Saúde | Ordenada inspecção geral às empresas produtoras de vacinas

A China ordenou uma inspecção geral às empresas que produzem vacinas, numa resposta ao recente escândalo de vacinas defeituosas contra a raiva fabricadas por um dos maiores laboratórios do país

[dropcap style≠‘circle’]D[/dropcap]e acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, várias equipas vão investigar minuciosamente todo o processo e toda a cadeia de produção de vacinas de todos os produtores chineses, na sequência de uma ordem emitida na quarta-feira à noite pela Administração de Alimentos e Medicamentos da China (CFDA).

Estas equipas “vão inspeccionar de alto a baixo todo o processo e a cadeia de produção de todos os fabricantes de vacinas”, garantiu a CFDA, em comunicado. Na semana passada, a CFDA acusou o laboratório farmacêutico Changchun Changsheng, um dos maiores produtores de vacinas do país, de falsificar registos de produção de cerca de 113 mil vacinas contra raiva, além de distribuir mais de 250 mil doses defeituosas contra a difteria, o tétano e a tosse convulsa.

De acordo com as autoridades, os dados de fabrico da vacina contra a raiva foram falsificados e os parâmetros de produção alterados. O escândalo suscitou uma reacção imediata na China, onde numerosos pais manifestaram a sua preocupação através das redes sociais.

Garantia e desconfiança

O Presidente chinês, Xi Jinping, repudiou de imediato as práticas “odiosas e chocantes” da empresa e exigiu uma investigação profunda do caso. Na terça-feira, a polícia da cidade de Changchun (nordeste) deteve 15 pessoas, incluindo a directora da empresa, com sede no nordeste da China.

As autoridades garantiram que as vacinas adulteradas não saíram das fábricas da Changchun Changsheng. Mas o caso põe em causa o regulador e aumenta a desconfiança nos consumidores, já abalados com vários escândalos alimentares e sanitários ocorridos nos últimos anos.

27 Jul 2018

Exposição | Dez artistas de Macau vão a Amesterdão mostrar as suas ilustrações

A quarta edição da exposição “Art of Illustration” acontece este ano em Amesterdão, capital da Holanda, e tal como já vem sendo hábito junta dez artistas locais e dez de Macau, numa partilha de experiências e visões artísticas. Christine Barbosa, responsável pela associação cultural YunYi, explica o que o público poderá esperar

[dropcap style≠‘circle’]U[/dropcap]ma dezena de artistas de Macau vão ter a oportunidade de expor os seus trabalhos, da área da ilustração, num dos grandes e históricos centros artísticos, sob o tema “Futuro”. O resultado será apurado da fusão entre oriente e ocidente que, no final, se transforma numa exposição conjunta em dois países diferentes. É assim a quarta edição da exposição “Amesterdam and Macau – Art of Illustration”, uma iniciativa da associação Yunyi Arts & Cultural Communications e que decorre no espaço Nieuw Dakota / Translocal Art Space, na capital holandesa.

Christine Hong Barbosa é a curadora e explicou ao HM os trabalhos dos dez artistas de Macau que participam este ano e que viajarão para a capital holandesa em Agosto. Posteriormente, a mesma exposição terá lugar em Macau.

“É o quarto ano que fazemos este evento anual e queremos fazer com que as pessoas falem mais sobre as diferentes formas de utilização da ilustração, seja na arte ou no comércio. Esta iniciativa tem corrido muito bem e tem permitido às pessoas de outros países e regiões aprender mais sobre os artistas de Macau e também abre os nossos olhos a outras tradições e culturas diferentes. Este ano vamos para Amesterdão porque é a capital da arte, há imensas galerias.”

Sob o tema “Futuro”, artistas como Pat Iam (Pibg Gantz), ligado ao graffiti, Joana Borges, Monica Bernie Darling, Bruno Kuan ou Sandy Ieong, entre outros, vão mostrar os seus trabalhos.

Christine Hong Barbosa defende que a escolha dos artistas não passa apenas pelos nomes mais conhecidos do panorama artístico local.

“Sempre pensei que fosse desafiante procurar tantos ilustradores, mas para minha surpresa ainda não repeti nenhum artista. O meu trabalho de curadoria baseia-se muito nas pessoas que já conhecem este evento e que me podem recomendar outros artistas que estejam no mesmo circulo. A Joana Borges, por exemplo, foi-me recomendada por alguém que participou na edição passada.”

A responsável pela Yunyi Arts & Cultural Communications garante que “há alguns artistas que já são conhecidos em Macau, mas há outros também que não são famosos, mas que são bastante criativos e têm talento”. “Alguns artistas não têm um estilo específico e ainda estão a experimentar muitas coisas”, exemplificou Christine Hong Barbosa.

Arte em autocolante

Joana Borges faz ilustrações nos tempos livres e ainda não se assume como artista. Participar nesta exposição e ir a Amesterdão é, para ela, uma oportunidade, uma vez que nunca expôs o seu trabalho publicamente.

“Vou levar um quadro que se chama ‘Georgia on my mind’ porque tem a ver com a música com esse nome e outros conceitos mais pessoais. Esse quadro é feito com autocolantes que eu reutilizei e pintei com acrílico, em papel escrevi partes da letra da música e de frases feitas por mim. O outro quadro é roxo e azul, feito com acrílico, e dá um efeito de buraco negro no universo. São todas emoções num turbilhão, criadas numa tela”, explicou ao HM.

A ideia de trabalhar com autocolantes começou quando uma amiga de Joana Borges teve problemas pessoais. “Comecei em 2016 porque tinha uma amiga que estava a passar um mau bocado e resolvi fazer autocolantes entre o caminho de casa até ao local do trabalho dela. Os autocolantes tinham desenhos e frases. Outras pessoas disseram que tinham visto e que tinham reconhecido a letra da música, e aí pensei que deveria explorar mais isso. Comecei a pôr outros desenhos e frases e comecei a espalhar alguns autocolantes por aí. Comecei a evoluir para o desenho.”

Em Amesterdão, Joana Borges vai mostrar um pouco daquilo que tem vindo a fazer nos últimos meses, mas ainda hoje não assina aquilo que faz. “Raramente identifico as minhas obras porque não considero que seja importante o nome de quem fez, mas a obra em si.”

Estar na capital da Holanda vai ser importante “nem que seja pela ligação que vou fazer com os outros dez artistas e pelo facto de espalhar autocolantes em Amesterdão, Paris e Lisboa”. “Vou tentar espalhar pela Europa o que tenho andado a fazer nos últimos meses, mas esse não é o objectivo”, acrescentou Joana Borges.

Para Christine Hong Barbosa, é interessante abordar as diversas perspectivas da ilustração porque há uma maior liberdade. “Não temos restrições ao nível do conteúdo da obra mas apenas referente ao tamanho. Podem fazer trabalhos digitais, com aguarelas, utilizando qualquer estilo com que se sintam à vontade. Queremos que os artistas interpretem isso de acordo com o seu estilo próprio e assim poderemos ver diferenças entre as visões de Macau e dos artistas de Amesterdão, sempre baseadas nas suas próprias culturas e vivências.”

“A ilustração é algo completamente livre, não tem restrições, cada um pode fazer da maneira que quiser. Não é preciso ter ferramentas especificas, e este evento está relacionado com pessoas que não precisam de ser artistas profissionais mas que podem simplesmente ter a sua própria voz”, rematou a responsável pela Yunyi Arts & Cultural Communications.

27 Jul 2018

Mais mergulhadores e novos equipamentos de salvamento

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s Serviços de Alfândega, Corpo de Bombeiros e Corpo de Polícia de Segurança Pública apostaram na compra de novos equipamentos de intervenção rápida e de salvamento, bem como na formação de pessoal para elevar a capacidade de prevenção e redução de catástrofes. Além da compra de equipamentos de mais de 70 tipos, foram formados mais cinco mergulhadores, que passam a ser 21.

Aos jornalistas, durante uma apresentação realizada ontem, o comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários (SPU) e comandante de acção conjunta da estrutura de protecção civil, Ma Io Kun, indicou que os serviços no âmbito da tutela de segurança irão continuar a completar e adquirir os equipamentos e material a serem utilizados em trabalhos de salvamento e de reconstrução, por forma a elevar a capacidade de prevenção e redução das catástrofes.

Segundo um comunicado, o mesmo responsável afirmou que na sequência do tufão Hato, que atingiu Macau há sensivelmente um ano, os Serviços de Alfândega, o Corpo de Bombeiros e o Corpo de Segurança Pública tiveram de adquirir maior variedade de equipamentos de intervenção rápida. O montante do orçamento total para a aquisição de todos os equipamentos novos cifra-se em mais de 70 milhões de patacas, de acordo com a mesma nota.

Entre os equipamentos figuram ‘drones’ marítimos e robôs submarinos destinados ao salvamento em parques de estacionamento, e botes rápidos de patrulhamento com aparelho de visão nocturna.

No que diz respeito ao pessoal de salvamento, Ma Io Kun referiu que cada serviço tem organizado, periodicamente, cursos de formação, dando o exemplo do salvamento em altitude para o Corpo de Bombeiros, que serão realizados continuamente, para aumentar o número de pessoal com esta formação. No âmbito dos Serviços de Alfândega, foram formados mais cinco mergulhadores, passando de 16 para 21.

