HK | Festival da Sardinha quer replicar modelo dos arraiais lisboetas

Hong Kong acolhe em Agosto um festival que tenta reproduzir o melhor que os arraias de Lisboa têm: sardinhas, bifanas e música tradicional portuguesa. Artistas como Cuca Roseta ou o Dj PHOEBE são alguns dos convidados para o evento que decorre entre 29 de Agosto e 1 de Setembro no AIA Vitality Park. A organização diz querer internacionalizar a cultura portuguesa

 

Fado, sardinhas, bifanas e muita diversão. Estes são os ingredientes presentes em qualquer arraial lisboeta em Junho, por ocasião das festas em homenagem ao santo padroeiro da cidade, o Santo António, mas os mesmos ingredientes ficam prometidos para o Festival da Sardinha, que acontece em Hong Kong nos dias 29, 30 e 31 de Agosto, e ainda 1 de Setembro, no AIA Vitality Park.

Nomes como a fadista Cuca Roseta ou o Dj PHOEBE prometem animar a festa que quer não só reproduzir os bailaricos de Lisboa como também internacionalizar a cultura portuguesa através de Hong Kong.

O HM conversou com Cristina Salabarria, directora de marketing da empresa que organiza o evento, a Lemon Three, que disse que o Festival da Sardinha “visa promover a cultura portuguesa em cidades internacionais”. Além de Hong Kong, o evento marcará também presença em Xangai, Tóquio e Singapura.

“Queremos divulgar a riqueza da cultura, culinária e ambiente dos tradicionais arraiais portugueses. Existe uma lacuna significativa no que diz respeito à exposição da cultura portuguesa, uma das mais antigas do mundo, na Ásia.”

Para a responsável, este festival constitui “uma oportunidade única de preencher essa lacuna e permitir que um público internacional veja a excelência da herança cultural portuguesa”, acrescentou.

O cartaz já é conhecido e apresenta, logo no dia 29 de Agosto, o concerto da fadista Cuca Roseta a partir das 19h, na secção “Fado Divas Live”, seguindo-se o Dj Lisboeta. No dia 30 é a vez de subir ao palco o Dj PHOEBE, de Lisboa, além de estarem agendados os concertos das bandas “Jazz Still Alive” e “Locos Latinos”. No dia 31 o DJ PHOEBE volta a passar música, sendo acompanhado previamente nos palcos pelo DJ Latino, os “Ricky Show Man”, com músicas dos anos 60 aos 80, e “Los 4 Hermanos”, com música latina. No dia 1 de Setembro o cartaz traz ainda o grupo de rock&roll “The London 5”. No primeiro dia os bilhetes custam 680 dólares de Hong Kong, sendo que o passe VIP, de 960 dólares de Hong Kong, inclui jantar com caldo verde, bacalhau grelhado, frango, pastéis de nata e vinho do porto, sem esquecer a habitual cerveja. Nos restantes dias os bilhetes custam apenas 80 patacas, sendo que para pessoas com mais de 65 anos é de 50 dólares de Hong Kong com oferta de uma bebida. Bilhetes comprados antecipadamente custam 70 dólares de Hong Kong.

Fado e comes e bebes

Para a responsável da organização, a escolha de Hong Kong para este evento deveu-se a vários “motivos estratégicos”, sendo um deles a possibilidade de “amplificar a exposição e visibilidade da cultura portuguesa”, tendo em conta que a cidade vizinha é “cosmopolita e com destaque global”.

“Hong Kong é uma cidade extremamente multicultural, com uma afluência massiva de turistas que facilita a divulgação da cultura portuguesa e a sua propagação pelo mundo”, acrescentou.

O convite a Cuca Roseta deveu-se ao facto de esta ser considerada pela organização como “a representante da nova geração de fadistas portugueses”, algo que está “totalmente alinhado com os objectivos do festival”.

“Ela encarna perfeitamente a capacidade de renovar e reinventar as nossas tradições musicais, ao mesmo tempo que mantém o profundo respeito e ligação com as raízes da cultura portuguesa. Cuca Roseta é um nome de referência no panorama do fado contemporâneo. Com a sua voz ímpar e a sua interpretação envolvente, consegue cativar públicos de todas as idades e origens, levando a mensagem do fado a novos patamares de apreciação e reconhecimento internacional”, aponta Cristina Salabarria.

