Quase 500 carros retirados de quatro auto-silos

[dropcap style≠'circle']O[/dropcap] Governo de Macau retirou mais de 470 veículos de quatro parques de estacionamento que sofreram inundações durante a passagem do tufão Hato, a 23 de Agosto, informaram os Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT).

Em comunicado, a DSAT disse que 433 automóveis e 39 motociclos foram retirados de quatro auto-silos públicos, a pedido dos proprietários. Em Agosto, o Governo tinha indicado que cerca de mil veículos tinham ficado destruídos nos mesmos quatro parques públicos.

À Lusa, fonte da DSAT explicou que, desde então, os proprietários retiraram os seus veículos dos parques, alguns com o intuito de os reparar, outros para cancelar a matrícula. Os 470 retirados pelas entidades públicas tiveram já as matrículas canceladas.

Segundo a DSAT, três dos auto-silos “sofreram inundações relativamente leves” e, por isso, espera-se que possam ser reparados até ao final do ano. No entanto, no caso do parque do edifício Fai Tat, o mais afectado, a recuperação “será mais prolongada devido à necessidade de reparar ou substituir todos os equipamentos”, prevendo-se que reabra no primeiro semestre de 2018.

“Os equipamentos do sistema de ventilação, de elevadores, de controlo de acesso e de combate a incêndios não estão a funcionar com normalidade, sendo demorado o processo de aquisição de alguns equipamentos”, acrescentou a DSAT.

10 Out 2017

Hato | Relatório expõe falhas do Governo na resposta à catástrofe

Há ainda muito a fazer em termos de “prevenção, redução e socorro em caso de catástrofes naturais”, conclui um relatório de trabalho publicado pelo Governo, que inclui ainda várias recomendações

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi ontem publicado o relatório de trabalho pelo Governo relativo aos danos causados pela passagem do tufão Hato em Macau. Segundo um comunicado oficial, o relatório, apenas disponível em língua chinesa, revela que o Executivo “tem ainda muito trabalho a realizar em termos de prevenção, redução e socorro em caso de catástrofes naturais”.

Existe uma “fraca percepção dos riscos e preparação psicológica”, algo que resulta na “pouca preparação em termos de prevenção e reacção a catástrofes”.

São ainda apontadas “insuficiências nas infra-estruturas fundamentais” e “fragilidades que deixam exposta a cidade [a riscos]”. Para dar resposta a isto, há a necessidade de ter mais “recursos humanos com conhecimentos técnicos e especializados, equipamentos, serviços de monitorização e alarme”. É ainda referida a “atenção limitada do público para a prevenção dos riscos de catástrofes naturais”.

As recomendações

O relatório publicado pelo gabinete do porta-voz do Governo apresenta ainda sete recomendações para melhores respostas em futuras catástrofes, que passam pelo reforço das infra-estruturas, o aperfeiçoamento do mecanismo de resposta, ou um maior aperfeiçoamento da cooperação com Guangdong e Hong Kong.

O Executivo deve ainda “complementar a regulamentação e padrões para gestão de emergências, prevenção e redução de catástrofes”, sem esquecer a implementação de um “sistema unificado de comando, sob liderança do Chefe do Executivo”. Este sistema terá “a tarefa de realizar a monitorização geral dos riscos na cidade, bem como coordenar o comando das operações de tratamento de crise”.

O relatório aponta também que deve ser melhorada “a capacidade de decisão das chefias governamentais em situações de emergência”, sem esquecer as regras sobre transmissão de informações.

“É necessário definir a responsabilidade de particulares, tais como de transmissões televisivas e do uso de telecomunicações, entre outros, pela divulgação de informações sobre eventos imprevistos, incluindo previsões, alarmes e informações sobre segurança pessoal e prestação de socorro.”

É ainda sugerida a criação de um “dossier especial prioritário”, para que se possam “fortalecer as capacidades de organização colectiva da sociedade e responder a situações de emergência, com base em recursos já existentes”. Serão compilados “seis projectos especiais prioritários, com alcance sobre todo o território, para que se exija planeamento e participação dos departamentos governamentais”.

28 Set 2017

Baralhar e voltar a dar

[dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]ealizaram-se no passado domingo as eleições para a Assembleia Legislativa da RAEM, e pela quinta vez desde a transferência de soberania, a população foi chamada a escolher parte dos deputados que vão compor o hemiciclo na próxima legislatura. Das análises que foram feitas nestes últimos dias, concordo basicamente com o essencial: todos ficaram a ganhar. Os sectores tradicionais mantiveram ou reforçaram a sua presença, bem como o sector tido como “anti-establishment”. Foi um progresso significativo em relação ao sufrágio de há quatro anos, onde o eleitorado preferiu votar em massa nos sectores que representam mais os interesses económicos e associativos.

Se há algo com que não concordo é com a possível influência do tufão Hato nos resultados eleitorais, que assim serviriam para mostrar um “cartão amarelo” ao Governo. Pode ser que os danos provocados pela tempestade, e a resposta pouco adequada que foi dada à mesma estivesse na mente de uma pequena parte do eleitorado, mas não era o poder Executivo que ia aqui a votos, mas sim o Legislativo. Uma das funções deste é a de “fiscalizar a actuação do poder Executivo”, e nesse particular os resultados forma positivos. Existe pelo menos alguma esperança em relação a 2013, no que toca a esse particular.

Portanto, estabelecido de que aqui não se pode falar de quem “ganhou” ou “perdeu”, falemos de quem teve mais votos, que foi a Associação do Novo Macau (NM), que no somatório das três listas com que se apresentou ao sufrágio, obteve mais de 30 mil votos. Dizer que a lista única da União-Macau Guangdong foi a grande vencedora porque obteve mais votos que as 23 restantes é fazer “contas de merceeiro”. Aqui não se trata de uma maratona, ou de uma corrida de fórmula 1, onde ganha quem atravessa a meta em primeiro lugar – por essa lógica o PSD seria Governo em Portugal, nesta altura.

Nem se pode falar de um grande sucesso da parte das democratas nestas eleições, mas antes de um regresso à normalidade. Era a força que vinha obtendo mais votos desde 2001, e há quatro anos sofreram um revés, quando optaram por se dividir em três listas, perdendo eleitores, bem como um lugar na AL. A receita agora foi a mesma, mas com outro ingrediente. Em 2013 a terceira lista foi encabeçada por Jason Chao, que vinha sofrendo de um exposição negativa da sua imagem e era tido como um “radical”, e este optaram por Sulu Sou, uma figura mais carismática, com um discurso mais próximo do eleitorado de base da ANM. Sou conseguiu triplicar o número de votos do seu camarada e ser eleito, provando ter sido uma aposta sensata.

A grande surpresa da noite eleitoral foi a eleição de Agnes Lam, que concorreu pela terceira vez à frente do Observatório Cívico, duplicando o número de votos de há quatro anos. Atendendo ao facto de que o seu eleitorado não veio do sector democrata, nem de Pereira Coutinho, que reforçou a sua votação, apesar de ter perdido o seu companheiro de bancada, pode-se dizer que Agnes Lam foi a mais beneficiada com os novos 20 mil eleitores que participaram deste sufrágio. O papel que desempenhará na AL é ainda um mistério, mas pelo menos servirá para elevar o debate em termos de retórica. E sabemos como isso é necessário.

Em última análise, pode-se considerar que existem dois grandes blocos do eleitorado. Uma maioria com ligação aos sectores tradicionais e às associações, que desta forma garantem praticamente a sua representatividade com os votos vindos da sua base eleitoral, e cerca de 50 e poucos mil votos ditos “independentes”  (podiam ser mais caso a participação fosse maior), e que desta vez foram bem distribuídos.

21 Set 2017

Economia | Executivo não altera orçamento por causa do Hato

[dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]ionel Leong, secretário para a Economia e Finanças, deixou ontem claro que o orçamento do Executivo não irá sofrer mudanças pelos estragos causados pelo tufão Hato. Citado por um comunicado oficial, o governante disse que “os serviços financeiros têm mantido uma comunicação estreita, com a recolha de dados dos diversos serviços públicos”.

Foi então considerado que “o orçamento global das despesas públicas deste ano pode enfrentar a situação [de aumento de custos], [mas] não será necessário fazer qualquer alteração orçamental”.

O secretário frisou ainda que os trabalhadores da sua tutela, nomeadamente da Direcção dos Serviços de Economia, têm trabalhado arduamente para acompanhar os apoios necessários às Pequenas e Médias Empresas, tal como a concessão de subsídios. No total, já foram atribuídos 5600 cheques.

Lionel Leong adiantou ainda que o objectivo é fazer com que os “estabelecimentos comerciais consigam adquirir seguros mais ao alcance das suas possibilidades”, como contra os danos por água.

O secretário falou à margem da tomada de posse de Benjamin Chan como presidente do conselho de administração da Autoridade Monetária e Cambial de Macau. Ng Man Seong também tomou posse como coordenadora do Gabinete de Informação Financeira.

20 Set 2017

Apoio Social | Caritas ajuda a superar os danos do Hato e a cidade retribui

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]om quase 70 anos de história em Macau, a Caritas é um dos pilares sociais da cidade. A braços com muitos estragos na sequência do tufão Hato, a instituição mantém o foco no apoio aos que mais precisam. O secretário-geral da Caritas, Paul Pun, faz o ponto da situação, mais de 20 dias depois do tufão.

No dia seguinte à devastação provocada pelo Hato, um voluntário da Caritas contou ao HM o perigo que era conduzir por estradas cheias com todo o tipo de detritos. Contou o drama vivido num prédio no Fai Chi Kei onde centenas de idosos estavam isolados. Mais de 20 dias depois, a contabilidade dos estragos ainda não foi feita por uma questão de prioridades. “Até agora ainda não temos uma noção concreta de quanto perdemos, porque temos estado a gastar toda a nossa energia a servir na comunidade”, conta Paul Pun.

