Mostra de Banksy em Hong Kong até 7 de Dezembro

[dropcap]A[/dropcap] Phillips Gallery, casa em Hong Kong da leiloeira com o mesmo nome, recebe até ao próximo dia 7 de Dezembro uma exposição do anónimo e incontornável Banksy, o mais conhecido nome do street art. A mostra é constituída por 27 trabalhos, alguns deles imagens icónicas de intervenção social e política. Apesar da entrada livre, as obras expostas estão à venda.

Depois do muito badalado episódio de “Girl With Balloon”, o quadro de Banksy que se autodestruiu depois da última licitação na prestigiada Sotheby’s em Londres, o foco do mundo artístico vira-se para Hong Kong, mais precisamente na Ice House Street em Central, onde o trabalho do britânico está exposto. Recorde-se que a imagem destruída remotamente depois da última licitação, foi vendida por 1.4 milhões de dólares americanos, uma história à qual voltaremos.

A exposição organizada pela leiloeira, com o título “Banksy: Who’s Laughing Now?”, conta com trabalhos de séries bastante conhecidas como “Love is in the Air”, “Girl with Balloon”, “Love Rat”, “Laugh Now”, e “Avon & Somerset Constanbulary”. Além destas peças, facilmente reconhecíveis, estão expostos (e à venda) trabalhos nunca antes expostos. A Phillips fez questão de caracterizar os trabalhos originais e “prints” como peças que pertencem a “uma importante colecção europeia”. Miety Heiden, da direcção da leiloeira, referiu que “a exposição ilustra as conquistas de Banksy ao longo das duas últimas décadas. Um visionário e pioneiro na vanguarda da street art desde os anos 1990, Banksy dedicou a sua carreira a desafiar a percepção da sociedade no confronto entre a arte de rua e as belas artes.”

Os trabalhos expostos em Central têm preços entre 200 mil HKD e 30 milhões de HKD, 17 deles nunca foram submetidos a leilão.

Rir para não chorar

Um dos destaques entre as obras apresentadas, que dá nome à mostra, é uma peça com seis metros de largura intitulada “Laugh Now” onde figuram dez macacos com mensagens escrita “riam agora, que um dia estaremos nós no poder”, numa das habituais alusões a um futuro distópico tema de Banksy.

Outro dos temas recorrentes do guerrilheiro artístico é o desdém pelo comercialismo, como ficou bem patente no episódio do quadro que se auto-destruiu em Londres. Porém, o tiro saiu-lhe pela culatra. Assim que a imagem começou a ser retalhada, o próprio licitador caracterizou a situação como “um brilhante momento à Banksy”.

Apesar da destruição de “Girl With Ballon” ser acto de guerrilha artística contra a mercantilização do mercado das artes, o quadro muito provavelmente valorizou depois do incidente. Aliás, Alez Branczik da Sotherby’s disse mesmo em conferência de imprensa que “Banksy não destruiu uma obra de arte, criou uma”, ou seja, o mercado anti-mercado está em alta. A própria compradora da obra confessou que quando o quadro começou a ser rasgado ficou em choque mas que, gradualmente, apercebeu-se que acabara de adquirir um pedaço da história da arte moderna.

28 Nov 2018

Museu do Oriente | Exposição “Pureza” mostra obras de jovens artistas

[dropcap]A[/dropcap]o entrar na sala de exposições é difícil ficar indiferente ao filme de dezassete minutos que passa continuamente. O som chama a atenção para o écrãn onde se repetem as imagens. São figuras humanas numa fábrica, vestidas com um uniforme amarelo, e que surgem penduradas como bonecos num processamento em série.

Seguimos numa distopia? “We don’t want boring repetitive work”, dizem os trabalhadores. Na mesma projecção, a fazer recordar o “Sonho” de Kurosawa, uma mulher move-se entre cenários de diferentes desenhos. As imagens mostram o etéreo do sonho. E a não realidade prossegue entre um homem que dá ordens e as vozes que dizem estar fartas dos Media.

O homem grita e ostenta um casaco comprido cheio de olhos ficcionados. “Gene Sugar” foi o nome escolhido pelo jovem artista Lu Shan para a vídeo-projecção, apresentada em 2016 pela primeira vez. Lu Shan é um entre os 23 artistas chineses escolhidos que compõem “Purity, Purification”, uma exposição de arte contemporânea chinesa que inaugurou a 22 de Novembro no Museu do Oriente em Lisboa.

Resultado de uma co-produção entre o Museu do Oriente e a CICA – China International Culture Association -, a exposição pretende mostrar uma jovem face da arte contemporânea chinesa. Depois de duas décadas de grande divulgação e procura de arte contemporânea chinesa pelos maiores museus e galerias do mundo, “Purity, Purification” é apresentada como uma “exposição de jovens artistas”, nomes que se afirmaram nas últimas décadas no contexto artístico mundial. Na verdade, alguns nasceram no final dos anos 70 e começaram a expôr no início deste século.

Com uma visão claramente influenciada pelas mudanças recentes do país, os trabalhos expostos levam-nos a uma China onde materiais tradicionais, como o bambu, a madeira ou a cerâmica, são apresentados numa outra forma conceptual. Entre pintura, instalação, vídeo, fotografia e escultura, a exposição reflecte a variedade que também os une – aos artistas – em volta de um conceito de uma China que já se afirmou como global.

Insustentável leveza

Sob a curadoria de Liu Chunfeng, “Purity, Purification” pretende revelar um olhar jovem, sobretudo pela idade dos participantes, nascidos entre os finais de 70 e os anos 90. Mas mostra, por outro lado, uma maturidade exposta ao retratar temas actuais, questões polémicas, dúvidas que se colocam a muitos, numa sociedade moderna cada vez mais homogeneizada.

“Rejuvenescimento”, por exemplo, é uma obra de vídeo e fotografia de Tang Yuhan que faz alternar as caras de duas mulheres de diferentes idades, levando-nos à questão entre ser jovem e envelhecer. Repetem-se continuamente e a dado momento quase parecem unir-se. Bu Xianlei, outro artista presente, mostra uma instalação de bambu, uma caixa totalmente feita de cana de bambu de onde saem vários utensílios feitos do mesmo material. “Uma das formas de um metro cúbico” é o nome escolhido para a instalação que nos leva a questionar a problemática do espaço, um tema tão actual para a China.

Hu Ke, um artista nascido em 1978 e já conhecido por algumas das suas esculturas, mostra em Lisboa dois trabalhos sendo que num deles, o seu homem sem cabelo surge sentado no topo de um livro que arde e para o qual ele olha assustado vendo as folhas que são consumidas pela chama.
“Purity, Purification” aborda conceitos que são transversais ao Ocidente e ao Oriente. No título da exposição, propositadamente deixado apenas em inglês e em mandarim, fixamo-nos nos caracteres – Puro. Ponto. Transformação. É este o ponto de partida. A exposição estará patente todos os dias até 14 de Janeiro de 2019.

