Photo Macau | Evento vai decorrer em Março de 2018

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de 60 galerias internacionais de arte e fotografia vão participar na primeira edição da feira Photo Macau, que vai decorrer entre 25 e 28 de Março do próximo ano, anunciou a organização.

“No coração da cena artística e cultural da Ásia, que está a crescer rapidamente, a nossa feira de fotografia de arte contemporânea reunirá talentos asiáticos e de outras paragens para promover e celebrar a fotografia e a arte em vídeo, que estão rapidamente a ganhar reconhecimento na região”, afirmou, em comunicado, a directora executiva da feira, Cecilia Ho.

A responsável destacou que a Photo Macau vai decorrer num local “com uma tradição chinesa e portuguesa única”, afirmando que a feira de arte “é dedicada à fotografia artística e às imagens em movimento, apresentando arte visual, digital e impressa numa das economias asiáticas em maior crescimento”.

Segundo a organização, a cargo da Red Balloon, o certame vai “destacar um país diferente a cada ano, celebrando a fotografia e as imagens em movimento dessa nação, e a sua contribuição para o mundo das artes”.

“Nesta primeira edição, a atenção recai sobre Istambul, com a curadoria de Nina Öger, colecionadora, patrona das artes e especialista em arte turca”.

5 Out 2017

Cultura | Festival da América Latina arranca esta sexta-feira

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]xposições, gastronomia, cinema. São vários os ingredientes que compõem a edição desta ano do Festival da América Latina, que começa na sexta-feira e termina a 5 de Novembro. A organização está a cargo da Associação para a Promoção do Intercâmbio entre a região Ásia-Pacífico e América Latina (MAPEAL, na sigla inglesa).

O evento começa com a inauguração de uma exposição intitulada “Arquitectura latino-americana”, que estará patente na Torre de Macau até ao dia 15 deste mês. O mesmo evento poderá ser visto, de 15 de Outubro até 1 de Novembro, na Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST).

Segue-se, no Sábado, dia 7, uma mostra de cozinha do Chile no restaurante Tromba Rija, localizado no rés-do-chão da Torre de Macau. Haverá também uma demonstração da gastronomia natural do Peru, no mesmo local, no dia 10 de Outubro.

Na segunda-feira, dia 9 de Outubro, arranca a exibição de filmes oriundos de países latino-americanos, como é o caso do Brasil, Equador ou Argentina. Até ao dia 31 de Outubro, as películas poderão ser vistas em locais distintos, como é o caso da MUST ou da Fundação Rui Cunha.

A partir de terça-feira, 10 de Outubro, haverá também lugar à realização de seminários destinados a abordar a cultura de cada país da América do Sul. Os representantes consulares de países como Cuba, Brasil ou Peru em Macau e Hong Kong vão ser os principais oradores destes encontros, que terão lugar na MUST e na Universidade de Macau.

Na área da fotografia, a Torre de Macau vai também acolher uma exposição intitulada “A memória do Peru: 1890-1950”, que estará disponível para a visita do público até ao dia 22 de Outubro.

A agenda do Festival da América Latina dará ainda destaque à realização da Semana de Gastronomia do Chile, de 7 a 12 de Outubro, sem esquecer as semanas da gastronomia do Equador e Argentina. Estas iniciativas terão lugar nos restaurantes Tromba Rija e Café 360º, ambos localizados na Torre de Macau. O programa completo está disponível em https://www.latinamericanfestival.org

5 Out 2017

China | Presidente retoma marxismo e pede a sua sinificação

Xi Jinping não tem dúvidas: só a sinificação do marxismo poderá manter a teoria viva e servir de farol para o povo chinês

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente da China, Xi Jinping, também secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da China (PCC), pediu um “entendimento profundo do marxismo e uma vigorosa promoção da sinificação da teoria do filósofo alemão.

Xi fez estas declarações numa sessão de estudo colectivo na qual participaram os membros da Comissão Política do Comité Central do PCC.

O presidente disse que o marxismo mostrou uma grande força e vitalidade, e que continua a desempenhar um papel insubstituível para ajudar as pessoas a compreender e transformar o mundo, bem como promover o progresso social.

Xi sublinhou que, embora os tempos estejam a mudar e a sociedade se esteja a desenvolver, os dogmas básicas do marxismo continuam verdadeiros. “Se nos desviarmos ou abandonamos o marxismo, nosso Partido perderá a sua alma e direção”, disse. “Sobre o tema fundamental de defender o papel guia do marxismo, devemos manter a determinação inabalável, e jamais movimentarmo-nos em nenhum momento ou sob nenhuma circunstância”.

A China experimentou mudanças profundas desde a fundação da República Popular da China, especialmente depois da reforma e abertura. Por isso, o povo chinês está mais qualificado e é mais capaz de revelar a experiência histórica e as regras de desenvolvimento existentes no processo, e de dar contribuições originais para o desenvolvimento do marxismo, sublinhou Xi.

O presidente chinês assinalou que o PCC deve integrar melhor os princípios básicos do marxismo com a realidade da China contemporânea e aprender com os feitos de outras civilizações para criar e desenvolver o marxismo. Xi também pediu que os membros do Partido estudem o capitalismo contemporâneo, a sua essência e modelos.

“O PCC deve desenvolver continuamente o socialismo com características chinesas, reforçar continuamente a força nacional integral da China e demonstrar plenamente as vantagens do sistema socialista da China”, concluiu Xi.

Ao recordar a história do PCC, Xi indicou que o uso das teorias científicas tem uma importância chave para o êxito do Partido e pediu esforços contínuos na aplicação da sinificação do Marxismo.

5 Out 2017

Manifestação em Hong Kong “contra autoritarismo” de Pequim

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ilhares de pessoas manifestaram-se no domingo em Hong Kong, durante o 68.º aniversário da implantação da República Popular da China, para denunciar a ingerência de Pequim e a erosão das liberdades na antiga colónia britânica.

Sob a chuva, esta manifestação, denominada “Concentração contra o autoritarismo”, decorreu algumas semanas depois da detenção de três jovens líderes do movimento “dos guarda-chuvas”, a vasta mobilização pró-democracia do outono de 2014.

“O autoritarismo já é uma realidade em Hong Kong”, lamentou perante os manifestantes Benny Tai, cofundador do movimento “Occupy Central”, que contribuiu para dinamizar a multidão em 2014. “Esta manifestação de hoje serve para mostrar à população de Hong Kong a real natureza do governo”, acrescentou este professor de Direito.

Os principais alvos dos manifestantes foram a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, o secretário para a Justiça, Rimsky Yuen, ou ainda o Presidente chinês, Xi Jinping, cujas imagens exibiam as palavras: “Palhaço autoritário”. Alguns manifestantes exibiam bandeiras semelhantes às chinesas, com cinco estrelas amarelas em fundo negro e não vermelho.

No tradicional discurso por ocasião do dia nacional da China, o primeiro desde que assumiu a chefia do Executivo em Julho, Carrie Lam apelou à unidade. É preciso “agarrar as oportunidades” e “manter a união”, afirmou Lam, considerando “ter a certeza de que Hong Kong pode superar desafios ainda maiores”.

5 Out 2017

China | Reservas de ouro atingem 12,1 mil toneladas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s reservas de ouro da China atingiram 12,1 mil toneladas no final de 2016, as segundas maiores do mundo depois da África do Sul, informou Zhang Yongtao, vice-presidente da Associação de Ouro da China, em um entrevista coletiva. No ano passado, as transações de ouro no mercado chinês, incluindo as divisas em ouro, trocas de futuros e ouro fora de balcão em bancos comerciais, chegaram a 70 mil toneladas, disse Zhang, prevendo um volume maior de 100 mil toneladas em 2020.

