Economia | Executivo não altera orçamento por causa do Hato

[dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]ionel Leong, secretário para a Economia e Finanças, deixou ontem claro que o orçamento do Executivo não irá sofrer mudanças pelos estragos causados pelo tufão Hato. Citado por um comunicado oficial, o governante disse que “os serviços financeiros têm mantido uma comunicação estreita, com a recolha de dados dos diversos serviços públicos”.

Foi então considerado que “o orçamento global das despesas públicas deste ano pode enfrentar a situação [de aumento de custos], [mas] não será necessário fazer qualquer alteração orçamental”.

O secretário frisou ainda que os trabalhadores da sua tutela, nomeadamente da Direcção dos Serviços de Economia, têm trabalhado arduamente para acompanhar os apoios necessários às Pequenas e Médias Empresas, tal como a concessão de subsídios. No total, já foram atribuídos 5600 cheques.

Lionel Leong adiantou ainda que o objectivo é fazer com que os “estabelecimentos comerciais consigam adquirir seguros mais ao alcance das suas possibilidades”, como contra os danos por água.

O secretário falou à margem da tomada de posse de Benjamin Chan como presidente do conselho de administração da Autoridade Monetária e Cambial de Macau. Ng Man Seong também tomou posse como coordenadora do Gabinete de Informação Financeira.

20 Set 2017

Estudo | Só 13 por cento dos residentes criam negócios próprios

Um estudo sobre a criação de negócios locais em Macau revela que os residentes a investir neste sector são apenas 13 por cento, número mais baixo face às regiões vizinhas. Pouca mão-de-obra e custos elevados são os maiores entraves

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] território que quer destacar-se no contexto da política “Uma Faixa, Uma Rota” ou no projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau ainda revela baixos níveis de investimento em termos de Pequenas e Médias Empresas (PME).

Segundo o jornal Ou Mun, um estudo sobre a criação de negócios locais mostra que os residentes que investem na sua própria empresa são apenas 13,1 por cento. Trata-se de um número mais baixo em relação aos das regiões vizinhas.

O estudo foi elaborado pela Plataforma dos Serviços para PME, em parceria com a eRS e-Research Lab e a Universidade de Macau, e visou compreender, através de entrevistas via telefone, o panorama da criação de negócios no território e a atitude dos residentes perante o sector.

Os resultados revelam, portanto, que em cada cem pessoas 13 têm um negócio próprio, valores semelhantes aos registados na Coreia do Sul, mas ainda assim inferiores a Taiwan, Hong Kong e Shenzen. Estes têm, respectivamente, valores de criação de negócios na ordem dos 15,6 por cento, 15,3 por cento e 23,4 por cento.

A recolha mostra ainda que, em Macau, os pequenos comerciantes têm poucos meios para abrir uma empresa, associados às dificuldades de contratação de mão-de-obra e elevados custos, nomeadamente com rendas.

Mais fundos, precisam-se

Ma Chi Seng, deputado nomeado e fundador da Plataforma dos Serviços para PME, considerou ao jornal Ou Mun que, apesar das dificuldades referidas no estudo, os apoios financeiros do Governo têm sido bastante significativos. O responsável garantiu ainda que a atmosfera de negócios melhorou nos últimos anos.

As razões encontradas por Ma Chi Seng para o facto de apenas 13,1 por cento dos residentes investirem em PME estão relacionadas com a melhor performance da economia e o facto do território viver uma situação de pleno emprego.

Para Ma Chi Seng, há vários exemplos de países com economias bem sucedidas que revelam baixos valores de criação de PME. O deputado lembra que esse número só mostra as restrições que continuam a existir para quem quer ser empresário.

Apesar dos baixos valores de investimento, os entrevistados revelaram maiores conhecimentos técnicos e experiência do que no interior da China, Hong Kong e Taiwan.

Ma Chi Seng defende ainda um desenvolvimento ao nível dos apoios providenciados pelo sector bancário e pelo Governo, incluindo a criação de fundos de investimento próprios para as políticas “Uma Faixa, Uma Rota” e a Grande Baía.

20 Set 2017

Seguros | Estragos do tufão avaliados em 2,9 mil milhões de patacas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s seguradoras de Macau avaliaram os prejuízos causados pelo tufão Hato, o mais forte em 53 anos, em 2,9 mil milhões de patacas, afirmou ontem o novo presidente da Autoridade Monetária.

Os dados foram avançados por Benjamin Chan à margem da cerimónia de posse ontem de manhã, em declarações aos jornalistas.

De acordo com a Rádio Macau, apenas 2,07 milhões de patacas foram pagos, a maioria relacionados com indemnizações por morte ou ferimentos.

“De acordo com as informações que temos, até 11 de Setembro há pelo menos cerca de 19 mil casos de pedido de indemnização, envolvendo 2,9 mil milhões [de patacas]. Têm a ver com danos patrimoniais. Já foram aprovados 20 milhões de patacas para casos relacionados com morte e lesão corporal”, disse o novo presidente da Autoridade Monetária de Macau, que substituiu Anselmo Teng.

Segundo Benjamim Chan, não há, até agora, queixas sobre as seguradoras, que não terão dificuldade em pagar as indemnizações: “Não é assim tão grave porque as despesas são assumidas pelas seguradoras do exterior. Não há uma situação grave em termos de situação financeira das seguradoras”.

No início do mês, o Chefe do Executivo, Chui Sai On, tinha apresentado as estimativas do Governo sobre os prejuízos, no montante de 11,4 mil milhões de patacas.

Após a passagem do tufão, o Governo criou um subsídio de 50 mil patacas para ajudar as Pequenas e Médias Empresas a fazer face aos estragos causados pelo tufão.

Além deste abono, o Governo criou também uma linha de crédito, sem juros, para as PME afectadas até ao montante máximo de 600 mil patacas.

20 Set 2017

Turismo | Visitantes na Semana Dourada devem aumentar até 15 por cento

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]g Iong Wai, presidente da Associação de Promoção dos Guias Turísticos de Macau, disse ao jornal Ou Mun que o número de excursões deve aumentar entre dez a 15 por cento nos primeiros dias de Outubro, altura em que se celebra o aniversário da República Popular da China.

Depois da passagem do tufão Hato, que causou uma ligeira quebra no número de turistas, Ng Iong Wai estima que o número de grupos de turistas possa aumentar subitamente nos próximos dias e também em Outubro. Por esta razão, a procura de guias turísticos vai também aumentar.

Em relação às taxas de ocupação hoteleira, Ng Iong Wai afirma que vai haver uma grande procura em Outubro, sendo que as agências de viagens já começaram a aceitar menos grupos.

Alguns guias turísticos disseram também ao jornal de língua chinesa que, após o regresso das excursões a Macau, o trabalho aumentou bastante no sector. A chegada da Semana Dourada traz, portanto, perspectivas positivas de emprego para os guias.