28 Nov 2018

BoBo | Associação promove reunião contra embalsamamento

[dropcap]A[/dropcap] Associação de Protecção aos Animais Abandonados de Macau vai realizar uma reunião, no próximo sábado na zona zoológica do Jardim da Flora, entre as 16h e as 17h para expressar a sua oposição ao embalsamamento do urso BoBo.

Segundo o comunicado enviado pela Associação Novo Macau, a associação organizadora vai ainda recolher assinaturas, no mesmo dia das14h às 20h, para impedir o avanço do processo de embalsamamento que já está em curso.

28 Nov 2018

Médico detido por fraude sexual

[dropcap]O[/dropcap] médico de medicina tradicional chinesa suspeito de abuso sexual de uma doente, foi detido pela Polícia de Segurança Pública (PSP) na passada segunda-feira no seu apartamento e levado ao Ministério Público (MP) pelo crime de fraude sexual.

De acordo com o Jornal Exmoo News, uma mulher pediu ajuda às autoridades por suspeitar que o médico que a consultou a tinha assediado sexualmente durante um tratamento.

Segundo a imprensa chinesa, até à data, a PSP recebeu apenas um pedido de ajuda neste sentido e a Polícia Judiciária não recebeu nenhuma denúncia. O suspeito recusou-se a responder a questões, afirma a mesma fonte.

28 Nov 2018

Crime | Estudante detida por transporte de droga

[dropcap]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) deteve uma estudante de Hong Kong com 15 anos de idade, por suspeita de transportar droga para Macau a mando de uma organização criminosa. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a PJ recebeu uma denúncia que indicava que um grupo de tráfico de droga de Hong Kong recrutava menores para transportar droga para Macau.

Na passada segunda-feira, as autoridades testemunharam a recepção de estupefacientes entre uma estudante e um homem com 23 anos de idade na zona do Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior. A PJ deteve as duas pessoas e apreendeu 36 gramas de cocaína, no valor 120 mil dólares de Hong Kong, que estavam na posse da estudante.

A detida admitiu que foi recrutada por um grupo de traficantes para fazer o transporte de droga entre Hong Kong e Macau e que recebia uma compensação 2 mil dólares de Hong Kong. A PJ vai continuar a investigar o caso para apurar se a detida está envolvida em mais casos do género. O homem envolvido vai ser acusado de tráfico de droga.

28 Nov 2018

Mais de 30 por cento dos residentes tem um diploma do ensino superior

O Conselho do Ensino Superior revelou ontem que um em cada três residentes é portador de um grau emitido por uma universidade. De acordo com um estudo prévio, apresentado na primeira reunião plenária da entidade, é necessário promover a cooperação entre os estabelecimentos de ensino locais e os de língua portuguesa, bem como com as regiões vizinhas

 

[dropcap]N[/dropcap]o ano passado, um em cada três residentes era portador de um grau de ensino superior de acordo com os dados divulgados ontem em comunicado pelo Conselho do Ensino Superior, após a primeira reunião plenária da entidade consultiva. “Em 2017, a taxa de residentes com um grau de ensino superior chegou aos 36,51 por cento”, aponta a mesma fonte.

O Conselho revelou ainda que no ano lectivo de 2017/2018 existiam 33,098 estudantes nas universidades do território. Destes, 5,803 alunos estão a frequentar graus de doutoramento, 259 são mestrandos, e 24,575 são alunos de licenciatura. Há ainda uma faixa de estudantes que se encontra a frequentar outras formações leccionadas pelas universidades locais.

Por outro lado, e no que respeita ao corpo docente e às suas qualificações, no passado ano lectivo, dos 1,513 professores universitários que dão aulas em Macau, 72,1 por cento é detentor de doutoramento.

Ensino dirigido

Já no que respeita a políticas dedicadas à promoção do ensino universitário, o Conselho sublinha o papel da lei do ensino superior, do fundo de apoio ao ensino superior e do sistema de creditação como elementos fundamentais para o desenvolvimento deste sector educativo. Tudo isto contribui, considera “para que Macau tenha entrado num novo patamar”, aponta o comunicado.

O Chefe do Grupo de estudos e planeamento do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES), Teng Sio Hong, aproveitou a realização desta primeira reunião plenária para apresentar o estudo preliminar que tem sido feito pelas instituições de ensino e que dará origem ao planeamento de estratégias de desenvolvimento a médio e longo prazo. De acordo com o responsável o objectivo “é assegurar um desenvolvimento constante do sector e garantir o fornecimento de bases científicas que sustentem políticas futuras”, lê-se.

O resultado deste trabalho preliminar foca-se na necessidade de uma melhoria contínua do sistema de ensino superior através da optimização das instituições, do desenvolvimento de programas de intercâmbio de alunos, e da “definição de disciplinas fundamentais em que as instituições de ensino se possam destacar para promover a integração entre produção de conhecimento, ensino e investigação”.

De acordo com o mesmo estudo preliminar, é ainda necessário o reforço da cooperação com os países de língua portuguesa e com os estabelecimentos das regiões vizinhas, nomeadamente com os que integram o projecto da Grande Baía.

28 Nov 2018

Deputado Mak Soi Kun pede papel higiénico nos sanitários públicos

[dropcap]P[/dropcap]apel higiénico nas casas de banho públicas. Esta é uma das demandas de Mak Soi Kun e tema de uma interpelação escrita que dirigiu ao Executivo. Como é natural nas lides interpelativas, o deputado recebeu queixas de residentes que apontaram falhas aos sanitários públicos, nomeadamente a ausência de papel higiénico, “o maior incómodo”. “Quando os cidadãos têm a necessidade de utilizar esses sanitários públicos, mas não levam papel higiénico, a situação é muito embaraçosa, isto é, ‘não se pode avançar nem recuar’”, lê-se na interpelação.

O assunto levou mesmo o grupo de trabalho do deputado a realizar uma vistoria aos sanitários públicos de Macau, através do método de amostragem aleatória, como refere na interpelação. A investigação constatou a realidade de que os cidadãos se queixavam.

Como tal, Mak Soi Kun traça o panorama económico em que esta circunstância acontece: “Desde o retorno à pátria, a economia de Macau tem vindo a desenvolver-se bruscamente, e o seu posicionamento é transformar-se num centro mundial de turismo e lazer, e numa cidade habitável”.

Mais à frente, o deputado contextualiza. “Anualmente, visitam Macau mais de 40 milhões de turistas, e estes e os cidadãos de Macau podem, em qualquer momento, ter a necessidade de utilizar os sanitários públicos e vão descobrir que na RAEM, onde não há falta de dinheiro, há, entretanto, falta de papel higiénico. Qual a razão para isto?”, questiona.

Mak Soi Kun foi o candidato mais votado nas eleições legislativas do ano passado, recolhendo 17.214 votos.