A China é o maior produtor de ouro no mundo há dez anos e o maior consumidor há quatro. O país quer aumentar sua produção anual de ouro para 500 toneladas em 2020 em relação ao nível anual de 450 toneladas. No primeiro semestre deste ano, um total de 207 toneladas de ouro foram produzidas, uma queda anual de 9,8%. Enquanto isso, o consumo de ouro cresceu quase 10% em termos anuais para 545 toneladas no mesmo período, com o consumo de barras de ouro aumentando mais de 50%.

5 Out 2017

Milhões de deslocações marcaram o Dia Nacional

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China celebrou no domingo o seu Dia Nacional, em que se comemorou o 68.º aniversário da fundação da República Popular, com milhões de deslocações que marcam o início da chamada ‘Semana Dourada’ de feriados. A Administração Nacional de Turismo da China estima que, ao longo destes oito dias de festividades, se registem cerca de 710 milhões de deslocações, mais 10% do que em 2016.

Segundo os cálculos do organismo, os cidadãos da segunda economia mundial vão gastar nestes dias 90.000 milhões de dólares, o que representa mais 12% do que no mesmo período do ano passado.

As vias de saída das principais cidades entraram em colapso no início do fim de semana e há vários dias que estão esgotados os bilhetes de comboio e autocarros para os trajetos mais populares dentro do território nacional: Pequim, Xangai e Hangzhou. Fora da China, os destinos favoritos são Tailândia, Singapura e Japão.

O Ministério dos Transportes calcula que durante esta semana se registem 560 milhões de deslocações por estrada, 70 milhões por dia, o que fará aumentar o trânsito em 10% em relação a 2016.

As deslocações por via fluvial ou marítima também devem aumentar 5%, chegando a 16 milhões. Já as deslocações por comboio devem superar as 150 milhões.

Um dos maiores atrativos das celebrações do Dia Nacional aconteceu na capital com a cerimónia do içar da bandeira, que todos os dias acontece na praça de Tiananmen, mas que domingo reuniu mais de 15 mil pessoas.

5 Out 2017

Palácio de São Bento | Remodelações retiram pintura sobre Macau

Segundo o jornal Público, os interiores do Palácio de São Bento, residência oficial do primeiro-ministro português, estão a ser alvo de uma remodelação, o que levará à retirada do quadro de Fausto Sampaio

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]oucos saberão que, até agora, quando o primeiro-ministro de Portugal falava ao país, tinha por detrás dele a imagem do Delta do Rio das Pérolas. O quadro, que Macau antigo como pano de fundo, vai ser retirado do Palácio de São Bento devido a um projecto de remodelação de interiores, notícia o jornal Público.

A reportagem publicada ontem pelo diário português refere que todas as obras de arte situadas no interior do edifício vão ser substituídas por outros quadros de arte contemporânea.

“Se durante estes discursos fotógrafos e operadores de imagem tivessem conseguido mostrar a placa com o título e o nome do pintor, teríamos percebido que os chefes do Governo de Portugal estavam a discursar em frente a uma paisagem de Macau, actualmente território chinês. Intitulada Porto Interior de Macau, o quadro mostra a foz do rio das Pérolas e foi pintada por Fausto Sampaio em 1936, quando aquele território fazia parte do império português”, lê-se no artigo.

Suzanne Cotter, uma das responsáveis pela remodelação, disse ao Público que o novo quadro que ficará neste local foi alvo da discussão de todos, incluindo da equipa que diariamente acompanha o primeiro-ministro, actualmente António Costa.

“É uma perspectiva muito importante, em termos de imagem, porque o primeiro-ministro geralmente fala aqui”, explicou a Suzanne Cotter.

O jornal recorda que, apesar da sala em questão, com a lareira ao fundo, ser dos locais mais fotografados e transmitidos, a verdade é que poucos se recordavam do local retratado na pintura.

“Quando vimos em directo a demissão de José Sócrates em Março de 2011, em que o então primeiro-ministro falou ao país na Residência Oficial, lá estava aquela foz misteriosa atrás, que olhámos por um segundo para novamente nos focarmos em algo mais dramático como o discurso. Parecia o Douro, mas de um ângulo diferente, com um vale muito mais encaixado. Dois anos depois, já com Passo Coelho em São Bento, a paisagem surgia novamente como cenário durante o anúncio das novas medidas de austeridade feito em 2013.”

Mesmo com um novo Governo e um novo líder, a sala “continua a ser o espaço mais formal da residência de São Bento, onde António Costa recebe os seus homólogos e os chefes de Estado estrangeiros”.

Na Sala da Lareira, como é oficialmente conhecida, passará a estar um quadro amarelo, da autoria de Ângelo de Sousa e pintado em 1989.

Quadro regressa ao museu

A obra de Fausto Sampaio, tal como o total de 35 quadros retirados de São Bento, voltarão a estar expostos em locais como o Museu do Chiado e o Museu de Arte Antiga.

Em sua substituição passam a estar expostos pelos corredores 26 obras do Museu de Serralves, localizado no Porto, no contexto da iniciativa “Arte em São Bento – Serralves 2017”, inaugurada para coincidir com o feriado de 5 de Outubro. A iniciativa estará patente até final deste ano.

Intitulado “Porto Interior”, a obra de Fausto Sampaio foi realizada em 1936. Sendo portador de uma deficiência auditiva, Fausto Sampaio pintou várias quadros sobre Macau, onde viveu vários anos. Falecido em 1956, o artista foi considerado o “Pintor do Império”, por ter representado na tela lugares de territórios que outrora estiveram sob administração portuguesa, como foi o caso de Goa, Damão e Diu.

5 Out 2017

Casinos | Lawrence Ho aposta no Japão

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] magnata Lawrence Ho aposta no Japão para continuar a expansão internacional do império do jogo em casino, a partir de Macau. À frente da empresa Melco International, Lawrence Ho investiu nas Filipinas e na Rússia e quer agora atacar o Japão, onde os casinos foram legalizados em Dezembro de 2016, pelo parlamento. “Ali, nada me segurará”, afirmou o empresário de Hong Kong, numa entrevista à agência noticiosa France Presse (AFP), prometendo apresentar ofertas muito ambiciosas pelas licenças de jogo no Japão.

Para Lawrence Ho, Macau deve continuar a ser a base do grupo, independentemente da sua expansão internacional. “Macau vai continuar a ser o melhor mercado do mundo para os complexos integrados de jogo por ser a porta de entrada na China”, garantiu.

Confrontados com o abrandamento económico da China e a campanha anti-corrupção, lançada em 2014 pelo Presidente Xi Jinping, o continente, os casinos voltaram-se para o mercado de massas, abrindo gigantescos complexos que apresentam várias actividades, da gastronomia ao entretenimento, para compensar a perda dos grandes apostadores.

Em Outubro de 2015, a Melco, cuja capitalização bolsista é de 4,36 mil milhões de dólares, inaugurou em Macau com grande pompa o Studio City, um hotel-casino que afirma ter a mais imponente roda gigante da Ásia e um simulador de voo inspirado em Batman.

