Andreia Sofia Silva PolíticaSeguros transfronteiriços | Governo dialoga com interior da China A Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) encontra-se em conversações “com ministérios e comissões na área financeira do Interior da China, no sentido de permitir, no futuro, o câmbio de prémios de seguro, através da ‘cerca electrónica’ de fundos constituída na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, desde que cumpridos os requisitos de supervisão”. Esta informação consta numa resposta dos Serviços de Saúde de Macau a uma interpelação escrita do deputado Ho Ion Sang que versa sobre as burocracias e impedimentos inerentes aos seguros de saúde transfronteiriços. Estas conversações decorrem devido ao facto de as seguradoras de Macau disponibilizarem seguros de saúde transfronteiriços, mas terem dificuldades na renovação de apólices, a regularização de sinistros e o resgate de apólices de seguros devido à “política vigente de gestão cambial do Interior da China”. Um dos exemplos dessas dificuldades prende-se com o facto de as seguradoras de Macau “não poderem transferir as indemnizações relativas a sinistros directamente para contas no Interior da China”, explicou o director dos SSM, Alvis Lo.
João Santos Filipe Manchete PolíticaHabitação intermédia | Lam Lon Wai questiona suspensão de construção A reduzida procura por habitação económica leva o deputado da FAOM a questionar as razões que levaram o Executivo a suspender a construção de habitação intermédia na Avenida Wai Long O deputado Lam Lon Wai está preocupado com a decisão do Governo de suspender a construção de habitação intermédia, e quer saber o que vai ser feito, quando a procura por este tipo de habitação aumentar. A questão faz parte de uma interpelação oral que vai ser feita na Assembleia Legislativa, na próxima segunda-feira, pelo legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). Ho Iat Seng anunciou no final do ano passado a suspensão da construção de habitação intermédia, justificando a medida com a “redução do número de candidatos à habitação económica”. Na altura, o Chefe do Executivo prometeu ser apenas uma suspensão e ainda guardar os terrenos da Avenida Wai Long para o efeito, como estava planeado. No entanto, o Governo encomendou um estudo à Universidade de Macau para reavaliar a política de habitação, principalmente no que diz respeito à construção de apartamentos na Zona A dos Novos Aterros. Na pergunta que vai ser colocada, Lam Lon Wai quer saber quando é que o estudo vai estar concluído. “Quando é que essa avaliação vai estar concluída? O Governo vai ajustar, quanto antes, o plano de construção de habitação pública, tendo em conta os respectivos resultados?”, questiona o deputado. Lam avisa também que, com a suspensão do projecto, a resposta às necessidades habitacionais da população pode ser atrasada: “Com a mudança das políticas e do ambiente do mercado, também muda a estrutura da oferta e da procura. A construção de habitações intermédias pode demorar, no mínimo, três anos, e se for suspensa, será difícil a sua articulação com as necessidades”, alertou. As conclusões do estudo podem servir como factor para legitimar o Governo a abdicar da promessa de construção de 28 mil habitações económicas, o que pode levar as pessoas a terem de comprar casa no mercado privado ou mudarem-se para a Ilha da Montanha. Outra alternativa? O mais recente concurso para a venda de habitação económica visa a venda de 5.415 apartamentos. Inicialmente o concurso deveria ter terminado a 27 de Dezembro do ano passado, mas foi prolongado até 26 de Abril deste ano, devido ao reduzido número de candidaturas. Até ontem, contabilizavam-se 4.127 candidaturas para as 5.415 fracções. O facto de os compradores só poderem vender no futuro as casas ao preço de compra ao Instituto de Habitação, excluídos os custos de eventuais obras, e de os preços ainda não serem conhecidos, terá contribuído para uma redução do interesse por estas casas. Face ao cenário da diminuição do interesse na habitação económica, Lam Lon Wai quer saber que terrenos na Zona A vão ser utilizados para construir habitação intermédia. “Há quem entenda que a Avenida Wai Long não é o local adequado para a construção de habitação intermédia, então, se a procura de habitação económica diminuir e a oferta for suficiente, o Governo vai ponderar sobre a finalidade dos terrenos planeados e mudar de habitação económica para habitação intermédia?”, questiona o deputado.
Andreia Sofia Silva PolíticaMulheres | Associação recebeu mais de 150 pedidos de aconselhamento Os deputados Wong Kit Cheng e Ma Io Fong, que representam a Associação Geral das Mulheres, dizem ter recebido, no ano passado, 156 pedidos de aconselhamento jurídico, de ajuda ou esclarecimento nos 22 dias de recepção a residentes promovidos pela entidade. Segundo um comunicado, grande parte dos residentes que procuraram ajuda revelaram estar preocupados com a situação económica e com a habitação, sobretudo no que diz respeito às políticas de habitação para idosos, atribuição de casas económicas ou a habitação intermédia, pensada para a classe média. Além disso, muitos representantes de pequenas e médias empresas queixaram-se de que, no ano passado, o panorama de negócios foi ainda pior do que no período da pandemia devido à quebra do consumo, o que levou ao encerramento de muitos espaços comerciais. Desta forma, os deputados sugerem que o Governo crie medidas de estímulo ao consumo interno, encorajando os residentes a comprarem no território, além de defenderem mais políticas de apoio às PME. No que diz respeito à habitação, Ma Io Fong e Wong Kit Cheng pedem que o Governo tenha em conta a situação real da população na hora de definir políticas habitacionais, bem como o ambiente económico e os factores inerentes ao mercado imobiliário, defendendo a realização de um novo estudo sobre a procura de habitação. Destaque ainda, no âmbito dos pedidos de ajuda, para a predominância de casos relacionados com o casamento e família, nomeadamente processos de divórcio, direitos parentais, divisão de bens ou casos em que é necessária mediação familiar.
João Santos Filipe Manchete PolíticaMetro | Pedida investigação do CCAC sobre compra de cabo A compra e instalação de um cabo de qualidade duvidosa levou à suspensão do metro ligeiro durante meses. Para o deputado Ron Lam o incidente deve ser investigado, dado que anteriormente o Governo tinha garantido que os materiais cumpriam os padrões de qualidade O deputado Ron Lam defende que o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) deve investigar a compra do cabo eléctrico que obrigou à suspensão do metro ligeiro durante meses. A posição foi tomada em declarações prestadas ao Jornal do Cidadão, na sequência de um relatório do Comissariado de Auditoria (CA) sobre o caso. De acordo com as conclusões do CA, os danos sofridos pelo cabo que obrigaram à suspensão do metro ligeiro deveram-se ao facto de o cabo inicialmente instalado não cumprir os padrões mínimos de qualidade. Sobre o incidente, Ron Lam indicou que para a maioria da população o metro ligeiro é visto como um “elefante branco” e a opinião sobre o projecto é negativa. Face a esta situação, mantém a esperança de que o CCAC investigue os procedimentos de compra, de forma a legitimar o projecto junto da sociedade, e para aumentar a confiança da população sobre este meio de transporte. Na opinião do deputado, o relatório do CA veio a público mostrar que houve uma falha “inaceitável” cometida por todos os envolvidos, desde o Governo, à empresa de consultoria e ao fornecedor. Por outro lado, Ron Lam destacou o facto de o antigo Gabinete de Infra-estruturas de Transportes, responsável pelo projecto no início, ter “omitido factos evidentes”. Debaixo do tapete O deputado criticou ainda os responsáveis, porque, no seu entender, se não fosse o CA, nunca se teria conhecimento da natureza dos problemas relatados. O legislador considerou igualmente negativo o facto de no passado ter pedido várias vezes informações sobre o metro, mas apenas ter obtido respostas através de comunicados. Ron Lam recordou ainda que confrontou Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, com o assunto na Assembleia Legislativa, e lhe foi respondido que não tinham sido utilizados materiais com qualidade inferior: “Os procedimentos foram concretizados, não utilizámos materiais com qualidade inferior, não cometemos erros nem saltámos nenhum passo [na construção”, citou, sobre a resposta do secretário. Na opinião de Lam, face às respostas do secretário, o problema não devia ter acontecido, pelo que é necessário averiguar o que se passou, até porque o CA apontou existir problemas de supervisão nas obras do metro. Também a deputada Ella Lei abordou o caso, e defendeu que o Governo deve assumir um maior papel na fiscalização dos trabalhos, mesmo quando contrata empresas para desempenhar essa função. A legisladora defendeu que deve ser o Governo a assumir o maior papel, porque se tratam de áreas muito específicas com as quais a população não tem competência para lidar, pelo que não consegue detectar os problemas.
