Lavrov. “O objectivo comum dos nossos dois países é fazer voltar todas as partes à mesa das negociações”, disse Wang durante uma conversa telefónica com Lavrov, segundo comunicado divulgado na página de Internet do ministério.

O chefe da diplomacia chinesa disse que “a China está preparada para se coordenar estreitamente com a Rússia para ajudar a acalmar a situação na península e encorajar as partes envolvidas a retomarem ao diálogo”. Wang Yi fazia alusão às negociações a seis (Coreias, Japão, Rússia, China e Estados Unidos), as quais estão suspensas há anos. “Impedir a guerra e o caos na península está de acordo com os interesses comuns” de Pequim e Moscovo, sublinhou. Este apelo surge numa altura em que as relações entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos estão extremamente tensas.

Neste contexto, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, advertiu que quem provocar uma guerra na península coreana “deverá assumir as suas responsabilidades históricas e pagar o preço”. “Se houver uma guerra, o resultado será uma situação em que todos perdem e ninguém sairá vencedor”, afirmou Wang, numa conferência de imprensa conjunta com o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Marc Ayrault.

Devido ao aumento da tensão na região e ante um possível ensaio nuclear na Coreia do Norte, o ministro chinês desafiou todas as partes a retomarem o diálogo e a “não deixarem que as coisas evoluam até um ponto irreversível e incontrolável”.

Pequim pediu contenção, enquanto Pyongyang ultima os detalhes para as celebrações do aniversário do nascimento do fundador do país, este fim de semana, quando se teme que possa levar a cabo um teste nuclear.

“A China opõe-se sempre com firmeza a qualquer acção susceptível de aumentar as tensões”, afirmou Wang, assinalando que, nesta crise, “o vencedor não será o que faça afirmações mais duras ou exiba mais músculo”.

Wang Yi recordou o dizer chinês “as oportunidades estão sempre nas crises”, para afirmar que o agravamento da tensão devolve actualidade à proposta chinesa de que todas as partes suspendam os ensaios, manobras e actividades militares, como um passo prévio para retomar o diálogo.

“Esta é a oportunidade que devemos de procurar e aproveitar”, disse Wang, sublinhando que Pequim está disposto a “escutar qualquer proposta útil”. Um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, considerou que um teste nuclear por parte de Pyongyang seria “perigoso e irresponsável”.

 

Shinzo Abe pede diplomacia

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, defendeu a diplomacia como meio para desarmar a Coreia do Norte, um dia depois do mais recente teste com um míssil de Pyongyang. “A Coreia do Norte está a mostrar o seu poder militar, mas é importante manter a paz através de esforços diplomáticos”, afirmou Abe durante uma reunião do comité do orçamento da Câmara Baixa da Dieta (parlamento), ao ser questionado sobre o mais recentemente lançamento de um míssil.

De acordo com a emissora pública japonesa NHK, o chefe do executivo japonês pediu a Pyongyang que evite realizar mais provocações e considerou ser “necessário exercer mais pressão para que a Coreia do Norte responda seriamente ao diálogo”.

Abe disse que para se conseguir estabilidade na região é necessário que Pequim, o principal aliado de Pyongyang, use a sua influência, e que Washington e Seul façam o seu papel, salientando ainda a ideia de cooperação com a Rússia.

A Coreia do Norte efetuou no domingo um lançamento falhado de um míssil, que coincidiu com a chegada à Coreia do Sul do vice-presidente norte-americano, Mike Pence. Os Estados Unidos decidiram enviar para a península coreana o porta-aviões nuclear ‘Carl Vinson’ e a frota de ataque, após o lançamento de outro projétil a 05 de abril.

 

Entretanto, mais a sul…

A campanha para as eleições presidenciais na Coreia do Sul de 9 de maio, na sequência da destituição da Presidente Park Geun-hye, começou ontem com o candidato liberal Moon Jae-in a liderar nas sondagens. No total, 15 políticos registaram-se oficialmente como candidatos à presidência (o que supera o recorde de 12 nas presidenciais de Dezembro de 2007) e vão participar na campanha eleitoral de 22 dias, que termina na véspera da votação.

Moon Jae-in, do Partido Democrático (com mais assentos no parlamento sul-coreano), é dado como o favorito para substituir no cargo Park Geun-hye, destituída a 10 de Março passado. Park está em prisão preventiva desde 31 de Março devido a ligações com um caso de corrupção.

A campanha eleitoral deve centrar-se quase exclusivamente na luta contra a corrupção ou na limitação do poder dos grandes conglomerados empresariais sul-coreanos, a maioria dos quais implicados no escândalo que levou à destituição e detenção da antiga chefe de Estado.

Uma possível reforma constitucional que diminua o perfil presidencialista do Estado ou a instalação do escudo norte-americano antimísseis THAAD vão estar também em foco durante a campanha.

Entre os principais candidatos, contam-se Ahn Cheol-soo, do Partido Popular (centro-esquerda), Hong Joon-pyo, do conservador Partido da Liberdade da Coreia (da ex-presidente Park), e Yoo Seong-min, do também conservador Partido Bareun.

Moon Jae-in, que perdeu as presidenciais de 2012 contra Park, e Ahn Cheol-soo reúnem 80% das intenções de voto, de acordo com as últimas sondagens.

Moon lidera as sondagens desde o início, apesar de na última semana a vantagem em relação a Ahn ter ficado reduzida a três pontos percentuais, segundo estimativas.