Actualmente com 95 anos, Stanley Ho construiu a sua fortuna ao conseguir o monopólio da exploração de casinos em Macau, de 1962 a 2002, data na qual o mercado foi aberto à concorrência. Só naquela altura os gigantes de Las Vegas entraram no jogo. “O meu pai teve a sorte de ter o monopólio durante 40 anos. Mas o governo de Macau decidiu abrir à concorrência. Foi uma boa decisão”, afirmou o empresário, cuja fortuna foi avaliada pela revista Forbes em 2,6 mil milhões de dólares.

5 Out 2017

Armazém do Boi abre portas em 2018

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] já a partir do dia 1 de Outubro, domingo, que o espaço cultural Armazém do Boi estará fechado ao público, “a fim de melhorar as suas condições em prol das suas operações futuras”, anuncia o Instituto Cultural (IC) em comunicado. O IC prevê que o Armazém do Boi volte a funcionar na segunda metade de 2018.

Vão ser feitos “trabalhos de reparação em todo o Armazém, incluindo a reparação de todo o telhado, paredes externas e internas e sua impermeabilização, trabalhos de drenagem e a substituição e recuperação do chão, janelas e portas”.

Quanto ao concurso público, o IC deseja que “todas as associações artísticas locais interessadas em promover as artes visuais e o desenvolvimento das artes comunitárias” possam submeter as suas propostas para a utilização do espaço.

A ideia é que se possa criar “um novo método cooperativo para encorajar a participação e actividade das associações civis, a fim de revelar a diversidade do panorama artístico de Macau”.

Outras paragens

Localizado na Avenida do Almirante Lacerda, o antigo Estábulo Municipal de Gado Bovino e Canil Municipal de Macau foi classificado em 2017 como edifício de interesse arquitectónico. O edifício do antigo Estábulo Municipal de Gado Bovino foi construído em 1912 e reconstruído em 1924, sendo composto por dois edifícios paralelos com a tipologia de grandes armazéns, um dos quais (actualmente conhecido por Armazém do Boi) passou a ser usado como espaço expositivo em 2003 e passou a estar sob a égide do IC em 2016.

No ano passado, durante uma vistoria ao edifício, foram detectados alguns riscos de segurança causados pelo envelhecimento e degradação do mesmo, explica o IC.

A associação que actualmente está no Armazém do Boi teve de sair, mas segundo explicou a sua responsável, Gigi Lee, ao HM, a ideia é continuarem o trabalho que têm vindo a desenvolver.

“Saímos das instalações e vamos trabalhar com as pessoas ou trazemos a comunidade para integrar as nossas actividades. É um trabalho muito interessante e que merece ter continuidade.”

29 Set 2017

Benfica de Macau garante licenciamento para Taça AFC

O Benfica de Macau está a um passo de a participar na Taça AFC, depois de se ter tornado o primeiro clube do território a ter uma licença oficial da Confederação Asiática. Agora, falta o estádio e o dinheiro para as despesas dos jogos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] presença do Benfica de Macau na edição de 2018 da Taça AFC (Confederação de Futebol Asiática) ficou mais próxima de se concretizar, após as águias se terem tornado o primeiro clube do território a garantir uma licença para participar na competição. A decisão da AFC foi comunicada ao clube, na terça-feira, e revelada ontem, em comunicado.

No entanto, para que o clube dirigido pelo macaense Duarte Alves se torne na primeira equipa de Macau a participar na competição, é preciso garantir um estádio e apoios financeiros que permitam fazer face a todas as despesas. A situação foi explicada, ontem, ao HM, pelo próprio administrador do Benfica de Macau.

“Agora tudo depende de factores financeiros. Nos jogos fora, a AFC dá um subsídio para as viagens, que nem sempre cobre todas as despesas. Mas nos jogos em casa, temos a responsabilidade de garantir os recursos de hotel e logística das equipas visitantes. Também temos de arranjar um estádio e tratar da logística para a realização dos encontros”, disse Duarte Alves.

Esta é uma situação nova para qualquer clube do território, pelo que Duarte Alves admite que só vai ser possível concretizar com os apoios da Associação de Futebol de Macau (AFM) e do Instituto de Desporto (ID).

“Temos de cobrir os custos de 20 quartos de hotel para os visitantes, mais 10 para os membros da AFC. Também temos de pagar os custos de alimentação e esse tipo de despesas para os agentes vindos de fora. Para um clube de Macau, esta realidade não é fácil e vai ser necessário fazer parcerias com a associação, o ID e empresas locais”, admitiu.

O responsável das águias elogiou todo o apoio da AFM, ao longo do processo de inscrição. Agora, espera que a associação possa ajudar o Benfica de Macau com a experiência acumulada com os jogos da Selecção local.

“Temos de ver até onde podemos trabalhar com a AFM e o ID para trazer os encontros para Macau. A AFM tem este tipo de experiência porque é semelhante aos jogos da selecção”, apontou o administrador.

Plantel por definir

Caso todas as condições estejam reunidas, o Benfica de Macau vai ficar no Zona da Ásia Oriental, onde irá defrontar equipas da Mongólia, Coreia do Norte, Taiwan e Guam. Neste momento Kaohsiung City e Taipé City, de Taiwan, Erchin, da Mongólia, e os Rovers FC, de Guam são os possíveis adversários do Benfica já conhecidos.

À semelhança do que sucedeu este ano, a competição só deve começar por volta de Março de 2018, altura em que o Benfica de Macau já estará a disputar a Liga de Elite.

Por isso, Duarte Alves reconhece que ainda tem tempo para pensar na equipa técnica e no plantel para a próxima época. A prioridade, neste momento, é mesmo garantir as condições para a participação na Taça AFC.

“Ainda está tudo muito fresco. Ainda não começámos a definir quem são os jogadores com que vamos contar e os estrangeiros que vamos inscrever na competição”, afirmou. “Primeiro temos de definir bem com os nossos parceiros aquilo com que podemos contar e que apoios vamos ter”, sublinhou.

Questionado sobre os níveis de confiança para a concretização da segunda fase de preparativos, Duarte Alves limitou-se a dizer que “não é impossível”.

29 Set 2017

Tailândia | Amnistia Internacional pede mais atenção aos refugiados

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Amnistia Internacional (AI) pediu ontem ao Governo da Tailândia uma maior atenção aos refugiados, num momento em que mais de 480.000 membros da maioria muçulmana rohingya fugiram para o Bangladesh para escapar à violência no Myanmar.

A directora de Assuntos Globais da AI, Audrey Gaughran, afirmou, em comunicado, que as autoridades tailandesas devem servir de exemplo na região com a adopção de políticas que protejam os refugiados, em vez de os expulsar ou impedir a sua entrada no país.

“O Governo tailandês deve garantir a segurança daqueles que procuram amparo internacional na Tailândia”, disse Gaughran.

“Ao mesmo tempo que se deve felicitar o Governo tailandês por acolher centenas de milhares de refugiados há décadas (…) é preciso substituir a retórica pela acção”, acrescentou.

A Tailândia tem 102.000 refugiados birmaneses em nove campos instalados junto à fronteira com o Myanmar, segundo dados do Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

A AI pediu ao Conselho de Segurança, na quarta-feira, que avance com um embargo de armas e outras medidas para o país parar aquilo que apelidou de “limpeza étnica” contra a população civil rohingya no Myanmar.

Cerca de 480.000 rohinyas fugiram para o Bangladesh desde o início da violência, em 25 de Agosto, no estado de Rakain (anteriormente Arakan) no oeste do país, segundo dados divulgados pela ONU.

