Hong Kong | Dirigente barrado associa proibição de entrada em Macau a ataque em Yuen Long

Galileo Cheng, membro da Comissão Justiça e Paz da diocese católica de Hong Kong, foi este sábado impedido de entrar em Macau pela fronteira do Porto Exterior. Ao HM, o responsável disse acreditar que esta proibição pode estar relacionada com o ataque ocorrido na estação de metro de Yuen Long. “A polícia pode ter passado as informações a meu respeito à polícia de Macau”, disse

 
[dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau proibiram, este sábado, a entrada de Galileo Cheng, membro da Comissão Justiça e Paz da diocese católica de Hong Kong, que tentou entrar no território pela fronteira do Porto Exterior. A informação foi difundida na rede social Twitter, não só pelo próprio, mas também pelo jornalista do New York Times em Hong Kong, Ezra Cheung.
Na sua conta na mesma rede social, Galileo Cheng partilhou o documento das autoridades onde se lê que a sua proibição de entrada ocorreu “por existirem fortes referências em como pretendia entrar na RAEM para a prática de actos que, pela sua natureza, podiam por em risco a segurança ou ordem pública da RAEM”.
Em declarações ao HM, Galileo Cheng suspeita que a sua proibição de entrada está relacionada com o ataque ocorrido na estação de metro de Yuen Long, no passado dia 21 de Julho, onde esteve presente.
“Suspeito que o relatório elaborado pela polícia de Hong Kong aquando do assalto na estação de metro de Yuen Long, a 21 de Julho, está relacionado com esta proibição, uma vez que a polícia de Hong Kong pode ter transmitido informações sobre mim à polícia de Macau”, disse.
O ataque de Julho ocorreu durante um protesto pacífico relacionado com a proposta de lei da extradição, quando um grupo de homens de cara tapada, envergando t-shirts brancas e paus de bambu, começaram a atacar os manifestantes que se encontravam no local. A polícia de Hong Kong foi acusada de chegar demasiado tarde a Yuen Long e de não ter travado a onda de violência.

Férias em família

Galileo Cheng disse ainda ao HM que é provável que continue na lista das autoridades, apesar de assegurar que há muito que está afastado de movimentos sociais.
“Sei que posso estar na lista (das autoridades) há muito tempo, e fui questionado há alguns anos pelos serviços de imigração dos dois territórios. Mas é ridículo que continue a ser banido quando estou fora dos movimentos sociais há anos.”
No dia do ataque em Yuen Long, Galileo Cheng assegura que foi ferido e que deu apoio a uma jornalista no local. “Na fase em que estive ligado aos movimentos sociais, fazia trabalho de jornalista para a plataforma In Media HK.”
Depois de deixar o hospital, em Julho, o responsável reportou os ferimentos de que foi vítima à polícia. A sua visita a Macau tinha dois objectivos específicos, conforme relatou ao HM. “Disse-lhes (às autoridades de Macau) que a minha visita ao território tinha como objectivo fazer férias e visitar familiares pró-Pequim.”
Galileo Cheng assegura que o facto de esses familiares serem pró-Pequim coloca-o “numa posição difícil”. Por questões de segurança, o dirigente católico não quis avançar com quaisquer nomes.
Questionado sobre a possibilidade de apresentar uma queixa contra as autoridades de Macau, Galileo Cheng garantiu que não o vai fazer, uma vez que essa acção seria “inútil”, pelo que “não vale a pena”.

2 Set 2019

AL | Chui Sai On criticado por deixar muitas propostas para o fim

[dropcap]A[/dropcap] qualidade da legislação pode estar em causa devido ao excesso de propostas de lei entregues à Assembleia Legislativa (AL) no último ano de mandato de Chui Sai On como Chefe do Executivo. A conclusão é do deputado Ho Ion Sang, em declarações proferidas ao Jornal do Cidadão.

O legislador que preside à 1ª Comissão Permanente da AL recorda que nesta sessão legislativa já foram aprovadas 25 propostas de lei, enquanto outras 15 ainda se encontram em processo de análise na especialidade.

De acordo com o Jornal do Cidadão, o deputado ligado à União Geral das Associações dos Moradores de Macau considera que o excesso de propostas deixadas para o último mandato deste Executivo pode comprometer a qualidade das mesmas. Além disso, Ho Ion Sang considera que, por vezes, é preferível fazer uma alteração parcial a uma lei, para adaptá-la a novas realidades sociais, em vez de legislar um novo regime legal. O deputado criticou ainda a falta de coordenação que pode levar à incompatibilidade entre diplomas.

Porém, a eleição de Ho Iat Seng como Chefe do Executivo pode alterar o panorama da produção de leis, tendo em conta os 10 anos de experiência na AL, circunstância que o deputado dos moradores considera conducente com trabalhos legislativos mais fluidos e com maior qualidade.

2 Set 2019

AL | Chui Sai On criticado por deixar muitas propostas para o fim

[dropcap]A[/dropcap] qualidade da legislação pode estar em causa devido ao excesso de propostas de lei entregues à Assembleia Legislativa (AL) no último ano de mandato de Chui Sai On como Chefe do Executivo. A conclusão é do deputado Ho Ion Sang, em declarações proferidas ao Jornal do Cidadão.
O legislador que preside à 1ª Comissão Permanente da AL recorda que nesta sessão legislativa já foram aprovadas 25 propostas de lei, enquanto outras 15 ainda se encontram em processo de análise na especialidade.
De acordo com o Jornal do Cidadão, o deputado ligado à União Geral das Associações dos Moradores de Macau considera que o excesso de propostas deixadas para o último mandato deste Executivo pode comprometer a qualidade das mesmas. Além disso, Ho Ion Sang considera que, por vezes, é preferível fazer uma alteração parcial a uma lei, para adaptá-la a novas realidades sociais, em vez de legislar um novo regime legal. O deputado criticou ainda a falta de coordenação que pode levar à incompatibilidade entre diplomas.
Porém, a eleição de Ho Iat Seng como Chefe do Executivo pode alterar o panorama da produção de leis, tendo em conta os 10 anos de experiência na AL, circunstância que o deputado dos moradores considera conducente com trabalhos legislativos mais fluidos e com maior qualidade.

2 Set 2019

Kou Hoi In destaca “predominância” do Executivo no relatório de actividades da AL

[dropcap]N[/dropcap]o primeiro relatório de actividades da Assembleia Legislativa (AL) que assinou como presidente, Kou Hoi In escreveu na nota final que a casa das leis, ao longo das várias legislaturas, assentou num “modelo de trabalho harmonioso e interactivo com o órgão executivo”, concretizando-se “a predominância do poder executivo, que tem por núcleo o Chefe do Executivo”. O documento diz respeito à 2ª sessão legislativa da VI legislatura até ao dia 15 de Agosto, apesar da sessão terminar a 15 de Outubro.

Segundo o relatório assinado por Kou Hoi In, até às férias a AL teve 52 plenários, com uma taxa média de assiduidade de 95 por cento, nos quais foram aprovadas 25 leis, uma resolução e 19 simples deliberações.

Entre os 33 deputados, apenas oito marcaram presença em todas as sessões plenárias. A saber: Ho Ion Sang, Ng Kuok Cheong, Vong Hi Fai, Ella Lei, Wong Kit Cheng, Leo Chi Ngai, Lei Chan U e Leong Sun Iok.

Os legisladores que menos presenças marcaram no hemiciclo no período em apreço foram Vítor Cheung Lup Kwan e o ex-presidente e Chefe do Executivo eleito Ho Iat Seng.

Reuniões de comissões

No que diz respeito a interpelações e intervenções no período de antes da ordem do dia, destaque para um quarteto de deputados que não tiveram qualquer interpelação ou intervenção: Chui Sai Cheong, mais uma vez Vítor Cheung Lup Kwan, Chan Chak Mo e Vong Hin Fai.

Entre os legisladores que mais interpelações escritas subscritas durante o período em apreço, com 44 e 43 interpelações, contam-se Ho Ion Sang, Ng Kuok Cheong, Au Kam San, José Pereira Coutinho, Mak Soi Kun, Si Ka Lon, Wong Kit Cheng, Agnes Lam, Leong Sun Iok e Sulu Sou. Destaque ainda para Ip Sio Kai, que assinou uma interpelação escrita.

Outra das actividades de excelência da AL acontece nas comissões permanentes e de acompanhamento. Na presente sessão legislativa, realizaram-se 220 reuniões das comissões, que tiveram uma taxa média de assiduidade situou-se em 90 por cento. Neste capítulo, destaque para a 2.ª Comissão Permanente, que tem Leong Sun Iok como presidente, que teve a maior actividade com 71 reuniões.

