Hoje Macau PolíticaRAEM 25 anos | Celebrações e férias levam a reforço de segurança As autoridades de Macau ponderam activar o centro de comando conjunto interdepartamental para assegurar a ordem pública durante as festividades tradicionais e as cerimónias de celebração dos 25 anos da RAEM. O anúncio foi feito ontem através do portal do Gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, na secção “Tu e a Segurança”. Por um lado, a mobilização de recursos procura garantir a segurança dos vários eventos que vão ser realizados na RAEM, como grandes espectáculos ao ar livre. “As autoridades de segurança procederam, com antecedência, a trabalhos preparatórios relativos à realização de actividades festivas e comemorativas de grande envergadura, e irão, conforme a dimensão do recinto, o número estimado de pessoas presentes nesse recinto, os riscos eventuais para a sociedade e a situação real, activar o centro de comando conjunto interdepartamental”, foi indicado. “No dia da realização das actividades, e consoante o fluxo de pessoas no local, o CPSP mobiliza as forças policiais para fazer a triagem de pessoas e facilitar a mobilidade de pessoas concentradas no local”, foi acrescentado. Por outro lado, serão mobilizados mais recursos para as fronteiras, para fazer face ao aumento do número de entradas e saídas no território. “Para lidar com os períodos em que há um maior fluxo de pessoas, o CPSP elaborou antecipadamente planos de controlo de multidões nos pontos turísticos e nos postos fronteiriços, reforçou as medidas de controlo de trânsito, a manutenção da ordem e a gestão de emergências”, foi garantido.
Hoje Macau PolíticaForças Armadas | Ministério da Defesa elogia guarnição de Macau A guarnição do Exército de Libertação Popular da China estacionada em Macau vai continuar a ser um “baluarte da prosperidade e estabilidade” da região administrativa especial, afirmou na sexta-feira o porta-voz do Ministério da Defesa chinês. O destacamento das Forças Armadas da República Popular da China em Macau “vai assegurar a sua competência contínua para manter a confiança dos residentes locais e salvaguardar a prosperidade e a estabilidade de Macau”, afirmou Wu Qian, em conferência de imprensa. As tropas do Exército chinês foram destacadas para Macau em 1999, após a transferência da soberania da região de Portugal para a China, para assumirem responsabilidades de defesa. No dia 20 deste mês celebram-se 25 anos do estabelecimento da RAEM, na sequência da transição, sob um acordo que garantiu ao território 50 anos de autonomia, a nível executivo, legislativo e judicial, ao abrigo do princípio “Um País, Dois Sistemas”. As competências da Defesa e política externa estão, no entanto, sob tutela do Governo Central da China. “Ao longo dos últimos 25 anos, a guarnição tem desempenhado com sucesso as suas funções de defesa”, frisou Wu, destacando a “melhoria da sua prontidão de combate, através de treinos rigorosos e exercícios conjuntos regulares”. “Estes esforços reforçaram a capacidade das forças para responder prontamente a potenciais ameaças”, vincou. Wu destacou a participação “activa” dos soldados chineses no serviço comunitário, incluindo a doação de sangue e os esforços de auxílio em caso de catástrofe, como aconteceu depois da passagem do Tufão Hato, em 2017, pelo território.
Hoje Macau Entrevista MancheteFrancisco Leandro, autor e professor na Universidade de Macau: “Apoio do país reforça o papel de plataforma de Macau” Entrevista de Gang Wen ao jornal China Daily Francisco Leandro, professor associado da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Macau, afirma que o apoio da nação permitiu à RAEM servir de centro de comércio, investimento e interações culturais entre a China e as comunidades de língua portuguesa. Como vê o desenvolvimento de Macau desde o seu regresso à Pátria? Entre as realizações da cidade, quais as que mais o impressionaram? E quanto ao seu sector, houve algum progresso importante nos últimos 25 anos? O 25.º aniversário do regresso de Macau à Pátria e da criação da Região Administrativa Especial de Macau constitui um marco significativo na história da região, reflectindo um processo diplomático bem sucedido e demonstrando a sua atual estabilidade política e económica. Actualmente, a RAE de Macau goza de estabilidade política e está profundamente integrada nos planos de desenvolvimento nacionais. A governação da cidade ao abrigo do princípio “um país, dois sistemas” permitiu-lhe manter um elevado grau de autonomia, ao mesmo tempo que se alinhava com as políticas nacionais. Esta integração facilitou o crescimento económico de Macau, tornando-o uma parte vital da estratégia económica mais ampla do país. A estratégia de desenvolvimento socioeconómico de Macau está consagrada na política “um centro, uma plataforma, uma base”. Este quadro tem por objetivo posicionar a RAEM como um centro mundial de turismo e lazer, reforçando a sua atração como destino turístico global. Além disso, a RAEM funciona como uma plataforma de cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa, promovendo o comércio internacional e o intercâmbio cultural. A RAE de Macau está também a tornar-se uma base de intercâmbio e cooperação cultural, promovendo interações culturais e a conservação do património. Esta abordagem multifacetada apoia a integração de Macau nos planos de desenvolvimento nacionais e reforça a sua presença global. A posição única da RAEM como ponte entre a China, em particular a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, e os países de língua portuguesa sublinha a sua importância estratégica. O conceito de “uma plataforma, três centros” realça o papel de Macau na promoção do intercâmbio económico e cultural. Esta plataforma permitiu à cidade servir de plataforma para o comércio, o investimento e as interações culturais, reforçando os laços entre a China e o mundo lusófono. O desenvolvimento de Macau como um centro de turismo e lazer, juntamente com a promoção de quatro indústrias principais – convenções e exposições, indústrias culturais e criativas, medicina tradicional chinesa e serviços financeiros modernos – diversificou a sua economia. Estas iniciativas não só impulsionaram a actividade económica, como também reforçaram a atração global de Macau como destino turístico. O governo central adoptou uma série de políticas para Macau. Existe alguma medida específica que tenha beneficiado o seu sector? Como? O Interior da China e o Acordo de Parceria Económica Reforçada (CEPA) de Macau desempenham um papel crucial na Grande Baía e na promoção dos laços com os países de língua portuguesa. Ao promover a cooperação comercial e económica, o CEPA reforça a posição da RAEM como ponte entre a China e os países lusófonos. Este acordo facilita o acesso ao mercado, o investimento e o intercâmbio cultural, promovendo Macau como um centro de negócios internacional. Além disso, o CEPA apoia a integração de Macau na Área da Grande Baía, contribuindo para o desenvolvimento regional e a diversificação económica. Este papel estratégico sublinha a importância de Macau nas iniciativas económicas e diplomáticas mais amplas do país. A promoção do ensino superior na RAE de Macau desempenhou igualmente um papel crucial no seu desenvolvimento. Ao investir na educação e na investigação, Macau contribuiu para os objectivos de desenvolvimento nacional e posicionou-se como um centro de excelência académica. Esta aposta na educação permitiu criar uma mão de obra qualificada, essencial para sustentar o crescimento económico e a inovação. A Universidade de Macau é altamente considerada nos rankings académicos globais. Foi classificada