Sofia Margarida Mota PolíticaEnergia | Au Kam San pede ponto de situação quanto à nova central eléctrica Au Kam San quer saber para quando vai avançar o projecto da central eléctrica a gás natural que, de acordo com o Governo, há oito meses estava em fase final de apreciação. Para o deputado, a infra-estrutura é urgente para garantir o fornecimento de energia ao território, principalmente depois das falhas verificadas com a passagem do tufão Hato [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado Au Kam San quer saber qual o ponto da situação do plano de produção de energia a gás natural que, de acordo com o Governo, está há oito meses em fase final. “Segundo a resposta das autoridades a uma interpelação minha, a 25 de Setembro do ano passado, ‘o novo plano e produção energética a gás natural encontra-se na fase final de apreciação’”, refere o deputado pró-democrata em interpelação escrita. O tribuno recorda que a iniciativa do Governo surgiu após a passagem do Hato, altura em que, devido aos efeitos do tufão, o território ficou com algumas zonas sem electricidade durante um longo período de tempo. O problema, afirma Au, está no facto de Macau depender de energia importada do continente. Entretanto, caberia à companhia de Electricidade de Macau (CEM) produzir 65 por cento da energia necessária para abastecer Macau, sendo os restantes 35 por cento assegurados através de importação. “Porém, com a entrada em funcionamento de grandes hotéis e casinos, nos últimos anos, o consumo de electricidade aumentou drasticamente, situação que se mantem há mais de dez anos”, refere. Macau tem em funcionamento três centrais de energia eléctrica, sendo que duas entraram em funcionamento nos anos 70 e 80 e estão prestes a ser inutilizadas”, explica. No que respeita à terceira, uma central a gás natural, entrou em funcionamento há mais de dez anos e esteve parada durante algum tempo devido à suspensão do fornecimento de gás natural. Com esta situação, “a CEM não consegue, de todo, cumprir os termos contratuais”, afirma. Foi a própria CEM que pediu ao Executivo a construção de uma nova central a gás natural com o objectivo de aumentar a produção local de electricidade. “Esta construção, suportada por terrenos e recursos financeiros próprios da CEM, devia ter sido acolhida com toda a vontade e atempadamente autorizada pelo Governo”, aponta o tribuno. No entanto, lamenta, o plano em causa foi sempre posto de lado pelas autoridades e só depois da passagem do Hato pelo território “é que o Governo aprendeu a lição”. Promessas passadas A passagem do Hato deu-se a 23 de Agosto do ano passado. A 25 de Setembro o Executivo afirmava em resposta a uma interpelação de Au Kam San que o projecto estaria em fase final de apreciação. Porém, desde então, não se verificou qualquer avanço. Além de querer saber o ponto da situação desta iniciativa, o deputado eleito pela via directa questiona o Executivo se esta nova central poderá, uma vez em funcionamento, satisfazer 30 por cento do consumo local de electricidade, e em situação de emergência, 50 por cento do mesmo, tal como foi prometido pelo próprio Governo. Para Au Kam San, esta informação carece de justificação visto nada se saber acerca da capacidade do projecto. Com as falhas registadas no passado devido à suspensão de fornecimento de gás, o deputado quer ainda esclarecimentos acerca da estabilidade do funcionamento do projecto em causa. “Se a nova central a gás natural entrar em funcionamento, de que planos ou medidas em concreto dispõem as autoridades para assegurar o fornecimento estável do gás natural que aquela central vai usar?”, pergunta Au Kam San.
Hoje Macau PolíticaPequim | Zhang Rong Shun nomeado subdirector do Gabinete de Ligação [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]e acordo com a página oficial do Conselho de Estado da República Popular da China, referida pelo canal chinês da Rádio Macau, Zhang Rong Shun foi nomeado como subdirector do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM, enquanto que Chen Sixi foi exonerado das funções que desempenhava nesse cargo. Há dias a publicação Macau Concelears avançou com a notícia, citando fontes não oficiais. Chen Sixi está, portanto, de saída. Numa das últimas declarações públicas que fez, em Dezembro do ano passado, Chen Sixi referiu-se ao sistema jurídico de Macau e à necessidade de “impulsionar a unificação da China”, à luz da “nova Era de socialismo chinês” saído do 19º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês. A discursar perante uma plateia de juristas e académicos, Chen Sixi fez questão de vincar o compromisso com o “cumprimento rigoroso da Constituição e Lei Básica de Hong Kong e Macau”, assim como empenho em assegurar a estabilidade das duas regiões administrativas especiais. De seguida, o vice-director do Gabinete de Ligação referiu as fortes ligações entre a lei portuguesa e a legislação local, adiantando que “depois da transferência houve um grande desenvolvimento” que implica a necessidade de “rever a lei para a adequar à nova realidade”.
Hoje Macau PolíticaVisita Chui Sai On | Cooperação com Zhongshan aposta na medicina [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Medicina Tradicional Chinesa é a principal aposta do Governo no âmbito da relação com a cidade de Zhongshan. A ideia foi reforçada por Chui Sai On que se encontra em viagem pelas cidades que constituem a Grande Baía. Ontem, Fernando Chui Sai On visitou as instalações da empresa da Zhongzhi Pharmaceutical Group Co e destacou as vantagem que Zhongshan poderá obter se recorrer às vantagens tecnológicas, científicas e às plataformas existentes na RAEM. Fizeram também parte da comitiva a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, os membros do Conselho Executivo, Cheang Chi Keong, Ho Sut Heng e Chan Chak Mo.
Sofia Margarida Mota Manchete PolíticaAL | Agências de emprego têm que estar vinculadas a Macau Na proposta de lei que irá regular as agências de emprego estará contemplado que, pelo menos, um dos responsáveis seja habilitado com licença de orientador de serviço de emprego. Além disso, os deputados sugeriram que os titulares das agências devem ser de Macau. O diploma vai ainda definir o tipo de instalações onde as empresas podem operar [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s deputados da comissão permanente da Assembleia Legislativa que estão a analisar na especialidade a proposta de lei das agências de emprego pedem ao Governo esclarecimentos quanto aos requisitos de licenciamento em Macau, nomeadamente no que respeita à sua origem. Esta foi uma das preocupações reveladas ontem pelo presidente da terceira comissão permanente, Vong Hin Fai. De acordo com o deputado, a proposta de lei sobre a actividade das agências de emprego deve ser clara. “A comissão esteve a discutir os requisitos para emissão e renovação de licenças para pessoas singulares e colectivas. É preciso saber se as pessoas singulares têm que ser residentes de Macau e se as pessoas colectivas têm que ter sede em Macau”, apontou o presidente da terceira comissão à comunicação social depois da reunião de ontem. Vong adiantou que o Governo considerou que a regulamentação dos serviços prestados pelas agências de emprego está directamente relacionada com as políticas laborais locais e, como tal, deve existir uma conexão entre as agências e o território. O Executivo vai assim “ponderar a sugestão da comissão” de modo a estabelecer esta ligação. Faz ainda parte dos requisitos para futuras emissões de licenças, a existência em cada agência de um orientador do serviço de emprego. Neste capítulo a comissão ainda tem dúvidas se este profissional tem que ser da própria agência ou se pode ser contratado externamente. No que diz respeito aos nomes das empresas, estas não podem ter nomes iguais quer dentro da mesma área de trabalho, quer relativamente a outras já existentes. Lugares específicos As futuras agências de emprego não podem ter as suas instalações em qualquer edifício no território e vão estar sujeitas a limitações. A proposta de lei admite apenas que estas entidade possam ocupar espaços destinados a uso comercial ou a escritórios. Ficam de fora edifícios industriais, hoteleiros, habitacionais ou parques de estacionamento. Outra das limitações é a impossibilidade de duas, ou mais, agências diferentes partilharem o mesmo espaço. As razões que levam a este requisito de licenciamento prendem-se com questões de interesse público, adiantou Vong Hin Fai. “A ponderação do Governo tem que ver com o interesse público das agências de emprego em que deve ser tido em conta a entrada e saída de pessoas para entrevistas que seria muito difícil de fazer sem ser em edifícios com fins comerciais ou escritórios”, explicou o presidente da comissão. Neste momento, das cerca de 150 agências de emprego que se encontram a funcionar no território, três estão em edifícios que não são adequados às suas funções. “Uma está localizada num edifício industrial e duas num edifício hoteleiro”, esclareceu o deputado. O Governo já está a negociar a relocalização da empresa que se encontra no edifício industrial. Relativamente às restantes duas, uma delas, caso não mude de instalações até o próximo dia 1, terá a sua licença de funcionamento retirada e a outra mudará de instalações. Vong Hin Fai revelou desconhecer as razões que vão levar à retirada da licença.
