David Chan Macau Visto de Hong Kong VozesUma perseguição de 40 anos A semana passada, a comunicação social de Hong Kong publicou uma notícia sobre uma perseguição que durou 40 anos. À época, um indivíduo que hoje tem 60 anos, invadiu uma casa, violou uma jovem de 13 anos que lá vivia e fugiu sem deixar rasto. Passados 25 anos, a polícia de Hong Kong identificou o criminoso através de uma impressão digital, e agora, conseguiu finalmente detê-lo. O homem foi condenado a sete anos de prisão. O caso ocorreu em Janeiro de 1983. O criminoso, que na altura tinha vinte anos de idade, levava consigo uma faca, perseguiu a jovem estudante na escada do prédio, violou-a e roubou-lhe cerca de 100 dólares. Durante a investigação, a polícia recolheu uma impressão digital, mas o caso não pôde ser resolvido porque a identidade do criminoso era desconhecida. Em 2008, os investigadores já puderam usar um sistema mais aperfeiçoado de ´reconhecimento de impressões digitais e o criminoso foi identificado, mas não pôde ser localizado. Em Agosto de 2021, foi finalmente encontrado em Tsuen Wan, onde foi detido. Depois do ataque, a vítima passou a sofrer de depressão e foi acompanhada por psiquiatras e psicólogos desde que abandonou os estudos no final do ensino obrigatório. Esta jovem faleceu em 1999 com apenas 29 anos. O prédio onde ocorreu o incidente, o Sun Fat Estate, em Tuen Mun, foi demolido. O Tribunal de Primeira Instância do Tribunal Superior de Hong Kong julgou o caso. O réu declarou-se culpado da violação, mas não foi acusado de roubo. O juiz declarou que o ataque tinha provocado graves traumas à vítima, tendo feito com que ela não tivesse podido viver uma vida normal. O tribunal tinha estabelecido à partida uma pena de 10 anos de prisão. Tendo em conta a confissão do réu, o tribunal acabou por sentenciá-lo a sete anos de encarceramento. Este caso merece alguma análise porque apresenta três dificuldades. Em primeiro lugar, o crime ocorreu há 40 anos. Embora a polícia tenha recolhido impressões digitais do agressor num armário na casa da vítima, não encontraram correspondência porque o sistema na época não estava informatizado, o que dificultou a investigação. Entretanto o tempo passou e o edifício foi demolido, tornando impossível uma perícia posterior. Além disso, as impressões digitais no armário apenas podiam provar que o criminoso tinha estado em casa da vítima. Tocar no armário não constitui um crime. Entrar em casa da vítima sem o seu consentimento é um comportamento inadequado, mas é apenas uma prova circunstancial. A polícia precisava de mais elementos para provar que o agressor tinha invadido a casa e cometido o crime. Em segundo lugar, o sémen recolhido e os traumatismos vaginais provavam que a vítima tinha sido sexualmente agredida. Contudo, como a jovem já tinha falecido, não pôde testemunhar nem ser contra-interrogada em tribunal, o que aumentava as hipóteses do réu não ser condenado. Em terceiro lugar, não existiam provas suficientes. A vítima tinha declarado na altura que o criminoso a tinha perseguido até casa sob a ameaça de uma faca e que lhe tinha roubado cerca de100 dólares. Este facto aponta para o crime de assalto à mão armada e o uso de armas pode provocar ferimentos. É um crime grave. Actualmente, sem o testemunho da vítima, iria ser difícil provar que o réu tinha usado uma faca para a obrigar a deixá-lo entrar em casa e para a roubar. E onde estavam os 100 dólares roubados? A prova do dinheiro roubado deveria ser apresentada em tribunal. À semelhança da situação anterior, a falta deste elemento dificultava que o tribunal provasse que tinha havido roubo. Por isso foi prudente a polícia arquivar a investigação deste crime. Soube-se pelos jornais que o réu tinha confessado no início do julgamento, o que acelerou o processo. Como o réu não contestou as provas, o juiz pôde condená-lo directamente. Pensem sobre isto, se inicialmente, o réu se tivesse recusado a admitir a culpa, a credibilidade das provas teria de ter sido confirmada. Como a vítima já tinha falecido, não existiam testemunhos contra o acusado. Fica por saber se o arguido poderia ter sido condenado apenas com base nas provas recolhidas pela polícia no local do crime. O caso ocorreu há 40 anos, a vítima já faleceu, o local do crime foi demolido, e mesmo com todos estes factores desfavoráveis o criminoso não escapou à alçada da lei. Foi realmente uma rede de acontecimentos felizes que levou à condenação. A vítima já faleceu, paz à sua alma. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado da Escola de Ciências de Gestão Universidade Politécnica de Macau Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Folgada vitória do partido no poder nas eleições locais O partido no poder na Índia derrotou por uma larga margem a oposição nas eleições em três dos principais Estados centrais, segundo resultados anunciados no domingo, a poucos meses das legislativas no país mais populoso do mundo. As vitórias em três dos cinco Estados que votaram em Novembro reforçam o partido de direita BJP (Bharatiya Janata Party) e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que continua muito popular após dez anos no poder e é favorito para ganhar um terceiro mandato consecutivo no próximo ano. O BJP retirou à oposição o controlo dos Estados de Chhattisgarh e Rajasthan e manteve o de Madhya Pradesh. Estes resultados são considerados um novo revés para Rahul Gandhi, de 53 anos, líder do partido Congresso Nacional Indiano (CNI), o principal partido da oposição de centro-esquerda, que realizou uma campanha agressiva contra Modi. O pai, a avó e o bisavô de Rahul Gandhi foram primeiros-ministros e políticos que dominaram o panorama político indiano durante décadas. O CNI, outrora a força política dominante da Índia, perdeu, no entanto, as duas últimas eleições nacionais, em 2014 e 2019, em derrotas históricas contra o BJP. O CNI conquistou, contudo, o Estado de Telangana, no sul do país, a um partido regional. “A vitória de hoje é histórica”, declarou Narendra Modi no seu discurso de vitória, proferido na sede do BJP em Nova Deli. Agradecendo “ao povo pelo seu apoio”, o primeiro-ministro atribuiu-o à “política de boa governação e de desenvolvimento da Índia” do seu partido.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Sismo de 6,9 registado, afastado risco de tsunami Um sismo de 6,9 graus de magnitude na escala de Richter atingiu na passada madrugada a ilha de Mindanao, no sul das Filipinas, mas as autoridades descartaram o risco de tsunami. O sismo é a mais forte réplica registada até agora desde o terramoto de magnitude 7,6 que atingiu a costa da província de Surigao del Sur e Davao Oriental, no leste de Mindanao, na noite de sábado, indicou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). A agência norte-americana, que regista a actividade sísmica em todo o mundo, localizou o hipocentro do terramoto a 30 quilómetros abaixo do fundo do mar e o epicentro a cerca de 35,6 quilómetros a leste da cidade de Aras-asan e a cerca de 49 quilómetros de Tandag. O Instituto de Vulcanologia e Sismologia filipino excluiu a ameaça de um tsunami. Desde o forte sismo de sábado, que levou as autoridades a activar um alerta de tsunami para as costas das províncias de Surigao del Sur e Davao Oriental, no leste de Mindanao, registaram-se mais de 500 réplicas e sismos de menor dimensão. Os terramotos causaram alguns danos materiais, embora até à data as autoridades não tenham registado quaisquer vítimas mortais ou feridos. As Filipinas situam-se no chamado “Anel de Fogo” do Pacífico, uma zona de grande actividade sísmica e vulcânica onde se registam anualmente cerca de 7.000 sismos, a maioria dos quais moderados.
