Hoje Macau Breves PolíticaGrande Baía | Si Ka Lon sugere a criação de zona marítima de turismo mundial [dropcap style≠‘circle’]S[/dropcap]i Ka Lon, deputado à Assembleia Legislativa, considera que o plano geral do desenvolvimento da indústria do turismo de Macau está desactualizado, face às tendências mais recentes da indústria, e entende que há necessidade de melhorar os seus conteúdos. O deputado afirmou que não está incluído no plano geral a cooperação turística com a zona da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, e, por isso, confessou estar preocupado com a perda de oportunidades futuras. O legislador ligado à comunidade de Fujian considera que a RAEM arrisca perder a oportunidade “de enriquecer os elementos turísticos locais através da cooperação regional”. Para evitar esse desfecho, Si Ka Lon interpelou por escrito o Executivo para perguntar se o plano para reforçar os elementos turísticos locais através da cooperação com as cidades da Grande Baía será reforçado. O deputado quer saber se existe um plano do Governo para intensificar a cooperação regional e criar, em conjunto, uma zona marítima de turismo e lazer de nível mundial. Elevadores | Lam Lon Wai exige legislação numa interpelação escrita [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] deputado Lam Lon Wai insiste na necessidade de se legislar em matéria de segurança dos elevadores. Em interpelação escrita, o tribuno apela para que o Executivo avance com medidas concretas e recorda os incidentes que ocorreram com a passagem do tufão Hato pelo território. Mais, há ainda equipamentos que não estão em funcionamento porque não há consenso sobre a sua reparação. Para Lam Lon Wai é preciso o apoio da legislação para resolver as questões da segurança e do bom funcionamento dos elevadores. Nesse sentido, o deputado quer saber quando vão avançar os trabalhos legislativos. Fórum de Boao | Chefe do Executivo participa hoje e amanhã como convidado [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, participa hoje e amanhã, na qualidade de convidado, na reunião anual do Fórum de Boao para a Ásia, que decorre na província de Hainão. Segundo um comunicado do Gabinete do Porta-voz do Governo, o Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China em Macau, Ye Dabo, foi novamente convidado a integrar a delegação da RAEM como assessor. O Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, que também estará presente, irá participar na sessão temática sobre a Grande Baía Guangdong – Hong Kong – Macau. À margem do Fórum Boao, Fernando Chui Sai On tem previstos encontros com responsáveis provinciais e municipais, refere a mesma nota oficial.
Hoje Macau PolíticaHabitação | Chan Tak Seng quer responsabilização de construtoras A alteração ao regulamento geral da construção urbana não avança e o Governo tem de tomar medidas, no entender do vice-presidente da Aliança de Povo de Instituição de Macau. A associação sugere a responsabilização das construtoras de habitação pública por um período de cinco a sete anos e apela a vistorias obrigatórias [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]s construtoras responsáveis pela construção de habitação pública devem ficar responsabilizadas pela qualidade dos edifícios durante um período que pode ir dos cinco aos sete anos, após a conclusão das obras. A ideia é do vice-presidente da Aliança de Povo de Instituição de Macau, Chan Tak Seng que quer ver a medida referida no regulamento geral da construção urbana. Em declarações ao Jornal do Cidadão, Chan Tak Seng recorda que as queixas relativas à falta de qualidade das construções destinadas à habitação pública têm sido uma constante no território. O responsável critica ainda o Executivo pela premiação das empresas de construção por cumprirem os prazos. De acordo com Chan Tak Seng, “não é aceitável que os construtores recebam prémios quando o que fazem é de má qualidade”, refere. Espera interminável Chan Tak Seng acrescenta ainda que cabe ao Governo tomar medidas para garantir a qualidade da habitação pública local, ao invés de repetir o discurso de que é necessário auscultar a opinião da população. O responsável deixa ainda algumas sugestões já avançadas pelo Governo e com as quais está em concordância. Como, por exemplo, a introdução de um sistema de seguro e melhorias no mecanismo de fiscalização. Neste último capítulo, Chan Tak Seng considera que a fiscalização deve ser feita durante um período mais alargado de tempo para que exista responsabilização dos construtores durante cinco a sete anos após a conclusão da construção. Também Ella Lei está insatisfeita com a actuação da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). De acordo com a deputada, tendo em conta uma resposta que recebeu do Executivo, não há ainda calendarização para admissão do regulamento geral da construção urbana à Assembleia Legislativa (AL). Ao Jornal do Cidadão, Ella Lei refere que é inaceitável o facto da alteração ao diploma estar na calha há mais de dez anos e critica o impasse do Governo. Ella Lei admite que tem sido um processo polémico, no entanto sugere que, nas partes em que existe consenso, se passe à acção. Por sua vez, o deputado nomeado Wu Chou Kit entende que existe a necessidade de alterar o regulamento geral da construção urbana e sugere que se fomente progressivamente a vistoria obrigatória dos edifícios. Wu Chou Kit considera que o Governo deve, em primeiro lugar, “consciencializar os cidadãos sobre a importância da vistoria dos edifícios e depois introduzir medidas sancionatórias”, aponta.
Hoje Macau China / ÁsiaCongresso americano notificado da imposição de taxas sobre aço e alumínio [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Presidente dos EUA, Donald Trump, notificou formalmente o Congresso da imposição de taxas alfandegárias de 25 por cento para as do aço e 10 por cento para as de alumínio, uma medida polémica que deixou alguns países de fora. Sobre estes mesmos casos, Trump recordou que os países isentos destas tarifas têm até 1 de Maio para negociar com os EUA a manutenção desta isenção. “As tarifas alfandegárias sobre as importações alumínio e aço (provenientes) de Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, México, membros da União Europeia e Coreia do Sul estão suspensas até 1 de Maio de 2018”, escreveu Trump, em carta dirigida aos líderes das maiorias republicanas no Senado e na Câmara dos Representantes, Mitch McConell e Paul Ryan, respectivamente. Por outro lado, Trump abriu a porta a futuros acordos com qualquer país aliado dos EUA que actualmente não esteja isento destas tarifas. “Qualquer país com uma relação de segurança com os EUA que não esteja isento continua a ser bem-vindo a discutir connosco uma possível isenção baseada em meios alternativos para abordar a ameaça de deterioração da nossa segurança nacional”, escreveu Trump na sua carta. Trump assinou em 8 de Março a imposição destas taxas alfandegárias sobre as importações de aço e alumínio, decisão que foi então criticada pelo seu assessor económico na altura, Gary Cohn, que abandonou o cargo por divergências com o proteccionismo de Trump. A imposição destas tarifas alfandegárias foi o início de uma série de golpes nas últimas semanas entre a China e os EUA, que pode acabar no que os analistas classificam de “guerra comercial”.
