Hoje Macau EventosDia do Património Cultural da China comemorado em Macau Da música às exposições, sem descurar a caligrafia e arte chinesas, são diversas as actividades organizadas pelo Instituto Cultural para assinalar a 11ª edição do Dia do Património Cultural da China na RAEM [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Dia do Património Cultural da China, assinalado a 11 de Junho, tem este ano como tema “Deixe que o Património Cultural faça parte da vida moderna”, numa iniciativa com o intuito de incentivar residentes e turistas a visitar o Centro Histórico de Macau. Na agenda está a realização de uma série de actividades a decorrer em locais históricos, museus e bibliotecas – exposições, palestras e visitas gratuitas são algumas delas, de modo a aproximar o público do património. Entra as exposições, a organização destaca “Memórias do Tempo – Macau e a Lusofonia Afro-Asiática em Postais Fotográficos” e a exposição temática “Exposição da Colecção de Livros de Pedro Nolasco da Silva”. A primeira decorre entre 10 de Junho e 4 de Dezembro no Arquivo de Macau, onde são exibidos um conjunto de postais ilustrados seleccionados do acervo documental/iconográfico do organismo. Os trabalhos ilustram “uma perspectiva mais ampla dos aspectos urbano-arquitectónicos, etnográficos, históricos, naturais e socioeconómicos de países como Angola, Cabo Verde, ex-estados da Índia Portuguesa, Guiné-Bissau, Moçambique, S. Tomé e Príncipe e Timor Leste, entre outros países da Lusofonia Afro-Asiática tendo em conta a sua relação com Macau”. Junto aos livros Já a Biblioteca Pública de Macau organiza a mostra temática “Exposição da Colecção de Livros de Pedro Nolasco da Silva”, entre 10 e 18 de Junho, das 13h00 horas às 19h00 horas, na biblioteca do edifício do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). A acompanhar o evento decorrerá uma palestra e uma visita sob o mote da exposição, numa iniciativa levada a cabo por Lee Shuk Yee e onde consta a apresentação dos livros deste “importante funcionário de Macau do séc. XIX, bem como o seu espírito de promoção das culturas chinesa e portuguesa”, adianta a organização. O evento tem lugar a 11 de Junho pelas 15h00, sendo de entrada livre, mas sujeita a reserva de lugares. A arte e caligrafia chinesas também ocupam lugar nas festividades com o convite dirigido pela Academia Jao Tsung-I, numa iniciativa de 8 a 12 de Junho que tenciona proporcionar aos participantes uma oportunidade para apreciarem as obras de Jao. Outros tons A música está presente com a apresentação do concerto “Rapsódia Chinesa – Obras de Peng Xiuwen” pela Orquestra Chinesa de Macau e dirigido pelo “conceituado” maestro Bian Zushan, a 18 de Junho às 20h00 no teatro D. Pedro V sendo que os bilhetes já se encontram à venda. Ainda nos dias 11 e 12 o Farol da Guia tem outra luz, sendo que abre especialmente ao público entre as 10h00 e as 17h00, enquanto que o Museu de Macau, nas mesmas datas, tem entrada gratuita.
Joana Freitas Manchete SociedadePátio do Espinho | Valor de prédios em análise e Renovação Urbana pode receber caso [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto Cultural (IC) vai pedir sugestões ao Conselho do Património sobre a prestação de apoio a proprietários de edifícios que têm valor histórico no Pátio do Espinho, mas não se vai avançar para já com qualquer projecto de planeamento. É o que diz Guilherme Ung Vai Meng, director do Instituto, numa resposta à deputada Chan Hong, onde descarta decisões para o novo Conselho para a Renovação Urbana. “Relativamente aos edifícios em mau estado de conservação, é o seu proprietário ou utilizador que deve ter a responsabilidade de manutenção dos mesmos. Para alguns edifícios com valor cultural, cuja propriedade é clara, o IC decidirá de acordo com a Lei de Salvaguarda do Património e depois de consultar o CPC, prestar ou não apoio aos mesmos.” O caso do Pátio do Espinho arrasta-se há décadas. O local, perto das Ruínas de São Paulo e bem no meio do Centro Histórico de Macau, está repleto de barracas de tijolo ou vidro, com telhados velhos e, como admite o próprio IC, “em condições precárias e alguns em muito mau estado de conservação”. As contas do organismo indicam que 10% das casas está “totalmente arruinada e em terreno baldio”. Em Fevereiro, Ung Vai Meng lembrava que foi iniciado há cerca de quatro anos um plano de preservação para o local “que não foi posto de parte”, mas que só terá novos desenvolvimentos quando se resolverem as questões de propriedade. Agora, o presidente do IC indica que o novo grupo que substitui o Conselho de Reordenamento dos Bairros Antigos é que poderá ficar encarregue da situação. “Dado que se estabeleceu recentemente o Conselho para a Renovação Urbana, não se irá iniciar, neste momento, nenhum estudo ou discussão relativo a qualquer projecto de planeamento.” Idos de Março A deputada Chan Hong exigia ao Governo que avançasse com o plano de renovação do Pátio de Espinho, devido a preocupações com condições higiénicas. Conforme apurou o HM numa reportagem feita em Março, a decisão de renovar o espaço não passa só pelo IC – as tentativas já motivaram encontros entre Governo e proprietários, o primeiro há 19 anos. Agora, na resposta a Chan Hong, parece não haver mais avanços. “A propriedade dos mais de 200 edifícios é complexa”, diz Ung Vai Meng, e a DSSOPT tem implementado “medidas provisórias” para tornar o espaço mais agradável. O IC faz também pesquisas. “Registamos a distribuição dos edifícios e seu estado de conservação, recolhendo informações envolventes, como as paredes de taipa com um certo valor, espaços ao ar livre, o tecido [do Pátio], o antigo poço e informações sobre a cultura do Deus da Terra”, entre outros elementos.
