Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeIFT | Primeira presidente felicita passagem a universidade Virgínia Trigo, primeira presidente do Instituto de Formação Turística, diz que a passagem da instituição a universidade é “uma decisão esperada e que se justifica”, potenciando “o reconhecimento que tem dentro e fora de Macau” “Uma decisão esperada e que se justifica”. É desta forma que Virgínia Trigo, primeira presidente do Instituto de Formação Turística (IFT) entre 1995 e 2001, classifica a passagem da instituição de ensino superior a universidade, medida consagrada esta segunda-feira com a entrada em vigor do Regime Jurídico da Universidade de Turismo de Macau (UTM). “O IFT é uma instituição importante no ambiente do ensino superior em Macau. Possui uma cultura organizacional muito forte centrada no valor da qualidade, de que nunca abdicou, e sempre construiu a sua identidade em torno do ensino da hospitalidade e turismo, que são as principais indústrias de Macau. É por isso uma instituição que está especialmente ao serviço do território desenvolvendo conhecimento, preparando alunos para carreiras profissionais e para a aprendizagem ao longo da vida”, afirmou ao HM. Na visão da académica, actualmente ligada ao Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), o IFT “tem grande reconhecimento dentro e fora de Macau e o estatuto de universidade vai contribuir para potenciar ainda mais esse reconhecimento”. Esta segunda-feira, e segundo um comunicado de imprensa emitido pela instituição, a UTM anunciou a criação de novos cursos a pensar na nova fase: uma licenciatura em Ciências de Negócios Internacionais e Comunicação, bem como um curso revisto de Licenciatura em Marketing e Gestão de Marca. Estão ainda planeados dois programas de mestrado em Ciências de Gestão de Convenções, Exposições e Eventos Internacionais, bem como um programa de doutoramento em Gestão de Empresas. Relativamente às instalações, a UTM prevê terminar as obras de construção do edifício Jubileu de Prata e o novo Edifício Residencial no Campus da Taipa. Esses projectos “visam criar um novo edifício académico e um local para formação prática em hotelaria”. Presente e futuro Ao longo da sua história, o IFT tem apostado na cooperação com instituições de ensino de outros países, nomeadamente Portugal. Exemplo disso foi a parceria, assinada em Julho de 2019, com a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, para a criação da Academia Internacional de Turismo no Estoril. O projecto teve um orçamento de 24 milhões de euros. Para os próximos tempos, a recém-criada UTM pretende apostar na entrada na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, por ser um local “que está a desenvolver-se rapidamente, trazendo também novas oportunidades para o desenvolvimento do ensino superior” na RAEM. Desta forma, a UTM “planeia criar [em Hengqin] um ambiente mais amplo de investigação, ensino e actividades para docentes e estudantes”, envidando “todos os esforços para formar quadros qualificados para a Grande Baía e até para o país”.
Hoje Macau PolíticaTurismo | IFT passou ontem a universidade O Instituto de Formação Turística (IFT) passou ontem oficialmente a universidade, designando-se agora Universidade de Turismo de Macau (UTM), graças à entrada em vigor do “Regime Jurídico da Universidade de Turismo de Macau”. Segundo um comunicado emitido pela instituição, a UTM pretende continuar a apostar “na inovação e reforço da oferta formativa”, além de “melhorar ainda mais a qualidade do ensino e dos níveis de ensino e investigação, a fim de cultivar mais talentos de elite”. A UTM pretende transformar-se “numa instituição de ensino superior de ponta em estudos de turismo e da indústria de serviços”. Foi ainda avançado que no próximo ano lectivo será lançada uma nova licenciatura em Ciências de Negócios Internacionais e Comunicação inovadora, bem como um curso revisto de Licenciatura em Marketing e Gestão de Marca, dois programas de mestrado em ciências de Gestão de Convenções, Exposições e Eventos Internacionais, e ainda um doutoramento em Gestão de Empresas. Está ainda prevista para o próximo ano a conclusão da construção de dois edifícios, um deles residencial, no campus académico da Taipa.
Hoje Macau SociedadeIFT | Programas de pós-graduações serão leccionados em chinês A partir do próximo ano lectivo, 2024/2025, o Instituto de Formação Turística de Macau (IFT) irá acrescentar a língua chinesa nos programas de pós-graduações. Segundo indicou ontem o instituto, as alterações vão entrar em vigor após a publicação no Boletim Oficial. Assim sendo, todos os cursos de mestrado vão oferecer aos alunos as opções de chinês ou inglês como línguas para receber formação, “com o objectivo de oferecer um leque mais alargado de opções para quem procura enriquecer as suas capacidades académicas e habilitações profissionais.” O IFT vincou ainda o “compromisso em estimular perspectivas internacionais nos estudantes, capacitando-os para singrarem em ambientes multiculturais através de habilitações linguísticas de forma a contribuírem para o desenvolvimento sustentável da indústria do turismo de Macau, a estratégia de diversificação económica 1+4 e a construção de Macau enquanto Centro Mundial de Turismo”. O período de inscrição para os programas de mestrados do IFT está em vigor até 31 de Maio de 2024.
Hoje Macau SociedadeGrande Baía | IFT promove visita de estudantes a Jiangmen O Instituto de Formação Turística (IFT) organizou uma visita de estudo de dois dias à cidade de Jiangmen, na província vizinha de Guangdong, de forma a proporcionar aos alunos uma experiência que lhes permita compreender o desenvolvimento do projecto de integração da Grande Baía. A deslocação destinou-se a estudantes do quarto ano do curso de Gestão de Marketing e Comércio no Turismo. A visita é um dos pontos fulcrais do projecto de uma disciplina de design e marketing, em que foi proposto aos alunos analisarem a forma como a cidade de Jiangmen encontrou maneira de revitalizar a zona rural e desenvolver produtos com base nas famosas cascas de tangerinas da zona. Além da ida a instalações industriais de empresas dedicadas ao tratamento de cascas de tangerinas, os estudantes conheceram a história e a herança cultural das comunidades rurais da zona. O professor Fernando Lourenço, que liderou a comitiva de estudantes, sublinhou a importância da visita enquanto oportunidade única para os alunos perceberem a riqueza de recursos da herança cultural das cidades da Grande Baía. “Encorajamos sempre os nossos estudantes a arriscarem e aventurarem-se fora de Macau, a explorarem outros horizontes para benefício do seu desenvolvimento pessoal”, acrescentou o académico.