Hoje Macau China / ÁsiaNova agência chinesa torna “mais eficaz” apoio de Pequim ao exterior A nova agência encarregue de supervisionar a ajuda prestada pela China além-fronteiras permitirá a Pequim desempenhar um papel “mais eficaz” como doador e coordenar o apoio financeiro com a sua agenda diplomática, afirmam analistas [dropcap style≠‘circle’]D[/dropcap]esignada como Agência de Cooperação e Desenvolvimento Internacional, a nova entidade aprovada esta semana no órgão legislativo chinês vai responder directamente ao Conselho de Estado, o órgão executivo máximo do país, e consolidar funções até agora dispersas entre os ministérios do Comércio e dos Negócios Estrangeiros. “A agência ajudará a reduzir a lacuna entre os crescentes recursos financeiros disponibilizados pela China e a sua posição como parceiro de desenvolvimento”, escreve Annalisa Prizzon, investigadora no centro de pesquisa com sede no Reino Unido Overseas Development Institute (ODI). “Apesar do importante papel da China como doador, a sua visibilidade e participação nos mecanismos de coordenação dos países têm sido baixas”, refere. Segundo a proposta apresentada pelo Governo chinês aos quase 3.000 deputados da Assembleia Popular Nacional, a nova agência “servirá a estratégia global do país, para avançar com a Nova Rota da Seda”. A decisão surge numa altura de crescente sofisticação da diplomacia chinesa, materializada naquela iniciativa – um gigantesco projecto de infraestruturas lançado em 2013 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, que abrange China, Europa, Ásia Central, África e sudeste Asiático. Pontes para o mundo Parte das novas ligações ferroviárias, portos, aeroportos, centrais eléctricas e zonas de comércio livre previstas no programa estão a ser desenvolvidas em países e regiões voláteis. Barnaby Willitts-King, também investigadora no ODI, lembra como “as ambições globais da China a levam para regiões frágeis” do globo. “A China precisa de gerir os riscos de se envolver em regiões afectadas por conflitos e a nova agência poderá ser crucial nesse esforço”, explica. Citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, Mao Shoulong, professor do departamento de Administração Pública na Universidade Renmin, em Pequim, concorda que a nova agência reflecte a crescente importância do apoio financeiro na estratégia global da China. “Diplomacia e exército têm sido os dois pilares da sua estratégia internacional, mas a China depende cada vez mais dos laços económicos, incluindo ajuda financeira, para alcançar os seus objectivos”, afirma. A China compete já com os Estados Unidos como maior doador do mundo, numa tendência que beneficia sobretudo África e Ásia, com Angola a figurar entre os três maiores receptores do apoio financeiro prestado por Pequim, logo atrás da Rússia e Paquistão, segundo a unidade de investigação sediada nos EUA ChinaAid. Entre 2000 e 2014, o país africano recebeu 11,5 mil milhões de euros em empréstimos e doações de Pequim, detalha a mesma fonte. Em troca, o país asiático “obteve condições favoráveis para a exploração de minérios” na nação africana, lê-se na pesquisa da China Aid. Aquela unidade de investigação estima que, no total, o país asiático doou cerca de 286 mil milhões de euros a 140 países, entre 2000 e 2014. Durante o mesmo período, a ajuda financeira prestada pelos EUA fixou-se em cerca de 319 mil milhões de euros.
Hoje Macau SociedadeAeroporto | Mais de dois milhões de passageiros no primeiro trimestre [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] Aeroporto Internacional de Macau (MIA, na sigla em inglês) registou mais de dois milhões de passageiros no primeiro trimestre do ano. Trata-se de um aumento de 20 por cento em comparação com o período homólogo do ano passado. Entre Janeiro e Março, o aeroporto recebeu, diariamente, uma média de 22 mil passageiros em 160 movimentos aéreos, de acordo com um comunicado divulgado na sexta-feira pela CAM. Durante esse período, foram registados 15 mil voos, o que representa um aumento de 14 por cento comparativamente ao ano anterior. Só nas férias da Páscoa, entre a sexta e segunda-feira, foram contabilizados 90 mil passageiros, mais 12 por cento em relação ao mesmo período de 2017. Os mercados da China, do Sudeste Asiático e de Taiwan registaram um aumento de 33, 19 e 7 por cento, respectivamente. Já as viagens em companhias aéreas convencionais e de baixo custo registaram aumentos respectivos de 23 e 17 por cento. Com a entrada no mercado de novas transportadoras, a CAM afirmou esperar “manter a tendência de crescimento” no segundo trimestre do ano. Além do voo directo entre Macau e Moscovo, que irá arrancar em Maio com duas ligações semanais, a CAM irá cooperar com mais companhias aéreas internacionais com vista a voos “charter”. O objectivo é apoiar o desenvolvimento de Macau como centro de lazer e de turismo mundial, indicou a empresa na mesma nota. A empresa prometeu ainda “acelerar o ritmo da modernização das instalações aeroportuárias no futuro”, dado que o tráfego médio diário atingiu os 22 mil passageiros e, tendo em conta, “as oportunidades resultantes da entrada em funcionamento da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau.
Hoje Macau InternacionalBrasil | Supremo Tribunal Federal nega recurso contra prisão de Lula da Silva [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil negou na quarta-feira à noite um recurso contra a prisão do ex-Presidente Lula da Silva, condenado em duas instâncias judiciais e que pretendia ficar em liberdade até à decisão final. A defesa de Lula da Silva tinha apresentado um ‘habeas corpus’ [garantia que permite aguardar julgamento em liberdade] junto do STF, que foi agora recusado pela maioria dos 11 juízes do tribunal. Na leitura do seu voto, Luís Roberto Barroso foi um dos magistrados que defendeu com maior ênfase a manutenção da possibilidade de prisão em segunda instância. A presunção de inocência é um “princípio” e “não uma regra”, sublinhou. Segundo o juiz, antes do STF decidir pela constitucionalidade da prisão antecipada, antes que todas as possibilidades de recursos serem julgadas nas diferentes instâncias da Justiça brasileira em 2016, o sistema punia réus pobres que não tinham condições de recorrer. “Prendemos muito e prendemos mal, é um lugar comum, mas é absolutamente verdadeiro. (…) Mais de 50 por cento da população reclusa não está presa pelas duas mazelas que afligem a sociedade brasileira: violência e corrupção”, disse. “O sistema funciona muito mal e, portanto, por todas essas razões, acho que devemos manter o entendimento judicial de 2016”, avaliou. Já o juiz Celso de Mello, o mais antigo do STF, considerou que sem trânsito em julgado [decisão judicial da qual não se pode mais recorrer] não há culpa e, por isto, acatou o pedido da defesa. “A presunção de inocência representa um direito fundamental de qualquer pessoa submetida a actos de persecução penal por parte das autoridades estatais”, destacou. Depois de quase onze horas de julgamento, os juízes também decidiram que a medida cautelar determinada pelo STF no último dia 22 de Março, que impedia a prisão de Lula da Silva até o final deste julgamento, perdeu a validade. O antigo chefe de Estado brasileiro foi condenado a 12 anos e um mês de prisão, em regime fechado, no Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4, segunda instância) em Janeiro e agora pode começar a cumprir pena, assim que a decisão do STF seguir os trâmites judiciais, um processo que não será imediato já que existem prazos de contestação.