Zhejiang | Multado empreiteiro com presença lusófona

O governo da província de Zhejiang, no leste da China, multou a China Railway Construction Corporation (CRCC), um empreiteiro estatal com presença em Angola, Brasil e Timor-Leste, por usar material e equipamento de fraca qualidade.

Num comunicado, o Gabinete Municipal de Transportes de Hangzhou, capital de Zhejiang, anunciou uma multa de 338.800 yuan ligada à reabilitação de uma autoestrada.

Segundo o gabinete, uma subsidiaria da CRCC “usou material, componentes e equipamento de construção não adequado e levou a cabo trabalhos que não seguiram os planos de engenharia ou os padrões técnicos de construção”.

A autoestrada G235 liga as províncias de Jiangsu, no leste do país, e de Guangdong, no sul, sendo que o contrato atribuído à CRRC, no valor de 105 milhões de yuan, envolveu um troço de 11,3 quilómetros.

A CRCC está a construir o novo Porto de Beaço, que se vai inserir na nova unidade de processamento de gás natural vindo do projeto do Greater Sunrise, no sul de Timor-Leste, e avaliado em 943 milhões de dólares.

O empreiteiro faz também parte de um consórcio, formado por empresas estatais chinesas, que venceu em 2019 um leilão para construir e operar aquela que será a segunda maior ponte do Brasil, no estado da Bahia.

A CRCC está ainda presente em Angola onde, entre outros projectos, concluiu em Julho um sistema de abastecimento de água potável a cerca de 600 mil habitantes de Cabinda, a província mais a norte do país.

23 Nov 2022

Incêndio | Fogo que fez 38 mortos causado por mau manuseio de equipamento

O incêndio que destruiu as instalações de uma empresa que lida com produtos químicos, no centro da China, matando 38 pessoas, foi causado pelo manuseio inadequado de equipamento por um funcionário, informou ontem a imprensa estatal.

“Segundo as conclusões iniciais da investigação, o acidente foi desencadeado pelo manuseio contrário aos regulamentos por parte de um funcionário da empresa”, informou a televisão estatal CCTV, sobre o incêndio, ocorrido na segunda-feira, na cidade de Anyang, província de Henan. “[Uma operação de] soldadura eléctrica provocou o incêndio”, detalhou a mesma fonte.

Os bombeiros levaram cerca de três horas e meia para controlar o fogo, que começou na segunda-feira por volta das 16:30. Imagens difundidas pela televisão estatal CCTV mostram chamas e fumo a sair do que parece ser um edifício de dois andares tomado pelo fogo. Fotos nocturnas mostram os bombeiros a examinar o que restou da estrutura, com uma escada de extensão e luzes.

As informações disponíveis ‘online’ sobre a empresa proprietária do edifício, a Kaixinda, revelam que se trata de um grossista que lida com uma ampla gama de produtos industriais, incluindo produtos químicos especializados.
Uma grande explosão, em 2015, num depósito de produtos químicos na cidade portuária de Tianjin, no norte da China, resultou na morte de 173 pessoas.

23 Nov 2022

Taiwan | China considera a ilha “linha vermelha intransponível” na relação com EUA

Num encontro do Camboja, que reuniu ministros da Defesa de vários países do Sudeste Asiático, Pequim reiterou a sua posição inabalável sobre a soberania da antiga Formosa, alertando os Estados Unidos para que nenhuma força exterior deve interferir na matéria que apenas diz respeito ao povo chinês

 

O ministro da Defesa chinês, Wei Fenghe, alertou ontem que a “questão de Taiwan é uma linha vermelha intransponível nas relações entre China e Estados Unidos” durante uma reunião no Camboja com o homólogo norte-americano, Lloyd Austin.

O encontro decorreu na cidade de Siem Reap, à margem da cimeira dos ministros da Defesa da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), para a qual ambos foram convidados.

Wei indicou a Austin que a “resolução da questão [de Taiwan] é um assunto do povo chinês”, alertando que “nenhuma força externa tem o direito de interferir” em algo que Pequim considera fazer parte dos seus “interesses fundamentais”, de acordo com um comunicado emitido pelo ministério da Defesa da China.

O ministro assegurou que a responsabilidade pelo deteriorar das relações sino-americanas recai sobre os Estados Unidos e exortou Washington a “cumprir as suas promessas” e a “adoptar uma política racional e pragmática em relação” a Pequim.

“Os militares chineses têm a confiança e a capacidade de proteger resolutamente a unidade da pátria”, advertiu.
O porta-voz do ministério da Defesa do país asiático, Tan Kefei, declarou ontem também que as conversações realizadas no Camboja têm “importância significativa” para colocar as relações entre as duas potências “no caminho de um desenvolvimento saudável e estável”. Citado pela imprensa local, Tan descreveu as negociações como “sinceras e construtivas”.

Diálogo retomado

Tratou-se do primeiro encontro entre as autoridades de Defesa das duas potências desde o encontro no Diálogo de Shangri La, que se realizou em Singapura, em Junho passado.

Desde então, a deslocação da presidente da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, a Taiwan – a visita de mais alto nível realizada pelos Estados Unidos à ilha em 25 anos – renovou as tensões entre os dois países.

Em retaliação, Pequim lançou exercícios militares numa escala sem precedentes, que incluíram o lançamento de mísseis e o uso de fogo real. A China suspendeu também o diálogo de alto nível com os EUA em várias matérias, incluindo as de defesa e alterações climáticas.

Mais recentemente, os líderes de ambos os países, Joe Biden e Xi Jinping, reuniram-se na semana passada, à margem da cimeira do G20, na ilha indonésia de Bali, para retomar o diálogo, visando evitar que as tensões levem a um confronto bélico.

23 Nov 2022

Catar2022 | Associação Sheng Kung Hui alerta para vício de apostas

A Associação Sheng Kung Hui apelou aos residentes para que tenham cuidado durante o Campeonato do Mundo, principalmente os mais jovens, e evitem o vício das apostas.

Segundo o jornal Ou Mun, o chefe do Gabinete Coordenador dos Serviços Sociais Sheng Kung Hui Macau, Ip Kam Po, defendeu que como desta vez os horários são mais acessíveis, há um risco maior de que as pessoas se deixem levar pela vontade de apostar nos resultados dos jogos.

Além disso, o responsável destacou “o efeito das redes sociais”, que disponibilizam várias plataformas para análise, publicidade e previsões dos diferentes encontros. Na perspectiva de Ip, estas novas tecnologias são muito viradas para os mais jovens e podem fazer com que estes não consigam controlar os montantes que apostam.

No mesmo sentido, o chefe do Gabinete Coordenador dos Serviços Sociais da Associação Sheng Kung Hui Macau vincou que a associação está disponível para ajudar todos os necessitem de fazer face ao vício e que pode ser contactada a qualquer altura. Ainda assim, durante o Campeonato do Mundo de 2018, Ip Kam Po reconheceu que não houve um aumento dos pedidos de ajuda.

Sobre os pedidos relacionados com o vício do jogo, ao longo deste ano, até Setembro, Ip Kam Po revelou que houve uma quebra de 20 por cento em termos anuais.

23 Nov 2022

Easy Transfer | Lei Chan U quer saber taxa de utilização

O deputado Lei Chan U quer os dados da utilização do serviço Easy Transfer, a plataforma de transacções bancárias entre a Autoridade Monetária de Macau e os bancos locais.

O pedido de informações sobre a plataforma foi feito através de interpelação escrita, na qual foi questionado o futuro da aplicação, que foi lançada no ano passado, como um projecto-piloto. Assim sendo, o deputado pretende saber se o Governo se informou junto da banca para perceber se o projecto vai continuar em funcionamento e em que moldes. Actualmente, o serviço é grátis.

Além disso, Lei Chan U perguntou ao Governo se pondera disponibilizar o serviço na Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin e na Grande Baía.

23 Nov 2022

Comboios de alta velocidade vão ligar China e Tailândia

O projecto ferroviário China-Tailândia, que foi assinado e lançado em 2021, é uma construção conjunta e um projecto emblemático da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, entre a China e a Tailândia. O caminho-de-ferro é o primeiro de alta velocidade da Tailândia e um dos primeiros projectos ferroviários de alta velocidade fora da China que utiliza normas chinesas de con-cepção de caminhos-de-ferro de alta velocidade, sendo financiado pelo próprio país anfitrião.
Segundo o plano de construção, o projecto ferroviário está dividido em duas fases. A primeira fase do projecto liga Bangkok e Nakhon Ratchasima, uma porta de entrada para o nordeste da Tailândia, com cerca de 252,3 quilómetros. A segunda fase, com cerca de 356 quilómetros, estender-se-á até Nong Khai, uma importante cidade de comércio fronteiriço no nordeste da Tailândia, do outro lado do rio a partir de Vientiane, a capital do Laos, para realizar a ligação com a linha férrea China-Laos.
A empresa que gere os caminhos-de-ferro estatais da Tailândia disse recentemente aos me-dia que a primeira fase deste projecto ferroviário China-Tailândia está a progredir rapidamente, e cerca de 12% já foi concluído e espera-se que complete 20% este ano.
O Ministério dos Transportes tailandês atribui grande importância ao projecto ferroviário, porque o projecto pode trazer vários benefícios, tais como o turismo e o desenvolvimento económico, diz o relatório.

