João Santos Filipe Manchete SociedadeHabitação | Metro quadrado no valor mais baixo dos últimos sete anos Os dados da primeira metade de Agosto do mercado de habitação mostram uma redução de quase um terço no valor do preço médio do metro quadrado, em comparação com 2019. O mês passado foi também marcado pelo abrandamento face ao início de Julho Na primeira metade de Agosto, o preço médio do metro quadrado na compra e venda de habitação caiu para o valor mais baixo dos últimos sete anos, de acordo com a Direcção de Serviços de Finanças (DSF). Os dados oficiais revelados na terça-feira mostram que o preço médio das compras e vendas caiu para 80.815 patacas por metro quadrado. Quando a comparação é feita com a primeira quinzena de Agosto de 2023, os números mais recentes mostram uma diminuição no valor médio do metro quadrado de 11.204 patacas para 92.019 patacas. A redução é mais acentuada, quando se analisa a primeira metade de Agosto dos anos de 2022 e 2021, alturas em que os preços médios por metro quadrado se cifravam em 94.088 patacas (uma redução de 11.204 patacas) e 104.088 patacas (diminuição de 23.398 patacas). O abrandamento do mercado imobiliário é ainda mais visível quando se recua a 2019, o último ano antes do impacto da pandemia da covid-19. Na primeira metade de Agosto de 2019, o metro quadrado médio era comercializado a 119.351 patacas, o que face aos valores mais recentes significa uma quebra de quase um terço do valor (32,2 por cento), ou de 38.536 patacas. A primeira quinzena de Agosto de 2019 ficou marcada pelo valor mais elevado do metro quadrado desde que os dados relativos às metades dos meses começaram a ser publicados, o que aconteceu em 2018. Transacções em quebra Também o número de compras e vendas de habitações mostra tendência negativa. Na primeira metade do último mês foram concluídos 99 negócios, uma diminuição de 36 negócios face ao período homólogo de 2023, quando o registo foi de 135 compras e vendas. O número de Agosto está acima do que tinha sido registado em 2022, quando as transacções concluídas totalizaram 74. No entanto, o cenário está longe do que acontecia até 2021, apesar de em Abril a Assembleia Legislativa ter aprovado uma proposta do Governo para abolir vários impostos aplicados às transacções de habitação. Na primeira metade de Agosto desse ano, tinham sido concluídas 272 compras e vendas de habitação. A diferença é mais significativa face à primeira quinzena de Agosto de 2019, quando se registaram 443 transacções de imóveis para habitação. A comparação entre a primeira quinzena de Agosto deste ano e a primeira quinzena de Julho também mostra igualmente um mercado em abrandamento. A diferença entre o preço médio do metro quadrado foi de 9.498 patacas, dado que em Julho tinha sido de 90.313 patacas por metro quadrado. A nível das transacções, o início de Agosto teve menos uma transacção que o início de Julho.
Hoje Macau PolíticaUGAMM | Assuntos sociais preencheram agenda Os deputados Ho Ion Sang, Leong Hong Sai e Ngan Iek Hang, ligados à União Geral das Associações de Moradores de Macau (UGAMM) apresentaram ontem o balanço dos trabalhos legislativos da última sessão no hemiciclo, referindo que os residentes apresentaram mais dúvidas e questões sobre assuntos sociais, nomeadamente em matérias como a segurança social, a saúde e a educação. O deputado Ngan Iek Hang referiu que a recuperação da economia desde a pandemia não beneficiou a sociedade num todo e que as pequenas e médias empresas ainda estão a enfrentar dificuldades financeiras. Por seu turno, Leong Hong Sai sugeriu que o Governo crie apoios e subsídios para os proprietários com casas velhas, a fim de incentivar a sua reconstrução. Ho Ion Sang apontou que há cada vez mais residentes a sofrerem de problemas de saúde mental, pelo que espera que o Executivo reforce a educação nesta área, reforçando a oferta de consultas e tratamentos de psiquiatria. Na última sessão legislativa, os deputados realizaram 1220 sessões de esclarecimento a residentes, tratando das questões e pedidos apresentados.
João Santos Filipe PolíticaLeong Hong Sai defende transformação de Canídromo em zona de espectáculos O deputado Leong Hong Sai considera que o projecto de reutilização do Canídromo, na zona norte da cidade, deve incluir a possibilidade de o espaço receber espectáculos ao ar-livre. A ideia é defendida através de uma interpelação escrita do legislador, datada de 28 de Agosto. No documento, Leong Hong Sai recorda que desde o encerramento do espaço para corridas de galgos, em 2018, que as autoridades têm “atribuído muita importância ao projecto de renovação e optimização” do Canídromo, com uma “discussão prolongada” sobre o destino do terreno. Após a discussão, refere o membro da Assembleia Legislativa, concluiu-se que o terreno do Canídromo deve ser aproveitado para construir para instalações para a prática desportiva e instalações que permitam várias actividades culturais e familiares. No entanto, Leong Hong Sai vem agora defender que o reaproveitamento do terreno também deve permitir a criação de um espaço para realizar grandes eventos ao ar-livre na Península de Macau. “Apesar de haver muitos pavilhões com grande capacidade para a realização de concertos e eventos corporativos em Macau, há uma clara falta de outras infra-estruturas de grande dimensão para espectáculos. “Os espaços que existem são dedicados a eventos desportivos, estão localizados na Taipa, e são relativamente simples”, escreveu Leong Hong Sai. “Será que as autoridades vão utilizar o planeamento do Canídromo para desenvolver o espaço numa arena multifuncional para lazer, entretenimento, desporto e outros propósitos?”, questiona. O deputado defende igualmente a melhoria do trânsito na zona e dos acessos pedonais para o Canídromo. Escolas de Equitação Em relação ao Macau Jockey Club, Leong Hong Sai defende que uma parte das instalações deve ser mantida, para promover a cultura de desporto local. “As corridas de cavalos são um dos elementos representativos da história popular de Macau. Será que as autoridades vão equacionar manter parte das instalações e cooperar com as regiões vizinhas para desenvolver os desportos ligamos ao hipismo ou para promover a cultura diversificada de entretenimento e desporto de Macau?”, perguntou. “A manutenção do espaço não só vai contribuir para aumentar o espaço para actividades de lazer dos restaurantes, mas também para reforçar as infra-estruturas do centro de turismo e lazer e contribuir para concretizar o desenvolvimento da Cidade de Desporto e Cidade de Espectáculos”, é acrescentado.
João Luz Manchete SociedadeBanco de Formiga | AGTech Holdings passa a ser accionista maioritário A AGTech Holdings anunciou ontem a aquisição de participação no Banco de Formiga (Macau), ficando com 51,5 por cento das acções da instituição bancária, que passará a ser uma subsidiária do grupo. O negócio representou um investimento de 234 milhões de patacas A AGTech Holdings anunciou ontem em comunicado ter terminado a aquisição de uma participação no Banco de Formiga (Macau) no valor de 243 milhões de patacas. Após a conclusão do negócio, o grupo passou a deter 51,5 por cento das acções do banco, que se tornará uma subsidiária indirecta não integral do grupo. O grupo AGTech dedica-se a investimentos das áreas das lotarias no Interior da China e prestação de serviços de pagamento electrónico e serviços conexos. Além disso, também vende e aluga terminais e equipamento de pagamento. Recorde-se que o grupo já terá adquirido, em 2022, a Macau Pass, que oferece serviço de pagamento electrónico Mpay e pagamento físico através do cartão Macau Pass. A compra da Macau Pass custou à AGTech 778 milhões de dólares de Hong Kong. No comunicado que anunciou a aquisição da participação no Banco de Formiga (Macau), o grupo apontou que o negócio pode incentivar a transformação digital de Macau através dos recursos e operações do banco, além de satisfazer a procura financeira do mercado. “A aquisição pode produzir um efeito sinérgico com a disponibilização de serviços relevantes para a vida, os negócios do sector cultural e comércio electrónico. Articulando as características turísticas e de lazer vamos oferecer serviços financeiros transfronteiriços, com vista a atrair mais turistas,” lê-se no comunicado. Mudem de rumo O Banco de Formiga (Macau), oferece no território serviços de pagamento electrónico através da Alipay, e o banco virtual também disponibiliza empréstimos dirigidos às empresas pequenas e médias e a particulares, transferências bancárias e investimentos em acções e obrigações. Além disso, o grupo enquadra o negócio no âmbito das prioridades políticas da RAEM. “A aquisição de participação do Banco de Formiga (Macau) é uma resposta activa ao plano do Governo de diversificação adequada da economia 1+4,” é destacado. A AGTech Holdings salienta ainda que o desenvolvimento da indústria de finanças modernas faz parte do discurso do Governo, enquanto uma das áreas essenciais para alcançar a diversificação económica. Recorde-se que o Banco de Formiga de Hong Kong ou de Macau foram criados pelo Ant Group e entraram em serviço em 2020 e 2019, respectivamente. Em Julho de 2020, o Ant Group anunciou a oferta pública inicial na Bolsa de Hong Kong e na Bolsa de Xangai. No entanto, em Novembro do mesmo ano, as autoridades de Hong Kong e de Xangai suspenderam a entrada do grupo na lista. As autoridades do Interior da China justificaram a posição com a necessidade de supervisão financeira e de cumprir os critérios de salvaguarda da concorrência leal e garantias dos direitos de consumidores. No início deste ano, o grupo anunciou que a sua estrutura accionista foi alterada e que o fundador, o empresário Jack Ma, desistiu do controlo do grupo.
