João Santos Filipe Manchete SociedadeTribunal | Arrancou julgamento de Polytec contra colaborador do Son Pou Representante da Polytec diz sentir-se injuriado com artigos de Lei Kong e o grupo exige 2 milhões de patacas. Já o colaborador do jornal Son Pou promete apresentar provas dos factos escritos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] julgamento em que o Grupo Polytec acusa Lei Kong, colaborador do jornal Son Pou, e o director da publicação, Chao Chon Peng, da prática do crime de difamação e exige o pagamento de uma compensação de cerca de 2 milhões de patacas arrancou ontem. Ao longo de quatro horas, no edifício do Tribunal Judicial de Base, foram ouvidos os dois arguidos e ainda o gestor do grupo Polytec, Alan Chan. Em causa estão uma série de artigos em que o cronista Lei Kong terá utilizado expressões como “burla”, acusou a empresa de ter vendido fracções, apesar de já saber que não conseguiria terminar as casas até ao fim concessão, e ter defendido que os responsáveis pelo empreendimento Pearl Horizon deviam ser presos. “Faço parte da companhia e sinto-me injuriado e envergonhado porque foram escritas coisas que não correspondem à verdade. São factos muito graves e tenho receio que continuem com artigos deste género, que não correspondem à verdade,” defendeu Alan Chan, um dos responsáveis do grupo. “Os meus familiares e amigos quando leram os artigos escritos acharam que eu representava uma companhia má”, acrescentou. Alan Chan negou também, ao contrário do que foi escrito, que houvesse planos para aumentar o número de andares nas torres do Pearl Horizon de cerca de 20 para 50. O empregador do grupo Polytec foi ainda confrontado com o facto de algumas das palavras utilizadas entre aspas terem um significado que não pode ser tido como literal, mas Alan Chan defendeu que a população comum, com poucos conhecimentos, não consegue perceber a diferença, pelo que os danos são os mesmos. HM Kong promete provas Por sua vez, Lei Kong vincou que ao longo da carreira, com mais de 30 anos, nunca tinha tido um processo e defendeu que as palavras de Alan Chan não correspondem à verdade. Kong quis ainda apresentar provas em relação ao que consta nos seus artigos. Mas a juíza indicou-lhe que a altura para o fazer seria no final de serem ouvidas as testemunhas do processo. Já Chao Chon Peng frisou que a publicação respeita todos os procedimentos judiciais. Após a sessão, Leonel Alves, advogado da Polytec, sublinhou a importância deste processo e negou que esteja em causa a limitação da liberdade de imprensa. “Como cidadão, acho que não se justificam de maneira nenhuma os receios que haja neste processo uma ameaça à liberdade de imprensa. Sou um acérrimo defensor de todos os direitos, liberdades e garantias consignados na nossa Lei Básica. Mas há limites para o exercício dessa liberdade”, afirmou. “Dizer que alguém que cometeu crime, ainda que sob a forma de suspeita é complicado. Isso pode permitir que se diga amanhã que sujeito A é pedófilo e, no dia seguinte, que sujeito B é outra coisa. É bom para Macau ter estes casos, não para os envolvidos, é claro, mas em termos objectivos e de jurisprudência um processo desta natureza, em que as pessoas avançam com civilidade, não é negativo”, considerou. Paulo Ramalho Gonçalves, o defensor dos arguidos e da publicação, deu eco às preocupações sobre a ameaça à liberdade de imprensa. “Há jornais que têm publicado artigos, inclusive em língua portuguesa, que partilham da opinião que a liberdade de imprensa poderá estar ameaçada. É a opinião desses anúncios e tem sido manifestada essa opinião”, apontou. “A nível pessoal, e não como mandatário dos arguidos, prezo a liberdade de expressão, acho que ainda existe em Macau. Talvez se possa questionar em que medida é que ainda existe e os riscos que pode correr, mas julgo que apesar de tudo temos usufruído do direito de liberdade de expressão”, acrescentou. O crime de difamação é punido com pena de prisão até 6 meses ou multa até 240 dias. Contudo, como o acto foi feito através de um órgão de comunicação social, a pena de prisão vai até aos 2 anos ou pena de multa que não pode ser inferior aos 120 dias.