em 180º lugar no World University Rankings 2025 pela Times Higher Education, e em 245º lugar no QS World University Rankings 2025. Para além disso, a Universidade de Macau está classificada em 262º lugar nas Melhores Universidades Globais pelo US News & World Report. Estas classificações reflectem o compromisso da universidade com a excelência no ensino e na investigação, particularmente em áreas como a inteligência artificial, a engenharia e as ciências sociais. A forte colaboração internacional e a investigação inovadora da universidade contribuem significativamente para a sua estimada posição global. Este ano assinala-se o terceiro aniversário da criação da Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau em Hengqin. Na sua opinião, como é que Macau deve continuar a tirar partido das vantagens da zona para se desenvolver a si próprio e ao sector da educação? A Zona de Cooperação de Hengqin é um dos principais objectivos dos esforços de modernização de Macau. Esta zona tem sido fundamental para impulsionar a inovação e a diversificação económica, proporcionando um espaço para novas indústrias e promovendo uma integração mais estreita com o continente. A zona exemplifica o empenhamento de Macau na modernização e o seu papel estratégico no desenvolvimento regional. Macau é uma mistura única das culturas chinesa e portuguesa. Na sua opinião, como é que esta fusão pode ajudar a nação a reforçar a comunicação com a comunidade internacional e a contar as boas histórias da China? Macau é uma mistura fascinante de culturas, onde o Oriente se encontra com o Ocidente de uma forma única e harmoniosa. A sua paisagem linguística é um testemunho da sua herança multicultural. O chinês é a língua oficial e a língua portuguesa pode ser utilizada para fins oficiais, reflectindo os laços históricos de Macau com Portugal e as suas raízes chinesas. O inglês é também amplamente falado, especialmente nos negócios e no turismo, o que faz de Macau uma sociedade verdadeiramente multilingue. O sistema jurídico da RAEM é outro domínio em que esta mistura cultural é evidente. Baseado no sistema de direito civil português, foi adaptado ao contexto local no âmbito do princípio “um país, dois sistemas”. Este sistema jurídico duplo permite uma mistura única de tradições jurídicas chinesas e ocidentais, assegurando que o ambiente jurídico de Macau é familiar aos seus residentes e acessível às empresas internacionais. A abordagem de Macau à resolução extrajudicial de conflitos comerciais realça ainda mais a sua política multicultural. A cidade oferece vários serviços de arbitragem e mediação que servem tanto as partes locais como as internacionais, promovendo a resolução eficiente e amigável de litígios. A política de cidade aberta e a atitude multicultural de Macau são a chave do seu sucesso como centro global. A cidade acolhe pessoas de todo o mundo, promovendo uma comunidade diversificada e inclusiva. Esta abertura reflecte-se nos seus festivais, na sua gastronomia e na sua vida quotidiana, onde diferentes culturas coexistem e se enriquecem mutuamente. Essencialmente, a mistura de línguas, sistemas jurídicos e atitudes multiculturais de Macau torna-a um lugar único e dinâmico, que estabelece pontes entre culturas e promove ligações globais. Que realizações gostaria de ver concretizadas por Macau nos próximos 25 anos? Em resumo, o futuro de Macau é brilhante, com uma maior integração com a China continental, o seu papel central no comércio internacional, um crescimento económico diversificado e uma forte presença global. Estes elementos assegurarão o êxito e o desenvolvimento contínuos de Macau na cena mundial. O 25.º aniversário do regresso de Macau à pátria celebra não só uma conquista diplomática bem sucedida, mas também as contribuições contínuas da região para o desenvolvimento nacional e mundial. As iniciativas estratégicas de Macau e a sua integração nos planos nacionais sublinham a sua importância como região dinâmica e virada para o futuro.
Hoje Macau EventosUCCLA espera renovação para “evitar acabar em museu” O novo secretário-geral da UCCLA quer modernizar a instituição “sem preconceitos” e com os olhos nos jovens lusófonos, aprendendo e aplicando o seu mundo nas várias actividades para evitar que esta associação intermunicipal se transforme num museu. Em entrevista à agência Lusa, a primeira desde que tomou posse como secretário-geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), em Outubro, Luís Campos Ferreira disse que encontrou uma instituição com alicerces fortes, que é respeitada, credível e está estruturada. A UCCLA “não precisa de reforçar alicerces, mas precisa de adaptar-se aos novos tempos e às novas gerações”, disse. “Temos de conseguir que as novas gerações não percam as relações que as gerações mais velhas tinham, relações muitas vezes a preto e branco, de tensão, de afectos e desafectos, de encontros e desencontros; mas eram relações, existiam, estavam lá”, defendeu. “Estamos a falar de novos ciclos. Não podemos ficar agarrados ao bem ou ao mal do passado, não é bom para ninguém: Ajustes de contas por um lado e saudosismos por outro (…) não chegam para alimentar as necessidades dos mais novos”, prosseguiu. Sobre a forma como pretende concretizar este impulso junto das gerações mais novas, disse apostar na continuidade dos métodos tradicionais, que “não devem ser abandonados”, como “as ligações entre as universidades”, fomentando eventos musicais, desportivos, culturais “com que os mais novos se identifiquem”. “Mas há um novo mundo. A língua é a mesma, mas há uma nova linguagem” e, nesse sentido, lembrou que os mais jovens têm uma linguagem estética, comportamental, de aprendizagem e de comunicação “diferente” e que “tem a ver com o mundo digital, com as novas realidades, a inteligência artificial, a própria evolução da maneira como os jovens veem a vida e as esperanças que eles têm”. Uma nova linguagem Para Luís Campos Ferreira, o papel da UCCLA deve ser o de acompanhar e fomentar essa nova linguagem, sendo “um espaço de oportunidades dessas novas linguagens”. E exemplificou: “Nós estamos habituados a exposições de pintura tradicional. A arte hoje é muito mais do que isso, a arte digital é um infinito. Nós próprios, tal como na área da economia, muitas vezes temos dificuldades em acompanhar essas evoluções, e falar de bitcoins…, são mundos escuros que muitas vezes temos dificuldades em perceber a lógica e o racional que preside àquilo. O mesmo acontece nas artes”. “Nós devemos, ao nível dos eventos, ao nível da criação de encontros e de culturas, promover que sejam à volta destas novas zonas em que os jovens se identificam e que sabem muito mais que nós sobre isso”, disse. “A UCCLA que eu vim encontrar precisa de partir para aí. Não é por uma questão de moda, não é por uma questão de rutura com o passado e, por isso, de preconceito. É por uma questão de manter vivas estas relações, porque senão transformamo-nos num museu da lusofonia”, advertiu. O próximo ano será “um bom teste” para esta nova forma de comunicar da UCCLA, em que o novo secretário-geral está empenhado, uma vez que a instituição celebra 40 anos, a par de outros três acontecimentos: Os 50 anos da independência da maior parte dos países de língua portuguesa, os 25 anos da transição de Macau e os 500 anos de Camões. “Vamos tentar ter acções muito simples, muito exequíveis, já com o foco nas novas gerações”, disse, acrescentando que as mesmas só terão sentido com jovens, “de idade e de espírito”, que tragam “novas formas de comemorar e de celebrar, que não sejam apenas aquelas cerimónias cheias de talha dourada e já com algum bolor do tempo”.
