Tecnologia | Instituto brasileiro e universidade de Taiwan estudam 6G

A Universidade Nacional Yang Ming Chiao Tuang (NYCU), de Taiwan, anunciou a assinatura de um acordo com o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) do Brasil para desenvolver tecnologia móvel de sexta geração (6G).

Num comunicado divulgado na terça-feira, a NYCU revelou que o acordo pretende apostar no desenvolvimento de tecnologia em ‘open source’, ou código aberto, que qualquer pessoa poderia usar e modificar. A cooperação com o Inatel vai envolver um grupo de cerca de 20 investigadores da NYCU, que irá também analisar o possível impacto do 6G em questões éticas e no desenvolvimento da sociedade.

As redes 6G vão ser “importantes” para suportar novos tipos de comunicação, nomeadamente pelo tacto ou por holograma, Internet para a indústria 5.0, a Internet dos objectos e comunicações entre veículos autónomos, disse em 2021 Manuel Ricardo, coordenador do cluster de redes de sistemas inteligentes do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência.

A 12 de Outubro, a fabricante de telecomunicações finlandesa Nokia anunciou que irá liderar a segunda fase do projecto europeu Hexa-X, lançado em 2020 para impulsionar a liderança europeia no desenvolvimento do 6G.

Esta nova fase, denominada Heza-X-II e financiada novamente pela Comissão Europeia, tem como objectivo a criação de uma plataforma pré-padronizada que sirva de base para o futuro ‘standard’ da tecnologia 6G. O NYCU sublinha que o acordo com o Inatel, sediado em Santa Rita do Sapucaí, no sul do estado de Minas Gerais, é fruto de uma iniciativa do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan.

26 Out 2022

Taiwan | Pequim diz que reunificação está mais perto do que nunca

A China “está mais perto do que nunca” de alcançar a “reunificação total” com Taiwan, afirmaram ontem as autoridades chinesas, dias após o líder Xi Jinping ter obtido um terceiro mandato de cinco anos.

“Estamos mais perto do que nunca na nossa História e mais confiantes e capazes de que vamos alcançar o rejuvenescimento nacional e a reunificação completa da pátria”, enfatizou o porta-voz do Escritório para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês, Ma Xiaoguang, em Pequim, em resposta a perguntas sobre as palavras de Xi sobre Taiwan, na abertura do 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC).

“As rodas da História estão a mover-se em direcção à reunificação da China”, disse Xi, que garantiu que a reunificação “vai ser concretizada”. O PCC elegeu, este fim de semana, a nova composição do Comité Central e do Comité Permanente do Politburo, mantendo Xi como secretário-geral da organização.

O actual líder da China emergiu durante a sua primeira década no poder como um dos líderes mais fortes na História moderna da China, quase comparável a Mao Zedong, o fundador da República Popular, que liderou o país entre 1949 e 1976.

26 Out 2022

Covid-19 | Xangai lança vacina tomada por via respiratória

A nova inoculação está a ser administrada gratuitamente e pretende convencer os mais reticentes em serem vacinados, além de actuar também como dose de reforço

 

A cidade chinesa de Xangai começou ontem a administrar uma vacina inalável contra a covid-19, no que parece ser a primeira inoculação deste género no mundo. A vacina, que é inalada pela boca, está a ser oferecida gratuitamente como dose de reforço para pessoas previamente vacinadas, de acordo com um anúncio publicado ontem por uma conta oficial do município nas redes sociais.

Esta inoculação visa persuadir quem está reticente em ser vacinado e a expandir a vacinação em países pobres, já que é mais fácil de administrar.

A vacinação contra a covid-19 não é obrigatória na China, mas o país pretende aumentar o rácio da população que recebeu doses de reforço, antes de relaxar as medidas de prevenção epidémica. O país mantém uma estratégia de tolerância zero à doença.

Depressa e bem

Um vídeo difundido pela imprensa estatal chinesa mostra pessoas num centro de saúde comunitário a colocar a ponta de um recipiente translúcido na boca. O texto que acompanha as imagens indica que, após inalar lentamente, a pessoa deve prender a respiração por cinco segundos. No total, o procedimento demora 20 segundos a ser concluído.

“Foi como beber um copo de chá com leite”, disse um morador de Xangai no vídeo. Uma vacina tomada pela via respiratória também pode afastar o vírus antes que ele atinja o resto do sistema respiratório, embora isso dependa em parte do tamanho das gotículas, disse um especialista citado pela imprensa local. Gotículas maiores treinariam defesas em partes da boca e da garganta, enquanto as menores penetrariam mais no corpo, descreveu.

Os reguladores chineses aprovaram a vacina para uso como dose de reforço em Setembro. A inoculação foi desenvolvida pela farmacêutica chinesa Cansino Biologics Inc., como uma versão em aerossol da vacina de dose única da mesma empresa, que usa um vírus relativamente inofensivo.

A Cansino disse que a vacina inalada completou testes clínicos na China, Hungria, Paquistão, Malásia, Argentina e México. Reguladores na Índia aprovaram uma vacina nasal, outra abordagem sem agulha, mas que ainda não está a ser usada. A vacina, desenvolvida nos Estados Unidos e licenciada para a fabricante indiana de vacinas Bharat Biotech, é esguichada no nariz. Cerca de uma dúzia de vacinas nasais estão a ser testadas globalmente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.

26 Out 2022

Polícia Judiciária | Lai Man Vai nomeado sub-director

O secretário para a Segurança nomeou Lai Man Vai sub-director da Polícia Judiciária, durante o período de um ano. A nomeação foi feita em comissão de serviço e, de acordo com um despacho publicado ontem em Boletim Oficial, entra em vigor a partir da próxima terça-feira.

No Boletim Oficial, Wong Sio Chak justificou a escolha de Lai com a “vacatura do cargo e necessidade do seu preenchimento face às atribuições cometidas à Polícia Judiciária” e também devido à “reconhecida competência, aptidão, experiência profissional e habilitação académica adequadas ao exercício da função do cargo de subdirector”.

Segundo o currículo apresentado, o novo sub-director da PJ tem uma licenciatura e um mestrado em Direito. Entrou para a Polícia Judiciária em Dezembro de 2003, ao frequentar um curso de formação para investigador estagiário.

Ao longo dos anos foi subindo como investigador da PJ, até que em 2013 chegou à chefia funcional da Divisão de Investigação Especial do Departamento de Informações. Em 2016, voltou a ser promovido, como Chefe da Divisão de Investigação Especial do Departamento de Informações e Apoio da Polícia Judiciária. Primeiro, ocupou o cargo como chefe substituto, mas a escolha tornou-se permanente em Outubro desse ano.

Depois de em 2019 ter sido promovido a sub-inspector, foi promovido para Chefe do Departamento de Segurança da Polícia Judiciária em Outubro de 2020. Desde Agosto deste ano que ocupava o cargo de sub-director, como substituto, mas a nomeação vai agora passar a definitiva.