Despoletar novo potencial

Após a abertura da nova linha férrea, serão necessários apenas 90 minutos de Banguecoque a Nakhon Ratchasima, em comparação com as actuais 4,5 horas e meia. Contudo, como quaisquer outros grandes projectos de infra-estruturas, existem desafios.
Os contratos de construção ferroviária podem exigir renegociação, informou o Bangkok Post, citando uma fonte dentro do Ministério dos Transportes tailandês, uma vez que a construção da primeira fase do projecto entre Bangkok e Nakhon Ratchasima está atrasada em relação ao previsto.
O atraso relatado foi largamente atribuído a restrições pandémicas da COVID-19, a atrasos significativos no processo de expropriação de terras, e à relocalização de linhas de serviços públicos em redor do estaleiro de construção, segundo o relatório.
Apesar de certas dificuldades, os peritos acreditam que as questões são controláveis e que o projecto será concluído como amplamente esperado. “Qualquer projecto de infra-estruturas de grande escala exige um aperfeiçoamento contínuo quando for tentado no estrangeiro, para não mencionar que a construção do caminho-de-ferro é a primeira do seu género na área lo-cal… acredito que as questões são controláveis, e com os esforços conjuntos de ambas as partes, o projecto global será concluído com sucesso”, disse Zhao Gancheng, um investiga-dor do Instituto de Estudos Internacionais de Xangai.
O caminho-de-ferro também chamou a atenção de alguns dos meios de comunicação ociden-tais que olham para o projecto com parcialidade, afirmando que a linha ferroviária poderia suscitar “alguma forma de preocupação por parte de certos governos da região, mas tam-bém o QUAD, do ponto de vista da segurança”, informou o VOA News.
“Como um projecto de investimento em grande escala, o custo do caminho-de-ferro não pode ser recuperado a curto prazo, e deve ser considerado que desempenha um papel de apoio em áreas como a indústria, comércio e emprego ao longo da linha… de facto, a cooperação em projectos de infra-estruturas entre a China e os membros da ASEAN não conduzirá a uma chamada “armadilha da dívida”, mas pode efectivamente promover o desenvolvimento das economias e da sociedade locais”, disse Gu Xiaosong.
As obras civis actualmente em curso incluem pontes, leitos de estradas, túneis, e edifícios de estações, e a primeira fase do projecto ferroviário China-Tailândia deverá estar concluída em 2027, disse Ma Shengshuang, director-geral do China Railway Design Group Co’s Thailand Branch.

Ao mesmo tempo, tendo já passado uma avaliação de impacto ambiental, espera-se que a segunda fase esteja concluída cerca de 3-4 anos após a primeira fase, ou entre 2029 e 2030, de acordo com outro relatório publicado pelo Bangkok Post.

China e Laos já estão ligadas por alta velocidade

O caminho-de-ferro China-Tailândia fornecerá conectividade entre os países do sudeste asiático e a China, e trará benefícios tangíveis a toda a região, ao mesmo tempo que injectará um novo ímpeto no desenvolvimento regional, afirmaram peritos e representantes empresar-iais.
A Yunnan Easy Trans International Freight Forwarder Co, a empresa de logística e comércio com negócios relacionados com a China-Laos Railway, está entusiasmada com o futuro lan-çamento da actualização da ligação ferroviária na região.
Yang Yuepeng, director-geral da empresa, disse que após a conclusão do caminho-de-ferro China-Tailândia, o transporte será mais conveniente e o custo do transporte será grandemen-te reduzido. “Até lá, mais empresas irão expandir os seus projectos na Tailândia, e mais tailandeses irão acreditar no ‘Made in China'”, disse Yang.
Desde a abertura do caminho-de-ferro China-Laos, que vai de Kunming a Vientiane, a inte-gração do transporte e comércio tem acelerado grandemente o crescimento do comércio fronteiriço, com cada vez mais projectos de intercâmbio e categorias comerciais, disse Yang. Nos 11 meses desde a abertura do caminho-de-ferro China-Laos, os dados financeiros da empresa de Yang para 2022 aumentaram 15,8% numa base anual em comparação com os dados financeiros para 2021.
“Embora o caminho-de-ferro China-Tailândia ainda esteja em construção, a Tailândia, a China e o Laos estão ligados por caminho-de-ferro, o que reflecte o conceito do caminho-de-ferro Trans-Asiático”, disse Zhao.
Após a conclusão do caminho-de-ferro, pode melhorar consideravelmente a construção do moderno sistema ferroviário da Tailândia, e se puder ser efectivamente ligado ao caminho-de-ferro China-Laos no futuro, irá definitivamente ajudar o desenvolvimento económico de toda a região, disse Zhao.
“O nosso objectivo final é construir o caminho-de-ferro Trans-Asiático, um caminho-de-ferro que atravessa a Península da Indochina e liga o Laos, Tailândia, Malásia e Singapura… Quando este caminho-de-ferro estiver concluído, ligará estreitamente as áreas interiores da ASEAN e da China, e será benéfico para toda a região terrestre sob a comunidade de um futuro co-mum”, disse o perito.

22 Nov 2022

Qatar assina contrato para fornecer gás à China por 27 anos

O Qatar anunciou hoje a assinatura de um acordo de compra e venda de quatro milhões de toneladas por ano de gás natural liquefeito (GNL) com a China por um período de 27 anos, informou a agência estatal QNA.

“A empresa de petróleo e gás, Qatar Energy, assinou um acordo de compra e venda com a China Petroleum and Chemical Corporation (Sinopec) para fornecer quatro milhões de toneladas de gás natural liquefeito por ano”, disse o ministro de Assuntos Energéticos, Saad Al Kaabi, numa conferência de imprensa citada pela agência.

Este é considerado o contrato mais longo da história da indústria de gás liquefeito, afirmou o ministro, indicando que “o acordo abre um novo capítulo na relação com a Sinopec Corporation”.

O acordo vai entrar em vigor em 2026, mas em março de 2021 a Qatar Energy já tinha alcançado um acordo similar com a Sinopec para fornecer dois milhões de toneladas de GNL por ano à China por um período de 10 anos, o que na época era o contrato mais longo. O Qatar é um dos países com maiores reservas de gás natural do mundo.

22 Nov 2022

Coreia do Norte responde com lançamento de mísseis a exercícios fronteiriços dos EUA

Os EUA organizaram vários exercícios militares de grande escala com os seus aliados Coreia do Sul e Japão, e com mais novas armas e porta-aviões envolvidos, junto à fronteira com a Coreia do Norte, o que levou este país a responder com testes que incluiram o lançamento de mísseis. No final de Outubro, os EUA e a Coreia do Sul realizaram um dos seus maiores exercícios aéreos militares conjuntos, com centenas de aviões de guerra de ambos os lados a encenar ataques simulados 24 horas por dia durante uma semana, informou a Reuters. Em resposta, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte emitiu uma declaração sobre o KCNA exigindo a suspensão dos exercícios, e afirmou: “A situação na Península Coreana e nas suas proximidades entrou novamente numa grave fase de confronto pelo poder, devido aos incessantes e imprudentes movimentos militares dos EUA e da Coreia do Sul”.

De acordo com informações divulgadas pela Coreia do Norte, o lançamento do teste na sexta-feira foi bem sucedido, e a Coreia do Norte também quis “aumentar a sua confiança interna e mostrar aos EUA que tem a capacidade de atingir o seu território”. Observadores chineses advertiram todas as partes para que tivessem contenção para evitar uma nova escalada e resolver a questão da Península Coreana através de negociações políticas.