2 Set 2019

Exposição | Chui Sai On evoca as “qualidades nobres” de Mao Zedong

Foi ontem inaugurada, no Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau, a exposição “Na China Emergiu Mao Zedong”. A ocasião ficou marcada pelo emotivo e elogioso discurso de Chui Sai On à memória do “Grande Timoneiro”

 

[dropcap]O[/dropcap] Presidente Mao Zedong foi um grande revolucionário, estratega e teórico, foi o principal fundador e um notável líder do Partido Comunista Chinês, do Exército de Libertação do Povo Chinês e da República Popular da China, que contribuiu de forma intensa e marcante para a independência e o rejuvenescimento da nação chinesa, bem como para a libertação e a felicidade do povo chinês. Os seus grandiosos méritos ficaram gravados na História e serão lembrados para sempre por todo o povo do País.” O rasgado elogio à figura de Mao Zedong foi o cerne do discurso do Chefe do Executivo, Chui Sain On, durante a cerimónia de inauguração da exposição de fotografia “Na China Emergiu Mao Zedong”, que decorreu ontem no Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau.

Chui Sai On destacou o progresso que a RAEM tem alcançado nas últimas duas décadas, partilhado com o povo “a dignidade e a glória da nobre pátria” o desenvolvimento “a bordo do comboio expresso” da China. Porém, sublinhou a obrigação de “não esquecer quem cavou o poço quando dele bebemos”.

A exposição sobre o fundador da República Popular da China marca a 70.º aniversário do país e os 20 anos de retorno de Macau. Assim sendo, o líder do Governo local espera que a mostra dê a conhecer à população “os grandiosos actos e a invulgar vida deste fundador da Nova China”, assim como “estimular o sentimento patriótico da população e consolidar em Macau o amor pela pátria e por Macau.”

Riqueza espiritual

A mostra é composta por centenas de fotografias históricas e objectos que, segundo o Chefe do Executivo, “evocam a vida invulgar e as qualidades nobres deste líder do povo”, que “que sempre lutou junto com o povo e viveu ao longo de toda a sua vida guiado pelo conceito de ‘servir o povo de todo o coração’”.

Num discurso em que evocou a concretização do “sonho chinês do grandioso rejuvenescimento da nação chinesa”, Chui Sai On mencionou a forma como a figura de Mao representa “a valiosa riqueza espiritual da nação chinesa que nos estimula a ter sempre em consideração os assuntos relacionados com as condições de vida do povo e com o seu bem-estar”, bem como a desenvolver “acções em prol da qualidade de vida da população”.

Recorde-se que durante o comando do Grande Timoneiro, estima-se que entre 50 e 70 milhões de pessoas tenham morrido de fome, em particular durante a implementação da política da “Grande Salto para a Frente”, trabalhos forçados e execuções em massa.

2 Set 2019

Exposição | Chui Sai On evoca as “qualidades nobres” de Mao Zedong

Foi ontem inaugurada, no Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau, a exposição “Na China Emergiu Mao Zedong”. A ocasião ficou marcada pelo emotivo e elogioso discurso de Chui Sai On à memória do “Grande Timoneiro”

 
[dropcap]O[/dropcap] Presidente Mao Zedong foi um grande revolucionário, estratega e teórico, foi o principal fundador e um notável líder do Partido Comunista Chinês, do Exército de Libertação do Povo Chinês e da República Popular da China, que contribuiu de forma intensa e marcante para a independência e o rejuvenescimento da nação chinesa, bem como para a libertação e a felicidade do povo chinês. Os seus grandiosos méritos ficaram gravados na História e serão lembrados para sempre por todo o povo do País.” O rasgado elogio à figura de Mao Zedong foi o cerne do discurso do Chefe do Executivo, Chui Sain On, durante a cerimónia de inauguração da exposição de fotografia “Na China Emergiu Mao Zedong”, que decorreu ontem no Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau.
Chui Sai On destacou o progresso que a RAEM tem alcançado nas últimas duas décadas, partilhado com o povo “a dignidade e a glória da nobre pátria” o desenvolvimento “a bordo do comboio expresso” da China. Porém, sublinhou a obrigação de “não esquecer quem cavou o poço quando dele bebemos”.
A exposição sobre o fundador da República Popular da China marca a 70.º aniversário do país e os 20 anos de retorno de Macau. Assim sendo, o líder do Governo local espera que a mostra dê a conhecer à população “os grandiosos actos e a invulgar vida deste fundador da Nova China”, assim como “estimular o sentimento patriótico da população e consolidar em Macau o amor pela pátria e por Macau.”

Riqueza espiritual

A mostra é composta por centenas de fotografias históricas e objectos que, segundo o Chefe do Executivo, “evocam a vida invulgar e as qualidades nobres deste líder do povo”, que “que sempre lutou junto com o povo e viveu ao longo de toda a sua vida guiado pelo conceito de ‘servir o povo de todo o coração’”.
Num discurso em que evocou a concretização do “sonho chinês do grandioso rejuvenescimento da nação chinesa”, Chui Sai On mencionou a forma como a figura de Mao representa “a valiosa riqueza espiritual da nação chinesa que nos estimula a ter sempre em consideração os assuntos relacionados com as condições de vida do povo e com o seu bem-estar”, bem como a desenvolver “acções em prol da qualidade de vida da população”.
Recorde-se que durante o comando do Grande Timoneiro, estima-se que entre 50 e 70 milhões de pessoas tenham morrido de fome, em particular durante a implementação da política da “Grande Salto para a Frente”, trabalhos forçados e execuções em massa.

2 Set 2019

Protestos em Hong Kong | A perspectiva de Pequim, no jornal Diário do Povo

[dropcap]N[/dropcap]os últimos dois meses, actos violentos de manifestantes radicais em Hong Kong aumentaram, causando cada vez mais danos sociais. A polícia de Hong Kong afirmou que quase 900 pessoas foram presas até agora e pretendem fazer cumprir a lei rigorosamente para levar os criminosos à justiça.

O Comité Central do Partido Comunista da China (PCC) apoia firmemente o governo da Região Administrativa Especial (RAE) de Hong Kong e a força policial na luta contra a violência de acordo com a lei, salvaguardando resolutamente a soberania nacional, a segurança, os interesses de desenvolvimento e a prosperidade e estabilidade de Hong Kong, e nunca permitirá o rapto violento do futuro de Hong Kong.

É inegável que a sociedade de Hong Kong tem várias exigências, mas o maior anseio da população é alcançar a estabilidade e a paz. Algumas pessoas afirmam que “esta tempestade violenta alcançou proporções maiores do que o surto de epidemia SARS em Hong Kong (no ano de 2003)”, porque uma vez que a reputação da cidade foi danificada, será muito difícil de recuperá-la; algumas pessoas ponderam que se a violência e o caos continuarem, resultará na decadência de todos os aspectos da vida em Hong Kong e no desemprego.

Qualquer forma de amenizar a violência é uma indulgência da violência. Algumas contradições profundas em Hong Kong precisam ser resolvidas por todos os sectores da comunidade, mas a violência nunca será uma “opção razoável”. Se as pessoas com diferentes opiniões políticas e apelos justificam o uso da violência para obter “justiça”, então a sociedade de Hong Kong nunca será pacífica? Qualquer compromisso baseado na violência só encorajará mais violência.

Decididamente dizer “não” à violência é a linha de fundo de uma sociedade governada pela lei e o consenso de uma sociedade civilizada.

Hoje em dia, as tentativas de violência radicais e oposição são bem conhecidas. Descobriu-se que a sua “regra anti-revisão” original era apenas uma desculpa. Quando o governo da RAE parou de alterar seus regulamentos, eles gritaram palavras de ordem extremas como “Recuperação de Hong Kong, Revolução dos Tempos” e desafiou seriamente a soberania nacional. O objectivo do aumento da violência é paralisar o governo da RAE e a força policial, mergulhar Hong Kong na anarquia e competir com as autoridades centrais para a governança de Hong Kong.

Tendo visto isto claramente, será que podemos afastar-nos desta ameaça política irracional, radical e infundada? Poderá haver algum compromisso junto a este ato ilegal, que desafie seriamente o princípio “um país, dois sistemas”? A resposta é absolutamente negativa. Se alguém se julgar esperto a ponto de pensar que o agravamento da violência obrigará o governo central a abdicar do princípio, está imensamente enganado. Se houver agitação para além do controle do governo da RAE de Hong Kong, o Comité Central do PCCh jamais ficará de braços cruzados. De acordo com as disposições da lei fundamental, o Comité Central dispõe de medidas e de forças poderosas suficientes para reprimir rapidamente todas as perturbações possíveis.