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Ilha de Boracay fecha seis meses devido à poluição das águas [dropcap style =’circle’] O [/dropcap] Presidente das Filipinas ordenou, na quarta-feira, o encerramento durante seis meses da ilha de Boracay, um dos principais destinos turísticos do país, devido à poluição das águas. A ilha, de 1.032 hectares, vai estar interdita ao público a partir de 26 de Abril, confirmou o porta-voz de Rodrigo Duterte, Harry Roque. Boracay recebeu, no ano passado, dois milhões de visitantes. Os departamentos de Recursos Naturais, Turismo e Interior filipinos recomendaram a pronta resolução “dos problemas ambientais que Boracay enfrenta”, e o Presidente filipino assinou, na quarta-feira, o encerramento da estância balnear, disse o porta-voz. A ameaça de encerrar a ilha surgiu em Fevereiro, quando Duterte descreveu a ilha como “um esgoto”. Desde então, foram estudadas várias opções, incluindo o encerramento por apenas dois meses, no início da estação das chuvas (Julho e Agosto), ou a modernização do sistema de esgoto da ilha. No entanto, os três Ministérios recomendaram ao Presidente que fechasse completamente Boracay por seis meses, a partir do início de Abril, o que “terá um grande impacto sobre os empresários e funcionários da ilha”. Trabalhadores em protesto Cerca de 36 mil pessoas vão ser afectadas, e as perdas económicas podem chegar a 874 mil euros, segundo estimativas. Na semana passada, o chefe de Estado das Filipinas afirmou que, caso encerrasse a ilha, iria declarar “estado de desastre” para ajudar financeiramente os afectados. Desde então, empresários e trabalhadores de Boracay protagonizaram vários protestos para exigir que o governo modernize a ilha em vez de optar por uma medida radical. O Governo filipino concedeu, em Março, uma licença à operadora de casinos de Macau Galaxy Entertainment Group para construir, em Boracay, um resort e um casino, um projecto avaliado em mais de 400 milhões de euros.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Represálias chinesas tocam no coração da economia dos EUA [dropcap style=’circle’] A [/dropcap] s represálias comerciais chinesas sobre a aeronáutica, a soja e o automóvel tocam no coração da economia dos EUA, onde as vozes se elevam para denunciar a escalada das tensões que vão afectar consumidores e empresas norte-americanas. Em resposta à publicação, na terça-feira, pelo Governo de Donald Trump de uma lista provisória de produtos importados da China susceptíveis de serem submetidos a novos direitos alfandegários, Pequim replicou com a sua própria lista, visando importações do mesmo montante anual: 41 mil milhões de euros. O gigante asiático decidiu visar desta vez sectores ou produtos chave, com um peso importante nos 130,4 mil milhões de dólares de exportações dos EUA para a China, em particular, soja, automóvel e aeronáutica. “As represálias anunciadas pela China vão afectar o comércio, as empresas e os consumidores”, resumiu Gary Shapiro, presidente da Associação dos Consumidores do Sector Tecnológico, sublinhando que neste “combate de elefantes”, o mundo inteiro iria perder. A Associação Americana dos Produtores de Soja (ASA, na sigla em inglês) exprimiu imediatamente a “sua extrema frustração face à escalada da guerra comercial com o maior cliente de soja americano”, e exortou “a Casa Branca a reconsiderar as tarifas que conduziram às represálias”. As exportações dos EUA de soja para a China representaram mais de 12 mil milhões de dólares em 2017. A China comprou 61 por cento das exportações de soja dos EUA e mais de 30 por cento da produção norte-americana, sublinhou a ASA. O ministro do Comércio dos EUA, Wilbur Ross, procurou minimizar o impacto das retaliações chinesas sobre a economia dos EUA. “Coloquemo-las em perspectiva”, declarou à televisão CNBC. “Estes 50 mil milhões representam 0,3 por cento do nosso PIB” (produto interno bruto), disse. Ross remeteu assim para a mensagem que Trump divulgou via Twitter, em que sublinhava que com mais de 500 mil milhões de dólares de importações chinesas, a guerra comercial com a China estava perdida desde há muito. “Com o roubo da propriedade intelectual, são 300 mil milhões de dólares suplementares. Isto não pode continuar!”, escreveu Trump. Motor gripado No sector automóvel, onde alguns construtores, como o Tesla, não têm fábricas na China, os receios são palpáveis. “Nós apoiamos uma relação comercial positiva entre os EUA e a China e exortamos os dois países a continuarem a desenvolver um diálogo construtivo”, declarou o principal construtor automóvel norte-americano, General Motors (GM), sublinhando “a interdependência entre os dois maiores mercados automóveis do mundo”. A GM vendeu em Fevereiro mais veículos na China do que nos EUA. O Conselho Económico Sino-Americano lembra em nota que as exportações para a China são “vitais para o crescimento económico norte-americano”. A maior parte dos Estados integrantes dos EUA viram as suas exportações para a China aumentarem fortemente desde 2006, segundo os dados deste organismo que agrupa as empresas com actividade na China. Uma trintena delas, em 50, viu as suas exportações de bens para a China mais do que duplicar em 10 anos. Quatro Estados tiveram mesmo um aumento em 500 por cento das suas exportações: Alabama, Carolina do Sul, Dacota do Norte e Montana. “Farei tudo o que puder para que isto não penalize a agricultura nos EUA, em geral, e no [Estado do] Iowa, em particular”, declarou à comunicação social o senador republicano Chuck Grassley, eleito por este Estado e personalidade destacada do Congresso. “Impor taxas sobre produtos utilizados todos os dias pelos consumidores norte-americanos e pelos criadores de emprego não é melhor maneira” de restaurar uma relação comercial equitativa com a China, reagiu, por seu lado, Myron Brilliant, dirigente da Câmara do Comércio dos EUA, a principal federação patronal norte-americana. Estes novos desenvolvimentos provocaram a abertura de Wall Street, na quarta-feira, em baixa. Mas a bolsa acabou por fechar em alta, depois de o novo conselheiro económico de Trump, Larry Kudlow, ter tranquilizado os investidores: “Compreendo a ansiedade dos mercados, mas não é preciso reagir em excesso”, disse na televisão Fox. Kudlow garantiu mesmo: “Penso que no fim do processo (…) vai haver um pote de ouro. E, se abrirmos esse pote, vamos encontrar mais crescimento económico, mais trocas comerciais e uma subida de salários nos dois lados. Em outras declarações à imprensa, Larry Kudlow admitiu que a probabilidade de as taxas dos EUA sobre as importações chinesas poderem acabar por não ser aplicadas, no final do processo de negociações.