Uma das situações mais complicadas verificada imediatamente a seguir à passagem do tufão, o mais forte que Macau viu nos últimos 50 anos, aconteceu na loja social da Ilha Verde, uma instalação que hoje já está recuperada.

O secretário-geral da instituição conta que, na primeira semana, a prioridade era assistir “idosos, doentes crónicos, pessoas com deficiências físicas e outras que estavam isoladas”.

Outra situação a que tiveram de acorrer foi “a manutenção da operacionalidade dos asilos, nomeadamente arranjando fontes alternativas de energia para manter o auxílio a pessoas dependes de máquinas de suporte à respiração”.

Mas também a Caritas precisa de ajuda na sequência dos danos que as suas instalações e equipamentos sofreram. “Pelo menos 16 veículos ficaram danificados, alguns podem ser arranjados, mas outros ficaram irreparáveis”, revela Paul Pun.

Em termos de instalações, as que precisam de maior cuidado é o Centro de Santa Lúcia, em Ka Ho, onde estão internadas mulheres com doenças mentais.

Dar e receber

Outro centro danificado foi o Lar de Nossa Senhora da Penha, uma instituição que recebe pessoas com deficiências mentais e físicas, e que tem capacidade para receber 28 pessoas em sistema de internato.

De forma a apaziguar os problemas da Caritas, a comunidade respondeu em peso. Em primeiro lugar, as concessionárias de jogo chegaram-se à frente com várias formas de apoio.

A Galaxy ajudou a substituir quatro carros de serviço da Caritas, além de ter feito uma doação de um milhão de patacas. Foi também oferecido material de construção para remendar os danos provocados pelos ventos fortes do Hato.

Também a Sands China está em vias de facultar um veículo com elevador para transportar doentes com problemas de mobilidade e dois carros de serviço.

A MGM irá providenciar um equipamento que serve para transportar doentes em edifícios sem elevador e irá doar um veículo para o Lar de Nossa Senhora da Penha. Além destes, também a Wynn irá ajudar a Caritas a recuperar a operacionalidade. Outra das ajudas em destaque foi providenciada pela fundação a ligada ao jornal Ou Mun, que doou dois milhões de patacas.

Além disso, muitos voluntários se juntaram à organização para reforçar os trabalhos de apoio aos mais carenciados. Houve entregas anónimas de água, arroz e outros víveres.

A Caritas criou ainda o Centro de Apoio Pós-Desastre, com o objectivo de ajudar as pessoas necessitadas e que ficam de foram do alcance dos apoios dos governos. O centro pretende ajudar em Macau, no Interior da China e pelo mundo fora. O objectivo da instituição é dar resposta eficaz e rápida àqueles que ficam em situação de carência devido à crueldade dos elementos.

A Caritas alargou o âmbito da sua linha SOS depois da passagem do tufão Hato para receber pedidos de ajuda da população. Entre o dia 23 de Agosto e 9 de Setembro, a única contabilidade disponível até agora, a Caritas recebeu 137 pedidos de ajuda.

Água | Vem aí mais uma conduta de abastecimento

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]omeça hoje a instalação da quarta conduta de abastecimento de água, a partir da China, para reforçar o fornecimento na zona de casinos entre as ilhas da Taipa e Coloane. Um comunicado conjunto dos serviços da água, tráfego e do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais refere que, para “acompanhar o desenvolvimento e a necessidade de abastecimento de água da zona do Cotai, o Governo irá instalar nesta zona a quarta conduta de abastecimento de água a Macau, estabelecendo uma ligação com a respectiva conduta no interior da China para assegurar o abastecimento de água bruta na região”.

“Com capacidade de abastecimento diário de 200 mil metros cúbicos de água, a conduta irá diminuir a dependência da rede de abastecimento actual que liga com o território através da zona norte de Macau, aumentando, desta forma, a sua capacidade de resistência a eventuais riscos”, indica.

A conduta estende-se directamente desde a Ilha da Montanha, na China, até à zona do Cotai. “Com o desenvolvimento contínuo da zona das ilhas e de acordo com tendência actual de aumento do uso de água, prevê-se que, em alguns anos, o sistema de abastecimento de água em Macau atinja a sua capacidade total”, acrescenta.

A execução da obra, prevista para cerca de 600 dias úteis, envolve cerca de 2,8 quilómetros de comprimento, sendo o diâmetro da conduta de 1,6 metros. As autoridades referem ainda “a articulação com a estação de tratamento de água em construção na zona de Seac Pai Van, com capacidade de tratamento diário de 130 mil metros cúbicos de água”, vai “aliviar a produção concentrada de água na península de Macau, garantindo, deste modo, a segurança e a estabilidade do fornecimento de água nas ilhas”.

18 Set 2017

Turismo | Número de visitantes não deverá chegar aos 30 milhões

A directora dos Serviços de Turismo admitiu que “é provável” que o ano chegue ao fim com menos de 30 milhões de visitantes. Desde 2014 que não se via nada assim. São as outras consequências do tufão Hato

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]elena de Senna Fernandes afirmou ontem que é provável uma descida anual no número de visitantes e que 2017 termine sem que se chegue à meta dos 30 milhões. “É provável, porque embora tivéssemos tido uma subida na ordem dos cinco por cento até Julho, normalmente a última parte do ano é onde temos mais turistas, e vai haver uma influência sobre o número de turistas em todo o ano”, afirmou.

A directora dos Serviços de Turismo falava à imprensa à margem da abertura do simpósio de juventude da PATA, integrado na feira de turismo internacional PATA Travel Mart, que decorre na cidade até amanhã. Macau é desde 1958 membro da Associação de Turismo da Ásia-Pacífico (PATA, na sigla inglesa), fundada sete anos antes.

A RAEM passou a fasquia dos 30 milhões de visitantes anuais pela primeira vez em 2008, tendo conseguido o feito novamente em 2014, com um recorde de 31,5 milhões de turistas. Nos últimos dois anos registou 30,7 e 30,9 milhões de visitantes, respectivamente.

Até à passagem pela cidade do pior tufão dos últimos 53 anos, a cidade recebia em média cerca de 100 mil turistas por dia, disse Helena de Senna Fernandes. No passado dia 24, um dia depois da passagem do Hato ter levado ao encerramento de fronteiras e à interrupção dos voos e viagens de barco, recebeu cerca de 80 mil visitantes.

No dia seguinte ao Hato, os Serviços de Turismo aconselharam ao cancelamento das viagens de grupo para o território, uma “decisão necessária para concentrar esforços na recuperação da cidade”, e que foi aplicada sobretudo aos grupos provenientes da China, explicou. No entanto, não foi possível cancelar todos, nomeadamente os grupos do estrangeiro, pelo que Macau recebeu cerca de 60 mil visitantes diariamente no período em que esteve em vigor o pedido de cancelamento (até ao passado dia 2), acrescentou.

Segundo dados enviados à Lusa, Macau recebeu 761.917 visitantes entre 23 e 30 de Agosto do ano passado. Os Serviços de Turismo não forneceram os dados relativos a igual período deste ano.

O caos afasta

Os danos causados pelo tufão nas infra-estruturas para as exibições pirotécnicas levaram as autoridades a cancelar a 29.ª edição do fogo-de-artifício, um dos grandes eventos internacionais anuais em Macau, o que também tem impacto no número de visitantes, observou a directora.

Senna Fernandes reconheceu o impacto do caos, destruição e lixo acumulado na cidade durante vários dias após a passagem do tufão: “Quando as pessoas vêem esse tipo de imagens, vai afectar de certeza a sua confiança e a sua inclinação para vir a Macau, sobretudo durante uma altura próxima do acontecimento”.

Nesse sentido, observou a “boa oportunidade” do evento da PATA: “Como temos os ‘buyers’ [quem compra] e ‘sellers’ [quem vende] da PATA em Macau, podemos dar uma boa imagem de Macau a essas pessoas, para que elas possam ajudar-nos a divulgar a situação actual” do território.

Embora considerando que “é difícil evitar desastres naturais”, e que os mesmos “podem acontecer em todo o mundo”, admitiu haver espaço para melhorias na resposta.

“A lição que aprendemos é a de que temos de procurar ter informações mais atempadas, para assim podermos difundir essas informações para os turistas e para a indústria, sobretudo para os nossos guias turísticos e para o nosso pessoal que está na linha da frente”, afirmou.

“Daqui para a frente temos de fazer o nosso papel de promoção, não só pintar uma linda imagem de Macau, mas também dar informações da realidade de Macau para que as pessoas possam ter confiança no nosso destino”, acrescentou.

Segundo a directora, mais de 90 por cento dos hotéis e cerca de 80 por cento das agências de viagens da cidade estão operacionais. Os primeiros sofreram inundações e cortes de água e luz, e as segundas registaram, por exemplo, perdas de autocarros com o tufão.

A responsável observou que ainda há museus fechados, como o Museu Marítimo, localizado na Barra, uma das zonas da península de Macau mais fustigada pelas inundações decorrentes da subida da maré e do tufão, assim como bibliotecas. Também referiu que o próprio Centro Cultural de Macau sofreu danos e foi forçado “a parar durante algum tempo”.