Hoje Macau China / ÁsiaFronteiras | Equipas de Timor-Leste e Indonésia terminam marcação terrestre Grupos de especialistas terminaram a delimitação do território dos dois países na área de Oecusse. Xanana Gusmão considerou o acordo, que demorou mais de 20 anos a ser alcançado, uma “grande vitória” As equipas técnicas de Timor-Leste e da Indonésia terminaram a marcação da fronteira terrestre numa zona no enclave timorense de Oecusse, informou ontem o Conselho de Delimitação Definitiva das Fronteiras Terrestres e Marítimas timorense. “Resolver as nossas fronteiras terrestres não é apenas importante para fortalecer a amizade entre as comunidades que vivem próximas da linha de fronteira, mas também para estabelecer uma vida pacífica e próspera entre os dois países”, disse o embaixador Roberto Soares, chefe da equipa técnica timorense, citado numa nota divulgada na rede social Facebook. As duas equipas, a timorense e a indonésia, estiveram no terreno a semana passada para terminar o processo de negociação dos segmentos de fronteiras terrestre não resolvidos no enclave de Oecusse, nomeadamente em Noel Besi – Citrana, em Oecusse. Durante a semana, as equipas legais de ambos os países também analisaram o acordo ou tratado a ser assinado no futuro. “Timor-Leste cumpriu a sua posição de resolver as fronteiras de acordo com o direito internacional. É muito importante que ambas as equipas encontrem uma solução justa e consistente”, afirmou o embaixador Roberto Soares. O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, considerou sexta-feira a delimitação da fronteira, que durou mais de 20 anos, uma “grande vitória”, que vai “salvaguardar a soberania nacional, aumentar a segurança” e trazer benefícios socioeconómicos a ambos os países. Para continuar O chefe da equipa técnica indonésia, o embaixador Abdul Kadir Jailani, disse que, finalizados os trabalhos no terreno, o Estado da Indonésia espera que o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, realize uma visita oficial a Jacarta em 2024 para assinar o acordo formal. “Esperamos a visita do primeiro-ministro em Jacarta para finalizar o acordo formal”, afirmou o embaixador indonésio. Timor-Leste e a Indonésia reuniram-se em Outubro em Bali, Indonésia, para continuar as discussões sobre o segmento ainda não resolvido da fronteira terrestre Noel Besi – Citrana, em Oecusse. No encontro de Bali, os dois países tinham concordado em continuar com os preparativos técnicos e práticos com o objectivo de concluir a demarcação da fronteira terrestre até final deste ano, segundo o Governo timorense.
Hoje Macau China / ÁsiaChina/União Europeia | Sanções, guerra e comércio devem preencher cimeira O encontro entre responsáveis europeus e chineses acontece esta semana em Pequim, após o adiamento prolongado devido à política de zero casos covid-19 que vigorou no país nos últimos três anos As sanções contra a Rússia, uma solução para a guerra sob os termos da Ucrânia e fricções comerciais deverão ser os principais tópicos abordados durante a cimeira China – União Europeia, que decorre esta semana, em Pequim. Os Presidentes do Conselho e da Comissão Europeia, Charles Michel e Ursula von der Leyen, e o principal diplomata do bloco, Josep Borrell, vão reunir nos dias 7 e 8 de Dezembro com as autoridades do país asiático, retomando um encontro anual que foi suspenso durante os três anos da pandemia. As autoridades chinesas, que se opõem à decisão de Bruxelas de classificar a China como “concorrente e rival sistémico”, devem abordar o tratamento “discriminatório” em relação às suas empresas na Europa, especialmente após o lançamento de uma investigação sobre os subsídios atribuídos aos fabricantes de veículos eléctricos pelo país asiático. Isto surge após a adopção de um quadro regulamentar que restringe o investimento chinês em sectores estratégicos. A estratégia de reduzir riscos no comércio com a China, delineada por Ursula von der Leyen, é outro factor de preocupação para Pequim, que acusa o Ocidente de tentar conter o desenvolvimento da China. A liderança chinesa deve assim repetir o apelo para que a Europa adopte uma “autonomia estratégica”. Durante uma visita a Pequim, em Outubro passado, Borrell apelou à China para que não considere os seus laços com a UE através da lente das relações do bloco “com outros”, numa referência aos Estados Unidos. Borrell advertiu que a confiança política mútua entre Bruxelas e Pequim foi “minada” pela posição de Pequim sobre a guerra na Ucrânia e que o conflito tornou a UE uma “potência geopolítica”. “Isto significa que, na nossa visão do mundo, temos muito mais em consideração o poder militar e estratégico”, realçou. A China afirmou ser neutra no conflito, mas mantém uma relação “sem limites” com a Rússia e recusou-se a criticar a invasão da Ucrânia. Pequim acusou o Ocidente de provocar o conflito e “alimentar as chamas” ao fornecer à Ucrânia armas defensivas. Rodopio de visitas Desde que a China abriu as suas fronteiras no início do ano seguiu-se uma série de visitas europeias de alto nível ao país, incluindo de Ursula von der Leyen, do Presidente francês, Emmanuel Macron, do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, do vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pelo Comércio, Valdis Dombrovskis ou da Comissária Europeia da Energia, Kadri Simson. Durante a cimeira, os funcionários da UE devem pedir ao Presidente chinês, Xi Jinping, que impeça as empresas chinesas de ajudarem a Rússia a contornar as sanções impostas na sequência da invasão da Ucrânia. A UE calcula que cerca de 70 por cento dos produtos sensíveis e de alta tecnologia de origem europeia que chegam às Forças Armadas russas passam pela China. O jornal de Hong Kong South China Morning Post avançou que, em causa, estão 13 empresas chinesas, que as autoridades europeias optaram por excluir da última ronda de sanções, preferindo abordar directamente o assunto com a liderança do país asiático. Um outro objectivo das autoridades europeias é conseguir que a China adira à fórmula de paz do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Pequim enviou o seu enviado especial Li Hui a uma segunda reunião com mais de 40 países para discutir a guerra na Ucrânia, na Arábia Saudita, em Agosto. No entanto, Li Hui faltou à reunião de acompanhamento em Malta e, com nova ronda de conversações prevista para as próximas semanas, Bruxelas quer ver a China na mesa das negociações. A relação comercial entre a UE e a China é uma das mais importantes do mundo. Em 2022, o comércio bilateral ascendeu a 865 mil milhões de euros, um montante recorde. No entanto, o défice comercial para a UE nas trocas com a China aumentou de 154,7 mil milhões de euros, em 2018, para 396 mil milhões de euros, no ano passado.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Xi Jinping volta a receber Lukashenko Os líderes da China e Bielorrússia, Xi Jinping e Alexander Lukashenko, reuniram-se ontem, em Pequim, para discutir “questões comerciais, económicas, de investimento e de cooperação internacional”, o segundo encontro este ano, informou a imprensa estatal. Vídeos publicados pela agência noticiosa oficial bielorrussa mostram a chegada de Lukashenko à capital chinesa num avião oficial bielorrusso. De acordo com a agência, a visita de Lukashenko à China inclui “questões comerciais, económicas, de investimento e de cooperação internacional”. Lukashenko foi recebido pelo vice-ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Ma Chaoxu. Isolado na Europa e no resto do Ocidente devido à sua governação autoritária, o governo de Lukashenko voltou-se para parceiros como Pequim e Moscovo. Em Março, o líder bielorrusso visitou Pequim. Na altura, Xi declarou que a amizade entre Pequim e Minsk é “forte e inquebrável”. Há um ano, o ministro dos Negócios Estrangeiros bielorrusso, Vladimir Makei, anunciou que a Bielorrússia iria reduzir significativamente a presença diplomática nos países ocidentais e aumentá-la na Comunidade de Estados Independentes (CEI), na China e noutras nações. Durante uma visita a Minsk do então ministro da Defesa chinês, Li Shanfu, o líder bielorrusso disse que China e Bielorrússia “partilham a mesma visão da ordem mundial”. “Defendemos