China

Por Henry Miller

Mesmo em menino, o nome China evocava em mim estranhas sensações. Significava tudo quanto era vasto, maravilhoso, mágico e incompreensível. Dizer China era virar as coisas de cabeça para baixo. Como é maravilhoso que esse mesmo nome China desperte no velho que está a escrever estas palavras os mesmos estranhos e incríveis pensamentos e sentimentos.

Uma das lembranças especiais que eu tenho da China é que ela esteve à frente do mundo em tudo. Seja em cozinha, cerâmica, pintura, teatro, arquitectura ou literatura, a China sempre foi a primeira. Impressionante e absurda ilustração disso é o facto de no Japão de hoje, segundo me contaram, os melhores restaurantes serem chineses.

Só há uma arte em que para mim os chineses nunca se desenvolveram: a música. Para meus ouvidos ocidentais, a música chinesa tem um som horroroso. (Contudo, quando vivia em Paris, um viajante que regressava deixou-me uma colecção de discos chineses. Depois de algum tempo, acostumei-me um pouco àquela música esquisita, mas nunca fiquei apaixonado por ela.) Talvez eu esteja errado, mas duvido que a China já tenha produzido um Beethoven, um Bach, um Mozart, um Debussy ou um Schumann.

Recentemente, lendo uma biografia de Gengis Cã, fiquei surpreso ao descobrir que o seu exército penetrara a muralha da China (no século XI) exactamente como os alemães circundaram a Linha Maginot. O que talvez pareça incrível aos chineses de hoje é que, de acordo com alguns eruditos, a grande Muralha foi construída em dois ou três dias! Todo homem, mulher e criança foram postos a trabalhar, de acordo com o relato.

Ouvi um dia uma história igualmente espantosa na sala egípcia do Louvre. O francês que me levou lá para ver o forro do templo de Denderah apontou para o zodíaco sobre nossas cabeças, o qual, disse ele, indicava que a história egípcia datava de 40 000 anos e não de cinco mil, como geralmente nos contam. Nós do mundo ocidental somos muito novos, meros bebés em comparação com os hindus, chineses e egípcios, para mencionar apenas alguns povos. E, com nossa juventude, vão as nossas ignorância, estupidez e arrogância. Pior ainda, a nossa intolerância, a nossa incapacidade até mesmo para tentar compreender os modos de outros povos.

Nós, nos Estados Unidos, somos talvez os piores pecadores. Pensem, por exemplo, que não foram nossos estadistas que conseguiram abrir a porta da China, mas um punhado de jovens e entusiásticos jogadores de pingue-pongue!

Quando me disseram pela primeira vez que eu poderia escrever uma matéria para uma revista chinesa — sobre o assunto que eu escolhesse — fiquei virtualmente sem fala. Depois senti-me aterrorizado. Mas finalmente o que me fez voltar a mim foi a lembrança de que aquilo que eu mais amava nos chineses era humanidade. O ditado romano aplica-se aos chineses ainda mais do que os romanos: “Nada humano está abaixo de mim.” Essa qualidade humana combinada com um belo senso de humor é o atributo salvador de um grande povo. Eu devia também acrescentar a capacidade de persistir, manter-se firme em qualquer circunstância. No famoso livro Siddartha, Hermann Hesse faz seu herói dizer: “Eu sou capaz de pensar, sou capaz de esperar e sou capaz de passar sem.” Para mim essas qualidades tornam um homem invencível, especialmente “esperar e passar sem”. Os Estados Unidos não conhecem nem uma nem outra. Talvez seja por isso que com 200 anos de idade já mostram sinais de estar a cair aos pedaços.

Quando vivi em Paris (1930-1940), meu amigo Lawrence Durrell apelidou-me de “homem com alicerce chinês”. Nunca recebi maior cumprimento. Penso sempre que é possível eu ter sangue oriental em minhas veias. Com isso, quero dizer mongol ou chinês. Muitas pessoas, quando se encontram comigo pela primeira vez, perguntam se eu não tenho sangue asiático. Isso sempre me agrada imensamente. Nunca quis ser tomado como descendente dos alemães, como sou. Mesmo nos meus escritos, noto que tenho afinidade com os chineses. Eu digo o que é, o que foi, o que está acontecendo. Não me entrego a longas análises psicológicas. Penso que o comportamento do personagem deve falar por si mesmo.

E, no entanto, o escritor que eu mais admiro é o russo Dostoievski. Certamente, ninguém poderia estar mais longe dos chineses do que Dostoievski. Pergunto a mim mesmo como será que os chineses consideram a sua obra. Será ele amado ou evitado? Para mim, sem Dostoievski haveria um fundo buraco negro na literatura mundial. A perda de Shakespeare, que também deve parecer um homem selvagem para os chineses, não seria tão grande quanto a de Dostoievski.

É estranho que eu nunca tenha visto os países que mais desejava visitar: Índia, China, Tibete, Japão, Islândia. Mas vivi com eles na minha mente. Uma vez tentei persuadir o editor de uma revista britânica a deixar-me fazer uma viagem a Lhassa, Timbuctu e Meca, sem escalas intermediárias. Mas não tive sorte. Todas as três cidades parecem lugares misteriosos e vivem em minha imaginação.

Tenho consciência de que em toda esta matéria eu não fiz distinção entre a República Popular da China e Formosa (República da China). Eu não estou interessado em ideologias ou política. Acho que pessoas são pessoas em toda parte, mesmo na região mais negra da África. Quando penso na China, penso nos chineses como um povo, não nas coisas que os dividem.

Os Estados Unidos tentam dar ao mundo uma imagem de nação unificada, “una e indivisível”. Nada poderia estar mais longe da verdade. Nós somos um povo dilacerado por conflitos, dividido de muitas maneiras e não apenas regionalmente. A nossa população contém algumas das pessoas mais pobres e mais abandonadas do mundo. Provavelmente contém também as pessoas mais ricas de qualquer país do mundo. Há preconceito de raça em alto grau e desumanidade para com o homem mesmo entre os caucasianos dominantes. Como sugeri antes, os Estados Unidos estão-se a enterrar rapidamente. Acredito que os países antigos, pobres na sua maior parte, tomarão conta em muitos poucos anos. E o povo que inventou os fogos de artifício sobreviverá àqueles que inventaram a mortal bomba atómica. Nós, americanos, talvez um dia cheguemos a todos os planetas e tragamos de cada um deles pequenas quantidades de solo, mas nunca chegaremos ao coração do universo, que reside na alma até da mais pobre e mais baixa das criaturas humanas.

Receio que o velho adágio “Irmãos sob a pele” não seja mais verdadeiro, se é que o foi algum dia. As nações ocidentais não merecem confiança, por mais democráticos que possam vir a ser seus governos. Enquanto os ricos governarem, será caos, guerras, revoluções. Os líderes para os quais nos voltarmos não estão em evidência. É preciso descobri-los. Deve-se lembrar, como disse certa vez Swami Vivekananda, que “antes de Gautama houve vinte e quatro outros Budas”.

Hoje não podemos mais contar com salvadores. Cada homem precisa de contar consigo mesmo. Como disse certa vez um grande sábio: “Não contes com milagres, tu és o milagre.”