28 Nov 2018

Lionel Leong promete salário mínimo universal desde 2015. Em 2012, não achava adequado

O salário mínimo universal é uma intenção por realizar desde as Linhas de Acção Governativa para 2015. Quatro anos depois continua a fazer parte dos planos do Executivo. O secretário para a Economia e Finanças avançou que a medida entra em processo legislativo no próximo ano, sem data para implementação efectiva. Em 2012, Lionel Leong achava que a introdução do salário mínimo não era adequada

 

[dropcap]A[/dropcap] promessa foi feita mais uma vez: uma proposta de lei que irá fixar o salário mínimo universal deverá entrar em processo legislativo no próximo ano. O anúncio feito pelo secretário da Economia e Finanças, Lionel Leong, repete uma intenção do Executivo que consta nos relatórios das Linhas de Acção Governativa (LAG) desde 2015.

Em Novembro de 2014, na apresentação das LAG para o ano seguinte, a implementação do salário mínimo para todos era uma objectivo do Governo. “Foi dado início (…) aos trabalhos de discussão sobre a viabilidade da implementação gradual e ordenada do salário mínimo em todos os sectores, por parte do Conselho Permanente de Concertação Social”, refere o relatório da altura. A medida integrava as políticas de “protecção dos direitos e interesses dos residentes no acesso ao emprego e aumento da competitividade no mercado de trabalho”.

Prazos falhados

Em 2015, a viabilidade do regime para fixar o rendimento mínimo para todos os sectores ganhou outro peso. Além de serem anunciados estudos para perceber a sua viabilidade, o Executivo avançou mesmo nas LAG para 2016 com um prazo para a implementação. “Foi fixado o salário mínimo para os trabalhadores de limpeza e de segurança na actividade de administração predial e, no prazo de três anos, contados a partir da entrada em vigor da respectiva lei, será implementado o salário mínimo em todos os sectores”, apontava o devido relatório.

A lei referente entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2016, sendo que, contas feitas, Macau teria um rendimento mínimo para todos até ao final deste ano.

Para o ano de 2017, o tom do discurso foi mais ameno. Lionel Leong afirmou durante a apresentação das LAG da sua tutela que o Governo iria “acompanhar em tempo oportuno a aplicação do regime jurídico sobre o salário mínimo para os trabalhadores de limpeza e de segurança, com vista a criar uma base para a plena implementação do salário mínimo”.

De acordo com o relatório para o ano de 2017, o Governo refere ainda que iniciou o “estudo e trabalho preparatório da produção legislativa para a plena implementação do salário mínimo”,
No final de 2017, teve lugar a consulta pública relativamente a esta matéria e mais de 90 por cento dos residentes mostraram concordância com a implementação da medida, apesar de entenderem que política não deveria contemplar empregadas domésticas, pessoas portadoras de deficiência e não residentes. Na altura, a Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais concordou com os dois primeiros grupos a excluir, mas considerou que a medida deve ser aplicada aos TNR.

As LAG para 2018 não apresentaram acrescentos de maior nesta matéria. “Continuar-se-á a acompanhar a revisão e elaboração de propostas de lei e projectos de regulamentos administrativos da área do trabalho, e a execução dos trabalhos de estudo sobre a produção legislativa da matéria em questão, incluindo a legislação relativa à plena implementação do salário mínimo”, lê-se.

 

Teoria da adequação

Em 2012, em entrevista à TDM – Rádio Macau, Lionel Leong considerava que a introdução do salário mínimo não era adequada a Macau. O, à altura, empresário e membro do Conselho Executivo não afastava totalmente a medida, implementada em Hong Kong no ano anterior, mas não achava havia chegado o período ideal para tal. “Acho que vai haver salário mínimo em Macau, mas não neste momento, porque temos um sistema semelhante que funciona muito bem”, dizia à TDM – Rádio Macau. O agora secretário acrescentou ainda na mesma entrevista que “quando os empregadores não podem pagar muito, então o Governo subsidia. Isso ajuda aqueles trabalhadores locais que estão a perder competitividade e faz com que toda a gente possa estar empregada”.

28 Nov 2018

Gabinete de Ligação e MNE fazem doação para Marcha de Caridade por Um Milhão do jornal Ou Mun

[dropcap]O[/dropcap] Gabinete de Ligação e o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China em Macau vão estar representados na Marcha para Um Milhão e contribuíram com doações para o Fundo de Beneficência dos Leitores do Jornal Ou Mun.

De acordo com a publicação, o sub-director do Gabinete de ligação, Zhang Rongshun prometeu marcar presença na Marcha agendada para o próximo dia 9 de Dezembro. Zhang, que também vai presidir ao evento, entende que a iniciativa de caridade tem grande relevância para o território.

Como tal, o Gabinete de Ligação doou 100 000 patacas para o fundo de beneficência. Shen Beili, Comissária do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), também vai marcar presença no evento e doou 50 000 patacas ao Fundo de Beneficência dos Leitores do Jornal Ou Mun.

28 Nov 2018

Governo estipula meta para reduzir emissões de carbono

[dropcap]O[/dropcap] Executivo estabeleceu a redução de 40 a 50 por cento das emissões de carbono até 2020 tendo como referência valores de 2005. A medida integra os trabalhos de longo-prazo da Direcção de Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) para a redução das emissões de gases e para o combate ao aquecimento global. O cumprimento das obrigações previstas na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima é um dos objectivos em vista.

Em resposta a uma interpelação escrita da deputada Agnes Lam, a DSPA explica ainda que a razão da ausência de avaliação da taxa de cumprimento da qualidade do ar e da taxa de arborização urbana está relacionada com a actualização de critérios nesta matéria.

O Governo adiantou também que os trabalhos a médio-prazo relativos ao sistema de redução de emissões nas empresas e à construção de um sistema de consumo reduzido de carbono já foram iniciados. Ainda assim, admite que os valores da taxa de consumo de energia limpa não atingiram as expectativas. A justificação apontada pela DSPA assenta nos atrasos do fornecimento de gás natural.

Carros pouco verdes

Por outro lado, no que respeita aos veículos eléctricos, a DSPA salienta que o Executivo simplificou os procedimentos de instalação de carregadores de baterias nos parques de estacionamento de condomínios. De acordo com a resposta a Agnes Lam, a CEM está também a instalar equipamentos de carregamento de baterias eléctricas nos auto-silos públicos e nos lugares de estacionamentos das vias públicas. “Até ao final do ano, Macau vai ter 170 postos de carregamento para veículos eléctricos distribuídos por 35 auto-silos públicos e em cinco locais na via pública”, refere a DSPA.

Para promover a aquisição de mais veículos ecológicos, o Governo promete a criação de benefícios fiscais para que os residentes se sintam motivados a optar por este tipo de transporte e “abandonem progressivamente os veículos altamente poluentes”. Entretanto, a DSPA recorda que, em 2014, o Executivo actualizou os requisitos gerais de aquisição de veículos por parte da função pública para fomentar uso de veículos eléctricos.