João Santos Filipe PolíticaConsulado | Negada contratação de Isabel Salsinha A possível contratação da professora Isabel Salsinha para o Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong como assessora foi ontem negada pelo cônsul-geral Alexandre Leitão, em declarações ao jornal Hoje Macau. “Nenhum embaixador, nenhum cônsul pode contratar assessores. Isso não existe na rede diplomática portuguesa. Portanto, é completamente falso”, afirmou Alexandre Leitão. “Eu não tenho prevista a contratação dessa pessoa, muito menos para uma posição que não existe”, acrescentou. Alexandre Leitão explicou também que actualmente o Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong tem apenas uma vaga para técnicos superiores e que se encontra ocupada. No caso de no futuro vier a ter lugar uma autorização extra para a contratação de técnicos superiores, que não se prevê, o cônsul também garantiu que será feito um concurso público.
João Luz PolíticaMatadouro | IAM ignora preocupações de interpelação de Ron Lam A renovação do contrato de concessão do Matadouro de Macau motivou uma interpelação escrita de Ron Lam, que criticou a ausência de discussão sobre a gestão ou planos para renovar equipamentos e contratar profissionais. O IAM respondeu que o prazo de concessão foi alargado para garantir a estabilidade do abastecimento de carnes frescas “Tendo em conta que as carnes frescas têm sido produtos essenciais à vida quotidiana dos residentes, a estabilidade do seu abastecimento deve ser garantida. Neste sentido, o Governo de Macau decidiu a prolongar o prazo do contrato de concessão de MATADOURO DE MACAU, S.A.R.L. por mais cinco anos.” Foi desta forma que o presidente do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais (IAM), José Tavares, respondeu a umas das questões colocadas por Ron Lam através de interpelação escrita. No final de Julho, o deputado criticou o facto da renovação do contrato de concessão do Matadouro ter passado, mais uma vez, ao lado do escrutínio público, com a informação a ser publicada no website do Matadouro ainda antes da publicação no Boletim Oficial. Ron Lam pediu ainda explicações em relação aos planos para renovar equipamentos, assim como reforçar os recursos humanos da empresa. O facto de o contrato ter sido renovado sem adendas e, mais uma vez, após o contrato anterior ter expirado, levou o deputado a questionar o Governo sobre a regularidade administrativa do processo, assim como a colocar dúvidas sobre as razões que levaram as autoridades a propor alterações à gestão e operações da empresa antes do fim do contrato. Neste capítulo, José Tavares indicou que “para activamente atender às necessidades de desenvolvimento e gerir riscos eventuais da exploração de MATADOURO DE MACAU, S.A.R.L., esta sociedade, por um lado, aperfeiçoa constantemente o regime de gestão interna, dedicando-se a elevar o seu desempenho administrativo para corresponder às exigências como a eficiência da exploração, etc”. Mãos à obra A ausência de concurso público para a concessão da gestão da infra-estrutura foi outra questão que ficou por responder. Depois de em 2022, a empresa que gere o espaço ter reportado problemas resultantes de equipamentos obsoletos e nas linhas de produção, assim como envelhecimento do pessoal e falta de mão-de-obra no departamento de limpeza, o deputado argumentou que se estes problemas não forem resolvidos, o abastecimento de carne fresca em Macau pode estar em causa. Como tal, perguntou o que foi feito para endereçar estes problemas. Sobre o futuro desenvolvimento do Matadouro, Ron Lam recordou que o Governo continua a insistir na mensagem de que “está a estudar o assunto”, sem que se conheçam novidades, além da renovação da concessão. Neste aspecto, o responsável do IAM indicou que “no pressuposto do aproveitamento eficaz dos recursos, a mesma sociedade [MATADOURO DE MACAU, S.A.R.L] procura acelerar o melhoramento dos equipamentos de produção e das equipas de recursos humanos, a fim de assegurar o abastecimento estável de carnes frescas”, sem especificar o que foi realmente feito.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteJogos Olímpicos | Manuel Silvério ainda acredita na adesão de Macau ao COI Manuel Silvério, ex-presidente do Instituto do Desporto e co-fundador do Comité Olímpico de Macau, continua a defender que “a adesão de Macau ao COI [Comité Olímpico Internacional] só depende de alguém tomar a iniciativa”. O responsável defende também o aumento da transparência no desporto local “Qualificados, prontos e amplamente apoiados: A adesão de Macau ao COI [Comité Olímpico Internacional] só depende de alguém tomar a iniciativa”. É com esta frase que Manuel Silvério, antigo presidente do Instituto do Desporto (ID) e co-fundador do Comité Olímpico de Macau (COM), fala da possibilidade da RAEM poder participar nos Jogos Olímpicos (JO). Numa nota publicada na segunda-feira no Facebook, o antigo dirigente defende que o COM “tem condições e a capacidade para continuar a seguir com o pedido de adesão ao COI”, salientando que Macau tem, “pelo menos mais 25 anos para realizar este sonho da comunidade desportiva de Macau”. O facto de Macau, ao contrário de Hong Kong, não poder estar no COI é uma questão que tem sido levantada nos últimos dias, no contexto da visita da delegação olímpica chinesa ao território. Recorde-se que, nos últimos JO de Paris, a China ficou em segundo lugar no ranking de países mais medalhados com um total de 91 medalhas, atrás dos Estados Unidos da América que ficaram em primeiro lugar. Tanto o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, como a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, defenderam que a vinda dos atletas olímpicos constitui uma boa influência para o fomento do desporto local, mas a verdade é que a chama olímpica tem estado afastada do horizonte de Macau. O COM foi criado em 1986 e Manuel Silvério fez parte do organismo até se reformar, em 2008. Na publicação, destaca que nesses anos “a participação de Macau nos JO sob o COI tem sido fortemente apoiada” por várias entidades, nomeadamente “o Comité Olímpico Chinês, pelo Comité Olímpico Português, pelo Governo de Macau sob administração portuguesa ou pelo Governo da RAEM”. “Não há razão para impor restrições; podemos continuar a avançar na direcção da participação nas Olimpíadas como a Delegação Desportiva da China, Macau, e podemos ter sucesso nisso”. Um trabalho contínuo Manuel Silvério explica também que até 2008 foram mantidos os esforços para que os atletas de Macau pudessem participar nos JO. “Como um dos fundadores e ex-líder do Instituto do Desporto de Macau e do COM, quero destacar que eu e a minha equipa sempre estivemos activamente empenhados em criar condições para que os atletas de Macau pudessem participar em competições internacionais. Desde a fundação do COM, passando pela adesão ao Conselho Olímpico da Ásia (OCA) e a participação ininterrupta nos Jogos Asiáticos desde 1990, o objectivo final sempre foi os JO”, apontou. No ano de fundação do COM, segundo o testemunho de Manuel Silvério, ele e José Machado estiveram nos JO de Seul como observadores, onde fizeram contactos para “levar os atletas de Macau aos Jogos Asiáticos e Olímpicos”. Foi então criado o COM, sendo que, em 1987, foi solicitada a filiação ao COI e também ao Comité dos Jogos Asiáticos. Nos anos 80, e numa fase em que a Declaração Conjunta acabava de ser assinada, era incerto o futuro da RAEM. Assim, Manuel Silvério recorda como “no início o COI levantou muitas questões, como a identidade dos atletas de Macau, o estatuto político, a bandeira, o hino, os documentos de viagem e passaportes, bem como a forma de participação e a relação com a delegação chinesa”, o que exigiu “mais de dez dossiers detalhados”. Porém, 25 anos depois da constituição da RAEM, “essas ‘dúvidas’ foram completamente esclarecidas”, tendo “todos os obstáculos ou dúvidas sido totalmente eliminados”. Com base nesse contexto, Manuel Silvério acredita que foi seguido “um plano cuidadoso e progressivo para concretizar a candidatura ao COI”. “Acredito que, com o impulso positivo daquela época, a agenda para a adesão do COM ao COI poderia ser retomada. E estou ainda mais confiante de que não haverá muita oposição. Claro, antes disso, ainda pode ser necessário fazer mais trabalho de comunicação e coordenação com os membros do COI”, acrescentou. Regras para cumprir Manuel Silvério destaca também que o território já cumpre os pré-requisitos que podem fazer desta candidatura um caso de sucesso, pois a “participação da Delegação Desportiva da China, Macau, nos Jogos Olímpicos é uma manifestação da implementação da política ‘Um País, Dois Sistemas’, e a Lei Básica já esclareceu todas as dúvidas do COI”. Depois, há ainda as questões de Hong Kong e Taiwan, que participam nos JO. “A Delegação Desportiva da China, Hong Kong e a Delegação Desportiva de Taipei Chinês constituem precedentes, e de acordo com as regras do COI, antes da revisão de 1996, a adesão de Macau é razoável e justificada”, descreve, lembrando ainda que “Macau tem contribuído para o