Ainda assim, a possível chegada de mais tufões faz com que quem trabalhe na indústria clame por mais instruções e orientações vindas da Direcção dos Serviços de Turismo, para que se possam reduzir eventuais prejuízos.

20 Set 2017

Cinema | Produção local na Mongólia Interior

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] produção local “Our Seventeen” foi exibida na 26.ª edição do Festival de Cinema Galo Dourado e Cem Flores. O evento que tem lugar anualmente em Hohhot, capital da Região Autónoma da Mongólia Interior, seleccionou a película de Emily Chan para integrar a secção dedicada às produções de Macau e Hong Kong.

“Our Seventeen”, é um filme sobre histórias de Macau que conta as lutas internas dos jovens entre o anseio pela idade adulta e o medo de lá chegar. O filme é também uma carta de amor dirigida à juventude. De acordo com o comunicado enviado à imprensa, a produção local “promoveu a cultura cinematográfica de Macau junto dos espectadores e do público mongol, sendo alvo de reacções encorajadoras”.

A exibição contou com a presença de vários convidados de relevo como Yin Xiao, Vice-Presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês de Hohhot da Região Autónoma da Mongólia Interior, Li Xuejian, Presidente da China Film Association e Crucindo Hung Cho Sing, Presidente da Federation of Motion Film Producers of Hong Kong.

Da delegação de Macau presente no Festival do Cinema fizeram parte Chong Siu Pang, representante do Instituto Cultural e os membros do elenco de “Our Seventeen”, Sean Pang e Kylamary.

O “Festival de Cinema Galo Dourado e Cem Flores” é um dos quatro principais festivais de cinema da China, constituindo o mais antigo evento de atribuição de prémios cinematográficos do país.

20 Set 2017

Jornalismo da Lusofonia | Trabalhos a concurso analisados

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] júri da primeira edição do prémio de jornalismo da Lusofonia, organizado pelo Clube Português de Imprensa (CPI) e Jornal Tribuna de Macau (JTM), já começou a analisar os trabalhos candidatos, subordinados ao tema Macau.

O vencedor vai receber o prémio anual, no valor de cem mil patacas, numa cerimónia marcada para 1 de Novembro, em Macau. Ainda de acordo com o regulamento, a entrega da distinção realiza-se alternadamente no território e em Lisboa.

Presidido por Dinis de Abreu, em representação do CPI, o júri integra ainda os jornalistas José Rocha Diniz, fundador e administrador do JTM, José Carlos de Vasconcelos, director do Jornal de Letras, Artes e Ideias, Carlos Magno, pela Fundação Jorge Álvares e por José António Silva Pires, também do CPI.

O prazo de candidatura ao prémio terminou na sexta-feira e registou-se “uma significativa afluência de trabalhos”, disse a organização, sem precisar um número.

O prémio de jornalismo da Lusofonia destina-se a jornalistas e à imprensa de língua portuguesa de todo o mundo, “em suporte papel ou digital”, de acordo com o regulamento.

Este prémio “surge no quadro do desejado aprofundamento de todos os aspectos ligados à Língua Portuguesa, com relevo para a singularidade do posicionamento de Macau no seu papel de Plataforma de ligação entre países de Língua Oficial Portuguesa”, referiu a organização.

O CPI e o JTM, que este ano assinala o 35.º aniversário, contam com o patrocínio da Fundação Jorge Álvares, que promove a continuidade do diálogo intercultural entre Portugal e Macau.

20 Set 2017

União Europeia avisa Pequim que arrisca revolta senão abrir acesso ao mercado

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Câmara de Comércio da União Europeia na China apelou ontem a Pequim para que acelere o processo de abertura da sua economia, dominada pelo Estado, advertindo que a inércia pode incitar uma revolta contra o livre comércio.

A China é alvo de frequentes criticas de Bruxelas e Washington, devido às barreiras que impõe ao investimento estrangeiro em vários sectores, enquanto as empresas chinesas têm acesso sem restrições aos mercados externos.

Pequim tem dificultado ainda mais o acesso a algumas áreas, incluindo uma redução no acesso ao mercado de serviços jurídicos, segundo um relatório publicado pela Câmara do Comércio da UE.

“A actual falta de reciprocidade no acesso ao mercado não é politicamente sustentável”, disse, aos jornalistas em Pequim, o presidente da Câmara, Mats Harborn.

“Preocupamo-nos que, se a China não passar das palavras à acção, isto possa gerar uma revolta contra a desejada globalização económica”, acrescentou.

O relatório pediu uma maior abertura da China, desde o sector aeroespacial ao dos cosméticos e vários segmentos da indústria, através de uma diminuição dos limites na participação estrangeira em empresas e da simplificação dos regulamentos.

A Câmara de Comércio dos Estados Unidos e outros grupos empresariais divulgaram anteriormente pedidos semelhantes.

A China é o maior mercado do mundo para vários bens de consumo e serviços. No entanto, Pequim interdita o acesso de empresas estrangeiras a vários sectores, incluindo finanças e telecomunicações.

Por cumprir

O Governo chinês prometeu, nos últimos anos, fazer várias reformas, visando atribuir ao mercado maior protagonismo e reduzir o domínio exercido pelas empresas do Estado.

As empresas estrangeiras queixam-se, no entanto, que pouco foi feito na prática. O ‘boom’ de aquisições chinesas além-fronteiras suscitou queixas de falta de reciprocidade.

Na semana passada, o Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anunciou planos para criar um mecanismo que avalia os investimentos estrangeiros, uma medida vista como sendo destinada à China.

O país asiático ocupa o 59.º lugar, entre 62 países, do ‘ranking’ da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que avalia a abertura ao investimento directo estrangeiro.

A China tornou-se, nos últimos anos, um dos principais investidores em Portugal, comprando participações importantes nas áreas da energia, dos seguros, da saúde e da banca.

20 Set 2017

Hong Kong | Carrie Lam critica comentários violentos sobre independentistas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] líder do Governo de Hong Kong classificou ontem como “inaceitáveis” os recentes “comentários cruéis, insultuosos e intimidatórios”, depois de um deputado pró-Pequim ter pedido a morte dos independentistas do território vizinho.

Segundo a emissora pública RTHK, Carrie Lam não nomeou diretamente Junius Ho, mas disse, antes de uma reunião do Conselho Executivo (LegCo, parlamento), que cabe ao secretário para a Justiça e às autoridades julgarem se os comentários são ilegais.

Apesar de criticar os comentários, classificando-os de “cruéis, insultuosos e intimidatórios”, Lam disse que foram fruto dos recentes debates sobre a independência de Hong Kong. Estes debates não devem continuar, reiterou.

A chefe do executivo apelou aos dois lados da discussão para que parem de empurrar Hong Kong para “a beira da desordem pública”, bem como ameaçar a soberania nacional chinesa e a segurança e autoridade da Lei Básica.

Lam disse que concordava com a posição de dez líderes de universidades que afirmaram não apoiar a independência de Hong Kong e condenaram “abusos” de liberdade de expressão.