28 Nov 2018

Combustíveis | Governo garante mais fornecedores de gasolina sem chumbo

[dropcap]T[/dropcap]ai Kin Ip, director dos Serviços de Economia, garantiu ontem que já operam no mercado novos fornecedores de combustíveis, o que pode levar ao equilíbrio dos preços. “Houve uma oscilação dos preços dos combustíveis, mas vamos continuar a introduzir concorrentes. Têm existido mais fornecedores de gasolina sem chumbo”, referiu.

O deputado Ho Ion Sang foi um dos membros do hemiciclo que alertou para os elevados valores praticados no mercado. “Muitos residentes queixam-se dos preços altos dos combustíveis e não podem não apresentar explicações. Têm de conhecer as necessidades dos cidadãos”, apontou.

28 Nov 2018

Lionel Leong defende “medidas diversificadas” para controlar preços das casas

[dropcap]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças foi ontem questionado sobre as medidas a adoptar até ao fim deste Executivo para controlar os preços dos imóveis. Lionel Leong esquivou-se à questão com a habitual premissa do equilíbrio entre oferta e procura e defendeu a necessidade de diferentes medidas para resolver o problema.

“Tudo depende da oferta e procura que existe no mercado. Agora há mais transacções de casas de primeira habitação em relação aos imóveis de segunda ou terceira habitação. O mais importante é a oferta e temos de ver se é suficiente, isso afecta muito o ponto de vista dos compradores.”

Lionel Leong defendeu que uma mexida nos impostos vai aumentar o custo de aquisição de casa. “Temos de pensar qual é a melhor forma para o desenvolvimento do mercado. As medidas têm de ser diversificadas, se não os preços só vão aumentar”, concluiu.

28 Nov 2018

Pró-democratas de Macau não temem réplica das eleições de Hong Kong e Taiwan

O afastamento dos problemas das comunidades e foco excessivo em assuntos contra Pequim são vistos no território como a principal razão para que tanto o Partido Progressista Democrático, em Taiwan, como os democratas de Hong Kong tenham sido penalizados pelos eleitorados

com Andreia Sofia Silva

 

[dropcap]N[/dropcap]o passado fim-de-semana tanto em Hong Kong como em Taiwan, as forças políticas com posições mais afastadas do Governo Central foram penalizadas nas urnas. Em Macau, os deputados e analistas ouvidos pelo HM não acreditam que a tendência se vá repetir nem que o eleitorado mais próximo dos democratas tenha a tendência para se aproximar do sector pró-sistema.

No caso de Taiwan, o Partido Progressista Democrático (DPP, na sigla inglesa) foi penalizado nas eleições municipais, com o número de câmaras controladas a cair de 13 para 6, ou seja menos sete câmaras. Desde que o DPP regressou ao Governo, em Taiwan, no ano de 2016, a presidente Tsai Ing-wen tem feito questão de não reconhecer o Consenso de 1992, ou seja quando os Governos de Taipé e Pequim se comprometeram a aceitar que só existe uma única China, apesar de haver interpretações diferentes. Ao mesmo tempo, o Kuomintang (Partido Nacionalista, em português), mais próximo de Pequim, aumentou o número de câmaras de 6 para 15, ou seja ganhou 9, com sete a serem conquistadas ao DPP e as restantes duas câmaras a independentes.

No caso de Hong Kong, nas eleições intercalares para atribuir o lugar da democrata Lau Siu-lai, expulsa do cargo de deputada por irregularidades no juramento, a vitória foi para o campo pró-Pequim. A candidata independente Chan Hoy-yan derrotou Lee Cheuk-yan, membro do Partido Trabalhista e candidato substituto da própria Lau Siu-lai, independente que foi impedida de participar nas eleições, após o Governo de Hong Kong a ter acusado de defender a autodeterminação da RAEHK.

Segundo o deputado José Pereira Coutinho, este é um cenário que muito dificilmente se vai repetir em Macau. Ao HM, o legislador apoiado pela Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) sustentou que as penalizações nas urnas se ficaram a dever à desvalorização das necessidades da população.

“Em Macau não acredito que haja este tipo de alterações nos eleitorados. Em qualquer parte do mundo, e sempre disse isto, um governante ou um deputado da Assembleia Legislativa tem de desempenhar as suas funções a pensar nos problemas dos cidadãos. São estas as suas funções primordiais”, começou por explicar. “Com base nas informações que recebi e através do que li nos órgãos de comunicação social, tanto em Hong Kong como em Taiwan as candidaturas pró-democratas falharam redondamente em prestar atenção aos problemas das comunidades. Foi tão simples quanto isto”, acrescentou.

Também em ambos os casos, José Pereira Coutinho acusa as forças mais afastadas de Pequim de se concentrarem demasiado na independência, descurando o eleitorado. “As pessoas do DPP focaram-se demasiado na independência, tal como aconteceu em Hong Kong com os pró-democratas, e não prestaram a atenção devida aos assuntos sociais”, apontou. Por este motivo, o deputado ligado à ATFPM considerou “até normais” os resultados de ambas as forças políticas das regiões.

Histórias diferentes

Também Sulu Sou, o deputado mais jovem da Assembleia Legislativa e representante da Associação Novo Macau, não acredita que a tendência de penalizar pró-democratas e forças mais afastadas de Pequim chegue à RAEM.

“O campo democrático de Macau é muito mais fraco do que o campo democrata de Hong Kong, havendo uma diferença muito maior entre os resultados das forças pró-sistema e pró-democracia. São histórias e contextos sociais bastante diferentes, o que faz com que as comparações não possam ser muito directas”, começou por realçar Sulu Sou, ao HM.

Todavia, mostrou-se de acordo com o facto dos assuntos sociais terem de ser encarados como prioritários, sem se abdicar das condições que garantem o Segundo Sistema e seguindo os princípios democráticos. “Acredito que o campo democrático tem de continuar a ter em consideração tanto os assuntos sociais como os assuntos da manutenção do Segundo Sistema, indicando claramente quais são os problemas institucionais em ambos os aspectos”, defendeu o legislador. “São duas áreas muito importantes, assim como a relação que é estabelecida com o Governo Central. Mas, como democratas não podemos desvalorizar este conceito e princípio político”, sustentou.

Elitismo democrático

Após terem sido conhecidos os resultados das eleições de Taiwan, o Governo de Pequim veio a público dizer que os eleitores da Ilha Formosa não queriam o afastamento do Interior da China. No entanto, para o analista político Larry So dificilmente os resultados se podem explicar principalmente pela posição do DPP face a Pequim.

O analista também fez questão de frisar que os eleitorados de Taiwan e de Hong Kong são diferentes e que muito dificilmente podem ser comparados directamente. Contudo, reconhece que em ambos os casos a lição a retirar é a mesma.

