Hoje Macau China / ÁsiaJO Inverno | Xi Jinping recebe líder do COI O Presidente da China, Xi Jinping, recebeu o presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), o alemão Thomas Bach, a 10 dias do início dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, anunciou ontem a agência estatal chinesa Xinhua. O também secretário-geral do Partido Comunista Chinês terá encontros presenciais com vários chefes de Estado ou de Governo mundiais, durante o certame que se vai realizar entre 4 e 20 de Fevereiro, algo que não acontece há quase dois anos, em virtude de Xi Jinping ter permanecido em território chinês desde o eclodir da pandemia de covid-19, além das restrições fronteiriças, entretanto impostas para o combate ao coronavírus SARS-CoV-2. A China vai receber nos próximos dias as mais altas figuras de diversas nações, incluindo o presidente russo, Vladimir Putin, apesar de muitos países ocidentais terem já anunciado que não marcarão presença em Pequim2022, incluindo Portugal. “Portugal não terá representação política na cerimónia de abertura ou na cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno, e estamos também a coordenar-nos com os demais estados europeus nessa matéria, mas não teremos representação política na cerimónia de abertura ou na cerimónia de encerramento”, declarou segunda-feira o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | China e Israel promovem cooperação em inovação Wang Qishan e Yair Lapid acordaram em construir relações mais frutíferas para a promoção do desenvolvimento económico e social dos dois países O vice-presidente chinês, Wang Qishan, co-presidiu à quinta reunião do Comité Conjunto de Cooperação para a Inovação (JCIC, em inglês) China-Israel com Yair Lapid, primeiro-ministro substituto e ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, na segunda-feira, por videoconferência. Os dois lados comprometeram-se a promover a cooperação em inovação. Wang disse que, desde a implementação do Plano de Acção de Cooperação para a Inovação China-Israel (2018-2021), os dois lados fortaleceram a orientação de inovação e as garantias institucionais, aprofundaram a cooperação pragmática e promoveram o intercâmbio de pessoal. Saudando o contínuo aprofundamento das relações bilaterais e a cooperação, e o facto de que a parceria abrangente inovadora China-Israel entrou numa nova etapa, Wang pediu que os dois lados sigam as instruções dos dois chefes de Estado e observem o importante papel do JCIC China-Israel sob uma perspectiva estratégica, aproveitando o 30.º aniversário dos laços diplomáticos como uma oportunidade para aumentar a confiança política mútua e expandir intercâmbios pessoais e culturais. O responsável expressou também a esperança de que os dois lados promovam a implementação de importantes consensos e grandes projectos, concluam as negociações de livre comércio durante este ano, sinergizem ideias e recursos de inovação e fortaleçam a cooperação em áreas como a investigação e desenvolvimento de vacinas e medicinas, para que a cooperação de inovação China-Israel em vários campos possa florescer e desempenhar um papel maior na promoção do desenvolvimento económico e social dos dois países, ao mesmo tempo que fortalecem o bem-estar do povo. Do outro lado Por sua parte, Lapid disse que Israel está disposto a trabalhar em estreita colaboração com a China para aproveitar o papel do JCIC e promover a cooperação em inovação entre Israel e a China para beneficiar melhor os dois povos. Wang e Lapid assinaram conjuntamente o Plano de Acção de Cooperação para a Inovação China-Israel (2022-2024), e testemunharam a assinatura de sete acordos de cooperação nas áreas de ciência e tecnologia, saúde, cultura, proteção ambiental, energia limpa e direitos de propriedade intelectual.
Hoje Macau EventosLisboeta | Inaugurado hotel “Casa de Amigo” O empreendimento Lisboeta, situado no Cotai e propriedade da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), conta com um novo hotel, projecto do estúdio Line Friends, fundado pelo designer sul-coreano Kang Byeong. “Casa de Amigo” apresenta 82 quartos com três distintos, intitulados “Brown’s Room”, “Cony’s Room” e “Line Friend’s Room”. O conceito por detrás deste novo empreendimento hoteleiro é, como o próprio nome indica, ter uma casa que recebe os amigos, num espaço cheio de criatividade. É dado um grande destaque aos elementos culturais específicos de Macau, tal como a arquitectura portuguesa e “cores esplêndidas, perfeitamente misturadas” com a imagem do estúdio Line Friends. Os preços dos quartos, por noite, variam entre 1,5888 e 3,388 patacas.
Hoje Macau Manchete SociedadeArte | Instituto Cultural rescinde com músicos das orquestras de Macau A medida afecta 84 membros da Orquestra de Macau e da Orquestra Chinesa de Macau, através de despedimentos. O maestro Lu Jia terá sido despedido em Dezembro, mas só foi informado na semana passada. O IC garante que as orquestras vão passar a funcionar como empresas de capitais públicos O Instituto Cultural (IC) rescindiu contratos com todos os membros da Orquestra de Macau e da Orquestra Chinesa de Macau. Numa posição citada pela LUSA, o IC garantiu que a partir de 1 de Fevereiro as duas orquestras vão continuar a funcionar, sendo transferidas para “uma sociedade de capitais públicos”. As rescisões dos contratos de mais de 80 pessoas devem-se a esta transferência, cujo objectivo, sublinhou o IC, é “acompanhar o desenvolvimento sustentável a longo prazo das duas orquestras”. A medida respeita as novas regras de organização e funcionamento do IC, publicadas em Novembro do ano passado, acrescentou. O regulamento administrativo eliminou uma alínea que atribuía ao IC a competência de “assegurar as condições necessárias à expansão e divulgação da Orquestra de Macau e da Orquestra Chinesa de Macau”. Ainda de acordo com o IC, acredita-se que a constituição da sociedade das duas orquestras vai estar concluída “antes de 1 de Fevereiro”. Problemas laborais Um membro da Orquestra de Macau, que pediu para não ser identificado por temer represálias, disse à Lusa que a possível desvinculação das duas orquestras do IC foi mencionada pela primeira vez no início de 2020. Contudo, na altura não foi apresentado qualquer plano aos músicos, apesar de terem sido realizadas cinco reuniões para o efeito. De acordo com as páginas das duas orquestras na Internet, a Orquestra Chinesa de Macau, com 39 membros, tem 21 concertos marcados até ao final de Julho, e a Orquestra de Macau, com 45, tinha agendados 15. Mas, o músico disse que um concerto da Orquestra de Macau já foi cancelado e considerou que o mesmo deverá acontecer aos restantes porque o director musical Lu Jia “foi despedido em Dezembro, mas só soube na semana passada”. Lu Jia, que lidera a Orquestra de Macau desde 2008, confirmou já ter abandonado a região, com a secção sobre o director musical e maestro chinês, entretanto retirada da página na Internet da orquestra. O IC garantiu ainda que vai pagar uma indemnização aos músicos das orquestras, “de acordo com as respectivas leis e regulamentos administrativos”. O músico acrescentou que cerca de 25 membros não-residentes não terão direito a qualquer compensação, enquanto os residentes vão receber “até 250 mil patacas”.
