Hoje Macau China / ÁsiaCoreia | Japão diz que não se deve aliviar pressão sobre Pyongyang [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro japonês defendeu ontem que não se deve reduzir a pressão sobre a Coreia do Norte só porque Pyongyang se mostrou aberto a discutir a desnuclearização, admitindo poder tratar-se de um estratagema para ganhar tempo. “Não devemos suavizar a nossa posição, por exemplo aliviar as sanções, só porque a Coreia do Norte concordou em dialogar”, disse Shinzo Abe, numa sessão na câmara baixa do parlamento. O chefe do Governo recordou que já no passado Pyongyang “ganhou tempo para desenvolver as suas capacidades nucleares e mísseis” durante períodos de negociações. Abe falava pela primeira vez desde a visita de uma delegação sul-coreana de alto nível à Coreia do Norte, que resultou no anúncio de uma cimeira inter-coreana em Pyongyang e com a abertura do regime de Kim Jong-un ao diálogo com os Estados Unidos. O primeiro-ministro japonês manifestou o cepticismo do seu Governo face às intenções de Pyongyang e sublinhou que, “para que os contactos com a Coreia do Norte tenham sentido, é preciso que mostrem passos concretos no sentido da desnuclearização”. O chefe de Governo anunciou que deverá receber na próxima semana em Tóquio o chefe dos serviços secretos sul-coreanos, Suh Hoon, que participou na delegação que visitou Pyongyang no início da semana e se reuniu com Kim Jong-un. O objetivo desse encontro é conversar sobre o que foi discutido em Pyongyang e o mesmo fará a comitiva sul-coreana numa visita hoje a Washington. Kim Jong-un transmitiu à delegação de Seul o seu desejo de negociar com os EUA a desnuclearização do regime, pedindo em troca que se garanta a sua sobrevivência, disseram os enviados, que explicaram haver uma “mensagem adicional” de Pyongyang para Washington que não pode ser divulgada publicamente. Embora tenha mostrado otimismo sobre a oferta de diálogo norte-coreana, Washington também deixou transparecer algum ceticismo.
Hoje Macau China / ÁsiaJaponês obtem custódia de 13 crianças nascidas de barrigas de aluguer [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] caso passou-se na Tailândia e é o mais recente capítulo de um escândalo conhecido como “a fábrica de bebés” e que trouxe à tona o lado obscuro do mercado de gestação contratada local em 2015. O tribunal de menores de Bangkok evocou a felicidade das 13 crianças nascidas de mães de aluguer para justificar a decisão de conceder a Mitsutoki Shigeta, um japonês abastado, todos os direitos parentais. “O pai biológico não tem antecedentes de má conduta”, pronunciou o tribunal. A sentença permitirá que Shigeta leve todas as crianças para o Japão. De resto, o japonês já organizou toda a logística necessária e contratou várias babystitters para cuidar da numerosa prole, segundo seus advogados. Muito discreto desde que o escândalo explodiu, Shigeta não foi à Tailândia para responder às perguntas dos investigadores. A respeito dos motivos que levaram seu cliente a querer uma descendência tão numerosa, o advogado se limitou a explicar que Shigeta queria ter uma família grande. “Ele nasceu numa família numerosa e quer que seus filhos cresçam juntos”, limitou-se a comentar. O caso foi revelado quando a polícia tailandesa comunicou que amostras de DNA vinculavam Shigeta a nove bebés encontrados numa casa em Bangkok, onde residiam com suas mães de aluguer. A imprensa começou a chamar da história de “a fábrica de bebés”. As mães abriram um processo contra o Estado para ter direito a seus filhos, que foram entregues aos serviços sociais. No Japão, o pai biológico começou uma batalha legal para conseguir a custódia de todos. As mães acabaram por assinar um acordo, por meio do qual abriram mão de seus direitos parentais, segundo o tribunal. Não foram reveladas informações sobre um possível pagamento de indemnização. Proibido aos estrangeiros O negócio da maternidade contratada cresceu nos últimos anos na Tailândia aproveitando um vazio jurídico. Porém, em resultado da polémica foi aprovada em 2015 uma lei que proíbe a prática a estrangeiros. Coincidindo com o caso de Shigeta, um casal de australianos revoltou a opinião pública ao abandonar o seu bebé com Síndrome de Down com a mãe de aluguer tailandesa. Desde então, o mercado para estrangeiros que procuram por barrigas de aluguer se deslocou para outros países do Sudeste Asiático. No Camboja, o mercado da maternidade contratada desenvolveu-se rapidamente depois da proibição na Tailândia. Os preços de uma gravidez desse tipo eram muito mais em conta, principalmente em relação aos Estados Unidos e, como não havia regulamentação, as clínicas também aceitavam casais homossexuais e solteiros. As autoridades cambojanas acabaram, no entanto, por proibir essa prática e, agora, o Laos afigura-se como o novo país da região onde esse tipo de mercado floresce.
Hoje Macau China / ÁsiaChina e Japão concordam em realizar cimeira Pequim-Tóquio-Seul o mais cedo possível [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China e o Japão concordaram em realizar o mais cedo possível uma nova ronda de reuniões de líderes da China, Japão e Coreia do Sul, e prometeram criar um ambiente adequado para a cimeira trilateral. O acordo foi atingido no domingo durante as conversações entre o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, e seu homólogo japonês, Taro Kono, que está em visita oficial a Pequim. “As relações de alto nível podem desempenhar um importante papel na melhoria das relações bilaterais”, segundo um comunicado de imprensa emitido depois das conversações. As duas partes também saúdaram a criação de um mecanismo de contactos aéreos e marítimos entre os dois países e comprometeram-se assinar um acordo o mais cedo possível. “A China e o Japão devem trabalhar em conjunto para tornar o Mar do Leste da China num mar de paz, cooperação e amizade”, segundo o documento. Este ano marca o 40º aniversário da assinatura do Tratado de Paz e Amizade China-Japão. Os dois países concordaram em aproveitar a oportunidade para fortalecer as suas relações em todos os níveis e em diversas áreas, como cultura, governos locais, meios de comunicação e juventude, bem como intensificar a cooperação de benefício mútuo. “Os laços bilaterais China-Japão experimentaram uma viragem extraordinária nos últimos 40 anos”, disse Wang, pedindo que as duas partes se “mantenham fiéis às suas aspirações originais, aprendam com as experiências e promovam o constante desenvolvimento das relações”. Os dois países devem construir uma confiança política mútua, assinalou Wang. O MNE também pediu à parte japonesa trate a China como um parceiro em vez de um rival, e trate o desenvolvimento da China como uma oportunidade em vez de uma ameaça. Além disso, Wang pediu ao Japão que cumpra os seus compromissos, trate o assunto de Taiwan com base no princípio de Uma Só China e respeite a soberania e os direitos de segurança da China relacionados com o Tibete e Xinjiang. Desde que se normalizaram os laços diplomáticos em 1972, a China e o Japão assinaram quatro importantes documentos políticos, além de um acordo de princípios de quatro pontos. “Os dois países devem sempre seguir esses documentos e garantir a base política das relações bilaterais”, manifestou Wang. Quanto ao assunto de Taiwan, o Japão respeitará os princípios estabelecidos no comunicado conjunto Japão-China 1972 que normalizou as relações bilaterais. O Japão também tratará de forma adequada os assuntos relacionados com o Tibete e Xinjiang, que são parte dos assuntos internos da China, de acordo com Kono. “A China e o Japão são a segunda e a terceira maiores economias do mundo, respectivamente. Por isso, desenvolver uma relação bilateral estável não apenas corresponde aos interesses dos dois países, mas também a toda a comunidade internacional”, assinalou Kono. O MNE japonês prometeu impulsionar as relações bilaterais com base no benefício mútuo e no consenso de “ser parceiros cooperativos um do outro, em vez de ameaça”. Kono mostrou a atitude positiva do Japão para a sua participação na iniciativa Uma Faixa, Uma Rota. Os dois ministros também trocaram pontos de vistas sobre questões regionais e internacionais, incluindo a situação da península da Coreia. Ambos se comprometeram em garantir conjuntamente o sistema de livre comércio, promover a integração económica regional e construir uma economia mundial aberta.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão planeia cooperar com iniciativa da China ‘Uma Faixa, Uma Rota’ [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Japão planeia aderir ao vasto projecto chinês ‘Uma Faixa, Uma Rota’, que ambiciona reavivar simbolicamente o corredor comercial que uniu o Oriente o Ocidente, revelaram fontes do Governo nipónico à agência Kyodo. “A nossa estratégia é alcançar a estabilidade e a prosperidade da sociedade internacional mediante a coordenação com os países dos oceanos Índico e Pacífico”, afirmou uma das fontes à agência de notícias japonesa. Os planos do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, de promover a cooperação no desenvolvimento do projecto de investimentos em infra-estruturas ‘Uma Faixa, Uma Rota’, configuram uma mudança na política diplomática que tem vindo a manter até agora. Tóquio expressou, em Maio, a sua intenção de ajudar outros países asiático a impulsionar o seu desenvolvimento, sem concretizar, porém, se seria no âmbito da iniciativa liderada pela China “Uma Faixa, Uma Rota”, versão simplificada de “Faixa Económica da Rota da Seda e da Rota Marítima da Seda para o Século XXI”. O Governo japonês planeia agora, através da actividade de empresas de ambos os países, apoiar o desenvolvimento de infra-estruturas e da actividade comercial na região, assinalaram as mesmas fontes governamentais à agência Kyodo. A iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’, que foi idealizada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, durante uma visita oficial à Ásia Central em 2013, ambiciona reavivar a antiga Rota da Seda, o corredor económico que uniu o Oriente o Ocidente, abrangendo mais de 60 países e regiões da Ásia, passando pela Europa Oriental e Médio Oriente até África. No início de novembro, Shinzo Abe tinha manifestado que “esperava uma boa cooperação com a China em relação à iniciativa da nova rota da seda, que seguia em paralelo com a sua estratégia de alcançar uma região do Indo-Pacífico livre e aberta”. O primeiro-ministro japonês considera imperativo melhorar a sua relação com a China face à crescente presença da segunda potência mundial na economia e segurança globais.