“Uma Península pacífica e estável e evitar a deterioração e a escalada da situação é do interesse comum de toda a comunidade internacional. Esperamos que todas as partes permaneçam empenhadas em procurar uma solução política, e abordem as preocupações umas das outras de forma equilibrada através de um diálogo significativo”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Mao Ning numa conferência de imprensa na sexta-feira, observando que a China está a acompanhar os desenvolvimentos na Península Coreana.
Entretanto, os Estados Unidos da América (EUA) pediram hoje uma reforma urgente do Conselho de Segurança da ONU para que este órgão possa responder de forma “unida” aos lançamentos de mísseis balísticos “desestabilizadores” por parte da Coreia do Norte. Numa reunião do Conselho de Segurança, a embaixadora dos EUA junto da ONU, Linda Thomas-Greenfield, afirmou que por “63 vezes este ano a Coreia do Norte violou de forma flagrante as resoluções” daquele órgão e “demonstrou total desrespeito pela segurança da região”.
“Quantos mísseis mais devem ser lançados antes de respondermos como um Conselho unificado?”, questionou a representante diplomática, acusando o regime de Pyongyang de agir com impunidade e sem medo de uma resposta ou represália do Conselho de Segurança, órgão máximo da ONU devido à sua capacidade de fazer aprovar resoluções com caráter vinculativo.
“Esta é a décima vez que nos reunimos sem ações significativas. A razão é simples: dois membros do Conselho com poder de veto estão a capacitar e a encorajar a Coreia do Norte”, frisou Thomas-Greenfield.
A diplomata norte-americana referia-se assim ao poder de veto da Rússia e da China – dois dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança e aliados da Coreia do Norte -, que impediu várias resoluções condenatórias nos últimos tempos. A Rússia e a China, de acordo com a embaixadora norte-americana, permitiram que o regime norte-coreano realizasse, na passada sexta-feira, um teste de um míssil balístico de alcance intercontinental. Para Linda Thomas-Greenfield, tal ação colocou em risco a vida de civis japoneses e aumentou desnecessariamente as tensões na região.
“Tenho mantido reuniões com os Estados-membros da ONU para ouvir as suas ideias sobre a reforma do Conselho de Segurança. E deixem-me dizer, quando eles falam sobre abuso do veto, eles estão a falar de casos exatamente como este”, referiu. Na passada sexta-feira, a Coreia do Norte disparou um míssil balístico intercontinental, que caiu no mar, em águas da Zona Económica Exclusiva (ZEE) do Japão. O míssil lançado pelo regime de Pyongyang tinha alcance suficiente para chegar ao território continental dos EUA.

22 Nov 2022

Taiwan | Tsai criticada por indiferença à morte de panda

Cidadãos de ambos os lados do Estreito de Taiwan criticaram o líder de Taiwan Tsai Ing-wen pela sua indiferença, porque ela nada disse sobre a morte do panda Tuan Tuan, em contraste com as condolências oferecidas a Joe Biden pela perda do seu cão Champ em 2021. Pequim enviou Tuan Tuan e o seu parceiro Yuan Yuan para Taiwan após uma visita do então presidente do partido Kuomintang (KMT) Lien Chan ao continente em 2005, e os pandas finalmente chegaram em 2008.

Os dois pandas inauguraram “um período de próspero intercâmbio e uma comunicação sincera entre as pessoas dos dois lados”, disse o gabinete do antigo líder de Taiwan Ma Ying-jeou num comunicado divulgado no sábado.

“Esperamos que mais animais como Tuan Tuan apareçam no futuro para promover a integração e o intercâmbio interpessoal dos dois lados. Esperamos também que Tsai Ing-wen possa promover o intercâmbio civil e esclarecer as contradições entre os dois lados”, disse o gabinete. O gabinete de Lien também expressou o seu pesar pela morte de Tuan Tuan, dizendo que mais pandas deviam vir para a ilha para viver e multiplicar-se, e que os laços entre as duas partes pudessem também acolher uma Primavera florescente e uma comunicação pacífica.

As redes sociais de ambos os lados foram inundadas com condolências sobre Tuan Tuan e criticaram Tsai pela sua indiferença, ao contrário das suas condolências a Biden pela perda do seu cão.

Tuan Tuan lutou contra convulsões desde Agosto e os recentes exames médicos confirmaram que sofria de necrose no cérebro. A doença progrediu rapidamente, de acordo com os resultados dos exames de ressonância magnética que o panda efectuou em 18 de Setembro e novamente em 22 de Outubro. Sofreu três convulsões no sábado e foi fortemente medicado, mas sem resultado. Os veterinários do zoológico decidiram finalmente deixar o animal morrer, de acordo com a Xinhua.

22 Nov 2022

Vice-presidente dos EUA promete compromisso ‘inabalável’ com as Filipinas

A vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, disse ontem ao Presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., durante uma visita a Manila, que os Estados Unidos têm um compromisso “inabalável” com as Filipinas. A visita de Kamala Harris é um sinal de reaproximação entre os dois países aliados após anos de relações tensas sob a presidência de Rodrigo Duterte, mais favorável a Pequim.

A vice-presidente dos Estados Unidos também se encontrou com a sua homóloga filipina Sara Duterte, filha do ex-líder. “Estamos convosco para defender as regras e padrões internacionais relacionados com o Mar da China Meridional”, disse Harris a Ferdinand Marcos Jr, que assumiu o poder em Junho, no início de um encontro no palácio presidencial em Manila.

“Um ataque às forças armadas filipinas, navios ou aviões do governo no Mar da China Meridional desencadearia o compromisso de defesa mútua… é o nosso compromisso inabalável com as Filipinas”, disse.

Ferdinand Marcos Jr., por sua vez, afirmou que não vislumbra “um futuro para as Filipinas sem os Estados Unidos”. Os Estados Unidos têm uma longa e complicada relação com a família de Marcos. O ditador Ferdinand Marcos, pai do actual presidente, comandou a ex-colónia americana por duas décadas com o apoio de Washington, que viu nele um aliado contra o bloco comunista durante a Guerra Fria.

Desde a chegada ao poder do novo chefe de Estado, Washington tem procurado reforçar a sua aliança com Manila, num contexto de crescentes tensões regionais. Essa aliança inclui um tratado e pacto de defesa de 2014, conhecido pela sigla EDCA, que permite que os militares dos EUA armazenarem equipamentos e material de defesa em várias bases filipinas.

A vice-presidente dos EUA vai também encontrar-se com a Guarda Costeira filipina e viajará para a ilha de Palawan na terça-feira, águas muito disputadas do Mar da China Meridional. A China reivindica a soberania sobre quase todo esse mar, do qual as Filipinas, mas também o Vietname, a Malásia e o Brunei reivindicam partes dele.
Pequim está a ignorar uma decisão do tribunal internacional de 2016 de que as suas reivindicações não têm base legal.

A viagem ocorre depois de Kamala Harris e o presidente dos EUA, Joe Biden, se terem reunido separadamente com o presidente chinês, Xi Jinping, na semana passada.

Entre as iniciativas previstas nesta visita estão as negociações de um pacto nuclear civil entre os dois países, que pode levar à venda de reactores nucleares americanos para as Filipinas, mas que deve ser precedida de um tratado de não proliferação de armas atómicas.

22 Nov 2022

Covid-19 | Cantão coloca o maior distrito sob confinamento

Cantão, uma das maiores cidades da China, impôs ontem um bloqueio no principal distrito, que inclui a suspensão dos transportes públicos e a exigência de teste negativo à covid-19 aos residentes que quiserem sair de casa.
O surto em Cantão é um teste à tentativa da China de adoptar uma abordagem mais “direcionada”, enquanto mantém a estratégia de ‘zero casos’ de covid-19. A capital da província de Guangdong registou quase 9.000 casos nas últimas 24 horas, de longe o maior surto activo no país.
A China é o único grande país do mundo que continua a impor medidas altamente restritivas de prevenção epidémica, incluindo o bloqueio de distritos e cidades inteiras, a realização de testes em massa e o isolamento de todos os casos positivos e respetivos contactos diretos.
O distrito de Baiyun, em Cantão, também suspendeu as aulas presenciais nas escolas e bloqueou os espaços universitários. As medidas devem durar até sexta-feira, anunciou a cidade. “Está tudo em suspenso”, descreveu Alexandre Castro, treinador português de futebol radicado há três anos na cidade chinesa. “Já armazenamos comida para pelo menos duas semanas”, disse à agência Lusa.

Duas mortes

No domingo, Pequim registou duas mortes. Foram os primeiros óbitos em todo o país, em mais de seis meses, provocados pelo novo coronavírus.
Directrizes nacionais publicadas no início deste mês pediram aos governos locais que sigam uma abordagem científica e direcionada, e que evitem medidas desnecessárias.
As autoridades querem evitar bloqueios de cidades inteiras, para tentar minimizar o impacto na atividade económica, mas sem abdicar da estratégia que visa eliminar surtos do novo coronavírus, tendo anunciado uma redução do período de quarentena para viajantes oriundos do exterior e contactos diretos de casos positivos, e o fim da interrupção dos voos com casos a bordo, entre outras medidas.
O relaxamento de algumas medidas é uma tentativa de tornar as políticas mais “científicas e precisas”, disse o vice-director da Comissão Nacional de Saúde, Lei Haichao.

