Taiwan | Sismo derrubou prédio e “prendeu” 400 turistas em montanha

Um forte sismo abalou grande parte de Taiwan ontem, derrubando um prédio de três andares, prendendo, temporariamente, quatro pessoas no seu interior, e deixando cerca de 400 turistas numa encosta de uma montanha.

O sismo de 6,8 de magnitude na escala de Ritcher foi o maior entre dezenas que sacudiram a costa sudeste da ilha desde sábado à noite, quando um terremoto de 6,4 atingiu a mesma área. Não houve relatos imediatos de ferimentos graves.

A maior parte dos danos terá acontecido a norte do epicentro, que o Departamento Meteorológico Central de Taiwan disse estar na cidade de Chishang. Um prédio de três andares, que tinha uma loja de conveniência no piso térreo e residências nos superiores, desabou na cidade vizinha de Yuli, noticiou a Agência Central de Notícias da ilha.

O dono do edifício, de 70 anos e sua mulher, foram os primeiros de quatro pessoas presas a serem resgatadas dos escombros, e só depois uma mulher de 39 anos e a sua filha de 5 anos.

Mais de 7.000 residências ficaram sem energia em Yuli, e as canalizações de água também foram danificados.
Também em Yuli, um deslizamento de terra prendeu quase 400 turistas numa montanha famosa pelos lírios alaranjados que cobrem as suas encostas nesta época do ano, noticiou a Agência Central de Notícias.

Os destroços de um toldo caído numa plataforma na estação de Dongli, na cidade de Fuli, que fica entre Yuli e o epicentro em Chishang, atingiram um comboio que passava, descarrilando seis vagões, disse a Agência Central de Notícias, citando a administração ferroviária. O sismo foi sentido no extremo norte da ilha, na capital, Taipei. A Agência Meteorológica do Japão emitiu um alerta de tsunami para várias ilhas do sul do Japão.

19 Set 2022

Vice-presidente chinês no funeral de Isabel II

O governante chinês assistirá à cerimónia juntamente com mais de dois mil convidados vindos de todo o mundo

 

O vice-presidente chinês Wang Qishan participará no funeral da Rainha Isabel II, anunciou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros, depois de ter sido negado o direito a uma delegação oficial chinesa de rezar em frente ao caixão da falecida soberana.

“A convite do governo britânico, o representante especial do Presidente Xi Jinping, vice-presidente Wang Qishan, comparecerá ao funeral da Rainha Isabel II, que será realizado em Londres amanhã (hoje), a 19 de Setembro”, disse Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado à imprensa.

Cerca de 2.000 convidados, incluindo várias centenas de líderes mundiais, famílias monárquicas, mas também pessoas anónimas condecoradas pelos seus compromissos associativos, participarão na cerimónia.

A presença de Wang Qishan foi anunciada depois de a presidente da Câmara dos Comuns, Lindsay Hoyle, ter impedido uma delegação oficial enviada por Pequim de entrar no recinto do parlamento onde repousa o caixão da Rainha. O corpo de Isabel II encontra-se em câmara ardente em Westminster Hall, a parte mais antiga do parlamento britânico, desde quarta-feira.

Em conferência de imprensa em Londres na sexta-feira, Mao Ning disse que o Reino Unido “deve mostrar cortesia diplomática e uma recepção calorosa”.

Memórias de sempre

Isabel II morreu a 8 de Setembro aos 96 anos no Castelo de Balmoral, na Escócia, após mais de 70 anos no trono, o mais longo reinado da história do Reino Unido.

Um funeral de Estado com a presença de dezenas de chefes de Estado e de governo internacionais terá lugar hoje na Abadia de Westminster, em Londres.

A urna com o corpo da Rainha será finalmente depositada, durante um evento privado reservado à família, num jazigo no Castelo de Windsor onde se encontram os restos mortais dos pais e da irmã, e para onde será transferido o caixão do marido, príncipe Filipe, que morreu aos 99 anos em 2021.

19 Set 2022

“Balada da Praia dos Cães” de José Cardoso Pires traduzido e publicado na China

A obra “Balada da Praia dos Cães”, do escritor português José Cardoso Pires, foi traduzida para chinês e publicada na semana passada na China. O livro foi traduzido por Xu Yixing e Mai Ran, professoras de língua portuguesa na Universidade de Estudos Internacionais de Xangai (SISU, na sigla em inglês), disse o consulado-geral de Portugal em Xangai.

A obra foi publicada pela Editora de Educação de Línguas Estrangeiras de Xangai (SFLEP, na sigla em inglês), ligada à SISU.

A iniciativa contou com o apoio do Instituto Camões Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas portuguesa e da Embaixada de Portugal na China, referiu o consulado, numa publicação na rede social chinesa WeChat.

“Balada da Praia dos Cães” é a segunda obra da literatura portuguesa a ser publicada na série da SFLEP intitulada Uma Faixa, Uma Rota – o plano de infraestruturas internacional lançado por Pequim, em 2013, disse o consulado na quinta-feira. A primeira foi “Fanny Owen”, da escritora portuguesa Agustina Bessa-Luís.

Considerado um dos nomes maiores da literatura portuguesa do século XX, José Cardoso Pires publicou “Balada da Praia dos Cães” em 1982.

Nesse mesmo ano, a obra venceu a primeira edição do Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE).

A trama é baseada em acontecimentos verídicos, ocorridos nos anos 60 e centra-se na resolução de um caso de homicídio de um militar revolucionário evadido da prisão militar do Forte de Elvas.

O livro foi adaptado ao cinema, com argumento de Pedro Bandeira Freire, num filme português realizado em 1987 por José Fonseca e Costa e com interpretação de Henrique Viana e Raul Solnado.

A SFLEP tem publicado traduções para chinês de várias obras da literatura portuguesa, incluindo os livros infantis “A Árvore” e “O Rapaz de Bronze”, de Sophia de Mello Breyner Andresen.

19 Set 2022

Isabel II | Residentes de Hong Kong fazem todos os dias fila durante horas para homenagear rainha

Centenas de residentes de Hong Kong fazem fila em frente ao Consulado Geral Britânico durante horas, todos os dias, para prestar homenagem à rainha Isabel II, deixando pilhas de flores e notas manuscritas.