1976

1 Nov 2023

DSAL | Feira vai oferecer 300 empregos para portadores de deficiência

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) vai organizar no dia 5 de Dezembro uma feira de emprego destinada a pessoas portadoras de deficiência, onde serão disponibilizadas 200 ofertas de trabalho. As inscrições para o evento abriram hoje e os interessados podem inscrever-se até 15 de Novembro.

O evento conta com a participação de 23 empresas, abrangendo sectores como hotelaria, turismo integrado, restauração, retalho, serviços de jardinagem e arborização, actividades desportivas, serviços de limpeza e segurança. As mais de 200 vagas são para cargos como recepcionista, vendedor de bilhetes, pessoal de apoio de tecnologias de informação, coordenador do departamento de quartos, empregado de restauração, empregado de serviços domésticos de quartos.

Vão ser disponibilizadas vagas também para coordenador do departamento dos recursos humanos, auxiliar de escritório, bagageiro, costureiro, assistente de cozinha, florista, empregado de lavandaria, assistente dos serviços de bebidas, assistente de armazém, assistente de tipografia, empregado de loja, empacotador, agente de segurança privada e empregado de limpeza. A feira de emprego realiza-se no centro de formação de técnicas profissionais da DSAL, no Istmo de Ferreira do Amaral, nº 101-105ª.

1 Nov 2023

Trabalho | Mais 20 mil não-residentes até Setembro

Pelo oitavo mês consecutivo, o número de trabalhadores sem estatuto de residente em Macau subiu em Setembro em quase 20 mil desde o início do ano. O aumento de não-residentes dos últimos oito meses surge depois de Janeiro ter registado o nível mais baixo em quase uma década

 

O número de trabalhadores não-residentes aumentou consecutivamente entre Fevereiro e Setembro, com a subida deste segmento populacional e importante fonte de mão-de-obra a crescer em quase 20 mil pessoas desde o início do ano. Segundo dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública, no final de Setembro, a Região Administrativa Especial de Macau tinha 170.286 trabalhadores não-residentes, mais 1.458 do que no final de Agosto e o valor mais elevado desde Junho de 2021.

As estatísticas, divulgadas pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, revelam que Macau ganhou 19.866 não-residentes desde Janeiro, mês em que a mão-de-obra vinda do exterior caiu para menos de 152 mil, o número mais baixo desde Abril de 2014. A cidade tinha perdido quase 45.000 não-residentes (11,3 por cento da população activa) desde o pico máximo de 196.538, atingido em Dezembro de 2019, no início da pandemia.

O sector da hotelaria e da restauração foi o que mais contratou desde Janeiro, ganhando quase dez mil trabalhadores não-residentes, seguido da construção civil (mais 3.629) e dos empregados domésticos (mais 1.862). As novas contratações vieram colmatar estes dois sectores, os mais atingidos pela perda de mão-de-obra durante a pandemia, de onde foram despedidos mais de 17.600 funcionários não-residentes desde Dezembro de 2019.

Anos negros

O secretário para a Economia e Finanças de Macau, Lei Wai Nong, reconheceu a 3 de Fevereiro que os hotéis locais têm sentido falta de pessoal e garantiu que iria negociar com as empresas ligadas ao turismo para “resolver o problema com que o sector se está a deparar”.

As declarações do governante foram proferidas numa altura em que o número de não-residentes tinha atingido um dos mais baixos níveis da última década. Em Janeiro deste ano, o número de trabalhadores sem estatuto de residente tinha caído para menos de 152 mil, o mais baixo desde Abril de 2014.

As estatísticas de Janeiro culminaram um declínio que se foi acentuando desde o início da pandemia, com a perda de quase 44.700 trabalhadores não-residentes (11,3 por cento da população activa) desde o pico máximo de 196.538 atingido em Dezembro de 2019.

No espaço de três anos, os grupos mais afectados pela perda de vínculo laboral foram, naturalmente, aqueles que mais contribuíram para a população activa, com quase 17.000 trabalhadores do Interior da China, 9.500 das Filipinas e 7.400 do Vietname a perderem o emprego em Macau.

1 Nov 2023

DSSCU | Mais de 2 mil apartamentos em construção

No terceiro trimestre deste ano estavam em construção cerca de 2.027 apartamentos para habitação, de acordo com os dados revelados ontem pelos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU). Os apartamentos estão divididos por 45 prédios, e acrescentam ao território 1.094 lugares de estacionamento para veículos ligeiros e 373 para motociclos e ciclomotores.

No mesmo período, estavam em fase de concepção mais 97 empreendimentos, que correspondem a 6.555 apartamentos, 3.862 estacionamentos para veículos ligeiros e 1.152 para motociclos e ciclomotores.

Entre Junho e Setembro, foram ainda alvo de vistoria sete empreendimentos, com 215 fracções, 38 estacionamentos para veículos ligeiros e 15 para motociclos e ciclomotores. Ao mesmo tempo, dois prédios com 6 apartamentos receberam a licença de utilização.

Quanto aos hotéis, oito estavam em construção, que vão disponibilizar 3.317 quartos, numa área bruta de construção de 142.707 metros quadrados, e ainda 1.005 lugares de estacionamentos para veículos ligeiros e 291 para motociclos e ciclomotores. Oito eram também os hotéis em fase de concepção, com 1.308 quartos, uma área bruta de 61.177 metros quadrados e 226 estacionamentos para veículos ligeiros e 112 para motociclos e ciclomotores.

1 Nov 2023

Tap Seac | Queda de residente leva Ron Lam a criticar Governo

O deputado Ron Lam acusa o Instituto do Desporto (ID) de não assumir responsabilidades na supervisão da segurança no pavilhão polidesportivo do Tap Seac, no contexto da queda de uma residente devido ao chão molhado. O ID disse que o seguro iria compensar financeiramente a residente, mas esta foi depois informada que, afinal, não teria direito a nenhuma compensação.

Na conferência de imprensa de ontem sobre o acidente, Ron Lam acusa o Governo de apenas ouvir o lado da companhia de seguros e de não ter feito uma investigação ao ocorrido. A seguradora concluiu que o ID nada tem de pagar porque os funcionários deixaram avisos sobre os cuidados a ter com o chão molhado.

No entanto, as gravações das câmaras de videovigilância mostram que os avisos só foram colocados no lobby e não no local onde a mulher caiu. “Suspeita-se que a declaração da empresa [que faz as limpezas no pavilhão] foi falsificada, e a seguradora também não assumiu o dever de ver as gravações da videovigilância para ter acesso à verdade. Choca-me que o Governo não tenha percebido a verdade do caso após as nossas explicações”, disse o deputado.

1 Nov 2023

Fronteira | Eliminada declaração de saúde

As autoridades alfandegárias do Interior da China eliminaram a obrigação de preenchimento da declaração de saúde, imposto ao abrigo do combate à pandemia, para entrar na China.

A medida entrou em vigor às 00h de hoje e retira a barreira adicional nos postos fronteiriços em que era exigido a apresentação de um código QR, a derradeira obrigação desde que deixaram de ser pedidos testes negativos à covid-19 para atravessar a fronteira.

Porém, as autoridades alfandegárias chinesas realçam que deve apresentar declaração de saúde quem “apresente sintomas de doenças infecciosas, tais como febre, tosse, dificuldade em respirar, vómitos, diarreia, erupção cutânea, hemorragia subcutânea, ou quem tenha sido diagnosticado com doenças infecciosas”. “As pessoas que ocultem ou evitem quarentena são legalmente responsáveis, quem provocar a propagação de doenças infecciosas ou representar um risco grave de propagação são criminalmente responsáveis”, é acrescentado no comunicado.

