Museu de Macau apresenta programa de actividades de comemoração dos 20 anos

O Museu de Macau vai assinalar os 20 anos com uma série de actividades, incluindo uma exposição e uma palestra temáticas sobre o tema do projecto “Uma Faixa, Uma Rota”

 

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] programa das festas abre na próxima quarta-feira, dia 18, com “Tesouros do Mar Profundo – Exposição de Relíquias Arqueológicas Subaquáticas do Nanhai N.º 1”. A mostra, co-organizada com o Museu Marítimo da Rota da Seda de Guangdong, surge “em complemento às trocas culturais” no universo de países e regiões que integram a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, lançada por Pequim, no quadro de cooperação entre Guangdong, Hong Kong e Macau.

A exposição, que vai estar patente até 31 de Julho, centra-se no feito do projecto arqueológico subaquático do navio mercante da dinastia Song, o Nanhai n.º 1. Em comunicado, o Instituto Cultural (IC), sublinha que o objectivo é aprofundar os conhecimentos do público sobre projectos arqueológicos subaquáticos. Já no dia 21, o auditório do Museu de Macau acolhe uma palestra orientada pelo vice-director do Departamento de Armazenamento do Museu Marítimo da Rota da Seda de Guangdong, Zhang Xuanwei, que vai dar a conhecer os trabalhos de conservação do casco daquela embarcação e dos artefactos encontrados no local. Até Julho está também prevista uma série de ‘workshops’ de criação de um navio em miniatura com peças de lego.

 

Palestras históricas

Os jogos são um dos destaques das actividades de comemoração do 20.º aniversário. A 19 de Maio, entre as 16h e as 21h horas, têm lugar no Museu de Macau diversas actividades de divulgação, nomeadamente ‘workshops’, visitas guiadas a exposições temáticas, sessões de teatro, oficinas de restauro, tendas com jogos e venda de livros, entre outros, que visam proporcionar uma experiência museológica diferente a um público de todas as idades durante o fim de semana.

O IC indicou ainda que o Museu de Macau vai começar a realizar, este ano, periodicamente palestras que terão como temas arqueologia subaquática e a rota da seda ou ainda crenças religiosas e experiências de vida dos cidadãos de Macau, com vista a promover a história e a cultura junto da população.

Em paralelo, para elevar os conhecimentos dos jovens relativamente à história e cultura da província de Guangdong, o Museu de Macau vai organizar, em meados de Agosto, programas de intercâmbio de alunos de escolas básicas com o Museu de Shenzhen.

 

12 Abr 2018

Abertura do sector financeiro a investimento estrangeiro maioritário

Investidores estrangeiros poderão “dentro de meses” adquirir participações maioritárias em seguradoras, fundos de investimento, futuros e companhias de seguros de vida da China, anunciou ontem o banco central chinês

 

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] anúncio surge um dia depois de o Presidente chinês, Xi Jinping, ter prometido acelerar a abertura do mercado financeiro do país e reduzir as barreiras ao investimento estrangeiro nos sectores automóvel, construção naval e aviação.

Em Novembro passado, o Ministério das Finanças chinês avançou que o país iria permitir a empresas estrangeiras adquirirem participações maioritárias em seguradoras ou fundos de investimento, mas não detalhou uma data.

Os novos detalhes sobre a abertura do sistema financeiro chinês ao capital estrangeiro surgem num período de tensão com os Estados Unidos em torno de questões comerciais.

A China é também alvo de frequentes críticas de Bruxelas e Washington, devido às barreiras que impõe ao investimento estrangeiro em vários sectores, enquanto as empresas chinesas têm acesso sem restrições aos mercados externos.

 

Sem limites

No comunicado do Banco do Povo Chinês (banco central) afirma-se ainda que o país irá abrir ao investimento estrangeiro as empresas de leasing e crédito ao consumo ou compra de automóvel.

A mesma nota avança que irá abolir os limites à participação estrangeira em activos de investimento de bancos comerciais e operações de gestão de riqueza.

Na semana passada, os EUA divulgaram uma lista de importações chinesas avaliadas, no conjunto, em 40.700 milhões de euros, e às quais propõem aplicar taxas alfandegárias, como retaliação pela “transferência forçada de tecnologia e propriedade intelectual norte-americana”.

Em reacção, Pequim ameaçou subir os impostos sobre um conjunto de produtos norte-americanos, que em 2017 valeram o mesmo valor nas importações chinesas.

No fim-de-semana passada, Trump ameaçou subir as taxas alfandegárias para produtos chineses num valor adicional de 81.000 milhões de euros.

12 Abr 2018

Casa de Portugal registada com apoio de Ramos-Horta

[dropcap style≠‘circle’]U[/dropcap]m grupo de portugueses e luso-timorenses, incluindo o ex-Presidente José Ramos-Horta, registou ontem, em Díli, a Casa de Portugal, associação que nasce para “defender e promover os interesses da comunidade portuguesa” em Timor-Leste.

Sem fins lucrativos e criada por um grupo inicial de 21 pessoas, a nova associação surge, segundo os estatutos, para zelar pela “preservação da identidade da comunidade e do seu património cultural, nomeadamente da língua e cultura portuguesas” e também para contribuir para o desenvolvimento de Timor-Leste.

Outro dos objectivos é que a associação possa tornar-se num “interlocutor privilegiado” na procura de soluções para problemas específicos que afectem a comunidade portuguesa em Timor-Leste”.

Promover a solidariedade na comunidade portuguesa e fomentar as relações com as demais comunidades são outros objectivos da associação, que pretende criar núcleos de acção cultural e de formação.

Fernando Figueiredo, principal mentor do projecto, disse que a Casa de Portugal traduz a vontade manifestada por muitos portugueses e luso-timorenses de ter um espaço onde “partilhar anseios, expectativas, dificuldades e formas de estar na sociedade timorense”.

No passado, recordou, já tinham sido feitas outras tentativas para criar uma associação idêntica que acabaram por não progredir, em parte, devido à complicada burocracia.

