UE | França e Alemanha querem parceria mais equilibrada com China

No final do seu périplo europeu, Xi Jinping reuniu-se com Emmanuel Macron, Ângela Merkel e Jean-Claude Juncker, a convite do Presidente francês. Na calha, está a assinatura de um acordo global de grande dimensão sobre investimentos entre a União Europeia e a China

 

[dropcap]A[/dropcap] França, a Alemanha e a Comissão Europeia reivindicaram ontem uma parceria mais equilibrada entre a China e a Europa, baseada na “confiança” e “reciprocidade” e defenderam uma renovação do multilateralismo face a um afastamento dos Estados Unidos.

Os Presidentes da China e de França, Xi Jinping e Emmanuel Macron, anunciaram, no final de um encontro em que participaram também a chanceler alemã e o Presidente da Comissão Europeia, a intenção de aprovar um “acordo global sobre investimentos” entre a União Europeia e o gigante asiático.

“Os dois países [França e China] defendem a realização rápida de um acordo global ambicioso sobre os investimentos entre a União Europeia e a China, incluindo acesso e protecção dos investimentos num espírito de benefícios mútuos e recíprocos”, estipula o texto adoptado pelos Presidentes Emmanuel Macron e Xi Jinping.

A reunião entre Macron, Xi, Merkel e Juncker, a convite do Presidente francês, visava discutir questões ligadas ao comércio e ao clima numa altura que as relações entre Pequim e Washington se têm mostrado tensas.

O convite foi apresentado também como forma de aproveitar o momento em que Xi Jinping está a viajar pela Europa para apresentar e defender o projecto “nova rota da seda”.

Apresentado em 2017, o projecto “nova rota da seda” é tido como aquele que vai levar a China à liderança mundial e visa, em traços gerais, construir ligações terrestres entre a China e a Ásia Central e reforçar a ligação à África replicando uma rota por onde a China vendeu, durante séculos, seda a todo o mundo.

A nova rota da seda é “um projecto muito importante” e os europeus querem “desempenhar um papel nele”, defendeu Ângela Merkel no encontro, sublinhando, no entanto, que, para isso, deve haver reciprocidade.

“Temos tido alguma dificuldade em encontrar essa reciprocidade,” avisou a chanceler alemã.
Dúvidas que também foram referidas por Emmanuel Mácron ao Presidente chinês, a quem pediu que “respeite a unidade da União Europeia” face à adopção de medidas de investimento diferentes para os diversos países.

“Nós temos as nossas divergências (…) Nenhum de nós é ingénuo”, afirmou Macron, acrescentando, no entanto, que a Europa respeita a China e “espera, naturalmente, que os [seus] principais parceiros também respeitem a unidade da União Europeia”.

União de facto

Por seu lado, Xi Jinping assegurou que a Europa e a China “se movem juntas”, mesmo quando são “concorrentes”, já que as suas relações não são “de desconfiança”.

A China adoptou este mês uma lei do investimento estrangeiro que se destina a garantir igualdade de tratamento para empresas nacionais e estrangeiras, incluindo na adjudicação de contratos públicos, e evitar a transferência de tecnologia forçada. Mas os investidores estrangeiros estão excluídos de cerca de 50 sectores sensíveis.

Tanto a União Europeia como os Estados Unidos consideraram a posição insuficiente e vaga, tendo Bruxelas “aumentado o tom” a 12 de Março, quando avançou com uma série de propostas para “alcançar relações económicas mais equilibradas e mais baseadas na reciprocidade”.

O encontro surge pouco antes de uma cimeira entre a UE e a China, agendada para Abril em Bruxelas, e numa altura em que os europeus querem responder às preocupações sobre os investimentos de Pequim, especialmente no Oriente e no Sul.

As discussões também acontecem num momento em que a China está em plena negociação com os Estados Unidos para tentar resolver a disputa comercial entre os dois países.

Na reunião de ontem, a França e a China também assumiram uma posição conjunta sobre a necessidade de reformar a Organização Mundial do Comércio, defendendo, numa alusão aos Estados Unidos, que nenhum país “pode definir sozinho as regras do jogo”.

O encontro visou ainda discutir posições sobre o clima e a biodiversidade, tendo Xi Jinping e Emmanuel Macron prometido agir em conjunto “para um aumento global contra a erosão da biodiversidade”.

Os dois países também prometeram lutar “contra o crime ambiental, em especial, a caça ilegal e o tráfico de espécies de animais selvagens e flora ameaçadas de extinção”, bem como a poluição de plástico.

27 Mar 2019

BNU doa 750 mil patacas à Universidade de Macau

[dropcap]O[/dropcap] Banco Nacional Ultramarino (BNU) doou 750 mil patacas à Universidade de Macau (UM), indicou ontem a instituição bancária em comunicado.

O valor doado anualmente pelo BNU é “calculado com base numa percentagem do valor gasto em compras” com um cartão do banco, que desde 2013 já doou mais de 4,5 milhões de patacas à UM, de acordo com o mesmo comunicado.

27 Mar 2019

Jogo | Dente Partido investe no Palau

[dropcap]W[/dropcap]an Kuok Koi, conhecido como Dente Partido, está a desenvolver um projecto em cooperação com o Governo do Palau para tornar a ilha do Pacífico num centro de jogo.

A revelação foi feita pelo ex-líder da tríade 14 quilates em declarações à revista East Week. Nas declarações prestadas à publicação de Hong Kong, Wan Kuok Koi não adiantou grandes detalhes, mas o agora empresário referiu que a zona de Anguar vai ser o local escolhido para ser o centro de jogo. No entanto, ainda não há orçamento concretizado.

Dente Partido revelou que vai ter uma palavra a dizer sobre os serviços de emigração da Ilha, mas também em relação a este aspecto não divulgou pormenores. Wan Kuok Koi, que também é chamado Pan Nga Koi, ou seja, Dente Partido em cantonês, tem-se dedicado nos últimos tempos a tentar envolver-se na Iniciativa Uma Faixa, Uma Rota. Como parte destas iniciativas empresariais investiu em cripto-moedas. Ao mesmo tempo, tentou também promover uma maior aproximação entre o Interior da China e Taiwan.