Hoje Macau SociedadeAeroporto de Macau a 55 por cento dos níveis pré-pandemia em 2023 Cerca de 5,15 milhões de passageiros passaram pelo Aeroporto Internacional de Macau (MIA) em 2023, perto de 55 por cento do recorde máximo fixado em 2019, antes do início da pandemia, disse ontem a companhia gestora. Num comunicado, a CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau sublinhou que “houve um aumento significativo de passageiros”, nove vezes mais do que o número registado no ano anterior: pouco mais de 599 mil. Em 2023, o volume de tráfego do MIA “estabilizou e recuperou gradualmente”, disse a empresa, sublinhando que o aeroporto processou um total de 42.504 voos no ano passado, equivalente a 54 por cento do registado em igual período de 2019. O aeroporto tem apenas ligações à China continental, Taiwan e Sudeste Asiático e a CAM garantiu que, “em resposta à procura do mercado, a rede das principais cidades do Interior da China e das rotas internacionais recuperou rapidamente”. China domina Os passageiros vindos ou tendo como destino a China representaram 58 por cento do total, seguidos do Sudeste Asiático, 27 por cento, e de Taiwan, 15 por cento, acrescentou a companhia. A CAM prometeu que vai “colaborar constantemente com companhias aéreas estrangeiras e locais para explorar os mercados internacionais, de modo a desenvolver mais ligações de longo curso directas”. Em Novembro, o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, garantiu que serão criados “mais voos internacionais directos” e que as obras de aterro e ampliação da infraestrutura serão lançadas na segunda metade de 2024. O aeroporto, atualmente com uma pista, tem capacidade para receber até 9,6 milhões de passageiros, mas a taxa de utilização é de “apenas 60 por cento”, lamentou Ho Iat Seng. “Espero que a Air Macau possa adquirir aviões maiores, para realizar voos de longo curso”, sublinhou o governante, referindo-se à companhia aérea de bandeira do território. Em Junho, a directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes, descreveu o lançamento de voos directos entre Macau e Portugal como “um sonho”, mas lembrou também ser possível trabalhar com os aeroportos vizinhos de Hong Kong, Cantão e Shenzhen.
Hoje Macau SociedadeSJM | Fitch melhora perspectiva da dívida da operadora de jogo A agência de notação financeira Fitch Ratings melhorou ontem a perspectiva da dívida da operadora de jogo Sociedade de Jogos de Macau (SJM) Holdings, de negativa para estável, graças à recuperação do turismo na região. De acordo com o comunicado, a Fitch manteve a classificação da dívida da SJM em ‘BB-’, sublinhando, contudo, que “a recuperação robusta” no número de visitantes e das receitas de jogos deverão beneficiar a empresa. As receitas do jogo no território atingiram no último trimestre 75 por cento dos níveis de 2019, enquanto o número de turistas atingiu 89 por cento dos níveis pré-pandemia de covid-19, “apesar da recessão económica na China”, sublinhou a agência de notação. A Fitch disse acreditar numa “melhoria sequencial moderada” do turismo este ano, “à medida que a capacidade de viagens aéreas continua a normalizar” tanto em Macau como na vizinha Hong Kong. O Grand Lisboa Palace, empreendimento que a SJM inaugurou em Julho de 2021 no Cotai, em plena pandemia, obrigou a empresa a acumular um nível elevado de dívida, alertou a Fitch. A concessionária teve ainda de assumir os contratos dos trabalhadores de cinco casinos cuja operação tinha sido entregue a outras empresas e que encerraram durante a pandemia, sublinhou a agência. A Fitch recordou também que a SJM se comprometeu a investir 12 mil milhões de patacas em elementos não jogo até 2032, na expectativa de diversificar a economia de Macau. O compromisso faz parte do contrato de concessão de dez anos da SJM, fundada pelo falecido magnata do jogo Stanley Ho, que, tal como o das restantes cinco concessionárias, entrou em vigor em 1 de Janeiro de 2023. O contrato prevê ainda que, uma vez que as receitas dos casinos de Macau ultrapassaram 180 mil milhões de patacas em 2023, cada uma das operadoras terá de investir mais 2,4 mil milhões de patacas em actividades não ligadas ao jogo.
Hoje Macau EventosNúmero de visitantes do Louvre no nível pré-pandemia e Prado bate recordes O Museu do Louvre, em Paris, regressou em 2023 a um nível próximo do pré-covid, com 8,9 milhões de visitantes, enquanto o Museu do Prado, em Madrid, bateu o seu próprio recorde, com 3,2 milhões de entradas. Com este número, o Louvre, o museu mais visitado do mundo, regressou a um nível próximo do de 2019, antes da crise sanitária, indicou na quarta-feira aquela entidade à AFP. “Este aumento de 14% no número de visitantes em relação a 2022 (7,8 milhões de visitantes) está próximo do nível pré-pandémico” de 2019 (9,6 milhões de visitantes)”, precisou o museu. No entanto, o maior museu do mundo disse que “não estava a contar com um número recorde de visitantes como no passado – em 2018 recebeu 10,2 milhões de visitantes – porque decidiu manter uma capacidade diária de 30.000 visitantes”, a fim de garantir “melhores condições de recepção e visita” ao público. “Esta capacidade diária será mantida durante os Jogos Olímpicos (de 26 de Julho a 11 de Agosto)”, apesar do afluxo esperado de visitantes de todo o mundo à capital francesa, acrescentou o museu. Chineses marcam presença Em 2023 o Louvre recebeu 32% de visitantes franceses e 68% de visitantes estrangeiros, incluindo 13% de americanos e muitos europeus de países vizinhos (7% de Itália, 5% do Reino Unido e da Alemanha, 4% de Espanha). Os visitantes asiáticos (Japão, Coreia, China) representaram apenas 2,5% do total, ao passo que, em 2018, só os visitantes chineses representaram 8%. Segundo o sector do turismo e as autoridades francesas, esta redução do número dos turistas chineses explica-se por uma “retoma muito gradual das ligações aéreas” com a China e por “dificuldades na emissão de vistos”, segundo a AFP. Em Espanha, muitos dos museus nacionais e privados bateram recordes de entradas em 2023, nomeadamente o Museu Nacional do Prado, em Madrid, que recebeu 3.209.285 visitantes, um número que supera o alcançado em 2019, quando celebrou o seu bicentenário. Por sua vez, outro dos mais visitados na capital espanhola – o Museu Rainha Sofia – recebeu 2.530.560 visitantes em 2023, dos quais 1.409.113 no edifício principal, o que representa um aumento de 20% em relação a 2022. Por seu turno, o Património Nacional, que gere palácios mosteiros e espaços verdes em seis comunidades autónomas do país, anunciou terem sido ultrapassados os seus dados históricos, com mais de seis milhões de visitantes, segundo a agência EFE. A entidade registou 6.370.770 entradas, sendo os monumentos mais visitados o Palácio Real (1.421.428), o Mosteiro de San Lorenzo de El Escorial (445.166) e, com apenas meio ano de existência, a Real Galeria de Coleções, que ocupa o terceiro lugar, com 336.058 entradas. O Museu Nacional Thyssen-Bornemisza anunciou também esta semana que, pelo sétimo ano consecutivo, recebeu mais de um milhão de visitantes (1.012.660 entradas). Do seu lado, o Museu Guggenheim de Bilbau anunciou ter vivido o “melhor ano da sua história” graças aos 1.324.221 visitantes recebidos (mais 35.074 que em 2022). O Guggenheim indicou ter recuperado o nível de visitantes estrangeiros anterior à pandemia, que ascendem a 60% do total geral (mais 10% do que em 2022).
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Avião que colidiu com Boeing sem autorização para entrar na pista, diz Governo O avião da Guarda Costeira japonesa que colidiu com um avião comercial no aeroporto de Haneda, em Tóquio, na terça-feira, não tinha autorização para entrar na pista, disse hoje o Governo do Japão. “Não havia nada na transcrição das comunicações que pudesse ser considerado como autorização para entrar na pista”, afirmou o diretor-geral adjunto do Gabinete de Aviação Civil do Ministério dos Transportes japonês, Toshiyuki Onuma, citado pela agência de notícias Kyodo. Onuma referia-se às comunicações do controlo de voo divulgadas pelo Ministério dos Transportes do Japão. No entanto, o capitão do navio da guarda costeira e único sobrevivente dos seis tripulantes, disse que o aparelho tinha autorização para entrar na pista. Noutras declarações, terá indicado que o avião tinha recebido autorização para levantar voo. Nos registos de comunicação entre os controladores de tráfego aéreo e a companhia do voo comercial, a Japan Airlines (JAL), também não há indicação de qualquer atraso na aterragem, o que levou especialistas a sugerir ser possível que ambas as partes não tivessem conhecimento da presença de outro avião na pista. De acordo com a estação pública NHK, o piloto da JAL disse à companhia não ter visto nenhum avião quando se aproximava da pista e que tinha recebido autorização dos controladores para aterrar. O Ministério dos Transportes, através do seu Conselho de Segurança dos Transportes (JTSB), está a investigar o acidente ocorrido no aeroporto de Haneda, um dos aeroportos mais movimentados do país, depois de o voo comercial da JAL proveniente de Sapporo (norte do Japão) ter colidido com o avião da Guarda Costeira na terça-feira. O acidente ocorreu às 17:47 e desencadeou um incêndio nos dois aparelhos, obrigando à saída de emergência dos passageiros e da tripulação. Todos os 379 ocupantes do voo comercial conseguiram sair do aparelho com vida, mas 14 ficaram feridos. Dos seis ocupantes do avião da Guarda Costeira, apenas o comandante, que ficou gravemente ferido, escapou com vida. O avião da Guarda Costeira estava a caminho para transportar alimentos e água para a zona afetada pelo forte sismo que atingiu a costa oeste do centro do Japão na segunda-feira. A JAL estimou perdas de cerca de 15 bilhões de ienes (cerca de 95,7 milhões de euros) no acidente, indicou a NHK. A companhia aérea japonesa acrescentou que a perda do Airbus A350 será coberta pela seguradora e referiu estar a analisar o impacto do acidente nos resultados comerciais para este ano fiscal, que termina a 31 de março, incluindo a redução das vendas devido ao cancelamento de voos e à indemnização dos passageiros envolvidos.
