Tufão Hato | O lado político e falhado de uma tempestade

Nas redes sociais circularam fotografias de alguns governantes na ajuda à limpeza nas ruas, mas para o politólogo Eric Sautedé o Governo reagiu tarde e falhou por completo na comunicação à população. Apesar das reuniões com a protecção civil, só ontem Chui Sai On foi ver de perto a calamidade que muitos viveram

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]oras depois da passagem do tufão Hato pelo território, muitos questionavam a ausência dos secretários e do próprio Chefe do Executivo nas ruas, numa altura em que, sem água ou electricidade, as pessoas se deparavam com as suas casas e lojas viradas do avesso.

Circulariam mais tarde fotografias de governantes a ajudar nas acções de limpeza, tal como o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, e Sónia Chan, secretária para a Administração e Justiça. Também Wong Sio Chak, secretário para a Segurança, andou nas ruas. Wong Sio Chak foi, aliás, afectado pelo tufão, tendo ficado sem algumas portas e janelas de casa.

O Chefe do Executivo, apesar de ter participado em diversas reuniões com bombeiros e protecção civil, só saiu à rua ontem, tendo visitado a zona da Ponte e Horta e também junto ao templo Hong Kung.

Eric Sautedé, politólogo, tece críticas ao comportamento do Executivo na forma como lidou com a catástrofe. Na sua visão, as respostas foram tardias e incompletas.

“Se o Chefe do Executivo tivesse ido para as zonas mais prejudicadas teria ajudado. Mas em vez disso foi mais tarde e houve alguns comentários que referiram que ele fez por se manter em segurança. Claro que ter um problema de saúde como a gota faz com que as suas deslocações sejam limitadas, mas ele demonstrou várias vezes uma total falta de empatia.”

Eric Sautedé dá vários exemplos, tal como a publicação de um texto inserido na rubrica “Palavras do Chefe do Executivo”, no website do Governo, que “quase roça a caricatura”, sem esquecer a conferência de imprensa na quinta-feira ao final do dia.

“A mensagem que foi lida pelo Chefe do Executivo foi um desastre em termos de comunicação política: limitou-se a ler um guião e fez um grande esforço para esconder o embaraço”, apontou.

Para Eric Sautedé, a população precisava de dados concretos e de acções, e muita coisa falhou nas primeiras horas.

“Houve muitas contradições, previsões (sobretudo no que diz respeito ao número de vítimas), em vez de terem sido providenciadas respostas às verdadeiras preocupações das pessoas, tal como quando é que a água e a electricidade iriam estar novamente disponíveis.”

“Pedir desculpas é importante, mas tal foi feito com uma total falta de empatia, que foi assumida e compreendida como existindo uma total incompetência”, acrescentou o professor universitário.

Caso único

Alexis Tam, que fez por visitar alguns bairros afectados na zona norte e o hospital público, foi o único “capaz de falar para o público sem ler um discurso”. Ainda assim, Eric Sautedé considera que “não foi capaz de dar respostas às pessoas”.

“A ajuda providenciada por membros do Governo foi, na maioria, apenas para a fotografia, e esperamos sempre que os líderes liderem, e não que carreguem objectos e limpem as ruas. Alguns tiveram um melhor comportamento do que outros: Lionel Leong chegou tarde, mas foi genuíno, enquanto Sónia Chan apareceu de mocassins brilhantes e parecia constrangida com a situação”, recorda o ex-docente da Universidade de São José.

Eric Sautedé não deixou de apontar a presença de alguns deputados nas ruas, sendo que uns “agiram com mais boa-fé do que outros”, dada a aproximação do acto eleitoral de Setembro.

“A forma tardia como o Governo reagiu, e de forma inapropriada, são produto de um sistema em que os interesses empresariais prevalecem e a lealdade está acima da competência”, frisou, lembrando a ocorrência de dez mortes.

“Era suposto a situação melhorar com o novo Executivo, que tomou posse em Dezembro de 2014, mas, obviamente, falharam na missão e desta vez isso custou vidas humanas”, concluiu ao HM.

Porto Interior | Ng Kuok Cheong questiona atrasos nas obras

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado Ng Kuok Cheong interpelou o Governo sobre os efeitos das obras temporárias na zona do Porto Interior para a prevenção das inundações. O objectivo é tentar compreender se o adiamento dos trabalhos de erradicação das inundações na zona está relacionado com as obras do metro ligeiro.

Ng Kuok Cheong recorda que, já em 2014, obteve respostas dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), bem como da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) sobre a prevenção das inundações.

À data, a resposta dos SMG previa a conclusão das obras temporárias em 2015, sendo que existiria uma proposta, de médio e longo prazo, para uma reconstrução da zona. Iria ainda ser levada a cabo uma integração com o projecto do metro ligeiro.

O deputado deseja saber, portanto, se esse projecto foi adiado por causa dos atrasos ocorridos na primeira fase da obra do metro ligeiro. Ng Kuok Cheong pede ainda uma responsabilização dos funcionários e que se avancem de imediato com os trabalhos de reconstrução.

A interpelação faz ainda referência aos dez mortos causados pela passagem do tufão Hato, que fez a maior parte dos estragos nas zonas baixas da península, tal como o Porto Interior e a zona da Barra. Além das vítimas terem morrido por incidentes nas ruas, houve ainda corpos encontrados em parques de estacionamento.

28 Ago 2017

Balanço | Tufão Pakhar passa por Macau com menos intensidade que o Hato

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ois tufões fustigam com violência regiões do Mar do Sul da China. Depois do Hato ter colhido, pelo menos, dez vidas em Macau, foi a vez de Hong Kong registar um morto à passagem do Pakhar. Por cá, contabilizaram-se apenas feridos ligeiros e inundações de dimensão reduzida. Autoridades de Macau ponderam uma revisão profunda ao mecanismo de resposta a tufões

Depois da tempestade costuma vir a bonança. Isso não aconteceu este fim-de-semana em Macau, Hong Kong e nas regiões circundantes. Na quarta-feira o tufão Hato devastou a RAEM, deixando no seu rasto, pelo menos, dez vítimas mortais e 244 feridos. Além disso, o desastre natural deixou a olhos vistos os problemas e as falhas de infra-estruturas tanto no domínio da construção, como na falta de luz e água, deixando a cidade num caos. Assim que houve notícia de um possível segundo tufão, que viria a ser baptizado como Pakhar, temeu-se o pior. Porém, os efeitos da última tempestade foram bem menores, com a intensidade das rajadas máximas a não chegar a metade da dos ventos mais intensos do seu antecessor.

Apesar da menor intensidade, o Pakhar originou 107 incidentes registados pelo Cento de Operações de Protecção Civil (COPC). No rescaldo do tufão de ontem, Leong Iok Sam, director da COPC, revelou que o Pakhar fez oito feridos ligeiros, seis homens e duas mulheres.

Depois da calamidade de quarta-feira de manhã, que deixou Macau fragilizada em todos os sentidos, temia-se que apesar da intensidade menor, os estragos pudessem ser grandes. Situação que não ocorreu, mas ainda assim registaram-se 56 casos de queda de objectos como painéis publicitários, toldos e janelas. Aliás, Leong Iok Sam revelou que grande parte dos feridos ligeiros se deveu à queda de objectos suspensos que não chegaram a ser removidos na sequência da passagem do Hato. Nove árvores que não foram abaixo com o tufão de quarta-feira acabaram por cair ontem, devido ao seu estado de fragilidade.

Neste sentido, o director da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, Li Canfeng anunciou uma medida para dar resposta aos problemas de estrutura de edifícios revelados pela força do Hato. “Coordenámos associações de engenheiros e de peritos em electricidade para acorrerem aos prédios necessitados de intervenção”, disse. O dirigente revelou que há mais de vinte equipas para ajudar à remoção de objectos suspensos em fachadas e nos revestimentos exteriores, assim como para o reforço de janelas. Foi também aberta uma linha de apoio para responder a estas a situações com o número 85903800.

O Pakhar resultou ainda em 16 inundações de pequena intensidade, sendo que oito ocorreram em Macau, seis na Taipa e duas em Coloane.

Transportes parados

Ontem, por volta das 7h25, foram encerradas as pontes que ligam Macau à Taipa. As condições de segurança nas estradas deterioraram-se, tal como seria de esperar, levando à ocorrência de 31 acidentes rodoviários.

No que diz respeito ao transporte por ferry, o Terminal do Porto Exterior encerrou tendo ficado cerca de 100 pessoas a aguardar que o sinal de alerta baixasse para conseguirem embarcar. A circulação de barcos foi retomada no Porto Exterior às 14h30 de ontem, enquanto que no novo Terminal da Taipa as operações regressaram à normalidade às 16h.

Durante a tarde de ontem todos os postos fronteiriços retomaram o seu normal funcionamento.

O Aeroporto Internacional de Macau cancelou 65 voos com partida ou chegada prevista para domingo.

Na região vizinha, a Autoridade Aeroportuária de Hong Kong reportou 300 voos cancelados, ou com atrasos significativos, e cerca de 42 aviões abortaram a aterragem e tiveram de ser desviados para outros aeroportos na sequência da passagem do Pakhar. Meia centena de aviões não puderam descolar e ficaram na pista do Aeroporto de Hong Kong a aguardar a melhoria das condições meteorológicas.