Neste caso, o processo começou há vários meses e ainda não está concluído, faltando, depois do registo público, aspectos como a publicação no Jornal da República.

Com o apoio do ex-Presidente timorense José Ramos-Horta e da embaixada de Portugal em Díli, a Casa de Portugal, cuja sede provisória ficará no Centro Cultural da missão diplomática, vai começar a angariar associados. Em paralelo, explicou, serão feitos esforços junto das autoridades timorenses para a obtenção de uma sede.

12 Abr 2018

FMI rejeita proteccionismo em todas as formas

A directora-geral do FMI elencou ontem a rejeição do proteccionismo, a prevenção dos riscos financeiro e orçamental e a defesa do crescimento de longo prazo como as três principais mensagens dos Encontros da Primavera

 

[dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]um discurso proferido na Universidade de Hong Kong, a líder do Fundo Monetário Internacional (FMI) vincou que estas são as três principais mensagens que serão sublinhadas no relatório sobre as Perspectivas Económicas Mundiais, a lançar na próxima semana em Washington.

As três mensagens, assim, começam pela rejeição do proteccionismo: “Os governos precisam de rejeitar o proteccionismo em todas as suas formas; a história mostra que as restrições à importação prejudicam toda a gente, especialmente os consumidores mais pobres”, vincou Lagarde.

A declaração acontece numa altura em que a maior economia do mundo, os Estados Unidos, lançou um forte aumento dos impostos alfandegários sobre o alumínio e o aço, originando por parte da China, a segunda maior economia mundial, uma resposta semelhante, o que poderá desencadear uma guerra comercial mais alargada.

O sistema de comércio multilateral, acrescentou, “transformou o nosso mundo na última geração” e seria “um falhanço político colectivo” se este sistema de regras e responsabilidade partilhada fosse posto em perigo.

 

Janela aberta

A segunda mensagem que vai ser enfatizada para a semana em Washington é o perigo que decorre do aumento da dívida pública e privada, que chegou ao nível mais alto de sempre: 164 biliões de dólares.

“Novas análises do FMI mostram que, depois de uma década de condições financeiras fáceis, a dívida global chegou ao maior valor de sempre; a dívida pública nas economias avançadas está a níveis inéditos desde a Segunda Guerra Mundial, e se as tendências recentes continuam, muitos países de baixo rendimento vão enfrentar um peso da dívida insustentável”, acrescentou a diretora-geral do FMI no discurso proferido em Hong Kong.

Como um peso da dívida elevado deixou os governos, as empresas e as famílias mais vulneráveis a condições financeiras mais restritivas, a construção de almofadas orçamentais é fundamental.

“Isto significa criar mais espaço de manobra para agir quando o próximo ciclo económico descendente inevitavelmente surgir”, concluiu Lagarde sobre a segunda mensagem do FMI.

Sobre a criação de riqueza inclusiva a longo prazo, a directora-geral do Fundo salientou que “mais de 40 países emergentes e em desenvolvimento devem crescer mais devagar, em termos per capita, que as economias avançadas”, o que significa uma importância acrescida de os sectores dos serviços aumentarem a produtividade.

“O governo digital pode garantir serviços públicos mais eficazmente, o que ajuda a melhorar a vida das pessoas”, disse, concluindo que “ao usar novas ferramentas, como análise de grandes dados, os governos conseguem reduzir as fugas, que estão muitas vezes diretamente relacionadas com a corrupção e a evasão fiscal”.

“O mundo está a viver um forte crescimento… e como vão ver nas nossas perspectivas na próxima semana, continuamos a estar optimistas”, disse Christine Lagarde no discurso de lançamento dos Encontros da Primavera, que decorrem durante a próxima semana em conjunto com o Banco Mundial.

Para Lagarde, este momento de crescimento sustentado é ideal para os governos apostarem em reformas políticas, já que “a janela de oportunidade está aberta”. No entanto, acrescentou a antiga ministra das Finanças de França, “há um novo sentido de urgência porque as incertezas aumentaram significativamente, desde as tensões comerciais, ao aumento dos riscos financeiro e orçamental, até à geopolítica mais incerta”.

12 Abr 2018

Jockey Club vai ter de aumentar capital social até 1500 milhões

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Companhia de Corridas de Cavalos deve alterar o capital social para atingir o montante mínimo de 1500 milhões de patacas até 31 de Dezembro de 2023. O valor vem estipulado no extracto do contrato publicado ontem em Boletim Oficial, depois da prorrogação do contrato de concessão das corridas de cavalos por 24 anos e seis meses.

Segundo o documento, até 31 de Dezembro de 2018, a empresa deve efectuar a redução do capital social motivada por perdas para o montante de 30 milhões de patacas, seguido de um aumento do capital social no montante mínimo de 570 milhões de patacas, a fim de atingir o capital social registado no montante mínimo de 600 milhões de patacas”. Até 30 de Junho de 2020, a Companhia de Corridas de Cavalos de Macau deve aumentar de novo o capital social em mais 400 milhões de patacas, para perfazer um total mínimo de mil milhões de patacas. Por fim, até 31 de Dezembro de 2023, deve efectuar o último aumento do capital social no montante mínimo de 500 milhões de patacas, por forma a atingir o valor de 1500 milhões. Por outro lado, ainda de acordo com o extracto do contrato, a Companhia de Corridas de Cavalos tem até 10 de Abril de 2021 para liquidar a dívida de 150,52 milhões de patacas à RAEM. Em caso de incumprimento das referidas claúsulas, o Governo poderá suspender a exploração do exclusivo ou rescindir o contrato de concessão.

O actual capital social da empresa é de três mil milhões de patacas, sendo que a Companhia de Corridas de Cavalos tem um prejuízo acumulado, até 2016 (não são ainda conhecidos os números de 2017), de mais de quatro mil milhões de patacas.