Hoje Macau China / ÁsiaMassacre de Nanjing : China pede laços mais profundos com Japão [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas assinalaram ontem em Nanjing, o 80.º aniversário do massacre perpetrado pelas tropas japonesas na cidade, com um pedido para aprofundar as relações com o Japão. O Presidente chinês, Xi Jinping, acompanhado por vários responsáveis governamentais, liderou a cerimónia, transmitida pela televisão estatal, e durante a qual foi observado um minuto de silêncio em toda a cidade, com a bandeira chinesa a meia haste. Ao contrário do que tem sido habitual, Xi não discursou e cedeu a palavra ao líder da conferência política consultiva da China, Yu Zhengsheng. “Só recordando a história podemos construir um futuro melhor”, disse Yu, garantindo que a China “contribuirá sempre para a paz e para manutenção da ordem mundial, e nunca fará passar outras nações pela dor que o povo chinês sofreu”. O responsável sublinhou que a China e o Japão partilham uma longa e rica história e devem promover a amizade para as gerações vindouras. Durante a cerimónia, seis representantes da cidade tocaram o sino da paz e libertaram dezenas de pombas, perante uma assistência silenciosa de milhares de pessoas, entre as quais se encontravam vítimas, sobreviventes e antigos soldados. Após um desfile militar, várias coroas de flores brancas, como as que traziam na lapela todos os presentes, vestidos de preto, foram depositadas em frente ao monumento de mármore, onde está inscrito 300.000, o número de vítimas do massacre, de acordo com as estimativas oficiais chinesas. Cerca de 300 mil pessoas foram assassinadas e dezenas de milhares de mulheres violadas pelo exército japonês durante as seis semanas a seguir à chegada das tropas nipónicas, em 13 de Dezembro de 1937, à cidade de Nanjing, que foi saqueada e destruída. O Governo Chinês e um tribunal internacional do pós-guerra de 1946 dizem que pelo menos 200.000 civis foram mortos pelas tropas japonesas que entraram na então capital chinesa em Dezembro de 1937, após confrontos violentos nas ruas de Xangai. Alguns políticos de direita japoneses têm minimizado o número de mortos ou negado o massacre e, em Janeiro, uma cadeia hoteleira japonesa gerou polémica ao distribuir um livro que questiona o uso de escravas sexuais pelo Japão e descreve o massacre de Nanjing como uma falsificação. Segundo a historiografia oficial chinesa, os soldados japoneses violaram entre 20.000 e 30.000 mulheres e crianças, em Nanjing, pelo que o episódio é também designado na China como “a violação de Nanjing”. Na cerimónia desta manhã foram ainda lembrados os 35 milhões de chineses mortos durante os 14 anos da invasão japonesa (1931-45).
Hoje Macau EventosFilme português “Farpões Baldios” vence prémio no Japão [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] filme “Farpões Baldios”, de Marta Mateus, que reflecte sobre ruralidade e trabalho, conquistou o Grande Prémio do Hiroshima International Film Festival, no Japão, anunciou ontem a Portugal Film – Agência Internacional de Cinema. Primeira obra de Marta Mateus, o filme estreou-se na Quinzaine des Réalisateurs, no Festival de Cannes, em Maio deste ano, e venceu em Julho o Grande Prémio do Curtas Vila do Conde – International Film Festival. De acordo com um comunicado da Portugal Film, o documentário foi distinguido no Japão por um júri composto pelos cineastas Rithy Pahn e Albert Serra, e por Kim Dong, presidente do Festival de Busan, na Coreia do Sul. Realizada este ano, a obra tem também argumento e montagem de Marta Mateus, som de Olivier Blanc e Hugo Leitão, e é uma produção da C.R.I.M. Filmes – Joana Ferreira e Isabel Machado, em co-produção da OPTEC (Sociedade Óptica Técnica) – Abel Ribeiro Chaves, com distribuição da Portugal Film. Na primeira pessoa Os protagonistas do filme, resistentes de uma velha luta por melhores condições de trabalho, contam a sua história pessoal às gerações de hoje, nas suas próprias palavras. Estreado em Portugal em Setembro, o filme “Farpões Baldios” também recebeu uma Menção Especial no Festival Cineuropa de Santiago de Compostela, em Espanha. Até ao final do ano, será ainda exibido no Festival de Mar del Plata e no Festival Caminhos do Cinema Português, em Coimbra. Em Julho, quando o filme venceu o Grande Prémio do 25.º Curtas Vila do Conde, no valor de 2.000 euros, o júri do festival sublinhou que o filme “revivifica uma linhagem de obras onde a infância desbloqueia os sofrimentos, os erros e a virtualidades do passado”. No filme participam Maria Clara Madeira, Gonçalo Prudêncio, Maria Catarina Sapata, José Codices, Francisco Barbeiro, Lúcia Canhoto, Mariana Nunes, Tatiana Prudêncio, João Neves, António Prudêncio, Rodrigo Rosas, Tobias Liliu, Joaquim Prudêncio, Augusto Frade, Paula Pelado, Maria Inácia Cunha e Tânia Ramos.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente participará do diálogo global de partidos políticos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente chinês Xi Jinping participará de um diálogo entre o Partido Comunista da China (PCC) e outros partidos políticos do mundo, anunciou na sexta-feira o organizador do evento. Xi, também secretário-geral do Comité Central do PCC, pronunciará um discurso na cerimónia de abertura do diálogo, segundo Guo Yezhou, subchefe do Departamento de Relações Internacionais do Comitê Central do PCC. Líderes de mais de 200 partidos e organizações políticas de mais de 120 países registaram-se para a reunião, programada para durar de 30 de Novembro até 3 de Dezembro. Durante o período, o PCC também realizará discussões de rotina com partidos políticos de África, Ásia Central e Estados Unidos. Ningbo : Dois mortos e 30 feridos em explosão fabril [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]elo menos duas pessoas morreram e 30 ficaram feridas ontem na sequência de uma forte explosão ocorrida numa fábrica na zona industrial da cidade de Ningbo, na província de Zhejiang, no leste da China, informaram os ‘media’. Diversas equipas de resgate e inúmeras ambulâncias foram destacadas para o local do acidente para prestar assistência às vítimas, havendo entre os cerca de 30 feridos pelo menos dois em estado grave, informou a cadeia de televisão chinesa CGTN.Segundo a agência de notícias Xinhua, a explosão, que ocorreu pelas 09:00, provocou o colapso de edifícios adjacentes à fábrica. Vários trabalhadores de limpeza encontravam-se no interior da unidade, localizada numa zona industrial, aquando da explosão, de acordo com testemunhas. As autoridades estão a investigar as causas do acidente. Empresa japonesa desculpa-se por proibir entrada de chineses em loja [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] fabricante de cosméticos japonês Pola desculpou-se por colocar um cartaz que proibia a entrada de cidadãos chineses num dos seus estabelecimentos no Japão, o que gerou fortes críticas nas redes sociais na China. A empresa publicou no seu portal um texto escrito em japonês e chinês no qual assegura que identificou essa loja e que retirou o cartaz com a mensagem a vermelho: “Não entrar gente da China”. “Pedimos desculpas sinceramente e rejeitamos o cartaz que ofendeu e incomodou muita gente”, diz o comunicado com data de 25 de Novembro. A companhia, que conta com 4.600 lojas no Japão, garantiu que considera a situação “muito grave”, punirá os responsáveis e suspenderá as operações desse estabelecimento, do qual não divulgou dados. Nos últimos anos aumentou no Japão o número de turistas chineses, que em 2016 chegou a quatro milhões, muitos dos quais viajam para o país vizinho para realizar compras de cosméticos e produtos tecnológicos. Agências multadas por vender viagens ao Vaticano [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]uas agências de turismo da China foram multadas por oferecerem passeios para o Vaticano, país com o qual os chineses romperam relações diplomáticas há mais de 60 anos. Por realizarem negócios com países que não estão na lista de destinos autorizados pelas autoridades chinesas, as empresas serão obrigadas a pagarem 300.000 iuanes. As sanções chamam a atenção pelo fato de a Itália, país cuja capital Roma divide limites territoriais com o Vaticano sem nenhuma imposição de controles fronteiriços, ser um destino autorizado por Pequim. Na prática, é virtualmente impossível controlar a entrada de turistas chineses hospedados em cidades italianas a atrações como a Praça e a Basílica de São Pedro, alguns dos principais marcos do país onde reside o Papa Francisco.
Hoje Macau China / ÁsiaVisita de Trump à Ásia foi “tremendo sucesso” [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, regressou ontem a Washington, depois de uma visita à Ásia que declarou ter sido um “tremendo sucesso” e serviu para alertar o mundo de que as “regras mudaram” no comércio. O líder norte-americano revelou que fará, esta semana, uma “declaração importante” sobre o comércio e o seu périplo pela Ásia, na Casa Branca, onde deverá promover o plano de reforma fiscal do Partido Republicano. Um avião Air Force One partiu ontem de Manila, onde Trump disse aos jornalistas que se deslocam com ele que “foram 12 dias fantásticos”. Sobre o comércio, o Presidente norte-americano afirmou que os parceiros comerciais dos EUA “vão passar a tratar [os EUA] de forma muito diferente”. O Presidente partiu de Washington, em 3 de Novembro, para um périplo de quase duas semanas que incluiu Japão, Coreia do Sul, China, Vietname e Filipinas. “Penso que os frutos do nosso trabalho vão ser incríveis, seja para a segurança das nossas nações, ou para a segurança do mundo, ou em questões comerciais”, afirmou. Trump, que durante a campanha eleitoral prometeu rasgar acordos comerciais multilaterais, que considera prejudicarem os Estados Unidos, insistiu durante a viagem que o défice comercial norte-americano, de centenas de milhares de milhões de dólares, será reduzido a zero. O líder norte-americano frisou que o comércio deve ser justo e mutuamente benéfico. “Os Estados Unidos devem ser tratados de forma justa e reciproca”, escreveu ontem Trump, na rede social Twitter. “Os défices comerciais gigantes devem reduzir-se rapidamente”, acrescentou. Trump afirmou que, durante a viagem, foram fechados negócios no valor conjunto de 300.000 milhões de dólares, uma soma que previu irá triplicar num curto período de tempo. “Explicámos que os EUA estão abertos ao comércio, mas que queremos comércio reciproco”, disse.