Hoje Macau DesportoMundial 2018 | A Rússia levou um banho de realidade. Latin America style… [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Uruguai conquistou ontem o Grupo A do Mundial2018 de futebol, ao bater a anfitriã Rússia por 3-0, num encontro, da terceira jornada, entre duas seleções que já tinham assegurado o apuramento para os oitavos de final. Luis Suárez, aos 10 minutos, Denis Cheryshev, aos 23, na própria baliza, e Edinson Cavani, aos 90, apontaram os tentos dos sul-americanos, que jogaram contra 10 desde os 36, quando Igor Smolnikov viu o cartão vermelho, por acumulação de amarelos. Já a Inglaterra qualificou-se no sábado para os oitavos de final do Mundial de futebol, com uma goleada de 6-1 ao Panamá, e arrastou consigo a Bélgica, no dia em que a Polónia ‘comprou bilhete’ de regresso a casa. Os sete golos do Inglaterra-Panamá, disputado em Nijni Novgorod, foram maior contributo para os 14 tentos do dia, um registo que não sucedia em Mundiais desde 10 de junho de 1990 num dia com um máximo de três jogos. Depois do triunfo da Bélgica sobre a Tunísia (5-2), no sábado, a vitória de Inglaterra arruma as contas no Grupo G, com ingleses e belgas no topo – ambos com seis pontos. O resultado desnivelado comprovou a diferença de qualidade das duas formações, e Harry Kane aproveitou para fazer o segundo ‘hat trick’ do torneio, depois de Cristiano Ronaldo frente à Espanha, e chegou aos cinco golos, mais um do que Ronaldo e o belga Romelu Lukaku. John Stones, por duas vezes, e Jesse Lingard acrescentaram volume à goleada que foi construída no primeiro tempo, com cinco dos seis golos nos primeiros 45 minutos, mas o tento de Felipe Baloy, aos 78 minutos, quando os panamianos já tinham encaixado seis golos, conseguiu ainda assim colocar o Panamá em festa. A nação centro-americana estreou-se na Rússia em campeonatos do mundo e o tento do médio de 37 anos, frente à campeã do mundo em 1966, foi o primeiro em Mundiais, com uma ‘onda’ de emoção a varrer as bancadas e jogadores e equipa técnica do Panamá. No Grupo H, a Colômbia venceu a Polónia por 3-0 e reentrou na rota dos oitavos no Mundial, ditando a despedida da seleção europeia após a primeira fase, muito por força do empate 2-2 entre Japão e Senegal, líderes do agrupamento. Japão e Senegal têm quatro pontos cada, e a Colômbia soma agora três, enquanto os polacos continuam a zero. A vitória dos colombianos ditou a primeira eliminação de uma equipa europeia, com os polacos a ‘fazerem as malas’ depois do jogo com o Japão, na terceira jornada. Para a Colômbia foram decisivos três antigos jogadores do FC Porto: James Rodríguez assistiu o primeiro golo, de Yerry Mina, e o terceiro, de Juan Cuadrado, enquanto Juan Quintero ofereceu o segundo a Falcao. A Polónia, que estava no primeiro pote e era a cabeça de série do grupo, abandona um Mundial pela terceira vez consecutiva na fase de grupos, depois de 2002 e 2006, sendo que nessas ocasiões também perdeu os dois primeiros jogos, chegando ao último já sem nada para disputar. Antes, num jogo equilibrado e com muitas oportunidades de parte a parte, o Senegal adiantou-se duas vezes no marcador, por Sadio Mané e Wagué, mas duas vezes o Japão recuperou. A exibição combativa e de pendor ofensivo dos nipónicos impediu os africanos de se qualificarem, com Takashi Inui em destaque, ao marcar o primeiro golo e assistir o segundo, de Honda.
Hoje Macau Desporto MancheteMundial 2018 | Empate com o Irão “oferece-nos” Uruguai nos oitavos de final Portugal não quis ou não soube desatar o nó que Queiroz teceu. Quaresma desfez a coisa como ele sabe mas depois fomos lentos… lentos… ao desespero… e ao golo do empate dos nossos adversários [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]álida exibição de Portugal face ao Irão, que resultou num empate. A selecção portuguesa qualificou-se para os oitavos de final do Mundial de 2018, marcando encontro com o Uruguai, ao empatar 1-1, na terceira jornada do Grupo B, em Saransk. Ricardo Quaresma, aos 45 minutos, ainda prometeu alguma magia, ao marcar o golo da formação das ‘quinas’ de trivela, enquanto Karim Ansarifard apontou o tento dos iranianos, aos 90+3, de grande penalidade, já depois de, aos 53, Cristiano Ronaldo ter desperdiçado um castigo máximo. O Irão termina com quatro pontos, no terceiro lugar. Depois de ido a perder para o intervalo, fez o empate em cima do minuto 90 e, pouco depois, esteve pertíssimo de marcar novamente, o que teria significado a eliminação de Portugal. Contudo, Fernando Santos afirmou: “Entrámos bem no jogo, estivemos bem, controlámos sempre o jogo, o Irão teve um ou dois lances de contra-ataque na primeira parte. A partir de uma determinada altura foi difícil jogar, houve marcação homem a homem em todo o campo, os jogadores ficaram um bocado perdidos sobre o que estava a acontecer. O William estava muito perdido.” O seleccionador explicou que “ficou perigoso, porque só havia um jogador ao meio, os outros dois jogadores não estavam a fechar. Rectificámos isso ao intervalo e entrámos a controlar, podíamos ter resolvido melhor e não o fizemos, e sofremos um golo. Estes jogos são assim, já o tinham provado com Marrocos e Espanha. O mais importante era passar e graças a Deus passámos.” Já João Mário realçou que “passámos aos oitavos de final. Agora é passo a passo, o ‘mata mata’ é diferente, vamos jogar com uma excelente seleção, mas também o somos e vamos dar o nosso melhor. Com o VAR é difícil, há muitas paragens. Estamos aqui para jogar e demos o nosso melhor, isso é o mais importante.” Nos oitavos de final, Portugal, que foi segundo do Grupo B, atrás da Espanha, que empatou 2-2 com Marrocos, e Uruguai defrontam-se no sábado, pelas 21:00 locais (19:00 em Lisboa), no Estádio Fisht, em Sochi. Espanha vence grupo B A Espanha apurou-se para os oitavos de final do Mundial2018 de futebol, ao empatar 2-2 com Marrocos, em jogo da terceira jornada do grupo B, disputado em Kaliningrado. Os marroquinos estiveram duas vezes em vantagem, por Khalid Boutaib, aos 14 minutos, e por Youssef En Nesyri, aos 81, mas a equipa espanhola soube reagir sempre e igualou nas duas vezes por Isco (19) e por Iago Aspas (90+1). Com o empate 1-1 entre Portugal e Irão, a Espanha assegurou o primeiro lugar com cinco pontos Penálti estabeleceu novo recorde Com o penálti assinalado a favor de Portugal, diante do Irão, ficou estabelecido um novo recorde de penáltis assinalados em Campeonatos do Mundo. Cristiano Ronaldo atirou para defesa de Beiranvand, mas este foi o 19º penálti do Mundial2018, superando assim os registos de 1990, 1998 e 2002. Destes dezanove penáltis, foram concretizados quinze: Cristiano Ronaldo junta-se a Messi (Argentina), Christian Cueva (Peru) e Al Muwallad (Arábia Saudita) na lista dos que desperdiçaram o pontapé da marca de onze metros.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCanidromo | IACM rejeita 650 formulários de adopção de galgos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] ANIMA recebeu ontem uma carta do presidente do IACM, José Tavares, onde se confirma a rejeição dos 650 formulários de adopção já entregues. “Sendo a adopção dos galgos referida na sua comunicação um plano que vincula directamente a Companhia de Corridas de Galgos Yat Yuen e a ANIMA, deve a vossa associação apresentar os 650 pedidos de adopção à empresa e acertar com ela as acções subsequentes a desenvolver.” Na sua página na rede social Facebook, o presidente da ANIMA, Albano Martins, frisou que hoje será tomada uma decisão sobre esta matéria, que pode passar por entregar os formulários à empresa que gere o Canídromo na presença de jornalistas. Na carta, o IACM frisa que “tem vindo a encorajar e apoiar a cooperação sincera e a comunicação directa entre a ANIMA e a empresa em causa, de modo a que levem a bom termo o plano de adopção dos galgos. Para tal, continuaremos prestar-lhes o apoio técnico necessário.” José Tavares garante que o IACM vai continuar a exigir “à semelhança do passado, nos termos da lei da protecção dos animais, que a Companhia de Corridas de Galgos Yat Yuen cumpra os deveres legalmente estabelecidos e a responsabilidade empresarial no que se refere aos galgos em questão”. Angela Leong diz que foram feitos 50 pedidos de adopção À margem de uma reunião de comissão da Assembleia Legislativa, a deputada e vice-presidente do conselho de administração da Sociedade de Jogos de Macau, Angela Leong, falou aos jornalistas sobre a acção de adopção de galgos que teve lugar este domingo, e que a ANIMA descreve como “um circo”. Nas palavras da empresária, foram apresentados 50 pedidos para a adopção dos 650 galgos disponíveis. Contudo, esses processos ainda estão a ser avaliados, sendo que Angela Leong garantiu que é preciso saber se os animais querem ficar com os futuros adoptantes. A empresária, administradora executiva da Companhia de Corridas de Galgos Yat Yuen, garantiu que ainda não existem planos para os restantes galgos que não forem adoptados, tendo frisado que tem vontade de entregar todos os animais, mas que é preciso espaço. Angela Leong disse ainda aos jornalistas que, depois de várias tentativas de comunicação com o Executivo, a empresa ainda não recebeu qualquer resposta quanto ao futuro dos galgos, por isso este será um assunto ainda a ser discutido com as autoridades. Angela Leong quis deixar bem claro que não está a pedir ao Governo um terreno oferecido, mas apenas um espaço para que os cães possam sobreviver depois do fecho do Canídromo. A deputada referiu que pode existir a possibilidade de alguém ter um terreno disponível, mas acrescentou que, no universo de empresas ao qual pertence (SJM e STDM) não existem mais espaços disponíveis além do terreno do Canídromo. A responsável acredita que os membros do Governo também amam os animais e vão avançar com um plano para que os galgos possam continuar a sobreviver.