“Por exemplo, em Taiwan como é possível que o candidato Han Kuo-yu [Kuomintang] tenha sido eleito presidente do município de Kaoshiung, um dos bastiões do DPP? Deve-se ao facto dele não ter utilizado a abordagem tradicional do Partido Nacionalista, ou seja focou-se no voto popular”, explicou o analista político. “Ele teve uma abordagem popular, que costumava ser a estratégia do DPP e que está a ser abandonada. Foi por isso que o DPP ganhou o voto popular e o poder tão depressa, depois de ser criado”, esclareceu.

Já em Hong Kong, Larry So considera que os pró-democratas estão num “bolha” político-partidária, que em muitos aspectos não respondem às prioridades das pessoas. “Os democratas estão a afastar-se cada vez mais da base popular, e focam-se cada vez mais nas lutas partidárias, dentro da arena política. Estão a afastar-se do cidadãos comum”, apontou.

O analista sustentou também que no final de contas, uma das principais razões para as pessoas votarem são os aspectos económicos. “No caso de Taiwan temos de ver que não interessa muito se as pessoas são fervorosas defensoras de uma ideologia. Se, no final, o Governo piora a situação financeira, as pessoas vão achar que simplesmente não estão a ser bem governadas. É algo que também acontece na União Europeia e nos Estados Unidos da América. A economia é fundamental, mesmo nos países democráticos, para definir o rumo de um Governo”, indicou.

Chefe do Executivo como chave

Neste momento, ainda faltam cerca de três anos para as próximas eleições legislativas, pelo que os deputados não quiseram fazer grandes previsões sobre o futuro. Porém, Ng Kuok Cheong acredita que o plano económico vai ser a principal preocupação em altura de campanha eleitoral, principalmente tendo em conta a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos e a possível bolha imobiliária no outro lado da fronteira.

“Não espero consequências semelhantes para o campo pró-democrata em Macau. O próximo grande desafio a nível político é perceber o que vai acontecer à economia da China e como lidar com os impactos que vão ser sentidos em Macau, assim como nas outras regiões. É esse aspecto que vai ter um grande impacto”, frisou Ng Kuok Cheong, em declarações ao HM.

Para Larry So haverá outro factor mais importante para saber se o campo pró-democrata pode crescer, ou se vai mesmo diminuir: “Os resultados vão ser muito influenciados pelo futuro Chefe do Executivo. Se o futuro líder conseguir adoptar medidas que beneficiem a população, a base dos democratas pode estagnar ou ser reduzida. Mas se a situação actual se mantiver, se o futuro CE seguir as mesmas políticas, então acredito que o número de votantes cresça”, concluiu o analista político.

28 Nov 2018

Edifício GCS | Governo comete gafe e diz que vai contactar arquitecto já falecido

Tai Kin Ip, director dos Serviços de Economia, disse ontem no hemiciclo que o Governo vai contactar o arquitecto que fez o projecto do antigo edifício do Gabinete de Comunicação Social por motivos de direitos de autor. Contudo, Eduardo Lima Soares faleceu há seis anos

Com João Santos Filipe

 

[dropcap]O[/dropcap] responsável máximo pela Direcção dos Serviços de Economia (DSE), Tai Kin Ip, parece não ter feito bem o seu trabalho de casa para o segundo dia de debate das Linhas de Acção Governativa na área da Economia e Finanças. Ontem, em resposta a deputados sobre o reaproveitamento do edifício que albergou em tempos o Gabinete de Comunicação Social (GCS), Tai Kin Ip cometeu uma gafe ao prometer contactar o arquitecto autor do edifício.

Contudo, o HM confirmou junto de três profissionais do sector, residentes em Macau, que Eduardo Lima Soares faleceu em Lisboa há seis anos, depois de ter tido um intenso percurso profissional no território.

Na sua intervenção, Tai Kin Ip prometeu o contacto por respeito a direitos de autor do edifício, construído nos anos 80. “Temos de fazer os trabalhos de concepção [do novo projecto] e ainda vamos ouvir o arquitecto que desenhou este edifício para ver como o novo projecto vai ser desenvolvido”, apontou o governante, que resumiu os entraves que o Governo tem tido até aqui para reabilitar um edifício há muito devoluto.

“Em 2015 a DSE recebeu a gestão do edifício e tiveram início os trabalhos de reparação. Nesse período, houve chuvas torrenciais e muitas infiltrações e aí notificámos a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). Em 2017 recebemos uma notificação da CEM pelo facto do edifício estar localizado no centro histórico e ser necessária articulação com a nova subestação de abastecimento”, apontou. Tai Kin Ip adiantou ainda que “em Fevereiro vai ser aberto o concurso público para as obras”.

Projectos do ZAPE e Cotai

Apesar de falecido, Eduardo Lima Soares tem ainda em sua posse os direitos de autor do prédio em causa, uma vez que o regime de direitos de autor e direitos conexos determina que a autoria de uma obra permanece 50 anos após o falecimento, e que os descendentes devem ser contactados caso haja uma intenção de alteração do projecto original.

Além disso, a mesma lei obriga à colocação do nome do autor no edifício, o que não é o caso. “No caso da obra de arquitectura, é obrigatória a identificação do autor, por forma bem legível, não só em cada cópia dos estudos e projectos, como ainda junto ao estaleiro da construção e na própria construção, depois de concluída”, lê-se no diploma que data de 1999.

Nascido em 1945, em Lisboa, Eduardo Lima Soares formou-se na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, e viveu em Macau a partir de 1977.

Além de ter desenhado o edifício que serviu de casa ao GCS, o arquitecto português participou na concepção da Zona Aterros do Porto Exterior (ZAPE) entre 1978 e 1979, um trabalho que desenvolveu em parceria com Jon Prescott, de acordo com um artigo académico da autoria de Bruce Taylor, da Universidade de Macau, intitulado “Planing for High Concentration Development: Reclamation Areas in Macau”.
Num artigo publicado na revista Macau Business, é também referido o papel que Eduardo Lima Soares teve nas primeiras concepções dos aterros que deram origem ao Cotai.

Em 1992 a DSSOPT abriu um concurso público para a concepção da “Nova Cidade do Cotai”. A equipa vencedora era composta por Eduardo Lima Soares, Jon Prescott e Mário Neves e “produziu um plano urbano que juntava habitação e infra-estruturas sociais, quatro centros de saúde, 13 escolas do ensino preparatório e cinco escolas secundárias” e área recreativa, com muitas zonas verdes e reservatórios de água”. Este mesmo plano contabilizava também o número de residentes e não residentes que ali iriam viver e trabalhar.

De acordo com o artigo da revista Macau Business, o projecto contemplava também “áreas mais pequenas destinadas a actividades turísticas, sobretudo na parte ocidental, de frente para a ilha de Hengqin e fisicamente ligadas à nova ponte Flor de Lótus”.

28 Nov 2018

Deputado Davis Fong defende fim da expressão “pataca portuguesa”

[dropcap]O[/dropcap]deputado nomeado Davis Fong defendeu na Assembleia Legislativa (AL) que os bancos e restantes entidades oficiais devem deixar de utilizar a expressão “pataca portuguesa” (em chinês pou pai), passando a utilizar a designação “pataca de Macau” (em chinês ou mun pai).