A companhia de bandeira de Hong Kong, Cathay Pacific Airways alertou os passageiros para possíveis atrasos para hoje tanto em partidas, como em chegadas.

A tempestade tropical resultou em múltiplas estradas bloqueadas devido à queda de árvores, andaimes e inundações, incluindo na ilha de Hong Kong e nos Novos Territórios. Também os serviços de autocarros e metro ficaram afectados pela passagem do Pakhar.

Registou-se a morte de uma pessoa, um condutor de uma carrinha que se despistou numa auto-estrada em Yuen Long na altura em que os ventos do tufão se começavam a intensificar. Do acidente resultaram ainda dois feridos com alguma gravidade.

Menos intenso

Por volta das 13h de ontem, quando o Pakhar já estava a 150 quilómetros de Macau, movendo-se para noroeste, a uma velocidade de 25 quilómetros/hora, o sinal de alerta era reduzido para 3 e o tufão tocou terra na cidade de Taishan, na província de Guangdong. Nessa altura, já quase esquecido o Pakhar, as ruas de Macau voltaram aos trabalhos de remoção de lixo e detritos.

Neste domínio, o novo tufão trouxe um pouco mais de caos ao terreno. “Recolhemos um grande volume de lixo nestes últimos dias, todos os dias a quantidade foi aumentando”, explica José Tavares, presidente do conselho de administração do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM).

Na quarta-feira, logo a seguir ao sinal 8 do Hato ter sido retirado, as ruas começaram a ser limpas, tendo sido removidas 1700 toneladas de lixo. No dia seguinte, foram retiradas 2500 toneladas e na sexta-feira a quantidade de detritos removidos ascendeu às 2900 toneladas.

A quantidade anormal forçou o IACM a mobilizar mais recursos humanos, tendo as operações sido facilitadas pelos mais de 3000 voluntários que ajudaram os serviços municipais a limpar as ruas de Macau. A partir de ontem à tarde, as autoridades da província de Guangdong disponibilizaram uma dezena de veículos para a recolha de lixo.

O facto é que o Pakhar teve uma intensidade menor do que a do Hato, além de ter passado um pouco mais ao lado de Macau. O tufão de ontem registou uma força de vento média de 106 km/hora, seguindo uma trajectória final mais encostada para leste, ainda assim mais próxima de Macau do que estava previsto. A rajada mais forte registada ontem foi de 125.3 quilómetros/hora.

Por volta das 8 da manhã os ventos também aumentaram um pouco, tendo tocado a terra por volta das 9h, ou seja, com uma hora de antecedência em relação às previsões dos Serviços de Meteorologia e Geofísica.

A chuva foi mais intensa do que fora prognosticado, tendo-se registado uma precipitação de 56.6 milímetros, um nível superior ao que era esperado.

As chuvadas originaram inundações que chegaram aos 15 centímetros de altura de cheias, sendo que a maré subiu 1,5 metros. Porém, as inundações não foram severas porque o Pakhar não coincidiu com o horário normal da maré cheia.

Exército nas ruas

Na passada sexta-feira, um contingente de mil soldados do Exército de Libertação Popular foi para as ruas ajudar na operação de limpeza e remoção de detritos.

Ontem, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, lembrou que “o dever do Exército de Libertação Popular é salvaguardar a segurança nacional, enquanto o salvamento deve estar a cargo da polícia e dos bombeiros”. Porém, devido à gravidade do tufão Hato, o Governo da RAEM pediu ao Governo Central a participação dos tropas. De acordo com Wong Sio Chak, “o pedido foi feito na manhã do dia 24 e de uma forma muito rápida foi conseguida a autorização”.

O secretário para a Segurança chegou mesmo a mostrar-se emocionado com um caso de um soldado chinês que apesar de a mulher ter falecido ficou em Macau a ajudar às operações de limpeza, faltando ao funeral da esposa.

O secretário para a Segurança não quis avançar com uma estimativa dos prejuízos causados pelos tufões que assolaram Macau. “Ainda estamos em fase de socorro, remoção de lixo e assistência à população, ainda não fizemos essa contabilidade, mas os prejuízos não serão pequenos”, comenta. No entanto, Wong Sio Chak, realça que apesar dos danos materiais serem avultados, existem perdas para a população que não são contabilizáveis através de patacas.

28 Ago 2017

SCMP | Casinos terão influenciado decisão dos SMG

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]egundo o jornal South China Morning Post, os casinos terão influenciado o trabalho dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) no que diz respeito à previsão do sinal do tufão Hato.

Fontes citadas pelo jornal, “com conhecimento dos planos do serviço de protecção civil” afirmam que os SMG só içaram o sinal 8 de tufão na passada quarta-feira para evitar que as concessionárias pagassem horas extra aos seus funcionários.

“A partir do momento em que o sinal 8 é içado, os casinos são obrigados a pagar a todos os funcionários as horas extras. Enquanto que esta é uma questão com a qual as grandes operadoras de jogo conseguem lidar, o mesmo não acontece com os casinos de menor dimensão, ligados às sub-concessionárias”, lê-se na notícia do jornal de Hong Kong.

A mesma fonte adiantou que “não é necessária uma pressão directa e feita abertamente, mas não há dúvida de que o ‘factor casino’ tem um papel importante naqueles que tomam as decisões relacionadas com os sinais de tempestade que são içados”.

Ao mesmo jornal, o politólogo Larry So considerou que o “Governo não consegue dar resposta às expectativas das pessoas numa cidade que se auto-proclama de primeira classe”.

Bens alimentares e medicinais reaproveitados são um risco

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]epois da passagem do tufão Hato e com os danos nas várias lojas de alimentos e produtos de medicina tradicional chinesa, muitos são os comerciantes que estão a tentar reutilizar bens alimentares e medicinais que podem estar seriamente estragados. José Tavares, presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) admite a situação.

Visitei algumas zonas afectadas e reparei que algumas lojas de medicina tradicional chinesa estão a secar os seus produtos na rua”, disse o responsável ontem em conferência de imprensa. José Tavares considera que “não é correcto” e afirma que o procedimento não é permitido, sendo que a situação pode estar a repetir-se depois dos danos causados ontem pela passagem do tufão Pakhar no território. No entanto, o responsável refere que se tratam de “produtos muito caros e que a sua perda implica muitos custos”, deixando um apelo aos comerciantes para que não façam o seu reaproveitamento.

No que respeita a produtos alimentares o responsável do IACM aponta que “muitos deles não são recuperáveis e já foram mesmo para o lixo porque não é possível o seu reaproveitamento”.

“Há sacos de arroz e peixe que estão visivelmente estragados e que não podem ser consumidos”, referiu. Quanto a medidas a tomar, José Tavares afirma que há muito para fazer e que serão feitas inspecções.

Já o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, reitera que serão feitas mais inspecções, especialmente na zona do Porto Interior e apela à sensatez, até porque alimentos estragados “é algo muito sério e têm de ter um tratamento correcto não sendo possível consumir os estragados”, sublinhou. S.M.M.

28 Ago 2017

Gabinete de Ligação destaca trabalho do exército nas ruas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] presença do Exército de Libertação do Povo Chinês, que desde 1999 não pisava as ruas de Macau, levou o Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM a emitir um comunicado onde destaca a parceria entre Pequim e Macau aquando da passagem do tufão Hato pelo território.

O documento lembra que a tempestade causou grandes estragos ao território, uma “grande quantidade de vítimas” e perdas de bens. Os representantes do Gabinete de Ligação afirmam estar tristes pelas perdas registadas, enviando as suas condolências aos familiares dos que partiram, aos feridos e a toda a população.

O organismo mostra ainda o seu respeito para com os cidadãos que ajudaram nos trabalhos de limpeza das ruas.

O porta-voz do Gabinete de Ligação destaca também que foi autorizado o apoio concedido pelo exército chinês aos cidadãos, uma acção que mostra a “ligação entre Macau e o Governo Central”. “A pátria tem sido o apoio ao território”, lê-se ainda no comunicado.

O organismo espera que o território possa voltar à normalidade o mais depressa possível, lembrando a relação próxima que se verificou entre os cidadãos e os militares. Na visão de Pequim, o Exército de Libertação do Povo Chinês é, por isso, “uma tropa excelente em que a população pode confiar”.

“A sociedade de Macau sempre se auxiliou mutuamente. Com o apoio do Governo Central e a liderança da RAEM, caso a população continue a caminhar num sentido de solidariedade, irá ultrapassar de certeza as dificuldades que se registarem após a catástrofe”, remata o comunicado.

28 Ago 2017

Uber | Serviços gratuitos disponibilizados para ajudar Macau

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]ão foi por ter sido expulsa de Macau que a UBER não esteve presente quando foi necessário. Com as carências em várias frentes impostas pela devastação do tufão Hato, a Uber esteve activa e os serviços foram todos gratuitos. Alguns taxistas locais tiveram a mesma atitude

Há uns meses as multas venceram e conseguiram levar a Uber a optar por deixar de prestar serviço no território. Com o tufão Hato e o caos instalado na cidade, a companhia de transportes particular foi bem-vinda para dar ajuda. Os serviços, que duraram até ontem à noite, decorreram sem percalços e sem cobrança alguma. O objectivo foi simples: ajudar no que fosse preciso.

