João Santos Filipe PolíticaSegurança | Ella Lei pede regulamentação para esquentadores A deputada critica o Governo por insistir em campanhas de informação sem impacto, ao mesmo tempo que os acidentes se repetem, alguns com consequências mortais. Ella Lei pede também maior controlo a produtos importados Ella Lei defende que as autoridades têm de criar regulamentação sobre a instalação e utilização de esquentadores em fracções habitacionais. A posição foi tomada pela deputada através de interpelação escrita, depois pelo menos três pessoas terem morrido em Janeiro, devido à inalação de monóxido de carbono emitido por esquentadores mal instalados. “Todos os anos, no Inverno, há acidentes relacionados com a utilização de gás. Recentemente, voltaram a acontecer vários casos em que pessoas tiveram de ser transportadas para o hospital devido à inalação de monóxido de carbono”, contextualizou a deputada. “Um dos acidentes deste ano resultou na morte trágica de três pessoas, o que é lamentável”, acrescentou. Sobre as principais razões para os acidentes, Ella Lei indica que os dados oficiais mostram que as duas causas mais frequentes de envenenamento são a “instalação ou utilização deficientes” dos esquentadores e ainda a falta de circulação interna de ar durante a utilização de fogões a gás. Neste sentido, Ella Lei questiona o Governo se vai regulamentar os procedimentos de certificação, compra, instalação e manutenção deste tipo de equipamentos em Macau. A deputada questiona também se vai ser exigida formação aos profissionais, para que saibam identificar situações perigosas para os utilizadores, quando fazem a instalação ou manutenção dos equipamentos. O caminho errado A legisladora aponta também o dedo às autoridades por se limitarem a fazer campanhas de promoção para alertar a população para os perigos da má utilização destes produtos, sem tomar a liderança activa para resolver o problema. Na perspectiva da deputada da Federação das Associações dos Operários de Macau a estratégia não está a resultar. “Apesar das autoridades terem feito muito trabalho de promoção sobre os procedimentos de segurança na utilização de aparelho a gás, ao longo dos anos, […] ainda acontecem muitos acidentes”, atirou. “A situação não pode ser ignorada”, avisou. Outras das críticas apresentadas passa pelo facto de ter sido aprovada legislação sobre os padrões de segurança para os equipamentos a gás, que na prática tem poucos efeitos, uma vez que não há supervisão sobre os produtos importados. “Apesar de o Governo ter aprovado legislação para proibir a importação e venda de aparelhos a gás mais seguros, os residentes ainda compram muitos produtos de outras regiões, que não reúnem condições de segurança”, afirmou a deputada.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaFunção Pública | Decisão final de transferência de funcionários caberá ao Governo A Administração vai passar a ter a palavra final no que diz respeito à transferência ou destacamento de funcionários públicos, mesmo que não concordem com a mudança de serviço. Esta foi uma das alterações ao Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau (ETAPM) discutida ontem pelos deputados da terceira comissão permanente da Assembleia Legislativa (AL). Nos casos em que um funcionário público tenha de ser destacado ou transferido para outro serviço, este deve ser ouvido sobre a matéria, sempre com base na decisão fundamentada, por escrito, da parte do serviço em questão. No entanto, mesmo que o trabalhador não concorde com a mudança, a decisão final será sempre da Administração. Razões familiares invocadas pelo trabalhador serão tidas em conta, mas a necessidade do serviço será sempre considerada “prioritária”. “Ouvir o trabalhador já é uma forma de o respeitar. O secretário [André Cheong, da tutela da Administração e Justiça] referiu que a conveniência dos serviços é sempre a prioridade. Se o trabalhador não quer ser destacado ou transferido, a Administração pode, de forma unilateral, fazer esse processo. Alguns deputados apresentaram reservas quanto a esta questão”, explicou Vong Hin Fai, deputado que preside à comissão. Maior rapidez Procedeu-se ainda a uma outra alteração na proposta de lei que passa pela concessão de mais poder decisório aos directores de serviços sem que tenha de ser pedido o aval do secretário da tutela ou do Chefe do Executivo. Nos casos em que haja recurso, este será apresentado primeiro de forma administrativa, dentro dos serviços, e só depois se recorre aos tribunais. Outro dos assuntos abordados na reunião de ontem prende-se com a necessidade de implementar, o mais depressa possível, o novo ETAPM, a fim de ser criado um quadro jurídico para os funcionários públicos que estão a trabalhar na Zona de Cooperação Aprofundada Macau-Hengqin. Não há, contudo, uma decisão final. “Esta proposta visa a criação do regime de comissão eventual de serviço para os trabalhadores da Zona de Cooperação, daí que foi sugerida que a proposta de lei entre em vigor a seguir à data da publicação. Mas não temos ainda um esclarecimento oficial da parte do Governo. Alguns funcionários públicos estão em Hengqin em regime de comissão oficial, algo que tem sido aplicado há mais de um ano, o que não é adequado”, frisou Vong Hin Fai.
Hoje Macau Manchete PolíticaONU | Governo elaborou relatórios enviados pelas associações tradicionais Apesar de se apresentarem como relatórios independentes, os documentos enviados pela Associação Geral das Mulheres de Macau e da Federação de Juventude de Macau foram elaborados pela Direcção dos Serviços para os Assuntos da Justiça Os metadados dos ficheiros dos relatórios sobre direitos económicos, sociais e culturais enviados por duas organizações civis de Macau às Nações Unidas apontam o Governo como autor dos documentos submetidos este ano e em 2022. A informação digital que consta nas propriedades de pelo menos três documentos em formato Word enviados à ONU atribui a autoria à Direcção dos Serviços para os Assuntos da Justiça (DSAJ) e ao nome que corresponde ao de uma funcionária daquele organismo governamental. A ONU disse à Lusa que a credibilidade da informação vai ser analisada, enquanto o Governo de Macau e as duas organizações em causa garantiram a independência dos relatórios, sem que alguma das entidades se tenha pronunciado sobre os factos em concreto. O primeiro documento em causa foi submetido ao Comité dos Direitos Humanos da ONU em 2022 pela Associação Geral das Mulheres de Macau, no âmbito da avaliação do cumprimento em Macau do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos. Nas propriedades do documento Word, a autoria é atribuída à DSAJ, sendo que não é possível aceder a esse histórico digital nos ficheiros de outras organizações, remetidos em formato PDF. Os outros dois documentos foram enviados em 2022 para o Comité dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais da ONU, que realizou ontem e no dia anterior sessões sobre a ratificação do Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais na China (que inclui Hong Kong e Macau). Neste caso, a autoria que consta nos metadados dos ficheiros dos relatórios, tanto da Associação Geral das Mulheres de Macau como da Federação de Juventude de Macau, corresponde ao nome de uma funcionária da DSAJ. Numa resposta enviada à Lusa, o gabinete do secretário para a Administração e Justiça negou que o Governo exija às organizações não-governamentais (ONG) a submissão prévia dos relatórios para aprovação, assegurando que respeita o mecanismo definido pela ONU. Mas, na mesma resposta, salienta-se que o Governo da região administrativa especial chinesa “está disposto a prestar o apoio” necessário, caso essas entidades tenham dúvidas sobre a forma ou procedimento na apresentação do relatório. Credibilidade em causa Por sua vez, a ONU explicou que “depois de receberem os contributos da sociedade civil, os membros do comité irão rever a informação e determinar a sua credibilidade e utilidade”. No final, assinalou, “analisará, então, objectivamente, todos os contributos e fará observações finais e recomendações”. Já a Associação Geral das Mulheres de Macau, salientou que, “desde a obtenção do estatuto consultivo especial junto do Conselho Económico e Social das Nações Unidas (…), aderiu estritamente aos mecanismos e directrizes relevantes da ONU”. E que “todos os relatórios são elaborados e submetidos de forma independente pela associação”. “A fim de assegurar que os relatórios apresentados estão em conformidade com as normas internacionais, apenas consultámos os departamentos governamentais relevantes sobre o formato dos relatórios para assegurar que cumprem os requisitos”, ressalvou. Da mesma forma, a Federação de Juventude de Macau sublinhou que “sempre cumpriu o mecanismo definido pelos comités dos tratados de direitos humanos das Nações Unidas, redigindo relatórios de forma independente”. E assegurou ainda que, no que diz respeito à avaliação dos tratados de direitos humanos, (…) enquanto organização não-governamental com estatuto consultivo junto do Conselho Económico e Social das Nações Unidas”, submeteu os respectivos relatórios “em nome próprio, (…) sem quaisquer instruções do Governo da RAEM no processo”. Mundo maravilhoso Além do mesmo nome que consta na informação dos metadados no campo da autoria, os relatórios das duas organizações civis têm em comum os elogios à acção governativa. “Ao abrigo da protecção da Lei Básica da RAEM [Região Administrativa especial de Macau], a situação da igualdade de género na RAEM sempre foi das mais elevadas do mundo, com os direitos e interesses das mulheres e crianças cada vez mais aperfeiçoados, a participação das mulheres na política em crescente aperfeiçoamento, o nível de saúde das mulheres e crianças a ser melhorado continuadamente, o sistema de educação em constante avanço, a disseminação cultural a aumentar gradualmente e a participação internacional em constante expansão”, pode ler-se, a título de exemplo, num dos trechos do mais recente relatório da Associação Geral das Mulheres de Macau. Por sua vez, a Federação de Juventude de Macau sublinhou “a determinação do Governo da RAEM em cumprir as obrigações no âmbito das convenções internacionais” e enumerou as acções em áreas que vão da educação, ao emprego, da legislação laboral à habitação. A Associação Geral das Mulheres de Macau garantiu, após candidatura, o estatuto consultivo especial desde 2008. A Federação de Juventude de Macau, desde 2021. Para a ONU, “as organizações da sociedade civil, incluindo ONG e instituições nacionais de direitos humanos, têm um papel fundamental a desempenhar para ajudar o comité a cumprir eficazmente o seu mandato”. Uma contribuição que as Nações Unidas consideram crucial, dado o seu estatuto de entidades não-governamentais, seja “ao participarem nas sessões (…) ou na submissão de informação” escrita, que, defende a ONU, “deve ser tão específica, fiável e objectiva quanto possível”.