Park Geun-hye foi a primeira chefe de Estado que a Coreia do Sul destituiu em democracia, pelo que estas serão as primeiras eleições antecipadas no país, desde que a junta do general Chun Doo-hwan autorizou a realização de eleições democráticas em dezembro de 1987.

 

18 Abr 2017

Eleições | Aprovada lei de recenseamento eleitoral automático

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Conselho de Ministros em Portugal aprovou a proposta de lei que visa a introdução do recenseamento eleitoral automático para os cidadãos portugueses residentes no estrangeiro. O diploma será agora analisado pelos deputados da Assembleia da República até à sua implementação.

Segundo um comunicado emitido pelo gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, a medida deverá abranger 1,2 milhões de portugueses que se encontram a residir fora do país.

Com esta proposta, todos os portadores de cartão de cidadão ficam automaticamente recenseados, eliminando-se o carácter facultativo do recenseamento para quem é emigrante.

“A inovação legislativa proposta constitui uma importante reforma em matéria de desburocratização administrativa, uma vez que, para se inscreverem no recenseamento eleitoral, os Portugueses no estrangeiro portadores de cartão de cidadão deixarão de ter de se deslocar às nossas embaixadas e aos nossos Cconsulados, evitando as despesas que estão associadas”, defende, em comunicado, José Luís Carneiro.

18 Abr 2017

Ho Iat Seng defende menos deputados no Conselho Executivo

O presidente da Assembleia Legislativa defende que o número de deputados que compõe o Conselho Executivo é elevado. Ho Iat Seng mostra disponibilidade para continuar no hemiciclo para evitar “especulações” quanto à possibilidade de ser candidato a Chefe do Executivo

 

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]o Iat Seng, presidente da Assembleia Legislativa, reconheceu ser “bastante elevada” a proporção de deputados que integra o Conselho Executivo, órgão que adjuva o líder do Governo, entendendo que o número podia ser menor. “Acho que não há nenhum conflito” na acumulação de funções e “está consagrado na Lei Básica”, mas a proporção actual é “bastante elevada”, admitiu Ho Iat Seng em entrevista à agência Lusa.

Ho Iat Seng recordou que a Lei Básica contemplou essa possibilidade para que “as vozes do órgão legislativo possam ser transmitidas ou veiculadas no Conselho Executivo” e para que “as opiniões ou políticas governamentais possam ser trazidas para o órgão legislativo”, mas o resultado pode estar aquém do pretendido.

“Ainda temos que analisar bem, estudar melhor” o resultado dessa forma de funcionamento, observou Ho Iat Seng, que foi membro do Conselho Executivo durante cinco anos até renunciar a esse cargo, em 2009, quando foi eleito deputado pela via indirecta.

Actualmente, o Conselho Executivo é composto por 11 membros, dos quais quatro são deputados (Cheang Chi Keong, Chan Meng Kam, Chan Chak Mo e Leonel Alves). “A Lei Básica não estipula o número, [mas] acho que o limite deve ser fixado em dois ou três”, defendeu.

Evitar especulações

Relativamente às eleições, marcadas para 17 de Setembro, Ho Iat Seng – que manifestou já vontade de continuar como deputado e, se os seus pares o desejarem, como presidente do hemiciclo -, não antecipou “alterações em termos substanciais” na composição da AL.

Sobre outras eventuais ambições políticas – dado que chegou a ser apontado no passado como potencial candidato a Chefe do Executivo – afirmou que manifestou a vontade de voltar a participar na corrida eleitoral ao hemiciclo “exactamente para evitar essa especulação”.

Sobre a metodologia para a constituição da AL, Ho Iat Seng afirmou não ver “grande probabilidade de alteração”. “Estou numa posição em que não me posso pronunciar”, respondeu, apesar de afirmar “estar de acordo com esse modelo” que pode, com efeito, ser alterado desde que reúna “consenso da sociedade” e haja “intenção ou vontade do Executivo” nesse sentido.

Para além de presidente do hemiciclo, Ho Iat Seng é também um dos 175 membros do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN), um cargo que desempenha há 17 anos.

“É um trabalho muito desafiante e a responsabilidade é diferente. É mais aliciante” do que ser presidente da AL de Macau, sublinhou.

“Macau é um território de dimensão reduzida e esse emaranhar de interesses também é um desafio para o trabalho da Assembleia. Todos os dias estamos a resolver questões de confrontação e correlação de interesses, mas na APN não são questões destas que se colocam [porque] os grupos de interesses não são representados no órgão central da APN”, concluiu.

Fiscalização aumentou

Na entrevista, o presidente da AL assegurou também que houve “avanços” no trabalho de fiscalização por parte dos deputados e que hoje é maior do que no passado, apesar de haver “limitações”. “Agora temos muito mais fiscalização – é um facto”, afirmou, reconhecendo que “muita matéria” do trabalho governativo “pode ser alvo de fiscalização”. “Dadas as limitações em termos de recursos humanos”, a AL apenas pode focar-se nas “consideradas fundamentais”, como os Assuntos de Terras e Concessões Públicas, Finanças, e Administração, três áreas que têm respectivas comissões de acompanhamento, disse.

A aprovação pelo plenário é outra questão, dependendo muito do ‘lobby’, ainda mais atendendo a que em Macau não existem partidos políticos, considerou. “Qualquer iniciativa legislativa que entre para apreciação tem de passar por um período de correlação de forças”, disse, dando o exemplo da lei sindical que se confronta com a força opositora do sector patronal.