Hoje Macau China / ÁsiaTurquia | Iniciado julgamento por mortes nos sismos de 2023 Onze pessoas acusadas de serem responsáveis pelo desabamento de um hotel, causando 72 mortes, nos sismos que abalaram a Turquia em Fevereiro de 2023, matando mais de 70.000 pessoas, começaram ontem a ser julgadas na cidade turca de Adiyaman. Segundo reporta a agência noticiosa espanhola EFE, acredita-se que o resultado do julgamento poderá abrir um precedente para muitos outros casos de edifícios que sucumbiram aos tremores devido a deficiências na sua construção. No meio de uma segurança apertada, a primeira audiência do caso começou com a identificação dos arguidos, incluindo o proprietário do hotel, num tribunal de Adiyaman, capital da província homónima e que foi atingida por dois terramotos de magnitude 7,7 e 7,6 a 6 de Fevereiro, informou a agência estatal Anadolu. Acompanhado por uma delegação de cerca de 100 pessoas, o primeiro-ministro da República Turca do Norte de Chipre, Ünal Üstel, bem como familiares das vítimas do desabamento do hotel, estão a assistir ao processo judicial. Entre as vítimas mortais do desmoronamento do hotel Isias, de quatro estrelas, figuram 26 crianças de duas equipas de voleibol de escolas do Norte de Chipre, bem como um grupo de guias turísticos cipriotas turcos que se encontravam num curso de formação. “O caso é muito importante para nós”, disse Üstel antes de entrar no tribunal e garantir que permanecerá, tal como a delegação que o acompanha, em Adiyaman até ao final do julgamento. “Temos confiança no Supremo Tribunal da República da Turquia”, acrescentou, citado pela Anadolu. Cinco dos 11 arguidos, incluindo o proprietário e o arquitecto do hotel, estão detidos. Devido às enormes falhas encontradas pelos peritos no planeamento e na construção do edifício, o Ministério Público turco acusa-os de terem causado a morte de 72 pessoas por negligência, um crime pelo qual poderão ser condenados a mais de 22 anos de prisão.
Hoje Macau China / ÁsiaIsrael-Hamas e Ucrânia-Rússia entre principais conflitos em 2024 A guerra entre Israel e o Hamas, com o risco de alargamento a todo o Médio Oriente, e entre a Rússia e a Ucrânia, estão entre os principais conflitos mundiais em 2024, prevê o International Crisis Group (ICG). Segundo a análise do centro de investigação sobre conflitos, as guerras em Gaza, no Sudão e na Ucrânia, entre outras em todo o mundo, significam que “os esforços diplomáticos para acabar com os combates estão a falhar” e que os líderes “estão a perseguir os seus objectivos militarmente”. Sobre o conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, que começou em 07 de Outubro com um ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em solo israelita, este organismo detalhou, na sua análise, que “os esforços de pacificação enfraqueceram há anos e os líderes mundiais desviaram o olhar”. “Vários governos árabes fecharam acordos mediados pelos EUA com Israel que, na sua maioria, ignoraram a situação dos palestinianos”, atirou. Para o ICG, é “difícil imaginar uma saída”, lembrando que o custo da guerra até agora “já foi muito elevado” e que é imperativa uma nova trégua. Apesar dos analistas do ICG considerarem que nem os EUA e Israel procuram um confronto regional, ou seja, alargado ao restante Médio Oriente, estes alertaram para um “ponto de conflito” perigoso, na fronteira entre Israel e o Líbano, onde as forças israelitas intensificaram confrontos com o movimento xiita Hezbollah. “Os ataques de grupos apoiados pelo Irão às forças dos EUA na Síria e no Iraque aumentam as tensões, tal como os ataques dos rebeldes houthis do Iémen aos navios no mar Vermelho”, alertaram ainda. Riscos e incertezas A guerra na Ucrânia, na sequência da invasão russa em Fevereiro de 2022, está actualmente estagnada, com poucas alterações na linha da frente, mas o Crisis Group refere que, por agora, “pouco sugere” que as negociações possam resultar no fim do conflito. “As aparentes exigências da Rússia – rendição, território e um governo mais flexível em Kiev – são compreensivelmente rejeitadas pela Ucrânia. Entretanto, os debates ocidentais levantam receios de que o apoio a Kiev esteja a vacilar”, frisou. Este organismo chamou também a atenção para os “riscos elevados” de uma vitória da Rússia na Ucrânia: “a sua propensão para a agressão conduzirá a uma Europa e a uma Eurásia inseguras nos próximos anos”. Para o ICG, a incerteza sobre os Estados Unidos, que tem eleições presidenciais em 2024, também contribui para a incerteza global. “Uma votação potencialmente ‘divisiva’ em 2024 e o possível regresso do antigo Presidente dos EUA Donald Trump, cujo gosto por homens fortes e desdém pelos aliados tradicionais já abala grande parte da Europa e da Ásia, tornam o ano especialmente difícil pela frente”, frisou também este organismo. Apesar do recente encontro, considerado positivo pelos analistas, entre o Presidente dos EUA Joe Biden e o homólogo chinês Xi Jinping, em Novembro, os “interesses das grandes potências colidem na Ásia-Pacífico”. O ICG lembrou as eleições em Taiwan e as tensões no mar da China Meridional, podem levar a tensão EUA-China “ao auge”. “A rivalidade não dá sinais de diminuir, com os falcões de ambos os lados a falarem de competição (…) e até a falarem, de uma forma normalizadora, de guerra”, sublinharam. Com a diplomacia a fazer o seu trabalho, o ICG alertou ainda que o maior perigo por agora é a colisão de aviões ou navios chineses e norte-americanos, lembrando que o Pentágono tem vindo a alertar para o aumento dos riscos nos últimos dois anos. Para este organismo, é improvável que os líderes mundiais, devido às suas divisões, reconheçam os riscos actuais ou se unam para pedir que não se mudam fronteiras “pela força”. Outros conflitos destacados pelo International Crisis Group para 2024 são o Sudão, Myanmar (antiga Birmânia), Etiópia, Sahel, Haiti e Arménia-Azerbaijão.
Amélia Vieira VozesJerusalém «A cidade santa de Jerusalém» traduz nesta nobilíssima expressão um oxímero e o que a reveste não foi jamais conseguido, os abismos não serão menos santos que as suas colinas- que eles não olham para penhascos- e se não é a santidade que a governa, nem por isso todos se sentem próximos dela. «Todos dizem que chegaram a Jerusalém (judeus, cristãos, muçulmanos, socialistas, anarquistas e reformadores do mundo) acudiram a Jerusalém, não tanto para a construírem ou serem construídos por ela, mas para serem crucificados ou para crucificarem outros. Há uma desordem mental muito arreigada, uma reconhecida doença mental chamada «síndrome de Jerusalém»: uma pessoa chega, inala o ar puro e maravilhoso da montanha e, de repente, inflama-se e pega fogo a uma mesquita, a uma igreja ou a uma sinagoga.» Assim a descreveu Amos Oz e, sem dúvida, que deve haver na sua origem uma qualquer influência alucinatória que ao longo dos tempos contribuiu para severas lutas, acontecimentos únicos, transcendência e queda, desolação e esplendor. Vimos como pela Porta dos Leões o movimento sionista conseguiu finalmente entrar e fazer que os judeus ausentes do Monte do Templo por mil e oitocentos anos caminhassem em júbilo destronando camadas de culturas instaladas junto ao Muro Ocidental. David já tinha conquistado a cidade aos jebuseus e Maomé feito a sua viagem nocturna, Jesus entrado para celebrar a Páscoa, intricando a cidade numa seminal fundação religiosa de que nunca saiu. Jerusalém é santa, Jerusalém é noiva. Todos a disputam, por ela a humanidade enlouquece. Não será uma torrente de leite e mel e muitas vezes transforma-se mesmo num jorrar de sangue e fel, e nem mesmo assim perde a brancura da sua santidade e o encanto do seu legado. Agora são os arménios na Cidade Velha a chorar as ofensivas, estão ali há oitocentos anos, não crescem nem diminuem, fazendo parte intrínseca da paisagem, e claro, quem por lá andar pode sempre testar a possibilidade de estar entrando num outro umbral. Nem Adriano tão cheio de seu Império consegue nomear por muito tempo o nome sombrio de Élia Capitolina, que o Templo destruído, não consentiu, nem o povo da Judeia alguma vez ousou pronunciar, em consequência, foram proibidos por séculos de lá entrar. Depois de persas e romanos, só no Califado, já sob o domínio árabe, os judeus tiveram autorização para regressar. Mas viriam os cruzados, que matariam uns e outros até ao extermínio. [Jerusalém, a Bela das Nações, foi palco da avaria rotineira da sede de conquista e da uma eloquência passional] No turbilhão lançado podemos estar confrontados com um tipo de atracção fatal que, e voltando a Oz, enlouquece povos, nativos, e quiçá os de passagem, um umbigo nevrálgico para onde converge a saga do mundo para transcender do infortúnio de uma demasiada, e ainda, humana condição. Que somos atraídos para os centros do milagre, e somos dirigidos como taumaturgos por visões celestiais cuja presença ao não se dar, pode reverter em pasmo e dor. Por pouco tempo seria o anfitrião Saladino bem sucedido, viriam mamelucos agora correr com os cristãos, logo após ter ficado saqueada por tártaros. E a Bela não descansa! Mas vai adormecer por alguns séculos na regência do domínio otomano, não que tivesse estado parada, mas menos abrupta dentro das suas muralhas que se quebravam com trombetas. Esta Jerusalém quase vira Feiticeira no amplo emaranhado das transfigurações de uns e de outros, mas, como sabemos, ela será sempre a cidade de Deus. Nos tempos bíblicos parece que tinha o odor do Paraíso, que as suas cercanias cheiravam a pinheiros, cedros, árvores de fruto, rosas de Sharon, e crê-se que corria pelos seus desfiladeiros leite e mel. Os santos homens comiam gafanhotos, alimentavam-se de néctar, oravam, enchiam os pés de areia e por ali seguiam o trilho de um percurso de retorno ao céu. Ao lado do Mar Morto ainda podiam andar sobre as águas vencendo assim a lei da gravidade… e ainda em seus rios há pássaros com asas. Todos nós já fizemos esta viagem nocturna como Maomé, e lá nos encontrámos com a sarça-ardente, os profetas, e o cheiro a rosas… todos caminhamos, somos expulsos, retornamos e choramos na margem de um qualquer Sião. E todos achamos que esse sonho foi único, profético e só nosso. Mas não! Esta é a saga humana. E talvez Borges responda a este último parágrafo «Sei que perdi tantas coisas que não poderia contá-las e que essas perdas são agora o que é meu. Israel aconteceu quando era apenas uma antiga nostalgia. Não há outros paraísos que não sejam paraísos perdidos».