João Luz Grande Plano MancheteForbes | Macau ultrapassa Londres em excelência hoteleira Macau é a cidade com o maior número de hotéis distinguidos nos Forbes Travel Guide Star Awards 2023, os “Óscares da hotelaria”. As distinções de cinco estrelas conseguidas pelas unidades hoteleiras das seis concessionárias de jogo relegaram Londres para o segundo lugar do pódio A indústria hoteleira de Macau acabou de ser distinguida como a melhor do mundo, pelo menos de acordo com um dos mais prestigiados rankings de qualidade do sector: os Star Awards do Forbes Travel Guide deste ano. De acordo com comunicado de imprensa divulgado na noite da organização dos prémios, a excelência hoteleira de Macau foi reconhecida através de 22 prémios de cinco estrelas, ultrapassando por um prémio Londres, a cidade que ficou em segundo lugar no ranking do Forbes Travel Guide. Como não poderia deixar de ser, a larga maioria das unidades hoteleiras de luxo que integram a lista pertencem ao portfolio de propriedades das seis concessionárias de jogo. Importa destacar que nos prémios deste ano, foram acrescentados cinco hotéis: O Galaxy Hotel, da Galaxy Entertainment Group Ltd, o Grand Lisboa Palace Macau e o The Karl Lagerfeld, as duas novas estrelas da constelação de propriedades da SJM Holdings Ltd e as novas unidades hoteleiras da Sands China Ltd Londoner Hotel e Londoner Court. Além das 22 propriedades incluídas na lista das distinções mais elevadas, foi também reconhecida a qualidade de mais 41 propriedades de Macau, que abrangem 22 hotéis, 16 spas e 25 restaurantes. Os Star Awards 2023 do Forbes Travel Guide reconheceram ainda a qualidade de três hotéis de quatro estrelas e recomendaram outras duas unidades, além de spas e restaurantes. Fora da hegemonia dos resorts das concessionárias de jogo, foram também distinguidos o Mandarin Oriental, Macau, pela qualidade da unidade hoteleira, spa e o restaurante Vida Rica. Discurso galáctico Após a divulgação da lista que colocou Macau no topo da indústria a nível global, as reacções das grandes empresas de hotelaria não se fizeram esperar. A Galaxy Macau começou por destacar o facto de se ter tornado no “maior resort integrado do mundo a conseguir mais distinções de cinco estrelas da Forbes debaixo do mesmo tecto”. A empresa arrebatou cinco estrelas em quatro das suas marcas de luxo hoteleiro com as unidades Banyan Tree Macau, Galaxy Hotel, Hotel Okura Macau, e o The Ritz-Carlton, Macau. Prémios a que se juntam as distinções recebidas pela primeira vez pelos restaurantes 81⁄2 Otto e Mezzo BOMBANA. No capítulo da revalidação das cinco estrelas, a empresa enumera os spas Lai Heen, Banyan Tree Spa Macau, e o The Ritz-Carlton Spa. Num comunicado emitido na noite de quarta-feira, o director de operações do Galaxy Entertainment Group, Kevin Kelley, mostrou-se “profundamente honrado pelas oito distinções” de cinco estrelas. “A nossa equipa tem-se dedicado ao longo dos anos a fornecer instalações de última geração e serviços distintos aos nossos convidados, conquistando o reconhecimento de convidados e profissionais de renome da indústria com a nossa filosofia única de serviços ‘Asian Heart’. A Galaxy Macau continuará a honrar a promessa de prestar serviços notáveis, de modo a criar uma experiência exemplar de resort de luxo para apoiar o desenvolvimento de Macau como um ‘Centro Mundial de Turismo e Lazer’”. Cidade dos sonhos No portfolio de propriedades da Melco Resorts & Entertainment foram galardoados os hotéis Morpheus, Nüwa, no City of Dreams Macau, o Star Tower, Studio City e o Altira Macau. No capítulo da restauração da Melco, os Star Awards 2023 do Forbes Travel Guide premiaram os restaurantes Alain Ducasse e o Yí no Morpheus, o Jade Dragon no Nüwa e o Pearl Dragon no Studio City. Na área do bem-estar, foram reconhecidos os spas do Morpheus, Nüwa e Altira, assim como o Zensa Spa. O CEO da Melco, Lawrence Ho, também reagiu à divulgação das distinções da Forbes. “Embora os desafios relacionados com a pandemia tenham, de facto, afectado todos os sectores durantes os últimos anos, estamos prontos para acolher de volta o fluxo constante de turistas nos nossos resorts, reforçando a cultura de excelência do nosso serviço com dedicação e empenho”, afirmou Lawrence Ho, agradecendo as distinções atribuídas pela Forbes. Cidade das vitórias No universo da Wynn Macau, os Óscares da hotelaria recaíram sobre o hotel Wynn Macau, os restaurantes Café Encore, Golden Flower, Wing Lei Palace, Ristorante il Teatro e o Sushi Mizumi, num total de 15 prémios divididos entre os resorts Wynn Macau, na península, e o Wynn Palace, no Cotai. Coube ao director de operações da Wynn Macau, Frederic Luvisutto, comentar a divulgação dos Star Awards do Forbes Travel Guide, agradecendo “o contínuo reconhecimento com o compromisso à excelência, que reflecte o esforço e dedicação” dos profissionais da empresa que “são a fundação do sucesso” da Wynn Macau. “Este reconhecimento continua a inspirar-nos a todos para providenciarmos uma experiência de hospitalidade sem paralelo, pela qual somos reconhecidos a nível mundial”, acrescentou o responsável. Também as propriedades da SJM Resorts, S.A. foram reconhecidas pela Forbes, nomeadamente o Grand Lisboa Hotel, o Grand Lisboa Palace e o The Karl Lagerfeld. Além das unidades hoteleiras, foram ainda premiados os restaurantes Palace Garden, The 8 e o Robuchon au Dôme, e os spas do Grand Lisboa Palace, do The Karl Lagerfeld e do Grand Lisboa. A directora da SJM, Daisy Ho, destacou o facto de o novo resort Grand Lisboa Palace, que inaugurou a presença da histórica concessionária no Cotai, ter recebido logo no primeiro ano de actividade todos os prémios de cinco estrelas no ranking do Forbes Travel Guide. “Estes reconhecimentos são um testemunho do esforço continuado da nossa equipa para elevar a experiência de quem nos visita. A SJM sente-se sinceramente honrada com os prémios da Forbes, continuaremos a oferecer um leque diversificado de experiências memoráveis para reforçar a posição de Macau como ‘Centro Mundial de Turismo e Lazer’”, prometeu Daisy Ho. Leões no areal No que diz respeito às propriedades da MGM China Holdings, foram distinguidos os hotéis MGM Macau, a Emerald Tower e Skylofts no MGM Cotai e os restaurantes Imperial Court, Tria, Five Foot Road. “Temos a honra de, mais uma vez, trazer para casa sete prémios Five-Star da Forbes, que atestam a excelência das nossas operações e reforçam a devoção em oferecer serviços e instalações diversificados de primeira qualidade. Com o início do novo ano, estamos satisfeitos por ver que a recuperação do turismo de Macau está a ganhar velocidade. A MGM vai continuar a lançar mais ofertas turísticas inovadoras”, declarou o presidente da MGM, Hubert Wang, destacando a prioridade de vincar Macau como um ‘Centro Mundial de Turismo e Lazer’. No universo da Sands China, foram distinguidos pela Forbes o Four Seasons Hotel Macao, e as Grand Suites no mesmo complexo, assim como o spa do resort e o restaurante Zi Yat Heen. Injecção de confiança O reconhecimento dado à indústria hoteleira de Macau surge numa altura em que a retoma do sector começa a dar sinais de algum vigor, depois de três anos em que o número de visitantes baixou drasticamente. A taxa de ocupação hoteleira em Macau foi de 38,4 por cento no ano passado, o segundo valor mais baixo em mais de duas décadas, e menos 11,7 pontos percentuais do que em 2021, segundo dados oficiais. Em Dezembro, o Executivo de Ho Iat Seng anunciou o cancelamento da maioria das medidas sanitárias, depois de a China ter alterado a estratégia ‘zero covid’ que vigorou durante quase três anos. Com o alívio das medidas, a cidade registou 451 mil visitantes durante a semana do Ano Novo Lunar, quase o triplo de 2022, mas ainda assim menos 62 por cento do que em 2019, o último ano antes da pandemia de covid-19. A média da taxa de ocupação hoteleira foi de 85,7 por cento, com um pico no terceiro dia do Ano Novo Lunar (24 de Janeiro), de 92,1 por cento.
Hoje Macau China / ÁsiaChina anuncia visita de presidente chinês Xi Jinping ao Irão O presidente chinês, Xi Jinping, vai realizar uma visita de Estado ao Irão, anunciou hoje o ministério dos Negócios Estrangeiros da China, após o líder iraniano, Ebrahim Raisi, ter concluído uma visita de três dias a Pequim. Xi “aceitou com prazer o convite” do seu homólogo para visitar Teerão, segundo um comunicado conjunto, publicado pelo ministério, que não especificou data. A última visita de Estado do presidente chinês ao Irão ocorreu em janeiro de 2016. O anúncio surgiu no terceiro e último dia da deslocação de Raisi a Pequim. Foi a primeira visita de Estado de um presidente iraniano à China em mais de 20 anos. Parceiros políticos e económicos, os dois países enfrentam pressões por parte dos países ocidentais, nomeadamente devido às suas posições face à invasão da Ucrânia pela Rússia. O Irão enfrenta também duras sanções dos Estados Unidos, devido ao seu programa nuclear. No comunicado de quinta-feira, os dois países apelaram ao levantamento das sanções, dizendo que “garantir os dividendos económicos do Irão” é uma “parte importante” do acordo nuclear, assinado em 2015. Pequim e Teerão também pediram a “implementação plena e efetiva” do acordo, culpando a “retirada unilateral dos Estados Unidos” pelas tensões atuais. O Irão é um dos últimos grandes países a oferecer apoio à Rússia, que foi vetada ao isolamento diplomático, desde o início da intervenção militar na Ucrânia, no final de fevereiro de 2022. Os países ocidentais acusam a República Islâmica de fornecer a Moscovo veículos aéreos não tripulados (“drones”) militares armados, que estão a ser usados contra a Ucrânia. Teerão negou aquelas acusações. Na terça-feira, Xi Jinping elogiou a “solidariedade” nas relações China – Irão, dizendo que “perante a situação complexa, provocada pelos desenvolvimentos no mundo, China e Irão apoiam-se, mostram a sua solidariedade e cooperam”. Pequim assinou, em 2021, um vasto acordo estratégico de 25 anos com Teerão. Esta importante parceria abrange áreas tão variadas como a energia, segurança, infraestruturas e comunicações.