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaPearl Horizon | Leonel Alves lamenta ausência de resposta do Governo O advogado da Polytex, empresa ligada ao projecto Pearl Horizon, diz não entender a posição do Governo relativamente à acusação de falta de colaboração da companhia no processo. “Apresentámos várias propostas, do outro lado nem uma resposta”, aponta Leonel Alves [dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]eonel Alves, advogado da empresa Polytex, ligada ao empreendimento Pearl Horizon, cuja construção está suspensa, não se conforma com as últimas declarações proferidas pela secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, no âmbito de um encontro com lesados. “Foi dito que a Polytex não tem colaborado. Eu gostava de saber: colaborar em quê? Não se pode bater palmas só uma mão, mas sim com duas. Nunca recebemos uma proposta, como é que vamos colaborar? O meu representado gostaria de saber qual é a proposta para analisar e colaborar, porque não sabemos o que o Governo quer da Polytex”, refere Leonel Alves ao HM. “A única coisa que recebemos foi um ofício das Obras Públicas a dizer que a concessão [do terreno] terminou e que a Polytex poderia recorrer judicialmente. Seguimos o que está no ofício, relativamente ao direito ao recurso judicial. Se isto é considerado não colaborar, então não sei qual é o sentido ou a dimensão dessa cooperação que se espera da Polytex”, acrescenta. O advogado e ex-deputado da Assembleia Legislativa (AL) adianta que, ao longo deste tempo, a Polytex tem vindo a apresentar várias alternativas, sem que tenha existido uma resposta concreta da parte do Governo. “Participámos em duas ou três reuniões com o Governo e representantes dos compradores, e aí os representantes da Polytex apresentaram várias alternativas e soluções, e ficámos à espera da resposta das entidades públicas.” Leonel Alves frisa também que “algumas das propostas apresentadas pela Polytex mereceram aceitação dos promitentes compradores, que na ocasião até aplaudiram algumas das alternativas”. “Aplausos sonoros” Uma das sugestões feitas pela empresa sediada em Hong Kong foi a possibilidade de se estabelecer um prazo de 18 a 20 meses para concluir o empreendimento habitacional que estava a nascer na Areia Preta, para que os investidores pudessem ter acesso aos apartamentos que já pagaram ou pelos quais pediram empréstimos aos bancos. “Quando foi avançada esta ideia até houve aplausos sonoros dos representantes dos compradores. Essa reunião foi há mais de um ano e não sei o que querem dizer com falta de colaboração. Apresentámos várias propostas, do outro lado nem uma resposta. Depois dizem que o Polytex não coopera, mas não coopera em que termos? Diga!”, frisou. A reacção de Leonel Alves surge no seguimento das declarações da secretária Sónia Chan, citadas num comunicado oficial, após um encontro entre o Governo e os lesados, onde se terá obtido uma solução para o caso. “O Governo da RAEM tem resolvido o caso Pearl Horizon de forma sincera, e tanto as autoridades como os serviços competentes têm mantido o diálogo e a comunicação com a empresa promotora e com os pequenos proprietários, com o objectivo de coordenar, as partes da venda e compra e encontrar uma solução adequada”, afirmou a secretária para a Administração e Justiça. “No entanto, a parte da empresa promotora mostrou uma falta de resposta e colaboração positiva”, rematou. Esta semana, por ocasião dos protestos do Dia do Trabalhador, os lesados do caso Pearl Horizon voltaram a sair à rua, onde revelaram o receio de não terem acesso às casas nas quais investiram, apesar das promessas já avançadas pelo Governo.
