Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeHabitação pública | Aberto primeiro concurso para avenida Wai Long Foi ontem publicado em Boletim Oficial o despacho que dá conta da abertura do primeiro concurso público relativo à construção de um empreendimento de habitação pública junto ao aeroporto, no terreno que esteve envolvido no caso Ao Man Long [dropcap]D[/dropcap]epois de anos de interregno devido a questões judiciais, o terreno situado na avenida Wai Long, junto ao Aeroporto Internacional de Macau, está finalmente pronto a receber um novo empreendimento de habitação pública. Foi ontem publicado em Boletim Oficial (BO) o despacho do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT) que dá conta da abertura do primeiro concurso público para o aproveitamento do terreno que chegou a pertencer à empresa Moon Ocean, do magnata de Hong Kong, Joseph Lau, para a construção do empreendimento La Scala. No total, os oito lotes de terreno, com uma área total de 5.204 metros quadrados, deveriam ser anexados a cinco terrenos, com o objectivo de ali se construir um empreendimento habitacional de luxo. Este negócio fez parte do processo protagonizado pelo ex-secretário para os Transportes e Obras Públicas, Ao Man Long, a cumprir pena por corrupção. O concurso público visa a adjudicação de trabalhos de “saneamento e terraplanagem no terreno”, bem como a “construção de arruamento provisório e extracção e drenagem das águas acumuladas na calha de sapata, entre outros trabalhos”. Está previsto um prazo de 180 dias para a conclusão destas obras, podendo as propostas serem entregues até ao dia 25 de Setembro. Para adjudicar este projecto, o GDI promete ter em conta, em primeiro lugar, o preço da obra, seguindo-se a experiência e qualidade em obras por parte da empresa concorrente e, em último lugar, o prazo para a execução do projecto. Dúvidas e mais dúvidas O aproveitamento do terreno na avenida Wai Long foi um dos dossiers de Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, que sempre gerou muitas dúvidas junto dos deputados da Assembleia Legislativa (AL), sobretudo ao nível do atraso no aproveitamento do terreno por parte das autoridades. Em 2017, o secretário anunciou que seria realizado um estudo de impacto ambiental, e que era objectivo do Governo construir ali mais um complexo de habitação pública. “O Chefe do Executivo (Chui Sai On) já decidiu que vamos construir ali habitação pública. Mas não vamos fazer isso à toa. Temos que estudar, planear. Mas, teoricamente, se o resultado [dos estudos] for inadequado, não vou, à força, proceder à construção”, referiu Raimundo do Rosário.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeHabitação pública | Aberto primeiro concurso para avenida Wai Long Foi ontem publicado em Boletim Oficial o despacho que dá conta da abertura do primeiro concurso público relativo à construção de um empreendimento de habitação pública junto ao aeroporto, no terreno que esteve envolvido no caso Ao Man Long [dropcap]D[/dropcap]epois de anos de interregno devido a questões judiciais, o terreno situado na avenida Wai Long, junto ao Aeroporto Internacional de Macau, está finalmente pronto a receber um novo empreendimento de habitação pública. Foi ontem publicado em Boletim Oficial (BO) o despacho do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT) que dá conta da abertura do primeiro concurso público para o aproveitamento do terreno que chegou a pertencer à empresa Moon Ocean, do magnata de Hong Kong, Joseph Lau, para a construção do empreendimento La Scala. No total, os oito lotes de terreno, com uma área total de 5.204 metros quadrados, deveriam ser anexados a cinco terrenos, com o objectivo de ali se construir um empreendimento habitacional de luxo. Este negócio fez parte do processo protagonizado pelo ex-secretário para os Transportes e Obras Públicas, Ao Man Long, a cumprir pena por corrupção. O concurso público visa a adjudicação de trabalhos de “saneamento e terraplanagem no terreno”, bem como a “construção de arruamento provisório e extracção e drenagem das águas acumuladas na calha de sapata, entre outros trabalhos”. Está previsto um prazo de 180 dias para a conclusão destas obras, podendo as propostas serem entregues até ao dia 25 de Setembro. Para adjudicar este projecto, o GDI promete ter em conta, em primeiro lugar, o preço da obra, seguindo-se a experiência e qualidade em obras por parte da empresa concorrente e, em último lugar, o prazo para a execução do projecto. Dúvidas e mais dúvidas O aproveitamento do terreno na avenida Wai Long foi um dos dossiers de Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, que sempre gerou muitas dúvidas junto dos deputados da Assembleia Legislativa (AL), sobretudo ao nível do atraso no aproveitamento do terreno por parte das autoridades. Em 2017, o secretário anunciou que seria realizado um estudo de impacto ambiental, e que era objectivo do Governo construir ali mais um complexo de habitação pública. “O Chefe do Executivo (Chui Sai On) já decidiu que vamos construir ali habitação pública. Mas não vamos fazer isso à toa. Temos que estudar, planear. Mas, teoricamente, se o resultado [dos estudos] for inadequado, não vou, à força, proceder à construção”, referiu Raimundo do Rosário.
Hoje Macau SociedadeCasinos | Devedora obrigada a ser filmada nua [dropcap]U[/dropcap]ma mulher com cerca de 20 anos foi forçada a ser filmada nua, depois de ter sido incapaz de pagar as dívidas de jogo. O caso foi revelado ontem pelas autoridades. A mulher foi sequestrada por dois homens, com 31 e 35 anos, durante cerca de 37 horas na Taipa, depois de no domingo ter perdido 60 mil yuan a jogar nas mesas dos casinos locais. Este montante tinha sido emprestado pelos dois homens, que além do valor emprestado tinham de receber 5 mil yuan, em juros, e ainda 20 por cento de qualquer aposta ganha pela jogadora. Foi durante o sequestro que os homens obrigaram a mulher a despedir-se e filmaram-na nua. As imagens foram utilizadas para enviar a familiares e amigos com um pedido de pagamento das dívidas. Terá sido através de um desses vídeos que um amigo da vítima alertou as autoridades. De acordo com a polícia um dos suspeitos foi detido e tinha no seu telemóvel imagens da mulher. O detido terá confessado a prática. Já o outro homem encontra-se a monte.
Hoje Macau SociedadeCasinos | Devedora obrigada a ser filmada nua [dropcap]U[/dropcap]ma mulher com cerca de 20 anos foi forçada a ser filmada nua, depois de ter sido incapaz de pagar as dívidas de jogo. O caso foi revelado ontem pelas autoridades. A mulher foi sequestrada por dois homens, com 31 e 35 anos, durante cerca de 37 horas na Taipa, depois de no domingo ter perdido 60 mil yuan a jogar nas mesas dos casinos locais. Este montante tinha sido emprestado pelos dois homens, que além do valor emprestado tinham de receber 5 mil yuan, em juros, e ainda 20 por cento de qualquer aposta ganha pela jogadora. Foi durante o sequestro que os homens obrigaram a mulher a despedir-se e filmaram-na nua. As imagens foram utilizadas para enviar a familiares e amigos com um pedido de pagamento das dívidas. Terá sido através de um desses vídeos que um amigo da vítima alertou as autoridades. De acordo com a polícia um dos suspeitos foi detido e tinha no seu telemóvel imagens da mulher. O detido terá confessado a prática. Já o outro homem encontra-se a monte.
Andreia Sofia Silva SociedadeResidente condenado por burla com vales de saúde da mãe falecida O Tribunal de Segunda Instância manteve a pena de pagamento de multa de 18 mil patacas a um residente que imprimiu e usou os vales de saúde da mãe depois do seu falecimento. Caso não pague, o individuo pode ter de cumprir uma pena de prisão de 120 dias [dropcap]U[/dropcap]m residente foi condenado por burla por ter usado de forma fraudulenta os vales de saúde que tinham sido atribuídos pelo Governo em nome da sua mãe, entretanto falecida. O Tribunal Judicial de Base (TJB) havia decidido a sua condenação, decretando o pagamento de um valor total de 18 mil patacas, relativos a 180 dias de multa, mas o arguido decidiu recorrer. No entanto, o Tribunal de Segunda Instância (TSI), de acordo com um acórdão ontem divulgado, decidiu manter a pena da primeira instância. O caso ocorreu em 2015, quando, a 17 de Julho desse ano, se deu o falecimento da mãe do arguido, a quem tinham sido atribuídos 12 vales de saúde, que garantem o acesso a tratamentos médicos gratuitos por parte dos residentes permanentes. O arguido imprimiu os vales, um mês depois da morte, através da “utilização do documento de identificação da mesma”, tendo esses vales sido “transmitidos a favor do arguido através da falsificação da assinatura”. Esses vales foram usados numa clínica e num centro de radiologia. O homem foi acusado da prática “em autoria material e na forma consumada, de um crime de uso de documento de identificação alheio, de um crime de burla e de um crime de falsificação de documento”. Contudo, o TJB entendeu absolvê-lo do crime de uso de documento de identificação alheio “por não se ter apurado que o arguido usou, dolosamente, o documento de identificação de sua mãe, após o falecimento desta, para imprimir os respectivos vales de saúde”. A condenação aconteceu devido ao facto de os vales de saúde em causa “não conterem a data de transmissão e à impressão após o seu falecimento”, o que mostra que “o arguido tinha perfeito conhecimento de que eram falsas as assinaturas encontradas nos vales de saúde que usara”. Fora de Macau Não contente com a decisão da primeira instância, o homem decidiu recorrer, alegando um “erro notório na apreciação da prova” por parte do TJB. Na visão da defesa, os juízes “não provaram que o próprio arguido utilizara os citados vales de saúde”, tendo sido acrescentado que o arguido “não residia permanentemente em Macau”, e não tendo sido provado que “ele tenha estado presente em Macau em Agosto de 2015”. Contudo, o TSI, ao avaliar o caso, entendeu que os registos de migração do residente, referentes ao período compreendido entre 29 de Setembro e 31 de Outubro de 2017, “não excluíam a possibilidade da presença do arguido em Macau no momento em que ele utilizara os respectivos vales de saúde (Agosto de 2015)”. Além disso, entendeu o tribunal que “o facto de o arguido não residir permanentemente em Macau também não excluía a possibilidade da sua presença na RAEM na altura em que utilizava os referidos vales de saúde”.