Hoje Macau China / ÁsiaTóquio pede a Pequim que proteja os seus cidadãos no aniversário do Massacre de Nanjing O Japão instou ontem a China a reforçar a segurança dos seus cidadãos que vivem e visitam o país, especialmente no contexto do aniversário do Massacre de Nanjing, uma data historicamente sensível para Pequim. A embaixada do Japão na China emitiu um comunicado a alertar os cidadãos japoneses para o aumento do sentimento anti-japonês em dias como este, na sequência de uma série de ataques recentes a cidadãos japoneses, incluindo menores. O Massacre de Nanjing foi um dos episódios mais negros da Segunda Guerra Mundial. Na sua mensagem, a embaixada sublinhou a necessidade de “exercer extrema cautela, evitar comportamentos conspícuos e ser discreto em locais públicos”. No aniversário do massacre, recordam-se os crimes cometidos entre Dezembro de 1937 e Janeiro de 1938, quando as tropas japonesas ocuparam a cidade chinesa com o mesmo nome, matando centenas de milhares de civis e soldados desarmados. Pequim afirma que o número de mortos ultrapassou os 300.000, enquanto os números oficiais japoneses são consideravelmente inferiores, o que deu origem a tensões e controvérsia. Cautela máxima Entre as medidas preventivas recomendadas, o Japão pediu às autoridades chinesas que protegessem as escolas, as empresas e os locais ligados à sua comunidade. As aulas também foram temporariamente suspensas em várias instituições japonesas na China, optando-se por modalidades ‘online’, para garantir a segurança, informou a agência noticiosa japonesa Kyodo. O comunicado da embaixada sublinhou ainda a importância de “respeitar os costumes locais”, “moderar a linguagem e o comportamento em público”, “evitar usar roupas ou transportar objectos que identifiquem o viajante como japonês”, “manter-se alerta em locais com muita gente” e “afastar-se imediatamente de indivíduos ou grupos suspeitos”. “Nos dias relacionados com acontecimentos históricos entre a China e o Japão, é necessário usar de extrema cautela. É essencial estar mais vigilante do que nunca no que diz respeito à segurança ao sair de casa”, lê-se no texto. O aviso do Japão aos seus cidadãos surge na sequência de incidentes violentos registados este ano na China. Em Junho passado, uma mulher japonesa e a sua filha foram esfaqueadas em Suzhou, num incidente que resultou na morte de uma cidadã chinesa que tentou defendê-las, enquanto em Setembro um rapaz japonês foi morto em Shenzhen, durante o aniversário do Incidente de Mukden, um ataque a comboios japoneses provocado por Tóquio em 1931 como pretexto para defender a sua invasão do país vizinho.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Destituído ministro da Justiça e chefe da Polícia A decisão do presidente sul-coreano de decretar a lei marcial continua a fazer rolar cabeças na administração do país O parlamento da Coreia do Sul aprovou ontem a destituição do ministro da Justiça, Park Sung–jae, e do chefe da polícia, Jo Ji–ho, devido à breve imposição da lei marcial, na semana passada. A Assembleia Nacional aprovou com 195 votos a favor e 100 contra a moção contra Park, o primeiro ministro ser destituído pelo parlamento na história da democracia no país, de acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap. A moção, apresentada pelo principal movimento da oposição, alegava que Park “participou numa reunião do executivo e na tomada de decisões”, o que “equivaleu a uma conspiração para cometer rebelião”. “Há suspeitas de que tentou garantir antecipadamente locais de detenção para figuras-chave que deviam ser detidas após a implementação da lei marcial”, disse o Partido Democrático (PD, na oposição). A moção notou ainda que o ministro “agiu como se não reconhecesse a autoridade da Assembleia Nacional, demonstrando que estava de acordo com a percepção errada do Presidente Yoon [Suk–yeol] de considerar os políticos como alvos de detenção”. Quanto a Jo Ji–ho, 202 deputados votaram a favor da destituição do líder da Polícia Nacional da Coreia do Sul e 88 contra. A moção alegou que Jo “abusou da autoridade para comandar e dar ordens à polícia e bloqueou a entrada de membros da Assembleia Nacional, órgão constitucional”. Desta forma, o chefe da polícia “violou o direito da Assembleia Nacional de exigir o levantamento da lei marcial”, referiu o PD. O bloqueio do parlamento “é um acto que praticamente impossibilita a Assembleia Nacional de exercer as competências conferidas pela Constituição. É um crime de traição”, concluiu a moção. Jo, entretanto já detido, está a receber tratamento hospitalar devido à deterioração do estado de saúde, indicou a Yonhap, que citou fontes não identificadas. Na prática, a aprovação das duas moções significa que os dirigentes ficam suspensos de funções. Sábado decisivo O parlamento aprovou ainda a criação de um procurador especial para investigar as acusações de insurreição contra o Presidente Yoon Suk–yeol. Horas antes, o chefe de Estado defendeu a imposição de lei marcial como um acto de governação, acusou a oposição de paralisar o governo e negou acusações de rebelião. A oposição da Coreia do Sul agendou para sábado a votação no parlamento de uma segunda moção de destituição contra o conservador Yoon, que no sábado passado escapou por pouco a uma primeira tentativa. A polícia sul-coreana está a realizar novas buscas no gabinete do chefe de Estado para “obter documentos e informações”, avançou a Yonhap. Na quarta-feira, a polícia disse ter sido impedida pelos guardas de segurança do complexo presidencial de fazer buscas no edifício onde se encontra o gabinete de Yoon. Oposição apresentou novo pedido de destituição do chefe de Estado O Parlamento sul-coreano comunicou que os seis partidos da oposição apresentaram uma nova moção conjunta para a destituição do Presidente, Yoon Suk Yeol, devido à declaração da lei marcial. Segundo a Assembleia Nacional, o principal partido da oposição, o Partido Democrático, e cinco outras formações políticas da oposição apresentaram ontem a nova moção de destituição. Os partidos afirmam que tencionam submeter a moção a votação no sábado. A breve declaração de lei marcial de Yoon, em 03 de Dezembro, desencadeou o caos político e grandes protestos que exigiram a destituição do Presidente. O Partido Democrático argumentou que o decreto de Yoon equivalia a uma rebelião. Ontem, Yoon defendeu o decreto como um acto de governação e negou as acusações de rebelião prometendo “lutar até ao fim” face às tentativas de destituição e à intensificação das investigações sobre a medida levada a cabo na semana passada. O chefe de Estado falou horas antes de o Partido Democrático apresentar a nova moção de destituição. Entretanto, o Parlamento aprovou uma moção de afastamento do chefe da polícia nacional, Cho Ji Ho, e do Ministro da Justiça, Park Sung Jae, suspendendo-os das funções oficiais, devido à aplicação da lei marcial.
