Hoje Macau InternacionalVereador assassinado a tiro no Brasil uma semana depois da morte de Marielle Franco [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m vereador suplente foi hoje morto em Magé, município da região metropolitana do Rio de Janeiro, Brasil, uma semana depois da morte da vereadora Marielle Franco num tiroteio, anunciaram hoje fontes oficiais. De acordo com a Polícia Militar, Paulo Henrique Dourado Teixeira estava no seu carro quando foi atingido por vários tiros que causaram a sua morte. Uma outra pessoa que o acompanhava no carro sofreu ferimentos ligeiros. O Comissário Evaristo Magalhães, da divisão de homicídios da Baixada Fluminense, disse que, embora a informação ainda seja preliminar, uma das linhas de investigação é crime político. Paulo Teixeira foi nomeado para o Conselho em 2016 pelo Partido Trabalhista do Brasil (PTB) na lista do deputado regional Renato Cozzolino. Ele recebeu 536 votos e era vereador suplente no Conselho de Magé. O crime ocorreu uma semana após a morte, no centro do Rio de Janeiro, da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes, situação que causou uma forte contestação no Brasil e em vários países, com manifestações a apelar ao fim da violência. Marielle Franco, uma crítica da intervenção militar na segurança no Rio de Janeiro e caracterizada pelo seu ativismo como defensora dos direitos humanos, tinha condenado a violência policial um dia antes do crime. O Estado do Rio de Janeiro está desde há um mês sob intervenção federal (por decisão do Presidente Michel Temer) por questões de segurança. Esta decisão implica a mobilização e destacamento de militares nas ruas da cidade como forma de manter a ordem pública.
Hoje Macau SociedadeJogo | Pansy Ho considerada a mais rica de Hong Kong pela Bloomberg [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] s últimos meses parecem ter sido de alegria para a filha do magnata do jogo Stanley Ho. Após a abertura do empreendimento da MGM China no Cotai, Pansy Ho acaba de ser considerada pelo Bloomberg’s Billionaire’s Index (índice de bilionários elaborado pela agência de notícias de economia) como a mulher mais rica da região vizinha, com uma fortuna pessoal avaliada em 6.01 mil milhões de dólares norte-americanos. Com esta subida na lista elaborada pela Bloomberg, Pansy Ho ocupa agora a posição número 286 na lista mundial de bilionários, de acordo com a publicação Inside Asian Gaming. A mesma publicação refere que Pansy Ho roubou o lugar a Pollyanna Chu, cuja empresa Kingston Financial Group Ltd perdeu quase metade do seu valor no ano passado. A empresa de Pollyanna Chu detém os casinos Casa Real e Grandview, operados com uma licença da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), concessionária da qual Pansy Ho é também uma das accionistas principais. A queda da Kingston Financial Group Ltd deveu-se ao facto da Hong Kong’s Securities and Futures Commission ter alertado, em Janeiro, os investidores de que a posse das acções da empresa estava demasiado concentrada, uma vez que apenas 20 pessoas detinham 91 por cento das acções. A empresa registou uma queda de 8.7 por cento na Segunda-feira na bolsa de valores de Hong Kong, depois do Grupo FTSE Russell, sediado em Londres, ter retirado as acções da empresa da sua lista de referências.
João Santos Filipe Ócios & Negócios PessoasRestaurante Sip Sop Soup | Alvin Au, investidor e co-fundador [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] Sip Sop Soup é um restaurante dedicado às sopas que começou a operar em Macau, em Agosto do ano passado. Localizado junto ao Lago de Nam Van, o estabelecimento trouxe para Macau um conceito inovador Em Agosto do ano passado o restaurante Sip Sop Soup abriu portas para gáudio dos aficionados das sopas. A ideia surgiu depois de Alvin Au, um dos investidores e co-fundadores do negócio, ter passado algumas semanas com um dos sócios na Austrália. A visita serviu de inspiração para o tipo de restaurante que acabaria por importar para Macau, em conjunto com Cathie Lam e Houin Ao. “É um conceito que está muito desenvolvido na Austrália. É muito comum haver espaços que só vendem mesmo sopas. E em muitos dos casos são restaurantes até mais especializados no take-away. As pessoas entram, encomendam a sopa que querem e depois vão comer para outro lado”, disse Alvin Au, ao HM, sobre a origem da iniciativa. O facto de Macau não ter uma cultura gastronómica propícia a este tipo de restaurantes justificou a aposta: “Queríamos abrir algo especial no território, não queríamos ser apenas mais um café, porque hoje em dia é muito frequente abrirem cafés. Por outro lado, queremos encorajar as pessoas a tentarem comer a sopa como prato principal e não apenas como entrada”, revelou. Apesar da estratégia, Alvin Au reconhece que este tipo de estabelecimento vai contra a mentalidade mais tradicional de Macau, no que diz respeito aos hábitos alimentares. “Para muita gente de Macau e Hong Kong à hora do almoço o normal é comer refeições com noodles ou arroz. Esta nossa aposta implica uma mudança, no entanto, temos o cuidado de oferecer sopas em quantidade suficiente para que uma pessoa possa ficar satisfeita”, reconheceu. Ao mesmo tempo, houve também a preocupação de garantir uma oferta saudável aos clientes, um aspecto muito associado a este tipo de alimento. Também por essa razão, os sabores artificiais foram afastados dos pratos servidos no Sip Sop Soup. “Tentamos manter o sabor original dos ingredientes e usamos cebola e abóbora, por exemplo, em vez de outros sabores artificiais. Queremos que as pessoas experimentem os sabores originais nas nossas refeições”, explicou. “São refeições que podem ser consideradas saudáveis, mas também temos ofertas de sopas com frango e peixe. Tentamos sempre manter um equilíbrio entre os ingredientes”, frisou Alvin Au. Público feminino Também por muitas vezes existir a ideia, principalmente entre o público masculino, que uma refeição à base de sopa pode não ser suficiente para encher a barriga, o Sip Sop Soup acaba por atrair um tipo de cliente mais feminino. No entanto, Alvin Au vê mudança na clientela do restaurante. “Noto que os nossos clientes são principalmente mulheres que se preocupam em comer algo mais ligeiro ao almoço. Todavia, há homens que também já procuram seguir esta tendência e comer apenas uma sopa. Estamos felizes com o ligeiro crescimento do negócio nestes seis meses”, admite. Em relação aos principais desafios de desenvolver restaurantes no território, as rendas e os recursos humanos são apontados como os principais obstáculos. Esta é a experiência de Alvin Au, que é proprietário de outros dois espaços de restauração. “As rendas e os recursos humanos são os grandes desafios. Por outro lado, também o número da população em Macau, que não é um mercado tão grande quanto, por exemplo, Hong Kong. Há uma base de clientes mais pequena”, justificou. Os riscos de apostar no Sip Sop Soup foram mitigados. Isto porque o restaurante funciona no segundo andar do estabelecimento com comida chinesa, o Sei Kee Café. Os dois espaços estão ligadas através de uma escada, mas podem ser acedidos de forma independente. “Tentei apostar no conceito de ter duas lojas no mesmo edifício, para diminuir o risco caso as coisas não corram como queremos. Quando se abre um espaço deste tipo num único edifício é muito difícil e as rendas não são baixas. Também por isso, o restaurante está próximo de uma marca conhecida. Temos de ser sinceros e perceber que, no que diz respeito a comida, as pessoas de Macau não são assim tão abertas a novos conceitos”, considerou.
Tânia dos Santos Sexanálise VozesA Luta e as Derrotas [dropcap style =’circle’] A [/dropcap] 14 de Março de 2018, no Rio de Janeiro, Marielle Franco foi morta/assassinada/ executada por ser quem era. Perdão, não foi só por ser quem era, mas por lutar por aquilo em que acreditava. Não foi um simples crime de ódio, e isto digo-o com alguma certeza: foi um crime político. Silenciou-se a voz de uma mulher, negra, feminista e defensora dos direitos humanos. Ao longo de tantos séculos de humanidade e civilização quantas vozes já foram silenciadas? Muitas, demasiadas. Mas desta vez bateu-me forte. Esta era uma voz contemporânea, uma voz com a qual poderia ter-me identificado. Muitas ideias que já partilhei aqui, neste espaço de escrita, vezes sem conta, cairiam no mesmo espectro ideológico. Aquele em que acredita que é precisa a emancipação plena das sexualidades, das raças, e das condições de vida humanas. A luta, que deveria ser de todos, é somente para aqueles que a julgam absolutamente necessária. Mulheres de todo o mundo, uni-vos! Da China ao Brasil, mostrem a palavra, as vossas ideias de igualdade e a vossa militância pelo fim da injustiça. Na criatividade contínua ou pontual descobrem-se novas formas de irreverência, novas formas de dar visibilidade à dor de muitos. Dar voz aos oprimidos e injustiçados não é somente mostrar como a vida é filha da mãe. Dá-se visibilidade e põe-se em causa as estruturas, permitem-se mudanças – tem-se esperança que a voz de uns possa um dia dar a voz a muitos mais. Perseverança, resiliência e teimosia são as características obrigatórias para quem quiser alistar-se a este exército. Há a resistência verbal e física, há resistência em forma de balas e de tortura. Não consigo não admirar as muitas pessoas, e muitas mulheres, que deram o corpo e espírito ao manifesto, à causa, qualquer que seja. Haverão lutas mais dignas que outras? Mais necessárias que outras? Isso já são preciosismos que me ultrapassam. Atrevo-me a celebrar a neta que quis dar voz à avó que era prostituta (obrigada Zhang Lijia), ao J-Bo que antes era a Joana (obrigada por seres o primeiro transexual masculino em Macau) e a todxs xs outrxs que marcam, continuamente, a esfera pública e o nosso imaginário colectivo. Grandes, médios e pequenos gestos que vão semeando mudança. As sementes caiem por entre as pedras calcárias do passeio e, contra todas as expectativas, as plantinhas crescem na adversidade. Nós nem sabemos bem como, mas crescem. A 14 de Março de 2014, em Beijing, Cao Shunli morreu por ser quem era. Perdão, por lutar por aquilo em que acreditava. Quatro anos e 17310 km que separam duas mortes de mulheres que atreveram mostrar a sua voz. Que raio de coincidência infeliz. Estas são as derrotas, o que querem que vos diga? Gostava que não acontecessem. Ainda assim vivo iludida de que ‘perder’, não nos desanima nem nos enfraquece. Quanto muito a derrota fortalece ou enraivece, cria massa crítica para mais confronto. O que é que isto tudo tem que ver com sexo? Tem tudo e nada. Face a estas e tantas outras derrotas – aliás, parece que vivemos num mundo triste, ultimamente – tenho criado o meu espaço de protesto, tenho dado forma à voz do sexo que no fundo poderia ser a voz de tudo o que nos preocupa. Esforço-me por exorcizar os meus demónios nesta tentativa débil de criação, e de resistência.
