GP Macau | Interesse público garante entrada de pilotos estrangeiros

O 67.º Grande Prémio de Macau realiza-se entre 19 e 22 de Novembro e vai ter um orçamento de 250 milhões de patacas. Haverá seis corridas e a Fórmula 3 dará lugar à Fórmula 4. Segundo a organização, há pilotos estrangeiros interessados em participar, mesmo fazendo quarentena. A entrada será garantida por motivos de interesse público

 

[dropcap]É[/dropcap] a ultrapassagem possível. Condicionada pela pandemia, a 67.ª edição do Grande Prémio de Macau vai realizar-se entre 19 e 22 de Novembro sem corridas de Fórmula 3, a prova principal do evento, e à procura de garantir a presença de pilotos estrangeiros de renome, cuja entrada será permitida através do levantamento excepcional das restrições em vigor. A explicação foi dada na passada sexta-feira pela Secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Leong U, à margem do evento de apresentação da edição deste ano.

“É possível dispensar a restrição de entrada de estrangeiros, uma vez que a sua entrada tem interesse público para a RAEM. Se a situação da pandemia melhorar claro que vamos querer levantar essas restrições de entrada para todos, mas agora vamos utilizar o mecanismo para levantar essa restrição de entrada aos pilotos estrangeiros”, esclareceu a secretária.

Além disso, de acordo com o presidente do Instituto do Desporto e Coordenador da Comissão organizadora do GP, Pun Weng Kun, esses pilotos estrangeiros “estão disponíveis para vir a Macau, mesmo fazendo quarentena de 14 dias”, até porque muitos deles, especialmente das provas de Motos, “querem muito vir a Macau”, depois de verem grande parte do calendário internacional cancelado, devido à pandemia.

Ainda sem nomes de pilotos mais ou menos sonantes para adiantar, pois a decisão da sua vinda “envolve também as suas equipas”, Pun Weng Kun adiantou, no entanto, esperar que a 67.ª edição do GP de Macau venha a receber cerca de 200 pilotos, ou seja, mais 40 que o total da edição do ano passado. “Este ano é muito particular e por isso temos de aguardar pelas respostas das respectivas equipas”, acrescentou.

À margem da conferência, Kun lembrou ainda que, à excepção da Fórmula 1, “muitas outras modalidades sofreram mudanças e cancelamentos” e que só através do esforço conjunto do Governo, Serviços de Saúde e outras áreas, tem sido possível controlar a pandemia e realizar os preparativos em conjunto com a Federação Internacional de Automobilismo [FIA]. “Estamos convencidos que a edição deste ano decorrerá com sucesso”, rematou.

Com um orçamento de 250 milhões de patacas, menos 20 milhões que no ano passado, o 67.º Grande Prémio de Macau irá contemplar seis corridas, deixando de fora aquela que tem sido a sua prova principal de longa data, a Fórmula 3. Em substituição, a organização vai avançar com o Grande Prémio de Fórmula 4.

“Este ano, a Fórmula vai ser Fórmula 4 (…) e vamos ter sobretudo pilotos que participaram nas corridas de Fórmula 4 que decorreram no Interior da China. Os pilotos locais que cumpram os requisitos e estejam a participar nesta modalidade também são bem-vindos”, explicou Pun Weng Kun.

Ajustes necessários

Embora com ajustes, as restantes cinco provas mantêm-se, ou seja, a Taça GT Macau, a Corrida da Guia Macau, o 54.º Grande Prémio de Motos de Macau, a Taça de Carros de Turismo de Macau e a Taça GT – Corrida da Grande Baía.

A Taça GT Macau é composta pelas GT3 e GT4 e os pilotos participantes serão seleccionados de entre os participantes das corridas China GT Championship e Taça GT Azia Pacific, os quais irão competir com pilotos de Macau.

No caso da Corrida da Guia Macau, os pilotos vão ser escolhidos a partir das provas TCR Azia e Azia Pacific 2.OT, igualmente com a participação de pilotos locais.

Já devido ao cancelamento de provas na Europa, os pilotos que vão participar no Grande Prémio de Motos serão convidados com base nos resultados obtidos na edição do ano passado, acontecendo o mesmo para a Taça GT da Grande Baía.

Por fim, a Taça de Carros de Turismo de Macau irá manter o formato do ano passado, com as categorias das classes 1600cc Turbo e 1950cc a competirem na mesma pista.

Pun Weng Kun frisou ainda que a organização está a preparar vários planos alternativos que incluem o cancelamento de algumas ou, no limite, de todas as provas do GP, caso a situação epidemiológica piore. No entanto, o responsável assumiu estar confiante na realização do evento.

Haverá público nas bancadas e os bilhetes estarão à venda a partir de 21 de Setembro, mantendo-se o preço inalterado, ou seja, 50 patacas para os dias de treinos (19 a 20 Novembro) e entre 400 e 1000 patacas para os dias das provas (21 e 22 de novembro). Serão ainda instaladas máquinas de bilhetes self-service e a admissão ao evento será feita através de pulseira electrónica.

14 Set 2020

Automobilismo | China GT anuncia duas corridas no Grande Prémio

A organização do Campeonato da China de GT anunciou esta semana nas redes sociais, em língua chinesa, o calendário para a temporada que está prestes a arrancar e que inclui, não uma, mas duas visitas ao Grande Prémio de Macau

 

[dropcap]D[/dropcap]epois de mais de meio ano de motores silenciados, a competição chinesa de carros de Grande Turismo (GT) irá iniciar-se no segundo fim-de-semana de Agosto no Circuito Internacional de Zhuzhou. Devido aos constrangimentos causados pela pandemia mundial da COVID-19, a temporada de 2020 do Campeonato da China de GT irá prolongar-se até ao final de 2021, contemplando assim um número recorde de dez eventos, quatro deles fora da China Interior.

Depois da jornada dupla em Zhuzhou e de uma outra no circuito de Fórmula 1 de Xangai, segundo o calendário agora apresentado, a caravana do campeonato chinês tem viagem marcada para o Circuito da Guia para a última prova do ano 2020. Mas o campeonato não termina com a deslocação à RAEM, visto que esta será uma “Super-Temporada”, a primeira de um campeonato nacional chinês de automobilismo. O organizador espera começar o novo ano na Malásia, onde esteve em 2019, para continuar na Tailândia, com uma prova em Buriram, e regressar a território chinês para mais três provas: Xangai, Zhuzhou e Xangai. “Em Novembro de 2021, a primeira Super-Temporada do China GT espera regressar a Macau outra vez e terminar no Grande Prémio de Macau”, é possível ler na comunicação.

A Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau ainda não se pronunciou publicamente sobre o programa da 67ª edição do evento, no entanto, é certo que a Taça GT Macau não será, pela primeira vez nos últimos seis anos, palco da Taça do Mundo FIA de GT. Pela comunicação da organização chinesa, que carece ainda de confirmação pública oficial por parte entidades responsáveis locais, que nesta matéria têm sempre a última palavra, o pelotão do Campeonato da China de GT irá ocupar o lugar deixado vago pela federação internacional.

O Campeonato da China de GT está dividido em duas categorias – uma para carros da categoria GT3 (iguais aos da Taça GT Macau) e outra para carros GT4 (vistos o ano passado a correr na Taça GT da Grande Baía) – e realiza duas corridas por fim-de-semana, não tendo sido revelado o formato que irá utilizar na sua anunciada comparência no Circuito da Guia. Habitualmente, cada carro é pilotado por dois pilotos, sendo um deles profissional e o outro amador.

A competição chinesa começou a ganhar peso e importância a partir de 2016 e tem na sua história um episódio de má memória para o automobilismo de Macau, pois foi neste campeonato que André Couto, ao volante de um Nissan GT-R Nismo GT3, teve o violento despiste na pista de Zhuhai com consequências físicas que o obrigaram a uma longa mas feliz recuperação física em 2017. Para além de Couto, também Rodolfo Ávila, Billy Lo, Mak Ka Lok ou Ip Un Hou representaram no passado a RAEM nesta competição sancionada pela autoridade desportiva nacional da China.

Boa alternativa

Uma presença do Campeonato da China de GT no maior evento automobilístico do sudeste asiático em 2020 irá certamente aumentar o perfil internacional de um campeonato ainda muito focado para o mercado interno, não obstante de contar hoje com um parque automóvel preenchido pelas as várias marcas envolvidas na disciplina: Audi, BMW, Mercedes-AMG, Porsche, McLaren, Lamborghini, etc.

“Caso se concretize, acho que irá tornar o campeonato mais competitivo e atraente para equipas asiáticas, embora tenha ainda uma forte componente chinesa”, admite Duarte Alves, que desde 2017 tem colaborado pontualmente com várias equipas do Campeonato da China de GT, quando o seu preenchido calendário no GT World Challenge Asia e no Super GT (Japão) assim o permite. “Acho que ao inserirem o Grande Prémio de Macau no calendário poderão elevar o estatuto do campeonato. No entanto, não sei como será o formato das corridas, porque regra geral são duas corridas, de uma hora de duração cada, com paragem nas boxes obrigatória, algo que não será fácil aplicar em Macau”.

O experiente engenheiro de Macau reconhece que esta é uma boa alternativa para a continuidade de uma corrida que foi introduzida no programa do evento em 2008. “Falando como fã do Grande Prémio de Macau, assumindo que a Taça GT terá continuidade, é muito positivo para os fãs das corridas de carros de GT3, pois será mais uma corrida desta categoria mas com pilotos profissionais e amadores, isto se as regras normais do Campeonato da China de GT se mantiverem para esta prova”.

24 Jul 2020

André Pires já tem o convite para GP Macau 2020

[dropcap]O[/dropcap] piloto português André Pires aceitou o convite da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau e vai participar no 54º Grande Prémio de Motos de Macau, que está agendado de 19 a 22 de Novembro, no programa do 67º Grande Prémio de Macau.