O futuro de Hong Kong reside na prevenção de motins. Prestamos homenagem à força policial de Hong Kong e às forças patrióticas que defendem o Estado de Direito. Vocês estão defendendo o alicerce da prosperidade e estabilidade de Hong Kong, protegendo a posição de Hong Kong como um centro financeiro, comercial e marítimo internacional, e salvaguardando os interesses comuns da sociedade de Hong Kong e dos investidores estrangeiros. Devemos alertar todas as forças “caóticas anti-China” que não julguem erroneamente a situação, nem tratem a contenção como fraqueza, ou subestimem a vontade e determinação do governo central e do povo de todo o país para salvaguardar a soberania nacional, a segurança e a unidade e manter a prosperidade e a estabilidade de Hong Kong.

in Diário do Povo

2 Set 2019

Protestos em Hong Kong | A perspectiva de Pequim, no jornal Diário do Povo

[dropcap]N[/dropcap]os últimos dois meses, actos violentos de manifestantes radicais em Hong Kong aumentaram, causando cada vez mais danos sociais. A polícia de Hong Kong afirmou que quase 900 pessoas foram presas até agora e pretendem fazer cumprir a lei rigorosamente para levar os criminosos à justiça.
O Comité Central do Partido Comunista da China (PCC) apoia firmemente o governo da Região Administrativa Especial (RAE) de Hong Kong e a força policial na luta contra a violência de acordo com a lei, salvaguardando resolutamente a soberania nacional, a segurança, os interesses de desenvolvimento e a prosperidade e estabilidade de Hong Kong, e nunca permitirá o rapto violento do futuro de Hong Kong.
É inegável que a sociedade de Hong Kong tem várias exigências, mas o maior anseio da população é alcançar a estabilidade e a paz. Algumas pessoas afirmam que “esta tempestade violenta alcançou proporções maiores do que o surto de epidemia SARS em Hong Kong (no ano de 2003)”, porque uma vez que a reputação da cidade foi danificada, será muito difícil de recuperá-la; algumas pessoas ponderam que se a violência e o caos continuarem, resultará na decadência de todos os aspectos da vida em Hong Kong e no desemprego.
Qualquer forma de amenizar a violência é uma indulgência da violência. Algumas contradições profundas em Hong Kong precisam ser resolvidas por todos os sectores da comunidade, mas a violência nunca será uma “opção razoável”. Se as pessoas com diferentes opiniões políticas e apelos justificam o uso da violência para obter “justiça”, então a sociedade de Hong Kong nunca será pacífica? Qualquer compromisso baseado na violência só encorajará mais violência.
Decididamente dizer “não” à violência é a linha de fundo de uma sociedade governada pela lei e o consenso de uma sociedade civilizada.
Hoje em dia, as tentativas de violência radicais e oposição são bem conhecidas. Descobriu-se que a sua “regra anti-revisão” original era apenas uma desculpa. Quando o governo da RAE parou de alterar seus regulamentos, eles gritaram palavras de ordem extremas como “Recuperação de Hong Kong, Revolução dos Tempos” e desafiou seriamente a soberania nacional. O objectivo do aumento da violência é paralisar o governo da RAE e a força policial, mergulhar Hong Kong na anarquia e competir com as autoridades centrais para a governança de Hong Kong.
Tendo visto isto claramente, será que podemos afastar-nos desta ameaça política irracional, radical e infundada? Poderá haver algum compromisso junto a este ato ilegal, que desafie seriamente o princípio “um país, dois sistemas”? A resposta é absolutamente negativa. Se alguém se julgar esperto a ponto de pensar que o agravamento da violência obrigará o governo central a abdicar do princípio, está imensamente enganado. Se houver agitação para além do controle do governo da RAE de Hong Kong, o Comité Central do PCCh jamais ficará de braços cruzados. De acordo com as disposições da lei fundamental, o Comité Central dispõe de medidas e de forças poderosas suficientes para reprimir rapidamente todas as perturbações possíveis.
O futuro de Hong Kong reside na prevenção de motins. Prestamos homenagem à força policial de Hong Kong e às forças patrióticas que defendem o Estado de Direito. Vocês estão defendendo o alicerce da prosperidade e estabilidade de Hong Kong, protegendo a posição de Hong Kong como um centro financeiro, comercial e marítimo internacional, e salvaguardando os interesses comuns da sociedade de Hong Kong e dos investidores estrangeiros. Devemos alertar todas as forças “caóticas anti-China” que não julguem erroneamente a situação, nem tratem a contenção como fraqueza, ou subestimem a vontade e determinação do governo central e do povo de todo o país para salvaguardar a soberania nacional, a segurança e a unidade e manter a prosperidade e a estabilidade de Hong Kong.
in Diário do Povo

2 Set 2019

Hong Kong | Polícia detém 40, activistas visam aeroporto

[dropcap]P[/dropcap]elo menos 40 pessoas foram detidas em Hong Kong na sequência de protestos não autorizados de sábado passado, durante os quais 31 pessoas ficaram feridas, cinco em estado grave, informaram ontem as autoridades. Ao final da noite de sábado e início da madrugada de domingo registaram-se violentos confrontos entre a polícia e manifestantes em vários pontos da ex-colónia britânica.

Cerca de um milhar de manifestantes anti-governamentais que protestou junto à sede do Governo de Hong Kong abandonou o local pelas 19:00, após confrontos com a polícia, que tinha proibido a iniciativa. As cenas de violência demoraram um par de horas, com os manifestantes a arremessarem tijolos e bombas incendiárias sobre as forças de segurança e com a polícia a responder com gás lacrimogéneo e canhões de água.

Para trás, nas ruas, ficou um cenário de destruição, com o jornal South China Morning Post a noticiar que os manifestantes também causaram alguns focos de incêndio junto do quartel-general da polícia em Wan Chai, também no centro da cidade.

Ataques variados

Em Victoria Park, dois polícias foram cercados e atacados por um grupo, obrigando-os a dispararem dois tiros de aviso para o ar, informaram as forças de segurança num comunicado no qual se condena a “escalada de violência” e o uso de “armas letais” por parte dos manifestantes.

Após um protesto pacífico que juntou milhares de pessoas no centro da cidade, alguns manifestantes envolveram-se em confrontos com a polícia junto à sede do Governo, para rumarem depois para Wan Chai, Causeway Bay e North Point, bloqueando ainda várias outras ruas na ilha de Hong Kong, numa das quais atearam fogo a uma barricada que representou “um sério perigo para os moradores”, indicou a polícia.

Milhares de pessoas também se manifestaram ilegalmente em vários distritos de Kowloon, cercaram esquadras, bloquearam estradas e vandalizaram edifícios públicos e estações de metro. Numa delas, em Prince Edward, foram realizadas dezenas de detenções, com a polícia a perseguir os manifestantes e a lançar gás pimenta sobre estes, depois de muitos deles terem trocado de roupa para se misturarem com os passageiros.

Nos últimos dias, a polícia deixou de fazer policiamento a pé pelas ruas para evitar quaisquer emboscadas às forças de segurança. Esta semana, um activista foi atacado com tacos de basebol por homens com o rosto tapado. Um polícia foi alvo também de um violento ataque com uma faca à saída de um turno, na sexta-feira.

Metro para o aeroporto suspenso

Entretanto, a empresa gestora do metro de Hong Kong decidiu ontem suspender os serviços para o aeroporto internacional do território, um dos mais movimentados do mundo, devido aos protestos na antiga colónia britânica.

De acordo com a estação RTHK, a operadora MTR anunciou a decisão por volta das 13:30, com base num parecer do Governo e da Autoridade Aeroportuária de Hong Kong.

Manifestantes pró-democracia tinham já planeado interromper as ligações rodoviárias e ferroviárias para o aeroporto durante a tarde de ontem, um dia depois de se terem registado violentos confrontos entre a polícia e manifestantes em vários pontos da cidade.

De acordo com o jornal South China Morning Post, centenas de manifestantes estavam já reunidos no aeroporto, onde formavam barricadas. O objectivo é bloquear os transportes no aeroporto internacional de Hong Kong na tarde de domingo. Os activistas estão a pedir ao público que sobrecarregue as estradas e as ligações ferroviárias para o aeroporto no domingo e segunda-feira para que os voos sejam cancelados, numa repetição esperada das suas acções de há duas semanas.

Dois outros grupos de manifestantes também planeiam protestar em Tin Shui Wai, e no exterior do consulado britânico em Admiralty. Os activistas pretendem pedir a Londres que dê ao portador de passaporte nacional britânico (estrangeiro) o direito de viver no Reino Unido.