Diana do Mar Manchete SociedadeEstudo sobre aproveitamento do terreno do Canídromo pronto em breve [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] estudo do plano de intervenção urbanística e aproveitamento do terreno onde se encontra o Canídromo deve ser finalizado em breve. Essa é pelo menos a expectativa da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) que prevê que esteja concluído “em meados do corrente ano”. O estudo foi adjudicado, em Abril de 2017, à CAA, Planeamento e Engenharia, Consultores Limitada por 1,45 milhões de patacas. A proposta da empresa, que tem como administrador o deputado Chui Sai Peng, seleccionada após consulta a mais quatro firmas, tem um prazo de execução de 203 dias, ou seja, de sensivelmente sete meses. Dado que volveu mais de um ano, o HM contactou a DSSOPT para saber desde quando começou a contar o prazo de execução. Em resposta, o organismo referiu que a contagem começou pouco depois, em concreto, a partir de 14 de Junho de 2017, mas que o prazo de execução de 203 dias exclui o período de aprovação. A previsão da DSSOPT relativamente à conclusão do estudo surge numa resposta dada pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), no início do mês passado, a uma interpelação escrita da deputada Chan Hong. “De acordo com a concepção do projecto preliminar, o terreno em causa será destinado à construção de instalações públicas e equipamento social que contemple as funções desportivas e educacionais”, refere o director da DSEJ, Lou Pak Sang, reiterando que “procurar-se-á manter o Campo Desportivo do Canídromo e reajustar as instalações desportivas contíguas, de modo a aumentar a sua área”. “A DSEJ tem estudado, de forma contínua e com uma visão de futuro, as estimativas e análises relativas às mudanças na taxa de natalidade e no número de alunos para, de acordo com estes dados, planear o desenvolvimento do sistema educativo, no sentido de assegurar o fornecimento suficiente de vagas escolares em todos os níveis de ensino”, argumenta o organismo. Na resposta, a DSEJ diz ainda manter “comunicações com o departamento de planeamento durante o planeamento urbanístico relativamente aos terrenos reservados para fins educativos e ajudar as escolas a reconstruir, ampliar ou construir edifícios escolares, entre outros”. Em Novembro último, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, revelou ter apresentado um plano para ocupar o espaço do Canídromo com quatro escolas, uma delas dedicada ao ensino especial.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCanídromo | ANIMA denuncia saída de galgos sem esterilização A Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA enviou uma carta ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais onde refere que a entrega de galgos para adopção foi feita “sem critério” e sem que os animais tenham sido esterilizados. Muitos foram levados por veterinários e donos de lojas, de Macau, Taiwan e China, com o objectivo de procriação [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] último dia da mais recente campanha para a adopção de 650 galgos levada a cabo pelo Canídromo foi descrito como tendo sido “um circo” ou uma “má peça de teatro”. A descrição é da Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA, que enviou ontem uma carta ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) a dar conta da entrega de animais a pessoas que não reuniam garantias de que iriam tratar bem dos galgos. “Chegaram-nos várias informações de fonte segura, incluindo de pessoal da própria ANIMA, que nos deixaram perturbados e que hoje circulam pelo mundo inteiro, deixando-nos numa situação delicada, como se fossemos um qualquer território das profundezas do subdesenvolvimento. Segundo nos foi revelado, na última campanha de adopção do Canídromo apareceram veterinários interessados em levar animais para transfusões de sangue, lojas de animais interessadas em receber fêmeas e machos para negócio posterior de procriação, pessoal de Taiwan e da própria China que querem um par de animais para fazer criação na China e até indivíduos de países asiáticos onde não há lei de protecção dos animais.” Na visão da ANIMA, o maior problema passa pela saída dos galgos sem qualquer tipo de esterilização. “Foram dados para adopção, sem critério, várias dezenas de animais, todos não esterilizados. Sei que a lei de protecção dos animais não permite ao IACM impedir essa adopção, que poderá vir no futuro a criar problemas ao Estado chinês mas, como autoridade responsável pelo bem-estar animal, o IACM deve sugerir fortemente que nenhum animal desse tipo seja adoptado não estando esterilizado.” Em declarações ao HM, o presidente da ANIMA, Albano Martins, lamenta que o Governo não tenha tido até então mais coragem para evitar que este problema se mantenha. Ainda assim, o responsável acredita que as adopções de galgos que não estão esterilizados aconteceram sem o conhecimento do IACM. “O IACM tentou que estes animais saíssem todos transferidos em termos de propriedade, e se algum escapou, terá escapado sem a sua conivência. O que criticamos é o facto do IACM não ter força suficiente para se impor, para que os animais saiam na condição de estarem esterilizados. Ou o Governo tem coragem e bate o pé para nos deixarmos destas trapalhices e encenações, e decide de facto dar os animais a quem pode tomar conta deles, e aí as associações serão todas bem recebidas, desde que não enviem os animais para a China.” Problema para o país Na carta que a ANIMA enviou, endereçada a José Tavares, presidente do IACM, Albano Martins frisou que o envio de animais sem esterilização para o continente pode constituir mais um problema. Recorde-se que na China existe o festival de comida de cão em Yulin, que tem sido duramente criticado por organizações internacionais que defendem os direitos dos animais. “A China já tem problemas de sobra e é nosso dever respeitarmos as suas leis e contribuirmos para que os problemas sejam resolvidos cá e não lá. Se o Governo tomar uma atitude corajosa e bater com o pé, tem trunfos suficientes para encostar estas pessoas à parede e dizer ‘acabou, os animais vão estar ao cuidado do IACM e de associações’”, disse ao HM. “Isso mancha o nome de Macau e de todos nós e a imagem do próprio Estado chinês, ele próprio com imensos problemas no seu interior”, adiantou ainda. Na missiva, a ANIMA recorda que, na China, os galgos não podem ser adoptados como animais domésticos. “Gostaria de lembrar vossa excelência que em Zhuhai ou Shenzhen, só para citar duas das regiões mais desenvolvidas do sul da China, não são aceites esses animais como animais de companhia. Esse dia de adopção mais pareceu um circo, ou um teatro ou então uma má peça de teatro. Toda a gente mexia nos animais sem qualquer tipo de controlo. Há quem acredite que alguns ter-se-ão escapado sem controlo do próprio Canídromo e IACM”, referiu o seu presidente. Neste dia, apareceram “pessoas que estavam ligadas a lojas de animais e que queriam receber uma fêmea e um macho para poderem fazer reprodução, e outras eram veterinários que queriam os animais para tirar sangue para fazer transfusões”. Além disso, “havia ainda pessoas que, tendo casas na China, queriam ter os animais e levar casais de animais sem estarem esterilizados para a procriação na China”. Esta acção de adopção segue-se a muitas que já foram feitas no passado e surge depois do Governo ter aceite o segundo plano apresentado pelo Canídromo para a retirada dos 650 galgos. O primeiro, que pedia a extensão do prazo da utilização do terreno por mais um ano, foi recusado pelo IACM. A Companhia de Corridas de Galgos Yat Yuen tem de abandonar o terreno, localizado na zona do Fai Chi Kei, até ao próximo dia 21 de Julho.