Hoje Macau DesportoPresidente da CFA investigado por órgão anticorrupção O presidente da Associação Chinesa de Futebol (CFA) está a ser investigado por suspeitas de “graves violações da lei”, anunciaram ontem as autoridades chinesas, numa altura em que tentam eliminar as fraudes que atormentam a modalidade no país. Em comunicado, a Comissão de Inspecção e Supervisão da Disciplina, órgão máximo anticorrupção do Partido Comunista Chinês, indicou que Chen Xuyuan está sob investigação. O órgão anticorrupção não detalhou a natureza das alegadas violações cometidas por Chen, que foi eleito presidente da CFA em Agosto de 2019. A abertura da investigação contra Chen ocorre apenas quatro meses depois de o ex-técnico da selecção masculina de futebol da China Li Tie, uma das maiores lendas da modalidade no país, devido ao seu sucesso como jogador, ter sido detido. Li Tie, antigo jogador do clube inglês Everton, foi detido em Novembro passado. No mês seguinte, Zhang Lu, guarda-redes do clube Shenzhen, que disputa a Superliga Chinesa, e antigo colega de equipa de Li no clube chinês Liaoning, foi também detido. Chen Yongliang e Liu Yi, o vice-secretário-geral executivo e o ex-secretário-geral da CFA, respectivamente, estão também sob investigação por suspeitas de violação da lei, anunciaram as autoridades, no mês passado. Aquém das expectativas A CFA é o órgão dirigente do futebol na China que organiza a selecção chinesa de futebol e as competições domésticas. Nos últimos meses, a CFA prometeu firmeza contra a manipulação de resultados, a fraude e o uso de doping, descritos pelo vice-director da Administração do Desporto na China, Du Zhaocai, como os “três cancros” que colocam em risco o desenvolvimento do futebol no país asiático. “Ainda há um longo caminho a percorrer na erradicação de práticas pouco saudáveis no mundo do futebol”, alertou recentemente a Comissão de Inspeção e Supervisão da Disciplina. O “declínio do futebol na China” mostra que “simplesmente monitorar a opinião pública não chega”, escreveu o conhecido comentador chinês Hu Xijin na rede social Weibo, questionando se “o futebol na China está podre até à medula”. A selecção masculina de futebol da China é há muito criticada pelos adeptos pelos maus resultados, altos salários dos jogadores e sucessivos escândalos. Nos últimos anos, Pequim assumiu o desejo de converter o país numa potência futebolística, à altura do seu poder económico e militar. O líder chinês, Xi Jinping, assumiu que quer ver a China qualificar-se para a fase final de um Mundial, organizar um Mundial e um dia vencê-lo.
Carlos Coutinho VozesA nova praga urbana ESTÃO, infelizmente, desatualizados os números do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), mas ainda não há outros e eu nem por isso perdi o direito de os incorporar nestes apontamentos, não só pela sua dimensão, mas, sobretudo, pelo que significam. Além disso, não os vi atempadamente divulgados pela nossa Comunicação Social. Segundo o ACNUR, milhões de pessoas fugiram da Ucrânia devido à rápida deterioração da situação e às ações militares no país. São já 5,9 milhões as pessoas deslocadas dentro da Ucrânia. No total, mais de 14 milhões fugiram das suas casas, desde 24 de fevereiro de 2022. Trata-se do o maior movimento de refugiados, em 75 anos, na Europa. “A situação é cada vez mais instável, delicada e imprevisível, porque o número de pessoas em fuga está a aumentar a cada minuto” considera o ACNUR que acrescenta: “A maioria dos refugiados da Ucrânia são mulheres, crianças e pessoas mais velhas. Muitos chegam traumatizados às fronteiras de países vizinhos. Alguns tiveram de deixar as suas casas com pouca ou nenhuma bagagem, deixando todos os seus pertences para trás.” Vejamos, então, os “números atualizados a 16 de janeiro: mais 7,9 milhões de refugiados ucranianos registados em toda a Europa, acrescidos dos 4,9 milhões registados para proteção temporária ou sistemas nacionais de proteção semelhantes na Europa. Mais de 5 milhões de pessoas deslocadas internamente”. Enquanto isto, as forças em confronto em toda a Ucrânia intensificam os bombardeamentos, indiferentes ao número de cadáveres que deixam à vista e debaixo dos escombros. Fui ao “Euronews” tentar saber um pouco mais, porém só me apareceram culpas de um lado, como de costume. Mas nem por isso deixo de as recolher, visto me parecerem credíveis: “A Rússia continua a bombardear várias cidades ucranianas e iniciou a próxima grande ofensiva na região de Lugansk, no leste do país, segundo a informação avançada pelo Instituto para o Estudo da Guerra (ISW no acrónimo em inglêsi) num relatório recente. “As forças russas recuperaram terreno na Ucrânia e começaram a próxima grande ofensiva na região de Lugansk. O ritmo das operações russas ao longo da linha de Svatove-Kreminna, em Lugansk, aumentou acentuadamente durante a última semana. “O destacamento de elementos que fazem parte de pelo menos três grandes divisões russas especializadas em operações ofensivas para esta região indica que a ofensiva começou, mesmo que as forças ucranianas estejam até agora a impedir as tropas russas de conseguirem ganhos significativos”, segundo o relatório citado. E nunca informou que Zelensky tem 800 milhões de dólares em ‘offshores’ e que Joe Biden não o deixa abrir uma porta, por mais pequena que seja, para negociações de paz. Que números vou encontrar, quando voltar a estas pesquisas? À tarde QUEM nunca viveu em Lisboa ou no Porto, ou mesmo em Coimbra ou em Setúbal, não faz a mínima ideia de como uma boa intenção ganhou corpo e rapidamente se transformou numa praga, as trotinetes motorizadas. E, mesmo para os lisboetas é difícil lembrarem-se da altura em que se deu o seu boom. Verdes, brancas, cor de laranja, pretas, de aplicações ou pessoais, a verdade é que as trotinetes têm, cada vez mais, sido vistas como pragas, não só na capital como também noutros pontos do país. Afinal, ainda é uma alternativa de mobilidade que só aumentou o número de acidentes, já que, muitas vezes, são abalroadas por carros ou atropelam peões. Segundo o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central – que é constituído pelo Hospital S. José, Hospital Curry Cabral, Hospital Santa Marta, Hospital Santo António dos Capuchos, Hospital Dona Estefânia e Maternidade Dr. Alfredo da Costa –, em 2022, foram atendidas 995 pessoas na Urgência Geral e Polivalente do Hospital de S. José, devido a acidentes envolvendo trotinetas. No mesmo Segundo o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Centro – que é constituído pelo Hospital S. José, Hospital Curry Cabral, Hospital Santa Marta, Hospital Santo António dos Capuchos, Hospital Dona Estefânia e Maternidade Dr. Alfredo da Costa –, em 2022, foram atendidas 995 pessoas na Urgência Geral e Polivalente do Hospital de S. José, devido a acidentes envolvendo trotinetas. No mesmo período, recorreram ao Centro de Responsabilidade Integrado de Traumatologia Ortopédica 359 pessoas. Embora não exista registo de vítimas mortais, de acordo com os dados registados pelas forças de segurança, face ao crescente aumento destes utilizadores, o número de feridos tem vindo a aumentar, tendo-se registado 14 feridos graves de janeiro até novembro de 2022, que compara com três em 2019, e 399 feridos ligeiros que compara com 81 em 2019. Não haverá que regulamentar melhor a moda do uso deste meio de transporte?
Andreia Sofia Silva EventosCinemateca Paixão | Filme nomeado para os Óscares em cartaz A Cinemateca Paixão prossegue com a programação até Março com três novos filmes em cartaz. “Great Freedom”, filme de Sebastian Meise, exibido pela primeira vez no dia de São Valentim, pode ser visto até ao dia 26. Destaque ainda para as películas “My Small Land” e “The Whale” [A Baleia], um dos grandes nomeados para os Óscares Quem não perde a oportunidade de ver um filme fora da sala de estar, na grande tela, tem três opções de escolha na Cinemateca até Março, com histórias que prometem ser envolventes. “Great Freedom”, filme de 2021 do realizador Sebastian Meise, é uma delas. Eis um filme que se passa na Alemanha do pós-II Guerra Mundial. Hitler morre no bunker e termina o período de perseguições que marcou o nazismo, mas isso não significa que as minorias possam ter uma voz plena na sociedade, tal como os homossexuais. “Great Freedom” retrata, assim, a história de Hans, preso várias vezes por ser homossexual ao abrigo do parágrafo 175, uma lei que criminaliza os gays. Ao longo da trama, acaba por desenvolver uma forte ligação, improvável, com Viktor, o seu companheiro de cela. Depois de uma primeira exibição esta terça-feira, no Dia de São Valentim, as exibições continuam hoje, amanhã, no domingo e na próxima semana. Esta é uma co-produção austríaca e alemã, que venceu o prémio do júri “Un Certain Regard” no Festival de Cinema de Cannes em 2021, além de ter sido nomeada, no mesmo evento, para um “Queer Palm”. No mesmo ano, “Great Freedom” foi um dos filmes em cartaz no Festival Internacional de Cinema de Chicago, tendo ganho ainda dois prémios nos Prémios de Cinema Europeu. Ainda no cinema ocidental, a outra opção é “The Whale”, filme do ano passado que conta a história de Charlie, interpretado por Bredan Fraser, um professor de inglês, obeso, preso a uma cadeira de rodas e que tenta restabelecer uma ligação com a sua filha adolescente. “The Whale” é um dos grandes filmes para a edição deste ano dos Óscares, que poderá inclusivamente render o Óscar de Melhor Actor a Brendan Fraser. Este filme marca, aliás, o regresso do actor aos principais papéis e, pois desde “Perseguidos”, filmado em 2013, que Bredan Fraser não era protagonista. No cinema até já há um nome para esse fenómeno: “Brendanaissance”, algo como “o renascimento de Brendan”. Além da nomeação para o Óscar de Melhor Actor, o filme está também nomeado para Óscar de Melhor Actor Secundário e Melhor Caracterização. “The Whale” está ainda nomeado para os BAFTA, para o prémio “Melhor Argumento (Adaptado)”. A cerimónia decorre no próximo domingo. Lugar dos refugiados A trilogia de filmes seleccionados pela Cinemateca Paixão encerra-se com “My Small Land”, película japonesa de Emma Kawawada que nos revela mais uma história familiar intensa. Desta vez conta-se o percurso de Sarya, refugiada curda de 17 anos que vive no Japão com o pai e dois irmãos há muitos anos. Subitamente a vida muda de rumo quando o estatuto de refugiado do seu pai é rejeitado pelas autoridades japonesas. Com este filme, Emma Kawawada aborda o facto de o Japão não ser um país que acolhe refugiados de braços abertos. Segundo o Japan Times, em 2019 apenas 44 pessoas de um total de 10,375 candidatos conseguiram ficar no país ao abrigo deste estatuto. Esta não é a primeira vez que este tema é abordado no cinema, tendo sido escolhido por Akio Fujimoto em “Passage of Life”, filme de 2018, e por Thomas Ash no documentário “Ushiku”, de 2021, sobre a dura realidade dos centros de detenção no país.