O concerto da fadista é descrito como “um dos momentos altos do evento”, esperando-se que, com este espectáculo, “o público internacional tenha a oportunidade de se conectar emocionalmente com a alma do fado e compreender a sua relevância como elemento central da identidade cultural portuguesa”.

O Festival da Sardinha tem apoio institucional do Turismo de Hong Kong, através da plataforma “Discover Hong Kong”, apresentando ainda uma zona dedicada às crianças. “Essa área lúdica permitirá que os mais novos também possam desfrutar e se envolver com a riqueza da cultura portuguesa de uma forma divertida e interactiva.”

Fica ainda a promessa de o Festival da Sardinha incluir tours de degustação de vinhos portugueses, nomeadamente o “icónico vinho do Porto” e também “uma selecção representativa dos melhores vinhos de outras regiões de Portugal que estarão à disposição dos participantes, oferecendo-lhes a oportunidade de descobrir e apreciar esta faceta fundamental da herança gastronómica portuguesa”.

Ainda na parte musical, Cristina Salabarria destaca as actuações do DJ PHOEBE, “reconhecido internacionalmente como um dos melhores talentos da cena musical lisboeta”. “A sua performance promete electrizar o ambiente do festival, trazendo ritmos contemporâneos que irão harmonizar-se com a celebração da cultura portuguesa”, destacou.

A representante da organização considera que “a combinação única de actividades, música, gastronomia e bebidas irá proporcionar aos participantes uma experiência verdadeiramente inesquecível e representativa da exuberante cultura portuguesa”.

24 Jul 2024

Festival | Companhia portuguesa “WeTumTum” apresenta “Crassh_Duo Circus”

Este fim-de-semana é apresentado o espectáculo “Crassh_Duo Circus”, da companhia portuguesa “WeTumTum”, integrado no primeiro Festival Internacional de Artes para Crianças de Macau. David Valente e David Calhau, que compõem o dueto, falam de um espectáculo que começou a ser delineado ainda na escola

 

O espectáculo de teatro acrobático de percussão “Crassh Duo_Circus” tem assinatura da companhia portuguesa “WeTumTum” e decorre entre hoje e domingo no “Estúdio I” do Centro Cultural de Macau. Trata-se de um espectáculo integrado na primeira edição do Festival Internacional de Artes para Crianças de Macau.

O HM conversou com os dois artistas que compõem este dueto, David Valente e David Calhau, que estão na “WeTumTum” desde o começo. Sendo esta uma companhia de espectáculos pensados para um grupo infantil e juvenil, juntamente com as respectivas famílias, a verdade é que só se formou depois do sucesso registado com o “Crassh”.

“Trata-se de um projecto que surge em 2005 dentro da sala de aula, éramos todos miúdos com cerca de 11 a 12 anos”, começa por explicar David Valente, responsável pela direcção de projecto, criativo, músico e formador.

“Começámos [David Valente e David Calhau] por tocar juntos nessa altura com um colega [Bruno Estima] que, na altura, era nosso professor e tinha umas ideias ‘fora da caixa’ e queria motivar os alunos a tocar. Eram levados para a sala de aula objectos do quotidiano, tudo o que não fossem instrumentos musicais, e foi assim que surgiu o ‘Crassh'”.

Por incentivo de amigos e familiares, começou a ponderar-se transformar um projecto escolar em algo mais a sério, com outra dimensão, fora do Conservatório onde estudavam. “Tentámos arranjar sítios para tocar. Acabámos por criar impacto em muitas pessoas e depois já com 17 ou 18 anos o projecto continuou connosco. Começámos com 13 pessoas, depois houve uma selecção natural, devido aos percursos de cada um. Temos colegas que passaram pelo projecto e que hoje têm outras profissões”, recorda David Valente.

O espectáculo “Crassh” tem vários formatos, que passam por actividades com bebés, na rua, com cinco “performers”, e ainda o formato para palco, que é o “Crassh_Duo Circus” que vem a Macau.

“É uma viagem de dois personagens que mistura muito a música feita a partir de instrumentos não convencionais, com objectos não convencionais, como tubos, vassouras, caixas de cartão, panelas. Alia à música feita com estes objectos a vertente de circo, com malabarismos e equilibrismos, o teatro físico e a comédia”, destaca David Valente.