22 Nov 2022

COP27 | Ainda há “longo caminho a percorrer”, diz China

O Governo chinês saudou ontem o acordo alcançado na conferência do clima das Nações Unidas, no Egipto, mas alertou que “há ainda um longo caminho a percorrer”, em termos de cooperação global contra as alterações climáticas. “A governação global em assuntos do clima ainda tem um longo caminho a percorrer”, disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros Mao Ning, em conferência de imprensa.

A porta-voz apontou, em particular, a “ausência de um roteiro claro” na prestação de apoio financeiro aos países em desenvolvimento, pelos países desenvolvidos, como factor que “não permite o estabelecimento de confiança mútua entre os [hemisférios] Norte e Sul”. “Os países desenvolvidos ainda não estão a cumprir com o seu compromisso de fornecer 100 mil milhões de dólares anualmente em apoio financeiro aos países em desenvolvimento, para combater o aquecimento global”, disse a porta-voz.

A China atribui, no entanto, “grande importância a esta cimeira e apoia totalmente o Egipto, que cumpriu com sucesso o seu papel como país anfitrião”.

O país rejeitou nesta cimeira deixar de ser considerado uma nação em desenvolvimento, apesar de ser há vários anos a segunda maior economia mundial. Depois de negociações difíceis, que ultrapassaram o cronograma original, a COP27 terminou no domingo com um texto muito contestado sobre ajuda aos países pobres afectados pelas alterações climáticas, mas também com o fracasso em estabelecer novas ambições para a redução de emissão de gases com efeito estufa.

22 Nov 2022

Comboios de alta velocidade vão ligar China e Tailândia

A importância comercial destes projectos é inegável e vai trazer um desenvolvimento único a estas regiões

 

O projecto ferroviário China-Tailândia, que foi assinado e lançado em 2021, é uma construção conjunta e um projecto emblemático da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, entre a China e a Tailândia. O caminho-de-ferro é o primeiro de alta velocidade da Tailândia e um dos primeiros projectos ferroviários de alta velocidade fora da China que utiliza normas chinesas de concepção de caminhos-de-ferro de alta velocidade, sendo financiado pelo próprio país anfitrião.

Segundo o plano de construção, o projecto ferroviário está dividido em duas fases. A primeira fase do projecto liga Bangkok e Nakhon Ratchasima, uma porta de entrada para o nordeste da Tailândia, com cerca de 252,3 quilómetros.

A segunda fase, com cerca de 356 quilómetros, estender-se-á até Nong Khai, uma importante cidade de comércio fronteiriço no nordeste da Tailândia, do outro lado do rio a partir de Vientiane, a capital do Laos, para realizar a ligação com a linha férrea China-Laos.

A empresa que gere os caminhos-de-ferro estatais da Tailândia disse recentemente aos media que a primeira fase deste projecto ferroviário China-Tailândia está a progredir rapidamente, e cerca de 12% já foi concluído e espera-se que complete 20% este ano.

O Ministério dos Transportes tailandês atribui grande importância ao projecto ferroviário, porque o projecto pode trazer vários benefícios, tais como o turismo e o desenvolvimento económico, diz o relatório.

Despoletar novo potencial

Após a abertura da nova linha férrea, serão necessários apenas 90 minutos de Banguecoque a Nakhon Ratchasima, em comparação com as actuais 4,5 horas e meia. Contudo, como quaisquer outros grandes projectos de infra-estruturas, existem desafios.

Os contratos de construção ferroviária podem exigir renegociação, informou o Bangkok Post, citando uma fonte dentro do Ministério dos Transportes tailandês, uma vez que a construção da primeira fase do projecto entre Bangkok e Nakhon Ratchasima está atrasada em relação ao previsto.

O atraso relatado foi largamente atribuído a restrições pandémicas da COVID-19, a atrasos significativos no processo de expropriação de terras, e à relocalização de linhas de serviços públicos em redor do estaleiro de construção, segundo o relatório.

Apesar de certas dificuldades, os peritos acreditam que as questões são controláveis e que o projecto será concluído como amplamente esperado. “Qualquer projecto de infra-estruturas de grande escala exige um aperfeiçoamento contínuo quando for tentado no estrangeiro, para não mencionar que a construção do caminho-de-ferro é a primeira do seu género na área local… acredito que as questões são controláveis, e com os esforços conjuntos de ambas as partes, o projecto global será concluído com sucesso”, disse Zhao Gancheng, um investigador do Instituto de Estudos Internacionais de Xangai.

O caminho-de-ferro também chamou a atenção de alguns dos meios de comunicação ocidentais que olham para o projecto com parcialidade, afirmando que a linha ferroviária poderia suscitar “alguma forma de preocupação por parte de certos governos da região, mas também o QUAD, do ponto de vista da segurança”, informou o VOA News.

“Como um projecto de investimento em grande escala, o custo do caminho-de-ferro não pode ser recuperado a curto prazo, e deve ser considerado que desempenha um papel de apoio em áreas como a indústria, comércio e emprego ao longo da linha… de facto, a cooperação em projectos de infra-estruturas entre a China e os membros da ASEAN não conduzirá a uma chamada “armadilha da dívida”, mas pode efectivamente promover o desenvolvimento das economias e da sociedade locais”, disse Gu Xiaosong.

As obras civis actualmente em curso incluem pontes, leitos de estradas, túneis, e edifícios de estações, e a primeira fase do projecto ferroviário China-Tailândia deverá estar concluída em 2027, disse Ma Shengshuang, director-geral do China Railway Design Group Co’s Thailand Branch.

Ao mesmo tempo, tendo já passado uma avaliação de impacto ambiental, espera-se que a segunda fase esteja concluída cerca de 3-4 anos após a primeira fase, ou entre 2029 e 2030, de acordo com outro relatório publicado pelo Bangkok Post.

China e Laos já estão ligadas por alta velocidade

O caminho-de-ferro China-Tailândia fornecerá conectividade entre os países do sudeste asiático e a China, e trará benefícios tangíveis a toda a região, ao mesmo tempo que injectará um novo ímpeto no desenvolvimento regional, afirmaram peritos e representantes empresariais.

A Yunnan Easy Trans International Freight Forwarder Co, a empresa de logística e comércio com negócios relacionados com a China-Laos Railway, está entusiasmada com o futuro lançamento da actualização da ligação ferroviária na região.

Yang Yuepeng, director-geral da empresa, disse que após a conclusão do caminho-de-ferro China-Tailândia, o transporte será mais conveniente e o custo do transporte será grandemente reduzido. “Até lá, mais empresas irão expandir os seus projectos na Tailândia, e mais tailandeses irão acreditar no ‘Made in China'”, disse Yang.

Desde a abertura do caminho-de-ferro China-Laos, que vai de Kunming a Vientiane, a integração do transporte e comércio tem acelerado grandemente o crescimento do comércio fronteiriço, com cada vez mais projectos de intercâmbio e categorias comerciais, disse Yang. Nos 11 meses desde a abertura do caminho-de-ferro China-Laos, os dados financeiros da empresa de Yang para 2022 aumentaram 15,8% numa base anual em comparação com os dados financeiros para 2021.

“Embora o caminho-de-ferro China-Tailândia ainda esteja em construção, a Tailândia, a China e o Laos estão ligados por caminho-de-ferro, o que reflecte o conceito do caminho-de-ferro Trans-Asiático”, disse Zhao.

Após a conclusão do caminho-de-ferro, pode melhorar consideravelmente a construção do moderno sistema ferroviário da Tailândia, e se puder ser efectivamente ligado ao caminho-de-ferro China-Laos no futuro, irá definitivamente ajudar o desenvolvimento económico de toda a região, disse Zhao.

“O nosso objectivo final é construir o caminho-de-ferro Trans-Asiático, um caminho-de-ferro que atravessa a Península da Indochina e liga o Laos, Tailândia, Malásia e Singapura… Quando este caminho-de-ferro estiver concluído, ligará estreitamente as áreas interiores da ASEAN e da China, e será benéfico para toda a região terrestre sob a comunidade de um futuro comum”, disse o perito.

22 Nov 2022

Primeiro-ministro do Japão demite terceiro ministro num mês

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, demitiu hoje o seu ministro dos Assuntos Internos por irregularidades financeiras, somando já a queda de três ministros num mês, anunciou a televisão japonesa NHK.

O ministro de Assuntos Internos, Minoru Terada, tem sido acusado de várias irregularidades contabilísticas e financeiras, tendo reconhecido, num dos casos, que um dos seus grupos de apoiantes apresentou registos contabilísticos com a assinatura de uma pessoa já morta. Segundo a NHK, Kishida convocou Terada e obrigou o ministro a apresentar uma renúncia ao cargo.

Questionado na semana passada sobre uma possível demissão de Terrada, o primeiro-ministro não defendeu o responsável pela pasta dos Assuntos Internos, adiantando que ele tomaria a sua própria decisão.