27 Jul 2018

Sands China | Lucros líquidos subiram 30 por cento no segundo trimestre

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] operadora de jogo Sands China registou, no segundo trimestre do ano, lucros líquidos de 427 milhões de dólares norte-americanos, valor que traduz um aumento de 30 por cento face ao período homólogo do ano passado, anunciou ontem a empresa em comunicado.

As receitas líquidas atingiram 2,11 mil milhões de dólares norte-americanos, reflectindo uma subida de 18 por cento em termos anuais e uma descida de 2 por cento em termos mensais. As receitas do segmento VIP deram um ‘pulo’ de 30 por cento – superando a média do crescimento do mercado de grandes apostadores em Macau, na ordem de 14 por cento, segundo Grant Govertsen, analista da Union Gaming. Já no segmento de massas, o desempenho da Sands China esteve em linha com o mercado, tendo subido 20 por cento. As ‘slots machines’, o único segmento que ficou aquém dos restantes, registou um aumento de 6 por cento, segundo uma nota enviada pelo mesmo analista.

Os resultados da Sands China contribuíram para o bom desempenho da empresa-mãe, a Las Vegas Sands, cujos lucros líquidos subiram 5,8 por cento em termos anuais homólogos para 676 milhões de dólares norte-americanos.

Além Cantão

Na habitual teleconferência com analistas, os responsáveis da Las Vegas Sands destacaram que o forte crescimento do segmento de massas “premium” (29 por cento) ficou a dever-se, em grande parte, a uma maior penetração no mercado da China, para lá da província de Guangdong. “Este forte crescimento vem – achamos – de um segmento extra Guangdong e é um bom augúrio para o nosso futuro”, afirmou o presidente da Las Vegas Sands, Robert G. Goldstein.

“Continuaremos a investir significativamente capital no nosso portfólio em todos os segmentos dos nossos negócios. Estou confiante de que estes investimentos irão impulsionar um crescimento adicional no turismo de lazer e negócios tanto para o nosso portfólio, como para Macau em geral”, sublinhou o patrão da Las Vegas Sands, o norte-americano Sheldon Adelson.

O magnata de jogo manifestou-se particularmente entusiasmado com os trabalhos de design do The Londoner, actual Sands Cotai Central, afirmando que o complexo terá “enorme potencial” como terceira paragem obrigatória, servindo como complemento ao Venetian e ao Parisian.

Sheldon Adelson apontou, porém, que o compromisso de continuar a investir em Macau por parte da Las Vegas Sands não se circunscreve ao The Londoner. “Muitos outros projectos envolvendo significativo capital estão a ganhar forma enquanto conversamos”, sublinhou, fazendo referência nomeadamente à reconversão de suites, à renovação das áreas de jogo VIP e a novos espaços de restauração nas propriedades que detém em Macau.

27 Jul 2018

Galgos | Yat Yuen apresenta plano de transferência de cães para o Pac On

A Yat Yuen apresentou um pedido de reclamação dos 533 galgos que deixou no Canídromo, mas desta vez acompanhado de um plano concreto para os animais. A empresa propõe a instalação dos cães num edifício no Pac On e a colaboração com as associações de protecção animal nos processos de adopção. Entretanto, ANIMA e Yat Yuen chegaram a um acordo de cooperação que vai ser apresentado hoje

 

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Companhia de Corridas de Galgos de Macau apresentou ontem um pedido de reclamação dos 533 cães que se encontram no espaço do Canídromo juntamente com uma proposta concreta de deslocação dos animais para o Pac On, revelou ontem o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM).

De acordo com o comunicado do IACM, os galgos serão realojados num edifício desocupado de um terreno privado. A Yat Yuen, que apresenta pela primeira vez um plano concreto para o futuro dos mais de 500 cães, assegura ainda que “irá cooperar com as associações de protecção dos animais nos cuidados aos galgos e na coordenação dos trabalhos posteriores de adoptação”, aponta o IACM.

De modo a ter tempo para realizar obras no edifício que irá receber os galgos do Canídromo e para “o tornar um local apropriado para alojamento” dos animais, a Yat Yuen solicitou ao IACM a prorrogação do prazo de reclamação dos cães por mais 60 dias e comprometeu-se a ir buscar todos os animais até à conclusão das obras no novo alojamento do Pac On. A viabilidade da proposta será avaliada pelo IACM, de acordo com comunicado emitido pela entidade municipal.

Além disso, a Yat Yuen assume a totalidade das despesas resultantes dos cuidados temporários dos cães. “Todas as despesas resultantes de cuidados temporários estão a cargo da Yat Yuen”, aponta o referido comunicado.

A iniciativa tem o parecer positivo do Governo apesar de estar ainda em avaliação. “O IACM vê com agrado que a Yat Yuen está disposta a assumir a devida responsabilidade de dona, nos termos da “Lei de Protecção dos Animais”, refere.

Recorde-se que, de acordo com a Lei de Protecção dos Animais, em caso de não reclamação dos galgos, a Yat Yuen seria acusada de abandono de 533 cães e incorreria no pagamento de uma multa superior a 50 milhões de patacas.

Acordo feliz

Entretanto, esta tarde vai decorrer uma conferência de imprensa em que a Sociedade Protectora dos Animais, ANIMA, e a Yat Yuen vão fornecer detalhes que integram o acordo a que chegaram as duas entidades. ANIMA e Yat Yuen, entidades que têm andado de costas voltadas, firmaram uma cooperação para garantir o futuro dos animais.

Dada a disponibilidade já mostrada por parte do presidente da ANIMA para avançar com a coordenação do processo de adopção dos animais de forma voluntária, este acordo poderá compreender o mesmo compromisso agora negociado com a Yat Yuen. No entanto, contactado pelo HM, o presidente da ANIMA, Albano Martins não avança com qualquer confirmação e adianta apenas que “será tudo explicado na conferência de imprensa e que é um bom acordo para os animais”.

O IACM activou um plano de emergência desde o passado dia 21 com a duração de 10 dias. Entre funcionários da entidade pública e voluntários angariados através das diversas associações de protecção de animais, conseguiu-se juntar as 40 pessoas necessárias para manter diariamente o espaço e cuidar dos animais.

27 Jul 2018

Táxis | Autoridades que sejam vítimas de infracções podem aplicar lei de imediato

A proposta de lei que vai regular o sector dos táxis permite aos agentes de fiscalização da DSAT e da PSP a aplicação da lei de imediato caso sejam vítimas de infracção por parte dos taxistas. O Governo garante que não está em causa qualquer tipo de policiamento à paisana

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s agentes de fiscalização da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) e da Polícia de Segurança Pública (PSP) podem exercer autoridade pública se forem vítimas de infrações por parte de taxistas, ou seja, podem aplicar a lei de imediato. A informação foi dada ontem pelo presidente da 3ª comissão permanente, Vong Hin Fai, depois de mais uma reunião de discussão do articulado com o Governo.

Questionado pelos jornalistas se esta medida não poderá resultar em tipo de abuso de poder, o deputado que preside à comissão esclareceu que como os veículos vão estar equipados com aparelhos de gravação de som, exigido pela mesma proposta, fica garantido que tal não acontecerá. “Os veículos vão estar equipados com sistemas de gravação de som e ainda se está a ponderar a possibilidade de gravação em imagem, e estas equipamentos também vão servir para prevenir situações de abuso de poder”, pelo que “não deve haver preocupação a este respeito”, referiu.

Por outro lado, o Executivo deu garantias aos deputados de que esta medida não equivale ao uso de agentes “encobertos”. “Não está aqui em causa o mecanismo de aplicação da lei por um agente à paisana com actuação passiva”, citou o presidente.

De acordo com o Executivo, trata-se de uma medida que teve como base o próprio regime que já existe na Polícia Judiciária onde “há uma norma semelhante”.

De qualquer forma, o Governo revelou que “precisa de tempo de reflexão para ver se há possibilidade de melhoramento”, disse Vong.

Quanto à possibilidade de aplicação imediata de multa nestes casos, o Governo não sabe ainda responder.

Justiça veloz

A proposta de lei do novo regime jurídico que vai regular a sector dos táxis pretende facilitar os processos de aplicação de multas quando são registadas infracções. Neste sentido, a recém criada “tramitação especial”, prevista na proposta apresentada pelo Governo, autoriza a aplicação imediata da multa. “A lei permite que quando ocorra um infracção possa ser logo aplicável a multa ao infractor”, revelou Vong Hin Fai.

Os taxistas prevaricadores que pagarem a sua multa de forma voluntária, e dentro de um período de 15 dias, têm direito a um desconto de um terço do valor da coima.

As normas do novo regime de tramitação especial foram elaboradas para que seja “dado um tratamento mais acelerado das infrações no futuro”, referiu o presidente da 3ª comissão permanente. Os deputados que analisam na especialidade o diploma apresentaram alguns receios de que esta rapidez possa “interferir na justiça e imparcialidade com que cada caso tem de ser tratado”. “O Governo garantiu que não”, apontou Vong Hin Fai.