Hoje Macau SociedadeCTM | Redução de preços a partir de Fevereiro A Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) anunciou uma redução média de 22 por cento nos preços dos serviços de internet banda larga para os clientes residenciais. A redução entra em vigor a partir de Fevereiro, e é acompanhada por um aumento da velocidade que, no serviço mais baixo, sobe para 150 Mbps. Os descontos da banda larga dependem do tipo serviços contratualizados, e se a ligação é comum ou através de Acesso Directo à Internet (DIA, em inglês). No caso de os clientes serem comerciais, a CTM promete descontos que variam entre 23 e 70 por cento. Os cortes nos preços abrangem também os clientes dos serviços de telefone de rede fixa, 20 por cento para empresas, e de 54 por cento para as linhas telefónicas fixas instaladas em habitações sociais. Estes descontos entram em vigor a 1 de Abril. No comunicado, a empresa assumiu o compromisso de ajudar a RAEM na luta contra a pandemia. “Uma vez que a prevenção epidémica se tornou a norma em Macau, através do lançamento da melhoria das velocidades e da redução dos preços, a CTM espera facilitar a transformação ‘inteligente’ nas Pequenas e Médias Empresa”, foi declarado, no mesmo comunicado.
Hoje Macau PolíticaEconomia | AMCM destaca elogios do FMI sobre luta pandémica A Autoridade Monetária de Macau emitiu um comunicado a destacar os elogios do Fundo Monetário Internacional ao Governo e à situação macroeconómica e financeira da RAEM. “Os especialistas do FMI reconheceram os esforços envidados pelo Governo da RAEM no âmbito da implementação das medidas efectivas de prevenção da epidemia, bem como o resultado alcançado em relação à minoração do impacto económico negativo da epidemia através da utilização das reservas financeiras”, pode ler-se. Num relatório divulgado na segunda-feira, o FMI estimou que o Produto Interno Bruto de Macau cresça 15 por cento ao longo do ano. Apesar dos esforços e utilização das reservas financeiras, analistas do FMI notaram que as medidas fiscais deviam ser mais direccionadas para auxiliar “os grupos vulneráveis e a criação de emprego, a fim de promover a recuperação e inclusão”. Um dos assuntos ainda mencionados no relatório foi a necessidade diversificar a economia e os desafios deste objectivos, como a necessidade de quadros qualificados e infra-estruturas. Para alcançar esta meta, a AMCM reconhece que é preciso alterar as leis. “Quanto à promoção do desenvolvimento do sector financeiro, verifica-se uma necessidade de reforçar os diplomas jurídicos e o quadro da supervisão, com vista a assegurar a estabilidade e a credibilidade na área financeira”, foi explicado.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim acolhe cimeira entre a China e cinco países da Ásia Central O Presidente chinês presidiu ontem em Pequim a uma cimeira virtual com os líderes da Ásia Central. Na mesa esteve a influência desestabilizadora do Ocidente e a promessa de mais cooperação, num momento em que se diz ter-se atingido, nas relações diplomáticas, económicas e políticas, um “máximo histórico” O Presidente chinês, Xi Jinping, disse nesta terça-feira que “as chaves para a cooperação bem-sucedida entre a China e cinco países da Ásia Central (Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão) são respeito mútuo, boa vizinhança e amizade, solidariedade e benefício mútuo”. Xi fez as observações numa cimeira virtual em comemoração do 30º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e cinco países da Ásia Central. “Os quatro princípios são valiosas experiências e riqueza compartilhada para os países, e servem como garantias políticas para relações estáveis e duradouras entre a China e os cinco países, bem como a fonte de força para trocas amigáveis no futuro”, disse Xi. O Presidente chinês disse ainda que a China está pronta para trabalhar com os países da Ásia Central na construção de uma comunidade mais próxima com um futuro compartilhado. Por seu lado, os líderes dos cinco países da Ásia Central disseram que estão “ansiosos para ir à cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022”, na próxima semana. A primeira grande acção A cimeira foi a primeira grande acção diplomática da China na Ásia Central este ano e a primeira reunião de chefes de Estado entre a China e os cinco países da Ásia Central. “A cimeira tem grande significado para todas as partes por resumir as realizações e experiências nas relações China-Ásia Central, e procurar coordenação e fazer planos para uma futura cooperação bilateral em toda a linha num novo ponto de partida histórico”, disse Zhao Lijian, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros. “A cimeira irá também adoptar e divulgar uma declaração conjunta dos líderes no 30º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas”, disse Zhao, acrescentando que as relações entre a China e os países da Ásia Central atingiram “um máximo histórico”. “A cooperação tem produzido resultados e avanços históricos e icónicos, dando o exemplo de um novo tipo de relações internacionais e contribuindo para a construção de uma comunidade de futuro comum para a humanidade”, concluiu Zhao. “A China está disposta a trabalhar com os países da Ásia Central para levar por diante o passado e forjar o futuro, continuar a aprofundar a confiança mútua política e expandir a cooperação em todas as frentes, de modo a melhorar ainda mais a relação e levá-la a novos patamares”, disse Zhao. Graças ao sucesso das últimas décadas, especialistas previram que os dois lados teriam uma cooperação mais profunda em matéria de comércio, energia e intercâmbios interpessoais, para melhorar a coordenação em assuntos internacionais no momento histórico em que as situações regionais e internacionais estão a ter grandes mudanças. Pan Zhiping, director do Instituto da Ásia Central na Academia de Ciências Sociais de Xinjiang, disse que as relações da China com cada um dos cinco países e a região como um todo estão a desenvolver-se solidamente. Laços a múltiplos níveis A China e os países da Ásia Central forjaram laços sólidos no quadro da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), que acaba de celebrar o seu 20º aniversário. A China também construiu parcerias estratégicas com o Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão. “A confiança mútua política de alto nível e os frequentes intercâmbios de alto nível tornaram as relações China-Ásia Central resilientes à instigação e às tentativas de atrair a discórdia”, disseram os especialistas, insinuando o papel dos EUA na região. Graças a essa confiança mútua entre a China e os países da Ásia Central, Pan apontou uma cooperação frutuosa em múltiplos campos, muitos deles centrados na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” na qual a Ásia Central desempenha um papel fulcral, citando como exemplo os comboios de mercadorias China-Europa. A iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” foi proposta pela primeira vez na Ásia Central, durante a visita do Presidente Xi ao Cazaquistão em 2013. Em 2020, 91% dos 900.000 contentores que o Cazaquistão transportou foram para comboios de mercadorias China-Europa, informou a agência de notícias Xinhua. De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Comércio chinês, o comércio entre a China e os cinco países saltou de menos de 500 milhões de dólares há 30 anos para 50,1 mil milhões de dólares, o que representa um aumento de 100 vezes. Existem múltiplas áreas onde a China e a Ásia Central podem aprofundar a cooperação, incluindo a redução da pobreza, a prevenção de pandemias, a segurança dos cereais e o financiamento do desenvolvimento, disseram os peritos, observando que a China também pode trabalhar em mais projectos de infra-estruturas com o Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão. Durante a pandemia, a China não só enviou fornecimentos médicos e equipas de peritos para a Ásia Central, como também forneceu vacinas, em termos de doses reais, bem como de capacidades de produção. Em Setembro de 2021, uma linha de produção de COVID-19 de Anhui Zhifei Longcom começou a fabricar no Uzbequistão, com uma capacidade anual de 100 milhões de doses, informou a Xinhua. Conter a influência do Ocidente Segundo especialistas, a China e a Ásia Central têm uma tradição de comunicação desde a antiga Rota da Seda, e o espírito de diálogo entre civilizações foi herdado, com ambos os lados a respeitarem a cultura e o caminho de desenvolvimento um do outro. As duas partes estão a coordenar estreitamente os assuntos regionais, nomeadamente, a questão do Afeganistão, bem como outras ameaças à paz e segurança regionais. Na sequência da recente agitação em grande escala no Cazaquistão que ameaçou a paz regional, a China expressou vontade de apoiar firmemente o governo na manutenção da estabilidade e no fim da violência no momento crítico relativo ao futuro do Cazaquistão. Yang Jin, um investigador associado do Instituto de Estudos Russos, da Europa Oriental e da Ásia Central da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse que “apesar dos EUA e o Ocidente investirem e gastarem esforços nestas áreas para competir com a Rússia e conter a China, a Ásia Central trabalharia no sentido de estreitar as relações com a Rússia e estaria atenta à interferência dos EUA e do Ocidente”. Pan disse que a Rússia tem uma forte influência na Ásia Central. “As melhores relações de sempre China-Rússia e uma boa coordenação também abriram o caminho para a estabilidade e desenvolvimento das relações China-Ásia Central, e as três partes podem lidar conjuntamente com os desafios, quer se trate de infiltração dos EUA ou de forças terroristas regionais”, disse Pan. Na segunda-feira, os meios de comunicação quirguizes noticiaram que o Presidente quirguize Sadyr Zhaparov visitará a China de 3 a 5 de Fevereiro, durante a qual participará na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022, informou a agência de notícias do Quirguizistão AKIpress.