Nos últimos dias, Minoru Terada garantiu não ter infringido nenhuma lei, prometeu retificar as questões contabilísticas e mostrou determinação em permanecer no cargo, mas os deputados argumentaram que um ministro de Assuntos Internos – cujo trabalho é supervisionar os fundos políticos – ter problemas com financiamentos é uma questão demasiado séria e exigiram a sua renúncia. Também as sondagens realizadas pela imprensa mostraram que a maioria dos entrevistados defendia a renúncia de Terada.

A sua demissão é mais um golpe para o Governo de Kishida, já abalado por escândalos como o da estreita ligação do Partido Liberal Democrático à Igreja da Unificação, acusada de realizar “lavagens cerebrais” a seguidores para fazerem grandes doações, muitas vezes acabando por separar famílias que não estão de acordo com a situação.

O ministro da Revitalização Económica, Daishiro Yamagiwa, renunciou, em 24 de outubro, depois de enfrentar críticas pela sua falta de explicações sobre os laços à Igreja da Unificação, iniciando o que ficou conhecido como “um dominó de renúncias” do Governo de Kishida.

A saída de Terada acontece apenas 10 dias depois de o ministro da Justiça, Yasuhiro Hanashi, ter também sido forçado a renunciar devido a uma declaração na qual referia que o seu trabalho é pouco atraente e só se torna notícia quando assina uma pena de morte.

A demora de Kishida em demitir o ministro da Justiça também provocou críticas, já que obrigou a adiar a sua ida a três cimeiras asiáticas, sendo vista como uma atitude de indecisão e falta de liderança.

O primeiro-ministro, que regressou a Tóquio no sábado, depois de uma viagem de nove dias, foi recebido com a pressão dos restantes ministros do seu Governo para tomar uma decisão rápida sobre Terrada, antes da retoma da sessão legislativa na segunda-feira.

O partido de Kishida terá de conseguir a aprovação parlamentar de um segundo Orçamento suplementar até março, ao mesmo tempo que finaliza uma nova estratégia de segurança nacional e define, até ao final do ano, novas diretrizes de defesa para o médio e longo prazo.

21 Nov 2022

Coreia do Norte lamenta “atitude deplorável” de Guterres sobre lançamento de míssil

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte criticou hoje a “atitude deplorável” do secretário-geral da ONU, António Guterres, ao condenar o recente lançamento intercontinental de mísseis balísticos por Pyongyang, informou a agência noticiosa estatal KCNA.

“Lamento profundamente que o secretário-geral da ONU tenha tido uma atitude verdadeiramente deplorável, ignorando a finalidade e os princípios da Carta das Nações Unidas e a sua própria missão de manter a imparcialidade, objetividade e justiça em todos os assuntos”, afirmou a chefe da diplomacia norte-coreana, Choe Son Hui, acusando António Guterres de ser “um fantoche dos EUA”.

Choe Son Hui recordou que Pyongyang pediu “recentemente ao secretário-geral da ONU para examinar a questão da península coreana com imparcialidade e objetividade”, destacando a política de “autodefesa” da Coreia do Norte, “num ambiente de segurança preocupante na região, devido à perigosa cooperação militar entre os Estados Unidos e as suas forças vassalas”.

“No entanto, o secretário-geral da ONU culpou a Coreia do Norte e não os Estados Unidos”, afirmou a ministra.

A Coreia do Norte lançou na sexta-feira um míssil balístico intercontinental que caiu na Zona Económica Exclusiva (ZEE) do Japão, ao largo da ilha de Hokkaido, no norte, de acordo com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, que considerou o lançamento “absolutamente inaceitável”.

O secretário-geral das Nações Unidas apelou no mesmo dia para que a Coreia do Norte “se abstenha imediatamente” de qualquer outra “provocação”, em reação ao lançamento, reiterando o apelo a Pyongyang para regressar à mesa de negociações.

Também os Estados Unidos reagiram na sexta-feira, anunciando que iriam convocar o Conselho de Segurança das Nações Unidas e manifestando a intenção de pedir à China, aliada do regime norte-coreano, que ajude a refrear Pyongyang, usando a sua influência.

O Conselho de Segurança da ONU anunciou no sábado que se reunirá esta segunda-feira para discutir a situação.

Em resposta ao lançamento do míssil balístico intercontinental norte-coreano, militares sul-coreanos e norte-americanos responderam com testes de bombas guiadas a partir de caças F-35 e realizaram outras manobras aéreas combinadas sobre o Mar do Leste, duas operações que simulam ataques preventivos, mas também operações punitivas contra os norte-coreanos, numa mensagem a Pyongyang.

O lançamento norte-coreano foi realizado a partir da zona de Sunan, onde se situa o aeroporto internacional de Pyongyang, local escolhido pelo regime para lançar também outros mísseis balísticos intercontinentais em fevereiro, março e no passado dia 03, embora dois destes lançamentos tenham sido mal sucedidos.

O lançamento soma-se a 30 projéteis – número recorde – que Pyongyang disparou no início de novembro em resposta a manobras aéreas de Seul e Washington, incluindo um primeiro míssil desse tipo, lançado em 03 de novembro, que aparentemente falhou e caiu prematuramente nas águas do mar do Japão.

A tensão na península atinge atualmente níveis sem precedentes devido aos testes de armamento pela Coreia do Norte, às manobras dos aliados e à possibilidade de, segundo provas recolhidas por satélites, o regime de Kim Jong-un estar preparado para realizar um primeiro teste nuclear desde 2017.

O Presidente norte-coreano assegurou na sexta-feira que utilizará a bomba atómica em caso de um ataque nuclear contra o seu país.

Pyongyang “responderá resolutamente às armas nucleares com armas nucleares e ao confronto total com confronto total”, destacou o chefe de Estado, citado pela KCNA, em declarações durante a supervisão do lançamento do míssil balístico intercontinental Hwasong-17 (ICBM), tendo pedido a “aceleração da dissuasão nuclear” perante a “situação perigosa” na península.

O “novo míssil balístico intercontinental Hwasong-17”, definido como um “marco crucial no fortalecimento das forças nucleares”, voou 999,2 quilómetros antes de cair nas águas do Mar do Japão, segundo a KCNA.

21 Nov 2022

Motas | Erno Kostamo triunfou na 54.ª edição do Grande Prémio de Macau

Após uma espera de dois anos, as motos regressaram a Macau e o finlandês foi o grande vencedor. A prova ficou marcada pela confusão de sábado, devido à sujidade da pista, que levou a que a corrida tivesse de ser adiada para ontem

 

Erno Kostamo (BMW S1000RR) venceu o Grande Prémio de Motos de Macau, à terceira tentativa. Após dois anos de interregno da prova de motos, o finlandês dominou o fim-de-semana, que ficou igualmente marcado pela prestação de Sheridan Morais (Honda CBR 1000 RR SP), que levou pela primeira vez a bandeira portuguesa ao pódio.

No final, o piloto considerou o resultado fantástico, mesmo se não rodou nos tempos por volta que pretendia. “Não estou feliz com os meus tempos por volta, mas estou muito feliz com o resultado”, afirmou o finandês. “É um resultado fantástico, principalmente depois de ter sofrido um grande acidente em 2019”, acrescentou.

Ontem Kostamo cumpriu as oito voltas com um tempo de 19:54.192, tendo feito a volta mais rápida com um registo de 2:27.493. Em comparação, o melhor registo em corrida de 2018, a última que teve mais do que uma volta, tinha sido de 2:25.005.

Erno arrancou da pole-position, mas uma partida menos conseguida fez com que caísse para segundo, atrás de Sheridan Morais, que surpreendeu ao assumir a liderança. Apesar do contratempo, o piloto de 31 anos pareceu estar sempre mais rápido do que os restantes concorrentes e foi sem surpresa que à terceira volta assumiu a liderança, que nunca mais largou, depois de se distanciar do alemão David Datzer (BMW S1000 RR).

O arranque menos conseguido foi explicado com uma nova electrónica na moto e um novo sistema de lançamento. “Mudámos a electrónica da mota antes do início da prova e temos um controlo novo de lançamento ao qual ainda não estou habituado”, explicou Erno.

Bandeira portuguesa no pódio

Um dos pilotos em destaque foi Sheridan Morais que terminou em terceiro e se tornou o primeiro português a subir ao pódio do Grande Prémio de Motos. No ano de estreia, Morais não se livrou de alguns sustos, mas no final estava muito satisfeito com o resultado.

“Foi uma excelente corrida, sabia que era forte no primeiro e terceiro sectores e que podia ter um bom resultado. Só que mais do que uma vez que, na primeira curva do circuito, a mota ficou presa em ponto-morto, e achei que ia bater no muro”, reconheceu o piloto da Honda. “Acabei por abrandar para chegar ao fim”, admitiu.