A matar

Numa manifestação anti-independência no domingo, o conselheiro distrital Tsang Shu-wo disse que os activistas pela independência deviam ser “mortos”, com Ho a gritar “sem misericórdia” em resposta, descreveu o portal Hong Kong Free Press.

Mais tarde, Ho afirmou não ser “nada de especial matar porcos ou cães”.

Estes comentários foram proferidos depois de cartazes pró-independência terem surgido, nas últimas semanas, em universidades em Hong Kong.

Na segunda-feira, Ho voltou a abordar o assunto num programa de rádio: “Se aqueles que são a favor da independência levarem à subversão do destino do país, com Hong Kong e as 1,3 mil milhões de pessoas da mãe-pátria a terem de pagar um enorme preço, porque não deveriam estas pessoas ser mortas?”.

Ontem, o deputado veio defender-se, dizendo que foi mal interpretado.

“A palavra ‘matar’ era dirigida aos promotores do movimento de independência de Hong Kong e à necessidade de travar as suas expressões ilegais. Condenar-me por incitar um discurso de ódio e [ameaçar] denunciar-me à polícia é simplesmente absurdo”, escreveu na rede social Facebook, criticando o “nível de chinês e de compreensão” dos que o criticaram.

20 Set 2017

Amnistia Internacional acusa Aung San Suu Kyi de praticar “política de avestruz”

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Amnistia Internacional acusou ontem a líder birmanesa Aung San Suu Kyi de “praticar a política de avestruz” em relação “aos horrores” que se verificam na província de Rakhine, no oeste do Myanmar.

“Existem provas ‘esmagadoras’ de que as forças de segurança estão envolvidas numa campanha de limpeza étnica”, acrescenta a organização não governamental, reagindo às declarações de Aung San Suu Kyi numa conferência de imprensa realizada ontem, na capital da antiga Birmânia, e que considera insuficientes.

A Amnistia Internacional lamenta que a líder de facto do Myanmar e Prémio Nobel da Paz não tenha denunciado directamente o “envolvimento” dos militares que provocaram a fuga de 410 mil pessoas da minoria muçulmana rohingya para o Bangladesh, desde o final do mês de Agosto, preferindo fingir que não existe o problema.

A líder de facto do Myanmar prometeu ontem levar ajuda humanitária à região habitada pela minoria muçulmana no estado de Rakhine.

Aung San Suu Kyi também se comprometeu a resolver nos tribunais qualquer violação dos direitos humanos que possa ter ocorrido em Rakhine durante a ofensiva militar em resposta a um ataque de militantes rohingya no passado dia 25 de Agosto.

A líder da antiga Birmânia fez o anúncio numa conferência de imprensa realizada em Naipidaw na presença de diplomatas, autoridades e jornalistas.

20 Set 2017

Após ter estado deitado na mesma posição sete semanas, André Couto voltou a andar

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]ndré Couto regressou a casa, na sexta-feira, depois de passar várias semanas em Hong Kong, onde esteve a recuperar de um acidente sofrido no início de Julho. Nesta fase o piloto já consegue andar sem qualquer auxílio, mas ainda tem pela frente uma longa recuperação, antes de poder voltar a sentar-se num carro de competição.

“Voltei a casa na sexta-feira, mas ainda estou limitado. Só que já me posso mexer e consigo deslocar-me sem qualquer ajuda ou apoio, o que faz com que me sinta muito melhor.”, disse André Couto, ontem, ao HM.

“Sinto sinais muito encorajadores na recuperação. Mas mesmo assim, vejo que estou muito longe de poder voltar a competir. Por exemplo, agora faço a maior parte das coisas do dia-a-dia, mas tenho de evitar encontrões na rua ou estar numa situação em que preciso de fazer movimentos mais brusco para me equilibrar, quando estou a andar”, explicou. “Também não me posso dobrar para a frente ou para trás, ou fazer movimentos laterais”, frisou.

Para durar

Ontem, quando falou com o HM, André Couto tinha acabado de realizar uma sessão de fisioterapia, ritual que se vai mandar durante mais alguns meses.

“Só estou a andar porque tive a treinar em sessões de fisioterapia. Depois de sete semanas deitado sempre na mesma posição, quando uma pessoa se volta a levantar, fica tonta e sente-se esquisita. Também os músculos ficam atrofiados”, recordou.

No próximo mês, André Couto vai regressar a Hong Kong para uma nova avaliação da fase da recuperação. Apesar disso, em Novembro, o piloto não vai perder a oportunidade de assistir ao Grande Prémio de Macau: “Claro que não vou faltar. Mesmo no hospital assistia a corridas de Fórmula 1, Moto GP, DTM. É sempre tempo bem passado”, apontou.

André Couto, de 40 anos, sofreu um acidente no Autódromo Internacional de Zhuhai, após ter uma forte saída de frente, durante uma corrida do Campeonato Chinês de GT. Na sequência do embate, fracturou a vértebra L1.

20 Set 2017

Novo instrumento para detectar planetas potencialmente habitáveis

[dropcap style≠’circle’]I[/dropcap]nvestigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) participam num projecto internacional que visa criar um novo instrumento capaz de detectar planetas rochosos que orbitem estrelas próximas da Terra e que sejam potencialmente habitáveis.

Este novo “caçador de planetas”, designado NIPRS (“Near Infra Red Planet Searcher” ou pesquisador de planetas no infravermelho próximo), será instalado no telescópio de 3,6 metros do Observatório de La Silla (Chile), do Observatório Europeu do Sul (ESO), organização astronómica da qual Portugal faz parte, segundo um comunicado do IA divulgado ontem.

“O NIRPS vai ser o primeiro espectrógrafo do ESO dedicado a detectar planetas em torno das anãs M, o tipo de estrelas mais abundante na nossa galáxia”, indicou o investigador do IA e da Universidade do Porto (UP), Pedro Figueira.

Um espectrógrafo é um equipamento (instrumento) capaz de decompor a luz nas suas várias cores, ou comprimentos de onda (frequências), originando um espectro, considerado o “arco-íris da estrela”, indicou à Lusa o investigador do IA e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), Nuno Cardoso Santos.

O NIRPS, que entrará em funcionamento no último trimestre de 2019, irá medir velocidades radiais de estrelas anãs vermelhas, para detectar planetas rochosos do tipo terrestre, que sejam potencialmente habitáveis.

O Método das Velocidades Radiais detecta exoplanetas (planetas fora do Sistema Solar) medindo pequenas variações na velocidade (radial) da estrela, originadas pelo movimento que a órbita desses planetas imprime na estrela.

“Se a estrela tiver um planeta à volta, o seu movimento é perturbado. Medindo a velocidade da estrela dia após dia, podemos ver se esta se move em torno do planeta”, explicou Nuno Cardoso Santos.