1 Nov 2023

Meteorologia | SMG reuniu com congénere de Xangai

O director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), Leong Weng Kun, quer que as relações entre Macau e Xangai se desenvolvam de forma estável e a longo prazo, principalmente no que diz respeito à “prevenção de desastres naturais”. O objectivo foi deixado num encontro com a Administração Meteorológica do Município de Xangai, que enviou à RAEM uma delegação liderada por Feng Lei.

Por sua vez, o director Feng Lei afirmou que ficou “inspirado” pela visita, que foi especialmente útil “no que diz respeito à aplicação da gestão de risco de desastres e da previsão de probabilidades”. O director do Interior considerou também que para o futuro deve ser equacionada a cooperação com mais áreas geográficas, nomeadamente ao nível do “alerta antecipado de vários tipos de desastres”.

Num comunicado dos SMG, a visita foi justificada com o “fim de continuar a promover a cooperação e o intercâmbio meteorológico entre o Interior da China e Macau”. O encontro serviu também para trocar “impressões sobre os serviços meteorológicos, as técnicas de previsão e alerta antecipado de vários tipos de desastres nas cidades e o sistema de previsão de tempestades tropicais”.

Também foi deixado o desejo que o encontro sirva para “estabelecer uma base para a construção de um mecanismo estável de intercâmbio e cooperação a longo prazo entre as duas regiões e promover, em conjunto, o desenvolvimento integrado dos assuntos meteorológicos”.

1 Nov 2023

ONU alerta para bombardeamentos junto a três hospitais em Gaza

As Nações Unidas alertaram ontem que durante o fim de semana, Israel bombardeou os arredores de três hospitais de Gaza, incluindo o mais importante do enclave, Al-Shifa, onde estão milhares de pacientes e deslocados internos.

No seu relatório diário sobre a situação em Gaza, que pode ser actualizado graças ao regresso das telecomunicações ao enclave palestiniano no domingo, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA, na siga em inglês) indicou que houve ataques próximos dos hospitais de Al-Shifa, Al-Quds (ambos na capital Gaza) e do Hospital Indonésio, na parte norte do território palestiniano.

“Os dez hospitais ainda operacionais, na cidade de Gaza e no norte do enclave, receberam repetidas ordens de evacuação nos últimos dias”, afirmou a ONU, acrescentando que cerca de 117 mil pessoas deslocadas internamente estão abrigadas nestas instalações, juntamente com milhares de pacientes.

No balanço da ONU recorda-se o apelo da Organização Mundial da Saúde (OMS) para suspender estas ordens de evacuação, uma vez que na opinião da agência de saúde das Nações Unidas, “é impossível retirar os pacientes sem colocar as suas vidas em risco”.

Ordem em colapso

Outro motivo de preocupação para a ONU, é o saque no sábado de vários armazéns de ajuda humanitária da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), um sinal, segundo as Nações Unidas, de que “a ordem civil está a colapsar depois semanas de guerra e cerco severo”.

No domingo, houve um aumento no número de camiões com ajuda humanitária autorizados a entrar em Gaza através da passagem de Rafah (Egipto), para 33, elevando o total desde o início destas entradas, em 21 de Outubro, para 117, dos quais cerca de 70 destes levaram material médico.

De acordo com a ONU, que cita números do Ministério da Saúde de Gaza, 302 palestinianos morreram no enclave, elevando o número de mortes desde o início das hostilidades em 07 de Outubro para 8.005, incluindo 3.324 crianças e 2.062 mulheres, além de 1,4 milhões de deslocados internos.

Na Cisjordânia, a morte de mais quatro palestinianos nas últimas 24 horas elevou o número de vítimas das forças de segurança israelitas e dos colonos judeus nas últimas três semanas para 115, incluindo 33 crianças, enquanto cerca de mil pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas.

Em Gaza “os ataques aéreos parecem estar a destruir sistematicamente áreas residenciais inteiras”, denunciou o relatório das Nações Unidas, que citou bombardeamentos como o de Jabalia (norte de Gaza) que causou 26 mortes no domingo, deixando outras 14 pessoas soterradas entre os escombros.

Num ambiente onde o sul de Gaza já não é visto como mais seguro do que o norte, “as pessoas deslocadas internamente deslocam-se de uma área para outra com base na possibilidade de obter água e alimentos”, indicou o relatório da ONU.

31 Out 2023

Livraria Portuguesa | “Ser Psiquiatra” apresentado esta quinta-feira

O livro “Ser Psiquiatra – Uma Vida Entre Voos e Famílias”, do psiquiatra português José Gameiro, será apresentado esta quinta-feira na Livraria Portuguesa a partir das 18h00. A sessão contará com a presença do autor.

Esta é uma obra que procura descrever como tem sido, ao longo de quarenta anos, trabalhar com pessoas que estão em sofrimento ou querem prevenir o sofrimento que prevêem surgir das circunstâncias da vida. “Ser Psiquiatra” fala de voos reais, de voos com as famílias, com os casais, com as pessoas, mas também da história pessoal e familiar do autor e de como ela influenciou e, em algumas situações, condicionou a sua forma de estar na actividade clínica.

O livro descreve também as diferenças entre encarar a psiquiatria e os seus quadros clínicos como um mero conjunto de sintomas ou colocando a ênfase nas pessoas, com as quais é preciso conversar para, em conjunto, encontrar alternativas que as façam sentir-se melhor. Finalmente, fala também sobre as aprendizagens nascidas da terapia de casais e famílias e o modo como isso nos leva a olhar o ser humano sempre tentando perceber a forma como se relaciona com os outros.

José Gameiro nasceu em Lisboa, em 1949. Licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa, é psiquiatra desde 1980. Doutorou-se em Psicologia e Saúde Mental na Universidade do Porto. É membro fundador da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar. Assina, no jornal Expresso, a crónica “Diário de um psiquiatra”. É piloto de aviões desde 1987.

A organização do evento está a cargo do jornal Ponto Final, Livraria Portuguesa e Associação dos Médicos de Língua Portuguesa de Macau.

31 Out 2023

Cinema | Festival de cariz lusófono arranca na próxima semana

Decorre entre os dias 10 e 24 de Novembro o Festival de Cinema entre a China e os Países de Língua Portuguesa, com um cartaz preenchido por filmes, documentários e workshops sujeitos ao tema “O Vestuário no Cinema”. Destaque para a exibição de “Miúcha, a voz da Bossa Nova”, documentário brasileiro de 2022 dos realizadores Daniel Zarvos e Liliane Reis

 

Miúcha, um dos nomes sonantes da Bossa Nova, género musical brasileiro, é a figura em destaque no documentário “Miúcha, a voz da Bossa Nova”, escolhido para encerrar o Festival de Cinema entre a China e os Países de Língua Portuguesa, que acontece entre os dias 10 e 24 deste mês. O evento, que decorre em várias salas de cinema no território, nomeadamente nos cinemas Galaxy e Cinemateca Paixão, integra o extenso programa do 5.º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

Sob o tema “O Vestuário no Cinema”, apresentam-se mais de 20 filmes e documentários em chinês e português, incluindo-se ainda exibições ao ar livre, conversas pós-projecção e workshops, “permitindo ao público apreciar a estética da cinematografia”, descreve o Instituto Cultural (IC), em comunicado.