Hoje Macau Grande Plano MancheteUcrânia | China desmente notícia de que o conflito estaria a afastar Moscovo e Pequim Com os EUA e o Reino Unido a ordenar às famílias dos funcionários da embaixada em Kiev que partam da Ucrânia e a autorizar o pessoal a partir no domingo, os receios de guerra aumentam devido à alegada “invasão iminente” da Ucrânia por parte da Rússia. A crise na Ucrânia tem causado o aparecimento de algumas notícias, nomeadamente entre alguns meios de comunicação social ocidentais, incluindo a Bloomberg, segundo as quais o conflito pode afectar a confiança mútua China-Rússia. Para os chineses, isto reflecte a “má intenção” das forças ocidentais que tentam instigar divergências entre Pequim e Moscovo, disseram analistas. Na segunda-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês refutou um relatório da Bloomberg que afirmava que o líder chinês tinha alegadamente “pedido ao Presidente russo Vladimir Putin que não invadisse a Ucrânia durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022”. “O relatório foi puramente feito do nada. Procura não só difamar e perturbar as relações China-Rússia, mas também perturbar e minar deliberadamente os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. Um truque tão desprezível não pode enganar a comunidade internacional”, disse Zhao Lijian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, numa conferência de imprensa. A Embaixada chinesa na Rússia também refutou o relatório, afirmando numa declaração enviada à agência noticiosa russa TASS no sábado que a notícia “é um embuste e uma provocação”. A embaixada observou que a posição da China sobre a questão ucraniana é consistente e clara. No domingo o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo rejeitou igualmente o que descreveu como “desinformação” da Grã-Bretanha, como informou a AFP, depois de Londres ter acusado Moscovo de trabalhar para instalar um líder pró-russo na Ucrânia à medida que as tensões aumentavam. “A desinformação circulada pelo governo britânico é mais uma indicação de que são os membros da OTAN liderados pelas nações anglo-saxónicas que estão a aumentar as tensões em torno da Ucrânia”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo num tweet. “Forçado a reagir” “O impasse militar na fronteira ucraniana atingiu um ponto muito perigoso”, disse Yang Jin, um investigador associado do Instituto de Estudos Russos, da Europa Oriental e da Ásia Central da Academia Chinesa de Ciências Sociais. “Ninguém quer escalar a crise para uma guerra, mas os conflitos podem ser facilmente desencadeados por acidentes, e é difícil prevenir totalmente os acidentes no impasse intenso”, observou Yang. “A China sempre esperou que a Rússia e os EUA pudessem resolver o problema sobre a Ucrânia através do diálogo, e esta posição não irá mudar”, disse Yang. Mesmo que ocorram alguns conflitos nos próximos dias, é pouco provável que seja a Rússia a iniciar provocações, uma vez que Moscovo apoiou anteriormente a Trégua Olímpica aprovada pela ONU durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022, enquanto alguns países como os EUA, o Reino Unido e a Austrália se recusaram a assiná-la. Entretanto, as relações entre os EUA e os membros da UE divergem. Os peritos disseram que as divisões profundas dentro da Europa estão a tornar difícil para a UE agir como mediador das actuais tensões. Os ministros dos negócios estrangeiros da UE reuniram-se em Bruxelas na segunda-feira apelando a uma “desescalada” da situação em torno da Ucrânia. O chefe da política externa da UE, Josep Borrell, disse que a UE não seguirá a iniciativa dos EUA de retirar pessoal e famílias da embaixada na Ucrânia, mas “todos os membros da UE estão unidos”, e estão a mostrar uma unidade sem precedentes sobre a situação na Ucrânia, informou a AP. No meio de tensões crescentes, o Ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, disse que o seu país tinha recebido uma segunda remessa de armas dos EUA como parte da ajuda à defesa no total de 200 milhões de dólares, informou a Reuters no domingo. A Europa “não é uma placa de ferro” A falta de unidade no seio da UE é também evidente na crise da Ucrânia, e a recente demissão do chefe da marinha alemã Kay-Achim Schonbach pelos seus comentários “pró-Rússia” expôs as profundas divergências no seio do Ocidente sobre questões de segurança regional, observaram os analistas chineses. Schonbach demitiu-se após ter dito a um grupo de reflexão durante a sua visita à Índia na sexta-feira que Putin “provavelmente” merecia respeito, e que a Crimeia “desapareceu” e “nunca mais voltaria” à Ucrânia, argumentando a favor da cooperação com a Rússia para conter a ascensão da China. Algumas reportagens dos media descreveram os comentários como um incidente diplomático sem precedentes, e o governo alemão distanciou-se dos comentários de Schonbach, segundo o Deutsche Welle. “Muitos dos países europeus querem a paz com a Rússia, ao contrário dos EUA”, disse Yang. “Só os EUA querem o caos”.