O Programa Alimentar Mundial garantiu a distribuição de alimentos para estes refugiados até Novembro.

Outras vítimas

Além dos rohingyas, também a minoria hindu em Rakain foi vítima de violência desde que os rebeldes do Exército de Salvação do Estado Rohingya (ARSA) atacaram 30 postos de controlo das forças de segurança, a 25 de Agosto.

Segundo o exército birmanês, foram recolhidos 52 cadáveres e 192 pessoas foram dadas como desaparecidas, todos birmaneses da minoria hindu, em Rakian, onde os militares mantêm uma operação para anular os rebeldes.

O Myanmar estreou em 2016 o primeiro governo democrático – após quase meio século de ditadura militar -, liderado pela Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, que esteve mais de 15 anos em prisão domiciliária por exigir a democracia no país.

Embora Suu Kyi, muito criticada pela “crise rohingya”, lidere a nação, as Forças Armadas mantêm as áreas da Defesa, Interior e Assuntos Fronteiriços, mais um quarto dos assentos nos parlamentos nacionais e regionais, entre outros privilégios que foram reservados na Constituição de 2008.

29 Set 2017

Hong Kong | Morre multimilionário que ajudou a repatriar milhares de timorenses

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m multimilionário e filantropo de Hong Kong que em 1999 ofereceu a Timor-Leste um navio usado para repatriar da Indonésia milhares de refugiados leste-timorenses morreu na semana passada aos 91 anos, informou a família.

Eric Edward Ho Tung, que nasceu em 1926 e foi nomeado embaixador itinerante de Timor-Leste em 2002, era neto do empresário Robert Ho Tung e filho de Edward Ho Tung e da sua mulher a irlandesa Mordia O’Shea.

“Era um amigo de Timor-Leste que em 2000-2003 despendeu milhões de dólares para ajudar no repatriamento de mais de 100 mil refugiados timorenses de Kupang para Díli num navio que ele comprou para o efeito”, recordou à Lusa o ministro timorense José Ramos-Horta, que em 2002 o nomeou embaixador itinerante de Timor-Leste.

Neto de um conhecido filantropo, Robert Ho Tung, que no século passado ofereceu uma biblioteca a Macau, Eric Ho Tung ajudou a libertar bispos e padres que estavam detidos no Vietname e na China, tendo apoiado a Ordem de Malta e institutos de ensino em vários locais do mundo.

Através de uma fundação que criou, Eric Ho Tung começou a ter conhecimento do que se passava em Timor-Leste nos anos finais da ocupação indonésia – depois de contactos com o Duque de Bragança – tendo desde então apoiado vários projectos da resistência e da igreja timorenses.

Pai de cinco filhos e três filhas do seu casamento com a norte-americana Patricia Anne Shea, Eric Ho Tung ficou conhecido em Timor-Leste quando, em Dezembro de 1999, ofereceu um navio que permitiu repatriar mais de 15 mil refugiados que estavam na Indonésia.

A violência de Setembro de 1999, depois do anúncio do resultado do referendo em que os timorenses escolheram a independência, reavivou o interesse que Eric Ho Tung já tinha demonstrado para com a questão de Timor-Leste, tendo nessa altura voltado a contactar o Duque de Bragança para saber “qual era a melhor maneira de ajudar os timorenses”.

A ideia do navio surgiu para preencher as carências que se sentiam em questões de acesso à ilha, já que a maior parte dos transportes estavam nessa altura dependentes das forças militares australianas.

Comprado à marinha australiana e com plataforma para helicópteros, o navio, de 2.500 toneladas e cem metros de comprimento, tinha salas de assistência médica para poder circular a ilha e prestar apoio médico às populações costeiras.

À chegada a Díli a 11 de setembro de 1999 Hotung explicou à Lusa que a oferta do navio era “como um tributo à coragem dos timorenses” que apesar “de todas as ameaças e das consequências votaram pela independência”.

Os primeiros refugiados foram repatriados de Timor Ocidental a bordo do Patricia Anne Ho Tung, o nome do navio que um ano depois já tinha transportado mais de 10 mil pessoas.

Percurso de vida

Natural de Hong Kong, Eric Ho Tung foi viver para Xangai com o pai quando era criança, estudou no Colégio S. Francisco Xavier e regressou a Hong Kong na 2ª Guerra Mundial, altura em que trabalhou nas urgências do Hospital Tung Wah.

Quando Hong Kong foi ocupado pelos japoneses em Dezembro de 1941, Ho Tung foi enviado de novo para Xangai onde esteve em prisão domiciliária, acabando, em 1947, por viajar para os Estados Unidos para estudar.

Depois das mortes do avô em 1956 e do pai em 1957, Eric Ho Tung regressou a Hong Kong onde assumiu o controlo das empresas da família, especialmente nas áreas imobiliária, financeira e de importação e exportação.

Começou a trabalhar no mundo diplomático na década de 80 do século passado, aproveitando os contactos que tinha na China e nos Estados Unidos, ampliando vários programas de apoio que financiaram o estudo a muitos estudantes de Hong Kong no estrangeiro.

29 Set 2017

Lai Chi Vun | Limpeza dos estaleiros vai demorar 20 dias

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] zona dos estaleiros de Lai Chi Vun, em Coloane, vai demorar cerca de 20 dias até ficar totalmente limpa, após a passagem do tufão Hato que causou muitos estragos.

A estimativa é feita pelo Instituto Cultural (IC), uma vez que “alguns trabalhos de limpeza, em algumas áreas, não podem ser levados a cabo por caminhos terrestres”. Os responsáveis pela limpeza do espaço vão “aproveitar a temporada das marés altas”, sendo auxiliados por barcaças “na limpeza dos objectos do estaleiro desmoronado por caminhos marinhos”. Os trabalhos de limpeza “têm feito bons progressos”.

Parte dos materiais servirão ainda para um futuro museu. “O IC irá organizar e estudar os objectos com valor de preservação dos estaleiros, de modo a preparar a demonstração das técnicas da indústria de construção naval no museu futuro, oferecendo ainda alguns objectos aos artistas para a criação artística.”

“De momento, o IC está a dar início activamente aos trabalhos de reforço de toda a área, a fim de assegurar a segurança dos residentes e público ao redor da zona dos estaleiros de Lai Chi Vun”, aponta o mesmo comunicado.

29 Set 2017

Jogo | Estudo alerta para publicidades que apelam a superstições

O trabalho realizado pelos académicos Davis Fong, Lawrence Fong e Desmond Lam, da Universidade de Macau, sublinha os efeitos escondidos da publicidade de promoção ao casinos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] facto das estratégias de marketing dos hotéis com casinos apostarem em símbolos que apelam às superstições dos jogadores é um factor a que o Governo deveria tomar mais atenção, na altura de lidar com o problema do vício do jogo. A recomendação faz parte de um estudo da Universidade de Macau, feito pelos académicos Lawrence Fong, Desmond Lam e Davis Fong (futuro deputado), que foca as superstições, o envolvimento no jogo e o vício.

Ao apostarem em elementos como os amuletos, deuses e números associados ao factor sorte nas campanhas de publicidade, as estratégias de marketing apelam ao que os investigadores definem como as “superstições controláveis”. Ou seja as superstições em que os jogadores acreditam que podem influenciar o resultado do jogo. Este tipo de crença dos jogadores, segundo o estudo, é um sinal que pode indicar a existências de problemas de vício.