“Já recebemos o convite e estamos ansiosos para ir…”, confirmou Pires ao HM na passada sexta-feira. O piloto de Vila Pouca de Aguiar encontra-se a disputar o Campeonato Nacional de Velocidade de Superbike, competição que arrancou logo após o desconfinamento em Portugal, com uma prova no Autódromo do Estoril e outra no Autódromo Internacional do Algarve.

“Estou com a mesma mota e com a mesma equipa, por isso iremos os mesmos”, explicou o piloto da Beauty Machines Racing Team que tripula uma Yamaha R1 afinada pelos técnicos portugueses. “O campeonato aqui já começou e estamos a treinar e a ganhar ritmo para podermos ir bem preparados a Macau”.

A lista de inscritos da prova será com certeza dada a conhecer mais tarde no ano, mas deverá contar com diversas caras conhecidas do evento. O incontornável britânico Michael Rutter, vencedor por nove vezes desta prova, e o espanhol Raul Torras, foram alguns dos pilotos que publicamente mostraram predisposição para viajarem até nós no final do ano.

Pires estreou-se na prova da RAEM em 2013, no sexagésimo aniversário do evento, com um 13º lugar da geral, sendo desde aí uma presença assídua no Circuito da Guia e, nos últimos anos, o único representante do motociclismo português na “Clássica do Oriente”. O ano passado, numa corrida atribulada que teve duas bandeiras vermelhas e apenas duas voltas competitivas, Pires foi obrigado a abandonar devido a uma queda na Curva Melco, sem consequências físicas para o piloto luso.

Satisfação pelo esforço local

Devido à pandemia da COVID-19, as mais relevantes competições de motociclismo de estrada têm sido praticamente todas canceladas este ano. Para além da Ilha de Man TT, também a North West 200, o Grande Prémio do Ulster, a Classic TT e o Manx GP, não irão acontecer em 2020. Para a grande parte dos pilotos profissionais da disciplina de “road racing”, o Grande Prémio de Motos de Macau irá figurar como a prova mais importante desta encurtada temporada e para alguns, talvez seja mesmo a sua única corrida de um ano para esquecer.

O programa oficial do 67º Grande Prémio de Macau ainda não foi dado a conhecer ao grande público, mas as entidades oficiais têm sido peremptórias em realçar o seu apoio ao maior cartaz desportivo de carácter anual da RAEM. O piloto português já tinha sublinhado aqui no HM a importância da deslocação ao Oriente pela maior parte dos pilotos da categoria este ano, mas não deixou de referir que no caso da sua equipa “estamos muito contentes por, mesmo com esta situação, as entidades responsáveis em Macau estarem a tentar realizar o Grande Prémio. Espero que seja mesmo possível, pois é sinal que as coisas estão a melhorar”.

Devido à conjectura actual, Pires poderá ser mesmo o único piloto, de carros e motos, a deslocar-se de Portugal para a prova, o que a acontecer, será o número mais baixo de sempre desde 1985. A primeira representação portuguesa vinda da metrópole, no que respeita a provas de motociclismo do Grande Prémio, aconteceu apenas em 1986.

6 Jul 2020

GT | Construtores apoiam o GP Macau

A Federação Internacional do Automóvel (FIA) abdicou da organização da Taça do Mundo de GT da FIA este ano, no entanto, a maioria dos construtores que dariam corpo a este troféu pretende estar representada no 67º Grande Prémio de Macau, se tiverem uma oportunidade para o fazer

 

[dropcap]O[/dropcap] programa do maior evento desportivo de caracter anual do território ainda não é do domínio público, no entanto, a realização da Taça GT Macau, uma corrida que foi introduzida no evento em 2008, não deverá ficar comprometida pela ausência de um título mundial a atribuir, visto ao interesse na corrida de várias equipas do continente asiático e não só. Por outro lado, esta era uma corrida que já tinha corrida quatro construtores confirmados – Audi, BMW, Mercedes AMG e Porsche – que, na sua maioria, mantêm-se interessados.

O evento do Circuito da Guia deixou de ser apenas um marco importante para as corridas de monologares e de carros de Turismo, como era até há uma década, mas também já se tornou numa paragem obrigatória para os grandes intervenientes das corridas de Grande Turismo, como a Audi. A marca de Ingolstadt venceu esta corrida por quatro ocasiões, com Edoardo Mortara a triunfar três vezes consecutivas na Taça GT Macau, de 2011 a 2013, e Laurens Vanthoor vencer na atribulada segunda edição da Taça do Mundo, em 2016.

Ao HM, Chris Reinke, o responsável máximo pela Audi Sport customer racing, deixou claro que a visita anual a Macau faz parte dos planos da marca através das equipas que defendem as cores da marca dos anéis que estão baseadas no continente asiático: “Para a Audi Sport customer racing, a Taça do Mundo em Macau é parte integral do nosso programa e única para nós, como evento. Gostaríamos de ter ‘começado’ em 2020, mas a tradicional Taça do Mundo de GT não terá lugar este ano devido à crise do novo coronavírus. Se houver uma corrida no circuito citadino da Guia e os clientes da Audi Sport quiserem participar, nós iremos apoiar como é hábito, como parte do apoio da Audi Sport customer racing Asia”, asseverou Reinke.

Em sintonia

Tal como a Audi, a Porsche tem vindo a construir uma forte clientela na região e não foi por acaso que em 2017 abriu um quartel general só para a competição automóvel em Xangai. Como tal, a marca de Weissach espera estar representada numa corrida que venceu uma única vez, logo na prova de de estreia em 2008.

“O Grande Prémio de Macau é uma corrida icónica na região e a Porsche Motorsport Asia Pacific tem tido enorme prazer em apoiar os seus clientes na disputa deste evento emblemático nos últimos anos. Olhando em frente, o nosso compromisso em apoiar os nossos clientes continua inalterado”, esclareceu Alex Gibot, o responsável máximo pela Porsche Motorsport Asia Pacific, ao HM.

Na edição passada da prova, num esforço de quatro Porsche 911 GT3-R e que se saldou em dois pódios, a Porsche Motorsport Asia Pacific esteve ao lado da alemã ROWE Racing e da chinesa Absolute Racing. A equipa que tem bases em Xangai e Zhuhai tem vindo a representar a Porsche no campeonato GT World Challenge Asia e pontualmente no Intercontinental GT Challenge, sendo uma potencial candidata a defender as cores da marca em Novembro.

BMW do contra

Durante décadas o Circuito da Guia foi um poço de alegrias para a BMW, aliás o Grande Prémio de Macau ajudou a construir o nome da marca da Baviera nesta parte do globo. Com algumas excepções, como as participações de Augusto Farfus, vencedor da Taça do Mundo de GT em 2018, infelizmente, nas duas últimas décadas a BMW tem se afastado da prova, como também tem perdido protagonismo para as suas rivais na região. Portanto, não é de estranhar que seja a única marca a admitir publicamente que retirou o Grande Prémio do seu calendário desportivo.

“Como a Taça do Mundo foi cancelada pela FIA, não haverá participação da BMW Motorsport”, explicou um porta-voz da BMW Motorsport, acrescentando que “as nossas equipas clientes são independentes e, como tal, podem decidir em que competições querem tomar parte”.

O HM tentou obter uma reacção da Mercedes-AMG, mas à data desta publicação, o construtor de Estugarda não respondeu à nossa solicitação. Contudo, o HM sabe que duas das equipas que utilizam os carros da marca da estrelinha terão mostrado interesse em regressar à RAEM este ano.

O programa e o formato das corridas do Grande Prémio de 2020 ainda não são do conhecimento público, mas o Coordenador da Comissão Organizadora, Pun Weng Kun, em declarações à imprensa na passada quinta-feira, pediu à população de Macau para continuar a apoiar o evento e afirmou que a organização tem várias opções à mão para a prova que está agendada de 19 a 22 de Novembro.

23 Jun 2020

F3 | FIA conseguiu acomodar GP no calendário

A Federação Internacional do Automóvel (FIA) e a organização do Campeonato FIA de Fórmula 3 terão já conseguido acomodar a Taça do Mundo de F3 num calendário de recurso, após a pandemia da COVID-19 ter descontinuado todas as actividades desportivas a nível mundial

 

[dropcap]N[/dropcap]o passado mês de Março, o Conselho Mundial da FIA aprovou a inclusão da Taça do Mundo de F3 da FIA, pela quinta vez consecutiva, no programa do Grande Prémio de Macau. Isto quer dizer, que a corrida principal do Grande Prémio irá manter os mesmos moldes da edição do ano passado, em que todo o pelotão será proveniente do Campeonato FIA de Fórmula 3, utilizando os novos chassis construídos pela Dallara, equipados com motores V6 produzidos pela Mechachrome em França e pneus específicos da Pirelli.

Com a excepção da primeira prova, que estava calendarizada para o Bahrein, as outras sete provas que estavam no calendário inicial do Campeonato FIA de Fórmula 3 deveriam ser disputadas em fins-de-semana do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 até Setembro, com o Grande Prémio a ser disputado como prova “extra-campeonato” a encerrar a temporada. Esta situação permitia que os carros e material das equipas voltassem para a Europa após a prova de Sochi (Rússia) e realizar um teste na Europa antes da jornada de Macau.

Este cenário não será possível este ano, pois o calendário original da categoria rainha do automobilismo foi praticamente riscado de cima a baixo e existiam sérias dúvidas como encaixar o Grande Prémio do território com as oito provas do campeonato, sabendo da necessidade que há em estender provas pontuáveis para o campeonato até ao mês de Dezembro.

Segundo o que o HM conseguiu apurar, as dez equipas do campeonato e que têm a obrigatoriedade contratual de também correr em Macau – Prema Racing, Hitech Grand Prix, ART Grand Prix, Trident, HWA Racelab, MP Motorsport, Jenzer Motorsport, Charouz Racing System, Carlin Buzz Racing e Campos Racing – terão já sido notificadas sobre qual o plano de provas provisório a seguir. A data do Grande Prémio de Macau – 19 a 22 de Novembro – não sofrerá qualquer alteração, mas a prova do Circuito da Guia não será a última da época para as equipas de Fórmula 3.