Hoje Macau China / ÁsiaPortugal sem representação política nos Jogos de Inverno de Pequim Portugal não terá representação política nas cerimónias de abertura e de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, “por várias razões”, revelou ontem em Bruxelas o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. “Portugal não terá representação política na cerimónia de abertura ou na cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno, e estamos também a coordenar-nos com os demais Estados europeus nessa matéria, mas não teremos representação política na cerimónia de abertura ou na cerimónia de encerramento”, declarou o chefe da diplomacia portuguesa. Santos Silva, que falava aos jornalistas após participar numa reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, justificou a ausência com “várias razões”, desde “o momento político que se vive em Portugal” ao “sentido de unidade próprio da União Europeia” nas atuais “circunstâncias”, admitindo também o peso que tem o facto de os Jogos Olímpicos de Inverno não serem, “do ponto de vista, desportivo «o alfa e o ómega» do desporto nacional”. Depois de, na semana passada, o Parlamento Europeu ter apelado a um boicote diplomático e político dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, face às tentativas da China de “legitimar o seu sistema autoritário”, Santos Silva confirmou que “há uma coordenação que se está a fazer [entre os 27], respeitando evidentemente todos os interesses de cada Estado-membro”. “Por exemplo, sei que alguns Estados europeus se farão representar ao nível de ministro do Desporto dada a dimensão da sua representação desportiva. Outros far-se-ão representar apenas ao nível de embaixador, e, como é habitual nestas coisas, mesmo quando a decisão é nacional, nós concertamos sempre posições e é isso que estamos a fazer”, disse. Quanto à posição portuguesa, atribuiu-a então ao “sentido de unidade próprio da UE e também o que é típico da diplomacia não-confrontacional que Portugal pratica”, voltando a recordar o “momento político que se vive em Portugal, e que se viverá nas próximas semanas”, com a realização de eleições legislativas no próximo domingo, 30 de janeiro. “Entendemos que uma representação ao nível ministerial ou de membro do Governo não seria a solução apropriada”, concluiu.
Hoje Macau China / ÁsiaEpidemiologista chinês avisa para surtos de covid-19 dez vezes maiores em Xangai O epidemiologista Zhang Wenhong alertou hoje as autoridades de Xangai que, devido ao “levantamento global” das medidas contra a covid-19, a China enfrenta “mais riscos”, pelo que a cidade deve “preparar-se para surtos cinco ou dez vezes maiores”. Ao contrário dos países que levantaram as suas restrições, a China “não pode relaxar de forma alguma as medidas de prevenção contra a pandemia”, advertiu Zhang, numa carta enviada ao governo de Xangai. A disseminação da variante Ómicron, caracterizada como altamente contagiosa, traria grande pressão sobre o sistema de saúde, segundo alertou o epidemiologista. O especialista, que lidera a luta contra a pandemia em Xangai e é um dos rostos mais reconhecidos entre os epidemiologistas chineses, recomendou que as autoridades “realizem simulações”, “reforcem o sistema de tratamento” e “façam um bom trabalho na preparação dos materiais e na organização de cursos de formação”. Na missiva, Zhang lembrou que a nova variante “está a espalhar-se pelo mundo a uma velocidade sem precedentes”, o que implica o risco de “casos importados” do exterior, que podem somar-se a “casos de transmissão local”. A China continua a aplicar uma política de tolerância zero contra o novo coronavírus, estratégia que envolve campanhas massivas de testes de diagnóstico PCR e restrições à mobilidade sempre que um caso é detetado. Desde março de 2020, as fronteiras do país asiático estão praticamente fechadas para visitantes estrangeiros não residentes. Todos os passageiros que chegam à China devem passar por uma quarentena centralizada de pelo menos 14 dias em hotéis pagos pelo viajante. Xangai continua a ser uma das principais portas de entrada no país. As autoridades locais decidiram aumentar os 14 dias de vigilância centralizada para 21 no caso de viajantes que não residem na cidade, uma política que vai ser mantida até pelo menos 31 de março, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. Segundo dados oficiais chineses, desde o início da pandemia, 105.660 pessoas foram infetadas no país e 4.636 morreram. A covid-19 provocou pelo menos 5,58 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse (AFP).
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan revela nova incursão de aviões militares chineses Taiwan revelou hoje que 39 aviões militares da China entraram na sua Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) no domingo à noite, a maior incursão desde outubro. De acordo com o comunicado do Ministério da Defesa de Taiwan, participaram na incursão, no sudoeste da ilha, 24 caças J-16, dez caças J-11 e um bombardeiro nuclear H-6, entre outras aeronaves. A Força Aérea da ilha emitiu avisos e mobilizou unidades até que os aviões chineses abandonaram o espaço aéreo taiwanês, que não está definido ou regulado por nenhum tratado internacional. Nos últimos dois anos, a China aumentou o assédio militar, através de exercícios nas águas em redor da ilha e do envio de aviões de guerra em direção ao território. O número e frequência de aviões militares chineses que entraram na ADIZ de Taiwan aumentou no último ano meio, desde que Taipé começou a divulgar os dados. A maior incursão, envolvendo 56 aviões de combate num único dia, aconteceu em outubro, semanas após a ilha ter submetido um pedido de adesão ao Acordo Progressivo e Abrangente para a Parceria Transpacífica (CPTPP), um dos maiores acordos comerciais do mundo. Só em outubro, Taiwan registou 196 incursões, incluindo 149 em apenas quatro dias, o período do Dia Nacional da República Popular da China. O regime comunista reivindica Taiwan como uma província sua, apesar de o território funcionar como uma entidade política soberana. Pequim admite o uso da força para assumir o controlo sobre a ilha e tem aumentando a pressão diplomática para a isolar no cenário internacional. China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. As tensões aumentaram desde que os cidadãos de Taiwan elegeram Tsai Ing-wen como presidente em 2016, ao que Pequim respondeu cortando as comunicações previamente estabelecidas com o Governo da ilha.
Hoje Macau China / ÁsiaChina suspende bloqueio em Xian após cidade registar zero casos de covid-19 O bloqueio de Xian foi hoje suspenso, após a cidade chinesa ter alcançado os zero casos de covid-19, depois de um mês sob as medidas mais restritas desde o isolamento da cidade de Wuhan, no início da pandemia. O anúncio feito hoje pelo governo de Xian ocorreu após a retomada dos voos domésticos de e para a cidade, no fim de semana. A cidade foi colocada sob quarentena em 22 de dezembro após um surto atribuído à variante Delta do coronavírus. Com uma população de 13 milhões de pessoas, a cidade registou mais de 2.000 infeções desde dezembro do ano passado. A semana passada alcançou os zero casos. Em Pequim, dois milhões de moradores do distrito de Fengtai foram submetidos a testes para o novo coronavírus, após a descoberta de algumas dezenas de infeções locais na capital chinesa. Testes direcionados estão também a ser realizados em comunidades residenciais em seis outros distritos. As autoridades informaram os residentes em áreas de Pequim consideradas de alto risco de infeção para que não saiam da cidade, depois de 25 casos terem sido diagnosticados em Fengtai e 14 em outros distritos. Moradores fizeram fila, no domingo, em calçadas cobertas de neve, sob temperaturas negativas, para fazerem o teste. A Comissão Municipal de Saúde de Pequim também disse, no domingo, que qualquer pessoa que tenha comprado remédios para a febre, tosse e outros sintomas, nas últimas duas semanas, vai ser obrigada a fazer um teste para a covid-19 nas próximas de 72 horas, informou o jornal oficial Global Times. Os Jogos Olímpicos de Inverno vão ser realizados em Pequim, no próximo mês, sob restrições rígidas que visam separar atletas, funcionários, jornalistas e funcionários dos residentes locais. Os atletas devem ser vacinados ou passar por uma quarentena após a chegada à China. Outros surtos levaram o governo a impor proibições de viagens em várias cidades, incluindo Tianjin, a cerca de uma hora de Pequim. As rígidas medidas permitiram à China prevenir grandes surtos em todo o país. O país China detetou relativamente poucos casos da variante Ómicron, considerada altamente infecciosa. Na segunda-feira, o país relatou apenas 18 novos casos de infeção local, incluindo seis em Pequim. O país tem 2.754 casos ativos e registou um total de 105.660 casos de covid-19 e 4.636 mortes desde o início da pandemia. Várias províncias próximas relataram casos relacionados com os surtos em Pequim, incluindo as províncias de Shandong e Hebei. A cidade de Shenyang, na província de Liaoning, relatou um caso assintomático, também oriundo de Pequim. Apesar da queda no número de casos, as medidas foram intensificadas nas vésperas dos Jogos Olímpicos de Inverno, onde todos os participantes devem ser testados antes e depois da sua chegada a Pequim. Os organizadores disseram hoje que 39 pessoas entre os 2.586 atletas, treinadores, funcionários e jornalistas que chegaram a Pequim desde o início de janeiro testaram positivo para o coronavírus ao desembarcarem no aeroporto. Outras 33 pessoas que já estavam dentro da “bolha” sanitária testaram também positivo mais tarde.