Hoje Macau DesportoMundial 2018: Iranianos fazem ruído junto do hotel e perturbam descanso de Portugal [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]entenas de adeptos iraniano juntaram-se nas imediações do hotel da seleção portuguesa de futebol na noite de domino para segunda-feira, em Saransk, Rússia, e perturbaram o descanso dos jogadores antes do jogo decisivo de hoje do Mundial2018. O cerco ao hotel, no centro de Saransk, durou até ao início da madrugada e levou Cristiano Ronaldo aproximar-se de uma janela para pedir, por gestos, silêncio aos adeptos iranianos, como é visível em imagens da RTP. A polícia russa, citada pela agência Associated Press (AP), registou por volta das 23:00 as primeiras chamadas com queixas de barulho nas imediações do hotel, onde centenas de adeptos iranianos, alguns munidos de ‘vuvuzelas’ (instrumento de sopro), cantavam e tocavam. Portugal e Irão discutem hoje uma vaga nos oitavos de final do Mundial2018, quando se defrontarem a partir das 21:00 (19:00 em Lisboa, em jogo da terceira e última jornada do grupo B. Portugueses e espanhóis lideram o grupo, ambos com quatro pontos, enquanto o Irão, orientado pelo treinador português Carlos Queiroz, é o terceiro, com três pontos. Os agentes russos fecharam as estradas nas imediações do hotel, e a situação acalmou, mas a principal avenida junto do hotel manteve-se aberta, e a AP relata que uma segunda vaga de adeptos iranianos se acumulou junto da unidade hoteleira e continuou a fazer ruído, embora em menor número. A concentração dos adeptos iranianos terá sido feita através das redes sociais e com o objetivo de ‘perturbar’ o descanso da seleção portuguesa, para aumentar as hipóteses do Irão.
Hoje Macau EventosCanções Populares Húngaras e Russas, de Lopes-Graça, pela primeira vez em CD [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s Canções Populares Húngaras e Russas, de Fernando Lopes-Graça, pelo pianista Nuno Vieira de Almeida, são editadas em disco, pela primeira vez, num alinhamento que inclui outras estreias do compositor. As Dez Canções Populares Húngaras foram escutadas, em estreia absoluta, em março último, em Serpa, no Baixo Alentejo, pelo pianista Nuno Vieira de Almeida e a meio-soprano Cátia Moreso, que também as gravou, no âmbito do Festival Terras Sem Sombra. As Nove Canções Populares Russas, “totalmente desconhecidas, e que nem foram datadas por Romeu Pinto Correia”, especialista na obra de Lopes-Graça, foram gravadas pela soprano Susana Gaspar e pelo tenor Fernando Guimarães, um dos mais internacionais cantores portugueses atuais, que foi “L’Orfeo”, de Monteverdi, na Ópera de Lausanne, em 2016, ano em que foi nomeado para um Grammy, também como protagonista de “Il ritorno d’Ulisse in Patria”, com a Orquestra Boston Baroque. Outra “estreia” do CD de Fernando Lopes-Graça são Quatro Cantos de Natal, de Gil Vivente, “descobertos por Conceição Correia, coordenadora da Casa Verdades Faria-Museu da Música Portuguesa”, no Monte Estoril, instituição à qual Lopes-Graça entregou o seu espólio. O CD “Songs and Folk Songs”, de Fernando Lopes-Graça (1906-1994), editado internacionalmente pela Naxos, além das dez canções magiares, das nove russas e dos Cantos de Natal de Gil Vicente, inclui Quatro Cantos de Natal, de tradição popular portuguesa, dois “romances”, de Armindo Rodrigues, três poemas de Adolfo Casais Monteiro e “As três canções de Olívia”, de Adriano Jardim. Nuno Vieira de Almeida, em declarações à agência Lusa, afirmou que optou por “misturar” canções populares e canções originais, “para melhor se compreender o estilo do compositor”. A canções originais são “Música”, “Poemas das Mãos Tombadas” e “Marcha Triunfal”, a partir de poemas de Casais Monteiro, “Romance das Três Meninas no Laranjal” e “Romance dos sete Cavaleiros”, de Rodrigues, “As três canções de Olívia” (“Desalento”, “O Bordado” e “Distância”), e os Cantos de Gil Vicente, que “são das primeiras” que Lopes-Graça compôs e, desde então, “não terão voltado a ser interpretadas”. O pianista, que conviveu com o compositor, afirmou que “há muitíssimo material [inédito] de Lopes-Graça”, e que há projetos com a Fundação D. Luís I, de Cascais, que coordena a programação do Bairro dos Museus da autarquia, para “continuar o trabalho”, pois “há muitas obras do compositor, nomeadamente para canto e piano, que é a parte maioritária da sua criação, que continua por estrear”. A Fundação prevê continuar a promover a gravação de obras de Lopes-Graça, disse. Referindo-se às Dez Canções Populares Húngaras, o pianista defendeu que a importância da sua gravação se junta à sua estreia em sala. A estreia aconteceu no passado dia 02 de março, no Centro Musiberia, em Serpa, no Baixo Alentejo, que esgotou. “É muito importante fazer as estreias de obras importantes do nosso património [musical] e que são desconhecidas”, disse Vieira de Almeida à Lusa, recordando que foi preciso esperar cerca de 65 anos para ouvir as Dez Canções Populares Húngaras, o que “é uma vergonha para o país”. Lopes-Graça deu por terminado em 1954 a harmonização das Dez Canções Populares Húngaras. “Se foi bom ter estreado é também muito bom ter gravado”, enfatizou o pianista, referindo que “tal implica custos maiores, pelo que há muito mérito da Fundação D. Luís I, e uma gravação é algo que fica”. A gravação de todas as canções foi realizada no Grande Auditório da Culturgest, em Lisboa, em julho do ano passado. Referindo-se a projetos futuros, Nuno Vieira de Almeida disse que, de Fernando Lopes-Graça, há um ciclo de Canções Gregas, outro de canções da ex-Checoslováquia, “e muitas outras coisas, como canções francesas, inglesas, e nada disso está gravado”. “A maior parte está inédita”, assim como “muita produção que não é de canções populares”. Para o músico, “o passo seguinte [às estreias e gravação das peças de Lopes-Graça] é a edição das partituras”. Referindo-se à Canções Populares Húngaras, Vieira de Almeida salientou o respeito de Lopes-Graça pela linha melódica húngara, “que adaptou com harmonias que ele entendeu que faziam parte daquela linha melódica”. Lopes-Graça teve “a genialidade de saber adaptar a sua linguagem [musical] ao tipo de linha melódica que tinha para harmonizar e para tratar”. “É admirável a capacidade de Lopes-Graça se imiscuir na linha melódica das canções e se ouvirmos, neste disco, as canções populares húngaras são totalmente diferentes das canções populares russas”. “O que o solista canta é a linha popular, a grande maioria do trabalho composicional está na parte instrumental”, explicou. Sobre esta gravação, Nuno Vieira de Almeida sublinhou a consultoria do “cantor favorito de Lopes-Graça”, o tenor Fernando Serafim, que “conhece as partituras”. E como Lopes-Graça “sistematicamente modificava o que compunha, ao gravarmos devemos manter vivo tão próximo quanto possível, o espírito do compositor, e não o contrariar”. Nuno Vieira de Almeida estudou com José Manuel Beirão e, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, com Leonid Brumberg, em Viena, e com Geoffrey Parsons, em Londres. Em Portugal, estreou obras de Schönberg, Webern, Wolf, Britten, entre outros compositores, além de ter promovido a primeira audição de obras de compositores portugueses como Carlos Caires, Constança Capdville, João Madureira e Paulo Brandão. Cátia Moreso estudou no Conservatório nacional de Lisboa e na Guidhall Scholl of Music and Drama (GSMD), em Londres, e venceu vários concursos, nomeadamente o Aria Friends Bursay do Wexford Opera Festival. Susana Gaspar estudou na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa, e GSMD, e no National Opera Studio, de Londres, como bolseira da Royal Opera House. Fernando Guimarães foi o vencedor do Prémio Jovens Músicos, em 2007, o mesmo ano em que que venceu o Concurso Internacional de Canto “L’Orfeo”, e protagonizou pela primeira vez esta ópera de Monteverdi, em Mântua, Itália, no 400.º aniversário da estreia da obra. Antonio Florio, Ottavio Dantone, Martin Gester, Alessandro de Marchi, Enrico Onofri, Skip Sempé, Florian Helgath e Leonardo García Alarcón, maestro associado da Orquestra Gulbenkian, a partir da próxima temporada, são alguns dos regentes com quem Guimarães tem trabalho na última década. Estreou-se nos palcos norte-americanos, como protagonista de “Il ritorno d’Ulisse in Patria”, sob a direção do maestro Martin Pearlman.