João Paulo Cotrim h | Artes, Letras e IdeiasGeometrias variáveis [dropcap style=’circle’] F [/dropcap] acebook, Lisboa, 10 Março O uso das fotos de perfil no livro das caras merecia umas horas de reflexão mais ou menos divertida. A mim interessa-me o gozo de compor suposta identidade da forma mais disparatada, comentando, representando, homenageando, espelhando, jogando, revelando, escondendo. Tenho repetido amiúde leões e agora volto a chamar Peyroteo ao rosto. Faria cem se fosse vivo, o jogador recordista de golos que gostava de ópera, coisa só assinalável nesta época de tão rica carestia (tanta oferta, tão pouco desejo). O Peyroteo continua a jogar comigo em conversas sem conta, tanto que gostava de lhe publicar biografia a sério, assim à maneira de Ruy Castro. Chamaram-lhe stradivarius, por ser o mais letal dos Cinco Violinos. Que instrumento gostaria de ser se fosse grande? Horta Seca, Lisboa, 10 Março Felinos escondem-se no verde da paisagem, em belo desenho da Inês Machado, logo na primeira página. Mais adiante a banda desenhada e mais desenhos, além de poema e texto solto. «Abyssal», revista de edição limitada e impressa em risografia, será o resultado mais duradoiro da primeira Festa Abyssal, uma mini-feira que queremos periódica, e neste querer incluem-se as vontades do Gonçalo [Duarte] e do Xavier [Almeida]. Além editores e/ou autores de projectos afins, como a Triciclo, a mostrarem os seus trabalhos de ourivesaria gráfica, teremos exposição convidada, no caso foi o Bruno Borges, com as suas massas dançantes, concertos e o mais que nos aprouver. Por exemplo, cerveja, numa proposta da Trevo, do João [Brazão] que alegrou a tarde chuvosa. «Abyssal» deu que ver, dá para ler e pode-se beber. Dura apenas um dia de cada vez. Musicbox, Lisboa, 10 Março Ainda não tinha tido oportunidade de ouver Beat Hotel, o projecto do André [Gago] em torno da poesia da Beat Generation. O trocadilho justifica-se pelo lado performativo do concerto, com a imagem a somar-se à voz e aos outros instrumentos, navegando ondas alterosas de rock, o propriamente dito, além do progressivo e do sinfónico, mas ainda de blues e jazz. Os poemas de Kerouac, Corso, Ginsberg, Ferlinghetti e Burroughs chegam quase a ser cantados, numa dança que me põe a pensar na geometria variável que a poesia dita vai desenhando. Onde começa a canção? Muita riqueza anda a acontecer por aqui. E pensar rima com dançar. Jorge, Lisboa, 16 Março Ao contrário do que planeara, consegui apenas, e a muito custo, ir à sessão de competição das curtas portuguesas da Monstra, sinal maior da vontade do [Fernando] Galrito em nos pôr a ver animação. A qualidade do trabalho nacional não é nova para mim e este lote, sobretudo na variedade, comprova-o. A surpresa deu-se nos temas: a solidão e o trabalho infantil, a doença nas crianças, a agorafobia, a desertificação ou a crise económica foram alguns dos assuntos abordados, com mais ou menos densidade, com mais ou menos humor. O premiado «A Sonolenta», da Marta Monteiro, e a menção honrosa, «Água Mole», de Laura Gonçalves e Xá, são excelentes exemplos. Um conto de Tchekhov serviu para a Marta desenvolver uma narrativa encantatória e sensível sobre vidas condenadas desde cedo ao trabalho. O final não é feliz. «Água Mole» parte do real, as vozes, para contar da resistência ao esquecimento do nosso interior. Um careto tornado personagem acendeu-me uma esperança, a de que somos ainda capazes de revisitar a nossa tradição. Ainda me emocionei com o «Surpresa», do Paulo Patrício, também ele partindo de uma voz real para desenvolver fantasia gráfica sobre doença, hospitais e afecto. Noto agora que os sons foram presença forte, muito por causa de «Das Gavetas Nascem Sons», de Vitor Hugo Rocha, que fez sonoplastia da memória. «Razão Entre Dois Volumes», da Catarina [Sobral], compõe personagem que perde uma memória, um pensamento, uma emoção. Trata-se do sr. Cheio, parceiro do sr. Vazio que não encontra nada que preenche e por isso parte em viagem. Será menos real que as outras, esta história? Horta Seca, Lisboa, 17 Março Vou vivendo vários livros ao mesmo tempo, a pensar na cadência da frase, na profundidade de uma observação, a conversar com personagens, a dialogar, em silêncio ou não, com o autor, a vislumbrar a sombra do objecto. Matuto ainda no detalhe, nas inúmeras combinações a convocar para que se torne material um espírito volátil suscitado pelas letras. Depois, a urgência obriga-me a mergulhar como âncora em um apenas, aquele e não outro. Nos últimos dias foi «Poetas Portugueses de Agora», da Lisbon Poetry Orchestra. Primeiro foi a música do Tiago Inuit, Luís Bastos e Filipe Valentim, capitaneada pelo Alex Cortez a partir de busca da voz dos poetas, Cláudia R. Sampaio, Daniel Jonas, Filipa Leal, Paulo José Miranda e Valério Romão. Seguiu-se a harmonização das vozes deles com a dos diseurs, Paula Cortes, Nuno Miguel Guedes, André Gago e Miguel Borges. Muitas afinações depois, o papel começava a ser horizonte desenhado pelo Daniel Moreira, através de aproximações esboçadas em objectos e seres fragilizados pelo lápis, fragmentos de natureza, minerais e madeira, paisagens melancólicas, céus e paredes com sujidades, correcções a branco (exemplo algures na página). O livro chegou ontem, também ele concebido pelo Daniel como caderno de campo, diário de viagem, com páginas em branco para serem desenhadas pelos leitores a partir da experiência dos inúmeros concertos anunciados, ou do cd com vozes e música ou das palavras ou do silêncio. Hoje celebramos a exposição, não apenas de desenhos, mas da ideia que os sustentam, móveis que permitem aos que queiram sentar-se, ouvir, ler, desenhar. Uma janela apenas abre para outras linguagens, uma caixa com vista para a oficina do artista. , «Caderno de um Mundo Inacabado», assim se chama. O Daniel interpretou bem a força que se solta desta fragilidade, a palavra como ferida no joelho nascida do tropeção durante a corrida. Desenhou sobre o abysmo uma montanha que se pode tocar, subir com os dedos. Horta Seca, Lisboa, 18 Março O Ricardo [J. Rodrigues] que há muito me desafiara, resolveu em semana de aniversário extrair-me «lições de vida», coluna da Notícias Magazine hoje publicada. Perturba sempre qualquer coisa encarar a nossa imagem reflectida no olhar dos outros. A banda desenhada fez-se segunda pele da qual não mais me livrarei. Não me incomoda e atrevo-me a achar que percebo. O ziguezague do meu percurso não permite grandes conclusões, a não ser esta em me encontro e à qual cheguei para desbloquear crise da meia-idade: o editor no olho do furacão, ponto impróprio da geometria descritiva, que faz convergir no infinito os paralelos do aqui e agora.