Hoje Macau China / ÁsiaXichang | Condutor embriagado atropela e mata três pessoas Três pessoas morreram ontem na cidade de Xichang, no centro da China, depois de terem sido atropeladas por um veículo conduzido por um homem embriagado. O incidente ocorreu por volta das 01:39, quando um homem identificado como Wang, de 30 anos, conduzia um pequeno veículo que acabou por abalroar três pessoas que atravessavam a estrada numa passagem para peões. As vítimas não sobreviveram aos ferimentos, apesar dos esforços médicos efectuados após o acidente, de acordo com um comunicado divulgado pelo Departamento de Segurança Pública de Xichang, na província de Sichuan. Os exames toxicológicos efectuados ao condutor confirmaram que este tinha consumido álcool antes de se sentar ao volante, com um nível de 25,1 miligramas de álcool por 100 mililitros de sangue. Wang encontra-se actualmente sob custódia policial, aguardando investigação. Por enquanto, as autoridades descreveram o incidente como um “acidente de viação”, excluindo aparentemente a hipótese de um atentado planeado. Em Novembro, 35 pessoas morreram e 43 ficaram feridas depois de, num aparente ataque deliberado, um homem de 62 anos ter atropelado uma multidão num centro desportivo em Zhuhai.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA sobem taxas sobre produtos da indústria de energia limpa oriundos da China Os Estados Unidos vão aumentar as taxas alfandegárias sobre painéis solares, silício policristalino e alguns produtos de tungsténio oriundos da China, para proteger as empresas de energia limpa norte-americanas, informou ontem a Casa Branca. De acordo com o aviso do escritório da representante do Departamento de Comércio dos EUA, Katharine Tai, as taxas sobre painéis solares e silício policristalino fabricados na China aumentarão para 50 por cento. As taxas sobre certos produtos de tungsténio aumentarão para 25 por cento, com vigência a partir de 1 de Janeiro, após uma revisão das práticas comerciais chinesas. O silício policristalino é a principal matéria-prima na indústria fotovoltaica à base de silício cristalino e é usado para a produção de células solares convencionais. Na semana passada, Washington reforçou as restrições ao acesso chinês a tecnologia avançada de semicondutores. Pequim respondeu com a proibição de exportações para os EUA de certos minerais críticos necessários para fabricar semicondutores, como o gálio, o germânio e o antimónio. Também intensificou o controlo das exportações de grafite para o mercado norte-americano. A China fornece uma grande parte da maioria destes materiais e os Estados Unidos têm vindo a trabalhar para assegurar fontes alternativas em África e noutras partes do mundo. Trunfo na manga O tungsténio é outro metal estrategicamente vital cuja produção é dominada pela China. Os EUA não o produzem. É utilizado para fabricar armamento e também em tubos de raios X e filamentos de lâmpadas, entre outras aplicações industriais. Depois de Pequim ter anunciado a proibição da exportação de gálio e de outros materiais para os Estados Unidos, os analistas afirmaram que o tungsténio era outra área em que a China poderia ripostar. Os atritos comerciais têm vindo a intensificar-se ainda antes da tomada de posse do Presidente eleito Donald Trump, que prometeu impor taxas de 60 por cento sobre os produtos chineses. O Presidente cessante Joe Biden afirmou que a promessa de Trump seria um erro. A sua administração manteve em vigor as taxas que Trump impôs durante o seu primeiro mandato, em alguns casos aumentando-as ainda mais, mas afirma que tem uma abordagem mais direccionada. A investigação que levou a Casa Branca a aumentar as taxas sobre os painéis solares foi concluída com um relatório em Maio que levou ao aumento das taxas sobre uma série de produtos, incluindo veículos eléctricos, seringas e agulhas, luvas médicas e máscaras faciais, semicondutores e produtos de aço e alumínio.
Hoje Macau China / ÁsiaAlto funcionário expulso do órgão consultivo e do PCC por corrupção O Partido Comunista Chinês anunciou ontem a expulsão de Gou Zhongwen, antigo director da Administração Geral do Desporto e membro do principal órgão consultivo do Governo chinês, por suspeita de “infringir a disciplina do Partido e da lei”. Segundo uma declaração conjunta da Comissão Central de Inspecção Disciplinar, o poderoso órgão anticorrupção do Partido Comunista, e da Comissão Nacional de Supervisão, a agência equivalente do aparelho de Estado, Gou foi considerado culpado de várias irregularidades, incluindo “o abandono de ideais políticos, a deterioração do ambiente no sistema desportivo e a utilização indevida de recursos públicos”. As autoridades afirmaram que o antigo funcionário “aceitou presentes, banquetes e ofertas de viagem em violação dos regulamentos”, tendo ainda obtido “benefícios pessoais” e “usado o seu poder para ajudar os seus familiares em negócios”. A investigação revelou que Gou “aceitou grandes somas de dinheiro” e tomou decisões arbitrárias que causaram “perdas financeiras significativas” ao Estado em projectos desportivos e aquisições. Foi igualmente acusado de ter prestado falsas declarações durante inquéritos organizacionais. Gou foi expulso do PCC, destituído de todos os seus cargos públicos, incluindo o de membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), o mais alto órgão consultivo político do país, bem como o de chefe-adjunto da Comissão de Assuntos Étnicos e Religiosos da Comissão Nacional da CCPPC. Cinto apertado Na segunda-feira, os dirigentes máximos do PCC anunciaram que vão redobrar os seus esforços na luta contra a corrupção, através de uma purga que resultou na demissão de ministros e oficiais do exército no último ano. De acordo com um comunicado divulgado pela agência noticiosa oficial Xinhua, o Politburo, a cúpula do poder na China, aprovou as ordens do Presidente do país e secretário-geral da organização, Xi Jinping, que apelou à “supervisão” e à “revolução interna” para “erradicar as condições que tornam a corrupção possível”. Xi Jinping, que consolidou o seu poder durante o 20.º Congresso do Partido, em 2022, intensificou a sua campanha anticorrupção, punindo pelo menos 610.000 funcionários no ano passado. A actual campanha visa funcionários públicos, mas também sectores tão diversos como as finanças, o tabaco e farmacêutico.
Hoje Macau China / ÁsiaRelatório | Pequim com investimento estrangeiro negativo pela primeira vez em décadas Crise do imobiliário, ameaças de mais taxas alfandegárias e diferenças entre o yuan e o dólar são algumas das razões apontadas para os números negativos do investimento estrangeiro que, segundo o Instituto de Finanças Internacionais, devem aumentar em 2025 com a entrada de Trump na Casa Branca Os fluxos de investimento directo estrangeiro na China tornaram-se negativos “pela primeira vez em décadas”, em 2024, que fechará com uma saída líquida de cerca de 9,5 mil milhões de euros, segundo o Instituto de Finanças Internacionais (IIF). A associação de instituições financeiras prevê que as saídas de investimento aumentem para cerca de 23,7 mil milhões de euros, em 2025. “O investimento directo estrangeiro na China está sob enorme pressão devido à baixa rentabilidade interna, à crise imobiliária, à ameaça de taxas alfandegárias, à diversificação das cadeias de abastecimento ou à grande diferença de rendimento entre [a moeda chinesa], o yuan, e o dólar”, explicou. Este declínio deve-se também às tensões geopolíticas que, combinadas com uma reconfiguração das cadeias de abastecimento mundiais, resultaram num desvio do investimento para outros países, lê-se no relatório do IIF. O IIF apontou especificamente o caso da Índia, um dos principais beneficiários desta situação, especialmente no sector da produção electrónica. “A quota da China no total dos fluxos [de investimento] para os mercados emergentes deverá manter-se moderada, reflectindo as fricções geopolíticas e os desafios internos”, previu o documento, que referiu que outros mercados emergentes continuarão a atrair cada vez mais capital “face ao realinhamento global”. De acordo com a agência, as prováveis taxas alfandegárias adicionais impostas pelos Estados Unidos na sequência do regresso de Donald Trump à Casa Branca afectarão os principais sectores de exportação e poderão “exacerbar os problemas estruturais” da China, como a sua dependência de um crescimento liderado pelo investimento ou o fraco consumo interno. A política monetária também tem sido um entrave, de acordo com o IIF, que afirmou que a divergência entre a posição do Banco Popular da China e a de outros bancos centrais, como a Reserva Federal dos Estados Unidos, durante o ciclo de aperto monetário global, afectou a confiança dos investidores e não serviu para estimular suficientemente as entradas de capital do estrangeiro. E, embora Pequim tenha prometido na semana passada uma orientação monetária “flexível”, o relatório indicou que as baixas margens de lucro líquido dos bancos e o risco de depreciação do yuan poderão limitar a margem de manobra das autoridades e conduzir a ainda mais saídas de capitais. Futuro previsível O IIF previu que o investimento directo estrangeiro reportado pelo ministério do Comércio, que apenas contabiliza as empresas com presença na China, caia entre 30 por cento e 50 por cento em 2025, enquanto a medida mais ampla da balança de pagamentos da Administração Estatal de Câmbios apresentará o primeiro valor negativo desde o início da série histórica em 1990. Em Agosto, a agência Bloomberg previu que esta última situação se verificaria se a tendência da primeira metade do ano se mantivesse, durante a qual o passivo de investimento directo da balança de pagamentos – um indicador que acompanha os novos investimentos estrangeiros no país, registando os fluxos monetários ligados a entidades estrangeiras na China – caiu 4,6 mil milhões de dólares.