Hoje Macau China / ÁsiaChina/Irão | Xi elogia “solidariedade” entre países num mundo “complexo” A visita do Presidente iraniano a Pequim visa fortalecer as relações entre os dois países que sofrem pressões externas face aos novos e complexos desafios da actualidade mundial. Assinados, estão já vários acordos nas áreas de agricultura, comércio, turismo, protecção ambiental, saúde, socorro a desastres, cultura e desportos O Presidente chinês, Xi Jinping, elogiou na terça-feira a “solidariedade” entre a China e o Irão, ao dar as boas-vindas em Pequim ao seu homólogo iraniano, Ebrahim Raissi, que iniciou uma visita oficial de três dias ao país asiático. “Diante da situação complexa provocada pelas mudanças no mundo, dos tempos e da História, a China e o Irão apoiam-se, demonstram a sua solidariedade e a sua cooperação”, afirmou Xi, citado pela televisão estatal chinesa CCTV. “A China apoia o Irão na salvaguarda da sua soberania nacional, independência, integridade territorial e dignidade nacional (…). A China apoia o Irão na resistência ao unilateralismo e à intimidação, opõe-se a forças estrangeiras que interferem nos assuntos internos do Irão e minam a segurança e a estabilidade do Irão”, declarou ainda o líder chinês, ao dirigir-se a Ebrahim Raissi. Esta é a primeira visita de Estado de um Presidente iraniano à China em mais de 20 anos. Ebrahim Raissi, que viajou para Pequim com uma grande delegação com uma forte componente económica e comercial, foi recebido por Xi Jinping no Grande Palácio do Povo, próximo da Praça da Paz Celestial. Após ouvirem os hinos dos respectivos países, os dois dirigentes passaram em revista a guarda de honra chinesa ao som de música militar. Os dois países estão a enfrentar fortes pressões do Ocidente, em particular devido à posição assumida em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia. O regime de Teerão já está a sofrer sanções dos Estados Unidos devido ao seu controverso programa nuclear. O Irão está entre os países que ofereceram apoio à Rússia, cujo isolamento diplomático tem vindo a crescer desde o início da guerra na Ucrânia, a 24 de Fevereiro de 2022. Os países ocidentais acusam o Irão de fornecer a Moscovo ‘drones’ militares armados que seriam usados na Ucrânia, situação que Teerão nega. Complexidades modernas A invasão russa da Ucrânia é uma questão embaraçosa para Pequim, porque Moscovo é um dos seus parceiros estratégicos. A China pede respeito pela soberania dos Estados, mas ao mesmo tempo pede que as preocupações de segurança da Rússia sejam levadas em consideração. Os dois países assinaram também vários acordos de cooperação bilateral nas áreas de agricultura, comércio, turismo, protecção ambiental, saúde, socorro a desastres, cultura e desportos, segundo a CCTV. Pequim assinou em 2021 um vasto acordo estratégico de 25 anos com Teerão. Esta importante parceria abrange áreas tão variadas como energia, segurança, infraestruturas e comunicações. A China é o maior parceiro comercial do Irão, de acordo com a agência de notícias Irna, que cita estatísticas das autoridades alfandegárias iranianas ao longo de 10 meses. Neste período, os iranianos exportaram para a China 12,6 mil milhões de dólares em mercadorias e importaram 12,7 mil milhões de dólares de produtos chineses. Pequim é um dos membros do grupo de diálogo que pretende relançar as negociações do acordo nuclear de 2015 entre o Irão e seis grandes potências (China, Rússia, Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido), bem como a União Europeia (UE). Estas negociações, retomadas em Abril de 2021 em Viena, estão agora suspensas.
Hoje Macau Via do MeioFalando sobre as raízes da sabedoria – Cai Gen Tan 菜根譚 Tradução de André Bueno (continuação) 101. Quando um coração atinge a sinceridade perfeita, pode nevar no verão, as muralhas caírem, e a rocha mais dura ser gravada. Uma pessoa falsa não é mais do que uma casca vazia; sua natureza apodreceu, ele é odiado pelos demais, e somente atrai vergonha sobre si mesma. 102. Quando um escrito alcança a perfeição, não é porque contenha algo extraordinário, mas porque está escrito de forma apropriada. Quando uma pessoa eleva seu caráter à perfeição, não tem em si mesmo nada de estranho ou secreto, mas simplesmente alcança sua verdadeira natureza. 103. Nesse mundo de palavra e ilusões, tanto a riqueza quanto as posições, e mesmo os membros de nosso corpo, tudo nos foi concedido por certo tempo. No Caminho correto, não apenas pais e irmãos, mas as dez mil coisas do mundo formam uma só coisa com o ser humano. Se uma pessoa for capaz de ver além das diferenças, e reconhecer o verdadeiro, ele pode se responsabilizar por todas as coisas debaixo do Céu, e tomar as rédeas do mundo em suas mãos. 104. As comidas gostosas e delicadas são como venenos, que apodrecem o intestino e corrompem os ossos; ao comer, apenas se sacie, sem causar exageros. As coisas que provocam prazer estragam o corpo e destroem o caráter; somente desfrutando-as, na medida correta, não haverá arrependimento. 105. Não reprove aos outros por suas pequenas transgressões, não divulgue seus segredos vergonhosos, não pense em suas faltas passadas. Essas coisas refinam nosso caráter, e mantém afastada a desgraça. 106. Um Educado não deve ter uma conduta frívola. Se ele for frívolo, as coisas externas o afetarão, e ele não conseguirá se aperfeiçoar. Ao usar sua mente, não a carregue de coisas pesadas. Se a mente estiver pesada, as coisas emperram, e não se pode desfrutar das atividades prazerosas. 107. O Céu e a Terra duram para sempre, mas a vida humana não. A vida humana dura cem anos, e seus dias passam depressa. Dispondo apenas desse tempo, evite desperdiçar o tempo com preocupações desnecessárias, e saiba viver feliz. 108. Encontrar inimizade graças a sua virtude, ou as pessoas que se sentem agradecidas contigo; mas não pense que inimizade e gratidão são diferentes. Pode haver ressentimento devido a sua bondade, ou pessoas que o reconheçam pelo que você é; mas não pense que a bondade faz desaparecer o ressentimento. 109. A velhice traz consigo doenças, e todas elas têm raízes na juventude; Na decadência se cometem excessos, e todos tem origem nos tempos de prosperidade; Por isso, o sábio é cuidadoso, e mantém seus passos retos nas épocas de plenitude. 110. Negociar com a gratidão não é tão bom quanto ajudar sem interesse; Fazer novos amigos não é tão bom quanto tê-los há muito tempo; Criar uma boa reputação não é tão bom quanto guardar a virtude do silêncio; Dedicar-se a condutas espalhafatosas não é tão bom quanto levar a cabo pequenas coisas com esmero. 111. Não transgrida contra o justo, ou se envergonhará para sempre. Não vá onde se usa o poder com fins egoístas, ou será desacreditado para sempre. 112. É melhor despertar a perfídia dos outros por agir de modo correto, do que perverter o caráter para agradar aos outros. É melhor ser caluniado sem ter cometido faltas, do que ser reconhecido sem ter feito coisas boas. 113. Quando uma desgraça se abate sobre a família, mantenha-se tranqüilo e não se desespere. Quando um amigo erra, tente corrigi-lo, e não deixe que ele se perca. 114. O verdadeiro herói não desdenha os pequenos detalhes, não comete maldades escondido dos demais, e nem mede esforços para enfrentar obstáculos formidáveis. 115. Mil peças de ouro não compram um momento de amizade verdadeira; Uma comida simples, oferecida com amor, merece toda uma vida de gratidão. Um amor, levado ao extremo, pode despertar a inimizade; Mas uma amizade pura, e sem amarras, pode transformar o rancor em alegria. 116. Disfarce seu talento com inaptidão, e use sua luz em segredo; encubra sua claridade, encolha-se, para depois expandir-se. Essas técnicas são como um vaso para preservar alimentos, ou como o coelho que têm três tocas.* *[Preserve-se, esconda-se, surja somente no momento oportuno e necessário.] 117. As causas da decadência estão presentes nos tempos de prosperidade; e uma nova vida surge quando tudo está podre. Assim, o sábio, nas épocas de paz e abundância, está atento as possibilidades de desastre; e nos tempos turbulentos, mantém-se firme e olha para os êxitos que vêm adiante. 118. Quem é fascinado por maravilhas e novidades, não obtém um conhecimento profundo e extenso. Quem persegue a virtude em completa solidão, não conseguirá manter seu sossego por muito tempo. 119. Quando a fúria de alguém é como fogo, seus desejos como água fervente, e mesmo sabendo que está errado, ele persiste em suas ações; Essa pessoa sabe que está errada; mas quem é o ‘alguém’ que a obriga a continuar errando? Se neste momento ele subitamente pondera, então, seu demônio interior pode virar um mestre. 120. Não veja apenas um lado da moeda, pois os maus o enganarão; não se obstine no egoísmo, ou serás sempre impulsivo. Não use sua força para subjugar os fracos; não faça com que sua inépcia atrapalhe os talentos dos outros. 121. Para emendar as faltas alheias, use meios indiretos; ao usar meios bruscos e reveladores, você usará suas próprias faltas para atacar os outros. Para lidar com uma pessoa obstinada, deve-se ser sutil e amável; se você se enojar, ou se enjoar, ante tais atitudes, estará usando sua própria obstinação para vencer a do outro. 122. Ao encontrar uma pessoa calada e reservada, não revele seus pensamentos. Ao encontrar uma pessoa orgulhosa e soberba, guarde bem suas palavras. 