Hoje Macau SociedadeConfirmados dois casos em tripulantes que vieram para Macau [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] s Serviços de Saúde de Macau anunciaram na quarta-feira à noite terem sido confirmados dois casos de sarampo em tripulantes de cabine da companhia aérea Tigerair Taiwan, que realizaram voos entre Taiwan e Macau. As autoridades afirmaram ter sido notificadas pelo Departamento de Controlo de Doenças da ilha, na terça-feira, da existência de dois casos de sarampo, um homem e uma mulher, ambos tripulantes de cabine da companhia aérea Tigerair Taiwan. O homem efectuou voos na segunda-feira, “durante a manifestação de sintomas”, entre o Aeroporto Internacional de Taoyuan em Taiwan e o Aeroporto Internacional de Macau e de Macau para Kaohsiung, indicaram aqueles serviços, em comunicado. Já a mulher esteve em voos de ida e volta, a 31 de Março, entre Taoyuan e Macau. Os Serviços de Saúde acrescentaram que os dois tripulantes permaneceram sempre no avião, durante a estada em Macau. Lam Chong, responsável do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde afirmou que há 43 passageiros de Macau que já regressaram, tendo os restantes ficado em Taiwan. Lam Chong acrescentou ainda que a taxa de vacinação contra sarampo é elevada, e que de entre os 43 passageiros que voltaram para Macau, 80 por cento já tinham sido vacinados, sendo que ninguém manifestou sintomas da doença. Surtos esporádicos A Região Administrativa Especial de Macau obteve a acreditação da erradicação do sarampo da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2014, sendo um dos quatro primeiros países da Região do Pacífico Ocidental a eliminar a doença. Apesar de cada vez mais pessoas estarem vacinadas contra o sarampo, têm ocorrido, recentemente, casos esporádicos de surtos da doença. Em Portugal, o surto de sarampo tinha infectado, até quarta-feira, 90 pessoas, de acordo com a Direção-Geral de Saúde (DGS). Segundo a mesma entidade, o vírus do sarampo é transmitido por contacto directo com as gotículas infecciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infectada tosse ou espirra. Este organismo do Ministério da Saúde indica que “os sintomas de sarampo aparecem geralmente entre 10 a 12 dias depois da pessoa ser infectada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea (progride da cabeça para o tronco e para as extremidades inferiores), tosse, conjuntivite e corrimento nasal”.
Hoje Macau PolíticaPensões ilegais | Selados 1136 apartamentos desde 2010 [dropcap style=’circle’] A [/dropcap] s autoridades de Macau fecharam 1136 fracções desde a entrada em vigor da lei de proibição prestação ilegal de alojamento a 13 de Agosto de 2010. Os dados foram facultados pela directora dos Serviços de Turismo (DST) numa resposta a uma interpelação escrita da deputada Song Pek Kei. Segundo Helena de Senna Fernandes, até ao passado dia 4 de Março, foram realizadas 2452 acções de inspecção conjunta a um total de 3805 fracções, o que significa que três em cada dez apartamentos fiscalizados foram selados e instaurados os procedimentos sancionatórios contra os indiciados. De acordo com a DST, realizam-se inspecções de rotina, em média, três a quatro vezes por semana. Actualmente, encontram-se licenciadas 118 unidades hoteleiras, proporcionando 39266 quartos. De acordo com dados da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes estavam em construção 26 estabelecimentos. A DST refere ainda, na mesma resposta, estar em curso a elaboração da proposta de lei relativa ao licenciamento e funcionamento dos estabelecimentos hoteleiros e de restauração nele inseridos, com vista a melhorar a legislação associada ao turismo, dando resposta às necessidades do desenvolvimento do sector turístico.
Hoje Macau PolíticaDeputados com dúvidas sobre reclamações de assistentes sociais [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] s deputados da segunda Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL) que analisam o regime de acreditação profissional e inscrição para assistente social têm dúvidas sobre as matérias que podem ser alvo de reclamação e recurso, refere o canal de rádio da TDM. De acordo com o diploma em análise em sede de especialidade, os interessados podem, no prazo de 15 dias apresentar reclamações junto do futuro Conselho Profissional dos Assistentes Sociais (CPAS) ou, no prazo de 30 dias, interpor recurso hierárquico ao presidente do Instituto de Acção Social (IAS). O artigo em questão não detalha, no entanto, o âmbito das reclamações. O presidente da segunda comissão da AL, Chan Chak Mo, disse que na reunião de quarta-feira com o Governo, os deputados sugeriram que o artigo sobre a reclamação e recurso devia ser redigido “com mais pormenor”. “Será que quando há uma decisão do CPAS em relação à formação ou código [de ética profissional] se pode reclamar sobre isso? O governo referiu que isso vai ter de ser clarificado. Se se puder fazer reclamação de tudo, então [o CPAS] vai ter um grande volume de trabalho”, afirmou, refere a TDM. Chan Chak Mo disse também que a questão vai ser aprofundada em reuniões técnicas e que o Governo deverá apresentar uma nova versão de trabalho à AL. “Já finalizámos a primeira fase da discussão. Agora as duas assessorias vão continuar a dialogar sobre o conteúdo e a redacção da parte jurídica, e o Governo vai ainda efectuar alguns ajustes tendo em conta as nossas opiniões”, observou. Prazos apertados Os deputados discutiram ainda o prazo para comunicar a alteração da entidade patronal ao IAS sob pena de multa no valor de 500 patacas. Alguns deputados consideraram que o prazo de 30 dias é curto, mas o Governo manteve o prazo de um mês. O Executivo argumentou que a profissão de assistente social é muito importante e deu o exemplo de que em Hong Kong o prazo para informar sobre a mudança de trabalho ou de novos dados pessoais é de 15 dias. De acordo com Chan Chak Mo, na reunião em sede de especialidade, o Governo informou que vai efectuar a revisão do Regime de acreditação profissional e inscrição para assistente social dentro de cinco anos e os deputados concordaram.
Hoje Macau Manchete PolíticaCE | Apresentada proposta de lei relativa a benefícios fiscais sobre veículos [dropcap style=’circle’] N [/dropcap] o início da semana o representante dos lesados com veículos inundados devido à passagem do tufão Hato queixou-se da demora nas medidas de ajuda do Governo. Quarta-feira o Conselho Executivo apresentou a proposta de lei relativa a esta matéria que prevê a dedução ou restituição do imposto sobre veículos motorizados O Conselho Executivo de Macau apresentou na quarta-feira uma proposta de lei que estabelece benefícios fiscais para a aquisição de veículos motorizados, na sequência dos elevados danos causados pela passagem do tufão Hato, em Agosto passado. A proposta de lei prevê que “aos proprietários que adquiram veículos motorizados novos seja atribuído o benefício fiscal de dedução ou de restituição do imposto sobre veículos motorizados”. Os proprietários dos veículos motorizados novos que utilizem exclusivamente energias alternativas aos combustíveis derivados do petróleo podem ficar “isentos do pagamento do imposto sobre veículos motorizados de acordo com a legislação vigente”. “Considerando que durante a passagem do forte tufão Hato pela Região Administrativa Especial de Macau, uma grande quantidade de veículos motorizados ficou submersa ou esmagada (…), o Governo elaborou a proposta de lei ‘Benefício fiscal especial para aquisição de veículos motorizados’”, indicou, em comunicado. Proprietários preocupados A proposta apresentada pelo CE surge dias após a queixa de Leong, representante da aliança constituída por vários grupos de pessoas que perderam carros nas inundações provocadas pela passagem do tufão Hato. O responsável criticava a demora das medidas prometidas pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF). Em declarações ao Jornal Ou Mun, Leong referia mesmo que os proprietários lesados tinham sido enganados pelo Governo. Em Agosto do ano passado, a DSF anunciou medidas de apoio, nomeadamente a devolução de impostos já pagos na aquisição de novos veículos. No entanto, passando meio ano, o representante da associação de lesados critica a falta de seguimento deste processo. O representante recorda que na altura foi exigido aos proprietários o cancelamento das matrículas dos veículos inundados. Desde a passagem do Hato pelo território, o Governo de Macau aprovou medidas de ajuda aos mais afetados, disponibilizando, por exemplo, 14,36 milhões de patacas para obras de manutenção e reparação emergentes das instalações danificadas.