Hoje Macau EventosKun Iam | Centro Ecuménico renovado e inaugurado Foi inaugurado, esta quarta-feira, o novo Centro Ecuménico Kun Iam que se apresenta agora ao público como um “espaço de turismo cultural polivalente”, segundo o Instituto Cultural (IC). Para a inauguração, foi escolhida a exposição “Momentos de Luz com Kun Iam – Exposição Individual de Cristina Rocha Leiria”, arquitecta e escultora portuguesa. Assim, desde quarta-feira que é possível visitar “um espaço de turismo cultural polivalente, com espaços expositivos e lojas de venda de produtos culturais e criativos, contribuindo assim para o desenvolvimento do turismo cultural na comunidade e para a diversificação da oferta de experiências culturais do público”. Na mostra de Cristina Rocha Leiria, revelam-se “estátuas de Kun Iam e outras obras associadas, permitindo ao público apreciar a sua beleza transcendental da através da textura e dos contornos de materiais como o jade, o cristal, a madeira e o aço escovado, através da interacção entre a luz e as esculturas”. A exposição “é complementada com imagens e vídeos que retratam o processo de concepção e construção do Centro”. “Momentos de Luz com Kun Iam – Exposição Individual de Cristina Rocha Leiria” estará patente até ao dia 13 de Março de 2025, estando aberta ao público em geral, com entrada livre. O Centro Ecuménico Kun Iam está aberto diariamente das 10h às 18h.
Hoje Macau SociedadeÁgua | Consumo aumentou 6% devido ao turismo Kuan Sio Peng, directora-executiva da Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (Macao Water), afirmou que o consumo de água aumentou seis por cento nos 11 meses deste ano devido essencialmente ao aumento do turismo. Trata-se de um aumento de consumo centrado nos sectores industrial e comercial, com foco nas zonas turísticas como o Cotai ou centro da península. Segundo o jornal Ou Mun, a responsável da Macau Water declarou que foi concluído o planeamento do abastecimento de água nas primeiras habitações públicas na Zona A dos Novos Aterros Urbanos, que vão começar a receber moradores já no próximo ano. Entretanto, as obras das canalizações nas ruas da Zona A estão concluídas em 35 por cento, prevendo-se que as obras da conduta de abastecimento estejam terminadas em 2026. A fim de cumprir o objectivo de “zero emissões, Kuan Sio Peng declarou que está a ser planeada a instalação do primeiro complexo solar fotovoltaico no Reservatório de Seac Pai Van, com 300 painéis numa primeira fase. A responsável explica que esta produção de energia amiga do ambiente vai cobrir três por cento do consumo de electricidade do Reservatório.
Hoje Macau SociedadeCPSP | Detido com droga após furtar comida em supermercado Um turista britânico, com cerca de 30 anos de idade, foi detido à 01h da manhã de segunda-feira, depois de ter alegadamente tentado furtar três artigos de alimentação, no valor de 49 patacas, num supermercado da zona Nam Van. Um funcionário do supermercado pediu a intervenção do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), que acabou por investigar o quarto de hotel onde estava hospedado o suspeito, na mesma zona. Aí foram encontrados três sacos com metanfetaminas, com um peso total de pouco mais de meia grama, assim como um recipiente com um líquido suspeito (que pesou mais de 53 gramas). Foram ainda encontrados acessórios para tomar drogas. A análise à urina do suspeito acusou a presença de metanfetamina. O indivíduo foi acusado dos crimes de furto, consumo de droga e posse indevida de equipamento. O caso foi transferido para o Ministério Público.
Hoje Macau PolíticaRAEM, 25 Anos | Macau investiu quase 24 mil milhões de dólares na China Desde a implementação da RAEM, até ao passado mês de Outubro, o total do investimento directo aplicado por Macau no Interior da China foi de cerca de 23,9 mil milhões de dólares americanos, indicou ontem Ministério do Comércio da República Popular da China, em conferência de imprensa. O porta-voz do ministério adiantou também que no sentido inverso, ou seja, os investimentos directos do Interior da China em Macau foram de cerca de 14,2 mil milhões de dólares no mesmo período de quase 25 anos. O Governo Central indicou ainda que no ano passado, ao abrigo do acordo CEPA, o volume de comércio entre o Interior da China e Macau foi de 38,4 mil milhões de dólares, um aumento anual de 430 por cento face à período antes da transição.
Hoje Macau PolíticaMoeda | Apresentado sistema da pataca digital Foi ontem apresentado o sistema da pataca digital, a e-MOP, bem como o protótipo da moeda no formato digital. A cerimónia decorreu no edifício do Fórum Macau e contou com a presença do secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, que referiu que este sistema vai “servir de alicerce importante para o desenvolvimento da moeda digital de Macau no futuro”. Além disso, foi lançado o Livro Branco da e-MOP, que determina todas as regras e directrizes da moeda digital. Lei Wai Nong declarou que “o desenvolvimento da moeda digital de Macau visa garantir uma melhor articulação com a comunidade internacional, uma meta que trará mais-valias impactantes no desenvolvimento económico, financeiro e mesmo social de Macau”, além de “melhorar a eficiência dos pagamentos no território”. O desenvolvimento da e-MOP teve o apoio do Banco Popular da China, sendo esta uma moeda digital legal, conhecida também como Moeda Digital do Banco Central (CBDC) a nível internacional. A e-MOP terá o mesmo estatuto jurídico que a pataca no formato físico.