Além disso, ao longo dos anos, acumulou vários louvores, como quatro menções de mérito excepcional, três louvores individuais e um elogio colectivo.

26 Out 2022

China espera que relação com o Reino Unido progrida com Rishi Sunak

A China espera que as suas relações com o Reino Unido progridam quando Rishi Sunak for nomeado primeiro-ministro, disse hoje o ministério dos Negócios Estrangeiros do país.

“A posição da China nas relações sino-britânicas sempre foi inequívoca. O desenvolvimento e proteção das relações dependem dos dois países”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa Wang Wenbin, em conferência de imprensa. Wang disse ter esperança de que as relações bilaterais entre Londres e Pequim “progridam no caminho certo”, com base no “respeito e benefício mútuos”.

Sunak foi eleito como novo líder do Partido Conservador Britânico e foi indigitado pelo Rei para ser o próximo primeiro-ministro do Reino Unido. O monarca encarregou o líder conservador de formar um novo governo.

As relações entre o Reino Unido e a China deterioraram-se nos últimos anos, com o governo de Londres a denunciar a campanha lançada por Pequim contra ativistas pró-democracia em Hong Kong. Londres impôs também sanções contra autoridades chinesas devido a violações dos Direitos Humanos na região de Xinjiang.

Em julho de 2020, o governo do primeiro-ministro Boris Johnson proibiu a compra de equipamentos da Huawei, a gigante chinesa de telecomunicações, para as infra-estruturas do país, por motivos de segurança nacional.

O Governo chinês alertou, em agosto, que é “irresponsável que certos políticos britânicos exagerem a ‘ameaça da China’ ou culpem a China por todos os males”, apontando que “não é assim que vão resolver os problemas do Reino Unido”.

25 Out 2022

O 20.º Congresso PCCh reforça a abertura da China ao exterior

Por Rui Lourido – Historiador;  Presidente do Observatório da China; Presidente da União de associações de Cooperação e Amizade Portugal-China

Na cosmopolita cidade de Beijing decorreu, entre 16 e 22 de outubro de 2022, o 20.º Congresso do Partido Comunista da China (PCCh). Não surpreende que, durante esta semana, o congresso do PCCh seja reconhecido como o acontecimento político mais importante a nível mundial. Para além de ser o país mais populoso da face da terra, com 1 bilião e 400 mil milhões de habitantes, revelou-se como o que melhor se desenvolveu social e economicamente, nas últimas décadas, de forma sustentável e sempre pacífica.

Nas palavras do partido comunista, esse sucesso permitiu à China atingir a meta de uma “Sociedade Moderna e Moderadamente Próspera” e preparar-se cuidadosamente, através deste 20.º congresso, para definir as ações estratégicas dos próximos 5 anos, que permitam à China evoluir para uma nova e mais ambiciosa fase da sua evolução histórica, a de construir um país “Socialista e Moderno em todos os aspetos”, utilizando todos os seus recursos e capacidades de inovação.

A resolução final do congresso, aprovada no dia 22 de Outubro, reafirma que “a modernização chinesa … visa promover a prosperidade comum de todo o povo, coordenar o progresso material, cultural e ético, procurar a convivência harmoniosa entre o ser humano e a natureza e segue o caminho do desenvolvimento pacífico”.

O congresso atualizou os Estatutos do PCCh e elegeu uma nova Comissão para a Disciplina, bem como elegeu um renovado Comité Central e reelegeu, por unanimidade, Xi Jinping e o seu pensamento para guiar o partido e a China nesta nova etapa de “desenvolvimento de alta qualidade”.

O PCCh é o maior do mundo, com mais de 96 milhões de membros, dos quais 99.5 % participaram no processo democrático de base que elegeu 2.296 delegados ao 20.º Congresso, representando a diversidade de estratos sociais e as 56 diferentes minorias étnicas, bem como todas as províncias, as 5 regiões autónomas e as 2 Regiões Administrativas Especiais (Macau e Hong Kong) que integram a China.

A resolução final do Congresso defende o reforço, e mesmo o prolongamento no tempo, do princípio de “um país e dois sistemas”, afirmando que «é o melhor entendimento institucional para fortalecer a prosperidade e a estabilidade duradouras em Hong Kong e em Macau, após o seu retorno à pátria, e que por isso devemos persistir nesse princípio por longo tempo. Devemos implementar plena, correta e inabalavelmente os princípios de “um país, dois sistemas”, com “Hong Kong administrado pela gente de Hong Kong”, com “Macau administrado pela gente de Macau” e com alto grau de autonomia, no respeito pela lei».

Quanto à questão de Taiwan, o Congresso reafirmou o princípio de “Uma só China”, o “Consenso de 1992” e a necessidade da reunificação da pátria por meios pacíficos, privilegiando a intensificação das relações socioeconómicas entre os dois lados do estreito. O Congresso foi, no entanto, muito claro na oposição firme à interferência de países estrangeiros, afirmando que se vier a ocorrer a tentativa de declarar a independência em Taiwan, a China não deixará de usar a força para fazer regressar a sua província rebelde à Pátria.

No que se refere às relações internacionais, Xi Jinping apelou à comunidade internacional para colaborar nos diversos desafios globais, promovendo o conhecimento e o entendimento entre os povos e fomentando os valores comuns da humanidade, como a paz, o desenvolvimento, a equidade, a justiça, a democracia e a liberdade.

O Mundo têm testemunhado que o governo do PCCh tem vindo a reforçar a participação da China na construção do novo modelo de desenvolvimento global, que permita enfrentar e solucionar os principais desafios globais da humanidade na atualidade: na resposta urgente e global à COVID-19, e na difusão de vacinas aos países mais necessitados ; na prioridade à cooperação global com vista à redução da pobreza (o aumento do fosso entre pobres e ricos impulsiona movimentos migratórios) ; no reforço da segurança alimentar; no financiamento do desenvolvimento sustentável e verde; na luta global contra as alterações climáticas ; e finalmente na pacificação das relações internacionais.

O 20.º congresso do PCCh aprovou o reforço da abertura da China ao Mundo, aumentando, continuamente, a sua participação no concerto das Nações e reafirmando a Iniciativa de Segurança Global, proposta pelo presidente chinês Xi Jinping, como uma ordem mundial baseada no multilateralismo para fortalecer a Organização das Nações Unidas.

Tal ordem permitirá a coexistência sustentável e pacífica de todas as civilizações com base em regras inclusivas e transparentes: segurança comum, abrangente e sustentável; esforços conjuntos para manter a paz e a segurança mundial; respeito pela soberania e a integridade territorial de todos os países; defesa da não ingerência nos assuntos internos; respeito pelas escolhas das diferentes vias de desenvolvimento e dos sistemas sociais de cada país; respeito pelos princípios da Carta da ONU; rejeição da mentalidade da Guerra Fria, opondo-se ao confronto entre blocos geopolíticos.

