A nova praga urbana

ESTÃO, infelizmente, desatualizados os números do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), mas ainda não há outros e eu nem por isso perdi o direito de os incorporar nestes apontamentos, não só pela sua dimensão, mas, sobretudo, pelo que significam. Além disso, não os vi atempadamente divulgados pela nossa Comunicação Social.

Segundo o ACNUR, milhões de pessoas fugiram da Ucrânia devido à rápida deterioração da situação e às ações militares no país. São já 5,9 milhões as pessoas deslocadas dentro da Ucrânia. No total, mais de 14 milhões fugiram das suas casas, desde 24 de fevereiro de 2022. Trata-se do o maior movimento de refugiados, em 75 anos, na Europa.

“A situação é cada vez mais instável, delicada e imprevisível, porque o número de pessoas em fuga está a aumentar a cada minuto” considera o ACNUR que acrescenta: “A maioria dos refugiados da Ucrânia são mulheres, crianças e pessoas mais velhas. Muitos chegam traumatizados às fronteiras de países vizinhos. Alguns tiveram de deixar as suas casas com pouca ou nenhuma bagagem, deixando todos os seus pertences para trás.”

Vejamos, então, os “números atualizados a 16 de janeiro: mais 7,9 milhões de refugiados ucranianos registados em toda a Europa, acrescidos dos 4,9 milhões registados para proteção temporária ou sistemas nacionais de proteção semelhantes na Europa. Mais de 5 milhões de pessoas deslocadas internamente”. Enquanto isto, as forças em confronto em toda a Ucrânia intensificam os bombardeamentos, indiferentes ao número de cadáveres que deixam à vista e debaixo dos escombros.

Fui ao “Euronews” tentar saber um pouco mais, porém só me apareceram culpas de um lado, como de costume. Mas nem por isso deixo de as recolher, visto me parecerem credíveis: “A Rússia continua a bombardear várias cidades ucranianas e iniciou a próxima grande ofensiva na região de Lugansk, no leste do país, segundo a informação avançada pelo Instituto para o Estudo da Guerra (ISW no acrónimo em inglêsi) num relatório recente.

“As forças russas recuperaram terreno na Ucrânia e começaram a próxima grande ofensiva na região de Lugansk. O ritmo das operações russas ao longo da linha de Svatove-Kreminna, em Lugansk, aumentou acentuadamente durante a última semana.

“O destacamento de elementos que fazem parte de pelo menos três grandes divisões russas especializadas em operações ofensivas para esta região indica que a ofensiva começou, mesmo que as forças ucranianas estejam até agora a impedir as tropas russas de conseguirem ganhos significativos”, segundo o relatório citado.

E nunca informou que Zelensky tem 800 milhões de dólares em ‘offshores’ e que Joe Biden não o deixa abrir uma porta, por mais pequena que seja, para negociações de paz. Que números vou encontrar, quando voltar a estas pesquisas?

À tarde

QUEM nunca viveu em Lisboa ou no Porto, ou mesmo em Coimbra ou em Setúbal, não faz a mínima ideia de como uma boa intenção ganhou corpo e rapidamente se transformou numa praga, as trotinetes motorizadas. E, mesmo para os lisboetas é difícil lembrarem-se da altura em que se deu o seu boom. Verdes, brancas, cor de laranja, pretas, de aplicações ou pessoais, a verdade é que as trotinetes têm, cada vez mais, sido vistas como pragas, não só na capital como também noutros pontos do país.

Afinal, ainda é uma alternativa de mobilidade que só aumentou o número de acidentes, já que, muitas vezes, são abalroadas por carros ou atropelam peões.

Segundo o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central – que é constituído pelo Hospital S. José, Hospital Curry Cabral, Hospital Santa Marta, Hospital Santo António dos Capuchos, Hospital Dona Estefânia e Maternidade Dr. Alfredo da Costa –, em 2022, foram atendidas 995 pessoas na Urgência Geral e Polivalente do Hospital de S. José, devido a acidentes envolvendo trotinetas.

No mesmo Segundo o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Centro – que é constituído pelo Hospital S. José, Hospital Curry Cabral, Hospital Santa Marta, Hospital Santo António dos Capuchos, Hospital Dona Estefânia e Maternidade Dr. Alfredo da Costa –, em 2022, foram atendidas 995 pessoas na Urgência Geral e Polivalente do Hospital de S. José, devido a acidentes envolvendo trotinetas. No mesmo período, recorreram ao Centro de Responsabilidade Integrado de Traumatologia Ortopédica 359 pessoas.

Embora não exista registo de vítimas mortais, de acordo com os dados registados pelas forças de segurança, face ao crescente aumento destes utilizadores, o número de feridos tem vindo a aumentar, tendo-se registado 14 feridos graves de janeiro até novembro de 2022, que compara com três em 2019, e 399 feridos ligeiros que compara com 81 em 2019. Não haverá que regulamentar melhor a moda do uso deste meio de transporte?

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