Hoje Macau PolíticaPCC | IFT organiza sessão de partilha do espírito das duas sessões O Instituto de Formação Turística de Macau juntou-se ontem ao vasto número de instituições que organizaram palestras no território com o objectivo de partilhar o espírito das duas sessões da Assembleia Popular Nacional e Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC). A sessão de foi conduzida pela presidente do instituto Fanny Vong. A também membro da CCPPC transmitiu à audiência a importância de apreender o espírito das duas sessões por professores e estudantes. Numa mensagem dirigida aos alunos, Fanny Vong demonstrou esperança de que os jovens de Macau se dediquem aos estudos e trabalhem com afinco, de forma a aproveitarem as oportunidades facultadas pelo desenvolvimento do país. A responsável descreveu as duas sessões como momentos de grande significado histórico, não apenas por ser o primeiro ano em que se “implementa o espírito do 20º Congresso Nacional, mas também por ser um ano importante de aplicação do 14º plano quinquenal”, segundo descreve um comunicado divulgado ontem pelo IFT. Fanny Vong referiu que “a resposta do Governo Central face aos desafios sem precedentes num século” foi positiva, enumerando conquistas nacionais como “o desenvolvimento económico, erradicação da pobreza, avanços científicos e tecnológicos e optimização da estrutura económica nacional”. Além disso, a responsável destacou a promoção da equidade e qualidade educativa do sistema de ensino nacional e sublinhou as repetidas expressões de apoio do Governo Central às economias e ao bem-estar das populações de Macau e Hong Kong.
Hoje Macau SociedadeIFT lança pós-gradução em parceria com Organização Mundial de Turismo O Instituto de Formação Turística (IFT) tornou-se na primeira instituição de ensino superior na Ásia a colaborar com a Academia da Organização Mundial de Turismo (OMT) no lançamento de cursos de pós-graduação. Os cursos, ministrados por professores do IFTM e especialistas da Academia da OMT, braço educacional da agência da ONU, vão permitir “identificar e avaliar as tendências de desenvolvimento e problemas existentes na indústria de turismo, turística”, indicou o instituto, em comunicado. Em 2000, o IFTM foi a primeira instituição de formação turística a obter certificado de qualidade de educação em Turismo da OMT, de acordo com a mesma nota.
João Santos Filipe Manchete SociedadePolícia investiga alunos do IFT por apoio a manifestantes de Hong Kong [dropcap]O[/dropcap] Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) está a investigar o caso de dois alunos que sugiram no Instituto de Formação Turística (IFT), na segunda-feira, com placas de apoio aos manifestantes de Hong Kong. De acordo com as justificações apresentadas por Wong Sio Chak em causa está a prática de um crime de violação da Lei de Reunião e Manifestação, devido à ausência de um pré-aviso de manifestação três dias antes do evento, como requerido pelo diploma legal. Porém, o secretário negou que o caso vá resultar em acusação criminal. “Ainda estamos na fase de investigação sobre o que aconteceu. Mas não temos a intenção de pedir a responsabilização por reunião ilegal, porque ainda são jovens e se calhar não conhecem bem a lei”, sublinhou o secretário para a Segurança. “Mas de qualquer maneira um cidadão ou um aluno para exercer o seu direito de reunião e manifestação tem de seguir a lei. Não queremos seguir a responsabilidade criminal destes dois alunos, mas queremos que o público fique a conhecer mais sobre as exigências legais. Caso contrário pode implicar uma violação da lei, que tem a respectiva responsabilização jurídica”, alertou. Denunciados A situação foi igualmente comentada pela comandante substituta do CPSP, Lao Wan Seong, que explicou que a infracção em causa está prevista no artigo 14.º da Lei, que prevê que as “reuniões e manifestações” que contrariem o disposto na lei são punidas com “pena prevista para o crime de desobediência qualificada”, ou seja com uma pena que pode chegar aos dois anos de prisão. O CPSP esteve no local ontem, como relatado pelo JTM, depois de ter sido alertado por uma denúncia de cidadãos: “Recebemos uma denúncia de cidadãos a informar que numa instituição de ensino superior na Taipa havia estudantes a mostrar placas com lemas relativos à situação de Hong Kong. Quando chegámos, os envolvidos já tinham fugido. Estamos a acompanhar a situação […] e pudemos ver que os dois alunos, conforme as fotos que circulam na Internet, estavam tapados com máscaras e que levavam as placas que têm a ver com o incidente de Hong Kong”, apontou Lao Wan Seong. “Cada cidadão tem a liberdade de fazer reuniões ou manifestações, mas precisa de ser em conformidade com a lei”, acrescentou.
Hoje Macau SociedadeIFT | Academia Internacional de Turismo no Estoril com investimento de 24 milhões de euros [dropcap]O[/dropcap] projecto da Academia Internacional de Turismo no Estoril, que conta com a parceria com Instituto de Formação Turística (IFT), entre outras instituições, foi formalizado hoje em Portugal. Tal foi feito através da assinatura de vários protocolos entre entidades do sector, e vai representar um investimento de 24 milhões de euros. Do total do investimento, destinado a 21.000 metros quadrados dedicados à formação de Turismo em Portugal, 40% é assumido por privados. A ideia é renovar o edifício actual da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, recuperar um imóvel devoluto para espaços de ‘co-working’ de ‘start-ups’, construir um hotel de aplicação com 5.000 m2 e 150 quartos e recuperar um edifício devoluto para vir a ser uma residência de estudantes, com 80 quartos. “O projecto está orçamentado à volta dos 24 milhões de euros, cerca de 40 ou 50 % vai ser financiado pelo privado que ganhar a concessão do hotel de aplicação”, disse à agência Lusa o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, no final da cerimónia de lançamento da academia. “É hoje lançado o concurso público de concessão do hotel de aplicação, portanto temos 45 dias para os privados concorrerem para apresentar uma proposta de construção” desta estrutura e de concessão do dormitório para alunos, acrescentou Luís Araújo. “O restante vai ser financiado pelo Turismo de Portugal, pela Câmara de Cascais” e também por recursos comunitários do programa operacional Lisboa 2020, esclareceu o presidente do Turismo de Portugal. A Academia Internacional de Turismo passa a integrar a Escola Internacional de Turismo, no âmbito da Academia da Organização Mundial de Turismo (OMT), sendo que o projecto deverá estar concluído em 2023. Na sessão de lançamento e assinatura de protocolos da Academia Internacional de Turismo, no campus da Escola do Turismo de Portugal do Estoril, estiveram presentes o ministro Adjunto e da Economia de Portugal, Pedro Siza Vieira, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira, bem como o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili. Em declarações à Lusa, no final da sessão, Zurab Pololikashvili disse que investir hoje em Portugal “é muito interessante e atractivo”. “Não acho que Portugal tenha um grande problema de falta de mão de obra qualificada, quando comparado com outros países. Portugal está a tornar-se líder no campo da educação e formação”, acrescentou o secretário-geral da OMT. O projecto conta também com o envolvimento da Universidade NOVA de Lisboa, do Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo e de vários grupos hoteleiros privados portugueses, como o Grupo Pestana, PortoBay, Vila Galé, Hoti, Martinhal, Vip, entre outros. Para a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, “este projecto é fundamental para qualificar recursos humanos no Turismo e afirmar Portugal como país de referência, também na formação turística”, declarou em comunicado.