“Como as superstições controláveis aumentam o envolvimento no jogo, elementos como os deuses, amuletos, números e cores associados à sorte nas publicidades e design dos casinos devem revelar-se eficientes em fazer com que os indivíduos apostem em diversos jogos e experimentem outros novos”, explicam os autores nas conclusões.

“De um ponto de vista do jogo responsável, os operadores dos casinos devem considerar os efeitos prejudiciais causados pelas estratégias e medidas de marketing. Os reguladores devem acompanhar de muito perto o impacto desta estratégias e intervir, se necessário”, defendem.

Pouca atenção

Por outro lado, esta é uma área à qual o Governo de Macau não tem dado muita importância, no momento de considerar as estratégias para lidar com o problema do vício jogo. Esta é foi a opinião pessoal expressa por Lawrence Hoc, académico, que fez questão de sublinhar que não compromete os restantes colegas.

“O que observámos é que as publicidades em Macau não podem promover directamente elementos ligados ao jogo, mas vimos alguns indícios ou sugestões escondidas, que atraem pessoas aos casinos. É uma estratégia muito eficaz, caso contrário não seria tão utilizada”, afirmou o professor Lawrence Fong, ao HM.

“Mas com base no meu entendimento, a ligação entre as superstições e o comportamento dos jogadores é algo a que o Governo não tem prestado muita atenção, na altura de lidar com jogadores problemáticos. É por isso que sugerimos que o Governo veja as nossas conclusões e no futuro, quando definir políticas de jogo responsável, que tenha em atenção estes factores”, apontou.

Lawrence deixou igualmente um aviso: “A aposta e a crença nas ‘superstições controláveis’ é um dos factores que pode conduzir as pessoas a tornarem-se jogadoras compulsivas. É uma dimensão que o Governo precisa de considerar”, opinou.

Contudo, e em a favor da acção Governativa, Lawrence Hoc Nang Fong reconhece que esta é uma área que necessita de ser melhor explorada, para que no futuro seja possível perceber como as campanhas podem ser menos prejudiciais.

“É uma discussão que ainda precisa de ser mais explorada para haver um equilíbrio maior entre o marketing e as restrições que possam impedir que as pessoas desenvolvam problema”, admitiu.

O estudo, com o nome Controllable superstition and its relationship with enduring and behavioural involvement in gambling, que em português significa superstição controlável e sua relação com envolvimento permanente e comportamental em jogos de azar, foi publicado na revista International Gambling Studies.

29 Set 2017

Tribunal | Executivo ganha caso de recuperação de terreno na Taipa

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Companhia de Investimento Predial Pak Lok Mun perdeu no Tribunal de Segunda Instância o recurso interposto para evitar a perda da concessão de um terreno na Taipa, na Avenida de Kwong Tung, com uma área de 2 209 m2. A decisão foi conhecida ontem e a principal justificação prende-se com o facto do tribunal ter dado como provado que o terreno não foi aproveitado por responsabilidade da concessionária.

Depois de em 1964 a concessão, com um prazo de 50 anos, ter sido entregue para a construção de uma fábrica à empresa Fábrica de Artigos de Vestuário Estilo, que tinha como principal accionista Stanley Ho, em 1999 o contrato foi revisto. O terreno, que nunca tinha sido aproveitado, foi entregue à Pak Lok Mun, que actualmente tem sede no Hotel Lisboa. À empresa foi dado o prazo de 48 meses para construir a fábrica.

Porém, a Pak Lok Mun justificou que não conseguiu aproveitar o terreno, devido à crise do imobiliário vivia em Macau entre 1996 e 2004. Justificação que não foi aceite pelo tribunal.

“Se a crise estava em Macau desde 1996, como ela própria reconhece, e se durou até 2004, então qual o motivo porque aceitou a revisão do contrato e se comprometeu a cumpri-lo na data da sua celebração (1999)?”, questionaram os juízes. “Havia crise? Então, não aceitava o contrato, pelo menos naqueles moldes”, é ainda respondido no documento.

A primeira decisão de recuperar este terreno, conhecido como lote BT11, foi tomada, pelo Governo, em Maio 2015.

29 Set 2017

CCAC | Novo Macau pede investigacao a alegado caso de corrupção eleitoral

Apesar de André Cheong ter dito que a oferta de pão e leite, a troco de um pedido de voto, não é corrupção, a Associação Novo Macau pede ao CCAC que não ignore o caso e faça o seu trabalho

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Associação Novo Macau quer uma investigação formal ao caso de uma mulher que admitiu ter recebido um pequeno almoço, no dia das eleições, em troca de um pedido para votar na lista liderada por Ho Ion Sang. Logo nesse dia, o Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), através do líder André Cheong, disse que o caso não é corrupção, mas a associação entregou, ontem, uma queixa formal.

Scott Chiang, presidente demissionário da Associação Novo Macau, defende que o caso é flagrante e que está na altura do CCAC acordar e fazer o que lhe compete.

“Na queixa que entregámos estão anexadas as imagens captadas, pelos jornalistas, da senhora que admitiu ter recebido um pequeno-almoço para votar numa determinada lista, no dia das eleições. Para nós, esta é uma acção flagrante de tentativa de influenciar o livre voto das pessoas”, afirmou Scott Chiang.

“O CCAC recusou-se a fazer uma investigação e afirmou que a oferta de um pão e leite não é considerada corrupção. Perguntamos como é que definem corrupção, porque há uma oferta e apesar do valor da oferta poder ser maior ou mais pequeno, há um pedido para convencer as pessoas”, acrescentou.

Apesar da posição inicial do CCAC, Chiang sublinhou que espera que com esta queixa haja uma investigação mais profunda aos indícios apresentados. Isto apesar de André Cheong já ter excluído a existência de corrupção.

Fracas esperanças

“Admito que não tenho muita fé que esta queixa oficial faça com que o CCAC finalmente investigue o que lhe compete. Mas queremos que, pelo menos, sejam obrigados a fornecer uma resposta oficial e a explicar porque não houve uma investigação profunda”, apontou o presidente da Novo Macau.

Em relação à pronta resposta do CCAC, no dia das eleições, a Associação diz que o organismo liderado por André Cheong não quis ver o caso de corrupção: “foi um acto filmado de forma muito flagrante pelos jornalistas, mas o CCAC virou a cara para não ver o que estava a acontecer”, acusou Scott Chiang.

“É suposto que façam o trabalho deles na luta contra a corrupção. Temos fé que acordem um dia e se lembrem que há trabalho para fazer. Numa perspectiva realista, sabemos que existem irregularidades na oferta de banquetes e prendas pelas listas, mas normalmente os pedidos de voto nunca surgem nessas ocasiões. Desta vez, isso aconteceu”, explicou.

“É um caso muito flagrante. Se isto não resulta numa investigação, não sei que práticas são investigados. Se o CCAC decidir que não vai fazer nada, então não percebo para que existe”, acrescentou.

No dia das eleições, o canal iCable transmitiu as imagens de uma senhora a admitir que lhe tinham oferecido um pão e leite, pedindo-lhe que votasse na lista número dois. No entanto, uma funcionária do Centro de Convívio do Bairro do Hipódromo, Bairro da Areia Preta e Iao Hon, onde oferta terá acontecido, negou que tivesse havido um pedido de voto.

Em declarações ao HM, Scott Chiang abordou a questão do novo presidente da associação, dizendo que neste momento compete à direcção tomar uma decisão. A escolha deve ser conhecida antes de 16 de Outubro, quando o membro Sulu Sou assume o cargo de deputado da Assembleia Legislativa.