absolutamente um mundo multipolar, a integridade territorial e a unidade das fronteiras e territórios formados após a Segunda Guerra Mundial”, afirmou o líder bielorrusso. “Em suma, toda a base na qual a política externa da China está assente é idêntica à nossa. Há mais de 30 anos que apoiamos a China em todas as suas aspirações, porque consideramos a política interna e externa da República Popular da China absolutamente justa e voltada para a resolução pacífica de quaisquer disputas e conflitos”, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Pequim acusa navio dos EUA de “entrar ilegalmente” na região As Forças Armadas da China acusaram ontem um navio da marinha norte-americana de “entrar ilegalmente” em águas próximas do Segundo Recife Thomas, cuja soberania é disputada entre Pequim e Manila. Uma força naval chinesa foi mobilizada para seguir o USS Gabrielle Giffords durante a operação, de acordo com um comunicado do Teatro Sul do Exército de Libertação Popular. Nos últimos meses, navios das marinhas e das guardas costeiras da China e das Filipinas têm-se confrontado repetidamente em torno do Segundo Recife Thomas, numa altura em que a China tenta impedir as Filipinas de reabastecer e reparar um navio de guerra enferrujado que encalhou intencionalmente em 1999 para servir de posto militar avançado. A China acusou os EUA de se imiscuírem em águas distantes da sua costa e aumentarem as tensões regionais, na sequência da navegação do USS Giffords, um navio de combate litoral concebido para operar em zonas costeiras. “Os Estados Unidos perturbaram deliberadamente a situação no Mar do Sul da China, violaram seriamente a soberania e a segurança da China, prejudicaram seriamente a paz e a estabilidade regionais e violaram gravemente o direito internacional e as normas básicas que regem as relações internacionais, demonstrando plenamente que os Estados Unidos são a maior ameaça à paz e à estabilidade no Mar do Sul da China”, lê-se no comunicado emitido pelo Teatro do Sul das Forças Armadas chinesas. A China reivindica a soberania de praticamente todos os recifes e outros afloramentos no Mar do Sul da China e transformou alguns deles em ilhas com pistas de aterragem que podem ser utilizadas pelas Forças Armadas.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Autoridades de Guizhou e Shaanxi acusadas de falsificarem dados económicos A agência de estatísticas da China acusou ontem algumas áreas administrativas em Guizhou e Shaanxi de falsificarem ou interferirem na recolha de dados económicos, numa altura em que os governos locais enfrentam problemas por excesso de endividamento. Em declarações publicadas no seu portal oficial, o Gabinete Nacional de Estatística (GNE) atribuiu os alegados problemas de fraude e interferência na recolha de dados a cidades e vilas em Guizhou e Shaanxi, embora não tenha revelado os nomes específicos das áreas em causa nem se foram propostas punições. Durante o Verão, o GNE efectuou inspecções em muitas províncias – incluindo Guizhou e Shaanxi – para garantir que os dados económicos que recebe das autoridades locais são fiáveis e não foram inflacionados por funcionários. No mês passado, o GNE iniciou nova ronda de inquéritos em seis outras províncias e também em dois ministérios, o do Comércio e o dos Recursos Naturais, para além do recenseamento económico quinquenal que está a ser preparado para avaliar a situação do país, após três anos de política de ‘zero casos’ de covid-19. Bases instáveis O jornal de Hong Kong South China Morning Post recordou que os analistas há muito que manifestam dúvidas sobre a exactidão e a veracidade dos dados económicos da China, devido à falta de transparência, enquanto, a nível interno, Pequim precisa de números fiáveis para delinear eficazmente as suas políticas. “Dados fiáveis são de importância fundamental para a elaboração de políticas racionais, bem como para a tomada de decisões empresariais. É, sem dúvida, do interesse do governo garantir a máxima fiabilidade dos dados”, afirmou Chen Zhiwu, professor de finanças na Universidade de Hong Kong, citado pela The Economist. O GNE também acusou alguns funcionários da província de Henan de “não compreenderem como é extremamente crucial” a fiabilidade dos dados, após alguns órgãos de comunicação social terem avançado que eles atrasaram a correcção de dados falsificados. Os funcionários locais tendem a inflacionar os dados económicos para aumentarem as hipóteses de promoção ou devido à pressão que sofrem para cumprir objectivos de crescimento económico. O governo central está a tentar resolver o problema da dívida das administrações regionais, que acumularam grandes quantidades de “dívida oculta” através de canais de financiamento informais conhecidos como “veículos financeiros da administração local” (LGFV).
Hoje Macau China / ÁsiaInfecções | Surto na China deve-se a agentes patogénicos conhecidos A Comissão Nacional de Saúde garante que o surto de infecções respiratórias detectado nas últimas semanas tem origem em bactérias ou vírus já conhecidos, não havendo nada de novo a assinalar As autoridades sanitárias da China reafirmaram no domingo que a alta incidência de doenças respiratórias nas últimas semanas deve-se a agentes patogénicos conhecidos, segundo os dados recentes de monitorização de casos. A Comissão Nacional de Saúde do país afirmou que, até agora, não detectou nenhuma infecção causada por novos vírus ou bactérias e assegurou que está em comunicação directa com a Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a situação. A OMS solicitou à China, em Novembro, informações pormenorizadas sobre o recente aumento de casos de doenças respiratórias e de surtos de pneumonia infantil, tendo a China explicado que o surto deve-se a “agentes patogénicos conhecidos”, como a gripe sazonal, bem como o rinovírus, o ‘mycoplasma pneumoniae’, o vírus sincicial respiratório e o adenovírus. O porta-voz da Comissão, Mi Feng, referiu que as autoridades estão a acompanhar e a avaliar activamente os surtos e que já estão em vigor medidas para optimizar os recursos de saúde, melhorar os processos de tratamento e reforçar o papel da medicina tradicional chinesa na luta contra estas doenças. Mi Feng reafirmou também o reforço das unidades pediátricas em todos os níveis de cuidados de saúde, incluindo nomeadamente o alargamento do horário de funcionamento, o aumento das camas hospitalares e a simplificação dos processos de registo e de consulta. O porta-voz da Comissão sublinhou que os fornecimentos médicos estão “garantidos”, assim como as vacinas contra a gripe e outros vírus sazonais, com o intuito de imunizar precocemente os grupos vulneráveis, como os idosos e as crianças. Falso alarme O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da China comunicou esta semana que “não há necessidade de ficar alarmado com o aumento das doenças respiratórias, que são comuns nesta altura do ano”. “A China encontra-se actualmente num período de elevada incidência de doenças respiratórias, com uma coexistência ou alternância de vários agentes infecciosos”, frisou a instituição, referindo que a gripe e a infecção pela bactéria ‘mycoplasma pneumoniae’ estão “numa fase de elevada transmissão”. O Centro emitiu várias recomendações para “locais fechados com má circulação de ar”, como escolas ou infantários, que registam “uma elevada incidência de doenças respiratórias”. Muitas autoridades sanitárias locais aconselharam os pais a levarem os seus filhos às clínicas locais numa fase inicial da doença, uma vez que estas podem aliviar a pressão sobre os grandes hospitais. Por enquanto, as autoridades não divulgaram números sobre as infecções a nível nacional, embora centros como o primeiro Hospital Afiliado da Universidade de Medicina Chinesa de Henan tenham registado 2.000 visitas diárias ao seu departamento pediátrico, 70 por cento das quais relacionadas com infecções respiratórias, de acordo com um representante do hospital citado pelo jornal local Global Times. Por outro lado, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, garantiu que “não há razão para preocupação” com o crescente surto de infecções respiratórias, salientando que “viajar e fazer negócios na China é seguro”.