Hoje Macau SociedadeTurismo | IFT quer menos de 110 mil pessoas por dia no território [dropcap]O[/dropcap] Instituto de Formação Turística (IFT) emitiu ontem um comunicado onde esclarece as suas visões para a capacidade turística do território, depois de Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, ter feito declarações sobre o número de visitantes. “Recentemente os media noticiaram que, de acordo com a investigação levada a cabo por este instituto, a capacidade máxima de turistas do território situa-se em menos de 110 mil pessoas por dia ou menos de 40,1 milhões de pessoas por ano. Contudo, a maioria apenas prestou atenção ao número de 40 milhões, ignorando o ênfase dado pelo IFT no facto de que o limite máximo satisfatório deveria estar abaixo das 110 mil pessoas por dia”, lê-se no comunicado. Helena de Senna Fernandes disse, citada pela Lusa, de que os números correspondentes à entrada de turistas no território varia de acordo com as épocas do ano, tal como o IFT ilustrou, citando um estudo já realizado. “Nos 104 dias de inquérito, o número de visitantes em 21 excedeu os 110 mil, enquanto que nos restantes 83 dias o número de turistas foi inferior a 110 mil”, exemplifica. O mesmo estudo do IFT recomendou ainda que deve ser aplicada a tecnologia inteligente para que os turistas se movam para outras zonas do território, bem como criar eventos em locais menos frequentados pelos visitantes. O IFT sugeriu também o desenvolvimento de “rotas multi-destinos com cidades vizinhas para atrair turistas ligados aos negócios e à cultura, algo que pode optimizar a composição do grupo de visitantes”.
João Santos Filipe Manchete PolíticaUma Faixa para a diversificação e integração económica A iniciativa lançada pelo presidente Xi Jinping vai permitir a Macau diversificar a economia e diferenciar a origem dos turistas que chegam ao território. Estas são as expectativas de vários académicos que estiveram em Macau para falar da política Uma Faixa, Uma Rota e dos seus impactos para o turismo [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] política nacional Uma Faixa Uma Rota vai ser uma grande oportunidade para que Macau possa diversificar a origem dos turistas. Além disso, num contexto de integração na zona da Grande Baía, surgirão novas oportunidades económicas para o território, longe da área tradicional do jogo. Esta foi a perspectiva partilhada por vários académicos, ao HM, que estiveram presentes num evento promovido pelo Instituto de Formação Turística (IFT) sobre as implicações para o turismo da política chinesa. Neste caminho que RAEM vai percorrer, no seio da Grande Baía, parece haver outra certeza: a mais-valia da mistura cultural entre o Oriente e o Ocidente vai ser reforçada. “O turismo de Macau no âmbito da política Uma Faixa, Uma Rota vai passar por dois aspectos: por um lado, vai continuar como centro mundial do jogo, como acontece actualmente com um turismo muito desenvolvido. No entanto, não se vai ficar por aqui, o misto das culturas chinesa e portuguesa vai tornar a cidade ainda mais atractiva ao nível turístico, ao mesmo tempo que Macau fará a ligação entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, afirmou Carson Lewis Jenkins, professor na Universidade de Strathclyde, na Escócia, e membro eleito da Academia Internacional de Estudos de Turismo, ao HM. Maior integração “Acredito que com a integração na Grande Baía que Macau poderá funcionar como grande plataforma nas trocas comerciais entre o Sul da China e os Países de Língua Portuguesa. Essa função vai sair reforçada no âmbito da política Uma Faixa, Uma Rota”, acrescentou o académico. Contudo, Carson Lewis Jenkins mostra-se surpreendido pelo facto de no âmbito do desenvolvimento de Macau raramente ver referida a experiência do Governo da RAEM em negociações com grandes empresas privadas, como são as operadoras de jogo. Para o académico, este poderá ser um dos grandes argumentos de Macau, em contraste com o Interior da China, que não está tão familiarizado com o funcionamento de iniciativas privadas e independentes, como muitas das que actuam nos mais de 60 países envolvidos pela iniciativa Uma Faixa, Uma Rota. “O Governo local tem uma grande experiência na relação com os privados. Essa experiência vai ser muito importante para o Governo do Interior da China. No Interior da China a economia é centralizada, assim como o planeamento e o financiamento. O conhecimento deste tipo de relações não é tão profundo”, justificou. “No entanto, as pessoas não têm valorizado muito este aspecto. Considero que o futuro de Macau e o aproveitamento das vantagens poderá passar por aí”, frisou. Plataforma reforçada Segundo Richard Xu, director do Departamento de Política e Administração Pública da Universidade de Hong Kong, a política nacional vai reforçar a posição do território como plataforma como os países lusófonos. “Macau vai ter um papel muito importante como local central para a ligação com os países que têm o português como língua oficial. Apesar das ligações já existentes com esses países, o Governo Central tem a intenção de aprofundar as ligações. A iniciativa Uma Faixa Uma Rota tem esse aspecto como uma das intenções. E Macau tem o seu papel a desempenhar”, afirmou o académico, ao HM. “Se olharmos para a Grande Baía, vai ser criada uma plataforma de trocas comerciais com dinâmica para todas as onze cidades envolvidas. Nesse aspecto, Macau pode ser um centro de importações e exportações para os países