Fernando Eloy VozesOs bichos [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]or mais que espante não me espanto que o Secretário Raimundo do Rosário tenha dito não ter condições para fiscalizar obras, que estas têm vindo a piorar ou que tenha metido Fong Chi Keong e Au Kam San na ordem apelando à necessidade de cumprir a lei a um e pedindo propostas ao outro. Espanto é a raridade desta clareza vinda de um membro do governo. Espanto é não entender como Macau continua a balancear-se entre a psicose da conquista do mundo e as gangrenas internas. A fase de improviso insustentável, da falta de visão global têm de acabar, para o bem de todos. Até dos néscios. Por outro lado, ao não ter pejo em mostrar como o rei vai nu, Raimundo do Rosário dá um golpe fresco de sanidade a todos aos que há muito estavam certos disso, convictos de não terem caído no buraco da Alice. Rosário queixou-se da falta de mão-de-obra especializada na fiscalização das obras públicas e confessou não se admirar se acontecessem acidentes. Muitos de nós também não. A seguir atirou no forte no estado de laxismo em que estão as vistorias de edifícios, apesar de obrigatórias por lei. Espanta? Só o facto de o dizer, claro. Mas não se ficou por aqui e ainda lembrou Fong Chi Keong da necessidade de cumprir a lei, quando o assunto era Lei das Terras, e deixou Au Kam San à procura de palavras quando lhe pediu uma proposta concreta. Falavam de táxis, penso. Ou seja, Raimundo do Rosário vestiu a roupa de trazer por casa e atirou-se às teias de aranha do sótão. Ou seja, gerir uma proto candidata a destino mundial com mentalidade de terra pequena é um espartilho incomportável. Apontar o que está mal e, pelo menos tentar corrigir é apenas sinal de progresso. Macau tem de incorporar isso, mais cedo melhor do que mais tarde. Esta mesma semana, também soubemos que os Serviços da Protecção Ambiental (DSPA), por acaso também sob a alçada de Raimundo do Rosário, assumem candidamente não encomendarem estudos de impacto ambiental há anos fiando-se nos comprados pelos interessados nas obras. Esta, ao subverter todos os princípios do que deve ser um estudo de impacto ambiental, é tão absurda que quase não dá para acreditar, especialmente ao ser proclamado como sendo a coisa mais normal. Corrupção? Alguma, talvez, mas parece-me mais falta de compreensão, de capacidade de entender coisas. Mas tem vantagens a declaração da DSPA, tal como a de contribuir para a descrição literária de uma qualquer República das Bananas e por provar, para além de qualquer dúvida razoável, que a realidade é sempre mais espantosa do que a ficção. Mesmo a realidade de Macau. Ou especialmente a realidade de Macau. Tudo isto também não deixa dúvidas (existissem elas) que a maioria dos cancros desta sociedade macaína estão ligados ao “real estado”, esse regime alternativo, essa região administrativa demasiado especial, e ao estado mental dos que berram sem propostas, dos que ainda instam em resolver tudo nos corredores… ‘à Macau’. A melhor imagem que alguma vez descobri para ilustrar o que aconteceu à terra com a liberalização do jogo e a entrada de outros “jogadores” na dança, é a de quando viramos um penedo num zona escondida da floresta. Daqueles no mesmo sítio há anos. Se já virou um sabe que a primeira imagem é a de uma série de criaturas estranhas que disparam numa correria à procura de novo abrigo. A única dificuldade que tenho com esta alegoria é a velocidade com que os bichos fogem. É muito superior. Música da Semana “Unwashed And Somewhat Slightly Dazed” David Bowie (1969) !I’m the Cream Of the Great Utopia Dream And you’re the gleam In the depths of your banker’s spleen I’m a phallus in pigtails And there’s blood on my nose And my tissue is rotting Where the rats chew my bones And my eye sockets empty See nothing but pain I keep having this brainstorm About twelve times a day So now, you could spend the morning walking with me, quite amazed As I’m Unwashed and Somewhat Slightly Dazed”
Andreia Sofia Silva PolíticaElla Lei teme que queixas na Função Pública levem a represálias [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]deputada indirecta Ella Lei teme que os funcionários públicos sejam alvo de represálias aquando da apresentação de uma queixa no próprio departamento onde trabalham. Mas o Governo voltou a garantir uma comissão independente. “O Governo referiu que já lançou o processo de consulta e que vai ser criado um mecanismo de queixas, mas os funcionários públicos não pensam dessa forma. Se for exigido aos funcionários apresentar queixa directamente nos seus serviços é como dizerem para eles não apresentarem queixas. Não me parece uma situação viável. Deve criar-se um mecanismo para que os funcionários públicos não sejam alvo de represálias, porque podem estar envolvidos assuntos que dizem directamente respeito ao queixoso, ou podem estar envolvidas situações de injustiça para com os trabalhadores”, defendeu a deputada. José Pereira Coutinho considerou que a situação das queixas apresentadas está “num impasse”. “A moral é baixa no seio da Função Pública. Muitos serviços públicos estão a explorar os funcionários e as queixas apresentadas estão num impasse”, disse. Mediação a caminho Kou Peng Kuan, director dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), voltou a referir a criação de uma comissão independente para tratar as queixas apresentadas. Como o HM já tinha avançado, o mecanismo de tratamento de queixas dos funcionários públicos chega na segunda metade deste ano. Foi precisamente numa resposta a uma interpelação da deputada Ella Lei que Kou Peng Kuan adiantou a segunda metade deste ano como a data prevista para a implementação deste mecanismo com essa tal comissão independente. “Para os funcionários que se mostrarem preocupados com o seu trabalho teremos de definir métodos para tratar as suas queixas e a comissão terá de ter uma postura neutra para tratar essas opiniões. Vamos avaliar se as queixas têm a ver com os superiores hierárquicos e depois vamos ver como pode ser resolvido o conflito”, disse ontem. O Governo efectuou consultas junto dos serviços públicos, trabalhadores da Função Pública e respectivas associações para apresentar o conteúdo da proposta de lei sobre o mecanismo. Esta é uma lei prometida há mais de três anos e tem vindo a ser pedida por deputados e funcionários, uma vez que actualmente, em caso de queixas, os trabalhadores da Função Pública têm de recorrer aos seus superiores, o que nem sempre é vantajoso, nomeadamente se os conflitos se derem entre eles.
Hoje Macau EventosGraça Morais abre comemorações do Dia de Portugal [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas começa já hoje a comemorar-se na RAEM, com a abertura da exposição “Trás-os-Montes, Terra Mágica”, da artista portuguesa Graça Morais. Com abertura marcada para as 18h30 na sala Ho Yin do Clube Militar, a mostra traz obras que, segundo a organização e citando Miguel Torga, exprimem a ligação íntima à terra e aos seus costumes, a esse espaço pedregoso, “parado e mudo”, onde “apenas se move e se faz ouvir o coração no peito, inquieto”. Nas cerca de 35 obras que fazem parte da exposição “há um motivo quase constante que emana da pintura de Graça Morais.” Sem ser sempre declarada, está aqui a memória da terra que a viu nascer e onde passou a infância. A organização adianta ainda que “parece haver em cada uma das suas obras uma reminiscência, um traço, uma sombra que revivem e reflectem esse ‘reino maravilhoso’ – como Miguel Torga, ele próprio um nativo das terras de além-Marão, lhe chamou um dia.” É a experiência dessa infância mágica e a recordação de hábitos e gestos cujas raízes se prendem num passado longínquo que a organização e a artista pretendem partilhar com o público. Graça Morais, transmontana, vive e trabalha agora por entre a terra onde nasceu e Lisboa. Da sua carreira, e após terminada a formação em Pintura na Faculdade de Belas Artes do Porto e de uma passagem por Paris, contam também trabalhos nas áreas da cenografia e da escrita. A sua vida e obra já foram também objecto de documentários como “As Escolhidas” (1997) de Margarida Gil ou “Na Cabeça de uma Mulher está a História de uma Aldeia” de Joana Morais. Ilustrou e colaborou com poetas e escritores, como José Saramago, Sophia de Mello Breyner Andresen, Agustina Bessa-Luís ou Miguel Torga e em 2008 foi inaugurado o Centro de Arte Contemporânea de Bragança com o seu nome sendo que as exposições destinadas à sua obra são frequentemente renovadas. Graça Morais está hoje representada em diversas colecções públicas e privadas. A exposição estará patente ao público até 12 de Junho e tem entrada livre.