Trocas de informação

Outro assunto debatido na reunião de ontem foi a comunicação de informações entre a PSP e a DSAT quando há condenações em tribunal. O presidente da 3ª comissão permanente da Assembleia Legislativa deu exemplos de casos: “Aplicam-se aqui os casos de retiradas de carta ou de licença já transitadas em julgado”, esclareceu. No entanto, os deputados da comissão referiram que a proposta não está clara. “Não sabemos se esta transferência de informações pode acorrer enquanto decorrem processos de investigação”, acrescentou.

O Governo apontou que esta situação vai ser clarificada e regulamentada de acordo com a legislação de protecção de dados pessoais.

Assuntos pendentes

Na reunião da 3ª comissão que teve lugar na passada quarta-feira, Vong Hin Fai tinha avançado que o limite de horário de trabalho a nove horas diárias proposto pelo diploma deve ser apenas aplicado aos taxistas que trabalham por conta própria. Os deputados que analisam na especialidade o diploma entendem que não fazia sentido aplicar esta norma aos detentores das licenças, que vão passar a ser sociedades comerciais, uma vez que estas entidades têm de respeitar a lei das relações laborais. No entanto, Vong Hin Fai afirmou ontem que o limite de horas de trabalho vai voltar a ser discutido.

27 Jul 2018

Viva Macau | Coutinho e Sulu Sou dizem que reunião serve para chumbar debate

José Pereira Coutinho e Sulu Sou acreditam que a reunião da comissão de acompanhamento sobre o caso da dívida da Viva Macau vai servir como argumento para chumbar a proposta de debate apresentada pelos deputados pró-democratas junto da Assembleia Legislativa

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]ntem realizou-se uma reunião da comissão de acompanhamento para os assuntos de finanças públicas na Assembleia Legislativa (AL), que para José Pereira Coutinho e Sulu Sou representa uma espécie de álibi político. Para os deputados, a reunião de ontem pode ser um prenúncio de chumbo da proposta por eles apresentada para debater a dívida da companhia aérea Viva Macau no hemiciclo. Acrescente-se que ainda não há data para votar a realização deste debate.

“Estranho muito que o deputado Mak Soi Kun [presidente da comissão] tenha tido a sensibilidade e a vontade de discutir o tema da Viva Macau no espaço de 48 horas, quando todos nós sabemos que levam vários anos para escolher um tema para debate nas três comissões de acompanhamento”, começou por dizer Pereira Coutinho ao HM. Para o deputado, “a intenção de debater a questão da Viva Macau de forma tão apressada na comissão tem como objectivo directo liquidar, à partida, o nosso pedido de debate na AL com a presença dos membros do Governo, para se poder aprofundar mais e melhor este imbróglio da dívida de 200 milhões da Viva Macau”.

Também Sulu Sou acredita neste desfecho para a proposta de debate que assinam em conjunto. “Concordo [com a posição de José Pereira Coutinho], mas isso vai fazer com que a população deixe de confiar nos deputados.” “Deveria ser feito um debate mais aberto pois os cidadãos têm direito a saber o que aconteceu neste grande caso, que está relacionado com as grandes famílias de Macau”, acrescentou o deputado ao HM.

Coutinho acredita que os restantes membros do hemiciclo “vão dizer que não vale a pena haver debate porque a comissão já está a acompanhar o assunto”. “É um tema importante com uma grande componente social, e as pessoas que votaram em mim e no Sulu Sou esperam que possamos abordar este tema. É importante haver um debate amplo, com os 33 deputados e o secretário, para que se possa abordar esta questão.”

Secretário ausente

José Pereira Coutinho não esqueceu o facto do secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, não ter estado presente na reunião de comissão de ontem. “Apesar de estar em Macau, o secretário não esteve presente na reunião, e ainda ontem estivemos juntos numa actividade pública promovida pela associação dos construtores civis. Lionel Leong esteve no jantar e não esteve hoje na reunião de trabalho”, frisou. De acordo com o que foi dito ontem na AL, o secretário para a Economia e Finanças tinha outros pontos na agenda e não pôde estar presente.

O deputado acredita que esta questão tem servido como jogada de bastidores para a eleição do próximo Chefe do Executivo, que vai acontecer já no próximo ano. “Há alguém que não quer que este assunto seja debatido no plenário da AL, e há também um outro alguém que quer utilizar o escândalo da Viva Air para retirar dividendos políticos na próxima eleição do Chefe do Executivo, tentando queimar o actual secretário”, defendeu Coutinho.

Por sua vez, Lionel Leong “está a tentar não estar ligado a esse escândalo e também ao caso das residências atribuídas pela via dos investimentos pelo Instituto de Promoção do Investimento e Comércio (IPIM)”. Apesar de, segundo Coutinho, existirem estas manobras, “os cidadãos não sabem que tudo isto [o caso da Viva Macau e do IPIM] começou na altura do anterior secretário, Francis Tam”.

O secretário Lionel Leong reagiu ontem ao caso da Viva Macau através de um comunicado de imprensa, tendo dito que o Governo “reagiu de boa-fé”. As autoridades “continuam a solicitar aos advogados que acompanham o caso da dívida da Viva Macau a recuperação da verba emprestada junto da avalista”. Estão em causa 212 milhões de patacas de dívida que o Governo diz não conseguir reaver.

27 Jul 2018

Viva Macau | Deputados recusam analisar ligações familiares nos empréstimos de 212 milhões

Apesar dos empréstimos à empresa Viva Macau terem tido a aprovação do ex-Chefe do Executivo, de acordo com a lei, os deputados da Assembleia Legislativa preferem focar as atenções nas acções dos membros do Conselho de Administração do Fundo público de onde é proveniente o dinheiro

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s empréstimos superiores a nove milhões de patacas cedidos pelo Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização (FDIC) têm de ser aprovados pelo Chefe do Executivo, explicou, ontem, o Governo ao deputados. Terá sido o que aconteceu com os diferentes empréstimos cedidos à Viva Macau, entre 2008 e 2009, que totalizaram 212 milhões de patacas, e que agora são dados como irrecuperáveis.
No entanto, e apesar do então Chefe do Executivo, Edmund Ho, ser irmão de um dos financiadores da Viva Macau, o já falecido William Ho, e tio de um dos directores-executivos da empresa avalista dos empréstimos, Kevin Ho, filho de William, a Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas diz que não vai olhar para as ligações familiares. “Se calhar isto [ligações familiares] tem a ver com os segredos privados ou sigilo. Não sei se temos competência para acompanhar a matéria”, afirmou Mak Soi Kun, presidente da comissão.
Ao longo de mais de três horas durante a manhã de ontem, os membros da comissão e os representantes do Executivo, liderados pelo Director dos Serviços de Economia, Tai Kin Ip, falaram sobre o funcionamento do FDIC os apoios à Viva Macau. No final, Mak Soi Kun disse que a empresa está mais preocupada em saber quem são os membros do FDIC responsáveis pela decisão de propor os empréstimos.
“Pedimos informação ao Governo sobre os membros do Conselho de Administração. A informação só vai ser entregue depois, mas queremos analisar se os pedidos foram avaliados de forma profissional”, começou por dizer. “Queremos analisar o perfil académico ou a existência de experiência em gestão financeira entre os membros do conselho. Também temos de ter em atenção que a comissão não é alvo de qualquer fiscalização ou monitorização”, acrescentou.
De acordo com o Boletim Oficial, em 2008 os membros do Conselho de Administração da FDIC eram Sou Tim Peng, director da Direcção dos Serviços de Economia (DSE), Cristiana Ieong, Chan Weng I, Vong Cheng Kam e Sylvia Isabel Jacques. Todos nomeados por Edmund Ho.

Empréstimo histórico

Para Mak Soi Kun, o empréstimo feito à Viva Macau é histórico, uma vez que foi o único na história da RAEM feito sem garantias bancárias. Por esta razão, o deputado espera que o caso não se repita, apesar dos critérios para os empréstimos serem agora mais apertados.
“Na história de Macau este é um caso único e esperamos que não haja mais casos no futuro”, afirmou. “Os empréstimos foram feitos com livranças sem garantias. São apenas títulos em que se reconhecem as dívidas. É uma situação semelhante à de um cheque sem cobertura”, exemplificou.
A opção governativa foi explicada aos deputados pelo director da DSE, Tai Kin Ip, como uma medida de urgência, face à crise financeira de 2008.
“Segundo o Governo, em 2008 atravessava-se um tsunami financeiro a nível mundial e houve a intenção de ajudar o sector. Foram ajudadas as duas companhias, a Air Macau e a Viva Macau até porque Macau é uma cidade de turismo”, relatou Mak Soi Kun, sobre a versão do Executivo. “O Governo disse que só houve uma situação destas [empréstimos sem garantias] e que foi tomada esta decisão porque se tratava de um caso urgente e que exigia decisões urgentes. Também de acordo com a explicação, as leis em vigor permitiam este procedimento”, sublinhou.