João Luz InternacionalUNICEF | Mais de um terço de jovens em 30 países vítima de ‘ciberbullying’ Mais de um terço de jovens de 30 países disse ter sido vítima de ‘bullying online’, revela uma sondagem divulgada ontem pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) [dropcap]U[/dropcap]m em cada cinco dos mais de 170.000 jovens inquiridos, entre os 13 e os 24 anos, declarou ainda ter faltado à escola devido ao ‘ciberbullying’ e à violência. A UNICEF, que recolheu a informação através da plataforma gratuita de mensagens U-Report, onde os jovens prestam testemunho de forma anónima, considera o fenómeno “preocupante” e apela à “acção urgente” na aplicação de “políticas para a protecção de crianças e jovens contra o ‘ciberbullying’ e o ‘bullying'”. A sondagem revelou que, para quase três quartos dos jovens, as redes sociais, incluindo o Facebook, Instagram, Snapchat e Twitter, são “onde mais acontece o ‘bullying online'”. “Melhorar a experiência educativa dos jovens significa ser responsável pelo ambiente que eles encontram ‘online’ e ‘offline'”, disse a directora executiva da UNICEF, Henrietta Fore, citada num comunicado da organização. Para a elaboração do estudo foram questionados jovens da Albânia, Bangladesh, Belize, Bolívia, Brasil, Burkina Faso, Costa do Marfim, Equador, França, Gâmbia, Gana, Índia, Indonésia, Iraque, Jamaica, Kosovo, Libéria, Malaui, Malásia, Mali, Moldávia, Montenegro, Myanmar (antiga Birmânia), Nigéria, Roménia, Serra Leoa, Trindade e Tobago, Ucrânia, Vietname e Zimbabué. Cerca de 32 por cento consideram que “os governos devem ser responsáveis por acabar com o ‘ciberbullying'”, enquanto 31 por cento disseram que a responsabilidade cabia aos jovens e 29 por cento que competia às empresas de Internet. “Independentemente da origem geográfica e do nível de rendimento, jovens de todo o mundo denunciaram que estão a ser vítimas de ‘bullying online’, que está a afectar a educação, e que querem que isso pare”, disse Fore. Aliás, a sondagem desafia mesmo a noção de que o fenómeno era um problema exclusivo das classes com maior poderio económico. Um dos resultados que derrubou essa tese veio dos países da África subsariana que revelaram que 34 por cento dos inquiridos se queixavam de terem sido molestados online. Aprofundando as agressões, o estudo revelou que 39 por cento tinham conhecimento de grupos privados online de membros da comunidade escolar, onde era partilhada informação entre alunos com o propósito de fazer bullying. Em data redonda “Ao assinalarmos o 30.º aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança (que se celebra em Novembro) temos que garantir que os direitos das crianças estão na vanguarda das políticas de segurança e protecção digital”, salientou a directora executiva da UNICEF. A organização aconselha a “criação de linhas de apoio de âmbito nacional para apoiar crianças e jovens” e a “melhoria dos padrões éticos e das práticas, por parte das entidades que disponibilizam serviços de redes sociais, especificamente no que diz respeito à recolha, informação e gestão de dados”. Defende também a formação de professores e pais para prevenir e dar resposta ao fenómeno. Outro fenómeno que contribui para o agravamento do fenómeno é a conectividade das salas de aulas, que significa, em termos práticos, que “a escola não acaba quando os alunos saem do edifício e, infelizmente, o recreio escolar onde acontece o bullying também não”, esclarece a directora executiva da UNICEF Pestana aberta Um estudo da Imperial College de Londres revela o impacto da degradação da saúde mental resultante do ciberbullying e da falta de horas de sono. Cientistas britânicos haviam encontrado uma correlação em adolescentes que verificam as suas contas de rede social mais de três vezes por dia e tensão psicológica. Porém, essa lógica foi aprofundada pelo estudo da Imperial College que verificou que por detrás destas reacções negativas não está o uso de redes sociais. O estudo indica que o ciberbullying tem impactos na saúde mental dos adolescentes, e que o uso excessivo das redes sociais pode interferir com o sono saudável e diminuir o tempo para fazer exercício. O estudo foi publicado no jornal científico The Lancet Child & Adolescent Health e baseou-se na análise de dados de quase 10 mil crianças em idade escolar, à medida que foram progredindo dos 13 aos 16 de idade. O estudo, curiosamente, foi elaborado entre 2013 e 2016. Os resultados revelam que no primeiro ano, portanto, com 13 anos de idade, os jovens que usavam as redes sociais mais de três vezes por dia eram 43 por cento do total dos inquiridos. No final do último ano, já com 16 anos, esse valor cresceu para 69 por cento. A pesquisa revelou que entre os utilizadores mais frequentes das redes sociais, no primeiro ano de análise, 31 por cento tiveram sequelas psicológicas no ano seguinte. Um dado interessante é que o uso muito frequente das redes sociais nos dois primeiros anos faz descer o bem-estar no terceiro ano para raparigas, mas esse resultado não se verifica nos rapazes. O resultado parece estar ligado, não ao conteúdo informativo que se consome, mas à inactividade física. Porém, quando combinados os três factores – ciberbullying, padrões de sono e actividade física, a relação com uma débil saúde mental desaparece entre as raparigas e afecta muito mais os rapazes. Os responsáveis pelo estudo não conseguiram ainda explicar esta situação. Russell Viner, presidente do Royal College of Paediatrics and Child Health, citado pelo The Independent, diz acreditar que é “biologicamente pouco plausível” que o uso de redes sociais tenha um impacto diferente conforme o género. “Acreditamos que o nexo de causalidade não está nas redes sociais, mas noutros fenómenos que se passam nesses meios”, argumentou. Remédio santo Uma das soluções propostas pelos autores do estudo passa pela insistência dos pais em não permitirem que os filhos levem os telefones para o quarto quando vão dormir, para assegurar que o sono não seja perturbado. Além disso, os académicos sugerem que os monitorizem com quem os filhos contactam online, da mesma forma que prestariam atenção com quem brincam num parque. Outra co-autora do estudo, Dasha Nicholls, referiu ao The Independent que de nada adianta repetir para largarem os telefones. Em vez disso, os progenitores devem inflexíveis e assegurar que os filhos têm outras actividades, incluindo exercício físico, e que só depois podem usar o telefone. A académica acrescenta que não levarem o telefone para o quarto, o ciberbullying não tem forma de continuar.