“Cada deputado está a representar o interesse do seu eleitorado – isso é natural em todo o lado do mundo”, afirmou. “É raro vermos uma iniciativa que não seja alvo de oposição ou de crítica – não seria saudável se isso não existisse”, argumentou ainda.

Sem passividade

Ho Iat Seng também rejeitou críticas relativamente a uma posição passiva do hemiciclo face a diplomas do Governo, ao sustentar que “há todo um processo de apreciação para que os diferentes interesses possam discutir”, além de que “cada deputado tem de assumir a responsabilidade pelo acto de ‘carregar no botão’”.

“Não pode dizer que foi enganado. Ninguém pegou numa arma ameaçando-o para votar em determinado sentido. (…) Pode abster-se ou votar contra” e mesmo “usar do direito de fazer uma declaração de voto”, frisou.

Relativamente às mexidas, por vezes substanciais, que as propostas de lei sofrem entre a fase da generalidade e da especialidade, Ho Iat Seng considerou que tal surge como “fruto dessa correlação de forças”.

“O que sucede em todos os parlamentos”, sublinhou, defendendo que “a maioria das iniciativas tem obedecido à política ou intenção legislativa inicial”, estando plasmadas no parecer as razões pelas quais foram introduzidas alterações e todos os pontos de vista manifestados pelos deputados.

18 Abr 2017

Hong Kong | Deputado do LegCo proibido de entrar em Macau

Kenneth Leung, deputado do Conselho Legislativo de Hong Kong, foi proibido de entrar em Macau este fim-de-semana. As autoridades referem-se apenas a questões de segurança para justificar a medida

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado pró-democrata do Conselho Legislativo (LegCo) de Hong Kong Kenneth Leung foi impedido de entrar em Macau por razões de segurança, informou a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong.

Kenneth Leung disse à RTHK que ia visitar Macau com a família, mas foi impedido de entrar e ficou detido durante cerca de uma hora, antes de ser enviado de volta de barco para Hong Kong.

O deputado considerou ridícula a rejeição de entrada, argumentando que nunca teve problemas para entrar em Macau, nem no interior da China.  

No ano passado, os deputados Raymond Chan e Leung Kwok-hung – conhecido como ‘Long Hair’ ou ‘Cabelo Comprido’ – também foram impedidos de entrar em Macau.

As autoridades de Macau recusam-se a revelar o número de pessoas que proibiram de entrar na região, as razões pelas quais o fizeram ou a sua procedência, sob o argumento de que essas informações são confidenciais.

O impedimento de entrada em Macau acontece com alguma regularidade, com a grande maioria dos casos a serem tornados públicos pelos próprios visados, muitos dos quais políticos ou activistas da vizinha Hong Kong.

A Polícia de Segurança Pública não tem por hábito apresentar motivos concretos, invocando, com frequência, razões de segurança.

Antigas proibições

Em Outubro, quando da visita do primeiro-ministro da China, Li Keqiang, foram proibidos de passar a fronteira pelo menos dez residentes de Hong Kong, incluindo activistas, mas também um deputado e um cineasta.

Em 2015, o caso mais notório foi o da então deputada do Partido Democrático de Hong Kong também impedida de passar a fronteira por motivos de segurança interna.

Em declarações à Lusa, Emily Lau mostrou-se então “perplexa”, até porque a visita era de lazer e não havia figuras importantes da China a visitar Macau nem protestos a acontecer – factores que propiciam habitualmente um maior número de interdições.

No final de 2014, o episódio inédito envolvendo um bebé de um ano levou mesmo o chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, a pedir desculpa.

A proibição de entrada sobretudo de políticos de Hong Kong tem sido uma preocupação levantada pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

Em Outubro, a Associação Novo Macau adiantou estar a trabalhar na criação de uma base de dados sobre violações aos direitos humanos, dando conta de que informações específicas sobre as proibições de entrada seriam compiladas num ficheiro especial.

Trata-se de uma base de dados que pretende colocar à disposição de organismos da ONU, quando for a altura de rever a ratificação de instrumentos relacionados com a protecção de direitos humanos em Macau.

18 Abr 2017

Saúde | Centro do Carmo não pode ter urgência

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde (SS) esclarecem em comunicado que “não é possível nem viável” instalar um serviço de urgência no Centro de Saúde do Carmo-Lago, localizado na Taipa. As razões prendem-se com o facto dos “recursos humanos, equipamentos e instalações” estarem programados para funcionarem no sistema implementado num centro de saúde, já que “um serviço de urgência presta serviços médicos durante 24 horas a utentes de todos os tipos, lidando com todos os tipos de trauma”. As autoridades esclarecem ainda que um serviço de urgência, é, por norma, “criado num hospital geral” e não num centro de saúde.

Os SS esclarecem ainda que o hospital da Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST) já possui “uma unidade de cuidados intensivos e disponibiliza serviços de 24 horas de análises laboratoriais de sangue e de exames imagiológicos, reunindo as condições suficientes para prestar apoios técnicos ao Posto de Urgência das Ilhas do Centro Hospitalar Conde de São Januário”.

Os SS revelam ainda estar a estudar a possibilidade de implementação do sistema de marcação de consultas por telefone nos centros de saúde. Há, contudo, “de ponderar as medidas necessárias para evitar o abuso de serviço de marcação telefónica, que pode comprometer a prestação de cuidados aos cidadãos com necessidades reais”.

