Cooperação | Portugal quer aproveitar centralidade de Macau

Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, disse ontem em Lisboa que o país pretende aproveitar a centralidade de Macau na zona do Delta do Rio das Pérolas para aprofundar as suas relações com a China

 

[dropcap]N[/dropcap]a conferência “O Futuro de Macau na Nova China” o crescimento económico chinês e as relações diplomáticas com Portugal acabaram por dominar grande parte dos painéis de debate. Sobre o futuro de Macau, as grandes palavras de ordem foram a integração e a história que Portugal possui com o território.

Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, defendeu que o país deve tirar partido da centralidade do território no sul da China.

“Devemos tirar todo o partido do facto de Macau ter uma posição muito central na zona do Delta do Rio das Pérolas, que é uma das grandes regiões de expansão económica na China”, começou por dizer.

Sem querer pronunciar-se sobre o futuro de Macau, por ser “um processo que será decidido pela República Popular da China (RPC)”, Augusto Santos Silva disse que essa centralidade ditou a abertura do consulado-geral de Portugal em Cantão, bem como a abertura de uma delegação da AICEP na mesma cidade chinesa.

Quanto ao Fórum Macau, Augusto Santos Silva apontou que “nos primeiros 15 anos provou a vantagem de ter esta plataforma”, não sem antes tecer algumas críticas ao financiamento de projectos específicos de investimento.

“(O Fórum Macau) precisa agora de mostrar a sua utilidade através de projectos concretos financiados pelo Fundo”, frisou.

Cumprimento da Lei Básica

Falando de um “relacionamento muito antigo”, Augusto Santos Silva lembrou que “devemos olhar para o futuro de Macau na China e o futuro das nossas relações com a RAEM dentro do quadro mais geral do relacionamento bilateral entre Portugal e a China”.

O dirigente destacou “a qualidade desse relacionamento histórico que sempre foi isento de qualquer conflitualidade e que foi capaz de desenvolver-se em vários planos, a nível comercial, cultural e de cooperação política”.

Santos Silva lembrou ainda a pacífica transferência de soberania de Macau para a China, que este ano celebra o seu 20.º aniversário. O ministro destacou “a transição exemplar de Macau e a forma como têm sido cumpridos todos os compromissos constantes na Lei Básica”, algo que “tem acentuado a qualidade e a natureza do relacionamento entre Portugal e a China, de tal modo que um país pode dizer do outro que é parceiro numa dimensão tão importante como as áreas político-diplomática, cultural, educativa e linguística”.

Neste sentido, Santos Silva destacou o facto da língua portuguesa continuar a ser falada e ensinada no território. “O português nunca se ensinou tanto como agora, e nunca se usou tanto o português em Macau. Usa-se mais o português e ensina-se do que nos tempos em que Macau estava sob Administração portuguesa.”

Existe hoje, em Macau, “um pleno respeito pelas instituições, pela cidadania macaense e pelos compromissos assumidos pelos dois Estados”. “Espero que continuemos a cumprir a Lei Básica e a assegurar que este processo de transição continue a ser exemplar”, acrescentou.

Sim à integração

Cai Run, embaixador da China em Portugal, defendeu também que a integração regional é uma das metas para o futuro de Macau.

“O Governo Central apoia Macau na sua integração e nos projectos de ‘Uma Faixa, Uma Rota’ e da Grande Baía Guangdog-Hong Kong-Macau, realizando o desenvolvimento e prosperidade comum entre Macau e o continente chinês.”

O embaixador adiantou também que, com o mesmo apoio de Pequim, a RAEM “vai integrar-se aceleradamente na trajectória do desenvolvimento chinês fazendo maiores contributos para a relação sino-portuguesa”.

Já o ministro Adjunto e da Economia português considerou ontem que as relações entre Portugal, a China e o mundo falante de português “têm um caminho de progresso muito significativo”, sublinhando que Macau pode desempenhar “um papel muito importante nesse relacionamento”.
“Portugal e a China têm relações de mais de 500 anos que surgiram e se densificaram, sobretudo, a propósito de Macau. A relação de confiança que se estabeleceu entre os dois Estados, particularmente na questão da transição da administração do território para a RPC permitiu consolidar relações históricas e o conhecimento recíproco em benefício de ambos os povos”, realçou Pedro Siza Vieira, no encerramento da conferência.

Numa mensagem vídeo, o ministro salientou que o “protagonismo de Macau num futuro de cooperação entre a China e os países falantes de português” representa um “factor decisivo do futuro” do relacionamento de Portugal “em benefício do desenvolvimento económico e da prosperidade” dos povos.

“Portugal conhece bem Macau. Macau conhece bem a realidade lusófona. Está bem integrada na República Popular da China e a presença muito significativa de uma comunidade importante de portugueses na região, também apoia este processo”, argumentou.

Pedro Siza Vieira indicou ainda que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) representa mais de 4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e situa-se “em mercados muitos importantes” como a União Europeia, mercado com quase 500 milhões de habitantes e também nos continentes americano, africano e asiático.

18 Abr 2019

Wong Wai Man vai a julgamento devido a perturbação da campanha de Sulu Sou

[dropcap]W[/dropcap]ong Wai Man, candidato que se destacou nas eleições para a Assembleia Legislativa por utilizar as roupas do Partido Comunista, vai ser julgado pela prática do crime de desobediência qualificada. A confirmação foi avançada pelo próprio Wong, ao HM, que em 2017 foi o primeiro candidato pela lista “ajuda mútua Grassroots”.

No entanto, e apesar de ter confirmado que vai ser julgado devido aos acontecimentos ligados à campanha eleitoral, Wong afirmou que ainda não conhece a data em que vai ter de comparecer no Tribunal Judicial de Base (TJB).

Em causa estão os acontecimentos de 13 de Setembro, quando um grupo de pessoas importunou uma acção de campanha da lista Associação do Novo Progresso de Macau, liderada por Sulu Sou.

Segundo os relatos do portal Macau Concealers, sobre esse dia, por volta das 17h00, quando a lista de Sulu Sou fazia campanha no cruzamento da Rua do Canal Novo com a Rua Nova da Areia Preta, Wong Wai Man apareceu no local, de altifalante, e começou a gritar perturbando a acção de campanha.

Após este cenário, a lista ligada à Novo Macau chamou as autoridades ao local, que pediram a Wong para deixar a área e não perturbar a acção de campanha. No entanto, o candidato da ajuda mútua Grassroots terá recusado cumprir as ordens da polícia. As imagens sobre o acidente, partilhadas pelo mesmo portal, mostram que num determinado momento Wong subiu a um pilar e continuou a gritar. Além disso, pegou também numa lança e fez o movimento de ataque para os membros da lista, ao mesmo tempo que continuava ao gritos.

Outros envolvidos

No mesmo processo estarão ainda envolvidos Lee Sio Kuan, líder da lista Ou Mun Kong I, e membros da lista “Início Democrático”, que era liderada por Lee Kin Yun. Em relação a Lee Sio Kuan, o vídeo partilhado pela Macau Concealers mostra o então candidato a dirigir insultos à câmara, enquanto é afastado pelas autoridades. Já Lee Kin Yun é mencionado no artigo da publicação em língua chinesa como tendo insultado membros da lista de Sulu Sou.

O HM tentou contactar Lee Sio Kuan e Lee Kin Yun para confirmar as acusações no âmbito do mesmo processo, mas até ao fecho da edição não conseguiu.

Apesar dos avisos da polícia, os envolvidos só dispersaram do local quando a lista do actual deputado deixou o local de forma pacífica. Até esse momento, os acusados continuaram a agir de forma a perturbar a acção da campanha e adoptando uma postura contra as recomendações e ordens dos agentes da Polícia de Segurança Pública no local.

17 Abr 2019

O parto é sexo

[dropcap]C[/dropcap]ontinuando a rubrica que existem desencontros entre ter sexo e fazer bebés, há que desmistificar o parto como o simples e higienizado acto de parir. A Ina May Gaskin é uma parteira norte-americana que defende a sexualização do parto. Se o sexo trouxe a criação última, também é o sexo que nos ajuda a perceber o nosso corpo na altura de parir.

A imaginação popular mostra o parto como um momento nada gracioso. Mostra-o doloroso, difícil, de alto risco para o bebé e para a mãe. Deve ser controlado a todos os momentos. Mas há muito medo à volta do parto. Como é que uma criatura que cresceu tanto consegue sair de um canal tão pequeno? Todas vivem no horror deste desajuste. Só que este medo não ajuda ao parto em si – o parto é um jogo de hormonas, ter adrenalina no corpo só faz com que o corpo tenha vontade de fechar e fugir. Se estivessem a parir no meio da selva e aparecesse um tigre, o vosso corpo dir-vos-ia: ‘Parem tudo! O melhor é sair daqui para fora’. As hormonas precisam de ser simpáticas para o que está a acontecer. Na vida contemporânea não há o risco de um tigre aparecer, mas há outros medos que podem atrapalhar o processo.