João Santos Filipe DesportoFutsal | Macau procura apuramento para a Campeonato AFC [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] selecção do território sentiu ontem muitas dificuldades diante do Japão, ao perder por 11-0, mas ainda está a disputar um lugar no play-off de acesso ao Campeonato da Confederação Asiática de Futebol, que se realiza no próximo ano, em Taiwan. A selecção de Macau está em Banguecoque a disputar o acesso ao Campeonato de Futsal da Confederação Asiática de Futebol (AFC) e recorre hoje à última esperança para se apurar para a competição. Depois de ter perdido com Taiwan, por 6-0, no sábado, e com o Japão, por 11-0, ontem, os locais têm pela frente a selecção da Mongólia. O vencedor deste encontro tem mais uma oportunidade para estar no próximo ano em Taiwan, ao segurar a vaga no play-off. No entanto, a tarefa de Macau está longe de ser fácil. Ontem, os comandados por Ku Chan Chong foram “esmagados” pelo Japão, por 11-0. Antes já tinha perdido por 6-0, estando numa sequência de dois jogos sem golos. Ontem, a selecção de Macau começou a sofrer logo de início e aos três minutos já perdia por 2-0. Até ao intervalo a selecção conseguiu limitar os danos e sofrer apenas mais um tento. Contudo a segunda parte foi desastrosa e a formação do território sofreu oito golos, sem conseguir marcar. No final, o encontro acabou com uma derrota pesada por 11-0. Por sua vez, a Mongólia, com que Macau vai disputar o acesso ao play-off, entrou a perder no apuramento por 5-1 frente, ao Japão, e diante de Taiwan foi goleada por 6-2. Sábado menos drástico No encontro de sábado, diante de Taiwan, Macau ainda aguentou 16 minutos, graças a um trabalho defensivo muito eficiente. Todavia, uma mão na área do local Leong Chong fez ruir a estratégia montada pelo seleccionador Ku Chan Chong. Na conversão do penálti decisivo, o taiwanês Chi Seng-fa não perdoou e fez o 1-0. Apesar do bom trabalho feito até então, os atletas de Macau desorientarem-se completamente com o golo sofrido e permitiram que nos quatro minutos seguintes o taiwanês Lin Ching-hung bisasse, aos 18 e 20 minutos. No segundo tempo, Macau continuou a ser incapaz de reagir ou mesmo ameaçar de forma significativa a baliza do adversário. Como consequência da incapacidade, acabou por sofrer mais três golos. Primeiro, Chan Tsz Yeung, ao 24, fez um auto golo. Depois foi novamente Li Chih-hung que apontou mais dois golos, aos 32 e 40, terminando o encontro com um póquer, ou seja quatro tentos. “Estivemos muito bem no nosso jogo defensivo durante os primeiros 15 minutos, mas depois do penálti os jogadores perderam a concertação. Acabámos por sofrer demasiados golos antes da segunda parte”, disse Ku Chan Chong, técnico de Macau, no final da partida. “Tínhamos a esperança de marcar alguns golos, mas no final o resultado não nos foi favorável”, acrescentou. Nesta altura, o grupo B de apuramento é liderado pelo Japão e Taiwan, com 6 pontos, Mongólia e Macau ocupam com os últimos lugares, com 0 pontos. No entanto, os mongóis têm vantagem em caso de empate, porque têm menos golos sofridos e mais marcados. Hoje, em caso de vitória, Macau apura-se para o play-off, visto que Taiwan organiza a competição e está automaticamente apurado. China e Coreia do Sul são os possíveis adversário do play-off, que se realiza na quarta-feira, também em Banguecoque.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas destacam 60 mil para cimeira da ASEAN [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]s autoridades das Filipinas destacaram ontem cerca de 60 mil polícias e soldados para coordenar a segurança da cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que vai decorrer entre os próximos dias 10 e 14. Além dos líderes dos dez países-membros da ASEAN, o encontro vai contar com a presença dos Presidentes dos Estados Unidos e da China, respectivamente, Donald Trump e Xi Jinping, bem como dirigentes da União Europeia, Rússia, Japão ou Austrália. A polícia filipina proibiu o porte de armas durante os dias do evento na capital, Manila, e noutras províncias adjacentes na zona central de Luzón, segundo o jornal The Manila Times. A crise da minoria muçulmana rohingya na Birmânia, as ambições nucleares da Coreia do Norte, o terrorismo e as disputas territoriais no Mar do Sul da China figuram entre os temas que devem ser abordados pelos chefes de Estado e de Governo reunidos nas Filipinas. A economia vai ser outro tema relevante nas reuniões da ASEAN, uma comunidade de 620 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto (PIB) combinado de 2,55 biliões de dólares (2,16 biliões de euros). Fundada em 1967, a ASEAN é composta pela Birmânia, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietname.
Hoje Macau China / ÁsiaCancelados passaportes de ex-primeira-ministra tailandesa [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Ministério dos Negócios Estrangeiros da Tailândia cancelou os passaportes da ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra que fugiu do país no mês passado para escapar à pena de prisão que disse ter motivações políticas. As embaixadas da Tailândia vão informar os governos estrangeiros que Yingluck Shinawatra já não é portadora de um passaporte tailandês, afirmou, na segunda-feira à noite, Busadee Santipitaks, porta-voz da diplomacia tailandesa. Yingluck Shinawatra tem quatro passaportes, incluindo dois diplomáticos. Yingluck Shinawatra, cujo governo foi deposto na sequência do golpe militar de 2014, foi condenada à revelia a cinco anos de prisão em Setembro por negligência num programa de subvenções que consistia na compra de arroz aos agricultores a preços acima dos praticados no mercado, que causou perdas milionárias durante o seu mandato (2011-2014). A antiga chefe de Governo fugiu do país antes de conhecer o veredicto. Dias depois da leitura da sentença, o primeiro-ministro da Tailândia, o general Prayut Chan-ocha, afirmou que tinha fugido para o Dubai e que um novo mandado de captura havia sido emitido. “Não sabemos onde ela se encontra. Algumas informações referem que está no Reino Unido”, afirmou à imprensa o ministro dos Negócios Estrangeiros, Don Pramudwinai. Teias da lei A diplomacia tailandesa afirmou não ser raro um tailandês que tem de viajar frequentemente ser portador de múltiplos passaportes porque os pedidos de visto pode demorar semanas. Yingluck venceu as eleições gerais de 2011, como líder de um dos partidos políticos fundados pelo irmão, Thaksin, tendo sido deposta poucos dias antes do golpe de Estado militar de Maio de 2014, na sequência de uma polémica decisão do Tribunal Constitucional. As plataformas políticas ligadas a Thaksin, deposto em 2006, tinham vencido todas as eleições desde 2001 graças ao apoio do eleitorado rural do nordeste, apesar da oposição ligadas aos sectores monárquicos e militares do país. Este mês foram convocadas eleições gerais para Novembro de 2018 com vista ao restabelecimento da democracia interrompida pelo golpe militar de 2014. Tóquio | Encontrados nove corpos desmembrados num apartamento [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] polícia japonesa encontrou nove corpos desmembrados e escondidos em congeladores num apartamento no sudoeste de Tóquio, num provável caso de assassínio em série que está a horrorizar o Japão. As autoridades policiais estão a trabalhar para identificar os cadáveres, depois de o homem que mora no apartamento, Takahiro Shiraishi, de 27 anos, ter confessado que cortou e escondeu os corpos nos congeladores, de acordo com as informações fornecidas por um porta-voz da polícia. Os corpos, em diferentes estágios de decomposição, foram encontrados na segunda-feira, no âmbito da investigação da polícia sobre o desaparecimento de uma mulher de 23 anos, referiu a mesma fonte. Uma caixa de ferramentas e uma serra encontradas no apartamento de Shiraishi podem ter sido usadas para desmembrar os corpos, declarou o porta-voz da polícia. Takahiro Shiraishi disse à polícia que desmembrou os corpos na sua casa de banho e, segundo a agência de notícias Kyodo, o homem deixou partes dos corpos em contentores do lixo. Relatos avançados pela imprensa dizem que a mulher de 23 anos entrou em contacto com Shiraishi através do Twitter, à procura de um parceiro para cometer suicídio, já que tinha medo de morrer sozinha. Os dois foram filmados por câmaras de segurança na estação de comboios próxima do apartamento do suspeito.