2 Set 2019

Hong Kong | Polícia detém 40, activistas visam aeroporto

[dropcap]P[/dropcap]elo menos 40 pessoas foram detidas em Hong Kong na sequência de protestos não autorizados de sábado passado, durante os quais 31 pessoas ficaram feridas, cinco em estado grave, informaram ontem as autoridades. Ao final da noite de sábado e início da madrugada de domingo registaram-se violentos confrontos entre a polícia e manifestantes em vários pontos da ex-colónia britânica.
Cerca de um milhar de manifestantes anti-governamentais que protestou junto à sede do Governo de Hong Kong abandonou o local pelas 19:00, após confrontos com a polícia, que tinha proibido a iniciativa. As cenas de violência demoraram um par de horas, com os manifestantes a arremessarem tijolos e bombas incendiárias sobre as forças de segurança e com a polícia a responder com gás lacrimogéneo e canhões de água.
Para trás, nas ruas, ficou um cenário de destruição, com o jornal South China Morning Post a noticiar que os manifestantes também causaram alguns focos de incêndio junto do quartel-general da polícia em Wan Chai, também no centro da cidade.

Ataques variados

Em Victoria Park, dois polícias foram cercados e atacados por um grupo, obrigando-os a dispararem dois tiros de aviso para o ar, informaram as forças de segurança num comunicado no qual se condena a “escalada de violência” e o uso de “armas letais” por parte dos manifestantes.
Após um protesto pacífico que juntou milhares de pessoas no centro da cidade, alguns manifestantes envolveram-se em confrontos com a polícia junto à sede do Governo, para rumarem depois para Wan Chai, Causeway Bay e North Point, bloqueando ainda várias outras ruas na ilha de Hong Kong, numa das quais atearam fogo a uma barricada que representou “um sério perigo para os moradores”, indicou a polícia.
Milhares de pessoas também se manifestaram ilegalmente em vários distritos de Kowloon, cercaram esquadras, bloquearam estradas e vandalizaram edifícios públicos e estações de metro. Numa delas, em Prince Edward, foram realizadas dezenas de detenções, com a polícia a perseguir os manifestantes e a lançar gás pimenta sobre estes, depois de muitos deles terem trocado de roupa para se misturarem com os passageiros.
Nos últimos dias, a polícia deixou de fazer policiamento a pé pelas ruas para evitar quaisquer emboscadas às forças de segurança. Esta semana, um activista foi atacado com tacos de basebol por homens com o rosto tapado. Um polícia foi alvo também de um violento ataque com uma faca à saída de um turno, na sexta-feira.

Metro para o aeroporto suspenso

Entretanto, a empresa gestora do metro de Hong Kong decidiu ontem suspender os serviços para o aeroporto internacional do território, um dos mais movimentados do mundo, devido aos protestos na antiga colónia britânica.
De acordo com a estação RTHK, a operadora MTR anunciou a decisão por volta das 13:30, com base num parecer do Governo e da Autoridade Aeroportuária de Hong Kong.
Manifestantes pró-democracia tinham já planeado interromper as ligações rodoviárias e ferroviárias para o aeroporto durante a tarde de ontem, um dia depois de se terem registado violentos confrontos entre a polícia e manifestantes em vários pontos da cidade.
De acordo com o jornal South China Morning Post, centenas de manifestantes estavam já reunidos no aeroporto, onde formavam barricadas. O objectivo é bloquear os transportes no aeroporto internacional de Hong Kong na tarde de domingo. Os activistas estão a pedir ao público que sobrecarregue as estradas e as ligações ferroviárias para o aeroporto no domingo e segunda-feira para que os voos sejam cancelados, numa repetição esperada das suas acções de há duas semanas.
Dois outros grupos de manifestantes também planeiam protestar em Tin Shui Wai, e no exterior do consulado britânico em Admiralty. Os activistas pretendem pedir a Londres que dê ao portador de passaporte nacional britânico (estrangeiro) o direito de viver no Reino Unido.

2 Set 2019

Hong Kong | Moisés ou como usar a religião

[dropcap]À[/dropcap] frente do protesto ‘religioso’ de sábado em Hong Kong, havia um manifestante destacado entre os demais. Intitula-se Moisés e exibe num cartaz os “cinco mandamentos” do movimento pró-democracia. O cuidado na escolha de todos os acessórios para ‘encarnar’ a figura bíblica esconde também a vontade de não querer ser identificado. “Eu sou um mensageiro. O meu nome é Moisés e tenho uma mensagem para a população de Hong Kong: são os cinco mandamentos”, disse à Lusa.

Os ‘mandamentos’ são inspirados nas cinco reivindicações do movimento pró-democracia : “Retirem a lei ‘chinesa’ da extradição; revoguem o termo motim; retirem todas as acusações que pendem sobre os manifestantes; criem uma comissão independente de inquérito [à actuação da polícia], e finalmente, o 5.º mandamento, verdadeira democracia para a população de Hong Kong”, enumerou o manifestante.

Um dos pontos de ‘peregrinação’ foi a Catedral de São João, com muitos dos manifestantes a transformarem-se em ‘devotos fiéis’ para reforçarem o cariz ‘religioso’ da manifestação, para “rezar pelos pecadores’. Os bancos de madeira da igreja anglicana foram oferecendo descanso aos manifestantes que iam entoando cânticos de inspiração religiosa, entre estandartes onde se podia ler “Sigam Cristo: Fé na cidade”. A manifestação terminou junto aos acessos para a residência da chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, cortados pela polícia antimotim.

Uma manifestante mais idosa ajoelhou-se, ou para rezar ou para meditar, a poucos metros das forças de segurança, munidas de espingardas, escudos e bastões. ‘Moisés’ juntou-se à idosa e, à distância, dirigiu-se aos polícias: “Deus abençoe a polícia de Hong Kong. Vocês serão protegidos do perigo. Tenham fé no vosso juramento”.

Lusa (editado)

1 Set 2019

Hong Kong | Moisés ou como usar a religião

[dropcap]À[/dropcap] frente do protesto ‘religioso’ de sábado em Hong Kong, havia um manifestante destacado entre os demais. Intitula-se Moisés e exibe num cartaz os “cinco mandamentos” do movimento pró-democracia. O cuidado na escolha de todos os acessórios para ‘encarnar’ a figura bíblica esconde também a vontade de não querer ser identificado. “Eu sou um mensageiro. O meu nome é Moisés e tenho uma mensagem para a população de Hong Kong: são os cinco mandamentos”, disse à Lusa.
Os ‘mandamentos’ são inspirados nas cinco reivindicações do movimento pró-democracia : “Retirem a lei ‘chinesa’ da extradição; revoguem o termo motim; retirem todas as acusações que pendem sobre os manifestantes; criem uma comissão independente de inquérito [à actuação da polícia], e finalmente, o 5.º mandamento, verdadeira democracia para a população de Hong Kong”, enumerou o manifestante.
Um dos pontos de ‘peregrinação’ foi a Catedral de São João, com muitos dos manifestantes a transformarem-se em ‘devotos fiéis’ para reforçarem o cariz ‘religioso’ da manifestação, para “rezar pelos pecadores’. Os bancos de madeira da igreja anglicana foram oferecendo descanso aos manifestantes que iam entoando cânticos de inspiração religiosa, entre estandartes onde se podia ler “Sigam Cristo: Fé na cidade”. A manifestação terminou junto aos acessos para a residência da chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, cortados pela polícia antimotim.
Uma manifestante mais idosa ajoelhou-se, ou para rezar ou para meditar, a poucos metros das forças de segurança, munidas de espingardas, escudos e bastões. ‘Moisés’ juntou-se à idosa e, à distância, dirigiu-se aos polícias: “Deus abençoe a polícia de Hong Kong. Vocês serão protegidos do perigo. Tenham fé no vosso juramento”.
Lusa (editado)

1 Set 2019

Sinal de tempestade tropical baixou de 3 para 1 às 13h00

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) decidiram baixar o sinal de tempestade tropical de 3 para 1 esta tarde, por volta das 13h00. O sinal deverá manter-se ao longo do dia de hoje.

De acordo com um comunicado, às 14h00 a tempestade localizava-se a cerca de 580 quilómetros a sudoeste de Macau, estando a afastar-se gradualmente do território.

1 Set 2019

China expulsou jornalista que escreveu sobre familiar de Xi Jinping

[dropcap]A[/dropcap] China expulsou um jornalista do jornal norte-americano The Wall Street Journal, depois de aquele ter escrito uma reportagem sobre um familiar do Presidente Xi Jinping, disseram fontes do jornal citados pela imprensa.

As autoridades chinesas rejeitaram a renovação das credenciais de imprensa de Chun Han Wong, um repórter do The Wall Street Journal, o que o impede de também renovar o visto de residência na China, que expirou ontem.

Segundo fontes da empresa proprietária do jornal, Dow Jones, citadas pelo próprio The Wall Street Journal e pelo The New York Times, as autoridades não deram ainda qualquer explicação para o cancelamento das credenciais.