A hormona que se quer é a oxitocina, e essa é a hormona do amor – a do sexo, se quiserem. O corpo encarregar-se-á de produzi-la naturalmente durante o parto, mas é sempre bom ter uma ajuda. Essa ajuda só virá quando o parto for visto como a continuação de uma sexualidade saudável. Por isso é que há quem defenda que este é um momento de amassos, beijos, abraços e carícias também. O alargamento vaginal ocorre naturalmente durante o sexo. Da mesma forma que o pénis se expande, a vagina também se expande. Se o parto precisa de uma boa expansão porque vai sair um bebé de uma vagina, a Ina May Gaskin sugere estimular o clitóris. Só que tornar o parto sexual com uma possível estimulação clitoriana é uma visão demasiado pornográfica para o sagrado nascimento. Uma coisa é fazer e ter um bebé, outra coisa é o sexo. A linha é ténue, mas em vez de vermos o mundo a preto e branco, as gradações de cinzento ajudam-nos a perceber mais e melhor os nossos corpos e os nossos medos.

A consciencialização do sexo no parto também apoia partos cada vez mais naturais. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as cesarianas são eficazes na mortalidade infantil quando variam entre 10-15% dos nascimentos. Há países com valores bem mais altos que esses (Portugal e a China estão entre os 30-40 por cento). Outros procedimentos menores – como a episiotomia, um corte no períneo – são utilizados por rotina, e não quando são estritamente necessários. Por isso é que há quem pondere parir longe das paredes hospitalares e ficar em casa com uma parteira. Não porque haja negligência médica, mas porque o ambiente e o contexto hospitalar podem oferecer condições adversas para um corpo que tenta dilatar naturalmente. Para mulheres com uma gravidez de baixo risco, ficar em casa com as pessoas que ela quer por perto faz com que a recente mamã se sinta mais confortável. Espaços onde não seria alienígena uns beijos ou estimular o clitóris. Tudo isto ajuda na magia que é aumentar o colo do útero e a vagina para empurrar um bebé para o mundo.

Percebo bem como é que pode ser um choque pensar no sexo e no parto como complementares.

Romantizar o parto também não é a solução ideal. O parto é bonito com a sua sujidade e a sua estranheza. Olhá-lo como um procedimento médico parece um extremo a evitar. O processo natural para o qual o corpo passou imenso tempo a preparar-se precisa de sexo. A aceitação do sexo e da vagina – e dos seus super-poderes – fazem o parto sexual.

17 Abr 2019

A timidez da coroa

Ao Francisco Amaral, in memoriam

[dropcap]E[/dropcap]xiste um fenómeno natural que tem um nome poético: timidez da coroa. É um processo observado em algumas espécies arbóreas, em que as copas frondosas das árvores não se tocam entre elas. Vistas do solo criam uma espécie de mapa em que o céu aparece como uma fronteira de azul, como um rio aéreo em que as árvores são as margens. A causa deste fenómeno, descoberto em 1920, ainda não está definitivamente assegurada. Alguns cientistas afirmam que esta timidez existe para proteger as árvores de insectos nocivos; outros concluem que é uma forma de sobrevivência, para que a luz que entra por estes intervalos entre as copas possa permitir uma melhor fotossíntese e, por consequência, um melhor desenvolvimento da árvore. Um entendimento entre gigantes que não se tocam para benefício de todos.

Descobri há dias esta timidez da coroa – belíssimo nome, paradoxo involuntário e genial – graças a um vídeo que me apareceu numa rede social. Pouco antes, a mesma rede social tinha anunciado, de surpresa e sem filtros, a morte de Francisco Amaral, radialista de excelência entre outros atributos. E de imediato achei que ambos os acontecimentos estavam relacionados.

Porque nas nossas vidas existem pessoas assim. Não as conhecemos mas estão próximas.

Olhamos para o lado, vemo-las mas não nos cruzamos. Ajudam-nos sem o saberem. O Francisco Amaral foi uma dessas pessoas, não só para mim mas para muitos que cresciam com a rádio a sinalizar os dias, a libertar todas as emoções. O seu programa, Intima Fracção, era uma referência para os que gostavam e queriam saber da nova música que se fazia na altura. Num registo de sereno lirismo, anunciado pelo genérico do programa – o instrumental Mar d’Outubro, do primeiro disco da Sétima Legião -, a Intima Fracção entrava devagarinho pelo coração adentro, cada emissão a causar espantos vários e nunca repetidos.

Em 1988 o jornal O Independente tinha crítica de rádio. Nada de extraordinário – a não ser em Portugal – mas pouco provável nos dias de hoje. Quem a assinava era eu, jovem deslumbrado e nunca saciado pelo que ia ouvindo. Naturalmente uma das primeiras críticas foi um elogio desavergonhado mas justo ao Intima Fracção. Pouco tempo depois da publicação da crítica recebi uma carta do Francisco, a agradecer de forma singela as minhas palavras. Ainda guardo essa carta. Depois disso cruzámo-nos duas ou três vezes, sempre de raspão.

A rádio continua a ser o mais subestimado dos meios de comunicação. A vertigem televisiva tudo sugou e a própria rádio foi perdendo a sua humanidade em favor de playlists anódinas. O programa de autor quase desapareceu. Quase: o Francisco era um desses autores e tê-lo-á sido até ao fim. Depois de ter sido dispensado de uma rádio sem vocação para o albergar, a RADAR foi buscá-lo porque o compreendiam. Ficou feliz o Francisco, com a felicidade de quem regressa a casa.

Esta crónica, que preferia nunca ter escrito, é também de certa forma um regresso a casa. Um agradecimento a partir do Francisco a todos os gigantes que, sem nos tocarem, nos tocam e nos protegem. O último gesto que recebi do Francisco foi o envio, através de uma familiar que com ele trabalhava, de um pin do Intima Fracção. Amanhã usá-lo-ei, não só para lembrá-lo mas para brindar aos grandes que nos seguram, à timidez das coroas.

17 Abr 2019

País sem vestígios

Rua Cor-de-Rosa, Lisboa, 8 de Abril

[dropcap]J[/dropcap]á vos tinha dito que as segundas-feiras se tornaram abomináveis? Perseguido pelos mastins das delongas, a semana começa com setas de todas as direcções possíveis mais as que se inventam no momento. E tudo concorre com este alinhavar dos dias, pingue-pingando para a última das horas. O primeiro acaba anunciando a semana que se desfaz, na mão em corrida de obstáculos. Prestes a chegar ao «Povo», para outra sessão de leituras em torno da colecção «Mão Dita», que acabou revelando-se saborosa e intensa, o telemóvel doía-me no bolso de tanto vibrar. Era, avisos de ser «taobua de tiro ao álvaro» em uma delicodoce cena do ódio, assinada por super-herói de saia justa se vangloria da mui nobre arte de espatifar supostas porcelanas, João Pedro George, sobrinho-bisneto do 1.º Visconde de Avelar e 1.º Conde de Avelar – segundo investigação na wikipédia que me deu um trabalhão.

Ora o que diz sua excelência, em douto «ensaio», assim chamado para se livrar ao contraditório, dispensável para o suposto jornalismo que a «Sábado» pratica. «Sim sim tem aqui bela coisa que bela coisa tem aqui» (aspas, ver abaixo). O enorme «investigador» foi, com cansativa dificuldade e resiliência, vitimiza-se o putativo herói, a distintas plataformas abertas ao público, do Diário da República à dos contratos públicos online, para levantar um conjunto de contratos que fui fazendo ao longo de vinte anos com câmaras ou entidades supostamente ligadas aos socialistas e ao António [Mega Ferreira]. Exclui todas as outras, de distintos quadrantes políticos, da monarquia ao comunismo, da Presidência da República ao Jardim Botânico da Universidade do Porto, que pudessem afectar a lógica narrativa, que de uma história de adormecer se trata. Põe tudo no mesmo saco, claro, projectos de dimensão e alcance variáveis, envolvendo mais ou menos participantes, assessorias concretas ou colaborações. Mais: se foram propostas ou convites. Em nenhum momento, lhe interessa investigar se alguma coisa ficou por cumprir, se sombra de sombra ou mijo de gato tombou sobre a gestão de cada uma das ideias postas em movimento.

Não, basta discorrer a demagogia dos valores e o uso das alarvidades do costume para o efeito: «empochar», «deitou a correr, dirigiu-se saltitante», etc. Aliás, o mais insidioso, que me obriga a defesa frustre perante ataque soez, é o sobrinho-bisneto não afirmar nada. Insinua, com a elegância do «elefante no nenúfar» (aspas, ver abaixo). As páginas da revista abrem para se tornar tribunal de série televisiva mediana, mas muito dramática, de apelo ao mais básico. Reparem que, ao contrário de qualquer prática deontológica, juiz e o advogado desapareceram, para entregar por completo o pôr-do-sol ao procurador-inquisidor que nem precisa apresentar prova alguma, apenas valores, maravedis, contado, dinheirinho de fazer salivar. Agora o projector cega-nos, recortando a figura do dono da justiça, a denotar torrencialmente para que o júri possa. O júri, quer dizer, os leitores. Julgar?, leia-se, condenar sem apelo nem agravo. O temível «investigador», sempre louvado pela coragem, não teve tomates para afirmar nada pelo qual pudesse ser responsabilizado. Só sugere, em nome da liberdade de putativa imprensa. As ligações à maçonaria, por exemplo, que botam sempre picante na grande caldeirada das teorias da conspiração, resultam de artigo do vizinho «Correio da Manhã», ia lá o visconde sujar as mãos…