Tomás Chio Ócios & Negócios Pessoas“1930 Dream Corner”, espaço partilhado | Joe Chan, responsável E se Macau tivesse um lugar onde todos pudessem descansar, partilhar ideias, dormir ou tocar guitarra? E se esse lugar fosse aberto àqueles que acreditam na necessidade de proteger o ambiente e de fazer novas amizades? Agora Macau já tem um espaço assim. É o “1930 Dream Corner” [dropcap style=’circle’]F[/dropcap]ica na Travessa do Penedo, ao lado do Templo de Na Tcha na Calçada das Verdades e do Colégio Mateus Ricci. Foi criado por Joe Chan, líder da União Macau Green Student, e chama-se “1930 Dream Corner”. Mas o que é este novo espaço no meio da cidade? A ideia de Joe Chan, como o próprio explica ao HM, é fácil de entender: criar um espaço onde o conceito de consumo partilhado dá o mote para diversas experiências. Aqui, as pessoas podem compartilhar recursos ao mesmo tempo que diminuem a produção de resíduos e consumos desnecessários, em prol do ambiente. Joe Chan quer que todos sejam bem-vindos: os idosos podem passar pelo “Dream Corner” para partilhar as suas experiências e histórias com os mais novos, de forma a “passar memórias e culturas”. Os residentes podem lá descansar. E os turistas têm até um espaço onde ficar durante a noite. Mesmo que não seja uma hospedaria. “Isto não é um café, nem uma pensão. É um canto para promover uma outra forma de vida, uma forma de proteção ambiental que envolve a partilha de recursos, onde os jovens se podem encontrar, trabalhar e até tocar guitarra neste espaço”, explica o responsável ao HM. Joe Chan indica ainda que este espaço serve também como ponto de descanso, ou como hospitalidade temporária para os turistas que cá chegam. Joe Chan quer que turistas e residentes possam conhecer outra forma de vida no território além dos casinos através do “1930 Dream Corner”, ao mesmo tempo que se promove a protecção ambiental. Por isso mesmo, reciclar e reutilizar é algo “muito importante” neste espaço, onde várias mobílias e peças de decoração foram encontradas em depósitos de lixo fechados, depois de abandonados pelos cidadãos. “O conceito de consumo em colaboração é muito importante , porque é uma maneira de proteger o ambiente. Podemos utilizar os recursos juntos, não precisamos de continuar a produzir mais enquanto não se trata a pressão actual no que concerne ao lixo”, diz o responsável. Joe Chan explica que a ideia de abrir este espaço partiu de um professor de Ciência do secundário, que decidiu ir viajar pelo mundo porque queria conhecer as histórias dos outros e ver as paisagens dos países estrangeiros. Nessa viagem, encontrou alguns espaços semelhantes ao “Dream Corner”, especialmente alguns com cozinha pública, algo que admirou e que depois tentou tornar real em Macau. Joe Chan explica que a localização do espaço é um pouco escondida, mas nem isso impede o valor alto da renda, por ser perto de uma zona turística. Ainda assim, o responsável considera-se um sortudo por ter conseguido encontrar o local e arrendá-lo, dado que as sete mil patacas que paga ainda são mais baratas do que as lojas à volta. O pagamento das despesas, contudo, está dependente de algumas actividades. “Realizamos mensalmente alguns eventos, iniciativas ou festas que têm temáticas relacionadas com a protecção ambiental, os organizadores das actividades doam pela utilização do lugar e alguns turistas que passam a noite aqui também doam. Às vezes vendemos comida ou produtos alimentares para obtermos dinheiro e conseguimos cobrir cerca de 60% das despesas. O resto pago eu do meu dinheiro”, explica-nos Joe Chan. Contar com o Governo para “fornecer” um local onde o “1930 Dream Corner” pudesse funcionar é algo que Joe Chan apelida de difícil, para já. Até porque a ideia é demasiado nova para Macau e muitas pessoas não entendem o que está a ser criado. “Neste momento, o que quero é que o espaço tenha sucesso, até porque não está finalizado, e depois, se o Governo nutrir alguma admiração pelo local e pensar em dar-nos um espaço, seria um grande favor.” Sobre o futuro do “Dream Corner”, Joe Chan espera poder continuar a convidar residentes que nasceram em décadas diferentes para apresentar as suas histórias de vida, partilhar as suas experiências com os jovens e mostrar como Macau tem muitas coisas com “muito valor” para proteger, como a relação entre as pessoas, as lojas e produtos tradicionais, cada vez mais a fechar e a perderem-se. O espaço ainda não tem condições para recrutar trabalhadores, mas Chan e outros membros do espaço conseguem conciliar um horário de trabalho, que não permite, contudo, que o local tenha um horário regular de abertura e fecho. “Vimos cá quando temos tempo livre e estou a tentar encontrar uma pessoa que tenha interesse em administrar o espaço, mas é muito difícil, os jovens são muito ocupados”, lamenta. O líder da União Macau Green Student diz, contudo, que ganhou já muito com este espaço – várias amizades, intercâmbio de ideias com diferentes pessoas e a expansão da “crença na protecção ambiental”.
Hoje Macau h | Artes, Letras e IdeiasEstética urbana pós-socialista ou o Tibete invisível 你知道多少? * por Julie O’yang [dropcap sryle=’circle’]N[/dropcap]ão é frequente vermos um filme que nos revele um universo intimista e que, simultaneamente, nos proporcione emoções fortes num contexto de transformação social. Kekexili (可可西里, Patrulha da Montanha) é a excepção. A partir dos anos 90, a geração de lideres chineses que sucedeu a Mao Tsé-Tung iniciou uma série de reformas com vista a desenvolver a economia e que conduziram a uma explosão dos mercados. Este crescimento acelerado da economia trouxe profundas alterações sociais; o consumismo, o individualismo, e o planeamento urbano modificaram as funções e as faces das metrópoles. Estes factores promoveram uma migração massiva de jovens criativos, de todas as áreas, para as grandes cidades. Procuravam inserir-se nos circuitos intelectuais e de oportunidades profissionais. Ao contrário de Mao, que promovia o conceito de “o campo rodeado de cidades”, e que conduziu o Partido comunista à vitória, a China de hoje vive nas “cidades rodeadas pelo campo”. O sentimento crescente de urgência, intimo e pessoal, é um elemento determinante para compreender a China enquanto zona pivot do mundo actual. Kekexili, realizado por Lu Chuan, é um exercício sobre a estética urbana (no artigo da semana passada falei sobre “Nanjing! Nanjing!”, um filme épico passado na II Guerra, do mesmo realizador). E é por isso que uma história poderosa, onde ressalta a extravagância da natureza humana, é ao mesmo tempo uma história intima. Curiosamente, esta narrativa profundamente pessoal acaba por nos revelar o espírito do Tibete com maior clareza do que – atrevo-me a dizer – o Budismo. Kekexili é um filme inspirado numa história verdadeira em torno da caça ilegal de antílopes tibetanos na região de Kekexili, a maior reserva natural da China. O início do filme é desde logo chocante. Vemos um membro das patrulhas da montanha a ser executado pelos caçadores ilegais. Mas o protagonista da história é Ga Yu, um jornalista de Pequim que se desloca à região para fazer uma reportagem sobre os voluntários que lá trabalham. Nesta pesquisa é acompanhado por Ritai, o chefe da patrulha. Certo dia, Ritai convida-o a acompanhar a equipa numa emboscada aos caçadores de antílopes, após terem sido informados que eles se encontravam nas proximidades. À medida que se embrenham na natureza, perseguindo as suas presas, assistimos às tremendas dificuldades que os esperam, já que têm de enfrentar, não só, inimigos bem armados, como também as inclementes forças da natureza. Com o deslumbrante cenário do Planalto Tibetano como pano de fundo, Kekexili conta a história dos tibetanos que enfrentam a morte e a fome para salvar as hordas de antílopes das armas de caçadores impiedosos. Filmado in loco, Kekexili, é uma mistura do fatalismo dos Westerns com a realidade fulgurante de um documentário. Se imagina o Tibete como um local pacífico, repleto de monges piedosos em oração, este filme vai fazê-lo mudar de ideias. O filme é uma junção de detalhes poéticos, tensão de cortar à faca e heroísmo muy macho, à la Hemingway. Veja o trailer de Kekexili em: bit.ly/1U4NYOB Antes de terminar, queremos, contudo, pôr o dedo na ferida. Porque é que o Tibete é tão importante para o Regime chinês? Ocorrem-nos três motivos óbvios: 1: Já o detém. Abrir mão do Tibete seria dar o dito por não dito e representaria um enorme embaraço. A China quer manter o status quo. 2: O Tibete é rico em recursos naturais. Para além da riqueza em minérios, a maior parte da água potável que abastece esta zona da Ásia brota do Planalto Tibetano. O controlo da água dos rios é essencial para a agricultura chinesa. 3: O Tibete é uma zona rica em espiritualidade. Muitos chineses (jovens) anseiam por uma âncora espiritual e encontram-na no Budismo tibetano e nas suas crenças exóticas. O espiritualismo tibetano é um contraponto ao Cristianismo e ao Islamismo que alastram na China, numa onda de popularidade crescente. Em 1279, Kublai Khan destronou a Dinastia Sulista Song. O Tibete tornou-se parte integrante do Império Mongol, também conhecido como, Dinastia Yuan, seguindo a histórica “linhagem” chinesa. A Dinastia Yuan conquistou a China e tornou-se orgulhosamente parte da história oficial chinesa. Penso que, para além do cenário do poder político, esta questão mexe com os sentimentos humanos mais primitivos e involuntários, como respirar.