Hoje Macau EventosHengqin | Mostra fotográfica de “Mosaicos Sino-Lusófonos” Foi inaugurada na passada sexta-feira a extensão da exposição de fotografia “Mosaicos Sino-Lusófonos” em Hengqin. Esta mostra, realizada no contexto da 15.ª Semana Cultural da China e dos Países de Língua Portuguesa, pode ser vista em Macau e estará patente na Praça do Porto de Hengqin até ao dia 31 deste mês. A mostra é organizada pelo secretariado permanente do Fórum Macau e pela Direcção dos Serviços de Desenvolvimento Económico da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin. O facto de a exposição se estender até Hengqin constitui “uma manifestação poderosa da colaboração entre as duas regiões para a construção do modelo de ‘um evento em duas regiões'”, aponta um comunicado da organização. “Mosaicos Sino-Lusófonos” apresenta 26 trabalhos fotográficos de nove artistas oriundos de oito países de língua e expressão portuguesa, nomeadamente Edson Lima, de Angola; Gui Martinez, do Brasil; Evandro Semedo, de Cabo Verde; Samba Muhamad Baldé, da Guiné-Bissau; Jesús Domingo Williams Idjabe, da Guiné Equatorial; Yassmin Forte, de Moçambique; Tânia Dinis, de Portugal; Valdemira Bastos Lima, de São Tomé e Príncipe e António Leong, de Macau. Com esta apresentação, frisa a organização, abre-se “uma janela colorida da experiência artística sino-portuguesa ao público e aos turistas”, potenciando-se a exploração conjunta do “encanto único das culturas da China e dos países de língua portuguesa quando se integram, aproveitando-se a sua fusão harmoniosa”.
Hoje Macau Eventos“BrindARTE” | Nova edição de Natal dia 17 no CCM O Instituto Cultural (IC) organiza, no dia 17, uma nova edição do programa “BrindARTE” em jeito de celebração do Natal. Nesse dia, entre as 14h30 e as 17h30, decorre uma série de espectáculos e iniciativas artísticas destinados a pessoas de todas as idades. Segundo uma nota do IC, irão subir ao palco “espectáculos inspiradores” e ainda “programas interactivos”, sem esquecer os “workshops criativos”. A edição deste ano do “BrindARTE” apresenta, segundo o IC, “artistas de áreas diversas que vão criar momentos de diversão e partilha”, com o CCM a abrir portas “aos miúdos para uma visita aos bastidores ou para ouvirem histórias contadas de forma imersiva”. “Para as meninas e meninos mais enérgicos, o evento traz sessões de capoeira e dança acrobática que vão deixar toda a gente a mexer. Para além destas animadas actuações, a festa vai levar as famílias a conviver com palhaços e outros performers, sem esquecer o habitual destaque musical num concerto em que as jovens vozes do Clube das Cantigas vão alegrar o público com uma celebração coral”, descreve ainda o IC. O evento “BrindARTE” tem entrada gratuita.
Andreia Sofia Silva EventosCinema | Macau Art Garden exibe filmes de Ho Cheuk-Tin Os amantes do cinema realizado em Hong Kong terão a oportunidade, no próximo sábado, de ver três curtas-metragens do realizador Ho Cheuk-Tin, nomeadamente “Righteousness”, “Yau Kee Cart” e “Foul”, no Macau Art Garden. Seguir-se-á uma conversa com o conhecido cineasta O trabalho cinematográfico do realizador Ho Cheuk-Tin, de Hong Kong, estará em destaque na próxima sessão de cinema no Macau Art Garden, agendada para este sábado a partir das 22h30, a que se seguirá uma conversa entre o público e o realizador. A organização do evento escolheu três curtas-metragens do realizador para exibição, nomeadamente “Righteousness”, de 2010, com a duração de 14 minutos, que conta a história da prisão de Cheung, por roubo, há 20 anos, em que o dinheiro roubado acaba por desaparecer. Segue-se “Yau Kee Carter”, de 2014, um trabalho com apenas 12 minutos, que se centra em torno da história do casal Li e de uma loja antiga no distrito de Sham Shui Pou, marcado por diversas mudanças urbanísticas. “Foul”, uma produção de 2012 com 27 minutos, será também exibida, tendo vencido o prémio de “Best Student Film” [Melhor Filme Estudantil] na 11.ª edição do “International Student Film and Video Festival” [Festival Internacional de Cinema e Vídeo Estudantil] da Academia de Cinema de Pequim, em 2012. Além disso, “Foul” foi ainda um dos filmes de abertura escolhidos para a oitava edição do “InDPanda International Short Film Festival”, um festival de curtas-metragens. Grandes sucessos Nascido em 1987, Ho Cheuk-Tin formou-se na Escola de Televisão e Cinema da Academia de Artes Cénicas de Hong Kong, com especialização em realização. É também conhecido do grande público pelas películas “The Sparring Partner”, de 2022, e “Over My Dead Body”, realizada este ano. Tendo marcado a sua estreia na realização de longas-metragens, “The Sparring Partner” tem como pano de fundo a história de um duplo homicídio ocorrido em 2013 e que chocou Hong Kong. Trata-se de um drama judicial sobre um jovem que se junta ao amigo para assassinar e desmembrar o corpo dos próprios pais. O jovem declara-se inocente, mas os advogados de defesa rivalizam entre si. Os nove jurados do processo tentam, até ao fim, descobrir a verdade. “Sparring Partner” foi o filme de categoria três com maior bilheteira em Hong Kong e o quarto filme de Hong Kong do ano passado com uma receita de bilheteira superior a 40 milhões de dólares de Hong Kong. “Over My Dead Body” é uma “comédia de humor negro satírica” sobre um grupo de cidadãos comuns de Hong Kong que teve de lidar com o aparecimento inexplicável de um homem morto nu num prédio de luxo. Os moradores fazem tudo para se livrar do corpo para não manchar a reputação do prédio. Após terminar a sua formação académica, o realizador participou em diversas produções, desde o cinema a publicidade, incluindo videoclipes de música. Foi nesse período que se foi dedicando a projectos cinematográficos pessoais, como “Yau Kee Cart”, bem como à realização de um episódio da série televisiva “Below The Lion Rock”, produzida pela estação pública RTHK – Rádio e Televisão de Hong Kong. Segundo um comunicado da organização do evento, o realizador de Hong Kong está hoje apostado na formação dos mais jovens, a fim de dar uma retribuição à sociedade. “Espero poder dar algo aos jovens, dando a conhecer o cinema aos estudantes do ensino secundário”.