João Luz InternacionalUNICEF | Mais de um terço de jovens em 30 países vítima de 'ciberbullying' Mais de um terço de jovens de 30 países disse ter sido vítima de ‘bullying online’, revela uma sondagem divulgada ontem pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) [dropcap]U[/dropcap]m em cada cinco dos mais de 170.000 jovens inquiridos, entre os 13 e os 24 anos, declarou ainda ter faltado à escola devido ao ‘ciberbullying’ e à violência. A UNICEF, que recolheu a informação através da plataforma gratuita de mensagens U-Report, onde os jovens prestam testemunho de forma anónima, considera o fenómeno “preocupante” e apela à “acção urgente” na aplicação de “políticas para a protecção de crianças e jovens contra o ‘ciberbullying’ e o ‘bullying'”. A sondagem revelou que, para quase três quartos dos jovens, as redes sociais, incluindo o Facebook, Instagram, Snapchat e Twitter, são “onde mais acontece o ‘bullying online'”. “Melhorar a experiência educativa dos jovens significa ser responsável pelo ambiente que eles encontram ‘online’ e ‘offline'”, disse a directora executiva da UNICEF, Henrietta Fore, citada num comunicado da organização. Para a elaboração do estudo foram questionados jovens da Albânia, Bangladesh, Belize, Bolívia, Brasil, Burkina Faso, Costa do Marfim, Equador, França, Gâmbia, Gana, Índia, Indonésia, Iraque, Jamaica, Kosovo, Libéria, Malaui, Malásia, Mali, Moldávia, Montenegro, Myanmar (antiga Birmânia), Nigéria, Roménia, Serra Leoa, Trindade e Tobago, Ucrânia, Vietname e Zimbabué. Cerca de 32 por cento consideram que “os governos devem ser responsáveis por acabar com o ‘ciberbullying'”, enquanto 31 por cento disseram que a responsabilidade cabia aos jovens e 29 por cento que competia às empresas de Internet. “Independentemente da origem geográfica e do nível de rendimento, jovens de todo o mundo denunciaram que estão a ser vítimas de ‘bullying online’, que está a afectar a educação, e que querem que isso pare”, disse Fore. Aliás, a sondagem desafia mesmo a noção de que o fenómeno era um problema exclusivo das classes com maior poderio económico. Um dos resultados que derrubou essa tese veio dos países da África subsariana que revelaram que 34 por cento dos inquiridos se queixavam de terem sido molestados online. Aprofundando as agressões, o estudo revelou que 39 por cento tinham conhecimento de grupos privados online de membros da comunidade escolar, onde era partilhada informação entre alunos com o propósito de fazer bullying. Em data redonda “Ao assinalarmos o 30.º aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança (que se celebra em Novembro) temos que garantir que os direitos das crianças estão na vanguarda das políticas de segurança e protecção digital”, salientou a directora executiva da UNICEF. A organização aconselha a “criação de linhas de apoio de âmbito nacional para apoiar crianças e jovens” e a “melhoria dos padrões éticos e das práticas, por parte das entidades que disponibilizam serviços de redes sociais, especificamente no que diz respeito à recolha, informação e gestão de dados”. Defende também a formação de professores e pais para prevenir e dar resposta ao fenómeno. Outro fenómeno que contribui para o agravamento do fenómeno é a conectividade das salas de aulas, que significa, em termos práticos, que “a escola não acaba quando os alunos saem do edifício e, infelizmente, o recreio escolar onde acontece o bullying também não”, esclarece a directora executiva da UNICEF Pestana aberta Um estudo da Imperial College de Londres revela o impacto da degradação da saúde mental resultante do ciberbullying e da falta de horas de sono. Cientistas britânicos haviam encontrado uma correlação em adolescentes que verificam as suas contas de rede social mais de três vezes por dia e tensão psicológica. Porém, essa lógica foi aprofundada pelo estudo da Imperial College que verificou que por detrás destas reacções negativas não está o uso de redes sociais. O estudo indica que o ciberbullying tem impactos na saúde mental dos adolescentes, e que o uso excessivo das redes sociais pode interferir com o sono saudável e diminuir o tempo para fazer exercício. O estudo foi publicado no jornal científico The Lancet Child & Adolescent Health e baseou-se na análise de dados de quase 10 mil crianças em idade escolar, à medida que foram progredindo dos 13 aos 16 de idade. O estudo, curiosamente, foi elaborado entre 2013 e 2016. Os resultados revelam que no primeiro ano, portanto, com 13 anos de idade, os jovens que usavam as redes sociais mais de três vezes por dia eram 43 por cento do total dos inquiridos. No final do último ano, já com 16 anos, esse valor cresceu para 69 por cento. A pesquisa revelou que entre os utilizadores mais frequentes das redes sociais, no primeiro ano de análise, 31 por cento tiveram sequelas psicológicas no ano seguinte. Um dado interessante é que o uso muito frequente das redes sociais nos dois primeiros anos faz descer o bem-estar no terceiro ano para raparigas, mas esse resultado não se verifica nos rapazes. O resultado parece estar ligado, não ao conteúdo informativo que se consome, mas à inactividade física. Porém, quando combinados os três factores – ciberbullying, padrões de sono e actividade física, a relação com uma débil saúde mental desaparece entre as raparigas e afecta muito mais os rapazes. Os responsáveis pelo estudo não conseguiram ainda explicar esta situação. Russell Viner, presidente do Royal College of Paediatrics and Child Health, citado pelo The Independent, diz acreditar que é “biologicamente pouco plausível” que o uso de redes sociais tenha um impacto diferente conforme o género. “Acreditamos que o nexo de causalidade não está nas redes sociais, mas noutros fenómenos que se passam nesses meios”, argumentou. Remédio santo Uma das soluções propostas pelos autores do estudo passa pela insistência dos pais em não permitirem que os filhos levem os telefones para o quarto quando vão dormir, para assegurar que o sono não seja perturbado. Além disso, os académicos sugerem que os monitorizem com quem os filhos contactam online, da mesma forma que prestariam atenção com quem brincam num parque. Outra co-autora do estudo, Dasha Nicholls, referiu ao The Independent que de nada adianta repetir para largarem os telefones. Em vez disso, os progenitores devem inflexíveis e assegurar que os filhos têm outras actividades, incluindo exercício físico, e que só depois podem usar o telefone. A académica acrescenta que não levarem o telefone para o quarto, o ciberbullying não tem forma de continuar.
Hoje Macau PolíticaProtestos | Governo garante igualdade de tratamento na zona do Leal Senado [dropcap]C[/dropcap]heong Ioc Ieng, chefe de gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, assegurou que as autoridades garantem um tratamento igual a todos os grupos de manifestantes que escolhem o Largo do Senado para protestar. A garantia foi dada em resposta a uma interpelação escrita do deputado Sulu Sou. A responsável disse que actualmente “há grupos que se reúnem quase diariamente no Largo do Senado e que são considerados de forma igual” pelas autoridades, sendo que “todos os limites (para a realização dos protestos) são mencionados num despacho” incluindo os critérios adoptados pelas autoridades para a imposição desses limites. Na sua interpelação, o deputado Sulu Sou havia questionado o Governo sobre a importância de estabelecer um melhor mecanismo de comunicação entre a polícia e manifestantes, tendo em conta o caso em que foram colocadas barreiras durante a vigília do 4 de Junho, em memória das vítimas de Tiananmen, e a intimação verbal da parte das autoridades policiais para que os manifestantes da Associação Novo Macau se afastassem do local, à porta da Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional, que serviu de assembleia de voto. Cheong Ioc Ieng disse que, quando as manifestações ou reuniões são agendadas em locais onde existe a possibilidade de influenciar de forma negativa a ordem e a segurança públicas, a Polícia de Segurança Pública (PSP) reúne antes com os organizadores dessas acções, a fim de garantir uma coordenação das actividades. Além disso, a chefe de gabinete de Wong Sio Chak destaca o facto de os participantes “terem o dever de cumprir a lei, ocupando de forma racional o espaço público”. Se houver alguma dúvida sobre a forma de tratamento do caso adoptado pelos agentes policiais, os organizadores dos protestos podem comunicar directamente com os polícias, adiantou Cheong Ioc Ieng.
Hoje Macau PolíticaProtestos | Governo garante igualdade de tratamento na zona do Leal Senado [dropcap]C[/dropcap]heong Ioc Ieng, chefe de gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, assegurou que as autoridades garantem um tratamento igual a todos os grupos de manifestantes que escolhem o Largo do Senado para protestar. A garantia foi dada em resposta a uma interpelação escrita do deputado Sulu Sou. A responsável disse que actualmente “há grupos que se reúnem quase diariamente no Largo do Senado e que são considerados de forma igual” pelas autoridades, sendo que “todos os limites (para a realização dos protestos) são mencionados num despacho” incluindo os critérios adoptados pelas autoridades para a imposição desses limites. Na sua interpelação, o deputado Sulu Sou havia questionado o Governo sobre a importância de estabelecer um melhor mecanismo de comunicação entre a polícia e manifestantes, tendo em conta o caso em que foram colocadas barreiras durante a vigília do 4 de Junho, em memória das vítimas de Tiananmen, e a intimação verbal da parte das autoridades policiais para que os manifestantes da Associação Novo Macau se afastassem do local, à porta da Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional, que serviu de assembleia de voto. Cheong Ioc Ieng disse que, quando as manifestações ou reuniões são agendadas em locais onde existe a possibilidade de influenciar de forma negativa a ordem e a segurança públicas, a Polícia de Segurança Pública (PSP) reúne antes com os organizadores dessas acções, a fim de garantir uma coordenação das actividades. Além disso, a chefe de gabinete de Wong Sio Chak destaca o facto de os participantes “terem o dever de cumprir a lei, ocupando de forma racional o espaço público”. Se houver alguma dúvida sobre a forma de tratamento do caso adoptado pelos agentes policiais, os organizadores dos protestos podem comunicar directamente com os polícias, adiantou Cheong Ioc Ieng.