Hoje Macau EventosNovo livro relata perfil de Manuel Teixeira Gomes como homem de negócios “Manuel Teixeira Gomes – A Arte de Negociar”, livro do investigador Gonçalo Couceiro, que revela documentos inéditos, destaca as facetas de homem de negócios e de agente de seguros do escritor Manuel Teixeira Gomes (1860-1941), sétimo Presidente da República portuguesa. “A detalhada e profunda investigação de Gonçalo Couceiro revela pela primeira vez a atividade [de Manuel Teixeira Gomes] de agente da Companhia de Seguros Fidelidade em Portimão”, escreve no prefácio a jornalista Helena Garrido, destacando que a investigação permite “compreender melhor a sua actividade e experiência de empresário exportador”. No livro “Manuel Teixeira Gomes – A Arte de Negociar”, Couceiro relata o último negócio fechado em território nacional, quando viajava no cargueiro Zeus a caminho da Argélia onde residiu exilado, em Bougie, actual Béjaïa, até morrer. O navio atracou no porto de Setúbal, cidade onde se jogou uma partida de futebol entre o Vitória local e o Portimonense, e onde Teixeira Gomes recebeu o seu amigo de infância António do Alvo que, tratando-o por ‘Manelinho’, lhe propôs um negócio, de imediato fechado. “Pela primeira vez, encontrámos documentos que bem atestam o modo de agir de um empresário moderno, muito atento à prevenção de risco e à montagem das operações comerciais e logísticas, em terra ou no mar, que envolviam a sua actividade”, salienta Gonçalo Couceiro. Até 1904, em nome do pai, José Libânio Gomes, Manuel Teixeira Gomes garantia o expediente, contabilidade e actividade seguradora da então Vila Nova de Portimão, mas “o próprio Teixeira Gomes foi também, por alguns meses, o agente da Companhia de Seguros Fidelidade”, realça Couceiro referindo que este facto é “ignorado e omisso nas suas biografias”. Manuel Teixeira Gomes foi negociante e exportador de frutos secos, em particular para o norte da Europa. Quando o escritor se viu obrigado a deixar os negócios, redigiu uma carta ao irmão José. Nesse documento, Manuel Teixeira Gomes revela-se “um homem prático, um gestor que […] domina a escrituração contabilística e financeira e estabelece um ‘manual’ para uso interno”. Papéis queimados Realça ainda Gonçalo Couceiro, que os papéis de Teixeira Gomes em Portimão, como o escritor disse ao jornalista Norberto Lopes, autor de “O Exilado de Bougie”, foram queimados, por ordem sua. “De 1911 para trás, isto é, antes da minha partida para Londres [onde foi embaixador de Portugal], não tenho passado. E olhe que não me arrependo de ter mandado queimar essa papelada velha”, disse a Norberto Lopes, cita Couceiro. Os documentos sobre a sua actividade como agente de seguros estão, todavia, preservados no arquivo da respectiva companhia, e merecerá um tratamento futuro, “até estatístico/comercial”, mais detalhado, alvitra Gonçalo Couceiro que considera não ter sido dado “justificado relevo à sua actividade comercial” em obras sobre o autor de “Agosto Azul” e “Sabina Freire”. Para o autor esta omissão deve-se por se considerar a faceta comercial pouco relevante, “em vista da espantosa produção literária ou do desempenho notável que teve na vida pública”. Foi a sua actividade comercial, com sede em Portimão e um escritório em Antuérpia que “lhe deu independência económica, liberdade pessoal e lhe possibilitou ser coleccionador que reuniu perto de um milhar de obras de arte que hoje se encontram nos museus portugueses”. Gonçalo Couceiro afirma-se “convicto” de que foi a sua condição de homem de negócios que “lhe permitiu uma vida ‘romanesca’, livre e criadora”. A obra publica alguma documentação, nomeadamente na área de seguros e alguma correspondência o que permite uma aproximação “à forma como eram feitos os negócios da sua casa comercial e sobretudo na transição operada” após a morte do pai do escritor, em 1905.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Quando a lei marcial apanhou de surpresa três portugueses a viver em Seul Reportagem de Catarina Domingues, enviada da agência Lusa Sophie, Maria João e Miguel foram apanhados de surpresa quando, há uma semana, o Presidente sul-coreano declarou lei marcial. Impedidos por lei de participarem em atividades políticas, observam de longe os protestos e simpatizam com a causa. Sophie Carvalho juntou no sábado um grupo de amigos em casa para uma festa antecipada de Natal, mas acabaram todos no sofá a olhar para a televisão. Nas ruas de Seul, multidões pediam a destituição do Presidente, Yoon Suk-yeol, que dias antes tinha declarado lei marcial. Na casa de Sophie vivia-se a contestação através do pequeno ecrã. “É importante acompanhar, só estava uma coreana lá em casa, o resto eram todos estrangeiros, mas para nós é importante”, afirma agora à Lusa a tradutora, de 30 anos, que diz ter recebido um alerta da embaixada portuguesa em Seul para não participar nos protestos. A lei do controlo de imigração da Coreia do Sul proíbe estrangeiros no país de levarem a cabo atividades políticas. A viver na Coreia do Sul há uma década, Sophie já tinha reservas em relação a Yoon, devido às políticas do dirigente conservador “em relação aos direitos das mulheres e dos estrangeiros”, mas, admite, estava longe de se imaginar a viver sob lei marcial, ainda que esta tenha durado apenas umas horas. “Eu nunca imaginei que ia acontecer algo assim, embora achasse que [Yoon Suk-yeol] nunca seria um bom Presidente”, continua. Yoon sobreviveu, entretanto, a uma moção parlamentar. A destituição do Presidente exigia o apoio de dois terços da Assembleia Nacional, ou seja, 200 dos 300 deputados, mas apenas 195 participaram na votação, sendo que o Partido do Poder Popular (PPP), no poder, boicotou o escrutínio. Nesse dia, os coreanos foram para as ruas um pouco por todo o país, como, aliás, continua a acontecer diariamente. Em Seul, cerca de um milhão de pessoas ocuparam a vizinhança do parlamento, de acordo com dados da organização. Os números da polícia, mais conservadores, apontam para 150 mil manifestantes. Sophie queria fazer parte do movimento, mas receia que a participação possa trazer “problemas para o visto”. De longe, assiste a um momento que classifica “de incrível” e chama a atenção para a presença dos bastões luminosos nos protestos. Utilizados em concertos de música popular coreana (K-pop), estes bastões tornaram-se num símbolo da cultura de protesto sul-coreana em 2016, durante as maciças manifestações contra a ex-Presidente Park Geun-hye. Também Maria João Amaral tem acompanhado os últimos acontecimentos desde casa, pelo YouTube e pelas notícias. “Fiquei a saber naquela mesma noite, à hora, pouco depois de ter sido declarada a lei marcial e confesso que me assustei, porque pensei que havia algum problema com a Coreia do Norte”, diz a professora de português na Universidade Hankuk de Estudos Estrangeiros. A viver há 20 anos em Seul, a docente, de 64 anos, olha para a resiliência e mobilização em massa dos sul-coreanos “de maneira muito positiva”. Em conversa com a Lusa lembra o passado ditatorial do país e de como os sul-coreanos ergueram uma democracia. E recua ao tal momento em que Park Geun-hye caiu. “Houve protestos durante meses, vigílias, e penso que também foi no inverno. Mas agora também achei que os militares [durante a lei marcial] não estavam interessados em fazer mal às pessoas, porque as pessoas afrontaram-nos e não houve tiros”, diz. Sondagens têm sugerido que a maioria dos sul-coreanos quer a destituição de Yoon. Uma investigação da Realmeter indicou, no início dos protestos, que sete em cada dez sul-coreanos apoia a suspensão do exercício do poder do Presidente. Também Miguel Morais, de 20 anos, aponta o caráter pacífico do país. Daí que não tenha sentido medo. Admite, porém, ter “ficado chocado” com a declaração da lei marcial e ainda “mais impressionado por se ter resolvido” em poucas horas. O jovem, que trabalha numa organização de intercâmbio de línguas e tem feito trabalhos como ator em publicidade, chegou ao país há apenas nove meses. Reconhece que os sul-coreanos estão “cem por cento, mesmo” na luta: “Existe um sentimento coletivo coreano que se vê em pequenas coisas (…) e há aquele sentimento da união do povo, e se alguém quebrar isso, juntam-se na luta”, considera. Apesar de “ter imensos amigos” nos protestos antigovernamentais, Miguel faz eco do que Sophie e Maria João disseram à Lusa. “Não fui aos protestos porque fomos claramente avisados que podia haver consequências legais para estrangeiros presentes”, disse o jovem portuense.
Hoje Macau DesportoFutebol | Antigos dirigentes condenados a penas de prisão por corrupção Um tribunal da China condenou ontem dois antigos dirigentes da Associação Chinesa de Futebol (CFA) a penas de prisão por corrupção, no contexto de uma grande campanha anticorrupção na modalidade. Liu Yi, antigo secretário-geral da CFA, foi condenado a 11 anos de prisão e multado em 3,6 milhões de yuan por “aceitar subornos”, informou um tribunal da província de Hubei, no centro da China. Um outro tribunal de Hubei anunciou igualmente que Tan Hai, antigo chefe do gabinete de gestão de árbitros da CFA, foi condenado a seis anos e meio de prisão e multado em 200 mil yuan. “Os bens que obteve vão ser confiscados em conformidade com a lei e entregues ao tesouro público”, declarou a justiça. Numa outra decisão judicial, na terça-feira, Qi Jun, antigo director de planeamento estratégico da CFA, foi condenado a sete anos de prisão e multado em 600 mil yuan por corrupção. Após ascender ao poder, em 2013, o Presidente chinês, Xi Jinping, lançou uma ampla campanha contra a corrupção. No final de 2022, as autoridades começaram a visar altos funcionários do futebol. Xi Jinping, que se descreve como um adepto do futebol, quer que a China organize e ganhe um dia o Campeonato do Mundo. Mas ainda há um longo caminho a percorrer: a equipa chinesa está classificada em 90.º lugar no ranking mundial da FIFA, o organismo que rege o futebol, logo acima da ilha caribenha de Curaçao.