A competição que espera arrancar em conjunto com a Fórmula 1, no início de Julho na Áustria, com dois eventos à porta fechada, poderá prolongar-se até meados ao último mês do ano, o que quer dizer que Macau não será o evento fim de época, tendo as equipas e pilotos que disputar a Taça do Mundo antes da decisão do campeonato, uma situação totalmente nova para todos os intervenientes.

A Campeonato FIA de Fórmula 3 remete qualquer questão relacionada com o Grande Prémio para a FIA, enquanto que a federação não comenta por agora o calendário que está a tentar construir junto da Formula One Management e que ainda não foi dado a conhecer ao público no geral.

Precauções redobradas

O recomeço da Fórmula 3 terá cuidados sanitários redobrados. O número de pessoas presentes no paddock será reduzido ao mínimo nos eventos em conjunto com a Fórmula 1. Para além dos jornalistas e pessoal do catering ficarem à porta, as equipas estarão limitadas no número de membros presentes por evento. Serão implementadas regras e protocolos para promover o distanciamento, como um menor número de elementos presente nas grelhas de partida, menos pessoas na cerimónia do pódio ou um maior espaçamento entre equipas no paddock. O uso de máscara será obrigatório, haverá medição da temperatura corporal à entrada e todos aqueles autorizados a entrar nos circuitos terão de testar negativo à COVID-19 e poderá ser obrigatório a apresentação de um teste sorológico.

11 Mai 2020

WTCR | Equacionado calendário sem GP Macau

O Europort Events e a Federação Internacional do Automóvel (FIA) deverão apresentar muito em breve um novo calendário de seis eventos para a Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR). Segundo diversas fontes, este calendário deixará o Grande Prémio de Macau de fora e incluirá apenas provas na Europa

 

[dropcap]A[/dropcap]ntes da pandemia da COVID-19, a WTCR já estava debilitada, com a retirada do apoio de fábrica às equipas do campeonato por parte da Audi, SEAT e Volkswagen, o que despoletou a saída de várias equipas, como a KCMG, WRT, PWR Racing ou a Sébastien Loeb Racing. A crise sanitária apenas agravou mais a situação. Os sucessivos cancelamentos das provas de Hungaroring, Nurburgring e de Vila Real obrigaram a organização a tomar medidas drásticas.

“Um calendário revisto da WTCR está pronto e foi entregue à FIA para aprovação”, clarificou François Ribeiro há duas semanas. O Eurosport Events e a FIA estavam a trabalhar numa época compacta, com início no final de Agosto e final no mês de Novembro. Sabendo que só por uma ocasião na sua história o promotor da WTCR, e antes do WTCC, fretou transporte aéreo, as probabilidades da competição ser realizada em dois continentes em tão curto espaço de tempo são de facto pequenas.

De acordo com o portal motorsport.it, a organização da Taça do Mundo teme que não seja possível realizar a segunda parte do campeonato na Ásia, devido às restrições das deslocações entre países, para além da dificuldade que existe hoje em realizar planos para o último trimestre do ano. A ideia do promotor do campeonato será permanecer no “velho continente”, onde as viagens serão na teoria menos problemáticas e menos onerosas, até porque todas as equipas têm a sua base operacional na Europa.

Gyárfás Oláh, o presidente da Federação Húngara de Automobilismo (MNASZ na sigla inglesa), disse à publicação Daily News Hungary que o seu país, que tinha a sua prova marcada para Abril e foi obviamente cancelada, que a prova magiar está novamente bem posicionada para receber a caravana da WTCR. “O promotor está a pensar num calendário completamente novo que irá saltar todas as provas asiáticas e terá apenas as europeias, incluindo o Hungaroring”, revelou Gyárfás Oláh.

O Eurosport Events só irá prestar declarações sobre o calendário assim que este for publicado. Para além de Macau, em 2020 a WTCR tinha provas calendarizadas no continente asiático para os circuitos Ningbo (China), Inje (Coreia do Sul) e Sepang (Malásia).

Tiago Monteiro às escuras

Numa entrevista ao portal da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), Tiago Monteiro, que renovou com a Honda para disputar esta terceira temporada da WTCR, disse que “sinceramente não sei em que moldes (o campeonato) irá regressar”. Contudo, o piloto luso que venceu a Corrida da Guia em 2016, não está muito optimista quanto ao campeonato, pois devido à crise sanitária, “não se vai perder tudo, mas uma grande parte vai ficar pelo caminho.”

Monteiro, que guiará um dos quatro Honda Civic TCR já inscritos no campeonato pela Münnich Motorsport, parece naturalmente preocupado com o futuro do automobilismo no geral. “Não é apenas a questão de adiar ou cancelar provas, é toda uma componente económica que está neste momento a ser arrasada. Vai ser difícil recuperar e certamente muitas equipas, empresas e projectos desportivos vão ficar pelo caminho”, referiu o portuense.

Impacto modesto

Mesmo que se confirme a ausência da WTCR do programa do 67º Grande Prémio de Macau, que está agendado para 19 a 22 de Novembro, isto não significa um sério revés para o evento. Ninguém acredita que a Corrida da Guia, cuja primeira edição foi disputada em 1972, possa desaparecer, até porque esta não precisar de estar dependente de um qualquer campeonato para se realizar.

Quando o WTCC esteve afastado da RAEM durante dois anos, em 2015 e 2016, a Corrida da Guia realizou-se, utilizando uma regulamentação técnica que permitiu que fosse disputada com estas mesmas viaturas TCR, que hoje compõem a Taça Mundial. Repetir esse percurso certamente não será difícil, até porque existirão no continente asiático mais de uma centena de carros da categoria TCR, provenientes dos diversos campeonatos nacionais da especialidade, que poderão participar na prova que ainda hoje, quase cinquenta anos depois, é a mais prestigiada de carros de Turismo da região.

Antes de fazer parte do calendário do WTCC, de 2005 a 2015 e depois em 2017, a Corrida da Guia contou em 1994 para o Campeonato Ásia-Pacifico de Carros de Turismo e de 2000 a 2003 fez parte do calendário do defunto Campeonato da Ásia de Carros de Turismo. As outras edições foram sempre “extra-campeonato” e não consta que alguma vez tivesse existido falta de interesse. Devido à expressão que a prova tem no mercado asiático, é altamente provável que as principais marcas interessadas nesta disciplina se deslocarão ao Circuito da Guia de qualquer forma.

4 Mai 2020

GP Macau | Rob Huff aponta para mais uma vitória

Rob Huff é, a par com Michael Rutter, o piloto que mais vitórias celebrou no Circuito da Guia. O piloto britânico contabiliza nove títulos, todos alcançados em provas do Grande Prémio de Macau pontuáveis para o Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC). No final da época passada, Huff viu-se surpreendentemente sem lugar na Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR) de 2020, mas apesar disso, o campeão do mundo de carros de Turismo de 2012 rapidamente deixou claro que gostaria de regressar à RAEM em Novembro

 

[dropcap]N[/dropcap]as duas últimas temporadas, Huff conduziu um dos Volkswagen Golf GTi da Sébastien Loeb Racing (SLR) na WTCR, mas no final do ano transacto, a Volkswagen Motorsport resolveu repentinamente parar com todos os apoios às actividades desportivas com veículos a combustão. Curiosamente, Huff e a SLR iriam estrear esta temporada um novo Golf GTi. Esta decisão da marca alemã ditou a retirada da WTCR por parte da equipa da estrela dos ralis Sébastien Loeb, o que deixou Huff sem um volante no mundial para este ano.

Com quinze anos de experiência a competir ao mais alto nível nas corridas de carros de Turismo, Huff rapidamente encontrou um lugar para estar activo esta temporada, assinando pela equipa Lestrup Racing Team, para conduzir um Golf GTi no campeonato escandinavo da especialidade. A esta competição, Huff juntará este ano participações esporádicas em corridas de clássicos e também na China. O regresso a Macau em Novembro nunca foi posto em causa e o piloto, que nasceu no dia de Natal, está disposto a voltar, se conseguir reunir as condições necessárias para uma participação condigna. Isto é, um binómio equipa-carro capaz de vencer, mesmo sem contar com o apoio oficial de uma marca.

“Se fizermos Macau, certamente só estarei interessado em participar com uma equipa e um carro que possa vencer a corrida”, clarificou Huff ao HM. “Mas há algumas equipas privadas muito profissionais por aí e com a SLR éramos efectivamente isso, contra algumas equipas com mais apoio de fábrica por trás.”

Mesmo quando a Corrida da Guia deixou de estar na rota do WTCC, Huff quis sempre participar no maior evento desportivo do território, tendo corrido em 2016 e só não repetiu a presença em 2017, porque os regulamentos da altura não o permitiram. Esta é uma das pistas favoritas do inglês e uma daquelas que mais alegrias lhe deu ao longo da sua carreira.

“Ao longo dos anos, venci com uma variedade de carros em Macau. Tem sido um ‘terreno de caça’ de muitos sucessos para mim, e quando estou lá carrego uma grande quantidade de confiança e claro que isso ajuda quando procuras velocidade e vais para a vitória”, afirma Huff que para além da Volkswagen, defendeu as cores oficiais da Chevrolet, Lada e Honda.

Mais Oriente

A presença de Huff no continente asiático tem sido bastante regular ao longo da última década, principalmente como “Driver Coach” de pilotos menos experientes. Recentemente Huff colocou um pé no lado empresarial do automobilismo e, em parceria com o empresário-piloto de Hong Kong Alex Hui, fundou a Teamwork Huff Motorsport. Depois de uma passagem pelo campeonato TCR UK, a recém equipa do inglês sediado no Dubai vai colocar as suas atenções principalmente no continente asiático.