“Ainda se utiliza a designação ‘pataca portuguesa’. Não há problema se os cidadãos usarem este termo, mas penso que não é correcto as entidades oficiais ainda usarem esta designação. Vai incutir na população o uso do termo ‘pataca de macau’?”, questionou o também professor da Universidade de Macau.

Chan Sau San, presidente da Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM), garantiu que tem sido feita uma campanha de sensibilização para que se deixe de usar a designação antiga. “A AMCM notificou todos os agentes imobiliários e outras empresas para usarem a designação MOP como unidade de preço. Muitas pessoas ainda usam a designação antiga e já tentamos sensibilizar as pessoas para isso através de campanhas publicitárias. Exortamos o uso da designação oficial da pataca”, concluiu.

27 Nov 2018

LAG 2019 | Governo estuda novo modelo de contratações no exterior

[dropcap]L[/dropcap]ionel Leong, secretário para a Economia e Finanças, avançou ontem que está a ser estudado um novo modelo de contratação de trabalhadores no exterior, que passa pela criação de um novo instituto que fará uma aprovação prévia dos quadros qualificados. Os visados podem depois procurar emprego sem um contrato de trabalho ou abrir uma empresa no território.

A ideia foi ontem anunciada no hemiciclo pelo secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, no segundo dia de debate das Linhas de Acção Governativa (LAG) da sua tutela.

“Os trabalhadores não residentes (TNR) precisam de uma empresa que os contrate, e quem deseja o BIR tem de responder a muitas exigências. Podemos considerar em atrair os talentos que precisamos sem estas limitações”, apontou.

Lionel Leong lembrou que em Hong Kong existe um instituto destinado apenas à aprovação dos pedidos de residência para quadros qualificados, medida que poderá ser realidade em Macau. “Achamos que com a criação de um instituto podemos atrair mais pessoas na área da tecnologia ou ciência. Neste novo instituto os talentos não precisam de ser contratados por uma empresa, e os que forem autorizados podem optar por procurar um emprego ou apostar no empreendedorismo”, frisou o secretário.

Lionel Leong não conseguiu, contudo, explicar como será feita a aprovação dos pedidos de forma mais rápida, mas a via do despacho assinado pelo Chefe do Executivo poderá ser uma solução.

“Temos de pensar mais sobre este novo regime, ainda temos de contactar empresários e analisar quais serão as condições. Será preciso determinar uma quota anual para a importação de quadros qualificados”, adiantou. “Este plano para a importação de quadros qualificados e a introdução de elites é um meio encontrado para responder às necessidades de Macau”, concluiu o secretário.

27 Nov 2018

Casas desocupadas | Governo vai consultar população sobre criação de imposto

[dropcap]O[/dropcap]Governo vai lançar uma consulta pública sobre a criação de um imposto a pagar por aqueles que são proprietários de casas desocupadas. A informação foi avançada hoje por Iong Kong Leong, director dos Serviços de Finanças, na Assembleia Legislativa (AL), no segundo dia de debate das Linhas de Acção Governativa (LAG) na área da Economia e Finanças.

“Macau está a acompanhar esta medida e que impacto pode ter”, começou por dizer. “Temos como referência o caso de Hong Kong mas a sociedade tem opiniões diferentes sobre a introdução deste imposto, e há pessoas que estão contra a medida. Achamos que é necessária uma consulta pública antes da criação do imposto e no futuro vamos lançar essa medida”, referiu.

Iong Kong Leong adiantou que o território tem cerca de dez mil fracções desocupadas, a maioria construída antes de 2000 e que não servem como primeira habitação dos seus proprietários.

27 Nov 2018

Governantes exortados a seguir “de forma indubitável” ideias de Xi Jinping

[dropcap]D[/dropcap]ecorreu ontem uma palestra onde foi transmitido o pensamento do presidente chinês, Xi Jinping, a secretários e dirigentes do Executivo. De acordo com um comunicado do gabinete do Chefe do Executivo, o encontro serviu para discutir “o discurso significativo do Presidente Xi Jinping no âmbito da participação de Hong Kong e Macau nas celebrações do 40º aniversário da reforma e abertura do País”, sendo que o principal objectivo “foi reflectir o essencial do discurso do Presidente do País”.

Na visão do Chefe do Executivo, Chui Sai On, os titulares dos principais cargos “devem colocar em prática, de forma indubitável, as ideias expressas naquele discurso e concretizá-las nas áreas das suas tutelas”.

Além disso, Chui Sai On garantiu que o seu Executivo, que vai deixar no próximo ano, “irá preparar-se para o novo papel a desempenhar nesta nova Era de reforma e abertura nacional”. Desta forma, será dado seguimento “ao impulsionamento do trabalho relacionado com os jovens, através da educação, emprego e autovalorização, no sentido de se criarem condições favoráveis ao seu crescimento, ao empreendedorismo e sucesso”.

No encontro, estiveram presentes os titulares dos principais cargos, incluindo a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, o comissário Contra a Corrupção, Cheong Weng Chon, o comissário da Auditoria, Ho Veng On, o comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários, Ma Io Kun, e o director-geral dos Serviços de Alfândega, Vong Iao Lek.

27 Nov 2018

Acordo do Brexit será votado a 11 de Dezembro, anunciou Theresa May

[dropcap]O[/dropcap] voto ao acordo de saída do Reino Unido da União Europeia (uE) vai realizar-se no parlamento britânico no dia 11 de Dezembro, anunciou a primeira-ministra britânica, Theresa May.

Segundo adiantou a BBC, serão reservados cinco dias para debate: os três primeiros de 4 a 6 de Dezembro e os restantes dois nos dias 10 a 11 de Dezembro, tendo lugar o voto no fim do quinto dia de debate.

O “voto significativo”, como ficou descrito na Lei de Saída da UE, é necessário para o documento poder ser ratificado em seguida pelo Parlamento Europeu e entrar em vigor a tempo do ‘Brexit’, a 29 de Março de 2019.

Porém, existe um risco sério de o governo ser derrotado devido a muitos deputados do próprio partido Conservador estarem dispostos a acompanhar a oposição no voto contra o acordo, embora por razões diferentes.

A Câmara dos Comuns, câmara baixa do parlamento britânico, tem 650 assentos, mas nem o presidente [‘speaker’] nem os três adjuntos votam, e os sete deputados do Sinn Féin também não contam porque não assumiram o lugar, restando 639 deputados, pelo que a maioria é atualmente de 320.

O partido Conservador possui 315 deputados, mas, de acordo com a imprensa britânica, mais de 80 já assumiram publicamente não aprovam o acordo, o que poderá resultar num voto contra ou em abstenção.

O partido Trabalhista e os restantes partidos da oposição (Liberais Democratas, Partido Nacionalista Escocês, nacionalistas galeses Plaid Cymru e Partido Verde), que somam 309 deputados, também manifestaram a intenção de chumbar o acordo.