14 Set 2017

Macau, último Hato

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]ive a sorte de não ter estado por Macau por altura do tufão Hato, no último dia 23 de Agosto, mas segui atenciosamente as notícias que vinham chegando, principalmente através da partilha dos (muitos) amigos do território nas redes sociais. Este não foi um tufão qualquer, quer em termos de intensidade, quer no que diz respeito às consequências, que em ambos os casos foram devastadoras. É – ou seria – impensável que numa cidade como esta tenham havido vítimas mortais a lamentar, cortes prolongados de energia eléctrica e no fornecimento de água potável, lixo espalhado pelas ruas, e cidadãos que acabaram a lamentar perdas materiais significativas. Chegamos à conclusão que Macau é uma cidade com dinheiro, mas está longe de ser uma cidade rica. O Hato não veio mais do que evidenciar as carências, mostrar que afinal estava tudo preso por fios, e de regresso das abençoadas férias que me fizeram escapar a este suplício, encontrei não só placares caídos e palmeiras desnudas. Dei também com uma população desencantada, desiludida, mas quem sabe com uma lição aprendida. Dos habituais predadores da desgraça alheia, que não se inibiram em inflacionar os bens de primeira necessidade, notaram-se rasgos de solidariedade, de auto-ajuda e de comunhão, próprios da dor que sente uma família unida em situações de desespero e impotência. Vamos ficar a desejar que renasça agora das ruínas do Hato uma nova Macau, que se não ficar consciente de mais nada, que seja apenas das suas fragilidades.

II

Pouco mais de uma semana depois da tragédia, e com a população ainda mal recomposta, arrancou a campanha eleitoral para as eleições que vão eleger 14 deputados para a Assembleia Legislativa pela via directa, através do voto popular. São 14 lugares de um total de 33, o que ao contrário de outras juridisções dão a estas legislativas um ar de somenos importância. Mas nem por isso a luta é menos feroz, e assim temos 24 listas, entre as habituais e as novidades, algumas bem coloridas, a batalharem durante 15 dias para convencer o eleitorado a confiar-lhes um lugar no hemiciclo. Não têm faltado os habituais golpes baixos, truques de manga, rumores de conveniência, e este ano tivemos inclusivamente um conhecido deputado a “ser atacado por uma vaca” (imagem deliciosa esta, muito bem esgalhada, e parabéns ao autor). Não faltam ainda as habituações acusações da prática de irregularidades por parte de algumas listas, com a Comissão Eleitoral a voltar a não demonstrar um critério uniforme quanto à actuação em alguns casos, e como não podia deixar de ser, paira no ar o fantasma da corrupção eleitoral, vulgo “compra de votos”. Aqui não entendo a razão de não se informar melhor o eleitorado em relação a um aspecto: o voto é secreto, e não existe forma alguma de saber em quem se votou. Por incrível que pareça, há quem ainda acredite que existe uma forma, mesmo que indirecta, de se saber aquilo que se colocou dentro da urna. Para a semana cá estarei para fazer a análise dos resultados.

14 Set 2017

Recuperação | Centro Cultural deverá receber FIMM

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]inda não há data para que seja retomado o funcionamento normal do Centro Cultural de Macau (CCM). Em nota de imprensa, o Instituto Cultural (IC) explicou ontem que foi já removida a estrutura perigosa no telhado do edifício, que ficou com grandes danos devido à passagem do tufão Hato pelo território.

Os técnicos da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) já retiraram a pala do telhado do CCM, que apresentava riscos para a segurança pública. O CCM encontra-se agora a levar a cabo uma vistoria e trabalhos de manutenção internos. “O funcionamento normal será retomado quando se mostrar adequado”, afirma o IC.

Depois de uma inspecção e análise de riscos, o pessoal do IC e da DSSOPT chegou à conclusão de que o edifício não sofreu danos estruturais. O Instituto Cultural promete manter uma comunicação estreita com a DSSOPT, esperando que os trabalhos de reparação possam ser concluídos com a maior brevidade possível para que o CCM entre de novo em funcionamento.

Neste momento, estão a ser feitos os trabalhos de limpeza e recuperação das zonas em redor do Centro Cultural. O IC acredita que as actuações do XXXI Festival Internacional de Música de Macau vão decorrer conforme está previsto.

Pediatria | Mais de 1300 crianças no Centro de Avaliação Conjunta

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]esde que entrou em actividade, em Junho do ano passado, o Centro de Avaliação Conjunta Pediátrica dos Serviços de Saúde já fez a avaliação de mais de 1300 crianças. Na informação, dada ontem pelo canal chinês da Rádio Macau, Tai Wa Hou, director do serviço, avança ainda com a redução do tempo de espera que passou de um ano para um mês. Já o Centro de Reabilitação Operacional, que abriu este ano, e que tem a seu cargo as terapias ocupacional e da fala, reduziu o período de espera em cerca de metade do tempo. Tai Wa Hou recordou ainda que, antes da criação do Centro de Reabilitação Pediátrica, cabia às unidades de fisioterapia e de reabilitação do Centro Hospitalar Conde de São Januário este tipo de intervenção, sendo que os tempos de espera iam de 15 a 24 meses. Neste momento, a terapia da fala tem uma espera de cinco a nove meses, enquanto os que precisam de terapia ocupacional deverão aguardar entre oito e 11 meses.

PJ | Novo posto de combate à droga em Mong Há

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) tem desde ontem um posto da Divisão de Investigação e Combate ao Tráfico de Estupefacientes em Mong Há, na Rua de Francisco Xavier Pereira. Com a nova estrutura, as autoridades policiais pretendem melhorar a capacidade de resposta ao tráfico transfronteiriço de droga que ocorre na Zona Norte do território.

Em comunicado, a PJ recorda que, nos últimos anos, a maioria da droga vendida no mercado local é comprada fora de Macau. Dado que os postos fronteiriços das Portas do Cerco e da Zona Industrial Transfronteiriça de Zhuhai-Macau se localizam na Zona Norte, e que a construção da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau estará concluída em breve, “é previsível que os criminosos tentem utilizar estes novos postos fronteiriços para efectuar o tráfico de droga”.

A PJ lembra ainda que, no passado, foram desmantelados locais de produção de estupefacientes, de grande envergadura, nesta mesma área da cidade, zona que tem a maior densidade populacional e onde ocorrem muitos casos ligados a drogas.

Atendendo a este contexto, com o novo posto em Mong Há as autoridades policiais esperam poder movimentar melhor os agentes. A distância entre as novas instalações e os postos fronteiriços na zona norte percorre-se em menos de dez minutos, salienta a PJ, “permitindo melhorar a reacção aos crimes de droga”.

13 Set 2017

Catástrofes | Mais de 1200 opiniões sobre mecanismo de resposta

[dropcap style≠’circle’]V[/dropcap]ão para análise e estudo as ideias da população sobre o modo como a cidade deve responder a grandes catástrofes. A recolha de opiniões está concluída. Mais de 1200 pessoas enviaram sugestões ao think tank do Governo.

Foi uma das respostas oficiais à tragédia que o Hato trouxe à cidade: o Gabinete de Estudo das Políticas do Governo decidiu ouvir a população sobre o mecanismo de resposta a grandes catástrofes. Ontem, terminado o período de auscultação, o think tank anunciou que, em 15 dias, recebeu 1264 opiniões e sugestões, o que revela uma participação “muito activa e zelosa”.

O gabinete não divulgou as sugestões feitas, mas fez um resumo dos temas abordados: estão relacionadas com o mecanismo de alerta nas situações de catástrofe, a organização das operações de protecção civil, a divulgação de notícias, a construção e a administração da cidade, bem como a partilha de experiências de outras regiões.

As opiniões recebidas vão ser agora reencaminhadas para a Comissão para a Revisão do Mecanismo de Resposta a Grandes Catástrofes e o seu Acompanhamento e Aperfeiçoamento, presidida pelo Chefe do Executivo, “de modo a avaliar eficientemente o mecanismo actual de resposta às crises futuras, e servindo de referência para o plano global de resposta eficaz à gestão de crises”.

Recorde-se que, duas semanas após a passagem do tufão Hato, o Governo anunciou a criação de uma nova direcção de “prevenção especializada de resposta e trabalhos de acompanhamento após catástrofe natural ou incidentes de segurança”.

A nova direcção ainda não tem data para ser criada, mas tem o nome provisório de Direcção de Protecção Civil e de Coordenação de Contingência.

Numa conferência de imprensa da Comissão para a Revisão do Mecanismo de Resposta a Grandes Catástrofes e o seu Acompanhamento e Aperfeiçoamento, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, disse que a nova direcção vai ficar sob a sua tutela. Vai ficar também responsável pelo Centro de Operações da Protecção Civil, que passará a chamar-se Centro de Protecção Civil e de Operações de Contingência.

A direcção vai ter “funcionamento permanente e contínuo”, e vai ficar encarregada da “divulgação e sensibilização permanente” sobre catástrofes naturais e de incidentes de segurança.

O tufão Hato, o mais forte registado em Macau nos últimos 53 anos, causou dez mortos e mais de 240 feridos. A resposta do Governo à tragédia foi muito criticada.

Hato | Edifício classificado na Rua da Barca em risco

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] passagem do tufão Hato pelo território colocou em perigo de queda um histórico edifício localizado na Rua da Barca, que foi classificado pelo Instituto Cultural.

De acordo com o jornal Ou Mun, os moradores da zona estão preocupados com a possibilidade de o prédio vir mesmo a ruir caso novas tempestades passem por Macau. O edifício estará ainda mais inclinado, com parte da vedação partida, ainda que os peões continuem a circular ali perto sem medidas de segurança adicionais, escreve o diário.

Um residente disse que, nos últimos quatro anos em que as obras no edifício têm estado suspensas, o prédio tem sofrido o impacto de ventos e chuvas, tendo receio de que os peões possam sofrer acidentes. O mesmo entrevistado espera que o Governo adopte medidas de segurança mais fortes, para evitar mais consequências com a passagem de um novo tufão.