Sem indícios de crime

Durante as três horas de reunião, os legisladores questionaram ainda se não havia indícios de crime pelo facto de não haver garantias nos empréstimos. De acordo com a versão do Governo, não há indícios nesse sentido. Contudo, Mak Soi Kun revelou que a informação disponibilizada pelo Executivo não permite que os deputados afiram a veracidade das declarações do Executivo. Porém, o Governo comprometeu-se a enviar os documentos necessários tão brevemente quanto possível.
“O Governo diz que analisou as contas e que não há transferências de bens intencionais antes da falência. Também diz que segundo os Serviços não se registaram indícios de burla ou qualquer outro tipo de crimes. Trata-se de uma falência normal”, relatou o presidente da comissão.
Mak Soi Kun recusou ainda a ideia de que os deputados apresentem queixa sobre eventuais actos criminosos no processo. “Os deputados colocaram perguntas sobre eventuais responsabilidades criminais e a actuação do Ministério Público, Polícia de Segurança Pública e Comissariado Contra a Corrupção. Segundo o Governo, se houver novas provas serão analisadas. Mas a sociedade também pode intervir no caso”, ressalvou.

Acusação difícil

Mesmo face à existência de indícios de crime, não é liquido que uma acusação fosse concluída com sucesso. Isto decorre do facto, dos decisores poderem argumentar que na altura dos empréstimos havia garantia de que a companhia avalista poderia assumir as dívidas. A situação foi explicada ao HM, por especialista em direito criminal, que não quis ser identificado.
“Não me parece que neste caso tenha havido algum crime. Poderá eventualmente haver responsabilidade política dos decisores, mas do ponto-de-vista jurídico não estou a ver que possa haver responsabilidade civil ou criminal”, afirmou a fonte.
“Qualquer negócio tem sempre riscos. Para haver irresponsabilidade tem de haver um facto ilícito, não vejo que isso tenha acontecido. Se o Governo estava confiante e tinha a certeza que o negócios era credível e que tinha sucesso pode avançar. No máximo haverá responsabilidades políticas”, frisou.
Um outro conhecedor do Direito local avança a hipótese de ter sido cometido o crime de abuso de poder. Este é a prática por parte funcionários que abusam de poderes ou violam deveres inerentes às suas funções com intenção de obter, para si ou para terceiro, benefícios ilegítimos. Contudo, esta fonte admite que é difícil provar a prática deste tipo de crime em tribunal e que um eventual procedimento contra o Chefe do Executivo seria “inédito”.
Neste caso, a prática do ilícito prescreveria em 10 anos, pelo que o prazo para começar qualquer procedimento criminal aproxima-se do fim, tendo em conta que os primeiros empréstimos foram feitos em 2008 e os últimos em 2009.
Por sua vez, o Comissariado Contra a Corrupção foi questionado sobre a eventual investigação ao caso, mas até à hora do fecho não foi fornecida qualquer resposta ao HM.

Desistência em Hong Kong

Em relação à desistência de um processo legal em Hong Kong contra a sociedade avalista, a Eagle Airways, que tinha assumido que pagaria os empréstimos em caso de incumprimento da Viva Macau, os deputados alinharam com o Executivo. Interessa salientar que a Eagle Airways tem como director-executivo Kevin Ho.
“A Eagle Airways só tem como património 42 mil dólares americanos [cerca de 314 mil dólares de Hong Kong] e 70 mil dólares de Hong Kong. Mas as custas judiciais para contratar um escritório na REAHK são de 300 mil dólares de Hong Kong, no mínimo. Tudo o resto tinha de ser somado a esse valor. Tendo em conta os bens da empresa, o Governo optou por suspender o processo”, contou Mak. “Não vale a pena continuar com essa acção judicial e os deputados aceitaram e compreenderam a explicação”, frisou.
Entre 2008 e 2009 foram feitos vários empréstimos à transportadora aérea Viva Macau, por parte do Governo, no valor de 212 milhões de patacas. Apesar da empresa-mãe Eagle Airways se ter disponibilizado para pagar por qualquer incumprimento, a aviadora faliu e o Executivo não conseguiu recuperar o dinheiro. No passado fim-de-semana, o Governo deu como perdido o montante, devido ao facto da Viva Macau não ter bens no território e pelo facto da Eagle Airways estar sediada em Hong Kong, onde só tem activos que rondam as 400 mil patacas.

Mak Soi Kun critica Lionel Leong

O presidente da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas, Mak Soi Kun, criticou a postura do secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, que não esteve presente na reunião. O encontro tinha sido marcado com 48 horas de antecedência.
“É lamentável que o senhor secretário [Lionel Leong] não estivesse presente na reunião”, declarou Mak Soi Kun, ainda antes de ter sido questionado sobre o tema pelos jornalistas. Segundo o presidente, foi explicado aos deputados que a ausência se ficou a dever à delegação de poderes para o caso Viva Macau no director dos Serviços de Economia, Tai Kin Ip.
Ao HM, Lionel Leong, através do seu gabinete, explicou ainda que teve outros compromissos profissionais. “A reunião de hoje [ontem] de manhã teve como tema principal a apreciação e autorização de pedidos no âmbito do Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização, pelo que foi o director dos Serviços de Economia que assistiu à reunião para apresentar o ponto de situação das respectivas matérias”, foi avançado. “A falta de comparência do secretário Leong Vai Tac a essa reunião deveu-se ao facto de o mesmo ter outras actividades oficiais agendadas para esta manhã”, foi acrescentado.
A mesma nota refere a disponibilidade de Lionel Leong para comunicar com os deputados: “Sublinhamos que o secretário está sempre disposto a reforçar a comunicação com a Assembleia Legislativa, assim como com os deputados”.

Fundo tem 130 milhões por recuperar

Os empréstimos à Viva Macau não são os únicos montantes que o Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização tem por recuperar. De acordo com os dados apresentadas pelo Executivo aos deputados, em apoios a Pequenas e Médias Empresas as dívidas ascendem a 110 milhões de patacas, resultantes de 55 casos de incumprimento. No que diz respeito aos apoios a jovens empresários, as dívidas são de 20 milhões de patacas, que correspondem a 90 casos de incumprimento.

27 Jul 2018

FMI diz que “não há provas” de manipulação de divisas pela China

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Maurice Obstfeld, afirmou que “não há qualquer prova” de manipulação da sua divisa por parte da China.

Estas afirmações surgem depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter acusado na passada sexta-feira a União Europeia e a China de manipularem as suas divisas.

“A China, a União Europeia e outros manipulam as suas moedas baixando as taxas de juro, enquanto os Estados Unidos aumentam as taxas com o dólar a tornar-se mais forte todos os dias o que degrada a nossa competitividade”, afirmou Trump na rede social Twitter.

Em declarações ao canal televisivo CNBC, Obstfeld declarou que “não há provas de manipulação” nos movimentos de divisas constatados recentemente.

Maurice Obstfeld indicou que o relatório do departamento do Tesouro norte-americano chegou “à mesma conclusão”.

Em meados de abril, o departamento do Tesouro considerou que a China não manipulava a sua moeda, mas colocou sob vigilância o país.

26 Jul 2018

Brasil renova com selecionador Tite até ao Mundial do Qatar 2022

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] treinador Tite vai ser selecionador do Brasil até ao Mundial 2022 do Qatar, anunciou ontem a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que garantiu também a continuidade do coordenador de seleções, Edu Gaspar, pelo mesmo período.

“A experiência deste primeiro ciclo estabeleceu uma relação de confiança entre todos, que vai refletir-se no próximo passo. Entendo que a CBF nos deu as condições para construir um ambiente de união e de profissionalismo extremo e assim continuaremos. É um grande desafio e estamos felizes em enfrentá-lo, já com o foco voltado aos próximos jogos e competições”, disse Tite.

O técnico de 56 anos soma 26 partidas à frente da seleção brasileira, conquistando 20 vitórias, cedendo quatro empates e sofrendo apenas duas derrotas.

“A CBF está a investir num projeto de longo prazo ao garantir à equipa técnica seis anos e meio à frente da seleção. Acreditamos que um planeamento cuidadoso e execução criteriosa conduzirão o futebol brasileiro aos resultados que esperamos”, justificou o diretor executivo de gestão, Rogério Caboclo.

Para o dirigente, que foi o chefe da delegação brasileira no Mundial 2018 da Rússia, no qual a ‘canarinha’ caiu nos quartos de final frente à Bélgica (2-1), estas renovações constituem uma “decisão natural”.

“Ao longo desta primeira fase na CBF eles demonstraram alinhamento a valores que acreditamos muito, como talento, competência e dedicação”, completou.

O caminho de Tite prossegue em 07 de setembro com particular nos Estados Unidos frente à seleção norte-americana.

26 Jul 2018

Presidente dos EUA acusa China de ser “cruel” com agricultores norte-americanos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, acusou ontem a China de ser “cruel” com os agricultores norte-americanos e alertou Pequim para as consequências desses actos.

“A China visa os nossos agricultores, que sabem que eu adoro & respeito, como forma de me fazer deixá-los [os chineses] aproveitarem-se dos EUA. Estão a ser cruéis naquela que será uma tentativa falhada. Estávamos a ser gentis – até agora!” avisou Trump.

No mesmo texto, publicado por volta do meio-dia em Lisboa, Trump disse que a China ganhou 517 mil milhões de dólares à custa dos Estados Unidos, no ano passado.