João Luz SociedadePearl Horizon | Polytex condenada a devolver dinheiro [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi conhecido ontem o veredicto do primeiro processo judicial entre proprietários e a Polytex, no qual o Tribunal Judicial de Base condenou a empresa promotora do “Pearl Horizon” à devolução da quantia paga como contrato-promessa de compra de uma fracção. De acordo com o comunicado do gabinete do presidente do Tribunal de Última Instância, “o Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base admitiu várias acções declarativas com processo ordinário intentadas por proprietários que tinham prometido comprar fracções autónomas no prédio a construir “Pearl Horizon” contra o promotor do empreendimento”. Com base na decisão judicial, a Polytex terá de pagar um valor ligeiramente acima das duas milhões de patacas, além dos juros de mora na sequência do termo do contrato-promessa declarado pelo tribunal. Em questão esteve um contrato assinado em Novembro de 2012 e que previa a entrega da fracção após 1200 dias a contar da conclusão da construção da cobertura do primeiro andar. A decisão do Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base, menciona que se aguarda a decisão final da acção judicial em que a Polytex impugna a decisão do Chefe de Executivo que declarou a caducidade da concessão do terreno. No sequência de toda a incerteza que envolve o caso, a decisão do tribunal fundou-se no princípio da boa fé que terá sido excedido “por se exigir ao promitente comprador que continue vinculado a uma promessa sem ter a certeza de que esta venha a acontecer”.
João Santos Filipe PolíticaPolytec recorre para o Tribunal de Última Instância Após a derrota na Segunda Instância, a empresa responsável pelo Pearl Horizon vai recorrer da decisão do Chefe do Executivo, que declarou terminada a concessão do terreno onde estava a ser construído o empreendimento, para a Última Instância [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Polytec vai recorrer para o Tribunal de Última Instância da decisão do Chefe do Executivo, que declarou o fim da concessão do terreno onde estava a ser construído o empreendimento Pearl Horizon. O recurso é a última esperança da Polytec para resolver o assunto a seu favor através dos tribunais e foi revelado num comunicado à bolsa de Hong Kong, na passada sexta-feira. “A 19 de Outubro, o Tribunal de Segunda Instância da RAEM rejeitou o recurso da Polytec para considerar inválida a decisão do Chefe do Executivo da RAEM, que terminou a concessão do projecto [Pearl Horizon]. De acordo com as opiniões legais obtidas pela Companhia, a Polytec tem fundamentos suficientes para ainda recorrer para o Tribunal de Última Instância”, foi escrito no comunicado da empresa. “O Tribunal da RAEM deve considerar e avaliar os pontos essenciais sobre o atraso causado pelo Governo da RAEM e o direito da Polytec reclamar uma extensão do prazo para acabar os trabalhos de construção e entregar as fracções aos respectivos compradores”, é acrescentado. No mesmo comunicado é explicado que o outro processo entregue no Tribunal Administrativo para que a empresa seja compensada com uma extensão da concessão continua suspenso. Em causa está o facto da Polytec culpar o Governo por parte dos atrasos, e querer um prolongamento do prazo como compensação do tempo em que não pode avançar com as obras, porque tinha de aguardar decisões do Executivo. No entanto, a decisão do Tribunal Administrativo está dependente da decisão final sobre o recurso agora interposto pela empresa. O documento emitido está assinado pelo presidente da Polytec, Or Wai Sheun, e a administração compromete-se a “tomar as acções necessárias e apropriadas para proteger os interesses da Companhia”. A Polytec é representada, neste caso, pelo advogado e ex-deputado Leonel Alves. Administração questionada Na decisão do TSI, revelada na quinta-feira, foi considerado que o “Chefe do Executivo não podia deixar de agir como agiu”, ou seja declarando a caducidade da concessão. “Agiu bem, pois assim lho impunha o regime legal e contratual das concessões. Não tinha outra solução, nem alternativa”, consideraram os juízes. Contudo, a forma como o Governo da RAEM conduziu o processo não deixa de levantar dúvidas ao TSI, porque durante a concessão foram acrescentadas exigências à empresa, que não estavam estipuladas no contrato inicial. Também a demora da DSSOPT para intervir, sempre que era necessário, causou estranheza. De acordo com as contas da Polytec, após 2006, altura em que houve uma revisão da concessão para que fosse construído o Pearl Horizon nos moldes actuais, a empresa teve nove anos e nove meses para terminar o projecto. Porém, desse período, oito anos foram gastos para que o Governo aprovasse o projecto final e permitisse o início dos trabalhos, nos novos moldes. Na decisão do TSI participaram, como adjuntos, dois dos mais mediáticos juízes desta instância, nomeadamente Lai Kin Hong e Tong Hio Fong. O primeiro é presidente do TSI e fez parte, excepcionalmente, do colectivo de juízes Tribunal de Última Instância que condenou Ho Chio Meng. Tong Hio Fong foi o presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa, cujas decisões estiveram longe de ser consensuais.