Hoje Macau China / ÁsiaNuclear | Central nipónica detecta subida do nível do mar A central nuclear de Shika, no centro do Japão, registou uma subida do nível do mar após o terramoto de segunda-feira e detectou danos num muro que protege um reactor de tsunamis, informou ontem a NHK. De acordo com a televisão japonesa, embora o operador da central, Hokuriku Electric Power, tenha anunciado no início da terça-feira que não tinha detectado grandes flutuações no nível da água, um controlo efectuado ao fim da tarde revelou uma subida de três metros entre as 17:45 e as 18:00 locais de segunda-feira. Estes níveis foram registados cerca de uma hora e meia após o terramoto de magnitude 7,6, que teve o epicentro na península de Noto – a cerca de 80 quilómetros do local onde se situa a central – e que levou à activação de um alerta de tsunami durante 18 horas. Durante a última revisão, a empresa descobriu também que um muro de quatro metros de altura, instalado em 2011 para proteger um dos dois reactores da central, encerrada há quase 13 anos, estava inclinado vários centímetros. O operador disse na altura que um tremor foi observado na cave do edifício do mesmo reactor quando ocorreu o terramoto de segunda-feira. O tremor danificou dois transformadores utilizados para fornecer electricidade aos sistemas de arrefecimento dos dois reactores, embora a empresa afirme que as duas unidades estão a receber energia de geradores a diesel com combustível suficiente para funcionar durante mais cinco dias. Em 2011, um terramoto de 9,1 graus na escala de Richter ao largo da costa leste do Japão provocou um tsunami que causou a morte de mais de 20 mil pessoas e a fusão parcial de três reatores da central nuclear de Fukushima Daichi, naquele que foi o pior acidente nuclear desde o de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. O impacto da catástrofe foi tal que, desde 2011, apenas uma dúzia dos mais de 30 reactores nucleares japoneses foram reactivados.
Hoje Macau China / ÁsiaIrmã de Kim Jong-un critica discurso de ano novo de Presidente sul-coreano A irmã do líder norte-coreano condenou ontem o discurso de Ano Novo do Presidente sul-coreano, que falou na estratégia de dissuasão de Seul e Washington, justificando-a com o reforço das capacidades nucleares de Pyongyang. “Agradeço da forma mais cordial o compromisso do Presidente da República da Coreia, Yoon Suk-yeol, de prestar continuamente ‘serviços distintos’ ao rápido desenvolvimento da superioridade militar do nosso Estado também no novo ano”, escreveu Kim Yo-jong, em tom sarcástico, num artigo publicado pela agência de notícias oficial da Coreia do Norte KCNA. Yoon Suk-yeol sublinhou no discurso de Ano Novo que a Coreia do Sul e os Estados Unidos vão concluir até meados do ano a modernização do mecanismo de dissuasão contra a Coreia do Norte, que inclui agora também a opção de uma resposta nuclear ao persistente aumento do armamento do regime de Pyongyang. Kim Yo-jong acusou ainda Yoon Suk-yeol de banalizar as preocupações de segurança do Sul e disse que, durante o processo de diálogo que a Coreia do Norte encetou com o anterior Governo sul-coreano, entre 2018 e 2019, fez Pyongyang perder “muito tempo” que poderia ter sido gasto no reforço militar do país. Nada de mais A porta-voz adjunta do Ministério da Unificação da Coreia do Sul, Kim In-ae, afirmou que as observações da irmã do líder norte-coreano são “um truque mesquinho” destinado a culpar Seul pelo actual rumo das tensões intercoreanas. Os comentários de Kim, também vice-chefe da propaganda do regime, surgem depois de o irmão ter encerrado uma importante sessão plenária do partido único na semana passada afirmando que já não há qualquer hipótese de reconciliação ou reunificação entre as duas Coreias. Kim Jong-un prometeu também que o regime vai lançar mais três satélites espiões este ano e continuar a reforçar o programa nuclear e de mísseis. Após o fracasso das conversações para a desnuclearização com Washington, em 2019, Pyongyang adoptou um plano de modernização do armamento – com a instalação de satélites militares e inúmeros testes de mísseis -, recusou reatar o diálogo e procurou estreitar os laços com Pequim e Moscovo. Seul e Washington reforçaram a cooperação militar com Tóquio e fortaleceram o mecanismo de dissuasão, multiplicando as manobras conjuntas e implantando cada vez mais meios estratégicos dos EUA na península.
Hoje Macau China / ÁsiaEleições em Taiwan são “escolha crucial entre guerra e paz”, defende associação chinesa Uma associação chinesa para as relações com Taiwan pediu ontem aos taiwaneses que tomem “a decisão certa” nas eleições de dia 13, que qualificou de escolha “crucial entre a paz e a guerra”. “São uma escolha crucial entre a paz e a guerra, entre a prosperidade e a recessão”, afirmou o presidente da Associação chinesa para as Relações entre os dois lados do Estreito de Taiwan, Zhang Zhijun, de acordo com a agência de notícias estatal chinesa Xinhua. O responsável instou os taiwaneses a permanecerem “do lado certo da história” e a trabalharem “para o desenvolvimento pacífico das relações” dos dois lados do Estreito. Zhang indicou ainda que Pequim não vai alterar “a sua aspiração original de promover o intercâmbio e a cooperação entre as duas margens do Estreito”. “Continuaremos a opor-nos à independência de Taiwan e a qualquer interferência do exterior”, acrescentou. Pequim, que considera Taiwan parte integrante do território chinês, há muito que promete voltar a integrar a ilha, recorrendo à força se necessário. No discurso de Ano Novo, o Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou que a reunificação da China com Taiwan é inevitável, não tendo mencionado as eleições presidenciais e legislativas de Taiwan. Via da paz A líder de Taiwan afirmou na segunda-feira esperar uma “coexistência pacífica” a longo prazo entre Taipé e Pequim e sublinhou que o futuro das relações deve ser decidido pelos “procedimentos democráticos” da ilha, que em breve realiza eleições. “Esperamos que os dois lados [do Estreito de Taiwan] retomem o mais rapidamente possível intercâmbios saudáveis e sustentáveis”, declarou Tsai Ing-wen no discurso de Ano Novo, o último antes do fim do mandato, em Maio. “Esperamos também que as duas partes procurem conjuntamente uma via, estável e a longo prazo, para uma coexistência pacífica”, acrescentou. A China cortou as comunicações de alto nível com o governo de Tsai desde que a líder foi eleita, em 2016, e aumentou a pressão militar, diplomática e económica sobre o território.