desporto na Ásia e no mundo, e tanto os outros membros como o próprio COI ou OCA podem beneficiar da adesão de Macau, sem razões para se opor”. Neste contexto, o HM conversou em 2021 com Chan Chak Mo, deputado e secretário-geral do Comité Olímpico e Desportivo de Macau (CODM), que explicou que uma candidatura ao COI estaria afastada devido a alterações de estatutos de 1996. “Os Estatutos do Comité Olímpico Internacional mudaram nos anos 90 e impedem a inscrição de membros que não sejam soberanos. Como Macau é China não se pode candidatar, foi o que nos explicou o COI”, defendeu. O secretário-geral lembrou que esta questão não ficou resolvida no período da administração portuguesa, ao contrário do que sucedeu com Hong Kong, e que agora será difícil alterar o panorama. “Hong Kong fez a candidatura antes da transferência da soberania, numa altura em que os estatutos ainda não tinham sido alterados. Foi por isso que foram aceites. Ao contrário, Macau não completou a candidatura antes da transferência e agora já não pode fazer nada. O processo de entrada tinha de ficar concluído nos anos 90, antes da transferência”, explicou Chan Chak Mo. Manuel Silvério destaca a necessidade que as autoridades de Macau têm de apostar nas novas modalidades que muito recentemente passaram a fazer parte dos JO, como as competições de BMX freestyle, Breakdance ou skate. O antigo dirigente desportivo recorda que, nos mais variados eventos que organizou, como os Jogos da Lusofonia, por exemplo, foram escutadas “atentamente as necessidades do COI, do Comité Olímpico Asiático e das diferentes modalidades”. “Iniciámos e promovemos activamente novas modalidades que hoje em dia já são desportos olímpicos e nos Jogos Asiáticos, ou de renome mundial, como os e-sports, os desportos radicais, especialmente o skate e o BMX freestyle, recebendo elogios generalizados dos membros do COI”, disse. Desta forma, cabe a Macau “criar oportunidades para os atletas em diferentes modalidades”. Falta de transparência Manuel Silvério diz ainda que “nos últimos anos parece que tem faltado a Macau um pouco de transparência e iniciativa no que ao desporto diz respeito”, estando as autoridades a seguir “uma direcção oposta à internacionalização e rejuvenescimento do desporto promovidos pelo COI e pelo país”. “Observamos como diversas novas modalidades desportivas têm brilhado nos eventos internacionais, e até algumas modalidades tradicionais tiveram de dar lugar aos novos desportos nos Jogos Olímpicos. Por outro lado, as autoridades desportivas parecem ter marginalizado algumas dessas novas modalidades, o que acabou por prejudicar o desenvolvimento desses desportos em Macau”, referiu. Para Manuel Silvério, “Macau já foi pioneira nos desportos, mas agora estagnou”, pois “os locais e as competições desapareceram”. “Parece que todo o trabalho que fizemos no passado nunca aconteceu, como se os esforços e o tempo investidos tivessem sido em vão, sem ninguém a dar continuidade”, frisou. Tendo em conta a realização dos Jogos Paralímpicos em Paris desde o dia 28 de Agosto, Manuel Silvério refere o agrado por ver “a Delegação de Macau nos Jogos Paralímpicos aparecer na cerimónia de abertura”, alertando para as dificuldades sentidas pela Associação dos Deficientes de Macau para formar e enviar atletas para competir. “Há muito pouca cobertura mediática sobre a sua situação. Um membro fundador da Associação dos Deficientes de Macau disse-me que, até agora, não sabem se o apoio financeiro para esta ida a Paris do Instituto do Desporto será aprovado na sua totalidade. Claro, ao vê-los ir ao Instituto do Desporto para se despedirem antes da viagem, podemos ficar aliviados, sabendo que eles ainda conseguiram participar. Mas, ao mesmo tempo, só enviaram uma atleta e um oficial. Em comparação com as delegações de outros tempos, a alegria para a comunidade desportiva de Macau é limitada”, rematou. Manuel Silvério deixa ainda uma questão sobre a ligação de Macau aos JO. “Se nem conseguimos candidatar-nos ao COI, como podemos falar em cidade internacional?”. O dirigente diz mesmo que Macau tem condições para competir por si. “Não estamos a dizer que os melhores atletas de Macau podem juntar-se à equipa nacional da China. Eu apoio a Lei Básica e acredito que isso não seria um exemplo positivo. Em várias competições internacionais, como os Jogos Asiáticos, os atletas de Macau competem em pé de igualdade com os atletas da China, Hong Kong e Taipei Chinês. Esta é uma vantagem de ‘Um País, Dois Sistemas’, permitindo que mais atletas talentosos da China brilhem no palco internacional”, adiantou.
Hoje Macau PolíticaHabitação | Ng Kuok Cheong critica Ho Iat Seng O ex-deputado António Ng Kuok Cheong fez um balanço da governação de Ho Iat Seng, que deixa o cargo de Chefe do Executivo no final do ano, e criticou as políticas de habitação, por considerar que foram o maior falhanço dos últimos cinco anos. Numa publicação nas redes sociais, Ng afirma ver como positivo o facto de terem sido recuperados vários terrenos concessionados que ficaram anos por construir. No entanto, criticou o Governo de Ho Iat Seng por ter promovido um novo sistema de habitação pública, que não está a funcionar como forma de ascensão social, ao contrário do que se pretendia. Segundo a visão do fundador da Associação Novo Macau, como o Governo de Ho alterou as regras da habitação económica, não permitindo que sejam vendidas no mercado privado com lucro, os compradores deixaram de almejar mudarem-se para uma casa maior e melhor, com o lucro da venda. Para o ex-deputado, esta realidade fez com que a habitação económica tenha deixado de ser encarada como atractiva, porque perdeu a função de “elevador social”. Todavia, as críticas de Ng Kuok Cheong são também fundamentadas no segmento de luxo. Na visão do ex-deputado, as casas no sector privado não desvalorizaram significativamente e vão continuar a ser inalcançáveis para grande parte da população.
João Santos Filipe Manchete PolíticaEnsino | Regressos da Grande Baía aumentam número de alunos O ano lectivo arrancou ontem com cerca de 89 mil estudantes e mais 30 turmas no ensino secundário face ao ano passado. O aumento das turmas foi justificado com a transição da geração do Dragão para este nível de ensino Apesar da redução da natalidade, o novo ano lectivo arrancou com cerca de 89 mil estudantes, um número considerado elevado pelas autoridades. O cenário foi traçado ontem por Kong Chi Meng, director da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), que reconheceu que um dos motivos que justifica o número elevado é o regresso de estudantes que frequentavam escolas da Grande Baía para frequentar instituições de Macau. Decorreu ontem a cerimónia de arranque do novo ano lectivo, e Kong Chi Meng, em declarações citadas pelo Jornal Ou Mun, comentou os factores que contribuíram para o elevado número de alunos inscritos, apesar da redução da taxa da natalidade ser uma das questões sociais mais presentes no discurso político. Segundo o líder da DSEDJ, um dos motivos que se destaca é o facto de os estudantes locais que viviam do outro lado da fronteira, e principalmente na Grande Baía, terem optado por regressar a Macau onde vão frequentar o ensino. O regresso dos estudantes para Macau não se limitou à Grande Baía, e também haverá alunos que regressaram do exterior. Neste contexto, o responsável salientou alguns problemas menores como, por exemplo, pelo menos 10 alunos que regressaram a Macau mas só começaram a procurar escola no final de Agosto. Kong garantiu que a situação vai ser resolvida nos próximos dias, com colocação dos regressados em diferentes instituições de ensino do território. Ajustes atempados Kong Chi Meng explicou o aumento de inscrições de alunos no ensino secundário também com a transição de alunos nascidos no último Ano do Dragão que entram agora neste nível de escolaridade. Os anos do Dragão tendem a registar picos de natalidade. Segundo as superstições relacionadas com o zodíaco chinês, as crianças que nascem no ano do Dragão tendem a ser bafejadas pela sorte. Como consequência, os anos do Dragão, que se repetem a cada 12 anos, costumam registar mais nascimentos. Como consequência da transição da geração do Dragão para o ensino secundário, o director da DSEDJ revelou que foi necessário abrir mais 30 turmas neste nível de ensino, que vão ter capacidade para acolher mais 1.200 alunos, em comparação com o ano passado. Kong Chi Meng afirmou também que o regresso às aulas no primeiro dia foi “um sucesso”, devido à coordenação com a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego. Segundo as estatísticas dos autocarros, entre as 06h e as 09h de ontem, contaram-se 2.800 frequências de autocarro, o que representou um aumento de 53 por cento em comparação com a semana anterior, e um aumento de 40 por cento face ao período homólogo. Ao mesmo tempo, os dados mostraram que o número total de passageiros ultrapassou 117 mil, uma redução de 9 por cento em termos anuais. Cerca de 14 mil destes passageiros usaram o cartão de estudante para pagar as tarifas dos autocarros.