Sérgio Fonseca DesportoZhuhai recebeu a primeira ronda de qualificação para os pilotos do território [dropcap sryle=’circle’]O[/dropcap]Circuito Internacional de Zhuhai recebeu a primeira ronda de qualificação para o 63º Grande Prémio de Macau destinada aos pilotos do território. A primeira das duas jornadas duplas do Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS) trouxe algumas surpresas, com o mau tempo que se fez sentir no sábado passado a trocar as voltas a muitos favoritos. Chao Chong In e Filipe Clemente Souza venceram no “prato principal”, a categoria AAMC Challenge, e Ng Kin Veng foi o único a subir ao lugar mais alto do pódio na categoria Macau Road Sport Challenge. O segundo “Festival de Corridas de Macau”, organizado pela Associação Geral – Automóvel de Macau – China (AAMC), está agendado para o fim-de-semana de 24 e 25 de Junho, novamente no circuito permanente da cidade chinesa adjacente à RAEM, mas o apuramento está praticamente selado para todos aqueles que participaram no evento do pretérito fim-de-semana. Vitórias repartidas Poucos apostariam à partida num pódio constituído por Chao Chong In (Mini Cooper S), Ip Tak Meng (Ford Fiesta) e Leong Chi Kin (Mini Cooper). Contudo, no sábado, as condições meteorológicas adversas ditaram este resultado final de todo inesperado. Célio Alves Dias ((Mini Cooper S) foi o quarto, terminando com Jerónimo Badaraco (Chevrolet Cruze) logo atrás de si. Rui Valente (Mini Cooper S) foi buscar um precioso oitavo lugar, enquanto Eurico de Jesus foi 11º. Souza foi um modesto 17º, mas o campeão em título foi obrigado a abrandar devido à falta de visibilidade dentro do seu Cruze. Hélder Rosa (Peugeot RCZ) foi 18º classificado e o último a terminar na mesma volta do carro vencedor. Álvaro Mourato (Peugeot RCZ) não terminou devido a uma saída de pista quando seguia na disputa por um lugar o top-10. No domingo, dia dos segundos treinos de qualificação e corridas, o São Pedro restabeleceu a normalidade climatérica e com isso os resultados voltaram ao habitual. Souza venceu, mantendo viva a chama da luta pela reconquista do título, seguido de Alves Dias e Badaraco. Contudo, Badaraco, que tinha sido o mais rápido na qualificação dominical, foi penalizado em 30 segundos por alegada falsa partida, descendo para o 18º lugar na classificação final. Com a penalização de “Nóni”, Patrick Chan (Peugeot RCZ) foi promovido ao pódio. Depois de uma qualificação pouco brilhante, Mourato fez uma corrida de recuperação, do 16º lugar até ao sétimo! De Jesus foi o 12º classificado e Valente terminou o fim-de-semana com um décimo quinto lugar. Rosa foi o 19º numa categoria onde se apresentaram todos os 26 pré-inscritos. Veng é senhor na Roadsport Ng Kin Veng (Mitsubishi Evo9) venceu as duas corridas do fim-de-semana com um certo à-vontade, sendo acompanhado na subida ao pódio nas duas ocasiões por Wong Wan Long (Mitsubishi Evo10) e, no último degrau do pódio, por Lei Kit Meng (Nissan GTR-34), no sábado, e Wong Ka Hong (Mitsubishi Evo10), no domingo. Com problemas mecânicos na sua viatura, o favorito e o campeão em título, Leong Ian Veng (Mitsubishi Evo9), saiu desta primeira jornada a zeros, não tendo completado qualquer das corridas de 12 voltas. O único nome português na categoria, Luciano Castilho Lameiras, em Mitsubishi Evo9, foi o 10º classificado na corrida disputada em piso molhado no sábado, enquanto no domingo ficou de fora com problemas no motor de arranque.
Manuel Nunes SociedadeDSEC indica mais hóspedes, mas menos noites de estadia [dropcap sryle=’circle’]V[/dropcap]iajar em excursão decresceu no passado mês de Abril por comparação com o período homólogo de 2015. Os dados são válidos para os turistas que visitam o território e para os residentes, quando estes se tornam turistas. Segundo resultados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), durante o mês de Abril de 2016 visitaram Macau 575 mil indivíduos em excursões, o que implica uma descida de 31,7%, em termos anuais, mas um aumento de 2,2% em termos mensais. A China continua a liderar o grupo dos excursionistas tendo feito deslocar a Macau 451 mil indivíduos, ao passo que a República da Coreia e Taiwan seguem em segundo lugar com 29 mil visitantes cada. Num apanhado do primeiro terço do ano, os visitantes chegados a Macau em excursões foram menos 34% em termos anuais, atravessando ainda assim a fronteira 2.275.000 excursionistas. Na versão residente em modo de turista, os dados indicam que apenas 89 mil residentes viajaram para o exterior com recurso a agências de viagens, o que representa diminuições de 21,6% e 16,9%, por comparação, respectivamente, com Março de 2015 e de 2016 (meses em que ocorreram os feriados da Páscoa). Quanto às excursões, apenas 34 mil residentes optaram por essa solução, o que implica uma redução de 27,6%, em termos anuais. A República da Coreia subiu 138,8% nas preferências dos residentes de Macau, ao passo que outros destinos tradicionais como a China continental e Taiwan, desceram 36,4% e 37,6%, respectivamente. Mais hotéis, ocupação estável No fim de Abril de 2016 existiam no território 106 hotéis e pensões em actividade, ou seja, mais sete do que no ano passado pela mesma altura. Todos juntos significam 32 mil quartos de hóspedes, mais 3800 (+13,6%), do que no ano passado. Realça-se que os hotéis de 5 estrelas disponibilizaram 20 mil quartos e os de 4 estrelas 7700, representando 63,6% e 24,0% do total, respectivamente. No que respeita à ocupação, a média, na ordem dos 79%, caiu 0,7% em termos anuais mas aumentou 2,5%, em termos mensais. Em Abril deste ano, os hotéis e pensões de Macau albergaram 917 mil indivíduos, mais 11,5% em termos anuais. Mais gente da China, com 610 mil visitantes, o que representa um aumento de 16,7% em termos anuais, e menos de Hong Kong a descer 8,2%, com apenas 115 mil visitantes. O período médio de permanência dos hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros situou-se em 1,3 noites, menos 0,1 noites em relação a Abril de 2015.