Alguns habitantes de Hong Kong estão nostálgicos pelo que consideram ser uma “era dourada” passada sob o regime colonial britânico não inteiramente democrático, quando a cidade de cerca de sete milhões de pessoas ganhou o estatuto de centro turístico e financeiro mundial. A rainha é apelidada de “si tau por” em Hong Kong. No dialeto cantonês local traduz-se por “patroa”.

“Costumávamos chamar-lhe ‘si tau por’ quando estávamos sob o seu domínio. É simplesmente uma forma de mostrar respeito por ela. Havia um sentimento de bondade da parte dela, não é o tipo de chefe que está acima de si”, disse CK Li, uma residente que fez fila durante mais de duas horas para prestar a homenagem a Isabel II.

Outro residente, Eddie Wong, de 80 anos, disse que estava lá “por verdadeiros sentimentos” do seu coração.

“As pessoas em Hong Kong amam-na”, disse Wong. “Porque quando estávamos sob o seu domínio, desfrutávamos de democracia e liberdade e estávamos muito gratos. Quero despedir-me de ‘si tau por’, que está no céu”.

Ao recuperar a soberania do território a 01 de julho de 1997, a China prometeu deixar intactas as liberdades civis e instituições ao estilo ocidental de Hong Kong durante pelo menos 50 anos. Muitos criados no antigo território cresceram na esperança de liberdades ainda maiores.

Mas após meses de protestos antigovernamentais em 2019, Pequim impôs à cidade uma dura lei de segurança nacional, procurando acabar com a dissidência pública.

Jornais considerados demasiado críticos de Pequim foram forçados a fechar e dezenas de ativistas foram detidos. Os protestos em massa terminaram. Dezenas de milhares de residentes de Hong Kong escolheram emigrar para o Reino Unido e outros lugares, como Taiwan.

Até ao momento, as autoridades permitiram que continuassem as demonstrações ordenadas e sombrias de respeito.

“Imagino que algumas pessoas vão para lá não tanto por razões de nostalgia, mas como uma espécie de protesto, agora que a dissidência é suprimida”, disse John Burns, professor honorário de política e administração pública na Universidade de Hong Kong.

“Algumas pessoas, por exemplo, que concordam com o tipo de valores universais que o Reino Unido representa, e que foram incorporados na nossa Declaração de Direitos no final do colonialismo, podem participar nisto como forma de protesto”, disse Burns.

As emoções em Hong Kong estão em alta, disse Emily Lau, ex-presidente do Partido Democrático e ex-deputada, dada a situação política da cidade e de prevenção pandémica.

“Há quem seja genuinamente nostálgico e tenha sentimentos sentimentais pela Rainha, mas também há pessoas que têm queixas sobre a situação atual em Hong Kong”, disse.

“Não podemos excluir que alguns tenham aproveitado esta ocasião para expressar isso”, afirmou Lau.

Ao mesmo tempo, figuras públicas em Hong Kong estão a ser escrutinadas sobre a sua resposta à morte da rainha, e a atrair críticas se forem vistas como demasiado admiradoras do seu reinado ou do domínio britânico em geral.

Nas redes sociais chinesas choveram críticas ao veterano ator Law Kar-ying por este ter publicado uma fotografia no exterior do Consulado Britânico no Instagram com uma legenda que inclui a frase: “Hong Kong foi uma terra abençoada sob o seu reinado”.

Criticado duramente por atribuir a prosperidade de Hong Kong ao domínio britânico, Law apagou a publicação e divulgou um vídeo de desculpas na rede social Weibo. “Eu sou chinês e amarei para sempre a minha pátria”. Sinto muito”, escreveu.

Nem todos os habitantes de Hong Kong são sentimentais em relação ao domínio britânico. Alguns ressentem-se da decisão de Londres de não lhes conceder a cidadania britânica plena, aquando da entrega do território à China.

“Os britânicos retiraram os direitos aos nascidos em Hong Kong antes de 1997. Eles não protegeram esses direitos”, disse Leslie Chan, que adiantou não ter planos para mostrar o seu respeito à rainha.

“Quando o governo britânico discutiu com a China sobre o futuro de Hong Kong, os habitantes de Hong Kong foram afastados da discussão”, lamentou.

19 Set 2022

DSEC | Menos trabalhadores no comércio por grosso e a retalho

No fim do segundo trimestre deste ano, o número de trabalhadores na área do comércio por grosso e a retalho, teve uma quebra de 2,1 por cento para 61.924 trabalhadores, face ao trimestre homólogo de 2021. Os números foram revelados na sexta-feira, no âmbito dos resultados do inquérito às necessidades de mão-de-obra e às remunerações referentes ao segundo trimestre de 2022.

Apesar desta redução, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) indica que houve um aumento de um por cento, no número de pessoas a trabalhar na área do comércio a retalho, ou seja, 39.765 profissionais.

Além da diminuição de trabalhadores face ao ano passado, também os salários baixaram.
Em Junho de 2022, a remuneração média, excluindo as participações nos lucros e os prémios, dos trabalhadores a tempo inteiro era de 13.990 patacas, no que representou uma redução de 3,5 por cento, em termos actuais.

A tendência da redução dos ordenados foi comum a outras áreas, o que a DSEC explicou com o surto de 18 de Junho. “Em termos gerais, a remuneração média dos trabalhadores a tempo completo em Junho de 2022 baixou, dado que a situação pandémica ocorrida em meados de Junho fez com que nalguns ramos um grande número de trabalhadores ficasse de licença sem vencimento”, pode ler-se no comunicado.

Na área dos seguranças, também houve uma queda face ao período homólogo para 13.098 trabalhadores, menos 1,4 por cento em termos anuais. Os salários caíram 1,1 por cento em termos anuais, para 12.750 patacas.

No polo oposto, nos transportes, armazenagem e comunicações houve um crescimento dos trabalhadores, para 13.914, ou seja, 1,2 por cento, com os salários a caírem 4 por cento para 20.200 patacas por mês.