27 Mar 2019

Instituto Camões | Destacado entusiasmo dos macaenses pelo Português

[dropcap]O[/dropcap]presidente do Instituto Camões, Luís Faro Ramos, destacou o entusiasmo “notável” dos macaenses que querem aprender português como parte da sua afirmação de identidade.

Luís Faro Ramos falou à margem da sua primeira visita como presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua à costa oeste dos Estados Unidos, onde reside a maior comunidade de luso-americanos do país.

O responsável falava da plataforma desenvolvida pelo Instituto Camões e pela Porto Editora para o ensino de português online que já reúne cerca de 600 utilizadores. O universo de utilizadores da “Português Mais Perto”, que foi lançada no ano lectivo 2017/2018, “é positivo e tem crescido”, considerou o responsável, explicando que há pessoas a aprender português de forma remota nos cinco continentes.

27 Mar 2019

Paulo Bento auto-crítico após Coreia do Sul vencer Colômbia, de Carlos Queiroz

[dropcap]O[/dropcap] treinador português Paulo Bento levou hoje a melhor sobre Carlos Queiroz no jogo de preparação entre as selecções de futebol da Coreia do Sul e da Colômbia, mas mostrou-se auto-crítico na avaliação ao desempenho da sua equipa.

“Tivemos algumas dificuldades na segunda parte porque enfrentámos um adversário poderoso e porque cometemos alguns erros na parte final do jogo. Falhámos várias oportunidades para fazer o 2-0 e acabámos por permitir o empate. Os nossos problemas começaram a partir dessa altura”, disse Paulo Bento.

A Coreia do Sul venceu a Colômbia por 2-1, em encontro de carácter particular, disputado em Seul.

Para o seleccionador da Coreia do Sul, foi “uma partida intensa”, na qual as duas equipas tentaram “conquistar o controlo do jogo”, elogiando os seus jogadores por terem sabido adaptar-se a novos conceitos tácticos, embora entenda que “há margem para melhorar nesta vertente”.

Um dos aspectos a melhorar é, segundo Paulo Bento, justamente o defensivo: “Os meus jogadores deviam ter sido mais agressivos e físicos na defesa. Em situações de um contra um, em particular, precisamos de ser mais duros”.

Son Heung-Min, aos 17 minutos, e Lee Jae-Sung, aos 58, marcaram os golos dos sul-coreanos, em dois lances em que o guarda-redes adversário, Iván Arboledo, podia ter feito melhor, e a Colômbia, com Falcao e James Rodríguez marcou na segunda parte, por Luís Díaz, aos 49.

Questionado sobre a razão de ter colocado Son Heung-Min, que alinha nos ingleses do Tottenham e é a principal estrela da equipa, como avançado, Paulo Bento justificou-se que ele já alinhou nessa posição.

“Tem uma apurada compreensão das exigências dessa posição. Foi uma oportunidade para descobrirmos a melhor forma de o utilizar. O facto de o ter colocado como avançado não significa que não possa voltar a jogar nas alas”, explicou.

Por sua vez, Carlos Queiroz, que como Paulo Bento já foi seleccionador de Portugal, manifestou-se satisfeito por ter estreado mais jogadores na selecção colombiana.

“As duas equipas trabalharam muito bem. A Coreia teve uma entrada mais forte no jogo, sempre mais rápida, mas jogámos muito bem na segunda parte, na qual controlámos a partida”, afirmou Carlos Queiroz, que desvalorizou a derrota pelo facto de ter podido observar mais jogadores.

Para Queiroz, foi “uma boa partida para a Colômbia com um mau resultado”, remetendo as conclusões para mais tarde, visto que o mais importante foi “ganhar mais opções” para a equipa, de jogadores que “têm jogado pouco na selecção”, para quem estes jogos permitem “ganhar experiência” e prepará-los para o futuro.

Esta foi a primeira derrota de Carlos Queiroz no comando técnico da selecção colombiana, depois de se ter estreado com um triunfo sobre o Japão, por 1-0.

27 Mar 2019

Idai | Os 40 magníficos que guardaram 26 mil crocodilos

Fernando Peixeiro, da agência Lusa

 

[dropcap]O[/dropcap]português Manuel Guimarães tem no centro de Moçambique uma quinta com 26 mil crocodilos, com muros que o ciclone Idai derrubou. Só 40 “homens magníficos” impediram a saída dos animais e uma “desgraça terrível”.

Passada mais de uma semana após o ciclone, que provocou centenas de mortes e milhares de desalojados, devido ao vento e às cheias, pouca gente sabe que foram esses 40 homens, que na noite do ciclone iam substituindo o muro à medida que caia, que impediram que andassem agora 26 mil crocodilos à solta na zona da Beira. Mas Manuel Guimarães sabe, e a sua gratidão não tem palavras.

Agora que a chuva parou e a quinta já não está cercada pelas águas Manuel Guimarães voltou na segunda-feira ao local, Nhaugau, distrito da Beira,emocionado por ver como uma noite de vento lhe destruiu 10 anos de trabalho. Lá está Anísio Chinguvo e os outros “magníficos”, cortando árvores, limpando a terra, repondo o que é possível repor.

Anísio, natural de Maputo, a trabalhar para Manuel Guimarães há uma dezena de anos, lembra-se bem do dia 14 de Março, de quando “o patrão ligou a informar” que tinham que se preparar para um vento muito forte. Anísio, como conta agora, pensou que era brincadeira, que ventos fortes já ele tinha visto em 2000, em 1977. E Manuel Guimarães do outro lado: “Anísio, não brinca, hás de ver o que nunca viste”.

Os 40 trabalhadores colocaram nesse dia chapas isotérmicas junto da cerca dos crocodilos feita de tijolos e cimento, especialmente junto da cerca dos maiores crocodilos, e aguardaram o Idai. Nenhum arredou pé, nenhum foi para junto das famílias.

E na noite de quinta-feira, 14 de Março, pelas 22:00, quando o Idai chegou encontrou os 40 ali, sentados ou deitados por causa da força do vento. “Não foi fácil, falar disto dói muito. Cada um pensava, eu vou perder a minha família, os meus filhos, para defender um crocodilo. Doeu, porque duas noites perdidas não e fácil”.