Hoje Macau SociedadePolytec | Projecto na Areia Preta está pronto até Julho [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente do Grupo Polytec, Or Wai Sheun, acredita que o projecto previsto para o lote T na zona da Areia Preta pode ser concluído antes do término do prazo da concessão do terreno, apontado para Julho. De acordo com declarações dadas ao canal chinês da Rádio Macau, o projecto pode ser concluído em Maio e obter a licença de utilização em Julho. O responsável pelo grupo imobiliário acredita que o destino do empreendimento do lote T não será o mesmo do Pearl Horizon. Sobre este caso, o responsável põe em causa o tratamento dado ao processo pelo Governo e a forma como o Executivo procedeu à recuperação do terreno. Para Or Wai Sheun, o Grupo Polytec não teve responsabilidades no incumprimento de prazos e defende que é necessário ter em conta os interesses dos proprietários. O grupo imobiliário perdeu, no mês de Dezembro, a segunda acção em tribunal sobre a questão. A empresa avançou com uma providência cautelar para suspender a reversão do terreno para o Governo até que o tribunal decretasse a última decisão sobre o processo. A providência foi apresentada em Novembro, tendo sido rejeitada pelo Tribunal de Última Instância. Entretanto, há cerca de três mil proprietários de fracções do Pearl Horizon que não chegaram a receber as chaves do alvo do investimento. Após várias manifestações, no início de Fevereiro, os lesados pediram explicações a Lau Si Io por considerarem que o ex-secretário para os Transportes e Obras Públicas deveria explicar em público a intenção legislativa do articulado que permitiu ao Governo travar a obra do empreendimento.
Joana Freitas SociedadePolytec acredita na retoma da construção do Pearl Horizon [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Polytec está à espera que o tribunal marque uma data para começar o processo sobre a retirada, pelo Governo, do terreno onde estava a ser construído o Pearl Horizon mas acredita que vai conseguir retomar a construção. Num comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, ontem, a empresa mostra-se esperançosa numa decisão favorável pelos tribunais. “De acordo com uma opinião legal recebida pela empresa, a Polytec tem bases suficientes para [acreditar] na continuação do projecto e na sua conclusão”, começa por referir. “Segundo as opiniões legais, os tribunais vão considerar e julgar os pontos essenciais relativos aos atrasos causados pelo Governo de Macau e o direito da empresa em pedir compensação pelo tempo, de forma a que possamos completar a construção do lote e entregar as propriedades aos compradores.” A empresa ainda espera uma data para o início do julgamento, depois de ter visto ser-lhe retirado o terreno por falta de aproveitamento dentro do prazo. A empresa sempre acusou o Governo de demorar na atribuição de licenças para a construção. Mas mostra-se positiva. “A construção vai recomeçar assim que houver uma decisão favorável e as licenças sejam aprovadas pelo Governo”, frisa, acrescentando que acredita que vai conseguir concluir o outro projecto imobiliário em curso na Areia Preta, em meados do próximo ano. A concessão destes dois lotes termina em Julho de 2017. No comunicado de ontem, o grupo deu ainda a conhecer uma subida de 3,6% nos lucros líquidos do primeiro semestre deste ano. As receitas ascenderam a 42,7 milhões de dólares de Hong Kong. Algumas das receitas, recorde-se, vêm dos arrendamentos no Macau Square, detido em parte pela empresa. Lá encontra-se o Tribunal Judicial de Base, cuja renda é paga à Polytec. O grupo conseguiu mais de 36 milhões de dólares só com rendas.