Com os estragos que o Hato deixou, a ideia de colocar a Uber em Macau online foi imediata. “Mandámos um questionário aos nossos motoristas no território para perceber a sua disponibilidade em prestar serviço gratuito”, disse a directora de comunicação da companhia em Hong Kong, Katie Lee, ao HM.

Com o elevado número de ex-motoristas da Uber dispostos a dar o seu contributo, a plataforma online foi activada para quem precisasse de se deslocar e com um serviço “totalmente grátis”, confirmou a responsável.

Neste momento Katie Lee ainda não tem noção da quantidade de serviços prestados nos dias que sucederam ao Hato. “Ainda não tenho as actualizaões comigo e a operação ainda está a decorrer” disse ao HM, ontem, antes do fim da iniciativa que terminou ontem ao final do dia. “Estamos a pensar fechar o serviço no final do dia de domingo, sendo que, se for necessário e se os motoristas considerarem que o melhor é continuar a ajudar até que o território esteja em melhores condições, podem fazê-lo a título individual, sendo que iremos desligar o portal online de novo”, explicou.

A tragédia aconteceu em Macau, mas Katie Lee não deixa de referir a importância do sentido de entreajuda. Com as notícias do estado do território, “foi bom ter tido uma oportunidade de dar apoio aos motoristas de Macau que estavam empenhados em contribuir para um melhor funcionamento nos dias de caos que se seguiram ao Hato”, referiu. Até porque, “as pessoas precisavam de transportes para se poderem deslocar numa cidade ainda com muitos obstáculos”.

Também houve taxistas locais que desligaram o taxímetro e transportaram pessoas de forma gratuita.

Regresso incerto

No que respeita a uma retomada dos serviços da Uber no território, a responsável de Hong Kong ainda não dá uma resposta clara. Para já o mais importante é ajudar. “Neste momento o que queremos é ajudar a cidade a recuperar dos danos causados pelo tufão”, disse, sendo que, sublinha, a acção da empresa teve uma única intenção: “ajudar a comunidade”, apontou Katie Lee.

No entanto, não descarta a hipótese de um regresso. “Relativamente ao serviço normal, e apesar e termos sido quase banidos, gostaríamos de conseguir entrar em diálogo com as autoridades”, remata a responsável.

A empresa de transporte anunciou a suspensão da sua actividade em Macau no mês passado. A operar na ilegalidade e já com muitas multas acumuladas ao longo dos dois anos que esteve em funcionamento, a solução foi abandonar, pelo menos temporáriamente, o território.

“Ao fazermos uma pausa, esperamos poder abrir portas a um diálogo construtivo com todos os accionistas em Macau e termos a capacidade de criar um ambiente de negócio que traga benefícios para todos”, apontou, na altura a empresa.

28 Ago 2017

Hato trouxe destruição mas também rumores e desmentidos

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]epois da tempestade vem o boato. Um soldado do Exército de Libertação Popular (ELP) que matou um residente, portadores de passaporte português que não foram dados como vítimas do tufão Hato, vítimas mortais devido a avaria de elevador no “Edf. Jardim Hon Hau” que não existe. Muitos foram os rumores a circular no território após a passagem do tufão Hato. O Governo já se manifestou e avisa que estas são situações que podem ser alvo de acusação criminal.

No que respeita à acusação feita ao ELP, “o Governo da RAEM critica duramente as declarações irresponsáveis, desprovidas de qualquer fundamento e inverídicas”, lê-se em comunicado aos jornalistas.

Vítimas com passaporte português não se registaram.  A suspeita foi levantada com um comentário no facebook de Vitório Rosário Cardoso em que se lia: “Não estarão a ser contabilizadas as vítimas portuguesas com dupla nacionalidade (feridos ou mortos)”. O Consulado de Portugal em Macau e Hong Kong desmente. A informação é divulgada publicamente no site do consulado. “O Senhor Secretário para a Segurança expressou o seu veemente repúdio a quem, através das redes sociais, ou por qualquer outro meio, propaga informações falsas, causando alarme social, sobre a existência de vítimas de nacionalidade portuguesa ou outra, para além das que são fornecidas oficialmente”, refere Vitor Sereno, Cônsul geral de Portugal em Macau e Hong Kong referindo-se ao conteúdo do encontro que teve com o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak.

Já a avaria no elevador que fez vítimas mortais também parece não se aplicar à realidade. A situação teria acontecido no “Edf. Jardim Hon Hau” e de acordo com o Centro de Operações de Protecção Civil (COPC), a construção não existe. “Este edifício não existe e também não recebeu qualquer informação sobre mortes devido a avaria de elevadores”, lê-se.

Em resposta aos rumores divulgados nas redes sociais sobre as zonas da Praia de Manduco e de Ponte e Horta terem sido classificadas pela autoridades competentes como áreas endémicas, os Serviços de Saúde esclarecem que nenhuma área de Macau foi classificada como tal.

28 Ago 2017

Tufão Hato | Voluntários ajudaram a limpar as ruas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]ssociações e cidadãos arregaçaram as mangas para ajudar a limpar uma cidade que se transformou, sexta-feira e sábado, num sítio nauseabundo. A limpeza era urgente antes da chegada do tufão Pakhar

Fosse a recolher lixo ou a distribuir comida e água, centenas de voluntários fizeram “o que podiam e o que não podiam” pelo regresso à normalidade em Macau, após a passagem do tufão Hato.

As zonas mais afectadas pelas inundações foram invadidas por verdadeiros ‘exércitos’ empenhados em remover as toneladas de lixo amontoado nas ruas.

Tsé Fung foi um dos muitos jovens que trocou o refrescante conforto do ar condicionado de casa pelo intenso calor da rua. Por volta das 16h00 encontrava-se pela Rua dos Ervanários.

“A minha casa não foi afectada, mas este é o meu bairro, por isso, tinha de vir ajudar”, disse o estudante de 19 anos à agência Lusa, com a voz abafada pela máscara que usa a cobrir a boca e o nariz, como tantos outros, para não respirar o cheiro nauseabundo, durante uma pausa ao fim de seis horas consecutivas de labuta.

Sio, de 37 anos, pôs mãos à obra na véspera. Faz-se o que pode e o que não pode pela terra onde nasceu: “Se vês algo [como isto] tens de reagir”.

“Não há recursos humanos suficientes para dar resposta a tudo”, lamentou, enquanto ajeita as luvas de borracha que vão até ao cotovelo.

“As pessoas estão simplesmente a seguir os seus instintos porque não esperam – nem podem esperar – nada. Só se valem a si próprias”, sublinhou, antes de voltar a pegar na vassoura.

“Um trabalho excepcional”

Não muito longe andava Sandra Carrilho, de 45 anos, que também começou na sexta-feira a ajudar a remover o lixo, inserida num grupo que conheceu na véspera nestas andanças.

“Hoje há imensa gente na rua”, comparou, antes de fazer um ponto da situação: “Não se podia circular aqui, mas os voluntários limparam isto tudo e no Porto Interior, onde moro, o trabalho também foi excepcional”.

“As pessoas têm noção da gravidade, havia comida solta, dispersa na rua, daí o esforço enorme para se recolher todo o lixo até porque pode voltar a haver inundações”, observou.

Enquanto filas de dezenas de contentores aguardavam vez para serem ‘tombados’ para o camião do lixo, chegaram “reforços” sob a forma de carrinhas de caixa aberta de particulares e empresas que estacionam ao lado de mobílias e electrodomésticos sem salvação.

A onda de voluntariado não se cingiu apenas à recolha de lixo, uma vez que houve também muita gente a distribuir comida e água.

Ana Cristina Vilas, por exemplo, além de recolher lixo, foi distribuir água em Coloane na sexta-feira. No sábado, com o apoio de amigas, decidiu ajudar outros e de outra forma: comprou centenas de tecidos da loja onde se costuma abastecer, gastando mais de quatro mil patacas.

Isto além de ter lançado antes um apelo pelo Facebook nesse sentido para que “a única loja de tecidos do centro da cidade”, que estava a vender “tudo ao desbarato não feche as portas”.

“Esta é a única forma de ajudar os pequenos comerciantes” afectados pelas inundações, sublinhou Ana Cristina Vilas, mostrando os panos húmidos dentro do ‘trolley’ de compras que, quando estiverem secos, vão servir o “Dress a Girl Around the World”, pelo qual é responsável em Macau desde Abril.

“São pessoas que conheço há 30 anos”, enfatiza a funcionária pública que, depois da experiência de trabalho que viveu na quinta-feira, o dia a seguir à passagem do tufão Hato, decidiu tirar um dia de férias na sexta-feira.

“Não tínhamos água nem ar condicionado. Não tínhamos condições para trabalhar. Chegámos ao mais baixo possível e por isso fui antes ajudar quem precisa”, realçou.

Por todo o lado

A Associação dos Jovens Macaenses (AJM) também organizou acções de rua. Na sexta-feira, a partir das 18h00, cerca de 70 pessoas ajudaram a limpar a zona adjacente ao Mercado Vermelho. No sábado houve outras tantas na zona da Almeida Ribeiro.