Até na crónica anterior (primeira de quatro), no momento mais abjecto, ao falar das ameaças que vencerá com enorme sacrifício, ainda que isso ponha em risco a criação das filhas, fá-lo entre aspas. Alguém lhe disse, não foi ele. Insisto, de investigação jornalística (ou outra) a prosa nada tem, só manhosice. Para não maçar, veja-se a asneira de dizer que António Lamas sucedeu a Mega Ferreira. Mas há mais mentiras, incorrecções, torções na verdade, como se fosse esse o objecto, sendo mero ensaio. Deu-lhe sopro de ideia e vai de a borrar no papel. Com a máxima a liberdade de enlamear, por ser essa a sua pulsão, que outra. Diz ele, com extrema correcção e maior indignação: «o mártir da Abysmo e da Arranha-Céus, que tem mister de recorrer a parcerias com o El Corte Inglês, a INCM, a Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, etc., para publicar quase todos os livros do seu catálogo, é a encarnação do ideal de editor independente, que compromete o seu conforto e segurança em nome da formação cultural do país.» Lá está, o «investigador» nem sabe contar. Nos mais de 140 títulos que publicámos, se 10% resultarem de parcerias é muito, sendo que fica por explicar as diferenças, que nem tudo se resume a dinheiro, nem todos os logótipos. Talvez seja a única afirmação-acusação, logo falsa, por azar. Custa, ao rapaz, que eu seja mesmo editor independente. Agasta-o não ter pedido licença. Prova o contrário as edições apoiadas? Será que aquelas por si organizadas e devidamente apoiadas, as fez sem remuneração? Nos puros, sabemo-lo de outros quintais, a superioridade está na limpeza com que deixaram de evacuar. Tanto faz. Nada aqui carece de prova, o supremo tribunal das redes sociais já me condenou pelo crime capital da minha vida estar indelével e cabalmente ligado ao António Mega Ferreira, com o apoio activo do Duarte Azinheira, e as costas quentes do Partido Socialista sem esquecer a Maçonaria. Tenho como pior a «acusação de mau carácter», na vez desta terrível de ser, à vez e conforme as circunstâncias, extremista de esquerda, anarquista, adepto da teologia da libertação ou do Opus Dei. Decidam-se, por amor de Deus! Não me sinto lá muito bem, de nenhum ponto de vista, muito menos financeiro, mas não conto desviar-me muito do caminho feito. Até pelo orgulho nos projectos que partilhei com o António, sobretudo, o de ser um dos editores do seu português límpido, ao serviço de pensamento desabrido e curioso, hedonista e libertário. Sim, libertário significa isso mesmo: construir as montanhas de onde se respira ou vislumbram horizontes. E, de súbito, no meu país e em meio que, supostamente, pensa, a ideia de ser do contra tornou-se valor máximo. Erguemos bandeiras sem ler, sem interpretar, só por ser contra, mesmo uma parede, sem razão nem sentido. Embora lá e de cabeça, que não serve só para pensar!

Ao contrário dos santos adorados pela nova inquisição, que pagaram na pele o preço do dito e do feito, mais abjecta resulta esta manhosa impunidade. E em pasquim dirigido por alguém que, antanho, achei ser jornalista e ter noções de deontologia. Que a vergonha te seja leve, Eduardo Dâmaso! Não tenho filhos, mas tive pais e avôs e quem não se sente não é filho de boa gente. O debate pode continuar em outras sedes, com variegados modos de responsabilizar a leviandade da calúnia. Citando amigo querido, «a honra ainda é um valor e ainda há juízes em Berlim».

A propósito. Admiro o facto de o vigilante ter colocado em perigo o bem-estar das filhas por tão sanitária sanha (ou saga, ainda não sei bem). Como sou, além de independente, um romântico, acredito que estas leituras maldosas e tristes do mundo não fornecem alegria a ninguém, nem ao próprio, dobrado sobre si, ligado ao saco de fel na vez de soro, nem aos restantes, pela queima de oxigénio. Fiquei, portanto, com alguma compaixão pelas crianças que não escolheram conviver com gente desta cujas janelas dão apenas para o nevoeiro.

Mando beijo, com dedo de permeio.

A vizinha, Lisboa, 9 de Abril

Primeira intervenção do lado de lá da mesa, no «Inventário Possível», projéctil dos manos José [Romão] e Valério [Anjos], ainda por cima de Beckett e tendo por parceiro aceso de velório, o Nuno [Miguel Guedes], cuja quântica da vida reaproximou os nossos buracos negros. Antes do momento, de que já tenho saudades, uma delas o violoncelo rasgante da Sandra [Martins], o Tiago [Fezas Vital] pediu que posasse para projecto seu.

Revejo-me na ferida e no gesto. Piegas, comovo-me com o divertimento que erguemos, apesar de não ter sido servido com whiskey. De propósito, traduzi poema que me atapetou depois estes dias. Vede, sem há coincidências.

«om bom é um país/ onde o esquecimento onde pesa o esquecimento/ com suavidade nos mundos sem nome/ ei-la a cabeça que sustentamos a cabeça fica muda/ e sabemos que não não sabemos nada/ o canto das bocas mortas morre/ sobre as praias de gravilha fez a viagem/ nada há por que chorar// a minha solidão conheço-a vá conheço-a mal/ tenho tempo é o que me digo tenho tempo/ mas que tempo osso faminto o tempo do cão/ do céu empalidecendo sem parar meu quinhão de céu/ raio que sobe as cataratas tremelicando/ mícrones de anos tenebrosos// vocês querem que vá de A a B não posso/ não posso sair estou em um país sem vestígios/ sim sim tem aqui uma bela coisa que bela coisa tem aqui/ o que é que foi não me faça mais perguntas/ espiral poeira de instantes o que quer que seja dá no mesmo/ a calma o amor o ódio a calma a calma”.

17 Abr 2019

Huawei | Previstas vendas a crescer pelo menos 10% com 5G

Apesar dos esforços norte-americanos para limitar a expansão da gigante tecnológica chinesa, a Huawei antecipa um crescimento de pelo menos 10 por cento nas vendas para operadoras em 2020

 

[dropcap]A[/dropcap] ‘gigante’ das telecomunicações chinesa Huawei prevê um crescimento de “pelo menos 10 por cento” nas vendas para operadoras de telecomunicações e Internet, em 2020, à medida que as redes de quinta geração (5G) ganham ímpeto.

A previsão de um crescimento de “pelo menos 10 por cento “, feita ontem por Ken Hu, presidente executivo (CEO) da Huawei, durante a 16.ª edição do Huawei Analyst Summit, em Shenzhen, surge após uma queda homóloga de 1,3 por cento em 2018.

“Para a indústria, o 5G será o novo condutor para investimentos”, disse Hu.

O responsável revelou que a empresa vendeu já 45.000 estações base para o 5G e que espera que 6,5 milhões de estações tenham sido implantadas em todo o mundo, até 2025, abrangendo 2.800 milhões de pessoas.

A empresa garantiu 40 contratos com operadoras em todo o mundo, para desenvolver redes 5G. Mais de metade dos contratos são na Europa.

“Os investimentos em 5G este ano serão orientados pelo valor dos negócios e esse tipo de investimentos é mais confiável e sólido”, previu o CEO.

As redes sem fio 5G destinam-se a conectar carros autónomos, fábricas automatizadas, equipamento médico e centrais eléctricas, pelo que vários governos passaram a olhar para as redes de telecomunicações como activos estratégicos para a segurança nacional.

Os maiores

Os Estados Unidos têm pressionado vários países, incluindo Portugal, a excluírem a Huawei na construção de infraestruturas para redes de 5G, a Internet do futuro, acusando a empresa de estar sujeita a cooperar com os serviços de inteligência chineses.

Austrália, Nova Zelândia e Japão aderiram já aos apelos de Washington e restringiram a participação da Huawei.

A Huawei é actualmente a maior fornecedora de equipamentos de telecomunicações do mundo e líder no 5G, com o maior número de patentes registadas, segundo a empresa de análise de propriedade intelectual IPlytics.

Hu disse que as questões políticas e as mudanças nas relações comerciais são questões a que a Huawei terá de prestar atenção, mas advertiu que a politização da cibersegurança vai reduzir a inovação e aumentar os custos das soluções.

“Se esta questão for politizada, serão discutidos sentimentos ou percepções e não os factos. Devemos concentrar-nos em criar uma tecnologia que proteja os utilizadores”, defendeu Hu.

O executivo garantiu que a empresa está a redobrar esforços e a investir na melhoria da segurança, mas que o “correcto” seria a criação de um organismo independente global, que servisse os fabricantes, a indústria e os reguladores.

“O 5G não é apenas mais rápido do que o 4G: é uma revolução na conectividade, que tornará tudo possível ‘online’, em qualquer altura, proporcionando uma conectividade verdadeiramente omnipresente”, disse.

Em Dezembro do ano passado, durante a visita a Lisboa do Presidente chinês, Xi Jinping, foi assinado entre a Altice e a empresa chinesa um acordo para o desenvolvimento da próxima geração da rede móvel no mercado português.

17 Abr 2019

Associação Cultural da Vila da Taipa abre a porta às “fanzines”

Por Raquel Moz 

O tempo das fanzines está de volta. A exposição que hoje é inaugurada, no Taipa Village Art Space, traz ao público o movimento artístico que ressurgiu em Hong Kong nos últimos anos, de livre criação e produção artesanal de publicações culturais alternativas

[dropcap]A[/dropcap] primeira exposição colectiva da associação ZineCoop de Hong Kong, que reúne um conjunto de artistas e designers que se dedicam à publicação de “fanzines” – revistas e brochuras de nicho sobre temas diversos, com meios manuais de baixo custo e técnicas de impressão tradicionais –, vem, a convite da Associação Cultural da Vila da Taipa, mostrar em Macau a diversidade do que está a ser feito nesta área no território vizinho.