Hoje Macau SociedadeCaritas Macau | Recebido donativo da Lord Stow’s A padaria Lord Stow’s doou um total de 53,481 patacas para a linha de prevenção do suicídio da Caritas Macau e também para a Fundação Movember em Hong Kong, uma organização mundial que chama a atenção para o cancro da próstata e dos testículos, e também para a prevenção do suicídio. Segundo um comunicado da Lord Stow’s, foi doado 50 por cento das receitas da venda de uma gama de bolachas e capuccinos da padaria, além de que todos os homens da equipa deixaram crescer o bigode durante o mês de Novembro. Por cada um, a empresa fez um donativo de mil patacas. Desta forma, no total, a Lord Stow’s doou 27 mil patacas, pois 27 funcionários realizaram o desafio. Parte do montante doado, 5.640 patacas, foi ainda obtido graças a uma colaboração entre a Lord Stow’s e o Lighthouse Club Macau, um fundo solidário destinado a apoiar vítimas de acidentes de trabalho no sector da construção. Parte das receitas obtidas com o evento anual desta entidade, realizado em Novembro, foi para a Caritas Macau e a Fundação Movember. Citado por um comunicado, Andrey Stow, directora da Lord Stow’s, disse que é importante chamar a atenção para o cancro no masculino ou para a área da saúde mental. “Os homens tendem a não falar sobre os seus problemas, pelo que é importante recordar-lhes que não estão sozinhos em qualquer crise. Não importa se estão a sofrer de problemas de saúde ou de saúde mental, há sempre apoio para eles, através da procura de profissionais, ou falando com um membro da família, amigo ou colega de trabalho. Gostaria de ver mais empresas e associações em Macau a aderir ao trabalho de sensibilização em prol da Movember”, frisou.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCESL-Ásia | 35 anos celebrados de olhos postos no futuro A CESL-Ásia celebra este ano 35 anos de existência, assumindo-se como uma “empresa de pessoas” e com os olhos postos no futuro, dando cartas nas áreas da gestão energética e de infra-estruturas, sem esquecer uma maior sustentabilidade alimentar. Empresa acaba de assinar novo acordo com o grupo EREN, da Turquia A CESL-Ásia assinou ontem um novo acordo com o grupo turco EREN com vista à aposta, através de uma joint-venture, em soluções tecnológicas para o mercado da Grande Baía. Em declarações à TDM Rádio Macau, António Trindade, CEO da empresa que celebra 35 anos de existência, disse que a empresa “continua a tentar desenvolver soluções na aplicação da inteligência artificial e ‘Big Data'”. “Já o fazemos diariamente, e essas soluções não funcionam sozinhas, precisando sempre do factor humano e práticas”, declarou ainda o empresário, que assegurou que o novo acordo vai permitir à empresa ser “muito mais eficiente” em termos de gestão energética. Nascida e criada em Macau há três décadas e meia, a CESL-Ásia assume-se como uma empresa que aprende com o conhecimento que tem e que o aplica na vida diária. Em declarações ao HM, António Trindade defendeu que a entidade está em “constantemente em mudança”, sendo “uma empresa de know-how que aposta na sua aplicação no dia-a-dia para criar valor à economia e à vida das pessoas”. “As mudanças na economia fazem parte do nosso ADN. Temos um constante cuidado em estarmos sempre actualizados, lidando com o conhecimento e a experiência”, declarou ainda. A celebração do aniversário da CESL-Ásia decorreu ontem com a realização de uma palestra intitulada “O Futuro Hoje: Cultivando Estilos de Vida, Energia e Alimentação Sustentáveis” [The Future Today: Cultivating Sustainable Energy, Food and Lifestyles] que reuniu nomes da génese da empresa, nomeadamente Teresa Moreira, ligada ao projecto do Monte do Pasto, de produção de carne biológica em Portugal, ou ainda Bruno de Pellegars, vice-presidente do grupo EREN. Do Cotai ao futuro António Trindade destacou, destes 35 anos de actividade, “o desenvolvimento do Cotai, onde tivemos um papel de muita relevância”, e, neste local, as “operações em resorts integrados, que são edifícios únicos no mundo, em que praticamente estivemos na sua origem e desenvolvimento, e que mantemos a funcionar”. O projecto do Monte do Pasto, herdade em Portugal onde a CESL-Ásia investiu a partir de 2019 merece também destaque. Trata-se de uma actividade “mais visível [da empresa], pois tem a ver com o consumidor e que tem tido um grande impacto e visibilidade”. “A forma de celebrarmos os 35 anos é perspectivarmos os próximos 15”, contou ainda o CEO da empresa, que fala ainda que “lidar com a complexidade social e económica de Macau permite-nos retirar ensinamentos”. “Consideramos que somos uma empresa de pessoas, que são essas que conseguem lidar com a adversidade. Mas pretendemos usar ferramentas como a inteligência artificial ou o ‘Big Data’ [Dados] para criarmos mais valor”, rematou.
João Luz SociedadePatrimónio histórico | Che Sai Wang pede valorização do produto O deputado Che Sai Wang considera que o Governo deve aprofundar os conhecimentos dos turistas que visitam Macau, oferecendo a possibilidade de experimentar o património histórico enquanto produto turístico. Para tal, será necessário criar um sistema de informações que integre a história dos monumentos característicos de Macau na experiência dos turistas, transforme os recursos culturais em projectos culturais e turísticos que se possam ver e sentir. Usando um termo que está muito em voga, o deputado sugeriu ontem, numa intervenção antes da ordem do dia, que o Executivo promova interacções imersivas aos turistas. Che Sai Wang destaca como exemplo de trabalho bem realizado da exploração turística dos estaleiros navais de Lai Chi Vun, nomeadamente da evolução da revitalização e restauro, até à abertura das estruturas ao público. Porém, indica outros edifícios e património de valor cultural e histórico em Macau que poderiam ser mais valorizados, como o Muro dos Nove Dragões, na Universidade da Cidade de Macau, a Casa do Mandarim, o Teatro D. Pedro V e as Obras dos Portos, localizada na Areia Preta. O deputado ligado à ATFPM lamenta que poucas pessoas conheçam a história por detrás destes monumentos, inclusive entre residentes de Macau.
Hoje Macau SociedadeCPSP | Detido por roubar 760 mil HKD de quarto de hotel O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) deteve um homem, de 38 anos, por suspeitas de ter roubado 760 mil dólares de Hong Kong (HKD) de uma mulher que alegadamente faria câmbio ilegal de moeda. Segundo as informações avançadas pelas autoridades, e citadas pelo canal chinês da Rádio Macau, o caso terá acontecido no sábado num quarto de um hotel no Cotai. A vítima terá entrado no quarto onde estava hospedado o suspeito para lhe trocar renminbis por HKD, e segundo as autoridades foi imediatamente ameaçada pelo indivíduo. Num primeiro instante, o suspeito terá oferecido um copo de vinho à mulher, mas de seguida ameaçou-a com a pequena lâmina do saca-rolhas. Depois de se apoderar do dinheiro, o homem amarrou a vítima na casa-de-banho, onde esta permaneceu durante cerca de uma hora. Com a “injecção de capital”, o suspeito dirigiu-se para o casino onde perdeu rapidamente 600 mil HKD. De seguida, voltou ao quarto, libertou a mulher e pediu-lhe para o ajudar a marcar um táxi. Assim que o homem saiu, a vítima contactou a polícia. O suspeito acabaria por ser detido durante a viagem de táxi em direcção às Portas do Cerco. Segundo o CPSP, o homem teria em sua posse 160 mil HKD e um saca-rolhas com uma pequena lâmina.
João Luz Manchete SociedadeZhuhai | Crime passional faz quatro mortos, um deles uma criança No sábado passado, uma residente, o seu filho e namorado foram assassinados à facada pelo ex-companheiro da mulher, que se suicidou de seguida. O crime aconteceu em Zhuhai, onde a residente morava. As autoridades da cidade vizinha apontam para razões passionais Um homicídio macabro foi ontem revelado pelo secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, à margem da apresentação do balanço da criminalidade referente ao terceiro trimestre do ano. Segundo a informação avançada pelo governante, no passado sábado um homem assassinou à facada a ex-namorada, o seu filho, de 9 anos de idade e o novo companheiro. O múltiplo homicídio aconteceu por volta do meio-dia de sábado, na entrada do prédio onde moravam a mulher e o filho, ambos residentes da RAEM, com o actual namorado da vítima, no distrito de Xiangzhou, em Zhuhai. Os três acabaram por falecer na sequência de ferimentos com arma branca desferidos pelo ex-namorado da residente, que viria a suicidar-se após cometer os homicídios. As autoridades policiais de Zhuhai suspeitam de que se trate um crime passional. Segundo informação avançada por média da cidade vizinha, três corpos foram encontrados ao pé do elevador no lobby do prédio. Pouco tempo depois, o edifício foi selado quando acorreram ao local agentes da polícia e quatro ambulâncias. Nas redes sociais foi partilhada uma fotografia alegadamente das três vítimas num cenário de filme de terror, com sangue espalhado por todo o lado. Chamada de morte “O caso aconteceu ao meio-dia de sábado. As autoridades policiais de Zhuhai informaram-nos imediatamente e pediram ajuda para a investigação. Como as autoridades de Zhuhai ainda estão a investigar os contornos do caso, só poderemos divulgar, para já, poucos pormenores. Além disso, os detalhes da investigação estão a cargo das autoridades de Zhuhai”, indicou ontem Wong Sio Chak. “É uma tragédia por motivos passionais, segundo indícios recolhidos na investigação preliminar”, acrescentou o secretário. Tanto o namorado que vivia com a residente, como o homicida são cidadãos chineses. Entretanto, o Governo da RAEM entrou em contacto com a outra filha da vítima. “Sabemos que a residente não tem familiares em Macau, mas tem uma filha, mais velha do que a criança que morreu, que está a estudar no Interior da China. Já lhe ligámos para a informar do que se passou”, contou o secretário para a Segurança. Além disso, a Polícia Judiciária contactou a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude no sentido de disponibilizar apoio psicológico aos colegas de escola do menino assassinado. Poucas horas após o anúncio de Wong Sio Chak, as autoridades policiais do distrito Xiangzhou, em Zhuhai, publicaram um comunicado sucinto sobre o caso.