123. Quando sua mente estiver confusa e dispersa, você deve saber se concentrar e estar alerta. Quando ela estiver confusa e tensa, você deve saber relaxar seus pensamentos. De outro modo, a confusão se tornará enfermidade, e trará constante mal-estar adiante. 124. Um Céu claro e ensolarado pode, rapidamente, se converter em nublado e tormentoso. O vento forte e a chuva podem se converter, rapidamente, em uma paisagem clara a luz da lua. Podem os movimentos da natureza cessarem por apenas um momento? Pode a essência do universo ser captada nas coisas mínimas? A essência do coração humano tem essa mesma natureza. 125. Alguns não dominam seus desejos mundanos porque não os percebem a tempo; outros os percebem, mas falham em resistir às tentações da carne. A percepção é uma pérola para enxergar os demônios da mente; a vontade é uma espada poderosa para afugentá-los. Não podemos permitir, nunca, que nossa percepção e vontade decaiam. 126. Ao encontrar alguém que te engana, não o denuncie; ao ser insultado, permaneça impassível. Assim você terá um bom humor infindável, incontáveis benefícios e vantagens. 127. A adversidade e a privação forjam e temperam as pessoas excepcionais, como se fossem um martelo e uma bigorna. Essas provas beneficiam o corpo e coração, e sua ausência causa a deterioração do corpo e do coração. 128. O corpo humano é um pequeno universo; se a alegria e a tristeza tiverem seu tempo certo, se os gostos e aversões tiverem sua justa medida, isso será resultado da habilidade em seguir as propensões naturais. O universo é como pai e mãe das coisas: evitar que as pessoas se ressintam, que sejam afetadas por desastres, essa é a natureza pacífica e sincera do universo. 129. Não se deve conspirar e atacar os outros, mas precisamos saber nos defender. Essa é uma advertência para os que são negligentes em apreciar o caráter das pessoas. É melhor equivocar-se do que ser enganado, ou pensar que os outros querem nos enganar. Essa advertência é para os que falham ao julgar as pessoas. Mantenha consigo essas advertências, e você se destacará como alguém perspicaz e honesto. 130. Não vacile em suas convicções porque outros duvidam delas, não se obstine em suas opiniões, e descarte a dos demais; Não conceda favores triviais em prejuízo aos seus princípios, e não aprove a opinião pública para satisfações pessoais. 131. Ante uma pessoa virtuosa, não é correto incomodá-la, apressá-la ou abordá-la de modo inconveniente, pois isso a exporia a calúnia dos ignorantes. Ante uma pessoa má, não a corte bruscamente, nem a desmascare antes do tempo; fazer isso provocaria uma onda de desastres. 132. A virtude é como um sol brilhante no Céu claro, que se cultiva em meio a um lugar escuro e invisível. Adquirir a habilidade para manejar as coisas do mundo é um processo longo e lento, como desfiar um casulo de seda. 133. Um pai é fraterno e amoroso com seus filhos, os irmãos mais velhos são cordiais com os menores; ainda que isso seja levado à perfeição, não é mais do que obrigação, e não deve ser causa de gratidão. Se aquele que distribui bondade se orgulha disso, e os que recebem se sentem agradecidos, então os familiares se convertem em estranhos, e suas relações se transformam em negócios. 134. Se há beleza, certamente haverá fealdade; se não me incomodar com a beleza, quem me achará feio? Se há limpeza, certamente haverá sujeira; se eu mesmo não me limpar, quem poderá me sujar? 135. Ser ‘frio e quente’* é coisa muito mais dos ricos do que dos pobres; brigas e ciúmes são mais fortes entre familiares do que entre estranhos. Ao tratar com as pessoas, sem o ventre livre* e o espírito equilibrado, até mesmo o brilhante perde sua luz, e fica-se constantemente preocupado e incomodado. *Frio e quente = simpático e solícito *Ventre livre= aberto, simpático (contrário da pessoa com ‘prisão de ventre’, ou ‘ventre preso’ = antipática, insensível, pesada). A analogia é semelhante a que encontramos no Brasil. 136. A respeito dos méritos e faltas dos outros, não deve haver confusão ou ambigüidade; senão, os corações se assustarão, e ficarão inertes. Os favores e os rancores não devem ficar bem definidos; senão, as pessoas desejarão trair. 137. Nunca fique numa posição muito alta, ela traz perigo; nunca ganhe demais, isso gera decadência; nunca se orgulhe de ser virtuoso, isso atrai calúnia e ruína. 138. Teme o mal à noite; teme o bem de dia. O mal feito de dia é superficial; mas na escuridão é profundo. O bem feito de dia é superficial; mas na escuridão, ele é magnânimo. 139. A virtude é senhora do talento, e o talento é servo da virtude. O talento, sem virtude, é como uma casa sem amo, controlada pelos servos; quantos demônios e monstros não surgirão assim? 140. Ao afugentar traidores e aduladores, é necessário deixar-lhes uma via de escape; se não os deixar escapar, é como encurralar um rato, que rói e destrói todas as suas coisas para fugir. (continua) * O Cai Gen Tan菜根譚foi escrito no século XVI pelo erudito Hong Yingming 洪應明 (ou Hong Zicheng洪自誠, 1572-1620), próximo ao final da dinastia Ming大明 (1368-1644). (…) Hong buscava estabelecer uma analogia entre as três grandes correntes do pensamento chinês em sua época: Confucionismo, Daoísmo e Budismo Chan (Zen). O livro de Hong é uma apresentação de trezentos e sessenta aforismos sobre os mais diversos aspectos da vida, sempre baseado nos ensinamentos das três grandes linhas
João Luz SociedadeOperação de Inverno | Mais de 300 detidos em menos de um mês Entre os dias 3 e 31 de Janeiro, as forças da autoridade da RAEM lançaram a campanha “Operação Preventiva de Inverno 2023”, durante a qual foram identificados 62.241 indivíduos, 1.186 dos quais foram conduzidos às esquadras para averiguações. Como resultado, 416 foram expulsos de Macau e, entre os detidos, “302 indivíduos foram encaminhados ao Ministério Público para efeitos de acusação por cometimento de crimes relacionados com a usura (dez indivíduos), estupefacientes (cinco), furto (vinte seis), burla (cinquenta seis), entre outros”. No decurso da operação, foram mobilizados 7.453 agentes policiais, numa acção coordenada do Corpo de Polícia de Segurança Pública, Polícia Judiciária, com a colaboração dos Serviços de Alfândega. Além disso, 95 indivíduos foram interceptados em cumprimento de mandados de captura e detenção emitidos pelos órgãos judiciários, três dos quais foram enviados para o estabelecimento prisional para cumprir pena. Ainda neste âmbito, foram apanhadas 167 pessoas envolvidas em troca ilícita de dinheiro, um indivíduo por empréstimo ilegal e quinze por prática de prostituição. A Operação de Inverno alargou o seu âmbito também ao combate ao contrabando, imigração ilegal e contrafacção, desencadeados pelos Serviços de Alfândega. O resultado foi a acusação de 433 pessoas e a apreensão de “produtos cosméticos, carne, produtos electrónicos, plantas em risco de extinção e seus produtos, cigarros, bebidas alcoólicas, entre outros”.
João Santos Filipe SociedadePreso por roubo violento em hotel fica em prisão preventiva O homem que simulou uma troca de dinheiro num quarto de hotel para roubar de forma violenta 500 mil dólares de Hong Kong vai aguardar julgamento em prisão preventiva. A revelação foi feita em comunicado pelo Ministério Público (MP), que considerou haver a possibilidade de fuga e repetição do crime. Segundo o MP, o homem está indiciado pelo crime de roubo agravado que de acordo com o Código Penal implica uma pena mínima de três a 15 anos de prisão. “Realizado o primeiro interrogatório judicial ao arguido, tendo em conta que o crime violento por ele praticado causa um impacto grave à tranquilidade social, o Juiz de Instrução Criminal […] aplicou-lhe a medida de coacção de prisão preventiva, a fim de evitar a sua eventual fuga e continuação da prática do crime”, foi justificado. No comunicado, o MP considerou também que é imperativo controlar este tipo de crimes porque com a reabertura das fronteiras as ocorrências vão-se tornar mais frequentes. “Nos últimos anos, têm ocorrido frequentemente crimes relacionados com a troca de dinheiro em Macau”, foi declarado. “Na sequência do relaxamento da política da prevenção epidémica de Macau e do aumento significativo de turistas que entram em Macau, é muito possível que se registe uma tendência de acréscimo na actividade criminosa respeitante à troca de dinheiro”, foi alertado. Segundo os dados do Ministério Público, entre Janeiro de 2022 e 10 de Fevereiro de 2023, foram autuados 1.536 inquéritos e deduzidas 140 acusações pela prática do crime de burla, entre as quais 58 acusações por troca de dinheiro. Ataque violento A informação disponibilizada pelo MP indica ainda que o arguido entrou em Macau com o propósito de “realizar actividades de troca ilegal de moeda”. Porém, aqui o caso ganhou contornos mais violentos. “O arguido combinou um encontro com o ofendido num quarto de um hotel em Macau para proceder à troca ilegal, e durante o negócio, o arguido golpeou a cabeça do ofendido com um cinzeiro, levando consigo cerca de 500 mil dólares de Hong Kong em numerário”, revelou o MP. “Mais tarde, o arguido foi a uma casa de penhores a fim de trocar cerca de 380 mil em RMB, e efectuou a transferência de dinheiro para sua conta bancária do Interior da China”, foi acrescentado.