Em 2013, o proprietário do edifício em causa decidiu demolir o prédio na totalidade, mas o IC decidiu classificá-lo como um espaço histórico que necessita de protecção. No seu interior, contudo, há estruturas já demolidas. O crescimento de árvores no exterior pode ainda levar à queda de algumas paredes, noticia o diário em língua chinesa.

13 Set 2017

Ambiente | Veículos verdes representam percentagem minúscula

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o final de Agosto, Macau tinha registados 203 veículos movidos a energias renováveis, uma parcela ínfima do valor global. Esta semana, foi anunciado na Agência Xinhua que a China tenciona proibir a produção e venda de carros a gasolina e gasóleo.

Na semana passada, a Direcção para os Assuntos do Tráfego (DSAT) anunciou o reembolso total do imposto pago na compra de um veículo danificado pelo tufão Hato caso o lesado escolhesse comprar um carro, ou motociclo, novo e amigo do ambiente. Os serviços deram como exemplo veículos eléctricos, ou que usem a energia solar ou gás como combustíveis.

De acordo com dados fornecidos pela própria DSAT, no final de Agosto estavam registados em Macau 203 veículos eléctricos. Desse reduzido universo, 22 pertencem à Função Pública, 14 à CEM e três pertencem aos serviços do aeroporto. Ou seja, de um total de 242.718 veículos, apenas 164 são eléctricos e têm donos privados, o que representa a ínfima percentagem de 0,07.

Carros movidos a energia solar não existem, enquanto os que usam gás como combustível são 99, todos veículos pesados de transporte de passageiros.

A aposta tímida neste tipo de transporte não é coisa de agora. Em 2006, a arquitecta Maria José de Freitas apostou no sector. Conseguiu o contacto de uma fábrica em Shenzhen que produzia os automóveis, e outra que fazia e reciclava baterias, ambas patrocinadas pelo Governo Central. “O ciclo era perfeitamente controlado. Consegui trazer esses carros para cá, estiveram em exposição no Venetian por dois anos consecutivos, mas não havia legislação que suportasse isso em Macau, não havia forma de autenticar a utilização dessas viaturas”, conta.

Proibição ecológica

Maria José de Freitas enfrentaria uma batalha quixotesca, um jogo do empurra entre a DSAT e a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental. “Foi uma corrida de obstáculos permanente, extremamente desgastante”, recorda.

Desde então, apesar de haver enquadramento legal, pouco mudou na realidade de Macau quanto ao uso de veículos amigos do ambiente. No final de Agosto estavam registados 86 motociclos “verdes”, o que, num universo total de 94.865, representa uma percentagem de 0,09.

A China, o maior mercado automóvel do mundo, anunciou que vai proibir a venda e produção de carros a gasolina e gasóleo, seguindo os exemplos da França, Reino Unido, Noruega e Índia. Apesar de ainda não ter data estabelecida, a decisão promete abalar a inteira indústria automóvel. Maria José de Freitas acredita que esta medida pode mudar totalmente o jogo.

A entrada em campo da Tesla já havia mudado ligeiramente o panorama cultural onde conduzir um carro eléctrico não dava status. Independentemente de questões culturais, a Ford, General Motors e Volkswagen, que estão instaladas na China, já anunciaram a produção de carros 100 por cento eléctricos.

Proprietários de carros inundados entregam carta na DSAT

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m grupo de proprietários de veículos que ficaram inundados com a passagem do tufão Hato dirigiram-se esta semana à Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) para a entrega de uma carta onde expressam as suas opiniões e queixas sobre as medidas a adoptar pelo Governo acerca desta matéria.

O representante dos donos dos veículos, de apelido Ng, disse que as inundações registadas em cinco parques de estacionamento públicos provocaram estragos em 700 veículos.

Segundo o Jornal do Cidadão, os proprietários pedem que sejam feitas melhorias na medida de redução do imposto, uma vez que há pessoas que não estão interessadas em comprarem novos automóveis. Esta é uma situação que não está prevista nas medidas anunciadas pela DSAT, e pedem, por isso, que sejam pagas indemnizações.

Os donos dos veículos pedem ainda que sejam concedidos empréstimos sem juros para quem ainda não terminou de pagar o carro, montante que, reivindicam, deveria ser pago aquando do cancelamento das matrículas.

Negligência?

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] carta exige ainda ao Governo que apure se existiu negligência por parte das empresas que gerem os parques de estacionamento, uma vez que algumas infra-estruturas não funcionaram, o que levou a que vários auto-silos tenham ficado inundados durante seis dias.

U Wai Kun, presidente da Associação de Reciclagem de Veículos de Macau, esteve presente no local e revelou que não concorda com as medidas adoptadas pelo Governo, pois o tratamento dos carros inutilizados será feito pela Administração, o que vai trazer consequências negativas para o sector da reciclagem.

Para U Wai Kun, seria mais viável que os proprietários entregassem directamente as suas viaturas nos locais de ferro velho.

Si Ka Lon, candidato às eleições, esteve presente no local e defendeu que, no futuro, a DSAT deve aumentar os requisitos para as empresas aquando da realização de novos concursos públicos para a gestão de parques de estacionamento. O candidato disse ainda que o Governo deve legislar o mais depressa possível sobre assuntos relacionados com catástrofes naturais.

13 Set 2017

Tufão Hato | Afectada obra sob alçada do GDI

[dropcap style≠’circle’]V[/dropcap]árias obras da responsabilidade do Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI) ficaram afectadas com a passagem do tufão Hato pelo território. Segundo um comunicado oficial, o auto-silo na cave do edifício Bairro da Ilha Verde, que estava “em fase de vistoria e recepção”, terá registado “a maior influência com a intrusão da água do mar, sendo que a maior parte dos equipamentos electromecânicos ficou danificada com a inundação”.

Segundo o GDI, “o edifício não preenche os critérios previstos de vistoria e recepção, havendo necessidade de substituição ou recuperação dos equipamentos”. Assim sendo, “o calendário do procedimento de vistoria e recepção e da entrega será afectado”.

Ainda sobre o parque de estacionamento, o GDI afirma que, com base numa avaliação preliminar, “a encomenda dos equipamentos envolvidos e a pretensão da recuperação necessitarão de meio ano”.

“Este gabinete irá manter comunicação apertada com os serviços responsáveis pela vistoria e recepção, para que os trabalhos possam ser acelerados”. Tudo para permitir “a entrega [da obra] aos serviços interessados para programação dos trabalhos posteriores após conclusão da recuperação”.

12 Set 2017

Eleições | Lam U Tou defende intervenção urgente em casos de catástrofes naturais

Se for eleito nas eleições do próximo domingo, Lam U Tou, cabeça-de-lista da Poder da Sinergia, promete dedicar-se às questões ambientais. A promessa foi deixada ontem numa conferência de imprensa em que o candidato falou ainda dos efeitos da passagem por Macau do tufão Hato

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pontando que muitas árvores do território sofreram com a força do vento, Lam U Tou defendeu um plano de intervenção urgente. O candidato diz saber que o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) pretende plantar novas árvores a partir do próximo ano, mas considera que é preciso tratar já daquelas que, não tendo sido totalmente derrubadas, ficaram danificadas. O também director da Associação da Sinergia de Macau (ASM) vincou que podem ser afectadas por bactérias e morrerem por falta de trabalhos de preservação. Neste contexto, entende que este trabalho deve ser adjudicado a uma empresa que possa resolver o problema com a máxima celeridade.

Ainda sobre as zonas arborizadas que se perderam devido ao Hato, o aspirante a deputado defende que o Governo deve divulgar o plano que tem para a recuperação das áreas verdes, sendo importante que ouça a sociedade. Lam U Tou não concorda, por exemplo, com a ideia apresentada pelo IACM em relação à plantação de árvores com um elevado nível de resistência ao vento. “Deve haver espécies diferentes de árvores para poderem desempenhar funções variadas no território, incluindo a protecção da chuva e do sol”, argumenta.

Já sobre a protecção ambiental, Lam U Tou lamenta que o Governo não tenha ainda avançado com um plano concreto para criação de uma área de protecção mais rigorosa, medida que consta do planeamento oficial para os anos 2010 a 2020. Por isso, o candidato garante que o assunto será uma das prioridades na sua agenda, se conseguir um assento na Assembleia Legislativa.

Também a reciclagem de resíduos alimentares preocupa o deputado, uma vez que as autoridades não têm actualmente capacidade para tratar convenientemente deste tipo de lixo. Não há um terreno disponível para a criação de uma central de reciclagem de resíduos alimentares. Lam U Tou quer que os Serviços de Protecção Ambiental e a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes arranjem uma solução quanto antes.

Dinheiro mais fácil

Ambiente à parte, o candidato pronunciou-se sobre questões ligadas ao funcionamento da lista que encabeça, referindo que “o caminho tem sido difícil”. Assegurando que os membros da ASM trabalham em regime de voluntariado, congratulou-se com o que tem sido possível fazer com uma associação criada recentemente e que funciona de forma independente.

Lam U Tou explicou que recebeu apoio financeiro de residentes, enfatizando que o dinheiro arrecadado tem sido tratado de acordo com a lei e as contas serão apresentadas às autoridades depois da campanha eleitoral. Ainda a este propósito, o cabeça-de-lista da Poder da Sinergia defende futuras alterações à lei, para que seja mais fácil aos residentes contribuírem financeiramente para as candidaturas que apoiam.

12 Set 2017

Cantão | Chui Sai On discute construção de comportas

Chui Sai On reune hoje com as autoridades de Cantão. O objectivo é abordar o projecto de construção de comportas que envolve uma cooperação inter-regional, de modo a evitar inundações no território

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Chui Sai On, desloca-se hoje a Cantão, na província de Guangdong, para abordar o projecto de construção de comportas e evitar inundações no antigo enclave português.