Quanto a críticos do plano de distribuir 12 mil milhões de dólares a agricultores que sofram de retaliações da guerra comercial com a China, nomeadamente através de tarifas impostas pela China, Trump pede que esperem e que “estejam calmos”, porque “as negociações estão a correr bem” e o “resultado final vai valer a pena”.

Numa publicação anterior, também no dia de hoje, Trump interrogava: “vamos continuar e deixar os nossos agricultores e a nossa terra serem roubados? Perdemos 817 mil milhões de dólares no ano passado”, para justificar as medidas que estão a ser tomadas contra o livre comércio e que se traduzem num agravamento de relações económicas com parceiros estratégicos, incluindo a China e países europeus.

26 Jul 2018

China ordena inspeção geral às empresas produtoras de vacinas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China ordenou uma inspeção geral às empresas que produzem vacinas, numa resposta ao recente escândalo de vacinas defeituosas contra a raiva fabricadas por um dos maiores laboratórios do país.

De acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, várias equipas vão investigar minuciosamente todo o processo e toda a cadeia de produção de vacinas de todos os produtores chineses, na sequência de uma ordem emitida na quarta-feira à noite pela Administração de Alimentos e Medicamentos da China (CFDA).

Estas equipas “vão inspecionar de alto a baixo todo o processo e a cadeia de produção de todos os fabricantes de vacinas”, garantiu a CFDA, em comunicado.

Na semana passada, a CFDA acusou o laboratório farmacêutico Changchun Changsheng, um dos maiores produtores de vacinas do país, de falsificar registos de produção de cerca de 113 mil vacinas contra raiva, além de distribuir mais de 250 mil doses defeituosas contra a difteria, o tétano e a tosse convulsa.

De acordo com as autoridades, os dados de fabrico da vacina contra a raiva foram falsificados e os parâmetros de produção alterados. O escândalo suscitou uma reação imediata na China, onde numerosos pais manifestaram a sua preocupação através das redes sociais.

O Presidente chinês, Xi Jinping, repudiou de imediato as práticas “odiosas e chocantes” da empresa e exigiu uma investigação profunda do caso.

Na terça-feira, a polícia da cidade de Changchun (nordeste) deteve 15 pessoas, incluindo a diretora da empresa, com sede no nordeste da China.

As autoridades garantiram que as vacinas adulteradas não saíram das fábricas da Changchun Changsheng. Mas o caso põe em causa o regulador e aumenta a desconfiança nos consumidores, já abalados com vários escândalos alimentares e sanitários ocorridos nos últimos anos.

26 Jul 2018

Saúde | Eventual corrida a vacinas sem impacto no ‘stock’ para residentes

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] s Serviços de Saúde garantiram ontem que uma eventual procura elevada por vacinas na sequência do escândalo na China não vai afectar os residentes de Macau, dado que o ‘stock’ é “mais do que suficiente para as necessidades”. Em comunicado, o organismo recorda que as vacinas encomendadas pelo Governo são destinadas, de uma forma geral, à vacinação dos residentes.

Segundo os Serviços de Saúde, não só são “raros” os casos de aquisição de vacinas por não residentes, como os mais comuns dizem respeito a vacinas adquiridas para crianças não residentes que possuem autorização de permanência em Macau e vacinas de necessidade urgente, tal como a contra o tétano após lesões. “Apesar de existirem não residentes que solicitam as vacinas pagando-as, os pedidos não são atendidos”, o que significa que não podem vacinar-se nos Serviços de Saúde e nos postos de vacinação que celebraram protocolos com o organismo governamental, lê-se na mesma nota.

De acordo com os dados estatísticos, 100 por cento das crianças registadas nos Serviços de Saúde ou nos postos de vacinação do Hospital Kiang Wu estão vacinadas, pelo que mesmo que houvesse uma corrida à vacinação infantil por parte de residentes do Interior da China em Macau “não teria qualquer impacto no fornecimento de vacinas para a população da RAEM”.

Os Serviços de Saúde referiram ainda que para garantir a quantidade de vacinas necessárias procedem a uma estimativa para o ano seguinte tendo em conta os dados demográficos, como o número de nascimentos, fazendo encomendas com antecedência. Até ao momento, os Serviços de Saúde já adquiriram as vacinas necessárias até 2020, indica o mesmo comunicado.

Em paralelo, caso o fornecimento das vacinas não sejam prestado atempadamente, o fornecedor terá de indemnizar o organismo podendo a situação ter impacto em futuras adjudicações.

Na semana passada, uma investigação da Administração de Alimentos e Medicamentos da China (CFDA) acusou a empresa Changchun Changsheng de falsificar registos de produção de aproximadamente 113 mil vacinas contra raiva, além de distribuir mais de 250 mil doses defeituosas contra difteria, tétano e tosse convulsa.

26 Jul 2018

Motociclismo | Prova de Vila Real pode ajudar portugueses no regresso à Guia

[dropcap style=’circle’] M [/dropcap] acau e Vila Real de Trás-os-Montes têm em comum pelo menos uma coisa. Ambas as cidades são conhecidas por organizarem um evento de automobilismo de carácter anual nas suas ruas, fazendo ambas parte do calendário da Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR)

As chamadas “Corridas de Vila Real” são o mais importante cartaz turístico da cidade transmontana, sendo sem dúvida a sua marca distintiva no panorama Nacional e Internacional, um pouco à imagem do que acontece com o Grande Prémio de Macau. Depois de algumas paragens e interregnos, o Circuito de Vila Real tem sido, desde 2014, uma força na promoção do turismo da região e os organizadores do evento querem aumentar o seu alcance nos próximos anos.

Na pretérita edição, os vilarealenses voltaram a realizar mais uma exibição de “duas rodas”, que serviu também de teste à pista para avaliar a possibilidade do regresso das competições de motos a Vila Real, depois das motas terem sido banidas em 1993. “Queremos que isso venha a acontecer, mas queremos ter a garantia de que isso acontecerá com toda a segurança”, salientou à comunicação social o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos.

Se Vila Real se conseguir afirmar no mundo do “Road Racing”, as possibilidades da presença portuguesa no Grande Prémio de Motos de Macau vão aumentar certamente. A Federação de Motociclismo de Portugal recebia da RAEM três convites para pilotos portugueses, mas com a introdução de critérios mais exigentes na escolha dos participantes, por parte do Grande Prémio de Macau, o número de representantes lusitanos tem vindo a diminuir ao longo dos anos.

O motociclismo de velocidade em Portugal baseia-se essencialmente em competições de circuito e muito raramente há a oportunidade, ou ensejo, para os pilotos lusos participarem nas mais prestigiadas provas de estrada, como a conceituada prova da Ilha de Man ou a North West 200. A presença nestas provas é quase obrigatórias para os pilotos que ambicionem um convite para o Grande Prémio de Macau.

Neste momento, André Pires é o único piloto português que reúne as condições para participar na provas de motociclismo da RAEM.

“Sem dúvida que, se Vila Real vier a fazer uma prova e o pilotos portugueses participarem, vai ser uma prova tão boa como Ilha de Man ou o Grande Prémio de Macau”, admitiu Pires ao HM. “Estamos a falar de um circuito citadino, com muita qualidade, onde já se faz provas do mundial de Turismos. Assim já fica mais fácil monetariamente para os pilotos portugueses que gostam das Road Racing poderem participar e claro que dá uma grande experiência.”

Pires que se iniciou no motociclismo em 2005 para receber o seu primeiro convite para o Grande Prémio de Macau em 2013, numa edição em que foi o melhor “rookie”, reconhece que, se o Circuito de Vila Real voltar a acolher competições de motociclismo de gabarito internacional “ficará mais fácil termos mais que um português a participar em Macau”.

 

Pires na expectativa

Apesar de 2017 ter sido uma edição para esquecer para o piloto de Vila Pouca de Aguiar, o actual terceiro classificado no Campeonato Nacional de Superbike espera voltar em Novembro ao Circuito da Guia. O português aguarda pacientemente por receber o convite da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau. “A data começa aproximar-se e vontade não falta, mas ainda não sei se tenho o convite”, explicou André Pires. ao HM. “Espero ter, pois reúno as condições para poder voltar. Espero poder dizer algo em breve.”

Na edição de 2017, Pires fez a sua melhor volta na qualificação em 2.32,167 minutos, 9,086 segundos mais lento que o pole-position e vencedor, o irlandês Glen Irwin (Ducati). O piloto de 28 anos acabaria, no entanto, por não alinhar na corrida devido a um problema de motor da sua Kawasaki. Há dois anos, numa edição ganha pelo britânico Peter Hickmann, em BMW, Pires levou uma Bimota, de motor BMW e preparada no Reino Unido, até ao 19º lugar final.

 

 

 

 

 

26 Jul 2018

Incêndios | Número de mortos na Grécia subiu para 81 com autoridades a continuarem as buscas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] número de mortos nos incêndios que afectaram a região grega de Ática, perto de Atenas, subiu para 81, anunciou ontem a porta-voz dos bombeiros, referindo que as organizações de socorro continuam empenhadas nas buscas.

Stavroula Maliri, porta-voz dos bombeiros, afirmou que existem já 81 vítimas mortais confirmadas, das quais quatro são turistas.