“See.Saw.Zine? Publish Yourself!” é o título e, também, o conceito do evento. São cerca de 200 publicações em exibição, organizadas por temas e conteúdos variados, que vão poder ser vistas e manuseadas pelos interessados, a partir de hoje e até 2 de Julho, na pequena galeria da Rua dos Clérigos na ilha da Taipa. Este acervo, produzido na íntegra por artistas oriundos de Hong Kong, faz parte da colecção permanente da ZineCoop, fundada por Beatrix Pang e Forrest Lau. Haverá também lugar à apresentação de alguns trabalhos de artistas macaenses, conversas e oficinas várias, espaço para leituras e venda de publicações.

“A ideia é tornar esta galeria numa plataforma cultural entre Hong Kong e Macau”, explicou ao Hoje Macau o curador da exposição, João Ó, “que servirá para abrir o diálogo entre os artistas interessados, muitos dos quais até já se conhecem entre si, no complexo mundo que é o da fanzine”. Mas o apelo deste formato de publicação interessa a um público bem mais generalizado, fora do âmbito do design e das artes gráficas, segundo o responsável, pelo que a descoberta destes trabalhos é uma proposta que deixa como sugestão, já para o próximo fim-de-semana alargado.

Há toda uma conjuntura sócio-cultural relacionada com o surgimento da fanzine, que tem “um potencial criativo fora dos mercados da publicação comercial, digamos que é uma forma manual de publicar um manifesto individual, de dar voz a um pensamento criativo. Eu também já fiz as minhas fanzines, em Lisboa, na altura da faculdade, com colagens e com escritos, com pensamentos soltos. Acho que é uma necessidade de dar voz a esse tipo de pensamento criativo, em que a arte não é só estabelecida nos parâmetros das esferas artísticas mais assumidas, como a pintura, escultura, serigrafia, etc.”. E são muitos os exemplos de “movimentos artísticos e políticos que surgem com o manifesto da fanzine”, comentou.

Nas tuas mãos

Para o curador da mostra, numa época em que as comunicações electrónicas dominam o espaço de intervenção cultural, nomeadamente através do poder das redes sociais, ressurgem agora as fanzines – combinação das palavras “fan” e “magazine” inglesas – como fenómenos diferenciados que recuperam o faça-você-mesmo artesanal, disseminados entre grupos com os mesmos interesses culturais (de subcultura e de contracultura). Os conteúdos vão das artes plásticas à música, do cinema à política, da vida quotidiana à intervenção social, com técnicas tão diversas como a escrita, a ilustração, a colagem ou a fotografia, adiantou ainda João Ó.

Os fundadores e membros da ZineCoop vão passar pelo Art Space em variados momentos, ao longo destes dois meses e meio, para participar em conversas e workshops. A partilha de experiências e técnicas de produção são o mote das oficinas, que se encontram agendadas para quatro sábados, nos meses de Maio (dias 4 e 18) e de Junho (dias 15 e 29). Os temas serão, respectivamente, “Chit-Chat ZINE with Graphic Designers”, “Risograph and ZINE Explosion in Hong Kong”, “Make ZINE, We Connect!” e “Risograph Mini ZINE Workshop”.

17 Abr 2019

Filipinas | Mulher finge acompanhar menor para imigrar para Macau

[dropcap]O[/dropcap] departamento de emigração do Aeroporto Internacional Ninoy Aquino em Manila, impediu a partida de uma mulher para Macau. A filipina terá tentado fazer-se passar por acompanhante da menor, argumentado estar encarregue de trazer a criança até à mãe. As autoridades suspeitaram filipinas suspeitaram estar na presença de um caso de tráfico humano.

A mulher interceptada terá sido recrutada ilegalmente para trabalhar em Macau como empregada de mesa, como mais tarde admitiu, e foi apanhada quando tentava embarcar num voo da Cebu Pacific na noite de domingo.

A filipina alegava que a viagem terá sido paga por um amigo da família. “Estava a tentar partir como turista, sob o patrocínio de uma outra filipina, trabalhadora doméstica em Macau. Fingiu ser a guardiã da criança e alegou que iria a Macau visitar os seus amigos”, apontou um dos agentes envolvidos no caso ao Manila Bulletin.

De acordo com o mesmo agente, a pessoa em Macau que estava a patrocinar a viagem já tinha adoptado o mesmo esquema de trazer filipinas para Macau, sob o pretexto de acompanharem menores.

17 Abr 2019

TSI | Rejeitado direito de residência a homem que perdeu nacionalidade chinesa

[dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Segunda Instância (TSI) voltou a recusar o direito à residência a um homem que nasceu na China mas que adquiriu a nacionalidade de Tonga. O Tribunal Administrativo já tinha negado a hipótese deste indivíduo adquirir o Bilhete de Identidade de Residente de Macau.

O acórdão do TSI, ontem divulgado, revela que o homem nasceu na China em 1970, mas em 1984 “adquiriu a nacionalidade de Tonga em conjunto com os pais”. O indivíduo viveu em Macau entre os anos de 1983 e 1993, tendo pedido à Direcção dos Serviços de Identificação o “Certificado de Confirmação do Direito de Residência”. O pedido foi negado com o fundamento de que o requerente não reunia os requisitos das leis sobre residente permanente e do Direito de Residência na Região Administrativa Especial de Macau”.

O TA argumentou depois que, apesar do homem ter nascido na China, “à luz do artigo 4º da Lei da Nacionalidade da República Popular da China, a nacionalidade adquirida pode perder-se supervenientemente por diversas razões”, sendo que “o cidadão chinês que requeira ou adquira nacionalidade estrangeira, perde automaticamente a nacionalidade chinesa.”

17 Abr 2019

Extradição | Carrie Lam diz que sociedade não aceita lei sem retroactividade

Depois de Joseph Lau ter pedido aos tribunais que a lei da extradição não se aplique a casos ocorridos antes da entrada em vigor, Carrie Lam respondeu no sentido contrário. A Chefe do Executivo da região vizinha disse ontem que a sociedade não vai aceitar que as alterações legais não tenham efeitos retroactivos

[dropcap]A[/dropcap] pesar do Governo de Hong Kong se prestar a ouvir as opiniões dos deputados sobre as diversas facetas da nova proposta de lei da extradição, Carrie Lam afirmou à RTHK que a sociedade não vai aceitar que as alterações legais não tenham efeito retroactivo, ou seja, que não se apliquem a casos anteriores à sua entrada em vigor.

As declarações da Chefe do Executivo da região vizinha esbarram na estratégia da defesa de Joseph Lau que requereu ao tribunal de primeira instância do Tribunal Superior de Hong Kong uma declaração a confirmar que a nova lei não se aplica de forma retroativa. Além disso, os advogados do magnata, condenado em Macau pela prática dos crimes de corrupção activa para acto ilícito e branqueamento de capitais, argumentam que a entrega do empresário à justiça da RAEM é contrária à Carta dos Direitos de Hong Kong.

A primeira audiência em tribunal para julgar os pedidos de Joseph Lau está marcada para hoje.

Os desígnios

Um dos acontecimentos que trouxe ao de cima a necessidade de legislar esta matéria foi o homicídio de uma jovem perpetrado pelo namorado durante uma viagem a Taiwan. O local do crime determinou a jurisdição que tem competência para julgar Chan Tong-kai, mas deixou à vista da opinião pública uma lacuna legal que o Conselho Legislativo de Hong Kong pretende agora colmatar.

“O Governo vai tentar com muito afinco providenciar a base legal para avançarmos”, referiu Carrie Lam em relação à atitude do Executivo que lidera perante a vontade de julgar Chan Tong-kai. “Desde que introduzimos legislação para providenciar essa base legal, a questão passou para o Conselho Legislativo, de que espero a mesma compaixão e empatia de forma a acelerar o processo legislativo”, referiu acrescentando pensar “que é esse o desejo da família” da vítima.

Lam não detalhou porque entende que o tempo se está a escoar no processo de extradição do homicida de Poon Hiu-wing, mas afirmou que seria importante aprovar a lei enquanto o suspeito se encontra detido.

Em Pequim, o director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês, Zhang Xiaoming, criticou as vozes que têm ‘diabilizado’ a proposta de lei como um assalto ao princípio “Um País, Dois Sistemas”. O director adiantou que Pequim não está a forçar a aprovação do diploma porque Hong Kong não legislou sobre segurança nacional ao abrigo do Artigo 23.º da Lei Básica, e categorizou essa tese como uma teoria da conspiração.

João Luz

info@hojemacau.com.mo

17 Abr 2019

Jogo | Melco actualiza este ano sistema de reconhecimento facial

[dropcap]A[/dropcap] Melco Resorts afirma que está a preparar instalação da “última geração” de tecnologia de reconhecimento facial em Macau e Manila, aponta o GGRAsia.

A operadora espera que o sistema esteja operacional ainda este ano, acrescenta a mesma fonte citando o Relatório de Sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa 2018, divulgado pela empresa na segunda-feira.

“Em 2016, a Melco tornou-se a primeira operadora na Ásia a implementar sistemas de segurança de reconhecimento facial em tempo real em todas as entradas das nossas áreas de jogos em Macau”, refere o documento.