18 Abr 2017

Ilha Verde | Associação pede novas medidas contra mau cheiro do Canal dos Patos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] subdirectora da Associação de Beneficência e Assistência Mútua dos Moradores do Bairro da Ilha Verde, Chan Fong, pede ao Executivo que tome o exemplo de Zhuhai no que respeita à manutenção da qualidade da água na zona do Canal dos Patos.

A responsável exemplifica com os trabalhos que tem visto a desenvolverem-se do lado do Continente em que existem, diz ao jornal Ou Mun, funcionários a limpar o lixo e as ervas daninhas ao longo do rio. Para Chan Fong esta deveria ser uma medida a tomar em Macau de modo a evitar a poluição que aquela zona do território enfrenta.

De acordo com a mesma fonte, a subdirectora aconselha ainda as autoridades locais a redobrarem a vigilância na zona da Ilha Verde. A razão, aponta, é a entrada ilegal no território. O facto de não existiram casos registados este ano, justifica, deve-se ao aumento das medidas de fiscalização. No entanto, e temendo que a situação possa piorar com a construção do novo acesso entre Guandong e Macau, Chan Fong sugere que a zona da Ilha Verde venha a ser munida de câmaras de vídeo vigilância de modo a que as entradas ilegais em Macau possam ser registadas. O objectivo, refere, é garantir a segurança dos residentes daquela que é a zona mais habitada do território.

18 Abr 2017

Associação Fu Hong pede lei que incentive à inclusão dos deficientes no mercado de trabalho

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pós a inclusão dos casos de deficiência congénita no âmbito da segurança social, Chau Wai I, secretária-geral da Associação de Reabilitação Fu Hong de Macau, alerta para a necessidade em avançar com o regulamento complementar que inclua os casos de invalidez no mercado de trabalho. A ideia, adianta, “é a criação de medidas capazes de encorajar os lesados a trabalhar e a sentirem-se activos”, referiu ao Jornal Ou Mun.

Apesar de satisfeita com o plano de segurança social que pode vir a ser aplicado nos casos de invalidez por deficiência congénita, a responsável pela associação está preocupada que, como consequência, as pessoas não se sintam motivadas para trabalhar. De modo a evitar a situação, Chau Wai I sugere que o Governo avance com um regulamento complementar que beneficie este tipo de situações.

A secretária-geral refere ainda que os portadores de deficiência podem não ter capacidade para trabalhar as oito horas diárias pelo que, muitas vezes, são obrigados a desistir dos seus empregos. Chau Wai I pretende saber se, nestes casos, as pessoas podem voltar a solicitar o subsidio de invalidez.

A responsável dá como exemplo o caso da vizinha Hong Kong em que os visados continuam a receber subsidio até que consigam uma situação de emprego estável e apropriada.

É preciso qualidade de vida

Os portadores de deficiência moderada, considera, continuam a não ter apoios suficientes de modo a garantir qualidade de vida, pelo que Chau Wai I pretende saber se o Executivo pondera medidas para melhorar a situação.

As alterações no âmbito da segurança social fazem parte da proposta de lei que ainda não deu entrada na Assembleia Legislativa e que prevê que os portadores de deficiências possam ter direitos iguais em termos de protecção social.

“Vamos propor que o subsídio provisório de invalidez passe a pensão de invalidez”, sintetizou o chefe do Departamento de Solidariedade Social do Instituto de Acção Social (IAS). “Por isso, as pessoas que reúnem as condições podem passar a receber a pensão de invalidez, sendo o valor mensal de 3450 patacas”, indicou Choi Siu Un, na Comissão para os Assuntos de Reabilitação, no mês passado.

18 Abr 2017

David Chow em Setúbal para discutir projecto turístico

O empresário de Macau expande os seus investimentos nos Países Lusófonos. Depois de Cabo Verde, chegou a vez de Portugal

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Macau Legend Development (MLD) reuniu-se com a Câmara Municipal de Setúbal, em Portugal, para preparar o pedido de classificação do empreendimento turístico da zona ribeirinha da cidade como Projecto de Interesse Nacional (PIN), revelou uma fonte autárquica à agência Lusa.

Trata-se de um projecto que inclui um hotel, área comercial e residencial, um pavilhão multidesportivo, um parque de estacionamento e uma marina, e que tem um custo global de cerca de 246 milhões de euros (mais de 2,2 mil milhões de patacas).

“Vamos fazer uma reunião de trabalho para começarmos a preparar o pedido ao Governo para que o projecto seja reconhecido como Projecto de Interesse Nacional (PIN), o que permitirá acelerar toda a tramitação junto de várias entidades da administração central”, confirmou à agência Lusa a presidente do município, Maria das Dores Meira.

“A reunião só estava prevista para o próximo mês de Maio, mas o presidente da MLD, David Chow, quis antecipar a data, aproveitando a viagem que está a fazer para Cabo Verde, onde a MLD já tem em andamento uma obra semelhante à que está prevista para a zona ribeirinha de Setúbal”, justificou.

A autarca setubalense referiu ainda que a Câmara Municipal e a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) também já estão a preparar o caderno de encargos para o concurso público para construção da marina, a que a MLD terá de concorrer para poder concretizar o projecto que se propõe desenvolver na cidade de Setúbal.

A MLD e a autarquia sadina assinaram o ano passado um memorando de entendimento para um projecto de turismo, lazer e entretenimento, na zona ribeirinha cidade de Setúbal.