Hoje Macau China / ÁsiaAmbiente | Fábrica em Tianjin é totalmente abastecida com electricidade verde Uma fábrica em Tianjin da Danfoss, uma gigante global do sector de refrigeração, atingiu 100 por cento de uso de energia verde desde segunda-feira, informou a empresa. A electricidade verde refere-se à electricidade com zero ou quase zero emissões de dióxido de carbono no processo de produção, o que é importante para alcançar a neutralidade de carbono para uma empresa, bem como a transformação e actualização de todo o sector, noticia o Diário do Povo. A Danfoss assinou em Novembro um contrato de compra de energia verde de 10 anos com a State Grid (Tianjin) Integrated Energy Service Co., Ltd. e a Tianjin Yinghua New Energy Technology Development Co., Ltd. para comprar energia verde da recém-construída quinta solar de Yinghua. O parque solar, a 20 quilómetros da fábrica da Danfoss, tem uma capacidade instalada de 142,8 megawatts e uma capacidade anual de geração de energia de 165 milhões de quilowatts-hora (kWh). A fábrica consome 45 milhões de kWh de energia por ano. Estima-se que, com a mudança para a energia verde, as emissões de carbono da fábrica diminuam em 28.000 toneladas por ano. “Isso representa um marco importante para a Danfoss no seu caminho rumo à meta de neutralidade de carbono”, disse Xu Yang, presidente da Danfoss China. A empresa disse que suas operações podem ser descarbonizadas numa abordagem de três etapas, que consiste em reduzir, reutilizar e reaproveitar. “Primeiro, aplicamos soluções eficientes em termos de energia, como bombas de calor, para reduzir o nosso consumo de energia. Em segundo lugar, reutilizamos parte da energia que já foi usada uma vez. Por fim, analisamos como podemos obtê-la de fontes renováveis”, disse Torben Christensen, director de sustentabilidade e chefe de serviços globais da Danfoss.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | Países devem respeitar plenamente o retorno de Hong Kong à China Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China instou nesta terça-feira que os países pertinentes respeitem plenamente o facto de que Hong Kong já retornou à China e abandonem a sua mentalidade colonial. O porta-voz Wang Wenbin fez as observações numa conferência de imprensa diária quando solicitado a comentar uma declaração relacionada a Hong Kong emitida recentemente por países como o Reino Unido e os Estados Unidos em nome da “Aliança pela Liberdade de Imprensa”. Observando que isto se trata de uma difamação contra a liberdade de imprensa em Hong Kong, um ataque à aplicação legítima da lei do governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK) e uma medida para encorajar aqueles que são anti-China e estão empenhados em desestabilizar Hong Kong, como Jimmy Lai, Wang disse que a China deplora e rejeita firmemente esta suposta declaração de um punhado de países, indica o Diário do Povo. Os casos de Julian Assange e Edward Snowden já mostraram ao mundo que a chamada “liberdade de imprensa” é apenas uma ferramenta que alguns países usam para atacar e difamar outros, disse Wang. “Esses países pouco se importam com a liberdade de imprensa quando seus interesses egoístas estão envolvidos. Proferiram comentários irresponsáveis sobre assuntos relacionados com Hong Kong em nome da liberdade de imprensa apenas porque não estão felizes que Hong Kong esteja a prosperar, e ainda esperam manter seus privilégios e influência passados em Hong Kong, mas sem sucesso”, destacou. Wang disse que Hong Kong segue o Estado de Direito, todas as leis em Hong Kong devem ser observadas e aqueles que violam a lei devem ser responsabilizados. “Desde que a lei de segurança nacional entrou em vigor em Hong Kong, Hong Kong restaurou a ordem e deve prosperar. O Estado de Direito foi defendido e a justiça feita. Os direitos e liberdades legais, incluindo a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão dos residentes de Hong Kong, foram protegidos em um ambiente seguro e estável sob o Estado de Direito”, disse Wang, citado pela publicação estatal. Mais comunicação O porta-voz disse que o número de meios de comunicação e jornalistas internacionais em Hong Kong aumentou em comparação ao período anterior à introdução da lei de segurança nacional. “Este é um facto que não pode ser negado por ninguém imparcial”, acrescentou. “Nos últimos anos, mais de 100 países manifestaram-se em fóruns multilaterais, incluindo o terceiro comité da AGNU e o Conselho de Direitos Humanos, para expressar seu apoio à China de várias maneiras em questões relativas a Hong Kong. Isso mostra plenamente que o mundo não está cego para a verdade”, afirmou Wang. “Qualquer tentativa de interferir nos assuntos de Hong Kong em nome da liberdade de imprensa está condenada ao fracasso”, rematou.
Ana Cristina Alves Via do MeioA Viagem com Características Chinesas Ana Cristina Alves* 26 de dezembro de 2023 Os sábios da antiguidade chinesa foram grandes viajantes. As primeiras referências à viagem remontam à mais alta antiguidade chinesa e à primeira de todas as obras, O Clássico das Mutações (《易經》), atribuída ao lendário imperador Fuxi (伏羲), que terá vivido há cerca de 3 mil anos. Recordo que ao meditar sobre a obra encontrei dois hexagramas contíguos, um deles completamente centrado no percurso, o 28º (大過卦 Dà Guò Guà) “Grande travessia”, o outro complementar, o 27º hexagrama “Cantos da Boca/Fornecendo Nutrição” (颐卦 Yí Guà). A complementaridade realiza-se a partir da conjugação dos trigramas Raio/Trovão (震 Zhèn) e Montanha艮 (Gěn) (27), Vento (巽Xùn) e Lago/Paul(兑 Duì) (28), porque entre os oito trigramas constitutivos deste livro, o Raio é oposto ao Vento e a Montanha ao Lago, numa habilidosa união entre elementos ativos, Raio e Vento, e elementos passivos, Montanha e Lago. A transformação é operada pela ação do raio dinâmico na montanha tranquila e do vento silvante que percorre o lago silencioso. Em Visitações (2022) conjuguei estes dois hexagramas complementares numa interpretação poética que denominei “Nutrição da Grande travessia” (颐卦/大過卦), que passo a apresentar: Um Raio no sopé da Montanha, A boca aberta e moderadamente farta, The corners of the mouth waiting for nourishment, Quando se deixa escapar a tartaruga, Ganha-se muita ruga, 十年無用, 利涉大川1 Crossing the great water It´s a blessing, Brings general happiness. É preciso não reter, Deixar-se ir, Por todos distribuir. Preponderance of the great, Go away, don´t wait. O Lago cresce sobre as Árvores, O Vento sopra com delicadeza, Apontando o caminho a seguir, É avançar sem desistir, Quem sabe mais à frente Se casa a graça com a desgraça. (Alves, 2022: 151) Pode-se interpretar a viagem, “a grande travessia” como uma forma de nutrição e desenvolvimento à maneira da tradição proverbial chinesa em “Os Oito Imortais atravessam os mares, cada qual revelando os seus poderes mágicos” (八仙過海各顯神通Bāxiān guò hǎi gè xiǎn shéntōng), eles ao passarem pelo mundo, cruzam-no sobrevoando o oceano em despique para revelarem os seus dons espirituais: um tem uma espada mágica, o outro um leque, há ainda quem possua uma flor de lótus, um cesto de flores, uma flauta, uma cabaça, uma mula branca, mas atenção a um deles que ostenta castanholas e encarna a figura do viajante, ele é Cao Guojiu(曹國舅Cáo Guójiù). Viveu, variando as versões, na dinastia Song (Duane, Huichinson 1998:73) ou Yuan (Lai, 1977: 27), era o irmão mais novo da rainha. Seguindo a versão de T.C.Lai, Cao Guojiu ter-se-á saturado da vida palaciana e resolveu conhecer mundo, ajudado por uma medalha oferecida pelo próprio governante, com a inscrição «O imperador deseja que o seu cunhado seja tratado, vá onde for, sempre como se estivesse acompanhado por Sua Majestade» (Lai, 1977:27). Quando saiu do palácio, Cao Guojiu correu a terra, desejando cultivar o Tao, sempre protegido pela sombra influente do Imperador, até que um dia Lü Dongbin ( 吕洞宾Lǚ Dòngbīn), um dos patriarcas imortais, disfarçado de mestre taoista, lhe fez ver a incorreção do comportamento e ele imediatamente deitou fora o salvo-conduto, em troca das bênçãos imortais. As castanholas são o seu símbolo. Elas produzem um som celestial que silencia tudo o resto para as escutar. Em chinês chamam-se castanholas Yin Yang (陰陽板Yīn Yáng bǎn), tendo por isso o maior dos poderes criativos do ponto de vista espiritual. A verdade é que este imortal só conseguiu libertar-se da esfera humana, quando em viagem dispensou favores e proteções mundanas, devotando-se por inteiro ao seu aperfeiçoamento. T.C. Lai relata ainda um episódio em que o viajante é testado por outros dois imortais; que querem saber se já o podem considerar entre pares. Lü Dongbin, o imortal da espada mágica, e Zhong Liquan ( 鈡离權 Zhōng Líquán ), o imortal do leque que proporciona longa vida aos vivos e ressuscita mortos. Questionam-no sobre o que ele está a cultivar nas suas andanças pelo mundo terreno, ao que ele responde que se encontra a cultivar o Tao (道 Dào), a Via ou Caminho. E eles prosseguem, inquirindo pelo Tao, ao que ele responde apontando para o céu; os imortais continuam: “‘Onde está o céu’?” (Lai, 1977: 29) e ele aponta para o coração, passando o exame com brio, porque “tinha entendido o Caminho” (Ibidem). Filósofos taoistas como Laozi (老子III. a.C?) ou Zhuangzi (莊子, c. 369 -286 a. C) possuem biografias muito semelhantes às de Cao Guojiu, sobretudo Zhuangzi, que recusa sistematicamente imiscuir-se na esfera mundana, rejeita propostas ministeriais ao serviço da ordem estabelecida, levando uma vida apagada e pobre, mas recompensadora do ponto de vista espiritual, já que faz a apologia do sábio modelar que se pauta pela quietude e afastamento da ordem político-social, deambulando livremente como uma pequena borboleta esvoaçando de flor em flor. Assim podemos ler, logo no capítulo inicial da obra homónima, intitulado “Vagueando em Absoluta Liberdade” sobre a metamorfose proporcionada pelo movimento que transforma peixes Kun (鲲) em pássaros gigantescos Peng (鹏), que voam do Mar do Norte ao Mar do Sul, também conhecido por Lago Celestial. A própria vida pode ser encarada como uma viagem de longa duração, e quanto mais longa melhor, sendo os percursos mais excelsos realizados por seres santos ou filósofos como Liezi (列子), também citado neste capítulo (Zhuangzi: 1999:7): “que viaja montando o vento de um modo livre e descontraído, volta à terra em quinze dias, nunca se deixando enredar na sorte mundana; porém, embora ele não tenha que andar, depende de algo.” (夫列子禦風而行,泠然善也,旬又五日而後反。 彼於致福者,未數數然也。 