João Luz Manchete SociedadeCrime | Homem detido por agredir bebé e mulher grávida Um jovem residente, de 25 anos de idade, foi detido pelas autoridades policiais depois de ter, alegadamente, agredido com murros a filha depois de ter ficado irritado com o choro da bebé . A investigação da polícia revelou também suspeitas de que o homem terá agredido a mulher, grávida de 20 semanas Em pleno dia de S. Valentim, quando em todo o mundo se celebra o amor, um homem de 25 anos foi detido por suspeitas de cometer bárbaros actos de violência contra a sua filha, uma bebé de um ano e três meses de idade, e a sua esposa, grávida de 20 semanas. De acordo com informações veiculadas ontem pela Polícia Judiciária (PJ), o indivíduo, que trabalha como empregado de mesa, foi detido, na terça-feira, na sua residência situada na zona norte da península de Macau. Segundo a PJ, o domicílio onde a família vivia era palco habitual de agressões e explosões de violência perpetuadas pelo suspeito. Importa referir que o casal e a filha partilhavam casa com outros membros da família. O clima de violência familiar chegou ao ponto de ebulição na manhã de terça-feira quando o suspeito, irritado com o barulho do choro, agrediu a bebé com socos na cara e na parte de trás da cabeça. A criança acabou a sangrar do nariz e da boca, e com ferimentos na cabeça. A situação levou os familiares que coabitam com o casal a ligar para as autoridades. Barriga de pancada Face à denúncia, o Corpo de Polícia de Segurança Pública contactou a PJ que tomou conta da ocorrência, investigou as queixas e deteve o suspeito. As inquirições das autoridades revelaram suspeitas de que a bebé já havia sido agredida anteriormente depois de chorar. Investigações forenses mostraram que a bebé sofreu ferimentos na cabeça, pescoço e lábio superior, sem, no entanto, haver necessidade de internamento hospitalar. Segundo o testemunho da esposa, também agredida, no dia 1 de Fevereiro, o suspeito esbofeteou a vítima e esmurrou-a na zona do abdómen, apesar de estar grávida. Após exames clínicos que revelaram que o feto não ficou ferido pelas agressões, a mulher acabou por não apresentar queixa do marido. As autoridades revelaram ainda que as agressões à mulher eram desencadeadas por situações corriqueiras e banais do quotidiano. O caso foi encaminhado ao Ministério Público e o indivíduo é suspeito do crime de violência doméstica com circunstâncias agravantes, podendo ser condenado a pena entre 2 e 8 anos de prisão.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEnsino | Novo Cônsul visitou Escola de Portuguesa de Macau Numa visita à instituição de matriz portuguesa, Alexandre Leitão reconheceu a existência desafios, mas destacou que o estudo da língua portuguesa é uma mais-valia para o futuro O símbolo da ligação entre o passado e o futuro. Foi desta forma que Alexandre Leitão, novo cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong, categorizou a Escola Portuguesa de Macau (EPM), que visitou ontem à tarde. “Quis começar por visitar, a nível da sociedade civil, a Escola Portuguesa de Macau por tudo o que significa da ligação entre o passado e o futuro, todos os povos que aqui estão representados [em Macau] e o papel da língua e da cultura portuguesa”, afirmou Alexandre Leitão, depois de uma reunião com os responsáveis da instituição, que incluiu uma visita às instalações. O cônsul realçou também a mais-valia do ensino do português em Macau. “[A EPM] é uma escola que presta um papel educativo não só aos alunos que nasceram no seio de uma família portuguesa, e que falam português em casa, mas a todos aqueles que querem e precisam de aprender português”, indicou sobre a vertente educativa. “E estas pessoas precisam de aprender português porque vivem aqui, ou porque um dia querem interagir com povos de língua portuguesa, entre os quais o Brasil que é um país com uma dimensão geográfica comparável à da China. É uma língua com futuro, não só com passado, mas com muito futuro”, vincou. A conhecer os dossiers Na reunião de ontem, Alexandre Leitão encontrou-se com vários membros do conselho de Administração da Fundação Escola Portuguesa de Macau, como José Luís de Sales Marques, Edith Silva e Manuel Peres Machado, director da EPM. Aí inteirou-se dos principais problemas da instituição, como a limitação do espaço, que recusou comentar, por considerar que precisa de ter uma maior familiaridade com os assuntos. “A escola enfrenta desafios. Na reunião foram-me apresentadas quase exaustivamente um conjunto de situações de que estou a tomar conhecimento”, admitiu. “Estou a ver de que forma posso ajudar. É esse o meu papel, tentar fazer a ponte com as autoridades portuguesas e ver como posso contribuir para afirmar a qualidade da escola, a sua vitalidade e ajudar nos planos de progresso e futuro”, completou. Promessa de trabalho Alexandre Leitão chegou a Macau no final do ano passado, substituindo Paulo Cunha Alves, que foi cumprir funções para a Roménia. O novo cônsul-geral declarou ontem que a recepção no território “extraordinária”. “Dificilmente poderia ter imaginado uma recepção melhor. Tenho sido objecto de uma imensa amabilidade”, reconheceu Alexandre Leitão. “As próprias autoridades chinesas foram muito rápidas a entregar-me o exequatur [documento que permite desempenhar as funções em Macau] e sinto-me privilegiado na forma como fui acolhido”, acrescentou. O diplomata revelou ainda que hoje vai ser recebido pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, o que lhe vai permitir começar a desempenhar com total capacidade as funções e organizar encontros com a comunidade. Os primeiros encontros vão decorrer com empresas e associações locais de matriz portuguesa. Por outro lado, o cônsul confessou o desejo de cumprir as expectativas do cargo. “Espero estar à altura e daqui a uns anos, quando terminar as minhas funções, que digam que cumpri, pelo menos, as expectativas razoáveis da comunidade portuguesa que aqui habita”, confessou.
Hoje Macau PolíticaDSAT | Multado veículo que excedeu permanência em Guangdong Desde 1 de Janeiro que foi detectada apenas uma infracção após a entrada em vigor da política de circulação de veículos de Macau na província de Guangdong. Segundo um comunicado da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), trata-se de um carro que excedeu o período permitido para ficar na região. A DSAT apela, assim, a que os condutores qualificados cumpram os regulamentos de circulação definidos pelas autoridades de Guangdong, nomeadamente no que diz respeito ao tempo de permanência na região. As regras determinam que os veículos qualificados possam entrar e sair do Interior da China com frequência, mas, a cada entrada, não é permitido ficar além de um período de 30 dias. Os carros também não podem acumular mais de 180 dias de permanência na região. A DSAT explicou ainda que as violações ao regime, sem que sejam apresentadas explicações legítimas, leva a que os carros tenham de ser conduzidos de volta para Macau, sendo que os infractores perdem o direito de conduzir para o Interior da China, além de não poderem fazer novo pedido de autorização no prazo de dois anos.
Andreia Sofia Silva PolíticaFórum Macau com reunião ordinária em Março Março é o mês escolhido para a realização da próxima reunião ordinária do Fórum Macau. A informação é avançada pela TDM Rádio Macau, que revela ainda que o evento deverá contar com a presença dos embaixadores dos países de língua portuguesa acreditados em Pequim, além de servir para fechar o plano de actividades para este ano. Quanto à Conferência Ministerial, que serve para traçar os objectivos do Fórum Macau para os próximos anos, deverá realizar-se em Outubro deste ano, aponta a TDM Rádio Macau, sem referir uma data concreta. À semelhança do que tem acontecido nos últimos anos, espera-se para a Conferência Ministerial a presença, ao mais alto nível, dos Governos da China e dos países de língua portuguesa. Também em Outubro, deverá realizar-se o fórum internacional da iniciativa “uma faixa, uma rota”, sendo que, nessa altura, “os países que integram a iniciativa devem marcar presença em Pequim e por uma questão de agenda, poderá ser necessário encontrar uma outra data para a conferência ministerial”, avançou também a TDM Rádio Macau. Não ao proteccionismo Entretanto, Ji Xianzheng, secretário-geral do secretariado permanente do Fórum Macau, defendeu ontem, no Almoço de Primavera com os representantes dos meios de comunicação social locais, que os países aderentes ao Fórum “não revelam dissociação”, além de que “não prevalece o isolacionismo”, mesmo com “os riscos acumulados da economia mundial” e a situação “contra corrente do proteccionismo”. Sobre o panorama da economia chinesa, o secretário-geral destacou o facto de, três anos após a pandemia, “o Produto Interno Bruto ter concretizado um crescimento médio de 4,5 por cento por ano”, fazendo com o que o país permaneça no grupo “das principais economias mundiais”. “De acordo com os dados do Ministério do Comércio da China, o mercado de consumo da China do ano 2022 foi semelhante ao ano de 2021. O comércio externo aumentou 7,7 por cento, batendo um novo recorde; o montante efectivo do aproveitamento dos capitais estrangeiros aumentou 6,3 por cento e o investimento estrangeiro directo, não financeiro, registou um crescimento de 7,2 por cento” indicou ainda o responsável. Para Ji Xianzheng, estes indicadores “demonstram que a China continua a ser uma força-matriz de relevância na economia mundial”, contribuindo também “para a criação de um ambiente externo favorável à recuperação económica dos países de língua portuguesa no período pós-pandémico”. Este ano, o Fórum Macau celebra 20 anos de existência, estando prevista a realização da 15.ª Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa.
João Luz Manchete PolíticaHabitação Intermédia | Deputados não entendem fixação de preços A comissão da Assembleia Legislativa que analisa actualmente a lei da habitação intermédia está dividida sobre o método de fixação de preços. A proposta do Governo aponta como referência os valores praticados no mercado privado nas zonas circundantes, com um desconto fixado por despacho do Chefe do Executivo A lei que irá regular a habitação para a denominada classe sanduíche está a dividir opiniões na 3.ª comissão permanente da Assembleia Legislativa durante a fase de análise na especialidade. A reunião de ontem, que contou com a presença do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, e o presidente do Instituto de Habitação, Arnaldo Santos, teve como ponto fulcral a fixação de preços da chamada habitação intermédia. Segundo a proposta do Governo, os custos da fracções serão determinados tendo em conta o preço de mercado privado praticado na zona em que se situa o edifício de habitação intermédia, com um desconto fixado por despacho do Chefe do Executivo. De acordo com o jornal Ou Mun, alguns deputados argumentaram que os apartamentos para a classe sanduíche deveriam ser vendidos ao preço de custo. O presidente da comissão, o deputado Vong Hin Fai, afirmou que houve quem perguntasse a razão pela qual a habitação intermédia não ter como referência a habitação económica e que foram também manifestadas preocupações sobre a possível flutuação dos preços. Promessa definidora A equipa de Raimundo do Rosário esclareceu que o conceito da habitação intermédia é providenciar uma solução para quem não consegue pagar uma casa no mercado privado, nem cumprir os requisitos da habitação económica. Porém, apesar do investimento público na construção, o Executivo encara este tipo de apartamentos como casas privadas, respeitando os padrões de qualidade e construção do privado no que diz respeito a materiais e espaço. Outra distinção das habitações públicas, é a acessibilidade. Por exemplo, uma pessoa, sem família pode comprar um T2. Ainda em relação à definição do preço das fracções para a classe sanduíche, Vong Hin Fai acredita que as quantias serão fixadas na altura da assinatura do contrato promessa de compra e venda, de acordo com os valores praticados no mercado privado. Além disso, o diploma prevê que a candidatura a este tipo de habitação possa ser cancelada caso o candidato morra, ou desista da casa na sequência de um divórcio. Porém, se um familiar quiser tomar a posição de candidato à compra da casa, pode fazê-lo desde que cumpra os requisitos.