“A Melco tem melhorado a tecnologia e está a preparar a instalação da última geração” do sistema de segurança nas suas propriedades em Macau e Manila em 201”, acrescenta.

O relatório acrescenta ainda que “a tecnologia usa indicadores biométricos para impedir que indivíduos proibidos de entrar nas salas de jogo, incluindo os auto-excluídos, cumprindo os requisitos de privacidade de dados”.

Lawrence Ho, presidente executivo da Melco Resorts, lançou esta tecnologia – MelGuard – em Tóquio no final de 2017.

Também na segunda-feira, a empresa anunciou o seu mais recente projecto de sustentabilidade ambiental – “Above and Beyond” que tem por fim promover o ambiente através da criação de resorts neutros em carbono e capazes de conseguir “desperdício zero”.

17 Abr 2019

Jornalistas | Associação acusa Governo de condicionar trabalho

A Associação dos Jornalistas de Macau queixa-se do isolamento de profissionais locais, enquanto repórteres alegadamente de meios de comunicação social do Governo Central se movimentaram à vontade durante uma exposição sobre segurança do Estado. O Executivo defende-se com a “manutenção da ordem”

[dropcap]A[/dropcap] Associação dos Jornalistas de Macau (AJM) emitiu uma carta aberta a criticar as medidas implementadas pelo Governo durante a cerimónia de abertura da Exposição de Educação sobre a Segurança Nacional. Em causa está o facto de os jornalistas serem obrigados a permanecer nas áreas “destinadas à recolha de imagens”, enquanto os repórteres alegadamente ao serviço de meios de comunicação do Governo Central tiveram liberdade para se movimentar à vontade.

Este isolamento é ainda visto como um obstáculo à abordagem de jornalistas com perguntas, o que faz com que a liberdade dos profissionais para fazerem o seu trabalho seja afectada. O evento de segunda-feira foi apenas mais um exemplo do que a associação considera uma forma cada vez mais frequente de actuar, principalmente quando o Chefe do Executivo, Chui Sai On, está presente.

“O Governo da RAEM enfatiza sempre que respeita a liberdade de imprensa e que apoia o trabalho dos órgãos de comunicação local. Contudo, nos últimos anos, a organização dos eventos do Governo tem como base a ‘manutenção da ordem’”, começa por contextualizar a carta aberta da associação de matriz chinesa. “A Associação dos Jornalistas de Macau acredita que as exigências feitas aos repórteres da linha da frente no sentido de ‘não se poderem movimentar livremente’, são barreiras disfarçadas para reduzir ainda mais a possibilidades de fazer entrevistas”, é defendido.

Neste sentido, a associação lança um apelo: “Pedimos às autoridades que cancelem todas as medidas que prejudicam a possibilidade de fazer entrevistas e que respeitem todos os órgãos de comunicação social, numa base de igualdade”, é escrito.

“Manutenção da ordem”

Segundo a associação, mesmo depois do evento de segunda-feira, os jornalistas tiveram de ficar isolados na área durante cinco a 10 minutos. O condicionamento de movimentos aos profissionais foi feito em três áreas diferentes, o que limitou as oportunidades de os órgãos entrevistarem as mesmas pessoas.

Por outro lado, o tratamento não foi igual para todos. Há quem esteja acima dos condicionamentos que visam manter a ordem, diz a AJM, como é o caso de “repórteres que se suspeita que trabalhem para os órgãos de comunicação social ligados ao Governo Central”.

A AJM questiona assim o Executivo se faz parte das suas políticas separar os órgãos de comunicação social e definir uma hierarquia entre os mesmos.

Face às críticas, o GCS referiu que pauta a sua actuação pelo equilíbrio entre “a manutenção da ordem” e “a criação das melhores condições possíveis para os jornalistas fazerem o seu trabalho”.

Ainda em relação a este aspecto, o órgão liderado por Vítor Chan diz que participaram no evento 150 convidados e 47 jornalistas de 28 órgãos de comunicação social. A resposta não nega a existência de tratamento desigual, mas frisa que o GCS respeita a “liberdade de imprensa e de cobertura noticiosa” e diz estar disponível para “reforçar o diálogo”.

17 Abr 2019

Cimeira | Macau junta peritos para debater cidade inteligente

[dropcap]M[/dropcap]acau organiza a 25 e 26 de Abril a “Cimeira Internet + Cidade Inteligente 2019” para reforçar a aposta na tecnologia e na indústria de exposições e convenções, com a presença de especialistas e académicos, anunciou ontem a organização.

O objectivo é impulsionar o desenvolvimento da indústria e da tecnologia na área de aplicações, explicou o presidente da comissão administrativa do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia, que coordena a iniciativa, em conferência de imprensa.

Ma Chi Ngai sublinhou a presença de 30 especialistas e académicos, entre os quais peritos em comunicação 5G de Espanha e em segurança de rede de Israel.

A iniciativa garantiu também a participação de especialistas de empresas chinesas de dimensão mundial, casos do vice-presidente sénior da Xiaomi Tecnologia, do director de tecnologia da Huawei Tecnologias e do cientista-chefe do Departamento IoT (Internet of Things) da Alibaba.

A cimeira integra duas palestras temáticas, “Cidade inteligente orientada para as pessoas” e “Índices de Avaliação da Cidade Inteligente na Grande Baía”.

O evento, que terá ainda seis sessões distribuídas pelos dois dias, responde “à exigência de diversificação moderada da indústria levantada pelo Governo Central [China]” e pretende “colaborar com o Plano Quinquenal de Desenvolvimento da Região Administrativa Especial de Macau (2016-2020), de acordo com a organização.

A cimeira é promovida pelo Conselho de Ciência e Tecnologia e tem ainda o apoio da Fundação para o Desenvolvimento da Internet da China.

17 Abr 2019

USJ | Incubadora de empresas e investigação essenciais para ‘nova’ economia

[dropcap]O[/dropcap] director da Faculdade de Indústrias Criativas da Universidade de São José disse ontem que é essencial criar uma incubadora de empresas e um centro de investigação para diversificar a economia de Macau, muito dependente do jogo. “Do ponto de vista da universidade essas duas medidas podiam ser muito atractivas e dar um apoio muito grande à comunidade de Macau”, na área das indústrias criativas, defendeu Carlos Sena Caires, em declarações à agência Lusa.

“Abrir uma incubadora de empresas, seria muito importante, ligada às indústrias criativas”, assim como “abrir um centro de investigação”, frisou, à margem do seminário “Indústrias Criativas e Desenvolvimento Social e Económico”, promovido pela delegação de Macau da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

“Seria fundamental” para impulsionar as indústrias criativas, sustentou, e, assim, contribuir para a diversificação da economia de Macau, a capital mundial do jogo, onde em 2018 as receitas dos casinos cresceram 14 por cento, para 302.846 milhões de patacas.

O director sublinhou que “ainda há muito trabalho a fazer no índice de criatividade” num território que tem mais de 1.050 associações e deu conta que a instituição está a tentar lançar um projecto-piloto em Zhuhai com um centro de inovação (Inno Valley) no qual se estão a juntar várias ‘startups’.

17 Abr 2019

Cinema | Pequim levanta restrições a produtores de Macau e Hong Kong

O Conselho de Estado levantou várias restrições às indústrias cinematográficas de Macau e Hong Kong que queiram competir nalguns dos mais famosos festivais do continente. Macau respondeu à iniciativa com “satisfação”

[dropcap]A[/dropcap]poiar a sétima arte feita em Macau e Hong Kong é o objectivo da China ao levantar restrições de produção cinematográfica. “Após aprovação pelo Conselho de Estado, as repartições competentes do Governo Central adoptarão medidas para apoiar a indústria cinematográfica de Macau e Hong Kong a desenvolver-se na China interior”, lê-se num comunicado emitido ontem pelo Gabinete do Porta-voz do Executivo.

Entre as medidas previstas pelo Governo Central está o cancelamento de limites numéricos à participação de residentes em produções do Interior da China e o cancelamento do limite de verbas orçamentais de co-produções envolvendo a China Interior e as regiões administrativas especiais.

Paralelamente, o continente vai permitir que as obras e os profissionais do cinema destas regiões se inscrevam nas fases de selecção para alguns dos prémios mais prestigiados dedicados à sétima arte. Entre eles estão o Huabiao, Galo de Ouro e Cem Flores.

A solicitação de apoios para divulgação de obras chinesas “de excelência”, seja em Hong Kong, Macau e Taiwan, ou no exterior. Vai ainda ser permitida às empresas locais.

Empurrão de coragem

Em relação à decisão de Pequim, as autoridades de Macau acolheram a “iniciativa com satisfação e com a convicção de que encorajará a cooperação bilateral, abrindo espaço para o desenvolvimento sectorial, beneficiando a produção cinematográfica e estimulando a diversificação adequada da economia” indica o mesmo comunicado.

Por outro lado, tratam-se de medidas que vão ter “um importante efeito positivo sobre a formação de recursos humanos e produção de filmes locais” e promover “a cooperação bilateral com o a China interior”.

Com o levantamento de restrições à cooperação na área do cinema “espera-se que as obras e actores de Macau tenham ainda mais espaço no continente”, sendo esta uma “imensa oportunidade para o desenvolvimento das indústrias culturais da RAEM”.