Hoje Macau SociedadeComputador é menos usado pelas famílias de Macau [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] “Inquérito à Utilização da Tecnologia Informática dos Agregados Familiares” relativo ao ano passado revela que 145.100 famílias utilizam o computador, o que representa 75,8 por cento do total dos agregados familiares, uma quebra de 2,1 por cento face a 2016. De acordo com o comunicado ontem divulgado pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), esta descida deve-se a um maior acesso a “aplicações noutros equipamentos, nomeadamente, nos telemóveis”. “A taxa de penetração de computador entre os indivíduos com idade igual ou superior a 3 anos correspondeu a 52,8 por cento, menos 1,7 pontos percentuais”, aponta o mesmo comunicado. Em relação ao consumo de Internet, um total de 168.800 agregados familiares navegaram online, o que representa 88,1 por cento, ou seja, mais 1200 famílias em relação a 2016. Um total de 513.600 pessoas com idade igual ou superior a três anos utilizaram a internet, um aumento de 2,7 por cento face a 2016. “Destaca-se que as taxas de penetração de internet dos indivíduos com idade entre os 35 e os 44 anos, bem como entre os 25 e os 34 anos foram de 97,6 por cento e 97,4 por cento, respectivamente, tendo subido 1,3 e 0,3 pontos percentuais, respectivamente, em termos anuais.” Quanto às finalidades de utilização da internet, a maioria dos utilizadores de internet usou-a para “comunicação” (93,7 por cento) e “entretenimento on-line” (81,4 por cento), mais 2,2 e 4,8 pontos percentuais, respectivamente, face a 2016. Além disso, 53,2 por cento utilizaram a internet para a “pesquisa de informação”, menos 8,1 pontos percentuais, em termos anuais. Registou-se que 87.900 utilizadores de internet fizeram “compras on-line”, mais 16,0 por cento, em termos anuais. No que diz respeito ao uso de telemóvel, houve uma ligeira diminuição de 0,1 por cento face a 2016. Já a “proporção de utilizadores de internet que usaram telemóvel para aceder à internet (91,5 por cento) caiu 0,4 pontos percentuais, em termos anuais”.
Hoje Macau China / ÁsiaAPN | Aprovada lei que estenderá práticas anticorrupção à função pública [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] órgão máximo legislativo chinês aprovou ontem a Lei de Supervisão, que aplicará na função pública as práticas anticorrupção do Partido Comunista. Uma medida que tem sido criticada por organizações de defesa dos direitos humanos A lei foi aprovada pela quase totalidade dos cerca de 3000 delegados da Assembleia Popular Nacional, no Grande Palácio do Povo, em Pequim. A aprovação mune com legislação a recém-criada Comissão Nacional de Supervisão, poderoso organismo de combate à corrupção com estatuto superior ao dos ministérios encarregue de monitorar mais de 200 milhões de funcionários públicos. A Comissão, incluída na Constituição chinesa desde 11 de Março, e que analistas comparam a um poder equivalente ao do Executivo, legislativo ou judicial, será dirigida por Yang Xiaodu, até agora o “número dois” da campanha anticorrupção no seio do Partido Comunista Chinês (PCC). A nova lei prevê a criação de subcomissões a nível provincial, local e municipal, e a fusão de organismos anticorrupção do Estado e do Partido. Organizações de defesa dos direitos humanos, como a Amnistia Internacional (AI), temem que com a nova lei se inicie um período de maior repressão estatal, ao estenderem-se as práticas anticorrupção do PCC, que incluem torturas, isolamento dos suspeitos ou detenções até seis meses sem julgamento. Vigiar e punir “A lei abre uma nova era na qual se abandona qualquer ambição em ter qualquer tipo de limite no exercício do poder estatal”, afirma o diretor da AI para a Ásia Oriental, Nicolas Bequelin. A campanha anticorrução lançada há cinco anos pelo Presidente chinês, Xi Jinping, puniu já mais de um milhão e meio de membros do PCC e investigou 440 altos quadros do regime. Entre os altos funcionários investigados, 43 faziam parte do Comité Central do PCC – os 200 membros mais poderosos da China. Críticos apontam que a campanha anticorrupção de Xi serviu para afastar rivais políticos, promovidos por outros grupos internos do PCC. Destaque: A aprovação mune com legislação a recém-criada Comissão Nacional de Supervisão, poderoso organismo de combate à corrupção com estatuto superior ao dos ministérios encarregue de monitorar mais de 200 milhões de funcionários públicos.
Diana do Mar SociedadeVogais de associações têm direito a aceder a informações sobre apoios financeiros O Tribunal de Segunda Instância (TSI) deu razão a um vogal da direcção de uma associação que pediu dados sobre os apoios financeiros que lhe foram concedidos pelo Instituto de Acção Social (IAS). O acórdão do tribunal defende que o vogal tem o legítimo direito a aceder a todas as informações fundamentais da associação a que pertence [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Tribunal de Segunda Instância (TSI) decidiu a favor de um vogal da direcção de uma pessoa colectiva de utilidade pública administrativa que solicitou ao IAS informações sobre os apoios financeiros, concedidos desde 1999, ao centro de convívio da associação. Depois de ter esperado sensivelmente um mês por uma resposta, que nunca chegou, decidiu intentar uma acção sobre a prestação de informação, consulta de processo ou passagem de certidão junto do Tribunal Administrativo que indeferiu o pedido. Essa decisão foi revertida agora pela decisão do TSI. O Tribunal Administrativo indeferiu o pedido sob o fundamento de que “não tinha poder de representação”, e que “os apoios eram concedidos à associação e não ao próprio”. A decisão da primeira instância argumentou ainda que o recorrente “não apresentou documentos que demonstrassem que tivesse interesse próprio comprovado, sério e útil na obtenção das informações em causa”, e que o IAS publica, “legal e periodicamente, as informações sobre os apoios no Boletim Oficial”. Inconformado com a decisão, recorreu para o TSI, alegando que, como vogal da direcção, “era responsável pela gestão dos assuntos quotidianos da associação” e que tinha, por conseguinte, legitimidade para obter as respectivas informações financeiras “para efeitos de confrontação”. Por outro lado, na eventualidade de serem detectados problemas no uso de fundos públicos – segundo argumentou – tal afectaria não apenas o interesse da própria associação, mas também o interesse público. Direito a saber O TSI deu-lhe razão, considerando que “deveria usufruir do direito de acesso a todas as informações” relativas à associação à luz do Código do Procedimento Administrativo. “O recorrente tinha o direito de obter as informações fundamentais sobre o funcionamento da associação, já que só assim poderia ter o pleno conhecimento da situação do uso dos recursos públicos (…) e compreender precisamente o estado da concessão dos apoios financeiros à associação pelos serviços públicos”. Segundo o acórdão do TSI, divulgado ontem, o colectivo considerou que “o meio mais directo era obter as informações através da fonte”, pelo que “o fornecimento dessas informações gerais [publicadas em BO e que, portanto, não tinham conteúdo confidencial] consubstanciaria “uma revelação da concretização do princípio da transparência na administração pública e do princípio da transparência máxima das informações dos arquivos”. Além disso, “não causaria prejuízo ao interesse público”, sublinha o TSI. O recorrente pretendia “obter as informações sobre apoios para fiscalizar e gerir melhor o uso dos apoios pela associação”, com o objectivo de apurar como foram repartidos internamente esses recursos, de acordo com o TSI.
Hoje Macau China / ÁsiaLi Keqiang apela a Washington que aja racionalmente em disputas comerciais [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, apelou ontem a Washington que “actue racionalmente” e evite perturbar o comércio nos sectores do aço, tecnologia e outros, prometendo que Pequim se “abrirá ainda mais” às importações e investimento “Ninguém sairá vencedor de uma guerra comercial”, afirmou Li, na conferência de imprensa que encerrou a sessão anual da Assembleia Popular Nacional. Li não mencionou possíveis retaliações por parte da China caso o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, imponha mais barreiras sobre as importações oriundas do país asiático, mas outros funcionários garantiram já que Pequim está preparado para agir. O governo de Trump subiu já as importações sobre máquinas de lavar roupa e outros bens oriundos da China, para travar o que considera apoios inapropriados das autoridades chinesas a alguns sectores industriais. Trump lançou ainda uma investigação para averiguar se Pequim exige indevidamente que as empresas estrangeiras transfiram tecnologia, em troca de acesso ao mercado, o que poderá resultar em mais penalizações sobre produtos chineses. “O que esperamos é que ambos os lados ajam racionalmente, em vez de se deixarem levar pelas emoções”, afirmou Li Keqiang. “Nós não queremos uma guerra comercial”, vincou. O ministro chinês do Comércio disse este mês que a China irá “defender firmemente” os seus interesses, sem avançar com mais detalhes. Associações empresariais dizem que Pequim talvez tente atingir as exportações norte-americanas de aviões, soja e outros bens que têm na China o seu maior mercado. Questionado se Pequim considera usar os títulos de tesouro norte-americanos que detém, no valor de biliões de dólares, para exercer influência nas negociações, Li afirmou que os investimentos chineses têm como base os princípio do mercado e que “a China é um investidor responsável e a longo prazo”. Reformas lentas Li Keqiang prometeu que a China abrirá mais o seu mercado, numa altura em que as autoridades chinesas estão a encetar uma reforma do sector estatal, visando aumentar a sua produtividade. O primeiro-ministro chinês afirmou que Pequim facilitará o processo para registo de empresas e abrirá mais indústrias à competição do sector privado e de firmas estrangeiras. Em 2013, o Partido Comunista Chinês prometeu atribuir um maior papel às forças do mercado e aos empresários, que geram a maioria dos novos empregos e riqueza do país, a segunda maior economia do mundo. Mas críticos apontam que as reformas estão a decorrer muito lentamente, e dizem ter agora esperança que Xi Jinping, que ascendeu ao poder em 2012, acelere o processo, depois de ter focados os primeiros cinco anos a reforçar os seus poderes. “Se há algo que será diferente do passado, será que a China se abrirá ainda mais”, afirmou Li. Pequim planeia reduzir os impostos sobre as importações, e “isentar totalmente fármacos, sobretudo aqueles mais necessários, como os anticancerígenos”, disse. E repetiu a promessa feita no início do mês, de que abrirá “completamente o sector manufatureiro” a competidores estrangeiros. “Não existirão requisitos obrigatórios para transferência de tecnologia e os direitos de propriedade intelectual terão melhor protecção”, afirmou. Num sinal da perda de estatuto de Li Keqiang, à medida que Xi acumula poderes, o primeiro-ministro surgiu ontem na conferência de imprensa acompanhado de oito altos-funcionários recentemente promovidos, em contraste com os anos anteriores, em que surgia só. Um dos funcionários é Liu He, que tem servido como um dos principais assessores de Xi Jinping, e ascendeu esta semana a vice-primeiro-ministro encarregue da economia e finanças do país.