Hoje Macau VozesJuntos para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. Juntos por um futuro compartilhado No seu discurso de ano novo de 2022, o Presidente Xi Jinping enfatizou que “Não pouparemos esforços para apresentar excelentes Olimpíadas ao mundo. O mundo está voltando os olhos para a China, e a China está pronta. ”A cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022 será revelada no dia 4 de Fevereiro, o dia do “Início da Primavera” no calendário lunar chinês, indicando que os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022 irão penetrar no Inverno frio da pandemia de COVID-19 que envolve o mundo e, iluminarão um futuro brilhante para a humanidade com o espírito olímpico deixar brilhar. Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim apresentarão ao mundo uma gala simples, segura e maravilhosa. A China compromete-se a sediar uma Olimpíada “simples, segura e maravilhosa” com uma abordagem “verde, inclusiva, aberta e honesta”, estabelecendo um novo padrão para os Jogos Olímpicos. A China realiza preparativos gerais de maneira suave e ordenada contra a pandemia que tem estado a expandir-se pelo mundo. Entretanto, a China tira proveito do legado dos Jogos Olímpicos de Verão de Pequim 2008, modernizando vários locais desportivos para “Estádios Olímpicos Duplos”. Pela primeira vez na história das Olimpíadas, todos os estádios dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim serão sustentados de maneira totalmente verde. Tendo publicado duas versões de livro de instruções sobre contramedidas COVID-19 e aderido ao gerenciamento preciso e de circuito fechado da epidemia, a China coloca a saúde e a segurança dos participantes em primeiro lugar. Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim serão realizados conforme programado, demonstrando o espírito chinês de cumprimento de promessas, autoconfiança e abertura. Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim envolveram mais de 300 milhões chineses em desportos de Inverno e, assim promoveram efectivamente a cultura olímpica e os intercâmbios e aprendizado mútuo entre as civilizações. Nos últimos 6 anos , desde que Pequim ganhou a licitação para sediar esta Olimpíadas de Inverno, os desportes de Inverno na China têm continuado a aquecer nas regiões do sul, oeste e leste, dando forte impulso à China, com o objectivo de construir uma nação de potência desportiva e saudável, expandindo notavelmente o mercado global de desportos de inverno. A China, aproveitando os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim como uma oportunidade, adopta novas práticas para melhorar o ambiente ecológico, constrói novos modelos para o desenvolvimento de regiões e cidades e cria um novo ambiente para o progresso do ser humano e da sociedade. Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim coincidirão com o Ano Novo chinês. A China mostrará ao mundo uma civilização oriental antiga enquanto vigorosa, uma moral de grande país de abertura e inclusão, e reunirá a vontade e a força para construir conjuntamente um futuro compartilhado. Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim têm conquistado amplo apoio da comunidade internacional. Politizar os desportos e interromper os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim não será suportado. Actualmente, as grandes mudanças do mundo sem precedentes no último século e a pandemia ocorrem combinadas, o apelo ao fortalecimento da solidariedade e cooperação para enfrentar desafios comuns está se tornando mais forte do que nunca. O slogan dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, “Juntos por um futuro compartilhado”, está alinhado com o lema olímpico “Mais rápido, mais alto, mais forte, juntos”, a tendência dos tempos de paz, desenvolvimento e cooperação, bem como as expectativas do mundo. A 76.ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas adoptou por consenso a resolução sobre a Trégua Olímpica para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, co-patrocinada por 173 estados membros. A 10ª Cimeira Olímpica, realizada pelo COI, declarou o apelo da comunidade desportiva internacional para apoiar os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim e opor-se à politização dos desportos. Mecanismos multilaterais, incluindo o G20, Fórum de Cooperação China-África, Fórum China-CELAC e Organização para Cooperação de Xangai, juntamente com a maioria dos países,expressaram firme apoio aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, reflectindo plenamente a justiça e a aspiração da comunidade internacional. É de destacar, que mesmo a imprensa dos EUA admite, que a posição dos EUA sobre os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim foi seguida por somente 9 países, incluindo Reino Unido, Canadá, Austrália e Lituânia etc., demonstrando o fracasso do governo dos EUA em politizar o evento. O desporto é a linguagem comum da humanidade que transcende as fronteiras e civilizações nacionais. O espírito olímpico é o melhor retrato do progresso contínuo e da autotranscendência da humanidade. Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim vão injectar um forte impulso na reparação das feridas da epidemia, aumentando a confiança no desenvolvimento, consolidando a solidariedade e a amizade no mundo e promovendo a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade. Vamos dar as mãos com toda a confiança e trabalhar juntos por um futuro compartilhado! Por Liu Xianfa, Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da RPC na RAEM
Hoje Macau h | Artes, Letras e IdeiasSalitre, de Duarte Drumond Braga Por Jorge Arrimar Cláudia Ribeiro, no seu livro, No dorso do dragão (2001), escreveu que “a China sofre do facto de ter sido sempre, por excelência, o repositório de todos os sonhos impossíveis do Ocidente, pois este tem no Oriente a sua noite.” (2001, p. 11-13)). De certa forma, podemos dizer que Macau foi o travesseiro onde alguns escritores portugueses sonharam uma narrativa diferente. Este será o caso de Duarte Braga em Salitre, seu livro mais recente (2021), publicado em Macau pela Capítulo Oriental. Diz-se que a criação é uma dor e que o autor (re)constrói-se através da sua obra. Este é o mistério do texto literário, que resiste a ser desvendado, como se fosse uma gruta de segredos que só ganha significado quando se consegue entrar nela. E o acto de ler é o “abre-te sésamo” que só se completa, só é eficaz, quando se consegue ver “o não escrito”, como diz Guimarães Rosa (Ed. 10, O Sindicato, 1999), e tocar a nudez do texto. Assim o leitor tem de olhar para o livro, Salitre de seu título, como a gruta do poeta, onde este se confronta consigo mesmo e com os seus fantasmas. É nesta solidão quase iniciática, que, umas