João Luz Manchete PolíticaCriminalidade | Aumento a reboque da recuperação do turismo Nos primeiros nove meses deste ano, o número de crimes aumentou significativamente face a 2022, mas ainda assim ficou aquém do registo de 2019. As excepções, pelas piores razões, são os crimes de abuso sexual de crianças, burlas através de telecomunicações e internet e ataques cibernéticos, que sobem também em relação ao período pré-pandemia O secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, apresentou ontem as estatísticas da criminalidade referentes ao terceiro trimestre de 2023, confirmando um cenário de aumento significativo face ao ano anterior, mas abaixo dos índices de criminalidade verificados antes da pandemia. “Acredita-se que o aumento do número de casos esteja relacionado com o aumento acelerado do número de turistas, a recuperação da economia e a diminuição da atenção do público”, explica o Governo. No geral, entre Janeiro e Setembro, a Polícia de Macau instaurou 9.653 inquéritos criminais, um aumento de 31,7 por cento em comparação com o mesmo período de 2022, mas menos 8,9 por cento face a 2019. Nas estatísticas apresentadas ontem, um fenómeno salta à vista, conforme reconhece a tutela da Segurança. “É consideravelmente notável o aumento do número de crimes contra o património, sendo a principal razão o aumento dos crimes de burla e de furto, mudança de tendência que é semelhante à situação da maioria dos países e das regiões vizinhas”. Nos primeiros nove meses de 2023, as autoridades da RAEM registaram 1.412 furtos, quase o dobro do ano passado (+84 por cento), mas ainda assim menos quase um terço em relação a 2019 (-29,3 por cento). Cair na armadilha Porém, os crimes de burla registaram uma tendência de crescimento a toda a ordem, com 1.643 casos nos primeiros três trimestres deste ano, representando aumentos de 69,2 e 55,1 por cento, relativamente aos períodos homólogos do ano passado e de 2019. Neste capítulo, as autoridades destacam que as burlas mais frequentes são as que envolvem “consumo online com cartões de crédito”, e esquemas em que os burlões fingem ser funcionários de serviços públicos ou vendedores de bilhetes para concertos na internet. A secretaria liderada por Wong Sio Chak explica este fenómeno com a mudança de estilo de vida trazida pela pandemia, que aumentou a dependência da internet, “fazendo com que o tipo de crimes tradicionais, em cuja prática é indispensável o contacto físico, se tenha transformado aceleradamente em crimes praticados com recurso às telecomunicações e à internet”. As autoridades culpam ainda a comunidade pelo aumento das burlas, referindo que, apesar do “imenso trabalho de divulgação” da polícia e outros serviços governamentais, “existem algumas pessoas que caem nas armadilhas das burlas, devido à ganância ou a negligência”. Wong Sio Chak prometeu reforçar o combate a esses casos, que provocaram perdas às vítimas de “pouco mais de 200 milhões de patacas”, e acrescentou que, graças a um mecanismo de alerta para suspensão de transações suspeitas e cessação de pagamento, a polícia conseguiu recuperar mais de 110 milhões de patacas em 505 casos. Sem defesa Outra tendência preocupante, que emerge das estatísticas reveladas ontem, é o aumento dos abusos sexuais de crianças, principalmente face ao período antes da pandemia, mais do que duplicando. Nos primeiros nove meses deste ano, registaram-se 24 casos de abuso sexual de crianças, total que representa um aumento de 4,3 por cento face a 2022, mas uma subida enorme de 118,2 por cento face a 2019. Ainda assim, as autoridades sublinharam que os casos de abuso sexual desceram todos os trimestres desde o início de 2023, de 10 para 8 e 6 no terceiro trimestre. “Observa-se que há uma tendência de queda do número de casos e que as acções educativas de sensibilização têm alcançado resultados positivos”, declara o Governo. Quanto às violações, os dados indicam que nos primeiros nove meses deste ano se registaram 27 casos, uma subida de 68,8 por cento em relação a 2022, mas uma redução de 15,6 por cento face a 2019. Porém, as autoridades destacam que quase 70 por cento dos suspeitos e vítimas não eram residentes de Macau, que os crimes ocorreram, de um modo geral, em quartos de hotel e que “as vítimas deslocaram-se voluntariamente a esses hotéis, pelo que não se afasta a hipótese de que alguns dos casos tenham ocorrido na sequência de relações sexuais consensuais”. O Governo liga ainda os crimes de violação à prática da prostituição, acrescentando que, entre Janeiro e Setembro deste ano, a polícia interceptou 331 pessoas suspeitas de prostituição, e resolveu 13 casos de exploração de prostituição. Ultra violência Nos crimes que envolvem maior violência, destaque para o registo de quatro homicídios entre Janeiro e Setembro deste ano, total que contrasta com apenas um homicídio verificado no ano passado. Também os sequestros regressaram às estatísticas da criminalidade, com 17 casos detectados pelas autoridades, o que representou um aumento de 240 por cento face ao ano anterior e, ainda assim, uma descida de 93,9 por cento face ao mesmo período de 2019. Outra das realidades reveladas pelas estatísticas da Segurança, é falta de correspondência entre inquéritos e acusações pelo crime de violência doméstica. Nos primeiros nove meses de 2023, foram instaurados, com carácter preliminar, 101 inquéritos de violência doméstica, o que corresponde a um aumento de 7 e de 19 casos em comparação com os períodos homólogos do ano transacto e do ano 2019, respectivamente. Porém, após as investigações foram apurados apenas 14 crimes de violência doméstica, que representaram um decréscimo de três casos face a 2022 e 2019. Sonhos eléctricos Outro clássico que regressa em força às estatísticas da criminalidade, são as infracções cometidas por taxistas. Nos primeiros nove meses deste ano, a polícia autuou 616 taxistas, mais que triplicando o registo do ano passado (+262,4 por cento), mas ainda assim longe das quase 3.000 infracções verificadas no mesmo período de 2019. Mais uma vez, o Governo explica esta subida com “o aumento do número de turistas”. Uma das mais alarmantes novidades reveladas ontem por Wong Sio Chak foi relativa à criminalidade cibernética. Nos primeiros três trimestres deste ano, registaram-se em Macau uma média diária de 5.800 ataques cibernéticos, total que representa um aumento face aos 5.500 casos registados no ano passado e um considerável incremento face aos 1.850 casos em 2020.