Hoje Macau PolíticaZona A | Pedidas explicações sobre estrada que cedeu O deputado Ma Io Fong está preocupado com colapso das estradas do território, depois de parte de um troço na Zona A dos Novos Aterros ter cedido. O assunto é abordado pelo deputado da Associação das Mulheres, através de uma interpelação escrita, com o legislador a indicar esperar que sejam tomadas medidas para evitar a acumulação de águas nas estradas. “Segundo a informação oficial, o sistema de drenagem de chuvas da Zona A foi construído para fazer frente às chuvas mais intensas, o que significa que está equipado com várias bombas de extracção de água”, escreveu Ma. “No entanto, as opiniões sobre o sistema de drenagem indicam que durante as chuvas mais intensas a acumulação de água continua a ser intensa. Qual é a razão para esta situação?”, pergunta Ma Io Fong. “Que medidas vão ser tomadas para melhorar o estado das coisas?”, acrescentou. O deputado abordou também o colapso da estrada, e quer saber se o Governo vai adoptar acções de fiscalização nos vários estaleiros e junto dos edifícios que já foram erigidos na Zona A dos novos Aterros. “Será que as autoridades dispõem actualmente de instrumentos científicos suficientes, como o radar de penetração no solo, para efectuar inspecções científicas do solo próximo da zona do incidente e de outras superfícies rodoviárias?”, pergunta. O membro da Assembleia Legislativa questiona igualmente o Executivo sobre se o sistema de canos e as instalações pedestres na Zona A dos Novos Aterros têm capacidade para lidar com os problemas causados pela água e a erosão dos solos.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeJO | Campeã olímpica perseguida por fãs no Galaxy A atleta Quan Hongchan, que esteve em Macau no contexto da visita da comitiva olímpica chinesa, foi alvo de uma perseguição por parte de uma multidão de fãs enquanto passeava num hotel da Galaxy. A perseguição, registada em vídeo, foi tal que obrigou Quan Hongchan a esconder-se numa casa de banho A passagem da comitiva olímpica por Macau nos últimos dias registou alguns percalços, nomeadamente uma perseguição de fãs à atleta Quan Hongchan, que conquistou duas medalhas de ouro na modalidade de mergulho nos Jogos Olímpicos (JO) de Paris. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra como a atleta, com apenas 17 anos, passeava com um chapéu e máscara num hotel da Galaxy, e depois é perseguida por uma multidão de fãs com telemóveis em punho. As imagens mostram que a atleta fugiu e escondeu-se numa casa-de-banho, enquanto os fãs se amontoavam cá fora e tentavam entrar. “Ela (Quan Hongchan) está a chorar na casa de banho, em choque. Cheguem-se para trás, a atleta prometeu tirar fotografias com vocês. No entanto, devem fazer fila… Se continuarem assim não vai haver sessão de fotografias”, disse um dos seguranças aos fãs junto à porta da casa-de-banho. Os seguranças acabaram por escoltar a atleta para o quarto de hotel onde está hospedada. Bilhetes mais controlados Entretanto, o Instituto do Desporto (ID), na figura de Luís Gomes, presidente substituto, garante estar a estudar medidas para controlar a especulação na compra de bilhetes para eventos desportivos, a fim de controlar os preços no mercado negro e problemas com a identificação dos participantes na entrada dos recintos. A questão surgiu no contexto da visita da comitiva olímpica chinesa a Macau, tendo Luís Gomes referido ao jornal Ou Mun que o Governo deseja que as actividades desportivas possam beneficiar residentes de diferentes classes sociais e idades. O último caso de especulação de bilhetes aconteceu este domingo, quando os bilhetes já estavam à venda nas redes sociais a 1500 patacas cada. O presidente substituto do ID disse que o sorteio dos bilhetes já incluía o registo de dados pessoais dos titulares dos ingressos. Luís Gomes disse ainda que a visita dos atletas olímpicos a Macau pode ajudar a reforçar o sentido de orgulho nacional da população local, tendo relembrado que Macau sempre registou grandes apoios de Pequim depois de 1999. Neste sentido, destacou Luís Gomes, Pequim enviou sempre delegações de atletas para visitas a Macau depois da participação em edições dos Jogos Olímpicos (JO), a fim de apoiar o desporto de Macau e para que a população possa conhecer mais de perto os atletas. O responsável adiantou que o Governo de Macau presta muita atenção aos Jogos Nacionais, prometendo criar em breve uma comissão organizadora dos Jogos, que decorrem em Macau, Hong Kong e Guangdong no próximo ano. JO | Delegação visita espaços comunitários A delegação dos atletas olímpicos chineses realizou ontem de manhã visitas a vários centros comunitários a partir das 10h, nomeadamente o Centro de Serviços do Lago da Taipa da Federação das Associações dos Operários, o Centro de Apoio à Família “Alegria em Abundância” da Associação Geral das Mulheres de Macau, e o Complexo de Apoio à Família e de Serviço Comunitário de Seac Pai Van da União Geral das Associações dos Moradores de Macau. Segundo uma nota oficial, os atletas “ficaram a conhecer as instalações das diferentes instituições, tendo trocado ideias e conversado com os cidadãos”. Houve ainda jogos de ténis de mesa e outras actividades, com sessões de fotografia entre jovens, idosos e atletas. Por sua vez, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, participou num almoço de despedida da delegação, tendo referido que estes, ao participarem nos Jogos Olímpicos de Paris, “mostraram ao mundo o espírito de luta, aperfeiçoamento, unidade e cooperação da nova geração da China”. A governante defendeu que a visita “demonstra a importância que o país dá a Macau, permitindo que todos os sectores da sociedade, especialmente a nova geração, sintam, em proximidade, a glória arduamente conquistada da nação chinesa”. A comitiva esteve três dias em Macau, tendo regressado ontem ao Interior da China através do Aeroporto Internacional de Macau e do Posto Fronteiriço da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. Um dos momentos altos da visita foi a realização do sarau “O nosso orgulho! – Encontro com a Delegação de Atletas Olímpicos Nacionais em Macau”, que contou com cerca de 5800 espectadores.
João Luz SociedadeReceitas do jogo de Agosto subiram a ritmo acima do esperado Depois de dois meses de habitual sazonalidade, as receitas da indústria do jogo, e o seu ritmo de crescimento, durante Agosto superaram as expectativas dos analistas, atingindo a segunda melhor performance mensal deste ano, depois de em Maio as receitas brutas terem chegado quase a 20,2 mil milhões de patacas. As receitas do jogo subiram 14,8 por cento no mês passado, em comparação com o mesmo mês de 2023. Os casinos arrecadaram cerca de 19,8 mil milhões de patacas em Agosto, de acordo com dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Em termos mensais, o crescimento foi de 6,2 por cento. A JP Morgan Securities reagiu no domingo aos dados revelados pela DICJ acrescentando que o sector teve receitas brutas diárias de 637 milhões de patacas, “o segundo melhor registo em 55 meses e uma recuperação de 81,4 por cento em relação ao período pré-pandémico, e a taxa de recuperação mais elevada desde o surgimento da covid-19”. Os analistas concedem que os resultados de Agosto foram ligeiramente superiores ao consenso dos especialistas. Mas, “talvez ainda mais importante, foi a dinâmica de crescimento mensal acima da história sazonalidade, que tem sido entre 2 e 3 por cento, ultrapassando os 6 por cento, depois de dois meses abaixo dos registos habituais”, referem os analistas da JP Morgan, citados pelo GGRAsia O que nos espera Já a Seaport Research Partners realçou os “números fortes” da entrada de visitantes no território e as “receitas consistentes durante o mês inteiro, que teve cinco fins-de-semana”. Além disso, o analista Vitaly Umansky destaca que Agosto foi o mês mais forte em termos de receitas fora das férias da Semana Dourada. Porém, Setembro costuma colocar água na fervura, antes dos feriados de Outubro. Como tal, a Seaport Research Partners prevê um declínio mensal de cerca de 10 por cento em Setembro, para 17,78 mil milhões de patacas. “Normalmente, Setembro é o mês mais fraco do ano, ou o segundo mais fraco, a par de Junho”, apontou Vitaly Umansky. A JP Morgan também entende que o mês corrente não deverá “deslumbrar ninguém”, uma vez que é o “mês entre as férias do Verão e a Semana Dourada de Outubro”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeDeutsche Bank | Sands China com a maior fatia das receitas O banco de investimento fez uma revisão em alta das estimativas anuais das receitas brutas de jogo, depois dos dados de Agosto, com um aumento de 3 mil milhões de patacas Em Julho, a concessionária Sands China dominou o mercado do jogo com uma fatia de 22,5 por cento do total das receitas, que no total atingiram 18,6 mil milhões de patacas. Os dados fazem parte das previsões mais recentes do banco de investimento Deutsche Bank sobre a principal indústria do território. A concessionária norte-americana manteve a liderança do mercado no primeiro mês do terceiro trimestre, depois de ao longo do segundo trimestre ter alcançado uma quota de mercado de 23,6 por cento. No entanto, entre Julho e o segundo trimestre a operadora apresentou uma ligeira perda. No pólo oposto, a Galaxy fez crescer em Julho a sua quota de mercado. A proprietária do hotel e casino com o mesmo nome tinha registado uma fatia do mercado de 19,2 por cento, no segundo trimestre. Todavia, Julho apresentou uma recuperação para os 19,5 por cento. No lugar mais baixo do pódio está a MGM, embora também tenha visto a fatia de mercado ficar mais reduzida. Após ter conseguido uma quota de mercado de 16,3 por cento no segundo trimestre, em Julho não foi além dos 15,5 por cento. A segunda metade da tabela das receitas de jogo em Julho teve na liderança a concessionária Melco, ligada ao empresário Lawrence Ho, que alcançou uma fatia de mercado de 14,5 por cento. No entanto, em comparação com o segundo trimestre a quota do mercado registou uma quebra de 0,4 pontos percentuais. Segundo a Deutsche Bank, a Wynn e SJM obtiveram a proporção do mercado mais reduzida em Julho, ambas com uma fatia de 14 por cento. Apesar do último lugar, tanto a Wynn como a SJM têm motivos para ficar mais satisfeitas, dado que a proporção das receitas registou um crescimento em comparação com o segundo trimestre. No caso da Wynn, o crescimento foi de 0,8 pontos percentuais, enquanto na concessionária local o crescimento foi de 1,2 pontos percentuais. Estimativas de 18 mil milhões O relatório do Deutsche Bank foi emitido após ter sido divulgado o valor das receitas brutas de jogo de Agosto, que atingiram 19,8 mil milhões de patacas, de acordo com os dados os oficiais. Em relação a Setembro, o documento assinado pelo analista Carlo Santarelli prevê que as receitas devem rondar os 18,0 mil milhões de patacas, um nível de 18,8 por cento abaixo dos valores de Setembro de 2019, antes da pandemia. Com mais dados disponíveis, o banco de investimento também fez uma revisão em alta das receitas para todo o ano de 2024. Segundo os dados do Deutsche Bank, as receitas brutas anuais deverão atingir 230,1 mil milhões de patacas, um aumento de 3 mil milhões de patacas face às estimativas de Julho, que rondavam 227,4 mil milhões de patacas.