O Partido Democrata Unionista, da Irlanda do Norte, também já declarou que os seus 10 deputados que até agora garantiam a maioria do governo, também desaprovaram o acordo.

Restam sete deputados independentes, eleitos por partidos, mas que se afastaram ou foram excluídos do respectivo grupo parlamentar e que não estão sujeitos à disciplina de voto.

Se o acordo for derrotado, o governo é obrigado a fazer uma declaração no período de 21 dias, dizendo o que pretende fazer, mas é pouco claro sobre o que pode acontecer depois.

O governo pode pedir uma segunda votação parlamentar, na esperança de que um período de pânico nos mercados com a perspetiva de uma saída desordeira mude a posição dos deputados.

Tanto líderes europeus como a primeira-ministra argumentaram no domingo que uma renegociação é impossível, mas alguns deputados têm alegado que a UE pode ser persuadida

Theresa May não rejeitou demitir-se se perder o voto, desencadeando uma eleição interna no partido Conservador, ou o partido Trabalhista pode apresentar uma moção de censura para tentar provocar eleições legislativas antecipadas.

Um número crescente de deputados representativos de todos os partidos tem pedido um novo referendo para desbloquear o impasse e dar aos eleitores a escolha entre sair e permanecer no bloco, mas tal teria de ser aprovado no parlamento e poderia não ser possível realizar-se antes da data marcada para a partida do Reino Unido.

27 Nov 2018

Alexander Albon será o segundo piloto da Toro Rosso na Fórmula 1 em 2019

[dropcap]O[/dropcap] tailandês Alexander Albon vai ser o segundo piloto da escuderia Toro Rosso para a temporada de 2019 na Fórmula 1, anunciou hoje a equipa em comunicado.

O piloto tailandês, mas de origem britânica, chega à categoria principal do automobilismo mundial depois de uma época em que discutiu o título de Fórmula 2 até à derradeira prova, disputada no fim de semana em Abu Dhabi, tendo perdido o campeonato para o britânico George Russell (será piloto da Williams).

“Fez uma temporada impressionante na Fórmula 2, ganhando duas corridas e terminando em segundo da classificação geral”, enalteceu o director da formação italiana, o austríaco Franz Tost.

Albon tem 22 anos e vai substituir o neozelandês Brendon Hartley, devendo fazer dupla com o russo Daniil Kvyat, que regressa em 2019 à Toro Rosso.

Apesar de ter nascido em Londres, Albon corre sob bandeira tailandesa. “É incrível saber que vou estar na Fórmula 1 na próxima temporada. Trabalhei muito e tentei impressionar sempre que pude”, sublinhou Alexander Albon, que já fez parte da Red Bull Junior Team em 2012 e que era apontado à Fórmula E, na qual corre o português António Félix da Costa.

Será o primeiro tailandês a correr na Fórmula 1 desde o príncipe Birabongse, entre 1950 e 1954, que correu pela Maseratti, pela qual somou oito pontos.

“Sempre fui louco pelos desportos motorizados e, desde que entrei num carro, o meu objectivo era chegar à Fórmula 1”, confessou Albon, citado pelo comunicado da equipa.

27 Nov 2018

Músico Pedro Abrunhosa exorciza angústias em “Espiritual”, o novo álbum

[dropcap]“E[/dropcap]spiritual”, o novo trabalho de Pedro Abrunhosa, é um disco com 15 canções, nas quais o músico exorciza angústias sobre vários assuntos, unidas pela “profundidade da palavra” e pelo som, “gravado à moda antiga”.

“A palavra é fundamental no registo da minha escrita de canções, na minha actividade de escritor de canções. Esta actividade é uma actividade de escrita, e, portanto, a palavra é primordial”, afirmou, em entrevista à Lusa, acrescentando que as letras “são o fio condutor” do disco, a ser editado na sexta-feira.

O conjunto de 15 canções, que escolheu de um total de 30 compostas ao longo dos últimos dois anos, “faz um bloco”, ao qual decidiu chamar “Espiritual” porque, “em tempo de frivolidades, de superficialidade”, a Arte “devolve esta profunda capacidade de contemplação, de usufruto, de estremecimento, de encantamento, de iluminação”.

O músico sublinha tratar-se de uma espiritualidade “que não é o monopólio das religiões, é uma espiritualidade que é obviamente humana, que é esta do transcendente que existe na Arte”. O que une este disco, o oitavo da carreira do músico, é “a profundidade da palavra” e a “organicidade do som”.

“Espiritual” foi produzido por João Bessa e Pedro Abrunhosa, no estúdio do segundo, e foi “gravado à moda antiga”, com os músicos, “às vezes dez ou doze, a gravar ao mesmo tempo, num espaço ‘armadilhado’ de microfones”.

O álbum inclui uma série de convidados, entre os quais seis cantores com quem Pedro Abrunhosa gravou outros tantos duetos: as portuguesas Ana Moura, com quem trabalha frequentemente, e Elisa Rodrigues, “uma emergente jovem que tem uma voz curiosíssima”, a francesa Carla Bruni, a norte-americana Lucinda Williams, a mexicana Lila Downs e o brasileiro Ney Matogrosso.

Lembrando a “grande ligação” que tem à música francesa e a sua “cultura luso-francesa, por questões de educação”, Pedro Abrunhosa partilhou que “Balada Descendente” “‘tem escrito’ Carla Bruni na sua génese”. “Quando começo a fazer a canção já estou a pensar na Carla Bruni”, contou.

O mesmo aconteceu com Lucinda Williams, embora “num outro universo, o universo norte-americano”. “Ela é uma das grandes resistentes do folk norte-americano, é uma das referências do [Bob] Dylan. Há um imaginário na Lucinda Williams que é absolutamente fundamental na minha música, que é o imaginário da planície norte-americana”, disse à Lusa.

Convidar a mexicana Lila Downs para com ele dar voz a “Amor entre muros”, escrita há dois anos “sobre os refugiados em geral”, foi uma “consequência natural”, já que a cantora “tem uma voz ativa neste assunto há muitos anos”, e “nada melhor para representar esta situação do que a situação corrente no México”.

Pedro Abrunhosa escreveu “Amor entre muros” a pensar nos movimentos dos migrantes, “pessoas que procuram Paz, procuram um chão onde educar os filhos, fogem da violência, procuram pão”.

“E esta questão é uma questão que infelizmente está a correr em paralelo com o populismo. Quanto mais nacionalismo, que é uma deturpação do patriotismo, mais as tribos se fecham. É um retrocesso civilizacional e os muros acontecem, de arame farpado, ou de tijolo, ou em ferro, em todo o mundo”, considerou.

A questão dos migrantes e dos refugiados é também abordada pelo músico em “Porque é que não fui eu”, tema no qual Ney Matogrosso “faz a voz de Deus”.

“É uma canção duríssima dedicada àquela criança [o sírio Alan Kurdi, de três anos] daquela imagem terrível que todos nós vimos da morte na praia [na Turquia, em 2015]”, contou à Lusa.

