Mostra de Banksy em Hong Kong até 7 de Dezembro

[dropcap]A[/dropcap] Phillips Gallery, casa em Hong Kong da leiloeira com o mesmo nome, recebe até ao próximo dia 7 de Dezembro uma exposição do anónimo e incontornável Banksy, o mais conhecido nome do street art. A mostra é constituída por 27 trabalhos, alguns deles imagens icónicas de intervenção social e política. Apesar da entrada livre, as obras expostas estão à venda.

Depois do muito badalado episódio de “Girl With Balloon”, o quadro de Banksy que se autodestruiu depois da última licitação na prestigiada Sotheby’s em Londres, o foco do mundo artístico vira-se para Hong Kong, mais precisamente na Ice House Street em Central, onde o trabalho do britânico está exposto. Recorde-se que a imagem destruída remotamente depois da última licitação, foi vendida por 1.4 milhões de dólares americanos, uma história à qual voltaremos.

A exposição organizada pela leiloeira, com o título “Banksy: Who’s Laughing Now?”, conta com trabalhos de séries bastante conhecidas como “Love is in the Air”, “Girl with Balloon”, “Love Rat”, “Laugh Now”, e “Avon & Somerset Constanbulary”. Além destas peças, facilmente reconhecíveis, estão expostos (e à venda) trabalhos nunca antes expostos. A Phillips fez questão de caracterizar os trabalhos originais e “prints” como peças que pertencem a “uma importante colecção europeia”. Miety Heiden, da direcção da leiloeira, referiu que “a exposição ilustra as conquistas de Banksy ao longo das duas últimas décadas. Um visionário e pioneiro na vanguarda da street art desde os anos 1990, Banksy dedicou a sua carreira a desafiar a percepção da sociedade no confronto entre a arte de rua e as belas artes.”

Os trabalhos expostos em Central têm preços entre 200 mil HKD e 30 milhões de HKD, 17 deles nunca foram submetidos a leilão.

Rir para não chorar

Um dos destaques entre as obras apresentadas, que dá nome à mostra, é uma peça com seis metros de largura intitulada “Laugh Now” onde figuram dez macacos com mensagens escrita “riam agora, que um dia estaremos nós no poder”, numa das habituais alusões a um futuro distópico tema de Banksy.

Outro dos temas recorrentes do guerrilheiro artístico é o desdém pelo comercialismo, como ficou bem patente no episódio do quadro que se auto-destruiu em Londres. Porém, o tiro saiu-lhe pela culatra. Assim que a imagem começou a ser retalhada, o próprio licitador caracterizou a situação como “um brilhante momento à Banksy”.

Apesar da destruição de “Girl With Ballon” ser acto de guerrilha artística contra a mercantilização do mercado das artes, o quadro muito provavelmente valorizou depois do incidente. Aliás, Alez Branczik da Sotherby’s disse mesmo em conferência de imprensa que “Banksy não destruiu uma obra de arte, criou uma”, ou seja, o mercado anti-mercado está em alta. A própria compradora da obra confessou que quando o quadro começou a ser rasgado ficou em choque mas que, gradualmente, apercebeu-se que acabara de adquirir um pedaço da história da arte moderna.

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