12 Abr 2018

Empresários de Macau promovem alimentos lusófonos na China

[dropcap style≠‘circle’]E[/dropcap]mpresários de Macau vão promover alimentos lusófonos nas cidades chinesas de Huzhou e Dongguan, nos dias 26 e 27 de Abril, anunciou ontem o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM).

Estas “bolsas de contactos” entre empresários do território e empresas chinesas têm como objectivo promover a entrada de produtos alimentares dos países de língua portuguesa no mercado da China continental.

As primeiras duas sessões do ano foram realizadas em Foshan e Zhaoqing, na segunda e terça-feira últimas, e atraíram mais de 230 compradores provenientes da região da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

Em comunicado, o IPIM sublinhou que 22 empresas levaram “o sabor lusófono” às cidades da Grande Baía, promovendo o contacto entre clientes e vendedores e a popularidades dos produtos alimentares dos países de língua portuguesa.

De acordo com o comunicado, estes encontros contribuem para o “posicionamento de Macau como ‘três centros – uma plataforma’, no âmbito da cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa”, à medida que a Região Metropolitana da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau se vai construindo.

12 Abr 2018

Agnes Lam justifica voto favorável aos órgãos municipais

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] deputada Agnes Lam deu a conhecer as razões que a motivaram a votar a favor da proposta relativa aos órgãos municipais sem poder político. Em causa está o facto da deputada ter aceite que os representantes dos referidos órgãos possam ser nomeados na sua totalidade pelo Chefe do Executivo ao invés de eleitos, ideia que foi um dos cavalos de batalha da sua campanha eleitoral.

Em declarações ao Jornal do Cidadão, Agnes Lam refere que a razão porque aceitou a passagem da proposta na generalidade em Assembleia Legislativa foi devido à declaração de Zhang Rongshun, vice-presidente do Gabinete Jurídico do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN). De acordo com a também académica, “o representante da APN sublinhou que em caso de eleições, os órgãos que se pretendiam sem poder político, passariam a ter o papel de assembleias municipais o que poderia violar a Lei Básica”.

“A APN dispõe de competência para explicar as leis e o que disserem é decisivo”, frisou a deputada.

No entender de Lam é necessário aceitar opiniões diversificadas pelo que espera que o Executivo aceite disponibilizar entre duas a cinco quotas na representação dos órgãos municipais para candidatos. A deputada não deixa de frisar que este é um procedimento que poderia vir a ser aplicado a outros órgãos de cariz consultivo.

Já o deputado pró-democrata Ng Kuok Cheong considera que a ausência de eleições para os membros dos órgãos municipais reprime as oportunidades para o desenvolvimento da democracia local. De acordo com a mesma fonte, a possibilidade de apresentação de candidaturas pelos interessados a representar o Conselho Consultivo para os Assuntos Municipais é apenas uma forma de exercer relações públicas sem qualquer efeito prático na construção de uma democracia local.

12 Abr 2018

Nota da redacção

 

Na sequência da polémica sobre o acompanhamento das queixas que a Inspecção-Geral da Educação e Ciência está a dar aos casos noticiados sobre a Escola Portuguesa de Macau (EPM), vimos por este meio esclarecer o leitor quanto à verdade dos factos.

Na edição de 3 de Abril fizemos capa e publicámos na página seis um artigo que dava conta da análise e tramitação das queixas recebidas pela Inspecção-Geral da Educação e Ciência sobre os casos de violência, alegadamente, ocorridos na EPM. Utilizámos a expressão “investigação” no sentido lato, não no sentido técnico-jurídico do termo e citámos a fonte afecta ao Ministério da Educação correctamente, respeitando escrupulosamente os nossos deveres deontológicos e éticos. Como se pode confirmar no email que publicamos nesta página, foi-nos, de facto, facultada a informação de que a Inspecção-Geral da Educação e Ciência estava a seguir os casos. Não mencionámos a fase em que o processo se encontrava e, como se pode comprovar na imagem em anexo, com a data de ontem, estão “já em curso as notificações necessárias, [e] diligenciar-se-á com vista ao apuramento do participado”.

Não fazemos jornalismo movido pela emoção, animosidade ou simpatia. Não fazemos o cálculo se uma notícia é agradável, ou desagradável, esse não é o nosso trabalho, nem a nossa vocação. Se o Estado português está, oficialmente, a averiguar factos ocorridos numa das maiores instituições portuguesas em Macau isso é, naturalmente, notícia.

12 Abr 2018

Macau acolhe subcomissão para língua portuguesa esta semana

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] presidente do Instituto Camões, Luís Faro Ramos, participa na quinta e sexta-feira na terceira Subcomissão Mista entre Portugal e a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) para a Língua Portuguesa e Educação.

“A delegação portuguesa, chefiada pelo presidente do Camões, I.P., Luís Faro Ramos, integra o Cônsul-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Vítor Sereno, o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Nuno Mangas Pereira, e o diretor do Instituto Português do Oriente, Laurentino Neves”, lê-se numa nota distribuída ontem em Lisboa.

A Subcomissão Mista foi constituída no âmbito da Comissão Mista entre Portugal e a RAEM, e reúne alternadamente em Lisboa e Macau, sendo que a última reunião teve lugar em Lisboa a 20 e 21 de Fevereiro de 2017.

“À margem da reunião, o presidente do Camões, I.P. cumprirá uma agenda de encontros com autoridades portuguesas e macaenses, designadamente o Cônsul-Geral, o presidente da Escola Portuguesa de Macau, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura do executivo da RAEM, o presidente do Instituto Politécnico de Macau e o presidente do Instituto Cultural da RAEM”, acrescenta o comunicado.

O Camões – Instituto da Cooperação e da Língua é um instituto público tutelado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) que tem por missão propor e executar a política de cooperação portuguesa e a política de ensino e divulgação da língua e cultura portuguesas no estrangeiro.