João Santos Filipe Manchete SociedadeRoberval Teixeira e Silva vai liderar cadeira apoiada pela UNESCO O director do Centro de Pesquisa para os Estudos Luso-Asiáticos da Universidade de Macau foi nomeado coordenador institucional da Cátedra de Políticas Linguísticas para o Multilinguismo, apoiada pela da UNESCO [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] director do Centro de Pesquisa para os Estudos Luso-Asiáticos da Universidade de Macau, Roberval Teixeira e Silva, foi nomeado coordenador institucional da disciplina Políticas Linguísticas para o Multilinguismo apoiada pela da UNESCO. O projecto em questão foi proposto pela UMAC à UNESCO e vai focar vários assuntos relacionadas com a linguística no mundo contemporâneo, assim como linguagem, cultura, sociedade, abordando a globalização, mobilidade, migrações e multilinguismo. Em declarações ao HM, o professou defendeu a importância do projecto não se ficar pelo mundo académico e ligar-se com a realidade local e dos outros países. “A Universidade de Macau organizou-se, junto com outras universidades da Ásia e de outros lugares do mundo, para constituir esta cátedra, que se foca principalmente na política linguística”, começou por dizer Roberval e Silva, ao HM. “Em conjunto fizemos a proposta de abertura da cátedra à UNESCO. Faz agora cerca de um ano que começámos a montar este projecto de cariz institucional”, acrescentou. Entre os investigadores que vão participar no projecto destacam-se também representantes do grupo de países conhecido como BRIC, nomeadamente Brasil, Rússia, Índia e China. “Vamos ter cerca de quatro anos, embora o projecto seja renovado anualmente, para desenvolver o trabalho, que é realizado em Macau. Mas vamos trabalhar em conjunto com investigadores de diferentes países como os BRICs. São países dos quais nos queremos aproximar e pensar em conjunto em vários assuntos”, afirmou. Ponte e mundo real Por outro lado, o investigador destacou o papel de Macau enquanto centro de encontro de culturas e línguas. Neste aspecto, o investigador expressou o desejo de que, além de trazer mais reconhecimento para a UMAC, o projecto aproxime as diferentes comunidades. “Esse olhar para Macau como um centro de encontro de culturas e línguas é uma visão bastante antiga. Este projecto coloca o território em contacto com universidades do mundo todo, o que é importante”, sublinhou. “Nesse sentido Macau é um espaço onde figuram muitos grupos, mas o encontro do espaço no diálogo ainda está por concretizar completamente. Há alguns grupos em maior contacto uns com os outros, mas por vezes há mais afastamento do que aproximação. Queremos ajudar as comunidades nesse sentido”, apontou. “Os grandes problemas que temos no mundo devem-se à ignorância, há muitos preconceitos, discriminação e essas são questões para as quais gostávamos de contribuir para procurar resolução”, acrescentou. Por esta razão, Roberval Teixeira e Silva alerta para a necessidade dos projectos terem de ser próximos da população e terem aplicação prática no dia-a-dia.
Andreia Sofia Silva EventosRota das Letras | Exposição retrata relação entre cidade e o rio [dropcap style=’circle’] M [/dropcap] aria José de Freitas é a curadora de uma exposição que conta pedaços da história de Macau e do o rio que rodeia o território. “Rivercities crossing borders: history and strategies” está patente no edifício do Antigo Tribunal até domingo, mas poderá deslocar-se a outros países A exposição “Rivercities crossing borders: history and strategies”, com curadoria da arquitecta Maria José de Freitas, desaguou no edifício do Antigo Tribunal. Inserida no programa deste ano do festival literário Rota das Letras, a mostra apresenta em imagens parte da relação do território com o delta do Rio das Pérolas, e está relacionada com uma palestra que decorreu a semana passada, também no âmbito do festival. Ao HM, Maria José de Freitas explicou a ideia por detrás de uma exposição que mostra a visão de fotógrafos como Carmo Correia, Gonçalo Lobo Pinheiro, António Mil-Homens e João Miguel Barros. Estão também incluídos desenhos de Guilherme Ung Vai Meng sobre os estaleiros de Lai Chi Vun, sem esquecer os esboços do plano da Baía da Praia Grande, da autoria dos arquitectos Manuel Vicente e Adalberto Tenreiro. “Estamos cá há cinco séculos e pensei que Macau poderia ser um bom ponto de partida para esta reflexão conjunta, daí ter convidado diversos artistas locais e fotógrafos para nos fazerem uma apresentação do seu trabalho. Os fotógrafos que contactei são residentes de Macau, que têm esta perspectiva muito contemporânea da relação cidade-rio e que procuram recantos onde ela ainda ocorre.” A exposição, que pode ser visitada até ao próximo Domingo, estende-se até à sala onde decorrem as palestras, revelando imagens que mostram uma panorâmica de Macau e a sua relação com a China, incluindo os novos aterros em construção. Na visão de Maria José de Freitas, tratam-se de imagens exemplares “do ponto de vista da ligação entre margens, porque tudo isto é território chinês, embora esteja sujeito a uma administração diferente”. “É interessante perceber até que ponto esta ligação entre margens se pode fazer e manter alguma diferenciação relativamente a Macau, no que diz respeito ao seu passado histórico. Como forma de intervenção, pareceu-nos interessante mostrar o trabalho que permitiu uma nova frente de desenvolvimento para a cidade”, acrescentou a arquitecta. Maria José de Freitas lamenta que um território que se foi desenvolvendo a partir da sua relação com o rio esteja hoje em dia distante dele, graças aos inúmeros tapumes espalhados pela cidade. “Há zonas em que há um divórcio, ou porque são zonas de novos aterros, ou porque estão ainda em vias de desenvolvimento, cobertas com tapumes, em que o rio é uma fronteira que nos separa da outra margem. Eu, os artistas que participam na exposição e os oradores da conferência, procuramos esbater essas fronteiras, como se esse rio pudesse transbordar e ser mais comunicativo e culturalmente mais válido e interessante.” Imagens mais além “Rivercities crossing borders: history and strategies” pode vir a cruzar fronteiras, embora a sua curadora ainda não tenha planos concretos para tal. Contudo, há um desejo de mostrar estes desenhos e imagens em países de língua portuguesa, por exemplo. “Seria interessante levar a exposição a outros locais, mas ainda estou a averiguar”, contou. “Quando lancei o tema para a mesa procurei que se realizasse a conferência e a exposição, porque elas são complementares entre si. É um primeiro passo numa situação que gostaria de desenvolver no futuro. Depois da realização da conferência, e na sequência da inauguração da exposição, tenho encontrado artistas, pessoas associadas às artes plásticas que trabalham com elementos ligados à água, e que mostraram interesse em participar em futuras conferências e exposições que se venham a realizar. Da parte dos arquitectos e urbanistas de Macau a resposta também foi positiva”, rematou Maria José de Freitas. A conferência que está ligada a esta exposição decorreu na passada Sexta-feira e teve como objectivo “analisar o papel dos rios como rotas, espaços de comunicação e diálogo, tendo como ponto de partida a cidade de Macau e outras cidades asiáticas”, explicou Maria José de Freitas à agência Lusa. Os oradores, todos provenientes de cidades costeiras, analisaram os desafios e oportunidades históricas e a projecção futura, tendo em vista o projecto do Pan-delta do rio das Pérolas, entre nove províncias da região (Fujian, Jiangxi, Hunan, Guangdong, Guangxi, Hainan, Sichuan, Guizhou, Yunnan) e as duas regiões administrativas especiais chinesas, criado em 2004. “É importante situar Macau neste contexto, que não é apenas económico, mas também cultural, e perspectivar o futuro”, disse a organizadora, destacando a intervenção de Wallace Chang Ping Hung, professor associado da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Hong Kong, sobre aquele projecto. Maria José de Freitas destacou ainda a intervenção de Xu Ying sobre a experiência da cidade de Wuhan, na província chinesa de Hubei (centro), focada na protecção do património e da sua reutilização em termos contemporâneos. “Wuhan está no delta de quatro rios e está a recuperar o património e herança de influência francesa, o que nos pode levar a reflectir sobre as zonas do porto interior e exterior de Macau”
Hoje Macau PolíticaDiscurso de Xi Jinping refere Macau governado pelas suas gentes [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Presidente chinês prometeu que Macau vai continuar a ser governado pelas suas gentes. Xi Jinping fez a habitual referência no discurso de encerramento da Assembleia Popular Nacional. Na parte em que se referiu às duas regiões administrativas especiais, o presidente da China afirmou que o Governo se vai concentrar em implementar integralmente o princípio Um País, Dois Sistemas, assim como respeitar o elevado grau de autonomia dos dois territórios. Xi Jinping prometeu igualmente uma governação que vai seguir rigorosamente a Constituição do país e a Lei Básica das RAE. No mesmo discurso, o Presidente prometeu um esforço do Governo para continuar a desenvolver o país, aumentar o consenso nacional e o patriotismo, tanto em Macau como em Hong Kong.