O congresso do PCCh defendeu o diálogo e o desenvolvimento sustentável que permitam a inclusão de todos os países, através de negociações e cooperação de ganho mútuo . Segundo Xi Jinping, a modernização da China desenvolver-se-á segundo as características chinesas, “Devemos persistir na direção de reforma da economia de mercado socialista e na abertura ao exterior de alto nível, acelerando a estruturação de um novo paradigma de desenvolvimento de “dupla circulação”, sob o qual os mercados nacional e estrangeiro se reforçam entre si, tendo o mercado doméstico como pilar” .

Com o objetivo de impulsionar a inovação científica e tecnológica para a partilha do crescimento económico e o desenvolvimento sustentável de alta qualidade, para estabelecer as bases de uma Eco civilização, num processo pacífico de construção de uma comunidade mundial próspera e de um futuro partilhado para a Humanidade.

25 Out 2022

Prémio Camões 2022 | Escritor brasileiro Silviano Santiago é o vencedor

Escritor brasileiro Silviano Santiago é o vencedor do Prémio Camões 2022, anunciou domingo o ministro português da Cultura, Pedro Adão e Silva. No ano passado, o Prémio Camões foi atribuído à escritora moçambicana Paulina Chiziane, autora de “Balada de Amor ao Vento” e “Ventos do Apocalipse”.

O Prémio Camões de literatura em língua portuguesa foi instituído por Portugal e pelo Brasil, com o objectivo de distinguir um autor “cuja obra contribua para a projecção e reconhecimento do património literário e cultural da língua comum”.

Segundo o texto do protocolo constituinte, assinado em Brasília, em 22 de Junho de 1988, e publicado em Novembro do mesmo ano, o prémio consagra anualmente “um autor de língua portuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum”.

Foi atribuído pela primeira vez, em 1989, ao escritor Miguel Torga. Em 2019, o prémio distinguiu o músico e escritor brasileiro Chico Buarque, autor de “Leite Derramado” e “Budapeste”, entre outras obras; em 2020, o professor e ensaísta português Vítor Aguiar e Silva (1939-2022).

O Brasil lidera a lista de distinguidos com o Prémio Camões, com 14 premiados cada, seguindo-se Portugal, com 13 laureados, Moçambique, com três, Cabo Verde, com dois, mais um autor angolano e outro luso-angolano. A história do galardão conta apenas com uma recusa, exatamente a do luso-angolano Luandino Vieira, em 2006.

25 Out 2022

Câmbio | Yuan recua face ao dólar para valor mais baixo desde 2007

A moeda chinesa, o yuan, caiu ontem para o nível mais baixo em relação ao dólar norte-americano desde 2007, depois de o líder chinês, Xi Jinping, obter um terceiro mandato e elevar aliados a posições chave. Um dólar valia ontem 7,3060 yuans no encerramento do mercado na China – o nível mais baixo desde o final de 2007 e uma queda de cerca de 16 por cento, em relação ao pico atingido em Março passado. A taxa de câmbio no mercado internacional (‘offshore’) situou-se em 7,3345 yuan.

A moeda chinesa não é inteiramente convertível. O banco central chinês estabelece diariamente uma taxa de paridade para o valor do yuan em relação ao dólar norte-americano. A moeda chinesa pode oscilar até 2 por cento face a essa taxa de referência.

A taxa de câmbio oficial estabelecida pelo Banco Popular da China passou de 7,1230, na segunda-feira, para 7,1668 na terça-feira. A depreciação do yuan surge um dia depois de a Bolsa de Valores de Hong Kong ter afundado 6,3 por cento, para o nível mais baixo desde 2009.

Analistas consideram que a nova formação do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês aumentou o risco para as acções das empresas chinesas, face à ausência de reformistas económicos orientados para o mercado.

Na abertura do congresso, o líder chinês pediu “melhor regulação dos mecanismos de acumulação de riqueza” e a “prevenção da expansão desordenada do capital”, sinalizando crescente escrutínio sobre o capital privado.

25 Out 2022

Empresa chinesa enviou duas composições para o Metro do Porto

As composições, que partiram de Tianjin, são as primeiras a ser exportadas para a União Europeia

 

A fabricante estatal chinesa China Railway Rolling Stock Corp (CRRC) Tangshan enviou para Portugal as duas primeiras composições encomendadas pela Metro do Porto, anunciou a Administração Geral das Alfândegas chinesa.

As composições foram colocadas num barco que partiu do porto de Tianjin, no norte da China, revelou a Administração Geral, num comunicado divulgado na segunda-feira, que sublinhou que estas são as primeiras carruagens chinesas exportadas para a União Europeia.

As primeiras composições, cujo fabrico terminou em Julho, foram enviadas para um período de testes na cidade de Tangshan, na província de Hebei, também no norte da China, disse na altura a CRRC Tangshan.
Zhou Junnian, presidente da CRRC Tangshan, disse num comunicado que, devido ao “impacto adverso trazido pela covid-19”, a produção da primeira composição só arrancou “em Novembro de 2021”, sendo concluída “após mais de oito meses de esforços”.

A empresa chinesa tinha recebido em Outubro de 2020 autorização para iniciar o fabrico de 18 composições, após a Metro do Porto ter obtido um visto prévio do Tribunal de Contas (TdC).

Na altura, fonte oficial da Metro do Porto disse à Lusa acreditar que a CRRC Tangshan poderia entregar pelo menos “uma ou duas unidades” até ao final de 2021, com as restantes composições entregues até 2023, ao ritmo de um por mês.

Segundo a fabricante chinesa, cada uma das composições terá 72 carruagens, uma capacidade máxima de 346 passageiros e velocidade máxima de 80 quilómetros por hora.

Cortar caminho

O contrato assinado em Janeiro de 2020, no valor de 49,57 milhões de euros, inclui serviços de manutenção durante cinco anos, avançou o Ministério do Comércio chinês.

As composições irão servir as novas linhas Rosa, no Porto, entre São Bento e a Casa da Música, e o prolongamento da linha Amarela, entre Santo Ovídio e Vila d’Este, em Vila Nova de Gaia, ambas já em construção. Estas novas linhas vão acrescentar seis quilómetros e sete estações à rede, representando um investimento global na ordem dos 300 milhões de euros.

Actualmente, a frota da Metro do Porto é constituída por 102 veículos: 72 do tipo Eurotram e 30 do tipo Tram-train. Com o investimento em 18 veículos da CRRC Tangshan, a frota do Metro do Porto passará a contar com 120 unidades.

O Metro do Porto opera em sete concelhos da Área Metropolitana do Porto com uma rede de seis linhas, 67 quilómetros e 82 estações.