Flora Fong ManchetePearl Horizon | Polytec perdeu em tribunal contra Governo [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Grupo Polytec perdeu uma das suas muitas batalhas judiciais ao ver recusado pelo Tribunal de Segunda Instância (TSI) o pedido de suspensão da eficácia da declaração de caducidade do terreno onde iria ser construído o edifício Pearl Horizon. Já em Fevereiro o Tribunal Administrativo tinha rejeitado o primeiro pedido da Polytec quanto à possibilidade de se estender o prazo da concessão do terreno por mais cinco anos. Numa conferência de imprensa organizada para reagir ao caso, os proprietários prometeram não baixar os braços. Kou Meng Pok, presidente da União dos Proprietários do Pearl Horizon, disse ao HM que a Polytec tem mais quatro processos em tribunal e que este é apenas um “pequeno caso”, sendo que a concessão do terreno ainda não está totalmente perdida. O responsável considera “irracional” o facto dos proprietários, que investiram o dinheiro nos imóveis, terem de ir a tribunal para conseguir reaver o terreno, afirmando que o Governo “fugiu à responsabilidade”, por considerar que este é um conflito no sector privado. “Todos os lesados do Pearl Horizon, incluindo eu, estamos muito ansiosos, porque a Polytec perde sempre os casos em tribunal e nós podemos sujeitar-nos a não receber nada. O que podemos fazer?”, questionou. Pensados mais protestos A união dos proprietários planeia voltar a manifestar-se junto ao Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau. Kou Meng Pok defende que os últimos protestos não alteraram a situação, mas espera que Pequim dê mais atenção ao caso. Kou Meng Pok referiu ainda que há vários proprietários que querem pôr a Polytec em tribunal por considerar que a empresa enganou os proprietários, já que o Governo deixou a construção avançar num terreno cuja concessão ia chegar ao fim, sendo que nada foi explicado a quem investiu. “Já lemos os contratos e não sabemos como podemos acusar a Polytec, e o Governo também não nos deu qualquer apoio jurídico. A Polytec não vai fazer nada até ter mais resultados”, revelou. Os proprietários ainda mantém a esperança de que a Polytec ganhe os restantes processos em tribunal e possa terminar a construção do edifício, na zona da Areia Preta.
Tomás Chio SociedadePearl Horizon | Polytec faz acusações. Quatro pessoas detidas A Polytec vai interpor acções judiciais contra investidores do Pearl Horizon e vai mesmo pedir compensações por danos [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] grupo Polytec publicou uma declaração no jornal Ou Mun onde acusa alguns investidores do edifício Pearl Horizon de terem violado “muitas vezes” os seus projectos e eventos. A Polícia de Segurança Pública (PSP) deteve esta quarta-feira quatro pessoas por terem bloqueado uma das entradas do terreno que pertencia à empresa, na Areia Preta. Na declaração, a construtora de Hong Kong acusa os proprietários de já terem provocado vários desacatos, incluindo o protesto no jantar de Primavera da empresa, a 26 de Fevereiro, bem como outro protesto ocorrido num evento a 24 do mesmo mês. O Grupo Polytec garantiu que vai recorrer aos tribunais para punir os autores dos desacatos e assegura que vai fazer um pedido de “avultadas indemnizações”. Para a empresa, o bloqueio de uma das entradas do terreno, revertido à Administração o ano passado, constituiu “uma quebra da segurança e uma ameaça à vida dos trabalhadores”, sem esquecer o direito dos construtores e dos proprietários. “Respeitamos o seu direito de manifestação, mas o abuso, violações e destruição não são actos aceites por nós. Queremos que os manifestantes ajam de forma racional”, apontou a empresa na declaração. O Grupo Polytec garante que está a concentrar a sua