Hoje Macau China / ÁsiaParlamento da Coreia do Sul vota no sábado segunda moção de destituição de Yoon A oposição da Coreia do Sul agendou para sábado a votação no parlamento de uma segunda moção de destituição contra o Presidente Yoon Suk–yeol, disse ontem um porta-voz do Partido Democrático. A votação na Assembleia Nacional está marcada “para 14 de Dezembro às 17:00”, disse à agência de notícias France–Presse Jo Seung-lae, deputado do Partido Democrático. Ontem de manhã, uma unidade especial de investigação da polícia da Coreia do Sul disse ter efectuado buscas na sede da polícia e no gabinete do Presidente. “A equipa especial de investigação realizou uma busca no gabinete presidencial, na agência de polícia [sul-coreana], na agência de polícia metropolitana de Seul e no Departamento de Segurança da Assembleia Nacional”, uma semana depois de Yoon Suk-yeol ter imposto a lei marcial no país, disse a unidade às agências de notícias. As buscas foram anunciadas horas depois dos dois principais chefes da polícia terem sido detidos pelo papel na breve imposição da lei marcial na semana passada. As forças de segurança sul-coreanas disseram que o comissário-geral da agência de polícia sul-coreana, Cho Ji-ho, e o chefe da agência de polícia metropolitana de Seul, Kim Bong-sik, estavam detidos na esquadra de Namdaemun, na capital. Os dois dirigentes policiais estão a ser investigados pelo papel no envio de forças policiais para a Assembleia Nacional, numa tentativa de impedir os deputados de entrar no parlamento para suspender a lei marcial, anunciada abruptamente na noite de 03 de Dezembro. Outro golpe No sábado passado, o conservador Yoon escapou por pouco a uma primeira tentativa. O Partido Popular do Povo (PPP), no poder, boicotou e invalidou a votação por falta de quórum. Mais tarde, o partido disse que, em troca do bloqueio da moção, tinha obtido a promessa de que Yoon se ia retirar para deixar a governação ao PPP e ao primeiro-ministro. A oposição acusou o PPP de um “segundo golpe” de Estado. O Gabinete de Investigação de Corrupção de Altos Funcionários, conhecido como CIO, indicou ontem que vai solicitar a detenção e prisão de Yoon assim que estiverem reunidas as condições necessárias. “Estamos a conduzir uma investigação completa e vamos analisar a questão da prisão”, disse o presidente do CIO, Oh Dong-woon.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim com 76% das vendas mundiais de carros eléctricos As vendas de carros eléctricos continuam a crescer no mercado interno, enquanto as exportações sofrem com as taxas impostas pela Europa e pelos Estados Unidos A quota da China no mercado mundial de veículos eléctricos atingiu 76 por cento, em Outubro, segundo dados do sector, reflectindo a forte procura no país, numa altura em que as exportações enfrentam taxas alfandegárias punitivas na Europa e Estados Unidos. Entre Janeiro e Outubro, as vendas de veículos eléctricos a nível mundial atingiram 14,1 milhões de unidades, de acordo com a Associação de Automóveis de Passageiros da China. Quase 70 por cento dessas vendas foram realizadas na China, o maior mercado do mundo para carros eléctricos. Em Outubro, a quota da China fixou-se em 76 por cento. Os números sugerem que a China está no bom caminho para aumentar a sua quota no mercado global de veículos eléctricos este ano. Em 2023, cerca de 60 por cento dos novos registos de carros eléctricos foram efectuados na China, de acordo com a Agência Internacional de Energia. A grande maioria das vendas mundiais de veículos eléctricos ocorre na China, na União Europeia e nos Estados Unidos, com a China a dominar o mercado. Mas as taxas alfandegárias impostas pelos mercados ocidentais nos últimos anos ameaçaram travar a rápida expansão da indústria chinesa. Os veículos eléctricos chineses estão praticamente impedidos de entrar no mercado dos EUA. Este ano, o Presidente norte-americano, Joe Biden, aumentou a taxa sobre os automóveis eléctricos chineses de 25 por cento para 100 por cento. O presidente eleito, Donald Trump, prometeu impor uma taxa adicional de 10 por cento sobre todas as importações provenientes da China, logo após a tomada de posse. A UE também decidiu impor taxas sobre os veículos eléctricos chineses até 35 por cento, para além das taxas existentes de 10 por cento, uma decisão que foi condenada pela China. Produto irresistível Embora os mercados ocidentais estejam a tornar-se cada vez mais difíceis de penetrar para as empresas chinesas, a forte procura e o apoio aos veículos eléctricos no país asiático têm continuado. Recentemente, a China duplicou o subsídio disponível para os compradores de automóveis eléctricos, passando a dar 20.000 yuan para quem trocar os seus automóveis convencionais, isto além das isenções fiscais. As vendas de automóveis da China para a Rússia também continuaram a aumentar. Os dados partilhados por Cui Dongshu, o secretário-geral da Associação de Automóveis de Passageiros da China, mostraram que as exportações para a Rússia aumentaram 109 por cento nos últimos dois anos, enquanto as exportações para os EUA caíram 23 por cento, no mesmo período. Os EUA e a União Europeia proibiram a exportação de automóveis para a Rússia após a invasão da Ucrânia em Fevereiro de 2022.
Hoje Macau China / ÁsiaRússia | Medvedev em Pequim para conversações de alto nível O vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitri Medvedev, chegou ontem a Pequim para uma visita de dois dias, durante a qual deve manter conversações com dirigentes chineses, informou o ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático. De acordo com a porta-voz da diplomacia chinesa Mao Ning, a visita faz parte de “importantes intercâmbios de alto nível” entre a China e a Rússia. A viagem de Medvedev segue-se à visita, em Outubro, do ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, que foi recebido pelo vice-presidente do órgão militar máximo da China, Zhang Youxia. Zhang disse então que as relações bilaterais encontram-se no “nível mais alto da história”. O general chinês manifestou a disponibilidade da China para continuar a trabalhar com a Rússia no sentido de desenvolver continuamente uma “amizade de boa vizinhança a longo prazo”, bem como uma “elevada confiança estratégica” e uma “cooperação mutuamente benéfica”. Belousov elogiou a “amizade histórica” entre a Rússia e a China e manifestou a sua disponibilidade para reforçar a cooperação e aproveitar as oportunidades para expandir a parceria estratégica em vários domínios. Em Setembro e Novembro, Pequim e Moscovo realizaram uma série de exercícios navais conjuntos no mar do Japão, que, segundo os analistas, reflectem a estreita cooperação militar entre os dois países, que atingiu novos níveis nos últimos anos. A visita de Medvedev surge numa altura em que o Ocidente acusa a China de apoiar com armas a campanha militar russa na Ucrânia, algo que Pequim tem negado repetidamente. Surge também na sequência da queda na Síria do regime do deposto Bashar al-Assad, um aliado de Moscovo e de Pequim. A China defendeu que “o futuro da Síria deve ser decidido pelos sírios” e manifestou a esperança de que “todas as partes envolvidas possam encontrar uma solução política para resolver a crise o mais rapidamente possível”.