Numa declaração ontem divulgada, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China limitou-se a dizer que se “opõe de forma resoluta a que um jornalista estrangeiro ataque maliciosamente a China”, concluindo que “tais jornalistas não são bem-vindos”. Chun Han Wong, 33 anos, tem nacionalidade de Singapura e trabalha para o The Wall Street Journal, a partir de Pequim, desde 2014.

Em Julho, o jornalista participou numa reportagem sobre Ming Chai, primo do Presidente Xi Jinping, cujas actividades estão a ser investigadas pelas autoridades policiais da Austrália. Segundo a direcção de informação do jornal, o Governo da China pediu para que a peça não fosse publicada, ameaçando com “consequências indeterminadas”.

Mais recentemente, Wong publicou uma peça questionando o estado de saúde de Xi Jinping e a sua capacidade física para continuar a governar a China. De acordo com o The New York Times, o Clube de Correspondentes Estrangeiros na China já condenou “de forma veemente” a expulsão de Chun Han Wong, dizendo que ela contraria as afirmações de dirigentes chineses que se dizem apostados em “apoiar a transparência e a inclusão” no regime do país.

31 Ago 2019

Hong Kong | Governo português acompanha situação que ainda não afectou nacionais

[dropcap]O[/dropcap] Governo português indicou ontem estar a acompanhar “com especial atenção” a onda de protestos em Hong Kong, desde logo por temer que as tensões cheguem a Macau, e adiantou não haver, para já, cidadãos nacionais afectados.

“Estamos a acompanhar [a situação] com especial atenção, sem dúvida, até porque tudo o que queremos que não aconteça é que haja um ‘spill-over’ [alastrar desta situação] a Macau”, disse à agência Lusa a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, falando no final da reunião informal dos chefes da diplomacia da União Europeia (UE), em Helsínquia, no âmbito da presidência comunitária finlandesa.

A governante acrescentou que, “de momento, as coisas estão bem” neste aspecto, recordando que “o novo chefe do executivo de Macau acabou de ser designado”. Além disso, “não temos tido queixas ou observações por parte de cidadãos portugueses”, apontou.

“É um tema que temos de continuar a acompanhar e que esperemos que haja um diminuir de tensões e que isso se consiga pelo diálogo, que é o papel da UE”, sublinhou Ana Paula Zacarias.

Este tema foi abordado na reunião informal dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União, que decorreu em Helsínquia, e na qual Portugal esteve representado pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus.

Segundo Ana Paula Zacarias, foi o próprio ministro britânico, Dominic Raab, a falar na situação, referindo que o Reino Unido está “muito empenhado em acompanhar a situação”.

Também ontem, a chefe da diplomacia europeia afirmou que a situação em Hong Kong “é extremamente preocupante” para a UE, e apelou às autoridades que respeitem a liberdade de expressão e as manifestações pacíficas.

“Os desenvolvimentos em Hong Kong, especialmente os das últimas horas, são extremamente preocupantes. Nós esperamos que as autoridades de Hong Kong respeitam a liberdade de expressão colectiva, assim como o direito de as pessoas se manifestarem pacificamente”, vincou a Alta Representante da UE para a Política Externa, Federica Mogherini.

Falando em conferência de imprensa à margem da reunião informal dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, a responsável notou que a União irá “continuar a acompanhar muito de perto” a situação.

“Não só ao nível da UE, como também em coordenação com os Estados-membros, sobretudo no que toca aos direitos dos cidadãos europeus e aos interesses da União em Hong Kong”, precisou Federica Mogherini.

A chefe da diplomacia europeia adiantou que, “nas últimas semanas, os Estados-membros mostraram uma grande união sobre este caso”. “E vamos, de forma privada ou publicamente, continuar a passar a mensagem e a trabalhar para que este caso tome um rumo correto”, concluiu. Os protestos em Hong Kong duram quase há mais de três meses.

31 Ago 2019

Intoxicação elementar

[dropcap]O[/dropcap] relógio pára, alguém se senta à mesa e começa a escrever. Tenta arrumar pensamentos e debitar no papel ideias sobre a China. Deixa o cursor correr livremente sem apreensões do que verá escrito ao passar a ponte que separa a verdade da mentira – ficção da realidade, presente do futuro – ou a dúvida da exclamação. De janela aberta para o mundo, saboreia a brisa que corre para outras realidades. Bandeira ao vento, cheio de obstáculos, expõe o que lhe vai no discernimento, apregoando: nós, humanos, estamos aqui!

Arriscará essa pessoa fazer sombra a desmedida soberania, argumentando teimosias como um banal  “Homem do Tanque” – saquinho na mão, silêncio, dor –, de quem nunca se sabe identidade ou paradeiro? Esse homem que atravessou a ponte sem olhar ao precipício, cansado, com o desejo único de chegar a casa e respirar. Atarraxado à surdina da sua teimosia, enfrentou o colosso metálico com uma serenidade relampejante e ao fazê-lo deixou inscrita na retina da humanidade, colada ao ecrã, a bravura no seu esplendor. Trecho para sempre gravado, momento único e sublime. Já deu. Ocupou todos os canais. Mas será interdito falar neles, nos homens do tanque? Onde estão, já se foram? Passam a que horas?

Administrar um país não é tarefa fácil, há malhas irrequietas de indivíduos dotados de raciocínio para ajustar. São cativados a cada pulsar para que tomem determinado partido e direcção. Ao princípio, como todas as relações, é uma história de amor e pura sedução, repleta de alegrias e momentos dóceis. Mas com o passar do tempo outras ânsias se intercalam, o feitio começa a ser visto como defeito; os galanteios, importunações; os afagos, brutalidade; e por aí fora. A linha que define os extremos esfuma-se e a vida torna-se uma extensão perene de conflito e incerteza. Apesar das retractações, pedidos de escusa e elevações de espírito, nada volta a ficar como antes. Em casa, as malas chegam-se à porta. Num país, as ruas ardem e os governos mudam. Para mais tarde, em ambas as situações, o baile voltar a ser o mesmo e a cantilena regressar ao horário nobre da sabedoria. De todos os donos de casas.

Ao tomar conta de uma nação, existe o dever de proteger os ocupantes que nela germinam, dando-lhes conforto, educação e ciência. Este é o cardápio básico. A partir do momento em que a flor brota, os regentes da pátria tentam alistá-la no seu viço, para a vida inteira. Fazem-no na qualidade de jardineiros, assim como os progenitores que inscrevem os filhos ainda por rebentar no clube da sua predileção. É complicado regar esta planta, não basta o gota-a-gota. Em muitos casos, o nutrimento estanca, o gume desprende-se da faca e sementes adversas espigam. Som e fúria. Contrariando as necessidades de um vegetal, o desafio dos animais racionais não é só físico, mas mental. E aí não há sortilégio que atenda a complexidade das carências colectivas em uníssono. De cabeça perdida, o amante opta pelo impulso do malho no cinzel para esculpir o seu dito mais duro. Os governos, por seu lado, não se diferenciam. Apodrece-se o povo, para que se transforme e vingue num verão melhor. E tanta coisa se faz com matéria que apodrece. Um bom vinho, um bom queijo. A colheita precisa de fermentação. O tempo tudo cura.

No juízo vigilante, as redes ilimitadas da sociedade convergem para o mesmo ponto, o mesmo pedaço de alcatrão. Em sequência, as criaturas vão aparecendo no ecrã. “Estás lá?” Caminham juntas, por padrão, ainda ao lado dos famélicos da terra e do ar, encaixados nas caras dos livros, face ao poder dominador sempre que este se expande como domador de leões. Falamos de autoritarismo sem freio. Apesar da mordaça e da mais sofisticada disrupção propagandista, não há como negá-lo, o protesto ergue-se. Convocam-se liberdades. O ser. A voz. Algo que em anuências déspotas é negado na escarna política. Por demais exemplos na História – não é necessário tirar um curso para o aprender –, o ser revolta-se, a dor grita. Esta é a ordem congénita da natureza humana. Não há nenhum homem com o direito de privar outro dessa universalidade. Qualquer um. A liberdade é o ensinamento que circunscreve a identidade de cada indivíduo. Seres análogos. Uma espécie só. Cabeça, tronco e membros. Na semelhança se pungem diferenças. Como franjas de vocabulário.

Em casos alguns, grande parte do poderio é canalizado para toldar o progresso com realidades lineares e sem flatulências. Nem que para isso tenha de se produzir a falsidade e a “re-história”, erguendo a deseconomia e, mais à frente, a extinção. Criam-se modelos ordenados para enfrentar os juízos do povo, moldando clamores com poderes exacerbados que misturam modulações sociais, separando o trigo do joio, ora subindo o tom, ora baixando as acústicas mais graves. O sistema coloca-se em posição, em estéreo, para provocar a indolência. O técnico experiente e equitativo intende para que não se chegue à distorção, para que se entendam todas as nuances – dos instrumentos às vozes – instaurando a harmonia e a ponderação. O funcionário obtuso, às mãos de forças superiores, fá-lo espalmando a circunstância. Como um algoritmo, corta raízes, força pela anulação. Estingue. Seria ideal se todos tivessem oportunidade, sem que se façam das electrónicas estados de direito.