A reunião foi dada a conhecer no passado dia 6 em conferência de imprensa em que o Chefe do Executivo referiu o objectivo do encontro: “construir um sistema de comportas para controlar o nível do mar”.

Macau apresentou a Pequim uma proposta para a construção de comportas e obteve “resposta positiva e concordância dos Ministérios e comités competentes”, pelo que a visita tem como objetivo discutir com o governo de Guangdong esse projecto e “garantir o apoio provincial”, para se “proceder, o mais rápido possível, aos referidos trabalhos”, aponta ainda um comunicado do gabinete do porta-voz do Governo.

Fernando Chui Sai On lidera a comitiva composta pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, e alguns directores de serviços relacionados como Susana Wong, responsável pelos Assuntos Marítimos e de Água e o director de Solos, Obras Públicas e Transportes, Li Canfeng.

Na conferência de imprensa do início do mês, Li Canfeng reconheceu que as medidas de protecção contra cheias “não resultaram” e que mais de um quarto de Macau (29 por cento) ficou inundada.

Apesar de terem sido feitas algumas obras em 2014 para evitar inundações no Porto Interior e colocadas placas ou portas de proteção, “o resultado foi muito fraco”, admitiu Li Canfeng.

Projectos repensados

Já Raimundo do Rosário admitiu algumas dificuldades nos projectos que visavam controlar a subida de águas. O secretário para os Transportes e Obras Públicas mencionou trabalhos que estavam em curso e que terão de ser repensados. “Em 2015 tínhamos uma empresa de consultadoria a fazer estudos para os quais já existem projectos. No entanto, com as subidas recorde das águas temos de ponderar um aumento dos muros a ser construídos no Porto Interior”, disse.

Também os projectos dos aterros terão que vir a ser alvo de modificações. “Com certeza que vamos rever a cota altimétrica dos novos aterros” afirmou Raimundo do Rosário, fazendo mais uma vez referência ao recorde registado com  a passagem do Hato, com valores que, disse, não se conheciam desde 1925.

A passagem do tufão Hato por Macau, o mais forte em 53 anos, fez dez mortos e mais de 240 feridos e provocou graves inundações, particularmente na zona ribeirinha do Porto Interior, quase sempre afectada pelas tempestades que atingem o território.

11 Set 2017

Hato | Vitor Sereno assina carta a pedir apoio para associações

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]em possibilidades de arcar com as despesas nos reparos aos estragos causados pela passagem do Hato por Macau, associações pedem apoio ao Governo em carta assinada por Vitor Sereno. Os danos e necessidades foram debatidos em reunião no passado dia 30 entre as associações de matriz portuguesa no território e o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong

Vinte e uma associações portuguesas e de matriz portuguesa propuseram, na sexta-feira, ao Governo de Macau a criação de um mecanismo de apoio para os trabalhos de recuperação dos danos causados pela passagem do tufão Hato, a 23 de Agosto.

Na carta, assinada pelo cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Vítor Sereno, em nome das 21 associações e entregue à secretária para Administração e Justiça, Sónia Chan, é destacada a necessidade de um apoio específico para estas organizações sem fins lucrativos.

Sobre o “mecanismo de apoio” às associações afectadas é proposto um “subsídio extraordinário, tendo em conta a gravidade dos danos e o valor das respectivas reparações”, ou que sejam autorizadas a utilizar “algum montante do subsídio já concedido no presente ano”.

As associações de matriz portuguesa “têm desempenhado um papel importante nas áreas da cultura, educação e solidariedade social”, com destinatários “que ultrapassam o universo dos sócios”, representando um “complemento no cumprimento das metas da acção governativa”, de acordo com a mesma carta.

Apoios para quase todos

Após a passagem do Hato, o mais forte tufão a atingir Macau em 53 anos, o Governo de Macau lançou uma linha de crédito, sem juros, para as PME afectadas até ao montante máximo de 600 mil patacas, e anunciou um pacote de “Medidas de abono” paras as empresas “responderem às situações emergentes”, “de natureza pós-calamidade” com um limite máximo de 30 mil patacas.

A nível individual, a Fundação Macau (FM) anunciou três tipos de apoios financeiros para as vítimas do tufão, incluindo familiares de cada vítima mortal, residentes que ficaram feridos, um montante máximo de 30 mil patacas a atribuir às famílias que “sofreram estragos nas suas residências provocados pela intrusão de água do mar causada pela passagem do tufão, ou com janelas partidas ou vidros quebrados”.

Duas mil patacas serão disponibilizadas às famílias “afectadas pelo corte do abastecimento de electricidade e água”, sendo este subsídio “acertado” com as empresas de abastecimento de electricidade e água, de acordo com a FM.

No passado dia 30, teve lugar uma reunião entre Vitor Sereno e as associações e matriz portuguesa no território. Após o encontro, o presidente da Associação dos Macaenses, Miguel de Senna Fernandes disse ao HM que quando questionou a FM acerca de possíveis apoios a resposta foi negativa. “A Fundação Macau disse que não há, neste momento, qualquer tipo de apoio dirigido às associações”, referia Miguel de Senna Fernandes.

Associação dos Macaenses, Casa de Portugal em Macau, Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau, Instituto Internacional de Macau e Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, Escola Portuguesa, Jardim de Infância D.José da Costa Nunes. Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, Clube Militar, Instituto Português do Oriente são algumas das 21 associações subscritoras.

11 Set 2017

Instituto Ricci | Acervo destruído pelas inundações

Serão cerca de 15 milhões de patacas de prejuízos. O acervo do Instituto Ricci a cargo da Universidade de São José estava guardado em caixotes numa cave, e não resistiu às inundações provocadas pela passagem do Hato no território

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s inundações causadas pela passagem do tufão Hato em Macau destruíram todo o acervo do Instituto Ricci, cerca de 25.000 livros e revistas, armazenado no novo ‘campus’ da Universidade de São José.

Peter Stilwel, reitor da instituição de ensino superior ligada à Universidade Católica, estimou em cerca de 15 milhões de patacas, os prejuízos da perda de cerca de 28.000 exemplares, incluindo 3.000 livros da Universidade de São José.

“Veio a enxurrada e [os livros] ficaram todos irrecuperáveis”, disse à agência Lusa Peter Stilwell. “Quando se percebeu a dimensão do tufão [Hato] já era tarde para fazer alguma coisa”, acrescentou.

Todo o acervo da Biblioteca Tomás Pereira, do Instituto Ricci, estava encaixotado numa das caves do novo ‘campus’ da Universidade de São José, para onde tinha sido enviado nos últimos meses, com o objectivo de mais tarde ser transferido para a biblioteca daquela instituição do ensino superior.

Os livros ficaram durante três dias submersos em água salgada que galgou do delta do Rio das Pérolas, juntamente com peixes trazidos na enxurrada.

“Percebemos logo que os livros tinham sido atingidos, porque as caixas [dos livros] estavam desfeitas e ainda por cima era água salgada vinda do Porto Interior. Mas como havia animais a apodrecer ali, e gases tóxicos, tivemos primeiro de despejar a água e fazer alguma ventilação”, afirmou.

O novo ‘campus’ da Universidade de São José, que recebe este ano lectivo estudantes e professores pela primeira vez, está localizado na Ilha Verde, na

península de Macau, uma das zonas da cidade mais afectadas pelas inundações.

Segundo um relatório dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), a estação da Doca da Ilha Verde que monitoriza o nível da maré chegou a registar 5,04 metros.

Fragilidades

A cave onde estavam os caixotes com os exemplares fica situada numa zona contígua à que inicialmente tinha sido pensada para armazém dos livros da biblioteca, explicou o reitor da Universidade de São José. “Agora percebemos que tem uma vulnerabilidade enorme”, disse.

Segundo Stilwell, o gasto que seria necessário para tentar recuperar os livros era superior à substituição do acervo, que deverá demorar pelo menos três anos.

“A notícia menos má é a de que não haveria exemplares raros na colecção do Instituto Ricci, que é excelente e preciosa, e que vale a pena tentar recuperar”, acrescentou, indicando que vão tentar a compra em editoras ou alfarrabistas, ou ainda por via da solidariedade de outras bibliotecas, que podem ter exemplares repetidos, nomeadamente das revistas perdidas na inundação.

No acervo perdido da biblioteca do Instituto Ricci havia livros de teologia e da história da Igreja, mas também outros de carácter geral, sobre a história de Macau e sobre o encontro de culturas entre o ocidente e o oriente.

“Imagino que em Macau haverá interesse em ter uma biblioteca sobre a história do território e sobre a relação de Macau com a China continental ao longo dos séculos”, observou Stiwell.

O reitor adiantou que à excepção das inundações, as instalações do novo campus resistiram à passagem do tufão Hato.

“Ainda estamos a lamber as feridas, a tentar perceber a dimensão dos estragos. Acima do piso térreo, o ‘campus’ resistiu bastante bem. (…) Não houve uma única árvore arrancada nos jardins que temos nos telhados”, afirmou.

As aulas no novo campus da Universidade de São José têm início a 18 de Setembro.

No total estão inscritos cerca de 1.100 alunos, incluindo 355 novos estudantes.