vezes o ouvimos murmurar palavras leves de que só apanhamos a sombra; outras vezes, palavras pesadas de água que nos encharcam. Em Salitre, Duarte Braga vai-se mostrando na confissão das emoções, aflorando a velha arte de trovar escárnios e maldizeres, uma pegada antiga, deixada na cidade que neste livro tem lugar central. É uma metáfora de Macau, uma acumulação de sinais, a maior parte deles muito familiares aos seus habitantes, como o bolor, o mofo, o próprio salitre, mas que, neste contexto, exigem uma outra leitura. Aqui o autor reinventa-se na personagem principal do poema, salgando a carne dos seus próprios versos. Apresenta uma identidade subterrânea e traça um perfil líquido, impreciso, uma espécie de biografia esfumada. Aparentes contradições perturbam uma leitura menos atenta e exemplo disso é o poeta afirmar que se sentiu perdido num deserto interior que depressa se ampliou em outro deserto, quando o que o sufoca permanentemente é a humidade. Porém, a nebulosidade constante não o impede de observar o que o cerca, olhar as pessoas que passam, ouvir a língua que falam, a escrita que desenham… Afinal, a pátria sínica chega até ali, está em todo o lado, ao virar da rua, ao dobrar da esquina. E tenta chegar-lhe, tocá-la com cuidado como se fosse uma antiga porcelana, interpretar-lhe os sinais. Mas não é empreendimento fácil. É como se pretendesse descodificar a tatuagem das folhas que as árvores deixam cair sobre a face turva do tempo. Por isso tem vontade de vir a “ser poeta da natureza” para “ler os nomes das árvores”, confessa. Mas desilude-se depressa pois só consegue ver magros calígrafos que recolhem lírios e os depositam nos “rodapés dos dicionários”. Incomoda-o este conhecimento de nota de pé-de-página e, ao que parece, resta-lhe esperar na varanda dos dias e depois juntar-se aos demais, aos outros, no “pátio da harmonia irrefutável”, para se deliciar com “gomos da felicidade”. O “poeta é um fingidor”, já dizia Pessoa, e fingir a dor que deveras sente, é assumir que esta faz parte da matéria-prima da criação, seja ela de que área artística for, da pintura à poesia. Neste caso, o autor, através do texto, (d)escreve o que não é dito ou ouvido. Como diz Catherine David “Pedacinhos da realidade, fragmentos de luz, estas experiências minúsculas participam no silêncio da realidade, como as pinceladas de Cézanne participam na montanha” (Catherine David – La Beauté du geste [A beleza do gesto], Actes Sud, Babel, 2006). Salitre é apenas um dos pedacinhos dessa realidade complexa que é Macau, uma pincelada literária e perturbada, uma gota de tinta grossa na tela da escrita, versos de salitre no corpo do poema. E o poeta, “com o rosto a arder no escuro”, recolhe à cidade eternamente sitiada, conservando, contudo, o cheiro ao alecrim das janelas de sacada que guarnecem a calçada de Santana, em Lisboa; acompanha-o um vendilhão de sonhos e de azulejos da Praia Grande, a de S. Luís do Maranhão e a da cidade do Nome de Deus de Macau. É o sujeito de uma aventura com o gosto acre das laranjas agras que decoram as cidades velhas e sitiadas, “pequenas lisboas de troca e insalubridade jogadas pelos trópicos”, onde o poeta se recolhe, confessando, contudo, que as ama. Em Salitre constrói-se uma utopia de pernas para o ar, denunciando-se o lugar onde os bons poetas escrevem maus poemas e o próprio autor quer acreditar encontrar-se preso num haiku de Pound ou numa ostra encontrada nos tintins. E neste passo do bailado da escrita, o poeta deixa um legado patético, um “molho de imagens” e um tropel de sugestões. O salitre que corrói as paredes é o que brilha nas palavras e envenena a língua. Assim o poema nasce como o nenúfar num pântano e a apoteose é o grande aquário, de onde se retiram peixes dourados, mortos, secos ao sol e convenientemente salgados, enquanto ao longe, veem-se “barcos de flores a chegar e partir entre felácios e rosas (os lábios do carmim desflora)”. A poesia é, afinal, uma fuga… não da realidade, mas para a realidade, como diria o poeta brasileiro, Mário Quintana. (Gabriel Perissé – As experiências reversíveis […]. Dispon. em: < http://www.hottopos.com/convenit4/perisse.htm >). Salitre não é de leitura fácil e dócil. O seu autor não se deixou ir na corrente literária mais em voga, antes preferiu ser disruptivo em relação a ela, o que torna o texto diferente, tanto em termos de conteúdo, como a nível estético e conceptual. Por tudo isto, não será de estranhar que Salitre possa vir a ter um lugar especial enquanto criação literária.
Hoje Macau PolíticaAL | Ron Lam critica postura de Raimundo Rosário Ron Lam ficou desiludido com o que considera falta de vontade do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, na resposta a perguntas dos deputados na Assembleia Legislativa. As críticas do deputado prendem-se com a sessão de perguntas e respostas que decorreu na semana passada no hemiciclo. Segundo Ron Lam, que publicou um artigo de opinião no jornal Son Pou, o secretário não respondeu às questões colocadas, nem mostrou vontade de esclarecer a população, principalmente no que diz respeito à suspensão do Metro Ligeiro e aos custos de construção da Linha Leste. Outro dos aspectos atacado foi a queda de azulejos na habitação pública Ip Heng. Na AL, Raimundo do Rosário recusou comentar o assunto por estar a ser investigado pelo Comissariado Contra a Corrupção. Ron Lam lamentou que Rosário “tivesse fugido às questões”, e que os esclarecimentos sobre o assunto dependam apenas do CCAC.
Hoje Macau EventosDança | “O Ano Formidável” chega ao CCM em Março O pequeno auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) irá receber, entre os dias 11 e 12 de Março, o espectáculo de dança intitulado “O Ano Formidável”, com a dupla de bailarinos Tracy Wong e Mao Wei. Este é um espectáculo criado no âmbito do plano de comissões do CCM, sendo que os bilhetes estão à venda desde ontem. Este duo criativo de bailarinos promete subir ao palco e interpretar uma coreografia contemporânea “honesta, quase brutal, que explora visualmente a complexa aventura da maturação humana”, e que se mistura com uma “série de efeitos sonoros e visuais mesclados com música rock original”. Este espectáculo “é apresentado com um cenário simples através de uma arguta combinação de adereços e iluminação que, de modo efectivo, cria a atmosfera”, descreve ainda o Instituto Cultural (IC). Tracy Wong e Mao Wei já criaram “inúmeros trabalhos de vanguarda”, tal como “Prazo de Validade” ou “As Franjas Curiosas – Explosão da Caverna”, em colaboração com artistas de França e Bélgica. “O Ano Formidável” é uma produção totalmente criada em Macau e surge “como antecâmara de lançamento para os novos horizontes coreográficos desta dupla criativa”.