Hoje Macau SociedadeAMCM | Residentes com mais dinheiro depositado Os depósitos de residentes cresceram 1,8 por cento em Julho, em comparação com o mês anterior, tendo atingido 743,3 mil milhões de patacas. Os números foram divulgados ontem pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM), com a publicação das estatísticas monetárias e financeiras do sétimo mês do ano. Em comparação com o período homólogo, o aumento dos depósitos foi mais notado, na ordem dos 5,4 por cento, o que significa que os residentes têm cada vez mais dinheiro guardado nos bancos. Ao mesmo tempo, os depósitos dos não-residentes registaram uma quebra de 1,5 por cento, face a Junho, caindo para 338,6 mil milhões de patacas. Quando se tem em conta o período homólogo do ano anterior, os depósitos dos não-residentes cresceram 13,9 por cento. Em termos dos depósitos do sector público, registou-se uma redução de 4,8 por cento para 193,6 mil milhões de patacas. Como consequências das alterações entre Junho e Julho, o total dos depósitos apresentou uma redução de 0,2 por cento, quando comparado com o mês anterior, cifrando-se em 1.275,4 mil milhões de patacas. Entre este número, a proporção de depósitos em patacas era de 19,8 por cento, com o dólar de Hong Kong a ser a moeda mais utilizada, numa proporção de 43,2 por cento. Além disso, 26,7 por cento dos depósitos contava-se em dólares americanos e 8,7 por cento em renminbis.
João Luz Manchete SociedadeSMG | Sinal de tempestade será emitido. Trovoadas começam amanhã A tempestade Yagi, que estava ontem a aproximar-se de Luzon nas Filipinas, vão estar amanhã a cerca de 800 quilómetros de Macau, trazendo elevadas temperaturas e trovoadas. A tempestade irá mover-se em direcção ao Sul da China ao longo da semana e deverá passar a sul, a cerca de 300 quilómetros, a sul de Macau Entre a noite de hoje e a manhã de quarta-feira, o ciclone tropical Yagi deverá estar a cerca 800 quilómetros de Macau, indicaram ontem os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), acrescentando a possibilidade de emitir o sinal nº 1 de tempestade tropical. As autoridades afirmaram ontem que, de acordo com as previsões actuais, a tempestade irá mover-se em direcção à costa do Sul da China ao longo da semana. Os efeitos vão começar a sentir-se a partir de amanhã, com temperaturas elevadas, aguaceiros e trovoada. “De acordo com as últimas imagens de satélite, uma vez que as nuvens relacionadas com o “Yagi” ainda estão relativamente soltas e próximas da ilha de Luzon, nas Filipinas, desenvolver-se-ão mais lentamente devido à sua topografia, entrando depois no Mar do Sul da China”, declararam ontem os SMG. Para já, a trajectória mais provável aponta para a direcção ocidental, algures na costa de Guangdong e a ilha de Hainão, com o Yagi a aumentar gradualmente de intensidade, podendo atingir o nível de tufão forte e a poder passar a cerca de 300 quilómetros da RAEM. Apesar da previsão, os SMG salientam o elevado grau de imprevisibilidade em relação à evolução da trajectória e intensidade da tempestade. O Observatório de Hong Kong vai emitir hoje o sinal nº 1 de tempestade. Berço dos ventos Ontem, por volta das 11h, o Yagi estava a 115 quilómetros a nordeste de Infanta, Quezon, e a 85 quilómetros a sudeste da Baler, Aurora. À altura, a Administração de Serviços Atmosféricos, Geofísicos e Astronómicos das Filipinas (PAGASA) revelou que a velocidade máxima dos ventos atingia 75 quilómetros por hora, enquanto as rajadas perto do centro da tempestade chegavam a 90 quilómetros por hora. As autoridades das filipinas acrescentaram ainda que após a passagem da tempestade tropical pelo arquipélago, a previsão aponta para a intensificação para tufão durante o dia de amanhã. “Prevê-se que o Yagi mantenha a categoria de tempestade tropical até terça-feira (hoje) durante a travessia do norte de Luzon, e que apresente maior intensificação a partir de quarta-feira (amanhã), atingindo a categoria de tempestade tropical severa na quarta-feira e a categoria de tufão na sexta-feira”, afirmou ontem a PAGASA.
Hoje Macau China / ÁsiaFerrovia | Temporada de Verão termina com recorde de viagens A temporada de viagens de Verão de 62 dias da China foi concluída, com as ferrovias a contabilizarem um recorde de 887 milhões de viagens de passageiros entre 1 de Julho e 31 de Agosto – um aumento de 6,7 por cento ano a ano – segundo indicou a China State Railway Group Co., Ltd. (China Railway) no domingo. Durante este período, o número médio diário de viagens de passageiros transportados pelos caminhos-de-ferro do país foi de 14,31 milhões, de acordo com a empresa, indica o Diário do Povo. Entretanto, mais de 14,32 milhões de passagens de estudantes foram vendidas durante a temporada de viagens de Verão, de acordo com a China Railway. Um total de 670 milhões de toneladas de mercadorias foram também transportadas pelos caminhos-de-ferro, incluindo 250 milhões de toneladas de carvão térmico durante este período, segundo a empresa. Para garantir viagens seguras e organizadas e operações estáveis, a empresa preparou um plano de transporte, aumentou a capacidade e implementou medidas favoráveis aos passageiros com bastante antecedência, acrescenta a publicação estatal. A azáfama das viagens de Verão costuma ser uma temporada movimentada para o sistema ferroviário do país, pois os estudantes universitários retornam a casa para as férias de Verão. As visitas familiares e as viagens turísticas também aumentam durante este período.