Hoje Macau China / ÁsiaFé | Pequim diz que limitar ordenação de clérigos não viola liberdade religiosa [dropcap style =’circle’] A [/dropcap] China disse ontem que limitar o controlo do Vaticano na nomeação dos bispos não restringe a liberdade religiosa dos crentes chineses, numa altura em que Pequim e a Santa Sé discutem um primeiro acordo O vice-director da Administração de Assuntos Religiosos da China Chen Zongron reafirmou a noção de que os grupos religiosos do país não podem ser controlados por “forças estrangeiras”. “A constituição chinesa afirma claramente que os grupos e assuntos religiosos não podem ser controlados por forças estrangeiras, e que estas não devem interferir de forma alguma”, afirmou. O responsável, que falava durante a apresentação de um livro branco do Conselho de Estado chinês sobre a liberdade religiosa no país, afirmou que discorda que Pequim esteja a restringir a prática religiosa por não dar “controlo absoluto” ao Vaticano na nomeação dos bispos. Pequim e a Santa Sé estão prestes a quebrar mais de meio século de antagonismo com a assinatura de um primeiro acordo sobre a nomeação dos bispos. Os dois Estados romperam os laços diplomáticos em 1951, depois de Pio XII excomungar os bispos designados pelo Governo chinês. Rezar no escuro Os católicos chineses dividiram-se então entre duas igrejas: a Associação Católica Patriótica Chinesa, aprovada por Pequim, e a clandestina, que continuou fiel ao Vaticano. Segundo o acordo, que observadores afirmam que será anunciado em breve, o Vaticano deve reconhecer sete bispos nomeados por Pequim, enquanto dois bispos da igreja clandestina terão que se afastar. O acordo tem suscitado críticas de que a Santa Sé está a abdicar de muito, depois de quase sete décadas a reafirmar a necessidade de manter a igreja católica independente do controlo do Governo chinês. Na semana passada, Guo Xijin, um dos bispos ordenados pelo Vaticano que deverá ceder o seu posto por não ser reconhecido pelas autoridades chinesas, foi temporariamente removido da sua paróquia, no sul do país, mas regressou no domingo para celebrar a páscoa.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Xi e Guterres presentes no Fórum Boao, o “Davos Asiático” [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, assistirá esta semana ao Fórum Boao, conhecido como o “Davos Asiático”, e que contará também com o secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou ontem o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês A directora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, e os Presidentes das Filipinas e da Áustria, Rodrigo Duterte e Alexander van der Bellen, respectivamente, também estarão presentes, afirmou Wang Yi. O evento, que se celebra entre 8 e 11 de Abril, contará ainda com os primeiros-ministros de Singapura, Holanda, Mongólia e Paquistão, acrescentou. Portugal, que em 2017 esteve representado pelo ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, não terá este ano participação a nível ministerial. Fundado em 2001, o fórum celebra-se na cidade chinesa de Boao, na ilha tropical de Hainan, no extremo sul do país, e tem nesta edição o tema “uma Ásia aberta e inovadora para um mundo próspero”. O discurso de inauguração caberá a Xi Jinping, indicou Wang Yi, adiantando que o líder chinês vai reunir-se com mandatários estrangeiros presentes na iniciativa. É a terceira vez que Xi assiste ao fórum, desde que assumiu o cargo de Presidente, o que mostra o “seu compromisso e forte apoio”, segundo Wang Yi. “Boao converteu-se numa importante ponte entre a China e o resto do mundo”, destacou o ministro. A edição deste ano vai dar especial importância ao processo de reforma e abertura económica, adoptado pelo China há 40 anos, e que permitiu ao país converter-se na segunda maior economia mundial. Mais de dois mil líderes políticos e económicos, entre os quais directores de grandes multinacionais chinesas e estrangeiras, vão estar presentes no fórum. Bolsas encolhem O encontro de acontece numa altura em que se desenrola uma guerra comercial entre as duas maiores potências económicas mundiais. As principais bolsas mundiais registaram quedas pelo segundo dia consecutivo, com investidores a reagir às crescentes tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, noticiou ontem a agência Associated Press (AP). A tensão comercial entre os Estados Unidos e a China agravou-se depois de Pequim ter anunciado na segunda-feira novas tarifas sobre produtos agrícolas, uma retaliação contra as taxas na importação de aço e alumínio, aplicadas pela administração de Donald Trump. Como consequência, os mercados da China, Japão e Coreia do Sul caíram na terça-feira e o iene subiu em relação ao dólar. A bolsa de Xangai abriu com uma queda de 1,05 por cento, o índice Nikkei, de Tóquio, caiu 1,28 por cento, e o indicador Kospi, de Seul, desceu 0,21 por cento. Na segunda-feira, também a bolsa de Wall Street fechou em forte recuo, com o receio do agravar das tensões comerciais internacionais e com os investidores a provocarem a queda de alguns valores simbólicos da tecnologia, como a Amazon ou a Intel. O crescente escrutínio público das empresas de tecnologia é apontado como outro motor de queda dos mercados mundiais, verificando-se uma “queda acentuada” das acções de várias empresas, como a Amazon, a Intel e a Tyson, de acordo com a AP. A Amazon, empresa transnacional de comércio electrónico, afundou no último fim-de-semana, enquanto o Facebook entrou em colapso com o “crescente escândalo” de privacidade que continua a pesar nas ações da empresa. A iminente ameaça de uma regulamentação mais rigorosa no sector de tecnologia na Europa e nos EUA levou os investidores a retirar dinheiro de empresas como a Netflix, a Microsoft e a Alphabet, empresa-mãe do Google, avançou a mesma fonte. Depois de um mês de negociações públicas entre os Estados Unidos e vários outros países, a China foi o primeiro estado a colocar tarifas sobre produtos dos EUA em retaliação contra as recentes sanções comerciais do governo Trump. Destaque: Fundado em 2001, o fórum celebra-se na cidade chinesa de Boao, na ilha tropical de Hainan, no extremo sul do país, e tem nesta edição o tema “uma Ásia aberta e inovadora para um mundo próspero”.
Hoje Macau SociedadeProprietários com carros inundados sentem-se enganados [dropcap style≠‘circle’]L[/dropcap]eong, representante da aliança constituída por vários grupos de pessoas que perderam carros nas inundações provocadas pela passagem do tufão Hato, critica a demora das medidas prometidas pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF). Os proprietários lesados aguardam a redução e isenção do imposto sobre veículos motorizados anunciadas pela entidade. Em declarações ao Jornal Ou Mun, Leong considera que foi enganado pelo Governo. Em Agosto do ano passado, a DSF anunciou medidas de apoio, nomeadamente a devolução de impostos já pagos na aquisição de novos veículos. No entanto, passando meio ano, o representante da associação de lesados critica a falta de seguimento deste processo. O representante recorda que na altura foi exigido aos proprietários o cancelamento das matrículas dos veículos inundados. Os proprietários cooperaram, no entanto ainda não receberam qualquer tipo de imposto. Para Leong trata-se de um engano e acusa mesmo o Executivo de ter ficado com o dinheiro obtido com a venda dos carros em hasta pública sem que o tivesse usado para retribuir aos lesados na dedução do imposto.