Foram duas noites sem dormir, mas especialmente difícil a noite do ciclone, como Anísio conta à Lusa, ao lado do muro dos grandes crocodilos, que o vento conseguiu derrubar e que agora está substituído por chapas.

Porque não bastava estar ali, porque era preciso ir ver outros tanques, ver se as árvores que caiam não derrubavam outros muros. Mas aquele muro, aquele especialmente dos crocodilos grandes. “Não podíamos estar longe do muro”. “Sabíamos que se o muro desabasse era um desastre total, não era fácil controlar estes animais lá fora”, acrescentou.

E a verdade é que noite dentro, quando o muro cedeu eles ali estavam, prontos a empurrar as chapas que tinham levado, cortando bambus para as segurar. E às 05:00 de sexta-feira o vento amainava e os crocodilos estavam nos seus tanques.

“Estávamos a fazer o nosso salário, para próximos anos, não só deste mês de Março mas para os próximos anos. Imagina que todos os crocodilos se fossem embora, eu não estava aqui, estava na minha casa porque não havia serviço”, diz agora o chefe dos 40 heróis.

Já passou mais de uma semana e Manuel Guimarães, 63 anos, ainda se emociona quando fala dos seus “40 magníficos”. Se os crocodilos tivessem saído, se tivessem galgado o perímetro da quinta, os 10 quilómetros de valas que a rodeiam, “era grave”, era “uma situação de pânico total”.

“Estaríamos todos, uma cidade inteira, a apanhar crocodilos, a comunidade internacional. Porque era impensável 26 mil crocodilos à solta, especialmente os grandes”.

O empresário lembra também a prevenção com os painéis e emociona-se até às lágrimas quando fala dos seus “40 bravios moçambicanos” que se sentaram ali perto dos muros, a olhar de frente o ciclone e preparados para os substituir com chapas quando eles caíssem.

“É graças a esses 40 homens, que nunca mais podemos esquecer, que não temos uma desgraça para a empresa, porque 26 mil crocodilos são muitos milhares de dólares, e uma desgraça para a população, porque já viram o que era 26 mil crocodilos aí à solta? Seria terrível. Felizmente graças a eles estamos aqui, podemos falar disto que aconteceu”, diz à Lusa.

E acrescenta: “quando havia muito vento sentavam-se ou deitavam-se e na hora em que os muros caiam eles repunham as chapas. É uma história que precisa de ser contada para mostrar que na hora em que é preciso os moçambicanos estão lá. Deixaram as suas casas, os filhos, as famílias, perderam tudo, para estar aqui a defender a quinta, e isso não tem valor”.

Mas Manuel Guimarães ainda tem mais um herói no currículo, um que o faz chorar ainda mais. Chama-se João e esteve ocupado a levar uma manada de vacas para locais altos, por causa das águas, não estando lá quando os seus quatro filhos, o mais novo de dois e o mais velho de 11 anos, foram levados na corrente.

“Quando eu lhe perguntei ´como é que estão os animais´ ele disse ´patrão não perdi os animais mas por causa de estar lá perdi os meus quatro filhos”.

João ficou na quinta a encaminhar os animais para lugares altos, eram 2.000 e o lugar alto do costume não era suficientemente alto desta vez. E a água chegou depressa. Na quinta de Nhamatanda, relata citando os trabalhadores, “de manhã estava no sapato, uma hora depois nos joelhos, meia hora a seguir na cintura e uma hora mais e estavam a fugir para cima das árvores”. “Eu nunca vi isto, estou cá há 25 anos, nunca a água atingiu estes níveis”.

Há 25 anos Manuel Guimarães veio por três meses, para exportar camarão. Hoje é um dos maiores criadores de gado de Moçambique, exporta camarão para Portugal, as suas empresas foram distinguidas como as segundas maiores Pequenas e Médias Empresas no âmbito da exportação e da exportação de produtos de mar.

O projecto dos crocodilos foi pensado para minimizar a perda de vidas humanas e mediante um acordo com o Governo foram recolhidos ovos para desenvolver a quinta. As peles e os produtos derivados são vendidos para Portugal, Itália, Coreia do Sul e Japão. Os sapatos são feitos em Portugal e as malas em Itália.

A quinta dos crocodilos foi crescendo, era agora também um restaurante e já estava a começar um projecto de ecoturismo, com duas casas em madeira prontas. “Era uma quinta linda”, crescendo devagarinho, “com gosto”, um trabalho de 10 anos, “e um dia desapareceu tudo”.
Mas não só. No distrito de Buzi perdeu todos os animais e em Nhamatanda calcula que meio milhar. E a quinta dos crocodilos está lá a mostrar as suas desgraças, árvores caídas, casas destruídas, armazéns derrubados. Acabou o restaurante, a piscina, o “paint ball”, o ecoturismo. Tudo feito com “tanto gosto”.

Mas é o menos, porque o que não lhe sai da cabeça é o empregado João. Tem andado a ajudar na procura dos corpos dos filhos, mas até domingo ainda não os tinham encontrado.

Ao “senhor João” vai fazer-lhe uma casa, vai dar-lhe um terreno. Quando o diz emociona-se de novo. E acrescenta depois: “mas nunca lhe posso devolver os filhos”.

A Manuel Guimarães faltam palavras para agradecer, ao empregado João e aos “40 magníficos” da quinta dos crocodilos.

E por causa deles, com a ajuda deles, não tem dúvidas. Não é “um ciclonezito de 280 quilómetros por hora” que os vai fazer parar.

26 Mar 2019

Observadores internacionais detectam irregularidades nas eleições na Tailândia

[dropcap]A[/dropcap] única organização internacional credenciada como observadora nas eleições de domingo na Tailândia anunciou hoje que detectou algumas irregularidades no processo eleitoral, mas que o dia do sufrágio foi “bastante transparente e confiável”.

A Rede Asiática para Eleições Livres (ANFREL, na sigla em inglês) referiu num relatório preliminar que “o processo de votação correu sem problemas, embora tenha sido detectada alguma variação na aplicação dos procedimentos, mas que não teve efeito significativo sobre a experiência dos eleitores”.