19 Set 2022

APOMAC | Suplemento de pensão leva a acusações de “discriminação”

Jorge Fão considerou que a medida de entrega de um suplemento extra da pensão de reforma deveria abranger todos os reformados, mesmo aqueles fora de Portugal, e recordou que entre 2011 e 2016 os cortes atingiram todos

 

A Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC) defendeu o alargamento a todos os reformados do suplemento extra de meia pensão. A posição foi tomada depois de o Governo português ter anunciado o pagamento de um suplemento extra com a pensão, a ser entregue em Outubro, que deixa de fora os pensionistas que vivem fora de Portugal. Esta opção é vista como discriminatória.

“Isto é muito injusto para connosco. Até chega a ter alguma dose de discriminação”, afirmou Jorge Fão, presidente da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC), à Lusa.

Jorge Fão lembrou que todos os pensionistas da Caixa Geral de Aposentações portuguesa, incluindo os que vivem no estrangeiro, sofreram cortes devido à Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES), imposta pelo Estado português entre 2011 e 2016.

“O Governo deve alargar [o suplemento extra] a todos os reformados em todas as latitudes, porque quando cortou também cortou a todos. Se cortou a todos, então também deve pagar a todos”, defendeu o dirigente.

A 5 de Setembro, o primeiro-ministro português António Costa, no âmbito do pacote de medidas lançadas para combater a inflação, anunciou que os reformados vão receber um suplemento extra equivalente a meio mês de pensão pago de uma só vez em Outubro, para mitigar o impacto do aumento do custo de vida no rendimento.

No entanto, a resolução aprovada em Conselho de Ministros deixa de fora pessoas com pensões acima de 12 Indexantes de Apoios Sociais, ou seja, acima de 5.260 euros brutos mensais, assim como aposentados que vivam fora de Portugal.

Outro lado da moeda

Jorge Fão admitiu que a inflação em Macau, 1,38 por cento em Julho, é bem menor do que a registada em Portugal, 8,9 por cento em Agosto, mas lembrou que os reformados que vivem no território têm sofrido com a desvalorização do euro face à moeda local, a pataca.

Segundo dados da Autoridade Monetária de Macau, o euro estava sexta-feira a negociar a 8,08 patacas, longe do valor de 10,03 patacas registado no início de 2018. “No mínimo perdemos 20 por cento devido à taxa cambial”, lamentou Jorge Fão.

O pedido foi feito em duas cartas enviadas a António Costa e ao presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, na terça-feira. Jorge Fão disse acreditar que vivam na região chinesa cerca de dois mil reformados da antiga administração portuguesa de Macau, sendo que “algumas centenas” são membros da APOMAC.

19 Set 2022

Turismo | Sector espera 30 mil visitantes diários nos feriados

O número de visitantes durante os feriados da Semana Dourada pode chegar a 30 mil por dia, pelo menos, assim espera presidente da Associação de Indústria Turística, Andy Wu. O representante deu como pista os dados da Direcção dos Serviços de Turismo que indicaram que na sexta-feira passada entraram em Macau mais de 23 mil visitantes, o maior volume de entradas desde o último surto de covid-19. Em declarações ao jornal Ou Mun, Andy Wu confessou que o volume de turistas surpreendeu o sector.

Como nos últimos meses a origem das pessoas que visitam Macau se restringiu, principalmente, à província de Guangdong, o dirigente associativo acredita que com a pandemia estabilizada na RAEM e na província vizinha o número de entradas diárias pode manter-se acima das 20 mil.

Também o regresso do concurso internacional de fogo-de-artifício é visto por Andy Wu como uma forma de atrair turistas de Guangdong, uma. Vez que a organização de festas e actividades de grupo com muitas pessoas continuam severamente condicionados no Interior da China.

Quanto ao futuro a curto-prazo do sector, o dirigente espera boas notícias até ao fim do ano sobre as restrições impostas pelo combate à pandemia. Wu mencionou as declarações do director-geral da Organização Mundial de Saúde que apontou à proximidade do fim da pandemia, e a primeira visita de Xi Jinping ao exterior, como sinais do possível alívio das medidas de prevenção da pandemia em 2023.

19 Set 2022

Fórum Macau | Pedido maior intercâmbio com PLP na área da saúde

O Secretariado Permanente do Fórum Macau organizou na noite de sexta-feira a Cerimónia de Abertura do Colóquio online no domínio da Medicina Tradicional para os Países de Língua Portuguesa.

O evento contou com a colaboração do Serviços de Saúde da RAEM, foi coordenado pelo Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa para a Cooperação entre Guangdong e Macau e serviu para dar início aos trabalhos do Centro de Intercâmbio da Prevenção Epidémica China – Países de Língua Portuguesa.

O secretário-geral do Fórum de Macau, Ji Xianzheng, mostrou-se esperançado de que o centro organize actividades de formação, estágios e intercâmbios no sector da saúde pública entre a China e os Países de Língua Portuguesa. O responsável recordou que no âmbito do Fórum Macau foram realizados seis colóquios no domínio da medicina tradicional, no sentido de “promover o estudo e intercâmbio entre funcionários públicos e técnicos do sector da saúde da China e dos Países de Língua Portuguesa, sobre tecnologias, evolução de políticas e aplicação da medicina tradicional”.

19 Set 2022

Camões e Pessanha em destaque na nova Casa da Literatura de Macau

A Casa de Literatura de Macau vai ser inaugurada no sábado, com manuscritos originais de autores ligados à cidade chinesas, incluindo os poetas portugueses Luís de Camões e Camilo Pessanha, anunciou ontem o Instituto Cultural (ICM).

Num comunicado, o ICM disse que o novo espaço vai ter uma sala de exposições permanente com “as obras e os manuscritos originais de vários escritores influentes e poetas chineses e portugueses”.

A lista inclui o dramaturgo Tang Xianzu (1550-1616), conhecido como o Shakespeare chinês, cuja maior obra, “O Pavilhão das Peónias”, inclui uma cena inspirada em Macau, e o poeta e pintor Wu Li (1632-1718), que se tornou um dos primeiros padres jesuítas chineses, após estudar no Colégio de São Paulo, em Macau.

Segundo alguns historiadores, Luís Vaz de Camões (1524-1580) terá passado por Macau e escrito na cidade parte da sua obra “Os Lusíadas”. O poeta simbolista Camilo Pessanha (1867-1926) viveu quase 30 anos em Macau, onde veio a falecer.