29 Set 2017

Lei Básica | Sulu Sou quer apresentar proposta de revisão

Sulu Sou, um dos novos deputados eleitos no passado dia 17, vai propor uma revisão à Lei Básica, para que os 33 tribunos da Assembleia Legislativa possam, um dia, ser eleitos pelo sufrágio universal, eliminando o sufrágio indirecto e as nomeações

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] mais jovem deputado da Assembleia Legislativa (AL), o democrata Sulu Sou, vai propor uma revisão à Lei Básica de modo a prever explicitamente que o hemiciclo seja, um dia, totalmente eleito pela população.

“Vamos propor uma revisão à Lei Básica, ao artigo 68.º, para que conste que os deputados são eleitos de forma directa”, disse o jovem de 26 anos, em entrevista à Lusa.

O artigo em questão afirma que “a AL é constituída por uma maioria de membros eleitos”, remetendo depois para um anexo sobre a metodologia para a eleição.

A maioria, no entanto, não é a totalidade, e Sulu Sou deseja ver explícito na lei que Macau vai caminhar para um hemiciclo totalmente eleito por sufrágio universal. O jovem, membro da Associação Novo Macau (ANM), pretende propor esta revisão no início do seu mandato  como deputado.

Este é um primeiro passo, mas a plataforma política da sua lista – Associação do Novo Progresso de Macau – continua a defender o sufrágio universal para a eleição do líder do Governo em 2019, tal como a ANM defende desde 2007.

Questionado sobre a real possibilidade de conseguir essa revisão, Sulu Sou sublinhou ser preciso “ter confiança”. “Se nós não tivermos, os cidadãos também não acreditam”, disse.

O trabalho de fora

Apesar destes planos, o democrata defendeu que o trabalho mais importante, no que toca à reforma política, faz-se fora da AL: “Essa é só uma parte. O nosso objectivo é educar a sociedade civil, promover os benefícios da reforma política junto dos cidadãos, especialmente os jovens. Vamos tentar ir às escolas falar com os alunos”.

É preciso uma “maior consciencialização sobre democracia, liberdade e protecção dos direitos humanos na sociedade”, sublinhou.

“Os jovens sabem dos problemas políticos em Macau, mas têm medo de expressar a sua opinião porque as escolas, os ‘media’, os pais, dizem-lhes que são assuntos sensíveis e eles controlam-se, não falam disso. É um tipo de censura, é um problema cultural antigo e profundo”, lamentou.

Na sua opinião, o grande motivo para o movimento democrático não ter ganho em Macau a pujança que tem em Hong Kong prende-se com as dificuldades económicas que os jovens enfrentam na antiga colónia britânica, mais suaves em Macau.

“Há uma diferença grande em relação aos jovens de Macau e Hong Kong: o desenvolvimento económico. Em Macau, as pessoas têm uma vida melhor que os seus pais, mas em Hong Kong, a vida dos jovens é pior que a dos seus pais. Por isso eles lutam mais, são mais radicais e mais contra o governo”, resumiu.

Isso não quer dizer que os jovens de Macau não enfrentem problemas. Sulu Sou destacou os problemas com a habitação, que fazem com que filhos adultos vivam com os pais em casas pequenas. “Às vezes não querem casar por causa das dificuldades com a habitação”, comentou.

Do mesmo modo, enfrentam problemas no que toca ao “desenvolvimento profissional”, “fazem um curso e depois não podem exercer a profissão”, descreveu.

Apesar disto, Sulu Sou considerou que o movimento democrático em Macau tem evoluído, “ainda que devagarinho”.

“Acho que o resultado das eleições mostra que o apoio ao campo pró-democracia aumentou. Eu, Ng Kuok Cheong e Au Kam San tivemos mais de 30 mil votos”, disse, referindo-se aos dois deputados democratas que foram reeleitos.

29 Set 2017

AL | Chui Sai Cheong e Vong Hin Fai apontados à vice-presidência

Analistas acreditam que a falta de deputados ligados ao sector laboral com experiência vai levar a que o vice-presidente da AL seja um dos legisladores eleitos por sufrágio indirecto

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]esde a transferência da soberania que na Assembleia Legislativa houve sempre um deputado próximo do sector laboral a ocupar o cargo de presidente ou vice-presidente. Ao mesmo tempo, o outro cargo é tradicionalmente ocupado por um deputado ligado aos interesses comerciais. Todavia, este equilíbrio está perto de chegar ao fim.

De acordo com os analistas políticos Larry So e Bruce Kwong, na escolha do presidente e do vice-presidente a experiência e a idade são os principais critérios tidos em conta. Porém, se em relação à presidência da AL, os académicos defendem que Ho Iat Seng vai continuar a exercer o cargo, a questão torna-se mais complicada na eleição do vice-presidente.

Após as eleições e nomeações, So e Kwong consideram que é difícil encontrar um deputado ligado aos trabalhadores com o perfil indicado para assumir a vice-presidência. Nesse cenário, Chui Sai Cheong, e Vong Hin Fai emergem como os candidatos mais prováveis para o lugar, apesar de estarem ligados ao sector comercial.

“Não se pode tomar uma decisão a pensar apenas na lógica de equilíbrios entre deputados ligados aos interesses dos operários e deputados do sector comercial. A lógica da AL, tem-nos mostrado que o número de anos como deputado é um dos factores mais importantes na decisão”, disse Larry So, ao HM.

“Neste sentido, Chui Sai Cheong é um nome forte, porque o critério da experiência vai ser tido em conta. Mas prefiro não arriscar um prognóstico porque há outros nomes que podem ser eleitos”, acrescentou o comentador.

Em relação à eleição de um deputado ligado aos trabalhadores, Bruce Kwong refere que Ho Ion Sang seria a escolha mais provável. No entanto, frisa não acreditar que o homem ligado à União Geral dos Moradores vá ser eleito.

“Acho que o vice-presidente vai ser um dos deputados eleitos indirectamente e ligados aos interesses comerciais. Nomes como o de Chui Sai Cheong e Vong Hin Fai parecem-me estar entre os mais fortes”, afirmou Bruce Kwong, ao HM.

“Ho Ion Sang poderia ser considerado, mas como ele apenas está no segundo mandato, acho que não vai reunir os apoios necessários”, acrescentou.

Caso o homem dos Kaifong fosse eleito vice-presidente, repetiria o feito de Lam Heong Sang, actual vice-presidente da AL. Lam, que faz parte da Federação das Associações dos Operários de Macau, foi eleito indirectamente para o órgão legislativo pela primeira vez em 2009, tendo assumido o cargo de ‘vice’ em 2013.

Contudo, o académico Éric Sautedé não vê qualquer impedimento à eleição de Ho para vice-presidente: “Não vejo qualquer motivo para que um dos deputados ligados aos direitos dos trabalhadores não se torne vice-presidente. Tiveram bons resultados nestas eleições e os assuntos laborais vão ser muito importantes durante o novo mandato da Assembleia Legislativa”, defendeu, em declarações ao HM.

Fora do jogo

Com base na idade e experiência, Ng Kuok Cheong poderia ser uma das pessoas com hipóteses de assumir o cargo, contudo as suas ideias políticas afastam-no de uma eventual eleição, explicou o académico Bruce Kwong.

“Ng Kuok Cheong é um tipo de deputado que nem vai ser considerado, apesar de lá estar desde 1992. Tem ideias e opiniões muito pró-democratas, o que faz com que não consiga os apoios necessários”, apontou Kwong.