No entanto, a ANFREL observou irregularidades no período pré-eleitoral, como a compra de votos ou o uso de recursos do Governo para o benefício do partido Palang Pracharat, ligado à junta militar que governa o país desde o golpe de Estado de 2014.

A organização também apontou que o quadro jurídico em que se realizaram as eleições contém várias disposições antidemocráticas, já que concede ao Conselho Nacional para a Paz e Ordem (CNPO, nome oficial da junta) “poderes extraordinários” para a formação do novo Governo.

A CNPO tem o poder de nomear os 250 membros do Senado, que participam na votação do novo Governo juntamente com os 500 deputados que foram eleitos no último domingo.

A Comissão Eleitoral (CE) ainda não divulgou os resultados das eleições e, embora pretenda anunciar os dados provisórios na próxima sexta-feira, tem até 9 de Maio para publicar o resultado final do sufrágio.

“O atraso de 45 dias (em publicar os resultados finais) está dentro da lei, mas a CE deveria fomentar a confiança da população revelando-os o mais rápido possível”, declarou Rohana Nishanta Hettiarachchie, líder da missão de observação eleitoral da ANFREL, numa conferência de imprensa.

Hettiarachchie reconheceu que muitos tailandeses “não confiam plenamente no sistema eleitoral” projectado pelos militares, mas recusou-se a responder a vários jornalistas se as eleições foram justas ou não.

“Houve elementos positivos e outros que não atendem a determinados critérios democráticos (…). A democracia é um processo e este foi o primeiro passo no processo, a partir de um não-democrático”, disse Hettiarachchie.

Por seu lado, o Serviço Europeu para a Acção Externa da União Europeia (SEAE), na noite de segunda-feira emitiu uma declaração exortando o governo tailandês a resolver as “alegadas irregularidades” de forma “rápida e transparente”.

26 Mar 2019

Amnistia Internacional denuncia deterioração dos direitos humanos em Hong Kong

[dropcap]A[/dropcap]situação relativa aos direitos humanos em Hong Kong está a deteriorou-se gravemente desde o ano passado acusa a Amnistia Internacional, referindo-se em particular à liberdade de expressão e de manifestação.

A organização não governamental com sede em Londres considera que as autoridades da Região Administrativa Especial de Hong Kong fazem uma interpretação “demasiado ampla” dos conceitos relacionados com a “segurança nacional” da República Popular da China.

“O conceito de ‘segurança nacional’, tal como é encarado pelo Governo de Hong Kong, demonstra falhas jurídicas e é aplicado de forma arbitrária para enfrentar a dissidência e a ‘oposição política’”, refere o relatório da Amnistia Internacional (AI) divulgado hoje.
Estas restrições têm como efeito dissuadir o exercício dos direitos promovendo, nomeadamente, a auto-censura.

O relatório cita casos judiciais contra os líderes do movimento pró-democracia e a expulsão de um jornalista britânico, referindo também as acções de proibição contra um partido independentista e a anulação de algumas candidaturas às eleições locais.

O mesmo documento denuncia as restrições contra a liberdade de reunião em Hong Kong receando novas condenações em futuros processos judiciais. No passado mês de Outubro, as autoridades da região recusaram a renovação do visto de trabalho ao jornalista Victor Mallet do Financial Times.

As autoridades repudiaram a conferência organizada pelo jornalista no Clube dos Correspondentes Estrangeiros, fundado durante o período colonial britânico, e que contava com a participação de um dirigente do Partido Nacional, uma pequena formação política independentista local.

O Partido Nacional foi banido por ameaçar a “segurança nacional” em Setembro de 2018 ao abrigo da legislação que permite impor a interdição a movimentos associativos.

“A utilização da ampla interpretação sobre ‘segurança nacional’ para silenciar as vozes dissidentes, tal como aconteceu a um partido político, é uma táctica utilizada por governos repressivos”, refere a AI.

Recentemente, o Departamento de Estado norte-americano publicou um relatório considerando que as restrições à liberdade em Hong Kong prejudicam a confiança junto das empresas e acusou o Executivo da região de estar a sacrificar os Direitos do Homem em nome das prioridades de Pequim.

Para as autoridades da Região Administrativa Especial de Hong Kong os governos estrangeiros não devem interferir, em nenhuma circunstância, nos assuntos internos do território.

26 Mar 2019

Instituto Cultural apresentou edição bilingue de “Contos Seleccionados de Eça de Queirós”

[dropcap]F[/dropcap]oi apresentado esta semana uma nova edição literária a cargo do Instituto Cultural (IC). Trata-se de “Contos Seleccionados de Eça de Queirós”, um livro que faz parte da “Colecção de Literatura Chinesa e Portuguesa” e cuja tradução esteve a cargo de Han Lili, directora da Escola Superior de Línguas e Tradução do Instituto Politécnico de Macau (IPM).

De acordo com um comunicado oficial do IC, “através da edição de uma série de livros originais sobre literatura de Macau ou relacionada com o tema, de escritores chineses e portugueses, a ‘Colecção de Literatura Chinesa e Portuguesa’ pretende que os autores e os leitores ultrapassem as barreiras linguísticas, reconhecendo um outro mundo literário nas obras traduzidas para as línguas chinesa e portuguesa ou qualquer outra língua”. 

O livro traduzido por Han Lili inclui os contos Um Poeta Lírico, No Moinho, A Aia, O Suave Milagre, Singularidades de uma Rapariga Loura e O Tesouro, bem como uma colecção de artigos publicados em 1893 numa coluna do jornal brasileiro Gazeta de Notícias, intitulada “Chineses e Japoneses”. O conto Singularidades de uma Rapariga Loura foi adaptado para cinema em 2009 pelo grande realizador português Manoel de Oliveira.

Eça de Queirós, falecido em 1900, é considerado um dos mais importantes escritores portugueses e é conhecido pela sua prosa realista. Além da publicação de romances, Eça de Queirós também foi jornalista em várias publicações, incluindo o Diário de Notícias. As suas principais obras incluem romances como O Crime do Padre Amaro, O Primo Basílio e Os Maias, as quais traçam um retrato da vida real em Portugal, desvendando os crimes e os vícios da sociedade portuguesa de então. Estas obras foram traduzidas para o chinês na década de 1990.