Ainda assim, Morais mostrou-se feliz com o resultado e considerou “fantástico” ter sido o primeiro português a subir ao pódio em Macau, onde afirmou encontrar uma presença portuguesa “muito superior à esperada”.

No lugar intermédio do pódio terminou David Datzer, que rodou sempre muito perto de Kostamo até à quinta volta. A partir daí, o finlandês foi simplesmente embora. Porém, o alemão ficou satisfeito com o resultado alcançado.
“Estou muito feliz com os tempos alcançados. Consegui seguir o Erno e o Morais no início, mas depois de algumas voltas comecei a sentir problemas com os pneus e achei que o segundo lugar seria suficiente”, apontou o alemão.

Confusões de sábado

Se no domingo tudo correu bem na prova de motos, o mesmo não se pode dizer em relação a sábado. Com a primeira corrida agendada para sábado de manhã, a mesma acabou por ser cancelada devido à sujidade da pista. Antes do início, os pilotos e a organização reuniram-se na pista e acordaram que seriam feitas duas voltas, para que houvesse oportunidade de testar as condições do asfalto. Após as voltas, mais de metade dos pilotos considerou que as condições eram demasiado perigosas.

Com uma corrida cancelada, era suposto que as motas voltasse à pista no final do dia. Porém, também a segunda corrida teve de ser adiada de sábado para ontem de manhã, uma vez que as condições da pista se encontrava longe do desejado e ainda por se temer que não houvesse luz natural suficiente até ao final da prova.

Classificação

1.º Erno Kostamo (BMW) 19:54.192
2.º David Datzer (BMW) a 8.262
3.º Sheridan Morais (Honda) a 10.836
(…)
7.º André Pires (Honda) a 45.355

Alto: regresso da competição

Após dois anos sem competição de motos, o regresso desta prova foi um dos pontos altos de todo o fim-de-semana. Apesar de ser uma corrida sempre cheia de perigo, é um dos eventos que mais contribui para o “carisma” do Grande Prémio de Macau. O espectáculo de domingo foi bem agradável e espera-se que no próximo ano regressem os nomes mais famosos da modalidade.

Baixo: cancelamentos e adiamentos

Quando as provas foram apresentadas, o sábado era o dia do Grande Prémio de Motociclismo, como tradicionalmente acontece. No entanto, quem se deslocou às bancadas para ver este espectáculo acabou desapontado. Além da sessão de aquecimento, que decorreu dentro da normalidade, a primeira corrida foi cancelada (e bem), entre a realização de duas voltas de formação e uma reunião com os pilotos na pista. Também a segunda corrida foi adiada para o dia seguinte. Quem apenas tinha bilhete para sábado ficou prejudicado.

21 Nov 2022

Grande Prémio | Sabino Lei alcançou terceiro lugar no Roadsport Challenge

Sabino Osório Lei (Mitsubishi Evo 9) terminou a corrida de ontem no Roadsport Challenge no terceiro lugar, a 2.942 do vencedor Chan Chi Ha (Mitsubishi Evo 9). No final, o macaense, que se estreou com um carro 2000cc, e tinha arrancado de 15.º na classe e 26.º à geral, mostrou-se muito satisfeito com o pódio alcançado.

“É um resultado inacreditável. Ontem, (no sábado), tive muitos problemas de pneus e perdi muitos lugares. Mas, no início da corrida de hoje (ontem) puxei muito, tive muitos duelos na pista e no final tive uma posição que me deixa muito feliz”, afirmou face ao resultado alcançado.

O resultado teve um sabor ainda mais especial por ter sido alcançado naquela que é a pista favorita do piloto. “É sempre fantástico correr em Macau, é uma pista fantástica, o local onde nasci”, afirmou. “Os 2000cc são muito poderosos e é uma condução diferente dos 1600 turbo. Não fiz muitos testes antes da prova, mas aqui tentei o meu melhor e estou feliz”, sublinhou.

Na classe dos 2000cc, destacaram-se ainda os macaenses Jerónimo Badaraco e Luciano Lameiras, que apesar de terem aspirações à vitória, terminaram em 4.º e 7.º, respectivamente.

A festa de Pereira

Na classe 1600cc Turbo, o vencedor foi Lui Man Kit (Mini Cooper S). No entanto, na altura de subir ao pódio, a grande festa foi de Junio Pereira, que levou o Ford Fiesta ao segundo lugar. Após arrancar em 6.º na classe e 13.º à geral, Pereira soube evitar as confusões e os problemas de outros pilotos e foi subindo até ao pódio.

Por sua vez, Rui Valente (Mini Cooper S) terminou em 23.º, nas boxes, com problemas de caixa de velocidades. O herói local chegou a rodar nos lugares cimeiros, mas no final acabou por perder várias posições.

21 Nov 2022

Os ausentes do Grande Prémio de Macau

A 69.ª edição do Grande Prémio de Macau voltou a reunir quase toda a “fina flor” do desporto motorizado de Macau, mas também houve notórias ausências. Entre os pilotos, há que destacar a ausência, pelo terceiro ano consecutivo, de André Couto, um dos pilotos mais titulados do território e que certamente seria uma mais valia para o evento.

O piloto português não encontrou nenhum volante que lhe desse garantias e adiou novamente o seu reencontro com o Circuito da Guia.

Igualmente ausente, esteve a equipa FHO Racing da empresária de Macau Faye Ho, que é uma das estruturas melhor apoiadas pela BMW Motorrad. A equipa que compete em várias frentes no motociclismo de velocidade do Reino Unido e que conta com o multi-vencedor do Grande Prémio de Motos de Macau, Peter Hickman, abdicou da visita de final de ano à RAEM, sendo que é sabido que a quarentena obrigatória à chegada a Macau afastou vários pilotos de proa no regresso da prova de duas rodas.

Duarte Alves, o engenheiro líder da Aston Martin Racing Asia, foi outro habitué do evento que não esteve presente. “Infelizmente devido compromissos profissionais, as restrições à entrada na RAEM causadas pela pandemia não me permitem chegar a Macau a tempo de poder participar no Grande Prémio”, explicou ao HM um dos poucos técnicos profissionais do território. “Foi com muita pena, mas não tive outra solução, pois estes projectos fora de Macau já vêm de há muitos anos e fui obrigado a optar.”

21 Nov 2022

CTCC | Rob Huff e Zhang Zhi Qiang dividiram vitórias do fim-de-semana

Com uma vitória e um segundo lugar, Huff deu aulas de condução ao longo de mais um Grande Prémio de Macau. O britânico conta agora com 11 triunfos no Circuito da Guia. Rodolfo Ávila foi 7.º e 4.º

 

Rob Huff (MG5 XPower TCR) e Zhang Zhi Qiang (Lynk & Co) foram os vencedores das duas corridas do Grande Prémio de Macau pontuáveis para o Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC) e para o campeonato TCR Ásia.

Na corrida de sábado, Rob Huff arrancou da pole position, depois de ter sido o mais rápido na qualificação, e somou a 11.ª vitória em Macau. O inglês ainda foi pressionado por Martin Cao (MG5 XPower TCR), que mostrou um bom ritmo nas voltas iniciais, principalmente depois de ultrapassar David Zhu (Lynk & Co). Porém, problemas mecânicos no MG do chinês resolveram a questão.

Sem grande oposição Huff triunfou mais uma vez em Macau, deixando atrás de si a “grande armada” de três Lynk & Co, de David Zhu, Sunny Wong e Zhang Zhi Qiang.

Quanto a Rodolfo Ávila, o português arrancou de quinto no sábado e terminou em sétimo lugar, num dia em que os MG, à excepção do carro conduzido para Huff, não mostraram andamento para a concorrência.

A vez de Zhang

Ontem, com a grelha invertida Gao Hua Yang (SAIC Lamando), foi o primeiro líder da prova, depois de ter arrancado muito bem e mostrado um ritmo competitivo. Atrás, Zhang Zhi Qiang, que partiu de sexto, ia ganhando posições depois de um arranque bem conseguido.

À segunda volta, Sunny Wong teve uma batida na primeira curva do circuito, e o safety car foi chamado à pista, onde ficou durante três voltas. No recomeço, Gao Hua Yang errou e perdeu tempo na curva Melco, o que permitiu a que Zhang chegasse à liderança. Mais atrás, também Huff ia ganhando posições.

A duas voltas do fim, o britânico conseguiu chegar ao segundo lugar e ainda ganhou 2,5 segundos ao líder. No entanto, Zhang mostrou muita segurança a defender-se por dentro na recta que antecede a curva do Hotel Lisboa, já na última volta, e segurou um triunfo merecido.

“Estou muito feliz com o resultado. Nas últimas duas voltas fui muito pressionado pelo Huff, mas defendi-me bem”, afirmou Zhang. “Se tivesse perdido para ele, que é sempre muito rápido aqui, também não era nenhuma vergonha, mas felizmente tive um ritmo alto e consegui vencer”, acrescentou.