Filipa Araújo BrevesFundo de Cooperação e Desenvolvimento vem a Maca Macau vai receber uma delegação do Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China – Países de Língua Portuguesa. A novidade foi avançada ontem por Chang Hexi, Secretário-Geral do Secretariado Permanente do Fórum Macau, durante a cerimónia de abertura de um colóquio de Gestão de Administração Pública para os Países de Língua Portuguesa. “Sobre esse assunto temos de ter em consideração [o facto do mesmo] ser gerido por uma equipa de gestão. Será criada uma delegação do Fundo de Cooperação”, confirmou, sem avançar qualquer data para o efeito. “Ainda não tenho informações concretas, porque é da responsabilidade da equipa de gestão”, frisou. Questionado sobre a promoção do Fundo, Chang Hexi confirmou haver necessidade de maiores esforços. “Atribuímos muita atenção à promoção do Fundo (…) acho que devemos esforçarmo-nos mais, temos feito muitos trabalho de promoção, mas há margem de melhoria”, afirmou ainda. Com apenas dois projectos aprovados, um em Angola, outro em Moçambique, o Fundo acolhe mais de mil milhões doláres norte-americanos, geridos por uma equipa em Pequim. Questionado sobre novos projectos, o Secretário-Geral diz não existirem, ainda, informações actualizadas. Chang Hexi avançou ainda que a Conferência Ministerial do Fórum de Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa irá acontecer entre o final de Outubro e o início de Novembro.
Hoje Macau Manchete SociedadeIPIM abre candidaturas de apoio ao comércio online O IPIM vai dar até 20 mil patacas às empresas de Macau que queiram colocar os seus produtos à venda em plataformas online. As candidaturas decorrem até ao final do ano [dropcap sryle=’circle’]O[/dropcap]Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) abre na próxima semana o Plano de Incentivo para a Promoção do Comércio Electrónico. Destinado a empresas locais ou com metade do capital de Macau, a iniciativa visa dar a conhecer os produtos da RAEM ao mesmo tempo que incentiva este tipo de comércio. A ideia é encorajar a utilização da Internet como ferramenta promotora da venda de produtos locais e a entrada em novos mercados, como anunciou ontem o IPIM em conferência de imprensa. Após o plano de 2009 que tinha como base a divulgação em plataformas “Business to Bussiness” (B2B), é agora a vez de avançar com a promoção em plataformas que chegam directamente aos consumidores, as “Business to Consumer” (B2C). Na próxima segunda-feira, 6 de Junho, abrem as candidaturas ao apoio especialmente concebido para ajudar as pequenas e médias empresas (PME). É também neste dia que as empresas podem conhecer quais as plataformas já acreditadas pelo IPIM onde os produtos podem ser postos à venda. Plataformas estas semelhantes, por exemplo, ao Ali Baba. À espera da centena O IPIM promete dar até 20 mil patacas a cada empresa, incentivos que incluem apoio para “despesas técnicas anuais e despesas ligadas à publicidade e promoção”. O limite é de 70% do total da despesa e cada empresa poderá beneficiar do apoio apenas uma vez por ano fiscal. Para serem elegíveis ao apoio financeiro as empresas têm que estar registadas na Direcção dos Serviços de Finanças, ter pelo menos 50% das quotas detidas por residentes de Macau e ter actividade comercial nas áreas de produção e/ou comércio de produtos. Para já, o subsídio está apenas numa fase experimental – que decorre a partir de 6 de Junho e até 31 de Dezembro -, sendo que o IPIM pretende cativar o interesse de pelo menos cem entidades, tendo disponibilizado uma verba total de dois milhões patacas. No entanto, Glória Batalha Hung adianta que, caso o interesse no projecto seja superior ao estimado e as empresas cumpram os requisitos, o montante “poderá ser aumentado”. Por outro lado, se as candidaturas forem muito inferiores ao número previsto, a presidente-substituta do IPIM adianta que pode ser sinal de que “alguma coisa não esteja a correr bem e que o próprio projecto necessitará de ser revisto.” Já António Lei, Director do Centro de Apoio Empresarial do IPIM, refere que o tempo de espera da aprovação não excederá os 30 dias não esquecendo que, se por agora as plataformas acreditadas pelo IPIM são essencialmente chinesas, incluindo de Macau, a instituição está também aberta a propostas de creditação de outras origens de modo a internacionalizar cada vez mais o comércio local.
Hoje Macau BrevesComércio externo de mercadorias desce 20% O valor do comércio externo de mercadorias caiu 19,8% até Abril, face ao período homólogo do ano passado, atingindo 26,24 mil milhões de patacas, indicam dados oficiais ontem divulgados. Segundo dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), nos primeiros quatro meses, Macau exportou bens avaliados em 3,45 mil milhões de patacas – menos 5,6% –, enquanto as importações ascenderam a 22,78 mil milhões de patacas – menos 21,6%. Por conseguinte, o défice da balança comercial agravou-se, atingindo 19,33 mil milhões de patacas. Em termos de destino, aumentou o valor das exportações para a China (565 milhões de patacas, mais 7,1% em termos anuais), enquanto o de Hong Kong diminuiu (2,08 mil milhões de patacas, menos 9,5%). Significativas quebras foram registadas também nos valores exportados de mercadorias para a União Europeia (58 milhões de patacas) e para os Estados Unidos (49 milhões de patacas), os quais caíram, respectivamente, 29,5 e 27,6% em termos anuais. Já do lado das importações, foram verificadas diminuições no valor dos bens oriundos da China (8,23 mil milhões de patacas) e da União Europeia (5,42 mil milhões de patacas), respectivamente, de 24,6 e 19,9%. O comércio externo desceu 4,5% em 2015 para 99,87 mil milhões de patacas, face ao ano anterior, a primeira diminuição desde 2009.
Hoje Macau BrevesAcordo de comércio de serviços em vigor Entra hoje em vigor o Acordo sobre Comércio de Serviços no âmbito do Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Interior da China e Macau (CEPA). Com a implementação deste acordo são liberalizados na China 153 sectores de serviços de Macau, constituindo-se este como o primeiro acordo de comércio livre que liberaliza de forma generalizada a área do comércio de serviços para todo o interior da China, adianta um comunicado do Governo. Esta liberalização representa 95,6% dos 160 sectores de serviços classificados segundo os critérios da Organização Mundial do Comércio e introduz novas cláusulas, tidas como mais favoráveis, onde se inclui expressamente que os acordos de comércio livre assinados entre o interior da China e outros países/regiões serão estendidos a Macau. Em articulação com a entrada em vigor, o Centro de Informações sobre o CEPA da Direcção dos Serviços de Economia (DSE) irá melhorar as suas funções de serviços, sendo que a sua denominação será alterada, também a partir de hoje, para Centro de Informação sobre Cooperação Regional. Ao mesmo tempo, com o objectivo de servir melhor a população, o website será actualizado no sentido de acrescentar informações relativas a esta cooperação incluindo as informações sobre a Cooperação Guandong-Macau e a Zona Piloto de Comércio Livre da China.