“Estamos certamente a planear para que a Teamwork Huff Motorsport corra muito mais na Ásia este ano. Especialmente, dado que provavelmente não será muito fácil competir na Ásia e na Europa ao mesmo tempo nas circunstâncias actuais”, explica Huff que considera que “o mercado asiático, em termos de carros de turismo tem crescido muito rapidamente, com programas fortes no TCR China e Ásia”.

Devido à crise sanitária em curso, a equipa que tem as suas oficinas em Zhaoqing e que participou este ano numa ronda do TCR Malásia com um Audi, ainda não revelou exactamente o seu programa desportivo, mas o seu proprietário admite que “esperamos ser parte deste crescimento e desenvolvimento da região”.

China em crescimento

O piloto de 40 anos tem sido uma presença habitual nos últimos anos em provas soltas na categoria principal do Campeonato Chinês de Carros de Turismo (CTCC), juntando-se ao piloto de Macau Rodolfo Ávila aos comandos dos Volkswagen Lamando oficiais. Huff reconhece que “o CTCC cresceu nos últimos anos. A introdução de ‘wild cards’ internacionais ajudou a construir a imagem do campeonato e ajudou também as equipas a se concentrarem mais em encontrar os melhores talentos nacionais”.

A chegada de outros pilotos internacionais de topo à mais popular competição chinesa de automobilismo, como Alex Fontana, Colin Turkington ou Pepe Oriola, segundo Huff “significa que há agora também (no campeonato) muitos pilotos competitivos da China, Hong Kong e Macau, o que garante que há lutas aguerridas, mas também um grande espectáculo, e com programas desportivos totalmente de fábrica, o que é algo raro em campeonatos nacionais.”

28 Abr 2020

Motociclismo | Michael Rutter vai voltar ao GP com nova moto

[dropcap]N[/dropcap]uma semana terrível para todos os desportos a nível mundial, com cancelamentos e adiamentos em catadupa em todas as modalidades, a indústria e os seus agentes tentam manter uma certa normalidade e vão-se preparando para quando a vida retomar ao normal.
Michael Rutter deu na passada sexta-feira uma entrevista ao Shropshire Star, onde confirmou que nos seus planos para a nova temporada está um regresso ao Grande Prémio de Macau este ano, onde com certeza tentará vencer pela décima vez no Circuito da Guia. Mais, aos 48 anos, o filho do ex-piloto Tony Rutter não tem planos para abrandar e espera também estar à partida de outros grandes eventos como a Ilha de Man TT ou a Classic TT.
“O ano passado fiz tudo o que tinha planeado fazer e, possivelmente, ainda mais”, disse o britânico, recordista de vitórias do Grande Prémio de Macau de Motos, à publicação da região de West Midlands. “Até venci o Grande Prémio de Macau e, embora tenha sido provavelmente uma sorte (a corrida teve apenas uma volta competitiva ao circuito). Na minha idade, fiquei muito satisfeito como tudo correu e ficarei bastante agradado se conseguir repetir alguns sucessos outra vez este ano”
Conhecido no meio como “The Blade”, Rutter continuará focado no seu novo projecto pessoal, a Bathams Racing. A equipa recebeu por parte da BMW Motorrad o estatuto de “equipa de fábrica”, tendo contratado à Suzuki os serviços de Richard Cooper. A Bathams Racing assim irá preparar duas novas Superbikes e duas Superstock, colocando-as a correr nas principais corridas de estrada e também no Campeonato Britânico de Superbikes.

Adeus à Super Honda

Depois de conquistar a 53ª edição do Grande Prémio de Macau de Motos, Rutter vai encostar a preciosa Honda RCV213V-S, uma moto proveniente do MotoGP e que estava avaliada em dois milhões e meio de patacas. O estatuto de equipa oficial da BMW da Bathams Racing e a maior competitividade da mais recente geração de motos da marca de Munique são razões mais que suficientes para Rutter deixar a Honda de lado.
“A Honda atingiu alguma idade, como acontece com todas as motos, porque estas novas motos são ainda melhores”, explicou Rutter. “Nós somos uma equipa oficial da BMW este ano e apesar de eu tecnicamente poder tripular qualquer moto que goste, acho que fica melhor que a equipa esteja toda com motos iguais.”
Esta parceria com a BMW permite à equipa de Rutter receber a ajuda em termos de electrónica e se algum “update” for lançado, a Bathams Racing irá ser a primeira a receber o material. Recorde-se que o ano passado, em Macau, a BMW S1000 RR inscrita pela MGM by Bathams Racing, tripulada por Peter Hickman, o pole-position e segundo classificado, já exibiu algumas das novidades técnicas a aplicar na competitiva máquina germânica em 2020.

16 Mar 2020

Motociclismo | Michael Rutter vai voltar ao GP com nova moto

[dropcap]N[/dropcap]uma semana terrível para todos os desportos a nível mundial, com cancelamentos e adiamentos em catadupa em todas as modalidades, a indústria e os seus agentes tentam manter uma certa normalidade e vão-se preparando para quando a vida retomar ao normal.

Michael Rutter deu na passada sexta-feira uma entrevista ao Shropshire Star, onde confirmou que nos seus planos para a nova temporada está um regresso ao Grande Prémio de Macau este ano, onde com certeza tentará vencer pela décima vez no Circuito da Guia. Mais, aos 48 anos, o filho do ex-piloto Tony Rutter não tem planos para abrandar e espera também estar à partida de outros grandes eventos como a Ilha de Man TT ou a Classic TT.

“O ano passado fiz tudo o que tinha planeado fazer e, possivelmente, ainda mais”, disse o britânico, recordista de vitórias do Grande Prémio de Macau de Motos, à publicação da região de West Midlands. “Até venci o Grande Prémio de Macau e, embora tenha sido provavelmente uma sorte (a corrida teve apenas uma volta competitiva ao circuito). Na minha idade, fiquei muito satisfeito como tudo correu e ficarei bastante agradado se conseguir repetir alguns sucessos outra vez este ano”

Conhecido no meio como “The Blade”, Rutter continuará focado no seu novo projecto pessoal, a Bathams Racing. A equipa recebeu por parte da BMW Motorrad o estatuto de “equipa de fábrica”, tendo contratado à Suzuki os serviços de Richard Cooper. A Bathams Racing assim irá preparar duas novas Superbikes e duas Superstock, colocando-as a correr nas principais corridas de estrada e também no Campeonato Britânico de Superbikes.

Adeus à Super Honda

Depois de conquistar a 53ª edição do Grande Prémio de Macau de Motos, Rutter vai encostar a preciosa Honda RCV213V-S, uma moto proveniente do MotoGP e que estava avaliada em dois milhões e meio de patacas. O estatuto de equipa oficial da BMW da Bathams Racing e a maior competitividade da mais recente geração de motos da marca de Munique são razões mais que suficientes para Rutter deixar a Honda de lado.

“A Honda atingiu alguma idade, como acontece com todas as motos, porque estas novas motos são ainda melhores”, explicou Rutter. “Nós somos uma equipa oficial da BMW este ano e apesar de eu tecnicamente poder tripular qualquer moto que goste, acho que fica melhor que a equipa esteja toda com motos iguais.”

Esta parceria com a BMW permite à equipa de Rutter receber a ajuda em termos de electrónica e se algum “update” for lançado, a Bathams Racing irá ser a primeira a receber o material. Recorde-se que o ano passado, em Macau, a BMW S1000 RR inscrita pela MGM by Bathams Racing, tripulada por Peter Hickman, o pole-position e segundo classificado, já exibiu algumas das novidades técnicas a aplicar na competitiva máquina germânica em 2020.

16 Mar 2020

F1 | Regresso à China no mesmo fim-de-semana do GP Macau

[dropcap]O[/dropcap] custo do cancelamento do Grande Prémio da China de Fórmula 1 para os cofres do campeonato rondará os 500 milhões de patacas. Por isso é que a Federação Internacional do Automóvel (FIA), juntamente com a Liberty Media, a empresa que gere os destinos da competição automóvel, decidiram aceitar o pedido de adiamento da prova, devido ao surto do coronavírus, que estava agendada para o fim-de-semana de 18 e 19 de Abril, depois de uma solicitação oficial do promotor do evento, o Juss Sports Group, em vez do seu cancelamento. Junto com as equipas, a Liberty Media procura agora uma data alternativa, num calendário apertado, para acomodar ainda este ano a prova de Xangai. Existe uma data proposta, é em Novembro e coincide precisamente com o Grande Prémio de Macau.
Devido aos condicionamentos do calendário de provas mais longo da história da Fórmula 1, o único fim-de-semana livre é o de 21 e 22 de Novembro, entre o Grande Prémio do Brasil e o Grande Prémio do Abu Dhabi.
A ideia inicial apresentada às equipas seria de um fim-de-semana de apenas dois dias. Por contrato, o circuito de Yas Marina, em Abu Dhabi, tem que receber a última corrida do ano, logo seria impossível realizar a prova chinesa numa data posterior. Mas a realização de três provas em locais tão longínquos do mundo não é por si só fácil ou sequer consensual.
“É um verdadeiro desafio logístico olímpico, uma vez que todo o circo terá de viajar do Brasil para a China e, posteriormente, para Abu Dhabi, isto no espaço de três semanas”, explicou ao HM o jornalista Jorge Girão que faz a cobertura da Fórmula 1 para o jornal português especializado em automobilismo AutoSport. “Ainda assim, é exequível e a FOM está interessada em tornar o evento chinês num de apenas dois dias, ao invés dos três habituais, para facilitar ao máximo.”
Um novo agendamento da prova requer o consentimento de todas as dez equipas, algo que raramente é possível. “Aqui surgem os problemas, uma vez que cada uma das equipas se move pelos seus próprios interesses e basta uma que não esteja interessada para que todo o plano impluda e quanto mais tempo demorar a uma votação, pior”, clarifica Jorge Girão.
Este é um evento muito importante para os construtores, mas também o é para diversos patrocinadores envolvidos na disciplina rainha do desporto motorizado. Por outro lado, a China tem sido um dos países em que as audiências mais cresceram, isto numa altura em que o campeonato tem perdido audiências televisivas, muito por culpa da aposta no “pay-per-view”.
“O final da temporada é sempre bastante atarefado, especialmente para o pessoal das equipas”, disse Chris Horner, o director desportivo da Red Bull, aos jornalistas na passada semana em Barcelona. Questionado se votaria a favor, o dirigente da poderosa estrutura apoiada pela Honda foi mais pragmático: “Tudo vai depender da situação no campeonato. Se tiveres numa boa posição no campeonato, claro que não vais querer mais uma corrida, mas se estás atrás, claro que vais votar a favor.”
Outros, como Franz Tost, o director desportivo da AlphaTauri (ex-Toro Rosso), são ainda mais cépticos, “em primeiro lugar, eles têm que resolver (o problema), o que eu duvido que aconteça dentro do prazo que precisam, para que seja seguro lá ir, sem termos problemas”.