Por sua vez, Huff admitiu que “não queria ser segundo” na corrida de domingo, mas mostrou-se satisfeito com o fim-de-semana. “Tive uma vitória e é bom estar de regresso. Talvez se o safety car tivesse estado menos voltas em pista eu tivesse vencido”, disse. “Mas o importante é que demos um bom espectáculo”, realçou.
Por sua vez, na segunda corrida, Rodolfo Ávila somou um quarto lugar.

1.ª Corrida
1º Rob Huff (MG XPOWER) 23:32.837
2º David Zhu (Lynk & Co) a 3.986
3º Sunny Wong (Lynk & Co) a 6.537
(…)
7º Rodolfo Ávila (MG XPOWER) a 10.679

2.ª Corrida
1º Zhang Zhi Qiang (Lynk & Co) 28:34.503
2º Rob Huff (MG XPOWER) a 1.004
3º Gao Hua Yang (SAIC Lamando) a 5.124
4º Rodolfo Ávila (MG XPOWER) a 12.531

Alto: Desempenho de Huff

É um excelente piloto, tem uma carreira invejável nos carros de turismo, e sempre que vem a Macau impressiona. Este ano não foi excepção e Huff deixa novamente o território com a ideia de que até com o pior carro do plantel estaria a lutar pelas vitórias.

Baixo: Safety Car

Não se discute a entrada do safety car na corrida de ontem. Mas foi uma pena que a luta entre Rob Huff (MG5 XPower TCR) e Zhang Zhi Qiang (Lynk & Co) fosse limitada pelas três voltas feitas atrás do safety. Soube a pouco, até porque os dois estavam em grande forma.

21 Nov 2022

Fórmula 4 | Andy Chang surpreende com ritmo demolidor e vence o 69.º Grande Prémio de Macau

Num ritmo muito acima de todos os outros. É desta forma que se pode descrever a prestação de Andy Chang, piloto local que teve uma prestação notável e venceu pela primeira vez o Grande Prémio de Macau, em Fórmula 4

 

Andy Chang foi o vencedor da 69.ª edição do Grande Prémio de Macau ao demorar 35:41.871 a percorrer as 12 voltas ao circuito na Guia. Na repetição do duelo das últimas duas edições, que este ano também contou com a participação de Gerrard Xie, Chang conseguiu desforrar-se das derrotas impostas por Charles Leong.

“Estou muito feliz com esta vitória”, afirmou o piloto, que triunfou naquela que foi porventura a prova com mais emoção ao longo de todo o fim-de-semana. Gerrard Xie, piloto de Hong Kong com 16 anos, foi a grande surpresa do fim-de-semana, ao vencer a corrida de qualificação, após uma luta aguerrida com Charles Leong.

Ontem, o cenário de sábado voltou a repetir-se, e mais uma vez o jovem de Hong Kong soube defender-se na primeira volta e segurar uma liderança, que durou até à quinta volta, já depois da única entrada do Safety Car.

Após o recomeço da corrida, que aconteceu à quarta volta, Xie alargou a liderança para Charles e parecia pronto para fugir para uma vitória. Porém, Andy, que nesta altura circulava em terceiro, conseguiu ultrapassar Charles Leong e colocar-se em situação de atacar o líder.

A manobra da vitória aconteceu na volta seguinte. Com um ritmo mais elevado, Andy foi “comendo” segundos ao líder, até que a seguir à curva do Mandarim ultrapassou o rival. Por sua vez, Xie não ficou de braços cruzados, tentou responder no final da mesma recta, antes da Curva do Hotel Lisboa, mas Andy fechou bem a “porta”.

A partir desse momento, o vencedor lançou-se para uma corrida solitária, onde foi somando consecutivamente a volta mais rápida até abrir uma vantagem de 5,958 segundos para o segundo classificado.

“O momento-chave foi a manobra na segunda curva do circuito, quando consegui consumar a ultrapassagem, após o recomeço. Depois defendi-me, e como tinha um bom ritmo consegui alcançar a vitória”, explicou Andy Chang.

O outro lado

Por sua vez, Charles Leong era um homem menos feliz com o resultado e mostrou a frustração no final: “Tivemos problemas de velocidade todo o fim-de-semana. Quando chegava à última curva sentia que o carro estava no limite, que não dava para mais”, desabafou. “Foi um dos fins-de-semana mais difíceis para mim. Quando fui ultrapassado pelo Andy nem dei luta, porque não fazia sentido, só ia perder mais tempo”, reconheceu.

No segundo lugar da geral, Gerrard Xie aparentava alguma apatia face ao pódio: “Foi um fim-de-semana que serviu para aprender a pista. Mas, claro que estava a competir com dois pilotos muito experientes nesta pista, e por isso, só tinha que dar o meu melhor em todas as curvas”, afirmou após a corrida.

1º Andy Chang 35:41.871
2º Gerrard Xie a 5.958
3º Charles Leong a 14.086

Alto: Gerrard Xie e Charles Leong

O duelo entre Gerrard Xie e Charles Leong na primeira corrida da Fórmula 4 foi um dos momentos mais entusiasmantes do fim-de-semana. Apesar de estreante, Xie mostrou uma grande maturidade e soube defender-se dos ataques do piloto de Macau, sem cometer excessos, mas também sem “abrir a porta”. No final, o piloto de 16 anos foi recompensado com uma ida ao pódio no Circuito da Guia.

Baixo: carros pouco impressionantes

Para quem se desloca ao Circuito da Guia para assistir às corridas, a Fórmula 4 sabe sempre a muito pouco, mesmo que os pilotos sejam destemidos e o espectáculo bom. Com os F4 a correrem depois dos GT, a diferença de andamentos, barulho e dimensão é demasiado evidente, com claro prejuízo para os fórmulas.

Liang Jia Tong conquistou Corrida da Grande Baía

Liang Jia Tong (BMW M4 GT4) venceu a corrida da Grande Baía, na frente de Luo Kai Luo (Mercedes AMG GT4), que foi segundo, e de Chris Chia (Mercedes AMG GT4), que terminou no lugar mais baixo do pódio. Numa prova em que os pilotos do Interior foram os mais fortes, Liang manteve um duelo interessante com Luo, mas no final acabou por ser o mais rápido. Por sua vez, Delfim Mendonça Choi (Audi R8 LMS Cup) não foi além de um 17.º lugar, a uma volta do vencedor.

21 Nov 2022

Grande Prémio de Macau 2022 | Razões da separação do TCR Ásia da Corrida da Guia

Muitos estranharam a razão pela qual os concorrentes do TCR Ásia não correrem na Corrida da Guia, empobrecendo aquela que é a corrida de carros de Turismo mais emblemática do continente asiático. Isto, deveu-se ao acordo entre o WSC Group, a entidade que detém os direitos comerciais e desportivos da categoria TCR, ter chegado a acordo com o Instituto de Desporto de Macau para a realização do TCR Asia Challenge na Corrida da Guia.

Recorde-se que a Corrida da Guia iria ser a última prova da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR, até o promotor desta competição ter cancelado todos os eventos previstos para este ano no Oriente.

Por seu lado, segundo o HM apurou, o promotor do campeonato TCR Asia, cujos participantes dividem as grelhas de partida com o s concorrentes do Campeonato de Carros de Turismo da China (CTCC), não tem neste momento um acordo com o WSC Group, estando por isso os seus carros e pilotos impedidos de se juntar ao pelotão do TCR Asia Challenge. Perante este cenário, os carros da competição chinesa ficaram com uma corrida só para si, podendo na mesma fazer parte do carnaval de corridas do Grande Prémio de Macau.

21 Nov 2022

Filipe de Souza é o primeiro piloto de Macau a vencer a Corrida da Guia

Após vários anos a tentar vencer em Macau, Filipe de Souza (Audi RS3 LMS TCR) conquistou a Corrida da Guia, uma prova que foi interrompida devido ao grave acidente com Lo Sze Ho (Hyundai i30 N TCR). No final, Souza estava radiante, com uma vitória que demorou 20 anos a ser alcançada e que foi a primeira na Corrida da Guia de um piloto de Macau, em 50 anos.

“Sinto que é um momento histórico porque é a primeira vez que um piloto de Macau vence a Corrida da Guia!”, afirmou Souza, no final de uma prova com muitos acidentes e duas entradas de Safety Car. “Hoje foi um dia em que tive sorte”, acrescentou.

Depois de ter vencido a corrida de sábado, para a qual arrancou mal, Souza manteve-se sempre na frente no domingo. Todavia, foi sempre seguido de muito perto pelos pilotos de Hong Kong Lo Sze Ho e Andy Yan (Honda FK7 TCR).