25 Out 2022

Jogo | Receitas globais subiram 42% em 2021 face a 2020

A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) indicou ontem que as receitas globais do sector do jogo cifraram-se em 90,81 mil milhões de patacas em 2021, mais 42 por cento em relação ao ano anterior, materializando os efeitos da “recuperação das actividades turísticas, originada pelo número de visitantes entrados em Macau”.

A estatística consta dos resultados do inquérito do sector do jogo do ano passado, que foi publicado ontem e que refere “que as receitas provenientes do jogo (87,54 mil milhões de patacas) cresceram 45,1 por cento”.

Porém, a DSEC indica que “os juros recebidos (2,61 mil milhões de patacas) desceram 1,7 por cento. As receitas globais do sector do jogo equivaleram apenas a cerca de 30 por cento das receitas globais registadas em 2019, apesar de terem retomado o crescimento em relação ao ano 2020.

25 Out 2022

Barcelos | Empresas com sede em Macau usadas em fraude

Três empresas com sede em Macau foram utilizadas num esquema de fraude em Barcelos, que permitiu a uma empresa e dois administradores apropriarem-se de 16,5 milhões de euros, em fundos da União Europeia. O caso foi revelado pela Procuradoria-Geral Distrital do Porto. Os arguidos estão acusados de três crimes de branqueamento e um de fraude fiscal qualificada.

“O Ministério Público considerou indiciado que os dois arguidos pessoas singulares eram administradores da arguida pessoa colectiva, uma sociedade com sede na Zona Industrial de Tamel (São Veríssimo), Barcelos, assim como eram administradores, ou tinham nelas poder de facto, de outras seis sociedade, três com sede em Espanha, três com sede em Macau”, foi revelado no comunicado da Procuradoria-Geral Distrital do Porto.

“E mais indiciou que os arguidos, no âmbito de três projectos comunitários a que se candidataram, em 2011, 2012 e 2013, criaram um esquema para adquirirem máquinas e equipamentos usados na actividade económica da arguida pessoa colectiva […] para tal, de acordo com a acusação, criaram um circuito simulado de facturação das empresas sediadas em Espanha e em Macau, para sobrevalorizarem os bens cuja venda era objecto dos programas comunitários”, foi acrescentado.

Ainda de acordo com a nota, com base no esquema, os arguidos “lograram obter indevidamente do IAPMEI [Agência para a Competitividade e Inovação], a título de subsídio, as quantias de €3 488 511,90, €9 165 434,85 e €3 810 180,00, que faziam circular pelas contas tituladas pelas várias sociedades com o intuito de aparentar o circuito do dinheiro às fictícias aquisições”.

25 Out 2022

Justiça | Alvin Chau troca de advogado e testemunha é detida

O ex-junket Alvin Chau Cheok Wa, que está a ser julgado por associação criminosa e branqueamento de capitais mudou de advogado, de acordo com o portal GGR Asia. Até agora Alvin Chau estava a ser representado por Leong Weng Pun, contudo, na sessão de ontem o lugar de defensor do empresário foi ocupado por Leong Hon Man.

Segundo o jornal Ou Mun, a sessão de ontem ficou marcada pela detenção, durante a sessão, de uma testemunha, por alegadamente ter prestado um depoimento falso. A detida, de nome Lai I Teng, tinha desempenhado funções no passado no departamento de Marketing da Suncity e ontem afirmou que a empresa não promovia actividades de apostas paralelas.

Face a este testemunho, Lai foi avisada por Lai U Hou, delegado do Procurador, que se mentisse cometia um crime. Como a testemunha insistiu na versão de que a Suncity não promovia apostas paralelas, Lai U Hou pediu ao tribunal para que procedesse imediatamente à detenção.

25 Out 2022

Ho Iat Seng quer visitas à barragem de Datengxia para promover o amor à pátria

O Chefe do Executivo considera que a população mais jovem de Macau deve visitar a barragem de Datengxia, para entender o espírito do amor à pátria. A posição foi tomada numa reunião em que recebeu a União Geral das Associações de Guangxi de Macau, na Sede do Governo.

No encontro, Ho Iat Seng abordou a relação entre a província de Guangxi e Macau, que considerou estreita. Como ponto mais forte indicou “a obra da barragem de Datengxia” que “assegura o abastecimento de água a Macau, e permite que a população local não seja afectada pelas marés salgadas”.

Como este é um dos exemplos em que Macau beneficia do relacionamento com a pátria, Ho Iat Seng apontou que as visitas à barragem são “uma boa actividade da educação patriótica”, porque permite aos residentes “sentirem a atenção e apoio da Pátria e do Governo Central a Macau”.

Sobre a importância de Guangxi para o território, Ho destacou que “é uma das fontes principais da medicina tradicional chinesa” e que pode contribuir para o desenvolvimento da indústria de medicina de alta tecnologia, da economia e do comércio.

Promoção da causa

Por sua vez, a União Geral das Associações de Guangxi de Macau fez-se representar por Chui Ka Weng, presidente da assembleia-geral. Sobre a missão da associação, Chui prometeu ao Governo a captação de mais membros que defendem o amor à pátria, a Macau e a Guangxi, oriundos de diversos sectores profissionais.

Segundo a responsável, a associação tem mesmo como principal prioridade a “continuidade da promoção da educação do amor à Pátria e a Macau”, pelo que vai continuar a apostar na organização de visitas à barragem de Datengxia, por parte dos residentes que estejam interessados.

De forma promover os interesses de Guangxi em Macau, a associação comprometeu-se também a impulsar “de forma activa o desenvolvimento e intercâmbio entre Guangxi e Macau, promovendo em Macau as vantagens características e ambiente de negócios em Guangxi”. Além disso foi deixada a promessa da “organização anual de vários seminários sobre a iniciativa de ‘Uma Faixa, Uma Rota’, com diferentes temas”.

25 Out 2022

Ministro japonês demite-se devido a ligações com seita Moon

O ministro japonês da Revitalização Económica, Daishiro Yamagiwa, demitiu-se após críticas às suas ligações com a Igreja da Unificação, também conhecida como “seita Moon”.

A sua demissão pretende travar o desgaste que o Executivo liderado pelo primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, está a sofrer devido as ligações de numerosos membros do partido no poder com esta controversa organização religiosa.

Yamagiwa, que fazia parte do gabinete de Kishida desde a sua nomeação há um ano, comunicou hoje a sua demissão ao primeiro-ministro, que aceitou a sua decisão, explicou o político em declarações aos meios de comunicação.

“Concluímos que era melhor tomar esta decisão agora. Queria ter certeza que o meu problema não teria consequências para o Governo”, disse Yamagiwa sobre o momento da sua renúncia, no final da comissão parlamentar de orçamento.

O ministro japonês recebeu numerosas críticas da oposição desde que foi divulgado que havia participado em eventos da Igreja da Unificação e participado em reuniões com o seu líder.