João Santos Filipe PolíticaDeputado dos Operários alerta para falta de profissionais [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] membro da Assembleia Legislativa Leong Sun Iok defende a criação de um plano por parte do Governo para treinar quadros qualificados para o sector da banca. De acordo com o deputado ligado à FAOM, no prazo de três a seis anos, o sector vai precisar entre 749 e 1.488 trabalhadores. O legislador teve como base para a tomada de posição um relatório da Comissão de Desenvolvimento de Talentos. “Será que a Comissão de Desenvolvimento de Talentos, em colaboração com a sociedade e instituições de ensino, pode lançar um programa para mais talentos para esta área?”, questionou o deputado dos Operários, numa interpelação escrita. Por outro lado, Leong Sun Iok fala da dificuldade sentida por vários recém-formados para entrarem no sector devido à falta de experiência profissional. Em relação a esta questão, o legislador pede que o Governo pense num programa que permita aos estudantes começarem a estagiar, enquanto estiverem ainda a frequentar o ensino superior. Finalmente, o deputado quer saber o que vai ser feito no sentido de serem as próprias instituições bancárias a garantirem uma melhor qualificação dos seus profissionais. No documento enviado à Assembleia Legislativa, Leong Sun Iok recorda também que o sector financeiro faz parte das apostas do Plano Quinquenal do Governo, mas que sem profissionais suficientes e qualificados não vai haver crescimento. Para o deputado do universo dos Operários, este poderia ser um sector chave para a diversificação da economia local.
Diana do Mar Manchete PolíticaVitalino Canas diz que AR não tem competências para fiscalizar Declaração Conjunta O deputado português Vitalino Canas defende que a Assembleia da República (AR) não tem competências para fiscalizar a aplicação da Declaração Conjunta. Já a ausência de posições públicas do Governo resulta, a seu ver, de diferenças no “estilo de diplomacia” e na forma como Lisboa se relaciona com Pequim [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Reino Unido pronuncia-se com frequência sobre Hong Kong, ao contrário do que faz Portugal relativamente a Macau. Mas tal não significa que Lisboa não acompanhe as obrigações constantes da Declaração Conjunta, firmada há três décadas entre Portugal e China. A opinião é defendida por Vitalino Canas, deputado do Partido Socialista (PS) à Assembleia da República, para quem a postura de Portugal talvez seja apenas mais discreta. Apesar de acompanhar “a situação política” de Macau, onde exerceu funções políticas antes de 1999, Vitalino Canas preferiu ser “reservado” relativamente a “um assunto de política interna”. Neste sentido, absteve-se de comentar casos concretos passíveis de beliscar princípios como “um país, dois sistemas”, como o cancelamento da vinda de três escritores ao Festival Literário de Macau – Rota das Letras, após indicação oficiosa por parte do Gabinete de Ligação de que a sua entrada no território não estava garantida. Em termos gerais, sobre a postura de Lisboa relativamente a Macau, por oposição à de Londres face a Hong Kong, Vitalino Canas observou que “Portugal sempre se relacionou com a China de uma forma mais discreta” e que “talvez seja uma atitude menos visível do que a que o Reino Unido sempre teve”. “Talvez seja menos exposta ou talvez se utilizem canais diferentes”, continuou o constitucionalista. “Não se sabe o que é que, no romance dos gabinetes, o Governo tem dito à China em relação a Macau. Se calhar não se vai saber, porque talvez seja o tipo de informações que normalmente não são divulgadas”, argumentou. “Acredito que através do Consulado e do MNE que o diálogo necessário com a China está a ser feito”, comentou Vitalino Canas, em Macau para participar de um seminário do Instituto de Estudos Europeus (IEEM). Em paralelo, Portugal tem um “estilo de diplomacia” diferente dos outros, anotou Vitalino Canas, observando que, por vezes, o país é criticado, em termos gerais, por ter “uma atitude relativamente tolerante ou macia”. Rui Tavares, ex-deputado à AR, também em Macau, desta feita para participar do Rota das Letras, entende que Portugal deveria ter uma posição “mais activa” relativamente às suas obrigações, mas admite que tal pode ser feito de uma forma discreta. No entanto, é mais assertivo relativamente ao papel da AR, lamentando que “não haja um acompanhamento regular da situação de Macau, com uma comissão parlamentar que reúna regularmente e produza relatórios” – à semelhança do que faz o parlamento britânico relativamente a Hong Kong. “A AR tem a obrigação de agir de uma forma mais política e pública”, sustentou em entrevista ao HM. Vitalino Canas discorda: “A questão do acompanhamento por parte da AR da forma como o acordo [Declaração Conjunta] está a ser aplicado não é da competência da AR”. De acordo com o deputado, o Parlamento português “não tem competência para fiscalizar a forma como terceiros Estados cumprem as obrigações internacionais a que se vincularam com o Estado português. Compreendo a ideia e, eventualmente, é uma ideia a discutir, mas vejo algumas dificuldades”, observou. “Nunca tivemos – que eu saiba – nenhum grupo dedicado especificamente a acompanhar a execução de um tratado internacional”. Embora seja um acordo “muito importante”, “não há tradição na AR e não me parece que caia nas suas competências”, frisou.
João Santos Filipe Manchete PolíticaCríticas de Ho Iat Seng a secretários envoltas em mistério Em Pequim, o presidente da Assembleia Legislativa está a assumir uma postura diferente da que normalmente tem em Macau. Porém, tanto José Pereira Coutinho como os comentadores políticos Larry So e Eilo Yu recusam ver nas críticas aos secretários uma forte evidência da candidatura ao cargo de Chefe do Executivo [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] presidente da Assembleia Legislativa criticou os secretários do Governo por considerar que os encontros promovidos com governantes do Continente nesta altura do ano, durante a realização da Assembleia Popular Nacional, dificilmente vão gerar resultados. Ho Iat Seng pediu também maior preparação aos governantes locais, no sentido de terem maior familiarização com o sistema do Continente e não fazerem os ministros da República Popular da China perderem tempo. As declarações, feitas na Segunda-feira em Pequim, surgem depois do presidente da AL ter voltado atrás e admitido não saber se vai ser candidato a Chefe do Executivo em 2019. Anteriormente, a possibilidade tinha sido sempre negada. Ouvidos pelos HM, o deputado José Pereira Coutinho e os académicos e comentadores políticos Eilo Yu e Larry So consideram que as críticas são essencialmente um aviso para os membros do Governo, mas que não pode ser vistas como uma prova da candidatura. “Há três anos que já tinha dito que Ho Iat Seng seria o futuro Chefe do Executivo e quase ninguém acreditou em mim”, começou por dizer José Pereira Coutinho, ao HM. “No entanto, entendo estas críticas como um aviso à navegação, que não devem ser consideradas como nada de especial”, acrescentou. Por sua vez, Larry So entende que as críticas revelamo um desejo genuíno de Ho Iat Seng em ver os membros do Governo melhorarem o seu desempenho e contribuírem de forma mais positiva para a política local. “Nesta altura há muita especulação em relação à sua candidatura a Chefe do Executivo. Mas não me parece que estas declarações sejam suficientes para inferir que vai concorrer ao posto. São necessárias mais provas”, afirmou Larry So. “Ele quer que o Governo melhore o seu desempenho porque muitas vezes é difícil não considerar que os encontros com os governantes do Interior da China ou de outros locais, como da Europa, não vão além dos cortes de fitas, jantares, com resultados muito limitados. Parece sempre que falta uma agenda para discutir assuntos concretos”, apontou. Mudança de comportamento Já Eilo Yu destaca a mudança de comportamento de Ho Iat Seng em Pequim, durante a Assembleia Popular Nacional. O académico sublinha que Ho está a falar muito mais do que é normal e a assumir uma postura que não lhe é tão conhecida em Macau. “Ele tem tido uma postura muito diferente em Pequim da que costuma ter em Macau. Tem falado mais. Por isso, reconheço que é difícil separar as declarações de possíveis aspirações a ocupar cargos no Governo de Macau, ou mesmo no Governo Central, a longo prazo”, considerou. “Mas acho que não nos devemos focar muito no conteúdo das declarações. O importante é o contexto. Quais são a razões para ele agora querer falar desta maneira? Qual a decisão por trás desta posição?”, questionou. Porém, recusou a ideia de uma ligação directa entre as declarações e a corrida ao cargo de CE: “Não podemos excluir que ele pode ser um dos candidatos à posição de Chefe do Executivo, mas não me parece que o conteúdo e as críticas sejam indicativas dessa intenção”, apontou. Descontentamento No que José Pereira Coutinho e Larry So não têm dúvidas é que as palavras de Ho Iat Seng vão gerar descontentamento entre os secretários. À excepção de Sónia Chan, secretária para a Administração e Justiça, todos participaram em encontros com governantes do Continente nas últimas duas semanas. No entanto, apenas o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, esteve num encontro que não foi liderado pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On. “Os secretários têm o direito de não gostar do uso de competências de um presidente da Assembleia Legislativa. Mas eu considero que ele tem toda a legitimidade para agir desta maneira”, referiu José Pereira Coutinho. “Parece-me evidente que os secretários não vão ficar felizes com as palavras dele [Ho Iat Seng], mas oficialmente também não vão emitir nenhuma resposta”, constatou Larry So. Alexis Tam: Convites vieram do Governo Central O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, esclareceu que as visitas dos responsáveis de Macau ao governantes do Continente só foram realizadas na sequência de convites do Interior da China. O secretário visitou o Ministério da Cultura chinês no início do mês. De acordo com Alexis Tam, a visita serviu para aprofundar os conhecimentos, especialmente na área das relíquias culturais. Segundo o secretário, a situação foi igualmente utilizada para definir o envio do primeiro estagiário de Macau ao Museu Palácio de Pequim, onde vai aprender técnica de preservação de relíquias. O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura respondeu assim a Ho Iat Seng, que tinha considerado as visitas do governantes locais aos responsáveis do Interior da China como inúteis.