Ontem foi dia de “andar a correr de um lado para o outro a distribuir comida aos idosos ou a limpar as ruas”, contou ao HM Guiomar Pedruco, presidente da AJM.

“Não houve muita destruição mas houve muito lixo. As pessoas das lojas estavam desesperadas”, recorda Guiomar Pedruco, que tece uma crítica à actuação do Executivo.

“Houve gabinetes que não tiveram água e electricidade e o Governo deveria ter reunido esses funcionários públicos para ajudarem a limpar as ruas, em vez de estes ficarem sentados nos seus gabinetes.”

Guilherme e Cíntia Leite Martins, criadores do projecto Mana Vida, também organizaram uma acção de limpeza na vila de Coloane, que ficou também bastante afectada.

28 Ago 2017

Tufão Hato | Dois residentes criam logótipos solidários

Manin Vong é designer e decidiu criar o logótipo “Rezar por Macau” que, horas depois da passagem do tufão Hato, começou a povoar várias fotos de perfis de locais no Facebook. Uma funcionária pública criou outro logótipo em inglês e português

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]êm ambos das cores da bandeira da RAEM e contêm mensagens de esperança para horas que foram bem difíceis. Ainda no rescaldo da passagem dos tufões Hato e Pakhar por Macau, dois residentes criaram dois logótipos que se têm tornado virais na rede social Facebook.

São já várias as pessoas que optaram por criar uma foto de perfil com estes logótipos, que dizem “Rezar por Macau” em chinês ou ainda “Que Deus abençoe Macau”.

Manin Vong, designer de moda e fotógrafo freelancer, contou ao HM porque decidiu criar esta imagem.

“Momentos depois da passagem do tufão, todos nós nos sentimos muito tristes”, referiu. “Sentimos que o Governo não estava a dar o devido apoio à população. Na internet líamos comentários negativos vindos de Hong Kong. Então decidi fazer algo para unir as pessoas em Macau.”

O tufão Hato vai ficar para a história como o maior dos últimos 50 anos e esta é talvez a primeira vez que no território se cria este tipo de imagens para as redes sociais.

Manin Vong estudou em Taipei, mas hoje vive e trabalha em Macau. Afirma não ter tido propriamente uma inspiração especial para fazer este logótipo.

“Na verdade é um símbolo muito simples. Usei a imagem da bandeira e a frase ‘Rezar por Macau’. Decidi usar esta imagem em vez das palavras”, explicou. Na sua visão, o facto de tantas pessoas decidirem ter utilizado o logótipo na sua foto de perfil só mostra que, na hora da tragédia, todos se uniram para ajudar.

“Acredito que esta imagem simboliza a esperança que todos têm neste momento”, disse.

Críticas ao Executivo

O HM falou com Martin Vong quando o Exército de Libertação do Povo Chinês chegava a Macau para ajudar a limpar as ruas. Nessa altura, em muitas das zonas as pessoas limpavam os destroços sozinhas ou com a ajuda da protecção civil.

“Esperamos poder recuperar as nossas casas o mais cedo possível, para que Macau possa voltar ao normal”, defendeu o designer, que considera que a resposta dada pelo Executivo demorou a chegar.

“O Governo de Macau demorou muito tempo a reagir ao desastre. No dia seguinte à passagem do tufão, os membros do Governo não apareceram. Sabemos que o pessoal da linha da frente, como os polícias e bombeiros têm trabalhado muito, mas infelizmente não vimos de imediato nenhum apoio do Governo”, referiu.

Um dia depois desta entrevista, vários membros do Governo, tal como Lionel Leong, secretário para a Economia e Finanças, Alexis Tam, dos Assuntos Sociais e Cultura, ou Wong Sio Chak, secretário para a Segurança, andaram nas ruas a ajudar nas limpezas, a verificar a acção da protecção civil ou a visitar os doentes no hospital público e os mais necessitados em diversos bairros. Chui Sai On, Chefe do Executivo, visitou a protecção civil horas depois da passagem do tufão Hato, mas só ontem é que se deslocou a algumas zonas do território, tal como a zona da Ponte Horta e Costa.

O HM tentou ainda falar com a criadora do logótipo em português e inglês, mas até ao fecho desta edição não foi possível estabelecer contacto.

28 Ago 2017

Tufão Hato | Pedidos de apoio isentos de apresentação do registo predial

[dropcap style≠’circle’]W[/dropcap]u Zilliang, presidente do conselho de administração da Fundação Macau (FM), esteve ontem reunido com associações e organismos públicos para melhor decidir a concessão de apoios a quem sofreu estragos causados pela passagem do tufão Hato.

Segundo um comunicado, quem quiser pedir subsídio para a reparação de estragos em edifícios residenciais “fica dispensado de apresentar as informações escritas do registo predial, pois a FM vai obtê-las directamente junto dos serviços públicos competentes”. Esta medida foi tomada em parceria com a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça.

Wu Zilliang esteve ainda reunido com o presidente da Associação dos Engenheiros Electrotécnicos e Mecânicos de Macau, Wu Chou Kit. Ficou decidido que “as obras de consolidação provisória respeitantes às portas e janelas danificadas serão abrangidas pelo Projecto de Ajuda Especial aos prejuízos causados pela passagem do tufão”.

É ainda sugerido que “os residentes que pretendam solicitar subsídio para estas obras devem guardar os recibos de pagamento acompanhados das fotografias justificativas dos danos sofridos e das obras realizadas”.

Além disso, a FM anuncia que vai criar um “grupo de trabalho específico” e promover a participação de representantes da referida associação neste grupo, “de modo a analisar e avaliar os processos recebidos e proceder à fiscalização e para acompanhar e verificar as obras subsidiadas”.

A própria associação vai criar um “grupo de voluntários qualificados para prestar apoio aos trabalhos da FM neste âmbito”.

A associação considera que “devido ao elevado número de residências que sofreram danos é bastante difícil levar a cabo, em tempo recorde, todas as obras de recuperação integral das habitações”.

27 Ago 2017

Pakhar | Tufão já atingiu terra. Sinal 3 antes das 13h.

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] tufão Pakhar, que hoje levou os Serviços Meteorológicos e Geofísicos de Macau a hastear o sinal 8, já tocou terra na província chinesa de Guangdong, devendo baixar para sinal 3 antes das 13:00

“A pior parte do tufão já passou. Atingiu terra. O sinal 8 continua içado um pouco mais por medida de precaução e para deixar que o conjunto do sistema do sistema do tufão se dissipe ou entre em terra”, disse à agência Lusa a porta-voz dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos, Vera Varela.

Este é o segundo tufão a atingir Macau em menos de uma semana, depois de a tempestade tropical Hato ter causado dez mortos.

A passagem, na quarta-feira, do tufão Hato, o mais forte em 50 anos a atingir a cidade, levou as autoridades a hastear o sinal máximo (10), o que não sucedia desde 1999.

A escala de alerta de tempestades tropicais é formada pelos sinais 1, 3, 8, 9 e 10. Os sinais são hasteados tendo em conta a proximidade da tempestade e a intensidade dos ventos.

“Devido à rápida movimentação durante o seu trajecto o tufão Pakhar já atingiu terra em Taishan, na província de Guangdong. Na passada hora atingiram-se ventos médios [nas pontes] na ordem dos 85 quilómetros horários e rajadas de vento de 110 quilómetros por hora”, afirmou Vera Varela.

Apesar de o tufão já ter tocado terra, “é possível que os ventos se façam sentir em Macau, por esse motivo vai-se manter o sinal número 8 içado por mais algumas horas”, adiantou.

“Agora parece tudo mais sereno. Aliás, consegue ser visível na rua que a chuva e o vento passaram”, afirmou.

27 Ago 2017

Governo recebeu mais de 700 pedidos de apoio financeiro para PME

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo de Macau recebeu, até sexta-feira, mais de 700 pedidos de apoio para Pequenas e Médias Empresas (PME), depois de ter lançado dois planos para ajudar os negócios a recuperar dos estragos provocados pelo tufão Hato.

Até às 18h de sexta-feira, a Direção dos Serviços de Economia distribuiu dois mil boletins de candidatura aos apoios – um na forma de empréstimo, outro de abono – e recebeu “mais de 732 pedidos”, segundo um comunicado enviado na noite de sexta-feira.

Após a passagem do Hato, o mais forte tufão a atingir Macau em 50 anos, o Governo de Macau lançou uma linha de crédito, sem juros, para as PME afetadas até ao montante máximo de 600 mil patacas. Anunciou ainda um pacote de “Medidas de abono” paras as empresas “responderem às situações emergentes”, “de natureza pós-calamidade” com um limite máximo de 30 mil patacas.