Outros domínios

O NIRPS irá juntar-se ao espectrógrafo de alta resolução HARPS, um “caçador de planetas” também instalado no telescópio ESO de 3,6 metros do Observatório de La Silla, estendendo as capacidades de observação deste para o infravermelho, lê-se na nota informativa.

Segundo Nuno Cardoso Santos, o NIRPS vai complementar dados do actual HARPS, tornando possível observar simultaneamente no infravermelho.

A observação no infravermelho possibilita o acesso a um outro domínio espectral, que permite “fazer ciência nova”, sublinhou o investigador.

Neste projecto, o IA participa na definição da parte científica e na construção e instalação do subsistema ADC (“Atmospheric Dispersion Corrector”), que tem como função “corrigir a dispersão causada pela atmosfera e, desse modo, permitir atingir os requisitos de precisão que estão definidos para o NIRPS”, disse por seu lado Alexandre Cabral, investigador do IA e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

O consórcio responsável pela criação do NIRPS é liderado pelas universidades de Montreal, no Canadá, e de Genebra, na Suíça.

20 Set 2017

Eleições | Sulu Sou, o jovem rosto do campo pró-democrata

Foi candidato às eleições legislativas há quatro anos, estudou ciência política em Taiwan. Perdeu, mas desta vez ganhou. Sulu Sou foi um dos vencedores da noite eleitoral de domingo

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]ulu Sou, rosto do maior protesto em Macau desde o massacre de Tiananmen em 1989, foi este domingo eleito para a Assembleia Legislativa (AL), tornando-se, aos 26 anos, o mais jovem deputado e uma das poucas vozes pró-democracia no hemiciclo.

Começou a interessar-se por política, com 17 anos, quando acompanhava atentamente as notícias da vizinha Hong Kong. Sulu Sou viu esse interesse crescer já em Taiwan, onde concluiu a licenciatura em Ciência Política e actualmente prossegue uma pós-gradução.

Inicialmente, o jovem abraçou causas relacionadas com as dificuldades das classes mais desfavorecidas, mas acabou a “virar a agulha” para o sistema político.

“Acho que a raiz de todos os problemas está na falta de um sistema democrático”, disse em Dezembro de 2014, numa entrevista à agência Lusa.

O jovem Sulu Sou chegou a presidente da Associação Novo Macau no mesmo ano e apenas alguns meses depois de liderar uma manifestação que juntou 15 mil pessoas.

O protesto contra uma proposta de lei que previa regalias para membros cessantes do governo elevou-o a estrela da nova geração de activistas e inspirou-o a escrever um livro sobre o processo que culminou na retirada da proposta pelo próprio chefe do Executivo. O livro chegou mesmo a ser confiscado antes de chegar às livrarias.

As eleições de 2013

Há quatro anos, Sulu Sou prometia que não iria abandonar a defesa dos mais vulneráveis: “Venho das classes baixas e nunca me vou desviar das questões que afectam os pobres”.

Candidatar-se a um lugar de deputado era uma hipótese que já então admitia para “mostrar aos jovens como se podem envolver na sociedade civil”.

Já nesta campanha, Sulu Sou foi às lágrimas num comício, quando falava das dificuldades dos jovens ao entrarem na política, segundo o canal em português da TDM.

Popular entre os mais jovens, disse, no entanto, na apresentação da campanha que o seu programa político era dirigido a “todas as faixas etárias”.

Não escapou, no entanto, a ataques pessoais, e segundo o jornal Tribuna de Macau, foi criticado por “ser um conquistador, um libertino, um sedutor”, por ter tido duas namoradas, em alturas diferentes, quando era estudante em Taiwan.

Já nas legislativas de 2013, quando ainda não era conhecido, concorreu como número dois do veterano Au Kam San.

Nas actuais eleições, apesar de já não presidir à Novo Macau, Sulu Sou candidatou-se como líder da lista afiliada da associação que actualmente reflecte as divergências entre a ala mais tradicional liderada pelos fundadores Ng Kuok Cheong e Au Kam San e a ala mais liberal conotada com Jason Chao e Scott Chiang.

Além de temas directamente relacionados com o bem-estar da população, Sulu Sou mantém como bandeiras a defesa do sufrágio universal e diz-se preocupado com a erosão dos direitos vigentes em Macau pelo período de 50 anos iniciado na transição para a China, em 1999.

Há dois meses, na vigília convocada pela Novo Macau para assinalar a morte do dissidente chinês Liu Xiaobo, Sulu Sou disse à Lusa não tomar a liberdade de Macau como garantida.

“Perdê-la é muito fácil, preocupo-me com isso. Lutamos por um bocadinho de democracia em Macau e é muito difícil. Perder a liberdade de expressão, de imprensa, a liberdade de não ter medo, é muito fácil”, afirmou.

19 Set 2017

Eleições | Scott Chiang espera ataques nunca antes vistos a Sulu Sou

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente cessante da Associação Novo Macau, Scott Chiang, acredita que vão surgir jogadas nos bastidores para impedir que o recém-eleito Sulu Sou seja impedido de se sentar na Assembleia Legislativa.

Ao HM, Chiang defendeu também que mesmo que o membro da associação consiga sentar-se na AL, que vai ser vítima de ataques nunca antes vistos.

“Não penso que estejamos imunes a esses tipos de problemas [acusações de apoio à causa pró-separatista], porque como vemos em Hong Kong, quando existe uma vontade, existe sempre uma forma de criar esses problemas. Tenho a certeza que há pessoas que vão fazer tudo para impedir que o Sulu Sou se sente na AL”, afirmou o presidente da Associação Novo Macau.

De acordo com a legislação em vigor, a Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) pode decidir que um deputado não cumpre os requisitos para assumir o cargo, caso se prove que não defende a Lei Básica da RAEM nem que é fiel à RAEM. “Apesar de em Macau não haver declarações pró-independentistas, já há pessoas a fazerem essas acusações. Não são os radicais que colocam este tópico na agenda, são os ditos patriotas que trazem essas questões para os jornais para poderem beneficiar com elas”, apontou.

Mas mesmo que o estudante de 26 anos seja aprovado pela CAEAL, o presidente da Associação Novo Macau prevê ataques muito agressivos dos campos tradicionais.

“Estou à espera que ele tenha desempenhos espectaculares e que se destaque ao mostrar o reduzido valor das prestações dos actuais deputados. Por isso, suspeito que vai sofrer ataques nunca antes vistos na Assembleia Legislativa”, disse. “Aqueles deputados nunca tiveram de lidar com uma pessoa como ele e não vão saber como reagir. Isso vai fazer com que acabem por atacá-lo fortemente”, acrescentou.

Sem arrependimentos

Scott Chiang comentou também o facto de ter anunciado a demissão do cargo de presidente da associação, numa altura em que se começavam a preparar as eleições. Ao HM, o activista afirmou que não tem arrependimentos e confessou acreditar que dificilmente conseguiria um resultado melhor do que o obtido por Sou.