此雖免乎行,猶有所待者也。) Com a mudança de escola filosófica para a confucionista, que atualmente continua a reger o mundo chinês, agora mais cosmopolita e dialogante através dos seus institutos Confúcio, a viagem ganha tonalidades terrenas e pragmáticas, como viria a suceder no caso de Confúcio, na esperança de conseguir interessar os governantes da época pelos valores morais. Confúcio, entre os chineses o Mestre Kong (孔子), viveu de 551 a 479 a. C. O seu nome próprio era Qiu (丘) e o seu cognome Zhongni (仲尼). Nasceu no Sul da província de Shandong em Qufu. Oriundo de uma família da pequena nobreza, trabalhou para vários senhores feudais e teve alguns cargos oficiais. Chegou a primeiro-ministro de Lu em 501, mas por pouco tempo, porque o duque trocou os seus ensinamentos pelos encantos de um grupo de bailarinas, presente do duque de Qi, interessado em enfraquecer o estado de Lu, já que se tornara bastante forte. Desiludido com o mundo, regressou à sua terra e passou a dedicar-se exclusivamente à atividade pedagógica, iniciada em 497, tendo chegado a reunir 72 discípulos. Viveu os três últimos anos em Qufu, na sua terra natal e faleceu em 479 a. C. No entanto, o movimento de viagem é enaltecido, na obra dialogada que nos deixou, registada através dos seus discípulos, os Analectos (論語 Lúnyǔ), que inaugura da seguinte forma (《論語 • I-1》): 子曰:「學而時習之,不亦說乎?有朋自遠方來,不亦樂乎?人不知而不慍,不亦君子乎?」 Confúcio disse: “É ou não um gosto poder praticar em tempo devido o que se aprendeu? É ou não uma alegria receber amigos vindos de longe? Será um cavalheiro aquele que se ofende quando não se é apreciado?” Um cavalheiro (君子 Jūnzǐ), ou melhor, um futuro governante, só terá a ganhar com o confronto de ideias, que é possibilitado pela abertura do mundo e pelos viajantes que chegam desafiando com suas perspetivas diferentes. A viagem torna-se assim na tradição confucionista uma descida à terra, já não deambulam apenas os imortais e santos, cujas mentes vagueiam pelo cosmos, outros sábios mais pragmáticos encetam as suas travessias para dar a conhecer ao mundo princípios filosóficos e, no caso do Confucionismo, valores morais. Atualmente, os chineses viajam à procura de melhor vida. Andam por dentro e por fora da China. Quando passam de umas províncias para as outras são considerados imigrantes, como se pode ler em Compreender a China Contemporânea: um dicionário (2009), dirigido por Thierry Sanjuan, no artigo de Isabelle Thireau, e têm bastantes problemas por causa do sistema de registo de residência (戶口簿hùkǒu bù) “São assim qualificados como imigrantes e considerados problemáticos os indivíduos que não residem onde estão oficialmente domiciliados” (Thireau, 2009: 183/184). Contudo, dadas as assimetrias entre o campo e a cidade, sobretudo das megapolis, como Xangai, Beijing, regiões administrativas especiais, etc., as pessoas migram para tentar uma melhor sorte, mas nem sempre assim sucede, quando possuem menores recursos económicos ou culturais, ficando à mercê de direitos de residência temporários, que as obrigam a frequentes deslocações fora do domicílio oficial, e a enfrentarem situações salariais e sociais mais precárias, suscitando esta mobilidade geográfica desconfiança por parte dos residentes permanentes. De qualquer modo, dado o declínio populacional na China, a imigração é necessária, ainda que os imigrantes nem sempre sejam bem acolhidos, pelo que se têm vindo a associar de modo a serem capazes de dar resposta à pressão social encontrada: “Agrupam-se em alguns quarteirões em função da origem geográfica comum, criando escolas para os seus filhos.” (Thireau, 2009: 185), tal como encontramos estabelecimentos de ensino para filhos de chineses em Portugal. Aqui há concentração de chineses em certas zonas do país, como Lisboa (Martim Moniz, Almirante Reis), Porto, Faro, Aveiro, Braga e Leiria. Porém, mudou-se de registo, porque se passou da imigração para a emigração. O que tem trazido a segunda leva de emigração chinesa ao país é a mesma vontade de melhorar as condições de vida que impulsiona a migrar dentro de portas. Desta vez chegam-nos quadros qualificados, com cursos superiores, empresários e empreendedores que pretendem viver confortavelmente fora da terra de origem, de acordo com os melhores padrões das classes médias e médias altas da Europa desenvolvida ou dos Estados Unidos da América. De acordo com os dados de Henley & Partners no Global Private Wealth Migration Report 2023, conta-se com 13 milhões e quinhentos mil chineses a emigrarem ao longo de todo este ano. Os chineses partem cada vez em maior número, talvez para realizarem o dito “nascer como um dragão, viver como um tigre” (生龙活虎 shēnglóng-huóhǔ), significando esta aliança do par biológico primordial chinês, muito aplicada na geomancia, cumprir um projeto existencial repleto de energia (do dragão) e vigor (do tigre), onde enriquecer não parece ser decisivo, já que muitos apenas emigram, porque é mais fácil viver-se fora uma vida comum (“很多人移民国外并不是为了活得大富大贵,只是为了在国外更好地做一个普通人”2). Na realidade, a migração, seja dos que vêm de fora, como emigração, ou dos que são recebidos de dentro, a título de imigração, pode beneficiar os que migram, criando novas oportunidades de vida e riqueza para o país que acolhe esta força migrante, através das suas contribuições. As misturas fornecem ainda amplas possibilidades demográficas e culturais, favorecendo cenários multiculturais tão enaltecidos nos nossos dias; mas como é óbvio pode ter aspetos negativos, também muito enfatizados por determinados setores políticos, por causa do impacto negativo nos salários, da criação de desemprego, da pressão nos serviços públicos, do aumento das rendas e da potencial instabilidade social. Para o que migra, emigra ou imigra é a abertura de um novo caminho, mesmo quando é forçada pelas circunstâncias, como sucedeu com o exílio de grandes homens na China antiga, por exemplo, o poeta Su Dongpo (蘇東坡, 1037-1101), que se transformou num Mandarim andarilho, menos por vontade própria e mais por ditame imperial. No entanto, muitas das províncias para onde imigrou revelaram-se verdadeiras oportunidades de vida, como quando esteve em Cantão. Pode ler-se no seu último poema: 廬山煙雨浙江潮,未到千般恨不消。 到得還來沒事,廬山煙雨浙江潮。 Aqui apresentado na excelente tradução de António Graça de Abreu (2023: 171): Névoas de Lushan, marés de Zhejiang, Antes da viagem, nostalgias mil, Viajei muito, mas tudo muda, tudo permanece. Névoas de Lushan, marés de Zhejiang. O movimento de viagem é enaltecido, por ter um efeito terapêutico, é um espanta tristezas eficaz, mesmo que depois voltem os amargos de mente ou nunca tenham partido, a verdade é que o encontro com novas paisagens, vivências, e descobertas que vão sendo feitas ao longo do caminho, bem como as surpresas trazidas por novas relações, permitem uma mudança de cenário que atua positivamente no espírito e na vida de quem a realiza, ou até na nova terra onde se é recebido, ainda que o poeta viajante tenha plena consciência de que “tudo muda, tudo permanece”. Ontem e hoje assim se pensa no País do Meio, tudo se transforma na terra e nas gentes, mantendo-se, porém, a raiz que permite dizer sem contradição que o essencial fica na mesma, sendo a própria vida uma travessia de afastamento e/ou de completude, bem como de retorno num movimento regressivo ao fundamento. Para os chineses, estamos sempre a viajar, mesmo quando não saímos do lugar, à maneira do filósofo, do santo e do imortal nas suas caminhadas espirituais. Bibliografia @Aavest 美股预测.2023. 《移民的优点和缺点》 (Benefícios e inconvenientes da migração). Youtube. Disponível em: https://aavest.com/pros-and-cons-of-immigration/, acedido a 27 de dezembro de 2023. Alves, Ana Cristina. 2022. Visitações. Fafe: Labirinto. ______________. 2005. A Sabedoria Chinesa. Cruz Quebrada: Casa das Letras. Confucius «孔子».1994. Lun Yu «论语». Analects of Confucius. Ed. Bilingue, Beijing: Sinolingua. Duane, O.B; N. Huichinson. 1998. Chinese Myths & Legends. London: Brockhampton Press. Graça de Abreu, António (Org. e Trad.) 2023. Su Dongpo, Poemas. Lisboa: Grão Falar. 广东省 .2023.“不如换一个地方生活?2023年全球私人财富迁移报告发布”. Disponível em: https://www.sohu.com/a/716176593_120005859, acedido a 27 de dezembro de 2023. Lai, T.C. 1977. The Eight Immortals. Hong Kong: Swindon Book Company. Oliveira, Jorge Costa. 2023. “Declínio populacional e imigração – na China e noutros países”. Diário de Notícias. Disponível em https://www.dn.pt/opiniao/declinio-populacional-e-imigracao—na-china-e-noutros-paises-15879077.html: Wilhelm, Richard (Trad.). 1989. I Ching or the book of changes. London: Arkana, Penguin Books. Wong, Eva. 2001. Tales of Taoist Immortals. Boston & London: Shambhala. Zhang Fengyang. 2016. Os Chineses em Portugal: as razões da sua vinda e a sua situação atual. Dissertação de Mestrado em Estudos Interculturais Português/Chinês, orientada por Manuel Gama e Sun Lam. Disponível em: https://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/44336, acedido a 26 de dezembro de 2023. *Coordenadora do Serviço Educativo do CCCM 10 anos sem sentido,/É vantajoso atravessar o grande mar. 广东省 2023“不如换一个地方生活?2023年全球私人财富迁移报告发布”. Disponível em: https://www.sohu.com/a/716176593_120005859