11 Set 2017

DSAT | Anunciadas isenções para veículos novos após danos com tufão

[dropcap style≠’circle’]Q[/dropcap]uem ficou com o carro danificado na sequência da devastação provocada pelo Hato pode ser reembolsado do imposto pago pelo veículo danificado. Esta isenção estende-se ainda a viaturas que não existem à venda no território, tais como carros movidos a energia solar ou gás natural

Estão aí as medidas concretas que se esperavam para remediar os danos causados aos veículos que foram apanhados pelo tufão Hato. “No dia 23 de Agosto lançámos apenas um quadro geral. Para implementar esta medida em concreto tivemos de ouvir opiniões de várias partes e depois definimos o limite mínimo e máximo de reembolso”, explica Lam Hin San, director da Direcção dos Serviços para os Assuntos do Tráfego (DSAT).
O dirigente, explicou ainda que quem ficou com os veículos danificados terá até 18 de Setembro para proceder ao cancelamento de matrículas. “Entre 23 de Agosto e 6 de Setembro recebemos 1100 requerimentos para cancelar matrículas, 548 automóveis e 460 motociclos”, anunciou Lam Hin San. O director acrescentou ainda que destes cancelamentos, 90 por cento são veículos afectados pelo tufão.
Os automobilistas, assim como os motociclistas, que necessitem de um novo veículo vão ter uma isenção, ou reembolso, de imposto pago pela viatura danificada pelo tufão.
Em primeiro lugar, será necessário uma lei aprovada pela nova Assembleia Legislativa, uma vez que é o órgão com competência exclusiva para aprovar uma medida desta natureza.
Iong Kong Leong, director dos Serviços de Finanças, adianta que “será pedido efeito retroactivo” para reembolsar quem já pagou o imposto dos novos veículos antes da lei aprovada. O director acrescentou que “o processo legislativo terá natureza urgente” e que ainda não existe uma redacção para a proposta de lei que fixará estes reembolsos fiscais.

Carros inexistentes

O proprietário do automóvel danificado que adquirir um carro novo que use combustíveis fósseis, terá um reembolso até 80 por cento do imposto pago pelo veículo danificado, num montante máximo de 140 mil patacas. Quanto aos motociclos, o reembolso pode atingir os 100 por cento, para um valor limite de 5500 patacas. Quem estiver interessado terá de pedir primeiro o cancelamento da matrícula.
A DSAT adianta que a taxa de amortização pode ir até aos 100 por cento no caso da compra de veículos movidos a energias renováveis. Em comunicado de imprensa dos serviços pode-se ler que quem comprar viaturas movidas a gás natural, energia solar e carros eléctricos será reembolsado dos impostos pagos pelo veículo danificado. É de referir neste capítulo que em Macau não existem viaturas movida a energia solar e que a gás natural apenas existem alguns autocarros de transporte público. Quanto aos carros eléctricos, são uma parcela ínfima do parque automóvel do território. Em Abril último, havia 180 veículos eléctricos, sendo que 22 pertenciam ao Governo.
Neste aspecto, Lam Hin San entende que “se houver mais procura destas viaturas movidas a novas energias, acredito que os concessionários terão mais incentivos para importar este tipo de veículos”.
Outra das questões levantadas pela destruição de carros e motociclos prende-se com a falta de locais para acolherem aquilo que normalmente se designa como ferro-velho. Aliás, um problema que Macau já sentia antes da passagem do Hato, sendo recorrente o abandono de veículos na via pública.
Porém, o director da DSAT refere que “segundo os dados recolhidos não temos problemas nesta matéria”. Lam Hin San acrescentou ainda que serão feitos esforços para que “os veículos abatidos sejam enviados para a DSF para irem a leilão”. Em seguida, de acordo com o director, a empresa que os adquirir pode exportá-los para o exterior.

8 Set 2017

Hato | Comissão define acções que podem interferir com liberdade

A Comissão para a Revisão do Mecanismo de Resposta a Grandes Catástrofes já está em acção e com alguns objectivos definidos a curto e médio prazo. A revisão legislativa vai avançar e pode interferir com a liberdade e privacidade nas comunicações. Para já, as primeiros números, ainda provisórios, relativos aos prejuízos provocados pela passagem do Hato, apontam para mais de 10 mil milhões de patacas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] estimativa, para já, dos prejuízos causados pela passagem do tufão Hato pelo território é na ordem dos 11,4 mil milhões de patacas. A informação foi adiantada ontem pelo Chefe do Executivo, Chui Sa On em conferência de imprensa.

No encontro com os jornalistas estiveram presentes os membros da recém- criada Comissão para a Revisão do Mecanismo de Resposta a Grandes Catástrofes e o seu Acompanhamento e Aperfeiçoamento, onde foram apresentados os trabalhos que já estão em andamento.

De destacar a criação da Direcção de Protecção Civil e de Coordenação de Contingências (DPCCC). O nome ainda é provisório, disse o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, mas o organismo já está a ser pensado. A ideia é que seja uma entidade capaz de dirigir o Centro de Operações de Protecção Civil que, prevê-se também, irá mudar de nome.

A criação do DPCCC vai exigir uma revisão legislativa para conferir à entidade poderes próprios sob a tutela do secretário para a Segurança.

Os trabalhos vão começar “já”, disse Wong Sio Chak. No entanto, sublinhou o secretário, o exercício legislativo que se impõe desenvolver “tem de ser feito com toda a competência, até porque poderá interferir na liberdade das pessoas”.

O secretário não concretizou em que aspectos a liberdade dos residentes de Macau poderá estar comprometida ou em que áreas é que a lei poderá interferir. No entanto, na apresentação feita por Wong Sio Chak , dentro dos planos a médio prazo para a nova direcção, pode ler-se que cabe ao organismo “estudar, em caso de urgência e de necessidade , a viabilidade de fiscalização dos grupos de comunicação das aplicações de telemóveis.

A intenção é que esta acção aconteça para monitorizar os falsos rumores e insere-se na promoção do policiamento inteligente de modo “a fornecer um sistema de gestão de informação de crises”, apontou o secretário.

Diques a concurso

Com as cheias que decorreram no Porto Interior e depois de anunciadas medidas para as evitar, o secretário para as Obras Públicas e Transportes, Raimundo do Rosário, falou ontem dos estudos que vão ter de ser revistos.

“Em 2015 tínhamos uma empresa de consultadoria a fazer estudos para os quais já existem projectos. No entanto, com as subidas recorde das águas temos de ponderar um aumento dos muros a ser construídos no Porto Interior”.

O levantamento, naquela zona, de estruturas com uma altura segura, que para Raimundo do Rosário, seria de cerca de 2,5 metros, traz questões que, disse, “têm de ser analisadas cuidadosamente”. “O que sei é que se precisarmos de construir um dique no Porto Interior, temos de ter pelo menos 2.5 metros de altura, porque de outra forma não conseguimos travar a circulação da água”.  Mas, uma parede com esta dimensão vai alterar as características paisagísticas daquela zona pelo que “é preciso uma análise em pormenor”, apontou.

De acordo com Raimundo do Rosário, o sector da construção já deu várias propostas mas tem de se  ter em atenção a sua viabilidade.

Novos estudos estão a ser feitos e, garante a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, no primeiro trimestre do próximo ano deve ser lançado um concurso para o projecto na zona do Porto Interior.

Já a retenção da subida das marés, matéria que implica, disse o Chefe do Executivo , o trabalho inter-regional, também está em andamento. Com o apoio do Governo Central, está marcada para o próximo dia 11 uma reunião com responsáveis da província de Guandong.

A ideia, avançou Chu Sai On, “é construir um sistema de comportas para controlar o nível do mar”.

Ainda relativamente à subida das águas, esperam-se revisões na concepção e construção de novos aterros. “Com certeza que vamos rever a cota altimétrica dos novos aterros” afirmou Raimundo do Rosário, fazendo mais uma vez referência ao recorde registado com  a passagem do Hato, com valores que, disse, não se conheciam desde 1925.

Trabalho repensado

Com a recolha de opiniões que a comissão levou a cabo nos últimos dias e que ainda decorre, podem ainda existir alterações na legislação laboral. “Vamos fazer uma revisão da legislação de modo a criar um mecanismo de análise de casos de emergência e decidir se os trabalhadores vão ou não trabalhar aquando do sinal 8”, avançou o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong.

A ideia da revisão legislativa, que tem por base o estado de emergência, não se limita à passagem de tufões e deve abranger outras situações.

Chui Sai on reforçou a ideia de Lionel Leong. “Podem existir imprevistos de ordem pública, como doenças transmissíveis ou relativos à segurança em que temos de definir medidas obrigatórias para as pessoas respeitarem”.

O Chefe do Executivo apontou ainda, que está a ser estudada a localização para uma nova área onde possam ser colocados os contentores de mercadorias. “Queremos deslocar a estrutura para um sítio mais adequado”, referiu, sendo que,  Ka Ho pode ser uma possibilidade.

A ponte elevatória prevista para o cais 23, vai ter nova localização. O local para a sua construção é ainda desconhecido, mas, de acordo com Sónia Chan, a decisão vai ser tomada tendo em conta a opinião do Instituto Cultural.

7 Set 2017

Tufão Hato | Associação de Psicologia alerta para stress pós-traumático

Na sequência de um desastre natural, como a passagem do tufão Hato, podem surgir situações de stress pós-traumático. Estes incidentes podem revelar-se em perturbações de sono, irritabilidade e falta de apetite. Cintia Chan, directora da Associação de Psicologia de Macau, aponta saídas para quem possa ter ficado com sequelas psicológicas

[dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]á feridas que não se vêem, ou que podem não ser evidentes à primeira vista. As dores psicológicas podem encaixar-se nestas características. O stress pós-traumático pode levar a consequências com gravidade variável.

“Eventos stressantes, como o tufão Hato, podem resultar em reacções e sintomas que podem durar vários dias, ou semanas, mas vão decrescendo com o tempo”, explica Cintia Chan, directora da Associação de Psicologia de Macau (APM).