“Não creio que conseguisse este resultado. Olho-me ao espelho todas as manhãs e sei que sou diferente do Sulu Sou, por isso também nunca pedi para ser cabeça-de-lista. Somos pessoas com talentos diferentes. Eu sou capaz de fazer coisas que ele não consegue e vice-versa. No jogo das eleições, ele é muito mais capaz do que eu”, reconheceu.

A pausa de Scott Chiang chega alguns meses depois do presidente demissionário da Novo Macau ter sido pai. Contudo, Chiang vai continuar a fazer parte da associação. “Estou a fazer uma pausa, que considero necessária. Porém se a associação considerar que posso ser útil, ficarei feliz por poder ajudar. Estou em Macau e eles sabem como me contactar”, explicou.

19 Set 2017

Cultura | Residentes continuam a preferir ir ao cinema

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s residentes do território continuam a preferir, nos momentos de lazer, ir ao cinema. De acordo com os dados dos Serviços de Estatística e Censos, o segundo trimestre de 2017 revela uma subida, a nível anual, na ordem dos 2,1 por cento, representando uma taxa de 39,2 por cento.

No total, foram ao cinema entre Abril e Junho, 173.400 residentes dos quais 36.200 escolheram ver películas produzidas no território. O crescente interesse pelas produções locais, deve-se às acções do Governo que visam promover os filmes feitos em Macau e às sessões realizadas para que sejam exibidos, refere o comunicado enviado à comunicação social.

Também a frequência das bibliotecas locais aumentou no segundo trimestre de 2017. Foram às bibliotecas do território 129.500 residentes, mais 13,2 por cento do que no mesmo período do ano passado.

Os museus e o património continuam a ser também o alvo crescente de visitas. Com mais de 115 mil visitantes, a percentagem aumentou em 1,4, sendo que cada visitante terá ido, em média, a mais de três locais. De entre estes, 87.900 visitaram locais que integram o património mundial e 77.600 foram a museus.

Já os espectáculos tiveram uma adesão inversa. Entre Abril e Junho a afluência de público registou uma diminuição de 12,2 por cento em termos anuais. O mesmo aconteceu com os visitantes de exposições que diminuíram em 8,9 por cento.

No total, 295.800 indivíduos participaram em actividades culturais do território.

19 Set 2017

Emmy’s | Distopias e actualidade lideram estatuetas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] histórico ‘talkshow’ Saturday Night Live, o drama familiar “Big Little Lies” e “The Handmaid’s Tale”, dominaram os prémios Emmy, que distinguem as produções televisivas norte-americanas.

A 69.º edição da entrega dos prémios decorreu numa cerimónia em Los Angeles em que a política e o Presidente Trump foram as “estrelas” convidadas.

“The Handmaid’s Tale”, baseada na adaptação de um romance homónimo de Margaret Atwood sobre uma América nas mãos de uma seita totalitária, venceu a melhor série dramática e dominou a noite dos prémios de televisão com um total de cinco Emmys.

A série que retrata a violência contra as mulheres ganhou também o prémio para melhor actriz de série dramática (Elisabeth Moss), melhor actriz secundária em série dramática (Ann Dowd), melhor realizador de série dramática (Reed Morano, segunda mulher na história que ganha nessa categoria) e melhor guião de série dramática (Bruce Miller).

A mini-série “Big Little Lies”, sobre as mães de família, os seus filhos e os seus dramas na Califórnia, venceu noutras cinco categorias, com os prémios de melhor mini-série, melhor realizador (Jean-Marc Vallée), melhor actriz de mini-série (Nicole Kidman), e melhores actores secundários em mini-série (Alexander Skarsgard e Laura Dern).

Comédia apreciada

O histórico ‘talkshow’ Saturday Night Live (SNL) foi outro dos vencedores da noite, com nove troféus, incluindo cinco de carácter técnico.

Saturday Night Live, que este ano se destacou pela crítica ao Presidente norte-americano e à sua administração, criado pelo produtor Lorne Michaels, em 1975, soma perto de 830 emissões e, até à data, tinha conquistado um total de 45 Emmys.

O programa de humor, que conta com 42 temporadas consecutivas, na cadeia NBC, estava nomeado em 22 categorias, a par da série “Westworld”, e a meio da cerimónia já tinha conquistado quatro estatuetas, incluindo uma para Alec Baldwin e outra para Kate McKinnon, pela sua imitação da ex-candidata presidencial, Hillary Clinton.

O sucesso de SNL na 69.ª edição dos Emmy foi além das estatuetas conquistadas.

“Sabíamos que a maior estrela de televisão do ano passado foi Donald Trump. E Alec Baldwin”, certamente, ironizou o apresentador da noite, Stephen Colbert, em referência ao actor que personifica Trump no Saturday Night Live (SNL).

“Finalmente, Sr. Presidente, aqui está o seu Emmy”, disse Alec Baldwin ao receber o galardão, numa referência ao show “The Apprentice”, um ‘reality show’ que foi apresentado por Donald Trump e em que executivos competem por um cargo em uma das empresas do multibilionário.

Baldwin acrescentou que depois de ter tido três filhos em três anos, a sua mulher não deu à luz no ano passado, um ano em que a sua interpretação do papel do Presidente dos Estados Unidos impulsionou as audiências do SNL para um nível recorde.

“Quando alguém usa uma peruca cor de laranja (como a cor do cabelo de Donald Trump), isso funciona como um contraceptivo”, afirmou.

O antigo porta-voz da Casa Branca Sean Spicer, que cessou funções em Julho, fez uma aparição surpresa nos prémios Emmy, sob o olhar divertido de Melissa McCarthy, que ‘veste a personagem’ no SNL.

Alec Baldwin já tinha, alás, na conferência de imprensa saudado Spicer pela arrojada entrada na cerimónia dos Emmy.

“Já fiz alguns trabalhos que vocês não devem respeitar ou admirar (…) Temos isso em comum”, disse.

19 Set 2017

Literatura | “Morri”, de Antønio Falcão, reapresentado na Livraria Portuguesa

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]orreu e ressuscitou. A mais recente obra de Antønio Falcão, MORRI, será reapresentada ao público de Macau na próxima quinta-feira, dia 21 de Setembro, pelas 18h30 na Livraria Portuguesa. O evento irá contar com a leitura das histórias que compõem o livro pelas vozes de alguns residentes de Macau. Entre o leque de leitores figuram Ana Dias, Carlos Morais José, Carlos Picassinos, Fülöp Oszkár, Miguel de Senna Fernandes, Selma Branco, Victoria Man, entre outros.

O livro de Antønio Falcão foi escrito entre 2004 e 2017 e reúne mais de 60 textos de material diverso, grande parte publicado no formato de crónica no jornal Hoje Macau durante esse período.

MORRI é uma colectânea de contos, ensaios, pequenas peças dramáticas e correspondências várias. O livro aborda também a história de Macau, antiga e contemporânea, tentando delinear novas perspectivas para a sua complexa compreensão, totalmente fora da habitual zona de conforto. Nele podem-se reconhecer factos do conhecimento público, personagens reais de outros regimes que se debatem com seres puramente ficcionados, como se tudo decorresse numa trama cinematográfica.