João Santos Filipe Manchete PolíticaIFT | Activista Jason Chao acusa polícia de tentar implementar “Terror Branco” O activista considera que mostrar placas no IFT não pode ser considerado ilegal e que existe por parte das autoridades um esforço para impedir que as pessoas mostrem qualquer tipo de apoio aos manifestantes de Hong Kong [dropcap]O[/dropcap] activista Jason Chao defende que os alunos do Instituto de Formação Turística (IFT) que mostraram placas de apoio aos manifestantes de Hong Kong actuaram dentro da legalidade. Em declarações ao portal Macau Concealers, o ex-membro da associação Novo Macau sustentou ainda que a polícia está a tentar criar um ambiente de “terror branco” para evitar que as pessoas se expressem a favor dos protestantes de Hong Kong. Sobre o episódio de segunda-feira, Jason Chao faz uma leitura diferente da do secretário para a Segurança. Para o activista, os dois estudantes expressaram a sua opinião de forma pacífica e num espaço que não é público, pelo que não cometeram qualquer ilegalidade. O pró-democrata disse também que o espaço nunca foi ocupado. Por sua vez, Wong Sio Chak defendeu, na terça-feira, que os dois estudantes cometeram um crime, uma vez que não tinham pedido autorização para se manifestarem. Segundo o secretário, os cartazes foram mostrados numa área pública e os dois alunos deviam ter pedido autorização à polícia. Apesar de falar em crime, que pode ser punido com uma pena de prisão até dois anos, o secretário para a Segurança afirmou que o Governo não se ia mexer no sentido de apurar responsabilidades criminais, uma vez que os estudantes eram jovens e poderiam não conhecer muito bem as leis locais. Ainda de acordo com a versão das autoridades, apesar de não ir apurar responsabilidades criminais, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) está a investigar os dois alunos que “utilizavam máscaras” e esteve no local, depois de ter sido chamado por “cidadãos”. Terror Branco Esta não foi a primeira vez que o CPSP se envolveu directamente em acções relacionadas com pessoas que tentam solidarizar-se com os manifestantes de Hong Kong. A acção mais marcante foi a 19 de Agosto, quando o CPSP proibiu uma vigília no Largo do Senado. As autoridades entendem que condenar a actuação da polícia de Hong Kong é uma difamação que incentiva fins contrários à lei. Como consequência da proibição, o CPSP levou a cabo uma operação em que identificou mais de 600 pessoas que passaram pelo Largo do Senado e manteve sete indivíduos retidos durante seis horas para interrogatório. Segundo as declarações de Jason Chao ao portal Macau Concealers, o activista está preocupado com o método de actuação das autoridades e acredita que houve falta de proporcionalidade na resposta adoptada para lidar com o incidente. Chao considerou ainda que as detenções, que a polícia diz terem sido antes “convites para prestar declarações”, são uma forma de intimidação que passa pela tentativa de criação de um ambiente de “Terror Branco” sobre este tema. A expressão “Terror Branco” diz respeito a um período da história de Taiwan que ficou marcado por perseguições políticas e em que a lei marcial esteve em vigor por mais de 38 anos. A acusação foi rejeitada logo na terça-feira por Wong Sio Chak, que afirmou que as autoridades se limitam a aplicar as leis. Além destes dois incidentes, anteriormente as autoridades levaram quatro pessoas para serem questionadas, depois de estas terem tentado instalar um “Lennon Wall” com post its na parede dos Lagos Nam Van. Lennon Walls são formas de expressão em que as pessoas deixam post its com desejos e mensagens em paredes.
João Santos Filipe Manchete PolíticaIFT | Activista Jason Chao acusa polícia de tentar implementar “Terror Branco” O activista considera que mostrar placas no IFT não pode ser considerado ilegal e que existe por parte das autoridades um esforço para impedir que as pessoas mostrem qualquer tipo de apoio aos manifestantes de Hong Kong [dropcap]O[/dropcap] activista Jason Chao defende que os alunos do Instituto de Formação Turística (IFT) que mostraram placas de apoio aos manifestantes de Hong Kong actuaram dentro da legalidade. Em declarações ao portal Macau Concealers, o ex-membro da associação Novo Macau sustentou ainda que a polícia está a tentar criar um ambiente de “terror branco” para evitar que as pessoas se expressem a favor dos protestantes de Hong Kong. Sobre o episódio de segunda-feira, Jason Chao faz uma leitura diferente da do secretário para a Segurança. Para o activista, os dois estudantes expressaram a sua opinião de forma pacífica e num espaço que não é público, pelo que não cometeram qualquer ilegalidade. O pró-democrata disse também que o espaço nunca foi ocupado. Por sua vez, Wong Sio Chak defendeu, na terça-feira, que os dois estudantes cometeram um crime, uma vez que não tinham pedido autorização para se manifestarem. Segundo o secretário, os cartazes foram mostrados numa área pública e os dois alunos deviam ter pedido autorização à polícia. Apesar de falar em crime, que pode ser punido com uma pena de prisão até dois anos, o secretário para a Segurança afirmou que o Governo não se ia mexer no sentido de apurar responsabilidades criminais, uma vez que os estudantes eram jovens e poderiam não conhecer muito bem as leis locais. Ainda de acordo com a versão das autoridades, apesar de não ir apurar responsabilidades criminais, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) está a investigar os dois alunos que “utilizavam máscaras” e esteve no local, depois de ter sido chamado por “cidadãos”. Terror Branco Esta não foi a primeira vez que o CPSP se envolveu directamente em acções relacionadas com pessoas que tentam solidarizar-se com os manifestantes de Hong Kong. A acção mais marcante foi a 19 de Agosto, quando o CPSP proibiu uma vigília no Largo do Senado. As autoridades entendem que condenar a actuação da polícia de Hong Kong é uma difamação que incentiva fins contrários à lei. Como consequência da proibição, o CPSP levou a cabo uma operação em que identificou mais de 600 pessoas que passaram pelo Largo do Senado e manteve sete indivíduos retidos durante seis horas para interrogatório. Segundo as declarações de Jason Chao ao portal Macau Concealers, o activista está preocupado com o método de actuação das autoridades e acredita que houve falta de proporcionalidade na resposta adoptada para lidar com o incidente. Chao considerou ainda que as detenções, que a polícia diz terem sido antes “convites para prestar declarações”, são uma forma de intimidação que passa pela tentativa de criação de um ambiente de “Terror Branco” sobre este tema. A expressão “Terror Branco” diz respeito a um período da história de Taiwan que ficou marcado por perseguições políticas e em que a lei marcial esteve em vigor por mais de 38 anos. A acusação foi rejeitada logo na terça-feira por Wong Sio Chak, que afirmou que as autoridades se limitam a aplicar as leis. Além destes dois incidentes, anteriormente as autoridades levaram quatro pessoas para serem questionadas, depois de estas terem tentado instalar um “Lennon Wall” com post its na parede dos Lagos Nam Van. Lennon Walls são formas de expressão em que as pessoas deixam post its com desejos e mensagens em paredes.
Juana Ng Cen PolíticaFAOM | Deputados realçam atrasos na protecção dos direitos laborais [dropcap]E[/dropcap]m jeito de balanço da segunda sessão legislativa, os quatro legisladores afectos à FAOM, Ella Lei, Lam Lon Wai, Lei Chan U e Leong Sun Iok, deram ontem uma conferência de imprensa onde afirmaram que os trabalhos legislativos relativos à protecção dos direitos e interesses laborais estão atrasados. Um dos exemplos dados foi a alteração à lei da higiene e segurança no trabalho da construção civil. Além disso, os deputados salientaram que a formação de talentos não corresponde às necessidades exigidas para se diversificar a economia, e que os sectores da restauração e MICE não dão oportunidades de promoção. No que diz respeito à construção de habitação pública, em particular os projectos da Avenida Wai Long e da zona A dos novos aterros, Lam Lon Wai garante que os trabalhos vão ser supervisionados, em especial o planeamento e construção, de forma a assegurar a qualidade dos mesmos. Quanto ao prazo de entrega das habitações, a aposta dos deputados da FAOM passa por alterar a lei de habitação económica, para optimizar as candidaturas. Por seu lado, Lei Chan U pediu que o Governo melhore o mecanismo de salários em dívida, e acelere os trabalhos legislativos da lei sindical. Outro dos tradicionais cavalos de batalha da FAOM é o controlo do número de trabalhadores não residentes, nomeadamente através da alteração à lei que regula a contratação de TNR e a política de residência por investimento.