Os ponteiros avançam. Pessoas sem medo enfrentam poderes magnânimos, cá e lá, sabendo de antemão ser causa perdida. Antecipam-se e arrastam o universo às costas. Os astros rebolam, as ciências despertam. Porque o fazem? Modorra, urticária, infortuna? Poder-se-ia pensar que os homens que detêm o domínio na China são gente flexível, capaz de distintas perspectivas e sensibilidades para ultrapassar as limalhas da História ou o rigor do plano mestre. Não dá certo, tenta-se outra configuração, dando um passo maior do que as pernas. No país do meio, que já não é o de outrora, abre-se sempre um novo embrulho. Porque não é este país como o nosso? Será apenas pelo número infinito de gente?

Que dizer dos residentes de Hong Kong que protestam há meses rabiscando o seu destino? Ritual de fim-de-semana transformado em conexão sagrada, tentando – pasme-se! – que o território onde nasceram possa navegar ao sabor dos seus ventos. A base da revolta? Um “país” que possa viver livre. Surdina, colosso, relampejo. Palavras que não definem democracia, mas que a tentam sintonizar, com velas desfraldadas às ventoinhas do artifício.

Que pretendem os homens do Norte – e do Sul – quando esticam e apertam a corda? Que tencionam demonstrar ao mundo? Torná-lo melhor? Sorte ou azar daqueles que nascem num país com liberdades diminutas por uma questão de ideologia, idolatria ou desconfiança. Que pena, não serem livres e determinados sem mão ajustadora a abrir-lhes o caminho desde a nascença. Que fazer quando se cai dentro de um espaço limitado sem o horizonte amplo da vida? Poderá falar-se da China sem rodeios, aconselhando os homens que estão lá em cima com um caderninho na mão? Uma nação global a várias velocidades, onde o desencanto e o sublime rolam em paralelo, gota-a-gota. Dúvida ou exclamação? Que fazer dessa magnitude, com tanto de imperial a correr-lhe nas veias, quando o mundo real se desagrega? Quem o vigia, quem tem o plano mestre? O romantismo autocrático necessita de folga. Na fantasia das grandes muralhas a faísca ateia labaredas e pega-se ao fruto proibido. Quem o apaga?

A inteligência purifica o doping da democracia. Em que rua está escrita esta frase?

É relevante dar importância ao que se escreve, não o fazendo levianamente. Por esta altura, a cadeira já se partiu e o escritor nada escreveu. Escorregando por ideias esparsas, mistura modulações para que se entendam as nuances. Tira as coisas do lugar. Um rodízio de sentenças com semanas de maturação para que se leia e se oiça, chegando a outro escrutínio. Sobem-se escadas para se ler mais alto, para se ouvir melhor. Palavras que passam de mão em mão, como a sede que chega à boca, feita história de encantar. Escrito retirado a fórceps do meio de uma cabeça perdida, que ao alinhar esta exacta palavra precisa de a recuperar, para que a flor não murche. Escreve sem olhar, libertando o fantasma da realidade que não se dá a disputas regionais. Face ao escritor que usa as pernas e se põe a correr liso e sem relevo. Que palavras usar, como descrevê-lo?

A China. Pausa. Hoje não se vive. Amanhã, quando tudo isto passar, a vida retoma o seu lugar. Que fazer, Senhora? Que acústica usar para que o comboio chegue ao fim da ponte sem perder carruagens? “A inteligência purifica o doping da democracia”. Será com aspas? Em que rua está escrita esta frase? Os indivíduos irrequietos não calam o seu raciocínio. Consegue alguém colocar-se dentro da vida de outra pessoa? Os famélicos sobram e escoam para outros países. Hong Kong escoa para o mundo, na cola do ecrã. Um mundo perdido e a afundar-se. Se Deus é cinco, o Diabo é seis. Se o Diabo é seis, o Homem é sete. O técnico experiente não deixa chegar à distorção. A melodia persiste. This monkey is gone to heaven.

30 Ago 2019

Activistas libertados prometem continuar luta pela democracia em Hong Kong

[dropcap]O[/dropcap]s activistas políticos Joshua Wong e Agnes Chow foram hoje libertados e prometeram continuar a luta pela democracia em Hong Kong, depois de serem detidos e acusados de incitamento à participação num protesto não autorizado em Junho.

“Vamos continuar a nossa luta, não importa como nos detenham e nos processem”, disse Wong aos jornalistas logo após a sua libertação. “Nós, pessoas de Hong Kong, não desistiremos e não teremos medo (…) Continuaremos a lutar pela democracia”, acrescentou Chow.

Para além das detenções de dois dirigentes do partido Demosisto, há que somar pelo menos outras quatro conduzidas pelas forças de segurança esta semana.

Andy Chan, líder de um movimento pró-independência, foi detido no aeroporto quinta-feira à noite. Três outras pessoas foram detidas no início desta semana por vandalizarem o edifício do parlamento de Hong Kong durante a invasão ao Conselho Legislativo a 1 de Julho.

Sobre a detenção de Andy Chan, a polícia informou que pende sobre o activista a suspeita de ter participado em motins, sendo ainda acusado de agressões a polícias. Já Wong e Agnes Chow, que saíram sob fiança, estão a ser investigados pelo seu papel num protesto não autorizado em 21 de Junho, no exterior de uma esquadra. Ambos são responsáveis, de acordo com as autoridades, por participarem no protesto e incitarem outras pessoas a manifestarem-se. Wong também é responsável por organizar o protesto.

Wong é secretário-geral de Demosisto e Chow uma das suas dirigentes proeminentes.
Isaac Cheng, vice-presidente do partido, disse que as detenções são uma tentativa de espalhar o medo e entre a população de Hong Kong.

Logo pela manhã, o Demosisto publicou nas redes sociais a informação de que Wong foi empurrado para um carro particular quando se dirigia para uma estação de metro por volta das 07:30 e foi levado para a sede da polícia. Mais tarde, o partido referiu que Chow também havia sido detida, em casa.

Em Junho, Wong tinha cumprido uma sentença de dois meses relacionada com as manifestações pró-democracia de 2014, um movimento de desobediência pública que ficou conhecido pela “Revolução dos Guarda-Chuvas” e na qual se exigia o sufrágio universal.

O dia de hoje ficou marcado também pelo cancelamento de uma manifestação e uma marcha previstas para sábado. O anúncio foi feito pelo próprio movimento que tem liderado desde Junho os maiores protestos em Hong Kong, após perder o recurso contra a decisão da polícia de proibir as iniciativas.

A organização lamentou que, com a proibição do protesto, as autoridades de Hong Kong estejam “a violar um direito básico da população”. Bonnie Leung sublinhou que, a partir deste momento, os habitantes de Hong Kong têm legitimidade para se interrogarem: “’Como vamos fazer para que ouçam o nosso descontentamento?’”. “E isso pode ser perigoso”, avisou.

Na quinta-feira, a polícia de Hong Kong proibiu a manifestação e a marcha pró-democracia, sublinhando que quem desobedecer pode enfrentar até cinco anos de prisão.

Wong, que chegou a ser indicado para o prémio Nobel da Paz em 2018, voltou a envolver-se nos protestos pró-democracia “para fazer pressão sobre o Governo”, apostado “em mostrar ao mundo a determinação do povo de Hong Kong para lutar pela liberdade”, explicou, em entrevista à Lusa, a 20 de Agosto.

As detenções efectuadas pela polícia surgem, também, um dia após a entrada de tropas chinesas na cidade para renderem as que estão estacionadas na guarnição do Exército de Libertação do Povo. Uma operação de rotina, segundo Pequim, uma forma de intimidação, de acordo com deputados e activistas pró-democracia.

Os protestos, que duram quase há três meses em Hong Kong, focaram-se inicialmente na rejeição das emendas propostas pelo Governo à lei da extradição, que permitiria o envio de suspeitos para a China.

30 Ago 2019

UE diz que situação em Hong Kong é extremamente preocupante

[dropcap]A[/dropcap] chefe da diplomacia europeia afirmou hoje que a situação em Hong Kong “é extremamente preocupante” para a União Europeia (UE), e apelou às autoridades que respeitem a liberdade de expressão e as manifestações pacíficas.