lusófonos, promovendo o aprofundamento das relações comerciais”, apontou. Por outro lado, Richard Xu explicou que Macau vai ficar a ganhar com a maior integração regional, que tem neste momento a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau como grande símbolo. “É uma situação em que todos ficam a ganhar. Vai aumentar o fluxo de turistas entre as regiões e fazer com que as cidades se comecem a comportar mais como complementares do que competidoras. A nível do turismo, não é descabido imaginar que as pessoas vão traçar roteiros em que visitam as cidades que preferem”, previu. Nesta estratégia, Macau vai ver a sua oferta turista complementada pela Ilha da Montanha. Porém, neste momento, ainda há trabalho para fazer entre os Governos das partes envolvidos. “Hengqin vai apoiar o crescimento de Macau, principalmente ao nível da oferta de elementos de entretenimento que não estão ligados ao jogo. Será mais um local extra para o qual Macau pode crescer. Mas para que isso possa acontecer, tem de haver uma maior ligação entre as duas regiões. Neste momento as ligações ainda não são as melhores”, considerou. Papel único Para Hong Yu, professor e investigador da Universidade Nacional de Singapura, Macau tem um papel único na política Uma Faixa, Uma Rota. O académico destaca também o papel estratégico do território como elo de ligação entre a China e os países lusófonos. “Se repararmos nas ligações históricas de Macau com Portugal e com os países de língua portuguesa, o território pode encontrar formas de ser a ponte para reforçar essas ligações. Isso é muito importante e poderá contribuir para a diversificação da economia que o território procura alcançar”, começou por dizer Hong Yu, ao HM. “Por exemplo, através de empresas de Macau, a China pode reforçar a entrada em mercados como o europeu, através de Portugal, no Brasil, Angola e Moçambique, que são mercados com um grande potencial. Se tivermos em conta que a política Uma Faixa, Uma Rota tem uma perspectiva de longo-prazo, a importância pode ser maior do que agora se pensa”, explicou. O investigador da Singapura também não esqueceu o papel dos casinos, que contribuem para que Macau seja um exemplo de sucesso ao nível do turismo: “Singapura aprendeu muito com Macau, para conseguir alcançar o que é hoje. Isso é muito claro, principalmente quando quis perceber as operações ao nível da hotelaria. Ao nível desta indústria, Macau tem estado focado em conseguir mais visitantes familiares. Por isso, tem de oferecer outros aspectos não-jogo, é o único caminho”, considerou. Ainda no que diz respeito à indústria do turismo, Hong Yu diz que o caminho passa por apostar mais nas exposições e convenções, assim como nos elementos culturais ligados à presença portuguesa. Com estes aspectos, será mais fácil para o território diversificar a origem dos turistas. Em 2017, Macau recebeu cerca de 32,6 milhões de turistas, um aumento de 5,4 por cento face ao ano anterior. Do número total de visitantes, 29,4 milhões são provenientes do Interior da China, o que representa 90,2 por cento. Gestão de dívidas exige cautela Nos últimos tempos, a política Uma Faixa Uma Rota tem estado debaixo dos holofotes mediáticos, devido ao endividamento excessivo de alguns países perante a China. O caso mais mediático foi o do Sri Lanka, que acabou por ceder durante 99 anos os direitos sobre o porto de Hambantota, um dos mais importantes do país. O acordo entre as partes gerou preocupações, principalmente do Governo indiano que viu o acordo como a formação uma colónia. Ao HM, o académico Richard Xu explicou que estas são situações com que ninguém fica a ganhar, e que mesmo na perspectiva do Governo Central são negativas. “É fundamental que haja uma gestão dos riscos nesta política. Não só para os governos que participam, mas para as empresas privadas. Se não houver uma gestão eficaz dos riscos, haverá crises e os impactos serão sentidos por todos. Mesmo as autoridades chinesas não têm interesse neste tipo de desfechos”, afirmou. Fanny Vong destaca marco histórico alcançado por Macau Para a presidente do Instituto de Formação Turística, Fanny Vong, a iniciativa Uma Faixa Uma Rota demonstra o apoio nacional para que Macau diversifique a origem do turistas. Por outro lado, é uma oportunidade para reduzir a dependência dos visitantes do Interior da China. “Com a Política Uma Faixa, Uma Rota Macau tem um maior apoio político para promover o turismo internacional. Já é possível ver alguns avanços na origem dos destinos dos turismos. Pela primeira vez na História, o nosso terceiro maior mercado é um país estrangeiros e não uma região da Grande China”, disse Fanny Vong, ao HM, sobre o facto da Coreia do Sul ser actualmente o terceiro maior mercado de turistas de Macau. “Com esta política nacional, existe a perspectiva nacional de que Macau terá de fazer mais para se promover ao nível internacional e atrair mais turistas. Com esta política, vai haver uma maior atenção para o património cultural de Macau, para aqueles que não têm esse conhecimento da diversidade do País China, assim como da cidade Macau”, acrescentou. Por outro lado, a responsável acredita que no longo prazo a iniciativa lançada pelo presidente Xi Jinping poderá trazer outras medidas de estímulo à indústria: “Há dois aspectos muito importantes para aumentar o número de turistas internacionais: o acesso aéreo e a política de facilitação dos vistos. Isto só poderá ser alcançado a nível nacional”, explicou.