João Luz Ócios & NegóciosTokyo Horror Experience | Arlindo Neves, promotor [dropcap]B[/drocpap]em no espírito da época, o Tokyo Horror Experience transporta os visitantes para um dia numa casa assombrada. Uma experiência só para aqueles com estômago forte e que aguentem emoções extremas. Quem não criticou mil vezes a forma como os personagens dos filmes de terror andam às arrecuas, aumentando as possibilidades de tropeçar e ficar vulnerável ao ataque que vem do escuro? Ou a histeria que apaga qualquer rasto de racionalidade essencial à sobrevivência numa cenário aterrador? Até dia 12 de Novembro, no Galaxy Broadway (2/F), pode testar as formas de sobrevivência num contexto que só conhecemos, felizmente, da ficção. A possibilidade é proporcionada pela Tokyo Horror Experience, uma companhia de eventos que tem um largo conhecimento de mais de uma década no que toca a meter os cabelos de pé. No Japão o número de visitantes aproxima-se da barreira de um milhão de visitantes. A visita divide-se em duas partes, a “Japanese Ruin” e “Kominka”, que se estendem por uma área de cerca de um quilómetro quadrado. Arlindo Neves é um dos promotores do evento e faz parte de um grupo de jovens que comprou a licença à empresa japonesa para poder proporcionar às gentes de Macau momentos que ficam na memória. Isto apesar de já haver uma pequena casa dos horrores no Fishermans Wharf há alguns anos. “É a primeira vez que se traz uma casa de horrores desde género do estrangeiro para Macau, além disso existe uma falta experiências interactivas por cá”, conta. O promotor acrescenta ainda que o objectivo é “proporcionar aos visitantes momentos diferentes, num sítio interessante, para que possam desanuviar depois do trabalho ou no fim-de-semana”. Ai, que susto Quem embarcar nesta aventura terá um verdadeiro desafio para os sentidos num cenário escuro e assustador. O teste sensorial dá-se ao nível do olfacto, visão e tacto ao ponto de fazer os mais destemidos tremer da cabeça aos pés. A narrativa decorre num cenário que tem como pano de fundo as ruínas de um sanatório japonês que, sem surpresas, está assombrado. A ideia é escapar com vida e desvendar as pistas sempre sugestivas de forma a encontrar respostas para o bizarro caso de Sakura, uma menina desaparecida em circunstâncias misteriosas deixando para trás apenas um enorme mistério por deslindar. A resolução destes mistérios cabe, claro está, aos visitantes. Quanto às expectativas, Arlindo Neves conta que tem “como público alvo jovens adultos e adolescentes, estudantes do secundário e universitários”. O Tokyo Horror Experience espera atrair muitos turistas oriundos de Hong Kong e do Interior da China para bons momentos de terror. O promotor adiantou ainda que “o objectivo é trazer mais eventos internacionais para Macau, de forma a atrair visitantes de fora”. Não é a primeira vez que Arlindo Neves traz para a RAEM uma experiência deste género, ainda este ano promoveu o evento Rilakkuma, baseado num cartoon japonês, realizado no Fisherman’s Wharf durante o Verão. No futuro prepara-se para trazer uma exposição intitulada “Crayon Shin Chan”, igualmente originária do Japão. A segunda experiência, “Kominka” leva o visitante numa viagem no tempo regredindo um século até à Era Taisho, onde o visitante pode apreciar a arquitectura ancestral do Japão. Este tipo de acontecimentos requer uma preparação meticulosa não apenas ao nível dos cenários, mas também no que toca aos actores. Nesse sentido, a própria Tokyo Horror Experience empenha-se no recrutamento de pessoas para as experiências em Macau. Além disso, veio um maquilhador japonês emprestar o seu know-how à equipa. As visitas decorrem com grupos de quatro a seis pessoas que mergulham no ambiente escuro e repleto de mistérios por resolver. Uma experiência única e perfeita para celebrar o Halloween e para quem tiver estômago e nervos de aço.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Shinzo Abe promete medidas concretas para enfrentar Pyongyang [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, prometeu ontem medidas para contrariar as ameaças da Coreia do Norte sublinhando que tem o apoio dos japoneses na sequência da vitória dos conservadores nas eleições gerais. “Com o apoio popular que recebemos estamos em condições para activar contra-medidas efectivas para enfrentar a ameaça norte-coreana”, disse Shinzo Abe numa conferência de imprensa em Tóquio sobre o resultado das eleições legislativas no Japão. O líder dos conservadores japoneses adiantou que a questão da Coreia do Norte vai ser um dos assuntos principais em análise durante a visita que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai realizar ao Japão a partir do dia 5 de Novembro. “Falei hoje [ontem]com Trump e concordamos que durante a visita vamos dedicar ‘tempo significativo’ para analisarmos a forma de enfrentar este desafio”, disse o primeiro-ministro na mesma conferência de imprensa que se realizou na sede do Partido Liberal Democrata, na capital japonesa. Shinzo Abe disse também que vai partilhar com “outros líderes” a mesma preocupação para “incrementar a pressão sobre a Coreia do Norte” tendo-se referido particularmente à República Popular da China e à Rússia. “O meu objectivo é garantir que o povo japonês tenha segurança” disse recordando que as eleições tinham sido convocadas para garantir o apoio do “povo japonês” na adopção de medidas contra o regime de Pyongyang além da aplicação das reformas económicas. Larga maioria De acordo com os últimos dados noticiados pela NHK, o Partido Liberal Democrata conseguiu 284 deputados e o Komeito, aliado político, elegeu 29, conseguindo conjuntamente um número superior aos dois terços exigidos para a Câmara Baixa do Parlamento composta por 465 membros. A maioria abre caminho a Shinzo Abe para avançar com o processo de reforma da Constituição, sobretudo na área da Defesa. “Conseguimos uma forte maioria”, disse o primeiro-ministro frisando que “se trata da primeira vez em 50 anos que um partido recebeu um apoio tão ‘constante’ por parte do povo japonês”.
Hoje Macau China / ÁsiaEleições / Japão | Vitória provável de Shinzo Abe [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, deverá garantir um novo mandato à frente da terceira economia do mundo, nas legislativas antecipadas que o próprio desencadeou, e cujos resultados eram ainda desconhecidos no fecho desta edição. As últimas sondagens davam uma vitória folgada ao Partido Liberal Democrata (PLD) de Abe, no final de uma campanha dominada pelas questões económicas e pela ameaça da Coreia do Norte, que falou de afundar no oceano o arquipélago sobre o qual já fez sobrevoar mísseis. A vitória permitirá a Abe manter-se na chefia do Governo até 2021, se conquistar também a presidência do PLD no próximo Verão. O envolvimento em escândalos de favoritismo afectou a popularidade do primeiro-ministro japonês, que sofreu uma derrota histórica do partido nas eleições autárquicas em Tóquio, em Julho, perante a formação da carismática governadora Yuriko Koike da capital nipónica. Perante este cenário, Abe, de 63 anos, decidiu dissolver a Câmara dos Representantes (baixa) do parlamento mais de um ano antes da data prevista para o escrutínio. Projecto esvaziado Algumas horas antes do anúncio oficial das legislativas antecipadas, Koike anunciou que ia chefiar um novo movimento político, o Partido da Esperança. Esta mulher de direita, de 65 anos, antiga vedeta da televisão e antiga ministra de Abe, acordou no espaço de poucas semanas a cena política japonesa letárgica e obrigou a uma recomposição da paisagem política. O principal partido da oposição, o Partido Democrático, dissolveu-se e um grande número dos seus membros voltou-se para o Partido da Esperança, enquanto um dos principais líderes, Yukio Edano, defensor da ala esquerda, criou o Partido Democrático Constitucional do Japão. Algumas sondagens favoráveis depois, Koike parece ter perdido o vigor e os eleitores sentiram-se defraudados com a decisão de não se candidatar ao cargo de primeiro-ministro. A Constituição japonesa impõe que o chefe do Governo seja escolhido entre deputados ou senadores. “Qualquer partido, para ser credível, deve ter um candidato ao cargo de primeiro-ministro. Devia ter sido ela. Como recuou, temos um navio subitamente sem capitão”, comentou Michael Cucek, professor na Universidade Templo de Tóquio e politólogo japonês. Face ao envelhecimento da população, à deflação, que mina a economia há duas décadas, e ao crescimento lento, Abe apresenta a sua política económica feita de liberdade orçamental e de uma política monetária que consiste em alimentar o mercado com liquidez. Estas medidas pretendem contrariar a tendência do recuo dos preços que abranda a actividade das empresas e dos consumidores, tentados a adiar investimentos e despesas à espera de novas reduções de preços. O Japão conhece actualmente o maior período de crescimento consecutivo em dez anos. No entanto, a baixa taxa de desemprego mascara uma crescente precarização. Ao “abenomics” (a política económica de Abe), Koike contrapôs o que apelidou de “yurinomics”, numa crítica à concretização de reformas estruturais e com uma promessa de congelar um projecto de aumento de dois pontos percentuais do IVA, para 10%. A governadora de Tóquio distingue-se também pela vontade de pôr fim à aposta na energia nuclear, na sequência do acidente da central de Fukushima, em 2011. Tal como Abe, Koike é favorável à alteração da Constituição pacifista, ditada em 1947 pelos Estados Unidos depois da rendição do Japão no final da Segunda Guerra Mundial. O artigo nono da Constituição consagra a renúncia “para sempre” à guerra. De acordo com as últimas sondagens, o PLD vai conseguir sozinho menos de 300 lugares, mas a coligação com o aliado Komeito dará a Abe uma maioria de dois terços, necessária para convocar um referendo para alteração da Lei fundamental. Uma centena de milhões de eleitores são chamados a renovar os 465 lugares da assembleia (menos dez dos que na anterior eleição).
Hoje Macau SociedadeCasinos | Lawrence Ho aposta no Japão [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] magnata Lawrence Ho aposta no Japão para continuar a expansão internacional do império do jogo em casino, a partir de Macau. À frente da empresa Melco International, Lawrence Ho investiu nas Filipinas e na Rússia e quer agora atacar o Japão, onde os casinos foram legalizados em Dezembro de 2016, pelo parlamento. “Ali, nada me segurará”, afirmou o empresário de Hong Kong, numa entrevista à agência noticiosa France Presse (AFP), prometendo apresentar ofertas muito ambiciosas pelas licenças de jogo no Japão. Para Lawrence Ho, Macau deve continuar a ser a base do grupo, independentemente da sua expansão internacional. “Macau vai continuar a ser o melhor mercado do mundo para os complexos integrados de jogo por ser a porta de entrada na China”, garantiu. Confrontados com o abrandamento económico da China e a campanha anti-corrupção, lançada em 2014 pelo Presidente Xi Jinping, o continente, os casinos voltaram-se para o mercado de massas, abrindo gigantescos complexos que apresentam várias actividades, da gastronomia ao entretenimento, para compensar a perda dos grandes apostadores. Em Outubro de 2015, a Melco, cuja capitalização bolsista é de 4,36 mil milhões de dólares, inaugurou em Macau com grande pompa o Studio City, um hotel-casino que afirma ter a mais imponente roda gigante da Ásia e um simulador de voo inspirado em Batman. Actualmente com 95 anos, Stanley Ho construiu a sua fortuna ao conseguir o monopólio da exploração de casinos em Macau, de 1962 a 2002, data na qual o mercado foi aberto à concorrência. Só naquela altura os gigantes de Las Vegas entraram no jogo. “O meu pai teve a sorte de ter o monopólio durante 40 anos. Mas o governo de Macau decidiu abrir à concorrência. Foi uma boa decisão”, afirmou o empresário, cuja fortuna foi avaliada pela revista Forbes em 2,6 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaJaponeses mataram 177 baleias este Verão [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s japoneses mataram 177 baleias no Oceano Pacífico, ao largo da costa nordeste do arquipélago, durante uma missão de Verão “para fins científicos”, revelou ontem a Agência das Pescas. Os três navios especializados que partiram em Junho, como planeado, capturaram 43 baleias Minke e 134 baleias boreais, disse a mesma fonte. A agência defende que a caça à baleia é “necessária” para estimar o número de capturas potenciais a longo prazo e pretende “começar novamente a pesca comercial”, revelou à agência de notícias France-Presse Kohei Ito, um dos funcionários. O Japão assinou a moratória da Comissão Baleeira sobre a caça à baleia, mas afirma praticá-la para realizar pesquisas, não só perto das suas costas no Pacífico, mas também na Antártida. Esta posição é denunciada pelas organizações de defesa de cetáceos e por vários países, que consideram que Tóquio usa desonestamente uma exceção na moratória datada de 1986. Até 2014, o Tribunal Internacional de Justiça ordenou a Tóquio que parasse a caça nas águas antárticas, pois não atendia aos critérios científicos exigidos. O Japão cancelou a campanha de Inverno 2014-15 para retomar a caça à baleia no ano seguinte como parte de um programa modificado. Batalha perdida A Antártica foi o cenário de confrontos entre baleeiros japoneses e defensores de animais até que a organização ambiental Sea Shepherd anunciou no mês passado que estava a abandonar o assédio dos baleeiros japoneses no Grande Sul, reconhecendo as suas próprias limitações face ao poder marítimo japonês. A Noruega – que não se considera vinculada pela moratória internacional de 1986, a que se opôs – e a Islândia são os únicos países do mundo publicamente comprometidos com a caça comercial. O Japão, por sua vez, está a tentar provar que a população de baleias é grande o suficiente para sustentar a retomada da caça comercial. O consumo de baleias tem uma longa história no Japão, um país de pesca onde os cetáceos são caçados há séculos. A indústria baleeira cresceu após a Segunda Guerra Mundial, levando proteínas animais para a população deste país. No entanto, a procura dos consumidores japoneses pela carne de baleia diminuiu consideravelmente nos últimos anos, tornando duvidoso o sentido das missões baleeiras.