11 Abr 2018

Estudo revela que vagas de calor no mar aumentam há um século

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]s vagas de calor no mar aumentaram em número e em intensidade ao longo do século passado, resultado directo do aquecimento global, revela um estudo ontem divulgado. Publicado pela revista Nature Communications, o estudo foi feito por investigadores do ARC – Centro de Excelência para os Extremos Climatéricos, um consórcio que junta cinco universidades australianas e uma rede de organizações da Austrália e de outros países, e o Instituto de Estudos Marinhos e Antárticos, um centro de investigação da Universidade da Tasmânia, também na Austrália.

Segundo o estudo, entre 1926 e 2016 a frequência de vagas de aquecimento da água do mar aumentou 34 por cento e a duração de cada onda de calor aumentou 17 por cento, o que se traduz num aumento de 54 por cento do número de dias de temperaturas acima do normal no mar em cada ano.

“A nossa investigação também descobriu que desde 1982 houve um assinalável aumento da tendência de vagas de calor marinhas“, disse o principal autor do estudo, Eric Oliver, da Universidade de Dalhousie, Canadá.

“Se bem que podemos desfrutar das águas quentes quando vamos à praia, essas ondas de calor têm impactos significativos nos ecossistemas, biodiversidade, pesca, turismo e aquacultura. Há muitas consequências económicas profundas que andam de mão dada com esses eventos”, disse o responsável.

Uma onda de calor na Austrália Ocidental em 2011 mudou por completo o ecossistema, que deixou de ser dominado por florestas de laminárias (algas de grandes dimensões) para passar a ser dominado por algas rasteiras. No ano seguinte, no Golfo do Maine (costa nordeste dos Estados Unidos) uma onda de calor levou a um aumento da população de lagostas que fez os preços caírem e o sector foi seriamente prejudicado. E entre 2014 e 2016 uma vaga de calor no Pacífico Norte levou ao encerramento de estruturas de aquacultura e à proliferação de algas nocivas ao longo das costas.

Para as conclusões do estudo os investigadores usaram diversos dados, combinando os fornecidos por satélite com outros que ao longo do século foram recolhidos por navios e estações de medição terrestre, descontando no final as oscilações naturais.

“Houve uma relação clara entre o aumento da temperatura média da superfície do mar e o aumento das vagas marinhas de calor”, disse Neil Holbrook, da Universidade da Tasmânia, acrescentando ser provável que essas vagas de calor continuem a aumentar.

11 Abr 2018

Caetano Veloso junta-se a Salvador Sobral na final de Lisboa

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] cantor brasileiro Caetano Veloso vai actuar na final do Festival Eurovisão da Canção, a 12 de Maio em Lisboa, ao lado do português Salvador Sobral, vencedor do concurso no ano passado, confirmou a RTP.

No domingo, a revista brasileira Veja avançou que Caetano Veloso iria “cantar com o português Salvador Sobral no Eurovision [Festival Eurovisão da Canção]”. Num comunicado a RTP confirmou que “a 12 de Maio, na Grande Final do Festival Eurovisão da Canção, o artista brasileiro partilha o palco da Altice Arena com Salvador Sobral, o grande vencedor da última edição do concurso musical”.

Além da actuação de Caetano Veloso, tinham já sido anunciadas anteriormente as atuações na final, além de Salvador Sobral, das fadistas Ana Moura e Mariza, da dupla Beatbombers, campeões mundiais de ‘scratch’, e de Branko.

Salvador Sobral venceu no ano passado o Festival Eurovisão da Cançao, cuja final decorreu em Kiev, com o tema “Amar pelos dois”, que deu a Portugal a primeira vitória no concurso.

Por ter sido o país vencedor em 2017, cabe a Portugal a tarefa de acolher este ano a final do concurso.

No dia da final do ano passado, que decorreu a 13 de Maio em Kiev, Caetano Veloso manifestou, através da rede social Facebook, que torcia pela vitória do cantor português.

Já depois da vitória, Salvador Sobral teve oportunidade de conhecer, em Lisboa, Caetano Veloso, com quem partilhou admiração mútua.

Para a 63.ª edição do Festival Eurovisão da Canção, realizado pela União Europeia de Radiodifusão (EBU, na sigla em inglês) em parceria com a RTP, em Lisboa, são esperados mais de dois mil profissionais relacionados com a iniciativa e 1.500 jornalistas, além de 30.000 fãs e visitantes.

A Altice Arena, no Parque das Nações, será, a 8, 10 e 12 de Maio, o palco das semifinais e da final do concurso, disputado por 43 países.

De acordo com a RTP, “os bilhetes para os três espetáculos da Grande Final do Festival Eurovisão da Canção 2018 já se encontram esgotados” e a final será transmitida em direto pela RTP1.

11 Abr 2018

Coreias | ONGs querem discussão sobre direitos humanos

Quarenta organizações não-governamentais, entre a quais a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, apelaram ontem ao Presidente sul-coreano para dar prioridade aos direitos humanos durante a reunião com a Coreia do Norte

[dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]uma carta enviada a Moon Jae-in, as organizações consideraram que a Coreia do Sul “não deve ceder às ameaças aos direitos humanos por parte da Coreia do Norte” e sublinharam a necessidade dos sul-coreanos pressionarem o líder norte-coreano, Kim Jong-un, para que os direitos humanos façam parte das negociações entre os dois países.

As ONG pediram ainda a Kim Jong-un para seguir as recomendações sobre direitos humanos da ONU, e que permita encontros entre famílias coreanas, separadas desde o início da Guerra da Coreia (1950-53).

As organizações estimaram que cerca de um milhão de coreanos foram separados das famílias, vítimas de desaparecimentos forçados ou de sequestros. “Os abusos na Coreia do Norte são incomparáveis no mundo contemporâneo e incluem extermínio, assassínio, escravidão, tortura, prisão, violação, aborto forçado e outras formas de violência sexual”, de acordo com a carta.

As ONG congratularam-se ainda com o refreamento das animosidades na península, mas avisaram que isso não melhora a qualidade de vida do povo norte-coreano. “Saudamos o renovado diálogo entre os coreanos, mas isso não será significativo para o povo da Coreia do Norte se não levar a uma melhoria da terrível situação dos direitos humanos no país”, disse o director da Human Rights Watch da Ásia, Brad Adams.