João Luz Manchete SociedadePatrimónio | IFT e Universidade de Évora assinam acordo O Instituto de Formação Turística vai ter cursos de mestrado e doutoramento em associação com a Universidade de Évora. À margem da assinatura de protocolo entre as duas instituições, Alexis Tam anunciou que nas Linhas de Acção Governativa sob sua tutela está prevista a formação de jovens para a conservação do património e ambiente [dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] oficial, o Instituto de Formação Turística (IFT) e a Universidade de Évora assinaram um protocolo de cooperação institucional do qual irá resultar cursos de mestrado e doutoramento em associação entre as duas instituições. Para já, dois alunos locais vão estagiar durante seis meses na Universidade de Évora e está prevista a elaboração de um curso de mestrado em associação entre as duas instituições. O intercâmbio alarga-se também a docentes, estando previsto a realização de palestras e workshops leccionados por docentes do estabelecimento de ensino português. A parceria resulta da visita de Alexis Tam a Portugal, em Setembro passado. O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura mostrou-se satisfeito com a possibilidade de intercâmbio de alunos e docentes entre as duas instituições. Neste sentido, acrescentou que os cursos de gestão de indústria do jogo e gestão de hotelaria podem ser atractivos para alunos internacionais. Uma das áreas fulcrais da parceria é a conservação de património, até porque a universidade portuguesa tem em funcionamento um equipamento de excelência nesse ramo. “Temos em Évora o melhor laboratório de conservação e restauro da Europa, vamos fazer alguns cursos nessa área, um mestrado em conservação e gestão do património e receber alunos para fazer estágios”, conta Ana Costa Freitas. A reitora da Universidade de Évora adiantou ainda que foi celebrado um protocolo com a Universidade Cidade de Macau. Na sequência do acordo assinado, o Laboratório Hercules recebe este ano dois alunos de Macau para fazer um estágio nesta área. O laboratório é multidisciplinar, e tem na sua equipa quadros formados em química, geociência, história e arqueologia e está equipado com tecnologia de ponta. “A ideia é começarmos com passos pequenos, mas garantindo que vamos cumprir. Assinámos um protocolo para fazer qualquer coisa, não só para assinar”, explica Ana Costa Freitas. Pontes educativas Alexis Tam anunciou ainda que a criação do Fórum Cultural, que foi anunciado aquando da sua visita a Portugal, está a avançar a bom ritmo. O secretário adiantou que os responsáveis pela área da cultura de Portugal, China e Hong Kong já confirmaram a presença, sendo que foram endereçados convites ao resto dos governos do mundo lusófono. A primeira reunião dos congéneres das pastas da cultura deve realizar-se em Macau em Junho. Ainda na área do ensino, Alexis Tam está confiante que pode alargar o leque da parceria. “Daqui para a frente ainda podemos ir a outros países lusófonos, nomeadamente Cabo Verde, Angola, Moçambique, São Tomé e Guiné Bissau e Timor-Leste. Temos de exportar os nossos cursos académicos porque hoje em dia temos condições”, afiança. Outra das ideias deste intercâmbio é atrair estudantes internacionais para Macau para frequentarem cursos de mandarim e tradução. Esta parceria surge num contexto de internacionalização do IFT. “O Governo da RAEM está a investir muito neste instituto, faz parte do plano para sermos um centro de educação na área do turismo”, explica o secretário. Outra das novidades que surgiram à margem da assinatura do protocolo prende-se com a aposta nas Linhas de Acção Governativa sob tutela de Alexis Tam na sensibilização de jovens para a conservação do património e ambiente. “Já temos o plano. Eu quero que os nossos jovens conheçam o património de Macau, isso é importantíssimo. Desde pequenos têm de aprender o valor do património mundial e da protecção ambiental”, conta.
Hoje Macau SociedadeCentro para o Turismo nasce no IFT [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau tem, a partir de hoje, um Centro Global para a Educação e Formação em Turismo para “elevar a qualidade dos recursos humanos na indústria turística”. De acordo com um despacho do chefe do Executivo, publicado em Boletim Oficial, o centro, criado no Instituto de Formação Turística (IFT), “visa através da cooperação com a Organização Mundial de Turismo das Nações Unidas, elevar a qualidade dos recursos humanos na indústria turística e reforçar a capacidade de estabelecer políticas, legislações e mecanismos”. Oferecer programas de educação e formação turísticas, incluindo a organização de visitas e estágios, e realizar estudos de investigação na área do turismo são duas das competências do centro. Um coordenador e um coordenador-adjunto do centro serão nomeados de entre os trabalhadores do IFT por despacho do presidente do instituto, em regime de acumulação de funções, explica o mesmo despacho. A estrutura surge numa altura em que Macau procura fazer a transição para um destino de turismo e lazer para reduzir a dependência económica do sector do jogo. Segundo a estimativa mais conservadora do Plano Geral do Desenvolvimento da Indústria do Turismo de Macau, dentro de uma década, o território deverá acolher 33 milhões de visitantes por ano. Já outro dos cenários projectados no mesmo plano prevê até 40 milhões, com contas feitas a um crescimento médio anual de cinco por cento. Considerando o primeiro cenário, e a percentagem mínima de crescimento de um por cento ao ano, em 2020, Macau deve ser o destino escolhido por mais de 32,2 milhões de visitantes – sensivelmente mais cinco por cento relativamente aos 30,7 milhões registados em 2015.
Sofia Margarida Mota SociedadeIFT ganha mais autonomia na área da formação e currículos O IFT conquista uma maior autonomia para criar os seus próprios centro de formação e aprovar currículos. A medida integra uma alteração regulamentar que tenciona dar mais qualidade à formação de mão-de-obra [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto de Formação Turística (IFT) já pode criar centros que tenham como objectivo a investigação, estudo e formação específicos, possibilitando assim o desenvolvimento dos projectos de cooperação entre a entidade e a Organização Mundial de Turismo. Este é o resultado do fim da discussão do projecto de regulamento administrativo relativo à alteração ao Decreto-Lei n.º 45/95/M, que criava o Instituto de Formação Turística e que vai permitir, agora, mais apostas na educação e formação, bem como a autonomia, por parte do IFT, para avançar em projectos de investigação em articulação com as estratégias de desenvolvimento social e político definidos para a área do Turismo. A medida acontece após a assinatura do “Memorando de Entendimento entre a RAEM e a Organização Mundial de Turismo”, que prevê a união de esforços de modo a alcançar o desenvolvimento sustentável da indústria do Turismo. Para o efeito, o Memorando prevê a mútua cooperação, de modo a melhorar a qualidade dos recursos humanos do sector, sendo que a execução dos respectivos projectos de cooperação são da responsabilidade do IFT. Por outro lado, tendo em conta que os cursos ministrados na Escola de Turismo e Indústria Hoteleira do IFT não são cursos de ensino superior, e os respectivos cursos de curta duração carecem de adaptações feitas em tempo útil para adequar às mudanças da sociedade, a presente alteração prevê a aprovação dos planos curriculares por parte do Conselho Técnico e Científico do IFT, de modo a simplificar os procedimentos administrativos inerentes. Foi também ontem alterado o decreto-lei que regula as agências de viagem e a profissão de guia turístico com uma mudança de nome. A Direcção dos Serviços de Turismo alterou a sua denominação em língua inglesa de “Macau Government Tourist Office” para “Macao Government Tourism Office”, pelo que a nova medida que entra em vigor a 1 de Novembro de 2016.