O festival inclui quatro secções, nomeadamente “O Vestuário no Cinema”, “Estreia de Filmes Chineses e Lusófonos”, “Exibição de Filmes sobre Macau” e “Exibição ao Ar Livre”.

Dia 10 é dia para apresentar o filme chinês “Bom Outono, Mamã”, nos cinemas Galaxy. O filme conta uma história que decorre numa aldeia de cana-de-açúcar do Sul, onde a família de Fong-tai (representada por Shu Qi) aguarda o nascimento de um novo membro da família. No entanto, uma mudança acidental quebra a serenidade e a beleza e Fong-tai inicia o caminho do despertar, para encontrar a sua família e encontrar-se a si própria.

Por sua vez, o documentário sobre Miúcha será exibido ao ar livre dia 24, no Jardim Secreto do Grand Lisboa Palace. O documentário biográfico apresentará ao público a história lendária da cantora, que se libertou dos grilhões da tradição para alcançar a sua própria estética musical. Miúcha, irmã de Chico Buarque, outro grande nome da Bossa Nova, chegou a cantar composições de Tom Jobim, colaborando com vários músicos.

Bilhetes já à venda

Depois da exibição de “Bom Outono, Mamã”, serão exibidas as restantes películas entre os dias 11 e 23 de Novembro na Cinemateca Paixão. Os bilhetes estão à venda desde ontem.

Entretanto, também no dia 11, decorre o workshop de acessórios de ópera cantonense no espaço Anim’Arte Nam Van S11. Enquanto isso, dia 18, acontece, na antiga fábrica de panchões Iec Long decorre a exibição ao ar livre de filmes de animação chineses e lusófonos, decorrendo também, no mesmo dia e local, um workshop de criação de personagens de animação para pais e filhos.

A 19 de Novembro tem lugar, no espaço Anim’Arte NAM VAN S11, um workshop de dança folclórica portuguesa para pais e filhos. Mais detalhes do cartaz serão divulgados posteriormente.

31 Out 2023

América Latina e Caribe em Pequim para cimeira empresarial

A 16ª Cimeira Empresarial China-América Latina e Caribe (ALC) será realizada de 2 a 3 de novembro em Pequim pela primeira vez, com o objectivo de promover o comércio e o investimento da China na região. A cimeira é realizada anualmente na China e nos países da ALC em rotação. Foram realizadas com sucesso 15 sessões em Chongqing, Hangzhou, Chengdu e outros lugares na China, bem como no Chile, Colômbia, Peru e México, entre outros países.

Cerca de 400 representantes de organizações internacionais, autoridades governamentais de países da ALC, representantes de associações empresariais e empresas confirmaram participação na cimeira, que envolve 26 países da ALC, como Argentina, Brasil, Chile e Colômbia, segundo Sun Xiao, secretário-geral da Câmara de Comércio Internacional da China.

Guo Huaigang, director do subconselho de Pequim do Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional, disse que “no ano passado, Pequim candidatou-se com sucesso para sediar a cimeira, e isso abre uma nova janela de oportunidade para a cooperação económica e comercial entre a cidade e os países da ALC”.

A cimeira deste ano, com o tema “Inovação Aberta, Desenvolvimento Compartilhado”, “exibirá plenamente as características da capital, mostrando a liderança exemplar e o papel como capital de Pequim na situação geral da cooperação China-ALC”, de acordo com Guo.

“Os países da ALC são ricos em recursos energéticos e Pequim tem tecnologias avançadas em energia verde e veículos de nova energia. Os dois lados têm uma boa base e um amplo espaço para cooperação. Os dois lados são ricos em recursos culturais e turísticos. Há também um enorme potencial de cooperação em indústrias culturais, turismo transfronteiriço e intercâmbios entre pessoas”, concluiu Guo.

31 Out 2023

Xi Jinping enfatiza formação de forte senso de comunidade da nação chinesa, incluindo todos os grupos étnicos

Enquanto presidia uma sessão de estudo colectivo do Gabinete Político do Comité Central do PCC, Xi Jinping enfatizou “a criação de um forte senso de comunidade para a nação chinesa a fim de promover o desenvolvimento de alta qualidade do trabalho do Partido em assuntos étnicos na nova era”. “Devem ser feitos esforços para permitir que o povo cultive a consciência de que pessoas de todas as etnias estão na mesma comunidade, onde compartilham o bem e a desgraça e permanecem unidas nos bons e maus momentos”, frisou Xi.

Elogiando as novas conquistas históricas no trabalho do Partido sobre assuntos étnicos desde o 18º Congresso Nacional do PCC em 2012, Xi disse que “o importante pensamento do Partido sobre o fortalecimento e melhoria do trabalho foi formulado e uma nova fronteira foi aberta na adaptação das teorias marxistas de etnicidade para o contexto chinês e as necessidades dos tempos”.

Observando as novas circunstâncias e tarefas no trabalho do Partido sobre assuntos étnicos desde o 20º Congresso Nacional do PCCh em 2022, Xi garantiu que “nenhum grupo étnico será deixado para trás na construção de um grande país socialista moderno em todos os aspectos”. “É necessário estabelecer um sistema teórico científico e sólido para a comunidade nacional chinesa”, assinalou Xi, sublinhando que “devem ser feitos esforços para integrar as teorias étnicas marxistas com as realidades específicas e a excelente cultura tradicional da China”.

Xi pediu foco na construção da civilização chinesa moderna, com o objetivo de estabelecer uma base espiritual e cultural sólida para forjar um forte sentido de comunidade para a nação chinesa e enfatizou o fortalecimento da educação das teorias, linhas, princípios e políticas do Partido entre pessoas de todos os grupos étnicos e a promoção da evolução criativa e do desenvolvimento inovador da excelente cultura tradicional chinesa. “Esforços abrangentes devem ser feitos para promover a língua chinesa padrão falada e escrita e o uso de livros didácticos unificados compilados pelo Estado”, acrescentou.

Pedindo mais intercâmbios e interações entre os diferentes grupos étnicos, Xi sublinhou que deve ser promovida “a mobilidade populacional e a habitação integrada entre vários grupos étnicos, numa tentativa de promover continuamente a unidade e o progresso étnico”.

Xi destacou ainda a melhoria dos meios de subsistência das pessoas e “a garantia de que os benefícios do desenvolvimento sejam entregues de forma justa às pessoas de todos os grupos étnicos”, além de encetar esforços “para contar melhor as histórias da nação chinesa e intensificar a comunicação pública sobre o sentido de comunidade da nação chinesa”. “Os comités do Partido e os governos de todos os níveis devem aderir à abordagem correcta e distintamente chinesa para lidar com os assuntos étnicos, e as autoridades devem dar as devidas contribuições para a unidade e o progresso étnico”, conclui o presidente.

31 Out 2023

China | Revelado número de funcionários punidos este ano

Um total de 405.000 funcionários de todos os níveis foram punidos durante os primeiros nove meses deste ano, de acordo com um comunicado publicado no portal da Comissão Central de Inspecção Disciplinar (CCDI) do Partido Comunista da China e da Comissão Nacional de Supervisão no domingo, acrescentando que 34 eram funcionários superiores a nível provincial ou ministerial.