Hoje Macau InternacionalErdogan reivindica vitória nas eleições presidenciais e legislativas turcas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reivindicou ontem a vitória numas eleições presidenciais e legislativas renhidas, perante uma oposição determinada a impedi-lo de obter um novo mandato de cinco anos com poderes consideravelmente reforçados. “Os resultados não-oficiais das eleições são claros. Segundo eles, a nossa nação confiou-me a responsabilidade de ser Presidente da República”, disse Erdogan, numa declaração a partir da sua residência, em Istambul, antes de a contagem dos votos estar concluída, reivindicando também a maioria parlamentar para a aliança dominada pelo seu partido, o AKP. Segundo a agência de imprensa estatal Anadolu, Erdogan obteve 52,8% dos votos, quando estão contados quase 95% dos votos, e a aliança do AKP recolheu 53,82%. A declaração de vitória de Erdogan surgiu depois do principal partido da oposição, o CHP (social-democrata), ter afirmado que a sua própria contagem dos resultados parciais indica que é inevitável uma segunda volta das presidenciais. Mesmo antes da proclamação do chefe de Estado, os apoiantes já tinham começado a celebrar a vitória agitando bandeiras turcas nas ruas de Istambul e, após as suas declarações, eram audíveis buzinas de automóveis, segundo a agência francesa AFP no local. “A Turquia, com uma taxa de participação de perto de 90%, deu uma lição de democracia ao mundo inteiro”, afirmou Erdogan. O Presidente turco convocou em abril estas eleições presidenciais e legislativas antecipadas inicialmente previstas para novembro de 2019. O duplo escrutínio é particularmente importante, porque assinala a passagem do sistema parlamentar em vigor para um sistema presidencial em que o chefe de Estado concentra a totalidade do poder executivo. Erdogan defende a necessidade de tal medida para garantir a estabilidade na cúpula do Estado, mas os seus opositores acusam-no de querer monopolizar o poder com esta transformação. Oposição da Turquia divulga tentativas de fraude nas eleições O principal partido da oposição turco divulgou tentativas de fraude durante as eleições legislativas e presidenciais antecipadas a decorrer no país. “Chegaram-nos numerosas queixas”, sobretudo da província de Sanliurfa (sudeste), declarou o porta-voz do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), Bulent Tezcan, durante uma conferência de imprensa na sede da formação em Ancara. Tezcan enumerou vários exemplos de tentativas de introduzir votos falsos nas urnas, evocando uma urna com mais de uma centena de votos, todos pela aliança dominada pelo partido no poder, Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), mesmo antes da abertura das assembleias de voto. Também divulgou um vídeo, que afirmou ter autenticado, de um homem afirmando que existiam mais boletins que votantes numa assembleia de voto em Suruç. O procurador de Sanliurfa, à qual pretende Suruç, afirmou ter aberto um inquérito após aquelas alegações e já foram detidas quatro pessoas, segundo a agência estatal Anadolu. Temendo fraudes, em particular no sudeste de maioria curda, opositores e organizações não-governamentais mobilizaram várias centenas de milhares de observadores. “Na região houve ataques, ameaças para deter os nossos observadores”, afirmou Tezcan. Lamentou igualmente a presença de “pessoas armadas nas ruas”, que tentam criar, segundo ele, “um ambiente de terror para os eleitores”. O Partido Democrático dos Povos (HDP, principal formação pró-curda e de esquerda) também divulgou nas redes sociais tentativas de fraude e de intimidação no sudeste.
Sérgio Fonseca DesportoTiago Monteiro espera participar em provas do WTCR O piloto português Tiago Monteiro disse, em conferência de imprensa, no fim-de-semana da prova de Vila Real da Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR), que almeja regressar à competição antes do final da presente temporada. [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] piloto português, de 41 anos, sofreu um violento acidente em Setembro de 2017, numa sessão de testes privados da Honda, em Barcelona, não tendo regressado ao volante em competição desde então. Contudo, Monteiro tinha esperanças reais de regressar à competição no circuito urbano de Vila Real no passado fim-de-semana, porque a evolução da sua saúde nos últimos meses tem sido muito positiva. “A nível da visão estou quase 100 por cento recuperado, as cervicais e o ombro também, mas o traumatismo craniano foi muito forte e teve consequências maiores do que se pensava inicialmente”, referiu o portuense aos jornalistas. O piloto afirmou que a equipa médica que o tem acompanhado, tanto em Portugal, como em Miami, analisou todos os exames e concluiu que ainda era cedo para o regresso ao volante. “O impacto foi muito violento e deixa sempre sequelas. Apesar de estar a recuperar, era perigoso voltar a arriscar o impacto em menos de 12 meses após o acidente”, sublinhou. Confiante, o ex-piloto de Fórmula 1 afirmou que se sente “completamente pronto e em plena forma” e adiantou que já teve autorização médica para fazer testes em pistas e que estes, “foram positivos”, salientando ainda que sentiu “uma adrenalina incrível” e que não teve “qualquer apreensão”. O primeiro e único piloto português a triunfar no Circuito da Guia frisou a sua vontade de regressar à competição em algumas das provas finais do WTCR 2018. “A minha concentração e os meus objectivos estão no final da temporada. Agora, o meu objectivo é fazer algumas corridas no final da época para melhor preparar o próximo ano”, disse o piloto que não esconde a vontade de regressar ao circuito citadino da RAEM, lugar de boas memórias. Enquanto não retorna ao activo no campeonato promovido pela Eurosport Events, Monteiro vai sendo substituído pelo jovem belga Benjamin Lessennes ao volante do Honda Civic da Boutsen Ginion Racing. A temporada inaugural do WTCR é composta por dez provas, sendo que as quatro últimas jornadas são disputadas no continente asiático; duas na China Continental (Ningbo e Wuhan), uma no Japão (Suzuka) e o Grande Prémio de Macau. Dois de Macau Apesar de não ter pilotos a tempo inteiro na temporada 2018 do WTCR, existe a possibilidade de Macau ter dois pilotos na prova de encerramento da época. A organização do campeonato irá atribuir dois “wildcards” a pilotos locais que participem em provas de carros de Turismo e, segundo o que o HM apurou, há vários candidatos entre os pilotos do território. A introdução este ano do conceito TCR no “Mundial de Turismos” diminuiu os custos por prova, tornando agora a categoria rainha das corridas de Turismos muito mais apetecível aos pilotos privados em comparação com do defunto WTCC.