Macau conta pouco

O Grande Prémio da China de Fórmula 1 realiza-se desde 2004, mas esta é a primeira vez que há uma potencial coincidência de datas com o Grande Prémio de Macau, um evento que decorre sem interrupções desde 1954. Contudo, a acontecer, esta não seria a primeira vez que haveria um campeonato mundial de automobilismo na China no mesmo fim-de-semana do Grande Prémio. Em 2018, as 6 Horas de Xangai, do Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC), coincidiu com o Grande Prémio, algo que não se repetiu devido às exigências dos construtores automóveis presentes oficialmente na Taça do Mundo FIA de GT do Grande Prémio.
Contudo, desta vez a situação é diferente e o principal interessado vai certamente apenas olhar para o seu umbigo. “Antes de mais, a não realização de um Grande Prémio representa sempre uma penalização financeira e a China é dos países que mais paga para ter a sua corrida, logo, existe todo o interesse da parte da FOM para que a prova se realize e único constrangimento para o qual olharão será o calendário do Campeonato do Mundo de Fórmula 1”, acredita Jorge Girão. “Apesar da importância do Grande Prémio do Macau, uma das provas mais importantes da Ásia e de impacto mundial, este dificilmente será levado em consideração e, caso as equipas aprovem, o Grande Prémio da China será mesmo realizado no mesmo fim-de-semana do evento do Circuito da Guia.”
O impacto maior, se esta decisão for para a frente, será na cobertura mediática do evento da RAEM, até porque os horários das transmissões televisivas poderão coincidir.

27 Fev 2020

F1 | Regresso à China no mesmo fim-de-semana do GP Macau

[dropcap]O[/dropcap] custo do cancelamento do Grande Prémio da China de Fórmula 1 para os cofres do campeonato rondará os 500 milhões de patacas. Por isso é que a Federação Internacional do Automóvel (FIA), juntamente com a Liberty Media, a empresa que gere os destinos da competição automóvel, decidiram aceitar o pedido de adiamento da prova, devido ao surto do coronavírus, que estava agendada para o fim-de-semana de 18 e 19 de Abril, depois de uma solicitação oficial do promotor do evento, o Juss Sports Group, em vez do seu cancelamento. Junto com as equipas, a Liberty Media procura agora uma data alternativa, num calendário apertado, para acomodar ainda este ano a prova de Xangai. Existe uma data proposta, é em Novembro e coincide precisamente com o Grande Prémio de Macau.

Devido aos condicionamentos do calendário de provas mais longo da história da Fórmula 1, o único fim-de-semana livre é o de 21 e 22 de Novembro, entre o Grande Prémio do Brasil e o Grande Prémio do Abu Dhabi.

A ideia inicial apresentada às equipas seria de um fim-de-semana de apenas dois dias. Por contrato, o circuito de Yas Marina, em Abu Dhabi, tem que receber a última corrida do ano, logo seria impossível realizar a prova chinesa numa data posterior. Mas a realização de três provas em locais tão longínquos do mundo não é por si só fácil ou sequer consensual.

“É um verdadeiro desafio logístico olímpico, uma vez que todo o circo terá de viajar do Brasil para a China e, posteriormente, para Abu Dhabi, isto no espaço de três semanas”, explicou ao HM o jornalista Jorge Girão que faz a cobertura da Fórmula 1 para o jornal português especializado em automobilismo AutoSport. “Ainda assim, é exequível e a FOM está interessada em tornar o evento chinês num de apenas dois dias, ao invés dos três habituais, para facilitar ao máximo.”

Um novo agendamento da prova requer o consentimento de todas as dez equipas, algo que raramente é possível. “Aqui surgem os problemas, uma vez que cada uma das equipas se move pelos seus próprios interesses e basta uma que não esteja interessada para que todo o plano impluda e quanto mais tempo demorar a uma votação, pior”, clarifica Jorge Girão.

Este é um evento muito importante para os construtores, mas também o é para diversos patrocinadores envolvidos na disciplina rainha do desporto motorizado. Por outro lado, a China tem sido um dos países em que as audiências mais cresceram, isto numa altura em que o campeonato tem perdido audiências televisivas, muito por culpa da aposta no “pay-per-view”.

“O final da temporada é sempre bastante atarefado, especialmente para o pessoal das equipas”, disse Chris Horner, o director desportivo da Red Bull, aos jornalistas na passada semana em Barcelona. Questionado se votaria a favor, o dirigente da poderosa estrutura apoiada pela Honda foi mais pragmático: “Tudo vai depender da situação no campeonato. Se tiveres numa boa posição no campeonato, claro que não vais querer mais uma corrida, mas se estás atrás, claro que vais votar a favor.”

Outros, como Franz Tost, o director desportivo da AlphaTauri (ex-Toro Rosso), são ainda mais cépticos, “em primeiro lugar, eles têm que resolver (o problema), o que eu duvido que aconteça dentro do prazo que precisam, para que seja seguro lá ir, sem termos problemas”.

Macau conta pouco

O Grande Prémio da China de Fórmula 1 realiza-se desde 2004, mas esta é a primeira vez que há uma potencial coincidência de datas com o Grande Prémio de Macau, um evento que decorre sem interrupções desde 1954. Contudo, a acontecer, esta não seria a primeira vez que haveria um campeonato mundial de automobilismo na China no mesmo fim-de-semana do Grande Prémio. Em 2018, as 6 Horas de Xangai, do Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC), coincidiu com o Grande Prémio, algo que não se repetiu devido às exigências dos construtores automóveis presentes oficialmente na Taça do Mundo FIA de GT do Grande Prémio.

Contudo, desta vez a situação é diferente e o principal interessado vai certamente apenas olhar para o seu umbigo. “Antes de mais, a não realização de um Grande Prémio representa sempre uma penalização financeira e a China é dos países que mais paga para ter a sua corrida, logo, existe todo o interesse da parte da FOM para que a prova se realize e único constrangimento para o qual olharão será o calendário do Campeonato do Mundo de Fórmula 1”, acredita Jorge Girão. “Apesar da importância do Grande Prémio do Macau, uma das provas mais importantes da Ásia e de impacto mundial, este dificilmente será levado em consideração e, caso as equipas aprovem, o Grande Prémio da China será mesmo realizado no mesmo fim-de-semana do evento do Circuito da Guia.”

O impacto maior, se esta decisão for para a frente, será na cobertura mediática do evento da RAEM, até porque os horários das transmissões televisivas poderão coincidir.

27 Fev 2020

Grande Prémio | Co-organizador quer continuidade do mundial de GT em Macau

O SRO Motorsports Group, a entidade responsável pela co-organização da Taça do Mundo FIA de GT, quer que o troféu volte mais uma vez a ser disputado no programa do Grande Prémio de Macau em Novembro. Durante as 12 Horas de Bathurst do fim-de-semana passado, Stéphane Ratel, o presidente da organização sediada em Londres, desmentiu os rumores que este troféu poderia ser este ano ser transferido para França

 
[dropcap]O[/dropcap] rumor sobre uma eventual troca de localização da taça mundial de carros Grande Turismo surgiu após a ter vindo a público a possibilidade de ser realizada uma corrida para pilotos profissionais com viaturas FIA GT3 durante a segunda edição do “FIA Motorsport Games” que este ano decorre em Outubro, no circuito francês de Paul Ricard. Estes “Jogos Olímpicos” de automobilismo também são organizados pelo SRO Motorsports Group.
O empresário francês confirmou que não tem ainda um acordo assinado com a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau para a realização da Taça do Mundo FIA de GT, mas minimizou o facto, pois desde 2015 só mais tarde no ano é que ambas as partes selam esta parceria.
“Em todos os anos nunca tivemos um acordo para Macau antes do primeiro de Julho”, disse Ratel, citado pelo portal norte-americano Sportscar365. “Estamos a aguardar e trabalhamos com todos os construtores para saber quantos carros pretendem ter. Depois, mandamos para Macau um relatório a dizer ‘À data de hoje, isto é o que está confirmado. Isto é o que é possível.’ Depois Macau decide o que fazer. O processo é o mesmo todos os anos, mas é verdade que não tem sido fácil ter uma [grande] gelha de partida.”
Audi, BMW, Mercedes-AMG e Porsche já se comprometeram a regressar ao Circuito da Guia este ano, o que garante à partida mais de uma dúzia de concorrentes.