“A China tratou de mais de 36.000 casos relacionados com a corrupção com impacto no interesse público no primeiro semestre de 2023, com mais de 52.000 indivíduos a receberem críticas, educação, assistência ou punição”, anunciou a mais alta autoridade de supervisão e anti-corrupção da China.

De janeiro a setembro de 2023, as autoridades de inspecção e supervisão disciplinar de todo o país receberam 2,617 milhões de relatórios, dos quais 819.000 eram denúncias ou acusações. Dos 470.000 casos registados, 133.534 funcionários de todos os níveis estavam envolvidos.

De acordo com a declaração, as autoridades de inspecção e supervisão da disciplina reforçaram de forma consistente o seu trabalho de inspecção, abrangendo a implementação de políticas de apoio ao interesse público e punindo actos de desvio de fundos, apropriação indevida, falsas denúncias e extorsão.

A formação e a rectificação da equipa oficial nacional de inspecção e supervisão disciplinar também continuam em curso. No primeiro semestre de 2023, o sistema nacional de inspecção e supervisão da disciplina recebeu um total de mais de 20 200 denúncias ou relatórios públicos envolvendo funcionários de inspecção e supervisão da disciplina.

Além disso, foram tratadas mais de 18 700 denúncias relacionadas com funcionários de inspecção e supervisão disciplinar, tendo 2 482 funcionários sido objeto de relatórios disciplinares, 1 647 punidos e 73 transferidos para órgãos judiciais.

As autoridades de inspecção disciplinar também se concentraram na investigação de casos de suborno, tendo arquivado 12.000 casos de suborno e transferido 2.365 suspeitos de crimes para os órgãos procuradores.

Zhuang Deshui, director-adjunto do Centro de Investigação para a Construção da Integridade Governamental da Universidade de Pequim, disse que é urgente estipular o sistema de funcionamento, as responsabilidades de trabalho e o mecanismo das comissões de inspecção disciplinar das instituições do Partido e do Estado.

“Todos os departamentos dos órgãos centrais e estatais precisam de melhorar o sistema de inspecção disciplinar de acordo com as condições reais, promover as organizações do Partido e os membros do Partido a implementarem rigorosamente, e reforçar a consciência de tomar a iniciativa de realizar a supervisão e aceitar conscientemente a supervisão”, disse Zhuang.

31 Out 2023

Grande Prémio | 80 por cento dos bilhetes vendidos

Em contagem decrescente para o arranque da 70.ª edição do Grande Prémio de Macau (GPM), já foram vendidos 80 por cento dos bilhetes para os últimos dois dias do evento, garantiu ontem a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, na cerimónia religiosa tradicional, Pai San, de arranque do maior evento do desporto automóvel do território.

Elsie Ao Ieong U considerou, citada por um comunicado, que “os trabalhos preparatórios para o 70.º Grande Prémio de Macau decorrem com sucesso”, esperando que, com o evento, “se atraia mais turistas” para Macau.

Prevista ocupação de 90 por cento

A Direcção de Serviços de Turismo (DST), Maria Helena de Senna Fernandes, antevê que durante os dois fins-de-semana em que se disputa o Grande Prémio de Macau a taxa de ocupação hoteleira seja superior a 90 por cento. A previsão foi feita ontem, à margem da Cerimónia Religiosa Tradicional (Pai San) para o 70.º Grande Prémio de Macau.

Segundo a responsável, com o aproximar das provas o turismo está a promover o evento das regiões vizinhas através de “diferentes plataformas” e até em países do estrangeiro. Além disso, para aumentar o nível de produtos turísticos, Maria Helena de Senna Fernandes adiantou também que o Museu do Grande Prémio vai estar aberto até às 21h nos dias de prova.

Este ano, como parte das celebrações do 70.º aniversário, o Grande Prémio realiza-se em dois fins-de-semana entre 11 e 12 de Novembro e entre 16 e 19 de Novembro.

31 Out 2023

Balança comercial | Défice de 31,14 mil milhões no 3.º trimestre

O défice da balança comercial no terceiro trimestre deste ano foi de 31,14 mil milhões de patacas, indicam dados ontem divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Neste período, os valores de exportação e importação de mercadorias atingiram 3,15 mil milhões e 34,29 mil milhões de patacas, respectivamente, registando-se subidas de 6,4 e 20,3 por cento, respectivamente, face ao mesmo trimestre de 2022.

Olhando para os nove meses do ano, de Janeiro a Setembro, verifica-se que o défice da balança comercial foi de 96,28 mil milhões de patacas, mais 4,18 mil milhões de patacas em relação aos primeiros nove meses do ano passado.

De Janeiro a Setembro deste ano, o valor exportado foi de 9,51 mil milhões de patacas, uma quebra de 6,1 por cento face a idêntico período de 2022. Por sua vez, a reexportação foi de 8,35 mil milhões de patacas, enquanto a exportação doméstica teve o valor de 1,17 mil milhões de patacas. Ambas registaram quebras de 3,1 e 23,4 por cento, respectivamente. O valor importado de mercadorias foi de 105,80 mil milhões de patacas, ou seja, mais 3,5 por cento, em termos anuais.

Ao nível das exportações por destino, exportaram-se mercadorias para o interior da China no valor global de 688 milhões de patacas de Janeiro a Setembro, uma quebra de 28,7 por cento. Além disso, o valor exportado de mercadorias de Macau para os países de língua portuguesa foi de 662 mil patacas, uma quebra de 51,1 por cento. Pelo contrário, o valor exportado de mercadorias para os países pertencentes à iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” foi de 361 milhões de patacas, mais 20,8 por cento.

31 Out 2023

Comércio | Aumento de 935 lojas em um ano

Entre 2021 e 2022, nasceram mais 935 estabelecimentos de comércio por grosso e retalho em Macau, segundo dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Em 2022 registaram-se, no total, 15.824 estabelecimentos deste sector em actividade, incluindo os arrendatários nos mercados municipais e vendedores de rua com lugar fixo.

Foram registados 65.269 trabalhadores, mais 2.330 em termos anuais. As receitas deste ramo de actividade económica foram de 105,01 mil milhões de patacas, registando-se uma queda homóloga de 6,4 por cento. Destaque para o comércio a retalho e para um aumento anual das receitas dos supermercados de 6,9 por cento, tendo obtido receitas totais em 2022 de 6,06 mil milhões de patacas.

Por sua vez, dentro da área do retalho, o número de arrendatários nos mercados municipais e vendedores de rua com lugar fixo totalizou 1.234, menos 125 face a 2021, existindo nesta área 2.061 pessoas, menos 316.

31 Out 2023

Ponte do Delta | 36 milhões de passagens fronteiriças em cinco anos

Cinco anos depois da sua inauguração, a Ponte Hong Kong – Zhuhai – Macau aproximou três territórios, proporcionou 36 milhões de passagens fronteiriças, e a travessia de 7,5 milhões de veículos. Até ao fim de Setembro, o total de bens importados e exportados através de Zhuhai pela ponte foi de mais de 718 mil milhões de yuans

 

Desde que foi inaugurada, a 23 de Outubro de 2018, a circulação na Ponte Hong Kong – Zhuhai – Macau (ou Ponte do Delta) tem aumentado, atingindo na actualidade o maior volume de tráfego, muito por culpa das políticas que permitem a circulação de veículos com matrículas das regiões administrativas especiais na província de Guangdong.