Hoje Macau SociedadeLivro traça o perfil dos alunos chineses de língua portuguesa [dropcap style≠‘circle’]U[/dropcap]ma análise empírica para traçar o perfil dos alunos chineses de língua portuguesa resultou no livro “A Promoção do Português em Macau e no interior da China”, lançado hoje na Fundação Oriente, em Macau. A obra reúne “uma miscelânea de textos” que permitem uma “visão caleidoscópica” do ensino e da aprendizagem do português em Macau e na China, segundo a nota introdutória das coordenadoras, Maria José Grosso e Zhang Jing. A maior parte dos textos são parcialmente referentes a dados recolhidos por inquéritos (1.557), aplicados junto de 15 instituições universitárias ou de ensino português em Macau e no interior da China, para o projecto “Referencial de Português para falantes de língua materna chinesa”. Este referencial, que as autoras esperam ver publicado em Dezembro próximo, “irá constituir, naturalmente, um instrumento fundamental para os precursores e organizadores de cursos de português língua estrangeira em Macau e no continente”, declarou Ana Paula Cleto, co-investigadora. A análise empírica, com base em dados provenientes de 15 instituições de Macau e do interior da China – nomeadamente de Pequim e Cantão – permitiu “estabelecer o perfil do público chinês”, explicou Maria José Grosso. Para a autora, doutorada em linguística aplicada pela Universidade de Lisboa, o interessante foi perceber “as diferenças entre os estudantes das várias instituições”. “Os alunos de Macau apontam logo a dificuldade [da língua], já os do interior da China apontam primeiro a musicalidade”, disse, referindo esta como uma “variável interessante para ser estudada”. Verificou-se, também, “que alguns dados são iguais aos recolhidos antes de 1999: o público que estuda é feminino, com idades compreendidas entre os 18 e os 24” e, também, que a “memória é um factor indispensável” para a aprendizagem. No entanto, “mais do que a memória” os alunos priorizam agora “o gosto por culturas”, sublinhou. A Universidade de Macau (UM), o Instituo Politécnico de Macau (IPM) e o Instituto Português do Oriente (IPOR) foram algumas das instituições que participaram no projecto.
Hoje Macau DesportoRabah Madjer demitido da seleção da Argélia [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] treinador Rabah Madjer foi hoje demitido do cargo de selecionador de futebol da Argélia, na sequência de uma série de maus resultados, anunciou a federação argelina no domingo. A saída Rabah Madjer, antigo jogador do FC Porto, acontece após a derrota de 07 de junho frente a Portugal (3-0), em Lisboa, em jogo de preparação da seleção lusa para o Mundial2018, que decorre na Rússia e para o qual a Argélia não se qualificou. Em oito meses no posto, Rabah Madjer conseguiu quatro triunfos em oito jogos, dos quais um na ‘secretaria’ contra a Nigéria, na qualificação para o Mundial2018. O antigo avançado chegou à seleção em outubro de 2017 para substituir o espanhol Lucas Alcaraz, que por sua vez foi afastado do cargo seis meses após a sua nomeação. Rabah Madjer foi o quinto selecionador da Argélia desde a partida de Vahid Halilhodzic, após o Mundial de 2014, no qual as ‘raposas’ conseguiram o melhor resultado de sempre, caindo nos oitavos de final perante a Alemanha, que se sagraria campeã do mundo.
Sofia Margarida Mota SociedadeAcademia Médica de Macau vai ter como referência Hong Kong A consulta pública e a auscultação ao sector sobre a proposta de lei do Regime de Qualificação e Inscrição para o Exercício da Actividade dos Profissionais de Saúde terminou abrindo caminho para a criação da futura Academia Médica. O modelo a ser seguido vai ser idêntico ao que rege a entidade homónima de Hong Kong, mas com adaptações às circunstâncias específicas de Macau A futura Academia Médica local vai ter como referência o modelo de Hong Kong adaptado à situação do território. A ideia é dada por um comunicado dos Serviços de Saúde (SS) que referem que “o conteúdo do planeamento básico terá como referência o modelo da Academia Médica de Hong Kong, mas não será integralmente aplicado, uma vez que poderá não ser coerente com a situação real em Macau”. Assim sendo, “haverá ajustamentos após audição das opiniões dos departamentos de especialidades hospitalares”, lê-se no documento dos SS. Um dos desafios na criação da Academia Médica prende-se com os critérios de reconhecimento dos especialistas antigos. De acordo com o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, os médicos privados de Macau começaram por ser, na sua maioria, provenientes do Interior da China onde já tinham realizado trabalhos especializados em hospitais no continente sem, no entanto, obedecerem a um regime de formação especializado. “Estes médicos após ingressarem em Macau e exercerem em clínicas privadas, será que podem ou não receber a qualificação de médico especializado?”, questiona-se no comunicado. Para o também presidente do Conselho para os Assunto Médicos, esta é uma questão que merece uma resposta cautelosa, isto para que “a futura Academia Médica defenda princípios rigorosos e de reconhecimento, devendo ter critérios de avaliação ao lidar com questões de reconhecimento de especialistas antigos”. Passos pausados O primeiro passo para a criação da Academia Médica é a criação de um sistema unificado de regime de formação especializada em medicina, bem como a coordenação de programas de internatos médicos complementares. O objectivo é a promoção e o reconhecimento de qualificação de médicos especialistas e a formação contínua deste tipo de quadros qualificados. A proposta de lei do Regime de Qualificação e Inscrição para o Exercício da Actividade dos Profissionais de Saúde, cuja consulta pública e do sector já terminou, está agora em fase de produção legislativa. Lei Chin Ion, recorda que o hospital público de Macau possuí um regime de internatos médicos complementares “muito maduro, que funciona há mais de 20 anos, e que tem como modelo de formação referências do sistema português”. Já o Hospital Kiang Wu, que também possui internatos médicos complementares, tomou como referência o modelo de formação do continente. De acordo com o responsável, existem diferenças entre este dois modelos, sendo que com a futura Academia Médica, “será possível organizar um trabalho comum de internatos complementares entre o sector público e privado, permitindo que o regime de formação seja implementado de uma forma mais regular e ordenada”.
Hoje Macau DesportoMundial 2018 | Portugal e Espanha “afinam pontaria” para ganhar grupo B [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]mbos favoritos nos seus jogos, Portugal e Espanha ‘afinam pontaria’ para chegar ao primeiro lugar do grupo B do Mundial de futebol a decorrer na Rússia, sabendo que não podem ‘facilitar’, pois podem ser eliminados. Os lusos, que jogam contra o Irão, e os espanhóis, que defrontam a já eliminada Marrocos, estão ‘irmanados’ em pontos e diferença de golos, com a ‘roja’ a conseguir vantagem mínima por total de cartões amarelos. Os dois jogos disputam-se às 19:00 horas – em Saransk o Irão-Portugal e em Kaliningrado o Espanha-Marrocos -, ou seja, quatro horas depois dos do grupo A, de onde saem os adversários dos ibéricos nos oitavos de final. O Arábia Saudita-Egito de Volgogrado é jogo de honra, só vale o terceiro lugar, enquanto o Uruguai-Rússia de Samara tem o estímulo de ordenar o primeiro e o segundo do grupo, o que em princípio determina um jogo mais ou menos fácil nos ‘oitavos’. Até agora, Espanha e Portugal confirmaram o estatuto de melhores no grupo B e até se igualaram, 3-3, num jogo épico. Depois de ganhar a Marrocos, de forma inesperadamente ‘aflita’, Portugal encerra com o Irão e um empate chega para ‘carimbar’ a passagem para a ronda seguinte. O jogo tem o aliciante de marcar o reencontro entre Carlos Queiroz e Portugal. Agora, de lados diferentes da ‘barricada’, já que o treinador luso do Mundial de 2010 depois fez carreira no Irão, que quer superar pela primeira vez a fase de grupos. “Queiroz é meu colega e amigo há 35 anos. Somos e vamos continuar a ser amigos. Amanhã é que não, a amizade fica de lado”, brincou Fernando Santos, o ‘mister’ de Portugal, anunciando uma ‘suspensão de amizade’ por 90 minutos. No ‘onze’ de Portugal, certo é que Cristiano Ronaldo volta a ter os focos apontados. Se marcar, apanha o inglês Harry Kane na lista de marcadores – e se bisar, iguala Eusébio como melhor ‘artilheiro’ português de sempre em Mundiais. Quanto à Espanha, que estreou neste Mundial Fernando Hierro como treinador, depois da saída mesmo na véspera de Julen Lopetegui, é mais do que favorita ante Marrocos, atendendo a que os ‘leões do Atlas’ estão virtualmente eliminados, apesar de terem mostrado bom futebol. Se tudo correr normalmente, Portugal e Espanha jogarão para ganhar, ‘com um ouvido’ no andamento do outro jogo.