A situação parecia controlada para Souza, até que um acidente entre adversários mais atrasados, levou à entrada do safety car, que voltou a juntar os participantes. No recomeço, Souza manteve-se calmo e conseguiu aguentar a primeira posição e abrir uma nova vantagem.

Mas surgiu um novo acidente e nova entrada de Safety Car. Desta vez, devido à complexidade dos trabalhos de limpeza da pista, o Safety Car só saiu para dar tempo de cumprir uma última volta. Num final de cortar a respiração, Lo Sze Ho e Andy Yan foram com tudo para cima do macaense. Contudo, Lo, vítima de um asfalto escorregadio na Curva do Mandarim Oriental, perdeu o controlo e bateu violentamente nas barreiras.

Piso escorregadio

A corrida foi imediatamente dada por terminada, e Souza declarado vencedor de uma prova com poucas voltas cumpridas. Apesar disso, no final, o piloto estava muito satisfeito. História estava a ser feita.

“Depois do último safety car, houve logo um acidente porque os pneus não estavam a conseguir aquecer e a pista estava muito escorregadia”, contou Filipe de Souza. “Também senti o carro a escorregar muito na curva do Mandarim, e tive de corrigir duas vezes. Sabia que se travasse bruscamente era muito mais perigoso, porque tinha dois carros colados atrás”, lembrou sobre o momento decisivo. “Depois vi a pancada de Lo, e espero que esteja tudo bem com ele, e percebi que tinha vencido, porque com um acidente daqueles a corrida já não seria retomada”, acrescentou.

Andy Yan destacou a boa luta, mas lamentou o acidente final, que precipitou o fim da corrida. Também este piloto de Hong Kong se queixou do asfalto escorregadio.

Quanto a Lo, ontem à noite sabia-se que tinha sido transferido para o hospital e que estava consciente. O piloto saiu pelo próprio pé do carro e não corria perigo de vida.

1º Filipe de Souza (Audi) 23:58.130
2º Lo Sze Ho (Hyundai) a 2.558
3º Andy Yan (Honda) a 24.432

Alto: a vitória de Souza

A vitória de Filipe de Souza (Audi) foi o ponto alto de um dia de competição muito acidentado. Depois de muitos anos a tentar, e de muitos azares, o macaense conseguiu cumprir um dos seus sonhos e foi o primeiro piloto de Macau a vencer a Corrida da Guia. Teve a sorte que faltou em anos anteriores.

Baixo: corrida acidentada

A Corrida da Guia é uma prova com um prestígio difícil de igualar e que muito contribuiu para promover o Grande Prémio e Macau. Não deixa por isso de ser uma desilusão que a prova tenha tido tantos acidentes, devido a uma escolha de participantes que em muitos casos tem uma qualidade muito distante daquela de outros pilotos que fizeram a História desta corrida.

21 Nov 2022

Grande Prémio de Macau 2022 | Mais de 76 mil nas bancadas

Ao longo dos quatro dias de prova, a organização do Grande Prémio de Macau registou a entrada de mais de 76 mil pessoas, de acordo com os dados de Pun Weng Kun. O balanço foi feito ontem em declarações prestadas aos jornalistas, após o fim do evento.

Questionado sobre a próxima edição em que se celebra o 70.º aniversário e a possibilidade de as provas se prolongarem durante dois fins-de-semana, o também presidente do Instituto do Desporto afirmou que a organização vai ouvir as opiniões da sociedade.

Billy Lo preso no Harbourview

Uma das ausências notadas da Corrida da Guia, no sábado, foi a do piloto Billy Lo (Audi RS3). O residente local estava hospedado no Hotel Harbourview, quando foi detectado um caso de covid-19 numa turista, que também estava hospedada na mesma unidade. Consequentemente o hotel foi isolado pela polícia, e quem se encontrava no local ficou proibido de sair, tendo de cumprir quarentena.

21 Nov 2022

Taça GT | Maro Engel bate concorrência e vence pela terceira vez no Circuito da Guia

Numa corrida reduzida e com a maior parte das voltas atrás do Safety Car, o piloto alemão da Mercedes bateu toda a concorrência e juntou mais um triunfo aos conquistados em 2014 e 2015

 

Maro Engel (Mercedes AMG GT3 Evo) foi o grande vencedor do Grande Prémio de Macau na categoria GTs, naquela que era a prova mais antecipada e com os nomes internacionais mais conhecidos. No final, o piloto reconheceu que o início da prova foi mais complicado do que esperava… devido ao colega de equipa.

“Foi decididamente mais difícil do que esperava devido ao início do Raffaele Marciello, mas sabia que tinha tudo para fazer um bom resultado” disse Maro Engel. “É fantástico ganhar depois de esperar sete anos e sinto-me muito feliz”, acrescentou.

Após conquistar a corrida de sábado, Engel arrancou do primeiro lugar da grelha de partida. Porém, o seu colega de equipa Raffaele Marciello (Mercedes AMG GT3 Evo) estava determinado a vender cara a derrota. O suíço pressionou sempre bastante Engel e chegou à liderança na primeira curva, com os dois carros a tocarem-se mais tarde, na Curva do Mandarim.

“Depois de perder a liderança acho que pela minha cabeça só passaram alguns sons que se podem explicar como pi… pi…. pi… (palavrões)”, relatou Engel, em tom divertido, sobre o único momento em que a vitória esteve em causa. “Mas também tive um bom arranque… Acho que nos chegámos a tocar na segunda curva do circuito, mas é normal porque a pista tem muito sobressaltos”, justificou.

Engel acabaria por herdar o primeiro lugar, ainda antes do final da primeira volta, quando Marciello seguiu em frente na curva da Melco. Também nessa altura, entrou o Safety Car em pista e só saiu a duas voltas do fim. Com tão pouco tempo corrido, Edoardo Mortara (Audi R8 LMS GT3 Evo III), mais não conseguiu do que ameaçar a ultrapassagem a Engel, na última passagem pela Curva do Hotel Lisboa.

Erro caro

Edoardo Mortara, também conhecido como Senhor Macau, terminou em segundo lugar. O piloto da Audi pagou caro o erro de sábado, quando à partida da corrida de qualificação arrancou demasiado cedo, fez abortar a partida e como penalização teve de partir nessa prova do final da grelha.

“Acho que estávamos mais rápidos e que provámos isso ao longo do fim-de-semana, mas não fez diferença, porque o que interessa é o resultado… E nisto tenho de ter em conta que também contribui para o resultado com o meu erro”, admitiu.

Ao mesmo tempo, Mortara lamentou que só tivessem sido corridas três voltas. “Estou feliz com a experiência. É sempre bom vir a Macau, gosto dos fãs e de sentir a atmosfera nesta pista. Acho que o espectáculo para os fãs foi bom, mas gostava que tivesse sido mais longo, porque a corrida foi curta”, apontou.

No mesmo sentido, o piloto da Audi falou de um fim-de-semana “perigoso”. “Sinto que foi um fim-de-semana perigoso com decisões que perante as mesmas regras nem sempre foram as mesmas, por isso, também estou feliz que tenha acabado”, desabafou. Além da redução da duração da prova de 12 para 8 voltas, Mortara não concretizou as outras queixas. Ainda assim, mostrou-se feliz por regressar: “É sempre bom vir a Macau”, apontou.

Mais queixas

No lugar mais baixo do pódio terminou Alex Imperatori (Porsche GT3 R), que apesar de um bom ritmo nunca teve hipótese de lutar por algo mais. E no final, o piloto suíço, que corre com uma licença de Hong Kong, queixou-se da curta duração da corrida.

“É frustrante ter tão poucas voltas de corrida, todos gostávamos de ter mais. É uma pena, porque queremos sempre dar mais espectáculo para os fãs e ter boas lutas na pista”, afirmou Imperatori, durante a conferência de imprensa.

“Acho que recuperámos bem de uma qualificação pouco conseguida, mas com o Safety Car tanto tempo em pista, percebi que não ia fazer muito nesta prova, apesar de achar que tinha um bom ritmo”, frisou.

1º Maro Engel (Mercedes) 23:21.084
2º Edoardo Mortara (Audi) a 0.760
3.º Alexandre Imperatori a 2.041

Alto: a qualificação de Mortara

Não venceu a corrida e cometeu um erro tremendo na corrida de sábado, quando se precipitou na partida. Foi penalizado. Porém, na sexta-feira, durante a qualificação, fez várias voltas rápidas de grande nível no traçado da Guia, a mostrar claramente a difereça que faz trazer pilotos internacionais de topo.

Baixo: mau planeamento

A Taça GT foi a corrida com mais qualidade, a nível de pilotos e carros, de todo o fim-de-semana. Com nomes internacionais de topo torna-se incompreensível que apenas tenham sido planeadas oito voltas para o dia de ontem. Com as tradicionais entradas do safety car, correram-se três. É muito pouco.

21 Nov 2022