Em jeito de balanço, e de celebração do quinto aniversário da inauguração da maior ponte marítima do mundo, o Diário do Povo publicou ontem um artigo a apontar que, desde a abertura, a ponte facilitou 36 milhões de passagens fronteiriças e 7,5 milhões de travessias de veículos. Importa salientar, que mais de metade do tempo desde que foi inaugurada, a Ponte do Delta conheceu pouco tráfego devido à pandemia que eliminou as passagens transfronteiriças durante três anos.

Ao longo deste ano, passaram na ponte 2,35 milhões de veículos. Tendo em conta que a larga maioria das travessias são realizadas por autocarros, é indicado pelo Diário do Povo que mais de 7 milhões das viagens foram feitas por residentes de Macau e Hong Kong. Durante os feriados da Semana Dourada, foram registadas mais de meio milhão de travessias.

Até ao final de Setembro, o volume total de bens importados e exportados que saíram do Interior da China por Zhuhai e que usou a ponte chegou aos 718,75 mil milhões de yuans. Nos últimos cinco anos, a Ponte do Delta foi instrumental no aumento das trocas comerciais, passando o comércio a abranger 230 países e regiões, face a 105 em 2018.

Abraço pelo mar

Enquanto símbolo físico que materializa o conceito do projecto da Grande Baía, a Ponte do Delta é apontada pelas autoridades do Interior da China, Macau e Hong Kong como um ponto fulcral no fluxo de pessoas, capital e mercadorias.

No dia do quinto aniversário da ponte, o Diário do Povo ouviu algumas pessoas que por lá passam. Às 08h, Su Guiping, um guia turístico com 38 turistas da província de Hubei a seu cargo, preparava-se para atravessar a ponte em direcção a Hong Kong para começar uma visita de quatro dias às regiões administrativas especiais. “Muitos turistas querem ver a ponte”, afirmou o guia.

Na manhã de 20 de Outubro, o posto fronteiriço do lado de Zhuhai acumulava uma fila de camiões de mercadorias com destino a Hong Kong. Um dos veículos pesados pertencia à empresa de Zhuhai Haimiao Aquaculture Import and Export, que fornece pescado fresco. O gestor da empresa, Weng Xipeng, indicou que a abertura da ponte permite a chegada à meia-noite a Hong Kong de peixe apanhado à tarde, que chega à mesa dos consumidores no dia seguinte. “A nossa eficiência melhorou significativamente e o produto chega ao consumidor mais fresco”, indicou.

Com 400 mil toneladas de ferro, espalhados ao longo de 55 quilómetros de estrada, quase sete quilómetros em túneis subaquáticos, a Ponte do Delta permite a ligação entre Zhuhai e Macau a Hong Kong em 45 minutos.

31 Out 2023

Palestra sobre a obra do arquitecto José Maneiras na próxima quarta-feira

O Centro de Investigação DOCOMOMO Macau organiza, na próxima quarta-feira, 1 de Novembro, uma palestra dedicada à vida e obra do arquitecto local José Maneiras. “Construir o Século XX – José Maneiras: A visão do arquitecto”, protagonizada pela académica Ana Vaz Milheiro, decorre na Fundação Rui Cunha a partir das 18h30. Ana Vaz Milheiro é Professora Associada da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa e investigadora integrada do DINÂMIA’CET do Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE).

A palestra “José Maneiras: A visão do arquitecto” celebra a vida pública do arquitecto José Maneiras que viu na arquitectura a possibilidade de moldar uma sociedade progressivamente mais igualitária, com acesso a melhores e mais justas condições de vida.

Nascido em Macau em 1935 e licenciado pela antiga Escola de Belas Artes do Porto em 1962, José Maneiras dedicou toda a sua vida profissional ao território, desde o período que antecedeu a transferência de soberania de Macau “até à plena integração de Macau na República Popular da China”.

Uma de muitas

A palestra tem como objectivo “reflectir criticamente sobre como a profissão de arquitecto pode continuar a significar mudança olhando para o passado comum”.

Este evento faz parte da série de palestras “Construir o Século XX”, um projecto da DOCOMOMO Macau que teve início no ano passado. A 8 de Novembro decorre a sessão “Raul Chorão Ramalho e a escola Pedro Nolasco (EPM)”, enquanto no dia 6 de Dezembro será apresentada a palestra “Oseo Acconci e a sua arquitectura”.

Ana Vaz Milheiro tem sido responsável por projectos de investigação centrados em questões de arquitectura e urbanismo nas antigas colónias portuguesas africanas, e em projectos residenciais de arquitectos que trabalharam em Macau durante a administração portuguesa. Recentemente premiada com uma bolsa ERC Advanced Grant 2024-2028, Ana Vaz Milheiro escreve para o jornal português “Público” e foi editora-adjunta do JA-Jornal Arquitectos, onde escreveu sobre o arquitecto José Maneiras e Macau.

30 Out 2023

Óbito | Actor Matthew Perry, da série ‘Friends’, faleceu aos 54 anos

O actor norte-americano Matthew Perry, conhecido por interpretar a personagem Chandler Bing na série televisiva ‘Friends’, foi encontrado morto em casa aos 54 anos, avançou no sábado a imprensa norte-americana. De acordo com o jornal Los Angeles Times, o actor foi encontrado morto no jacuzzi de casa em Los Angeles, no oeste dos Estados Unidos, onde se terá afogado.

Não foram encontrados no local nem drogas nem qualquer sinal que sugerisse um acto criminoso, segundo fontes policiais não identificadas citadas pelo mesmo jornal e pelo portal noticioso TMZ, que foi o primeiro a avançar a morte de Perry.

Um inspector da polícia de Los Angeles, Drake Madison, confirmou à agência de notícias Associated Press que agentes tinham sido chamados à casa para “investigar a morte de um homem com cerca de 50 anos” por volta das 16h10 de sábado (hora local).

O actor, que confessou publicamente ter sofrido diversos episódios de dependência de drogas e álcool ao longo da vida, tornou-se famoso por interpretar a personagem Chandler Bing na série ‘Friends’, que durou 10 temporadas, entre 1994 e 2004. Perry foi nomeado para os Emmy, os prémios norte-americanos de televisão, uma vez pelo seu papel em ‘Friends’ e mais duas vezes por interpretar um conselheiro da Casa Branca na série ‘Os Homens do Presidente’.

O actor também teve vários papéis de destaque no cinema, sendo o protagonista, com Salma Hayek, da comédia romântica ‘Só os Tolos Se Apaixonam’, e da comédia policial ‘The Whole Nine Yards’, ao lado de Bruce Willis.

30 Out 2023

UPM | Concerto de piano com composições de Harry Ore amanhã

Decorre amanhã no auditório da Faculdade de Artes e Design da Universidade Politécnica de Macau (UPM) o concerto “Returning Home – A Concert of Harry Ore’s Piano Works”, às 20h.