O livro “Contos Seleccionados de Eça de Queirós” tem um custo de 100 patacas e encontra-se à venda no Centro de Informações ao Público, na Plaza Cultural de Macau, no Elite Bookstore, na Livraria Portuguesa, no Pin-to Livros, no Arquivo de Macau e no Centro Ecuménico Kum Iam.

26 Mar 2019

Investimento chinês diminui na Europa, perante medidas proteccionistas

[dropcap]O[/dropcap]investimento chinês na Europa diminuiu, nos dois últimos anos, resultado de medidas proteccionistas europeias, mas nenhum país quer fechar as portas à “Rota da Seda” dos biliões chineses.

Desde 2010, a China investiu mais de 145 mil milhões de euros na Europa, apesar dos constrangimentos económicos criados por vários países, nos últimos anos, e dos alertas do governo dos EUA sobre o risco de aceitar dinheiro da “ditadura chinesa”.

Em Paris, após uma visita a Itália, para encontros com vários líderes europeus, o Presidente da China, Xi Jinping, tem sido recebido com sorrisos nesta visita à Europa e tem fechado lucrativos acordos comerciais, mas todos os dias tem lido na imprensa europeia declarações de reserva sobre os riscos do investimento chinês.

Em 2010, o investimento chinês na Europa foi de 2,1 mil milhões de euros, tendo crescido para 20,7 mil milhões de euros em 2015, e para 37,2 mil milhões de euros em 2016, segundo a agência de análise financeira Rhodium Group.

Mas em 2017, o investimento da China diminuiu para 29,1 mil milhões de euros, e para apenas 17,3 mil milhões de euros, em 2018.

Cerca de metade deste investimento concentrou-se no Reino Unido, na Alemanha e na França, três das maiores potências económicas europeias, cujos líderes e reguladores começaram a colocar entraves à presença do dinheiro chinês no continente.

Os alertas vinham de vários lados, nomeadamente dos aliados norte-americanos que nunca esconderam a preocupação em ver empresas como a sueca Volvo (automóveis), a italiana Pirelli (pneus), a francesa Lanvin (moda), a alemã KraussMaffei (máquinas e utensílios) ficar sob controlo chinês.

Apesar de o investimento chinês nos países do sul da Europa (incluindo Portugal) apenas atingir 13%, a Comissão Europeia por várias vezes chamou a atenção para a benevolência com que aceitaram dinheiro chinês.

No passado sábado, a Itália assinou um memorando de entendimento para integrar vários projectos da iniciativa “Rota da Seda” – um projecto multibilionário de investimento chinês em vários continentes, tornando-se o primeiro país do G7 a ceder à tentação desta estratégia comercial chinesa.

Mas países como Portugal, a Grécia, a Hungria e a Polónia, entre muitos outros em diferentes continentes, já tinham aderido à iniciativa, permitindo ao Presidente chinês dizer que a “Rota da Seda” percorre o seu “caminho de sucesso”.

Segundo a agência Rhodium, Portugal já recebeu seis mil milhões de euros da China, em particular no sector bancário e energético, depois da intervenção da ‘Troika’ no país.

Mas a 14 de Fevereiro passado, o Parlamento Europeu aprovou legislação para controlar o investimento externo em áreas estratégicas, como a inteligência artificial, telecomunicações e robótica, em grande parte para precaver os avanços do dinheiro chinês.

A legislação entrou em vigor no início de março, em todos os Estados membros, mas os mecanismos de controlo do investimento chinês já estavam em ação há vários anos, explicando a maior resistência que a China tem encontrado na Europa.

Ao mesmo tempo, os EUA continuam a pressionar os países europeus para restringirem o investimento chinês, ameaçando mesmo romper alguns acordos e renegociar tratados comerciais com os aliados, se não houver regras mais duras para conter o avanço da China.

26 Mar 2019

Universidade Tsinghua despede professor crítico do PC Chinês

[dropcap]U[/dropcap]m professor de direito constitucional numa das mais prestigiadas universidades da China foi despedido depois de ter publicado uma série de ensaios críticos da liderança do Partido Comunista Chinês (PCC).

Desde que, em 2013, o Presidente da China, Xi Jinping, ascendeu ao poder, Xu Zhangrun escreveu dezenas de ensaios e proferiu vários discursos onde recorre à filosofia, literatura e teoria política da China Antiga para criticar decisões tomadas pelo PCC.

Num longo ensaio, publicado em Julho passado, Xu culpou indirectamente Xi Jinping pelas crescentes tensões com os Estados Unidos, denunciando a repressão contra intelectuais e o fim da política de abertura lançada por Deng Xiaoping nos anos 1980.

Desde que assumiu a liderança da China, em 2013, Xi Jinping tornou-se o centro da política chinesa e é hoje considerado um dos líderes mais fortes na história recente do país, comparável ao fundador da República Popular, Mao Zedong.

O líder chinês aboliu já o limite de mandatos para o seu cargo, confirmando o desmantelamento do sistema de “liderança colectiva”, cimentado pelos líderes chineses desde finais dos anos 1970. A sua governação tem sido também marcada pela repressão contra activistas e dissidentes.

A informação de que Xu foi afastado do cargo pela Universidade Tsinghua espalhou-se pelas redes sociais chinesas, na segunda-feira, enquanto vários órgãos de comunicação liberais republicaram textos do académico.

A Tsinghua não detalhou os motivos para o afastamento de Xu, mas analistas e os seus defensores apontam as declarações públicas do académico, que culpa o Governo pelos actuais problemas da sociedade chinesa.

A demissão de Xu surge também após o ministério chinês da Educação ter promovido uma revisão dos manuais de direito constitucional, parte de um esforço contra a “influência ocidental” nas universidades chinesas.

Obras de professores de direito constitucional pró-reforma foram, entretanto, removidos das plataformas de comércio electrónico. Num dos seus últimos ensaios, publicado na imprensa de Hong Kong, em Janeiro passado, Xu questionou se a China, à medida que se torna uma potência mundial, corre o risco de se converter num “império vermelho”.