Este é o culminar de um trabalho feito ao longo dos últimos anos. “Todas estas disciplinas têm sido trabalhadas por nós ao longo destes anos, apesar da nossa formação académica ser em música. Os restantes espectáculos feitos pela nossa companhia têm também um pouco deste ADN, de misturar a música, que tem o papel basilar, mas juntar o teatro, o circo, a comédia e a dança em alguns casos.”

Oportunidade a Oriente

David Calhau, mais virado para as áreas de gestão financeira e produção executiva, mas também artista integrante do duo, frisa que no “Crassh_Duo Circus” o público de Macau será convidado a envolver-se no espectáculo.

Actuar em Macau pela primeira vez, ainda para mais num festival que tem este Verão a sua primeira edição, constitui uma oportunidade para a companhia sediada em Oliveira do Bairro.

“Macau, pela sua diferença cultural, vai ser uma oportunidade única e estamos bastante entusiasmados. É bom fazer parte de um primeiro projecto como este”, frisou David Valente.

O espectáculo terá uma duração de cerca de 50 minutos e a ideia é mesmo mostrar “dois artistas caprichosos que estão prestes a revelar-lhe o seu segredo deliciosamente barulhento”, conforme descreve o Instituto Cultural na sinopse do espectáculo.

“Crassh_DuoCircus” apresenta uma “criatividade desinibida”, com o dueto de artistas a despertar “miraculosamente o potencial melodioso contido em objectos do quotidiano surpreendentemente afinados – baldes, panelas de aço inoxidável, copos, frigideiras e bolas são engenhosamente reconfigurados como percussão improvisada. Até incorporam os seus próprios corpos, não poupando sequer uma maçã meio comida”.

David Valente e David Calhau não vão limitar-se a fazer barulho, “canalizando as suas criações heterogéneas em pura magia de percussão”.

“Melodias melodiosas e ritmos intrincados saem dos seus ‘instrumentos’ improvisados, acompanhado por acrobacias e proezas inspiradoras de rodopios, malabarismos e equilíbrios. O seu desempenho apresenta uma mistura perfeita de palhaçadas cómicas e habilidades extraordinárias, fazendo com que o público prenda a respiração num momento e rebente em gargalhadas no momento seguinte.”

A companhia “WeTumTum” já recebeu diversos prémios, como o Prémio do Público do Teatro Castilla-Leon em 2013 e o Prémio de Melhor Espectáculo ao Vivo no Festival de Artes Ibéricas em 2020.

20 Jul 2024

Hong Kong | Festa da sardinha no final de Agosto

Hong Kong vai ser palco no final do mês de Agosto de um festival da sardinha, num evento que vai “celebrar a cultura portuguesa”, de acordo com a página oficial do turismo da região administrativa chinesa.

O festival vai decorrer de 29 de Agosto a 1 de Setembro, no centro da cidade, pode ler-se na página do Hong Kong Tourism Board.

Além de sardinhas grelhadas, o turismo de Hong Kong destaca “música ao vivo, dos melhores DJ de Lisboa, provas de vinho, lembranças, comida tradicional portuguesa” e uma “visita guiada do vinho do Porto”. A fadista Cuca Roseta tem previsto atuar no dia 29 de Agosto, e no dia 31, em Macau, de acordo com o ‘site’ da artista.

15 Jul 2024

IC | Festival Internacional de Artes para Crianças traz grupo português

O Instituto Cultural apresentou na sexta-feira a primeira edição do Festival Internacional de Artes para Crianças, evento que terá um orçamento de 30 milhões de patacas, suportado por três operadoras de jogo. O cartaz do festival irá contar com o grupo português WeTumTum

 

O grupo português WeTumTum vai participar na edição inaugural do Festival Internacional de Artes para Crianças de Macau, marcada para os dias entre 4 de Julho e 25 de Agosto, anunciou na sexta-feira o Instituto Cultural (IC).

O WeTumTum vai apresentar, entre 19 e 22 de Julho, o espectáculo de circo contemporâneo “Crassh_DuoCircus”, em que dois artistas criam música a partir de utensílios de cozinha comuns como baldes, panelas de aço inoxidável, copos, frigideiras, bolas e “uma maçã meio comida”.

O grupo, com sede em Oliveira do Bairro, distrito de Aveiro, venceu o Prémio do Público do Teatro Castilla-Leon em 2013 e o Prémio de Melhor Espectáculo ao Vivo no Festival de Artes Ibéricas em 2020. O programa conta ainda com a participação de grupos locais e vindos de Espanha, Argentina, Estados Unidos, assim como de Hong Kong e da China continental, disse a presidente do IC, numa conferência de imprensa.