Participações não preocupam

Depois da presença de apenas 15 carros em 2018, a Taça do Mundo FIA de GT contou com 17 participantes o ano transacto. Em entrevista ao HM, na semana que antecedeu o 66º Grande Prémio de Macau, Chong Coc Veng, o presidente da Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), afirmou que se a Taça do Mundo FIA de GT reunir mais de 15 equipas profissionais, então não será por aí que será posta em causa a sua continuidade.
“Consideramos que se tivermos mais de 15 equipas profissionais que o número é consideravelmente aceitável. Estamos a falar de equipas profissionais, de topo, que têm outras alternativas e lugares onde podem correr. Por isso, no nosso entender este número muito próximo dos 20 carros é satisfatório”, disse Veng ao HM.
Em 2019, a prova de sprint para viaturas FIA GT3 e destinada a pilotos profissionais contou com a presença oficial de quatro construtores: Audi, BMW, Mercedes AMG e Porsche. A Bentley teve muito próxima de ser a quinta marca a participar na prova, mas tal cenário não se concretizou no último momento. Raffaele Marciello venceu a corrida, oferecendo este prestigiado troféu à Mercedes-AMG.
Mesmo num cenário em que a Taça do Mundo FIA de GT não se realize na RAEM, a vinda dos potentes carros da classe FIA GT3 ao território não deverá ser posta em causa, visto que o troféu da federação internacional é parte integrante da corrida Taça GT Macau implementada com sucesso em 2008.

5 Fev 2020

Grande Prémio | Co-organizador quer continuidade do mundial de GT em Macau

O SRO Motorsports Group, a entidade responsável pela co-organização da Taça do Mundo FIA de GT, quer que o troféu volte mais uma vez a ser disputado no programa do Grande Prémio de Macau em Novembro. Durante as 12 Horas de Bathurst do fim-de-semana passado, Stéphane Ratel, o presidente da organização sediada em Londres, desmentiu os rumores que este troféu poderia ser este ano ser transferido para França

 

[dropcap]O[/dropcap] rumor sobre uma eventual troca de localização da taça mundial de carros Grande Turismo surgiu após a ter vindo a público a possibilidade de ser realizada uma corrida para pilotos profissionais com viaturas FIA GT3 durante a segunda edição do “FIA Motorsport Games” que este ano decorre em Outubro, no circuito francês de Paul Ricard. Estes “Jogos Olímpicos” de automobilismo também são organizados pelo SRO Motorsports Group.

O empresário francês confirmou que não tem ainda um acordo assinado com a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau para a realização da Taça do Mundo FIA de GT, mas minimizou o facto, pois desde 2015 só mais tarde no ano é que ambas as partes selam esta parceria.

“Em todos os anos nunca tivemos um acordo para Macau antes do primeiro de Julho”, disse Ratel, citado pelo portal norte-americano Sportscar365. “Estamos a aguardar e trabalhamos com todos os construtores para saber quantos carros pretendem ter. Depois, mandamos para Macau um relatório a dizer ‘À data de hoje, isto é o que está confirmado. Isto é o que é possível.’ Depois Macau decide o que fazer. O processo é o mesmo todos os anos, mas é verdade que não tem sido fácil ter uma [grande] gelha de partida.”
Audi, BMW, Mercedes-AMG e Porsche já se comprometeram a regressar ao Circuito da Guia este ano, o que garante à partida mais de uma dúzia de concorrentes.

Participações não preocupam

Depois da presença de apenas 15 carros em 2018, a Taça do Mundo FIA de GT contou com 17 participantes o ano transacto. Em entrevista ao HM, na semana que antecedeu o 66º Grande Prémio de Macau, Chong Coc Veng, o presidente da Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), afirmou que se a Taça do Mundo FIA de GT reunir mais de 15 equipas profissionais, então não será por aí que será posta em causa a sua continuidade.

“Consideramos que se tivermos mais de 15 equipas profissionais que o número é consideravelmente aceitável. Estamos a falar de equipas profissionais, de topo, que têm outras alternativas e lugares onde podem correr. Por isso, no nosso entender este número muito próximo dos 20 carros é satisfatório”, disse Veng ao HM.

Em 2019, a prova de sprint para viaturas FIA GT3 e destinada a pilotos profissionais contou com a presença oficial de quatro construtores: Audi, BMW, Mercedes AMG e Porsche. A Bentley teve muito próxima de ser a quinta marca a participar na prova, mas tal cenário não se concretizou no último momento. Raffaele Marciello venceu a corrida, oferecendo este prestigiado troféu à Mercedes-AMG.

Mesmo num cenário em que a Taça do Mundo FIA de GT não se realize na RAEM, a vinda dos potentes carros da classe FIA GT3 ao território não deverá ser posta em causa, visto que o troféu da federação internacional é parte integrante da corrida Taça GT Macau implementada com sucesso em 2008.

5 Fev 2020

Grande Prémio | Museu inaugurado antes do Verão

[dropcap]O[/dropcap] Museu do Grande Prémio deverá abrir portas este ano antes do Verão, afirmou ontem Maria Helena de Senna Fernandes. “Quanto à inauguração do Museu do Grande Prémio de Macau, a abertura está prevista para antes das férias do Verão de 2020. Antes da abertura ao público vamos convidar o sector do turismo e a comunicação social para uma visita em primeira mão”, referiu a responsável. De acordo com os serviços de turismo, a instalação vai incluir vários tipos de dispositivos interactivos multimédia, “para proporcionar uma experiência inteiramente nova aos visitantes do museu”.
Recorde-se que o museu irá funcionar num edifício de quatro andares, dividindo-se em diferentes zonas, conforme as corridas. O GP de Macau inclui três corridas de carros, as taças do mundo de Fórmula 3, GT e de carros de turismo (WTCR), e o Grande Prémio de motos, além da taça de carros de turismo de Macau e a taça da Grande Baía.
De frisar ainda que a representante da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) Wan Wai avançou em Março de 2019, que o projecto total do Museu do Grande Prémio de Macau terá o custo estimado de 830 milhões de patacas.

16 Jan 2020

Grande Prémio | Museu inaugurado antes do Verão

[dropcap]O[/dropcap] Museu do Grande Prémio deverá abrir portas este ano antes do Verão, afirmou ontem Maria Helena de Senna Fernandes. “Quanto à inauguração do Museu do Grande Prémio de Macau, a abertura está prevista para antes das férias do Verão de 2020. Antes da abertura ao público vamos convidar o sector do turismo e a comunicação social para uma visita em primeira mão”, referiu a responsável. De acordo com os serviços de turismo, a instalação vai incluir vários tipos de dispositivos interactivos multimédia, “para proporcionar uma experiência inteiramente nova aos visitantes do museu”.

Recorde-se que o museu irá funcionar num edifício de quatro andares, dividindo-se em diferentes zonas, conforme as corridas. O GP de Macau inclui três corridas de carros, as taças do mundo de Fórmula 3, GT e de carros de turismo (WTCR), e o Grande Prémio de motos, além da taça de carros de turismo de Macau e a taça da Grande Baía.

De frisar ainda que a representante da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) Wan Wai avançou em Março de 2019, que o projecto total do Museu do Grande Prémio de Macau terá o custo estimado de 830 milhões de patacas.

16 Jan 2020

Nova exposição de José Estorninho para visitar no Largo do Senado 

[dropcap]I[/dropcap]naugurou no passado dia 23 mais uma exposição da autoria do macaense José Luís Estorninho, intitulada “Abstraccionismo & (+)”, no âmbito das actividades comemorativas do terceiro aniversário da Associação para a Promoção e Desenvolvimento dos Circuito da Guia de Macau (APDCGM), e que está patente na Galeria Ritz, no Largo do Senado.

O público poderá contemplar 18 quadros, 14 dos quais telas, cujas obras se inserem na corrente do Expressionismo abstracto. Destaque para as obras “Traçado”, “Time Machine I” e “Time Machine II”, de maior dimensão, bem como um quadro mural intitulado “Puzzle 65 Years”. Esta última obra é feita com tela de madeira, “cuja técnica se baseia no trabalho de montagem de várias imagens de fotografias, representando as diferentes épocas de corridas” do Grande Prémio de Macau, aponta um comunicado.

“No conjunto dessas imagens, destaca-se a cena do desembarque do piloto ao volante do seu carro de cor encarnada, aquele que viria a ser o primeiro carro vencedor do primeiro Grande Prémio de Macau em 1954. Um efeito especial obtido pela sobreposição de duas imagens de fotografia, uma antiga e outra recente”, acrescenta a mesma nota de imprensa.

As duas telas gémeas, com os nomes “Time Machine I e II”, “apesar de obedecerem à mesma técnica de composição e enquadramento, são distintas pelas próprias cores e tons, ou pela luminosidade e perspectiva, assim como a geometria dos traços e das cores em manchas”, descreve o autor em comunicado.

Já na obra “Traçado”, José Estorninho afirma ter-se pautado pelo “background, as manchas de cores quentes esbatidas e fluidas”, enquanto que no primeiro plano “a tela é sobreposta e rematada por traços fortes e firmes de cores diversas com alguns tons fluorescentes, sobressaindo o branco, para dar o equilíbrio e contraste necessário”.

Tributos

Alguns trabalhos presentes nesta exposição fazem também uma homenagem aos pilotos que habitualmente correm no Grande Prémio de Macau, tal como Stuart Easton. Nesta obra, com o mesmo nome, “foi utilizada uma técnica collage, a sobrepôr numa pintura abstracta, cuja combinação das duas técnicas foi fundamental e decisiva, através das cores escolhidas com objecto representado, sendo por isso essencial para toda a sua composição final”.

Em “Homenagem ao André Couto” o artista assume ter usado “técnicas mistas em acrílico e a óleo, tendo por base o transfer dos elementos escolhidos e da própria composição, o essencial para todo o enquadramento”.

2 Dez 2019

Corridas loucas

[dropcap]O[/dropcap] Grande Prémio de Macau é disputado nas ruas da cidade, atingindo os veículos, que se lançam em curvas e contra-curvas através de ruas e vielas, velocidades superiores a 100Km/hora. Se fizéssemos isto no nosso dia a dia, seriamos considerados loucos e causaríamos terríveis acidentes. Mas Macau é um local peculiar, onde esta corrida, que faz disparar a adrenalina, se celebrizou e se tornou um acontecimento anual. Devido aos melhoramentos que foram feitos ao longo dos tempos no famoso Circuito da Guia, este ano não se registaram acidentes graves.