Andreia Sofia Silva Eventos MancheteHistória | Jornalista João Botas descobre diário inédito com cerca de 200 anos O jornalista João Botas, autor de diversas obras sobre a história de Macau, diz ter descoberto um diário de uma norte-americana, esposa de um comerciante que vinha a Macau e à China com frequência. O acesso a uma versão dactilografada, com muitos anos, permite descobrir relatos de uma época em que o comércio fervilhava no sul da China Chamava-se Sarah, acompanhou o marido, comerciante, nas inúmeras viagens que realizou para fazer negócios em Cantão e deixou um diário que hoje tem cerca de 200 anos. O jornalista João Botas, autor de diversos livros sobre a história de Macau, diz ter descoberto uma versão muito antiga, dactilografada, do documento, graças às constantes pesquisas que realiza para o blogue Macau Antigo. Trata-se, no relato que fez ao HM, de “um diário inédito”, sendo que, até à data, “se desconhece o paradeiro do documento original”. “Depois de múltiplas verificações posso garantir que se trata de um relato verídico”, conta João Botas, que chegou ao contacto com descendentes de Sarah e do marido que não querem dar o nome. O jornalista espera vir a poder publicar este diário que se revela muito semelhante a tantos outros escritos deixados por estrangeiros, incluindo esposas de comerciantes franceses, ingleses ou americanos que passaram por Macau, graças ao comércio que se praticava na altura com a China. João Botas diz mesmo que o diário de Sarah se revela semelhante aos escritos já divulgados e estudados de Rebecca Kinsman e Harriet Low, datados das primeiras décadas do século XIX, “mas com informação mais rica a vários níveis”. Segundo o autor do blogue, este diário “foi escrito com o objectivo de ocupar os tempos livres”, pois o marido de Sarah “passava muito tempo em Cantão”. “Esta não era a primeira vez que viajava até Macau, mas foi a primeira vez que decidiu escrever um diário. Ao todo a viagem, ida e volta, durou 317 dias! Quase um ano. Só em navegação passaram cerca de 200 dias, ida e volta.” “A estadia em Macau é de cerca de um mês, período em que, além dos passeios diários, eram frequentes as visitas às residências de outros estrangeiros, para beber chá, conversar, ouvir alguém tocar piano ou para participar em jantares mais formais.” Sarah gostava ainda de ler, referindo, nas páginas do diário, “inúmeros livros, obras históricas de referência sobre a Ásia, o Japão ou a Índia”. Negócios florescentes A época a que se remete o diário passa pelos anos em que a Companhia Britânica das Índias Orientais deixou de ter o exclusivo do comércio com a China e outras nações começaram a ter negócios no país, usando Macau como ponto de ligação. Era também a época dos cules, trabalhadores pouco qualificados da China que eram transportados quase como escravos para trabalhar na agricultura em diversos pontos do globo. “A linguagem utilizada [no diário] é simples, mas o elevado número de pessoas mencionado obriga a muita pesquisa de contextualização, nomeadamente, sobre quem eram e o que faziam naquela época. É o que estou a fazer nesta altura, e está quase pronto”, relata João Botas, que diz estar em conversações com entidades públicas de Macau para a edição do livro. Os escritos de Sarah permitem-nos “viajar até à Macau de meados do século XIX, com muitas descrições de espaços, ruas e edifícios, permitindo fazer o retrato da comunidade de estrangeiros ocidentais que viviam no território, que eram poucas dezenas” numa população que, à data, não tinha mais do que 35 mil pessoas, a maioria chineses, e com apenas 4.500 portugueses e macaenses. “Como os estrangeiros ocidentais não podiam comprar propriedades no território, arrendavam casas aos portugueses e macaenses mais abastados. Esta era uma importante fonte de rendimentos numa altura em que já se fazia sentir algum declínio na actividade comercial fruto do surgimento de Hong Kong em 1842”, explica o jornalista. Passear na rua Sarah escreveu sobre os passeios que realizou em Macau, um deles bem perto da fortaleza do Bom Parto, no sopé da Colina da Penha. “Desde que aqui cheguei tenho-me divertido muito. Todos os dias, às cinco e meia, saímos para passear. (…). À tarde fomos todos para a baía do Bispo*, um lugar lindo, com praia para caminhar e muitas conchas. (…) No domingo fui com eles à igreja. Confundimos a hora e só chegamos lá mais de meia hora depois do início do culto. O regresso da igreja para casa foi encantador já passava um pouco das seis da tarde. Esta cidade de Macau é um local encantador, repleto de cenários pitorescos. (…)”, lê-se, segundo tradução feita pelo próprio João Botas de um excerto do diário. Sarah descreve ainda um outro passeio, feito numa segunda-feira, quando jantaram e tomaram chá “na casa da Sra. Nye”. “(…) Levei a minha cadeira até à Praia porque as ruas são estreitas demais para uma carruagem. Fizemos um passeio bastante longo e agradável, conhecemos vários grupos que andavam a cavalo e duas ou três outras carruagens. (…)”, escreveu ainda a americana. Não falta ainda um relato da Casa Garden, onde hoje funciona a sede da Fundação Oriente (FO), e a Gruta de Camões. “À tarde visitamos a Casa Garden. É de facto um local encantador – abundância de belas árvores que sombreiam os belos passeios sinuosos e é constante o encontro com imensas rochas, por vezes isoladas, outras vezes empilhadas umas sobre as outras. A gruta de Camões, poeta português, é um local de grande atracção. É um sítio curioso, composto por três rochas imensas – duas em pé, a vários metros de distância uma da outra, a terceira repousando imediatamente sobre a abertura, formando uma divisão fresca e protegida, aberta em cada extremidade. (…)” À data, a Casa Garden pertencia ao comendador Lourenço Marques que a arrendava aos comerciantes estrangeiros. A americana descreve ainda no diário o ambiente de Cantão, cidade do sul da China. “Chegamos a Cantão por volta das cinco da manhã. (…) Depressa desembarcamos e fomos até à residência dos Parker. (…) Passamos três dias e três noites muito agradáveis na casa do médico. Saí para fazer compras em Cantão, mas apenas uma vez e fui com a Sra. Parker. Estas compras perderam para mim muito da novidade. Este ano foi muito desagradável por causa das multidões nas ruas que se preparavam para duas das suas festas religiosas – o ‘Festival das Lanternas’ e uma outra, de que não me lembro o nome, embora a tenha testemunhado no ano passado, quando estive em Cantão. (…)” Segundo João Botas, a referência feita a Parker remete para Peter Parker, nascido em 1804 e falecido em 1888, médico e missionário dos EUA. Este chegou à China em 1834 onde deu a conhecer pela primeira vez as técnicas da medicina ocidental, incluindo a anestesia. Em 1838 criou um hospital ligado à oftamologia em Macau, onde viveu durante algum tempo. Por sua vez, Harriet Colby Webster Parker era esposa de Peter Parker, tendo sido a primeira mulher ocidental a viver na China.
Hoje Macau SociedadeSaúde | Estágios começaram esta segunda-feira Arrancou esta segunda-feira a ronda de estágios dos profissionais de saúde em diversas especialidades, e que decorrem em vários serviços e unidades do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ), incluindo centros de saúde, com a duração de 26 a 52 semanas. Estes estágios visam a obtenção da acreditação profissional para o exercício da profissão, sendo que, no ano de 2023/2024, foram aprovados 390 formandos. Os Serviços de Saúde de Macau (SSM) realizam a formação destinada aos 354 estagiários, o que representa cerca de 90,8 por cento do número total. Além disso, são organizados 596 instrutores profissionais de diferentes serviços, unidades ou departamentos “para orientar os trabalhos clínicos, com vista a proporcionar aos formandos o melhor ambiente e as melhores condições de ensino”, descrevem os SSM, em comunicado.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeDiáspora portuguesa | Macau presente em núcleo regional de Conselho Macau está representado no recém-criado Núcleo Regional da Ásia e Oceânia do Conselho da Diáspora Portuguesa através de António Menano, secretário-geral da MGM China, e do CEO do BNU, Carlos Cid Álvares. Este espera efeitos ao nível do crescimento económico português e aumento de exportações e importações São 13 os conselheiros ligados ao recém-criado Núcleo Regional da Ásia e Oceânia do Conselho da Diáspora Portuguesa, uma entidade fundada em 2012 com o objectivo de potenciar negócios e a presença portuguesa em todo o mundo. Macau está representado neste grupo de conselheiros com António Menano, secretário-geral da MGM China Holdings, e Carlos Cid Álvares, CEO do Banco Nacional Ultramarino (BNU). Ao HM, o responsável adiantou apenas ter “todo o interesse” que “Portugal veja o seu nome enaltecido no estrangeiro e que o trabalho dos elementos do Núcleo tenha efeitos práticos ao nível do crescimento económico, aumento das exportações e importações”. Carlos Cid Álvares acrescentou também que Macau desempenha um papel importante para se desenvolver enquanto “plataforma de negócios entre os países de língua portuguesa e a China”. “Tudo o que podermos fazer para aumentar esse papel [de Macau] será francamente positivo para as empresas portuguesas e dos países de língua portuguesa que queiram aumentar o volume de negócios na China”, frisou. Segundo um comunicado do Conselho da Diáspora Portuguesa, um dos principais objectivos da criação do Núcleo Regional é “fortalecer as conexões entre os actores económicos da região”, bem como “estabelecer uma extensa rede de parceiros dentro da comunidade portuguesa em toda a Ásia e Oceânia”. Pretende-se ainda “estimular uma compreensão mais profunda da região para promover os interesses de Portugal de modo eficaz”. Eventos e documentos Constituído em 2012, o Conselho da Diáspora Portuguesa foi criado com o apoio da Presidência da República portuguesa e do Ministério dos Negócios Estrangeiros. João Graça Gomes, coordenador do Núcleo Regional, considera que o objectivo da criação de três núcleos regionais foi o de “descentralizar” e agilizar o trabalho que vinha sendo feito na organização de eventos e outras actividades promocionais de Portugal. “A Ásia é uma região muito dinâmica, temos grandes economias como a China, Índia ou Japão, e o Núcleo Regional pretende reflectir sobre o que está a ser feito na Ásia e pode ser aplicado em Portugal. Estamos a planear a realização de vários seminários online para este ano e a produzir uma espécie de ‘documento branco’ sobre [o panorama de desenvolvimento] da região nos próximos cinco ou dez anos, identificando as grandes áreas económicas nos países. A China, por exemplo, destaca-se nas energias renováveis, e em Portugal o país é um dos maiores investidores no sector energético.” Relativamente à ligação com Macau, João Graça Gomes entende ser “o centro” na Ásia dada a histórica presença portuguesa de quase 500 anos. “A comunidade portuguesa em Macau é numerosa. Portugal tem muitas parcerias com universidades locais e persiste o Direito de Macau de inspiração portuguesa. Queremos envolver-nos na área da investigação científica, podendo construir pontes entre universidades de Macau e com zonas onde haja diáspora portuguesa.” Em termos de actividades, os conselheiros de Macau podem potenciar “reflexões mais teóricas ou actividades mais práticas na área da investigação científica e parcerias com universidades”. Essencialmente, o Conselho pretende “atrair novos investimentos para Portugal contribuindo para o que já existe”. “Temos uma visão de abertura e colaboração [com outras entidades]. Estamos dispostos a criar um polo agregador com as comunidades portuguesas, órgãos governamentais, a rede consular e até a AICEP [Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal], fazendo uma ponte sem nos substituirmos a ninguém”, rematou. João Graça Gomes afirmou ainda que o Conselho pretende “auxiliar Portugal a aumentar a sua imagem no estrangeiro e a alargar o softpower”.