O ICM defendeu que, além de acolher “um variado leque” de exposições e eventos, a Casa de Literatura de Macau tem também como objetivos “organizar intercâmbios e fomentar a investigação”.

O edifício terá uma sala de leitura com livros infantis, jogos multimédia e dispositivos interativos e duas salas polivalentes que serão disponibilizadas a associações e residentes para acolher atividades culturais como palestras e exibição de filmes.

“Queremos que seja um espaço para a promoção da literatura”, disse em junho a presidente do ICM, Deland Leong Wai Man, durante uma apresentação do projeto no Conselho Consultivo para o Desenvolvimento Cultural.

O centro, de entrada grátis, ficará situado numa das dez vivendas de estilo português construídas nos anos 20 do século passado, na Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida, em Mong Há, como residência de funcionários públicos. O projeto da Casa de Literatura de Macau foi originalmente proposto em 2014 pelo então presidente do ICM, Guilherme Ung Vai Meng, e a inauguração estava inicialmente prevista para 2018.

No final de 2016, o então vice-presidente do ICM, Chan Peng Fai, disse à imprensa local que a infraestrutura já tinha recebido, através de doação, mais de 2.900 peças ou conjuntos que “serão conservadas e utilizadas adequadamente, criando-se, para o efeito, uma base de dados da literatura de Macau e promovendo estudos académicos de forma a explorar a fundo a riqueza da literatura local”.

16 Set 2022

Polícia de Hong Kong apreende cocaína em contentores de algodão oriundos do Brasil

A polícia de Hong Kong anunciou ontem a apreensão de 16,5 quilos de cocaína em contentores vindos do Brasil, com um valor de mercado de 14 milhões de dólares de Hong Kong.

Segundo um comunicado, após “uma avaliação de risco”, funcionários da Alfândega da região administrativa especial chinesa decidiram inspecionar dois contentores que chegaram ao porto a 09 de setembro.

No interior, os inspetores encontraram a droga, escondida em dois dos 230 fardos de fibras de algodão vindos do Brasil. No mesmo dia, a Alfândega de Hong Kong deteve três suspeitos, com idades entre os 37 e os 62 anos, que foram libertados sob fiança.

No comunicado sublinha-se que a investigação está ainda a decorrer e que as forças de segurança não afastam a possibilidade de realizar novas detenções. O crime de tráfico de droga é punido na região chinesa com uma multa de até 5 milhões de dólares de Hong Kong e uma pena de prisão que pode ser perpétua.

16 Set 2022

Coreia do Sul | Detida suspeita de matar filhos, corpos encontrados em malas

Uma mulher de 42 anos, suspeita de assassinar duas crianças cujos restos mortais foram encontrados em malas na Nova Zelândia, foi detida na Coreia do Sul, informou ontem a polícia sul-coreana.

A mulher, supostamente a mãe das duas crianças mortas, foi detida por homicídio na Coreia do Sul a pedido da Nova Zelândia, e vai enfrentar um processo de extradição, adiantaram as autoridades de ambos os países.

“A suspeita é acusada pela polícia da Nova Zelândia de assassinar dois dos seus filhos, na altura com sete e dez anos, em 2018, na área de Auckland”, pode ler-se no comunicado da polícia sul-coreana.

Na mesma nota acrescenta-se que a mulher “chegou à Coreia do Sul depois do crime, onde se tem mantido escondida desde então”. A agência de notícias Yonhap avançou que se trata de uma cidadã neozelandesa nascida na Coreia do Sul.

A descoberta dos corpos aconteceu no mês passado. As malas faziam parte de um reboque carregado com artigos comprados por uma família num leilão de bens abandonados em Auckland, a maior cidade da Nova Zelândia.

16 Set 2022

Uzbequistão | Líderes da China, Rússia, Índia e países da Ásia Central em cimeira


O encontro, dedicado a questões de segurança, é marcado pelo encontro entre Xi Jinping, que sai pela primeira vez da China desde o início da pandemia da covid-19, e Vladimir Putin

 

Os líderes da China, Rússia, Índia e países da Ásia Central chegaram ontem ao Uzbequistão, para uma cimeira dedicada à segurança, que Pequim e Moscovo esperam servir de contrapeso às alianças militares dos Estados Unidos.

A cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês) é composta por oito membros, incluindo (a par de China, Rússia e Uzbequistão), Índia, Paquistão, Cazaquistão, Quirguistão e Tajiquistão, e ocorre num período em que o líder russo, Vladimir Putin, está diplomaticamente isolado, após ter invadido a Ucrânia.

As relações da China com os Estados Unidos, Europa, Japão e Índia estão também cada vez mais tensas, face a questões que abrangem o comércio, tecnologia, segurança, Taiwan, Hong Kong, Direitos Humanos e conflitos territoriais no Mar do Sul da China e nos Himalaias.

Em comunicado, o Kremlin disse que o líder russo vai reunir com o homólogo chinês, Xi Jinping, para abordar a guerra na Ucrânia e outros “tópicos internacionais e regionais”.

A cimeira vai mostrar uma “alternativa” ao mundo ocidental, descreveu um porta-voz do governo russo.
Trata-se também da primeira deslocação de Xi Jinping ao estrangeiro desde o início da pandemia da covid-19, e ocorre a poucas semanas do 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, o mais importante evento da agenda política chinesa, ressaltando o desejo de Pequim de se afirmar como uma potência regional. Xi foi recebido no aeroporto de Samarcanda pelo homólogo uzbeque, Shavkat Mirziyoyev.

As relações entre China e Índia atravessam um período de renovada tensão, devido a confrontos entre soldados dos dois lados, numa área fronteiriça disputada nos Himalaias.

Seguro de vida

O líder chinês vai promover a “Iniciativa de Segurança Global”, anunciada em Abril passado após a formação do grupo Quad pelos Estados Unidos, Japão, Austrália e Índia, numa resposta à política externa mais assertiva de Pequim.

Xi disse que a iniciativa pretende “defender o princípio da indivisibilidade da segurança” e “opor-se à construção da segurança nacional em detrimento da segurança de outros países”.

A região da Ásia Central ocupa uma posição importante na iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”, que visa abrir novas vias comerciais através da construção de porto, linhas ferroviárias e outras infraestruturas, ligando o leste da Ásia à Europa, Médio Oriente e África.