Andreia Sofia Silva BrevesSecretário dá “importância” a polícias portugueses O deputado Leong Veng Chai alertou o Governo sobre casos em que os “agentes policiais que têm o Português como língua materna sentem que os seus superiores hierárquicos não reconhecem o seu trabalho, afectando a moral de alguns deles”. O Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, afirmou “dar muita importância ao pessoal que fala Português”, mas não quis comentar, por não saber de “casos concretos”.
Hoje Macau BrevesUSJ | Design de finalistas em exposição Os estudantes finalistas do curso de Design da Universidade de S. José vão ter os seus trabalhos apresentados de 3 a 18 de Junho, na Ponte 9, Creative Platform. Numa organização do Departamento de Arquitectura e Design da Faculdade de Indústrias Criativas da instituição, a exposição conta com trabalhos relativos ao ano lectivo de 2014/2015 tendo como mote a preocupação acerca da cultura e história locais. Os trabalhos abordaram áreas como o design gráfico, interactivo, de interiores ou de produto numa iniciativa que pretende mostrar os talentos que são “feitos” na RAEM.
Hoje Macau BrevesHong Kong integra digressão de Birdy O Kitec Music Zone na vizinha Hong Kong vai receber em modo de estreia a britânica Birdy. O evento está marcado para 26 de Julho e faz parte dos concertos promovidos pela YourMum. Birdy começou a dar nas vistas aos 14 anos com uma versão de “Skinny Love”, de Bon Iver, e estreou-se com álbum próprio homónimo em 2011 que atingiu o top de tabelas em diversos países. O seu último LP, “Beautiful Lies”, saiu este Março e contou com a colaboração na produção de artistas como Adele, Arctic Monkeys,Florence and the Machine ou London Grammar. Com 20 anos, Birdy já conta com temas escritos para filmes como “The Fault In Our Stars” ou “The Hunger Games” e tem agora para um número limitado de concertos na Ásia. Os bilhetes já estão à venda e custam 420 dólares de Hong Kong.
Filipa Araújo BrevesTelecomunicações | Governo diz existirem tarifas razoáveis A Direcção para os Serviços de Regulação de Telecomunicações (DSRT) diz que Macau tem tarifas razoáveis. A resposta é de Tam Van Iu, directora substituta da DSRT, a uma interpelação do deputado Si Ka Lon. “(…) Na sequência do impulso do Governo registou-se nos últimos anos uma certa redução de percentagem da tarifa dos serviços de telecomunicações, permitindo, de acordo com o mecanismo de competitividade no mercado, que as tarifas sejam mais razoáveis”, pode ler-se na resposta. Opinião contrária tem a Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Administração Pública da Assembleia Legislativa (AL) que definiu o tema dos serviços de telecomunicações como prioritária na sua agenda de trabalhos. Por unanimidade os deputados da Comissão consideram não existir um bom serviço em Macau, acusando ainda as operadoras de práticas de altos preços e, ainda, de monopólio a Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM).
Tomás Chio BrevesTrês responsáveis de imobiliária detidos por fraude Três homens de uma agência imobiliária foram detidos por angariação ilegal de fundos e fraude, num montante que ascende aos 33 milhões de dólares de Hong Kong. A Polícia Judiciária (PJ) recebeu um total de 24 denúncias, que “depositaram” capitais em forma de investimento na agência entre as 500 mil e os 16 milhões de patacas desde 2014. Segundo fonte envolvida no processo, a imobiliária é a Bulidings Agency, a agência pertencente à empresa Macau Group, que fechou repentinamente no dia 14 de Maio, deixando cerca de 60 empregados sem salários e comissões, num valor de mais de 500 mil patacas. Vinte destes 60 empregados denunciaram o caso à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) na última semana e indicaram que os proprietários estavam com problemas financeiros desde Janeiro. Os investimentos na agência foram feitos com a ideia das vítimas poderem obter interesses mensais entre 1,5% e 2,2%, sendo que a agência pagaria por cheque. Mas, desde Janeiro que os queixosos não conseguiram levantar o dinheiro em troca do depósito do cheque, porque os cheques estariam carecas. A PJ deteve dois accionistas da agência, de apelido Lam e Ip, e deteve um director, Lao. Os homens terão passado 48 cheques sem cobertura às vítimas, sendo que Lao passou 38 destes cheques, com valores que ascenderam ao 1,5 milhão. A PJ continua a investigar o caso.
Hoje Macau BrevesReparações nas Antigas Muralhas demora seis meses O Instituto Cultural indicou ontem que a reparação do troço das Antigas Muralhas vai demorar pelos menos seis meses e a reparação vai começar depois do Ministério Público finalizar o processo jurídico implementado depois do espaço ter sido vandalizado com graffiti. No programa Macau Talk do canal chinês da Rádio Macau, Ip Kin Hong, da Divisão de Salvaguarda do Património Cultural do IC, referiu que o organismo bloqueou o troço para que não continue a ser vandalizado, mas diz que é difícil arranjar o mural, pelo que vai levar algum tempo. “Como o caso está no Ministério Público, o trabalho de reparação vai começar logo que o processo termine” disse Ip Kin Hong, sublinhando que a reparação demora pelos menos seis meses. O troço foi feito com materiais como argila, areia, terra, palha de arroz, pedras e conchas e foi distinguido como património em 2005.
Hoje Macau BrevesMais três igrejas em risco de queda Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o Instituto Cultural (IC) criou um grupo de trabalho, depois da queda de parte do telhado na Igreja de Santo Agostinho, e já foram realizadas análises a alguns monumentos que não foram classificados. O IC explicou que neste momento existem quatro igrejas em risco de danos ou queda em caso, por exemplo, de tufão. São elas a Igreja de São José, a Igreja de Santo António, a Capela de Nossa Senhora da Penha e ainda o espaço Armazém do Boi. O Governo indicou que vai começar, de imediato, com os trabalhos de verificação e inspecção a estes edifícios.