Na assinatura do memorando com a Câmara de Setúbal, a Macau Legend anunciou também um acordo não vinculativo com três empresas em Portugal – a Fundo Aquarius, Amorim Turismo e B&G – para constituir uma empresa responsável pelo desenvolvimento do projecto de Setúbal.

18 Abr 2017

Comércio com os países de língua portuguesa subiu 32,6 por cento

Depois de uma queda no ano passado, as trocas comerciais entre a China e os Países Lusófonos parecem estar a conhecer um novo crescimento

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa subiram 32,6% até Fevereiro, em termos anuais homólogos, para 14,84 mil milhões de dólares, indicam dados oficiais.

Dados dos Serviços de Alfândega da China, publicados no portal do Fórum Macau, indicam que a China comprou aos países de língua portuguesa bens avaliados em 10,28 mil milhões de dólares – mais 43,74% – e vendeu produtos no valor de 4,56 mil milhões dólares – mais 12,97% comparativamente aos primeiros dois meses do ano passado.

O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com o volume das trocas comerciais bilaterais a cifrar-se em 10,35 mil milhões de dólares, valor que traduz um aumento de 35,64% em termos anuais homólogos.

As exportações da China para o Brasil atingiram 3,69 mil milhões de dólares, reflectindo uma subida de 27,61%, enquanto as importações chinesas totalizaram 6,66 mil milhões de dólares, mais 40,54% face aos primeiros dois meses de 2016.

Com Angola – o segundo parceiro chinês no universo da lusofonia – as trocas comerciais cresceram 42,40%, atingindo 3,48 mil milhões de dólares.

Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 252,1 milhões de dólares – menos 7,72% – e comprou mercadorias avaliadas em 3,23 mil milhões de dólares – ou seja, mais 48,69%.

Já com Portugal, terceiro parceiro da China entre os países de língua portuguesa, o comércio bilateral cifrou-se em 704,9 milhões de dólares – menos 12,84% –, numa balança comercial favorável a Pequim que vendeu a Lisboa bens na ordem de 425,3 milhões de dólares – menos 35,73% – e comprou produtos avaliados em 279,5 milhões de dólares, isto é, quase o dobro (+90,26%).

A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau, que reúne a nível ministerial de três em três anos.

São Tomé e Príncipe passou a fazer parte Fórum Macau no final de Março, após a China ter anunciado o restabelecimento dos laços diplomáticos com São Tomé e Príncipe, o que sucedeu dias depois de o país africano ter cortado relações com Taiwan e reconhecido a República Popular da China.

Neste contexto, o presidente chinês Xi Jinping encontrou-se com o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, em Pequim, dia 14 de Abril, pedindo entendimento mútuo e apoio sobre assuntos de interesse principal dos dois lados e preocupações principais.

Um novo capítulo

As relações entre a China e São Tomé e Príncipe entraram num novo capítulo, segundo Xi, que São Tomé e Príncipe voltou para a família China-África de cooperação amigável cumpriu com a direcção da época.

“A China valoriza muito as contribuições importantes feitas pelo primeiro-ministro Trovoada na promoção da normalização das relações entre a China e São Tomé e Príncipe”, disse.

Xi afirmou ainda que a China está disposta a trabalhar com São Tomé e Príncipe para promover juntamente a cooperação de benefício recíproco e o estabelecimento de uma parceria cooperativa compreensiva, com igualdade, confiança mútua e cooperação de ganho mútuo.

Por seu lado, Patrice Trovoada disse que a continuação dos laços diplomáticos com a China recebeu apoio extensivo em São Tomé e Príncipe e que o seu país aderirá firmemente à política de Uma Só China.

18 Abr 2017

Bangecoque | Galo do Sião é protagonista no novo museu dos lusodescendentes

 

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o recém-aberto museu dos lusodescendentes de Banguecoque não há galos de Barcelos, mas sim um primo asiático: quem saúda os turistas no Baan Kudichin é o Galo do Sião. Este pequeno museu, instalado numa casa da família de Navinee Phongthai, abriu pela primeira vez no dia de Natal de 2015, mas voltou a fechar para obras e tem estado informalmente aberto desde Março de 2016, esperando-se uma inauguração oficial este ano, até porque, explica a proprietária, este é o ano chinês do Galo, também celebrado na Tailândia.

O Baan Kudichin – ‘Baan’ significa casa e ‘Kudichin’ é nome do bairro – fica numa zona de Banguecoque onde ainda se concentram os descendentes dos portugueses que para ali se mudaram no século XVIII, vindos da antiga capital Ayutthaya, onde combateram ao lado do rei tailandês contra os birmaneses. A cidade caiu, mas os portugueses foram recompensados com um terreno onde está actualmente o bairro de Santa Cruz.

O museu nasceu da vontade de Navinee Phongthai, cuja família vive em Santa Cruz há 240 anos, de exibir o espólio dos antepassados.

O material que foi acumulando reflecte o modo de vida daquele bairro, intimamente ligado a uma herança portuguesa mas que vai além dela, com tradições particulares nascidas do cruzamento de muitas culturas (portuguesa, tailandesa, chinesa, vietnamita).

Ao Baan Kudichin não é possível chegar de carro, já que os veículos só têm como se deslocar até uma das estradas que circundam o bairro, junto a uma escola ligada à igreja de Santa Cruz. A partir daí segue-se a pé e todos os caminhos vão dar à igreja, imponente, olhando o rio Chao Phraya. No largo há várias imagens católicas, um Cristo crucificado, Santa Teresa, São Paulo.