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeIFT | Cursos de licenciatura vão para a Taipa Fanny Vong, presidente do Instituto de Formação Turística, quer transferir todas as licenciaturas para o campus da Taipa e destinar o campus de Mong-Há para os cursos profissionais. Na calha estão mais duas licenciaturas [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]arece estar desbloqueado o processo de transferência de alunos e cursos para o espaço do antigo campus da Universidade de Macau (UM) que foi destinado ao Instituto de Formação Turística (IFT). Fanny Vong, presidente do IFT, confirmou ontem que a partir de Agosto todos os alunos dos cursos de licenciatura vão passar a ter aulas na Taipa. “Vamos mudar os estudantes deste campo de Mong-Há para a Taipa, porque o campus da Taipa tem capacidade para acolher todos os estudantes”, disse a presidente à margem do Tourism Education Student Sumitt. Quanto ao campus de Mong-Há, na península, vai destinar-se apenas aos cursos profissionais, com vista a uma expansão dos mesmos. “Este campus vai tornar-se na base para os cursos profissionais e vocacionais, porque todos os anos temos uma média de dois mil alunos no ensino profissional e queremos proporcionar um melhor ambiente, porque actualmente o espaço é partilhado entre os alunos de licenciatura e dos cursos profissionais”, disse Fanny Vong. “No futuro vamos ter a oportunidade de proporcionar uma melhor qualificação melhor com padrões internacionais”, frisou ainda. Apesar disso, os alunos das licenciaturas vão continuar a poder ter aulas em Mong-Há. “Temos de realçar que investimos muito neste campus, em termos de materiais de cozinha, por exemplo, e vamos continuar a utilizar esses equipamentos. Sempre que seja necessário os estudantes vão continuar a utilizar este campus para fazer uso destes equipamentos”, disse Fanny Vong. O plano de transferência dos alunos perfaz duas fases, sendo que a primeira arranca em Agosto, altura em que termina o contrato de arrendamento de um edifício antigo que o IFT ocupa na Taipa, destinado apenas à residência de estudantes. Os alunos que actualmente estão nesse espaço poderão depois mudar para a UM. Mais dois cursos Em anteriores declarações, a presidente do IFT já tinha mostrado vontade de alargar a oferta formativa no âmbito da mudança para a Taipa, algo que irá concretizar em breve. “No próximo ano lectivo, que começa em Agosto, vamos lançar duas licenciaturas para o período nocturno. Vamos abrir uma turma na área de Gestão Hoteleira e outra em Retalho. A área do Retalho não é nova para nós, já temos um programa no horário diurno, mas pensamos que há uma necessidade de oferecer este programa a profissionais”, explicou Fanny Vong. O plano de aproveitamento do antigo campus da UM foi conhecido em Novembro de 2014, tendo sido cedido a quatro instituições do ensino superior locais. A Universidade Cidade de Macau (UCM), do deputado Chan Meng Kam, foi a única entidade privada a receber um espaço do Governo.
Leonor Sá Machado Manchete SociedadeTurismo | Chui Sai On quer junção à cultura Turismo e cultura combinados para um maior crescimento do sector e mais recursos humanos. É o que defende o Governo, no dia em que abriu o Fórum de Economia Global. O IFT vai ter um papel principal no turismo de Macau [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Chefe do Executivo, Chui Sai On, defendeu ontem que é preciso “combinar turismo e cultura” para fomentar o crescimento do sector e “desenvolver os recursos humanos”. O líder do Executivo falava na abertura do 4.º Fórum de Economia de Turismo Global, uma cerimónia que terminou com a assinatura de acordos e de um memorando de entendimento com a Organização Mundial de Turismo para o estabelecimento de um Centro Global para Educação e Formação em Turismo em Macau. “Temos de combinar turismo e cultura para que isso possa trazer maior crescimento ao sector. O turismo hoje dá-nos muitos desafios e oportunidades e temos de agarrar estas oportunidades, no sentido de desenvolver mais os recursos humanos”, afirmou Chui Sai On. Segundo a informação divulgada à imprensa, “este novo projecto permitirá aprofundar a cooperação entre as partes, providenciar programas de educação e formação, realizar estudos em turismo, bem como oportunidades de estágios para melhorar a qualidade dos recursos humanos de Macau, elevando assim a sua competitividade internacional enquanto destino turístico”. Na cerimónia de abertura, Chui Sai On sublinhou que “os cidadãos de Macau podem usufruir dos frutos do desenvolvimento que o turismo traz à cidade”, observando que a região “tem a vantagem de [ser governada sob o princípio] ‘Um país, dois sistemas’ e de ter registado um desenvolvimento económico muito rápido”. Olhar para o futuro “Tudo isto são boas características para podermos construir um centro de turismo internacional e também uma plataforma de parcerias económicas entre a China e os países de língua portuguesa”, acrescentou, invocando que já “há bastante cooperação” regional e internacional. Para Chui Sai On, o facto de este fórum ser organizado pela quarta vez em Macau vai permitir “mostrar as vantagens de Macau a promover a cultura diversificada e as trocas internacionais”. Já Edmundo Ho, antigo chefe do Executivo de Macau e presidente do fórum, sublinhou que o espectro da cooperação foi estendido desde os países que integram a antiga rota marítima da seda até às nações emergentes da América Latina. “‘Uma faixa, uma rota’ é uma ideia e uma proposta e nós gostaríamos de ver algumas parcerias com os países a nível mundial. Não simplesmente aqueles que estão directamente ligados à rota da seda antiga”, afirmou. Edmundo Ho referiu-se em particular aos países parceiros desta edição do fórum – os quatro membros da Aliança do Pacífico: Chile, Colômbia, México e Peru, nações com que a China tem vindo a “aumentar as trocas”. “Esperamos que, ao utilizarmos esta plataforma que é o fórum, possamos ser capazes de promover o turismo entre a China e os países da América Latina e de construir novos interesses para um crescimento ulterior neste sector”, defendeu, apontando o turismo como “o pilar estratégico na economia” chinesa. LUSA/HM IFT na linha da frente com dois grupos de investigação O Instituto de Formação Turística (IFT) está a ganhar cada vez mais terreno no mundo da investigação a nível mundial, com a assinatura de um memorando para a criação do Centro Global para a Educação e Formação Turística e o anúncio da criação da Comissão da Aliança Global para a Pesquisa em Turismo (GReAT