Hoje Macau InternacionalA Venezuela tem 234 presos políticos – ONG [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Fórum Penal Venezuelano (FPV) denunciou ontem que tem registros da existência de 234 presos políticos e 7.210 pessoas submetidas a processos judiciais por motivos políticos, na Venezuela. “O mês de março de 2018 terminou com 235 presos políticos e com 7.210 pessoas submetidas as processos penais sob medidas cautelares por motivos políticos na Venezuela”, anunciou o FPV na sua conta do Twitter. Segundo o FPV, 90 presos políticos estão em prisão domiciliária, 78 em comandos da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar), 70 nos Serviços Bolivarianos de Inteligência (Sebin – serviços secretos). Por outro lado, há 48 presos políticos na cadeia de Santa Ana (Estado de Táchira, sudoeste do país), seguidas por Ramo Verde (38), 26 de Julho (23), La Pica (14), Core (13), Uribana (10), comandos da Polícia Nacional Bolivariana (9) e polícias estaduais (9). Nos calabouços do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (Cicpc, antiga Polícia Técnica Judiciária) estão nove, no Centro Libertador cinco, em Tocuyito quatro, no Centro Cabimas quatro e três no Rodeo II. Na Direção-Geral de Contrainteligência Militar há três presos políticos, no Rodeo II dois, em Puente Ayala dois, no Forte de Tiúna (principal base militar de Caracas) dois, no Internado de Cumaná, em Alayón e em Cerra um em cada. Entre os casos mais conhecidos de presos políticos está o ex-ministro da Defesa venezuelano, Raul Baduel. Por outro lado, o filho do ex-ministro, que também se chama Raul Baduel, e os estudantes Alexander Tirado e Alejandro Zerpa, presos por protestar contra o regime o Governo venezuelano.
Hoje Macau China / ÁsiaKim Jong-un “recebe calorosamente” artistas sul-coreanos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] líder da Coreia do Norte “recebeu calorosamente” uma delegação de 120 artistas sul-coreanos, que participaram no Domingo, num espectáculo em Pyongyang, noticiou a agência oficial norte-coreana KCNA. Kim Jong-un “recebeu calorosamente a delegação sul-coreana e expressou a sua alegria por esta visita a Pyongyang” de músicos, dançarinos e praticantes de artes marciais, escreveu a KCNA, que publicou várias imagens do espectáculo, realizado no Grande Teatro do Este, perante cerca de 1.500 pessoas. O evento acontece num período de apaziguamento entre as duas Coreias, após cerca de dois anos de um aumento da tensão na península devido à realização de testes nucleares e balísticos por parte do regime de Pyongyang. Os Jogos Olímpicos de Inverno, que decorreram em Fevereiro na Coreia do Sul, criaram um ambiente de apaziguamento entre as duas Coreias. A 27 de Abril, o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, vão reunir-se, na primeira cimeira entre as duas Coreias em 11 anos. Para Maio é aguardada um encontro inédito entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos. Em outro sinal de pacificação, os exercícios militares anuais conjuntos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, que começaram este fim-de-semana e que todos os anos são encarados por Pyongyang como uma manobra de provocação, foram este ano encurtados para um mês. Este ano, os dois aliados optaram pela não utilização de armas estratégicas, enquanto Kim Jong-un afirmou compreender o compromisso assumido por Seul e Washington para a realização destes exercícios militares. O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e a sua mulher assistiram ao primeiro espectáculo de artistas sul-coreanos em Pyongyang em mais de uma década, segundo a agência noticiosa sul-coreana Yonhap. O evento acontece num período de apaziguamento entre as duas Coreias após cerca de dois anos de uma escalada devido à realização de testes nucleares e balísticos por parte do regime de Pyongyang. Cento e vinte sul-coreanos, incluindo cantores de música pop, dançarinos e praticantes de artes marciais, chegaram no Sábado à capital da Coreia da Norte.
Hoje Macau China / ÁsiaHanói e Pequim comprometem-se com a paz no mar do sul da China [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] China e o Vietname comprometeram-se no Domingo, em Hanói, a manter a paz no mar do sul da China, uma zona estratégica e fonte de tensão entre os dois países. “As duas partes devem respeitar os princípios fundamentais que regem a resolução de conflitos marítimos. Nenhum deve tomar medidas unilaterais que agravariam a situação”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, perante os jornalistas em Hanói, durante uma visita oficial ao Vietname. “Estamos prontos a cooperar com os chineses para resolver os problemas”, afirmou o homólogo vietnamita, Pham Binh Minh. Os dois países devem “gerir as divergências, não agravar os conflitos, respeitar os direitos e interesses legítimos do outro em conformidade com o direito internacional”, acrescentou. Wang Yi destacou que as relações entre os dois países encontram-se numa “tendência muito positiva”. “Bons vizinhos, bons companheiros, bons amigos e bons parceiros”, sublinhou. A visita de Wang ocorre uma semana depois do Vietname ter suspendido um projecto de perfuração de petróleo no mar do sul da China, pela segunda vez no prazo de um ano, após pressão da China. Pequim reivindica a quase totalidade do mar do sul da China, um espaço marítimo alegadamente rico em reservas de gás e de petróleo, e estratégico para o comércio e a defesa. Nos últimos anos, Pequim construiu no mar do sul da China ilhas artificiais capazes de receberem instalações militares, num avanço contrário às pretensões do Vietname e das Filipinas, ambos com reivindicações na zona, tal como Brunei, Taiwan e Malásia. Devido às crescentes tensões com Pequim, Hanói reforçou os laços militares com os Estados Unidos. Um porta-aviões norte-americano fez escala no Vietname, no início de Março, uma estreia histórica para os dois antigos inimigos.