Hoje Macau China / ÁsiaPALOP | Trocas comerciais com China sobem 22% até Junho O volume das trocas comerciais entre a China e os países africanos de língua oficial portuguesa nos primeiros seis meses do ano reflectem o fortalecimento das relações entre o gigante asiático e o continente africano As trocas comerciais entre a China e os países africanos lusófonos subiram, em média, 22 por cento no primeiro semestre deste ano, para 13,7 mil milhões de dólares, segundo dados da alfândega chinesa. O volume de 13,7 mil milhões de dólares em trocas comerciais é liderado por Angola, o maior parceiro económico da China no continente, muito por efeito da venda de petróleo angolano ao gigante asiático, que valeu a quase totalidade das exportações de Angola para a China, num total de 10,6 mil milhões de dólares. Já as exportações da China para Angola valeram apenas 1,5 mil milhões de dólares. Em segundo lugar entre os maiores parceiros chineses nos lusófonos africanos está Moçambique, que vendeu 721 milhões de dólares em bens e serviços, e comprou o equivalente a 1,6 mil milhões de dólares. Na comparação entre o primeiro semestre deste ano e o período homólogo do ano passado, constata-se, segundo os dados das autoridades chinesas, uma subida de 22 por cento nas trocas comerciais, tendo havido, ainda assim, uma quebra de 12,8 por cento e 6 por cento nos casos da Guiné Equatorial e de Moçambique, respectivamente. O aumento das trocas comerciais dos países lusófonos com o ‘gigante asiático’ reflecte um objectivo da China de aumentar não só o relacionamento comercial com África, mas principalmente o volume de importações, para contrapor à crítica de desequilíbrio na balança comercial a favor da China. Em 2021, no mais recente Fórum sobre a Cooperação China-África (FOCAC), a China prometeu aumentar as importações de produtos africanos para 300 mil milhões de dólares até 2024, acima dos 275 mil milhões de dólares exportados nos três anos anteriores, ou seja, entre 2019 e 2021. “Não sendo uma meta demasiado ambiciosa, foi importante, primeiro porque foi a primeira meta de importações africanas, e depois porque foi o primeiro objetivo de importações africanas estipulado por qualquer parceiro de desenvolvimento”, escreveu a analista Rosie Wigmore, da consultora Development Reimagined, num dossier especial feito em conjunto com a revista African Business. No artigo, a propósito de mais um FOCAC, que vai decorre esta semana em Pequim, a analista diz que faltam apenas 14 mil milhões de dólares para a meta ser atingida. Destaca, contudo, que apesar de ter havido um aumento das exportações africanas para a China, as compras dos africanos cresceram mais depressa, agravando o défice da balança comercial. “A boa notícia é que a meta deve ser cumprida, mas a má notícia é que desde 2022 o défice comercial na verdade agravou-se, de 39 mil milhões de dólares em 2021 para 63 mil milhões de dólares em 2023”, escreve Rosie Wigmore. No ano passado, acrescenta, 83 por cento do volume das exportações para a China foram feitas por apenas oito países, todos eles ricos em recursos naturais. Entre as medidas que os líderes africanos e chineses podem aprovar esta semana em Pequim, a analista sugere mecanismos para financiar os bancos africanos, diminuir as taxas alfandegárias e aproveitar as potencialidades do acordo de livre comércio continental em África.
Andreia Sofia Silva EventosCinemateca Paixão | Três filmes com géneros distintos para ver em Setembro Terror, comédia e drama. Três ingredientes disponíveis nos filmes incluídos na selecção “Amuletos de Setembro”, para ver nos próximos dias na Cinemateca Paixão. Destaque para “Black Dog”, filme chinês que obteve grande destaque na última edição do Festival de Cinema de Cannes Arranca hoje a habitual secção de filmes intitulada “Amuletos de…” e neste caso são os “Amuletos de Setembro” que trazem, para já, três películas para ver em várias sessões. A primeira exibição do filme de terror “Long Legs”, do realizador Oz Perkins, conhecido actor, tem lugar já amanhã. Com exibições repetidas este sábado e dia 12, na próxima semana, “Long Legs”, “Coleccionador de Almas” na versão portuguesa, é considerado “o filme de terror mais arrepiante do ano”, contando no elenco com o famoso actor Nicolas Cage. Nesta história, uma agente do FBI, interpretada por Maika Monroe, persegue um assassino em série. No percurso acaba por descobrir uma série de pistas ocultas que a levam a desvendar uma onda de assassinatos que deixaram marcas terríveis. O filme tem sido um enorme sucesso, com mais de 20 milhões de dólares nas bilheteiras no fim-de-semana de estreia nos Estados Unidos. Superou mesmo, em receitas de bilheteira, o filme “Hereditário”, tornando-se no filme de terror com maiores receitas de bilheteira da última década. Do terror passamos para a comédia com “Problemista”, exibido esta quarta-feira a partir das 19h30, e com repetição na próxima terça-feira, dia 10 de Setembro, no mesmo horário. Com realização de Julio Torres, escritor do programa “Saturday Night Live” e com a conhecida actriz Tilda Swinton no grande ecrã, o filme não é mais do que uma “comédia distópica de imigrantes americanos”. Na tela, revela-se a história de Alejandro, um “menino da mamã” e designer de brinquedos natural de El Salvador, que viaja para Nova Iorque para realizar o seu “sonho americano”, à semelhança de tantos imigrantes. Porém, perante a possibilidade de ter de deixar os EUA com o fim do visto de trabalho, recorre à mulher de um artista peculiar para ser a sua fiadora. Ao lidar com as exigências estranhas do seu patrão, Alejandro embarca numa aventura surrealista pela cidade de Nova Iorque. História da China O cartaz deste mês completa-se com a exibição de “Black Dog”, exibido pela primeira vez esta quinta-feira e com repetições no domingo, quarta-feira dia 11, sexta-feira 13 e depois no sábado dia 21 de Setembro. Trata-se de um filme que fez furor na edição deste ano do Festival de Cinema de Cannes, obtendo o prémio “Palma de Ouro do Júri” e ganhando na secção “Un Certain Regard” para melhor filme. Em 2008, a personagem principal, Erlang, acaba de sair da prisão e regressa à sua cidade natal, que está repleta de cães vadios. Ao juntar-se a uma equipa de resgate de animais, acaba por adoptar um cão preto, formando-se então laços emocionais fortes entre os dois. Este mês podem ainda ser revistos películas em exibição, nomeadamente “Do Not Expect Too Much From the End of The World”, que repete esta sexta-feira; “Millenium Mambo”, com repetição no sábado; e ainda “Un Actor Malo”, com nova exibição este domingo.
David Chan Macau Visto de Hong Kong VozesInício do semestre “Bom dia classe, podem sentar-se. Hoje é a cerimónia de abertura deste semestre. Imaginem como vão estar elegantes quando daqui a uns anos se vestirem a rigor no dia da vossa formatura. Primeiro têm de pagar as imprescindíveis propinas e depois espera-vos um ano de trabalho árduo. O dia de amanhã trará sempre um novo semestre. ” A melodia “Opening Ceremony” (Cerimónia de Abertura) da cantora de Hong Kong Hacken Lee, pode sempre despertar em inúmeros alunos o entusiasmo e a ânsia de aprender. A sociedade, os professores e os pais também continuam a encorajar os jovens para estudarem com aplicação. Mas o que é que isso significa? Qual é o objectivo de estudar aplicadamente? Se andarmos para trás na História, um pequeno episódio que teve como protagonista Euclides, o matemático grego e o pai da geometria, talvez nos possa servir de inspiração. Um estudante perguntou-lhe que benefícios lhe poderia trazer a aprendizagem da geometria. Em resposta Euclides limitou-se a pedir ao criado que lhe desse algumas moedas e mandou-o embora. Mais tarde, Euclides explicou que “a aprendizagem não traz benefícios monetários.” Este episódio fez com que as declarações do matemático ficassem famosas e popularizou a geometria na Grécia. O imperador veio pedir-lhe conselhos. Confrontado com o pedido do imperador para encontrar o caminho mais curto para aprender, Euclides sorriu e disse: “Aprender matemática é como aprender qualquer outra ciência. Não existem atalhos. Para aprender matemática, todos têm de pensar de forma independente.” As palavras de Euclides revelam de forma profunda a verdade sobre a aprendizagem, “Quer se trate de matemática ou de qualquer outra matéria, os alunos têm de estudar constante e aplicadamente. Não existem atalhos.” Talvez possam perguntar, porque é que temos de nos esforçar para estudar? Não vamos obter benefícios monetários. Talvez possamos ver esta questão a partir de um outro ângulo, o que vai acontecer se não nos esforçarmos? Basta pensar nisto. Os médicos não podem de repente olhar para os livros e diagnosticar uma doença numa consulta. Os advogados não podem verificar as disposições legais à pressa quando estão a defender alguém em tribunal. Estes exemplos salientam como o conhecimento é indispensável na vida diária. Os profissionais que irão beneficiar futuramente a sociedade são os estudantes que hoje estudam afincadamente para poderem aprender. No entanto, será a aprendizagem escolar uma mera acumulação de conhecimentos? A resposta é, não. Euclides também salientou a importância