Yamagiwa não informou, inicialmente, que havia participado em tais eventos e reuniões, quando o seu partido está a realizar uma investigação interna sobre o assunto.

O ministro japonês admitiu ter participado nesses atos, embora tenha afirmado que “não fez nada de ilegal”, sublinhando ainda que as poucas informações divulgadas publicamente aconteceram devido “ao facto de não haver registos suficientes” sobre esses eventos.

O governante Partido Liberal Democrático (PLD) ordenou aos seus membros em agosto passado que tornassem públicos os seus laços com a seita, no auge do escrutínio das práticas desta organização após o assassínio do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe.

Abe foi atacado num ato eleitoral em 08 de julho por um homem que culpava a seita Moon pelos problemas financeiros da sua família e decidiu atacar Abe por considerar que o antigo primeiro-ministro havia apoiado essa organização religiosa. Shinzo Abe morreu no mesmo dia, na cidade de Nara, após ter sido baleado com uma arma de fogo artesanal.

As investigações internas do PLD revelaram que cerca da metade dos parlamentares da formação tinha alguma ligação com o grupo ou organizações filiadas, o que confirmou as críticas ao partido e aprofundou o desgaste da imagem do Executivo Kishida, que passa pelo pior momento de apoio popular.

Nesse contexto, Kishida também promoveu outra investigação para tentar determinar se as práticas da Igreja da Unificação estão de acordo com os regulamentos das organizações religiosas. Fundado em 1954 na Coreia do Sul por Sun Myung Moon, conhecido como reverendo Moon, esse grupo é conhecido pelos seus casamentos em massa.

A seita gera grande polémica no Japão pelas chamadas “vendas espirituais”, em que alegadamente os membros da igreja são coagidos a comprar objetos a preços exorbitantes, prática que gerou vários processos judiciais no país.

25 Out 2022

Fosun suspende contrato com agência de ‘rating’ Moody’s

O grupo chinês Fosun, que detém várias empresas em Portugal, anunciou que cessou a colaboração com a agência de notação financeira Moody’s, que, em agosto passado, cortou o ‘rating’ da empresa para B1, apontando “escassa” liquidez.

“A empresa notificou formalmente a Moody’s, no dia 12 de outubro de 2022, que vai cessar a sua cooperação comercial para serviços de notação [financeira] e deixar de fornecer informações relevantes a partir dessa data”, lê-se no comunicado difundido no portal oficial da Fosun, que em Portugal detém a seguradora Fidelidade, uma participação de quase 30% no banco Millennium BCP ou mais de 5% da REN – Redes Energéticas Nacionais.

Em agosto passado, a Moody’s baixou o ‘rating’ da Fosun de Ba3 para B1, refletindo a “escassa” liquidez do grupo e “elevada pressão” de refinanciamento, num período de “crescente aversão” ao risco por parte dos investidores no mercado de dívida.

A agência de classificação apontou também para o perigo de contágio pelos vastos interesses comerciais da Fosun, que se estendem pela China, Europa e Estados Unidos.

O conglomerado, que soma uma dívida equivalente a mais de 38 mil milhões de euros, anunciou, na semana passada, que planeia vender a sua participação maioritária na Nanjing Nangang Iron & Steel United, que está cotada na Bolsa de Xangai.

A concretizar-se este negócio, o grupo desfez-se já do equivalente a mais de cinco mil milhões de euros em ativos este ano, em comparação com 100 milhões de euros, em 2021, segundo dados da Dealogic, fornecedora global de conteúdo e análise para o setor financeiro.

Desde o início do ano, as ações da Fosun International, a principal entidade do grupo cotada na Bolsa de Valores de Hong Kong, caíram quase 50% e estão agora a negociar perto do valor mínimo dos últimos dez anos.

A Fosun disse, no mês passado, que a sua posição financeira permanece “sólida e saudável”. O grupo tem ainda a pagar 8 mil milhões de dólares em títulos de dívida até ao final de 2023, segundo dados compilados pela agência Bloomberg.

A revista chinesa de informação económica Caixin informou recentemente que o presidente do grupo, Guo Guangchang, está em negociações para garantir um empréstimo de 2,1 mil milhões dólares, liderado pelo estatal Banco Industrial e Comercial da China (ICBC, na sigla em inglês) e o China Minsheng Bank, um dos maiores credores privados da China.

O pacote de resgate pode incluir promessas de partilha de ativos no setor farmacêutico, de acordo com a Caixin.

Em março, o conglomerado chegou a acordo para vender a sua divisão de moda, Lanvin Group, através de uma entrada na Bolsa de Valores de Nova Iorque, mediante uma empresa de aquisições para fins específicos (SPAC, na sigla em inglês). No mês seguinte, a empresa acordou a venda da seguradora norte-americana AmeriTrust Group Inc à Accident Fund Insurance Company of America, subsidiária integral do AF Group, com sede nos Estados Unidos.

Entre os ativos vendidos este ano pelo grupo constam ainda uma posição no valor de 500 milhões de euros na Tsingtao Brewery, a principal marca de cervejas da China, 5% do grupo chinês Taihe Technology, no valor de 43 milhões de euros, ou 6% do capital da empresa Zhongshan, por 100 milhões de euros, de acordo com a cotação atual no mercado.

A Moody’s observou que a qualidade de crédito da empresa, que afeta diretamente a sua capacidade de refinanciamento, vai provavelmente enfraquecer devido à venda de ativos, o que significa uma queda nas receitas com dividendos.

Os principais ativos do grupo incluem participações em mais de 40 empresas nas áreas saúde, turismo, gestão de ativos, mineração, siderurgia e tecnologia.

Entre os ativos mais conhecidos constam a cadeia hoteleira Club Med e o clube inglês de futebol Wolverhampton Wanderers. Em 2021, a receita total do grupo fixou-se em 161 mil milhões de yuans e os seus ativos valiam, no conjunto, 806 mil milhões de yuans, de acordo com a empresa.

25 Out 2022

Chanceler alemão Olaf Scholz visita China no início de Novembro

O Governo alemão anunciou esta segunda-feira que o chanceler Olaf Scholz vai visitar Pequim no início de Novembro, reunindo-se com o líder chinês, Xi Jinping, que obteve no domingo um terceiro mandato.

Steffen Hebestreit, porta-voz de Scholz, indicou que o chanceler considera “necessário e correto” fazer finalmente a sua visita inaugural a Pequim, impossibilitada até agora pelas restrições ligadas à pandemia da covid-19.

Scholz vai viajar acompanhado por uma “pequena delegação económica” e não passará a noite na China devido a restrições “complexas”. O país asiático mantém as suas fronteiras praticamente encerradas, no âmbito da estratégia de ‘zero casos’ de covid-19. Quem chega ao país tem que cumprir dez dias de quarentena em instalações designadas pelas autoridades. O chefe de Governo da Alemanha vai a seguir visitar o Vietname e Singapura.