Hoje Macau China / ÁsiaPenínsula coreana | Seul e Washington iniciam exercícios militares anuais [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Sul e os Estados Unidos começaram no passado Domingo as suas habituais manobras militares anuais, depois de um adiamento no âmbito da aproximação à Coreia do Norte. Não foram divulgados quer a duração quer o número de militares que estarão envolvidos nestes exercícios, apesar de o Governo sul-coreano ter informado há semanas que “a dimensão será similar à de anos anteriores”, através de um breve comunicado. O início dos exercícios, normalmente considerados uma provocação pela Coreia do Norte, foi adiado devido à realização dos Jogos Olímpicos de Inverno no Sul, que permitiram uma aproximação a Pyongyang, cujo regime aceitou realizar duas cimeiras históricas com Seul e Washington. Também o Pentágono confirmou a realização das manobras militares. Numa nota, divulgada no passado dia 20 de Março, o Pentágono indica que o secretário da Defesa norte-americano, Jim Mattis, e o seu homólogo sul-coreano, Song Young-moo, concordaram em avançar com exercícios “a uma escala similar” às de anos anteriores. A administração norte-americana referiu ainda que a Coreia do Norte foi notificada do calendário “bem como da natureza defensiva” dos exercícios. Responsáveis sul-coreanos afirmaram recentemente que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, disse aceitar estas manobras. Está prevista uma cimeira entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, para esta primavera. Também os líderes das duas Coreias deverão reunir-se no final do próximo mês.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim sobe impostos sobre vários produtos norte-americanos A China subiu ontem impostos sobre as importações de carne de porco, fruta e outros produtos dos Estados Unidos, parte de uma disputa comercial com Washington que tem abalados praças financeiras em todo o mundo [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Ministério das Finanças chinês afirmou que as taxas servem de retaliação à decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de subir as importações sobre o aço e alumínio oriundos da China. Mas o maior prejuízo para as importações chinesas depende ainda de uma possível subida das taxas alfandegárias sobre os produtos tecnológicos chineses, numa penalização contra a alegada fraca protecção dos direitos de propriedade intelectual por Pequim. As medidas anunciadas por Trump poderão afectar as importações chinesas num valor de mais de 48 mil milhões de euros. Analistas descartaram impactos económicos imediatos, mas afirmaram que a recuperação global poderá atrasar-se, caso outros países adoptem também medidas proteccionistas. Praças financeiras em todo o mundo foram abaladas nas últimas semanas por uma possível guerra comercial entre Washington e Pequim. O contra-ataque A decisão anunciada pelas autoridades chinesas inclui um aumento de 25 por cento nos impostos sobre as importações de carne porco ou alumínio e uma taxa de 15 por cento para maçãs, amêndoas e outros bens norte-americanos. Pelas contas do Governo chinês, no ano passado, as importações chinesas daqueles produtos, a partir dos EUA, fixaram-se em 2,4 mil milhões de euros. A medida afecta sobretudo áreas rurais dos Estados Unidos, onde se concentram muitos dos apoiantes de Trump. A decisão dos EUA em subir os impostos “prejudicou gravemente os nossos interesses”, afirmou o Ministério chinês, em comunicado. “O nosso país defende e apoia o sistema multilateral de comércio”, indicou na mesma nota. O aumento das taxas alfandegárias “é uma medida de acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), visando proteger os nossos interesses”, concluiu. No total, em 2017, as importações chinesas de produtos agrícolas norte-americanos fixaram-se em 16,2 mil milhões de euros. Só em carne de porco, o valor ascende a mais de mil milhões de dólares, o que torna a China no terceiro maior mercado para a carne de porco norte-americana.
Hoje Macau SociedadeConsultora portuguesa organiza visita à China no sector Indústria 4.0 [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI), consultora com sede no Porto, organiza em Maio, em conjunto com entidades chinesas e europeias, uma visita de negócios à China, no âmbito do projeto da Comissão Europeia ENRICH. A visita decorre entre 6 e 11 de Maio e inclui encontros com empresários, responsáveis de universidades ou institutos de investigação da Indústria 4.0, conhecida como a quarta revolução industrial, que promove a digitalização e automação dos sistemas produtivos. A agenda prevê ainda visitas às cidades de Xangai, Wuxi (leste da China) e Chengdu (sudoeste). A SPI foi a consultora escolhida pela Comissão Europeia para coordenar o Centro de Excelência ENRICH (European Network of Research and Innovation of Centres and Hubs, China), plataforma que apoia empresas tecnológicas europeias no mercado chinês. O ENRICH, financiado no âmbito do “Horizonte 2020”, oferece consultadoria, colaboração e treino especializado para empresas e organizações de investigação europeias. O “Horizonte 2020” é o maior programa público de apoio à investigação e à inovação do mundo, com um orçamento de quase 80 mil milhões de euros. Pequim está a lançar um plano, designado “Made in China 2025”, para transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades nos sectores de alto valor agregado, incluindo inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos. Fundada em 1997, a Sociedade Portuguesa de Inovação é uma consultora privada que actua nas áreas da inovação, da promoção da internacionalização de empresas e da gestão do conhecimento.
Hoje Macau EventosMuseu do Oriente recebeu mais de 450 mil visitantes numa década [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Museu do Oriente, em Lisboa, recebeu 450.725 visitantes em dez anos de funcionamento, com cerca de 24 por cento de entradas de estrangeiros, revelou fonte da Fundação Oriente, que celebra este ano o 30.º aniversário. Contactada pela agência Lusa para um balanço dos dez anos de vida do museu, fonte da comunicação da Fundação Oriente indicou que estes visitantes passaram pelas exposições entre Maio de 2008, quando o museu foi inaugurado, e Janeiro de 2018. Ainda segundo as estatísticas da entidade, 97.846 espectadores assistiram a cerca de 500 espectáculos de música, teatro, dança e cinema nestes dez anos. Foram também apresentadas 115 exposições temporárias, 34.111 pessoas participaram nos mais de 700 cursos, ‘workshops’ e palestras realizadas no museu, 13.328 usaram o Centro de Documentação, onde se realizaram dez festas do livro, e 39.317 recorreram a diversas actividades do serviço educativo. No Centro de Reuniões do museu, ao longo dos dez anos, foram realizados cerca de 1.700 eventos, nos quais participaram 141.600 pessoas, segundo os dados da fundação. Actualmente, o museu tem patente a exposição “Um Museu do Outro Mundo”, com cerca de uma centena de peças, num diálogo de obras do acervo, com novas obras do artista José de Guimarães, até 3 de Junho. O Museu do Oriente, que abriu portas em Maio de 2008, foi distinguido em 2009 como o melhor museu português desse ano pela Associação Portuguesa de Museologia (APCOM). Possui um património museológico com mais de 15.000 peças, muitas delas sobre a presença portuguesa na Ásia, que vão desde as máscaras ao mobiliário, passando por armaduras, mapas, têxteis, biombos, porcelanas, terracotas, desenhos e pinturas. Localizado em Alcântara, o museu foi instalado após obras de recuperação e adaptação do edifício originalmente desenhado pelo arquitecto João Simões, construído em 1939, um dos símbolos da arquitectura portuária do Estado Novo. O novo projecto é da autoria dos arquitectos João Luís Carrilho da Graça e Rui Francisco.