O festival inclui 55 actividades, entre actuações em palco, um festival com mais de 20 filmes, exposições, uma feira do livro, instalações ao ar livre, um acampamento artístico, workshops e o primeiro musical infantil criado pelo Museu do Palácio de Pequim.

Outro destaque do programa será “Annie, o Musical” que, segundo um comunicado do IC, é “um musical clássico da Broadway para famílias que reinterpreta as exaltantes aventuras de uma pequena e corajosa menina órfã, encenado ao som de músicas memoráveis como ‘Tomorrow’ e ‘It’s the Hard Knock Life'”.

O espectáculo de encerramento do festival será “O Primeiro Musical para Crianças do Museu do Palácio Lu Duan”, constituindo “uma viagem imersiva pelas relíquias históricas do Palácio Imperial através de uma integração inovadora e perfeita entre artes teatrais, cultura tradicional e tecnologia moderna”.

Mestres de marionetas

No caso do espectáculo oriundo de Espanha, “Laika”, produzido pela companhia Xirriquiteula Teatre, irá proporcionar ao público “uma experiência maravilhosa de estética visual cativante através de várias formas de expressão artística, como jogos de sombras, marionetas e montagem de filmes”.

Também de Espanha chega “A Lua numa Caçarola”, uma produção que combina música, dança, teatro e efeitos especiais, criada pela companhia La Petita Malumaluga. Trata-se de um espectáculo que “levará os mais pequenitos e seus acompanhantes adultos aos cantinhos emocionais de uma lua, convidando-os a passarem um bom bocado juntos”.

Da Argentina chega o espectáculo de marionetas não-verbais “Tic Tac: O Herói do Tempo”, da Companhia de Artes de Marionetas Omar Alvarez Titeres. Esta produção propõe “uma análise subtil dos sentimentos humanos com uma combinação de marionetas delicadas feitas a partir de objectos do quotidiano, incluindo projecções em stop-motion”.

O cartaz do festival irá também brindar o público com o concerto familiar “Sinfonia Mágica”, em que o “famoso apresentador de televisão para crianças de Hong Kong, Harry, irá juntar-se à Orquestra de Macau para transformar o auditório num alegre parque de diversões repleto de melodias mágicas”, descreve o IC.

O público infanto-juvenil poderá ainda desfrutar de uma ópera cantonense para adolescentes, intitulada “A Lanterna de Lótus Mágica”, com interpretação dos alunos da Escola de Teatro do Conservatório de Macau do Instituto Cultural.

Destaque também para o espectáculo “O Bosque dos Sonhos”, criado pela produtora local Chan Si Kei e pelas coreógrafas, também de Macau, Wendy Choi e Annette Ng. Esta iniciativa para bebés convida ao convívio com “cada criatura incrível que habita uma floresta mágica através do movimento físico”.

Eventos à parte

O primeiro Festival Internacional de Artes para Crianças traz ainda a exposição “Mundo Fantástico da Arte do Centro Pompidou”, situado em França. Apresentam-se “exposições e funções educativas que levarão as crianças a embrenharem-se na exploração e criação artísticas através de meios interactivos, permitindo-lhes assim desfrutar do prazer da criatividade e introduzindo-as à arte contemporânea”.

Serão ainda realizados 20 workshops temáticos em torno do mundo da arte, num total de 60 sessões, bem como acampamentos de artes “Misterioso Campo de Jogos – Acampamento Criativo para Crianças” e “Fantástico Portal Criativo – Acampamento Artístico Familiar”, que decorrem no Centro Cultural de Macau. Estas iniciativas são descritas pelo IC como workshops interactivos que irão proporcionar a experiência de “contar histórias num pequeno teatro e desfrutar do prazer da arte”.

O festival inclui ainda cinema, convidando “as crianças a explorar o mundo cinematográfico e vivenciar o calor da família a partir de histórias”. A sétima arte será representada no cartaz com o “Festival Internacional de Cinema para Crianças de Macau” uma selecção de 20 filmes distribuídos em quatro secções. Será feita a reposição de filmes como “Shrek” e “Eu Não Sou Estúpido”, ou ainda os filmes clássicos “Os Quatrocentos Golpes”, “O Espírito da Colmeia” e diversas curtas-metragens locais.