26 Ago 2017

Bombeiros continuam trabalhos de drenagem e buscas em três auto-silos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s bombeiros de Macau continuam hoje a fazer trabalhos de drenagem e buscas em três parques de estacionamento, depois de quatro cadáveres terem sido encontrados em auto-silos, na sequência da passagem do tufão Hato.
As buscas dos bombeiros foram motivadas por cidadãos que alertaram para a possibilidade de terem ficado presas pessoas em parques de estacionamento na sequência da passagem da pior tempestade tropical dos últimos 50 anos, que causou pelo menos dez mortos e mais de duas centenas de feridos.
Numa conferência de imprensa esta tarde, o comandante do Corpo de Bombeiros, Leong Iok Sam, explicou que dos quatro parques de estacionamento onde foram efectuadas buscas, um, na avenida Almirante Lacerda, foi drenado e ninguém foi encontrado.
Há três auto-silos ainda com água, para onde as autoridades já enviaram mergulhadores, não encontrando qualquer nova vítima até ao momento. Num deles, na rua de João de Araújo, os bombeiros foram alertados para a possibilidade de mais de dez pessoas estarem presas.
“Não conseguimos encontrar qualquer pessoa. Já fomos ao piso mais inferior e não vimos ninguém”, disse Leong, explicando que, neste momento ainda há 1,5 metros de água acumulada no local. “Já fomos ver e não há ninguém lá dentro”, frisou.
Já num parque de estacionamento na zona do Fai Chi Kei há “ainda água estagnada com dois metros”. “A drenagem é incessante, os trabalhos continuam”, disse.
Por fim, no auto-silo do mercado de São Lourenço, “os mergulhadores fizeram uma primeira busca, a água já baixou mas ainda faltam dois andares de água”, indicou o comandante, acrescentando que, até ao momento, não foram encontrados quaisquer corpos no local.
Na mesma conferência de imprensa, um representante da PSP deu conta dos trabalhos de limpeza das vias, dizendo que “90 por cento das faixas de rodagem têm condições de circulação”.
“Apelamos à população para que não faça deslocações desnecessárias”, avisou, informando que cerca de 80 semáforos continuam ainda avariados.
Quanto ao lixo, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais recolheu, desde sexta-feira, 2600 toneladas, acima das 1200 consideradas normais.
“O lixo tem de ser recolhido o mais rapidamente possível por causa do novo tufão”, disse o representante presente na conferência, referindo-se à tempestade Pakhar, que deverá sentir-se com mais intensidade em Macau no domingo.
Já o chefe do Centro de Prevenção e Controlo da Doença, Lam Cheong, disse que “até ao momento” não foi verificada “qualquer situação de propagação de doenças”, indicando que para evitar a proliferação de casos de febre de dengue foram realizadas acções de eliminação de mosquitos nalgumas zonas.

26 Ago 2017

Tufão Hato: Mais de 100 residentes afectados por cancelamento de voos já regressaram

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Gabinete de Gestão de Crises do Turismo de Macau recebeu 19 pedidos de assistência devido ao cancelamento dos voos de regresso por causa do tufão Hato, envolvendo 130 residentes, dos quais 106 já voltaram a ‘casa’.

Os restantes 24 residentes vão regressar hoje e na segunda-feira, indicou o Gabinete de Gestão de Crises do Turismo de Macau (GGCT) em comunicado, dando conta do ponto de situação relativo aos 19 pedidos de assistência recebidos até às 12:00 (05:00 em Lisboa).

Segundo o GGCT, 29 dos 38 residentes de Macau que estavam em Banguecoque (Tailândia) já regressaram, enquanto em Danang (Vietname), onde estavam 50 pessoas em excursão, 35 voltaram durante a manhã e as restantes 15 têm regresso previsto para esta noite.

Em Fukuoka (Japão) estava um grupo com 36 residentes que regressou na sexta-feira a Macau via Coreia do Sul. No mesmo dia, regressaram também seis residentes procedentes de Kaohsiung (Taiwan).

“O GGCT continuará a seguir de perto a situação dos residentes de Macau que se encontram impossibilitados de regressar do exterior”, sublinhou.

No mesmo comunicado, o GGCT informou ainda ter contactado a família do turista do interior da China que morreu num acidente de viação durante o tufão em Macau e que “irá prestar assistência adequada, tomando em consideração o desejo dos familiares”.

26 Ago 2017

Tufão Hato: Autoridades não encontraram novos corpos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] pessoal do Corpo de Bombeiros e Serviços de Alfândega anunciaram que não foram encontrados corpos no parque de estacionamento do edifício Classic Bay. Os trabalhos de drenagem e buscas foram concluídos esta tarde, por volta das 14h10.
Foram também feitas buscas no parque de estacionamento do mercado de São Lourenço, depois do Corpo de Bombeiros ter recebido “informações a relatar suspeitas de pessoas encurraladas” no local.
“Foi dada resposta imediata com pessoal e viaturas de socorro. Contactado o porteiro de serviço no dia do tufão referiu não haver pessoas encurraladas no mesmo auto-silo”, lê-se em comunicado. As acções de busca, no entanto, continuam, sendo que as autoridades prometem divulgar novos dados “o mais breve possível”.

26 Ago 2017

Tufão Hato: MGM China doa 30 milhões de patacas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s empresas MGM China e MGM Resorts, bem como a “equipa de Pansy Ho” decidiram doar 30 milhões de patacas para a recuperação dos inúmeros estragos causados pela passagem do tufão Hato pelo território, que já causou um total de dez mortos e inúmeros feridos.
Segundo um comunicado, “a distribuição do montante será decidida nos próximos dias e meses com a coordenação do Governo de Macau, tendo em conta as áreas com maior necessidade”.
Além disso, “os funcionários do MGM e as necessidades das suas famílias serão tidas em conta na alocação destes fundos”, aponta a concessionária de jogo.
Citada pelo mesmo comunicado, Pansy Ho, directora-executiva da MGM China, referiu que os funcionários da empresa têm sido “excepcionais, contribuindo com o seu tempo e esforços para enfrentar estes desafios”.
“Estamos prontos para utilizar os nossos recursos de forma a que possamos garantir uma recuperação sustentável da comunidade local”, disse ainda.

26 Ago 2017

Tufão: DSAMA diz que “grande parte da cidade” voltou a ter água canalizada

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços dos Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA) afirma em comunicado que “grande parte da cidade” recuperou o abastecimento de água, com a excepção de “alguns locais e edifícios altos devido à falta de pressão ou falha da bomba de água”.

“A fim de garantir o abastecimento aos residentes e reduzir a necessidade de retirar das bocas de incêndio, o Governo de Guangdong disponibiliza ao Governo da RAEM viaturas de abastecimento temporário de água, prevendo que cheguem esta tarde às várias zonas afectadas e assim prestar apoio à população”, lê-se ainda no comunicado.

A DSAMA aponta ainda que, de momento, “não se prevê qualquer medida de suspensão de abastecimento de água em toda a cidade e a qualidade da mesma corresponde às normas de segurança exigidas.”

É ainda referido que “os cidadãos não devem acreditar em rumores infundados”.

26 Ago 2017

Porto Interior e Barra | Comerciantes com perdas de milhões e sem informações

Caminhar a partir da Rua dos Mercadores, no Porto Interior, até à zona da Barra é tropeçar em lixo e coisas que a água e o vento desarrumaram e destruíram. Muitos deles exigiram a presença de membros do Governo no local e questionaram a ausência do estado de calamidade

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s pés, enfiados em chinelas, chapinham na lama que se formou de uma tempestade que ainda não se compreendeu de onde veio, mas que todos já sabem o que deixou. Os rostos são tristes com uns sorriso pelo meio porque, no fim de contas, o Porto Interior inunda todos os anos, porque todos os anos há um ou outro tufão. Há um estranho hábito de lavar e arrumar impregnado na pele de quem vive junto ao rio das pérolas.

Com o tufão Hato tudo foi diferente, e agora olha-se para o futuro com mais matemática na cabeça. Há quem tenha perdido milhões de patacas em negócios acabados de criar, há outros a quem só resta limpar o lixo que ficou na loja de uma vida, porque não há outra hipótese de sobrevivência.

Depois da tempestade, o senhor Lau limpa o seu espacinho de venda de carnes secas que fica mesmo ali na esquina da Rua dos Mercadores. A ajudá-lo está a mulher, enquanto vários comerciantes como ele vêm falar-lhe das últimas. Aquele que ficou com a água até ao pescoço porque foi salvar o arroz que tinha no armazém, o outro que ficou preso no parque de estacionamento.

Sofia Margarida Mota

O senhor Lau aponta para um pedaço de espelho e assegura: “a água chegou até aqui!”. “As pessoas não tinham tempo de fugir. Foi muito grave este tufão, todos ficaram com muitos prejuízos e ainda não sei quanto me vai custar tudo isto”, contou ao HM.

“O maior problema foi a água da chuva, que subiu repentinamente”, disse ainda, apontando o dedo ao Executivo. “O Governo precisa de melhorar o sistema contra inundações aqui na zona.”

Na Rua dos Mercadores cada um está por si. Todos os que ali moram ou trabalham se entre ajudam, mas não se vê nenhum membro das forças de protecção civil a dar uma ajuda nas limpezas. Há quem não queira contar a sua história da tempestade porque “não tem tempo”.

Ali ao lado, no Louceiro Foc Iu Cheong, limpam-se os estragos ao mesmo tempo que se aproveita para ir vendendo umas coisas. O negócio existe há largas décadas e agora o senhor Foc, com mais de 80 anos, nem sequer sabe que contas fazer à vida.

Ainda assim, defende que o Governo não tem culpa. “Isto não tem nada a ver com o Governo, tudo aconteceu devido à natureza. Nunca aconteceu isto em Macau.”