Hoje Macau InternacionalPapa apela à paz na Síria e na Terra Santa e encoraja diálogo das Coreias [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] papa Francisco pediu ontem o fim do “extermínio em curso” na Síria, apelou “à reconciliação na Terra Santa” e incentivou o diálogo na península coreana, na sua mensagem durante a celebração da Páscoa no Vaticano. Na mensagem, feita antes da tradicional bênção ‘Urbi et Orbi’, o pontífice pediu “os frutos da paz para todo o mundo, a começar pela bem-amada e atormentada Síria, cujo povo está esgotado por uma guerra que parece não ter fim”. A Síria, que entrou no oitavo ano de guerra, vive um drama humanitário perante um conflito que já fez pelo menos 511 mil mortos, incluindo 350 mil civis, e milhões de deslocados e refugiados. Desencadeado em março de 2011 pela violenta repressão do regime de Bashar al-Assad de manifestações pacíficas, o conflito na Síria ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos ‘jihadistas’, e várias frentes de combate. Na mensagem pascal, Francisco pediu a “todos os responsáveis políticos e militares” que “ponham imediatamente termo ao extermínio em curso, que respeitem o direito humanitário e que [facilitem] o acesso à ajuda” de que o povo sírio precisa com urgência. O papa também referiu a necessidade de garantir as condições adequadas para o regresso “de todos aqueles que foram dispersos”, numa aparente referência ao enclave rebelde de Ghouta Oriental, nos arredores da capital síria, Damasco. A mensagem de Francisco é feita no mesmo dia em que foi anunciado que os rebeldes sírios aceitaram sair da última bolsa de resistência que mantinham em Ghouta Oriental, cuja reconquista total marca uma importante vitória para o Presidente sírio, Bashar al-Assad. O papa apelou igualmente “à reconciliação na Terra Santa, ferida neste momento por conflitos abertos que não poupam os indefesos”. Na sexta-feira, confrontos entre manifestantes palestinianos e o Exército israelita registados na fronteira de Gaza com Israel fizeram pelo menos 16 mortos e mais de mil feridos. Trata-se do dia mais sangrento desde a guerra de 2014 em Gaza. O papa Francisco encorajou igualmente o diálogo em curso na península coreana, que marca um período de apaziguamento após cerca de dois anos de uma escalada devido à realização de testes nucleares e balísticos por parte do regime de Pyongyang. “Deixem aqueles que têm responsabilidades diretas agir com sabedoria e discernimento para promover o bem do povo coreano e construir confiança na comunidade internacional”, acrescentou. No próximo dia 27 de abril, está previsto um encontro entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in. Será a primeira cimeira entre as duas Coreias em 11 anos. Para maio, é aguardada uma cimeira inédita entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos.
Hoje Macau EventosLeonor Teles venceu prémio no Festival Cinéma du Réel em Paris [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] filme “Terra Franca”, a primeira longa-metragem da realizadora portuguesa Leonor Teles, venceu o “Prix International de la Scam” no festival Cinéma du Réel em Paris, que começou a 23 de março e termina este domingo. A entrega dos prémios da 40.ª edição do Festival Internacional de Cinema Documental aconteceu este sábado à noite, no Centro Pompidou, e Leonor Teles foi distinguida na secção Competição Internacional, na qual concorriam 11 filmes. A realizadora de 25 anos, que venceu o Urso de Ouro para Melhor Curta-Metragem com “Balada de um Batráquio”, em 2016, contou à Lusa que ficou “muito surpreendida” com o prémio que carimbou a estreia internacional do filme. “Estou muito feliz, como é óbvio, e estou muito surpresa porque não contava nada com isto, já me ia embora hoje. Então, foi muito bom. Na verdade, o filme, nas três exibições que teve, correu sempre muito bem, a aceitação foi muito boa, tivemos ótimas reações e isso para mim foi sempre o mais importante”, afirmou a cineasta. Leonor Teles destacou que, “obviamente, um prémio destes é sempre importante também para dar continuidade à vida do filme, especialmente em Portugal”, porque “parece que, quando uma coisa é falada internacionalmente, acaba também por ter mais peso em casa”. “Acaba por ser um festival com bastante prestígio, é uma janela na Europa que dá muita visibilidade aos documentários sobretudo ou então aos filmes que têm ligações com temas ligados ao real, com a atualidade, com cinema de urgência. Acho que especialmente para mim, sendo uma primeira longa [metragem], é assim um grande ‘kick’ e um grande incentivo para continuar a trabalhar”, comentou. Produzido por Uma Pedra no Sapato, o documentário vai estar, em maio, numa das secções paralelas do Festival de Cinema de Cannes, organizada pela Association du Cinéma Indépendant pour sa Diffusion (ACID), e vai estar, em abril, no Festival Internacional de Documentário de Tui – Play-Doc. “Terra Franca” retrata a vida de um pescador, Albertino Lobo, e da sua família, tendo sido um dos filmes destacados pelo jornal francês Libération, na edição de hoje, que o descreve como “um vasto filme de família lírico e geracional, que se torna cada vez mais narrativo e empolgante”. Leonor Teles explicou que, de facto, o documentário “acaba por ser não só um retrato da vida do Albertino Lobo, que é o pescador” mas “mais do que isso é também o retrato de uma família e de uma família bastante portuguesa”. “Eu acho que é uma família típica portuguesa com as suas tradições e eu acho que qualquer português que veja o filme poderá identificar-se com as personagens, com as pessoas que estão ali representadas. Ao mesmo tempo, tenta também transmitir uma mensagem do que é que é isto da família, desta união, quais são as diferenças entre os pais e os filhos, a minha geração e a geração dos meus pais”, continuou. O filme também “retrata um estilo de vida de pessoas muito simples, muito genuínas, verdadeiras, maravilhosas”, que “merecem estar figuradas no grande ecrã” e a terra da realizadora, Vila Franca de Xira “uma zona absolutamente incrível” pelo que “é importante o cinema devolver as imagens às pessoas e dar-lhes um novo olhar”. Graças a um avô varino, a realizadora cresceu “com esta ligação ao rio” Tejo e foi durante um trabalho, na escola de cinema, que conheceu o Albertino e ficou com a imagem de “um cowboy de um western a cavalgar o seu barco”, uma pessoa “que pertencia àquele sítio”. “Terra Franca começou com estas duas premissas: um lugar e uma personagem. E depois com uma procura, com a intenção de passar um ano a filmar, mas ao mesmo tempo ver o que o próprio filme me devolvia a mim (?) O filme começou com a pesca e, depois, devagarinho, começou a abrir a porta para o outro lado do Albertino que era a família”, acrescentou. Leonor Teles licenciou-se na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa e o seu filme de fim de curso, “Rhoma Acans” (2013) teve uma menção honrosa no IndieLisboa desse ano, venceu o Prémio Take One! no Curtas Vila do Conde, ainda em 2013, e teve uma menção especial do júri no FICUNAM – Festival Internacional de Cinema da Universidade Autónoma do México (2014). A Balada do Batráquio (2016) ganhou o Urso de Ouro para Melhor Curta-Metragem na Berlinale de 2016, o Prémio Firebird para Melhor Curta-Metragem no Hong Kong International Film Festival, em 2016, a Melhor Curta-Metragem no Belo Horizonte International Short Film Festival, em 2016, e o Prémio Cervantes para Curta Metragem Mais Inovadora no Festival Medfilm, em Roma, em 2016. Em 2010, Susana Sousa Dias venceu o Grande Prémio do Cinéma du Réel com o filme “48”, e, no ano passado, Ico Costa venceu o prémio de melhor curta-metragem com o filme “Nyo Vweta Nafta”. O Grande Prémio do festival foi para “L. Cohen”, do norte-americano James Benning, um documentário sobre uma paisagem do Oregon, nos Estados Unidos, atravessada, a dada altura, por uma canção de Leonard Cohen.