Entre as vítimas mortais está um jovem irlandês, confirmou a embaixada irlandesa na Grécia. O jovem estava em lua de mel no local quando foi surpreendido pelas chamas, enquanto a sua mulher conseguiu chegar à praia, mas sofreu ferimentos na cabeça e nas mãos.

Três outros turistas foram identificados entre as vítimas mortais: dois polacos, mãe e filho, e um belga, cuja filha adolescente foi salva.

Stavroula Maliri afirmou que é possível que “algumas das pessoas desaparecidas” estejam entre as vítimas mortais, referindo que o estado dos corpos dificulta as identificações.

A porta-voz apelou aos familiares das pessoas que estão desaparecidas para se deslocarem ao serviço de medicina forense, de modo a obterem “informações sobre os procedimentos”.

Segundo a responsável, existem 11 feridos que continuam em estado crítico, referindo que as autoridades continuam a efetuar buscas, procurando potenciais novas vítimas.

Milhares de casas e centenas de viaturas foram completamente destruídas pelas chamas, sobretudo em Mati, um dos bairros periféricos a norte de Rafina, onde muitos habitantes da capital têm segunda casa e onde passam férias de verão.

Entretanto, o parlamento grego determinou, por unanimidade, uma série de medidas para apoiar as crianças que ficaram órfãs durante os incêndios da região da Ática oriental.

A primeira medida será o pagamento de uma soma de 10 milhões de euros das reservas do parlamento para uma conta especial aberta pelo Estado para apoiar as vítimas de incêndio, e depois será paga uma quantia fica às crianças que perderam os pais, anunciou o presidente do parlamento, Nikos Voutsis.

26 Jul 2018

Para não ver claro

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] seis meses de fazer os sessenta sinto que continuo a não ver nada claro e que isso afinal é que me alimenta a curiosidade.
Se associarmos a idade ao hardwire, como um circuito que não pode ser reprogramado porque ficou como soldado a uma conexão anterior, não sinto nada que aos estímulos novos queira antepor alguma perspectiva de controlo. Estou nos antípodas da velhinha da anedota que procura a moeda que perdeu debaixo do candeeiro onde está a luz, na ilusão de que o problema se situe num perímetro em que o possa controlar.
Quando era novo actuava como um x-acto, fosse na crítica que exercia, fosse na vida, porque achava que tudo era questão de ver claro.
E via tão claro que aterrorizei a minha mãe durante anos com a obsessão de que me suicidaria quando fizesse vinte e três anos. Quando fiz vinte e quatro ela acordou-me e disse-me, Venho dar-te os parabéns que mereces, e esbofeteou-me com um furor idêntico à crueldade com que a mortifiquei durante um lustro.
Aos vinte e nove divorciei-me porque via claro e segundo me contaram amigos dez anos depois – eu tinha-me esquecido de todo – separei-me porque, justifiquei, “não consigo ser suficiente burguês para ter uma mulher e uma amante ao mesmo tempo!”. Dada a beleza excelsa da esposa rejeitada e a sua inteligência emocional, percebo que me precipitei como o cretino embriagado pela teia das suas próprias palavras e ainda a milhas de saber que a burguesia tem pelo menos a virtude de ter menos ilusões quanto aos seus próprios enganos.
Mas o fito era ver claro, bovinamente.
Felizmente retirei-me dos comandos de uma tão decapitadora luminotecnia e passei a aceitar que uma certa falta de controlo faz bem à vida e que muitas vezes não vemos claro e sobretudo não vemos em 360 graus, isto é com a lucidez exigível.
Hoje fascina-me que o documentarista Joris Ivens aos noventa anos tenha partido para a China para tentar fazer “um retrato” de algo verdadeiramente impalpável, o vento, fechando com o mistério desse elemento a sua carreira tão marcada pelo factor político.
Deixou de ter medo de não ver claro.
Neste campeonato do mundo confirmei. Das coisas mais penosas na tv é a redundância dos comentadores de futebol. Precisamente porque eles querem manter a ilusão de que vêem mais claramente do que os outros. A bola é centrada para a esquerda e repete o locutor: “a bola é cruzada para a esquerda”, como se fôramos cegos. “Em quatro minutos dois penaltis. Incrível, penalti claro, levou a mão à bola”, ouço, e que acabámos de ver? Dois penaltis e num deles a mão na bola. É um trabalho que se pode fazer com um olho nas costas. Um trabalho mecânico, com escassíssimas inflexões.
Como eles próprios, inexplicavelmente, não morrem de tédio com a vacuidade produzida, dado esse mistério são considerados especialistas. Especialistas da duplificação inútil das figuras, como se fosse uma revelação extraordinária anunciar “A múmia está morta!”.
É trabalhinho que dispensa o raciocínio, chega um vocabulário de 300 palavras, e ter engolido um megafone para ensaiar de cinco em cinco minutos os efeitos da ênfase: a dramatização é um ver claro.
O sonho do meu tio Isidro era fazer relatos de futebol. A Rádio Renascença abriu-lhe as portas. O meu tio Isidro prometia não gritar golo antes da bola estar reposta no centro do terreno para não haver enganos. E chegou o dia, uma partida para a taça, 16 horas à canícula: Freamundo-Casa Pia.
O que a seguir se passou ficou nos anais do jornalismo: o meu tio dividiu o campo em quartas e quartos (ao todo, explicou-me ele mais tarde, em 128 divisões) como na rosa-dos-ventos, estabeleceu que as balizas eram os pontos cardeais e os cantos os pontos colaterais, e a bola circulava de leste para nordeste, enquanto o ponta-de-lança corria de sudoeste para norte, numa angulação de 75º graus, o guarda-redes defendia por se ter metido nos cornos do Bóreas – um vento dos antigos – enquanto um tiro frouxo de fora da área era comparado a um Zéfiro esmorecido.
Não se entendeu nada do jogo, mas as pessoas tiveram bastas informações sobre como orientar-se com uma bússola.
Os actuais comentadores de futebol, pelo contrário querem “ilustrar” o jogo e mostrar como vêem mais claro.
Por isso é urgente lembrar que faz cem anos nasceu um dos génios do cinema, Ingmar Bergman, cujas personagens se debatiam no nevoeiro.
Num dos filmes, o Persona, uma enfermeira conta uma história a uma actriz em crise e que deixou de falar. Ouvimos o relato duas vezes. Primeiro sobre a imagem de quem o conta, depois sobre a imagem da actriz que escuta.
Perguntaram-lhe porque tal acontecia e ele explicou: a história que se conta nunca é igual à história que se ouve. Ou seja: existe o relator, o ouvinte e o intérprete. O intérprete é cada um que ouve o relato a partir do seu contexto e estória de vida, diferente para todos. E com isto Bergman descentra o espectador do eixo do filme para nos fazer descobrir que aquelas personagens existem para além do público, têm uma dignidade própria que ultrapassa a função de fazer passar informação para o espectador.
É isto que falta a muitos personagens de hoje, seja no cinema ou na literatura: tridimensionalidade. Mesmo que para tal as personagens, que tanto falam, deixem de ver claro para se emaranharem ainda mais. Mas há nos seus filmes um respeito pelas personagens, pela sua veracidade, que não se compadece com o espectáculo mas antes adianta a ideia de que vivemos num mundo múltiplo, onde às vezes é difícil o contacto humano. Ou encontrar, apesar da loquacidade, clareza no discurso.
Seria útil que os locutores de futebol percebessem que vivemos num mundo múltiplo e não uniforme. Talvez assim, sem saberem como chegar a todos, se calassem.

26 Jul 2018

Shanghai SIPG, de Vítor Pereira, eliminado nos quartos de final da Taça da China

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Shanghai SIPG, equipa treinada pelo português Vítor Pereira, foi ontem eliminado nos quartos de final da Taça de China de futebol, apesar de vencer por 2-1 o Beijing Guoan.

A equipa de Xangai acabou eliminada no desempate por grandes penalidades (5-4), após a eliminatória terminar igualada, tendo em conta que na primeira mão, em Pequim, o Beijing Guoan tinha vencido igualmente por 2-1.

No jogo de hoje, a equipa de Vítor Pereira marcou por Yu Hai, aos 19 minutos, e Cai Huikang, aos 39, mas já nos descontos o Beijing Guoan ‘forçou’ o prolongamento, com um golo do espanhol Jonathan Viera, aos 90+4.

26 Jul 2018

Taiwan | Cathay Pacific passa a identificar Formosa como território chinês

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] Cathay Pacific, sediada em Hong Kong, tornou-se a mais recente companhia aérea a identificar Taiwan como território chinês, uma decisão tomada depois de receber um pedido da China.

Em Abril, a Autoridade de Aviação Civil da China pediu a 36 companhias aéreas estrangeiras que se referissem a Taiwan como território da China numa tentativa de isolar no cenário internacional aquela ilha que tem sido administrada de forma independente desde 1949.
Até então, a Cathay e sua subsidiária Dragon Air, designavam Taiwan como uma entidade autónoma, mas, desde quarta-feira, as sua páginas na internet referem-se à ilha como “Taiwan, China”, em inglês e chinês.
A porta-voz do Governo de Taiwan, Kolas Yotaka, classificou esta decisão de “injusta” e pediu o apoio da comunidade internacional. “Continuamos a pedir que a comunidade internacional não se torne cúmplice no assédio da China”, disse ela aos jornalistas.