Os planos chineses na Ásia Central alimentaram o mal-estar na Rússia, que vê a região como parte da sua esfera de influência. O Cazaquistão e países vizinhos estão a tentar atrair investimento chinês sem perturbar Moscovo. Xi fez uma visita de um dia na quarta-feira ao Cazaquistão, a caminho do Uzbequistão.

16 Set 2022

Lei Chan U pede medidas ao Governo face a desemprego recorde

Está na altura de o Governo se mexer junto das entidades do Interior e assegurar que as excursões conseguem vistos para entrar em Macau. É esta a opinião de Lei Chan U, deputado das Federação das Associações dos Operários de Macau, que pediu ao Executivo mais acção para promover a recuperação económica.

“Espera-se que o Governo reforce a comunicação e coordenação com os departamentos do Interior, para que sejam reduzidas as exigências de emissão de vistos, e as visitas das excursões a Macau possam ser retomadas”, afirmou.

Segundo o deputado, apenas com as medidas do Interior, que o Governo de Macau deve negociar, vai ser possível recuperar a economia do território e “aliviar a situação gravíssima do desemprego”.

Sobre este aspecto, Lei Chan U pede que se recupere um acordo negociado no ano passado com o Ministério da Cultura e Turismo, que supostamente iria permitir que excursões de quatro ou cinco províncias viajassem regularmente para Macau. Contudo, a medida acabou por ser atrasada, “devido à situação pandémica”.

Num ambiente com muitas incertezas face ao futuro, Lei Chan U tem uma convicção: com visitas diárias de 10 mil turistas “vai ser difícil assegurar a recuperação económica de Macau”. Nos últimos feriados, do Festival do Bolo Lunar, a média diária de turistas a entrar no território foi de 16 mil.

Desemprego inédito

Na opinião divulgada ontem, Lei Chan U mostra-se muito preocupado com o desemprego e a estabilidade social que afirma “continuar a deteriorar-se”. O deputado cita os números oficiais mais recentes, em que as taxas de desemprego dos residentes e dos residentes jovens foram de 5,4 por cento e 15,5 por cento, respectivamente. Sobre estes dados, apontou que ambas “estão no valor mais elevado” desde que há registos.

Apesar de reconhecer que o Governo tem feito esforços para promover a contratação interna, com a organização de feiras e entrevistas de emprego, Lei Chan U considera que os desempregados ainda se deparam com situações “em que as ofertas de trabalho são em número insuficiente”.

No entanto, com uma população residente de 15.600 desempregados e 44.900 subempregados, o deputado acaba por concluir que simplesmente não há empregos para todos. Por isso, apela ao Executivo para promover a retoma do turismo e a expulsar cada vez mais trabalhadores não-residentes para abrir vagas para residentes, que devem ter prioridade no acesso aos postos de trabalho.

16 Set 2022

Taiwan | Lar contratou stripper “ardente” para militares reformados

Um lar de idosos taiwanês teve de pedir desculpas após contratar uma ‘stripper’ para fazer um espectáculo para militares reformados em cadeiras de rodas, na quinta-feira passada, durante as comemorações do Festival da Lua. O Taoyuan Veterans Home, uma instituição estatal para militares reformados, proporcionou os seus residentes um momento erótico no Festival da Lua, um feriado importante na cultura chinesa, no qual são celebradas as colheitas de arroz e trigo do Outono.

O vídeo da dança sensual foi filmado por um participante e publicado nas redes sociais, tornando-se rapidamente viral. Uma parte da gravação mostra uma mulher mascarada, de lingerie, a dançar no colo de um idoso.

No entanto, a instituição sentiu-se atingida pelas reacções negativas e divulgou um comunicado, segundo o jornal norte-americano New York Post. “A intenção do evento era entreter os residentes e fazê-los felizes. Lamentamos muito a ofensa que foi causada”, lê-se.

Um porta-voz do lar acrescentou que as festas do Festival da Lua foram canceladas nos últimos dois anos devido à covid-19, e, para levantar o ânimo dos residentes, organizaram um espetáculo com uma ‘stripper’. A fonte admitiu que as acções da dançarina foram “muito entusiasmadas e ardentes” e que o lar seria “mais cauteloso” no planeamento de eventos no futuro. O vídeo pode ser visualizado através do link: https://www.youtube.com/watch?v=dMDjuOrm8ak&ab_channel=UOL

15 Set 2022

Xinjiang | Países islâmicos não alinham com críticas do Ocidente

Observadores ocidentais mostraram-se surpreendidos, na passada terça-feira, pelo facto de nenhum país de maioria muçulmana no Conselho de Direitos Humanos da ONU ter feito qualquer menção ao relatório sobre os uighures em Xinjiang. Reino Unido, EUA e União Europeia manifestaram a sua preocupação por este facto.

Já a delegação chinesa – que é um dos actuais 47 membros do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas – reiterou as críticas ao relatório, alegando que foi baseado em “informações falsas e conclusões erradas”.

“É mais um exemplo de como os instrumentos de Direitos Humanos são utilizados pelos países ocidentais”, afirmou a delegação chinesa, que qualificou de “inaceitável” que o Alto Comissariado liderado por Bachelet até 31 de Agosto tivesse procurado, por um lado, a cooperação com Pequim e, por outro lado, o “confronto deliberado”.

Às críticas feitas pela China ao relatório juntaram-se outros membros actuais do Conselho, como a Venezuela, Bolívia ou Cuba, que consideraram o documento “tendencioso” e sem qualquer utilidade, por não ter sido validado pelo país envolvido.

No lado dos países observadores, a Rússia – que este ano foi expulsa do Conselho por causa da invasão da Ucrânia – afirmou que o relatório sobre Xinjiang marca um “momento de politização sem precedentes” numa instituição que, ao denunciar a situação na China, ignora “os abusos na Europa, nos EUA e em outros países ocidentais”.

15 Set 2022

Moçambique | China doa 13,9ME e perdoa sete milhões da dívida

20 milhões de euros, entre uma doação e um perdão da dívida, é o valor da ajuda de Pequim a Maputo, num dos “momentos difíceis” que o país africano atravessa

 

A China vai doar o equivalente a 13,9 milhões de euros e cancelar sete milhões de euros de dívida de Moçambique no âmbito de acordos assinados terça-feira em Maputo entre os dois países. A doação resulta do Acordo sobre a Cooperação Económica e Técnica assinado pela ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verónica Macamo, e pelo embaixador da China em Maputo, Wang Hejun.