MORRI foi publicado pela editora COD de Macau, no âmbito das celebrações do 150.º aniversário de Camilo Pessanha. Nesta mesma ocasião o autor apresentou também a exposição de fotografia “Kleptokronos”.

19 Set 2017

China | Detido homem por vender mecanismo de acesso a ‘sites’ censurados

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas detiveram um programador informático por vender um mecanismo que permite aceder à internet através de um servidor localizado fora da China, possibilitando aos internautas abrir milhares de ‘sites’ censurados pelo regime chinês.

O jornal oficial Global Times informou que o programador foi detido em finais de Agosto, durante três dias, por montar um pequeno negócio de venda de VPNs (Virtual Proxy Network).

Aquele mecanismo cria ligações criptografas entre computadores e permite aos internautas chineses aceder a ‘sites’ bloqueados pelo Governo.

Os assinantes do serviço pagavam 10 yuan por mês. As autoridades confiscaram os ganhos do programador – um total de 1.080 yuan.

Casos semelhantes noticiados pela imprensa resultaram em punições mais severas: no início do ano, um programador de 26 anos foi condenado a nove meses de prisão, também por vender VPN, na cidade de Dongguan, no sul da China.

Vias bloqueadas

Pequim lançou, no início do ano, uma campanha para erradicar o uso de VPN, parte de um reforço da censura, nas vésperas de se realizar o congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), o mais importante acontecimento da agenda política do país, que se realiza a cada cinco anos.

Segundo uma pesquisa da unidade de análise GlobalWebIndex, 14% dos internautas chineses usam VPN diariamente. Em 2016, o número de chineses ligados à Internet ultrapassou os 730 milhões.

O mesmo inquérito indica que 8,8% dos internautas usam as VPN para aceder a páginas bloqueadas.

As novas restrições no uso da Internet exigem que qualquer negócio com um ‘site’ obtenha uma licença de Fornecedor de Conteúdos para a Rede.

Citado pelo Global Times, o vice-director da faculdade de Literatura e Direito da Universidade de Comunicação da China, Wang Sixin, afirmou que as novas regulações visam criar um primado da lei no ciberespaço.

Os internautas “estarão expostos a informação nociva – inclusive sobre terrorismo – se a Internet não for apropriadamente regulada”, afirmou.

Sites como o Facebook, Youtube e Google ou ferramentas como o Dropbox e o WeTransfer estão bloqueados na China. As versões electrónicas de vários órgãos de comunicação estrangeiros também estão censuradas no país.

19 Set 2017

Pyongyang | Pequim apela a Washington para que não adopte via militar

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China instou ontem os Estados Unidos a não recorrer à via militar na crise norte-coreana e exortou todas as partes a resolver o conflito pacificamente, conforme as resoluções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU.

“A tarefa actual de todas as partes é implementar a resolução [do Conselho de Segurança], em vez de levantar questões extra”, afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lu Kang, em conferência de imprensa.

Lu reagia às recentes advertências da embaixadora norte-americana na ONU, Nikki Haley, que afirmou que o Pentágono encarregar-se-á da crise, caso a Coreia do Norte prossiga com o seu programa nuclear.

“De vez em quando, algumas partes fazem ameaças entre si, e creio que, na verdade, isto não promove a solução do problema. Só prejudica”, disse.

O porta-voz apelou a todas as partes para que mantenham a calma e recordou que é preciso respeitar as resoluções adoptadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, porque reflectem a posição da comunidade internacional.

Simulações de risco

Na segunda-feira, quatro caças F-35B e dois bombardeiros estratégicos B-1B norte-americanos realizaram um simulacro de bombardeamento sobre a península coreana.

Em entrevista à CNN, Nikki Haley reconheceu que, apesar de o Governo norte-americano estar a “tentar qualquer outra possibilidade”, há “muitas opções militares sobre a mesa”.

“Queremos ser responsáveis e passar por todos os meios diplomáticos (…) mas se não funcionar, o general [James] Mattis encarregar-se-á de resolver”, afirmou Nikki, aludindo que o assunto pode ser transferido para o secretário da Defesa norte-americano.

O Conselho de Segurança aprovou novas sanções contra Pyongyang em resposta ao último ensaio nuclear, realizado no passado dia 3 de Setembro.

No entanto, no sábado, os 15 membros do Conselho recusaram impor mais sanções, depois de o regime de Kim Jong-un ter lançado um novo míssil de alcance médio, que sobrevoou o norte do Japão.

China e a Rússia defendem que a Coreia do Norte interrompa as suas provas nucleares e com misseis balísticos, a troco de os Estados Unidos e a Coreia do Sul suspenderem os seus exercícios militares na península coreana.

Pequim mostrou ainda apoio à postura de Seul, de continuar a enviar ajuda humanitária para o país vizinho, face ao crescente isolamento económico que este enfrenta.

“Todas as resoluções adoptadas sobre a Coreia do Norte não têm como intenção afectar negativamente o trabalho e necessidades humanitárias do país”, disse o porta-voz.

Lu Kang insistiu que a China continuará a oferecer o seu apoio para melhorar as relações e promover a reconciliação entre as partes envolvidas na crise.

19 Set 2017

Seul, Washington e Tóquio vão realizar exercícios antimísseis

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Sul, Estados Unidos e o Japão vão realizar um exercício antimísseis no final deste mês, perante contínuos lançamentos da Coreia do Norte, disse ontem um porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano.

O exercício está incluído num relatório que o Ministério enviou para a Assembleia Nacional devido ao último míssil de médio alcance lançado na sexta-feira pela Coreia do Norte, que percorreu 3.700 quilómetros e sobrevoou o norte do arquipélago japonês.

O documento sublinhou que Pyongyang parece aproximar-se da “fase final” de desenvolvimento de um míssil balístico intercontinental (ICBM), com o qual poderia atingir o território norte-americano, e estimou que o regime continue a realizar “provocações estratégicas adicionais” a curto prazo com novos testes de armamento.

O exercício conjunto anti-mísseis vai realizar-se depois de dois projécteis norte-coreanos terem sobrevoado o Japão no último mês e num momento em que existem dúvidas sobre as capacidades reais dos aliados para interceptar um míssil de Pyongyang.

O relatório também explicou que o Pentágono planeia enviar um porta-aviões nuclear e um grupo de ataque para participar em manobras com as Forças Navais sul-coreanas em Outubro, apesar de porta-vozes das Forças Armadas dos Estados Unidos na Coreia do Sul e do Comando do Pacífico terem afirmado que o destacamento não está confirmado.

O texto também não indicou qual dos porta-aviões da VII Frota será enviado para a península coreana.