Para lá da igreja, as ruas estreitam-se, ladeadas de pequenas casas de traçado tradicional tailandês, mas onde são frequentes os ornamentos católicos. O bairro é pacato, silencioso, repleto de plantas e flores, e os poucos residentes que circulam acenam e sorriem a quem passa.

Santa Cruz é uma das três áreas com presença portuguesa, mas nas outras duas pouco mais sobram que igrejas, a do Rosário e a da Conceição. Mas só ali há uma comunidade que se destaca pela comparência assídua nas missas de domingo.

À entrada do museu chama a atenção o galo, branco sobre um fundo vermelho, mais curvilíneo que o português, com pestanas e um colar ao pescoço.

“O galo de Barcelos é o símbolo dos portugueses. Nós aqui, como portugueses, decidimos criar uma imagem nova, é o galo do Sião”, explica à Lusa Navinee Phongthai, manifestando espanto ao descobrir que a missa da noite de Natal, onde o bairro acorre em peso, se chama, em Portugal, Missa do Galo.

No piso térreo, o Baan Kudichin oferece um café ao ar livre e a loja de souvenirs, onde o galo do Sião está estampado em ímanes, malas, ‘t-shirts’ e outros objectos.

A exposição começa no primeiro andar, com um cartaz, sob o título “Origem portuguesa do Sião”, com nove fotografias de homens. “Tento mostrar como os portugueses se transformaram em tailandeses. Este é o retrato do Vasco da Gama, que foi mudando até ser o meu tio. Não é giro?”, atira a dona do museu, apontando para o primeiro e para o último homem da sequência.

Este piso oferece alguma informação histórica sobre a presença portuguesa na Tailândia, incluindo palavras ainda hoje usadas, como ‘salada’, ‘sala’, ‘padre’, ‘porto’, entre outras. Mas é no segundo andar que estão guardados os ‘tesouros’, material de cozinha, quarto e algum entretenimento.

“Este era o quarto dos católicos, temos uma imagem de Nossa Senhora, de Jesus”, aponta Navinee Phongthai. Em cima da cama o ‘véu das três culturas’, que pertencia à sua avó, uma espécie de xaile português usado para ir à missa, feito de seda chinesa e que se colocava ‘à moda tailandesa’.

Ao lado fica o material de cozinha, com tudo o que era preciso para fazer o típico ‘Kanom Farang’, o bolo ‘estrangeiro’, inspirado na massa dos queques portugueses e considerado tradicional de Santa Cruz. “Fazíamos a receita portuguesa mas como não tínhamos leite nem manteiga, usávamos só leite de coco, açúcar e ovos”, explica, apontando para os utensílios da tia, que “fazia sobremesas muito bem”.

Os doces são, aliás, a herança portuguesa mais disseminada na Tailândia, onde o ‘Foi Tong’, fios de ovos, foi elevado a sobremesa nacional.

Mas não há só doçaria. Em cima de uma mesa taças com pratos envernizados mostram tradições gastronómicas bem conhecidas em Portugal, ainda que sofram algumas adaptações: torresmos, frango estufado, guisado de carne e cozido à portuguesa.

O Baan Kudichin conta ainda com uma sala, no piso térreo, onde vai ficar uma árvore genealógica das 17 famílias do bairro.

O espaço ainda está praticamente vazio, mas salta à vista uma enorme fotografia de grupo, a preto e branco, com os membros da comunidade em 1957, cada pessoa com um número colado. Em cima de uma mesa está um livro com uma página para cada número, com a intenção de que quem visite o espaço deixe ali informação sobre as pessoas, de modo a saber-se do seu paradeiro.

“Somos 17 famílias, mas agora já todos mudaram para um nome tailandês, misturaram-se com outros, tornaram-se como eu”, diz sorridente a dona do museu, com feições asiáticas.

18 Abr 2017

Xi Jinping fala com Trump sobre a Coreia do Norte

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Presidentes dos Estados Unidos e China, Donald Trump e Xi Jinping, respectivamente, abordaram ontem por telefone a situação na Coreia do Norte, informou a televisão estatal CCTV, numa altura de crescente tensão na península coreana.

Xi apelou ao diálogo como forma de resolver a crise na península, um dia depois de Trump ter afirmado que está preparado para “resolver o problema da Coreia do Norte” de forma unilateral e sem a ajuda da China, o principal aliado de Pyongyang.

O Presidente chinês disse que Pequim continua comprometido com a desnuclearização da península coreana e que quer manter a paz e a estabilidade na região.

Xi afirmou ainda querer manter a coordenação com Trump para lidar com a escalada de tensões, após repetidos lançamentos de mísseis balísticos por parte de Pyongyang e do envio do porta-aviões norte-americano USS Carl Vinson para águas próximas da Coreia do Norte.

Os líderes falaram ainda do conflito sírio e Xi assegurou que o uso de armas químicas é “inaceitável”.

O líder chinês defendeu, porém, a “via política” para solucionar a crise síria, uma semana depois de Trump ter lançado um ataque aéreo contra o regime de Bachar al Asad, numa represália pelo ataque químico perpetuado contra civis no norte do país.

Xi Jinping sublinhou o papel mediador das Nações Unidas, afirmando esperar que o Conselho de Segurança se mostre “unido”, num momento de clara divisão entre os seus membros.

Outras contas

A chamada entre Xi e Trump foi feita poucos dias após ambos os líderes se reunirem na Flórida, no resort Mar-a-Lago, propriedade privada de Trump.