O programa inclui ainda a master class “Acampamento Musical” com a presença de Joshua Bell, violinista vencedor de um Grammy, e ainda vários músicos da Academy of St Martin in the Fields do Reino Unido. Desta forma, os participantes “terão a oportunidade de actuar com os mestres no palco”, além de que estes irão oferecer “orientações pessoalmente a alguns participantes”.

Palavra de presidente

Leong Wai Man, presidente do IC, disse que os eventos, pensados para crianças e jovens de diferentes faixas etárias, vão decorrer no Centro Cultural (CCM) e no vizinho Museu de Arte. Além de cultivar os interesses artísticos desde cedo e alargar os horizontes das crianças e dos jovens de Macau, o festival pretende ainda atrair mais visitantes, sublinhou a presidente do IC.

O evento, com um orçamento de 30 milhões de patacas, vai ser organizado pelo IC em conjunto com três operadoras de casinos. O cartaz não está ainda fechado, mas traz também uma livraria para crianças, em formato pop-up, aberta aos fins-de-semana, durante todo o mês de Julho, no espaço “DOT ART”, no primeiro andar do CCM. Haverá aí um parque de diversões e mais de 200 livros infanto-juvenis à venda. Haverá também dispositivos para fotografias e uma área de leitura para pais e filhos, onde pequenos e graúdos poderão desfrutar juntos da leitura.

Não faltará também o “Dia de Diversão MICAF – Artes em Festa”, que decorre na praça do CCM nas noites de 23 a 25 de Agosto, onde se irão realizar espectáculos de rua com dança urbana, palhaços ou teatro de marionetas.

Os bilhetes para o festival estão à venda deste domingo, e as inscrições para actividades complementares podem ser feitas na plataforma da Conta Única de Macau. Destaque para a parceria com a Cinemateca Paixão no que diz respeito à exibição dos filmes do festival de cinema.

10 Jun 2024

IC organiza Festival de Curtas-Metragens no fim de Março

O Instituto Cultural anunciou ontem que irá organizar, em conjunto com o Grupo Galaxy Entertainment, o 1.º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau, que terá lugar entre 23 e 30 de Março. O evento tem um nome muito semelhante ao festival organizado pela Creative Macau, que já vai na 14.ª edição, a última realizada no passado mês de Dezembro no Teatro Capitol.

O festival organizado pelo IC e a Galaxy irá incluir quatro categorias: “Curtas de Macau”, “Novas Vozes do Horizonte”, “Director em Foco” e “Exibições Especiais”.

A partir de 23 de Março, várias curtas-metragens de diferentes géneros estarão em exibição na Cinemateca Paixão e nos Cinemas Galaxy. A cerimónia de encerramento e entrega de prémios terá lugar a 29 de Março, no auditório do Centro de Convenções Internacional Galaxy. Na ocasião, será entregue o Prémio Macau no âmbito da secção “Curtas de Macau” e os prémios Melhor Curta-Metragem, de Melhor Contribuição Técnica, de Melhor Realizador e de Narrativa Inovadora no âmbito da secção “Novas Vozes do Horizonte”. Os vencedores receberão uma estatueta, assim como um prémio monetário.

Chamada ao mundo

A primeira edição do evento será organizada por uma comissão presidida por Gaia Furrer, directora artística da secção independente “Giornate degli Autori (Venice Days)” do Festival de Cinema de Veneza. A comissão inclui ainda o curador de curtas-metragens do Festival Internacional de Cinema de Toronto Jason Anderson, a curadora e produtora de cinema do Interior da China Shen Yang, e a actriz tailandesa Aokbab Chutimon, enquanto o júri é composto por profissionais da indústria cinematográfica provenientes do Interior da China, Sudoeste Asiático, Portugal e Ocidente, indicou ontem o IC.

Foram escolhidas dez obras para a categoria “Curtas de Macau”: “Before the Flight”, de Kiwi Chan; “Bubble”, de Wong Mei Ling; “Mar”, de Johnson Chan; “Walk the Same Path”, de Cheang Kun Ieong; “Till the End of the World”, de Emily Chan; “The Best Gift Ever”, de Hao Chit, “The Melancholy of Gods”, de Lei Cheok Mei; “Memória Desenterrada”, de Ho Kueng Lon; “Unsettled”, de Niko Ho, e “A Beautiful Journey: Documentary of Na Tcha Customs and Beliefs”, de Steven U.