O porta-aviões nuclear norte-americano Carl Vinson já foi destacado, na passada Primavera, para a região em resposta aos repetidos testes de armamento realizados este ano pela Coreia do Norte.

19 Set 2017

Fórmula 4 Alemã | Prema Theodore vence campeonato de equipas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Prema Theodore Racing, financiada por Teddy Yip Jr – filho do antigo parceiro de negócios de Stanley Ho, Teddy Yip – garantiu o título de equipas do Campeonato Alemão de Fórmula 4 pelo segundo ano consecutivo, no passado fim-de-semana.  À partida para a sexta ronda da competição, no circuito de Saschsenring, uma vantagem de mais de 100 pontos permitia a equipa correr sem grande pressão. Os pilotos da formação, Marcus Armstrong e Juri Vips, não vacilaram e a questão ficou arrumada com três pódios, em outras tantas corridas.

“Vencer o Campeonato Alemão de Fórmula 4 é uma verdadeira prova de velocidade e consistência dos nossos pilotos. Fico muito feliz por ver o trabalho do director de equipa René Rosin e dos nossos rapazes recompensado, após o esforço que fizeram semana após semana”, afirmou Teddy Yip Jr, em comunicado.

Em relação aos resultados das corridas, na prova inaugural do fim-de-semana, o australiano Marcus Armstrong conseguiu um terceiro lugar, com o estónio Juri Vips a ser quinto. O vencedor da prova foi o alemão Julian Hanses, da formação US Racing.

Na segunda corrida, Armstrong subiu ao segundo lugar do pódio, naquele que seria o melhor resultado do fim-de-semana da formação. No pólo oposto, Vips teve a pior prestação das três corridas, não indo além do sétimo posto. Este foi um resultado que penalizou o estónio, que assim perdeu a liderança do campeonato de pilotos para o colega de equipa. Nesta prova, o vencedor foi o suíço Fabio Scherer, também da US Racing.

Finalmente na última prova de domingo, Vips ficou em quarto, à frente de Armstrong, que foi sexto, mas já não conseguiu recuperar a liderança do campeonato. Apesar da vitória do brasileiro Felipe Drugovich, da Van Amersfoort Racing, foi a Prema Theodore Racing que abriu o champanhe, com a conquista do campeonato por equipas.

“A equipa está de parabéns pela vitória conquistada, principalmente por ser a segunda vez em dois anos que este feito é alcançado”, disse Marcus Armstrong no final.

Luta intensa pelo título de pilotos

No próximo fim-de-semana o campeonato desloca-se ao mítico circuito Hockenheim, onde vai ser conhecido o vencedor do título por pilotos. Na luta estão Marcus Armstrong, com 212 pontos, Juri Vips, com 210,5, e o brasileiro Drugovich, mais atrás com 190,5 pontos.

“Não foi um fim-de-semana tolamente positivo, porque não tive um desempenho ao nível do que sou capaz de fazer. Esse facto custou-me a liderança do campeonato, mas não estamos muito longe da liderança. Vai ser uma luta muito intensa em Hockenheim”, previu Vips.

“Vai ser um fim-de-semana muito muito interessante, principalmente agora que estamos na liderança”, disse por sua vez, Armstrong.

 

Pela pátria, correr, correr

O Instituto do Desporto e a Associação de Atletismo de Macau vão organizar uma corrida para celebrar o dia da Implementação da República Popular da China, a 1 de Outubro, que vai ter o nome “Correndo em Comemoração do Dia Nacional”. A iniciativa serve igualmente para assinalar o Dia Mundial da Marcha, que é promovido pela Associação Internacional de Desporto para Todos, conhecida como TAFISA, na sigla inglesa. O evento tem uma prova de corrida e outra de maratona, sendo que vão ser distribuídos prémios para os dez melhores classificados, nas categorias masculina e feminina. Na marcha, as cinco equipas com o maior número de atletas a concluírem a prova vão ter direito a uma taça. As inscrições começaram ontem, têm um custo de cinco patacas, e prolongam-se até 24 de Setembro, com o boletim da inscrição a ter de ser entregue no Pavilhão Polidesportivo Tap Seac, na Recepção do Centro Desportivo Tamagnini Barbosa e na Recepção do Quintal Desportivo do Centro Desportivo Olímpico.

19 Set 2017

Incêndios | Ministro admite mais dinheiro para recursos hídricos em 2018

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro do Ambiente português admitiu ontem que a parte do Fundo Ambiental destinado aos recursos hídricos pode aumentar em 2018, depois de este ano se ter esgotado para atender aos pedidos dos municípios afectados pelos incêndios deste Verão.

A questão foi divulgada ontem pelo secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, que em entrevista à TSF admitiu que não havia dinheiro suficiente para dezenas de municípios que tiveram incêndios e cujos cursos de água estão vulneráveis às cinzas que serão arrastadas pelas chuvas que agora começam.

“Nós, com o dinheiro que tínhamos, na projecção feita para este ano, o primeiro do Fundo Ambiental, conseguimos disponibilizar uma parcela muito significativa de dinheiro, mas com certeza que, no próximo ano, em face da avaliação que faremos no final deste ano, os recursos hídricos poderão passar a ter mais dinheiro afectado a esta componente”, disse João Matos Fernandes à agência Lusa.

Na entrevista à rádio, o secretário de Estado afirmou que 4,2 milhões de euros couberam aos sete municípios mais afectados pelo grande incêndio que em Junho deflagrou em Pedrógão Grande, mas que desde então mais 40 autarquias ficaram na mesma situação.

“Estamos a acompanhar o processo de perto e completamente disponíveis para apoiar os que se dirijam a nós com projectos concretos, sabendo que esta é uma preocupação comum destes tempos”, garantiu o ministro.

Sob controlo

No caso dos municípios afectados pelo fogo de Pedrógão, o Ministério está a “pagar um conjunto de intervenções”, como tirar as cinzas das linhas de água e dos sítios onde podem provocar entupimentos e inundações.

“Não há aqui qualquer preocupação com o abastecimento de água, todas as estações de tratamento de águas que existem em Portugal estão completamente preparadas para retirar o excesso de matéria orgânica que possa vir na água ou quando ela é captada”, garantiu João Matos Fernandes.

Isso cabe às entidades gestoras da água e não se vai reflectir na qualidade ou no preço da água para os cidadãos, acrescentou.

19 Set 2017

Gulbenkian de Paris regista história da emigração cultural e artística

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] delegação em França da Fundação Calouste Gulbenkian está a fazer entrevistas filmadas a artistas e figuras da cultura portuguesa que viveram em Paris, como Eduardo Lourenço, Graça Morais e Sérgio Godinho, entre muitos outros.

O projecto chama-se “Artistas Portugueses em Paris – Uma História Oral” e o primeiro filme foi publicado há dias na página Internet da delegação da Gulbenkian em França, com uma entrevista de uma hora e vinte minutos ao ensaísta Eduardo Lourenço.