O líder chinês considerou que a cimeira na Flórida teve “grande êxito” e assegurou que foram alcançados acordos “importantes”, assinalou a CCTV.

Um dos resultados da reunião foi o anúncio de um plano de acção de cem dias sobre o comércio entre EUA e China, as duas maiores economias do planeta.

Os EUA têm um déficit comercial de 310 mil milhões de dólares com a China.

Durante a campanha eleitoral, Trump acusou a China de “violar a economia americana” e “roubar” milhões dos seus postos de trabalho.

Na semana passada, antes do encontro com Xi, o líder norte-americano repetiu que “durante muitos anos” os Estados Unidos fizeram “horríveis acordos comerciais com a China”.

Durante o encontro com Xi, Trump aceitou ainda o convite para visitar a China este ano.

13 Abr 2017

Ex-primeira-dama indonésia denuncia aumento da intolerância religiosa

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]hinta Nuriya, ex-primeira-dama da Indonésia, denunciou o aumento da intolerância religiosa no seu país, que tem a maior comunidade muçulmana do mundo, informam ontem os ‘media’ locais.

A ex-primeira-dama indonésia, que defende a harmonia religiosa, baseia a denúncia numa pesquisa feita pela Fundação Wahid que inquiriu 1.255 pessoas, e conclui que apenas “menos de 20% nega que a Indonésia se irá tornar um Estado islâmico” e que “há grupos radicais que querem transformar a Indonésia num Estado islâmico”.

Shinta Nuriya, viúva do ex-Presidente Abdurrahman Wahid e que intervinha numa conferência sobre a mulher, realizada segunda-feira em Jacarta, apelou aos mais velhos para protegerem os jovens da influência negativa do “movimento radical e intolerante que se infiltrou na nação”.

Força islâmica

O fundamentalismo tem ganho força com grupos como a Frente de Defensores do Islão, um dos mais activos nos últimos meses, e está presente na campanha eleitoral em Jacarta, cuja primeira volta se realizou no passado dia 15 de Fevereiro e se revelou inconclusiva, por nenhum candidato superar os 50% dos votos.

Os favoritos são o actual governador Basuki Tjahaja Purnama, conhecido por Ajok, e o vice-governador Djarot Saiful Hidayat, mas especialistas consideram que o processo judicial intentado contra Ajok, de minoria cristã, acusado de insulto ao Islão, teve influência nas urnas.

Ajok foi acusado de blasfémia contra o Islão devido a uma declaração que fez no final de Setembro de 2016, em que classificou como errada a interpretação de um versículo do Alcorão, segundo a qual um muçulmano só deve eleger um dirigente muçulmano.

O actual governador de Jacarta pediu desculpa pelo comentário e o Presidente da Indonésia, Joko Widodo, defende-o publicamente, mas isso não foi suficiente para conter a ira dos sectores mais conservadores que querem impor a lei islâmica (‘Sharia’) na Indonésia.

O analista Sidney Jones já tinha denunciado em Novembro a ascensão do radicalismo islâmico na Indonésia, ao afirmar que ninguém reconhece “o que é incitamento religioso”, nem “condena ou toma medidas para impedi-lo”, apesar do país ser baseado oficialmente desde a independência, em 1945, pelo Pancasila, o fundamento de cinco princípios que defende a tolerância religiosa, uma humanidade justa e civilizada, a unidade, a democracia popular.

13 Abr 2017

UCCLA | Macau rejeita presidência da Comissão Executiva

A proposta foi dada a conhecer por comunicado. O convite da Comissão Executiva da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa foi declinado por Macau que considerou a apresentação da solicitação tardia e a informação transmitida insuficiente

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau não vai aceitar a proposta para assumir a presidência da Comissão Executiva da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA).

De acordo com a Rádio Macau, o presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), José Tavares, diz que falta informação sobre as condições. Além disso, a intenção da UCCLA só foi conhecida através de um comunicado.

“Falaram dessa proposta, mas não vamos aceitar”, começa por indicar o responsável. Sobre o anúncio feito através do portal da UCCLA, José Tavares garante que pediu “responsabilidades” aos actuais dirigentes da instituição.

“Acho que isso tem de ser concertado muito antes. Não pode ser assim tão repentino”, completa.

A Comissão Executiva da UCCLA está nas mãos de Moçambique. Mas, “por razões estatutárias”, o presidente David Simango terá de cessar funções.

“Compreendo a boa intenção deles. Mas também têm de compreender a nossa posição de não querer. Para ser presidente, o que é preciso? Macau terá de ter outro papel? Como vão funcionar as coisas no futuro? Ninguém nos disse nada. Isto tem de ser estudado e ponderado antes de assumir qualquer coisa”, insiste o presidente do IACM.

Actualmente, Macau assume a vice-presidência da Comissão Executiva da UCCLA. Nessa qualidade, José Tavares lidera a comitiva local que vai chegar a Luanda, na próxima quarta-feira, para participar nos trabalhos anuais da instituição. No dia seguinte é organizado um fórum económico, com a presença confirmada do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM).

“[Os representantes do IPIM vão] falar das novas possibilidades e da política ‘Uma faixa, uma rota’. A China está a lançar Macau como uma plataforma. Vamos mostrar as possibilidades abertas aos parceiros de língua portuguesa. É a primeira vez que Macau vai em força para falar desta plataforma na UCCLA”, explica José Tavares, antes de acrescentar: “Não é preciso ser presidente para fazer isto tudo”.

A comitiva local que se desloca a Luanda deve ter “entre sete a oito pessoas”. Todos pertencem aos quadros do IACM e do IPIM.