Hoje Macau China / ÁsiaStellantis e chinesa CATL vão produzir baterias para carros eléctricos em Espanha O fabricante automóvel Stellantis e a empresa chinesa de baterias para veículos elétricos CATL anunciaram ontem um investimento de 4.100 milhões de euros para criar uma fábrica de baterias em Espanha que começará a produzir em 2026. A produção de baterias de lítio–ferro-fosfato (LFP) para carros será instalada na actual fábrica da Stellantis em Saragoça, no nordeste de Espanha, disseram as duas empresas num comunicado. O início da produção está previsto para o final de 2026, podendo atingir uma capacidade de 50 GWh (gigawatts por hora), “dependendo da evolução do mercado da electricidade na Europa e do apoio contínuo das autoridades espanholas e da União Europeia”, lê-se no mesmo comunicado. “Concebida para ser totalmente neutra em termos de carbono, a fábrica de baterias será implementada em várias fases e planos de investimento”, segundo a multinacional Stellantis e a CATL, que deterão a nova empresa em partes iguais. As duas empresas assinaram em Novembro de 2023 um acordo estratégico para o fornecimento local de células e módulos de baterias LFP para a produção de veículos eléctricos na Europa e estabeleceram “uma colaboração a longo prazo”. Espanha é actualmente o segundo maior produtor de carros europeu, a seguir à Alemanha, tendo sido montados no país no ano passado 1,87 milhões de automóveis. A Stellantis é um dos maiores fabricantes de automóveis do mundo e tem no portefólio marcas como Abarth, Alfa Romeo, Chrysler, Citroën, Dodge, DS Automobiles, Fiat, Jeep, Lancia, Maserati, Opel, Peugeot, Ram, Vauxhall, Free2move e Leasys. O grupo tem uma fábrica em Portugal, em Mangualde, no distrito de Viseu, onde em Outubro começou a produzir carros eléctricos em série, nas versões de passageiros e comerciais ligeiros, destinados aos mercados doméstico e de exportação. Já a CATL, fundada em 2011 na China, produz mais de um terço das baterias para veículos eléctricos vendidas em todo o mundo e que são usadas em marcas como Mercedes-Benz, BMW, Volkswagen, Toyota, Honda e Hyundai. A CATL está actualmente a construir a sua segunda fábrica europeia na Hungria, depois de arrancar com a primeira na Alemanha em Janeiro de 2023. Com frutos O presidente da Stellantis, John Eljann, citado no comunicado de ontem, destacou o compromisso da empresa “com um futuro descarbonizado e com tecnologias avançadas de baterias” e assegurou que a colaboração com a CATL é um impulso à sua capacidade “para produzir veículos competitivos”. O presidente executivo da CATL, Robin Zeng, afirmou por seu turno que este investimento em Saragoça eleva a colaboração com a Stellantis “a novos níveis”. O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, que recebeu Robin Zeng na segunda-feira em Madrid, na sede do Governo, disse ontem estar “muito satisfeito” com o anúncio deste investimento em Saragoça e agradeceu aos presidentes das duas empresas. “A colaboração público-privada vê-se em acordos como o que foi selado hoje”, acrescentou ontem Sánchez, numa publicação na rede social X. Segundo o ministro da Indústria de Espanha, Jordi Hereu, o Governo espanhol tem mantido conversações e negociações com a Stellantis nos últimos dois anos e a empresa recebeu “uma soma de ajuda pública”, que considerou tão importante como o acordo conjunto anunciado ontem pelos dois fabricantes. Para Jordi Hereu, que falava numa conferência de imprensa em Madrid, o investimento anunciado pela Stellantis e pela CATL é “um grande sinal da aposta da indústria automóvel em Espanha”, num momento de transição energética e descarbonização da economia europeia.
Hoje Macau China / ÁsiaPCC | Xi Jinping apela ao uso do mandarim nas zonas fronteiriças O Presidente chinês considera a língua como um dos pilares essenciais para manter a estabilidade no país O Presidente da China, Xi Jinping, apelou à generalização do uso do chinês mandarim nas regiões fronteiriças do país, visando a “manutenção da segurança nacional” e da “estabilidade social”, avançou ontem a imprensa estatal. Durante uma sessão de estudo do Politburo do Partido Comunista Chinês, na terça-feira, a cúpula do poder na China, Xi disse que manter a segurança e a estabilidade é o “requisito básico” para a governação das fronteiras, de acordo com a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. O líder chinês disse que devem ser feitos esforços para melhorar a governação social, as infra-estruturas e “a capacidade geral de defender o país e salvaguardar as fronteiras”. Xi afirmou ainda que é necessário orientar todos os grupos étnicos das regiões fronteiriças para que “reforcem continuamente o seu reconhecimento da nação e da cultura chinesa e do Partido Comunista”. A utilização da língua chinesa comum, o mandarim, deve ser promovida nessas regiões e os manuais escolares unificados a nível nacional, apontou. “Devemos continuar a aprofundar os esforços em matéria de unidade étnica e progresso, construir activamente uma estrutura social integrada e um ambiente comunitário e promover a unidade de todos os grupos étnicos – como sementes de romã firmemente unidas”, afirmou. Xi renovou estes apelos durante uma sessão de estudo do Politburo sobre a história da governação das fronteiras chinesas. A cúpula do poder na China realiza regularmente este tipo de sessões, sendo a discussão geralmente conduzida por um académico – esta foi conduzida por Li Guoqiang, vice-presidente da Academia Chinesa de História. As zonas fronteiriças da China estendem-se por cinco províncias – Yunnan, Gansu e Jilin, Liaoning e Heilongjiang – e por quatro regiões autónomas – Tibete e Xinjiang, Mongólia Interior e Guangxi. As tensões étnicas nessas regiões autónomas, especialmente em Xinjiang e no Tibete, têm sido historicamente um desafio para Pequim. Desenvolvimento regional Em Agosto, as autoridades de Xinjiang prometeram fazer da estabilidade e da segurança a sua principal prioridade e transformar a região numa “barreira estratégica” contra riscos geopolíticos. Xinjiang faz fronteira com o Afeganistão, o Cazaquistão, o Tajiquistão e o Quirguizistão. Nos últimos anos, as autoridades também intensificaram os esforços para promover o ensino do mandarim, no âmbito de um esforço nacional para assimilar membros das minorias étnicas à cultura dominante dos Han, a etnia predominante da China. “O desenvolvimento das zonas fronteiriças deve ser integrado na estratégia global de modernização ao estilo chinês, nas estratégias regionais de desenvolvimento coordenado e nas principais estratégias regionais”, afirmou Xi, de acordo com a Xinhua. O líder chinês também apelou aos esforços para apoiar as zonas fronteiriças a aproveitar os seus recursos e vantagens para alcançar o desenvolvimento. Xi pediu ainda a uma maior investigação multidisciplinar sobre a história e a governação das fronteiras e à aceleração dos esforços para criar um “sistema de conhecimento” chinês sobre estudos fronteiriços.
Hoje Macau SociedadeRAEM, 25 anos | Lançada canção “Herança e Origem” Foi ontem lançada a canção temática em celebração do 25.º aniversário do estabelecimento da RAEM, intitulada “Herança e Origem”. Esta música foi produzida pela Associação de Indústria de Música de Macau, com composição de Pun Kuan Pou e letra de Rico Long. A interpretação ficou a cargo de vários cantores e bandas de Macau, incluindo Sean Pang, Ken Sou, Rico Long, KC Ao Ieong, Iron Ian, Winifai, Elisa Chan, Kylamary Ma, ALL IN e SCAMPER. A canção, produzida com o apoio do Governo, combina “melodias chinesas com as características de Macau, sublinhando a unidade e a coesão da nação chinesa”, descreve-se num comunicado. A canção já pode ser ouvida nas plataformas digitais.