Entre os deputados eleitos indirectamente, Chui Sai Cheong, irmão mais velho do Chefe do Executivo, e Kou Hoi In são os que têm mais experiência, estando na AL desde 1999. Vong Hin Fai também foi eleito pela primeira vez em 1999, mas não esteve no hemiciclo entre 2005 e 2009.

28 Set 2017

Leong Sun Iok contra medidas punitivas a trabalhadores dos casinos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo iniciou o processo de consulta pública sobre a alteração do diploma relativo ao “condicionamento da entrada, trabalho e jogo nos casinos”, que visa proibir os trabalhadores do jogo de entrarem noutros casinos que não sejam o seu local de trabalho, pelo que estarão poderão jogar. Segundo o jornal Ou Mun, Leong Sun Iok, deputado eleito e número dois de Ella Lei, disse estar contra a criação de medidas punitivas a serem definidas pelas operadoras de jogo. Ainda assim, o político considera que esta medida pode reduzir a ligação dos funcionários dos casinos ao jogo.

Leong Sun Iok nota que, desde que o Governo avançou com a ideia de proibição da entrada dos funcionários do jogo nos casinos, a FAOM recebeu várias opiniões. Quanto às vozes a favor, aponta-se que no passado registaram-se vários funcionários nos casinos viciados em jogo, pelo que a nova medida os poderá ajudar. Quem está contra aponta que está em causa a violação da liberdade de cada um.

O relatório do Registo Central dos Indivíduos Afectados pelo Distúrbio do Vício do Jogo, do Instituto de Acção Social (IAS) mostra que a maioria dos que estão registados trabalham nos casinos. Leong Sun Iok acredita que as novas medidas podem ajudar os viciados em jogo patológico, mas poderão ainda originar conflitos, relacionados a violação dos direitos e interesses laborais ou a privacidade dos próprios funcionários.

Direitos iguais

O número dois de Ella Lei lembrou ainda o facto dos funcionários públicos poderem apresentar um pedido à Administração para entrarem nos casinos, pelo que os trabalhadores do jogo também devem ter esse direito. A título de exemplo, essas permissões devem fazer-se caso os trabalhadores queiram aprender mais sobre o jogo, recolher dados para fins académicos ou ainda em “situações especiais”, desde que não sejam realizadas apostas.

Leong Sun Iok referiu ainda ser fundamental aumentar a consciência dos jogadores para este problema, além de considerar necessário que as operadoras reforcem a educação e a divulgação de informações sobre o vício do jogo.

28 Set 2017

Óbito | Faleceu jornalista Luís Andrade de Sá

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] jornalista da agência Lusa Luís Andrade de Sá morreu ontem, aos 58 anos, após doença de foro oncológico. Nascido a 31 de Dezembro de 1958, em S. Julião, Setúbal, Luís Manuel Andrade de Sá iniciou-se no jornalismo em 1984, tendo feito grande parte da sua carreira em Macau, trabalhando em órgãos locais e também como correspondente de vários media portugueses. Foi admitido na Lusa em Setembro de 2000, tendo exercido diversas funções na agência ao longo de 17 anos. Assumiu as funções de editor adjunto da secção de Nacional entre Janeiro de 2001 e Março de 2003, passando a ocupar o cargo de chefe da Delegação de Maputo entre Fevereiro de 2004 e Outubro de 2007.

Voltou a Lisboa em Fevereiro de 2007 com a responsabilidade de editor da Lusofonia, função que cumpriu até 31 de Outubro do mesmo ano. Foi promovido no primeiro dia de Novembro desse mesmo ano a chefe de redacção, funções que cumpriu por quatro anos, até Fevereiro de 2011.

Em Março de 2011, Luís Sá voltou a chefiar a delegação de Maputo, até Maio de 2014. Luís Andrade de Sá é autor de vários livros sobre Macau, entre eles a ‘Aviação em Macau: um século de aventuras’, ‘The Boys from Macau’, ‘Hotel Bela Vista’ e ‘A memória na bagagem’.

O jornalista Luís Sá encontrava-se internado numa clínica na região de Setúbal depois de lhe ter sido diagnosticado um tumor, há cerca de dois anos, e deixa mulher e dois filhos.

A Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM) expressou o seu lamento face ao falecimento do jornalista. “A AIPIM lamentou profundamente o desaparecimento do nosso colega de profissão, camarada , sócio da AIPIM e amigo Luís  Andrade Sá. A AIPIM expressa as mais sentidas condolências à sua família neste momento de tanta dor. Luís Sá é um nome incontornável do jornalismo de Macau e  de Portugal ao longo das últimas décadas, tendo deixado uma marca indelével como editor, repórter  e companheiro de trabalho.  Para a eternidade fica o seu fulgor, sagacidade e grande qualidade do seu trabalho jornalístico”, pode ler-se.

28 Set 2017

CCAC | Trabalhadores do IACM lucravam com fiscalizações em obras

Funcionários aproveitaram os poderes de fiscalização de obras públicas para criarem esquemas com que obtiveram ganhos ilegais. Um dos suspeitos sofre do vício do jogo

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ois trabalhadores ligados ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) são suspeitos de se terem aproveitado dos cargos na fiscalização de obras para obterem lucros indevidos. De acordo com uma investigação do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), os indivíduos cometeram os crimes de abuso de poder, abuso de confiança, falsificação de documentos, burla com valor elevado, branqueamento de capitais e “inexactidão de elementos” no preenchimento das declarações de rendimentos.

Segundo a investigação, um funcionário dos Serviços de Saneamento, Vias e Manutenção Urbana, de apelido Kou, montou um esquema que lhe permitiu lucrar cerca de 550 mil patacas, em três anos. A estratégia passava por pressionar as empresas vencedoras dos concursos públicos a subconcessionarem os trabalhos nas vias à empresa de um alegado amigo.

A empresa do alegado amigo, era representada pelo próprio Kou, e subconcessionava, depois, os trabalhos a outras construtoras locais, que cobravam um preço inferior ao pago às concessionárias pelo Governo. Desta forma, o suspeito ficava com a diferença dos dois preços, tendo obtido deste modo 550 mil patacas.

Kou exigia aos empreiteiros que alinhassem no esquema, caso contrário deixava implícito que ia colocar tantos problemas quanto possível na fiscalização dos trabalhos.

“Nos últimos três anos, o inspector Kou adquiriu, dessa forma enganosa, projectos de obras de várias empresas, envolvendo cerca de 550 mil patacas, e terá praticado os crimes de abuso de poder, falsificação de documentos, burla com valor elevado, e branqueamento de capitais”, pode ler-se no comunicado emitido pelo CCAC.

Além do esquema, Kou exigia às empresas responsáveis pelas obras que lhe comprassem panchões e fogo-de-artifício por preços acima dos praticados no mercado. Quando os empreiteiros recusavam comprar os produtos, deparavam-se com vários obstáculos nas inspecções e com a aplicações de sanções. Já as empresas que se disponibilizavam para comprar os panchões vendidos por Kou tinham critérios menos apertados na inspecção dos trabalhos.

Ligado à máquina

As acções de Kou foram motivadas pelo vício do jogo, sendo que o inspector entrava e jogava frequentemente “nos casinos com slot-machines, mesmo durante o horário de serviço, nas faltas por doença ou enquanto se encontrava supostamente em situação de apoio a familiares doentes”. Kou terá mesmo perdido a maior parte dos ganhos indevidos em casinos do território.