Naquela manhã, o senhor Foc ainda não tinha água na loja, nem luz. “Não consigo estimar os prejuízos e não sei se o Governo vai dar apoio.”

O Executivo já anunciou apoios às pequenas e médias empresas, através da concessão de empréstimos sem juros acima das 600 mil patacas. Esta foi uma das primeiras medidas decretadas nas primeiras horas após a tragédia que já vitimou oito pessoas. No rescaldo dos acontecimentos, são ainda poucos os que têm conhecimento.

Becos da balbúrdia

Se entrarmos pelos becos adentro, o caos começa a adensar-se. Há papéis e coisas espalhadas, cheiros que se misturam, objectos amontoados em cima da lama. Os moradores da zona, sobretudo idosos, lavam as sapatilhas com água roubada das bocas de incêndio porque não há mais nada.

Uns metros mais à frente, o senhor Cheong Kuok Veng, alfarrabista, assume: “nunca vi nada assim”. Lá dentro amontoam-se livros em chinês, mas muitos deles vão para o lixo.

“Vamos continuar com a loja porque temos de sobreviver, não somos funcionários públicos”, ironiza, chamando a atenção para o facto do dia ter acordado como se nada tivesse acontecido.

“O Governo deveria ter declarado estado de calamidade. Tive água até ao peito nesta zona, e os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) deveriam ter içado o sinal 8 mais cedo, fizeram uma previsão muito incorrecta. Vamos levar uma semana até termos tudo arranjado”, disse.

Sofia Margarida Mota

Pela Rua do Pagode abaixo, comenta-se a mesma história que tem vindo a partilhar-se nas redes sociais. Uma família cujos filhos morreram porque quiseram salvar os bens e acabaram sugados pela água.

Chao, que vende velharias na Rua das Estalagens, atira ao chão um monte de livros molhados, cujo destino é o lixo. O nível da água chegou até ao peito naquele pedaço de loja minúsculo.

“Devo ter aqui cerca de 100 mil patacas de prejuízo, mas ainda não fiz bem as contas. Ainda não sei como é que vai ser o apoio do Governo, mas de certeza que vai ajudar alguma coisa.”

Por ali vende-se roupa molhada por todo o lado e há calças de ganga de lojas penduradas para quem as quiser comprar. O número 80 da Rua das Estalagens, onde Sun Yat-Sen morou e instalou uma farmácia, parece ter ficado intacto, ainda que com uma ligeira inundação.

Danos na Portuguese Street

Pedro Esteves abriu há poucos meses o espaço “Food Truck”, junto à chamada rua portuguesa, que trouxe para Macau a bifana tipicamente portuguesa. Agora o cenário é de vazio e destruição.

“Quando aluguei isto perguntei se a água chegava aqui. Não sou novo em Macau e sei como são as coisas. Mas hoje, logo ali a partir da zona do Mercado de São domingos percebi logo. Fiz amizades com os chineses aqui da rua e só olhávamos uns para os outros. Toda a gente ficou prejudicada.”

Pedro Esteves estima ter perdido cerca de 250 mil patacas com os danos causados pelo tufão Hato.

“Perdi tudo e não imaginava como isto ia estar. Quando cheguei aqui encontrei o caos. Não conseguia abrir a porta sequer. Estava tudo no chão.”

O proprietário do espaço Food Truck lembra, contudo, que o espírito de entreajuda se fortaleceu com a tragédia. “O tufão fez com que as pessoas tenham ficado mais próximas umas das outras. Estamos a ajudar-nos.”

Pela rua adentro, o cenário é semelhante. Onde antes estava água há agora um rasto de destruição. Todos os produtos das lojas estão amontoados cá fora. Limpa-se o que ficou, tenta-se encontrar um rumo.

Restaurantes destruídos

Na zona da Barra o trânsito é quase normal, não fossem as paragens de autocarro estarem cheias de objectos caídos e árvores que roubam os passeios às pessoas.

Não há um pedaço de rua que não tenha lixo ou água suja. Há caixas com garrafas espalhadas, usam-se mangueiras para apagar a destruição, enquanto várias pessoas almoçam onde podem.

António Rodrigues, alentejano, há 35 anos em Macau, nunca viu nada assim e está tão desesperado que assegura: “se tivesse aqui um fósforo pegava fogo a isto e quem viesse a seguir fazia tudo de novo, para não se aproveitarem do que fizemos aqui”.

A Casa do Porco Preto foi um dos novos restaurantes que abriu na zona da Barra, bem perto do templo de A-Má, e nada restou. A água subiu muito e destruiu o negócio de uma vida.

António Rodrigues mostra-nos os seis lugares que lhe pertencem e que ficaram destruídos: o restaurante, a futura padaria, os armazéns e a carrinha que faz o abastecimento dos produtos que importa do Alentejo para Oriente. No total, estão ali mais de dois milhões de patacas perdidos.

“É pena que em vez de virem aqui vocês, jornalistas, não venham representantes do Governo para ver como isto está. Estão fechados nos seus gabinetes. Tudo isto aconteceu porque há um problema com a drenagem das águas e não resolveram ainda”, disse.

No chão pousam enchidos e queijos prontos a ir para o lixo, dezenas de garrafas de vinho molhadas pela água, frigoríficos que já não funcionam, papéis com dívidas acumuladas molhados.

“Pergunta-me porque é que estamos aqui. Este é o sítio mais baratinho, os contentores chegam aqui é mais fácil fazer o desembarque”, explica.

Fornecimento atrasado

Os armazéns da empresa de António Rodrigues ficam ao lado dos armazéns da Nam Kwong, responsável pela distribuição dos supermercados e mercados do território. À hora em que o HM visita o local, não há luz e ainda se arrasta a água com vassouras. Há caixotes por todo o lado com garrafas de refrigerantes que estão por chegar às prateleiras. Ninguém consegue estimar quando é que o fornecimento regressará ao normal.

Questionado sobre o apoio que o Governo quer conceder às PME, António Rodrigues lança mais críticas. “O apoio que deviam dar era virem aqui. Vão conceder empréstimos sem juros? Com tanto dinheiro deveriam dar, já que dão a universidades chinesas que ninguém conhece”, defende.

Para o empresário, “o senhor Fung Soi Kun (director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos) deveria demitir-se e não esperar para ser exonerado. O secretário Raimundo do Rosário também, porque já foi director das Obras Públicas e sabe muito bem que havia estudos para esta zona”.

António Rodrigues critica também o facto do Executivo não ter decretado estado de calamidade. “Neste momento não há condições para Macau ter uma vida normal. Está tudo cheio de lixo, deveriam ser garantidos apenas os serviços mínimos.”

Lorcha sem luz

À porta do restaurante A Lorcha, do macaense Adriano Neves, há cadeiras espalhadas por todo o lado e empregados a comer Mcdonalds porque, lá dentro, o cenário é de escuridão.

“Tudo o que conseguimos ver está aqui fora. Do resto ainda não sabemos porque não temos luz. Tudo o que estava dentro do frigorifico foi para o lixo. Não consigo fazer uma previsão. Só sei mais coisas quando me derem água e luz.”

Adriano Neves também não compreende porque é que, até aquela hora, nenhuma autoridade se dirigiu à Barra para ver de perto os estragos.

“Já passei por muitos tufões, mas este assim, tão violento, é o primeiro. O Governo devia vir ver in loco e não olhar para as notícias. Não vi aqui ninguém, nem um polícia apareceu aqui.”

25 Ago 2017

Novo Macau questiona a actuação do Executivo ao tufão Hato

A Associação Novo Macau critíca a forma como o Governo respondeu ao desastre natural que varreu a cidade na passada quarta-feira. Desde a falta de sinalização de alertas dos serviços de meteorologia, passando pelos cortes de água e energia

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s pró-democratas mostraram indignação contra as situações caóticas que a cidade viveu. O comunicado da Novo Macau critíca a forma como o Governo não dispõe de electricidade extra suficiente para dar resposta às necessidades energéticas do território. Como tal, os pró-democratas pediram responsabilidades ao Executivo e propostas de melhorias para serem avaliadas pela população.

Outros dos agravos da Novo Macau prende-se com a falta de planos de prevenção para as inundações, verificando-se constantemente a mesma situação em caso de chuvas fortes ou tufões.

De acordo com os pró-democratas, é necessário proceder à melhoria das redes de drenagem de forma a evitar o sucedido na passada quarta-feira, como tal, pediram medidas concretas ao Executivo para dar resposta ao problema das inundações.

Em termos de responsabilização, a Associação Novo Macau pergunta ao Governo que compensação será prestada aos comerciantes e donos de veículos afectados pela passagem do Hato.

Dependência energética

Fong Soi Kun, director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), vai passar à reforma depois de Macau ter sido violentamente fustigado pelo tufão Hato. Uma das associações que exigiu a responsabilização e demissão do responsável pelos serviços foi a Novo Macau, que emitiu um comunicado onde teceu várias críticas às autoridades no tratamento do desastre natural.

Depois de prestar condolências às famílias das vítimas mortais, o comunicado da associação queixou-se do timming com que foram emitidos os alertas da SMG. Em questão está a falta de decisão dos serviços em elevar o grau de alerta, que em apenas duas horas e meia chegou ao 10, o máximo para tufões. Os pró-democratas entendem que este curto lapso de tempo apanhou muitos residentes desprevenidos, nomeadamente para os moradores do Porto Interior e zonas baixas da cidade.