Este tipo de reacção psicológica pode levar a uma alteração duradoura da personalidade, o que não é muito frequente em casos de calamidades naturais como um tufão. Passar por uma situação que cause trauma psicológico pode, inclusive, levar ao reforço da resiliência pessoal, mas também pode resultar em fragilização psicológica. Nesse caso é importante estar atento aos sintomas.

“Quem passa por um evento traumático pode experimentar flashbacks recorrentes sobre a situação levando a sensações intrusivas de desconforto, medo, ansiedade”, revela Cintia Chan. A psicóloga acrescenta ainda à lista de sintomas a irritabilidade, raiva, perturbações de sono, falta de concentração, diminuição de apetite, palpitações e dificuldades em respirar. Quem sofre de stress pós-traumático pode chegar mesmo chegar a evitar tudo o que avive a memória do evento, incluindo conversas.

Estas são as reacções normais a uma situação, em tudo, anormal e das quais a maioria das pessoas recupera sem necessidade de recorrer a acompanhamento terapêutico.

Ainda assim, “se depois de um mês as reacções ao evento afectarem significativamente a rotina diária da pessoa, esta deve procurar ajuda profissional”, revela Cintia Chan.

Circunstâncias como ficar sem água ou electricidade, sofrer com os efeitos de cheias podem dar azo a efeitos psicológicos numa escala abrangente da sociedade. Porém, num espectro alargado de população o restabelecimento da vida normal, regressar ao trabalho, pode ser o catalisador para restabelecer o equilíbrio.

Ajuda necessária

Normalmente o stress decorrente de se ter passado por algo como um tufão com efeitos devastadores vai diminuindo com o tempo. No entanto, existem formas de acelerar o processo de recuperação como, por exemplo, falar do acontecimento com a família e amigos, fazer exercício físico, envolvimento comunitário, fazer voluntariado e expressar gratidão. “Por vezes, actos simples como dar uma mão ao nosso vizinho pode ajudar, aliás, estas reacções não são sinais de fraqueza”, descodifica a psicóloga.

Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), que incidiu sobre 21 países, revela que 21,8 por cento dos inquiridos testemunharam violência, 18,8 por cento participaram em violência, 17,7 por cento sofreram acidentes e 16,2 por cento foram expostos a situações de guerra. Segundo as estimativas da OMS, 3,6 por cento da população mundial sofreu de stress pós-traumático no ano de 2012.

Cintia Chan recorda que não basta a experiência de viver algo como um tufão de sinal 10 para afectar alguém. Perder alguém próximo, passar por outra situação que coloque em perigo a vida pode levar a um vasto leque de diagnósticos no espectro do trauma.

De acordo com a APM, o Governo lançou uma série de serviços de reabilitação para responder à “crise psicológica” após a passagem do tufão Hato. A própria associação, em cooperação com o Instituto de Acção Social e a Serviços de Administração e Função Pública, realizou uma acção de formação em psicologia na semana passada. Frequentaram a formação cerca de 600 profissionais de acção social, de forma a ficarem habilitados a fornecer informação, identificar e gerir situações de stress numa primeira abordagem.

Depois da passagem do tufão Hato por Macau, as redes sociais foram inundadas com vídeos, fotografias e mensagens. Rever constantemente os vídeos do evento é algo que pode aprofundar as feridas psicológicas, assim como sentir que pode estar próximo outro fenómeno similar.

Além de demonstrações de altruísmo, circularam na Internet informações de dúbia veracidade. De forma a fornecer informação correcta sobre os efeitos psicológicos de calamidades como o Hato, a APM lançou um site chamado “Psychological Recovery and Resources After Typhoon Hato” (recuperação psicológica pós-tufão Hato). No entanto, o site tem informação disponível apenas em cantonês.

Apesar terem decorrido duas semanas da passagem de um dos maiores tufões de que há memória em Macau, o próprio içar de sinais de alerta pode despoletar memórias traumáticas que ficaram por sarar.

7 Set 2017

Tufão Hato | EPM com prejuízos de um milhão de patacas

A direcção da Escola Portuguesa de Macau já avaliou os estragos causados pela passagem do tufão Hato. Os custos rondam um milhão de patacas. O ano lectivo arrancou ontem com reuniões da parte da manhã, sem grandes alterações

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s aulas arrancaram, como previsto, na Escola Portuguesa de Macau (EPM), duas semanas depois da passagem do pior tufão dos últimos 53 anos, que causou prejuízos na ordem de um milhão de patacas no estabelecimento de ensino, informou a direcção à agência Lusa.

“Neste momento apontamos para um prejuízo na ordem de um milhão de patacas”, disse o director da EPM, Manuel Machado.

O mesmo responsável salientou o apoio disponibilizado, “desde o primeiro momento, pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude e pelo conselho de administração da Fundação Escola Portuguesa de Macau para ajudar no que for necessário para estes trabalhos de reconstrução e reparação”.

“O que falta fazer é a substituição dos vidros partidos porque há escassez de vidros. (…) Há muita gente a precisar de vidros. Já foram encomendados, e o que está previsto é serem todos colocados ao mesmo tempo quando vierem. Há algumas janelas sem vidros, na cantina também faltam alguns, mas o funcionamento está assegurado”, explicou Manuel Machado.

Tufão Hato levou mural assinado por Vhils. Foto: HM

“Julgo que até ao final deste mês, os [trabalhos de reparação] devem estar concluídos”, observou.

O director da Escola Portuguesa adiantou também que os dois muros exteriores da escola derrubados pelo tufão já foram reconstruídos, mas que “ainda têm de ser pintados e têm que ser colocadas grades que também foram danificadas” pelo Hato.

Um desses muros tinha, no final de Maio, sido objecto de uma intervenção do artista português Vhils. A direcção da escola já informou o artista da queda do mural, mas não foram estabelecidos mais contactos no sentido de, no futuro, Vhils realizar novo trabalho naquele espaço.

“Isso ainda não foi conversado”, disse Manuel Machado.

O melhor possível

O mesmo responsável afirmou que o novo ano escolar arrancou ontem “da melhor maneira” para os 574 alunos inscritos entre o 1.º e 12.º ano, depois de realizadas algumas obras na escola.

“Felizmente, conseguimos em tempo útil fazer todos os trabalhos de reconstrução e reparação necessários ao arranque do ano lectivo sem pôr em causa a data previamente acordada”, afirmou.

Não houve necessidade de nenhuma medida extra porque “todos os espaços por onde circulam professores, alunos e funcionários estão devidamente seguros”, observou.

“De manhã, as crianças do primeiro ciclo foram recebidas pelos seus professores e estão ainda em actividades. Às 10:00 houve uma reunião geral dos alunos do segundo e terceiro ciclos do ensino secundário com a direcção da escola e posteriormente foram recebidos pelos directores de turma. Portanto, decorreu da melhor maneira, e as actividades estão agora em curso”, afirmou.

Além de algumas janelas e portas partidas e da queda de muros, quase todas as árvores nos pátios da escola foram arrancadas pelo tufão, que também causou danos nos ares condicionados e sistemas de ventilação.

 

Ensino | DSEJ diz que há mais alunos e professores

Mais de 79 mil alunos em 77 escolas. São estes os números oficiais do arranque de mais um ano lectivo, e que representam um aumento de 2,7 por cento de estudantes face ao ano passado, disse a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) em comunicado. O aumento de alunos verifica-se mais no ensino infantil, que conta este ano com um total de 19.023 estudantes, mais 6,6 por cento. Há também um aumento de 5,5 por cento de alunos no ensino primário, que conta com quase 30.800 estudantes. No ensino secundário, o número de alunos regista uma quebra de 2,8 por cento. Ao nível dos docentes, a DSEJ explica que este ano haverá mais professores nas salas de aula, num total de 7.606 face aos 7.304 registados o ano passado.

7 Set 2017

Hato | Largo do Pagode do Bazar com maior subida de águas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] estação de monitorização do Largo do Pagode do Bazar registou a maior subida do nível da água, durante a passagem do tufão Hato. A altura chegou a 1,62m, às 12h05 do dia 23 de Agosto. A informação, dada pelo canal de rádio da TDM adianta ainda que a instalação acabou por avariar.

Nesta zona, morreram, pelo menos, duas pessoas. As vítimas estavam na cave de uma mercearia, localizada na Rua de Cinco de Outubro.

Macau tem 17 estações de monitorização de cheias. Seis – todas situadas no Porto Interior – registaram água acima de 1,5m. Oito deixaram de funcionar devido a danos provocados pelo Hato.

As razões apontadas para as avarias, diz a mesma fonte, são “corte de energia ou outros motivos”, não especificados. Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) indicam que, por isso, “não foi possível recolher o valor máximo do nível da água”.

A estação da Doca da Ilha Verde que monitoriza o nível da maré registou 5,04m, às 11h52. Na estação da Barra, a altura chegou a 4,51m, às 11h20. Ambas também deixaram de funcionar.

De acordo com os dados divulgados, a rajada máxima atingiu cerca de 217,4 km/h, na Estação da Taipa Grande, às 11h06. Os SMG referem ainda que foi batido o recorde do tufão Ruby, de 5 de Setembro de 1964 em que a rajada mais forte foi de 211 km/h.

O tufão Hato provocou dez mortos e mais de 200 feridos. Entre as vítimas mortais, quatro não conseguiram escapar a inundações em parques de estacionamento subterrâneos e três foram apanhadas em cheias, em estabelecimentos comerciais.