O Executivo recorda ainda a importância da sétima arte no âmbito das indústrias culturais, salientando as particularidades do território que o tornam apetecível para produções audiovisuais. “Macau tem a peculiaridade de contar com elementos culturais chineses e ocidentais, possuindo muitas temáticas que podem ser exploradas em obras cinematográficas”, refere o documento.

A medida ganha especial relevo tendo em conta as oportunidades resultantes do projecto de cooperação inter-regional da Grande Baía, “donde se espera que as produtoras locais possam aproveitá-las, valendo-se das medidas de apoio do Governo Central e fazendo bom uso das vantagens peculiares a Macau”. Cabe agora às empresas “explorarem o seu potencial” com o objectivo de “produzir obras criativas”, conseguirem entrar no gigante mercado cinematográfico do continente e “sair para os mercados internacionais, escrevendo um belo capítulo da história do cinema local”.

17 Abr 2019

Eleições CE | Deputados vão decidir sobre competências para exigir dois candidatos

Sulu Sou recorreu de negas de Ho Iat Seng sobre a discussão do projecto de lei que vai exigir que tenha de haver sempre dois candidatos a Chefe do Executivo. A decisão final vai ser tomada no Plenário da próxima terça-feira e Sou considera que Ho devia ficar fora do debate, devido à possibilidade de se candidatar ao cargo

[dropcap]P[/dropcap]romover o debate e lançar a população numa reflexão sobre as eleições para o cargo mais alto do Governo. São estes os objectivos do deputado Sulu Sou que levou para o Plenário a discussão sobre se os membros da Assembleia Legislativa (AL) têm poder para tomar a iniciativa de alterar a Lei Eleitoral do Chefe do Executivo.

Até agora, o presidente da AL, Ho Iat Seng, e a mesa do hemiciclo, constituída por Ho e os deputados Chui Sai Cheong, Kou Hoi In e Chan Hong, defendem que a iniciativa só pode ser tomada pelo Governo. Por isso, o projecto de lei que exige que as eleições para o CE tenham sempre dois candidatos tem sido rejeitado, sem que tenha havido qualquer discussão.

No entanto, os deputados vão ser chamados a votar o assunto na próxima terça-feira. Contudo, o cenário de um sentido de voto diferente é altamente improvável, devido aos alinhamentos do hemiciclo. Também por isso Sulu Sou defende que o mais importante é lançar o debate e a reflexão.

“Não concordo com as decisões do presidente da AL, Ho Iat Seng, nem da Mesa da Assembleia Legislativa de recusarem o projecto de lei. Foi por isso que submeti um recurso para o Plenário”, afirmou Sulu Sou. “Considero que o principal objectivo desta proposta é fazer com que as pessoas reflictam mais sobre o sistema político de Macau e também promover um debate com argumentos racionais sobre as eleições para o Chefe do Executivo”, acrescentou.

Além de ser presidente da AL, Ho Iat Seng admite estar a pensar em candidatar-se ao cargo de Chefe do Executivo. Neste sentido, Sulu Sou diz haver um conflito de interesses por parte de Ho, que não verá com bons olhos um projecto que vai aumentar o número de concorrentes ao cargo. O pró-democrata refere também que não devia ter sido Ho a decidir sobre os recursos anteriores.

“O presidente Ho Iat Seng já tinha dito que estava a considerar de forma activa a possibilidade de concorrer às eleições para Chefe do Executivo. Depois recusou a minha proposta, que está relacionada com o aumento da competição na eleição”, frisou. “De forma directa ou indirecta ele tem um conflito de interesses. E não deveria ter sido ele a decidir os recursos. E também não deveria ser ele a presidir à discussão na terça-feira”, sublinhou.

Opiniões opostas

Segundo a leitura de Ho Iat Seng e da Mesa da AL, o projecto de lei proposto de Sulu envolve matérias cuja iniciativa legislativa apenas compete ao Governo.

No entanto, Sulu Sou defende que os deputados podem alterar alguns aspectos da lei por sua iniciativa. O legislador argumenta que para alterar a propositura para o Chefe do Executivo – ou seja o aspecto em que ficam definido a necessidade de haver dois candidatos – não deve ser considerada como parte da “estrutura política” e que é um aspecto macro da lei. Este argumento é reforçado com o ponto de vista que a estrutura política só pode ser alterada pelo Governo Central e que se esta vertente da lei fosse parte dessa estrutura, não poderia ser o Governo local a alterá-la.

Ao mesmo tempo, o pró-democrata recorda uma sessão do Plenário de Dezembro de 1999, em que cita intervenções dos deputados Leonel Alves, Vong Hin Fai, Ng Kuok Cheong, Susana Chou e Tong Chi Kin em que a conclusão a que se chegou, diz Sulu Sou, é que o Governo só teria o exclusivo da iniciativa legislativa para a lei das eleições para a Assembleia Legislativa. Isto é, a competência exclusiva não abrange a lei das eleições do Chefe do Executivo.

Por outro lado, o pró-democrata cita o académico Xiao Wiyun, especialista na questão da Lei Básica, que defende que a estrutura política apenas abrange os assuntos que estão expressamente regulados na mini-constituição. É nesta linha que Sulu Sou defende ser possível alterar o número de candidatos exigidos, mas não modificar a eleição por um colégio eleitoral.

17 Abr 2019

Segurança Alimentar | Governo vai regular pesticidas dos alimentos este ano

[dropcap]M[/dropcap]acau vai ter o primeiro diploma para regular os limites máximos de pesticidas nos alimentos ainda este ano. A garantia foi dada ontem em comunicado emitido pelo Instituto para os Assuntos municipais (IAM) assinalando o fim da 51.ª Conferência da Comissão do Código Alimentar que teve lugar em Macau ao longo de seis dias.

A ideia é elaborar um conjunto de normas que “acompanhem os padrões internacionais” nesta matéria. Segundo o mesmo documento, trata-se de “um passo à frente no âmbito dos trabalhos de segurança alimentar”.

A 51.ª Conferência da Comissão do Código Alimentar, promovida pelo Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da República Popular da China, realizou-se de 8 a 13 de Abril em Macau, e contou com a presença de mais de 300 representantes de 49 Estados-membros, da União Europeia e de doze organizações internacionais.

Recorde-se que de acordo com o presidente do IAM, aquando da abertura desta conferência, o maior perigo local em termos de segurança alimentar está nos produtos comprados online até porque estão fora do controlo oficial.

17 Abr 2019

Fórum Macau | Coutinho preocupado com a contratação de intérpretes

[dropcap]O[/dropcap] Fórum Macau tem escassez de recursos humanos na área da tradução e interpretação e o deputado José Pereira Coutinho está preocupado com a contratação de profissionais não locais, pelo que solicitou à entidade “a maior transparência” nos processos de recrutamento, de acordo com um comunicado.

“Neste momento foram contratados três intérpretes tradutores do continente e mais dois estão também para vir desse lado”, disseram os representantes do Fórum Macau num encontro com o deputado.

A este respeito Coutinho considera que “qualquer contratação de trabalhadores deveria ser processada com a maior transparência na medida em que a contratação de trabalhadores do interior da China só deve ser admitida caso não haja recursos em Macau”.

O deputado sublinhou ainda que a divulgação destes processos de recrutamento deve ser feito através da “publicação da intenção de contratar nos meios de comunicação social e com menção na respectiva página dos serviços”.

Os responsáveis do Fórum Macau admitiram no encontro com o deputado que vão precisar de mais 12 tradutores, garantindo que seria dada prioridade aos residentes locais.

17 Abr 2019

Saúde | Deputados questionam créditos necessários para renovação de licenças

Os 25 créditos anuais adquiridos através da participação em acções de formação e que são requisito obrigatório para a renovação de licenças dos profissionais de saúde foram ontem questionados pelos deputados da 2ª Comissão Permanente. A medida está prevista na proposta de lei sobre qualificação e inscrição para o exercício de actividade dos profissionais de saúde

[dropcap]O[/dropcap]s deputados da 2ª Comissão Permanente questionaram ontem o Governo acerca da necessidade dos profissionais de saúde de completarem 25 créditos de formação contínua anuais para poderem renovar as suas licenças. A ideia foi deixada ontem pelo presidente da comissão, Chan Chak Mo, após mais uma reunião de análise na especialidade do regime que que vai regular a qualificação e inscrição para o exercício de actividade dos profissionais de saúde.

“O número de créditos é ou não elevado de mais?”, citou Chan referindo-se às questões dos deputados. Há também elementos do sector que consideram que o requisito dos 25 créditos anuais pode ser “demais”. “Há sectores que disseram que 25 créditos por ano é muito”, revelou o presidente da comissão.

Recorde-se que de acordo com a proposta em análise, a renovação das licenças dos profissionais de saúde vai deixar de ser feita de forma automática, sendo que os interessados têm de cumprir um mínimo créditos, fixado em 25 por ano, correspondentes à formação geral e na especialidade.

A cargo destas formações vão estar as instituições de ensino superior e os próprios Serviços de Saúde (SS). “São cursos divididos em quatro trimestres ao longo do ano agendados em quatro por mês, de duas horas cada um. Cada curso corresponde a dois créditos. A estes acresce mais um crédito por formação na área de especialidade”, explicou Chan Chak Mo.

Conhecimento renovado

A necessidade de actualização de conhecimentos é, ainda assim, bem vista pelos deputados. “Um médico não pode não fazer upgrade, todos os dias há novas tecnologias e novos conhecimentos. Os profissionais de saúde têm que frequentar estes cursos de formação contínua”, justificou o presidente.

