Táxis | Governo diz “não” a paragem em linhas amarelas

O Governo não vai permitir que os táxis parem em zonas sinalizadas com linhas amarelas. A proposta era de Au Kam San mas foi rejeitada pela DSAT. Existem pontos de tomada e largada de passageiros próprios e Raimundo do Rosário nem quer mais responder a perguntas sobre o Regulamento dos Táxis por não ser um assunto da sua exclusiva responsabilidade

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo não vai voltar atrás. Os táxis não poderão parar nas linhas contínuas amarelas para apanha ou entrega de passageiros. A ideia não é nova, mas o deputado Au Kam San voltou a reforçar o pedido ontem, em sessão de pergunta-resposta, na Assembleia Legislativa (AL).
“(…) No caso de permitir aos táxis tomar e largar os passageiros nas vias principais, estes poderão causar um impacto muito grande ao trânsito, pelo que torna-se necessário equilibrar racionalmente as necessidades dos diferentes utentes rodoviários”, explicou o presidente da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, Lam Hin San, perante a argumentação do deputado pró-democrata.
“A maioria das pessoas apoia a revisão do Regulamento dos Táxis para combater as irregularidades, no entanto, é preciso resolver o uso abusivo das linhas contínuas amarelas e garantir a sobrevivência dos taxistas que cumprem a lei, para que possam prestar melhores serviços aos cidadãos e turistas”, alertou Au Kam San, frisando que em “90% das principais artérias de Macau existem locais com linha contínua amarela para proibir a tomada e largada de passageiros”.
Em contra resposta, o Governo explicou que foram estabelecidos postos de tomadas e largadas de passageiros destinados aos táxis. Locais, aponta, com alta procura ou concentração do serviço.
Lam Heong Sang aproveitou também o momento para questionar o Governo sobre a situação dos táxis em geral. O deputado acusou a Administração de não apresentar soluções para o verdadeiro problema. “[O Governo] não diz como vamos resolver as questões. O ponto crucial é o taxista, tudo recai sobre os taxistas (…) Temos que encorajar os taxista a honrar a sua classe”, argumentou.
“O que espero ouvir da boca do Governo é o lançamento de uma medida de encorajamento à classe. Quero que o Governo se dedique mais a esta classe de profissionais. (…) Parece uma caça ao rato. É ou não é possível implementar medidas para reformar os táxis , para elevar a imagem do sector?”, frisava.
Também a deputada Chan Hong aproveitou o momento para questionar o Governo sobre as alterações possíveis à revisão do Regulamento dos Táxis, calendarização de trabalhos e outros termos técnicos. Disse a deputada ser necessário acalmar a sociedade que muito “preocupada” está com a problemática. Também o deputado Zheng Anting juntou-se às declarações da legisladora e sublinhou a necessidade de não avançar com a aplicação do agente à paisana, visto a Polícia de Segurança Pública (PSP) ser suficiente no combate às irregularidades dos serviços de táxis. O deputado Ho Ion Sang reforçou o pedido de calendarização de trabalhos.
Raimundo do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Públicas, presente na AL, disse compreender as questões, garantido passar, aos três serviços envolvidos nos trabalhos legislativos – DSAT, Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça e PSP – as opiniões do hemiciclo. O Secretário não quis responder a qualquer questão por não ser um assunto só da sua competência.

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