Juana Ng Cen PolíticaFAOM | Deputados realçam atrasos na protecção dos direitos laborais [dropcap]E[/dropcap]m jeito de balanço da segunda sessão legislativa, os quatro legisladores afectos à FAOM, Ella Lei, Lam Lon Wai, Lei Chan U e Leong Sun Iok, deram ontem uma conferência de imprensa onde afirmaram que os trabalhos legislativos relativos à protecção dos direitos e interesses laborais estão atrasados. Um dos exemplos dados foi a alteração à lei da higiene e segurança no trabalho da construção civil. Além disso, os deputados salientaram que a formação de talentos não corresponde às necessidades exigidas para se diversificar a economia, e que os sectores da restauração e MICE não dão oportunidades de promoção. No que diz respeito à construção de habitação pública, em particular os projectos da Avenida Wai Long e da zona A dos novos aterros, Lam Lon Wai garante que os trabalhos vão ser supervisionados, em especial o planeamento e construção, de forma a assegurar a qualidade dos mesmos. Quanto ao prazo de entrega das habitações, a aposta dos deputados da FAOM passa por alterar a lei de habitação económica, para optimizar as candidaturas. Por seu lado, Lei Chan U pediu que o Governo melhore o mecanismo de salários em dívida, e acelere os trabalhos legislativos da lei sindical. Outro dos tradicionais cavalos de batalha da FAOM é o controlo do número de trabalhadores não residentes, nomeadamente através da alteração à lei que regula a contratação de TNR e a política de residência por investimento.
João Santos Filipe PolíticaUM com 307 câmaras de videovigilância instaladas [dropcap]O[/dropcap] Campus da Universidade de Macau tinha instaladas 307 câmaras de videovigilância para uma área de um quilómetro quadrado em Julho deste ano. Os números foram revelados pelo reitor Song Yonghua, em resposta a uma interpelação escrita do deputado José Pereira Coutinho. “Até Junho de 2019, no campus da UM, que cobre uma área de 1,09 km2, estão instaladas 307 câmaras nos espaços públicos exteriores, incluindo 144 nos muros da fronteira”, pode ler-se na resposta enviada por Song. Entre as 307 câmaras há 19 salas de aulas que têm estes equipamentos para vigiar os alunos. Porém, segundo o reitor da UM, estas câmaras só funcionam quando estão a ser realizados os testes College English Test Band e College English Test Band, tal como exigido pela entidade responsável por estes exames. “A UM instalou, em 2019, câmaras de videovigilância em 19 salas de aula que são utilizadas como locais para realização destes exames, sendo que as câmaras de videovigilância são apenas utilizadas durante os exames”, é esclarecido. À margem Ao mesmo tempo, Song esclarece que o Gabinete de Protecção de Dados Pessoais não tem informações sobre o número das câmaras instaladas no espaço das instituições. Também não foi realizada qualquer inspecção para verificar se os equipamentos estão conforme as exigências legais. O reitor explica que isso se deve ao facto de não ser aplicada à UM o regime para espaços públicos. “A Universidade de Macau não tem responsabilidade de pedir autorização à entidade competente ou pedir parecer vinculativo ao Gabinete de Protecção de Dados Pessoais (GPDP)”, é sustentado. “Portanto, no caso de a instalação do sistema de CCTV ser aplicável apenas à Lei de Protecção de Dados Pessoais, de modo geral, o GPDP não efectua por sua iniciativa, nem tem informações concreta sobre a instalação de câmaras de videovigilância da Universidade de Macau, incluindo o número das câmaras de videovigilância instaladas no campus da Universidade de Macau na Ilha de Hengqing”, é acrescentado. Em Maio deste ano a UM esteve sob o escrutínio público depois de ter pedido a instalação de câmaras nas salas de aulas. O pedido foi autorizado pelo GPDP, que depois voltou a atrás e disse ir fazer uma investigação interna. Desde essa altura que nunca mais houve informações sobre o desenvolvimento da investigação.
Andreia Sofia Silva PolíticaSAFP | Uma dezena de pessoas coordena recrutamento centralizado Kou Peng Kuan, director dos Serviços de Administração e Função Pública, rejeita que esta direcção de serviços não tenha ajudado os departamentos na contratação de pessoas ao abrigo do sistema de recrutamento centralizado, mas admite existir falta de pessoal para trabalhos de coordenação [dropcap]O[/dropcap] responsável máximo pelos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), assegurou ao jornal Exmoo que os trabalhos de coordenação do processo de recrutamento centralizado de funcionários públicos têm sido levados a cabo por apenas “12 ou 13 pessoas”. O responsável admitiu “um enorme volume de trabalho”, tendo feito promessas de “melhoria da situação de forma continuada”. Estas declarações surgem um dia depois do Comissariado de Auditoria (CA) ter tornado público um relatório que arrasa o funcionamento do recrutamento centralizado no que diz respeito à sua baixa eficiência. Um dos pontos do relatório dá conta que os SAFP nunca coordenaram o processo de recrutamento centralizado para as 34 carreiras da Função Pública, tendo os diversos serviços públicos feito grande parte das tarefas. Kou Peng Kuan disse discordar deste ponto, afirmando que os SAFP realizaram “uma série de trabalhos tendo em conta um modelo misto”. Além da responsabilidade plena nos concursos, o responsável assegura que os SAFP prestaram apoio na emissão de orientações sobre o processo de avaliação de competências profissionais em cada departamento público, ajudando-os a encontrar os candidatos certos para as avaliações. Em situações de necessidade de mão-de-obra urgente, os próprios departamentos públicos preferem fazer eles o concurso público ao invés dos SAFP, adiantou Kou Peng Kuan. Candidaturas online No que diz respeito à baixa eficiência do processo de recrutamento, o CA dá conta da fraca organização entre vagas disponíveis e candidaturas apresentadas, chegando a dar o exemplo da ocorrência de mais de quatro mil propostas para apenas uma vaga num serviço público. Em resposta, Kou Peng Kuan garantiu o que problema não está apenas na necessidade de simplificação do processo, uma vez que, em cinco anos de recrutamento centralizado, entre 2011 e 2016, muitos acabaram por se candidatar a várias vagas, o que causou uma acumulação no sistema. No que diz respeito às candidaturas online, o director dos SAFP assegurou que os candidatos acabaram por se aproveitar do serviço. “Se existirem residentes que queiram apresentar a sua candidatura com uma maior urgência, acha que eles não vão escolher mais oito ou dez vagas?”, questionou. Os SAFP prometem alterar ainda as regras a cumprir por parte dos júris dos concursos no que diz respeito às qualificações dos candidatos.
Andreia Sofia Silva PolíticaSAFP | Uma dezena de pessoas coordena recrutamento centralizado Kou Peng Kuan, director dos Serviços de Administração e Função Pública, rejeita que esta direcção de serviços não tenha ajudado os departamentos na contratação de pessoas ao abrigo do sistema de recrutamento centralizado, mas admite existir falta de pessoal para trabalhos de coordenação [dropcap]O[/dropcap] responsável máximo pelos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), assegurou ao jornal Exmoo que os trabalhos de coordenação do processo de recrutamento centralizado de funcionários públicos têm sido levados a cabo por apenas “12 ou 13 pessoas”. O responsável admitiu “um enorme volume de trabalho”, tendo feito promessas de “melhoria da situação de forma continuada”. Estas declarações surgem um dia depois do Comissariado de Auditoria (CA) ter tornado público um relatório que arrasa o funcionamento do recrutamento centralizado no que diz respeito à sua baixa eficiência. Um dos pontos do relatório dá conta que os SAFP nunca coordenaram o processo de recrutamento centralizado para as 34 carreiras da Função Pública, tendo os diversos serviços públicos feito grande parte das tarefas. Kou Peng Kuan disse discordar deste ponto, afirmando que os SAFP realizaram “uma série de trabalhos tendo em conta um modelo misto”. Além da responsabilidade plena nos concursos, o responsável assegura que os SAFP prestaram apoio na emissão de orientações sobre o processo de avaliação de competências profissionais em cada departamento público, ajudando-os a encontrar os candidatos certos para as avaliações. Em situações de necessidade de mão-de-obra urgente, os próprios departamentos públicos preferem fazer eles o concurso público ao invés dos SAFP, adiantou Kou Peng Kuan. Candidaturas online No que diz respeito à baixa eficiência do processo de recrutamento, o CA dá conta da fraca organização entre vagas disponíveis e candidaturas apresentadas, chegando a dar o exemplo da ocorrência de mais de quatro mil propostas para apenas uma vaga num serviço público. Em resposta, Kou Peng Kuan garantiu o que problema não está apenas na necessidade de simplificação do processo, uma vez que, em cinco anos de recrutamento centralizado, entre 2011 e 2016, muitos acabaram por se candidatar a várias vagas, o que causou uma acumulação no sistema. No que diz respeito às candidaturas online, o director dos SAFP assegurou que os candidatos acabaram por se aproveitar do serviço. “Se existirem residentes que queiram apresentar a sua candidatura com uma maior urgência, acha que eles não vão escolher mais oito ou dez vagas?”, questionou. Os SAFP prometem alterar ainda as regras a cumprir por parte dos júris dos concursos no que diz respeito às qualificações dos candidatos.