Macamo e Wang assinaram ainda o Acordo de Perdão Parcial da Dívida de Moçambique e um certificado de entrega de produtos alimentares de assistência humanitária por parte de Pequim.

“Este gesto é mais um símbolo inequívoco da nossa profunda amizade, solidariedade e cooperação forjados desde os tempos da luta de libertação nacional, no qual a República Popular da China concedeu o seu precioso apoio multiforme à causa da autodeterminação do povo moçambicano”, afirmou a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.

Referindo-se em concreto ao Acordo de Perdão Parcial da Dívida, Verónica Macamo assinalou que o entendimento vai contribuir para o alívio das contas públicas e para a disponibilização de recursos para projetos de desenvolvimento social e económico do país.

“A República Popular da China é um país amigo que tem estado ao lado de Moçambique, dando a sua contribuição nos esforços rumo ao desenvolvimento sustentável do nosso país”, enfatizou.

Por seu turno, o embaixador chinês observou que os dois países têm intensificado a cooperação em vários domínios, consolidando laços históricos. “A China continuará a expandir as formas e os campos de cooperação com Moçambique e a promover, de acordo com as necessidades de Moçambique, mais projectos pragmáticos e de benefício mútuo”, destacou.

No final da cerimónia não houve oportunidade para perguntas dos jornalistas, mas em março de 2021 o ministro da Economia e Finanças de Moçambique, Adriano Maleiane, disse no parlamento que o país devia 1.700 milhões de euros à China, o equivalente a 16% do valor total da dívida pública (estimada em 10.420 milhões de euros).

A quase totalidade (1.660 milhões de euros) era devida ao Exim Bank Chinês pela construção de estradas e pontes, incluindo a via circular de Maputo, a ponte suspensa sobre a baía de Maputo e as estradas a sul, afirmou Maleiane.

Sempre ao lado de Moçambique

A presidente do parlamento moçambicano enalteceu também a importância da cooperação com a China, lembrando que o país asiático “sempre esteve ao lado de Moçambique nos momentos mais difíceis”. “A China está sempre presente nos momentos mais difíceis de Moçambique”, declarou Esperança Bias, durante uma reunião virtual com Wang Yang, presidente do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.

A presidente do parlamento moçambicano lembrou o apoio que a China prestou a Moçambique face à pandemia, destacando que o país asiático foi o primeiro a disponibilizar vacinas contra a covid-19 para Maputo. “Apesar de a China ter sofrido fortemente com o impacto desta pandemia, ajudou Moçambique com vários lotes de vacinas”, frisou Esperança Bias.

Segundo a responsável, os dois países vão continuar a envidar esforços para reforçar a cooperação bilateral, destacando as áreas política e económica como as prioritárias. “As relações entre os nossos dois países são bastante antigas e têm-se fortificado ao longo dos tempos”, acrescentou a presidente do parlamento moçambicano.

15 Set 2022

Jogo | Ligações com a Suncity “tramam” The Star Entertainment

A The Star Entertainment foi considerada sem idoneidade para explorar casinos em Novas Gales do Sul, na Austrália, num relatório publicado pela Comissão Independente do Jogo. O documento dado a conhecer na terça-feira feira faz várias as menções ao empresário Alvin Chau e ao grupo Suncity.

De acordo com o portal GGR Asia, o relatório indica que “na segunda metade de 2019, apesar de tudo o que era conhecido pelas empresas do universo The Star sobre a Suncity e o senhor Chau não houve avaliações de risco adicionais sobre as ligações com a Suncity e o senhor Chau”, pode ler-se no documento.

Em causa, está um outro relatório que focou as relações entre a Crown, empresa do jogo australiana, as ligações com o grupo promotor de jogo em Macau e as crescentes suspeitas de actividades de lavagem de dinheiro. “Nestas circunstâncias, foi totalmente indesculpável e inconsistente com as obrigações das operadoras de casino de avaliarem os riscos de infiltrações criminosas e de actividades lavagem de dinheiro”, é acrescentado no relatório sobre a The Star Entertainment.

A empresa foi assim considerada, nas condições actuais, sem idoneidade para estar focada, ou sequer associada, à exploração de qualquer casino em Novas Gales do Sul. Contudo, o relatório não indica que medidas devem ser tomadas para que a empresa possa continuar a operar.

15 Set 2022

MNE | China oferece três documentários a média dos PLP

A China prendou os média de países lusófonos com documentários sobre cultura do chá, medicina tradicional chinesa e ecossistemas das quatro estações do ano no país. Os conteúdos produzidos pela televisão estatal foram traduzidos pela TDM. O comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Macau, Liu Xianfa, presidiu à cerimónia de entrega

 

A cultura como meio de comunicação e cooperação entre meios de comunicação social chineses e dos países lusófonos. Foi com este intuito que a China ofereceu aos países lusófonos três documentários produzidos pela televisão estatal chinesa e traduzidos para português pela TDM-Teledifusão de Macau.

“Seleccionámos com cuidado e traduzimos três documentários sobre a cultura chinesa e oferecemo-los aos media dos países de língua portuguesa, com o objectivo de aproveitar a cultura como um meio para desenvolver um novo caminho para a cooperação entre os media da China e dos países de língua portuguesa, fornecer novas dinâmicas a esta cooperação e elevá-la para um novo patamar”, afirmou o comissário Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) na RAEM, Liu Xianfa, na cerimónia que oficializou a oferta.

Os três filmes versam sobre a cultura do chá, a medicina tradicional chinesa e a diversidade de ecossistemas durante as quatro estações.

Sobre o primeiro tema, Liu Xianfa apontou que o chá é um dos “cartões de visita” da China, desde a Rota da Seda e a Antiga Rota do Chá nos tempos antigos, até ao projecto ‘Uma Faixa, Uma Rota’ e à ‘Rota Marítima da Seda do Século XXI’, atravessando hoje a história e as fronteiras, transmitindo o espírito de harmonia e diferença e o conceito de abertura e cooperação”. “Macau foi o primeiro porto a partir do qual, o chá chinês foi exportado em grande escala”, acrescentou o comissário do MNE.