Hebestreit enfatizou que os contactos com o Governo chinês ocorrem regularmente e que Scholz e Xi se vão encontrar novamente em meados de Novembro, em Bali, por ocasião da cimeira do G20, e posteriormente por ocasião da cimeira sino-alemã, que se vai realizar em Berlim, em janeiro de 2023.

Questionado sobre o incidente com o ex-presidente Hu Jintao durante o encerramento do congresso do Partido Comunista Chinês, o porta-voz disse que Scholz acompanhou o assunto na imprensa e percebeu que existem “grandes dúvidas e especulações”.

No entanto, o chanceler alemão só pode fazer “palpites” sobre o que aconteceu com Hu, que foi afastado do evento, aparentemente contra a sua vontade.

Sobre a possibilidade da estatal chinesa Cosco comprar parte de um terminal no porto de Hamburgo, Hebestreit destacou que o conselho de ministros ainda não tomou uma decisão.

O porta-voz lembrou que a gigante chinesa tem participações nos portos de Roterdão, Antuérpia-Bruges, Pireu e 24 outras instalações no continente europeu, pelo que as críticas de que tal operação é “ingénua” devem ter isso em consideração.

“Quando se trata de infra-estruturas essenciais, é sempre correto examinar os negócios. O nosso governo leva isso muito a sério”, afirmou.

Hebestreit esclareceu, no entanto, que, neste caso, o porto de Hamburgo vai continuar sob controlo da autarquia e que a Cosco apenas adquiriria participações (um terço, segundo a imprensa) num dos operadores.

Na semana passada, vários órgãos de comunicação alemães afirmaram que o chanceler está a tentar autorizar a operação, contra a vontade de todos os ministérios competentes, incluindo aqueles que são geridos pelos seus próprios colegas social-democratas.

Em particular, o ministro da Economia e vice-chanceler, Robert Habeck, já se manifestou contra a venda, devido à importância estratégica do porto, aludindo ao erro cometido com a dependência do gás russo.

25 Out 2022

Grupo étnico diz que ataque aéreo por militares de Myanmar matou 60 pessoas

Ataques aéreos levados de militares de Myanmar mataram mais de 60 pessoas durante uma celebração da principal organização política da minoria étnica Cachim, acusaram esta segunda-feira membros do grupo e um elemento da equipa de resgate.

O ataque relatado ocorreu três dias antes de os ministros dos Negócios Estrangeiros do sudeste asiático realizarem uma reunião especial na Indonésia para discutir o aumento da violência em Myanmar (antiga Birmânia).

O número de vítimas na celebração de domingo à noite da Organização da Independência de Cachim, no estado com o mesmo nome, a confirmar-se seria o mais elevado num ataque aéreo desde que os militares tomaram o poder, em fevereiro do ano passado, derrubando o governo eleito de Aung San Suu Kyi.

Embora não tenha sido possível confirmar de forma independente detalhes do ataque, meios de comunicação social simpatizantes com o movimento de Cachim divulgaram vídeos mostrando imagens do que dizem ser o rescaldo do ataque. Não houve comentários imediatos por parte dos meios de comunicação militares ou governamentais.

Myanmar vive há décadas rebeliões de minorias étnicas que reclamam a autonomia, mas a resistência antigovernamental aumentou acentuadamente em todo o país com a formação de um movimento armado pró-democracia que se opôs à tomada de posse militar do ano passado.

A celebração de domingo do 62º aniversário da fundação da Organização da Independência de Cachim decorreu numa base também usada para treino militar pelo Exército da Independência de Cachim, a ala armada do movimento.

Um porta-voz da associação de artistas de Cachim disse à Associated Press, por telefone, que aviões militares lançaram quatro bombas quando entre 300 e 500 pessoas estavam presentes, pedindo para não ser identificado por temer punição pelas autoridades.

25 Out 2022

Taiwan | Deputados alemães avaliam “tensão”

Uma nova delegação de parlamentares alemães chegou a Taiwan para analisar em primeira mão a “tensa situação de segurança” na ilha, avançou a agência de notícias CNA, uma semana antes do chanceler alemão Scholz visitar Pequim para conversações, sobretudo económicas, com o Governo chinês.

A delegação alemã, que aterrou em Taipé, é chefiada por Peter Heidt, membro da Comissão de Direitos Humanos e Ajuda Humanitária do Parlamento alemão, e é o segundo grupo de representantes do país europeu a visitar Taiwan este mês.

À CNA, antes da visita, Heidt disse que o objectivo era conhecer em primeira mão a “situação tensa de segurança” em Taiwan e deixar clara a posição da delegação de que “não aceitariam um vizinho maior a atacar o seu vizinho mais pequeno”. A visita anterior dos parlamentares alemães, a primeira desde o início da pandemia, teve lugar no início deste mês e foi liderada pelo presidente do grupo de amizade parlamentar germano-taiwanês, Klaus-Peter Willsch.

Esta é a segunda visita de representantes alemães desde a viagem da líder da Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA, Nancy Pelosi, à ilha, no início de Agosto.

25 Out 2022

China critica pacto militar Japão-Austrália

O Japão e a Austrália assinaram no sábado um inédito acordo bilateral de segurança que abrange a cooperação militar, de inteligência, de cibersegurança e espacial, o que comentadores chineses afirmaram “demonstrar a vontade dos dois países de serem peões dos EUA, ameaçando ao mesmo tempo a paz e a segurança regionais”, disseram ao jornal oficial Global Times.

“Não há qualquer menção à China no pacto, mas a maior parte dele é claramente dirigido à China”, salientaram os observadores chineses, considerando que a cooperação em matéria de segurança entre os dois países é “impulsionada pela Estratégia Indo-Pacífico liderada pelos EUA, o que apenas os tornará trampolins para os EUA”.

A Declaração Conjunta sobre Cooperação em matéria de Segurança, um pacto assinado pela primeira vez em 2007, foi o principal resultado da reunião do primeiro-ministro japonês Fumio Kishida com o seu homólogo australiano Anthony Albanese em Perth, informou a AP no sábado.

Os observadores chineses encaram este novo acordo como “uma sequela de um tratado assinado pelos dois países em Janeiro que permite às forças militares de ambos os países treinar nas bases um do outro e colaborar em missões humanitárias”. É o primeiro acordo deste tipo que o Japão celebra com qualquer outro país que não os EUA.

O Japão anunciou que as suas Forças de Auto-Defesa irão treinar e participar em exercícios com os militares australianos no norte da Austrália pela primeira vez ao abrigo do acordo, disse o relatório da AP.