Hoje Macau EventosCinema | “Eu e o meu pai motorista”, de Niko Ho, seleccionado para apoio do IC O Instituto Cultural (IC) escolheu o projecto cinematográfico “Eu e o meu pai motorista”, de Niko Ho, natural de Macau, para o prémio de melhor argumento. Niko Ho recebe agora 60 mil patacas no âmbito do “Programa avançado de argumentos cinematográficos”, uma iniciativa conjunta do IC com a Administração de Cinema da província de Guangdong e Create Hong Kong. “Eu e o meu pai motorista” conta o dia-a-dia de uma família de três pessoas sustentada pela actividade comercial de uma frutaria depois de esta ter passado pelo tufão Hato. Este projecto de Niko Ho foi também seleccionado pela China Film Director’s Guild para integrar a lista de 20 melhores filmes do programa “Young Shoots”. Outro projecto escolhido foi “Silent Few”, do realizador Li Jing, natural de Guangdong. Esta produção baseia-se numa história verídica e contém uma narrativa sobre o esforço e o contributo de um advogado especializado em assistência jurídica na promoção do estabelecimento do sistema jurídico em regiões de etnias minoritárias da China. Estes dois projectos foram escolhidos de um total de seis candidatos, que receberam ainda um curso de formação nesta área, realizado entre os meses de Junho e Setembro do ano passado. De Macau concorreram quatro realizadores. O objectivo do “programa avançado de argumentos cinematográficos” é “facultar orientações sobre argumentos, com o objectivo de fomentar o talento no âmbito da criação cinematográfica e de gerar um maior número de filmes criativos, a fim de estimular o desenvolvimento da indústria cinematográfica”. O júri foi composto pelo ex-director assistente da Create Hong Kong, Wellington Fung, pelo produtor experiente de Hong Kong, John Chong, e pela guionista do Interior da China, Yuan Yuan.
Hoje Macau SociedadeCrise económica leva mais pessoas a estudar português em Macau, diz empresário O presidente da Associação Comercial Internacional para os Mercados Lusófonos (ACIML), Eduardo Ambrósio, disse à Lusa que a crise económica tem encorajado mais chineses a aprender português em Macau. A ACIML abriu na quinta-feira as candidaturas ao primeiro curso de português para negócios em 2022, em parceria com o Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau. Só nos primeiros sete meses de 2021, cerca de 200 pessoas inscreveram-se em cursos de português organizados pela ACIML, disse a secretária-geral da associação, Latonya Leong Wai Meng, citada pela imprensa local de língua chinesa. Eduardo Ambrósio disse que os cursos têm atraído trabalhadores do setor financeiro, empresários dedicados ao comércio internacional e advogados, assim com alguns jovens que terminaram recentemente cursos universitários. A crise na maior indústria de Macau, o jogo, fez com que seja agora “muito mais difícil” encontrar um emprego na cidade chinesa, lamentou. A taxa de desemprego subiu de 1,7% no final de 2019, antes do início da pandemia de covid-19, atingiu os 2,8% em novembro, sendo que as empresas locais despediram ainda quase 26 mil trabalhadores não residentes. A economia de Macau contraiu-se 56,3% em 2020 e ainda não regressou aos níveis registados antes da pandemia, com as receitas dos casinos de Macau em 2021 a mostrarem uma descida de quase 70% em comparação com 2019. “Há pessoas que estavam a trabalhar nos casinos, mas estão a mudar de ramo e querem saber português para fazer negócios com os países de língua portuguesa”, explicou Eduardo Ambrósio. Há oportunidades tanto na importação de produtos, “principalmente do Brasil e Portugal”, como na exportação para países como Angola e Moçambique, defendeu o empresário. Mais de duas mil pessoas já frequentaram os cursos da ACIML, que começaram em 2006, acrescentou Eduardo Ambrósio. O Governo de Macau tem defendido uma aposta num papel de serviços comerciais e financeiros entre a China e os países de língua portuguesa para diversificar a economia da cidade. “Eu não vejo onde é que estão a apoiar quem faz este trabalho”, disse Eduardo Ambrósio. “O que tem sido feito é muito pouco”, lamentou. O empresário disse depositar esperanças no diplomata chinês Ji Xianzheng, que tomou posse em 10 de janeiro como novo secretário-geral do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau), lugar que estava por preencher há mais de um ano.
Hoje Macau China / ÁsiaSismo de 5,8 no noroeste da China sem registo de vítimas ou danos materiais Um terramoto de 5,8 graus na escala de Richter abalou hoje a província chinesa de Quinghai (noroeste), sem registo de vítimas ou danos materiais, noticiaram os meios de comunicação estatais. O sismo, sentido principalmente na cidade de Delingha, ocorreu às 10:21 a uma profundidade de 8 quilómetros, de acordo com o Centro de Redes Sismológicas da China (CENC). A 08 de janeiro, outro sismo de 6,9 graus foi registado na mesma província, que com pouco menos de seis milhões de habitantes é uma das menos densamente povoadas da China. O terramoto causou então nove feridos ligeiros, danos em mais de 200 casas e o colapso de uma secção de dois metros da Grande Muralha da China na província de Gansu, a 114 quilómetros do epicentro do sismo.
Hoje Macau China / ÁsiaEstudo | Cooperação China-PLP ajuda países a superarem pandemia Especialistas afirmam que as relações entre a China e os países de língua portuguesa podem atingir um novo patamar em 2022 Face à pandemia da covid-19, a China e os países de língua portuguesa (PLP) apoiaram-se e cooperaram para superar as dificuldades colocadas pelo novo vírus, escrevendo um capítulo histórico na construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade, apontou um estudo publicado na terça-feira. O “Relatório de Desenvolvimento dos Países de Língua Portuguesa (2021)”, elaborado pelo Centro Chinês de Estudos dos Países de Língua Portuguesa (CEPLP) do Instituto de Estudos Regionais da Universidade de Economia e Negócios Internacionais, abrange as situações globais e tendências económicas e sociais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste de 2019 a 2020. Na cerimónia de lançamento do documento, os especialistas disseram que a cooperação China-PLP pode atingir um novo patamar em 2022. Wei Jianguo, especialista do Centro de Intercâmbios Económicos Internacionais da China e ex-vice-ministro do Comércio, participou na reunião por videoconferência e disse que os PLP têm grande potencial de fortalecer a cooperação tecnológica com a China. “Portos, pontes, aeroportos, rodovias, comboios de alta velocidade, entre outros. Ainda temos muito para fazer”, destacou. Ji Xianzheng, secretário-geral do Secretariado Permanente do Fórum de Macau, ressaltou que, face à covid-19, o órgão realizou várias iniciativas de cooperação no combate à pandemia e intercâmbios de cunho comercial e cultural com as partes para consolidarem a amizade através de solidariedade recíproca, o que veio a aprofundar o papel de Macau como plataforma na ligação entre a China e os PLP, e implementar, com acções concretas, o conceito de comunidade de futuro compartilhado para a humanidade. “Este é o segundo ano da construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin. Espero que a cooperação entre a China e os países de língua portuguesa abram um espaço mais amplo na nova situação”, acrescentou. Tempos difíceis Em resposta ao futuro da cooperação China-PLP, Wang Cheng’an, especialista-chefe do CEPLP, alertou que as situações políticas, económicas e sociais dos países de língua portuguesa estão a atravessar um período de profundas mudanças. “Em 2022, os países de língua portuguesa distribuídos em quatro continentes ainda estão num período difícil de desenvolvimento e o impacto da pandemia continuará a existir. Levará algum tempo para que esses países ultrapassem a recessão económica.” Apesar disso, Wang afirmou estar confiante na cooperação China-PLP e diz acreditar que os PLP contarão com a sua própria capacidade para levar a cabo uma cooperação internacional frutífera e para superar as dificuldades. O Centro Chinês de Estudos dos Países de Língua Portuguesa foi criado em 16 de Janeiro de 2012 na Universidade de Economia e Negócios Internacionais. Desde 2017, o CEPLP organizou conjuntamente com o Instituto Brasileiro de Estudos da China e Ásia-Pacífico e o Instituto Internacional de Macau, uma série de reuniões anuais de estudo, contribuindo para a cooperação académica entre a China e os países de língua portuguesa, informou Wang Qiang, vice-reitor da universidade.