Andreia Sofia Silva China / Ásia MancheteMercado de arte: China é número dois a nível mundial e lidera na Ásia O relatório “UBS Global Art Market”, divulgado pela organização da Art Basel de Hong Kong, aponta para um crescimento de 12 por cento nas vendas de arte em todo o mundo, contrariando uma tendência negativa que se vinha registando há dois anos. A China é o segundo maior mercado mundial, mas de acordo com Margarida Saraiva, curadora do Museu de Arte de Macau, nem assim o território tira vantagens: há poucos dealers e nenhuma galeria financeiramente sustentável [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] aparecimento de uma nova vaga de milionários e bilionários na China nos últimos anos fez com que o país tenha começado a dominar o mercado de arte a nível mundial. De acordo com o mais recente relatório divulgado pela organização da feira Art Basel de Hong Kong, intitulado “UBS Global Art Market Report”, a China é o segundo maior mercado de arte do mundo, com 21 por cento de vendas, enquanto que os Estados Unidos continuam a liderar. O continente ultrapassou mesmo o Reino Unido, que registou apenas 20 por cento das vendas. Sem surpresas, a China foi o país com mais vendas na Ásia. O relatório elaborado pela economista Clare McAndrew, especialista na área cultural, revela também que o mercado de arte global contrariou uma tendência de quebra que se vinha verificando nos últimos anos, ao ter sido registado um aumento global de vendas na ordem dos 12 por cento face a 2016. O ano passado o sector deu trabalho a três milhões de pessoas em todo o mundo, com a operacionalização de 310 mil negócios com transacções comerciais na ordem dos 19.6 biliões de dólares. Margarida Saraiva, fundadora da plataforma cultural BABEL e curadora do Museu de Arte de Macau (MAM), refere que o novo posicionamento da China neste mercado “é notável”, mas “não surpreendente, porque é uma extensão do desenvolvimento económico geral”. Países asiáticos como o Japão, Coreia do Sul, Índia e Indonésia representaram, em conjunto, 23 por cento do mercado, o que revela o verdadeiro sucesso da China neste sector. Os números da China e da Ásia mostram “uma forte dinâmica de riqueza e de mercado, o que sugere que esta fatia de mercado pode vir a aumentar no futuro”. O relatório aponta ainda para um enorme crescimento das vendas de arte online, que representam hoje em dia oito por cento do valor total de vendas, atingindo os 5.4 biliões de dólares americanos. Um aumento de dez por cento por ano e de 72 por cento nos últimos anos. Para Margarida Saraiva, “este facto é absolutamente extraordinário” e mostra que houve um “aumento muito significativo de coleccionadores à escala global”. “Não se trata aqui de grandes coleccionadores, museus, galerias, mas novos coleccionadores que apresentam também comportamentos novos, capazes de prescindir de um contacto directo com a obra de arte, antes da sua aquisição”, apontou ainda. O documento indica ainda a grande representatividade das vendas a cargo dos “dealers”, ou negociantes de arte, que constituíram 53 por cento do valor de mercado, um aumento de quatro por cento. Estas vendas representaram, em 2017, um total de 33.7 biliões de dólares. Já os leilões representaram apenas 47 por cento das vendas em todo o mundo. De acordo com Margarida Saraiva, “esta alteração inverte uma tradição muito antiga, segundo a qual as vendas em leilões eram normalmente superiores”. Mesmo com a existência do mercado da Internet, as feiras de arte “continuam a ser uma parte central do mercado global de arte”, refere o relatório, uma vez que as vendas agregadas se cifraram nos 15.5 biliões de dólares o ano passado, mais 17 por cento. As feiras contaram com a participação de 46 por cento dos negociantes de arte a nível mundial, cujo custo de participação também aumentou 15 por cento em relação a 2016. Macau sem benefícios Apesar de ser uma região administrativa especial chinesa, Macau, é um pequeno território em termos de mercado de arte, onde não existem leilões, os coleccionadores são raros e não existem galerias de arte financeiramente auto-sustentáveis sem o apoio de subsídios do Governo. Para Margarida Saraiva, é difícil que o território venha a tirar partido deste posicionamento da China no mercado global de arte, porque é um posicionamento “que tem a ver com as vendas”. “Quem é que em Macau poderá beneficiar deste novo posicionamento da China? Naturalmente, os ‘dealers’ que se dedicam à venda de obras de arte podem beneficiar, porque havendo mais potenciais compradores, haverá mais hipóteses de venda. Mas quais são? Que eu conheça não passam de uma dezena.” Além disso, “não há registo de galerias bem sucedidas ou sequer sustentáveis. Depois é preciso ver o que é que se compra na China para ajustar a oferta. Não vejo, nenhuma razão em particular que possa levar os compradores a virem comprar em Macau”, apontou ao HM. Margarida Saraiva refere que, para colmatar esta situação, é fundamental fazer “um trabalho mais de fundo e sério, através da realização de exposições que possam participar dos principais debates contemporâneos e por essa via atrair jornalistas, especialistas, curadores, críticos e coleccionadores”. No que diz respeito aos artistas locais, estes devem “encontrar dealers em Hong Kong, em Xangai, em Pequim, participar em feiras, expor e ainda procurar fazer uso nas grandes plataformas de venda online, capaz de lhes abrir um mercado em todo o mundo”. Só assim poderão beneficiar do posicionamento da China no que diz respeito às vendas, descreve Margarida Saraiva. Nesse sentido, a curadora do MAM deposita algumas esperanças na primeira edição da Macau Photo Fair, que inaugura já esta sexta-feira no Venetian, e que se dedica exclusivamente ao mundo da fotografia. “No essencial, parece-me reunir mais condições para desenvolver um trabalho interessante do que a feira que se tentou fazer há uns anos. Primeiro porque encontrou um nicho, que a distingue da Art Basel, ao escolher dedicar-se apenas à fotografia, vídeo e novos media. Depois porque estabeleceu o seu calendário por forma a beneficiar do público da Art Basel, tendo garantido a presença de alguma importantes galerias internacionais.” Arte online: os riscos Como mostra o relatório divulgado pelos organizadores da Art Basel, a venda de arte online é cada vez mais uma tendência e pode passar, a título de exemplo, pelo download pago de fotografias. Margarida Saraiva destaca ainda a possibilidade de se realizarem bases de dados sobre as preferências dos coleccionadores. “A novas grandes plataformas de venda de obras de arte online oferecem aos consumidores opções como fazer o upload da fotografia da sua sala de estar, do seu escritório, e testar diferentes obras colocadas virtualmente nesse espaço, oferecendo simultaneamente consultoria artística e de decoração de interiores, como serviços complementares personalizados. Além disso, registam os interesses dos coleccionadores, através de cada clique que se faz no site, desenvolvendo bases de dados sobre cada indivíduo que permitem campanhas de marketing altamente dirigidas para os gostos e preferências do potencial comprador.” Apesar de estarmos perante uma “verdadeira democratização do mercado da arte”, Margarida Saraiva alerta para a banalização da mesma com as vendas online. “O risco para a arte é ver-se transformada em objecto decorativo ou em bibelô”, frisou a curadora, lembrando que “esta abordagem permite um aumento muito significativo dos coleccionadores e pode favorecer os artistas menos bem sucedidos nos círculos mais académicos ou nos museus. Algo que, em geral, traz outras preocupações em relação à arte e as práticas artísticas, favorecendo um entendimento segundo o qual uma obra de arte expande os horizontes de um certo tempo, o que não é compatível com as intenções do mercado ou dos coleccionadores menos informados”. Falar de mercado de arte é também sinónimo de falar de milionários. Em 2017 um total de 35 por cento de milionários em todo o mundo “eram coleccionadores de arte activos”, sendo que, a nível global, as suas fortunas não pararam de crescer. O preço médio comum para a compra de obras de arte foi, no mínimo, de cinco mil dólares (de acordo com 79 por cento dos inquiridos), sendo que 93 por cento diz ter adquirido obras com um valor abaixo dos 50 mil dólares. Menos de um por cento dos compradores admitiu ter gasto mais de um milhão de dólares em obras de arte. Cerca de 86 por cento afirmou nunca ter vendido uma peça de arte da sua colecção particular, sendo que 32 por cento, comprou obras de arte como forma de investimento.