“Os desenvolvimentos em Hong Kong, especialmente os das últimas horas, são extremamente preocupantes. Nós esperamos que as autoridades de Hong Kong respeitam a liberdade de expressão colectiva, assim como o direito de as pessoas se manifestarem pacificamente”, vincou a Alta Representante da UE para a Política Externa, Federica Mogherini.

Falando em conferência de imprensa à margem da reunião informal dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, em Helsínquia, no âmbito da presidência comunitária finlandesa, a responsável notou que a União irá “continuar a acompanhar muito de perto” a situação.

“Não só ao nível da UE, como também em coordenação com os Estados-membros, sobretudo no que toca aos direitos dos cidadãos europeus e aos interesses da União em Hong Kong”, precisou Federica Mogherini.

A chefe da diplomacia europeia adiantou que, “nas últimas semanas, os Estados-membros mostraram uma grande união sobre este caso”.

“E vamos, de forma privada ou publicamente, continuar a passar a mensagem e a trabalhar para que este caso tome um rumo correcto”, concluiu.

Os protestos em Hong Kong, que duram quase há mais de três meses, focaram-se inicialmente na rejeição das emendas propostas pelo Governo à lei da extradição, que permitiria o envio de suspeitos para a China. Contudo, a lista de reivindicações tem sido alvo de ajustes.

Os manifestantes exigem agora a retirada definitiva da lei da extradição, a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial, a demissão da chefe de governo Carrie Lam e sufrágio universal nas eleições para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.

Hoje o movimento que tem liderado desde Junho os maiores protestos em Hong Kong cancelou a manifestação e a marcha previstas para sábado, após perder o recurso contra a decisão da polícia de proibir as iniciativas.

Antes, na quinta-feira, a polícia de Hong Kong proibiu a manifestação e a marcha pró-democracia, sublinhando que quem desobedecer pode enfrentar até cinco anos de prisão.

Durante os protestos, centenas de pessoas têm sido detidas, incluindo alguns dos activistas políticos, como Joshua Wong e Agnes Chow, dois dirigentes do partido Demosisto que foram detidos quinta-feira e hoje libertados.

30 Ago 2019

DSAJ | Lou Soi Cheong assume subdirecção efectiva

[dropcap]L[/dropcap]ou Soi Cheong tomou ontem posse como Subdirector da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), numa cerimónia presidida pela secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan. O responsável, que já exercia funções de subdirector substituto daquele organismo desde 1 de Junho de 2019, assume agora o lugar efectivo, para o qual possui “elevada competência profissional na área jurídica”, depois de anos de vasta experiência nas áreas do registo, notariado e administração pública.

Licenciado em Direito pela Universidade Chengchi de Taiwan, Lou Soi Cheong ingressou na função pública em 1993, como técnico superior do Gabinete para a Tradução Jurídica, adjunto de conservador e notário público, conservador da Conservatória dos Registos Comercial e Automóvel, conservador da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça e notário do 1º Cartório Notarial.

No discurso de tomada de posse, o responsável afirmou que “iria dedicar todos os esforços para melhorar os serviços de registo e de notariado”, articular o “desenvolvimento e promoção dos serviços electrónicos”, “simplificar os procedimentos e elevar a eficiência”, para facilitar a vida dos cidadãos. Prometeu ainda contribuir para “os objectivos das linhas de acção governativas do Governo da RAEM” no contexto da região da Grande Baía.

30 Ago 2019

Património | Sulu Sou quer que Ho Iat Seng dê prioridade à preservação

Sulu Sou espera que Ho Iat Seng faça um inventário dos projectos controversos da governação de Chui Sai On e encontre soluções para os mesmos. Quanto à equipa de secretários, o pró-democrata espera que se evitem conflitos de interesse

 

[dropcap]H[/dropcap]o Iat Seng referiu durante a campanha que não se deve desistir do projecto da nova Biblioteca Central no edifício do Antigo Tribunal, e que o público não deveria pensar que o actual Governo está a passar a batata quente do “Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico de Macau”. Sulu Sou, em declarações ao jornal Cheng Pou, apontou que uma das vantagens de mudar de Governo é que o novo Executivo pode corrigir os erros do antigo, e até mesmo limpar a reputação dos governantes.

Ho mencionou que “não iria ignorar as contas antigas”. Como tal, o pró-democrata entende que se o Chefe do Executivo eleito conseguir soluções definitivas para os casos herdados do Governo de Chui Sai On irá cair nas graças da população.

Sulu Sou disse ainda ao Cheng Pou que acredita que muitas das críticas feitas ao actual Executivo tiveram origem no mau trabalho na protecção do património de Macau, incluindo os casos da conservação da vista para a Ermida da Penha e plano da nova biblioteca. Portanto, espera que Ho Iat Seng concretize o seu programa político.

Empurrar com a barriga

O deputado disse ainda que o Executivo deveria esforçar-se para concluir os trabalhos nos quatro anos de governação, em vez de agir com pressa e lançar projectos controversos antes da recta final do mandato. Assim sendo, Sulu Sou sugere que Ho Iat Seng faça um inventário das controvérsias do Governo de Chui Sai On.

Quanto à questão dos próximos secretários, nomeadamente para os Transportes e Obras Públicas, que mexe com interesses do sector da construção e imobiliário, Sulu Sou espera que Ho Iat Seng actue com integridade na escolha do governante. Como tal, o deputado quer que o novo Executivo não seja contaminado por conflitos de interesses e espera ainda que o slogan de Ho “levar a cabo as suas tarefas de forma imparcial e honesta” seja aplicado ao Governo que vai dirigir.

30 Ago 2019

Wynn Resorts faz doação de 80 milhões à Universidade de Macau

[dropcap]A[/dropcap] operadora de jogo norte-americana Wynn Resorts, com dois casinos em Macau, anunciou hoje ter doado 80 milhões de patacas à Universidade de Macau.

A doação foi feita à Fundação de Desenvolvimento da Universidade de Macau (UMDF), para dar “apoio educacional e desenvolvimento da Universidade de Macau (UM) e da sua Academia de Economia da Ásia-Pacífico e Gestão (APAEM)”, explicou a operadora norte-americana em comunicado.

Para esta doação, justificou a Wynn Resorts, contou o facto de a Universidade de Macau, através da sua academia de economia, organizar “regulamente conferências internacionais e seminários sobre temas diferentes, que promovem a cooperação entre muitos outros líderes empresariais e profissionais”.

Este anúncio surge uma semana depois do chefe do Governo de Macau, capital mundial do jogo, ter dito que as empresas norte-americanas são bem-vindas a expandirem os seus negócios no território, num momento marcado pela guerra comercial China-EUA.

Num encontro com a congressista dos Estado Unidos democrata Dina Titus, Fernando Chui sai On, que termina este ano o seu segundo e último mandato à frente do Governo de Macau, sublinhou que, nos últimos dez anos, as empresas norte-americanas “registaram um desenvolvimento positivo com receitas favoráveis” naquele território administrado pela China.

Em Macau três empresas dos Estados Unidos exploram o jogo. O governante enalteceu ainda o facto de as empresas norte-americanas terem registado “um desenvolvimento positivo com receitas favoráveis”.

30 Ago 2019

Atacado coordenador do movimento que lidera protestos pró-democracia em Hong Kong

[dropcap]O[/dropcap] movimento que tem liderado desde Junho os maiores protestos pró-democracia em Hong Kong disse ontem que um dos seus coordenadores foi atacado por dois homens com o rosto coberto, armados com tacos de basebol.

A Frente Civil de Direitos Humanos (FCDH) explicou que Jimmy Sham foi atacado num restaurante na zona de Kowloon, mas foi um outro colaborador do movimento que acabou por ser ferido quando tentou evitar a agressão, sendo obrigado a receber tratamento hospitalar.

O incidente aconteceu depois de, durante a manhã, a polícia ter sido obrigada a intervir, sem realizar quaisquer detenções, para afastar um grupo de elementos pró-governamentais que cercara Sham, segundo a imprensa local.

A polícia de Hong Kong proibiu a manifestação e a marcha pró-democracia que estavam agendadas para sábado.

Em conferência de imprensa, esta tarde (manhã em Lisboa), a polícia justificou a medida por recear que o protesto pudesse resultar numa “destruição em larga escala”, alegando que a organização seria incapaz de controlar muitos dos manifestantes.

A marcha deveria terminar simbolicamente junto do Gabinete de Ligação do Governo Central em Hong Kong, para assinalar o 5.º aniversário do anúncio de Pequim de uma reforma política conservadora que estipulava uma triagem para as eleições do chefe do Executivo por sufrágio universal.

A proposta foi rejeitada pelo parlamento de Hong Kong e a recusa de Pequim em aceitar as reivindicações de sufrágio universal levou ao movimento de desobediência civil que ficou conhecido como a “revolução dos Guarda-Chuvas”, quando activistas pró-democracia ocuparam a zona central da cidade e bloquearam as principais estradas do território durante 79 dias.