Chan recordou ainda que, de acordo com o Governo, este tipo de acções de formação já estão ser feitas. “Em 2017 existiram 15 unidades de formação e 27 actividades, tendo sido gasto um montante de 400 mil patacas”, referiu. Já no ano passado, os SS “promoveram 11 unidades subsidiadas e 18 actividades tendo gasto 630 mil patacas”, acrescentou.

A entrada em vigor da lei deverá acontecer após um ano da sua aprovação e não 180 dias depois, conforme estaria estipulado inicialmente. A ideia era ter um período de preparação idêntico ao proposto aquando da aprovação da lei do erro médico, mas dado os obstáculos com que os SS se depararam na altura, o Governo decidiu prolongar o período de entrada em vigor deste diploma. O alargamento do prazo tem como finalidade dar tempo aos SS para tratarem das devidas formalidades numa matéria que é “complexa”, rematou Chan Chak Mo.

17 Abr 2019

Paris | Mundo em choque perante o incêndio na catedral de Notre-Dame

A icónica Catedral de Notre-Dame, em Paris, ardeu parcialmente na madrugada de segunda para terça-feira, comprometendo a estrutura do edifício. A extensão total dos danos ainda não é conhecida, mas Emmanuel Macron prometeu reconstruir a catedral. As mensagens de solidariedade têm surgido de todo o mundo e o fogo foi extinto depois de 12 horas de incêndio

[dropcap]O[/dropcap] Presidente da França, Emmanuel Macron, fez uma declaração em frente à Catedral de Notre-Dame enquanto os bombeiros ainda se esforçavam para controlar o incêndio que deflagrava no histórico monumento, pedindo aos franceses união e anunciando a abertura de uma subscrição nacional para recolher fundos.

Aos franceses, Macron disse que “o que aconteceu nesta catedral é uma terrível tragédia”, agradecendo a “extrema coragem, profissionalismo e determinação” de “quase 500 bombeiros” mobilizados para combater o fogo que começou por volta das 18h50 locais (1h50 de ontem em Macau) e atingiu toda a estrutura da Catedral de Notre-Dame de Paris. Pelo seu trabalho, o Presidente quis agradecer “em nome de toda a nação”.

O Presidente francês mencionou que “o pior foi evitado, ainda que a batalha não tenha sido vencida”, referindo-se à confirmação dos bombeiros do salvamento da estrutura principal, incluindo o campanário norte, que esteve em risco de colapsar.

“A Notre-Dame de Paris é a nossa história, a nossa literatura. É o epicentro da nossa vida”, caracterizou Macron, dizendo-a “de todos os franceses, mesmo daqueles que nunca aqui vieram”. Querendo deixar uma “nota de esperança”, o Presidente lembrou que o edifício foi construído há 800 anos e que o povo francês “soube como construí-la e, ao longo dos séculos, como fazê-la crescer e melhorá-la”.

“Vamos apelar aos maiores talentos e vamos reconstruir Notre-Dame, porque é aquilo que os franceses esperam, porque é o que a nossa história merece, porque é o nosso profundo destino”, disse, antes de anunciar a abertura de uma subscrição nacional para recolher fundos para a recuperação, deixando o apelo: “Juntos vamos reconstruir Notre-Dame”.

Este incêndio levou o líder francês a adiar a comunicação que faria sobre um pacote de medidas em relação às reivindicações dos ‘coletes amarelos’, devido ao “terrível incêndio que devasta a Catedral de Notre-Dame de Paris”, anunciou a presidência francesa.

Num momento anterior, Macron publicou na sua conta oficial do Twitter uma mensagem de pesar pelos acontecimentos: “Emoção de toda uma nação. Os meus pensamentos estão com todos os católicos e todos os franceses. Como todos os nossos compatriotas, estou triste por ver arder esta parte de nós”.

Os apelos de subscrições nacionais de fundos têm-se somado ao longo da tarde. Segundo o Le Figaro, a “La Fondation du patrimoine”, uma organização privada dedicada à salvaguarda e preservação do património francês, lançou ontem uma “coleta nacional”, tendo um dos websites onde se podem fazer doações sofrido uma enchente de visitas.

De Lisboa ao Vaticano

Hermano Sanches Ruivo, vereador da Câmara de Paris para os Assuntos Europeus, disse à Lusa que todos os processos foram “respeitados” e, por isso, não há feridos a lamentar. “Há muitas coisas que vão ser ditas, mas há processos que estão estabelecidos em relação à Notre-Dame. A primeira preocupação são as pessoas. Não temos indicação de nenhum desrespeito pelos processos, os processos foram respeitados e não ficou nenhuma pessoa ferida”, afirmou o eleito lusodescendente local, em declarações à agência Lusa, relembrando que o monumento é o mais visitado de Paris e começou a arder quando ainda decorriam visitas.

O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou ontem um “abraço sentido” numa mensagem ao Presidente francês, Emmanuel Macron, em que lamenta o incêndio na Catedral de Notre-Dame de Paris.

“Caro Presidente Macron, meu Amigo: Uma dor que nos trespassa o olhar e logo nos marca a alma, Paris sempre Paris ferida na sua Catedral em chamas, um símbolo maior do imaginário colectivo a arder, uma tragédia francesa, europeia e mundial”, lê-se na mensagem, divulgada no portal da Presidência da República na Internet. Marcelo Rebelo de Sousa despede-se de Macron enviando-lhe “de Lisboa um abraço sentido”.

Também a directora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) manifestou solidariedade com França na salvaguarda e restauro do património histórico, na sequência do incêndio. Numa mensagem publicada no ‘Twitter’, Audrey Azoulay diz que a agência das Nações Unidas está “ao lado de França para salvaguardar e reabilitar esse património inestimável”.

O Vaticano também exprimiu a sua “incredulidade” e “tristeza” quando um incêndio continuava a devastar a catedral Notre-Dame de Paris, “símbolo da cristandade, na França e no mundo”. “Exprimimos a nossa proximidade com os católicos franceses e com a população parisiense. Rezamos pelos bombeiros e por todos os que fazem o possível para enfrentar esta situação dramática”, acrescentou em comunicado o porta-voz do Vaticano.

Em Jerusalém, a Igreja católica da Terra Santa também exprimiu a sua solidariedade com a Igreja de França. “Exprimimos a nossa solidariedade com a Igreja de França neste período da semana santa e desejamos o melhor para essa igreja e para os seus fiéis”, indicou a Igreja católica da Terra Santa através de um comunicado divulgado em Jerusalém.

Donald Trump, muito ao seu jeito e através do Twitter, reagiu a pronto com uma sugestão que se tornou alvo de algum gozo nas redes sociais. O Presidente norte-americano sugeriu o uso de meios aéreos para combater as chamas que deflagravam na catedral. “É preciso agir rapidamente”, acrescentou.

Uma hora depois, a Protecção Civil francesa respondeu referindo que a “descarga de água por um avião neste tipo de edifício poderia levar ao colapso de toda a estrutura”, que poderia desabar em cima dos bombeiros que se encontravam a combater as chamas.

Força no esqueleto

O secretário de Estado do interior francês declarou ontem que, uma vez afastado o “perigo do fogo” na catedral de Notre-Dame de Paris, a questão fundamental é, a partir de agora, saber “como vai resistir a estrutura”.

“O perigo do fogo já foi afastado, a questão agora é o edifício: como é que a estrutura vai resistir ao incêndio da noite passada”, afirmou Laurent Nuñez, em declarações à imprensa ao início da manhã de ontem.

“Haverá, portanto, uma reunião às 08h (15h em Macau) com especialistas e arquitectos para tentar determinar se a estrutura é estável, e se os bombeiros podem permanecer dentro do edifício para continuar a missão”, acrescentou.

Cerca de 400 bombeiros lutaram durante quase 12 horas contra as chamas que destruíram um dos edifícios icónicos de Paris e da arte gótica, apesar do fogo ter sido dado como “parcialmente extinto” e “completamente contido” pelas autoridades. Neste momento, cerca de uma centena de bombeiros continua no local.

“O telhado inteiro está danificado, toda a estrutura ficou destruída, parte da abóboda caiu”, disse Gabriel Plus, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Paris, ao início da manhã de ontem. No entanto, “os dois campanários foram salvos”, bem como “todas as obras de arte” pertencentes ao ‘tesouro’ da catedral, incluindo a coroa de espinhos e a túnica de São Luís, indicou.

A Procuradoria de Paris tinha já afirmado que os investigadores estavam a considerar o incêndio como um acidente, referindo que a polícia vai avançar com uma investigação por “destruição involuntária causada pelo fogo”.

“Majestoso e sublime edifício”, como escreveu em 1831 o escritor francês Victor Hugo no seu romance “Notre-Dame de Paris”, a catedral foi construída em 1163 e iniciou a função religiosa em 1182.

17 Abr 2019

Habitação | Criada empresa Macau Renovação Urbana SA

[dropcap]F[/dropcap]oi ontem publicado em Boletim Oficial (BO) o despacho que dá conta da criação da empresa com capitais públicos Macau Renovação Urbana SA, estabelecida mediante o Governo e o Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização e o Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia.