Hoje Macau EventosPianista Maria João Pires cria Fundação Partitura para “orientar e educar” músicos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] pianista Maria João Pires criou a Fundação Partitura, através da qual pretende “orientar e educar” músicos jovens, dando-lhes a oportunidade de partilharem palco com artistas experientes, foi ontem anunciado. “A sua ambição é orientar e educar intensamente um grupo em constante evolução de músicos jovens, e excecionalmente talentosos, e facilitar a sua evolução para uma atividade saudável de concertos, oferecendo-lhes a oportunidade de se juntarem em palco a alguns artistas experientes que desejem transmitir o seu ofício e ideais”, lê-se num comunicado sobre a Fundação Partitura, divulgado hoje pela agência internacional Askonas Holt, que representa a artista. A conclusão de que “a obsessão contemporânea com as ‘superestrelas’ criadas pelo marketing tornou a música um ideal difícil de viver” inspirou a pianista a criar a fundação. A “esperança” da Partitura, “tão humilde quanto ambiciosa, é ser um refúgio seguro para a arte como manifestação universal do espírito humano, desligada de objetivos económicos ou egoístas”. A fundação terá um ‘Laboratório’, que inclui a “descoberta de talentos musicais”, através de concertos em várias cidades pelo mundo com oficinas e “sessões mensais”, com Maria João Pires e os restantes membros da Partitura a reunirem-se durante três ou quatro dias para trocarem ideias. A fundação propõe a realização de “concertos partilhados, nos quais músicos consagrados e jovens se unem em palco”, dando assim a oportunidade aos mais novos “de se mostrarem a públicos que não os conhecem”. Além disso, a Partitura “deseja investir tempo e energia consideráveis em gravações” e Maria João Pires e outros membros “irão assumir a direção artística dos discos a solo de jovens músicos”. A Partitura decidiu também criar o Projeto Equinox [Equinócio, em português], dedicado à “criação e desenvolvimento de coros infantis”. “[O Projeto] recruta principalmente entre crianças que tiveram um inicio de vida difícil por causa do sítio onde vivem (devastado por pobreza generaliza ou conflitos, ou ambos) e/ou por histórias pessoais particulares”, lê-se no documento hoje divulgado. O Equinox “tenta instituir a criação musical em ambientes onde as condições não são diretamente favoráveis ao desenvolvimento natural desta prática”. Em dezembro, a agência internacional de Maria João Pires confirmou à agência Lusa que a pianista deixaria de realizar digressões, mantendo apenas alguns concertos em agenda, ao longo deste ano. Ao longo de mais de seis décadas de carreira, Maria João Pires foi reconhecida pela crítica internacional como uma das principais intérpretes de Mozart e Schumann, tendo as suas gravações do compositor austríaco, nomeadamente a integral das Sonatas para piano, assim como as suas interpretações do compositor alemão, editadas por discográficas como a Denon, Erato e Deutsche Grammophon, chegado ao primeiro lugar de escolhas de publicações internacionais como a Diapason, Gramophone e Clássica, além dos chamados “Guias Penguin”. Esta não foi a primeira vez que a pianista, natural de Lisboa, anunciou uma retirada das salas de concerto. Em 2010, numa entrevista ao jornal britânico Evening Standard, declarou que “gostaria de se poder retirar”. “Já toquei muito. Toquei durante 60 anos, e acho que é demais”. Um ano mais tarde, numa entrevista ao diário espanhol El País, a pianista afirmou que se sentia cansada e que tinha acordado com a sua agência internacional deixar os palcos em 2014, quando completasse 70 anos. Todavia, tal não veio a acontecer. Maria João Pires voltou aos palcos e aos estúdios de gravação. Em 2015, ganhou o Prémio Gramophone, pela gravação dos concertos n.º 3 e n.º 4, para piano e orquestra, de Beethoven, com a qual se estreou na discográfica Onyx, com a qual assinou em 2014, quando deixou a Deutsche Grammophon. Maria João Pires nasceu em Lisboa, a 23 de julho de 1944. É a mais internacional e reputada das pianistas portuguesas, com um percurso artístico que remonta a finais dos anos 1940, quando se apresentou pela primeira vez em público, aos quatro anos. Em 2010, obteve a nacionalidade brasileira.
Hoje Macau InternacionalONU faz apelo para pôr fim a “situação catastrófica” em Ghouta oriental e Afrine [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] ONU lançou ontem um apelo urgente para “pôr fim à situação catastrófica de dezenas de milhares de pessoas em Ghouta oriental e Afrine”, nos arredores de Damasco, a capital, e a noroeste da Síria, respetivamente. “Depois de ver em primeira mão as condições das pessoas da Ghouta oriental e Afrine, que estão cansadas, famintas, traumatizadas e temerosas, necessitamos de lhes proporcionar ajuda urgente”, referiu, em comunicado, Ali al Zaatari, coordenador da ajuda humanitária na Síria. O responsável da ONU classificou de “angustiantes” as condições que são enfrentadas pelas pessoas. “Muitas permanecem presas pelo conflito no interior de Ghouta oriental e Afrine. Todas necessitam desesperadamente de ajuda”, defendeu. Ali al Zaatari garantiu que a ONU e os seus parceiros estão totalmente mobilizados para entregar ajuda no terreno, deixando elogios aos “esforços incansáveis” que têm desenvolvido. “Instamos os Estados-membros [das Nações Unidas] a fornecerem os necessários suprimentos e fundos”, afirmou, apelando também a todas as forças envolvidas no conflito que facilitem o acesso humanitário às pessoas necessitadas e que protejam os civis e os funcionários médicos e humanitários. Tanto Afrine como Ghouta oriental são alvo de ofensivas que causaram dezenas de milhares de pessoas deslocadas. Localizado no noroeste da Síria, Afrine, que era controlada por milícias curdas, é alvo de uma campanha militar da Turquia, que é apoiada por fações rebeldes sírias, desde 20 de janeiro. Ghouta oriental é o principal feudo da oposição fora de Damasco e sofreu uma ofensiva do Governo desde 18 de fevereiro, que começou com uma intensificação de bombardeios aéreos e de artilharia, e depois uma incursão terrestre.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Jornal do PC Chinês defende aliança com a Coreia do Norte Um jornal do Partido Comunista Chinês defendeu ontem a importância da aliança entre Pequim e Pyongyang, numa altura em que se prepara uma cimeira entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un [dropcap style≠’circle’]”M[/dropcap]anter laços amigáveis entre a China e a Coreia do Norte está em linha com os interesses de ambos os lado”, lembra o Global Times, jornal em língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC. Pequim é o principal aliado diplomático e o maior parceiro comercial do regime de Kim Jong-un. No entanto, a relação entre os dois países vizinhos, outrora descrita como sendo de “unha com carne”, tem-se deteriorado nos últimos anos, face à insistência da Coreia do Norte em avançar com um programa nuclear. A recente aproximação de Pyongyang a Seul e a Washington, com a participação norte-coreana nos Jogos Olímpicos de Inverno na Coreia do Sul, e a possibilidade de uma cimeira entre Trump e Kim, serviu para aliviar as tensões, que no ano passado atingiram níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950 a 1953). Em editorial, o Global Times lembra que seria “difícil e perigoso [para Pyongyang] lidar sozinha com Seul, Washington e Tóquio”. “O apoio da China pode reduzir em muito os riscos”, afirma. O jornal escreve ainda que a aliança com a Coreia do Norte “favorece a estratégia periférica de Pequim e cria mais espaço para a China gerir os assuntos do nordeste da Ásia”. Amizade necessária “Acreditamos ser extremamente necessário manter relações amigáveis entre a China e a Coreia do Norte e minimizar o impacto de outros países nesses laços”, acrescenta. Nos anos 1950, os dois países lutaram juntos contra os EUA. Pequim abdicou, entretanto, da ortodoxia comunista e escolheu o desenvolvimento económico como “tarefa central”. A China é hoje a segunda maior economia mundial, mas o “papel dirigente” do Partido Comunista continua a ser um “princípio cardinal” e, em teoria, o país é governado sob a égide da doutrina marxista-leninista, tornando Pyongyang no seu único aliado ideológico no nordeste asiático, onde o Japão e a Coreia do Sul mantêm uma estreita aliança com Washington. “Pyongyang tem o direito a escolher o seu próprio sistema político, sem intervenções do mundo exterior. Existem diferenças enormes entre sistemas políticos por todo o mundo. É injusto destacar e atacar a Coreia do Norte”, sublinha o Global Times.