O último protesto organizado pela FCDH terá juntado, segundo o movimento, mais de 1,7 milhões de pessoas nas ruas, numa marcha pacífica que também fora proibida pelas autoridades, que estimaram em pouco mais de 100 mil o número de participantes na iniciativa de 18 de Agosto.

Tal como já acontecera anteriormente, após este protesto voltaram a registar-se episódios de violência entre manifestantes e as forças de segurança, com confrontos nos subúrbios de Tsuen Wan, nos quais a polícia de Hong Kong recorreu ao uso de canhões de água e efectuou um disparo com arma de fogo para o ar.

A chefe de Governo de Hong Kong, Carrie Lam, que regista o índice de popularidade mais baixo de sempre, anunciou na passada semana a criação de uma plataforma de diálogo com a sociedade, mas avisou que se os protestos violentos continuarem vai usar todos os meios legais para os enfrentar.

O movimento pró-democracia tem ajustado as reivindicações ao longo destes quase três meses. O FCDH exige a retirada definitiva das emendas à lei da extradição, a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial, a demissão da chefe do Governo, Carrie Lam, e sufrágio universal nas eleições para chefe do Executivo e para o Conselho Legislativo.

30 Ago 2019

Consulta pública | Governo prepara relatório para a ONU sobre Direitos da Criança

[dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça (DSAJ) está a elaborar o terceiro relatório relativo à aplicação em Macau da Convenção sobre os Direitos da Criança e do Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança relativo à Venda de Crianças, à Prostituição Infantil e à Pornografia Infantil da Organização das Nações Unidas (ONU). Para isso, o Governo inicia hoje um período de consulta pública sobre este assunto, estando aberto a receber opiniões da população até ao dia 30 de Setembro.

O relatório a elaborar pela DSAJ abrange o período compreendido entre Janeiro de 2013 e 31 de Dezembro de 2018, e irá fazer parte dos quinto e sexto relatórios periódicos “combinados da República Popular da China a apresentar nos termos da Convenção”, aponta um comunicado oficial.

No documento, o Governo predispõe-se a abordar temas como os “principais desenvolvimentos relativos às crianças”, tal como a adopção da lei sobre a prevenção e combate à violência doméstica, em 2016, ou as alterações ao Código Penal relacionadas com a liberdade sexual e com a autodeterminação sexual, que entraram em vigor em 2017.

O Governo pretende também mostrar à ONU o trabalho feito com o estabelecimento do Juízo de Família e de Menores nos tribunais da RAEM, bem como com a criação do Conselho para os Assuntos das Mulheres e Crianças e “seus objectivos para promover os direitos e interesses das crianças”.

Vistos à lupa

No que diz respeito a matérias de direitos humanos, o relatório do Governo vai incidir também sobre o trabalho desenvolvido ao nível da provedoria de justiça e “outros mecanismos de monitorização da RAEM” em matéria de direitos humanos, tais como o Conselho de Juventude, a Comissão para a Protecção às Vítimas de Crimes Violentos, a Comissão de Acompanhamento das Medidas de Dissuasão do Tráfico de Pessoas, a Comissão para os Refugiados e a Comissão para os Assuntos de Reabilitação.

Além disso, entre outras medidas, o Governo quer dar a conhecer à ONU o Plano para os Próximos Dez Anos para o Desenvolvimento do Ensino Não Superior (2011-2020), que incluem “medidas para garantir o acesso ao ensino obrigatório gratuito a todas as crianças, incluindo crianças em situação de vulnerabilidade”, como é o caso de crianças em situação de pobreza, crianças refugiadas e crianças de migrantes.

30 Ago 2019

Ver e aprender

[dropcap]A[/dropcap]ntes do mais, quero felicitar Ho Iat Seng por ter ganho a eleição para o 5.º mandato de Chefe do Executivo da RAEM, ao obter 392 votos dos membros da Comissão Eleitoral para o Chefe do Executivo. Em segundo lugar, quero manifestar a minha satisfação por lhe ter sido dada a oportunidade de tirar ensinamentos, a partir da experiência de terceiros, antes de tomar posse.

É difícil liderar um país, mas também é difícil liderar uma região. Embora Macau seja uma pequena cidade, com uma população reduzida e uma economia estável, não quer dizer que não tenha problemas. Sempre que exista um grupo de pessoas, vão existir opiniões e exigências diferentes. A prioridade para qualquer líder é conhecer a fundo as principais linhas de força da sociedade, de forma a ir ao encontro da vontade da maioria sem deixar de estabelecer pontes de entendimento com as opiniões das minorias. É evidente que isto é mais fácil de dizer do que de fazer. Mas, felizmente, os dois antecessores de Ho Iat Seng, Edmund Ho e Chui Sai On, mostraram-lhe o caminho para pôr este princípio em prática. Simultaneamente, a actuação de Carrie Lam durante os últimos acontecimentos de Hong Kong, também lhe poderá servir de exemplo.

Nunca duvidei do desempenho administrativo de Carrie Lam, mas desempenho administrativo e capacidade de governar são duas coisas distintas. Um bom líder não tem de fazer tudo sozinho, tem sim de escolher as pessoas certas e as soluções adequadas, solucionar os problemas no local e no tempo certos e, desta forma, tudo decorrerá tranquilamente. Um par de mãos não pode abarcar o universo, mas, com amor, pode conquistar o mundo.

Até agora, não existe qualquer sinal de instabilidade social em Macau. Mas, tendo em conta a curva ascendente de violência e caos a que assistimos em Hong Kong, devemos pensar que prevenir é melhor do que remediar, e que é preferível abordar os problemas antes que eles fiquem fora de controle. Ou seja, os líderes devem aperceber-se dos sinais desencadeadores das crises em vez de serem auto-centrados e opinativos. Os polícias são funcionários públicos que defendem as vidas e a propriedade da população. Exercem o poder que lhes foi conferido dentro dos limites da lei. Devem fazer com que toda a gente respeite as forças da ordem, independentemente da sua raça, opiniões políticas, género, ou de qualquer outra variante. Levar a polícia a lidar com problemas de ordem política só pode gerar tensões e, inclusivamente, confrontos com a população. É da responsabilidade do Governo, e não da polícia, dar resposta às reclamações do público. Tendo em mente o que foi dito, é importante que se impeça os outros países de colocarem Macau na lista dos locais turísticos não recomendáveis.

É imperativo criar uma plataforma de díalogo entre o Governo e a população. Neste aspecto, Ho Iat Seng tem efectivamente muito que aprender. Como líder, não se pode dar ao luxo de chegar a conclusões após ter ouvido apenas uma versão dos acontecimentos. Tem de procurar oportunidades, ou mesmo de criá-las, para dialogar com pessoas oriundas dos diversos espectros sociais. Além disso, deve visitar os bairros de Macau e falar com os seus residentes. Precisa ainda de fazer um esforço para comunicar directamente com as pessoas, pelo menos, algumas vezes ao longo do ano, sem grandes preocupações de fazer desses momentos assunto para a comunicação social.

Além de cumprir as suas funções administrativas, o Chefe do Executivo de Macau necessita de estabelecer contacto directo com as gerações mais jovens, já que elas terão um papel preponderante na estruturação do futuro. A diferença de idade não é o principal factor que determina os abismos geracionais, mas sim a diferença de mentalidade e de atitude. O Chefe do Executivo tem de querer comprometer-se com os jovens e tomar iniciativas para conhecer os círculos em que se movem, sejam eles a rua, a escola, os recintos desportivos ou as salas de concertos, em vez de realizar reuniões à porta fechada com meia dúzia de associações juvenis, ou promover algumas sessões oficiais de diálogo com jovens. Se optar por este caminho de abertura poderá conhecer as necessidades dos jovens, evitando problemas que possam vir a alastrar à cidade.

Se um dia as pessoas puderem encontrar-se com o Chefe do Executivo nas ruas, ou os jovens puderem conviver com ele e falar da sua realidade, significa que ele estará em sintonia com o seu próprio discurso de apresentação de candidatura e com o seu programa politico, que tem por temas «Sinergias e Avanço, Mudanças e Inovação», «Consolidação do Sucesso, Continuidade da Conjuntura Harmoniosa» e ainda “criar um novo tipo de habitação para pessoas com rendimentos considerados medianos”.

Um dia, se Carrie Lam puder descer a Queensway, na companhia de jovens vestidos de negro e de jovens vestidos de branco, como uma mãe faz com os seus filhos, acredito que Hong Kong, distinguida com o epíteto de Pérola do Oriente, voltará a cintilar.

30 Ago 2019