Contra os muros

Liu Xianfa demonstrou esperança de que os meios de comunicação social da lusofonia “assumam melhor as suas responsabilidades sociais”, trabalhem em conjunto para defender os valores comuns de toda a humanidade, adiram ao conceito de igualdade, apreciação mútua, diálogo e tolerância das civilizações, e promovam o respeito mútuo, a harmonia e a coexistência entre os povos.

A oferta simbólica dos conteúdos multimédia representa um esforço para “eliminar barreiras culturais através de intercâmbios culturais, transcender o choque de civilizações através da apreciação mútua de civilizações, e substituir a superioridade civilizacional pela coexistência civilizacional”.

O representante do Governo Central afirmou na cerimónia que “alguns países estão a contrariar a tendência da história ao ‘desligar’, construir ‘pequenos pátios e muros altos’, impor sanções extremas, e criar tensões artificiais, contradições e confrontos divisivos”.

Face ao contexto de globalização económica acelerada e de partilha de informação ao segundo nas redes sociais, Liu Xianfa destacou a necessidade “ainda maior” de a China e os países de língua portuguesa aprofundarem intercâmbios, expandirem a cooperação e promoverem o desenvolvimento. Após a cerimónia de oferta, todos os presentes assistiram a um espectáculo de língua e cultura portuguesa em Macau.

15 Set 2022

Nuclear | Seul alerta Pyongyang para “caminho de autodestruição”

A Coreia do Sul avisou ontem Pyongyang de que o recurso a armas nucleares vai colocar o país num “caminho de autodestruição”, depois de a Coreia do Norte ter aprovado legislação sobre o uso de armas nucleares de modo preventivo. Habitualmente, Seul evita usar termos tão fortes para evitar o aumento da tensão na península coreana.

O Ministério da Defesa sul-coreano considera que a legislação apenas vai aprofundar o isolamento da Coreia do Norte e incitar Seul e Washington a “reforçar ainda mais a capacidade de dissuasão e reacção”, disse aos jornalistas Moon Hong-sik, porta-voz da tutela.

Para conseguir que a Coreia do Norte não use armas nucleares, o ministério disse que a Coreia do Sul vai impulsionar fortemente a capacidade de ataque preventivo, defesa antimísseis e de retaliação maciça, enquanto procura um maior compromisso de segurança dos Estados Unidos da América (EUA) para defender o país aliado, com todas as capacidades disponíveis, incluindo a nuclear.

“Advertimos o Governo norte-coreano de que enfrentará a resposta esmagadora da aliança militar Coreia do Sul-EUA e seguirá o caminho da autodestruição, se tentar utilizar armas nucleares”, salientou o porta-voz.

Na semana passada, o parlamento da Coreia do Norte aprovou a legislação sobre as regras relativas ao arsenal nuclear, permitindo a Pyongyang recorrer ao armamento atómico, se a liderança enfrentar um ataque iminente ou se pretender evitar uma “crise catastrófica” não especificada para o país.

Num discurso, no parlamento, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, afirmou que o país nunca abandonará as armas nucleares de que necessita para responder às ameaças dos EUA, que acusou de pressionarem para enfraquecer as defesas do país e eventualmente derrubar o regime que lidera.

14 Set 2022

Diplomacia | China e Rússia querem ordem internacional “mais justa”

A China está a trabalhar com a Rússia para estabelecer uma ordem internacional “justa e razoável”, disse ontem o mais alto quadro da diplomacia chinesa, nas vésperas de uma reunião entre os líderes dos dois países.

O Presidente chinês, Xi Jinping, deve reunir-se com o homólogo russo, Vladimir Putin, esta semana, no Uzbequistão, à margem da cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), de acordo com a diplomacia russa.

“Sob a liderança estratégica do Presidente Xi Jinping e do Presidente Vladimir Putin, as nossas relações sempre progrediram no caminho certo”, defendeu Yang Jiechi, o principal diplomata do Partido Comunista Chinês, segundo uma nota emitida ontem pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

O comunicado citou Yang durante uma reunião com o embaixador russo na China, Andrey Denisov, que está de saída do cargo.

“A China está disposta a trabalhar com a Rússia para implementar ininterruptamente o espírito de cooperação estratégica de alto nível entre os dois países, salvaguardar os interesses comuns e promover o desenvolvimento da ordem internacional numa direcção mais justa e razoável”, afirmou Yang.

Face às sanções ocidentais e isolamento diplomático, em resultado da invasão da Ucrânia, a Rússia está a tentar reforçar laços com os países asiáticos, sobretudo com a China.

Bons parceiros

Semanas antes de a Rússia invadir a Ucrânia, a 4 de Fevereiro, Xi recebeu Putin. Os dois líderes anunciaram então uma parceria “sem limites”.

O país asiático recusou condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e criticou a imposição de sanções contra Moscovo. Pequim considera a parceria com o país vizinho fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos.

Na semana passada, o número três do regime chinês, o presidente do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular da China, Li Zhanshu, tornou-se o líder chinês mais importante a visitar a Rússia desde o início da intervenção militar.

Li elogiou o “nível sem precedentes” de confiança e cooperação entre Pequim e Moscovo, observando em particular a cooperação na região Ásia – Pacífico, bem como no Extremo Oriente russo, no âmbito da iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”.

14 Set 2022

Cibernética | Relatórios chineses revelam detalhes de ataques dos EUA

A China divulgou ontem relatórios de investigação com detalhes de ataques cibernéticos a uma universidade chinesa, lançados pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA).

De acordo com o Centro Nacional de Resposta Emergencial contra Vírus de Computador da China (CVERC), 41 tipos de armas cibernéticas foram usadas pelo Escritório de Operações de Acesso Adaptadas(TAO), afiliado à NSA, nos ataques recentemente expostos contra a Universidade Politécnica do Noroeste da China, informa a Xinhua.

Entre elas, a arma cibernética “Suctionchar” para espionagem e roubo é uma das principais ferramentas usadas para o desvio de uma grande quantidade de dados confidenciais, disse o CVERC.