Hoje Macau SociedadeCrime | Estudante detida por burla milionária Uma estudante universitária, de 21 anos, foi detida pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de pertencer a uma rede criminosa que praticou uma burla telefónica no valor de 13 milhões de dólares de Hong Kong. O esquema começou quando uma residente de Macau recebeu uma chamada, em Setembro do ano passado, de um sujeito que se fazia passar por empregado bancário que perguntou se a residente fez compras em Pequim usando um cartão de débito. Após a vítima ter negado, a chamada foi transferida para um outro indivíduo que se apresentou como polícia de Pequim. Nesse ponto, a vítima foi avisada de que poderia ser acusada de branqueamento de capitais. Mais tarde, a residente recebeu outra chamada de alguém que se fez passar por funcionária do Comissariado contra a Corrupção, que lhe terá enviado o mandato de detenção em seu nome. Lançado e mordido o anzol, a vítima acabou por facultar informações bancárias ao grupo. É aqui que entra a estudante universitária, que terá recebido 25 transferência bancárias de contas da vítima ao longo de três meses. A estudante terá também aberto cinco contas bancárias que usou para transferir o dinheiro para bancos de Hong Kong. Segundo a PJ, a detida recebeu 13 mil dólares de Hong Kong para participar no esquema. Do outro lado do Rio das Pérolas, as autoridades da RAEHK detiveram dois homens suspeitos de estarem envolvidos no esquema.
Hoje Macau SociedadePJ | Dois detidos por burlar e receber produtos ilícitos Um homem de 29 anos e uma mulher de 34 anos foram detidos por se terem envolvido numa burla com produtos de maquilhagem. Segundo o jornal Ou Mun, a 13 de Janeiro, a Polícia Judiciária (PJ) recebeu uma chamada vinda da Holanda, em que uma mulher que se apresentou como cidadã chinesa se queixava de poder ter sido burlada. De acordo com a vítima, a 7 de Janeiro tinha visto uma publicação das redes sociais em que um homem de Macau oferecia o serviço de transporte de produtos para o Interior. Sem desconfiar do anúncio, a mulher requisitou os serviços para a entrega a vários clientes no outro lado da fronteira, dizendo-lhe onde podia recolher os produtos de maquilhagem, avaliados em 54 mil renminbis, e quais os destinos. Contudo, dias depois, a vítima descobriu que o suspeito nunca tinha enviado os produtos para o Interior, além de ter ficado totalmente incontactável. Sem alternativa, a mulher contactou a PJ e fez queixa do homem. Por sua vez, o homem foi interrogado pelas autoridades e confessou que tinha vendido os produtos por 7,8 mil renminbis. Porém, após uma busca à casa do suspeito foram encontrados outros produtos do género, que as autoridades acreditam tratar-se de material não vendido. O suspeito está indiciado do crime de burla, que implica uma pena de três anos de prisão. Além do suspeito, foi igualmente detida a compradora que pagou 7,8 mil renminbis. A mulher recusou cooperar e foi indiciada pelo crime de receptação, ou seja, compra de objectos que se sabe serem roubados, com uma moldura penal que pode chegar a 5 anos de prisão.
Hoje Macau PolíticaHabitação Pública | Deputado quer prioridade para famílias com menores O deputado Lam Lon Wai defende que famílias com menores devem ter pontuação extra e prioridade no acesso a habitação social. A ideia foi divulgada ontem em interpelação escrita, em que questiona o Governo sobre a possibilidade de alterar lei. “No passado, a maior parte dos candidatos à habitação social eram idosos e pessoas com deficiências. Por isso, é compreensível que tivessem prioridade na atribuição deste tipo de habitação”, reconheceu Lam. “No entanto, será que as autoridades podem agora considerar alterar a legislação em vigor, para que as famílias com filhos menores tenham igualmente tratamento preferencial?, questionou. A habitação social é distribuída pela população de acordo com um sistema de pontuação. O pedido de Lam Lon Wai implica a alteração de critérios, para atribuir uma pontuação maior a famílias com menores. Na mesma interpelação, Lam perguntou pela atribuição do arrendamento das habitações sociais. Segundo os dados mais recentes, entre as últimas 4 mil candidaturas metade tinha sido alojada. O deputado pergunta qual é o ponto da situação.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim protesta contra presença de navio militar dos EUA no Mar da China Um navio militar norte-americano cruzou hoje o Mar da China próximo de um arquipélago controlado por Pequim, situação que o exército chinês considerou tratar-se de um “ato de provocação”, exigindo a saída do vaso de guerra. Segundo a Marinha dos Estados Unidos, o “destroyer” USS Benfold “está na plenitude dos seus direitos e liberdades de navegação nas proximidades das ilhas Paracel, em conformidade com o direito internacional”. O arquipélago é um grupo de pequenas ilhas e recifes, no Mar da China Meridional, a cerca de um terço da distância do Vietname ao norte das Filipinas e são também reivindicadas por Hanói, embora seja controlado há mais de 50 anos pela China. Num comunicado, o exército chinês denunciou a entrada “ilegal” e “não autorizada” do navio nas águas das ilhas Paracel. A Marinha e a Força Aérea da China, prossegue o comunicado, receberam ordens para “rastrear, vigiar, alertar e afastar” o navio. “Exigimos solenemente que os Estados Unidos cessem imediatamente essas provocações. Caso contrário, vão expor-se às consequências graves e imprevisíveis desses incidentes”, acrescentou o exército chinês. A China afirma ter sido a primeira nação a descobrir e a nomear as ilhas do Mar da China Meridional, por onde passa grande parte do comércio marítimo atual entre a Ásia e o resto do mundo, reivindicando quase toda a área marítima. No entanto, vários países vizinhos (Filipinas, Vietname, Malásia e Brunei) têm reivindicações concorrentes de soberania, que às vezes se sobrepõem. Em 2016, o Tribunal Permanente de Arbitragem (TPA) em Haia, decidiu que as reivindicações históricas de Pequim no Mar do Sul da China são infundadas. A China, porém, ignorou a decisão, considerando a instituição incompetente para decidir sobre disputas territoriais. Os Estados Unidos e outros países ocidentais realizam regularmente “operações de liberdade de navegação”, oficialmente com o objetivo de afirmar o caráter internacional deste mar. O envio do USS Benfold é a primeira operação do género este ano e ocorre uma semana depois de Washington ter acusado Pequim de reivindicar “ilegalmente” a maior parte do Mar do Sul da China. Este mar é um dos principais pontos de atrito entre chineses e norte-americanos, cujas relações também estão tensas em torno do futuro de Taiwan e de Hong Kong, direitos humanos ou questões comerciais. Ao longo de vários anos, Pequim consolidou o controlo sobre certas ilhas e atóis no Mar da China Meridional, principalmente no arquipélago de Spratly, realizando obras de expansão para montar instalações militares.