Isabel Castro China / Ásia MancheteAnálise | Relações sino-japonesas em mudança? Um passo tímido à frente, dois atrás. É assim que a China e o Japão lidam um com o outro há já várias décadas. Mas há observadores internacionais que olham para movimentos recentes com esperança de que o relacionamento melhore. Quem está mais perto não acredita numa súbita mudança. O passado continua por resolver e a sociedade civil não ajuda [dropcap style≠’circle’]H[/dropcap]uang Youliang tinha 90 anos e morreu no sábado passado. Levou com ela um pedaço amargo de história: aos 15 anos, foi violada por soldados japoneses. Viveu os dois anos seguintes num bordel, como escrava sexual da tropa nipónica. Muitos anos depois, processou o Governo de Tóquio pelo que lhe aconteceu. Histórias como a de Huang Youliang fazem parte de um passado conjunto entre a China e o Japão que continua demasiado presente: a invasão japonesa continua a marcar as relações entre os dois países, tanto na perspectiva oficial, como em termos sociais. A juntar a um azedo passado que teima em não ser ultrapassado, Pequim e Tóquio têm diferendos frequentes em relação à soberania de certas zonas marítimas, com as ilhas Diaoyu (ou Senkaku, dependendo da perspectiva) a serem motivo de acusações pouco simpáticas entre ambas as partes. No final da semana passada, o chefe da força aérea chinesa veio a público defender manobras levadas a cabo no Mar do Japão, alegando que as águas não pertencem a Tóquio, depois de um relatório da Defesa japonesa ter destacado o aumento da actividade militar da China naquela zona. O Governo de Shinzo Abe teme que a acção da força aérea dos vizinhos seja um esforço para aumentar a influência militar numa zona controlada por Tóquio, a sul de Taiwan. Não obstante a tensão que se sente sempre que as palavras China e Japão se escrevem na mesma frase, há quem note melhorias nas relações entre os números dois e três da economia mundial. Recentemente, a Foreign Affairs chamava a atenção para uma mudança no panorama do noroeste da Ásia, para constatar algumas alterações no modo como Pequim e Tóquio se têm estado a relacionar. A China tem estado a avançar, rapidamente, com a modernização do seu poderio militar e a ser cada vez mais assertiva nas reivindicações que faz acerca da soberania nos mares do Este e do Sul da China. A relação dos Estados Unidos com os aliados na região passou a ser uma incógnita, apesar das promessas de Donald Trump em relação à defesa das nações amigas num eventual ataque norte-coreano. E a Coreia do Norte torna-se, de semana para semana, uma ameaça cada vez mais real, com o regime a testar armamento que muitos acharam que só existia na imaginação de Kim Jong-un. Neste contexto, acredita a revista norte-americana, a China e o Japão terão de avaliar cautelosamente a relação que têm mantido. Não existe confiança entre os dois Estados – e é pouco provável que, nas próximas décadas, esta noção seja uma realidade –, mas nos últimos meses foram dados alguns passos para a estabilização de um diálogo que, grande parte das vezes, não existe. Os analistas da Foreign Affairs acreditam que Pequim e Tóquio chegaram à calculista conclusão de que o padrão de relacionamento que têm mantido nas últimas décadas lhes custa demasiado e acrescenta uma segurança desnecessária à região. Sem ilusões Martin Chung, académico que tem as relações sino-japonesas como uma das áreas de investigação, não se ilude com os recentes sinais que podem levar a uma aparente aproximação das duas potências asiáticas. “Existe a impressão de que há uma mudança, especialmente com o aperto de mãos entre Xi Jinping e Shinzo Abe, no G20, em Hamburgo”, nota, referindo-se à reunião do início do mês passado. “Parece que, para se preparar o caminho para um bom entendimento, é necessário demonstrar muito boas intenções”, ironiza. Quem lê as notícias e vê as fotografias poderá tentar encontrar sinais de alguma vontade de entendimento, apesar do ar pouco feliz de ambos os líderes. Mas a realidade é diferente, avisa o professor da Universidade Baptista de Hong Kong. “O Japão está a reforçar o seu arsenal de defesa”, exemplifica Chung. A região está cada vez mais dotada de poder militar. “Parece que é dado um passo em frente mas, no dia seguinte, há uma ou outra manobra que parece apontar para a degradação das relações.” O facto não é novo: “Temos visto isto há já alguns anos.” O pouco efusivo aperto de mão de Hamburgo não será o sinal mais forte de uma eventual aproximação. Tóquio está a tentar retomar os encontros de alto nível com Pequim. As reuniões entre os líderes dos dois países têm sido raras nos últimos anos devido à tal história por sarar e à competição geopolítica. Só em 2014 é que o primeiro-ministro japonês e o Presidente chinês tiveram um encontro oficial. Tinham ambos tomado posse há já dois anos. Em Maio último, à margem do Fórum “Uma Faixa, uma Rota” realizado em Pequim, um emissário de Shinzo Abe entregou uma carta em que foi demonstrado o interesse na realização de uma reunião bilateral, a acontecer ainda este ano. No mês seguinte, o primeiro-ministro japonês deu conta da intenção da realização de um encontro trilateral com a China e a Coreia do Sul. Finalmente, a 8 de Julho, Shinzo Abe e Xi Jinping estiveram a falar, à margem da cimeira do G20. A troca de ideias não resultou em nada que seja mensurável, mas tratou-se do primeiro encontro em quase um ano e poderá permitir que outras reuniões se realizem nos próximos tempos. Num nível mais baixo da hierarquia, foram retomadas em Junho as conversações sobre assuntos marítimos, depois de meio ano de suspensão. A China e o Japão concordaram em adoptar mecanismos de gestão de crises que permitam evitar que acidentes no mar se transformem em conflitos armados. Este entendimento tem importância sobretudo em relação às Diaoyu. “De um ponto de vista estratégico, ninguém quer começar um conflito”, afirma Martin Chung. “Estas reuniões são úteis porque permitem a afirmação da soberania, sem se chegar a um confronto militar real”, prossegue o analista, afastando, porém, “sinais de optimismo”. “Estes encontros servem apenas para que ambas as partes brinquem com o fogo de forma mais segura. Mas continuam a brincar com o fogo.” As disputas territoriais são “uma ameaça útil para os dois regimes” e, sublinha o investigador, “mais uma razão para a alteração da Constituição do Japão”. Os defensores da revisão do Artigo 9.o do diploma fundamental nipónico – que prevê a não intervenção do país em cenários de guerra – vão buscar às aspirações chinesas motivos adicionais de argumentação pela causa que abraçam. Da inevitabilidade Ao nível económico, o Japão depara-se com uma realidade pouco auspiciosa para os seus planos: a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, através da qual a China pretende ganhar ainda maior afirmação, numa estratégia que vai além dos puros negócios. Tóquio teve, em tempos, planos semelhantes, que pecaram pela timidez. Em Junho, Shinzo Abe deu uma cautelosa bênção ao projecto de Pequim, mas há preocupações que são difíceis de ultrapassar: as autoridades nipónicas estão apreensivas com o facto de não haver detalhes sobre o modo como a China pretende pôr em prática os investimentos e como serão estruturados os empréstimos chineses que financiarão muitas das infra-estruturas a construir no contexto desta política de expansão. As implicações geopolíticas de “Uma Faixa, Uma Rota” têm um efeito directo na importância regional do Japão, que foi perdendo predominância na última década, com antigos aliados a aproximarem-se de Pequim, em troca de ajuda financeira. Como contra factos, não há argumentos, o Governo de Shinzo Abe terá mais a ganhar com uma aproximação a Xi Jinping do que com uma política de distanciamento, acredita a Foreign Affairs. O Banco Asiático de Investimento em Infra-estruturas (AIIB, na sigla inglesa) terá funcionado como uma lição: quase todas as nações na região se juntaram ao projecto liderado pela China, assim como muitos dos países desenvolvidos. Recentemente, o Banco Asiático de Desenvolvimento, uma instituição dominada por Tóquio, começou a trabalhar em alguns projectos com o AIIB. Juntos na desgraça? Numa perspectiva económica, parece haver alguma vontade de uma aposta no pragmatismo por parte do Japão. Mas “esta nova Guerra Fria” que se vive entre a China e o Japão também tem vantagens para os decisores políticos, explica Martin Chung. “Os detentores do poder beneficiam desse antagonismo”, vinca o analista. Do lado nipónico, o facto de a relação ser tremida é favorável a uma eventual mudança da Constituição, uma das metas do primeiro-ministro Shinzo Abe. “Quanto maior for a percepção, junto da opinião pública japonesa, de que a ameaça chinesa é real, maiores são as possibilidades de alteração à Constituição”, diz. Também para o lado de Pequim este “antagonismo pode ser um trunfo”, acrescenta o investigador. “Depende da altura.” E vem aí, pelo Outono, um momento decisivo para a reafirmação da liderança de Xi Jinping, com um encontro do Partido Comunista Chinês muito importante para a definição do que vai ser o futuro político do país. O professor da Universidade Baptista de Hong Kong tem estudado o envolvimento da sociedade civil chinesa e japonesa no âmbito deste desentendimento de décadas. Martin Chung acredita que a chave para a resolução deste tipo de problemas está no modo como os cidadãos gerem as suas expectativas e anseios. “As iniciativas da sociedade civil japonesa demonstram uma grande vontade de proteger o Artigo 9.o da Constituição japonesa, mas há cidadãos preocupados com o poder crescente do Exército Popular de Libertação, e não se pode fechar os olhos a isso”, alerta. “Do lado da sociedade civil chinesa, não existe uma oposição à militarização crescente da região”, continua Martin Chung. “Os democratas de Hong Kong criticam o regime comunista por não haver avanços em termos de democracia, mas não estão contra o aumento do orçamento do exército ou a crescente militarização.” Em Macau, diz o académico natural do território, a questão passa igualmente ao lado da opinião pública. A grande preocupação regional do momento passou a ser, nos últimos tempos, a Coreia do Norte. À China não convém um quintal nuclear sem rédeas, como não agrada a ninguém na região – e no resto do planeta – um regime descontrolado e incontrolável. Mas Pequim e Tóquio têm modos muito diferentes de lidar com Pyongyang, como se tem visto nas últimas semanas. No entanto, “quanto maior é a ameaça da Coreia do Norte, maior é a oportunidade de os países envolvidos trabalharem juntos” e “a China tem estado a distanciar-se” de Pyongyang, comenta Martin Chung. “Poderá estar, de alguma forma, a preparar o caminho para uma aliança com os inimigos tradicionais”, admite o académico. Sempre com a distância regulamentar.