“A China é um estado totalitário superdimensionado e não tem, não precisa, não deve e não pode tornar-se num império vermelho”, escreveu. “Mas, devido à sua dimensão, existe uma energia latente a puxar-nos para dar esse passo”, acrescentou.

26 Mar 2019

Macau ganha quase 8.000 trabalhadores não residentes num ano

[dropcap]M[/dropcap]acau contava, no final de Fevereiro, com 188.614 trabalhadores não residentes, ou seja, mais 7.833 comparativamente a igual período do ano passado, indicam dados da Polícia de Segurança Pública, publicados ontem no portal da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais.

Não obstante, o universo de mão-de-obra importada ficou abaixo do máximo histórico alcançado em Novembro último (188.854). Já em termos mensais, ou seja, relativamente a Janeiro, Macau ganhou 293 trabalhadores não residentes.

A maioria dos trabalhadores não residentes é proveniente da China (116.773 ou quase dois terços do total), seguindo-se, a larga distância, as Filipinas (32.195), com o pódio a completar-se com o Vietname (15.269). O ramo dos hotéis, restaurantes e similares (com 53.433 trabalhadores não residentes) absorve grande parte da mão-de-obra contratada ao exterior. Em segundo lugar surgem os empregados domésticos (29.412) e os operários da construção (29.085).

26 Mar 2019

Táxis | Primeiras 100 licenças especiais começam a operar no quarto trimestre

[dropcap]O[/dropcap]Governo já escolheu a empresa a que serão atribuídas 200 licenças especiais de táxis, sendo que as primeiras 100 começam a operar no quarto trimestre deste ano. No que diz respeito às restantes licenças, deverão começar a operar “sucessivamente” até ao quarto trimestre do próximo ano.

De acordo com um comunicado da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), a concessão foi atribuída à Companhia de Serviços de Rádio Táxi Macau S.A. “que propôs, na sua proposta, a isenção das referidas taxas de chamada, de hora marcada e de ausência”. Um total de cinco empresas participaram no concurso público.

O contrato de concessão terá oito anos de prazo e tem como objectivo “responder melhor à procura da sociedade” por táxis especiais. A empresa terá de utilizar automóveis ligeiros híbridos ou movidos a energia ecológica e que alberguem um máximo de seis passageiros, tendo em conta “a política de protecção ambiental e a restrição da capacidade de transporte de passageiros”.

À empresa exige-se também que disponibilize cinco táxis acessíveis e dez táxis de grande porte, devendo também introduzir, “por iniciativa própria”, dez táxis com “lift seat”, para que seja mais fácil o acesso de passageiros com mobilidade reduzida.

26 Mar 2019

Pesca | Abertas inscrições para plano de formação durante período de defeso

[dropcap]E[/dropcap]stão abertas as inscrições para o plano de formação para pescadores durante o período de defeso co-organizado pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) e Associação de Auxílio Mútuo de Pescadores (AAMP).

Podem candidatar-se todos os pescadores no activo com idade igual ou superior a 16 anos e titulares do bilhete de identidade de residente de Macau e do cartão de pescador (Guangdong – Hong Kong – Macau) válidos.

O plano, criado em 2009, tem como objectivo permitir aos pescadores aumentarem a sua competitividade. Os pescadores que concluírem a formação poderão receber um subsídio de até 9.500 patacas, pensado para aliviar dificuldades económicas durante os três meses e meio de defeso. Para esta edição do plano estão abertas 600 vagas. O prazo de inscrições termina a 12 de Abril.

26 Mar 2019

Metro Ligeiro | Constituída empresa de capitais públicos

[dropcap]E[/dropcap]ntra hoje em vigor o regulamento administrativo que autoriza a constituição da Metro Ligeiro de Macau, a sociedade anónima, de capitais exclusivamente públicos, que vai ser responsável pela operação do sistema de metro ligeiro.

A nova sociedade vai arrancar com um capital social de 1,4 mil milhões de patacas. A RAEM figura como sócia maioritária (96 por cento) da empresa que tem ainda como accionistas o Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização (3 por cento) e o Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e Tecnologia (1 por cento).

A empresa, que nasce a meses da entrada em funcionamento da linha da Taipa, prevista para a segunda metade do ano, vai implicar a extinção do Gabinete de Infra-estruturas e Transportes (GIT).

26 Mar 2019

Subsídio para aquisição de material escolar aumenta em 2019/2020

[dropcap]O[/dropcap]valor dos subsídios para aquisição de material escolar vai ser revisto em alta no próximo ano lectivo.

Segundo um despacho do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, publicado ontem em Boletim Oficial, o montante para os estudantes dos ensinos infantil e primário vai subir de 2.400 para 2.500 patacas, enquanto o destinado aos alunos do ensino secundário vai passar de 3.100 para 3.250 patacas.

O valor do subsídio de alimentação para o ano lectivo 2019/2020 também vai subir: aumenta de 3.600 para 3.800 patacas. O despacho, que concretiza o anúncio feito, em Novembro, durante as Linhas de Acção Governativa para 2019, também mexe nas condições de candidatura, elevando os limites do rendimento médio mensal dos agregados familiares, permitindo que mais famílias se tornem elegíveis.

A título de exemplo, as famílias compostas por três membros podem candidatar-se aos subsídios desde que o rendimento mensal médio não ultrapasse 16.070 patacas (contra o tecto actual de 15.370 patacas).

26 Mar 2019

FRC | Carlos Frota apresenta terceiro livro de poesia

[dropcap]É[/dropcap]já esta quinta-feira, dia 28, que Carlos Frota, professor na Universidade de São José (USJ) e ex-diplomata, lança o seu terceiro livro de poesia.

A obra, intitulada “A culpa é das estrelas” será apresentada na Fundação Rui Cunha e terá a presença de José Rocha Dinis, administrador do Jornal Tribuna de Macau, José Manuel Simões, também docente na USJ, e de Fernando Sales Lopes, historiador.