João Santos Filipe Manchete PolíticaGrande Baía | Ho Iat Seng recebeu líderes municipais de Guangdong Ho Iat Seng reuniu na terça-feira com dirigentes dos governos municipais de Guangzhou e Zhuhai. O Chefe do Executivo quer recuperar o tempo perdido devido à pandemia, e sublinhou a importância para Macau da Zona de Cooperação Aprofundada e da Grande Baía O Chefe do Executivo reuniu na terça-feira com líderes dos governos municipais de Guangzhou e Zhuhai e recebeu garantias do empenho na construção da Zona Aprofundada entre Guangdong e Macau na Ilha da Montanha. Os encontros foram revelados pelo Gabinete de Comunicação Social. No primeiro encontro Ho Iat Seng garantiu a Guo Yonghang, o subsecretário do comité municipal e presidente do município de Guangzhou, que o Governo da RAEM vai “agarrar bem as oportunidades, acelerar os passos para recuperar o tempo perdido na pandemia e, com empenho total, impulsionar o fomento da Zona de Cooperação Aprofundada”. O Chefe do Executivo voltou a insistir que a Zona de Cooperação é encarada como o caminho para o “desenvolvimento diversificado e adequado da economia de Macau”. Por sua vez, Guo Yonghang prometeu prestar todo o apoio à RAEM. O responsável também “referiu que Cantão irá manter o espírito de ‘o que Macau precisa, Cantão será capaz de o fazer’” e continuar a apoiar o desenvolvimento da RAEM e o fomento da Zona de Cooperação Aprofundada. Guo deixou ainda a esperança de que no âmbito do quadro das Linhas Gerais do Planeamento para o Desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, a RAEM aposte na zona de cooperação em Nansha. Rentabilidade mútua No encontro com Huang Zhihao, subsecretário do comité municipal e presidente do município de Zhuhai, Ho Iat Seng destacou a importância de as duas zonas cooperarem em vários sectores industriais. De acordo com o comunicado do Gabinete de Comunicação Social, o representante da RAEM “disse esperar que os governos dos dois territórios continuem fortes e a fazerem o seu melhor em conjunto, solidificando o fomento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”. Além disso, Ho Iat Seng destacou a necessidade de ambos promoverem “ainda mais a complementaridade das potencialidades das indústrias de ambos, intensificando a inovação de políticas e o desenvolvimento coordenado, no sentido de impulsionar a cooperação no desenvolvimento de indústrias para alcançar a rentabilidade mútua”. Por seu lado, Huang Zhihao destacou que ao longo deste ano o trabalho prioritário vai passar pela cooperação com Macau, principalmente através de Zona de Cooperação, onde se vai tentar “explorar novos espaços de desenvolvimento para a diversificação das indústrias” da RAEM. Huang afirmou também que Zhuhai espera “acelerar a criação de polos industriais de nível mundial”, com base na indústria de produção.
Andreia Sofia Silva Entrevista MancheteMaria Celeste Hagatong, presidente da Fundação Jorge Álvares: “Tenho obrigação de defender a diáspora macaense” Nunca viveu em Macau, mas está emocionalmente ligada a uma terra que é sua. Presidente da Fundação Jorge Álvares desde Abril do ano passado, acumula o cargo com o da presidência do Banco de Fomento e tantas outras actividades de divulgação da cultura e comunidade macaense. Maria Celeste Hagatong diz que a Fundação está financeiramente estável, orgulhando-se da inauguração da nova biblioteca do CCCM É presidente da Fundação desde Abril do ano passado. Que balanço faz deste período? O senhor general [Garcia Leandro] já tinha o seu plano preparado e uma série de iniciativas em curso. Era já da nossa responsabilidade a aprovação do orçamento e do plano de actividades, mas grande parte dos compromissos já estavam assumidos. Neste primeiro ano o nosso grande objectivo foi fazer o que estava previsto e penso que não nos saímos mal em termos financeiros, ficámos abaixo do orçamento na parte operacional e global. Uma das coisas que estava prevista e que me deu muito prazer concluir foi a transferência da biblioteca [do Centro Científico e Cultural de Macau] (CCCM) que estava há 20 anos em instalações provisórias. E era paga uma renda, o que financeiramente não compensava. Não fazia sentido nenhum. É uma coisa importantíssima para quem está na área dos estudos sobre o Oriente e há documentos com histórias muitos interessantes sobre a vida de Macau e a sua história. Era algo que eu, como descendente de macaenses, gostava de ver preservado. Não houve, portanto, derrapagem orçamental. Temos um grande cuidado de que essas coisas fiquem bem feitas. Gosto de ver as coisas a acontecer e a serem concluídas dentro dos prazos e orçamentos, estou muito focada nisso. Um dos grandes objectivos da Fundação é, precisamente, apoiar o CCCM não só em obras deste género, mas em diversas iniciativas. Já temos um projecto previsto para este ano e outro para o próximo, mas não posso avançar já mais detalhes. O papel e actuação do CCCM estão subvalorizados? Por razões orçamentais que compreendemos, mas que são necessárias de ultrapassar, o CCCM precisa de ter um orçamento mais virado para a investigação e desenvolvimento de actividades. Isso é indispensável. Gostava muito que o Centro tivesse mais visibilidade além da comunidade científica, para o público em geral. Há muita gente interessada nos assuntos da Ásia e de Macau com curiosidade em saber mais sobre os seus antepassados, por exemplo. Aliás, da nossa ligação com a Casa de Macau e Fundação Casa de Macau (FCM), uma das coisas que gostávamos imenso era de convidar mais pessoas a darem os seus testemunhos, deixarem as fotografias e espólios para que sejam depositados no CCCM. Acho que há muito património cá [em Portugal] que podia estar ali. Quais são os seus planos para a Fundação além do que já estava traçado? Temos projectos que são feitos de ano para ano e que correm muito bem. Também não temos assim tanto dinheiro. Apenas recebemos uma dotação inicial e acabou. Entretanto, passámos por não sei quantas crises financeiras, é bom saber que vivemos apenas dos rendimentos do nosso património financeiro. Não temos dotações permanentes. A única doação que recebemos foi do maestro Filipe de Souza que tem uma propriedade em Alcainça, mas que não nos rende nada, e um dos projectos é encontrar uma solução que não seja um peso e para que esta moradia possa também ser uma imagem da Fundação. Mas a Fundação, financeiramente, está estável. Sim, no sentido em que só tem os seus fundos aplicados e só recebe dinheiro daí. Como calcula, com a volatilidade dos mercados financeiros é difícil garantir rendimentos para suportar uma Fundação. Por um lado, tivemos uma altura com taxas de juro baixas e depois apanhamos a crise do Lehman Brothers, da Troika e agora uma guerra. Mas temos feito o melhor que podemos com bastante razoabilidade. Portanto, a música é uma das áreas que nos interesse bastante. Temos essa ligação ao Centro e organizamos o festival anual e internacional de música e instrumentos musicais chineses, algo que chama a Portugal muitas pessoas e estudiosos ligados aos instrumentos musicais orientais. Na edição deste ano vamos esperar ter algo sobre o jazz em Xangai. O festival decorre habitualmente entre Lisboa e Mafra. Este ano tivemos e teremos até final de Março a exposição dos instrumentos musicais em Mafra que já teve mais de 20 mil visitantes. Temos algumas actividades culturais no campo da edição de livros, e temos uma parceria com duas autoras, Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães. Já lançamos dois livros e este ano queremos lançar mais uma obra [destinada a um público infantil]. Mas o que vamos fazer na Fundação é continuar a actividade que temos vindo a desenvolver nas áreas que estão solidificadas. Mas há alguma área da Fundação na qual gostaria de ver mais inovação? Fizemos uma coisa que foi inovadora, a meu ver, que foi a assinatura do protocolo com a Casa de Macau e a FCM. Isso foi da minha iniciativa. Essas entidades não estavam já ligadas entre si? Não. Quem tem o património da Casa de Macau é a FCM, que também recebeu uma dotação inicial para suportar as despesas. Mas entre estas entidades e a nossa Fundação não havia nenhuma ligação, apesar de eu ser sócia da Casa de Macau e de o meu pai ter sido um dos fundadores. Sou curadora da FCM também. Agora queremos, com este protocolo, trabalhar em conjunto temas que sejam importantes para Macau e para os macaenses, e seguir as actividades de ambos. Descende de uma importante e histórica família macaense. Como é hoje a sua relação com Macau? Nunca vivi em Macau. Mas fui criada na casa de um macaense que é uma coisa fortíssima. Sempre vivi em Lisboa, o meu avô era oriental e a minha avó ocidental. Somos descendentes de três ou quatro famílias de Macau, os Oliveiras, do tempo das guerras Miguelistas. Depois há uma ligação com as famílias Almeida e Azedo. A minha avó era ocidental, com olhos azuis, e o meu avô nasceu em Macau, tendo sido educado em escolas portuguesas. Fez depois toda a sua carreira no Banco Nacional Ultramarino, alguém muito ligado ao meio económico e financeiro. Vem daí a sua ligação à área da economia e da banca. Fui presidente da COSEC, e uma tia disse-me: “Olhe, está como o seu avô, que criou os seguros em Macau”. Não fazia a mínima ideia. Mas a parte financeira está nos meus genes. Sempre adorei esta área e não há nenhum Hagatong que seja mau a matemática. A minha ligação a Macau vem do facto de ter sido educada em Portugal em casa de um macaense amigo de muitos macaenses. É importante para si manter este vínculo emocional? Tenho obrigação de defender a diáspora macaense e tenho pena que não se assuma mais, porque há muita gente como eu que mantém algumas memórias sobre Macau e isso não se pode perder. Uma das grandes questões da diáspora macaense é, precisamente, como atrair jovens para desenvolver actividades. Como é que isso deve ser feito? Sempre foi um problema. Temos de apanhar os jovens, mas também as pessoas que já estão na sua vida activa, e penso que há muitos “faltosos” que temos de conquistar, os que passaram ou não, por Macau. No meu caso, a vivência de Macau faz-se apenas pelas férias, mas eram umas férias fantásticas. É actualmente presidente do Banco de Fomento. Como olha hoje para o desenvolvimento económico de Macau? Acredito numa recuperação rapidíssima. Tomáramos nós [Portugal]. Basta ter à volta de 70 milhões de habitantes [Grande Baía] para ser mais fácil recuperar a economia, ainda para mais com uma actividade económica mais interessante e moderna. Portugal tem sabido aproveitar esta relação privilegiada que tem com a China via Macau? Há dois níveis de relação: a bilateral, Portugal-China, que tem corrido muito bem, mesmo apesar da pandemia. Os dois países têm uma relação muito forte que decorre do nosso passado. O maior investidor do PSI20 é a China e não há mal nenhum. Numa altura de maiores dificuldades quem nos deu maior apoio foi a China. O investimento tem sido alvo de críticas. Não se justificam? Não. Lançamos propostas no mercado e se mais ninguém vem… quem apresenta o preço maior [fica]. O que podemos fazer? Na altura, a Alemanha, que estaria interessada na EDP, apresentou um preço abaixo. O que podemos fazer? É o mercado a funcionar.