O outro inspector sob suspeita tem o apelido Wong e desde Fevereiro que deixou o IACM, onde trabalhava na Direcção de Vias Públicas. Segundo a acusação, Wong criou uma empresa em nome do irmão para receber a subconcessão de várias obras nas vias públicas. As fiscalizações às obras tinham um tratamento especial e não recebiam sanções.

“O inspector Wong conseguiu ser empreiteiro ganhando, com a sua empresa, diversas subconcessões daquele tipo de obras, sem ter em atenção as questões relativas aos impedimentos previstos na lei, e aplicando propositadamente critérios de fiscalização às obras menos rigorosos”, explica o CCAC.

Wong foi o responsável pela fiscalização de 30 obras feitas por esta empresa, entre 2014 e o ano passado.

A investigação começou depois de várias denúncias e está agora a ser acompanhada pelo Ministério Público.

28 Set 2017

Pequim | Palestina integrada na Interpol como estado-membro

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) aprovou ontem a entrada da Palestina no organismo com o apoio dos estados-membros, segundo fontes da delegação palestiniana.

A votação, que se realizou durante a 86.ª Assembleia-Geral da agência internacional que decorreu nos últimos dias em Pequim, contou com o apoio de 75 Estados-membros.

No entanto, durante a votação 34 países abstiveram-se e outros 24 votaram contra, entre eles Israel e os Estados Unidos, que se opuseram desde o primeiro momento à entrada da Palestina na Interpol.

A última tentativa para conter a entrada da Palestina no organismo aconteceu na terça-feira quando os EUA apresentaram uma moção para travar o processo de admissão, que não foi aprovado pelos outros Estados-membros.

A Palestina já tinha tentado integrar a Interpol durante a anterior Assembleia-Geral que decorreu em Bali, na Indonésia, quando a votação sobre a admissão foi suspensa.

Na altura, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e a polícia israelita mostraram-se satisfeitos com a decisão, que consideraram um “triunfo para a diplomacia de Israel”.

A Palestina, que em 2012 foi admitida “como Estado observador” na ONU, esperava integrar a Interpol como parte da sua estratégia para conquistar o reconhecimento internacional face à estagnação do processo de paz com Israel e à falta de perspectiva de um acordo entre as partes.

Em 2011, a Palestina foi admitida como membro da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e em 2015 do Tribunal Penal Internacional.

A Assembleia-Geral da Interpol aprovou também a entrada das Ilhas Salomão. O Kosovo, que também tinha pedido a adesão, retirou a candidatura na terça-feira por falta de apoio.

Com a entrada da Palestina e das Ilhas Salomão, a organização fica composta por um total de 192 membros.

28 Set 2017

Saúde | Pequim investe em força no combate à Sida

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] governo central da China destinou 4,6 mil milhões de yuans  para o controlo e tratamento do HIV/Sida em 2016, informou na terça-feira Wang Guoqiang, sub-director da Comissão Nacional da Saúde e do Planeamento Familiar.

A China estabeleceu uma rede inicial de serviços preventivos, em que os departamentos do governo tomam a iniciativa e o público também participa, disse Wang.

A rede, que abrange tanto áreas urbanas como rurais, inclui testes de HIV, tratamento e observações de seguimento para evitar que os pacientes infectados transmitam o vírus, disse Wang na Conferência Nacional 2017 sobre o HIV/Sida, realizada em Guangzhou, na Província de Guangdong.

Wang, também director da comissão de prevenção e controlo do HIV/Sida do Conselho de Estado, disse que a China evitou quase de forma completa a transmissão do HIV mediante as transfusões sanguíneas ilegais, o uso compartilhado de seringas e contágios de mãe para filho.

Tristes números

De acordo com dados oficiais, até ao final de Junho a China tinha cerca de 420 mil pessoas contagiadas com o HIV e 300 mil pacientes de Sida. Mais de 221 mil pessoas morreram pelo vírus desde que há registos.

Han Mengjie, do Centro para Controlo e Prevenção de Doenças, calcula que entre 20% e 30% dos pacientes do HIV/Sida não sabem que estão infectados ou não reportaram, e advertiu que o controlo do síndrome continua a ser um desafio.

Han assinalou que as relações sexuais sem protecção tornaram-se no principal meio de transmissão, e que o vírus se propaga entre as populações idosas, jovens e de homossexuais.

“A prostituição e as actividades sexuais estimuladas pelo abuso de drogas e aplicativos de redes sociais representaram ameaças para o controle do HIV/Sida”, indicou Han.

Enquanto o governo põe ênfase na prevenção do HIV/Sida, os cientistas procuram avanços no tratamento.

Wang Fusheng, especialista em controlo de epidemias da Academia Chinesa de Ciências, dirige uma investigação sobre terapia de imunocitos. Diferente dos tratamentos antivirais convencionais, a equipa de Wang estuda as deficiências imunológicas depois de afectado o  CD4, uma glicoproteína descoberta na superfície das células imunes.

Os pacientes que participaram na terapia apresentaram menos sintomas ou sintomas sob controlo em menos de duas semanas. O número de células CD4 dos seus corpos restauraram-se e o peso aumentou de maneira significativa, disse Wang.

O número de células CD4 é um indício da saúde do sistema imunológico. O número normal de células CD4 varia entre 500 e 1.600 por milímetro cúbico num adulto saudável. O HIV debilita o sistema imune ao danificar as células CD4 em funcionamento.

“Já tratamos 25 pacientes e a investigação continua”, disse o especialista.

28 Set 2017

Ex-primeira-ministra tailandesa condenada a cinco anos de cadeia

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] ex-primeira-ministra tailandesa Yingluck Shinawatra foi ontem condenada à revelia a cinco anos de cadeia por negligência num programa de ajudas de arroz que causou perdas milionárias durante o seu mandato (2011-2014).

A sentença que condena Yingluck, que se encontra no exílio depois de ter fugido do país no final de Agosto, foi pronunciada unanimemente por nove juízes do Tribunal Supremo, que anunciaram a emissão de um mandado de captura contra a ex-governante.

Yingluck, que enfrentava uma pena máxima de dez anos de prisão, manteve a sua inocência desde o início do julgamento e disse que a acusação tinha motivos políticos e estava relacionada com a junta militar que governa a Tailândia desde 2014.

Antes que seja tarde

A ex-primeira-ministro fugiu do país uns dias antes da audiência programada para 23 de Agosto, na qual o Supremo previa emitir a sentença, que acabou adiada para ontem devido à não comparência da réu.

De acordo com fontes familiares, Yingluck fugiu para o Dubai, onde o irmão e ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra também está no exílio.

Os juízes decidiram que a ex-líder é culpada de não supervisionar o plano de apoio ao arroz, o que, de acordo com a comissão anti-corrupção, causou prejuízos de18,3 milhões de dólares e fomentou a corrupção.

A ex-chefe de governo foi deposta após uma controversa decisão do Tribunal Constitucional, em que foi acusada de abuso de poder por influenciar a libertação de um alto funcionário poucos dias antes de o exército assumir o poder, no golpe em 22 de Maio de 2014.

Yingluck chegou ao governo em 2011, depois de ganhar por maioria absoluta à frente do Pheu Thai, um dos partidos criados por Thaksin, que também foi deposto por golpe de estado em 2006 e condenado em 2008, à revelia, a dois anos de prisão por abuso de poder.

28 Set 2017