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang diz que sanções da ONU “violam” a sua soberania [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte condenou ontem as recentes sanções impostas pela ONU, falando de uma violação à sua soberania, e declarou que não irá negociar os seus programas nuclear e balístico enquanto continuar sob a ameaça dos Estados Unidos. As sanções adoptadas, por unanimidade, pelo Conselho de Segurança da ONU, no passado sábado, constituem “uma violenta violação da nossa soberania”, declarou Pyongyang, através de um comunicado publicado pela agência noticiosa oficial KCNA. “Pyongyang não recuará um único passo no reforço do [seu] poderio nuclear”, refere o texto. A Coreia do Norte promete ainda represálias: “Cobraremos o preço devido aos Estados Unidos pelo seu hediondo crime contra a nossa nação e o nosso povo”. “Levaremos a cabo uma ação justa e decisiva tal como já advertimos”, refere o mesmo despacho, sem facultar mais detalhes. “Se os Estados Unidos acreditam que estão em segurança, porque há um oceano que nos separa, estão redondamente enganados”, afirmou Pyongyang, advertindo que os países que colaboraram com Washington apoiando a resolução também deverão prestar contas. Proposta pelos Estados Unidos, a resolução 2371 adoptada pelo Conselho de Segurança da ONU tem como objetivo interditar as exportações norte-coreanas para pressionar Pyongyang a negociar, após o lançamento de dois mísseis intercontinentais em Julho. Se for respeitada deverá privar a Coreia do Norte de receitas anuais na ordem dos mil milhões de dólares. Sudeste asiático | Pelo menos 56 mortos em inundações [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]elo menos 28 pessoas morreram na Tailândia, 26 no Vietname e duas no Laos, devido às inundações registadas nos três países, informaram ontem fontes oficiais. Equipas de socorro vietnamitas estão a tentar localizar 15 desaparecidos, tendo advertido as populações para o risco de deslizamento de terras no país, onde os prejuízos do desastre natural foram estimados pelas autoridades em 940 milhões de dong (35 milhões de euros). Na Tailândia, dez províncias continuam afectadas pela subida das águas ocorrida na sequência de um forte temporal que atingiu a zona durante o mês passado. As autoridades tailandesas disseram que 1,8 milhões de pessoas foram afectadas em 44 províncias, mas não facultaram estimativas dos prejuízos causados pelas inundações. No Laos, duas pessoas morreram no sábado, também devido à subida repentina dos rios, na sequência do forte temporal que se abateu sobre a região do norte do país no fim de semana. Tufão “Noru” | Oeste do Japão sob alerta [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] agência meteorológica do Japão activou ontem o alerta de fortes chuvas e eventuais inundações e deslizamentos de terras no oeste do arquipélago devido à passagem do tufão “Noru”, que deixou pelo menos dois mortos e 15 feridos. As autoridades recomendaram a retirada de 70 mil pessoas nas prefeituras de Kochi, Kagawa e Tokushima, situadas na ilha homónima de Tokushima (sudoeste), e advertiram mais de 200 mil para estarem preparadas para abandonar as suas casas a qualquer momento. Às 10:00 de ontem, o “Noru” encontrava-se a sul da ilha, onde provocou precipitações de 52 milímetros por hora na localidade de Higashi Kagawa e de 33 milímetros por hora em Mie, de acordo com a emissora pública NHK. O “Noru” transporta fortes ventos, com rajadas de até 162 quilómetros por hora, e precipitações que devem intensificar-se ainda mais nas próximas 24 horas. O tufão obrigou ao cancelamento de pelo menos 228 voos e cortes em algumas estradas da prefeitura de Kagawa.
Hoje Macau Internacional MancheteCoreia do Norte | Tensão entre Pequim e Washington. Japão e Estados Unidos reiteram aliança Pequim não gostou da twittada de Donald Trump e respondeu: não há que confundir assuntos quando se fala em controlar o regime de Kim Jong-un. Já Tóquio não quer perder a protecção norte-americana. Washington garante que a aliança está mais forte do que nunca [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China exortou ontem os Estados Unidos a separar a questão nuclear norte-coreana das discussões sobre o comércio entre os dois países, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter acusado Pequim de inacção face a Pyongyang. “Acreditamos que a questão nuclear da Coreia do Norte e o comércio entre China e Estados Unidos são dois assuntos separados, que pertencem a áreas completamente diferentes”, afirmou o vice-ministro chinês do Comércio Qian Keming, em conferência de imprensa. Estas questões “não estão a ser abordadas juntas”, disse. Qian Keming considerou ainda que as “relações comerciais entre China e Estados Unidos são, no geral, mutuamente benéficas” para os dois países, e que os “Estados Unidos beneficiam muito do comércio bilateral e cooperação no âmbito do investimento”. O responsável chinês reagia assim ao comentário feito por Trump, através da rede social Twitter, no sábado passado. O líder norte-americano sugeriu uma retaliação contra Pequim, acusando os líderes chineses de fazerem muito pouco para enfrentar a Coreia do Norte, depois de Pyongyang ter voltado a testar um míssil balístico intercontinental. “Estou muito decepcionado com a China. Os nossos antigos líderes, ingénuos, permitiram-lhes ganhar centenas de milhares de milhões de dólares por ano em comércio e, no entanto, não fazem nada por nós em relação à Coreia do Norte”, escreveu na rede social Twitter. “Não permitiremos que isto continue. A China poderia facilmente resolver este problema!”, acrescentou Trump. Um problema de muitos Sobretudo desde que Donald Trump tomou posse, Washington tem vindo a pedir a Pequim para que controle as aspirações bélicas do seu vizinho, mas o Governo Central, que já suspendeu as importações de carvão norte-coreano, afirma que a solução passa por dialogar. A China é o principal aliado do regime de Kim Jong-un, mas condenou o novo teste conduzido pelo país, apelando a que respeite as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, e pediu a “todas as partes” para que exerçam moderação. O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, afirmou também que a Rússia e a China são “os principais facilitadores económicos do programa de desenvolvimento de armas nucleares e mísseis balísticos da Coreia do Norte”, e têm uma “responsabilidade única e especial pelo crescimento da ameaça à estabilidade regional e global”. Já depois da acusação deixada por Trump, a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Nikki Haley, defendeu que a China “sabe que deve actuar” na procura de uma solução para a crise com a Coreia do Norte, um “problema” que “não é apenas norte-americano”. “Já chega de falar sobre a Coreia do Norte. A China sabe que deve actuar. O Japão e a Coreia do Sul devem aumentar a pressão. Não é apenas um problema norte-americano. Exigirá uma solução internacional”, considerou a diplomata, uma posição manifestada na sua conta no Twitter. Num comunicado divulgado pouco depois, Haley insistiu que a China “deve decidir se finalmente quer dar este passo vital”, porque “o tempo de falar acabou”. “O perigo que o regime norte-coreano representa para a paz internacional é claro para todos agora”, sustentou. Haley informou também que os Estados Unidos não pretendem convocar uma sessão de emergência do Conselho de Segurança da ONU, como tem acontecido nas Nações Unidas após os mais recentes testes com armas de Pyongyang. O Conselho de Segurança é composto pelos Estados Unidos, China, França, Rússia e Reino Unido. Inúteis sanções “Não faz sentido realizar uma sessão de emergência se não houver nenhuma consequência”, considerou Nikki Haley, comentando que a Coreia do Norte “já está sujeita a inúmeras resoluções do Conselho de Segurança, que viola com impunidade, e que não são respeitadas por todos os Estados-membros da ONU”. Assim, uma resolução “adicional” que não incremente “significativamente” a pressão internacional sobre Pyongyang “não tem qualquer valor”. “De facto, é pior que nada, porque envia uma mensagem ao ditador norte-coreano de que a comunidade internacional não quer desafiá-lo seriamente”, adiantou. Na quinta-feira passada, o Congresso dos Estados Unidos deu luz verde a um conjunto de sanções contra a Coreia do Norte, Irão e Rússia, que estão a aguardar a assinatura de Trump. Dois dias antes, Haley tinha assinalado que se estavam a fazer progressos nas negociações entre Estados Unidos e a China para endurecer as sanções da ONU contra a Coreia do Norte, apesar de não ter concretizado quais eram esses avanços. Em resposta aos mais recente teste levado a cabo por Pyongyang, os Estados Unidos e a Coreia do Sul realizaram um exercício militar conjunto. Seul anunciou que vai acelerar a implementação no seu território do sistema antimísseis norte-americano THAAD. Pequim reagiu de imediato à posição de Seul, afirmando que o THAAD “só vai complicar a situação”. Washington acusa frequentemente Pequim de proteccionismo. Em 2016, o comércio bilateral registou um défice de 310 mil milhões de dólares para a Administração norte-americana. Japão e Estados Unidos reforçam cooperação [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro japonês anunciou ontem que Tóquio e Washington concordaram em reforçar as acções contra a Coreia do Norte, na sequência do lançamento, pelo regime de Kim Jong-un, do mais recente míssil balístico intercontinental. A ideia foi deixada depois de Shinzo Abe e Donald Trump terem conversado ao telefone, ontem de manhã. O líder do Governo nipónico referiu que Trump está disposto a “tomar todas as medidas necessárias para proteger” o Japão que, por seu turno, vai dar todos os passos necessários para reforçar o seu sistema de defesa. Os especialistas que estiveram a analisar o lançamento do míssil balístico intercontinental chegaram à conclusão de que o armamento norte-coreano tem agora capacidade para chegar à quase totalidade do território norte-americano. Shinzo Abe fez ainda referência ao fracasso dos esforços diplomáticos, a via que tem sido defendida por Pequim. “A sociedade internacional, incluindo a Rússia e a China, precisam de olhar para isto com seriedade e aumentar a pressão”, declarou. Apesar de frisar que o Japão e os Estados Unidos vão dar passos concretos neste sentido, não divulgou qualquer detalhe sobre o que pretendem fazer. Já o porta-voz do Executivo japonês, Koichi Hagiuda, garantiu que Abe e Trump não estiveram a discutir qualquer acção militar contra a Coreia do Norte, nem tampouco que atitudes por parte de Pyongyang serão consideradas como “pisar o risco vermelho”. Os protectores Em comunicado acerca do telefonema de ontem de manhã, a Casa Branca disse que os dois líderes estão de acordo em relação “à grave e crescente ameaça que a Coreia do Norte representa directamente para os Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e outros países, perto e longe”. Acrescenta-se na nota que Donald Trump reafirmou “o inabalável compromisso” de defesa do Japão e da Coreia do Norte de qualquer ataque, “usando todas as capacidades dos Estados Unidos”. A conversa ao telefone durou cerca de 50 minutos. O papel que a China deverá desempenhar, “extremamente importante”, foi destacado em conferência de imprensa em Tóquio, com o Governo de Shinzo Abe a anunciar que pretende contactar todos os países envolvidos – a Coreia do Sul, mas também a China e a Rússia –, bem como as Nações Unidas, para que haja uma pressão adicional ao regime de Kim Jong-un. Não foram relevadas informações sobre as acções que se vão pedir ao grupo de nações em causa.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul propõe diálogo a Pyongyang, Japão constrói abrigos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Sul propôs iniciar conversações com a Coreia do Norte com o objetivo de diminuir as tensões na península depois do ensaio de um míssil intercontinental por Pyongyang. “Propomos a realização de uma reunião que vise pôr termo às atividades hostis que fazem subir as tensões ao longo da fronteira terrestre”, declarou o Ministério sul-coreano da Defesa através de um comunicado, citado ontem pela agência France Press. Esta oferta de diálogo é a primeira desde a chegada ao poder em maio do Presidente sul coreano, Moon Jae-In, visto como mais aberto às negociações do que o seu antecessor. A Cruz Vermelha propôs, pelo seu lado, um encontro entre as famílias coreanas separadas desde a guerra de 1950-1953. O Ministério sul-coreano da Defesa propôs que o encontro se realizasse esta sexta-feira em Panmunjom, a “cidade das tréguas”, na fronteira entre as duas Coreias. A Cruz Vermelha sugeriu que o encontro entre as famílias se realizasse no mesmo local no próximo dia 1 de Agosto. O encontro proposto pelo ministério seria a primeira reunião oficial das duas Coreias desde Dezembro de 2015. A presidente anterior, Park Geun- Hye, recusou novas conversações até que Pyongyang desse mostras concretas de iniciar um processo de desnuclearização. Já a Cruz Vermelha fez saber que espera uma “resposta positiva” da Coreia do Norte, que lhe permita organizar em outubro uma série de reuniões de famílias, e que, a acontecerem, seriam as primeiras em dois anos. Milhões de pessoas foram separadas durante a Guerra da Coreia, que levou à divisão da península. A maior parte dos membros das famílias divididas morreram entretanto, sem que tivessem podido voltar a ver-se. O conflito terminou com um armistício, em vez de um tratado de paz, e as duas Coreias continuam tecnicamente em guerra, mantendo-se a interdição das comunicações transfronteiriças, cartas ou mesmo telefonemas entre os dois lados. Japoneses constroem abrigos nucleares Entretanto, os cada vez mais frequentes lançamentos de mísseis norte-coreanos estão a colocar o Japão sob alerta, obrigando o país a reavivar as medidas de segurança tomadas durante a Segunda Guerra Mundial, com os ataques nucleares de Hiroshima e Nagasaki. Em todo o país, estão a ser construídos abrigos comuns para proteger os japoneses de possíveis ataques do regime de Pyongyang e as vendas de máscaras de gás dispararam nos últimos meses. É a preparação para o pior. Nas televisões, um anúncio de 30 segundos dá uma série de advertências do Governo à população, implorando-lhes que, em caso de um ataque, procurem abrigo em edifícios resistentes ou em caves subterrâneas, que estão a ser construídas em todo o Japão. Aos civis é recomendado que se afastem das janelas e se escondam debaixo de objetos fortes e sólidos, como mesas ou bancadas de cozinhas, para evitar maiores danos. Seiichiro Nishimoto, que nos últimos dois meses construiu mais de uma dúzia de abrigos em várias províncias japonesas, conta ao jornal britânico ‘The Guardian’ que a sua empresa, sediada em Osaka, viu o seu negócio aumentar exponencialmente nos últimos anos graças aos receios de uma nova investida norte-coreana. “A maioria dos nossos clientes estão preocupados com a possibilidade de vir a acontecer um novo ataque norte-coreano”, afirma Seiichiro Nishimoto. “Eu acho que deveríamos ter abrigos em todo o Japão. As pessoas reclamam do custo, mas os mais pequenos não são tão caras como um carro familiar”. Nove cidades do país já realizaram exercícios de evacuação em escolas, prédios e empresas para preparar a população para os procedimentos a adotar em caso de um eventual ataque. As autoridades japonesas acreditam que um míssil norte-coreano demoraria cerca de 10 minutos a atravessar o mar do Japão e aterrar no país. Yoshihiko Kurotori, que preparou um abrigo em casa para prevenir as consequências devastadoras dos tsunamis, que são um fenómeno com elevado risco de ocorrência na zona, conta que os 1,8 milhões de ienes (cerca de 1,3 milhão de patacas) que investiu no abrigo subterrâneo para prevenir os desastres causados por uma calamidade natural, vai ser agora de extremo benefício para prevenir uma catástrofe com mão humana. Por outro lado, alguns críticos acusaram o primeiro-ministro conservador do Japão, Shinzo Abe, de explorar os medos da população face aos avanços nucleares da Coreia do Norte para justificar os gastos recorde com a defesa e os polémicos planos para rever a constituição “pacifista” do Japão.
Sofia Margarida Mota EventosKodo | Conceito japonês inspira Fortes Pakeong Sequeira É uma exposição relâmpago. Acontece num stand de automóveis e apresenta sete trabalhos de Fortes Pakeong Sequeira. A ideia é mostrar o que a pintura pode fazer tendo por base o conceito japonês de Kodo, o novo modelo da marca, mas também o ponto de partida para a exploração plástica [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] artista multifacetado local Fortes Pakeong Sequeira alinhou agora num projecto diferente. O convite para a produção de uma exposição individual que tivesse como mote um modelo de carro veio da Mazda. Pakeong não hesitou. Kodo, mais do que uma palavra ou modelo de carro, é um conceito. “A palavra é japonesa e transmite uma ideia para apresentar um carro, mas refere-se sobretudo à ideia de movimento, de andamento fluido”, diz o artista ao HM. Foi esta analogia que deu a Fortes Pakeong Sequeira o mote para começar a produzir os trabalhos que integram a exposição em formato pop up, com data marcada para o próximo sábado. A mostra do artista local reúne sete trabalhos, entre acrílico e marcador sobre tela, sendo que “uns são grandes e outros mais pequenos”, dependendo como sentia o trabalho que ia fazendo. Quando teve conhecimento do convite para a produção da exposição, começou a investigar o conceito que lhe foi dado. “Acabei por perceber que para mim era uma área divertida e que Kodo tinha muito por onde pegar”, conta o artista. Simultaneamente, Fortes Pakeong Sequeira, foi notando que o que teria de tratar seria algo que não se pode tocar, mas que se sente. “É relativo a um objecto irreal, é mais como um sentimento que tem que ver com movimento e mesmo com velocidade”, diz. Para o artista é uma espécie de linha invisível, que anda, e é esta a ideia que pretende transmitir principalmente com as peças que utilizam o desenho a marcador. Em grande formato Por outro lado, não deixa de fazer referência a uma tela de grande dimensão que estará no stand da Mazda de Macau. “Um dos trabalhos novos que fiz é uma peça em grande escala. O nome é apenas Kodo.” É também este o trabalho que materializa a ideia original, feito em apenas uma semana. “Quando comecei esta obra de maior dimensão – três metros por quase dois – era para ser uma peça feita apenas com o recurso a marcador sobre tela.” O objectivo, sublinha, era mostrar com a técnica uma abordagem ao mais básico que o conceito poderia ter. Com o andar da produção, as ideias foram crescendo e Fortes quis transmitir mais. “Depois de dois dias de trabalho senti que não era suficiente. Percebi que havia muito mais coisas que queria dizer e transmitir às pessoas, foi quando comecei a usar acrílico e a cor.” Para o artista, apesar de o trabalho estar associado a uma campanha de publicidade, não deixa de ser interessante. “O conceito da própria marca é muito bom, e capaz de ser passado para a pintura, por exemplo, até porque se trata de uma ideia que vai além do carro, da máquina em si, e pode ser explorado de várias formas.”