do pensamento independente e do pensamento lógico. A geometria está interligada com a lógica e cada progressão resulta de uma dedução lógica. A geometria não se limita a desvendar os mistérios dos planos e dos triângulos, mas também cultiva as capacidades do nosso pensamento lógico. Capacidades semelhantes são também desenvolvidas com o estudo de outras matérias. Enquanto aprendem as várias disciplinas, os estudantes devem procurar entender as capacidades que cada uma delas os vai ajudar a exercitar. Estas capacidades, quais asas invisíveis, acompanham-nos e ajudam-nos a voar ao longo das nossas vidas. Se pudermos combinar diferentes capacidades, possuiremos um valor inestimável que conseguiremos usar para sempre. Na vida diária, a importância do pensamento lógico é evidente, mas nem sempre podemos depender da lógica. Tomando o direito como exemplo, um simples pensamento lógico pode tornar-se ineficaz porque não tem em conta factores chave como a intenção e a motivação. Por exemplo, porque as impressões digitais de alguém estão na arma do crime, essa pessoa é acusada de ser o assassino. Esta dedução lógica tem lacunas. Porque a arma tem as impressões digitais do suspeito, apenas podemos inferir que ele a segurou, mas não significa que tenha sido o assassino. Existem ainda mais questões que têm de ser clarificadas. Qual o motivo do assassínio? A vítima foi morta pela arma que o suspeito segurou, etc.? Apenas compreendendo totalmente os detalhes do caso e expandindo o raciocínio podemos revelar os mistérios e descobrir a verdade. É precisamente esta sabedoria que o direito nos dá – como manter uma mente lúcida e fazer julgamentos correctos em situações complexas. A honestidade é também uma parte integrante do processo de aprendizagem. Nos inquéritos policiais, as declarações falsas levantam frequentemente mais suspeitas e por regra afectam a decisão do juiz – afinal de contas, ninguém acredita num mentiroso. Da mesma forma, copiar nos exames, embora possa permitir que o burlão tenha temporariamente bons resultados, vai afectar o seu caracter e a sua reputação, e também coloca uma bomba prestes a explodir na sua carreira futura. Não podemos deixar de mencionar que um médico que copiou nos exames não vai conseguir curar os pacientes. Os advogados que copiam nos exames dificilmente terão capacidades analíticas. Como é que os clientes os podem contratar para litigar? Não é vergonhoso ter más notas nos exames. Desde que o aluno se aplique e volte a tentar, pode fazer progressos. Copiar é sinónimo de mau carácter e significa que se está disposto a fazer qualquer coisa para atingir os objectivos. Se se fizer isto na escola, o que é que vai acontecer depois da formatura? Este tipo de comportamento egoísta trará consequências negativas para os demais e deve ser evitado. Por conseguinte, “o objectivo do estudo não é obter notas altas.” Esta frase não é apenas um slogan, mas indica-nos qual deve ser a atitude correcta de quem está a aprender e quais devem ser as suas metas. O propósito do estudo não é apenas a aquisição de conhecimentos, mas também a obtenção de capacidades que as matérias estudadas nos dão e saber aplicá-las na vida diária, para que a aprendizagem possa ter sido significativa. Se tiverem bom carácter, os estudantes de hoje podem naturalmente vir a brilhar na sociedade de amanhã. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado da Escola de Ciências de Gestão da Universidade Politécnica de Macau Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Docentes estrangeiros regressam a universidade norte-coreana Professores estrangeiros da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang (PUST) regressaram à Coreia do Norte, quatro anos depois de terem sido obrigados a sair devido à política anti-pandemia, disse ontem o Governo sul-coreano. Pyonyang aprovou, no final de Agosto, vistos de entrada para alguns dos professores estrangeiros que trabalharam para a instituição de ensino, a única semiprivada na Coreia do Norte, antes do encerramento do país em 2020, indicou o secretário-geral do conselho consultivo para a Unificação Pacífica, Thae Yong-ho, à agência de notícias sul-coreana Yonhap. A permissão mostra que o regime está disposto a garantir “a segurança” dos académicos, disse Thae, antigo diplomata norte-coreano que desertou para o Sul em 2016 e citou fontes em Genebra, onde a Coreia do Norte tem uma das principais embaixadas na Europa. “De momento é difícil confirmar esta informação”, respondeu um porta-voz do Ministério da Unificação da Coreia do Sul à agência de notícias espanhola EFE. Desde que a Coreia do Norte começou a reabrir parcialmente as fronteiras, em Agosto do ano passado, já aprovou a entrada de alguns estrangeiros, como diplomatas de países próximos, como China e Cuba, e permitiu a entrada de grupos de turistas de nacionalidade russa. A confirmar-se, a entrada dos académicos marca a primeira vez, desde o início da pandemia, que a Coreia do Norte concede acesso a pessoas de países não alinhados com o regime do líder, Kim Jong-un. Todo o corpo docente estrangeiro da PUST, constituído por europeus e norte-americanos, foi obrigado a abandonar a Coreia do Norte quando o Governo encerrou as fronteiras em 2020. Desde então, as aulas, leccionadas em inglês, têm sido ministradas ‘online’. A PUST funciona nos arredores da capital norte-coreana desde 2010 e é o resultado de um acordo entre instituições norte-coreanas e uma organização evangélica coreano-americana.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Tempestade Yagi faz dois mortos em Luzon Pelo menos duas pessoas morreram e 10 ficaram feridas quando uma tempestade tropical atingiu a ilha de Luzon, no norte das Filipinas, forçando a emissão de alertas de inundação em Manila, declararam ontem as autoridades. A tempestade Yagi, baptizada de Enteng nas Filipinas, trouxe chuvas torrenciais para o norte do país e tem ventos sustentados de 75 quilómetros por hora e rajadas máximas de até 90 quilómetros por hora, disse o gabinete meteorológico. Prevêem-se inundações e aluimentos de terras, de acordo com um comunicado da mesma agência. O Conselho Nacional para a Redução e Gestão do Risco de Catástrofes filipino registou duas mortes e dez feridos na primeira avaliação. A tempestade levou também ao cancelamento de dezenas de voos domésticos devido às condições meteorológicas adversas, indicou a autoridade aeroportuária de Manila. As autoridades da capital suspenderam todas as aulas na área metropolitana, onde se receia que a tempestade provoque inundações. As Filipinas registam cerca de 20 tufões e tempestades tropicais por ano, especialmente durante a estação das chuvas, que normalmente começa em Junho e termina em Novembro ou Dezembro.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael | Vinte e cinco detidos em manifestação sob custódia policial Vinte e cinco manifestantes que participaram, no domingo à noite, em Telavive, num protesto pelo cessar-fogo em Gaza, para permitir o retorno dos reféns no enclave, estão sob custódia policial, informou ontem o jornal israelita Haaretz. Alguns continuam a ser interrogados, avançou o diário. A polícia israelita deteve na noite de domingo 29 pessoas durante a grande manifestação em Telavive, declarou a polícia num relatório. “A polícia deteve 29 suspeitos por conduta desordeira, agressão a agentes e vandalismo brutal na autoestrada Ayalon e no local do protesto na passagem de Azrieli”, disseram as autoridades. O Haaretz citou um grupo de manifestantes médicos que afirmaram que a carga policial deixou várias pessoas feridas, incluindo um manifestante com golpes no peito e na cabeça, um jovem atingido por uma granada de atordoamento, um manifestante que caiu de um lugar alto e partiu as duas pernas e uma idosa com ferimentos no rosto. De acordo com a polícia, os tumultos começaram no final da manifestação, quando “centenas de manifestantes abandonaram a zona autorizada e marcharam em direção à autoestrada Ayalon com a intenção de perturbar o trânsito e a ordem pública”. No domingo à noite, centenas de manifestantes marcharam ao longo da autoestrada, sempre seguidos por um cordão policial e polícias a cavalo. O grupo era constituído maioritariamente por jovens manifestantes, cuja presença no protesto geral foi considerada por outros participantes como um sinal positivo, uma vez que as habituais manifestações de sábado em Telavive reúnem um público mais adulto. Nos momentos finais do protesto na autoestrada, a polícia e os militares agarraram e atiraram por diversas vezes ao chão manifestantes violentos, de acordo com a agência de notícias espanhola EFE, presente no local. No total, de acordo com estimativas do jornal Haaretz, cerca de 300 mil pessoas manifestaram-se no domingo em Telavive, num dos maiores protestos de sempre para exigir ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, um cessar-fogo na Faixa de Gaza. As forças armadas israelitas anunciaram, no domingo, que recuperaram em Gaza os corpos de seis das mais de 250 pessoas raptadas nos ataques do movimento islamita palestiniano Hamas em Israel, a 07 de Outubro de 2023, que desencadearam a guerra em curso e mataram cerca de 1.200 pessoas.