Está dentro das expectativas que o alvo do novo pacto de segurança tenha mudado em relação ao anterior, assinado há 15 anos atrás, uma vez que a estratégia dos EUA mudou significativamente do contra-terrorismo para o actual Indo-Pacífico, e o Japão e a Austrália – aliados próximos dos EUA – seguiram os EUA neste novo jogo, disse Song Zhongping, um especialista militar chinês, no domingo.

“Isto mostra que o Japão e a Austrália não têm iniciativa diplomática ou independência, e estão dispostos a ser peões dos EUA”, disse Song. “Embora o novo pacto de segurança não mencione a China pelo nome, é claro que a cooperação reforçada entre o Japão e a Austrália visa a China”, disse Chen Hong, presidente da Associação Chinesa de Estudos Australianos e director do Centro de Estudos Australianos na Universidade Normal da China Oriental, acrescentando que embora o pacto tenha sido assinado entre o Japão e a Austrália, “é claro que a importante força motriz são, claramente, os EUA”.

“O Japão está a tentar dar relevância o seu estatuto no âmbito do Quad, que também tem os EUA, Austrália e Índia como membros, e procura avanços diplomáticos e militares através deste quadro, uma vez que o governo japonês está a procurar gastar mais com as suas forças armadas como resultado do seu crescente militarismo”, disse Chen.

Além disso, ao estabelecer um mecanismo de partilha de informação com a Austrália, o Japão está mais próximo de adquirir acesso à Five Eyes Alliance, uma aliança de inteligência composta pela Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido e EUA, de acordo com Chen.

Os observadores chineses advertiram que o reforço dos laços militares pode não ser tão bom para o Japão e a Austrália como parece. “Tanto o Japão como a Austrália estão a tentar fazer propaganda da ameaça chinesa e a tentar atrair países extraterritoriais para o seu pequeno grupo. Mas isto coloca os países regionais em alerta e ameaça a estabilidade regional”, comentou Da Zhigang, director do Instituto de Estudos do Nordeste Asiático da Academia Provincial de Ciências Sociais de Heilongjiang.

25 Out 2022

EUA querem produzir armas em Taiwan

Os EUA estão a planear coproduzir armas em Taiwan, depois de meios de comunicação ocidentais terem afirmado que a China procura acelerar o seu calendário para a reunificação. A informação surge numa altura em que os EUA enfrentam dificuldades na entrega de produtos acabados devido ao aumento da procura por parte da Ucrânia.

O governo dos EUA está a considerar um plano de produção conjunta de armas com a ilha de Taiwan, numa iniciativa destinada a acelerar as transferências de armas para reforçar a “dissuasão” da ilha contra o continente chinês, informou a Reuters na quarta-feira, citando Rupert Hammond-Chambers, presidente do US-Taiwan Business Council, que conta como membros numerosas empresas de defesa dos EUA.

“Ainda está por determinar que armas seriam consideradas como parte do esforço, embora provavelmente se concentrasse em fornecer à ilha de Taiwan mais munições e tecnologia de mísseis há muito estabelecida”, disse Hammond-Chambers.

As possibilidades incluiriam os EUA a fornecer tecnologia para produzir armas em Taiwan, ou a produzir as armas nos EUA utilizando peças da ilha, noticiou na quarta-feira o jornal japonês Nikkei.

Mas Hammond-Chambers disse também que qualquer medida desse tipo exigiria aos fabricantes de armas a obtenção de licenças de co-produção dos departamentos do Estado e da Defesa dos EUA, e poderia haver resistência no seio do governo dos EUA à emissão de licenças de co-produção devido ao desconforto sobre a aprovação de tecnologia crítica para uma plataforma estrangeira.

De acordo com a Reuters, os EUA aprovaram mais de 20 mil milhões de dólares em vendas de armas a Taiwan desde 2017, mas as entregas dessas armas estão a enfrentar atrasos devido a dificuldades na cadeia de fornecimento e atrasos causados pelo aumento da procura de alguns sistemas devido à crise da Ucrânia.

24 Out 2022

Economia chinesa recupera no terceiro trimestre do ano e cresce 3,9%

A economia da China registou um crescimento homólogo de 3,9%, no terceiro trimestre do ano, de acordo com dados divulgados ontem, assinalando uma recuperação da actividade económica, mas ainda abaixo da meta estipulada por Pequim.

Os dados representam uma recuperação em relação ao ritmo de crescimento de 0,4% alcançado no trimestre anterior, entre março e junho, quando várias cidades importantes do país foram sujeitas a bloqueios rigorosos, incluindo Xangai, a ‘capital’ económica do país, no âmbito da política de ‘zero casos’ de covid-19.

No conjunto, a economia chinesa cresceu 3% entre janeiro e setembro, muito aquém da meta oficial de crescimento estipulada pelo Governo chinês para 2022, de “cerca de 5,5%”. O Banco Mundial reviu já em baixa a sua previsão de crescimento do PIB da China este ano, de “entre 4% e 5%” para 2,8%.

A publicação dos dados estava marcada para o dia 18 de outubro, mas o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) adiou subitamente o anúncio, sem oferecer qualquer explicação, o que suscitou suspeitas entre alguns analistas.

Segundo fontes citadas pela agência Bloomberg, o atraso deveu-se ao facto de o responsável pela assinatura dos documentos físicos para publicação dos dados estar isolado na ‘bolha sanitária’ do 20.º Congresso do Partido Comunista devido às medidas de prevenção epidémica.

Os dados do PIB no terceiro trimestre superaram a expectativa dos analistas, que previam uma recuperação de 3,4%, em relação ao mesmo período de 2021, e de 3,5% em relação ao segundo trimestre do ano.

Na comparação com o trimestre anterior, a economia chinesa cresceu também 3,9% entre junho e setembro.
O GNE também divulgou dados relativos a setembro sobre a produção industrial (aumento de 6,3%, em termos homólogos), vendas no comércio a retalho (+2,5%), investimento em imobiliário (subida de 5,9% no conjunto dos três primeiros trimestres) ou a taxa oficial de desemprego urbano, que passou de 5,3% para 5,5%.

Comércio externo subiu 8,3%

Também o comércio externo da China, denominado na moeda chinesa, o yuan, registou um crescimento de 8,3%, em termos homólogos, em setembro, segundo dados oficiais divulgados ontem pela Administração Geral das Alfândegas do país asiático.

As exportações aumentaram 10,7%, para 2,19 biliões de yuans. Esta taxa de crescimento foi, novamente, muito superior à das importações, que subiram 5,2%, para 1,62 biliões de yuans. No conjunto, em setembro, as trocas comerciais entre a China e o resto do mundo ascenderam a cerca de 3,81 biliões de yuans.

O excedente comercial do país asiático fixou-se assim nos 573.570 milhões de yuans. No acumulado deste ano, o comércio externo chinês cresceu 9,9%, em relação ao mesmo período de 2021. As exportações cresceram 13,8% e as importações subiram 5,2%.