David Chan Macau Visto de Hong Kong VozesReforma Imperial [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] notícia da abdicação do Imperador japonês Akihito fez sensação esta semana. A 19 de Maio o Governo preparou um decreto lei excepcional, aprovado pelo congresso no dia 8 deste mês, que permite que o Imperador Akihito abdique. O Governo tem agora em mãos os preparativos para a sucessão do Príncipe Naruhito. A resignação do Imperador ocorrerá oficialmente entre 31 de Dezembro de 2018 e 1 de Janeiro de 2019. Actualmente, a monarquia japonesa é a única a deter o título Imperial. A Casa Imperial do Japão é a mais longa monarquia em funções no mundo. No Japão, o nome de baptismo do Imperador nunca pode ser mencionado, podendo apenas ser representado como “Sua Majestade o Imperador”, ou apenas por “Sua Majestade”. Nos textos escritos o Imperador é por vezes designado por “Imperador Reinante”. O reinado de Akihito foi apelidado de “Heisei” e, em conformidade com a tradição, depois da sua morte receberá o nome de “Imperador Heisei”. Nessa altura será decidido o nome do próximo reinado. O Imperador Akihito nasceu a 23 de Dezembro de 1933 e foi o 125º Imperador da sua Dinastia. Akihito sucedeu ao seu pai, o Imperador Hirohito, e ascendeu ao Trono do Crisântemo a 7 de Janeiro de 1989. Depois de resignar, Akihito receberá o título de Imperador Retirado. O Imperador Akihito abdicou por razões de saúde. O monarca já foi submetido a uma cirurgia ao coração e, em 2003, recebeu tratamento a um cancro na próstata. O anúncio da intenção de resignar e de entregar o trono ao filho, o Príncipe Naruhito, foi feito a 13 de Julho do ano passado, pelo canal de televisão nacional NHK. O último monarca japonês a abdicar tinha sido o Imperador Kōkaku, em 1817. Os porta-vozes da Casa Imperial negaram que tenha havido qualquer plano que levasse a esta decisão do Imperador. A abdicação do Imperador não está prevista no corpo legislativo que regula a Casa Imperial e, como tal, requer a criação especial uma emenda à lei. A 8 de Agosto de 2016 o Imperador fez uma das suas raras aparições na televisão, para comunicar a debilidade do seu estado de saúde; este comunicado foi interpretado como uma forma de dar a entender a sua intenção de vir a abdicar em breve. Segundo fontes governamentais, para evitar modificar a lei que regula a Casa Imperial, foi criada uma lei de excepção para permitir a resignação. O Imperador do Japão não é responsável pela governação do país. O artigo 65 da Constituição atribui explicitamente o poder ao Executivo governamental, liderado pelo primeiro-ministro. O Imperador também não é o Comandante Supremo das Forças Armadas, esse papel está atribuído ao primeiro-ministro, através do Acto 1954. Os poderes imperiais são limitados pela Constituição japonesa. O artigo 4 estipula que o Imperador só desempenhará funções dentro do quadro da Constituição e que não terá poderes de governação. No entanto, o artigo 3 prevê que as decisões do Governo terão de ser aprovadas pelo Imperador. Os outros deveres do Imperador estão descritos no artigo 7 da Constituição. Mediante conselho e aprovação do Governo, o Imperador desempenhará funções de Estado a bem do povo, particularmente no que respeita a, promulgações, emendas à Constituição, leis, decisões do Governo e Tratados. É possivelmente por causa dos poderes de promulgar leis e emendas à lei, que teve de ser criada uma regulamentação excepcional para sancionar a abdicação. É sabido que no passado o Imperador detinha um enorme poder. A palavra do Imperador ditava a lei. Não se admitia qualquer tipo de contestação. Tinha o poder de declarar guerra sempre que quisesse. Com o avançar dos tempos estas prerrogativas foram sendo alteradas e hoje em dia o Imperador desfruta de funções e de poderes muito mais limitados. O Imperador abdicou legalmente por via da lei excepcional. Podemos considerar fenomenal o momento em que as acções de um Imperador necessitam da caução da lei. Os princípios do Estado de Direito são, não só, aplicados ao cidadão comum, mas também ao Imperador. A lei é aplicada a todos sem excepção. A lei dá-nos as balizas dos nossos comportamentos. Se o Imperador é o primeiro a obedecer à lei, não existem motivos para que o cidadão comum não lhe siga o exemplo. Daqui decorre que todos passam a respeitar a lei. Quando este caso se verifica, o Estado de Direito está definitivamente implantado. Os privilégios perante a lei deixam de existir. O Direito aplica-se a todos por igual. Professor Associado do IPM Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau
Hoje Macau China / ÁsiaJapão aprova lei que abre caminho à abdicação do imperador [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Parlamento japonês aprovou sexta-feira a proposta de lei que permite ao imperador Akihito ceder o trono ao filho mais velho, abrindo caminho para a primeira abdicação no Japão em mais de 200 anos. Tal sucede dez meses depois de Akihito, de 83 anos, ter manifestado o seu desejo de abdicar, devido à idade avançada e a um estado de saúde enfraquecido, numa mensagem ao país transmitida pela televisão. Este diploma aplica-se exclusivamente ao actual imperador que deve ceder o trono ao filho mais velho, o príncipe Naruhito, dentro de três anos após a sua entrada em vigor, em data a fixar por decreto. Se tudo correr como previsto, Akihito poderá renunciar às funções até ao final do próximo ano, deixando o príncipe herdeiro aceder ao trono no início de 2019, segundo a imprensa nipónica. Akihito chegou ao trono aos 55 anos, a 7 de Janeiro de 1989, após a morte do pai, o imperador Hirohito, tendo sido o primeiro imperador desde a entrada em vigor da nova Constituição japonesa, aprovada em 1947, após o fim da ocupação norte-americana na sequência do final da II Guerra Mundial. A abdicação de Akihito será a primeira a ter lugar na linha de sucessão imperial nipónica desde a renúncia do imperador Kokaku, em 1817, ou seja em mais de 200 anos. De acordo com a Constituição pacifista japonesa, o imperador desempenha “funções de representação do Estado” e é “o símbolo da nação e da unidade do povo”. A lei que rege a Casa Imperial japonesa desde 1947 não contempla a sucessão em vida, contudo, na história imperial japonesa chegou a ser um fenómeno relativamente comum, dado que cerca de metade dos 125 imperadores que ocuparam o Trono do Crisântemo abandonaram-no antes da sua morte. Poucas opções Além de não permitir a abdicação, esta lei de 1947 eliminou as chamadas ramificações colaterais, pelo que todas as mulheres que nascem no seio da família imperial perdem o estatuto de realeza ao contrair matrimónio com um plebeu, algo que desde então tem vindo a reduzir substancialmente o número de membros do Trono do Crisântemo que, no passado, também chegou a ser ocupado por mulheres (a última no século XVIII). Neste sentido, o parlamento japonês também aprovou sexta-feira uma resolução não vinculativa que insta o Governo a abrir o debate sobre este assunto que se reveste de particular importância atendendo aos problemas com que a família imperial se tem vindo a deparar no plano das sucessões. Estes problemas voltaram a ser colocados em relevo recentemente depois de, em Maio, a princesa Mako, de 25 anos e neta de Akihito, ter anunciado que pretende casar-se com um colega de universidade, o que vai fazer então com que perca a sua condição de membro da realeza. O casamento de Mako irá deixar em 18 o número de membros da dinastia hereditária reinante mais antiga do mundo. Dos 18, apenas três, excluindo Akihito, são homens com acesso ao trono: o príncipe herdeiro Naruhito (57 anos), o seu irmão Akishino (51 anos) e o filho deste, Hisahito, de 10 anos e irmão mais novo da princesa Mako.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão diz que novo ensaio de mísseis de Pyongyang não ameaçou a sua segurança [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo japonês considera que o ensaio de mísseis realizado ontem pela Coreia do Norte não representou uma ameaça à sua segurança, ao contrário de outras vezes, em que projécteis caíram em águas da sua Zona Económica Exclusiva. “Estamos a tomar as medidas adequadas a par com a comunidade internacional”, afirmou o ministro porta-voz do Executivo japonês, Yoshihide Suga, indicando que estão a analisar informação sobre o lançamento com os Estados Unidos e a Coreia do Sul, ainda que este não tenha representado uma “ameaça à segurança” do país. A Coreia do Norte lançou ontem múltiplos mísseis a partir das imediações da cidade costeira de Wonsan, no sudeste, que percorreram 200 quilómetros antes de cair em águas do mar do Japão, segundo confirmaram os governos de Seul e Tóquio. Ambos os países colaboram com os Estados Unidos no sentido de identificar os projécteis utilizados no lançamento que acreditam ser mísseis de cruzeiro e não balísticos. A confirmar-se a suspeita, o ensaio não violaria as resoluções do Conselho de Segurança da ONU que pesam sobre a Coreia do Norte, as quais proíbem os lançamentos que usam tecnologia de mísseis balísticos. Apesar de considerar que o mais recente lançamento de Pyongyang não representou uma ameaça para o Japão, por não ter caído em águas da sua Zona Económica Exclusiva – a última vez que tal sucedeu foi em 29 Maio –, Tóquio destacou a insistência por parte do país vizinho na realização deste tipo de testes. Desde o início do ano, a Coreia do Norte levou a cabo dez lançamentos de mísseis balísticos, actos “que não se podem permitir”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Fumio Kishida, em declarações reproduzidas pela emissora pública NHK. Na sequência do ensaio norte-coreano de ontem, o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, convocou, por seu turno, uma reunião do Conselho de Segurança Nacional para debater medidas contra este tipo de testes por parte do país vizinho.