Outra das queixas da Novo Macau prende-se com o abastecimento de electricidade, água e o fornecimento de telecomunicações que foram afectados pelo tufão.

A associação entende que o Governo de Macau tem uma forte dependência da energia produzida no Interior da China e que essa é a principal razão para o corte de electricidade depois do tufão. É de salientar que uma das centrais de produção energética, situada em Zhuhai, que fornece a rede de Macau sofreu danos severos com a passagem do tufão.

25 Ago 2017

Chui Sai On aceita demissão de  director dos Serviços de Meteorologia

O “Hato” passou e arrasou. O director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), Fong Soi Kun, apresentou a demissão e Chui Sai On aprovou a decisão. O Chefe do Executivo considera que é altura de avaliar o sucedido e não adianta planos para situações idênticas futuras. Para já, há dinheiro para apoiar as vítimas e ajudar na recuperação dos estragos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] director dos serviços de Meteorologia e Geofísica demitiu-se ontem. “O director pediu a demissão e eu aprovei”, referiu o Chefe do Executivo, no final do dia de ontem, em conferência de imprensa.

Depois do silêncio, e ainda assim sem se dirigir à população, teve lugar um encontro com os jornalistas, que contou com a representação de todo o Governo e a presença de Chui Sai On.

Quanto ao futuro do responsável pelo SMG, a probabilidade é que venha a reformar-se. A informação foi adiantada pela secretária para Administração e Justiça, Sónia Chan. Um processo disciplinar relativo ao um possível içar tardio do sinal 8, ainda não é certo, sendo que, afirmou a secretária, “este é um procedimento que só pode vir a ter lugar, ou não, após finalizado todo o processo relativo à demissão de Fong Soi Kun”.

Chui Sai On fez ainda questão de referir que, não tendo visitado as áreas mais atingidas pelo “Hato”, esteve sempre em contacto com o Centro de Operações da Protecção Civil, e de alguma forma, “em contacto com todos”, pois, sublinhou, não discrimina ninguém na sociedade local.

Já o secretário Alexis Tam deslocou-se ontem ao Bairro do Fai Chi Kei para visitar os idosos, os residentes do Bairro da Ilha Verde e o pessoal de acção social.

Calamidade só ao sinal 8

No que respeita a um eventual estado de calamidade ou de emergência a ter lugar no território, no dia seguinte à passagem do tufão que atingiu o sinal 10 e que deixou o território num estado caótico, Chui Sai On limitou-se a referir que o estado de calamidade foi levantado ao içar do sinal oito, na quarta-feira, às nove da manhã.

O espírito de entreajuda no território sensibilizou o Chefe do Executivo que garantiu “envidar esforços para que volte tudo ao normal”.

O choque parece ter sido muito, mas as acções e planos em situação idêntica no futuro ainda não estão definidos, sendo que agora “é necessário fazer um balanço alargado do que se passou com a passagem do “Hato” pelo território”, disse o Chefe do Executivo.

Sem grandes medidas para uma futura ocorrência, visto ser tempo de balanço, Chui Sai On adiantou que serão reforçados os mecanismos de alerta e de divulgação de notícias de modo a que no futuro exista um maior trabalho de prevenção”.

Toma lá dinheiro

No total são cerca de 1,35 mil milhões de patacas que vão ser disponibilizadas pela Fundação Macau. O objectivo é apoiar as vítimas do tufão “Hato” em dois sentidos.

Uma parte dos fundos é destinados a ajudar residentes e famílias das vítimas para que possam recuperar gradualmente dos danos sofridos.

Para as famílias que ficaram sem os seus entes próximos, a Fundação Macau vai dar 300 mil patacas. Já os residentes, vão ter acesso a  um súbsidio de duas mil patacas para ajudar nos gastos extra. O montante será deduzido nas contas de água e de luz.

Para as despesas com janelas partidas, a Fundação Macau vai disponibilizar até 30 mil patacas por arranjo. O objectivo, afirmou ontem o representante da Fundação Macau presente na conferência de imprensa, “é ajudar nas despesas extra que a população pode estar a ter”.

Para os feridos, que já ultrapassam os 200, as despesas médicas serão cobertas pelo mesmo fundo. No total, e até ao fecho da edição, há oito mortos e 244 feridos.

Por outro lado, a Fundação Macau, dada a escassez de água à venda no território e a falta de água em casa, está a fazer uma campanha junto da comunidade. “Já foram recolhidas cerca de 100 mil garrafas de água que podem ser distribuídas e esperamos que a Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau consiga restabelecer o fornecimento o mais brevemente possível”, disse o responsável.

Os residentes que reúnem as condições para solicitar os subsídios poderão formular o seu pedido pessoalmente no balcão de atendimento da Fundação Macau.

Já a Direcção dos Serviços de Economia (DSE) vai apoiar as pequenas e médias empresas. Tal como a Fundação Macau, os apoios são dados em duas vertentes. Para as pequenas e médias empresas vão ser dados empréstimos de 600 mil patacas sem juros enquanto que vendilhões e titulares de veículos comerciais vão ter acesso a um subsídio. No total vai ser disponibilizado um montante de 2,3 mil milhões e patacas.

Com os preços a inflaccionarem nos supermercados de Macau, o representante da DSE, presente no encontro de ontem, garantiu que vão ser feitas inspecções de modo a “garantir a estabilidade”.

Trinta em risco

Para já e em risco eminente, estão 30 construções. “Há 30 casos que têm de ser resolvidos imediatamente”, disse ontem o director das Obras Públicas, Li Cengfei. A informação é dada após terem sido feitas várias inspecções do estado dos edifícios danificados pelo “Hato”. Em causa estão as estruturas que apresentam risco de queda de objectos suspensos. A prioridade no tratamento destes casos vai ser definida em conjunto com o Centro de Protecção Civil.

Já o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, garantiu que a prestação dos cuidados mínimos não esteve em risco nos hospitais do território. No enatnto, e de acordo com o responsável, “houve falta de água em alguns centros de saúde, mas continuaram a manter serviços mínimos”, disse.

Lei Chin Ion apelou ainda a uma maior preocupação com a higiene por parte da população apesar da falta de água no território. Para Lei Chin Ion, e de modo a prevenir o alastrar de doenças associadas ao lixo e à falta de higiene, as pessoas têm, mesmo sem água, de ter atenção aos cuidados de limpeza pessoal da melhor forma possível. O conselho, deixou, “é usar toalhetes quando não existir água”. Essa ainda não tem data para estar acessível à totalidade da população. Mais de metade do território é abastecido pela estação de tratamento da Ilha Verde que sofreu sérios danos com a passagem do “Hato”. A responsável pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA), Susana Wong, afirmou que os arranjos da estação poderiam estar concluidos na passada madrugada, por volta da meia-noite sendo que após estes reparos, o fornecimento de água vai ser retomado gradualmente em todo o território.

25 Ago 2017

Tufão Hato: IC vai analisar quase duas dezenas de monumentos

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] tufão Hato também causou estragos em alguns monumentos, tal como a Fortaleza da Guia, incluindo a capela e as galerias subterrâneas, o edifício da Rua das Estalagens dedicado a Sun Yat-sen, a Casa de Penhores na avenida Almeida Ribeiro ou o Centro Ecuménico Kun Iam, entre outros.

Outros locais como o Armazém do Boi, que já sofria com a antiguidade das instalações, também foram afectados. No total, foram quase duas dezenas a ser danificados. Segundo o IC, estes espaços vão fechar portas por tempo indeterminado, sendo que “os detalhes da reabertura dos locais acima referidos será anunciada posteriormente”.

Será “executada uma fiscalização e recuperação mais aprofundadas, sendo as mesmas reabertas o mais breve possível após a conclusão dos devidos trabalhos”.

Hoje estão abertos ao público locais como a Casa do Mandarim, a Casa de Lou Kau, as Ruínas de São Paulo ou o Museu de Arte de Macau, entre outros espaços. “O Conservatório de Macau e as três escolas reentrarão em funcionamento normal”, sendo que “o Teatro Dom Pedro V abre ao público mas de forma limitada”, aponta o IC.

O organismo vai ainda retirar “objectos indesejáveis” da Academia Jao Tsung-I e do Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau, pelo que estes espaços vão fechar portas hoje e amanhã.

Bibliotecas danificadas

As bibliotecas públicas estiveram ontem fechadas ao público devido à “realização de trabalhos de inspecção em detalhe e limpeza”, sendo que a “maioria” abre hoje portas. “Devido à influência do tufão, as bibliotecas do Patane, Mercado Vermelho, de Coloane e a biblioteca itinerante estão seriamente danificadas, sendo as suas datas de reabertura serão anunciadas posteriormente”, informa o IC.

Encontram-se ainda encerradas ao público as bibliotecas localizadas nos parques, como é o caso das bibliotecas do Jardim Comendador Ho Yin, de Wong Ieng Kuan no Parque Dr. Sun Yat Sen e biblioteca de Wong Ieng Kuan no Jardim Luís de Camões. Os parques em questão também se encontram encerrados.