Hoje Macau SociedadeKiang Wu | Homem com “antecedentes de cancro” morre com gripe Um residente com 45 anos morreu com gripe no Hospital Kiang Wu, na terça-feira, de acordo com um comunicado dos Serviços de Saúde (SS). A informação foi divulgada ontem. Na mensagem foi apontado que o homem tinha “antecedentes de cancro”, e viajado para fora de Macau. Os sintomas surgiram a 31 de Dezembro, com febre, tosse, dificuldades respiratórias e uma paragem cardíaca súbita, que levou a que a família chamasse o Corpo de Bombeiros ao local. “Na sequência do sucedido, a família chamou imediatamente a ambulância do Corpo de Bombeiros e, após reanimação cardiopulmonar, o homem foi encaminhado para o Serviço de Urgência do Hospital Kiang Wu para ser socorrido”, foi revelado. No hospital, a “análise laboratorial da amostra do tracto respiratório” mostrou que o homem estava infectado com o vírus influenza B, e também uma radiografia ao tórax revelou a existência de líquido nos pulmões. Além disso, foi apontado que o homem tinha antecedentes de cancro, mas o tipo não foi especificado. Apesar do diagnóstico, o homem foi ligado a um ventilador, mas acabou por falecer a 2 de Janeiro. Segundo o comunicado dos Serviços de Saúde, o homem “não tinha sido vacinado contra a gripe sazonal” e “tinha viajado para o exterior antes do aparecimento dos sintomas”.
Hoje Macau Manchete SociedadeJogo | Número de promotoras cai para metade De acordo com a lista publicada pela DICJ, existem 18 promotores de jogo a operar em Macau, o que significa uma quebra de 50 por cento, em comparação com o início de 2023 O número total de empresas promotoras do jogo licenciadas no território caiu para metade ao longo do último ano. A revelação foi feita pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), que publicou o número de junkets licenciados no início do ano. Em Janeiro do ano passado, quando o território ainda estava a ser afectado pela política de zero casos de covid-19, estavam registadas junto do regulador 36 empresas de promoção de jogo. Contudo, um ano depois, o número caiu para 18 registos. A informação do portal da DICJ não indica os motivos que levaram a que o número de promotores do jogo caísse para metade, num ano em que as receitas do jogo mostraram uma tendência de recuperação. No ano passado, as receitas brutas do jogo atingiram 183,1 mil milhões de patacas, números que contrastam com os 42,2 mil milhões de patacas declarados como receitas do sector em 2022, no que representou um aumento de 333,8 por cento. As empresas promotoras de jogo actuam junto dos grandes apostadores, e tentam atrai-los para os diferentes casinos, a troco de uma comissão. Durante muitos anos, foram utilizadas para cobrar dívidas no Interior e movimentar dinheiro do Interior para apostar nos casinos locais. No entanto, desde 2021 que o sector vive tempos difíceis. Além das campanhas no Interior e em Macau contra os agentes das promotoras, como aconteceu com os casos mediáticos contra os grupos Suncity e Tak Chun, houve igualmente uma alteração às leis do sector, que além de estabelecerem limites para o número de empresas de promoção proíbem ainda a partilha das receitas dos casinos. Abaixo do limite Os números revelados pela DICJ mostram também que a quantidade de promotores de jogo registada está abaixo dos autorizados pelo secretário para a Economia e Finanças. Desde 2022 que a lei da actividade de exploração de jogos de fortuna ou azar em casino atribuiu poderes ao Executivo para definir o número de junkets autorizado a operar. Para este ano, Lei Wai Nong tinha definido um limite máximo de 50 promotores. O número actual apenas preenche 36 por cento das inscrições disponíveis. Entre as vagas para as 50 quotas para promotores, 12 foram atribuídas à concessionária Venetian Macau, e o mesmo aconteceu com a SJM Resorts. As concessionarias MGM Grand Paradise e Mel Resorts têm cada uma oito vagas e a Galaxy Casino e Wynn Resorts cinco vagas, cada.
Andreia Sofia Silva PolíticaAmbiente | Ron Lam diz ser difícil atingir metas de descarbonização antes de 2050 O deputado Ron Lam U Tou considera ser difícil alcançar o objectivo traçado pelo Governo de atingir a meta da descarbonização antes de 2050 e a fasquia de quase zero emissões de carbono, objectivos definidos na “Estratégia de Descarbonização a Longo Prazo de Macau” publicada pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA). Segundo o jornal Ou Mun, o deputado concorda com este plano, mas exige que sejam criadas mais políticas concretas para que se cumpram estes objectivos, entendendo que não existe um calendário para a concretização desta estratégia. O deputado destacou que o maior problema para o aumento da circulação de veículos eléctricos, um dos meios para a descarbonização, é a falta de postos de carregamento nas zonas residenciais, pois actualmente mais de 100 mil habitações privadas não possuem estes postos de carregamento. Apesar de se tratar de um processo de instalação simples, Ron Lam U Tou entende que há muita burocracia da Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU), sendo que esta diz estar limitada pelo Código Civil. O deputado considera que o Governo deve resolver esta matéria a fim de fomentar o uso generalizado de carros eléctricos.
João Santos Filipe Manchete PolíticaNovo Bairro | Macau Renovação Urbana defende criação de oligopólio A empresa com capitais públicas considera que seguiu os procedimentos normais e os “princípios de justiça” ao autorizar que apenas cinco agências imobiliárias possam participar na venda de apartamentos construídos com dinheiro da RAEM A Macau Renovação Urbana considera ter actuado de acordo com os “procedimentos normais”, na criação de um oligopólio em que apenas cinco agências imobiliárias estão autorizadas a vender os apartamentos no Novo Bairro de Macau, na Ilha da Montanha. As declarações foram prestadas por Chan Ion Kei, responsável do projecto da Macau Renovação Urbana, na terça-feira, quando foram entregues as primeiras fracções a residentes. A questão tem sido alvo de controvérsia em Macau, por dois motivos: várias agências imobiliárias no território sentem-se discriminadas por parte do Governo da RAEM, e também porque as vendas através dos agentes imobiliários, que cobram uma comissão, são concluídas mais rapidamente do que as realizadas directamente junto da Macau Renovação Urbana. Questionado sobre estes dois aspectos, segundo o relato do jornal All Aout Macau, Chan Ion Kei afirmou que a escolha das cinco agências para a vendas dos apartamentos foi feita “com base nos princípios de justiça” e de acordo “com os procedimentos normais”. No entanto, Chan não indicou quais os procedimentos adoptados nem sem existe a possibilidade de no futuro haver uma liberalização do mercado de venda dos apartamentos dos agentes. Liberdade no mercado Apesar da criação do imobiliário, Chan Ion Kei não se coibiu de defender que existe liberdade no mercado, uma vez que os residentes podem sempre escolher não comprar as fracções. Por outro lado, o responsável pelo projecto reconheceu que a venda feita através das agências imobiliárias é mais rápida do que as realizadas directamente pela companhia. Segundo as explicações de Chan, as agências imobiliárias têm mais pessoal para verificar os documentos entregues pelos potenciais compradores, assim como custos mais baixos com o pessoal. Chan reconheceu ainda que no caso da empresa Macau Renovação Urbana receber directamente muitos pedidos pode não ter condições de satisfazê-los. De acordo com os dados divulgado na terça-feira, desde 28 de Novembro, dia em que os apartamentos no Novo Bairro de Macau em Hengqin começaram a ser vendidos, apresentaram-se mais de 1.000 candidatos para adquirirem fracções. No mesmo sentido, foi indicado que não houve ainda qualquer residente a perder o sinal pago com a promessa de compra e venda das fracções, devido a desistência do negócio.