O objectivo da empresa, criada como uma sociedade anónima, visa “melhorar a qualidade e o ambiente habitacional” do território, além de “promover o desenvolvimento económico, social e turístico da RAEM”. Além disso, a empresa tem como fim “coordenar e promover todas as acções associadas à renovação urbana, designadamente a realização de operações de reabilitação e requalificação do espaço público, das infra-estruturas, dos equipamentos colectivos e dos edifícios, nas áreas de intervenção delimitadas”.

A Macau Renovação Urbana visa também a promoção da prevenção de edifícios degradados, podendo ainda “prosseguir quaisquer outras actividades industriais, comerciais ou de prestação de serviços, relacionadas com a renovação urbana, desde que tal seja deliberado e expressamente autorizado em Assembleia Geral convocada para o efeito”.

O capital social inicial da empresa é de 100 mil patacas, dos quais 96 por cento são detidos pelo Governo, três por cento pelo Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização e apenas um por cento pelo Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia.


Transportes | Nasceu a Sociedade do Metro Ligeiro de Macau SA

Foi ontem oficialmente criada a Sociedade do Metro Ligeiro de Macau SA, dada a publicação de uma ordem executiva em Boletim Oficial (BO) assinada pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. Esta empresa vai ser responsável pela construção e manutenção de todas as infra-estruturas relacionadas com o Metro Ligeiro e inicia as suas operações a meses do segmento da Taipa entrar em funcionamento, algo que está previsto para este ano. A empresa conta com um capital social inicial de 1,4 mil milhões de patacas.

17 Abr 2019

Estacionamento inteligente

[dropcap]N[/dropcap]o passado dia 25 de Março, o Departmento de Transportes do Governo de Hong Kong apresentou uma proposta ao Conselho Municipal do Distrito de Sham Shui, para a construção de um parque de estacionamento inteligente, em Sham Shui Po. A área destinada ao parque tem cerca de 3.400 metros quadrados. As instalações terão a forma de uma espiral e os espaços de estacionamentos vão ser circulares. O estacionamento será inteiramente controlado por um sistema informático automatizado que incluirá uma rede de “paletes automáticas”. Este design permite maior facilidade e rapidez de estacionamento. No rés do chão do complexo prevê-se a construção de jardins, parques infantis e ginásios.

Dia 7 deste mês, a Autoridade de Renovação Urbana de Hong Kong fez novas propostas para a construção do primeiro parque inteligente de Hong Kong, administrado por um sistema de estacionamento informatizado, responsável pelo controle das “paletes automáticas”.

As paletes automáticas efectuam o estacionamento dos veículos. Primeiro o condutor pára o carro à entrada do parque e depois faz o seu registo no sistema. Quando este processo está concluído, a palete automática vai buscar o carro, introduzindo-se na parte de baixo do veículo e depois eleva-o para proceder ao transporte. O espaço de estacionamento é detectado automáticamente, bem como a trajectória até ao local. Este mecanismo de transporte está equipado com um sensor que lhe permite desviar-se dos obstáculos e evitar colisões.

A Autoridade de Renovação Urbana alertou para o facto de não existir qualquer tipo de legislação que regule este sistema automatizado. Esta falha vai criar algumas dificuldades à aprovação do projecto por parte do Governo de Hong Kong.

O conceito de parques de estacionamento inteligentes foi importado de Singapura. De forma a evitar o congestionamento do tráfego e as emissões de dióxido de carbono, Singapura tem encorajado o uso de bicicletas. Mas, tal como os carros, as bicicletas também necessitam de locais para estacionar. Se forem deixadas na rua, podem bloquear a circulação e, além disso, podem ser roubadas. Por causa disso, o Governo de Singapura criou um parque inteligente para estacionar bicicletas, com capacidade para albergar 500 unidades. Antes de entrar, o utilizador tem de se registar no sistema informático do parque, recebendo de seguida a password que lhe permite estacionar a bicicleta. O processo de estacionamente automático leva menos de um minuto a efectuar-se. Este sistema de estacionamento inteligente foi inventado no Japão, onde está em funcionamento já há algum tempo. É pois expectável que o novo parque de Hong Kong venha a funcionar às mil maravilhas.

E que lições pode tirar Macau desta experiência? A 17 de Maio de 2018, o Governo da RAEM publicou a “Estratégia para o desenvolvimento da cidade inteligente de Macau e a construção nas áreas principais – Consulta Pública” . As plataformas automáticas de Singapura podem vir a ser tomadas em linha de conta para a implementação deste projecto em Macau.

Macau tem imensos habitantes e, desde há muito tempo, que se sente a falta de parques de estacionamento na cidade. À noite, sobretudo, vêem-se bastantes carros estacionados na estrada. Este estacionamento desordenado provoca o caos, dificultando a circulação de veículos e de peões. Todos sabemos que durante a passagem dos super tufões Hato e Mangkhut em Macau, em 2017 e em 2018, muitos carros estacionados em parques subterrâneos ficaram literalmente desfeitos, devido às cheias. É urgente construir na cidade mais parques de estacionamento, em estruturas acima do solo. Quer do ponto de vista da vida do dia a dia, quer do ponto de vista do desenvolvimento urbano, os parques inteligentes são indispensáveis.

Para estabelecer uma rede de parques inteligentes, são necessárias leis que os regulamentem. Embora exista em Macau muita legislação rodoviária, não existem leis que tenham em consideração as questões levantadas pelos parques inteligentes. Por isso, se quisermos construir parques inteligentes, temos de criar a respectiva legislação e agir antecipadamente.

17 Abr 2019

Contrabando| Alfândegas interceptam 7,48 toneladas de presas de elefante

A luta contra o contrabando de produtos de espécies protegidas não parece ter fim à vista, apesar das várias campanhas de sensibilização. Só em Hong Kong, no passado mês de Fevereiro, foram interceptadas 2,1 toneladas de presas de elefante e 8,3 toneladas de escamas de pangolim

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas anunciaram ontem terem interceptado 7,48 toneladas de presas de marfim contrabandeado, na maior apreensão dos “últimos anos” no país, que baniu todo o comércio e transformação de presas de elefante em 2018.

O vice-director da Administração Geral das Alfândegas, Hu Wei, anunciou, em conferência de imprensa, que a operação, em grande escala, decorreu em 30 de Março e terminou com o desmantelamento de um “grupo criminoso internacional que há muito tempo traficava marfim”.

A investigação, de dois meses, resultou na prisão de mais de 20 suspeitos e no confisco de 2.748 peças de marfim.

A operação decorreu de forma coordenada entre várias cidades, incluindo Pequim e Qingdao, e envolveu um total de 238 agentes da polícia, detalhou o director da agência chinesa de combate ao contrabando, Sun Zhijie.

Segundo os dados oficiais, este ano já foram apreendidas 8,48 toneladas de produtos de marfim ou marfim em bruto, além de 500 toneladas de animais e plantas em risco de extinção.

Durante os primeiros três meses do ano, as autoridades chinesas investigaram 182 casos de contrabando de espécies protegidas, envolvendo 171 suspeitos.

Estes dados não incluem as alfândegas de Hong Kong, onde em Fevereiro passado foram interceptadas 2,1 toneladas de presas de elefante e 8,3 toneladas de escamas de pangolim, que, segundo as autoridades, se destinavam ao continente chinês.

Duas semanas depois, as alfândegas de Hong Kong apreenderam 24 chifres de rinoceronte, com um peso total de 40 quilos, um número recorde, que durou apenas até 7 de Março, quando foi apreendido um carregamento de 82,5 quilos.

Passos curtos

Pequim baniu todo o comércio e transformação das presas de elefante no início do ano passado.

Porém, a China é, tradicionalmente, o maior consumidor mundial de marfim, símbolo de estatuto e parte importante da cultura e arte tradicionais chinesas.

Antes da entrada em vigor da nova lei, Pequim lançou várias campanhas de sensibilização e o preço de presas de elefante caiu 65 por cento, enquanto todas as lojas e oficinas envolvidas no comércio foram encerradas até ao final de 2017, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.

A actuação das autoridades chinesas pode ter um impacto significativo em Angola e Moçambique, que nos últimos anos se tornaram destinos de referência na caça ao elefante.

Em Moçambique, entre 2011 e 2015, a caça furtiva custou à reserva do Niassa sete mil elefantes. Em Angola, as autoridades queimaram cerca de 1,5 toneladas de marfim, bruto e trabalhado, em Julho de 2017, que tinham como destino a Ásia.

Existem actualmente cerca de 450.000 elefantes no continente africano, calculando-se em mais de 35.000 os que são mortos anualmente.

17 Abr 2019

Shandong | Acidente em empresa farmacêutica faz dez mortos

[dropcap]P[/dropcap]elo menos dez pessoas morreram ontem asfixiadas pela inalação de fumo, enquanto outras 12 ficaram feridas, após um acidente numa empresa farmacêutica, na província de Shandong, leste da China. A televisão estatal CGTN informou que o acidente ocorreu às 15:37 e que foi aberta uma investigação para apurar as causas, mas não avançou mais detalhes. Em Março passado, uma explosão num parque industrial químico na província de Jiangsu, leste do país, causou 78 mortos e várias centenas de feridos. Acidentes industriais são frequentes na China, onde, em média, morrem 70.000 trabalhadores por ano, segundo a Organização Mundial do Trabalho. Em 2015, duas explosões nas instalações químicas da zona portuária da cidade de Tianjin, nordeste da China, provocaram pelo menos 165 mortos, e causaram prejuízos de mais de mil milhões de dólares.

17 Abr 2019