Sendo altamente furtiva e adaptável ao ambiente, a “Suctionchar” pode roubar contas e senhas de uma variedade de serviços de gestão remota e transferência de arquivos em servidores-alvo, de acordo com o relatório divulgado pelo CVERC em colaboração com a empresa de cibersegurança Beijing Qi’an Pangu Laboratory Technology Co., Ltd.

A análise técnica mostra que a “Suctionchar” pode efectivamente trabalhar com outras armas cibernéticas implantadas pela NSA, de acordo com especialistas em segurança citados pelo CVERC.

Nos ataques cibernéticos do TAO contra a universidade chinesa, foi descoberto que a “Suctionchar” funcionou em conjunto com outros componentes do programa de troia Bvp47, uma arma de alto nível do Equation Group de Hackers da NSA.

14 Set 2022

Covid-19 | Pequim intensifica medidas de prevenção face a novo surto

Face à aproximação do Congresso do Partido Comunista Chinês, com início marcado para 16 de Outubro, e a um surto que atingiu vários ‘campus’ universitários, as restrições de circulação voltam a aumentar na capital chinesa

 

Pequim intensificou ontem as medidas de prevenção epidémica, na sequência de um novo surto de covid-19, a poucas semanas da cidade receber o 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, o mais importante evento da agenda política chinesa.

O governo municipal de Pequim anunciou que funcionários e estudantes devem apresentar um teste negativo para o novo coronavírus realizado nas últimas 48 horas para regressarem ao trabalho e à escola, após o feriado do festival de meados do Outono.

Este reforço das medidas acabou por suscitar ontem de manhã alguma confusão na capital chinesa, à medida que os passageiros eram impedidos de embarcar nos transportes públicos.

Pequim está em alerta desde a semana passada, quando um novo surto da doença covid-19 atingiu vários ‘campus’ universitários.

As autoridades encerraram a Universidade de Comunicação da China, no distrito de Chaoyang, e colocaram várias pessoas em isolamento.

Esta situação acontece a poucas semanas da cidade acolher o 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, que arranca a 16 de outubro. Trata-se do mais importante evento da agenda política da China, que é realizado a cada cinco anos. Pequim registou 16 casos, nas últimas 24 horas, entre os quais seis infecções assintomáticas.

A China mantém uma estratégia de zero casos de covid-19. Isto inclui o bloqueio de distritos e cidades inteiras, sempre que é detectado um caso, o isolamento de todos os casos positivos e contactos directos em instalações designadas pelo Governo, e a testagem de toda a população. Várias cidades em redor da capital chinesa também estão em alerta.

As autoridades de Sanhe, na província de Hebei, anunciaram um bloqueio de quatro dias, desde ontem, e quatro rondas de testes em massa, após terem diagnosticado um caso. Serviços de transporte público foram também suspensos.

“Todos os blocos residenciais devem deixar apenas uma porta de acesso aberta, com funcionários a vigiar 24 horas por dia. Os residentes não devem sair a menos que tenham uma emergência médica”, lê-se num comunicado do governo local. Centenas de milhares de pessoas vivem nas cidades em redor de Pequim, incluindo Sanhe, onde as rendas são mais baratas.

Mais testes

Várias cidades do país intensificaram os bloqueios e impuseram restrições mais rígidas às viagens domésticas. As autoridades chinesas pediram às cidades – mesmo as que não têm surtos – que testem regularmente a população até ao final de Outubro.

Na sexta-feira, a vice-primeira-ministra Sun Chunlan, que supervisiona as medidas de combate à covid-19, instruiu os funcionários do Conselho de Estado a tomarem “medidas resolutas” para controlar o vírus o mais rápido possível e minimizar os efeitos nas comunidades.

As autoridades de saúde de Pequim também reiteraram que quem chegar à cidade deve fazer dois testes em três dias, incluindo um dentro de 24 horas após a chegada.

14 Set 2022

Obras públicas | Nick Lei quer saber número de residentes contratados

O deputado Nick Lei questionou o Governo, através de uma interpelação escrita, sobre a proporção de residentes que trabalham em projectos de obras públicas desde 2020.

Na interpelação, o deputado lembrou que, no caso da contratação de fiscais de obras pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), percebeu-se que a proporção de trabalhadores não-residentes (TNR) contratados acabou por ser diferente da proposta inicial.

O também presidente da associação Aliança do Povo de Instituição de Macau questionou as autoridades sobre se já foram multados os adjudicatários que não respeitaram a proporção de trabalhadores locais e de TNR. Nick Lei apontou também que os actuais concursos para obras públicas exigem às empresas candidatas a prioridade à contratação de locais, mas não foi ainda definida uma proporção entre residentes e TNR.

Desta forma, o deputado entende que o Governo deve clarificar esta proporção nos regulamentos dos concursos públicos. Nick Lei questiona ainda quantos residentes locais já foram formados em acções promovidas pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais e quantos foram contratados.

14 Set 2022

Festival Lunar | Sector hoteleiro descontente com números do turismo

Lou Chi Leong, presidente da Associação dos Hoteleiros de Macau, disse que os profissionais do sector estão descontentes com a taxa de ocupação hoteleira durante o Festival Lunar, que não foi além dos 40 a 50 por cento.

Em declarações ao jornal Ou Mun, Lou Chi Leong disse que estes números se devem a vários factores, nomeadamente à ocorrência de surtos epidémicos nas regiões vizinhas no Interior da China e os apelos feitos pela Comissão Nacional de Saúde para que os cidadãos do país evitassem viagens. Além disso, a emissão dos vistos turísticos tornou-se mais complexa e ainda não foi normalizada a passagem transfronteiriça entre Macau e Zhuhai.

O responsável adiantou que o número diário de turistas em Macau neste período foi cerca de dez mil, semelhante aos restantes dias, pelo que não se verificou uma melhoria na taxa de ocupação hoteleira como era esperado. Lou Chi Leong acrescentou que será difícil ao sector hoteleiro obter melhores resultados este ano, pelo que só em 2023 se poderão esperar números mais satisfatórios.

Para o presidente da associação, o sector deve ainda observar os resultados do 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês para saber se as medidas anunciadas vão garantir um equilíbrio entre o desenvolvimento económico e o combate à pandemia.

14 Set 2022