Olimpíadas da paz

Após cerca de dois anos de uma escalada de tensão, devido à realização de testes nucleares e balísticos por parte do regime de Pyongyang, a comunidade internacional está a assistir a um período de apaziguamento entre os dois vizinhos. Os Jogos Olímpicos de Inverno, que decorreram em Fevereiro na Coreia do Sul, desempenharam um papel importante no actual processo.

No próximo dia 27 de Abril, está previsto um encontro entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in. Será a primeira cimeira entre as duas Coreias em 11 anos.

Kim vai ser o primeiro dirigente norte-coreano a pisar solo da Coreia do Sul desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53). As duas anteriores cimeiras, em 2000 e 2007, decorreram em Pyonyang. A reunião dos líderes da península coreana vai anteceder o encontro histórico entre Kim e Trump, em Maio.

Diplomacia | Kim menciona pela primeira vez a existência de diálogo com EUA

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] dirigente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, mencionou pela primeira vez um “diálogo” com os Estados Unidos, quando se define uma cimeira entre ele e o seu homólogo norte-americano, noticiou ontem a agência noticiosa oficial norte-coreana, KCNA.

Kim Jong-un apresentou um relatório, perante os principais dirigentes do partido único, “sobre a situação na península coreana”, incluindo “a perspectiva do diálogo entre os EUA e a RPDC (República Popular Democrática da Coreia), segundo a KCNA. Esta foi a primeira vez que a agência norte-coreana fez alusão a uma cimeira com os EUA, o que acontece pouco depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado, na segunda-feira, que a sua reunião histórica com o líder coreano se realizaria “em Maio ou início de Junho”.

“Espero que possamos fazer um acordo sobre a desnuclearização”, disse o chefe de Estado norte-americano, em declarações à comunicação social na Casa Branca, por ocasião de uma reunião com os membros da administração norte-americana. “Vamos encontrar-nos [com a Coreia do Norte] em Maio ou no início de Junho”, declarou.

Após vários meses marcados pela escalada de uma retórica bélica entre Washington e Pyongyang, por causa do programa nuclear norte-coreano, os dois países manifestaram uma abertura para eventuais negociações e para a realização de uma cimeira inédita.

No domingo, o jornal The Wall Street Journal noticiou que a Coreia do Norte terá confirmado directamente junto dos Estados Unidos que estava pronta a negociar a desnuclearização.

11 Abr 2018

Fórum Boao | António Guterres lembra na China benefícios da globalização

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou ontem que a globalização “trouxe vários benefícios”, durante um fórum económico no sul da China, apelando contra o isolacionismo, proteccionismo e exclusão.

“Estou profundamente convencido de que a globalização é universal e que trouxe vários benefícios, como a integração económica e o comércio”, afirmou Guterres. O secretário-geral da ONU, que falava na abertura do fórum Boao, lembrou que a globalização ajudou a reduzir a pobreza, mas que muitas pessoas foram deixadas para trás. Ainda assim, Guterres apelou a uma distribuição mais justa dos recursos.

Fundado em 2001, o fórum celebra-se na ilha de Hainan, extremo sul da China, e tem nesta edição o tema “uma Ásia aberta e inovadora para um mundo próspero”. O evento conta ainda com a presença do Presidente chinês, Xi Jinping, a directora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, e os Presidentes das Filipinas e da Áustria, Rodrigo Duterte e Alexander van der Bellen.

Portugal, que em 2017 esteve representado pelo então ministro da Economia Manuel Caldeira Cabral, não teve este ano participação a nível ministerial.

11 Abr 2018

FMI | Lagarde recomenda à China que termine divisões digitais e regulatórias

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, enalteceu ontem o desejo da China em se continuar a abrir, mas recomendou que o país termine com a divisão digital e regulatória. O Presidente chinês, Xi Jinping, “foi muito especifico: falou da abertura de sectores como a banca, seguros, automóveis, redução das taxas alfandegárias e barreiras, e um ambiente mais atrativo para as empresas estrangeiras”, destacou Lagarde.

A directora-geral do FMI falava na abertura do fórum Boao. Lagarde elogiou ainda a vontade expressa por Xi em melhorar a protecção dos direitos de propriedade intelectual, destacando que isso contribuirá para o progresso do país.

Há várias décadas que firmas estrangeiras acusam empresas chinesas de pirataria e roubo de tecnologia. A responsável do FMI apelou ainda ao país que termine com a divisão digital e regulatória. “Na Ásia, assistimos a um florescimento da ‘fintech’ [o uso de novas tecnologias por empresas do sector financeiro]. Isso revela a existência de ‘gaps’ regulatórios, que se não forem resolvidos nos níveis domésticos e transfronteiriço, podem causar riscos sistémicos”, afirmou.

Lagarde referiu ainda o que designa de “divisão na inovação”. A responsável explicou que o FMI publicou recentemente um documento que “identifica como o comércio facilita a transferência de tecnologia”.

A directora lembrou que a inovação e novas tecnologia não pertencem mais apenas a um pequeno número de países, notando que dois terços dos ‘robots’ no mundo encontram-se agora no Japão, Coreia do Sul e China. “Devemos continuar assim e é através do comércio que a inovação continuará a ser compartida. Além de ser um importador de tecnologia, a Ásia converter-se-á num exportador de tecnologia”, afirmou.

11 Abr 2018

Economia | Xi promete abertura e melhores condições para firmas estrangeiras

O Presidente chinês prometeu ontem reduzir os impostos sobre a importação de automóveis, abrir mais o mercado chinês e melhorar as condições para as firmas estrangeiras, numa altura de intensas disputas comerciais com Washington

[dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]o discurso inaugural do fórum Boao, conhecido como o “Davos asiático”, Xi Jinping não mencionou o Presidente norte-americano, Donald Trump, mas mencionou pontos que são chave na crescente tensão com os Estados Unidos em torno do comércio e partilha de tecnologia.