Seguir a linha
Já a Cathay Pacific explicou que a empresa foi registada na “Região Administrativa Especial de Hong Kong da República Popular da China” e que deve “respeitar os regulamentos das autoridades competentes da aviação civil”, acrescentou a empresa.
Empresas menores da antiga colónia britânica, que regressaram em 1997 sob a tutela chinesa, como Hong Kong Express e Hong Kong Airlines, fizeram o mesmo. Um número crescente de empresas internacionais, como a australiana Qantas e a Singapore Airlines, já se refere a Taiwan como pertencente à China.
Washington denunciou recentemente como um “absurdo orwelliano” as exigências de Pequim. Uma referência ao escritor britânico George Orwell, cujas obras denunciam o totalitarismo e a vigilância dos indivíduos.
Destaque
Até então, a Cathay e sua subsidiária Dragon Air, designavam Taiwan como uma entidade autónoma, mas, desde quarta-feira, as sua páginas na internet referem-se à ilha como “Taiwan, China”, em inglês e chinês.

26 Jul 2018

Saúde | Detidas 15 pessoas envolvidas no escândalo de vacinas defeituosas

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] polícia chinesa ordenou, na terça-feira, a detenção de quinze pessoas envolvidas no recente escândalo de vacinas defeituosas contra a raiva, incluindo a directora do laboratório Changchun Changsheng, acusada de falsificar registos de produção e inspecção. “O departamento de segurança pública do novo distrito de Changchun [noroeste da China] deteve 15 pessoas, incluindo a presidente e outras pessoas envolvidas no caso Changsheng”, de acordo com a emissora estatal CCTV.
Na semana passada, uma investigação da Administração de Alimentos e Medicamentos da China (CFDA), acusou a empresa de falsificar registos de produção de aproximadamente 113 mil vacinas contra raiva, além de distribuir mais de 250 mil doses defeituosas contra difteria, tétano e tosse convulsa. Em resposta, o primeiro-ministro chinês ordenou na segunda-feira uma série de investigações à indústria de vacinas chinesa. Em comunicado, Li Keqiang referiu que a Changchun Changsheng “violou uma linha moral”, num momento em que as autoridades lutam para restaurar a fé pública na regulamentação de segurança.
No mesmo dia, Xi Jinping repudiou as práticas “chocantes” da empresa e exigiu uma investigação profunda do caso.
A raiva é endémica em algumas áreas da China.

26 Jul 2018

Instituto Cultural | Terreno com interesse arqueológico espera classificação há 8 anos

Um terreno onde foi encontrado um troço de muralha, que se acredita ter sido erguida durante a Dinastia Ming, está selado desde 2010. O HM esteve no local que aparenta estar abandonado, com vegetação a crescer para a via pública, apesar do IC dizer que tem tratado da muralha de forma contínua

 

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]á mais de oito anos que o Governo está a trabalhar para classificar o terreno n.º 35 da Rua Dom Belchior Carneiro – nas traseiras das Ruínas de São Paulo – onde foi encontrado um troço de um muralha, que se acredita que tenha sido construída durante a Dinastia Ming (1368-1644), e ainda achados arqueológicos datados da Dinasta Qing (1644-1912). Contudo, o terreno, que está isolado com chapas metálicas, aparenta estar ao abandono, com a existência de lixo no local e vegetação a crescer para a via pública.

O HM esteve ontem no local, e através das brechas existentes nas chapas metálicas conseguiu verificar que o terreno está coberto com vegetação, ao ponto de cobrir o que aparenta ser a muralha antiga. Também é possível ver algum lixo dentro do terreno, como um chapéu de chuva e outros objectivos de metal.

Apesar da situação verificada, o Governo, através do Instituto Cultural (IC), garante que as muralhas estão a ser “continuamente analisadas, investigadas e tratadas ordenadamente nos termos da Lei de Salvaguarda do Património Cultural”.

O HM quis igualmente saber se existem planos por parte do IC para abrir o local ao público e expor a muralha, mas a pergunta não teve resposta.

Mesmo assim, o IC, garantiu que a muralha está identificada e que já faz parte da lista de imóveis que poderão futuramente ser classificadas: “As descobertas arqueológicas da antiga muralha, sita no terreno do N.º 35 da Rua de D. Belchior Carneiro, foram já incluídas na lista do levantamento de bens imóveis do Instituto Cultural”, respondeu o Executivo.

Problemas conexos

Além de ainda não ter sido classificado, o terreno onde se encontra a muralha, há outra questão relacionada com o lote de terra. A muralha foi descoberta em 2010, numa altura em que a Companhia de Desenvolvimento Predial Shabill estava a escavar no local para construir um edifício de sete andares para habitação e comércio. As obras tinham sido autorizadas pela DSSOPT, que inclusive emitiu a licença de construção.

Porém, desde 2010 que a construção ficou embargada. Uma situação que impede a empresa de desenvolver um terreno que lhe tinha sido atribuído. “Há oito anos que o processo se arrasta e há óbvios prejuízos para toda a gente. E os prejuízos maiores são para a RAEM, que está há oito anos com o terreno sem ser aproveitado como sítio arqueológico, estando a população e o turismo impedidos de o usufruir”, contou ao HM, fonte próxima da Shabill, que vincou que a empresa está empenhada em resolver o assunto pelo diálogo, evitando os tribunais.

Segundo a mesma fonte, a empresa compreende que não é possível construir no local, mas deseja ver a situação resolvida com uma alternativa. “Desde 2010 e até ao presente que a empresa proprietária está impedida de fazer o que quer que seja. O Governo não dá seguimento a nenhuma das propostas que a empresa apresentou para resolver o problema, nomeadamente trocar aquele terreno por outro, noutro local da cidade que identificou e já indicou”, foi explicado.

O terreno alternativo apresentado pela Shabill fica situado junto às bombas de gasolina, perto do Cemitério da Nossa Senhora da Piedade.

26 Jul 2018

Entrevista | Ricardo Moreira da Silva, artista plástico

[dropcap style=’circle’] R [/dropcap] icardo Moreira da Silva, Xisto Soares e Tony Amaral trazem a Macau obras incluídas na componente “O Outro” da Alter Ego, ao abrigo da Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa, patente no edifício da Antigo Tribunal até 9 de Setembro. Em discurso directo, Moreira da Silva revela um pouco da nova expressão artística que tem explorado e do estado da arte em Timor-Leste

Está em Macau com um trabalho que fez com os timorenses Xisto Soares e Tony Amaral. Como surgiu esta ligação?

Fui parar a Timor há quatro anos. Fui por uma questão de vistos e acabei por lá ficar a trabalhar numa agência de comunicação como director artístico. Entretanto, conheci artistas timorenses e vi-me a mãos com a situação que ali se vive. Há muita falta de referências artísticas. Talvez por isso, os artistas timorenses desenvolveram uma forma de arte muito própria, muito ligada ao animismo que também está muito próximo da arte conceptual contemporânea. Comecei a criar programas de educação cultural, com a  colaboração da Fundação Oriente e esta vinda aqui é integrada num programa de educação cultural que também trouxe estes dois artistas com quem já tenho trabalhado. Pretendo ainda desenvolver laços com Macau e espero criar uma possível ponte de ligação para ajudar os artistas timorenses a internacionalizarem-se.

 

E o que trazem a Macau?

Esta exposição foi um grande passo. Trouxemos três grandes peças monumentais, de 15 metros por cinco. A produção destas peças é um diálogo silencioso entre os três artistas e tem que ver com uma nova corrente que estou  desenvolver. Chama-se infra-arte e que na pintura está ligada à hiper-pintura. É uma pintura velada, de difícil acessibilidade se não se tiver tecnologia. É um conceito um pouco difícil de se ilustrar até por ser de vanguarda.

 

Mas pode explicar um pouco melhor?

A pintura ao longo da história tem vindo a trabalhar a questão da ilusão. Depois com a vinda da fotografia isso perdeu um bocado o sentido para a pintura tanto que houve quem afirmasse que a pintura estava morta. Entretanto, viu-se nas correntes do início do século XX, uma ligação da pintura à percepção e ao desenvolvimento intelectual dessa percepção. É uma espécie de linha de fenomenologia ligada à construção pictórica e a essas bases analógicas que são a pintura e a escultura. Hoje em dia, com o desenvolvimento tecnológico, houve outra vez uma usurpação desses espaços e esta é uma pintura que trabalha a dependência tecnológica. Trabalha noutros espectros visuais e essa acessibilidade a estes espectros depende sempre de outro tipo de tecnologias.

 

É necessário outro meio para aceder a essa pintura?

Sim, precisa sempre de um meio. Por exemplo, o raio-x ou o ultra violeta, etc, tudo isso, são espectros de percepção que geralmente não utilizamos no observador. Embora não seja comunicação, é um objecto de observação e vive por essa razão. Neste momento, trabalho no sentido de criar uma espécie de exercício que vive desta dependência.

 

A própria produção também implica esse meio?