Carlos Morais José Editorial VozesA maioridade [dropcap]H[/dropcap]oje fazemos 18 anos. Pelos padrões actuais, se fossemos uma pessoa, atingíamos a maturidade. Mas não somos uma pessoa, somos um jornal. E as coisas são diferentes para as pessoas e para os jornais. Por exemplo, os jornais são como os cavalos: mal nascem, é suposto saberem andar e pelo seu pé. Já os humanos precisam de um ano e tal para se conseguirem firmar nas pernas. Os jornais nunca conhecem um estado de graça infantil, em que as pessoas se riem dos disparates e estimulam as piadas. Não. Os jornais são criticados pelo que fazem (“porque fazem mal”) e pelo que não fazem (“porque não fazem”). E não há saída para isto. Os jornais, quando aparecem, já vêm pintalgados de cãs e vergados pela gravitas da responsabilidade de ser público e a consciência de nunca agradar a gregos e ainda menos a troianos. Resta-nos, então, a “verdade”, essa bóia de salvação dos jornalistas… ou será que… ? Por exemplo: “Estudantes, de idades compreendidas entre os 13 e os 15 anos, foram agredidos pela polícia em Hong Kong, à porta de um estabelecimento de ensino” ou “Polícia impede estudantes, de idades compreendidas entre os 13 e 15 anos, de invadirem estabelecimento de ensino a que não pertenciam”. Ora ambas as frases são verdadeiras mas, relatando o mesmo facto, adoptam perspectivas diferentes. Percebem? A verdade não se exprime de forma fácil porque ela é de tal modo complexa e subordinada às nossas estruturas expressivas que de verdadeiro tem, em geral, muito pouco. Quase tudo fica de fora. O nosso trabalho é de minúcia, de leitura de pistas subtis, que nos permitam levantar um pouco mais o véu, iluminar outro canto, outro pedaço de realidade e da História que ajudamos a escrever. A nossa maioridade enquanto jornalistas é conseguir ler, interpretar e transmitir algum sentido no caos geral da informação. Ou seja, por outras palavras, não pretender “dizer a verdade” mas lançar de tal modo luz (informação credível e confirmada, tendo em conta o contexto histórico-político e económico-social, bem como o enquadramento cultural) sobre um assunto, uma questão, um problema, que permita ao leitor formar uma opinião abalizada. Um jornal deve preocupar-se mais em informar do que em enformar, em criar cidadãos e não seguidores. E é por isso que a comunicação social é fundamental em democracia. No melhor dos mundos seria assim. Mas como não é o dr. Pangloss — esse eterno optimista voltairiano que sempre viveu “no melhor dos mundos” — que chefia este jornal, sabemos muito bem que tal erigimos apenas como horizonte e que todos os dias é nessa via que tentamos caminhar. Tão só e apenas. Sem pretender que esgotamos a realidade com as nossas notícias ou que a sabemos ler com a perspectiva final e absoluta. Não somos, com certeza, heróis nem cruzados. E ainda menos temos certezas definitivas sobre este ou aquele assunto. Esta descrença faz parte da nossa cartilha, sobretudo quando é aplicada a nós mesmos. * O regresso da racionalidade — com o fim da II Guerra Mundial e a constatação de Auschwitz, e o ocaso do combate ideológico com a queda do Muro de Berlim — permitiria sonhar com uma civilização planetária amadurecida, cansada das guerras e desconfiada das ideologias, baseada numa economia de mercado alicerçada em paradigmas ético-ecológicos. Nos EUA alcançara-se a democracia eleitoral plena em 1968, com a inclusão dos afro-americanos nos cadernos eleitorais de todos os estados da União. A África do Sul eliminou o apartheid em…1993! Apesar da proximidade temporal, racismo, machismo, fanatismo religioso, pareciam ser já coisas do passado, tão fora do âmbito da política contemporânea como a peste negra da medicina actual. Mas nada disso. A maturidade não só não foi alcançada como deparamos com uma espantosa e inesperada regressão de valores e a emergência de personagens como Trump e Bolsonaro, que representam a persistência do pior da Humanidade. A História não terminou, como pretendia Francis Fukyama porque a democracia de tipo ocidental se encontrou refém do neo-liberalismo, cuja falta de ética e erosão de valores construiu uma sociedade unicamente baseada no lucro e sem rédeas para controlar os detentores do capital, nomeadamente a banca e outros serviços financeiros. O neo-liberalismo roeu por dentro o Ocidente e instigou a criação, uma vez mais, de movimentos de índole fascista, cujo objectivo é provar a impossibilidade da democracia e a emergência do caos, de modo a surgirem como os garantes de uma futura ordem. Ao apresentar a TINA (there is no alternative) como um dado de facto, o neo-liberalismo mais não fez que criar grupos de desesperados, descamisados, sem horizonte de esperança, ou seja, o terreno ideal para o recrutamento de extremistas. Enquanto que a social-democracia assentava numa sociedade solidária e inclusiva, o neo-liberalismo, sem produzir grande teoria, cria as condições para o aparecimento de uma sociedade profundamente injusta e corrupta, um enorme fosso social e, pior que tudo, uma sensação de impotência e falta de esperança face ao imparável desenrolar dos acontecimentos, expurgados pela excessiva rapidez da informação (e proliferação de falsas notícias) nas redes sociais. É o caso do actual movimento de “camisas pretas” em Hong Kong que, sob a fachada de palavras de ordem pela democracia, impedem qualquer tipo de progresso na instauração de uma ordem democrática na cidade e apelam simplesmente à destruição e ao caos. O que começou ali na região vizinha como um movimento popular legítimo de recusa da lei da extradição para a China, plenamente justificado pela História e pelo presente, descambou em acções violentas, claramente manipuladas pelos Steve Bannon deste mundo, que na realidade pretendem impedir o estabelecimento de qualquer evolução democrática em Hong Kong. As más condições de vida na ex-colónia britânica foram precisamente criadas por essa tendência neo-liberal, com profundas raízes colonialistas, a quem não importa absolutamente nada que milhões não tenham uma habitação condigna e passem várias horas do dia em transportes para chegar a um emprego cujo salário não é suficiente para fazer face ao custo de vida que os mesmos amos impõem. Causa por isso indignação deparar com bandeiras americanas e do Reino Unido nas manifestações de Hong Kong. É como se os negros nos EUA lutassem pelo regresso da escravatura. E como deve ser aborrecido para os jovens de Hong Kong verem que os seus vizinhos de Shenzhen têm muito maior poder de compra e vivem em casas dignas desse nome e não em cubículos infestados de pessoas e de ratos, ou seja que, apesar da falta de liberdades fundamentais de que eles em Hong Kong usufruem, muita gente da classe média no continente tem uma qualidade de vida muito melhor que os seus congéneres da ex-colónia britânica! Mas é mesmo assim. Nas últimas décadas, a China e o seu primeiro sistema tirou da pobreza centenas de milhões de pessoas, enquanto que o segundo sistema de Hong Kong se afundava em crise atrás de crise. Das quais, aliás, nunca teriam saído sem o auxílio financeiro de Pequim. Não quero dizer com isto que perfilhamos um regime com tiques do primeiro sistema, mas que rejeitamos com certeza um segundo sistema baseado na concorrência selvagem e sem regras que permitam uma normal ascensão social, incluindo uma discriminação positiva para os que não nascem em berço de ouro e de colher de prata na boca. Como se sabe desde o século XIX, o mercado é autofágico e precisa de regras para não se devorar a si próprio e, no processo, destruir milhões de vidas nas sociedades onde se encontra implantado. As últimas crises, provocadas pelos magos das finanças, foram superadas através da injecção de capital estatal, incluindo nos EUA, o que representa uma gigantesca contradição para os neo-liberais que pretendem o mais possível um Estado não interventivo. Menos quando isso lhes convém ou tina. * A maioridade é um problema. Implica responsabilidade e a capacidade de fazer promessas, de criar expectativas nos outros e cumprir essas mesmas expectativas. Não é fácil porque ser humano não é fácil. Nascemos em sociedades já formadas que não escolhemos. E se, por um lado, essas sociedades nos dão aquilo de que necessitamos para nos transformarmos em pessoas; por outro, muitas vezes nos colocam em situações desesperadas, cujos contornos nem sempre são óbvios de discernir. Também é para isso que aqui estamos faz hoje 18 anos. Para informar a população de Macau, usufruindo da liberdade de expressão que a Lei Básica nos garante e que até hoje não foi violada. Infelizmente, em grande parte por causa dos acontecimentos de Hong Kong, a RAEM pouco evoluiu em termos de democracia eleitoral. No entanto, temos de reconhecer que o Governo procura ouvir a população, embora normalmente decida a favor dos interesses instalados. Felizmente para nós, Macau tem a capacidade financeira para proporcionar uma vida digna às pessoas. E só não o faz melhor porque tem estado submetida a uma oligarquia que pensa primeiro nos seus interesses e só depois nos modos de manter a harmonia social. A RAEM não atingiu com certeza a sua maturidade. Pelo contrário, revela algum infantilismo quando consideramos projectos como o metro ligeiro (um comboio de brincar à volta de uma ilha, servindo primordialmente os casinos), o hospital da Taipa (que não cresce nem aparece) ou o preço da habitação (que serve os especuladores do imobiliário). Mas da maioridade também faz parte a aquisição de alguma paciência e a compreensão das situações concretas nas quais nos encontramos. A situação não é clara. Esperemos pois para ver o que o futuro nos reserva. O Hoje Macau pretende acompanhar-vos nessa caminhada. Com rigor jornalístico, determinação social e também alguma loucura sem a qual a maioridade se torna cinzenta e chata. Não matemos a criança que, até ao dia da nossa morte, sempre habita em nós. É ela que torna tudo isto suportável, ainda que para isso precise muitas vezes de brincar às escondidas. E, nesse espaço de profunda intimidade, erigir sempre como valor supremo a liberdade.