A letra da canção “é um diálogo entre Deus e uma criança”, e Abrunhosa achou “que a voz do Ney poderia simbolizar esse Deus em todos os seus aspetos, quer espirituais quer humanos”.

“São coisas que me marcam de tal maneira que eu, em vez de ir ao psiquiatra, sento-me ao piano e expulso de mim e partilho com os outros. É uma necessidade de exorcizar a minha própria angústia sobre um problema”, partilhou.

O mesmo aconteceu com “Dizes que gostas de mim”, sobre “uma realidade nefasta”, a da violência doméstica, e com “Meu querido filho, tão tarde que é”, que o músico escreveu depois dos grandes incêndios que assolaram Portugal no ano passado.

“É uma mãe que está a pensar ‘meu querido filho, que tarde que é’, ele não volta, e é uma expressão demasiadamente poética para passar ao meu lado. Eu sei que a criei, mas se eu a criei ela vai ter de encontrar o seu caminho para se afirmar num disco que conta histórias”, disse à Lusa.

O que o move a escrever estas e outras canções “não é uma consequência política, é uma consequência ética”. “Eu perante a minha consciência, não no sentido de um pensar na consequência que vai ter, mas naquilo que eu acho que é o bem”, afirmou.

O que o leva a essas letras são “ímpetos criativos”, “uma necessidade de expulsar a dor”, os mesmos que o levaram a escrever sobre Gisberta, a transexual brasileira assassinada no Porto em 2006, ou sobre o ‘Senhor do Adeus’, “uma personagem poética de Lisboa, que exemplificava de alguma forma a poesia possível na banalidade urbana” (em “Contramão”, de 2013).

Apesar de considerar que, “se calhar ninguém vai olhar para trás, daqui a cem anos, e querer perceber o que se passava em Portugal no meio artístico”, quando o mundo “viveu aquele momento de ‘multi-ditadores’, entre o norte-americano, o coreano e o russo e o turco”, Pedro Abrunhosa, cujo primeiro álbum, “Viagens” data de 1994, gostava de, “se olharem”, não ser visto como “uma voz silenciosa”.

Pedro Abrunhosa esteve recentemente em Macau onde deu um concerto no Centro Cultural de Macau, por ocasião das celebrações do dia 10 de Junho.

27 Nov 2018

Hélder Macedo recebe Grande Prémio de Ensaio da Associação Portuguesa de Escritores

[dropcap]O[/dropcap] romancista e ensaísta Hélder Macedo recebe hoje, na Academia das Ciências de Lisboa, o Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho, da Associação Portuguesa de Escritores, pela obra “Camões e Outros Contemporâneos”.

“Este livro impõe-se pela mestria da sua linguagem, precisa, arguta e inventiva, muito fértil como chão de verdadeira tarefa que é a do ensaísmo literário – pensar a literatura dentro da própria literatura”, justificou o júri, que o atribuiu por unanimidade.

Com selo da Editorial Presença, “Camões e Outros Contemporâneos” reúne ensaios e testemunhos sobre autores como D. Dinis, Sá de Miranda, Sophia de Mello Breyner Andresen, Eça de Queiroz ou Herberto Helder, com Hélder Macedo a justificar, na introdução da obra, que “contemporâneos são todos aqueles com quem vivemos”.

“Camões e Outros Contemporâneos” já tinha sido distinguido este ano, também por unanimidade, com o Prémio D. Diniz/2018, atribuído pela Fundação da Casa de Mateus.

Hélder Macedo, 82 anos, é autor de vários ensaios sobre literatura portuguesa e, paralelamente, assina vários títulos de ficção e de poesia, entre outros, os romances “Pedro e Paula” (1998) e “Tão Longo Amor Tão Curta a Vida” (2013), a coletânea “Poemas Novos e Velhos” (2011) e “Romance” (2015).

O Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho 2017 foi criado pela Associação Portuguesa de Escritores, é patrocinado e tem o apoio da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão. O júri desta edição integrou os professores e investigadores Artur Anselmo, Clara Rocha e Isabel Cristina Rodrigues.

Este prémio destina-se a galardoar, anualmente, uma obra de ensaio literário, em português e de autor português, publicada em livro, em primeira edição, no ano anterior. Instituído em 2010, este galardão distinguiu já autores como Victor Aguiar e Silva, Manuel Gusmão, João Barrento, Rosa Maria Martelo, José Gil, Manuel Frias Martins, José Carlos Seabra Pereira e Isabel Cristina Rodrigues.

27 Nov 2018

Japão | Carlos Ghosn suspeito de usar fundos da Nissan para cobrir perdas pessoais

[dropcap]O[/dropcap] ex-presidente da Nissan Motor Carlos Ghosn terá utilizado fundos da empresa japonesa para cobrir perdas de investimentos pessoais no valor de cerca de 13,2 milhões de euros, noticiou hoje a agência nipónica Kyodo.

De acordo com a agência, que cita fontes ligadas ao processo, Ghosn sofreu essas perdas durante a crise financeira de 2008. Esta revelação junta-se a uma série de actos de má conduta financeira que Ghosn supostamente cometeu nos últimos anos e que levaram à sua detenção em 19 de Novembro.

Ghosn, que está detido numa prisão de Tóquio, a aguardar detalhes da acusação, foi demitido como presidente da Nissan e também das mesmas funções na empresa japonesa Mitsubishi.

No domingo, a Renault lançou uma auditoria interna sobre as remunerações de Ghosn, que também é presidente executivo da empresa francesa, e ‘arquitecto’ da aliança Renault-Nissan.

Além de Ghosn foi também detido o seu principal colaborador, o norte-americano Greg Kelly.

Segundo as informações divulgadas esta manhã pelo canal público NHK, Carlos Ghosn negou as acusações que lhe são imputadas de ocultar rendimentos e de má gestão do dinheiro da empresa.

27 Nov 2018

Sismo de magnitude 5 sentido em Tóquio

[dropcap]U[/dropcap]m sismo de magnitude 5 na escala de Richter e com epicentro a norte de Tóquio foi sentido na noite de segunda-feira na capital japonesa, anunciaram as autoridades locais.

De acordo com a Agência Meteorológica do Japão, que fornece informações sobre desastres naturais, o sismo foi registado às 08h33 locais, coincidindo com a hora de deslocação das pessoas para os locais de trabalho.

O epicentro, registado a uma profundidade de 50 quilómetros, localizou-se na região de Ibaraki-ken Nambu, ao norte da baía de Tóquio, com a agência japonesa a descartar a possibilidade de ‘tsunami’.

O sismo, de curta duração, foi sentido especialmente na periferia norte da capital, não existindo, até ao momento, a informação de qualquer vítima.

Este é terceiro sismo com magnitude igual ou superior a 5 na escala de Richter registado no Japão nos últimos sete dias. Os dois anteriores ocorreram mais longe da capital e em nenhum deles se registaram vítimas.

27 Nov 2018