Isto começou em 2013 e neste momento está a evoluir precisamente para isso, para uma manipulação já do meio tecnológico para conseguir tomar mais partido da criação. Mas a tecnologia não está acessível a toda a gente, não esta democratizada o que cria limitações mesmo nas produções de exposições. Muitas vezes a própria produção da exposição não consegue criar meios, foi o que aconteceu cá. Vínhamos com as peças de hiper-pintura e aqui não se conseguiram encontrar os meios para que o público pudesse entrar em contacto com a infra-imagem. De qualquer das maneiras, como objecto são bastante interessantes. São espiritualmente minimais. São peças monocromáticas, mas às vezes feitas com matérias muito simples e isso dá-lhes um charme muito próprio. Apesar de não estarem expostas, estas peças estão aqui em Macau e a sua venda vai reverter directamente para uma fundação que trabalha só nesta questão da internacionalização dos artistas e no desenvolvimento cultural em Timor. Naquele país, a arte é uma zona frágil da estrutura que está em desenvolvimento e que tem outras prioridades que não a cultura. Também estamos a fazer um grande levantamento biográfico e descobrimos que os grandes pilares da arte em Timor nos últimos 40 anos são mulheres. Isto até é uma contradição, porque neste momento não há quase artistas mulheres naquele país. Mas quem representa a história visual e cultural de Timor na cultura e na escultura, são realmente as mulheres. Neste sentido, também estamos com um programa que se chama o WAP, Woman Art Power, que tem só que ver com a calibração, com o trazer de volta um equilíbrio entre os dois géneros neste meio cultural tendo em conta a música, o teatro, a performance a escultura, pintora, etc.

 

Trouxeram peças que não foram expostas. Como foi criada a exposição que está no edifício do Antigo Tribunal?

Em termos de gestão de espaço houve algumas alterações. Quando chegámos, acabaram por nos ceder um espaço no Antigo Tribunal com características muito próprias. Era um espaço muito pequeno, com duas salas quase iguais, e uma acessibilidade muito pequenina através de uma porta que faz a ligação entre os dois espaços. Acabei por curar e ser também artista trazendo para ali a questão da Alegoria da Caverna.

 

Em que é que a alegoria se materializa aqui?

Estamos dentro de um córtex cerebral. A alegoria da caverna é a simulação do que é o espaço interno da consciência. É como se o crânio estivesse desabitado do cérebro, fosse um espaço arquitectónico que tem esta divisão entre os espaço dos dois lóbulos cerebrais. Dentro desta caverna, deste espaço, fizemos inscrições nas paredes, algumas com stencil. Fizemos pinturas, esculturas, inscrições. Trabalhar com estes dois artistas, neste espaço, acabou por representar um pouco o trazer-lhes à luz a situação que se passa em Timor. Lá, eles estão num ambiente confortável, mas com muita falta de referências e com um imaginário do que é que é o universo cá fora. Acaba por se transformar numa espécie de sombra e eles acabam por ter receio de entrar em contacto com ele. Esta vinda a Macau mostra-lhes também o oposto: não há monstros nenhuns. Isto é um universo de ligações e interligações, rizomático, que é acessível e eles são embaixadores culturais que trazem os seus hábitos e arte. Acabou por ser um  exercício muito válido e interessante. Esta mudança acabou por trazer à exposição uma influência já de Macau. A parte mais ritualística das velas, das latas com fogo e dos incensos acabou por ser transposto para dentro da instalação.

26 Jul 2018

Canídromo | 80 utentes por dia desde alargamento do horário da pista de atletismo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] vice-director do Instituto do Desporto (ID), Lau Cho Un, afirmou ontem que desde o alargamento do horário da pista de atletismo do Canídromo para uso público verificou-se um aumento de utilizadores, tendo-se registado, desde o passado sábado, cerca de 80 por dia.

A pista de atletismo, que integra o Complexo Desportivo Lin Fong, encontra-se agora aberta ao público diariamente entre as 6h e as 23h (antes era até às 18h devido às corridas de galgos). Relativamente ao campo de futebol, Lau Cho Un indicou que a relva precisa de tempo para recuperar e exige manutenção, mas que o ID pondera disponibilizar mais um dia por semana, a somar aos actuais dois (quarta e sexta-feira). O campo é sobretudo utilizado pela Associação de Futebol, para campeonatos escolares e por diferentes clubes desportivos, indicou o mesmo responsável.

Lau Cho Un referiu ainda a necessidade de introduzir mais modalidades naquele espaço, dando conta de que, no futuro, a intenção passa por acrescentar mais zonas para diferentes usos. O vice-director do ID falava aos jornalistas à margem de um almoço oferecido pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, aos membros do Conselho de Juventude e do Conselho do Desporto que antecedeu uma visita a actividades de férias, que arrancaram no início do mês.

Segundo dados facultados no encontro, foram disponibilizadas este ano 57.234 vagas para 484 actividades culturais, recreativas e desportivas para crianças e jovens, com uma taxa de inscrição na ordem dos 93 por cento.

26 Jul 2018

Educação | Governo analisa exemplos para Lei do Ensino Especial

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) está a olhar para o exemplo das regiões vizinhas para elaborar a Lei do Ensino Especial, que vai abarcar pessoas que exigem cuidados especiais e alunos sobredotados.

Neste momento, segundo uma resposta à interpelação escrita do deputado Ho Ion Sang, por parte da subdirectora da direcção, Leong Vai Kei, os trabalhos de consulta pública já foram concluídos, em 2015. A resposta também revela que desde Junho deste ano foi contratada uma entidade de consultoria para elaborar critérios de avaliação e procedimentos de transferência dos alunos sobredotados.

A DSEJ adianta também que na actual fase está a ter como referência as experiências de outras regiões no âmbito de ensino para os alunos sobredotados em cooperação com consultora, sendo que vai ter igualmente em conta a situação local.

Na próxima fase da elaboração da lei, a DSEJ diz que vai definir o modelo de desenvolvimento deste ensino, a estrutura de apoio e instruções às escolas para que sejam orientadas por forma a explorar e ensinar os alunos com elevado talento.

No que toca à formação de professores de ensino para estudantes sobredotados, a DSEJ refere que vai continuar a realizar formações, sendo divulgado que até Junho de 2018 um total de 328 trabalhadores de ensino concluíram a formação com duração de 30 horas.

26 Jul 2018

Jogo | Lawrence Ho admite corrida contra o tempo na 2ª fase do Studio City

O principal accionista da concessionária Melco elogiou a simpatia do Governo de Chui Sai On, que prolongou a data de desenvolvimento da segunda fase do casino Studio City de 2018 para 2021. Lawrence Ho admitiu que a empresa tem de arrancar com as obras brevemente

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] concessionária Melco está numa corrida contra o tempo para construir a segunda fase do casino Studio City dentro do prazo de três anos. O cenário foi ontem traçado pelo director do grupo Lawrence Ho que voltou a destacar a simpática do Executivo, que prolongou o prazo de desenvolvimento do terreno até 2021.

“Em relação à segunda fase do Studio City, o Governo de Macau foi muito simpático por nos ter garantido um prolongamento do prazo de construção. Contudo, o prazo limite termina em Julho de 2021, exactamente de hoje a três dias”, começou por dizer o filho de Stanley Ho.

“Estamos numa corrida contra o tempo para começar o projecto e não nos podemos esquecer que se trata de uma obra com uma área de desenvolvimento que se aproxima de 2,5 milhões pés quadrados. Fazer as obras e obter todas as licenças necessárias dos diferentes departamentos não vai ser uma tarefa fácil”, apontou.

A companhia responsável também pelos casinos Altira e City of Dreams tem como objectivo começar as obras do projecto durante a segunda metade do corrente ano. “Vamos começar brevemente, tem de ser desta forma para podermos cumprir o nosso calendário e terminar os trabalhos a tempo”, reconheceu.

Porém, os plano para esta segunda fase ainda não são conhecidos e só devem ser anunciados posteriormente.

Inicialmente, o Governo tinha definido este mês como prazo para terminar as obras de construção da segunda fase do casino, mas acabou por adiar a data limite para Julho de 2021.

Recorde-se que o Studio City fez parte dos terrenos no Cotai que não foram desenvolvidos a tempo do prazo de concessão, mas que o Governo optou por não recuperar, por considerar-se o principal responsável pelos atrasos.

Obras por todo o lado

Além das obras no Studio City, a Melco Resorts and Entertainment está igualmente a trabalhar na renovação de várias áreas do casino City of Dreams.

Neste momento, a área VIP deste casino está em obras que deverão estar concluídas nos próximos nove meses. Também a torre no hotel Nuwa vai sofrer alterações significativas no interior, durante o período de um ano. Segundo Lawrence Ho, os trabalhos vão arrancar no final do Ano Novo Chinês de 2019 e deverão ficar concluídos, se tudo correr dentro do previsto, até ao Ano Novo Chinês de 2020.

A renovação do City of Dreams não se fica por aqui e também na segunda metade do próximo ano, o hotel Countdown vai ter obras. Os trabalhos de renovação profunda no interior vão começar na segunda metade de 2019 e devem ficar concluídas após 18 meses.

26 Jul 2018