A sessão irá também incluir uma leitura de alguns poemas por parte de Fernando Sales Lopes. Carlos Frota foi o primeiro cônsul-geral de Portugal na RAEM, além de ter sido embaixador português na Coreia do Sul e na Indonésia. A primeira vez que se embrenhou no mundo da poesia foi em 1998, quando lançou, no Clube Militar, a obra “O Chão das Raízes”.

26 Mar 2019

Fórum de Boao | Chefe do Executivo parte amanhã para Hainão

[dropcap]O[/dropcap]Chefe do Executivo, Chui Sai On vai participar, amanhã e na quinta-feira, na reunião anual do Fórum Boao para a Ásia, a ter lugar na província de Hainão.

Num comunicado, divulgado ontem, o gabinete do porta-voz do Governo dá ainda conta de que a Comissária do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China em Macau, Shen Beili, foi novamente convidada a participar como assessora da delegação da RAEM.

O tema principal do Fórum Boao será “Destino comum – acção comum – desenvolvimento comum”.

26 Mar 2019

Part-time | Song Pek Kei quer revisão acelerada da lei laboral

[dropcap]A[/dropcap]revisão da lei das relações laborais que passa a incluir o regulamento do trabalho em regime de part-time já deveria estar pronta. Esta é a opinião da deputada Song Pek Kei que critica as demoras a que o diploma tem sido sujeito tendo como consequência “o atraso do desenvolvimento local”.

Em interpelação escrita, a deputada recorda que o relatório da consulta pública está pronto desde Maio do ano passado, que “o rascunho da proposta também está pronto”, mas não se conhece qualquer avanço legislativo. Song quer saber o ponto da situação e a agenda para apresentação da proposta à Assembleia Legislativa.

Por outro lado, a deputada está preocupada com a protecção dos interesses dos sectores laboral e patronal questionando o Governo sobre a sua salvaguarda. Song Pek Kei quer ainda que o Executivo melhore os mecanismos de comunicação do Conselho Permanente de Concertação Social. O objectivo é conseguir consensos entre trabalhadores e patrões com maior rapidez e desta forma acelerar os processos legislativos.

26 Mar 2019

Governo | Comissão para a Cidade Saudável até 2022

[dropcap]A[/dropcap]duração da Comissão para a Cidade Saudável foi prorrogada, por três anos, até 2022, indica um despacho do Chefe do Executivo, publicado ontem em Boletim Oficial.

Criada em 2004, a Comissão para a Cidade Saudável tem como missão “a promoção da saúde, do ambiente e da qualidade de vida da população por meio da interacção entre as diferentes áreas e sectores, nomeadamente no âmbito do planeamento urbano e na gestão urbana”.

O organismo é constituído por 16 membros, todos do Governo, e presidido pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura.

26 Mar 2019

Chui Sai On visita Portugal antes do fim do mandato

[dropcap]C[/dropcap]hui Sai On deverá realizar a terceira e última visita a Portugal na qualidade de Chefe do Executivo da RAEM. De acordo com a TDM-Rádio Macau, a visita deverá realizar-se no próximo mês de Maio, estando previstos encontros com o presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, e Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto. Aliás, na cidade invicta, o Chefe do Executivo deverá receber as chaves da cidade.

A primeira visita de Chui Sai On a Portugal aconteceu em 2010, quando já ocupava o mais elevado cargo político na RAEM. Depois de convites feitos em 2015, aquando da passagem de Rui Moreira por Macau e Shenzhen, Chui Sai On deslocou-se novamente a Portugal em 2016, tendo participado na Comissão Mista Portugal-Macau, a convite de Marcelo Rebelo de Sousa.

As relações de Macau com o Porto não são de agora, como lembrou recentemente o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, numa visita oficial em Fevereiro à cidade. “Este ano é importante para a China e Portugal, porque se celebram 40 anos do estabelecimento da boa relação diplomática entre a China e Portugal. Para nós, a amizade já existe há muitos anos. Por exemplo, Macau e o Porto têm uma amizade, é uma cidade geminada desde 1991 e, para nós, esta amizade é preciosa. Utilizando a expressão portuguesa de quanto mais velho é o vinho, melhor é. Com a amizade é igual”, disse à agência Lusa.

26 Mar 2019

Cristiano Ronaldo diz que portugueses devem acreditar na selecção

[dropcap]O[/dropcap]futebolista Cristiano Ronaldo garantiu ontem aos portugueses que têm todos os motivos para continuar a acreditar no apuramento para o Euro 2020, apesar dos empates caseiros com a Ucrânia e Sérvia.

“Faltam muitos jogos, é uma qualificação na qual passam duas equipas. Com tranquilidade, vamos descansar, ir para os clubes e nos próximos jogos temos de ganhar. Tenho muita confiança nos nossos jogadores e treinador. Jogámos bem e tivemos oportunidades, simplesmente a bola não entrou, mas isso é futebol”, lamentou.

Ontem, no segundo jogo do grupo B, Portugal empatou 1-1 com a Sérvia, depois de na sexta-feira ter empatado 0-0 com a Ucrânia, também no Estádio da Luz, em Lisboa. “Garanto que vamos fazer tudo para estar no Euro 2020. Não há que estar nervosos ou perder esperança nesta equipa. Os adeptos têm de dar confiança aos nossos jogadores. E quem percebe de futebol, sabe que Portugal merecia ganhar os dois jogos. Nas vitórias, só contam as bolas que entram. Não entraram agora, nas próximas entrarão”, reforçou.

Em dia de 156.ª internacionalização ‘AA’, o ‘capitão’ saiu lesionado aos 30 minutos, devido a problema muscular, situação que não o preocupa.

“Estou tranquilo, pois sei que vou voltar bem daqui a uma ou duas semanas”, disse, assumindo conhecer a capacidade de reacção do seu “corpo”.

Depois de um hiato de cerca de meio ano em presenças na selecção, justificado com a adaptação à Juventus e futebol italiano, Cristiano Ronaldo garante estar “de corpo e alma” na equipa das ‘quinas’, assegurando que adora representar o país.