João Santos Filipe BrevesFalta de informação sobre projecto preocupa Novo Macau Associação quer que Executivo informe a população sobre os planos para o crematório da Taipa e sugere tecnologia que usa nitrogénio para transformar restos mortais em pó, uma alternativa sem fumos e mais ecológica [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Associação Novo Macau está preocupada com a falta de informação por parte do Governo em relação ao projecto de um cemitério com crematório junto à Estrada da Ponta da Cabrita, na Taipa. Segundo o grupo pró-democrata o Executivo já devia ter dado a conhecer o projecto aos moradores daquela zona, que poderão ser afectados de forma negativa. “O Governo precisa comunicar com as pessoas que vivem na área à volta do projecto, são elas que vão ser directamente afectadas por eventuais consequências negativas. Se eles não informam as pessoas sobre os seus planos, não devem achar que vão ter apoio só porque sim”, afirmou o deputado suspenso, ao HM. De acordo com a Planta de Condições Urbanísticas, que está agora na fase de recolhas de opiniões, o cemitério não poderá ter mais de 60 metros de altura. A excepção são as chaminés que poderão chegar até aos 100 metros. Por esta razão Associação Novo Macau quer que o Governo divulgue mais informações para que as pessoas possam dar opiniões informadas. “Consideramos que devia ter havido uma sessão para ouvir as pessoas, uma sessão de pergunta e resposta. Se continuam a manter tudo sem segredo, as pessoas vão tender a ficar mais e mais desconfiadas face a este projecto”, defendeu, por sua vez, o membro Rocky Chan, que também esteve presente na conferência de imprensa de sexta-feira. Ambiente e superstições Em relação ao projecto, a Associação Novo Macau considera que é necessário um crematório do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais. No entanto, realça que é necessário um projecto com um impacto ambiental reduzido e também para a vida dos vizinhos. Os pró-democratas sugerem assim que seja utilizada uma tecnologia ecológica que tem o nome de Promession, em inglês, que em vez de cremar os corpos, os transforma em pó através do congelamento pela exposição a nitrogénio líquido. Depois, os restos mortais são colocados num caixão biodegradável e, quando colocados no solo, decompõem-se em cerca de um ano. “Já entregámos um dossier, o ano passado na AL, a Sónia Chan com as informações sobre esta tecnologia, é a forma mais ecológica. Actualmente, já é bastante utilizada na Coreia do Sul e pode ser uma boa alternativa à cremação”, revelou Sulu Sou. “Esperamos que ela também nos possa receber para trocarmos mais informações”, completou. Rocky Chan sublinhou ainda que “com menos poluição e fumos naquela zona haverá uma menor oposição ao projecto do Governo”. O pró-democrata explicou igualmente que além das pessoas não quererem ser afectadas pelo fumo, devido à poluição, que há bastantes superstições sobre fumo que emana das chaminés dos crematórios. Após a conferência de imprensa, segundo um comunicado de Sulu Sou, o IACM enviou mesmo pessoas ao local para recolherem as opiniões dos residentes.
Hoje Macau SociedadeCarlos Morais José e Alice Kok na direcção do Rota das Letras [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] jornalista e escritor Carlos Morais José e a artista plástica Alice Kok vão integrar a direcção do Festival Literário de Macau já a partir da próxima edição, a oitava do Rota das Letras. Carlos Morais José, director do jornal Hoje Macau, assume as funções de director de programação do Festival, e Alice Kok, presidente da Associação Arts For All, passa a ocupar o cargo de directora executiva. O Festival Literário de Macau é organizado desde 2011 pelo jornal Ponto Final. No final da sua última edição, o jornalista Hélder Beja, um dos fundadores do evento, deixou o cargo de director de programação. A direcção do Festival continuará a ser liderada pelo jornalista Ricardo Pinto, proprietário do jornal Ponto Final e coordenador do evento, e a contar com o poeta Yao Jingming, chefe do Departamento de Estudos Portugueses da Universidade de Macau, no cargo de subdirector. A próxima edição do Festival Literário de Macau terá lugar de 15 a 24 de Março de 2019.
Hoje Macau PolíticaPortugal e Macau actualizam protocolo para evitar dupla tributação [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de Portugal, António Mendonça Mendes, e o secretário para a Economia e Finanças de Macau, Lionel Leong, firmaram na sexta-feira, em Lisboa, um protocolo que altera a convenção para evitar a dupla tributação e prevenir a evasão fiscal em matéria de impostos sobre o rendimento. A cerimónia de assinatura ocorreu à margem do Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. “Esta convenção, assinada em Macau em 28 de Setembro de 1999, carecia de actualização face às actuais recomendações da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico], em sede de fiscalidade internacional. Destacam-se, designadamente, a revisão do regime de troca de informações em matéria fiscal e o reforço da protecção dos dados pessoais”, diz um comunicado do gabinete do ministro das Finanças português. O protocolo visa essencialmente “maior transparência, regulamentação e confidencialidade na troca de informações entre as duas partes, permitindo que as informações dos contribuintes possam ser salvaguardadas do modo mais adequado”, indicou, por seu turno, a Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) de Macau. “A presente celebração reveste-se de um grande significado no que diz respeito à elevação da transparência fiscal e à prevenção da dupla tributação, reforçando ainda as relações de cooperação entre a RAEM e Portugal e criando condições mais favoráveis para o desenvolvimento da cooperação mútua na área económica e comercial entre as duas partes”, complementa. Implicações do protocolo O protocolo vem actualizar as regras para troca de informações fiscais a pedido de uma das partes, não contemplando ainda a troca automática de informações fiscais, segundo a Rádio Macau. À emissora pública, a DSF indicou haver “procedimentos internos” por finalizar, embora a expectativa seja a de que, ainda este ano, os bancos passem então a enviar, uma vez por ano, às autoridades fiscais de portuguesas, informações sobre o saldo das contas bancárias detidas em Macau por quem tem residência fiscal em Portugal. Segundo explicou o anterior secretário de Estado para os Assuntos Fiscais português, Fernando Rocha Andrade, aquando de uma visita a Macau, há sensivelmente um ano, esses serão os únicos visados, uma vez que a medida em nada irá afectar quem vive, trabalha e tem a sua residência fiscal na RAEM.
Hoje Macau PolíticaTurismo e finanças na agenda de Macau e Shenzhen O Chefe do Executivo, Chui Sai On, anunciou na passada sexta-feira o reforço da cooperação entre o território e Shenzhen, uma das maiores e mais desenvolvidas cidades da China, em áreas como turismo e finanças. Chui Sai On e a delegação iniciaram na quinta-feira uma visita a nove cidades integradas na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, cujo plano de desenvolvimento será lançado em breve, de acordo com um comunicado do Governo. Em Shenzhen, na província de Guangdong, Chui Sai On destacou o “aprofundamento da cooperação nas áreas de turismo, cultura, comércio, finanças e serviços”, estabelecida já em 2015. Na mesma ocasião, o presidente de Shenzhen, Chen Rugui, anunciou que o município chinês está “prestes a lançar políticas de empreendedorismo favoráveis aos jovens e à população de Hong Kong e de Macau”. Em matéria financeira, Shenzhen tem “um potencial de desenvolvimento e uma base sólida”, pelo que os dois territórios podem “encontrar espaço de cooperação em várias áreas”, nomeadamente no “fundo de inovação tecnológica, banco cooperativo e seguradoras”, considerou. Por último, o representante máximo de Macau também destacou a cooperação bilateral na área financeira, à qual o Governo “presta maior importância”, devido à criação de um “centro mundial de turismo e lazer” e da “plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa”.