Hoje Macau Grande Plano MancheteChina-África | Fórum de cooperação decorre esta semana em Pequim Arrancou ontem o 9º Fórum de Cooperação China-África, em Pequim, com a promessa de reforço das ligações comerciais e investimento. Analistas dizem que a China irá manter predominância política no continente africano, mas Pequim rejeita a ideia de “neocolonialismo” Decorre esta semana, em Pequim, o Fórum China-África (FOCAC, na sigla em inglês), a nona edição de uma iniciativa que se realiza a cada três anos desde Outubro de 2000. Analistas ouvidos pela agência Lusa acreditam que o FOCAC deste ano será marcado pelo reforço do “alinhamento político” entre Pequim e o continente africano e por uma “maior clareza em relação à iniciativa chinesa de segurança global”. O Fórum propriamente dito decorre entre amanhã e sexta-feira, mas algumas reuniões decorreram ontem. No total, estarão em Pequim 54 representantes africanos, incluindo numerosos chefes de Estado e de Governo, assim como largas centenas de ministros sectoriais. “Todas as embaixadas em Pequim estão completamente ocupadas com o Fórum, todos os governos africanos estão ocupados. Há mais presidentes africanos a participar no FOCAC do que na Assembleia Geral da ONU, que é a maior cimeira do mundo. O FOCAC é o ponto mais importante do calendário diplomático de África”, sublinha Paul Nantulya, investigador do Africa Center for Strategic Studies (ACSS), especialista nas relações África-China. Apesar das numerosas representações de alto nível e do “reforço do prestígio” deste FOCAC em relação ao anterior, Jana de Kluiver, investigadora do Institute for Strategic Studies (ISS), em Pretória, prevê que esta primeira cimeira pós-covid não será marcada pelo aumento da “dimensão do investimentos” anunciados. Em primeiro lugar, refere, porque a China “está consciente do problema da dívida em África e da forma como a situação se apresenta a nível internacional”, e depois, porque se espera este ano mais envolvimento do sector privado, o que “coloca uma maior ênfase na rentabilidade dos projectos, o que implica projectos mais pequenos, com um retorno mais rápido”. Em contrapartida, Kluiver acredita que se irá assistir ao anúncio do investimento em projectos de energias renováveis e no aumento de projectos relacionados com o “Crescimento Verde”, assim mais investimento tecnológico, em alinhamento com os objectivos internos da China. É também apontada a importância que deverão assumir as três grandes iniciativas anunciadas pelo Presidente chinês, Xi Jinping, depois do último FOCAC de 2021, tal como a Iniciativa de Segurança Global (ISG), Iniciativa de Desenvolvimento Global (IDG) e Iniciativa de Civilização Global (ICG). “Um elemento importante que sairá deste FOCAC é o alinhamento político”, sublinha Nantulya. “A China está a procurar um alinhamento político mais forte com os países africanos, como parte da sua estratégia para o Sul Global, que vê como uma espécie de contrapeso ao que chama o sistema internacional dominado pelo Ocidente”, acrescenta o investigador. “Penso que teremos uma maior clareza sobre a nova ISG e a IDG, em particular. Este FOCAC será marcado pelo elemento da segurança, e na forma como Pequim tenta remodelar a ordem internacional” através destas iniciativas, afirmou Jana de Kluiver. Reforma precisa-se Nantulya sublinha que os países africanos têm reclamado uma reforma do sistema multilateral, que inclua uma representação permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, mas a China “não tem sido muito clara na sua posição” sobre este tema. A estas exigências, a China tem respondido com a promessa de ajudar a “ampliar a sua influência e os seus interesses a nível internacional, por exemplo, defendendo os pedidos de mais financiamento para o desenvolvimento”, acrescenta o investigador. “A China está a criar muitas organizações internacionais, muitas das quais são paralelas a organizações internacionais existentes, como o Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas, de que muitos países africanos são membros, ou o novo Banco de Desenvolvimento, que funciona no âmbito dos BRICS, e outras organizações de que os países africanos fazem parte”, ilustrou ainda. Falta posição comum Finalmente, ambos os analistas apontam falha importante que representa a falta, mais uma vez, de uma estratégia comum dos países africanos para negociações com um gigante como a China. “África não tem uma posição comum em relação à China, nem em relação a qualquer actor externo. Há certas orientações continentais que seriam altamente positivas, se os países e os seus compromissos bilaterais com a China pudessem ter em mente o quadro mais vasto do desenvolvimento do continente”, diz Kluiver. “Mas não existe uma agenda definida ou uma abordagem comum, o que prejudica os países africanos, em termos do seu poder de negociação”, acrescentou. A China dispõe de muitos recursos, especificamente em termos de desenvolvimento da conectividade, tecnologias de informação e comunicação, recursos humanos, bem como de financiamento de projectos, mas, para que pudesse realmente ser aproveitado, seria preciso que os países africanos alcançassem um “nível de coordenação” mínimo, que lhes permitisse, por exemplo, articular de forma eficaz grandes projetos como o Acordo de Comércio Livre Continental Africano e a iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”, sublinha a analista sul-africana. É fundamental, sublinha Kluiver, que “exista um nível de concordância” entre os países africanos, que “garanta que estes grandes projetos estão alinhados, porque é importante desenvolver projetos de infraestruturas regionais que, em última análise, promovam o comércio intra-africano e não se limitem a reforçar as cadeias de valor e as ligações com, por exemplo, a China ou qualquer potência externa”. Predominância continental Também à Lusa o director de pesquisa da consultora Oxford Economics Africa considera que a China vai manter um papel predominante nas economias africanas, nomeadamente na reestruturação da dívida. “O FOCAC vai definir a direcção e o foco dos empréstimos, subvenções e créditos à exportação para os países africanos, e é particularmente importante nesta altura devido ao papel primordial que a China está a desempenhar nos processos de reestruturação da dívida externa de vários países africanos, como a Etiópia e a Zâmbia”, disse Jacques Nell. Para o responsável, “a China tem apoiado os países africanos em termos de alívio da dívida e reescalonamento dos pagamentos desde antes dos processos de abordagem dos credores, apresentado pelo G20, e continua a desempenhar um papel importante nos processos de reestruturação da dívida externa na sequência da pandemia de covid-19”. A elevada dívida externa dos países africanos, principalmente quando analisada em termos do rácio sobre o PIB e sobre as receitas fiscais, tem levado muitos analistas a alertar para a existência de uma crise da dívida africana. O Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e a Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) defendem uma reformulação da arquitetura financeira mundial e a introdução de mecanismos de alívio ou perdão de dívida para os países sobre-endividados, que abrangem mais de metade das nações africanas. Questionado sobre a importância da China, o maior credor do continente e o maior credor externo de países como Angola, Jacques Nell respondeu que os chineses têm ajudado os países africanos, mas diz que há alguma dualidade do papel da China em África e lembra críticas por causa da confidencialidade dos contratos financeiros. Estes contratos, apontam os críticos, dão azo a especulações sobre as condições prejudiciais e fomentam a ideia de uma ‘armadilha da dívida’, em que os fluxos financeiros eram acompanhados de influência geopolítica e económica nesses países e de represálias duras em caso de incumprimento financeiro. “As cláusulas de confidencialidade introduzem alguma incerteza sobre as modalidades do alívio da dívida, especialmente porque já há vários processos de reestruturação em curso, o que demonstra a dualidade do papel da China em África – por um lado, os chineses oferecem alívio da dívida e fazem investimentos, o que é muito necessário, mas por outro lado os termos da maior parte dos negócios estão envoltos em secretismo, o que só por si é criticável”, conclui o analista. Sementes de discórdia Entretanto, uma análise publicada na agência Xinhua rejeita a ideia de que os investimentos chineses são uma forma de neocolonialismo. Com o título “Porque é que é absurdo acusar a China de praticar ‘neocolonialismo’ em África”, o texto cita analistas que defendem os enormes benefícios do investimento chinês em alguns países. “Ao acusar a China de fomentar a dependência africana através de investimentos maciços e de dar prioridade aos interesses chineses em detrimento das necessidades locais, o Ocidente está a tentar semear a discórdia nas relações China-África e minar a sua cooperação, tudo num esforço para proteger os interesses de alguns países ocidentais em África, afirmam os especialistas”, lê-se. A nona edição do FOCAC, com o lema “Unir as Mãos para avançar a modernização e construir uma comunidade de alto nível sino-africana com um futuro partilhado”, apresenta-se como “uma plataforma para um diálogo colectivo, unindo a China com a Comissão da União Africana e com os 53 países africanos que mantêm relações diplomáticas com a China”, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Detidas mais de 160 pessoas em rusga contra jogo ilegal As autoridades filipinas invadiram um complexo suspeito de jogos ilegais e fraudes cibernéticas numa província central e detiveram mais de 160 pessoas, a maioria chinesas e indonésias, que cometiam crimes na internet, foi ontem anunciado. A operação, realizada no sábado por mais de 100 agentes do Governo, apoiados pelos serviços secretos militares, num resort na cidade de Lapu-Lapu, fez parte da repressão contínua ordenada pelo Presidente Ferdinand Marcos Jr. contra jogos ‘online’ dirigidos sobretudo a clientes da China, onde estes jogos são proibidos. Marcos disse que a prática massiva de jogos ilegais ignorou as leis das Filipinas, com violações das normas em larga escala, além de serem cometidos outros crimes, incluindo esquemas financeiros, tráfico humano, tortura, raptos e mortes. A rusga no ´Tourist Garden Resort´, que tem 10 edifícios com piscinas, bares e restaurantes de karaoke, ocorreu depois de a Embaixada da Indonésia em Manila requisitar o resgate de oito indonésios forçados a trabalhar no sector dos jogos ‘online’, segundo a Comissão Presidencial Anticrime Organizado. Pelo menos 162 estrangeiros foram “encontrados a trabalhar em três fazendas separadas dentro do complexo”, afirmou a comissão, sem fornecer detalhes. Estes crimes incluem esquemas fraudulentos de amor, jogos e investimento, que defraudaram vítimas em grandes quantias de dinheiro, de acordo com as autoridades filipinas. A mesma fonte adiantou que 83 chineses, 70 indonésios, seis cidadãos de Myanmar, dois de Taiwan e um da Malásia vão ser enviados para Manila para enfrentarem um processo do Departamento de Imigração e possivelmente deportados, segundo a informação divulgada. O dono do complexo hoteleiro foi preso e pode enfrentar acusações criminais.