6 Set 2017

Hato | Três casinos de portas fechadas

O Hato já se foi há duas semanas mas o seu impacto na principal indústria do território ainda se sente. Macau continua com áreas de jogo, em três casinos, encerradas e sem se saber ao certo quando será a abertura. Mais que os danos, os prejuízos são devidos à falta de actividade

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]uas semanas depois da passagem do tufão Hato por Macau, estão ainda três casinos de portas fechadas devidos aos estragos. São eles: O Ponte 16, o Legend Palace no Fisherman’s Wharf e o Brodway no Cotai.

Para o Ponte 16, a reabertura ainda é incerta, sendo que, Hoffman Ma, director executivo do Success Universe Group, a operadora que detém parte do casino da Ponte 16 em conjunto com a Sociedade de Jogos de Macau, considera que possa acontecer “nas próximas duas semanas ou mais”, disse à TDM News.

Hoffman Ma falou ainda dos estragos. “O piso térreo foi inundado e os equipamentos mais danificados são os cabos e as carpetes do piso térreo, pelo que serão feitas obras de renovação”, referiu o responsável.

Os andares superiores de Ponte 16 permanecem abertos.

Já o chefe das operações do casino da Macau Legend Development, Frederick Ip, disse à TDM News que a água invadiu o porão, chegando a 1,5 metros, e danificando equipamentos essenciais, como servidores de internet e aparelhos de ar condicionado.

Embora Frederick Ip admita que levará meses para comprar e reinstalar todos os equipamentos, o responsável espera que o casino do Legend Palace reabra perto do dia 23 de Setembro.

Paragem danosa

Quanto a prejuízos, mais do que os estragos em si, que serão cobertos pelos seguros, a grande preocupação é o tempo em que vão estar sem funcionar e as perdas que daí advêm. De modo a minimizar este aspecto, o casino do Ponte 16 mudou parte das mesas para os andares superiores.

De acordo com alguns analistas, o Hato reduziu o crescimento da receita de jogo em 6 por cento no mês passado. No entanto, as estimativas para o ano de 2017 são positivas e continuam a apontar para o aumento.

O tufão Hato fica na história por ter afectado a principal indústria do território, com alguns casinos quase vazios ou fechados por cortes de electricidade ou inundações.

No Porto Interior, uma das zonas mais afectadas por inundações na península de Macau, o Ponte 16 foi um dos casinos encerrados ao público. A entrada estava bloqueada com uma barreira do sistema de proteção de cheias, tendo um polícia no local confirmado à Lusa o encerramento do espaço.

O apagão afectou também outros casinos fora da península, nomeadamente na ‘strip’ do COTAI, entre as ilhas da Taipa e Coloane.

6 Set 2017

Tufão Hato | Mais de 20 mil árvores afectadas

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de 20 mil árvores nas zonas urbanas de Macau foram afectadas pela passagem do tufão Hato, disse à Lusa uma porta-voz do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM).

Das mais de 20 mil árvores afectadas em espaços públicos, cerca de 10 mil foram arrancadas pela força do vento, outras quatro mil sofreram danos graves, e 9,5 mil tiveram danos moderados. Entre as árvores derrubadas há cerca de 20 que são consideradas antigas.

Quase duas semanas depois da passagem do tufão Hato por Macau, em 23 de Agosto, ainda não estão apurados os danos registados nas árvores em zona de montanha nas ilhas da Taipa e Coloane.

Entretanto foram concluídos os trabalhos de remoção de árvores das vias públicas, tendo sido retomada a 100 por cento a circulação nas estradas, disse a fonte à agência Lusa, indicando que “a prioridade é tratar dos parques e dos jardins na cidade”, onde “ainda há muito a fazer”.

Questionado sobre a existência de algum plano para substituir as árvores destruídas pela passagem do tufão Hato, o IACM afirmou que “os casos estão a ser acompanhados”, mas que, “neste período de tufões, não é também aconselhado plantar árvores”.

5 Set 2017

Dois idosos com termo de identidade e residência por propagarem boatos

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ois irmãos de Macau, de 73 e 68 anos, suspeitos de divulgarem notícias falsas sobre pessoas falecidas, depois da passagem do tufão Hato, encontram-se com termo de identidade e residência, disse à Lusa o gabinete do Procurador.

Os irmãos, um homem e uma mulher, tinham sido levados para as instalações da Polícia Judiciária (PJ) no início da semana para serem interrogados acerca da divulgação, na rede social chinesa “WeChat”, de informações falsas de que cinco pessoas tinham sido encontradas mortas num parque de estacionamento na zona do Fai Chi Kei, no norte da cidade.

Após o interrogatório, os suspeitos foram encaminhados para o Ministério Público. “Em 29 de Agosto de 2017, a polícia transferiu dois arguidos, suspeitos de terem divulgado uma notícia falsa de que o Governo tinha bloqueado o acesso à notícia relativa à morte de cidadãos causada pelo tufão Hato, ao Ministério Público para registar e instaurar o inquérito”, indica o esclarecimento enviado à Lusa.

Segundo o gabinete do Procurador, após o interrogatório preliminar, foi aplicada aos “dois arguidos a medida de coacção de termo de residência e identidade”, encontrando-se agora o processo “a aguardar a investigação”.

Na terça-feira, fonte da PJ esclareceu à agência Lusa que os dois irmãos não iniciaram o rumor, mas propagaram-no. Segundo a mesma fonte, os dois incorrem no crime de “ofensa a pessoa colectiva que exerça autoridade pública”.

Entretanto, outros dois casos de alegadas notícias falsas sobre mortes foram detectados pelas autoridades. A PJ identificou duas mulheres, de 49 e 63 anos, que “terão divulgado informações de que haveria mais vítimas mortais” também no auto-silo do Fai Chi Kei.

Os dois casos foram descobertos durante uma visita da PJ a casa das suspeitas, em que foram verificados os conteúdos dos telemóveis e encontradas mensagens partilhadas pelas duas mulheres nas redes sociais. Também neste caso, as mulheres são suspeitas de divulgar a informação, mas não de a ter iniciado.

Turismo | Excursões estão de volta

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau voltou a receber excursões turísticas no passado sábado. As visitas em grupo tinham sido suspensas na sequência da passagem do tufão Hato. Segundo números preliminares fornecidos pelos operadores turísticos, Macau recebeu, até ontem, perto de 410 excursões turísticas da China, informou a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) em comunicado. A DST, que enviou inspectores aos postos fronteiriços e aos principais pontos turísticos, disse o primeiro dia de regresso dos grupos a Macau decorreu com “normalidade”.

4 Set 2017

Ano lectivo | Maioria das escolas começou aulas no período previsto

Apesar dos estragos causados pelo tufão Hato, 90 por cento das escolas começaram as aulas de acordo com o calendário previsto. A Transmac colocou mais 35 autocarros a circular nas ruas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s estragos causados pela passagem do tufão Hato por Macau acabou por não influenciar o começo do ano lectivo. Segundo um comunicado da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), 90 por cento das escolas começaram as aulas dentro do prazo previsto.

De um total de 77 estabelecimentos de ensino, 60 indicaram à DSEJ as intenções de começarem as aulas no dia 1 de Setembro, sendo que 21 deverão começar um novo ano lectivo até ao dia 18 deste mês. Há quatro escolas que prevêem dias diferentes para a abertura das aulas.

Houve apenas sete escolas que cancelaram a cerimónia de abertura das aulas, enquanto menos de dez por cento, ou seja, seis escolas, tiveram que adiar o arranque do ano lectivo.

A DSEJ enviou 20 trabalhadores para inspeccionarem um total de 53 instituições de ensino e realizar uma avaliação “das condições para a abertura das aulas”, tendo sido feita também uma análise das condições de higiene e do estado das infra-estruturas após o tufão Hato.

Sem hora de ponta

O comunicado da DSEJ explica ainda que a “situação de trânsito registada no dia do começo das aulas foi semelhante à dos dias normais”.

“Alguns alunos afirmaram que saíram de casa com a devida antecedência, e alguns até apontaram que, para um melhor domínio do tempo, escolheram deslocar-se a pé para a escola. O período de pico de trânsito, com tráfego intenso e lento perto de algumas escolas, decorreu entre as 8h00 e as 9h30 horas da manhã, mas no geral decorreu com normalidade”, explica a direcção de serviços.

Entretanto, a Transmac, uma das operadoras de autocarros públicos, anunciou que colocou na estrada 35 novos veículos para responder a uma maior procura no arranque de mais um ano lectivo.

IC | Património inspeccionado e livre de perigo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) já concluiu a inspecção a mais de 30 locais de património classificado, onde se incluem a Colina da Ilha Verde, a Colina da Penha, a Colina da Guia, o Largo do Lilau, a Rua da Felicidade e o Bairro de S. Lázaro, entre outros.

Segundo um comunicado, “os danos nestes locais foram relativamente baixos”, estando relacionados “sobretudo com a queda de árvores e ramos”, sendo que existe “um número considerável de grandes árvores que ficaram danificadas”.

“Na área perto da Casa de Retiros da Ilha Verde, existem árvores de grandes dimensões que foram derrubadas e vários ramos ficaram partidos, havendo um perigo potencial de queda”, explica o IC. Além disso, “existem árvores de grande escala na Colina da Penha desenraizadas, tendo derrubado as vedações e paredes em seu redor”.

O mesmo comunicado aponta que “a maioria dos conjuntos não apresenta de momento quaisquer perigos estruturais, tendo sofrido apenas a queda de candeeiros e letreiros que causou alguns danos em cantos de paredes ou a queda de algumas telhas”.

Entretanto o IC reuniu com administradores de todos os templos e igrejas “a fim de discutir em conjunto os trabalhos de seguimento após o tufão e de acelerar o apoio aos trabalhos de recuperação e de socorro de todos os itens patrimoniais”.

4 Set 2017