25 Ago 2017

Caritas precisa de voluntários para apoiar famílias em necessidade

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a sequência dos cortes de energia, muitas pessoas ficaram presas em casa sem acesso a comida ou água. Na zona do Fai Chi Kei, o tufão deixou muitos idosos isolados. Um grupo de voluntários prestou-se a levar-lhe as primeiras duas refeições de ontem, sobrando apenas o jantar. Precisavam de seis centenas de refeições, pedido respondido por alguns empresários da restauração.

Este exemplo ilustra um pouco do que se tem passado em Macau desde que o Hato assolou o território.

A Caritas, também a braços com os danos, tem estado na linha da frente a apoiar quem precisa. “Neste momento, estamos a contactar aqueles que recorrem aos nossos serviços, levando refeições, auxiliando pessoas isoladas e prestando apoio psicológico às vítimas”, conta Alan Oho da Caritas.

A instituição ainda está a quantificar os danos que os seus equipamentos sofreram, mas houve veículos para transporte de pessoas em cadeiras de rodas que foram atingidos por árvores e detritos.

Também a Santa Casa da Misericórdia sofreu danos, principalmente na loja social da Ilha Verde que ficou inundada tendo sido destruídos todos os cabazes alimentares que estavam prontos para ser distribuídos daqui a uma semana.

Mais ajuda

Alan Oho, da Caritas, confessa que a instituição atravessa uma fase em que precisa de ajuda. “Estamos a tentar angariar voluntários que possam complementar o nosso pessoal para ajudar as famílias”.

O funcionário da Caritas conta que um dos maiores problemas é fazer chegar a ajuda a pessoas com problemas de mobilidade que ficam presas em edifícios em elevadores, como o caso de um casal que usa cadeiras de rodas e vive num 21º andar.

Uma das situações mais dramáticas que Alan Oho enfrentou na noite de quarta-feira foi a necessidade de ter de ir buscar três idosos ao hospital depois de feita a hemodiálise. “Passámos por áreas cheias de vidros e detritos, chapas de metal, pedaços de árvores, eu, que sou um condutor experiente, senti-me muito inseguro”, conta. Apesar da incerteza do que se lhes deparava pelo caminho, conseguiram transportar os idosos de regresso ao lar. A etapa seguinte foi transportá-los ao longo de seis lances de escadas.

Se por um lado o Hato trouxe ao de cima alguma das melhores características das gentes de Macau, também houve o reverso. Com a água potável a escassear nas prateleiras dos supermercados, houve quem pusesse à venda duas garrafas de água pela módica quantia de 150 patacas.

25 Ago 2017

A próxima vez

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]oderíamos estar a falar de um governo paternalista, na boa tradição confuciana, em que os pais/Estado impulsionam os filhos/cidadãos no caminho de uma vida excelente. Mas não. Aqui o paternalismo traduz-se em dinheiro, como o pai que para não aturar os problemas do filho lhe dá do patacame para ele “ir ao cinema”.

Ora isso significa que o Estado se esquiva a uma deriva educacional, preventiva, solidária, socialmente sustentável, para realizar o sonho de qualquer fanático ultraliberal: não intervir e ainda por cima dar dinheiro. Faz bem, faz mal? Ou antes pelo contrário?

Perdoem-me os leitores, que isto não tem piada nenhuma, nem rabo de tufão por onde se lhe pegue. Uma catástrofe é uma coisa séria, que tem efeitos inesperados nos indivíduos e nas massas.

Consideremos os aspectos positivos: uma catástrofe une as pessoas e motiva a acção. Nestes momentos, um governo precisa apenas de liderar, orientar, planificar, supervisionar, para que os esforços não se dupliquem, para maximizar a eficácia dos salvamentos e a celeridade das reconstruções.

Um governo deve assegurar a continuidade dos serviços públicos com a rapidez que a sua importância justifica. Água, electricidade, telefones, internet, televisão, rádio, não podem permanecer inoperantes mais do que um breve espaço de tempo. E este é um trabalho do governo, junto com as concessionárias.

Um governo tem de garantir a ordem e a normalidade nas ruas: não pode, por exemplo, assobiar para o lado quando táxis, mercearias ou hotéis se resolvem aproveitar da situação, demonstrando uma abjecta falta de solidariedade. Um executivo “normal” não faz ouvidos moucos a estas situações, não as ignora: protege o cidadão.

No dia seguinte, um governo deve minimizar os efeitos perturbadores da catástrofes, ou seja, efectuar com rapidez a remoção de árvores caídas e de lixos diversos, reerguer as estruturas tombadas, garantir a circulação nas estradas e nas ruas, numa palavra, assegurar o regresso da ordem com a maior brevidade possível.

Um governo que se defronta com uma situação deste tipo deita a mão a todos os recursos possíveis e a outros imaginários, perguntando-se, por exemplo, o que faz o destacamento do Exército da RPC no seu quartel e porque razão os garbosos soldados não aparecem a dar uma mãozinha.

Como todos sabemos o governo da RAEM tem apenas 17 anos de experiência — em que, por exemplo, o actual Chefe do Executivo foi parte a tempo inteiro — e por isso não lhe podemos exigir que cumpra a sua responsabilidade com eficácia e determinação.

Levantam-se dúvidas. Não há tempo para encomendar estudos? A população rosna, os deputados agitam-se. Há uma crise no Gabinete de Ligação. O que fazer?

Investir a sério na prevenção e na educação a propósito de tufões?

Fazer cumprir a lei no caso da qualidade das janelas?

Criar um serviço de meteorologia “normal”, que consiga içar os sinais atempadamente?

Avisar seriamente população e turistas da seriedade do evento, evitando-se com isso o deslizar de pessoas nos braços do vento?

Punir severamente todos os que abusaram ou pretenderam abusar da situação?

Não. Isso é tudo muito complicado, complexo, intrincado, polémico. O melhor é… Olha, dá-se dinheiro.

O que se viu durante este tufão foi dramático, desgraçadamente dramático. Havia gente escondida em esquinas, acocorada em portas, no momento em que a força do vento atingia o seu apogeu. Parece que ninguém lhes disse que vinha ali um momento perigoso para as suas vidas. Não tinham cara de aventureiros em busca de emoções fortes. Estavam transidas de medo, molhadas, algumas eram arrastadas pelo vento. Ninguém os avisou e retirou das ruas? Não existe um veículo preparado para esse efeito?

A água alagou “normalmente” o Porto Interior. Até quando temos de viver com esta “normalidade”? Mas a coisa não é fácil, já nos disseram. Possível, mas complexo. São obras complicadas, percebe. E, provavelmente, o dinheiro é necessário para qualquer outra coisa. Resta-nos exprimir a nossa melhor compreensão.

Na China Antiga, rei que não entendia a Natureza nem sabia cuidar dos seus cidadãos em necessidade, corria o risco de perder o Mandato do Céu. O governo de Macau não corre esse risco: o Céu está confuso e o dinheiro tudo lava. Menos as vidas perdidas e as que se vão perder da próxima vez.

25 Ago 2017

Casinos | Sinal 8 de tufão foi içado tarde demais, diz Cloee Chao

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]avia suspeitas, mas a verdade é que os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) só decretaram o sinal 8 de tempestade tropical às 9h00 de quarta-feira, o que fez com que muitos trabalhadores do jogo se apresentassem ao serviço.

É esta a ideia de Cloee Chao, presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo. Ao HM, a responsável considera que o Governo reagiu de forma errada em resposta aos danos causados pelo tufão Hato, tendo adiantado que este não é caso único.

“O sinal 8 não é içado com base na realidade e na necessidade. Em vez disso, é içado segundo um tempo bem organizado em prol dos benefícios das operadoras de jogo”, defendeu Cloee Chao.

Cloee Chao aproveitou ainda para divulgar a carta que enviou ontem à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), onde se manifestou contra as regras adoptadas pelas operadoras de jogo em períodos de tufões.

“Toda a gente sabia o que ia acontecer na quarta-feira, mas as operadoras de jogo alertaram os trabalhadores de que, caso não viessem trabalhar, iriam tratar o caso como se fosse uma falta ou dia de férias sem remuneração”, apontou.

Casinos reagem

Entretanto, as operadoras de jogo MGM e Melco Crown já reagiram ao tufão Hato que levou ao inédito encerramento dos casinos.

“As operações no Cotai continuam a decorrer normalmente”, aponta a Melco Crown, que lembra as dificuldades de acesso ao local de trabalho na manhã de quarta-feira.

“Compreendemos que os nossos empregados passaram por dificuldades para chegar ao trabalho devido aos impactos do tufão. Para mostrarmos o nosso apoio, vamos ser flexíveis nos horários de entrada nos próximos dias.”

Também a MGM afirma ter vindo a trabalhar com o Executivo para “restaurar as operações e proteger os nossos trabalhadores e hóspedes”. “Registamos alguns danos no edifício de pequena dimensão, mas acreditamos que não vai ter qualquer impacto no nosso regresso às operações”, apontou ainda a operadora.

Entretanto, a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) disse estar “a prestar estreito acompanhamento sobre os assuntos de indemnizações [a trabalhadores], tendo mantido contactos com a Associação de Seguradoras de Macau”.

25 Ago 2017