Andreia Sofia Silva PolíticaCreches | IAS diz que funcionários têm formação adequada O Instituto de Acção Social (IAS) assegura que as creches do território têm sido alvo de avaliação e que os seus funcionários têm sido sujeitos a acções de formação. Respondendo a uma interpelação escrita do deputado Zheng Anting, que aborda a situação das creches após o caso da morte de uma bebé, Hon Wai, presidente do IAS, assegura que tem sido implementado o Programa de Avaliação dos Serviços de Creches, sendo que 18 creches subsidiadas já foram avaliadas “pelo exterior”. Desde 2019, que 2052 pessoas participaram em cursos de formação, além de que, desde o ano passado o IAS, em parceria com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, começou a trabalhar na realização do curso de certificação de cuidadores infantis de nível elementar e avançado. Na mesma resposta, Hon Wai adiantou que 113 pessoas possuem a certificação de nível elementar, enquanto 21 conseguiram obter o certificado de cuidador infantil de nível avançado. O presidente do IAS destacou também que actualmente a proporção média entre o pessoal das creches e as crianças de tenra idade entregue aos cuidados das creches é de cerca de um funcionário por 6,2 crianças, enquanto nas turmas de bebés a proporção é de um funcionário por uma média de 3,4 crianças. “Se calcularmos com base nas cerca de 70 por cento das pessoas que diariamente utilizam o serviço das creches subsidiadas, a proporção média entre o pessoal das creches e as crianças de tenra idade entregue aos cuidados das creches, é de um funcionário por 4,3 crianças, e nas turmas de bebés a mesma proporção baixou até um funcionário por 2,4 crianças”, é descrito na resposta.
Andreia Sofia Silva PolíticaLei eleitoral | Revisão aprovada na generalidade A Assembleia Legislativa (AL) aprovou ontem na generalidade a proposta de lei “Alteração à Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa da RAEM”. O secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, destacou no plenário que esta revisão visa “dar mais um passo na implementação do princípio ‘Macau governada por patriotas'”. Um dos novos pontos é a definição legal dos critérios para a verificação da capacidade dos candidatos às eleições, ficando expresso na lei que cabe à Comissão de Defesa da Segurança do Estado da RAEM “verificar se os candidatos a deputados (…) defendem a Lei Básica e são fiéis à RAEM”. Esta comissão irá depois emitir um parecer vinculativo para a Comissão dos Assuntos Eleitorais da AL. Além disso, o diploma aperfeiçoa ainda outros mecanismos relativos ao processo eleitoral, sendo reforçada a “repressão de actos irregulares”. O debate de ontem serviu ainda para a votação, também na generalidade, da alteração à leis da “Governação Electrónica e Diploma Conexo”, “Electronização dos Registos Predial, Comercial e do Notariado”, “Imposto de Selo sobre a aquisição do segundo e posteriores bens imóveis destinados a habitação” e ainda “Lei da Actividade de Mediação de Seguros”. A AL votou também o relatório de execução do orçamento do ano passado.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaCCP | Cerca de 1000 pessoas não puderam votar Rita Santos, recém reeleita para o Conselho das Comunidades Portuguesas, lamenta que cerca de 1000 pessoas não tenham conseguido votar no passado dia 26 de Novembro por terem saído dos cadernos de recenseamento. Entre 2020 e 2023, foram retirados cerca de 20 mil eleitores dos cadernos eleitorais. A conselheira exige um canal próprio no consulado só para tratar esta questão Cerca de 1000 pessoas não conseguiram votar nas eleições do passado dia 26 de Novembro para o Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), que voltaram a eleger a lista liderada por Rita Santos. Além disso, dados oficiais da Comissão Nacional de Eleições em Portugal, contabilizados pela conselheira, revelam que entre 2020 e este ano desapareceram dos cadernos eleitorais 20 mil eleitores. Ao HM, a responsável lamentou estes números, exigindo que o Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong crie um canal próprio para que os cidadãos portugueses se voltem a recensear, ao invés de terem de realizar um agendamento. “Cerca de 1000 pessoas no dia das eleições [para o CCP] não conseguiram votar. Tivemos casos de um casal em que um dos membros estava recenseado e outro não. Sei que [o Consulado] tem falta de pessoal, mas deveria ser criado um canal próprio para o recenseamento, pois muitas vezes as pessoas não conseguem ir na data agendada.” De frisar que a legislação em vigor determina que, aquando da renovação do cartão de cidadão, seja manifestada a intenção de manter o recenseamento, que é automático mediante a atribuição deste documento de identificação para cidadãos portugueses. Caso não manifestem directamente esse interesse, a pessoa pode deixar de estar recenseada. “Não sabemos porque é que estas pessoas não estão recenseadas, mas é altura de remediar a situação e ver o que pode ser feito para haver uma maior participação nas próximas eleições, pois trata-se de um direito do cidadão português”, acrescentou. De olho nas legislativas Recorde-se que no dia das eleições para o CCP a recém-eleita conselheira alertou para a existência de cidadãos portugueses não recenseados devido à expiração da data de validade do cartão de cidadão, algo que afectou cerca de 200 portugueses. Feito o contacto posterior com o cônsul Alexandre Leitão, foi explicado a Rita Santos que a única via para resolver o problema é mesmo o agendamento, usado para tratar de outras formalidades e documentos e que tem tido uma enorme afluência, sem que seja dada uma resposta em tempo útil a muitos dos pedidos. Rita Santos considera essencial que esta questão seja tratada com um canal de atendimento próprio até porque se aproximam as eleições legislativas para a Assembleia da República em Portugal, agendadas para 10 de Março do próximo ano, “pelo que é fundamental estarem recenseados no local da residência ou actualizarem as moradoras até ao dia 10 de Janeiro para garantir o direito de voto”.