Harry Ore, nascido em 1885 e falecido em 1972, foi um pianista e compositor judeu da Letónia, tendo começado a viajar pelo Oriente em 1915, acabando por se estabelecer em Hong Kong em 1921, embora também tenha criado raízes em Macau. Ore passou muito tempo na China, nas regiões da Guangdong, Macau e Hong Kong, bem como no Sudeste Asiático, onde desenvolveu apresentações musicais e actividades pedagógicas e criativas até à sua morte. Faleceu em Hong Kong com 87 anos.

Segundo um comunicado da UPM, Harry Ore é considerado o “primeiro compositor de piano ao estilo cantonense”, sendo as suas obras consideradas uma “pérola esquecida”.

O concerto conta com a participação dos professores Xian Jinsong, Jin Lai e Zhang Yiming do Departamento de Piano do Conservatório de Música de Xinghai. Estará também presente o pianista Choi Sown Le, que foi aluno de Harry Ore durante mais de quatro anos, tendo “uma profunda compreensão pela música deste compositor”. Todos os pianistas vão tocar em Macau as composições mais emblemáticas de Harry Ore, a fim de “celebrar este velho amigo de Macau e agradecer a sua contribuição para a música cantonense”. A entrada é gratuita.

30 Out 2023

“Hush!” decorre até ao final da semana com concertos e yoga

Arrancou na última sexta-feira mais uma edição do festival “Hush!” com concertos, workshops e outras actividades criativas que se dividem entre a zona junto à praia de Hac Sá e o Centro de Arte Contemporânea de Macau nas Oficinas Navais nº 2. Muitos dos eventos requerem inscrição na plataforma Conta Única de Macau, cujo prazo termina hoje.

O cartaz prossegue hoje com o evento “Origem – Oficina de partituras para filmes”, nas Oficinas Navais nº 2, entre as 20h e as 22h, seguindo-se a sessão do “Cruzeiro Musical”, com concertos num barco que fará o circuito entre o Porto-Cais da Barra e Coloane.

Na quinta-feira o guitarrista japonês Ichika Nito protagoniza o evento “Reverbação nas Cordas – técnicas e tonalidades de guitarra da nova geração”, entre as 18h e as 19h30, seguindo-se um concerto com o mesmo artista das 20h30 às 21h30 nas Oficinas Navais.

Na sexta-feira decorre, das 19h30 às 21h45, o concerto “Upbeat Power”, com as bandas locais “Splash Town”, “Deer Apocalypse”, “Funkroller x Jay Cuevas” e “Bedroom Pirate”, também nas Oficinas Navais n.º2. Enquanto isso, no sábado e domingo, das 14h30 às 16h30, é dia da “Parada de Pais e Filhos ‘Os Louvores do Gato Guerreiro'”, que decorre no centro de actividades juvenis do Porto Exterior e praia de Hac Sá. Também no fim-de-semana decorrem vários concertos junto ao centro náutico da praia de Hac-Sá, com bandas como “WhyOceans”, “SOKONINARU”, “Free Yoga Mats” ou “The Hot Dogs Express”, num total de mais de dez bandas, incluindo um “convidado misterioso”. No domingo está agendado, das 14h às 15h30, o workshop de “bolas de areia giratórias” no centro náutico da praia de Hac Sá.

O festival “Hush!” conta com mais de 50 grupos artísticos do Interior da China e do estrangeiro que prometem proporcionar “uma maratona musical que abrange uma gama variada de estilos musicais, como o rock, electrónica, R&B, hip-hop, música experimental e jazz”, descreve o Instituto Cultural (IC), uma das entidades que promove o evento.

Sábado e domingo estarão montados três palcos junto à praia de Hac-Sá, Coloane, onde vão ser “apresentados espectáculos ao vivo de alta qualidade, interpretados por artistas nacionais e estrangeiros”, havendo ainda actuações de bandas infantis locais. Além disso, haverá ainda uma feira de produtos culturais e criativos feitos em Macau, um espaço dedicado à gastronomia e stands de jogos.

Yoga para todos

Paralelamente, sábado e domingo, terá também lugar o “Festival do Bem-Estar Yoga Urbano”, com mais de 40 instrutores de ginásio e desporto de todo o mundo. Esta vertente do festival “Hush!” contém três áreas temáticas com workshops dedicados ao yoga, exercício físico e meditação, decorrendo na praia de Hac-Sá e Zona de Lazer Temporária, cuja participação está sujeita à aquisição de bilhete. Destaque ainda para o evento “Hush! 300 Segundos”, um concurso que permite aos participantes mostrarem os seus talentos musicais.

30 Out 2023

Lusofonia | Arte de rua de Bordalo II pode ser vista em Dezembro

Bordalo II, artista português conhecido pelas suas intervenções criativas no espaço público, é um dos nomes integrantes da Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa, que arrancou ontem. Os trabalhos de Bordalo II poderão ser vistos em Dezembro na antiga fábrica de panchões Iec Long e nos estaleiros navais de Lai Chi Vun

Nascido Artur Bordalo, em 1987, Bordalo II é um artista de rua português que foi buscar inspiração para o seu nome ao seu avô, o pintor Real Bordalo. Contudo, o trabalho de um dos nomes mais conhecidos da arte de rua contemporânea portuguesa, com intervenções criativas em vários locais de Lisboa, tem também um lado de activismo social e político, chamando a atenção, através da arte, para muitas questões do quotidiano.

Bordalo II é um dos artistas presentes na Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa, que integra o cartaz do 5.º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa. A mostra arrancou este domingo, apresentando, até 1 de Janeiro do próximo ano, uma série de trabalhos de artistas lusófonos na Galeria de Exposições e Casa de Nostalgia das Casas da Taipa. A presença de Bordalo II é a prova de que, pela primeira vez, esta exposição integra o formato de arte de rua.

No caso das peças de Bordalo II, por serem trabalhos de grande dimensão pensados para o espaço público, poderão ser vistas em Dezembro na antiga fábrica de panchões Iec Long e nos estaleiros navais de Lai Chi Vun, Coloane, espaços reabilitados pelo Instituto Cultural (IC).

Segundo um comunicado do IC, Bordalo II transformou, para a sua participação nesta iniciativa de Macau, “lixo em tesouro, ao criar duas obras de arte pública de grandes dimensões, utilizando os resíduos como meio para chamar a atenção das pessoas para as questões da protecção ambiental”. Assim, “uma das suas obras tem a forma de um panda gigante”, em homenagem à China.

Bordalo II tem tanto de conhecido como de polémico, pois as suas intervenções têm chamado a atenção dos media. É disso exemplo o tapete gigante com a impressão de uma nota de 500 euros colocado no recinto das Jornadas Mundiais da Juventude, em Lisboa, para criticar o dinheiro gasto no evento. Mais recentemente, o artista criou tendas coloridas para chamar a atenção para o crescente número de sem-abrigo na capital portuguesa que vivem em tendas na rua devido aos elevados preços da habitação.

Relações com todos

A exposição tem como tema “Relações” e reúne um total de sete artistas do interior da China, de Portugal, do Brasil, de Angola e de Macau, apresentando um total de 21 obras entre pinturas, instalações, vídeos e esculturas de grande escala ao ar livre.

Um dos nomes oriundos da China é Zhou Wei, que apresenta “Memória de Macau e na Forma do Tempo”, uma “instalação inovadora” que discute “a relação simbiótica interna da cultura, entre o passado, o presente e o futuro de Macau”.