Xi prometeu que a China irá abrir os seus sistemas financeiro e bancário à participação estrangeira e proteger melhor os direitos de propriedade intelectual. “A China não se fechará e irá abrir-se ainda mais”, afirmou Xi, na abertura do fórum Boao, que se realiza em Hainan, extremo sul do país, reafirmando a posição pró-globalização de Pequim, numa altura em que Trump avança com uma agenda protecionista.

Pequim vai “baixar significativamente” as taxas sobre as importações de automóveis este ano e reduzir as restrições à participação de empresas estrangeiras naquele sector “o mais rápido possível”, disse o líder chinês. É de salientar, neste aspecto, que a China é o maior mercado automóvel do mundo.

Dito nas entrelinhas

No mesmo discurso, Xi Jinping não referiu directamente a disputa, mas prometeu encorajar “o intercâmbio regular de tecnologia” e “proteger os direitos legais de propriedade intelectual das firmas estrangeiras”. Na semana passada, os Estados Unidos divulgaram uma lista de importações chinesas avaliadas, no conjunto, em 40.700 milhões de euros, e às quais propõem aplicar taxas alfandegárias, como retaliação pela “transferência forçada de tecnologia e propriedade intelectual norte-americana”.

Em reacção, Pequim ameaçou subir os impostos sobre um conjunto de produtos norte-americanos, que em 2017 valeram o mesmo valor nas importações chinesas.

No fim de semana passado, Trump ameaçou subir as taxas alfandegárias para produtos chineses num valor adicional de 81.000 milhões de euros.

11 Abr 2018

Fórum Ambiental | Evento destaca sustentabilidade inter-regional

[dropcap style≠‘circle’]U[/dropcap]ma visita guiada a Jiangmen, na China, nomeadamente a unidades de reciclagem são os principais destaques do Fórum Ambiental de Macau, que se realiza esta semana, focado na construção da Grande Baía Guangdong – Hong Kong – Macau.

Em conferência de imprensa, a vogal executiva do Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM) Irene Va Kuan Lau destacou a presença de 490 expositores provenientes de 19 países no Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau 2018 (MIECF, sigla em inglês), que vai decorrer de quinta-feira a sábado.

Este número, sublinhou, “não se compara aos oito países” presentes na primeira edição do certame e evidencia “o crescimento desta plataforma, que tem resultado num intercâmbio muito eficaz”.

Questionada sobre os negócios específicos que o Governo de Macau já desenvolveu na sequência do MIECF, a representante do IPIM afirmou que foram assinados mais de “200 acordos de cooperação”, 80 por cento dos quais “já foram avançados”, afirmou sem prestar mais pormenores.

Irene Va Kuan Lau sublinhou a vontade de continuar a promover a cooperação internacional: “Queremos atrair participações da Europa e usar esta plataforma para servir Macau e a zona vizinha” da Grande Baía.

Esta edição do Fórum, sob o tema “Construir Cidades Sustentáveis para uma Economia Verde Inclusiva”, tem como oradora principal a ex-secretária da ONU para as alterações climáticas Christina Figueres.

11 Abr 2018

Habitação | Ho Ion Sang quer mais casas disponíveis para arrendamento

[dropcap style≠‘circle’]D[/dropcap]epois de na passada segunda-feira Ng Kuok Cheong ter exigido ao Governo o aproveitamento dos edifícios vazios, ontem foi a vez do deputado Ho Ion Sang solicitar o mesmo ao Executivo. No entanto, Ho considera que acima de tudo está em causa o aproveitamento destes espaços para fracções habitacionais. Em declaração ao Jornal Ou Mun, o deputado afirma que existem no território cerca de 12,5 mil fracções vazias. Parte delas estão por utilizar porque os seus proprietários não as querem disponibilizar para arrendar. Por outro lado, há casas que não são vendidas mas que se encontram “empatadas pelas imobiliárias de modo a controlar o mercado”, refere Ho Ion Sang. O deputado revelou ainda que o Governo de Hong Kong está a estudar uma medida que visa regulamentar o prazo de propriedades para venda e considera que o Governo de Macau deve seguir o exemplo. O deputado sugere ainda a redução de taxas de 10 para oito por cento.

Economia | Governo vai subsidiar instalações de elevadores de mercadorias pelas PME

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Governo planeia conceder apoios financeiros às pequenas e médias empresas (PME) destinados à instalação de elevadores de mercadorias, revelou o director dos Serviços de Economia ao canal chinês da Rádio Macau. Tai Kin Ip adiantou que o Governo e o Centro de Produtividade concluíram a proposta, a divulgar em breve, ao abrigo da qual vão ser subsidiadas 80 por cento das despesas de instalação. O mesmo responsável indicou ainda que foram recebidas oito inscrições por parte de residentes para o programa de intercâmbio de inovação e empreendedorismo para jovens da China e dos países de língua portuguesa.

11 Abr 2018

OPAQ anuncia inquérito ao alegado ataque químico na cidade síria de Douma

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) anunciou ontem que está a investigar informações sobre um ataque químico à cidade de Douma, última bolsa rebelde na região de Ghouta oriental, na Síria.

A OPAQ “realizou uma análise preliminar das informações” e uma equipa de investigadores está a reunir mais elementos “para determinar se foram utilizadas armas químicas”, disse o director-geral da organização, Ahmet Uzumcu. Adiantou que os especialistas analisam dados “de todas as fontes disponíveis” e que darão conta das suas conclusões aos 192 países signatários da Convenção sobre a proibição das armas químicas de 1993, à qual a Síria aderiu em 2013.

Um presumível ataque químico a Douma causou no sábado 48 mortos, segundo os “Capacetes Brancos”, uma organização dedicada ao resgate de vítimas das zonas sob controlo dos rebeldes. Os “Capacetes Brancos” e a organização Sociedade Médica Síria-Americana atribuíram no domingo a responsabilidade pelo ataque às forças leais ao presidente Baschar al-Assad.