Hoje Macau China / Ásia MancheteChefe do Governo de Hong Kong retira formalmente lei da extradição [dropcap]A[/dropcap] chefe do Governo de Hong Kong anunciou hoje a retirada da lei da extradição, que esteve na origem dos protestos que duram há três meses no território. Esta é a única cedência de Carrie Lam às cinco reivindicações do movimento pró-democracia. Num anúncio pré-gravado e transmitido pelas televisões pouco antes das 18:00, Carrie Lam voltou a recusar a criação de uma comissão de inquérito independente e a amnistia aos manifestantes detidos. Lam disse ainda que a alteração da denominação dos incidentes violentos, que os manifestantes exigem que não sejam chamados de motins, depende das linhas mestras que guiam os processos judiciais. A governante sustentou a ideia de que a discussão sobre o sufrágio universal para o cargo de chefe de Governo e para o parlamento de Hong Kong deve ser realizada num ambiente favorável e não polarizado, sublinhando, contudo, que esse é um objectivo último inscrito na Lei Básica. Por outro lado, prometeu iniciar já este mês diligências no âmbito da anunciada plataforma de diálogo com a sociedade e prometeu o desenvolvimento de um estudo para determinar as razões na origem das insatisfações de natureza social. Em entrevista à Lusa na semana passada, o presidente da Ordem de Advogados de Hong Kong disse que o Governo devia reiniciar o processo do sufrágio universal no território, mas considerou irrealista a exigência de libertar detidos em protestos pró-democracia. Motivados pela proposta que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China continental, os protestos evoluíram, entretanto, para uma campanha pela democracia, que tem resultado em violentos confrontos entre manifestantes e a polícia. Desde Junho, mais de um milhar de pessoas foram detidas, entre elas proeminentes activistas e deputados. Sob pressão de vários sectores e após uma manifestação que levou quase um terço da população de Hong Kong à rua, segundo a organização, Carrie Lam já tinha suspendido a proposta a 15 de Junho. Não satisfeitos, e temendo que a proposta pudesse voltar à mesa do Conselho Legislativo, os manifestantes exigiram a sua retirada definitiva, a que se somaram outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.
Hoje Macau China / Ásia ManchetePossível retirada da lei de extradição faz ‘disparar’ bolsa de Hong Kong [dropcap]A[/dropcap] bolsa de Hong Kong subiu hoje mais de 3%, depois de o jornal South China Morning Post noticiar que a chefe do Governo vai retirar integralmente a lei da extradição, que desencadeou uma grave crise política no território. O jornal de Hong Kong, que cita fontes governamentais, avança que Carrie Lam vai abandonar, por completo, as emendas propostas à lei de extradição, cuja discussão está suspensa desde Junho. A confirmar-se, esta será uma cedência do Governo a uma das cinco exigências dos manifestantes, que enchem há 13 semanas as ruas de Hong Kong, no maior desafio ao Governo chinês desde a transferência da ex-colónia britânica, em 1997. Motivados pela proposta que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China continental, os protestos evoluíram, entretanto, para uma campanha pela democracia, que tem resultado em violentos confrontos entre manifestantes e a polícia. Sob pressão de vários sectores e após uma manifestação que levou quase um terço da população de Hong Kong à rua, segundo a organização, Carrie Lam já tinha suspendido a proposta a 15 de Junho. Não satisfeitos, e temendo que a proposta pudesse voltar à mesa do Conselho Legislativo, os manifestantes exigiram a sua retirada definitiva, a que se somaram outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.
Hoje Macau China / Ásia ManchetePossível retirada da lei de extradição faz 'disparar' bolsa de Hong Kong [dropcap]A[/dropcap] bolsa de Hong Kong subiu hoje mais de 3%, depois de o jornal South China Morning Post noticiar que a chefe do Governo vai retirar integralmente a lei da extradição, que desencadeou uma grave crise política no território. O jornal de Hong Kong, que cita fontes governamentais, avança que Carrie Lam vai abandonar, por completo, as emendas propostas à lei de extradição, cuja discussão está suspensa desde Junho. A confirmar-se, esta será uma cedência do Governo a uma das cinco exigências dos manifestantes, que enchem há 13 semanas as ruas de Hong Kong, no maior desafio ao Governo chinês desde a transferência da ex-colónia britânica, em 1997. Motivados pela proposta que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China continental, os protestos evoluíram, entretanto, para uma campanha pela democracia, que tem resultado em violentos confrontos entre manifestantes e a polícia. Sob pressão de vários sectores e após uma manifestação que levou quase um terço da população de Hong Kong à rua, segundo a organização, Carrie Lam já tinha suspendido a proposta a 15 de Junho. Não satisfeitos, e temendo que a proposta pudesse voltar à mesa do Conselho Legislativo, os manifestantes exigiram a sua retirada definitiva, a que se somaram outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim nega ser origem de opióide que matou dezenas de milhares nos EUA [dropcap]C[/dropcap]hina negou ontem ser a origem de um poderoso opióide que matou já milhares de pessoas nos Estados Unidos, após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter acusado o país de estar por detrás daquele fenómeno. A droga geralmente chega aos EUA por correio ou através da fronteira com o México. É mais forte e letal do que a heroína e responsável por dezenas de milhares de mortes no país todos os anos. No mês passado, o líder norte-americano pediu a todas as transportadoras que “procurassem e recusassem entregas de fentanil enviadas da China ou qualquer outro país”. “O Presidente [chinês], Xi [Jinping], disse que ia parar, mas não parou” com o tráfico do opióide, acrescentou Trump. Liu Yuejin, vice-director da Comissão Nacional de Controlo de Narcóticos da China, afirmou que as alegações de Trump sobre o fentanil são “completamente infundadas e falsas”. Liu afirmou que Pequim está a fazer grandes esforços para controlar a produção daquele poderoso opióide e que não deve ser rotulada como a principal fonte de fentanil dos EUA. Em Maio passado, o país asiático começou a regular todos os medicamentos compostos por fentanil como uma classe de substâncias controladas, visando conter o tráfico de drogas. Desde que as novas medidas foram aplicadas, não foi descoberto nenhum caso de contrabando de fentanil entre os EUA e a China, disse Liu. No entanto, as autoridades norte-americanas disseram, na semana passada, que a China estava ligada a uma apreensão de fentanil suficiente para matar 14 milhões de pessoas. Uma das 39 pessoas detidas na sequência da operação, que envolveu polícias de vários Estados, é acusada de encomendar fentanil a um vendedor localizado em Xangai, a “capital” económica da China. Visões distintas “A grande maioria do fentanil ilícito que chega aos EUA tem origem na China e muito chega pelos correios”, disse G. Zachary Terwilliger, advogado pelo Distrito Leste do Estado da Virgínia, citado pela imprensa norte-americana. Liu observou que as mortes por fentanil nos EUA continuam a aumentar, apesar do controlo cada vez mais rigoroso do lado chinês, sugerindo que é uma indicação de que a droga não é proveniente da China. Liu acusou ainda “alguns políticos” nos EUA de enganarem o público norte-americano sobre o trabalho desenvolvido pela China para ajudar os EUA a combater a crise de opióides. As autoridades chinesas e norte-americanas estão a trabalhar juntas para lidar com crimes relacionados com drogas, afirmou o responsável.