Destaque para as instalações de dois artistas de Macau, Mel Cheong e Lai Sio Kit. A obra de Mel Cheong explora, segundo o IC, “as diferentes interpretações sobre coisas de cada indivíduo, criando uma sociedade colorida e diversificada”. Enquanto isso, o trabalho de Lai Sio Kit “retrata o tempo e expressa a marca do tempo através da pintura, dando uma aparência envelhecida e desbotada aos pisos antigos”.

Do Brasil chega-nos Eduardo Fonseca, apresentando um coelho do zodíaco chinês, “retratando paisagens chinesas para apresentar o imaginário cultural chinês”. Por sua vez, as pinturas do artista angolano Lino Damião, através da sobreposição de formas geométricas e da utilização de cores especiais, representam, de forma abstracta, a cultura urbana angolana e as suas memórias de passeios pela cidade.

30 Out 2023

Wang Yi na América | Biden no prato

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, reuniu-se com o Presidente dos EUA, Joe Biden, na Casa Branca, na sexta-feira. O objectivo desta visita foi “comunicar com os EUA e implementar eficazmente o importante consenso alcançado na reunião entre os dois chefes de Estado em Bali, no ano passado, e aguardar com expectativa São Francisco, a fim de promover a estabilização e a recuperação das relações China-EUA para que estas regressem rapidamente a uma via de desenvolvimento saudável e estável”, disse Wang a Biden.

Durante a sua reunião com Biden, Wang declarou que “o princípio de uma só China e os três comunicados conjuntos entre a China e os EUA constituem a base política mais importante para as relações bilaterais e devem ser mantidos sem interferência”.

“A China atribui importância ao desejo dos EUA de estabilizar e melhorar as relações bilaterais”, disse Wang, por isso “todas as partes devem actuar de forma responsável em relação ao mundo, à história e às pessoas, e promover o desenvolvimento estável e positivo das relações China-EUA com base nos três princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação vantajosa para todos, propostos pelo Presidente Xi Jinping. Isto não só serve os interesses fundamentais de ambos os países e dos seus povos, mas também satisfaz as expectativas comuns da comunidade internacional”.

Do lado americano, Joe Biden expressou que a parte americana está disposta a manter a comunicação com a China e a trabalhar em conjunto para enfrentar os desafios globais. Após a reunião de Biden com Wang, a Casa Branca disse que o presidente enfatizou a “necessidade de gerir a concorrência no relacionamento de forma responsável e manter linhas abertas de comunicação”. “Ele sublinhou que os Estados Unidos e a China devem trabalhar juntos para enfrentar os desafios globais”.

Problemas detectados

Durante a sua visita aos EUA, Wang também se encontrou com o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e com o Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan.

“O secessionismo de Taiwan é a maior ameaça à paz e à estabilidade no Estreito de Taiwan e o maior desafio às relações entre a China e os EUA, devendo ser firmemente combatido através de políticas e acções específicas”, disse Wang a Sullivan. Os dois concordaram num esforço conjunto para uma potencial reunião entre os dois chefes de Estado em São Francisco. Os EUA vão acolher a APEC em 2023, sob o tema “Criar um futuro resiliente e sustentável para todos”, em São Francisco.

No seu encontro com Blinken, na quinta-feira, Wang afirmou que se ouvem frequentemente vozes dissonantes nas relações entre a China e os EUA, mas que a China está calma em relação a elas, porque considera que “o critério do certo e do errado não é determinado por quem tem mais bravata ou uma voz mais alta, mas sim pelo facto de se comportar de acordo com as disposições dos três comunicados conjuntos China-EUA, com o direito internacional e as normas básicas das relações internacionais e com a tendência dos tempos”.

Biden e Xi | Encontro em Novembro

Os Estados Unidos e a China concordaram em trabalhar na organização de um encontro no próximo mês entre os dois presidentes, depois de uma reunião na sexta-feira entre Joe Biden e o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi.

Apesar das tensões bilaterais, o Presidente dos Estados Unidos espera reencontrar-se com o homólogo chinês, Xi Jinping, na cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), que se realiza em São Francisco, na Califórnia, em meados de novembro.

Xi Jinping ainda não confirmou a presença na cimeira. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, não deu qualquer indicação se Pequim tinha respondido positivamente ao convite para que Xi Jinping visitasse os Estados Unidos. “Estamos a trabalhar em conjunto” tendo em vista essa visita por ocasião da cimeira da Apec, assegurou um funcionário americano que pediu anonimato.

30 Out 2023

Apesar das sanções, Huawei aumenta receitas

O grupo tecnológico chinês Huawei disse que as suas receitas aumentaram nos primeiros três trimestres do ano, apesar das sanções impostas por Washington, que dificultam a venda dos seus produtos e a aquisição de tecnologia avançada. A empresa com sede em Shenzhen, no sudeste da China, informou que obteve 456,6 mil milhões de yuans em receitas, nos primeiros nove meses do ano, um aumento de 2,4%, em comparação com o mesmo período do ano passado.

A Huawei, o maior fabricante do mundo de equipamentos de rede, disse que a sua margem de lucro líquido ascendeu a 16%, mas não deu nenhuma base de comparação. Ken Hu, o presidente rotativo da Huawei, afirmou que os números estavam “em linha com as previsões”, agradecendo aos clientes e parceiros da Huawei pela sua confiança e apoio. “No futuro, continuaremos a aumentar o nosso investimento em pesquisa e desenvolvimento para tirar o máximo partido da nossa carteira de negócios e elevar a competitividade dos nossos produtos e serviços para novos patamares”, afirmou.

A Huawei, que não está cotada em bolsa, é alvo de sanções norte-americanas desde que o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump proibiu a empresa de fazer negócios com empresas norte-americanas, acusando-a de estar sujeita a cooperar com os serviços de espionagem da China. A medida cortou efetivamente o acesso da Huawei a semicondutores e a outras tecnologias dos EUA.

A Huawei nega as acusações de que constitui um risco para a segurança e insiste que não espia para o Governo chinês. A empresa, que já foi um dos principais fabricantes de telemóveis, caiu do topo da classificação mundial, depois de ter perdido o acesso aos serviços Google para os seus dispositivos.

Desde então, a Huawei dedicou-se a ajudar as empresas, fábricas e minas a digitalizarem-se. O grupo tem um dos maiores orçamentos mundiais para pesquisa e desenvolvimento, incluindo em tecnologias como ‘chips’ semicondutores e condução autónoma.

Em setembro, a Huawei causou agitação depois de ter lançado a sua série de telemóveis Mate 60 na China. O topo de gama Mate 60 Pro utiliza um chip avançado de fabrico nacional, o que, segundo os especialistas, sugere que a empresa começou a ultrapassar as sanções impostas pelos EUA.

Os consumidores chineses compraram os telemóveis Mate 60, dando à Huawei um aumento de 37% nas vendas de telemóveis, no terceiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado, mesmo quando outras marcas como a Apple, Oppo e Vivo registaram um declínio no crescimento das vendas, de acordo com a empresa de pesquisa de mercado Counterpoint Research.

A Huawei disse no início desta semana que lançou um laboratório de saúde em Helsínquia, na Finlândia, como parte dos seus esforços para aprofundar a investigação em algoritmos de monitorização da saúde, a colocar em dispositivos.

30 Out 2023