24 Out 2022

Antigo director dos Serviços de Educação de Macau morre aos 75 anos

A Fundação Jorge Álvares lamentou hoje a morte de Manuel Coelho da Silva e destacou o papel “relevante” do administrador na vida daquela entidade, que foi criada para desenvolver o diálogo intercultural entre Portugal e China através de Macau.

Manuel Coelho da Silva, que presidia ao Conselho de Opinião da RTP e era curador e administrador da Fundação Jorge Álvares, morreu hoje de madrugada, aos 75 anos. Em comunicado, a fundação destaca que Manuel Coelho da Silva “dedicou muitos anos da sua vida profissional aos assuntos de Macau”, onde “exerceu com muita dedicação e zelo o cargo de diretor dos Serviços de Educação”.

Posteriormente, aponta, colaborou “ativamente, no âmbito jurídico, no processo da criação e instalação” da fundação. “A partir desse momento e até hoje, desempenhou um papel relevante na vida da fundação, bem expresso no desempenho das funções de especial responsabilidade de membro do Conselho de Curadores e do Conselho de Administração”, vinca a instituição.

Manuel Coelho da Silva tinha sido reeleito presidente do Conselho de Opinião da RTP em 12 de março do ano passado, depois de ter deixado o cargo para concorrer à presidência do Conselho de Administração da RTP.

Advogado, presidia ao Conselho de Opinião da RTP desde 2004, sendo que entre 2002 e 2004 foi presidente eleito do Conselho de Opinião da RDP, e era administrador da Fundação Jorge Álvares desde 2016.

Nascido em Soure, em 22 de janeiro de 1947, era casado e tinha duas filhas. Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito de Coimbra, tinha como formação complementar o curso de Comunicação Social, organizado pela Universidade dos Açores.

Entre os vários cargos que desempenhou ao longo da carreira estão o de administrador da Tobis Portuguesa, entre 2003 e 2006, o de secretário-geral eleito da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), desde a sua fundação, em 1986, até 2002, e do administrador da BCP – Bento Pedroso Construções, empresa portuguesa do grupo brasileiro Odebrecht (1995-2000).

24 Out 2022

Coreia do Norte e Coreia do Sul trocam tiros de aviso na fronteira marítima

A Coreia do Norte e a Coreia do Sul trocaram hoje tiros de advertência e acusações de violação da fronteira marítima, num novo episódio num contexto de crescente tensão nas últimas semanas.

Numa primeira momento, um navio mercante norte-coreano ultrapassou esta madrugada a fronteira marítima perto da ilha de Baengnyeong, recuando depois de a marinha sul-coreana ter disparado tiros de aviso, disse Seul.

“As contínuas provocações e reivindicações imprudentes do Norte minam a paz e a estabilidade da península coreana e da comunidade internacional”, disseram os Chefes de Estado-Maior Conjunto, exortando Pyongyang a acabar com essas ações.

Pelo seu lado, os militares de Pyongyang disseram que um navio militar sul-coreano violou a fronteira minutos depois e que o exército norte-coreano (KPA) disparou dez tiros de aviso, a partir da costa ocidental.

“As unidades de defesa da costa ocidental da KPA tomaram uma contramedida inicial para repelir poderosamente o navio de guerra inimigo”, disse um porta-voz em comunicado.

“Mais uma vez emitimos um aviso severo aos inimigos, na sequência das provocações marítimas, além do fogo de artilharia e da transmissão de mensagens transfronteiriças através de altifalantes”, acrescentou.

A “zona tampão” marítima foi estabelecida num acordo de 2018, concebido para evitar tensões entre os dois países.

Mas estas intensificaram-se nas últimas semanas, com Pyongyang a efetuar vários lançamentos de mísseis e disparos de artilharia nas águas das costas leste e oeste, visando esta fronteira, o que é considerado como uma provocação pela Coreia do Sul e pelo Japão.

A Coreia do Norte também aumentou recentemente os testes de armas descritos como ataques “nucleares táticos” simulados contra alvos na Coreia do Sul.

Seul e Washington disseram esperar que Pyongyang, que acredita estar ameaçada pelas manobras militares norte-americanas, sul-coreanas e japonesas na região, retome em breve os testes nucleares. As tensões têm vindo a aumentar na península coreana desde o início do ano.

No mês passado, a Coreia do Norte também declarou o seu estatuto nuclear “irreversível”, fechando definitivamente a porta às negociações de desarmamento, e avisou que avançaria para ataques preventivos se fosse ameaçada.

A troca de tiros de advertência acontece no mesmo dia em que a secretária de Estado-adjunta dos EUA, Wendy Sherman, viaja para o Japão para conversações tripartidas com os aliados de Washington, Tóquio e Seul, numa demonstração de unidade após as ações da Coreia do Norte.

24 Out 2022

Economia chinesa recupera no terceiro trimestre do ano e cresce 3,9%

A economia da China registou um crescimento homólogo de 3,9%, no terceiro trimestre do ano, de acordo com dados divulgados hoje, assinalando uma recuperação da atividade económica, mas ainda abaixo da meta estipulada por Pequim.

Os dados representam uma recuperação em relação ao ritmo de crescimento de 0,4% alcançado no trimestre anterior, entre março e junho, quando várias cidades importantes do país foram sujeitas a bloqueios rigorosos, incluindo Xangai, a ‘capital’ económica do país, no âmbito da política de ‘zero casos’ de covid-19.

No conjunto, a economia chinesa cresceu 3% entre janeiro e setembro, muito aquém da meta oficial de crescimento estipulada pelo Governo chinês para 2022, de “cerca de 5,5%”. O Banco Mundial reviu já em baixa a sua previsão de crescimento do PIB da China este ano, de “entre 4% e 5%” para 2,8%.

A publicação dos dados estava marcada para o dia 18 de outubro, mas o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) adiou subitamente o anúncio, sem oferecer qualquer explicação, o que suscitou suspeitas entre alguns analistas.

Segundo fontes citadas pela agência Bloomberg, o atraso deveu-se ao facto de o responsável pela assinatura dos documentos físicos para publicação dos dados estar isolado na ‘bolha sanitária’ do 20.º Congresso do Partido Comunista devido às medidas de prevenção epidémica.

Os dados do PIB no terceiro trimestre superaram a expectativa dos analistas, que previam uma recuperação de 3,4%, em relação ao mesmo período de 2021, e de 3,5% em relação ao segundo trimestre do ano. Na comparação com o trimestre anterior, a economia chinesa cresceu também 3,9% entre junho e setembro.

O GNE também divulgou dados relativos a setembro sobre a produção industrial (aumento de 6,3%, em termos homólogos), vendas no comércio a retalho (+2,5%), investimento em imobiliário (subida de 5,9% no conjunto dos três primeiros trimestres) ou a taxa oficial de desemprego urbano, que passou de 5,3% para 5,5%.

24 Out 2022