Muitas das ruas da cidade foram fechadas durante os quatro dias da competição. Com a ajuda da polícia de trânsito e a colaboração dos condutores locais, não houve problemas de tráfego de maior.

Ao longo dos anos, as vedações de segurança de bambú deram lugar às vedações de metal e o sistema anti-colisão tornou-se mais sofisticado. Estes melhoramentos trouxeram muito mais segurança aos pilotos e ao público. A corrida de velocidade já não é tão “selvagem”, tornou-se mais “civilizada” e procura atingir níveis de excelência.

Tomemos a “Taça do Mundo de GT da FIA” como exemplo. Quer Laurens Vanthoor, quer Earl Bamber são pilotos da Porsche, pertencem portanto à mesma equipa. Laurens Vanthoor deixou Earl Bamber ultrapassá-lo para apanhar o piloto da Mercedes, Raffaele Marciello. Na última volta, quando estava a chegar à Rua dos Pescadores, Earl Bamber não conseguiu ultrapassar Raffaele Marciell. Bamber, em vez de tentar entalar com o seu carro o da Mercedes, o que poderia ter provocado um acidente grave, manteve-se atrás dele, chegando a abrandar para permitir que Laurens Vanthoor retomasse a 2ª. posição. Com esta postura demonstrou que lutar pela vitória não é apenas lutar pelo 1º lugar, mas sim dar o nosso melhor. O que importa realmente é ter espírito competitivo e respeito pelos outros.

Nesse mesmo dia, a polícia e os manifestantes estavam envolvidos em confrontos na Universidade Politécnica de Hong Kong, numa escalada de violência após os acontecimentos na “No.2 Bridge”, que liga a Universidade Chinesa de Hong Kong à zona ribeirinha.

Em 1973, no mesmo dia, 17 de Novembro, a Junta Militar grega enviou tanques de guerra para a Universidade Técnica de Atenas (Metsovian) para esmagar pela força a revolta estudantil. O resultado foi a morte de 23 estudantes. Por causa desta tragédia, foi implementada a “Lei de Asilo Universitário”, destinada a banir a presença da polícia dos campus universitários, mas infelizmente foi abolida em Agosto de 2019.

O Grande Prémio de Macau foi-se tornando mais seguro ao longo dos anos e o tráfego da cidade também melhorou, porque o Governo aprendeu a lição com aqueles que o precederam. A corrida decorre num circuito fechado, supervisionada por procedimentos seguros e fiáveis, da responsabilidade da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau. Os quatro dias deste evento decorreram “sobre rodas” devido à cooperação entre a polícia, o público e as instituições.

Em Hong Kong passa-se o contrário. O Governo, em vez de dar atenção às cinco reivindicações dos manifestantes, apenas atendeu a uma delas, a retirada da revisão da lei de extradição, e ignorou as outras quatro. Esta atitude fez com que a intenção de “acabar com a violência e com os distúrbios” se limitasse a ser um simples slogan e o “esforço de cooperação inter-departamental” um projecto sem conteúdo. Depois de ter sido promulgada a “Lei Anti-Máscara”, as manifestações e os distúrbios continuaram a aumentar.

Quando o Supremo Tribunal de Hong Kong interditou esta lei anti-constitucional, forçando a polícia a suspender a sua acção, o Governo de Hong Kong apelou. Desde o início do movimento “anti-extradição” até 15 de Novembro, mais de 4.400 pessoas, com idades compreendidas entre os 11 e os 83 anos, foram presas, 521 das quais formam acusadas. Mais de 9.100 bombas de gás lacrimgéneo, 14 projécteis e 4.300 balas de borracha, foram disparados e foram usadas mais de 1000 granadas de fumo. Embora as autoridades policiais tenham afirmado em sessões de esclarecimento que as acções de alguns agentes foram “desadequadas”, até agora nenhum polícia foi acusado. Ao longo dos últimos meses, o Conselho Independente, constituido para receber e avaliar as queixas contra a polícia, não fez absolutamente nada, ao passo que alguns especialistas externos, contratados por este Conselho, declararam não ter poderes para fazer prosseguir a investigação.

A violência não resolver os problemas e quando as pessoas lhe estão expostas durante longos períodos de tempo, acabam por enlouquecer. Uma cidade deve evitar ser arrastada para uma espiral de loucura e aprender a arte da negociação, porque as lutas internas só podem acabar em “destruição mútua”.

22 Nov 2019

Tiros nos pés

[dropcap]O[/dropcap] Grande Prémio de Macau é sem dúvida o evento mais internacional que se realiza no território, mas este ano ficou marcado por um episódio muito negativo, que não se coaduna com a reputação internacional da prova. Começo por apontar a proibição de entrada aos jornalistas do Apple Daily.

Neste caso a responsabilidade é totalmente de Wong Sio Chak e a comissão organizadora merece ser ilibada, até porque não controla as entradas. De acordo com os relatos, eram 10 jornalistas do Apple Daily, estavam todos acreditados, com hotéis marcados, com planos de fazer a cobertura, mas foram impedidos de entrar. Como acontece sempre nestas situações a justificação foi a ameaça à segurança. Presunção de inocência?

Não interessa. Proteger a imagem internacional da prova num fim-de-semana especial? Não interessa. Haveria mesmo razões que justificassem a proibição de entrada? Nunca vamos saber. Afinal de contas, até uma criança com um ano pode ser uma ameaça à segurança de Macau, desde que tenha nome de pró-democrata. O que é triste é o Grande Prémio de Macau ser afectado por este episódio. É o grande evento do território e merece ser protegido. Hoje o vento sopra a favor, mas amanhã não sabemos o que vai acontecer…

Uma última nota sobre a confusão da corrida das motos: houve uma falha de comunicação da organização, não vale a pena dourar a pílula porque, infelizmente, foi muito grave, mas ninguém acredita que tenha sido intencional. Deve ser assumida para se seguir em frente.

22 Nov 2019

Grande Prémio de Macau | As ausências notadas

[dropcap]O[/dropcap]s dois pilotos mais representativos de Macau estiveram ausentes do Grande Prémio. Esta não é a primeira vez que acontece, visto que a edição de 2017 também não contou com a participação André Couto ou Rodolfo Ávila à partida, no entanto, não deixa de ser um mau sinal para o automobilismo local.
Couto não poderia ter sido mais directo, justificando a sua ausência pelo facto de “não ter conseguido reunir as condições ideias para correr, essencialmente faltou-me dinheiro”. O piloto luso, que este ano comemora vinte anos desde a sua vitória no Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, diz que “vai trabalhar para voltar para em 2020”.
Por seu lado, Ávila voltou a frisar que a prioridade desportiva na actualidade “passa pelo campeonato CTCC”, mas não também ele não fecha a porta a um regresso ao Grande Prémio, mas para isso ser possível “só se for num projecto que faça sentido. Como qualquer piloto de Macau, este evento é especial, mas não tenho interesse em correr só por correr”.

18 Nov 2019

Grande Prémio de Macau | As ausências notadas

[dropcap]O[/dropcap]s dois pilotos mais representativos de Macau estiveram ausentes do Grande Prémio. Esta não é a primeira vez que acontece, visto que a edição de 2017 também não contou com a participação André Couto ou Rodolfo Ávila à partida, no entanto, não deixa de ser um mau sinal para o automobilismo local.

Couto não poderia ter sido mais directo, justificando a sua ausência pelo facto de “não ter conseguido reunir as condições ideias para correr, essencialmente faltou-me dinheiro”. O piloto luso, que este ano comemora vinte anos desde a sua vitória no Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, diz que “vai trabalhar para voltar para em 2020”.

Por seu lado, Ávila voltou a frisar que a prioridade desportiva na actualidade “passa pelo campeonato CTCC”, mas não também ele não fecha a porta a um regresso ao Grande Prémio, mas para isso ser possível “só se for num projecto que faça sentido. Como qualquer piloto de Macau, este evento é especial, mas não tenho interesse em correr só por correr”.

18 Nov 2019

Yvan Muller e Andy Priaulx vencem todas as corridas para a Lynk & Co

[dropcap]C[/dropcap]om duas vitórias de Yvan Muller e uma de Andy Priaulx, a Lynk & Co dominou por completo as corridas da Taça do Mundo de Carros de Turismo FIA [WTCR]. O francês foi o mais feliz não só porque somou dois triunfos, mas também porque voltou a entrar na luta pelo título, que vai ser decidido em Sepang, na Malásia.

Logo na primeira corrida de sábado, Muller mostrou-se maravilhado com o triunfo, ficando na frente de Nortbert Michelisz (Hyundai) e de Kevin Ceccon (Alfa Romeo). “É fantástico”, reconheceu. “Retirei-me em 2016 e achei que nunca voltaria a correr. Mas agora estou de regresso e a ganhar!”, apontou.

Na segunda corrida, ontem de manhã, a tarefa era mais complicada. O francês arrancou de quinto, mas conseguiu ultrapassar Guerrieri (Honda) e Ceccon (Alfa Romeo), o que lhe garantia o lugar mais baixo do pódio. Porém, os colegas de equipa Bjork e Ehrlacher deixaram passar Muller. “Tive uma partida fantástica, que é crucial nesta prova. […] E depois tive toda a ajuda dos meus colegas”, admitiu.

Ajuda de Buda

Desde o início do ano que Andy Priaulx andava à procura de um pódio. Esse resultado foi alcançado em Macau, depois de uma corrida em que o britânico segurou atrás de si Rob Huff (Volkswagen), um dos grandes especialistas do Circuito da Guia. Jean Karl-Vernay ficou no lugar mais baixo do pódio.

No final, Priaulx dedicou o triunfo à filha, que nasceu há 16 anos, precisamente quando o britânico estava a Macau correr: “Estou muito feliz com o resultado e com a primeira vitória do ano”, afirmou. “Em 2005 comprei um fio com um Buda e ainda hoje o tenho comigo. É um amuleto da sorte. “Mas hoje tive dois amuletos, porque a minha filha também faz anos, é o 16.º aniversário, e esta vitória é para ela”, afirmou.