Hoje Macau DesportoDesporto | Rosa Mota ganha minimaratona de Macau A portuguesa Rosa Mota venceu ontem a minimaratona de Macau, aos 65 anos, o terceiro triunfo da ex-campeã olímpica na competição. “Correu bem. O tempo estava óptimo, não estava húmido. Claro, estou contente por ter ganho, evidente, e estou contente por ver esta grande festa, esta multidão”, disse à Lusa a antiga campeã do mundo e da Europa. Rosa Mota já tinha vencido a prova em 2018 e 2019, tendo regressado este ano a Macau, após um interregno de três anos devido à pandemia de covid-19. “O carinho que recebemos é que fica, isso é que são os grandes troféus. Já tinha saudades disto, porque na pandemia estivemos sempre tão afastados. É bom reencontrarmo-nos”, sublinhou. A minimaratona, de 6,3 quilómetros, foi uma das provas de ontem da Galaxy Entertainment Maratona Internacional de Macau. O etíope Debele Fikadu Kebebe foi o vencedor da maratona, seguido dos quenianos Kiptoo Edwin Kibet e Paul Katisa Matheka. Na prova feminina foi também uma etíope a vencer, Zinashwork Yenew Ambi, igualmente secundada pelas quenianas Rodah Jepkorir Tanui e Tecla Kirongo. Cerca de 12 mil participantes de 47 países e regiões marcaram presença no evento.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Agências lusas escolhem Macau como destino internacional A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo escolheu Macau, que irá receber o seu congresso em 2025, como destino preferido internacional no próximo ano. O anúncio foi feito na sexta-feira no Porto, por ocasião do 48.º Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que decorreu até sábado, contando com mais de 770 congressistas, e com o tema a “Inteligência Artificial, a Revolução do Século XXI”. “O destino preferido da APAVT para nós é um passo muito importante porque estamos já neste momento a começar os preparativos para 2025, quando vamos acolher outra vez o Congresso da APAVT”, disse a directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes. A escolha do “destino preferido” é um projecto anual da APAVT que tem como objectivo contribuir para dinamizar os fluxos turísticos para um determinado destino, através de um trabalho com a associação e os seus associados, sobretudo ao nível da promoção turística. “Este ano tivemos um ano bastante bom em termos de recuperação […] e para o ano o nosso trabalho vai ser virado para mercados internacionais. Vamos começar pela Ásia, mas também vamos começar a trabalhar no mercado europeu. Temos um bom relacionamento com a APAVT, tivemos sempre. Por isso para o ano, voltamos à BTL [Bolsa de Turismo de Lisboa], graças à APAVT, para nos ajudar [neste objectivo] e também vamos, em princípio, marcar presença na Fitur. E, daqui para a frente, penso que vamos ter mais acções na Europa”, acrescentou. A directora dos Serviços de Turismo disse ainda que vão lançar com a APAVT um programa de formação para agências de viagens. Encontro na RAEM Em 30 de Junho, a APAVT anunciou que o 50.º congresso da organização, em 2025, vai realizar-se em Macau, levando à RAEM, pelo menos, 750 representantes da indústria. O presidente da APAVT disse, na altura, à Lusa que é “com muita felicidade” que o congresso irá regressar pela sexta vez a Macau, que se tornará a cidade a mais vezes acolher “a maior reunião do sector turístico português”. Pedro Costa Ferreira considerou que será “um encontro de números muito felizes”, uma vez que a edição de 2025 será o 50.º congresso da APAVT, no ano em que a associação celebra 75 anos de existência. “É um grande esforço da nossa parte junto da APAVT”, afirmou a directora dos Serviços de Turismo, também na altura. Maria Helena de Senna Fernandes disse esperar que “quase mil representantes” da indústria do turismo viajem de Portugal para o congresso da APAVT em Macau, em 2025, enquanto Pedro Costa Ferreira previu, “no mínimo 750, 800 pessoas”. A China foi o último grande país a abandonar, em meados de Dezembro, a chamada política ‘zero covid’, que durante perto de três anos implicou o quase encerramento das fronteiras do país. Pedro Costa Ferreira afirmou que a indústria portuguesa do turismo está “a começar a notar” o regresso das excursões organizadas vindas da China: “isso nós recebemos com um sorriso nos lábios, porque era o último passo que necessitávamos para podermos falar em total normalidade”. O Instituto de Pesquisa de Turismo Externo da China estimou que 40 milhões de turistas chineses vão viajar além-fronteiras nesta segunda metade do ano. Em 2019, o último ano antes da pandemia de covid-19, 155 milhões de chineses viajaram para o exterior, de acordo com uma análise do banco de investimento norte-americano Citigroup. No total, os turistas oriundos da China continental gastaram 236 mil milhões de euros além-fronteiras.
André Namora Ai Portugal VozesAs lágrimas de Costa Não foram lágrimas de crocodilo. O primeiro-ministro António Costa emocionou-se no momento em que a sua bancada parlamentar o aplaudiu em pé durante vários minutos como sinal de gratidão, na última sessão no Parlamento na qualidade de chefe do Executivo oficialmente eleito. António Costa emocionou-se por culpa própria. Como todos sabemos estamos perante um político muito experiente e que começou a ouvir falar de política em criança porque o seu pai era comunista. António Costa exerceu os mais variados cargos, nomeadamente presidente da Câmara de Lisboa, deputado e ministro da República. Costa esteve a governar durante oito anos e ultimamente percorreu os corredores do palácio de S. Bento com maioria absoluta. No entanto, a sua culpa deveu-se às suas próprias escolhas de colaboradores. Teve no Governo ministros, secretários de Estado e assessores que pediram a demissão ou foram excluídos da máquina governativa. Escolheu um chefe de Gabinete socratista que já tinha um passado cheio de ilegalidades. A sua escolha foi o seu fim de ciclo. Das duas, uma. Ou António Costa se precipitou ao pedir a demissão ao Presidente da República ou sentiu que estaria envolvido, ou envolveram-no alegadamente em negociatas à margem da lei. A investigação que decorre no Supremo Tribunal à sua pessoa dará resposta e esta nossa dúvida. É do conhecimento geral que a corrupção grassa na governação nacional e regional. Cada vez mais temos autarcas que são obrigados a deixar o cargo devido a peculato, falsificação de documentos ou recebimentos ilícitos. A corrupção tem sido o grande cancro da gestão nacional de quem tem poder. E António Costa para pedir de imediato a demissão assim que a Procuradoria Geral da República incluiu o seu nome num comunicado que salientava a existência de investigações a ilegalidades, deixou os portugueses perplexos. A maioria gostava de Costa e deu-lhe uma maioria absoluta por confiar na sua seriedade e na sua experiência. No decorrer da sua carreira política nunca lhe foi apontado o dedo para um qualquer caso à margem da lei. O que se sabia era que confiava em demasia nos seus colaboradores e deixava alguns em roda livre. Tal como aconteceu com Pedro Nuno Santos e João Galamba. Nuno Santos teve a pouca vergonha de decidir sozinho, sem dar conhecimento ao primeiro-ministro, a localização do novo aeroporto de Lisboa com a agravante de anunciar a continuação do aeroporto Humberto Delgado, a existência de um pequeno aeroporto no Montijo e um de grande envergadura em Alcochete. Logo não faltaram os críticos que o governante se tinha deixado corromper. António Costa anulou de imediato o despacho do seu ministro das Infraestruturas e mais tarde, o mesmo ministro, meteu os pés pelas mãos no caso da TAP e acabou por se ir embora. Este era o estilo de colaboradores que António Costa tinha na sua governação. Possivelmente veio a pagar caro por tudo isto e só nos falta saber se esses mesmos colaboradores o entalaram numa teia que se sabia ser generalizada em tudo o que fosse projectos de grande envergadura como o caso do hidrogénio em Sines e do lítio no norte do país. Na classificação dos países onde existe mais corrupção, Portugal está nos lugares cimeiros. Ora, voltamos ao mesmo, ou Costa deixava que os seus ministros, e o seu maior amigo Lacerda Machado, fizessem o que queriam e não tinha conhecimento ou, então, sabia de tudo e será julgado pela justiça. Inacreditavelmente é esse mesmo Pedro Nuno Santos que se candidata à liderança do Partido Socialista e as sondagens indicam que poderá derrotar José Luís Carneiro. Se Nuno Santos vier a ser líder dos socialistas e futuro primeiro-ministro não nos admirávamos nada se um dia assistíssemos à demissão de outro primeiro-ministro… Há quem comente que António Costa não merecia sair em lágrimas. Que deixou um legado positivo. Que o país está melhor. Que conseguiu controlar o deficit e baixar a dívida pública. Que foi o único primeiro-ministro que ajudou os portugueses em dificuldade de pagar o arrendamento das suas casas, portugueses esses que recebem e vão receber durante cinco anos a quantia mensal de 200 euros. Os seus contactos internacionais foram aplaudidos pelas mais diferentes personalidades políticas. Portugal está melhor com menos desempregados, isso é inegável, mas Costa obviamente que cometeu erros como todo o cidadão, mesmo que não seja governante. O país vai para eleições legislativas antecipadas em 10 de Março do próximo ano e ainda não sabemos quem é o novo secretário-geral socialista que irá defrontar o cavaquista Luís Montenegro. O país também não merecia isto, não temos poder financeiro para estar constantemente a gastar milhões de euros em eleições e se muita gente já anda farta dos políticos e a extrema-direita está a avançar por todo o lado, é preciso moralizar o sistema e voltar a dar confiança aos portugueses, mas na nossa modesta opinião não será com criaturas como Nuno Santos à frente de um Governo que a agulha mudará o carril. Despedimo-nos de António Costa agradecendo o que muito fez pelos seus compatriotas e simultaneamente condenamo-lo por ter sido tão ingénuo ou sem liderança no que lhe era devido.