Hoje Macau China / ÁsiaHospitais chineses registaram 83 mil mortes desde o fim da estratégia ‘zero covid’ Os hospitais chineses registaram 83.150 mortes causadas por infeção pela covid-19, entre 08 de dezembro, altura em que começou a desmantelar a estratégia ‘zero covid’, e 09 de fevereiro, segundo dados oficiais hoje divulgados. Cerca de 90% das mortes foram causadas pelo agravamento de uma doença subjacente combinada com a infeção pelo novo coronavírus, detalhou o Centro de Controlo de Doenças (CDC) da China. As restantes mortes ocorreram sobretudo por insuficiência respiratória causada pelo coronavírus, que se espalhou rapidamente pelo país durante dezembro e janeiro, após Pequim ter posto fim a quase três anos da política de ‘zero casos’ de covid-19. O CDC informou, na semana passada, que o número de mortes por covid-19 em clínicas no país caiu 97,6% até 06 de fevereiro, face ao pico de 4.273 óbitos registado em 04 de janeiro. O número de internamentos devido a infeção pela covid-19 atingiu o pico de 1,6 milhão, em 05 de janeiro, quando começou a cair, até atingir 60 mil, em 06 de fevereiro. No âmbito da política de ‘zero casos’ de covid-19, várias cidades chinesas foram submetidas a rigorosos bloqueios, ao longo de semanas ou meses, e impuseram um regime de testes de ácido nucleico obrigatório para toda a população. O levantamento das restrições ocorreu após protestos em larga escala, realizados em várias cidades da China. Alguns dos manifestantes gritaram palavras de ordem contra o Partido Comunista e o líder chinês, Xi Jinping, que assumiu a estratégia ‘zero covid’ como um trunfo político e prova da superioridade do modelo de governação autoritário da China, após o país conter com sucesso os surtos iniciais da doença.
Hoje Macau China / ÁsiaChina diz que registou em 2022 a menor taxa de crimes violentos das últimas décadas A China registou em 2022 a menor taxa de crimes violentos nas últimas duas décadas, anunciou hoje o Supremo Tribunal Popular (STP) chinês, apontando que o país é “um dos mais seguros do mundo”. O vice-procurador-geral do STP, Sun Qian, garantiu em conferência de imprensa que a percentagem de homicídios, sequestros e roubos, entre os delitos ocorridos no país no ano passado foi de 3,9 por cento, face a 25% em 1999. A mesma fonte acrescentou que de todos os processos criminais concluídos no ano passado, 85,5% foram delitos menores, com penas inferiores a três anos. Isto fez com que a sensação de segurança dos moradores na China aumentasse “de 87,5% em 2012, para 98,6%, em 2021”, apontou Sun. Nos últimos cinco anos, os promotores chineses processaram 42.000 casos relacionados ao crime organizado e mais de 3.600 pessoas conhecidas como “guarda-chuvas” – um termo que geralmente se refere a funcionários governamentais envolvidos neste tipo de crime -, disse Sun. Cerca de 78.000 funcionários do governo foram também punidos por corrupção, entre os quais mais de 100 ocupavam cargos provinciais ou de nível ministerial, apontou o STP. Desde que ascendeu ao poder, em 2012, o secretário-geral do Partido Comunista Chinês, Xi Jinping, lançou uma campanha anticorrupção, hoje considerada a mais persistente e ampla na história da China comunista. Sun Qian acrescentou que os roubos, que durante mais de quatro décadas lideraram a lista dos casos mais graves, foram substituídos, em 2019, por outros como a imprudência ou a embriaguez ao volante. O cibercrime apresentou uma tendência ascendente, com 129 mil pessoas processadas. O ministério Público recorreu de um total de 41.000 casos nos últimos cinco anos, o que representa um aumento de 18,9%, em relação ao quinquénio anterior. O judiciário chinês, que não tem independência face aos poderes executivo ou legislativo, tem uma taxa de condenação de réus de cerca de 99%, segundo dados oficiais de 2013. Organizações como a Amnistia Internacional (AI) denunciam que a tortura continua a fazer parte da rotina policial para extrair confissões forçadas na China.
Hoje Macau China / ÁsiaCrise dos balões | Pequim insiste para EUA explicarem incursões Pequim pediu ontem a Washington que dê explicações e promova “uma investigação profunda” sobre os voos ilegais com balões que os Estados Unidos realizam sobre outros países, nomeadamente na República Popular da China. “Os Estados Unidos deveriam levar a cabo uma profunda investigação e dar explicações sobre os voos ilegais com balões, incluindo na China”, disse ontem em conferência de imprensa o porta-voz da diplomacia de Pequim. Wang reiterou que “pelo menos dez balões (de grande altitude) norte-americanos sobrevoaram a República Popular da China e outros países”, desde o mês de Maio de 2022. “Ontem (segunda-feira) demos esta informação e, pelo que vejo, os Estados Unidos não a negaram completamente. Deveriam dar explicações”, disse na terça-feira o porta-voz. Entretanto, os Estados Unidos indicaram que recuperaram o mecanismo electrónico e os sensores do balão de grande altitude, supostamente da República Popular da China, derrubado no passado dia 4 de Fevereiro. O balão, que Pequim negou ser um dispositivo da República Popular da China utilizado para vigilância, foi neutralizado por um avião de combate norte-americano ao largo da costa da Carolina do Sul, depois de ter sobrevoado os Estados Unidos durante uma semana.
João Luz SociedadeFrio | Exigido teste rápido para entrar no centro de abrigo As pessoas necessitadas que precisam de recorrer ao centro de abrigo de Inverno têm de apresentar resultado negativo no teste rápido de antigénio para ter acesso às instalações na Rua Leste da Ilha Verde, n.º 34, Edf. do Bairro da Ilha Verde E1. De acordo com um comunicado emitido pelo Instituto de Acção Social (IAS), os utentes devem “usar máscara, sujeitar-se à medição de temperatura corporal, manter o distanciamento social de 1 metro ou mais” e observar medidas de higiene e de protecção individual. O centro de abrigo está aberto desde segunda-feira à noite e disponibiliza edredões, comida e bebidas e uma atmosfera calorosa para combater a descida das temperaturas. O IAS lançou ainda um apelo à população para que “esteja atenta à situação física dos idosos em casa e dos que vivem sozinhos, bem como os doentes crónicos e os indivíduos fisicamente debilitados, adoptando medidas adequadas, por forma a evitar os efeitos do frio na saúde dos mesmos”. O tempo em Macau está sob a influência de uma monção de Inverno, que irá hoje baixar a temperatura mínima até aos 11 graus celsius, com um lento, mas progressivo, aumento da temperatura mínima até ao fim-de-semana.
Andreia Sofia Silva SociedadeMacau no top 10 das escolhas dos visitantes de HK e China Um estudo da empresa de pagamentos VISA, intitulado “Consumer Payment Attitudes Study 4.0: Travel Consumption Insights Macau”, conclui que Macau está na lista dos dez destinos mais procurados pelos turistas da China e Hong Kong. O estudo, citado pelo portal GGRAsia, coloca Macau na oitava posição de destino mais procurado pelos turistas da China, ficando em sétimo lugar para os turistas de Hong Kong. Por sua vez, os turistas do continente colocaram Hong Kong na terceira posição e a França em primeiro lugar. Já os visitantes de Hong Kong, preferem viajar para o Japão, que ficou no lugar cimeiro do top 10, seguindo-se a China em segundo lugar. Relativamente às razões para escolher determinado destino turístico, os inquiridos afirmaram que preferem Macau pelas opções de gastronomia e restauração que oferece, sendo que 42 por cento dos turistas da China e 52 por cento dos visitantes de Hong Kong deram esta resposta. Cerca de 27 por cento dos turistas da China, disseram escolher Macau pelas opções de entretenimento, categoria que ficou em quarto lugar, enquanto 33 por cento dos turistas de Hong Kong escolheram esta opção, que ficou em segundo lugar da lista. Um certo “entusiasmo” No comunicado divulgado esta terça-feira com os resultados do inquérito, Paulina Leong, chefe do departamento de gestão de relações de clientes da VISA para os mercados de Hong Kong e Macau disse que os visitantes da China e de Hong Kong “mostram um forte entusiasmo” em relação às viagens para a RAEM “pela sua gastronomia única e pelas actividades de lazer disponíveis para amigos e famílias”. Nesta fase, Macau encontra-se “bem posicionada para capitalizar as oportunidades que aumentaram com a recuperação do turismo” no contexto da Grande Baía. O estudo conclui ainda que “uma média de 70 por cento dos inquiridos da China, Hong Kong e Macau expressaram interesse em fazer uma viagem multi-destinos na Grande Baía, com os consumidores da China (77 por cento) e de Hong Kong (55 por cento) a mostrar a vontade de pernoitar seis ou mais dias”, aponta o GGRAsia. Este estudo foi feito com base em entrevistas pessoais e por telefone feitas entre Setembro e Outubro do ano passado a 350 consumidores de Macau, 700 de Hong Kong, 1000 de Taiwan e 2000 da China. O trabalho versou em pessoas dos 18 aos 55 anos, com o mínimo de rendimento mensal de cinco mil patacas, cinco mil dólares de Hong Kong, cinco mil dólares taiwaneses e cinco mil yuan.