O objectivo é preservar a memória das personalidades artísticas que passaram por França, sobretudo pela capital, disse à Lusa o diretor da Gulbenkian de Paris, Miguel Magalhães.

“O projecto ‘Artistas Portugueses em Paris – Uma História Oral’ nasceu da necessidade de preservarmos a memória de algumas gerações de artistas e figuras da cultura portuguesa que foram passando por Paris nos últimos 50, 60 anos. Há um conjunto de figuras tutelares da cultura portuguesa que passaram por França, alguns começam a deixar-nos”, explicou.

Miguel Magalhães destacou que, além de Eduardo Lourenço – “provavelmente a pessoa mais habilitada para falar sobre a relação de Portugal e França” e que foi “ele próprio um português em França durante cerca de 60 anos” –, já estão terminadas entrevistas ao músico Sérgio Godinho, aos artistas plásticos José de Guimarães e Graça Morais, e ao escritor e político António Coimbra Martins, que foi fundador do Centro Cultural Português em Paris em 1965 e embaixador na capital francesa.

Há, ainda, “uma planificação intensa nos próximos tempos de entrevistas com várias outras figuras”, a começar pelo pintor Manuel Cargaleiro, o músico José Mário Branco e o artista Jorge Martins, entre “tantas outras figuras da arte e da cultura portuguesa em França e em Paris”.

“Não tem um limite, a verdade é essa. O conjunto de pessoas, de figuras importantes da cultura portuguesa que foram passando por França nas últimas décadas é de tal forma impressionante que não começámos este projecto com o fim em vista”, continuou o director da delegação, não excluindo a possibilidade de as entrevistas filmadas virem a ser transformadas em livro, mais tarde.

As conversas assentam na formação de cada personalidade, nas suas motivações para emigrar, na sua vida em França – nomeadamente as dificuldades, as conquistas e as ligações com o meio artístico francês e português – assim como as relações entre Portugal e França.

As razões da viagem

Os artistas convidados têm aderido ao projecto “de forma muito calorosa”, em entrevistas conduzidas, até agora, pelo artista e investigador António Contador e por Luísa Braz de Oliveira, especialista em cultura portuguesa e antiga colaboradora de Eduardo Lourenço e de António Coimbra Martins.

“Julgo que todos os entrevistados perceberam a importância da preservação desta memória, destes testemunhos. Estamos a falar de diferentes gerações, de diferentes motivações. Estamos a falar com pessoas que fugiram à ditadura, estamos a falar com outras que vieram cá porque eram bolseiros na Fundação Gulbenkian, outros que vieram porque estavam de passagem”, continuou Miguel Magalhães, sem esquecer os que escolheram Paris por causa da “vida artística estimulante”.

O responsável sublinhou também que este “não é um projecto científico, é verdadeiramente um projecto de preservação da memória” que pretende servir, no futuro, para as pesquisas de investigadores, estudantes e pessoas interessadas pela cultura portuguesa em França.

Ainda que se trate “de um testemunho oral”, Miguel Magalhães defendeu que “a história da emigração portuguesa em França, em geral, tem sido investigada”, mas “a história da emigração cultural e artística está provavelmente um pouco menos feita”, pelo que o projecto da Gulbenkian de Paris é como “uma investigação especializada” dentro da emigração portuguesa.

Na apresentação do projecto, no ‘site’ da instituição, pode ler-se que “a cidade de Paris ocupa um lugar proeminente como destino para artistas, músicos e homens de letras portugueses ao longo dos tempos”, nomeadamente, “André de Gouveia no século XVI, Eça de Queiroz no século XIX, Amadeo de Souza Cardoso, Almada Negreiros, Vieira da Silva, Lourdes de Castro, Manuel Cargaleiro, Sérgio Godinho e tantos outros”.

“Esta lista poderia continuar indefinidamente, tal é o número de personalidades da cultura portuguesa que viveram e trabalharam por esta cidade ao longo de décadas. Paris foi porto de abrigo, cidade de exílio, mas também de aprendizagem e de liberdade – política, de pensamento, liberdade criativa – para gerações sucessivas de jovens portugueses”, conclui o texto.

18 Set 2017

Indirectas | Mais ou menos dos mesmos

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ra o único sector onde havia competição. Duas listas diferentes concorriam aos lugares reservados aos interesses profissionais. Chui Sai Cheong encabeçava uma lista composta por três candidatos, mas só conseguiu garantir assentos para dois. Vong Hin Fai – que, até agora, estava na Assembleia Legislativa (AL) por nomeação do Chefe do Executivo – entrou para o lugar deixado vago por Leonel Alves. A terceira vaga foi conquistada pelo líder da outra lista, o também já deputado Chan Iek Lap.

O resto da história das eleições por via indirecta faz-se sem qualquer agitação, uma vez que havia uma única lista para cada sector. Em representação dos interesses industriais, comerciais e financeiros, vão estar Ho Iat Seng, actual presidente da AL, o veterano Kou Hoi In, o engenheiro José Chui Sai Peng e o estreante Ip Sio Kai, ligado à banca.

O sector do trabalho terá como deputados dois novos rostos: Lam Lon Wai e Lei Chan U, ambos com cargos nos Operários. Pelos sectores dos serviços sociais e educacional permanece Chan Hong. Não há novidades também nos sectores cultural e desportivo, com Vitor Cheung Lup Kwan e Chan Chak Mo por mais quatro anos na AL.

18 Set 2017

Infidelidade à China | Candidato jura inocência

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] candidato da lista Associação do Novo Progresso de Macau rejeitou ontem as suspeitas de infidelidade à China, pelas quais está a ser investigado e que o podem desqualificar da corrida. “Acho que não há reais provas contra mim que me possam desqualificar”, disse Wong Kin Long, no Instituto Salesiano de Macau, onde votou para a Assembleia Legislativa.

Com 20 anos, Wong é o mais jovem candidato às eleições de Macau e ocupa o quarto lugar na lista liderada pelo jovem pró-democracia Sulu Sou.

Segundo o próprio, a queixa contra si, que foi encaminhada para a polícia pela Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) e ainda está em investigação, terá sido motivada por publicações que fez na rede social Facebook “sobre questões legais e técnicas” de Hong Kong.

“Quero ser muito claro: eu não apoio a independência de Hong Kong. A nossa equipa apoia o princípio ‘Um país, dois sistemas’ e a Lei Básica de Macau. Os rumores sobre o meu apoio à independência de Hong Kong não são verdade”, frisou. De qualquer forma, argumentou, “apoiar a independência de Hong Kong não entra em contradição com a Lei Básica de Macau”, ainda que essa seja “uma discussão legal”.

“Ainda ninguém me contactou e acredito que a minha candidatura não vai ser desqualificada”, adiantou.

Momentos antes, o presidente da CAEAL, o juiz Tong Hio Fong, tinha confirmado que a queixa foi submetida à polícia que “já está a recolher mais provas”. “Se tivermos provas suficientes iremos tratar do caso”, disse.

18 Set 2017