Manuel Nunes Manchete SociedadeNuclear | Cinco centrais a funcionar ou em construção ao largo de Macau É notória a agitação que tem andado nas redes sociais por estes dias devido à nova central nuclear de Taishan, que agora se descobriu ter componentes de qualidade duvidosa. Mas Macau está cercada de centrais e uma delas, em Shenzhen, já registou três incidentes só este ano. Quatro delas, diz um especialista, estão a uma distância perigosa. O Governo diz estar atento e ter um “plano de contingência”, mas não explica qual [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]semana passada saíam notícias de um incidente menor na central nuclear de Ling’Ao (a 110 km de Macau), que seria já o terceiro desde o início do ano. Entretanto, começou a rebentar nova polémica com a construção da futura central nuclear de Taishan, esta bem mais perto de Macau (a 67km), por causa de um componente defeituoso do reactor. Mas o território não tem à sua volta apenas estas duas estruturas – há mais três a funcionar ou a preparar-se para tal, o que leva ambientalistas a questionarem-se sobre a forma como pode ser tratado um acidente de grande dimensão. Em Taishan as notícias de problemas sucedem-se. De acordo com o contrato publicado pelo fornecedor do reactor, um grupo multinacional francês especializado em energia nuclear com sede em Paris chamado AREVA, o vaso de pressão numa das unidades da central foi feito no Japão em vez de ser fabricado em França, como se acreditava anteriormente. Peças-chave de outra unidade, a número dois, incluindo o vaso de pressão do reactor, foram fabricadas inteiramente na China. A revelação surpreendeu especialistas, com alguns a dizerem que os componentes fabricados no continente representam uma ameaça para a segurança. A central nuclear de Taishan é financiada conjuntamente pela China Guangdong Nuclear Power Group (CGN) e pela Électricité de France (EDF). Quando estiver construída será considerada das mais avançadas do mundo ao utilizar tecnologia de terceira geração, o “Reactor Europeu Pressurizado” (EPR). Estes novos reactores possuem um sistema de retenção em caso de derretimento do núcleo e uma protecção de parede de camada dupla, permitindo-lhe resistir a impactos de aviões e reduzir o risco de fugas de radiação no caso de um acidente. No melhor pano cai a nódoa Apesar dos avanços tecnológicos, em Abril passado, a Autoridade de Segurança Nuclear Francesa (ASN) descobriu excessos de carbono no vaso de pressão de uma central com o sistema EPR em Flamanville, França, com riscos de derrame radioactivo. Um relatório da ASN dizia que o vaso de pressão da central nuclear de Taishan tinha sido produzido pela Creusot Forge, uma subsidiária do grupo francês AREVA. No entanto, informações contratuais públicas da AREVA revelam que as peças foram produzidas pela Mitsubishi Heavy Industries em Kobe, Japão, e enviadas para Taishan, via Hong Kong, em 2011. Mas os japoneses também não são à prova de risco. Vários documentos descobertos pela FactWire revelam que os vasos de pressão de fabricação japonesa também têm riscos de segurança. Made in China? Hum…. Entretanto, a subsidiária da Dongfang Electric Corporation Dongfang (Guangzhou) Heavy Machinery Company assinou um contrato com a Areva em Junho de 2009. A construção do vaso de pressão foi iniciado em Dezembro de 2009, entregue pela fábrica em Nansha, Guangzhou, e seguiu para Taishan a 22 de Outubro de 2014. Este facto nunca tinha sido divulgado. Mesmo quando a subsidiária da CGN, foi listada na bolsa de valores de Hong Kong, em Dezembro de 2014, não houve qualquer menção à China como fabricante das peças-chave da Unidade 2 da central de Taishan. “Não sabia que a China era capaz de produzir um recipiente de pressão”, disse o professor Woo Chung-ho, um ex-cientista sénior na Atomic Energy of Canada. “Este componente é muito especial, é grande. Cada passo no processo de fabrico requer um controlo rigoroso. A soldadura do recipiente de pressão é altamente complexa, porque é muito grossa e deve ser capaz de resistir a alta pressão, levantando problemas graves de segurança. ” Entretanto, o engenheiro Albert Lai Kwong-tak da Professional Commons que esta semana já tinha dito que o principal problema de segurança nas centrais nucleares é a complacência, veio agora dizer à imprensa que o facto da China ter produzido os principais componentes da Unidade 2, incluindo o vaso de pressão, levantou preocupações de segurança graves. “A AREVA tem tido vários problemas com a qualidade do produto, mesmo com a falsificação de testes de controlo de qualidade, que a China negligenciou completamente quando recebeu os componentes”, disse Lai. “Isso mostra que a China carece de poder regulador real e sempre confiou nas medidas de segurança realizadas pelos franceses.” Segundo Lai, a China importa tecnologia nuclear francesa, com o objectivo final de vir a produzir reactores nucleares avançados. Mas, “como as datas de lançamento das Unidade 1 e 2 em 2017 estão apenas separadas por meio ano, não têm tempo para dominar a tecnologia”. Quatro perigosas Ling’Ao, a central que registou os três incidentes este ano, e Daya Bay, que envia 80% do que produz para Hong Kong, ficam uma ao lado da outra a 110 KM de Macau em linha recta. Taishan, ainda em construção, é a mais próxima, a 67km, e depois existem ainda as centrais de Yangjiang (a 141 km) e Lufeng (a 240 km). Sem contar com futuras centrais, Macau tem pelo menos quatro a distâncias consideradas perigosas, como diz Frances Ieung, analista sénior da Greenpeace Hong Kong. “Veja o caso de Fukushima, o próprio responsável da central disse que em caso de um derramamento sério, até Tóquio, que fica a 160km, teria de ser evacuado e aqui com duas centrais à porta, o Governo [da RAEHK] diz-nos que em caso de acidente apenas algumas áreas de Hong Kong teriam de ser evacuadas. Não dá para acreditar nos planos de contingência, nem na nossa segurança”. Governo atento, mas lacónico Em Macau, o Governo fez sair ontem uma nota de imprensa através do Gabinete do Secretário para a Segurança, onde diz “estar atento ao assunto” e refere a existência de um “plano de contingência” desenvolvido em 1995 e revisto em 2011. Mas não diz quais os contornos desse plano. O HM quis saber junto do Gabinete de Wong Sio Chak dados mais concretos sobre o “plano de contingência” mas, até à hora de fecho desta edição, não nos chegou qualquer resposta. “Será que existe um plano de emergência para a população de Macau? Há algum local onde nos possamos esconder?”, preocupa-se Joe Chan, presidente da Associação Juventude Verde de Macau, que espera mais iniciativa da parte do Governo, apesar de reconhecer que, em termos de definição de política energética no continente, o Executivo local tem uma capacidade limitada. “Há quatro anos entregámos uma carta ao Chefe do Executivo a demonstrar a nossa preocupação mas o Governo de Macau não pode ter uma política activa neste assunto porque é um assunto do continente”, diz, assegurando que vai alertando para a necessidade do território ter um papel mais activo no processo. “Nem sabemos quantas mais se vão construir nos próximos dez anos”, diz Joe Chan, aproveitando ainda para dizer que “nuclear não é solução”. Opinião partilhada por Frances Ieung, com ambos a recomendarem poupanças e o recurso a fontes alternativas de energia. “Para mim estamos apenas a testar um novo modo de suicídio” resume Joe Chan. Opinião diferente tem Cecilia Nip, Directora do Gabinete de Comunicação e Relações Públicas da CEM, que entende ser importante a solução nuclear, pois, explica, “é necessário termos diversas fontes de produção energética no mix. Não podemos depender de apenas uma”. No caso de Macau, contrariamente a Hong Kong, não é possível perceber se a energia consumida localmente é, ou não, nuclear pois, elucida Nip “importamos cerca de 80% da energia da China mas directamente da rede pelo que não é possível determinar a fonte”. China activa Nos últimos anos, a China tem vindo a promover activamente no mercado internacional a tecnologia nuclear desenvolvida pelo Estado. A China National Nuclear Corporation vendeu com sucesso um reactor nuclear de terceira geração ACP-1000 ao Paquistão, tornando-se a primeira exportação de energia nuclear da China. A Turquia comprou quatro reactores nucleares de CGN em Novembro de 2014. No mesmo mês, quando o presidente chinês Xi Jinping visitou o Reino Unido, a CGN assinou um acordo de investimento com a Électricité de France no EPR de Hinkley Point, Sizewell, e para as centrais nucleares de Bradwell, onde deverão ser empregues a terceira geração de reactores nucleares Made in China, os Hualong-1. O projecto provocou manifestações públicas na Grã-Bretanha.