Andreia Sofia Silva VozesLevantar a lebre [dropcap]A[/dropcap] apresentação do troço do metro ligeiro deixou a população de Macau quase satisfeita, não fossem os enormes atrasos e as derrapagens. Terminada a festa, restam inúmeras dúvidas sobre o seguimento do projecto, apesar de o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, sempre ter garantido uma execução faseada do projecto, numa dose pragmática de optimismo. Mas eis senão quando, o jornal Ou Mun publica uma notícia que vem desvendar um fantasma antigo, relacionado com a suposta falta de capacidade da ponte Sai Van para suportar o troço do metro ligeiro. Depois do Governo ter garantido que existe capacidade para aguentar a passagem das carruagens, vem agora o arquitecto responsável pela obra dizer que não. A população pára, então, para pensar: confiamos no Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes, que já nos causou derrapagens orçamentais e inúmeros atrasos na obra, ou no arquitecto que fez a ponte? Há aqui uma lebre qualquer que se quer levantar, como se diz em bom português. Convém recordar que a notícia saiu no jornal Ou Mun, o diário de língua chinesa mais lido e influente do território, e o que está mais próximo das autoridades que nos governam. Resta-nos esperar por desenvolvimentos em novos capítulos de uma novela que promete não ter fim.
Sérgio Fonseca DesportoAndré Pires aguarda convite para o GP Motos de Macau [dropcap]A[/dropcap]ndré Pires prepara-se para ser novamente o único representante de Portugal no Grande Prémio de Motos de Macau em Novembro. O piloto português gostaria que outros pilotos de motociclismo lhe seguissem as pisadas, mas tal cenário é difícil dada a inexistência de corridas de estrada em Portugal e não só. “Já estamos a preparar o regresso a Macau”, confirmou o piloto de Vila Pouca de Aguiar ao HM, enquanto aguarda o vital convite da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau. Este ano, as expectativas pré-prova de Pires são quase sempre “as de sempre”: arranjar uma equipa com uma mota minimamente competitiva e patrocínios, algo que nunca é fácil em Portugal. Para a “Clássica do Estremo-Oriente”, Pires espera tripular uma Yamaha R1 da equipa portuguesa BeautyMachines Racing Team, estrutura que conhece bem do Campeonato Nacional de Velocidade de motociclismo de 2019. “Este ano fizemos um bom trabalho, apesar de termos tido alguns azares em duas provas, por isso acredito que ainda vamos ganhar mais umas corridas e com isso vamos ainda mais motivados para o Grande Prémio de Macau”, explicou Pires que o ano passado ficou em 19º lugar na prova, numa corrida em que, para si, o mais importante era “chegar ao fim”, um ano depois de ter abandonado. E mais portugueses? A prova de duas rodas do Grande Prémio é considerada uma das mais perigosas do mundo, mas não é só isso que nos últimos anos a corrida tem uma presença muito reduzida de pilotos portugueses. Os regulamentos são claros: para competir no Circuito da Guia os pilotos têm que ter competido nas maiores provas da especialidade, como aquela que se realiza anualmente na Ilha de Man ou a North West 200. No motociclismo, Portugal não tem tradição em circuitos de estrada e os constantes constrangimentos financeiros dos pilotos lusos não lhes permite “dar o salto” para o palco internacional. Actualmente a residir em Braga por questões profissionais, o piloto transmontano explica que “Macau é uma corrida de estrada e ou se tem mesmo gosto ou não. Eu gosto de corridas de estrada e adoro o Grande Prémio de Macau e por isso faço sempre questão de ir a Macau”. O piloto luso que se estreou entre nós em 2013, e que desde aí tem sido uma presença regular, acredita que “para irem mais pilotos Portugueses é preciso que gostem deste tipo de provas. Para isso, primeiro têm que ir experimentar uma corrida, pois não podem ir directos para Macau. O primeiro passo é ir a Inglaterra, onde há várias corridas desta especialidade, e a partir daí penso que haverá condições para poderem receber o convite para participar em Macau”. A 66ª edição do Grande Prémio de Macau disputa-se de 14 a 17 de Novembro. Os inscritos nas seis corridas do programa deverão ser revelados em Outubro.
Amélia Vieira h | Artes, Letras e IdeiasIlusão [dropcap]M[/dropcap]aya é como as fundas Primaveras que nos agarra aos sentidos que reféns querem toda a manifestação das fomes trazidas, não por acaso Maio se nos dá em festa e das Maias são feitas as belas grinaldas das flores da Estação. Trazemos sentidos para as cores, imagens, cheiros e miragens, e nelas firmamos verdades que nos parecem eternas, como o germinar e o florir antes que se esgote o tempo de tão fecundo estar. Há quem se entranhe no mundo e mais não veja que o ciclo das coisas que o anima, são por si só os grandes animados, os soberbos animistas, as forças elementares em círculo nas fontes do desejo e na miragem da necessidade perpétua. Mas valerá ressalvar os diálogos perdidos que o prólogo de «Eclesiastes» 1, capítulo 2, traz a esta janela: “ilusão das ilusões: tudo é ilusão” que em latim é conhecida por :” vanitas, vanitatum et omnia vanitas”: mudada para vaidade, mas sinónima. Todo o capítulo nos fala então do espectro ilusório e, se a abordagem não é simples devido ao carácter compósito da obra, ela abre o princípio da interrogação que torna um texto litúrgico muito rico e até diferente daquilo que estamos habituados, as reflexões mantém-se no trilho de uma autoanálise que se aproxima do ciclo poético da intervenção, em algumas passagens vamos encontrar a Roda como ciclo do eterno retorno, noutras, a dúvida acerca das realizações humanas e tudo o que isso significa, até essa natureza criada da imagem que em nós projecta a miragem das coisas e do mundo. Fala-nos ainda do tempo das coisas sem nenhum juízo de valor incluído, e em toda essa maravilha vemos que uma vida que se quer conseguida terá necessariamente de as abranger, é um mantra ritual do conhecimento humano talhado apenas para ser. – Alude ao que ilude a resposta vã – nós que somos iludidos sempre que nos queremos mais velozes nem por isso estamos preparados para acarretar a desmesura dos erros nem conseguimos tirar as ideias feitas dos grandes observadores que somos que dizem coisas sem reconhecer quem as faz, ou quem as disse, ou porque foram ditas, e assim, na rigidez mental de uma forma de agir construímos imagens, conceitos e ideias que só a quimera mais terrível sabe fabricar. Dessas assombrações fazemos realidades, verdades, construímos conceitos, forjamos a moral, mas, o ser de que se fala, a coisa falada é até que aflore a bocas assim um completo desconhecido, somos vítimas da linguagem como submissos imprudentes, e dela não merecemos mais que a crítica constante e muitas vezes pertinaz. Se de ilusão o nosso tecido mental é feito, ela protege-nos todavia de realidades terríveis e assombrosos vislumbres de impossíveis. Morreríamos de dor ao não conseguir recorrer a uma galopante abstracção que nos desviasse das fronteiras cerradas da condição, mas não será bom derrubar as formas graves que subjazem a toda ela, não para a negar, mas para nos fazer mais conscientes da felicidade breve e do bem que é sentirmos que a conquistamos: como o livro dos amantes que diz que o ser amado primeiro se possuí e só depois se conquista. O erro de percepção é lúdico para com os nossos sentidos, a Nuvem por Juno é isso mesmo e, no entanto, cognitivamente, estamos talhados para o ilusório que fabrica assim todo o espaço do pensamento, e houve alguém que pensando, era aí que existia. O mundo tangível não dá nada aos que criam – recriando – mas as coisas criadas outros as completarão, e quem faz, quem dita e redita nele tudo quanto nele é capaz? Aqui, ficamos estoicos, mas isso abranda o uso costumeiro da análise e a ilusão é posta a irromper noutras vertentes. « Põe então tua mão sobre o meu cabelo, tudo é ilusão, sonhar é sabê-lo». A ideia de Deus surge no livro como um ente desconhecido, infalível, e que premeditou a causa de toda a dúvida, será sempre mencionado como a força que nos impele a descobrir, não dita, é ditado, e essa natureza cria então um campo imenso de dura solidão na medida em que se ela nos faltar nem a nossa sombra existe no meio do invólucro que somos. Mais que ilusória se torna por isso a sua ausência em nós. Para caminhos diferentes a mesma finitude, a mesma conclusão: quem distingue o que está certo neste mundo? E se a ilusão está presa aos sentidos, sem eles, que outra ilusão nos colheria? Os poetas respondem bem ao improvável, talvez na sombra de outras naturezas e assombrados de lucidez, se mantenham estáticos nalgum lugar que esqueceram os seres: “….nada em mim é risonho, quero-te para sonho, não para te amar. Os meus desejos são cansaços nem quero ter nos braços meu sonho do teu ser.” Aquilo que é já existiu, e também o que há-de ser já antes foi. Deus só vai à procura daquilo que não se encontrou.