Hoje Macau China / ÁsiaAliado de Xi Jinping ascende a vice-primeiro-ministro responsável pela economia [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]ormado na Universidade norte-americana de Harvard e defensor do mercado livre, Liu He, o novo vice-primeiro-ministro chinês encarregue da economia e finanças do país, serviu como um dos principais assessores do Presidente chinês. A Assembleia Popular Nacional confirmou ontem a ascensão de Liu a um dos postos de máxima responsabilidade no Governo da República Popular. Os outros vice-primeiros-ministros escolhidos pelo regime são Han Zheng, Sun Chunlan e Hu Chunhua. A ascensão de Liu, de 66 anos e natural de Pequim, surge numa altura em que o Partido Comunista tenta tornar o sector estatal mais produtivo, o que acarretará desafios políticos, com uma maior abertura ao sector privado e a competidores estrangeiros. Como vice-primeiro-ministro, Liu teria que responder ao primeiro-ministro Li Keqiang, cujo cargo é tradicionalmente o de responsável máximo pela política económica do país. Mas Xi retirou já muitas das competências a Li, ao auto eleger-se chefe do organismo do Partido Comunista encarregue de supervisionar as reformas económicas. Liu estava, desde 2013, encarregue do gabinete de assuntos económicos e financeiros do PCC. E desde esse ano tem servido como um dos principais assessores de Xi Jinping. Formado na universidade de Harvard, Liu integra o Politburo do PCC, que reúne os 25 membros mais poderosos do regime chinês, desde o XIX Congresso do partido, que se realizou em outubro passado. Liu ficou conhecido em Janeiro passado, após fazer um discurso no Fórum Económico Mundial, na Suíça, onde no ano anterior discursou o próprio Xi Jinping. Com a sua ascensão, Xi continua a colocar os seus principais aliados na cúpula do Governo, depois de no Sábado passado ter elevado Wang Qishan, amigo pessoal desde a juventude, a vice-presidente da China.
Hoje Macau China / ÁsiaNomeações | Executivo chinês aponta onze novos ministros [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês apontou ontem onze novos ministros, entre os quais o da Defesa e da Justiça, parte de uma remodelação do Executivo que inclui ainda novos conselheiros de Estado e vice-ministros. Wei Fenghe é o novo ministro da Defesa, substituindo Chang Wanquan. Fu Zhenghua sucede a Zhang Jun na Justiça. Wang Zhigang é o novo ministro da Ciência e Tecnologia e Liu Kun fica responsável pelas Finanças, enquanto o seu antecessor Xiao Jie ascende a conselheiro de Estado. O Ministério dos Recursos Humanos e da Segurança Social fica a cargo de Zhang Jinan, e Lu Hao ocupará o Ministério dos Recursos Naturais e E Jingping o dos Recursos Hídricos. Ma Xiaowei substitui Li Bin à frente do Ministério da Saúde. Os dois novos ministérios aprovados na semana passada, de Gestão de Emergências e Assuntos dos Veteranos, serão dirigidos por Wang Yupu e Sun Shaocheng, respetivamente. As mudanças afectam 10 dos 26 ministérios ou instituições com estatuto ministerial que compõem o Governo chinês. Os ministérios de maior importância mantêm, no entanto, os responsáveis, incluindo o dos Negócios Estrangeiros (Wang Yi), a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (He Lifeng) ou de Segurança Pública (Zhao Kezhi). As mudanças foram aprovadas pelos cerca de 3000 delegados da Assembleia Popular Nacional. A APN aprovou ainda quatro novos vice-primeiros-ministros e cinco conselheiros de Estado.
Hoje Macau China / ÁsiaShinzo Abe diz-se inocente em escândalo de favorecimento O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, garantiu ontem que nunca pediu modificações a documentos numa transacção imobiliária, respondendo num caso de alegado favorecimento a uma instituição privada que prejudicou a sua popularidade [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]uma audição no parlamento, Abe declarou que não deu instruções aos funcionários para alterarem documentos oficiais relativos à venda, com desconto, de um terreno propriedade do Estado. “Eu nunca pedi modificações”, declarou. Os registos manipulados versam sobre um acordo alcançado em 2016 para vender, a cerca de um décimo do seu valor de mercado, um terreno propriedade estatal em Psaka (oeste) à Moritomo Gakuem, uma controversa instituição ligada à área da educação que promovia ideias ultranacionalistas e que tinha ligações ao primeiro ministro nipónico, Shinzo Abe, e à sua mulher, Akie Abe. Um total de 14 documentos foram reescritos pelo ministério das Finanças após o caso ser revelado, no ano passado, e posteriormente apresentados no parlamento como prova para afastar o Executivo da polémica, indicam os resultados de uma investigação revelados na Segunda-feira. O nome de Akie Abe e o seu apoio explícito ao projecto da Moritomo Gakuem foram eliminados dos documentos originais, assim como as referências a Shinzo Abe e ao ministro das Finanças e o apoio de ambos a uma organização ultraconservadora em que o chefe da instituição também ocupava uma posição de topo. Comunhão de bens A mulher do primeiro-ministro japonês deveria ser nomeada directora honorária da escola, cujo projeto de construção foi abandonado quando o escândalo surgiu, em Fevereiro de 2017. Abe defendeu ontem que nada indica um envolvimento seu ou da sua mulher neste caso. O Primeiro-Ministro reiterou o seu pedido de desculpa e disse ter um “sentido agudo” de sua responsabilidade num escândalo que “prejudicou a confiança na administração”. O caso representa um golpe para a sua popularidade e reduz as suas hipóteses de ser reeleito para a liderança de Partido Liberal Democrata em Setembro, um passo que o tornaria o Primeiro-Ministro mais antigo do Japão. Na semana passada, mais de mil pessoas concentraram-se na Segunda-feira à noite junto à residência oficial do primeiro-ministro do Japão, pedindo a sua demissão e a do titular da pasta das Finanças. Uma nova sondagem do jornal Asahi Shimbun, que teve 905 respostas válidas, mostra uma queda de 13 pontos para uma percentagem de 31 por cento de taxa de aprovação, o valor mais baixo desde que Shinzo Abe chegou ao poder, no final de 2012.
Hoje Macau China / ÁsiaAliança | Xi Jinping felicita Putin pela reeleição e destaca relação exemplar [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, felicitou ontem o seu homólogo russo, Vladimir Putin, pela sua reeleição, saudando uma relação sino-russa no seu melhor nível histórico e exemplar para as relações internacionais, noticiou a agência Nova China. A relação entre Pequim e Moscovo “está no seu melhor nível histórico, o que constitui um exemplo para a edificação de um novo tipo de relações internacionais, fundado sobre o respeito mútuo, a equidade e a justiça”, indicou numa mensagem o Presidente chinês, que também foi reeleito no sábado por unanimidade pelo parlamento chinês. O Presidente russo, Vladimir Putin, garantiu 76,41 por cento dos votos expressos nas eleições presidenciais de domingo quando estavam escrutinados 90 por cento dos boletins, informou ontem a Comissão Eleitoral Central. Putin já ultrapassava os 45,6 milhões de votos recebidos em 2012 e quando faltavam contar 10 por cento dos sufrágios, ultrapassando assim o resultado de há seis anos, quando regressou ao Kremlin após um período de quatro anos como primeiro-ministro. Este resultado histórico, que supera o que garantiu nas presidenciais de 2004, vai permitir-lhe permanecer no poder até 2024.
Hoje Macau China / ÁsiaReunião entre da Coreia do Sul, Japão e EUA prepara cimeiras com Norte [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s responsáveis de segurança nacional da Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos reuniram-se este Domingo em São Francisco para preparar as cimeiras previstas com a Coreia do Norte, informaram ontem as autoridades de Seul. O responsável de segurança nacional sul-coreano, Chung Eui-yong, e o japonês, Shotaro Yachi, viajaram para os Estados Unidos para se encontrarem com o assessor de segurança da Casa Branca, H.R. McMaster, anunciou fonte da presidência de Seul, em comunicado. As três partes “mantiveram consultas sobre a completa desnuclearização da península coreana e sobre as cimeiras entre as duas Coreias e entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos”, adiantou a mesma fonte sobre este encontro, cuja realização não tinha sido divulgada. “Os participantes assinalaram a importância de não repetir os erros cometidos por estes países no passado e acordaram continuar a trabalhar de forma estreita durante as próximas semanas”, segundo a mesma nota. Desde a semana passada, Seul, Washington e Tóquio intensificaram os seus contactos diplomáticos para preparar as cimeiras previstas entre o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e entre este e o chefe de Estado norte-americano, Donald Trump. Chung já se tinha deslocado aos EUA no início deste mês, após ter liderado a delegação norte-americana que se deslocou à capital norte-coreana, Pyongyang, para se reunir com o líder norte-coreano, que se disponibilizou para realizar as duas cimeiras ao mais alto nível. Dois altos responsáveis de Pyongyang também viajaram nos últimos dias para a Suécia e Finlândia, movimentos também aparentemente destinados a acelerar os contactos diplomáticos, através destes países terceiros, e em particular para tratar da possível libertação dos três cidadãos norte-americanos actualmente presos na Coreia do Norte. A realizar-se, o encontro entre Trump e Kim será a primeira vez em que os líderes da Coreia do Norte e dos EUA se reúnem, após quase 70 anos de confrontação iniciados com a Guerra da Coreia (1950-1953) e de 25 anos de tensões e negociações falhadas,