UCCLA reconhece falha

O secretário-geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), Vítor Ramalho, compreende a recusa de Macau em assumir a presidência da Comissão Executiva da instituição. Em declarações à TDM – Rádio Macau, o responsável admite que a proposta não seguiu em tempo útil.

“Compreendo completamente. A proposta que eu fiz, em nome de todas as cidades, foi apresentada muito em cima da hora. Compreendo que não houvesse tempo para ponderar. Macau vai continuar a ser vice-presidente da Comissão Executiva, que é um cargo de grande prestígio”, salienta.

Vítor Ramalho afirma que a rejeição da proposta “não inquina absolutamente em nada a relação verdadeiramente excepcional que a UCCLA e todas as cidades têm com Macau”. Por isso, os planos passam por uma ligação “reforçada”.

O secretário-geral da UCCLA refere ainda que, “em tempo oportuno”, pode surgir um novo convite a Macau. “Não temos o futuro nas mãos, mas o que garanto é que o mundo lusófono – através das cidades, que são 40 – deseja muito o aprofundamento com Macau. Portanto, há perspectivas que esse aprofundamento se dê de forma mais consistente. Ainda agora participámos no Festival Literário de Macau. Portanto, é perfeitamente plausível e desejável que Macau venha a ocupar, mais tarde, o cargo que agora propus em nome de todos”, indica Vítor Ramalho.

13 Abr 2017

Habitação | Empréstimos continuam em queda

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s novos empréstimos para a compra de casa em Macau diminuíram 25,8 por cento em Fevereiro comparativamente ao mês anterior e aumentaram 14,9 por cento em termos anuais, indicam dados oficiais divulgados ontem.

De acordo com as estatísticas da Autoridade Monetária de Macau (AMCM), os bancos concederam 2,6 mil milhões de patacas em empréstimos, dos quais 96,3 por cento a residentes de Macau, ou seja, menos 26,1 por cento em relação a Janeiro e mais 20,5 por cento face a igual período do ano passado.

A não-residentes foram concedidos, em Fevereiro, 96.688 milhões de patacas, menos 47,5 por cento e 15,3 por cento em termos anuais e mensais, respectivamente.

Os empréstimos comerciais para atividades imobiliárias aprovados em Fevereiro atingiram 2,81 mil milhões de patacas, mais 5,3 por cento face ao período homólogo de 2016. Em termos mensais, registou-se uma subida de 6 por cento, indicou a AMCM.

No final de Fevereiro, o saldo bruto dos empréstimos hipotecários para habitação correspondeu a 182,4 mil milhões de patacas, enquanto o dos comerciais alcançou 170,3 mil milhões de patacas.

O acesso à habitação, devido aos preços elevados, constitui um dos maiores motivos de queixa da população de Macau.

12 Abr 2017

Língua | Projecto para ensino bilingue conta com 100 inscrições

O projecto piloto que entra em vigor no próximo ano lectivo para o ensino bilingue desde o primeiro ano de escolaridade contou com 105 candidaturas. A iniciativa é da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude e o objectivo consiste na aprendizagem integrada do português de forma a ter residentes que dominem as duas línguas oficiais do território

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oram mais de 100 os alunos que se inscreveram nas turmas bilingues que vão funcionar, pela primeira vez, em duas escolas públicas de Macau, no próximo ano lectivo, indicam dados ontem facultados à agência Lusa.

De acordo com a informação da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), 50 alunos inscreveram-se na turma bilingue do 1.º ano do ensino primário da Escola Luso-Chinesa da Flora e 55 na do mesmo ano da Escola oficial Zheng Guanyin, os dois estabelecimentos onde vai arrancar o projecto-piloto.

Destas 105 crianças, 14 inscreveram-se simultaneamente nas duas, referem.

Além dos 91 alunos inscritos para o primeiro ano do ensino primário, juntam-se 15 que se inscreveram na turma bilingue do 1.º ano do ensino secundário geral (7.º ano) da Escola Oficial Zheng Guanying.

Do total de 106 alunos dos níveis primário e secundário, 84 fizeram entrevistas e exames de admissão nas duas escolas que participam do projecto-piloto, realizados no passado sábado. Os resultados oficiais vão ser publicados no dia 21.

Para o ano há mais

No próximo ano lectivo, a DSEJ prevê organizar uma turma bilingue no 1.º ano do ensino primário da Escola Primária Luso-Chinesa da Flora, “uma a duas” no mesmo ano da Escola Oficial Zheng Guanyin, dependendo dos resultados da selecção, e uma outra no 1.º ano do ensino secundário geral da Escola Oficial Zheng Guanyin. O número máximo de alunos por turma será de 25.

O novo programa de ensino bilingue chinês-português vai ser depois estendido anualmente, aos anos de escolaridade subsequentes, “de modo a contribuir, de forma mais específica e sistemática, para o desenvolvimento das potencialidades bilingues dos alunos”, sublinha a DSEJ na mesma resposta escrita.

No final de Fevereiro, nas vésperas da abertura das inscrições para as turmas bilingues, a DSEJ organizou uma sessão de esclarecimento para responder às dúvidas dos encarregados de educação chineses e portugueses.

A língua portuguesa vai ser usada nas aulas de educação física, de artes visuais e de música, e as disciplinas consideradas como fundamentais, como a matemática, vão ser leccionadas em mandarim, de acordo com os esclarecimentos prestados na sessão.

12 Abr 2017