A Rússia, aliada de Damasco, disse ontem que não encontrou “nenhum vestígio” de produtos químicos em Douma. “Os nossos especialistas militares já se deslocaram ao local (…) Não descobriram nenhum vestígio de cloro ou de qualquer substância química utilizada contra os civis”, declarou o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, numa conferência de imprensa.

Os Estados Unidos e a França ameaçaram com ataques na Síria, tendo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertido o regime e os seus aliados de que poderiam “pagar o alto preço” pelo presumível ataque químico. Trump classificou ainda Assad de “animal”.

Ontem de madrugada, o regime sírio revelou um bombardeamento contra o aeroporto militar de Al Taifur, na província síria de Homs, que disse ser uma acção militar de represália na sequência das acusações da coligação internacional contra Damasco pelo uso de armas químicas em Douma. Damasco e Moscovo acusaram Israel de ter realizado o ataque à base síria.

“Trata-se de um desenvolvimento muito perigoso da situação. Espero que pelo menos os militares norte-americanos e os dos países que participam na coligação dirigida pelos Estados Unidos o compreendam”, disse Lavrov.

Nove países pediram uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para analisar a questão.

A China, um dos membros permanentes do Conselho de Segurança, defendeu hoje um inquérito às suspeitas de utilização de armas químicas na Síria no ataque à Douma. Geng Shuang, porta-voz da diplomacia chinesa, declarou que Pequim se opõe à utilização de armas químicas “em qualquer circunstância” e que “é a favor de um inquérito exaustivo, obcjetivo e justo em relação ao caso em questão”. O Conselho de Segurança da ONU e a OPAQ devem permanecer “os principais canais” para acompanhar o caso, considerou Shuang.

10 Abr 2018

Austrália abre período de submissões sobre tratado fronteiriço com Timor-Leste

O Comité de Tratados do parlamento australiano abriu o período de submissões públicas de cidadãos ou organizações sobre o novo acordo de fronteiras marítimas com Timor-Leste, no âmbito do processo de ratificação do documento

 

 

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] processo de ratificação pelo parlamento é necessário para a entrada em vigor do histórico tratado que os dois governos assinaram a 6 de Março em Nova Iorque e que delimita de forma permanente a fronteira marítima entre Timor-Leste e Austrália.

A legislação australiana prevê um prazo anterior ao processo de ratificação, que neste caso termina a 20 de Abril, para submissões públicas sobre o documento, que foi entregue ao parlamento pela ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Julie Bishop, no final de Março.

A vontade do governo australiano é que o parlamento possa votar o tratado “ainda este ano”, segundo Bishop, tendo já iniciado o processo de preparação “da legislação de implementação” e a trabalhar com Timor-Leste e com as empresas que operam no Mar de Timor para finalizar o processo transitório relacionado com as alterações impostas pelo documento.

Em concreto, o tratado implica, por exemplo, que Timor-Leste passa a receber 100 por cento – agora recebe 90 por cento e a Austrália 10 por cento – das receitas dos poços activos na região, nomeadamente o Bayu Undan.

Na altura em que apresentou o tratado ao parlamento, Bishop disse que a Austrália está empenhada em que o futuro de Timor-Leste seja “estável e próspero”, apoiando por isso as suas aspirações de “alcançar o seu potencial económico”.

 

Ouro negro

 

Julie Bishop referiu-se em concreto à maior questão ainda pendente, nomeadamente o desenvolvimento do campo petrolífero de Greater Sunrise, sobre o qual continua sem haver um acordo.

“Reconhecemos que o desenvolvimento do [Greater Sunrise] trará benefícios significativos a Timor-Leste em particular. Estamos ansiosos por colaborar com Timor-Leste, enquanto trabalha com as empresas da ‘joint venture’ para encontrar um caminho comercialmente viável para desenvolver o Greater Sunrise”, disse a governante.

Para a ministra, “O tratado é uma conquista histórica para a Austrália e Timor-Leste”.

“Resolvemos uma longa disputa, estabelecemos limites marítimos permanentes e lançámos as bases para um novo capítulo no relacionamento com um de nossos vizinhos mais próximos”, explicou Julie Bishop na sua declaração ao parlamento. Segundo a chefe da diplomacia australiana, “é um exemplo do valor e da importância do direito internacional na resolução de disputas e divergências entre estados através de negociações pacíficas”. “Como dissemos no documento da Austrália sobre Política Externa divulgado no ano passado, a Austrália acredita que a ordem internacional baseada em regras é fundamental para a nossa segurança e prosperidade colectivas”, frisou ainda.

Destacando a “boa vontade e compromisso dos dois países durante as negociações”, Bishop saudou ainda o “papel vital” da comissão de conciliação independente que conduziu as negociações que levaram ao tratado.

O processo de ratificação do tratado pelo Parlamento Nacional de Timor-Leste só deverá ocorrer depois da tomada de posse dos deputados que vão ser escolhidos nas eleições antecipadas de 12 de Maio.

10 Abr 2018

Universidade anuncia regras para prevenir assédio sexual

[dropcap style≠‘circle’]U[/dropcap]ma universidade chinesa anunciou ontem que vai formular regras relativas ao assédio sexual, após suspeitas de abuso por parte de um professor a uma aluna, que mais tarde cometeu suicídio, ilustrando o impacto do movimento ‘#MeToo’ na China. A Universidade de Pequim afirmou através do seu portal oficial que vai agir com firmeza face aos crescentes apelos para que investigue as alegações de que Shen Yang abusou sexualmente da estudante Gao Yan que, em 1998, cometeu suicídio, aos 21 anos.

O caso reapareceu na semana passada após várias pessoas, que foram colegas de turma de Gao, terem exigido uma investigação, segundo a imprensa chinesa.

No domingo, a universidade publicou os detalhes de um inquérito, feito em 1998, no qual reconhece que Shen e Gao mantiveram um “relacionamento” e que a antiga aluna cometeu suicídio dez meses depois de o professor ter terminado a relação. Shen recebeu, então, uma punição administrativa, de acordo com o mesmo comunicado.