O festival irá também exibir uma selecção de curtas e longas-metragens do realizador japonês Shunji Iwai.

22 Fev 2024

Arraial na Ervanários | Decorações vão custar mais de 5,7 milhões

O Governo anunciou na terça-feira a extensão do “Arraial na Ervanários 2023”, mantendo a decoração que inclui um ecrã 3D que projecta um gato, uma tela de nevoeiro e um arco de LED. O Governo adiantou ao HM que a continuidade vai acrescentar 1,36 milhões de patacas ao orçamento inicial de 4,4 milhões de patacas

 

 

A Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) anunciou na terça-feira a extensão por mais cinco meses do “Arraial na Ervanários 2023”, uma iniciativa que tem como objectivo atrair turistas e incentivar o consumo no comércio da zona da Rua da Nossa Sra. do Amparo e Rua dos Ervanários.

O HM apurou que o prolongamento do programa irá acrescentar 1,36 milhões de patacas à factura de 4,4 milhões de patacas passada à Companhia de Desenvolvimento de Turismo Cultural KCT pelo Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização, totalizando 5,75 milhões de patacas.

O primeiro financiamento, pago em dois meses, serviu para custear o “fornecimento de dispositivos de hardware, criação de conteúdos e actividades de marketing” do “Arraial na Ervanários 2023”.

Em resposta ao HM, a DSEDT relevou que o orçamento para os custos de aluguer, operação e manutenção da extensão de cinco meses do “Arraial na Ervanários 2023” é de 1.360.000 patacas”. A despesa irá cobrir “os custos de todo o hardware das várias atracções visuais, nomeadamente a auto-estereoscopia – ‘3D Teatro de gato’, duas projecções de fog screen – ‘Gata no beco’ e ‘Gata curiosa’, e arco LED – ‘Gata no telhado’, bem como os custos de operação e manutenção do software”, é indicado pela DSEDT.

O Governo acrescenta que “o montante final a pagar será determinado com base no reembolso das despesas efectivas”, o que poderá fazer aumentar os custos.

 

Trazer pessoas

Depois de um período experimental que começou em Maio, as decorações com elementos visuais tecnológicos e representações de gatos, incluindo uma animação em 3D, decoraram a zona entre 21 de Junho e a passada terça-feira.

Na nova fase que se irá estender até Fevereiro, o Governo indicou estar a “estudar a possibilidade de introduzir novos elementos visuais e pontos de check-in”, para aumentar o “fluxo de pessoas aos bairros comunitários e impulsionando, assim, o consumo”. Em articulação com a iniciativa, 39 estabelecimentos comerciais da zona aderiram à campanha, lançando diversos descontos.

Até 18 de Setembro, o miniprograma do evento no WeChat registou cerca de 120 mil visualizações. De acordo com o questionário electrónico na aplicação, cerca de 85 por cento dos entrevistados prolongaram a sua estadia nas ruas e 75 por cento aumentaram o consumo.

O Governo lançou também um plano de promoção do “Arraial na Ervanários 2023” no “Xiaohongshu”, também conhecido como o Instagram chinês ou “pequeno livro vermelho”, “reunindo conteúdo de notas de tópicos de compras, alimentação e diversão”. Até 18 de Setembro, os conteúdos geraram mais de 10 milhões de visualizações.

21 Set 2023

Rollout Dance Film Festival até amanhã no Alegria

Termina amanhã o Rollout Dance Film Festival, a festa da sétima arte que celebra a dança no Cinema Alegria. Hoje é exibido “A Body in Fukushima”, um ensaio multidisciplinar de exploração de movimento no cenário desolador de Fukushima. O ciclo completa-se amanhã com “The Ferryman”, narrado pela lendária Marina Abramović e com música de Ryuichi Sakamoto

 

 

O Rollout Dance Film Festival está a dar últimos passos com a exibição de dois filmes no Cinema Alegria hoje e amanhã. Depois das sessões na Casa Garden no início do mês, chega a vez de o velho cinema da Estrada do Repouso acolher sessões do evento dedicado à arte do movimento corporal.

Hoje, às 19h30, será exibido “A Body in Fukushima”, realizado pelo coreógrafo japonês Eiko Otake. O artista conhecido pela abordagem multidisciplinar à dança visitou seis vezes a desolada Fukushima depois do desastre em três actos (sismo, tsunami e desastre nuclear) ter arrasado a cidade e expulso a população inteira.