atenção no processo judicial do Pearl Horizon e que vai dar explicações aos promitentes-compradores. Elas bloqueiam O bloqueio da entrada principal do terreno aconteceu esta quarta-feira, apesar da polícia ter aconselhado os manifestantes a saírem do local, por estar em causa a segurança dos trabalhadores. A PSP prendeu três mulheres e um homem, com idades compreendidas entre os 37 e os 58 anos, que já foram enviados ao Ministério Público (MP) para prestar declarações. Entretanto, o grupo de proprietários do Pearl Horizon já veio defender que o protesto ocorrido no jantar de Primavera da empresa não foi uma decisão de todo o grupo mas apenas de alguns proprietários. Na manhã de ontem mais de cem investidores reuniram-se em frente ao terreno, num protesto aprovado por todos, incluindo pelas autoridades policiais, e que deverá manter-se até ao dia 18 de Março.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadePolytec mantém calendário para concluir Pearl Horizon No mais recente comunicado enviado à bolsa de valores de Hong Kong, o Grupo Polytec revela que o projecto do edifício Pearl Horizon está dentro do calendário, apesar dos receios dos moradores que já reuniram com o Governo [dropcap style=’circle’]“[/dropcap]Os trabalhos de construção das fundações estão a decorrer.” É desta forma que o Grupo Polytec fala do estado da construção do edifício Pearl Horizon, o mesmo que tem sido alvo de polémica e muitas reuniões entre proprietários e Governo. No comunicado enviado à bolsa de valores de Hong Kong, que revela os dados semestrais do grupo, a empresa garante que os trabalhos de fundações do complexo Pearl Horizon e de mais dois lotes do empreendimento The Orient Pearl District estão dentro do calendário, não avançando mais informações. O terreno do edifício onde está localizado o Pearl Horizon (complexo detido em 80% pelo Grupo Polytec) é um dos muitos que foram concessionados provisoriamente pelo Governo de Macau e cujo prazo acaba este ano. Isso pode pôr em causa os investimentos feitos por muitos investidores que já adquiriram apartamentos em regime de pré-venda, mas que temem perder o direito às habitações. Recentemente 20 moradores reuniram com a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), onde foi divulgado que a entrega das chaves poderia ser feita em 2018. Contudo, os futuros moradores afirmam que a obra tem tido poucos desenvolvimentos e pedem que o Governo alargue o prazo de concessão provisória do terreno. Sem paciência A garantia dada pelo Grupo Polytec face ao calendário das obras tem sido das poucas reacções que a empresa tem tido, já que, segundo Wong, representante dos proprietários, a empresa sediada em Hong Kong tem rejeitado encontros com os investidores. “Os proprietários já perderam a confiança e a paciência em relação à construtora e achamos que existem problemas com as medidas de pré-vendas de fracções e todo o processo de obras”, referiu Wong ao HM, à margem de um encontro recente com a DSSOPT. Para além da DSSOPT, também o Conselho dos Consumidores (CC) já prometeu tratar do assunto, estando também envolvida a deputada Ella Lei, da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). Para já, o CC já prometeu avaliar caso a caso. Antes do encontro com a DSSOPT, o mesmo grupo de proprietários apresentou uma carta na sede do Governo, onde exigiu maior diálogo com a empresa de imobiliário. No mesmo comunicado, o Grupo Polytec anuncia ainda um aumento dos ganhos obtidos com o aumento de rendas, nomeadamente no edifício The Macau Square, na Avenida da Praia Grande, detido em 50% pela empresa. No primeiro semestre o Grupo Polytec obteve um total de 29 mil milhões de dólares de Hong Kong de lucro contra os 24,8 mil milhões obtidos em igual período do ano passado.