Alliance, na sigla inglesa). O Executivo assinou ontem um memorando de entendimento com a Organização Mundial de Turismo da ONU para a criação do referido Centro, no qual o IFT deverá desempenhar o papel principal, segundo a presidente do Instituto, Fanny Vong. “Para já, o IFT é o único que está a colaborar”, informou Vong. “Assim que o Centro foi criado, ambas as partes vão trabalhar conjuntamente para implementar projectos que incluem a realização de programa educativos e de formação, projectos de investigação turística e criação de programas de estágio”, esclarece o IFT. A responsável explica ainda que a GReAT Alliance – da responsabilidade do IFT – se vai focar precisamente nisso: em debater os principais problemas da actualidade no mundo do turismo através da criação de uma rede de universidades mundial. Coincidência ou não, a verdade é que GReAT quer dizer “óptimo” em inglês, resultado que Fanny Vong diz esperar do trabalho daqui para a frente desenvolvido. “Já temos o nosso próprio centro de investigação, mas sentimos que não é suficiente para fazer face a vários problemas no sector do Turismo, pelo que precisamos de olhar a nível global, convidando vários outros centros de investigação universitários para criar esta aliança”, esclareceu a líder. Em causa está a discussão de assuntos como Turismo e Paz Mundial, Turismo e Afiliação à pobreza. A assinatura do primeiro memorando teve lugar durante a manhã de ontem, no Fórum Global de Turismo e o anúncio da criação da GReAT foi feita à tarde, durante a cerimónia de inauguração oficial do seu novo campus, na antiga Universidade de Macau. Cooperação regional importa, diz Secretário da OMT O Secretário-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT) disse ontem que “a Ásia é o motor do mundo” e sublinhou a importância do turismo cultural e da cooperação para dinamizar o sector de Macau. “Somos um parceiro comprometido com este fórum. E queremos continuar. É muito importante estarmos aqui convosco por três razões. A primeira é que aqui é a Ásia, é o nosso futuro, o futuro do mundo. De facto, a Ásia é o motor do mundo, daquilo que acontece na direcção certa”, disse Taleb Rifai na abertura do 4.º Fórum de Economia de Turismo Global, que decorre até quarta-feira, em Macau. “E depois também porque é a China: o futuro da China é o nosso futuro (…) E em terceiro lugar porque é Macau. De facto, Macau é uma história de sucesso dos séculos XX e XXI”, acrescentou. O 4.º Fórum de Economia de Turismo Global tem como tema “Agarrar as oportunidades de ‘Uma Faixa, Uma Rota’”, tema que o responsável diz ser muito importante: falta, de facto, ‘Uma faixa, uma rota’ divulgando as novas dinâmicas do turismo global. “O primeiro aspecto é o elemento do turismo cultural e o outro é a cooperação regional. Sem a cooperação regional, [a iniciativa] ‘Uma faixa, uma rota’ não tem grande sentido”, disse. Taleb Rifai recordou que Macau celebra este ano o décimo aniversário desde a inscrição do centro histórico da cidade como património mundial pela Unesco, salientando que essa distinção “traz oportunidades”, mas também implica “uma maior responsabilidade para encontrar o equilíbrio entre o aumento da procura turística e a preservação” desses locais. Além de observar a importância de reforçar a conectividade entre as regiões e países da Ásia-Pacífico, Taleb Rifai apelou à facilitação dos vistos para estimular o crescimento económico e a criação de empregos através do turismo.
Joana Freitas Manchete SociedadeTurismo | Parte de campus da UM vai ser Centro Global de Formação do IFT A formação de quadros qualificados em turismo é uma das metas para o desenvolvimento de Macau como Centro Mundial de Lazer, frisou a semana passada Alexis Tam. Assim, o IFT vai ser incumbido de dirigir o novo Centro Global de Formação em Turismo, utilizando para isso partes do antigo campus da UM e contando com a ajuda da OMT [dropcap style=circle’]M[/dropcap]acau vai criar o Centro Global para a Educação e Formação em Turismo, juntamente com a Organização Mundial de Turismo (OMT), e partes do antigo campus da Universidade de Macau (UM) na Ilha da Montanha vão servir para isso mesmo. O anúncio foi feito pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, que afirmou que vai ser o Instituto de Formação Turística (IFT) quem “irá assumir a grande missão”. Assim, a biblioteca, as residências de docentes e funcionários e os dois laboratórios da Faculdade de Ciências e Tecnologia, no antigo campus da UM na Taipa, foram atribuídos ao IFT, instituto considerado como o ideal para levar a cabo a criação do Centro Global. “O IFT tem conhecido um desenvolvimento estável desde a sua criação há vinte anos e apresenta uma qualidade de ensino elevada, tendo recebido o maior número de prémios do Sistema de Garantia de Qualidade da OMT das Nações Unidas e sido galardoado, por duas vezes, pela Pacific Asia Travel Association (PATA) com o prémio de ouro na educação e formação”, pode ler-se num comunicado que cita Alexis Tam. A criação do Centro Global inclui-se numa das ideias do Governo Central para transformar Macau num Centro Mundial de Turismo e Lazer, o qual requer que o Governo “além de se empenhar na optimização do ambiente turístico e no enriquecimento dos produtos turísticos, disponha de um centro de formação turística de excelência”. Profissionais à altura A dimensão do actual campus do IFT não é suficiente para que o instituto possa desempenhar o seu papel na formação de quadros altamente qualificados na área de turismo, afirma Alexis Tam, que acrescenta que, a meio deste mês, o Executivo vai celebrar um protocolo de cooperação com a OMT para a criação do Centro Global. “Depois de ter um novo campus, o IFT passará a dispor de melhores instalações e equipamentos, os quais servirão para o Centro proceder à formação dos quadros altamente qualificados na área turística. Através da cooperação com a OMT, Macau vai conseguir atrair mais estudantes locais e internacionais, incluindo os quadros responsáveis pelos assuntos de turismo dos estados membros das Nações Unidas, proporcionando-lhes acções de formação em gestão turística, hoteleira, convenções de exposições, guias turísticos, gastronomia e ou até à prova de vinhos, o que pode contribuir, de forma significativa, para a melhoria da qualidade de formação turística em Macau”, indica o gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. As actuais residências de docentes de funcionários que pertenciam à UM vão passar a ser hotel destinado ao ensino e à formação turística, a fim de proporcionar mais oportunidades de estágio aos estudantes, alargar o plano de intercâmbio de estudantes internacionais e atrair a vinda de mais estudantes da Europa e das outras regiões. Sobre o ensino no território, Alexis Tam frisou ainda que, acordo com dados, dentro de cinco anos o número de estudantes graduados do ensino secundário de Macau irá descer de cinco mil pessoas por ano para cerca de 3500. Cerca de metade irá prosseguir os seus estudos no ensino superior fora de Macau, o que faz com que o número de estudantes locais que ficam em Macau a frequentar cursos do ensino superior não chegue a dois mil. “Isto requer e exige, da parte do Governo, um planeamento e estudos adequados”, indica Tam.