“A Body in Fukushima” resulta da colaboração do coreógrafo japonês com o fotógrafo William Johnston, que além do interesse pela à imagem é um académico dedicado à história do Japão. A obra exibida hoje no Cinema Alegria acabou por nascer da interacção destes elementos criativos, esculpido a partir de dezenas de milhares de fotografias e observações pessoais vertidas em texto.

As paisagens surreais expostas à radiação tornam-se no cenário para a performance de Eiko Otake acompanhada por uma banda sonora composta especificamente para a obra.

Otake dá corpo a um cocktail emocional onde dor, raiva e remorso interagem com o cenário pós-apocalíptico como um testemunho empático das falhas da humanidade, muito bem demonstradas por Fukushima.

 

Todos a bordo

Para fechar em beleza o Rollout Dance Film Festival, o Cinema Alegria exibe amanhã, também às 19h30, o filme “The Ferryman”, da autoria do francês Gilles Delmas. Com narração da icónica artista conceptual Marina Abramović, e banda sonora original do compositor japonês Ryuichi Sakamoto, “The Ferryman” apresenta ao público uma jornada coreografada plena de exuberância visual rumo às raízes espirituais e ritualísticas da dança.

Dicotomias desfocadas e metafóricas estão na génese deste projecto contemporâneo, que alia dança e escultura personificada pelo bailarino e coreógrafo franco-belga Damien Jalet que representa em movimento um ser quase mitológico entre um veado e um caçador.

Filmado nas deslumbrantes paisagens vulcânicas de Bali, no Japão e Escócia e dentro das secções mais antigas do Museu do Louvre em Paris, o filme procura retratar as ancestrais ligações espirituais entre Homem e natureza através da performance de Jalet. O coreógrafo aborda a forte componente cerimonial de rituais de cremação, sacrifícios e expressões de transe em preces erguidas aos vulcões de Bali, e também em ritos de adoração a montanhas japonesas.

“The Ferryman” é um poderoso documento de beleza avassaladora, mas ao mesmo tempo uma obra crua e onírica sem uma linha clara entre o contemporâneo e o arcaico.

 

A ganhar calo

O Rollout Dance Film Festival foi inaugurado em 2016 como um evento bianual com o objectivo de apresentar obras premiadas internacionalmente e promover a interacção com o público e discussão através de palestras, workshops e colaborações artísticas.

Organizado pela Associação de Dança Ieng Chi, a Concept Pulse Studio e a Point View Art Association, o festival procura contribuir para a construção de uma plataforma sustentável em Macau que encoraje a comunidade artística a juntar formas de expressões artísticas, como cinema e dança.

O evento é financiado pelo Fundo de Desenvolvimento da Cultura e o apoio da Fundação Oriente.

9 Fev 2023

IPOR | Festival Literário para pais e filhos estreia em Abril

O Instituto Português do Oriente apresentou ontem a primeira edição do Festival Letras & Companhia, com o qual pretende promover o diálogo entre gerações, com particular foco na protecção e sustentabilidade ambiental. O objectivo da organização é tornar o evento num acontecimento anual

 

A promoção da leitura e do livro, da cultura e da educação está na base do festival literário para pais e filhos intitulado Letras & Companhia. A iniciativa organizada pelo Instituto Português do Oriente (IPOR), que se realiza de 2 a 25 de Abril vai decorrer em várias escolas de Macau, e em locais como a Livraria Portuguesa, as instalações do Instituto Português do Oriente (IPOR), Casa Garden e a Galeria do Instituto para os Assuntos Municipais.

Para o ano de inauguração do festival, que se pretende ser anual, o tema escolhido (“De Pés na Terra, Cabeça no Ar”) recai sobre o plástico, a problemática da sua utilização na actividade humana e o impacto sobre o ambiente e ecologia mundial, de acordo com o IPOR.

Com o projecto Letras & Companhia procurou-se “a melhor maneira de formar crianças e jovens, […] numa envolvência familiar”, para além do que já é feito em contexto escolar, explicou o director do IPOR, Joaquim Coelho Ramos, em conferência de imprensa, salientando a importância da educação para a cidadania, assim como a capacidade de as crianças influenciarem os pais.