“Obviamente que sentia falta da selecção. Já são 16 anos e as coisas não se apagam de um momento para o outro. Algumas vezes temos de pensar em nós. Acho que foi a melhor decisão. O treinador percebeu a minha decisão e o próprio presidente também. Mas isso está ultrapassado”, concluiu.

26 Mar 2019

Portugal soma face à Sérvia segundo empate na qualificação para o Europeu de 2020

[dropcap]A[/dropcap]selecção portuguesa de futebol somou ontem a segunda igualdade em outros tantos encontros no Grupo B de qualificação para o Europeu de 2020, ao empatar 1-1 com a Sérvia, no Estádio da Luz, em Lisboa.

Três dias depois do ‘nulo’ com a Ucrânia, no mesmo local, Portugal esteve a perder, por culpa de uma grande penalidade concretizada por Dusan Tadic, aos sete minutos, conseguindo chegar à igualdade aos 42, por Danilo Pereira.

Em dia de 156.ª internacionalização ‘AA’, o capitão Cristiano Ronaldo saiu lesionado aos 30 minutos, devido a uma lesão muscular.

26 Mar 2019

Atleta português vai de bicicleta até ao Nepal em projecto solidário após acidente grave

[dropcap]O[/dropcap]atleta Pedro Bento vai percorrer, de bicicleta, cerca de 11.000 quilómetros, entre Almeirim, em Portugal, e Katmandu (Nepal), em 73 dias, um desafio solidário e de agradecimento para os que o ajudaram a recuperar de um grave acidente.

Pedro Bento, de 40 anos, disse à Lusa que vai partir no próximo dia 13 de Abril, sozinho, na sua bicicleta com o objectivo de reunir 10.000 euros, tendo como lema da aventura “1 euro por 1 quilómetro”.

O destino da verba é assegurar bolsas de estudo e alimentação a dois jovens nepaleses do projecto “Dreams of Katmandu”, do português Pedro Queirós, e comprar equipamentos de protecção contra incêndios para os Bombeiros Voluntários de Almeirim (BVA).

A recuperar de um grave acidente de moto, que sofreu em 1 de Abril de 2017 quando fazia o reconhecimento do percurso para uma prova de BTT que se realizava no dia seguinte, Pedro Bento afirmou que o seu grande objectivo é chegar ao Nepal e reunir a verba que quer oferecer, em agradecimento por todo o apoio dos bombeiros no resgate, e depois durante a recuperação.

Pedro Bento quer também distinguir um projecto que conheceu de perto durante a participação numa prova no Nepal, em 2016, um ano depois do terramoto que atingiu aquele país.

“Em 2017 sofri um grave acidente de moto e agora pretendo devolver e agradecer toda a ajuda que me foi prestada no processo de recuperação. Tenho plena consciência das dificuldades que vou atravessar, mas sou guiado por esta motivação de agradecer e ajudar. Para mim, sonhar enaltece e fortalece, alcançar um sonho faz parte da humanidade”, escreveu na página do seu projeto https://bakonbike2019.wixsite.com/bakonbike2019, onde é possível fazer uma doação.
Técnico superior de desporto na Câmara Municipal de Almeirim (que lhe permitiu o gozo de uma licença sem vencimento e das férias) e membro da secção dos 20kms de Almeirim, Pedro Bento parte sem data prevista de chegada, apenas com a certeza que tem que se apresentar ao trabalho em 1 de Julho.

“Se consigo chegar ao final com o percurso todo completo não sei, mas vou tentar. Tenho pesquisado e não encontrei até agora um desafio solidário deste género, com dias contados e aquela distância todos os dias. É quase como se fosse uma prova todos os dias, porque já encontrei desafios de 5.000, 6.000 quilómetros, mas com mais tempo para fazer”, declarou.

Do total angariado, 80% serão doados aos BVA, com o objectivo de adquirir dez fatos de protecção e combate aos incêndios (800 euros cada) e os restantes 20% “serão atribuídos ao Pedro Queirós do projeto ‘Dreams of Katmandu’, que continua no Nepal a apoiar as crianças do Campo Esperança, vítimas do terramoto de 2015”.

A verba que será doada permitirá pagar bolsas de estudo e alimentação durante um ano aos jovens Mingmar e Tenzing Sherpa, de que Pedro Bento se tornou “irmão” numa cerimónia realizada em 2016 e que “mexeu” consigo.

O acidente interrompeu um projecto que o atleta havia iniciado após participar, em 2007, no que era tida como uma das mais duras provas de BTT do mundo, na Costa Rica, o de “fazer as 10 provas que as revistas diziam ser as mais difíceis do mundo”.

Seis estão cumpridas – Costa Rica, Canadá, Itália, Chile, Nepal (onde foi o primeiro português a chegar aos 5.400 metros de altitude de bicicleta) e Austrália, esta um ano depois do previsto devido ao acidente, mas, “pelo meio”, decidiu fazer este projecto como forma de agradecimento, relatou à Lusa.

Com nove vértebras e a omoplata direitas partidas, Pedro Bento referiu as “peripécias” vividas no Hospital de Santarém, onde esteve 20 dias, e no Hospital de S. José, em Lisboa, onde foi operado, alertando para a necessidade de os profissionais de saúde terem especial cuidado com lesões como as que ele sofreu, lamentando ainda que não tivesse sido feita uma cirurgia para corrigir a fractura na omoplata, que apresenta um desvio de dois centímetros.

Pedro Bento afirmou que, contra todas as previsões, não só não ficou em cadeira de rodas, como conseguiu recuperar fisicamente a ponto de voltar a uma prática desportiva que lhe tinham dito que nunca mais iria fazer, conseguindo, pelo meio, convencer o cirurgião que o operou em S. José a retirar todos os parafusos que tinha ao longo das costas.

Prestes a partir, Pedro tem um orçamento de 8.000 euros para a viagem, contando com alguns apoios em material e de amigos, que fazem questão de doar uma parte para o projecto solidário e outra para as suas despesas pessoais, salientou.

A partir do dia 13, irá atravessar 14 países, apenas evitando passar no Afeganistão e no Paquistão, viajando de avião do Irão para a Índia, por não ter os dias que lhe permitiriam procurar um percurso alternativo.

26 Mar 2019