Hoje Macau PolíticaEncontro de Empresários da China e PLP resultam em 24 protocolos Foi com 24 protocolos e mais de 80 bolsas de contacto que fechou o Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. O evento, que decorreu em Lisboa na quinta e na sexta-feira, juntou mais de 400 participantes [dropcap style≠‘circle’]S[/dropcap]egundo o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), os protocolos e/ou memorandos versaram sobre serviços de liquidação e compensação de renminbi, tecnologia ou suplementos alimentares. Já as mais de 80 bolsas de contacto cobriram, entre outras, áreas como comércio de alimentos, tecnologia, aeronáutica, finança e serviços. A cerimónia de abertura do evento, que teve como tema principal “China, PLP – Uma nova abordagem pragmática”, contou com o vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, Edmund Ho, bem como com o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong. No discurso que proferiu, Lionel Leong destacou que, no futuro, Macau vai ter novas oportunidades de cooperação regional, nomeadamente por via do projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, apontando que os investidores dos países de língua portuguesa “são muito bem-vindos” a formar parcerias com as empresas de Macau para, através da plataforma proporcionada pela RAEM, penetrarem nos mercados da China. Janela aberta Ainda durante o evento, o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Luís Castro Henriques, afirmou que, apesar do volume de transacções comerciais entre a Pequim e Lisboa ter aumentado nos últimos anos, existe um “largo espaço” para cooperação, convidando as empresas a aproveitarem a vantagem de Portugal como janela para os países lusófonos e para a Europa. A vice-ministra do Comércio da China Gao Yan focou-se no encontro, o 13.º, definindo-o como uma actividade de promoção económica e comercial “extremamente importante” para a China e os países lusófonos, enquanto o secretário de Estado da Internacionalização de Portugal, Eurico Brilhante Dias, enalteceu a “importância política e económica” do Fórum Macau, criado em 2003. O membro do Executivo português sublinhou que foram criadas “condições e oportunidades de cooperação sino-lusófona” ao longo dos 15 anos de existência, além de ter manifestado a abertura de Portugal ao investimento externo, particularmente da China. O próximo Encontro de Empresários da China e Países de Língua Portuguesa vai decorrer em São Tomé e Príncipe em 2019. Millennium assina acordo com Banco da China de Macau O Millennium BCP assinou um acordo com o Banco da China de Macau com o objectivo de desenvolver negócios e operações entre Macau e as regiões de língua portuguesa. Em comunicado, João Nuno Palma, vice-presidente do Millennium BCP, afirmou que “existem benefícios, tanto para a economia portuguesa, como para as economias de Angola e Moçambique” com o “estreitamento destas relações com a China” e que o banco “está focado em estabelecer relações fortes com a China e quer estar com forte presença no mercado chinês através de Macau”. Por via deste acordo, o Millennium BCP será o primeiro banco em Portugal considerado ‘Participating Bank’ com acesso ao sistema de pagamentos de Macau. Delegação de Macau segue para o Brasil Após ter participado no Encontro de Empresários da China e Países de Língua Portuguesa, em Lisboa, onde também visitou parques industriais e logísticos e empresas, a comitiva de cerca de 60 empresários, liderada pelo secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, seguiu para o Brasil, onde tem previstas também deslocações a empresas, de acordo com uma nota do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaDuterte confessa que não gosta de nomear mulheres [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, confessou este fim-de-semana que prefere não nomear mulheres para “cargos importantes” no Governo, uma vez que se sente incomodado em pedir que cumpram determinadas missões ou tarefas. O controverso Chefe de Estado filipino exemplificou, dizendo que se sente “incomodado por pedir a uma mulher que vá de repente a Marawi”, cidade onde em 2017 se travou durante cinco meses uma sangrenta batalha entre o exército e partidários do movimento terrorista Estado Islâmico, comandados pelo grupo Maute. “Pode pedir-se isso a uma mulher, forçá-la a essa situação?”, questionou o presidente filipino, durante uma sessão pública de discussão de novas tecnologias. Duterte, que tem um largo registo de afirmações consideradas misóginas e sexistas, garante que prefere trabalhar com homens porque estes “podem receber uma avalanche de ordens sem se queixarem”. O governante de 73 anos diz ainda que há certos cargos “mais adequados às mulheres”, como a pasta do Turismo. Elas e ele No gabinete de Duterte têm assento cinco mulheres, nos departamentos de Turismo, Educação e Bem Estar Social e nas comissões contra a pobreza e dos muçulmanos. Duterte esteve no centro de mais uma polémica no início de Junho quando beijou nos lábios uma mulher da comunidade filipina de Seoul, Coreia do Sul. Duterte chamou duas emigrantes ao palco, a quem ofereceu dois livros. Depois de beijar a primeira no rosto, improvisou no palco e forçou a segunda a beijá-lo nos lábios. “É solteira? Não está divorciada? Mas pode dizer-lhe que foi só uma piada?”, afirmou o chefe de Estado filipino, animando a plateia de emigrantes na capital da Coreia do Sul. As críticas não demoraram a chover na televisão e nas redes sociais. “Teatro nojento“ e “Presidente misógino”, acusou a organização feminista Gabriela, lamentando o comportamento do chefe de Estado que desrespeita e humilha as mulheres. “Os repetidos actos machistas de Duterte têm como objectivo desviar a atenção das pessoas para o facto de estar a perder rapidamente popularidade”, acrescentou a organização Gabriela. Em Fevereiro tinha também recomendado aos militares que “alvejassem a tiro as vaginas das guerrilheiras, para que estas não possam procriar.
João Luz VozesAdepto fanático [dropcap style=’circle’] T [/dropcap] oda a tensão do nervo, dentes que rangem sôfrega antecipação, palpitações e suores que encharcam o corpo. Eu sou a terminação neural, a negação absoluta da racionalidade e da calma. Sou ímpeto, impulso, reacção exacerbada, guerra sem tréguas, aquilo que há de mais primário na natureza humana. Sou fenómeno social, o esplendor das massas, o coro em uníssono, o choro e a explosão de glória. Vivo permanentemente num estado de exaltação, inquietude, depressão e euforia. Não tenho um minuto de descanso nos 90 que me trazem à vida, em total sintonia com o drama que se desenrola em campo. Existo para aquele período, para o momento no espaço e tempo, sou a incansável exigência de suor e sangue, músculo no limite, devoção concreta que corresponda ao meu fervor emocional. Peço inteira entrega física, enquanto me empanturro com fritos, sentado a beber uma caneca de cerveja e a fumar um cigarro. Sou a equipa, a selecção, sou a camisola e as cores que fazem a minha identidade. As vitórias são minhas e as derrotas são deles. O meu ónus é selectivo, sem fúrias, completamente livre de tormentos de consciência. O meu capital é o meu sofrimento, aquilo que entrego durante 90 minutos de apaixonado culto. Sou todos os outros como eu, a unidade que se perde no colectivo monocromático, uma gota num oceano de fanatismo. Existo em mania, em paixão cega, sou o mais exigente e lunático dos amantes que se perdeu em trivialidades. Não amo uma ideia ou princípio, não amo mulheres ou homens. Amo a pertença ao capricho, a algo maior que eu, amo a loucura de nada controlar e de tudo reclamar. Amo viver no fio da navalha, no detalhe de um centímetro da linha de golo, amo profundamente o desvario, a inconstância, a veleidade, a fantasia. Sou a mais pura das violências expressa num colectivo de pessoas. Amo e odeio com força equivalente. Em simultâneo, sou o pleno confronto com o oposto do meu clube, faço-me gente na antítese, na negação dos adversários. Pessoas que são exactamente como eu sou tornam-se alvo a abater se envergarem uma camisola diferente. Podem viver no mesmo bairro que eu, até no mesmo prédio, trabalhar comigo, mas se proferem uma devoção madrasta são inimigos para mim. Sou aspereza e bestialidade, sou filho da selvajaria, sou um ultra-humano, o super-adepto que derrama o sangue pela equipa. O meu mundo é uma batalha campal contra todos os outros. Sou um guerreiro num jogo de trincheiras. Quando que me desloco a outros campos mostro a minha força, o meu orgulho, pela violência. Sou soqueiras e very-lights, sou delinquência suburbana tornada kosher, o resultado do abandono escolar, da guetização social. Só me realizo no grupo, na mentalidade de matilha. Sou um insignificante grão num areal de mediocridade e pequeno delito. Sou o sal da terra, o filho do bairro, o seguidor cego, o homem-médio, pai de família. Ao mesmo tempo sou a cor e os cânticos que enchem os estádios, enquanto os adeptos suaves roem as unhas em silêncio. Sou a serpente que jamais será amestrada e que estará sempre presente na vida do clube. Sou monarca num condado de caos, o meu brasão é uma tocha a arder. O meu reino é a bancada, a caixa policial, as entranhas do estádio, a periferia da vida, a antítese do desporto, a hipérbole da barbárie. Quero gritar golo e incendiar o mundo.