Filipa Araújo Manchete PolíticaQualidade das obras públicas a cair, admite Raimundo do Rosário Raimundo do Rosário assume que a fiscalização às obras públicas é um problema porque faltam recursos humanos para o efeito. Ainda que a responsabilidade seja “sempre” dos empreiteiros, o Secretário admite que a qualidade tem vindo a cair e diz estranhar se não houvesse problemas [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]deputada Ella Lei aproveitou ontem a presença do Governo na Assembleia Legislativa (AL) para questionar Raimundo do Rosário sobre a qualidade da obras públicas, que para a deputada é “má”. O Secretário da tutela admitiu que, nos últimos 15 anos, a qualidade das obras públicas tem diminuído e até piorou. “Deixei Macau durante 15 anos, houve uma queda na qualidade das obras púbicas (…) Mas o primeiro a assumir a sua responsabilidade é o construtor. Isto piorou, claro”, disse. Para o Secretário, a solução passa pela fiscalização do empreiteiro, mas facto é, diz, que há falta de recursos humanos para esse efeitos. “Antigamente tínhamos engenheiros e arquitectos [que faziam a fiscalização], mas agora não temos pessoal para isso. Temos de contar com as empresas de fiscalização. (…) Temos de contratar mais pessoal. Temos de pagar mais, para ter mais pessoal”, explicou, adiantando que neste momento o Governo conta apenas com 80 pessoas para fiscalizar as obras. “Estranho é se não houvesse problemas”, frisou. Mais na manga A fiscalização e vistoria das obras públicas foi o ponto mais discutido pelos deputados. José Pereira Coutinho foi um dos legisladores que aproveitou o momento para dizer ao Governo que é preciso perceber porque é que a qualidade das obras públicas chegou a este estado. Esta vertente – da fiscalização e vistoria – é a mais importante, diz. “Há 16 anos que estamos a ter muitos problemas, temos de perceber porque é que há má qualidade nas obras públicas. A vistoria tem de ser feita de melhor forma. O Governo tem de assumir uma maior responsabilidade (…)”, argumentou o deputado, indicando que a possibilidade de implementação de um seguro nas obras públicas poderá evitar casos de fuga às responsabilidades em causa de erros. O deputado quis saber que trabalhos estão a ser feitos nesta vertente. Em resposta à deputada Ella Lei, Raimundo do Rosário indicou que o Governo tem vindo a “reforçar a supervisão dos serviços de fiscalização adjudicados, exigindo o cumprimento rigoroso dos respectivos contratos e que as eventuais situações que obstem ao normal andamento das obras sejam tempestivamente transmitidas ao dono da obra”. O Secretário garantiu ainda que “todo o quadro jurídico que regula esta matérias está a ser objecto de avaliação e, se tal se justificar”, o Governo irá introduzir novas medidas que assegurem uma “melhor qualidade das obras públicas”. Apesar de ser da responsabilidade dos proprietários dos edifícios a contratação de técnicos para a vistoria dos mesmos, a cada cinco anos, Raimundo do Rosário admite que muitos não cumprem com as suas obrigações. O Governo “concorda que se imponham medidas que visem reforçar a vistoria aos edifícios, por forma a melhorar o acompanhamento dos trabalhos relativos aos edifícios que carecem de reparação ou se encontram degradados e promover a sua reparação, sensibilizando os proprietários para a sua conservação e o cumprimento das suas obrigações”. O Secretário frisou ainda que, sempre que uma obra é terminada, é realizada uma vistoria nos dois anos seguintes. Se durante esse prazo existir algum problema é sempre pedido ao construtor e empreiteiro que assumam a responsabilidade, frisa ainda. A qualidade das obras em habitações públicas tem sido posta em causa, depois de aparecerem sacos de cimento vazios dentro de paredes ou azulejos de prédios novos a cair.
Filipa Araújo PolíticaTáxis | Governo diz “não” a paragem em linhas amarelas O Governo não vai permitir que os táxis parem em zonas sinalizadas com linhas amarelas. A proposta era de Au Kam San mas foi rejeitada pela DSAT. Existem pontos de tomada e largada de passageiros próprios e Raimundo do Rosário nem quer mais responder a perguntas sobre o Regulamento dos Táxis por não ser um assunto da sua exclusiva responsabilidade [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo não vai voltar atrás. Os táxis não poderão parar nas linhas contínuas amarelas para apanha ou entrega de passageiros. A ideia não é nova, mas o deputado Au Kam San voltou a reforçar o pedido ontem, em sessão de pergunta-resposta, na Assembleia Legislativa (AL). “(…) No caso de permitir aos táxis tomar e largar os passageiros nas vias principais, estes poderão causar um impacto muito grande ao trânsito, pelo que torna-se necessário equilibrar racionalmente as necessidades dos diferentes utentes rodoviários”, explicou o presidente da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, Lam Hin San, perante a argumentação do deputado pró-democrata. “A maioria das pessoas apoia a revisão do Regulamento dos Táxis para combater as irregularidades, no entanto, é preciso resolver o uso abusivo das linhas contínuas amarelas e garantir a sobrevivência dos taxistas que cumprem a lei, para que possam prestar melhores serviços aos cidadãos e turistas”, alertou Au Kam San, frisando que em “90% das principais artérias de Macau existem locais com linha contínua amarela para proibir a tomada e largada de passageiros”. Em contra resposta, o Governo explicou que foram estabelecidos postos de tomadas e largadas de passageiros destinados aos táxis. Locais, aponta, com alta procura ou concentração do serviço. Lam Heong Sang aproveitou também o momento para questionar o Governo sobre a situação dos táxis em geral. O deputado acusou a Administração de não apresentar soluções para o verdadeiro problema. “[O Governo] não diz como vamos resolver as questões. O ponto crucial é o taxista, tudo recai sobre os taxistas (…) Temos que encorajar os taxista a honrar a sua classe”, argumentou. “O que espero ouvir da boca do Governo é o lançamento de uma medida de encorajamento à classe. Quero que o Governo se dedique mais a esta classe de profissionais. (…) Parece uma caça ao rato. É ou não é possível implementar medidas para reformar os táxis , para elevar a imagem do sector?”, frisava. Também a deputada Chan Hong aproveitou o momento para questionar o Governo sobre as alterações possíveis à revisão do Regulamento dos Táxis, calendarização de trabalhos e outros termos técnicos. Disse a deputada ser necessário acalmar a sociedade que muito “preocupada” está com a problemática. Também o deputado Zheng Anting juntou-se às declarações da legisladora e sublinhou a necessidade de não avançar com a aplicação do agente à paisana, visto a Polícia de Segurança Pública (PSP) ser suficiente no combate às irregularidades dos serviços de táxis. O deputado Ho Ion Sang reforçou o pedido de calendarização de trabalhos. Raimundo do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Públicas, presente na AL, disse compreender as questões, garantido passar, aos três serviços envolvidos nos trabalhos legislativos – DSAT, Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça e PSP – as opiniões do hemiciclo. O Secretário não quis responder a qualquer questão por não ser um assunto só da sua competência.
Joana Freitas SociedadeMais um contrato de 470 milhões para o metro [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo assinou mais um contrato com a MTR Corporation Limited, empresa de Hong Kong, no valor de mais de 400 milhões de patacas. O anúncio foi ontem feito em despacho assinado por Chui Sai On e publicado em Boletim Oficial. No total, são 474,3 milhões de patacas que o Governo vai gastar com pagamentos à empresa para a “gestão e assistência técnica do projecto do metro ligeiro”. Pagamentos que serão feitos até 2018 e que começam este ano. A empresa gere o metro de Hong Kong e foi já a escolhida pelo Executivo para a “revisão independente da concepção do sistema e do comboio do metro ligeiro”, num contrato que valeu 7,5 milhões, e para a assistência técnica para a primeira fase de “Programas de Emergência do Parque de Materiais e Oficinas” do metro, que custou aos cofres do Governo um total de 54 milhões de patacas. Mas a empresa de Hong Kong, de capitais maioritariamente públicos, está ligada ao metro desde 2002, quando o Governo encomendou à empresa de Hong Kong um estudo de viabilidade do metro.