Já Billy Lo, o único piloto de Macau no WTCR, somou um 23.º lugar, uma desistência e um 25.º. “Fiquei muito feliz porque consegui melhorar o meu tempo em cerca de 0,8 segundos, em relação ao ano passado”, disse Billy Lo, ao HM, no final.

Regresso de Monteiro em causa

O português Tiago Monteiro (Honda) com um fim-de-semana difícil, devido ao peso extra no carro, teve como melhor resultado um 15.º posto na primeira corrida. Nas seguintes ficou em 18.º e 19.º. A continuidade para o próximo ano na equipa Honda ainda não está garantida. “Ainda não sei o que vai acontecer e não comento o futuro. Não há nada feito (sobre a possibilidade de mudar para a Hyundai). O contrato acabou com a Honda, mas estamos a falar para o futuro” reconheceu. Contudo, Tiago Monteiro deixou o desejo de continuar no WTCR para a próxima época. “Não recuperei do acidente só para correr um ano”, indicou. Por outro lado, admitiu a possibilidade, caso falhe o WTCR, de competir em Macau no próximo ano na categoria GT. Anteriormente o português já competiu na Fórmula 3.

18 Nov 2019

Fórmula 3 |  Verschoors venceu batalha de ‘noviços’ e conquistou Grande Prémio de Macau 

Juri Vips teve um fim-de-semana quase perfeito, mas faltou o quase. O estónio facilitou no recomeço da corrida, depois da entrada do safety car, e permitiu a ultrapassagem do “holandês voador”, que se estreou com uma vitória na Guia

 

[dropcap]R[/dropcap]ichard Verschoors (MP Motorpsort) foi o grande vencedor da 66.ª edição do Grande Prémio de Macau, após uma luta intensa com Juri Vips (Hitch Grand Prix), que mostrou ser o piloto mais regular durante o fim-de-semana. Aos 18 anos, o holandês estreou-se em Macau e tornou-se no primeiro piloto a vencer uma corrida de Fórmula 3 na Guia com o novo monolugar.

“Nem acredito no que estou a sentir, ainda não me sinto vencedor. Para ser honesto, foi uma corrida tão intensa, estive sob tanta pressão que ainda estou a recuperar [emocionalmente]”, confessou Verschoors, minutos depois da vitória.

O momento chave da corrida aconteceu à volta número quatro, quando Ferdinand Hasburg perdeu o controlo do carro nos Esses da Solidão, embateu na barreira, num acidente que nos primeiro momentos gerou um incêndio, que acabou por se extinguir sozinho. Porém, foi necessária a entrada do safety car. Até esse momento, Vips estava na liderança e tinha estado a construir uma boa vantagem, principalmente depois de Robert Shwartzman (Prema Theodore Racing), que tinha terminado a corrida de qualificação em segundo, mas ficou fora da prova principal logo no início, devido a um toque com Christian Lundgaard (Art Grand Prix).

No recomeço, à sétima volta, Vips acabou surpreendido por Verschoors na Curva do Hotel Lisboa e, apesar de várias tentativas, nunca mais conseguiu voltar à liderança. “Fiz uma corrida muito boa e não estava à espera de manter o Juri [Vips] atrás de mim. A certa altura percebi que ele tentou fazer uma tentativa final de ultrapassagem e perdeu tempo. Depois ainda se aproximou, mas percebi que se fizesse um bom terceiro sector que ia ficar à frente”, relatou.

Já o estónio, que partiu da pole, estava visivelmente triste no final. “Só me consigo sentir desapontado. Tive um fim-de-semana perfeito à excepção do recomeço”, considerou. “Não sei bem o que aconteceu, mas acho que os meus pneus apanharam detritos do acidente. Quando fiz as últimas curvas antes do recomeço percebi que os pneus não estavam preparados. Isso permitiu ao Richard [Verschoors] aproximar-se”, explicou.

No lugar mais baixo do pódio terminou o americano Logan Sargeant (Carlin Buzz Racing), que também esteve envolvido numa disputa na pista muito intensa com o dinamarquês Christian Lundgaard.

Sophia desiludiu

Na corrida de ontem, o safety car entrou em pista uma vez, à quarta volta, e depois ainda houve uma situação de satefy car virtual, que obriga os pilotos a abrandarem ao ritmo, à nona volta.

A alemã Sophia Florsch (HWA Racelab) foi a responsável pelo período de VSC, depois do seu monolugar ter tido problemas técnicos que levaram ao abandono. No final, a grande protagonista, devido a um acidente no Grande Prémio de Macau do ano passado, ainda acabou classificada na 26.ª posição. “Senti-me muito feliz por regressar a Macau e encarei a prova como uma forma de me preparar para o próximo ano”, confessou. A alemã disse igualmente desconhecer a avaria que a obrigou a parar o motor do carro.

Por sua vez, Charles Leong (Jenzer Motorsport), piloto de Macau, arrancou de 13.º e terminou no 19.º posto. “Foi um fim-de-semana aceitável, com altos e baixos. Na qualificação fiquei um pouco mais à frente, e durante da corrida estive principalmente preocupado em não perder posições” considerou.

Sophia quer regressar para obter um bom resultado

Apesar de ter desistido com um problema mecânico, Sophia Florsch não se mostrou desanimada e prometeu fazer tudo para poder regressar no próximo ano. “No ano passado tive azar, este ano voltei a ter azar, por isso pode ser que no próximo regresse e possa mudar esta situação”, afirmou a alemã depois da prova. “O meu objectivo é realizar na próxima época o Campeonato de Fórmula 3, tive uma boa experiência com o carro novo e tenho esperança de voltar para fazer um bom resultado”, acrescentou. Apesar dos resultados, a piloto foi um sucesso entre os espectadores do Grande Prémio e sempre que apareceu em público havia filas para tirar uma fotografia com a piloto de 18 anos, que ficou famosa em Macau, depois de ter sofrido um espectacular acidente da Curva do Hotel Lisboa.

18 Nov 2019

Raffaele Marciello foi o vencedor da Taça do Mundo de GT da FIA

[dropcap]À[/dropcap] terceira tentativa  Raffaele Marciello venceu a Taça do Mundo de GT da FIA. O piloto da Mercedes-AMG Team GruppeM Racing obteve a pole-position na sexta-feira, venceu a corrida de qualificação no sábado e aguentou sempre a primeira posição no dia decisivo. “Sempre estive muito perto da corrida e no ano passado quase consegui ao partir da pole. Macau é uma corrida muito especial e finalmente consegui venci. É fantástico “, disse Marciello no final do dia em que a Mercedes-AMG soma a terceira Taça do Mundo de GT.

O italiano não teve vida fácil, pois os dois Porsche 911 GT3 R da ROWE Racing, conduzidos por Earl Bamber e Laurens Vanthoor, foram sempre uma forte oposição. Ontem, Vanthoor passou Bamber para segundo e na primeira parte da prova foi ele a pressionar o transalpino. Na segunda metade, os pilotos da Porsche trocaram de ordem, com Bamber a lançar os últimos ataques à liderança. Na última volta, os dois primeiros chegaram a tocar-se na Curva Melco, quando Bamber travou demasiado tarde e encostou na traseira do seu adversário. Sobre o incidente, Marciello disse que ” Ele tinha de tentar alguma coisa, pois estava a conduzir de forma louca. Tentou na parte em que estávamos mais lentos, era difícil”, concluiu.

Já sobre a linha de meta, Bamber travou a fundo para deixar passar o seu companheiro de equipa, tendo Vanthoor subido ao segundo posto e o neo-zelandês levado para casa o terceiro lugar. “Tínhamos decidido que um Porsche tinha de ganhar. Tentei no início, no reinício e tínhamos um ritmo muito bom. A certa altura fiz um erro e deixámos que o Earl também tentasse. Estávamos a correr para a equipa, tentámos, mas não foi suficiente”, afirmou Vanthoor, um ex-vencedor desta corrida. Também Bamber admitiu que Marciello esteve intocável: “estive em 3º a vê-los lutar. Depois do recomeço também tive de me preocupar com o BMW atrás.

Foi simpático do Laurens dar-me a vez para atacar. No entanto, o Mercedes consegue sempre sair bem nas últimas três curvas, o que impedia as nossas tentativas de ultrapassagem. Foi uma corrida fantástica do Marciello, que não cometeu qualquer erro ao longo do fim-de-semana e merece os parabéns”.

No quarto posto terminou Augusto Farfus Jr. Este ano a BMW não se conseguiu impor, apesar do brasileiro ter conseguido rodar momentaneamente em terceiro na corrida final de 18 voltas. Os favoritos Edoardo Mortara e Maro Engel, ambos da Mercedes-AMG, viram as suas hipóteses de chegar ao título hipotecadas na corrida de sábado, quando Engel, ao tentar subir um lugar na classificação, fez uma manobra arriscada na travagem para a Curva Lisboa, tendo levado consigo um inocente Mortara que no domingo recuperou até sexto. O melhor da armada Audi foi Christopher Haase, que foi o quinto classificado.

18 Nov 2019

Grande Prémio de Macau | Cerca de 86 mil espectadores compareceram ao evento

[dropcap]A[/dropcap]o longo dos quatro dias do Grande Prémio de Macau passaram pelas bancadas Circuito da Guia mais de 86 mil espectadores, de acordo com os números da Comissão Organizadora, o que representa uma média de 21,5 mil pessoas por dia.

Aos jornalistas, Pun Weng Kun afirmou que esta foi a edição com mais pessoas a assistir nos últimos anos, apesar de não ter referido os anos de comparação. Na quinta-feira estiveram na Guia 12 mil espectadores, um número que subiu para 15 mil no dia seguinte. No sábado, o primeiro dia com corridas, foram 28 mil as pessoas nas bancadas e o domingo, como habitualmente, foi o dia mais concorrido com uma assistência de 31 mil espectadores.

18 Nov 2019