O professor deixou a Universidade de Pequim em 2011 e trabalha desde então na Universidade de Nanjing, segundo o jornal oficial Global Times.

Numa entrevista publicada no sábado pela revista China News Weekly, Shen não responde directamente às alegações, mas admite ter sido punido administrativamente em 1998, recusando, no entanto, que tenha sido por questões morais.

Em Janeiro passado, a universidade chinesa Beihang anunciou a demissão de um prestigiado académico por assédio sexual, no primeiro caso no movimento ‘#MeToo’ envolvendo uma figura chinesa. Chen Xiaowu foi afastado das funções como professor e vice-director dos estudantes de cursos de pós-graduação, depois de acusações de assédio sexual por Luo Xixi, uma académica chinesa actualmente radicada nos Estados Unidos da América, e outras cinco mulheres. Os episódios de assédio terão ocorrido há 12 anos.

10 Abr 2018

Italiano Ludovico Einaudi estreia-se no CCM a 10 de Junho

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] pianista e compositor Ludovico Einaudi vai subir ao palco do grande auditória do Centro Cultural de Macau (CCM) a 10 de Junho, anunciou ontem o Instituto Cultural (IC) em comunicado. O músico italiano, acompanhado pela sua banda, vai apresentar uma antologia das suas melhores composições tocadas ao piano, segundo o IC. Descrito pelo jornal britânico Daily Telegraph como “um pianista com tendência para deus do rock”, Ludovico Einaudi é um campeão das tabelas de vendas e mestre das bandas sonoras que se transformou num verdadeiro homem do espectáculo após cerca de 20 anos a trabalhar nos bastidores, compondo para ballet, teatro e instalações vídeo.

Ao longo da última década, o pianista tem esgotado as mais prestigiadas salas de espectáculo do mundo, tendo-se tornado num dos artistas de música clássica mais seguidos do mundo, batendo a popularidade de lendas como Mozart na plataforma digital Spotify. A música refinada de Ludovico Einaudi chamou a atenção do mundo cinematográfico tendo sido incluída em bandas sonoras de filmes como “O Cisne Negro” de Aronofsky, o sucesso de bilheteira francês “The Intouchables” ou “J. Edgar”, de Clint Eastwood.

A versatilidade do mestre italiano ficou também registada no thriller japonês “O Terceiro Assassinato” bem como numa série de grandes anúncios publicitários e spots, da NBA e da marca Nissan às promoções para a BBC. Em 2016, Einaudi ficou ainda mais conhecido quando um clip de sensibilização que gravou para a Greenpeace, no qual aparece à deriva no oceano, registou milhões de visualizações.

Os bilhetes para o concerto ficam disponíveis para venda a partir de hoje.

10 Abr 2018

Ng Kuok Cheong exige aproveitamento de edifícios vazios

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] deputado Ng Kuok Cheong exige que se proceda à calendarização para a reabertura dos espaços públicos não aproveitados. Numa interpelação escrita, o deputado pró-democrata lamenta que o Governo não tenha aproveitado eficazmente os espaços públicos e que continue a gastar montantes elevados provenientes dos cofres públicos em rendas para o funcionamento dos serviços.

Apesar de ter recebido em Março uma resposta do Executivo sobre o mesmo assunto, o deputado manifestou-se insatisfeito por não ter datas quanto ao aproveitamento de edifícios do Governo que se encontram vazios.

O deputado exige que os três edifícios onde já se situaram o Gabinete de Comunicação Social (GCS), o gabinete do Conselho Consultivo para o Reordenamento dos Bairros Antigos de Macau e o centro da comida do Mercado de Iao Hon entrem em funcionamento ainda neste ano.

10 Abr 2018

Galgo – “Bambaré”

“Bambaré”

Bambaré de gatos pardos
Num beco escuro
Vêem tudo a passar
a passar a passar
a passar a passar
a passar a passar
a passar a passar

Bambaré de gatos pardos
Num beco escuro
Começam a dançar
a dançar a dançar
a dançar a dançar
a dançar a dançar
a dançar a dançar

Galgo

Alexandre Moniz, João Figueiras, Miguel Figueiredo e Joana Batista

10 Abr 2018

Finanças | Receitas públicas aumentaram 23,7 por cento até Fevereiro

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Administração fechou os primeiros dois meses do ano com receitas de 21,1 mil milhões de patacas, valor que traduz um aumento de 23,7 por cento em termos anuais homólogos. Dados provisórios disponíveis no portal da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF).

Os impostos directos sobre o jogo – 35 por cento sobre as receitas brutas dos casinos – foram de 17,6 mil milhões de patacas, reflectindo uma subida de 24,7 por cento face ao período homólogo do ano passado e uma execução de 21,4 por cento face ao orçamento autorizado para 2018. A importância do jogo encontra-se patente no peso que detém no orçamento: 83,5 por cento nas receitas totais, 84,09 por cento nas correntes e 95,7 por cento nas derivadas dos impostos directos.

Já as despesas cifraram-se em 9,5 mil milhões de patacas até Fevereiro, de acordo com os mesmos dados. Apesar de cumpridas em apenas 9,7 por cento, aumentaram 83,9 por cento, comparativamente ao período homólogo do ano passado.

Nesta rubrica destacam-se os gastos ao abrigo do Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA) que alcançaram 4,1 mil milhões de patacas, com a taxa de execução a corresponder a 19,5 por cento. O valor traduz um ‘pulo’ exponencial, atendendo a que, nos primeiros dois meses do ano passado, tinham sido despendidos apenas 11,1 milhões de patacas.

Entre receitas e despesas, a Administração acumulou nos primeiros dois meses do ano um saldo positivo de 11,5 mil milhões de patacas, menos 2,5 por cento face a igual período de 2017. No entanto, a almofada financeira excede já em mais de dois terços o orçamentado para todo o ano (6,9 mil milhões de patacas).

9 Abr 2018