Filipa Araújo SociedadeIFT | Novos hotéis são oportunidades. Escola nova só para o ano [dropcap style=’circle’]É[/dropcap] já na próxima segunda-feira que o ano lectivo arranca no Instituto de Formação Turística (IFT) com a entrada de mais de 350 novos alunos, que não será no ano de estreia que irão usufruir das novas instalações do instituto. Em declarações à imprensa local, a presidente do IFT, Fanny Vong, explicou que a inauguração não será este ano devido a aos trabalhos de renovação necessários. “Estão em boas condições”, disse, referindo-se aos 21 andares do prédio que pertencia à Universidade de Macau. Mas ainda assim são precisos “alguns trabalhos de renovação, como pintar as paredes para que os alunos possam usufruir do dormitório. Depois, os restantes pisos vão ser usados para escritórios, salas de aula, centros de actividades para alunos e espaço para actividades culturais e recreativas”. Vanny Fong acredita que as instalações irão estar prontas já no próximo ano lectivo. Uma boa opção Luana Pereira, de 18 anos, é uma das alunas que começa agora a sua licenciatura Gestão Hoteleira. As várias opções que se apresentam no território fizeram com que a aluna escolhesse esta área de formação. A aluna considera que o IFT está equiparado a todas as outras escolas superiores da áreas. “A base é igual em todo lado”, disse. Também Benjamim Noruega, que escolheu a área de hotelaria para a sua formação, acredita que o IFT é uma das “melhores opções”. “Há uns anos até poderia não ser muito bom, mas agora, depois de fazer uma pesquisa, e dos professores que tem, acho que é uma escola muito boa”, defende. Um dos aspectos mais positivos são os intercâmbio que o IFT oferece. “Quero estudar aqui dois anos e depois fazer o intercâmbio para a Suíça”, remata. O futuro, mesmo com a baixa nas receitas do Jogo, que poderá mexer com o número de contratações, não preocupa os jovens, que acreditam que Macau continuará a ter muitas oportunidades. “A taxa de desemprego continua a ser muito baixa e nos últimos anos Macau esteve muito constrangido em termos de recursos humanos. Claro que as receitas do Jogo estão a cair, mas temos esperança de que vão precisar de pessoas para as outras áreas – as extra-Jogo, como a restauração, actividades recreativas e de lazer, que os operadores estão a tentar adicionar aos novos resorts”, defendeu ainda Fanny Vong, em declarações à margem da cerimónia do início do ano lectivo, dando a construção do novos empreendimentos turísticos como motes de vagas para os alunos formados pelo IFT.
Leonor Sá Machado Eventos MancheteFotografia | IFT acolhe exposição de retratos antigos da cidade O IFT apresentou ontem, no restaurante da escola, uma exposição de fotografias que mostram a cidade antiga, nomeadamente zonas que hoje em dia estão irreconhecíveis. O trabalho é de cinco fotógrafos locais e pretende reforçar a memória colectiva [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto de Formação Turística (IFT) inaugurou ontem uma exposição de fotografias da cidade e da população, datadas entre as décadas de 60 e 90. A mostra, dividida por duas zonas da escola, mostra uma série de fotografias que congelaram a arquitectura, vivências, objectos, quotidiano e pessoas de um tempo ao qual já não é possível assistir. O mérito concede-se a Tong Ka, Kong Iu Lam, Ao Peng, Tam Kai Hon e Carlos Dias, cinco fotógrafos locais, todos eles com ligações próximas a associações de fomento à arte de fotografar. Através da memória, o IFT pretende dar a conhecer aos seus alunos e aos visitantes da mostra que Macau nem sempre foi feita somente de luz e caos, jogo e turismo. Uma grande parte desta mostra zonas da cidade actualmente inexistentes, como são as orlas costeiras e bairros mais antigos, como o da Barra. De entre os artistas consta Tong Ka, fundador da Associação de Fotografia Digital de Macau. Aos média, Tong confessa ainda deambular pela cidade, decifrando-a visualmente com a sua máquina, que ontem carregava orgulhosamente ao pescoço. “Muitos dos prédios ou cenários [que retratei] nas fotografias já não existem, mas estas permitem que a população conheça a cidade de antigamente”, começou o fotógrafo por explicar. Questionado sobre o sentimento que tem ao olhar para as imagens sem movimento, Tong esclarece: “a vida e as pessoas daqueles tempos eram mais humildes e simples e as suas vidas eram mais duras do que hoje em dia”. Se por um lado, se discerne perfeitamente as duas realidades transformadas da cidade, por outro, compreende-se a beleza destes dois mundos, que coexistem sem grande parte estar já viva. “A maior parte do que captei simboliza o movimento da cidade e das pessoas, não tanto de lugares específicos”, acrescentou. O congelar do movimento Uma das paredes, na sala dos fundos, tem pendurada uma série de películas da Rua da Praia do Manduco e da Almirante Sérgio. Chuvadas tropicais que provocam inundações, autocarros como ninguém imaginaria passarem pelas ruas da região, pescadores, mães e filhos e manobras de ginasta em paredões são apenas alguns dos momentos congelados, agora na memória de quem por ali passar os olhos. Durante a inauguração, a directora da Escola de Hotelaria e Turismo, Diamantina Coimbra referiu que espera uma grande afluência de visitantes, uma vez que a abertura contou com a presença “de mais de cem pessoas”. Muitos certamente não se recordarão de como era desenhada a cidade nos anos 60, quando Salazar ainda governava Portugal e Macau era vista aos olhos do estrangeiro como uma mera colónia, mas tinha, precisamente por se situar na ponta oposta do mundo, uma natureza e vivências particulares. Entre os vendilhões, as quinquilharias e os tin-tins, havia crianças a brincar na rua, irmãos a beber água de fontes e as mães à coca, sem esquecer paisagens quietas e apaziguadas da região. Vistas do rio e da terra. A mostra está patente até 30 de Novembro, no Restaurante Educacional, servindo para comemorar o 20º aniversário da fundação do IFT, sem esquecer a celebração do decénio da inscrição do Centro Histórico na UNESCO e da inauguração do curso de Gestão do Património, que também teve início em 2005. Tem entrada livre.