O primeiro Letras & Companhia oferece um alargado leque de iniciativas, incluindo o Mercado das Letrinhas, uma feira do livro infanto-juvenil com publicações de editoras locais e portuguesas. A feira terá lugar na Livraria Portuguesa, entre 2 e 26 de Abril, e vai disponibilizar obras em português, chinês e inglês. No dia 3 de Abril, às 11h, no mesmo local, Catarina Mesquita irá apresentar um workshop de escrita criativa para jovens, com o objectivo de incentivar hábitos de redacção e estimular a criatividade narrativa.

Também no dia 3 de Abril, sábado, mas às 17h, a Livraria Portuguesa será palco para contar histórias. A sessão de leitura, a cargo de Susana Esmeriz e Lin Hsiang chun, será realizada em português e cantonês.
Haverá também espaço para a sétima arte, com a exibição do filme “Papel de Natal”, da autoria de José Miguel Ribeiro, na Casa Garden, no dia 10 de Abril, às 17h.

Um dos eventos mais originais desafia jovens a passar uma noite em três locais onde serão narradas histórias dramatizadas e dominadas pelo fantástico, suspense e surpresa. A actividade destinada a leitores dos 8 aos 15 anos terá lugar na Livraria Portuguesa, na Biblioteca Camilo Pessanha do IPOR e na Casa Garden.

Meio ambiente e fotografia

Outro dos destaques do Letras & Companhia é uma exposição de fotografia, intitulada Living Among What’s Left Behind, de Mário Cruz, com curadoria de João Miguel Barros. A mostra, que estará patente na Galeria do IAM, no Edifício do Leal Senado, entre 18 de Abril e 2 de Maio, tem como personagem principal o rio Pasig, que atravessa o outrora centro económico de Manila. Além do retrato de pobreza e de desigualdade social, a exposição coloca a nu os problemas ambientais no coração da capital das Filipinas.

Com actividades para todos os gostos, o festival procura “promover competências de leitura e literacia nas faixas mais jovens, com recurso a dimensões comunicacionais e criativas da língua portuguesa”, segundo a organização.

Por outro lado, visa “impulsionar, junto de diferentes públicos locais, abordagens pluridisciplinares à criação cultural e artística, em particular à de matriz portuguesa e macaense”.

Finalmente, pretende-se aproximar, sobretudo os mais jovens, “das artes e da produção cultural como ferramenta para a compreensão da realidade e da comunicação com os outros”.

A Fundação Oriente, o Instituto Camões, o Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, a Casa de Portugal de Macau e a Livraria Portuguesa são parceiros do projecto “transversal e multidisciplinar, dirigido a pais, educadores, professores, crianças em idade escolar”, de forma a “mobilizar e convocar, efectivamente, todas as faixas etárias da comunidade”.

O Festival, que conta com o apoio da Fundação Macau, contempla também sessões de histórias, oficinas de arte e ambientais, um espectáculo de sombras, um debate sobre integração da protecção ambiental na educação dos jovens de Macau, um concerto da Banda da Casa de Portugal e um espectáculo de marionetas.

23 Mar 2021

This is My City | Festival traz a Macau Re-TROS, Celeste Mariposa e DJ Kitten

Quatro cidades, mais de 30 convidados e 10 dias de duração são os dados recorde da edição, deste ano, do festival This is My City que vai acontecer a partir de 22 de Novembro. O evento alarga a sua abrangência geográfica a Zhuhai e vai também estar representado em São Paulo, no Brasil. Os destaques vão para os chineses Re-TROS e para os projectos portugueses Celeste Mariposa e DJ Kitten

 

[dropcap]O[/dropcap] festival This Is My City (TIMC) vai, este ano, dividir-se em dois momentos. Um primeiro que inclui Macau, Zhuhai e Shenzhen entre os dias 22 e 25 de Novembro, e um segundo, entre 5 e 9 de Dezembro quando o festival arranca para São Paulo onde vai integrar a Semana Internacional da Música. Este alargamento geográfico faz com que a edição de 2018 seja a maior de sempre, referiu ontem o co-organizador Manuel Correia da Silva, na conferência de imprensa de apresentação do evento.

A música vai continuar a ser o núcleo do certame e a organização destaca a vinda, pela primeira vez, dos Re-TROS a Macau. A banda de Pequim é considerada uma das grandes representações do pós punk chinês. O grupo já actuou em festivais na Europa, nos Estados Unidos e fez as primeiras partes de bandas com os Depeche Mode e o The XX, bem como dos Gang of Our e dos PiL, projecto de Jonh Lydon dos Sex Pistols.

Os Re-TROS são influenciados pelo “som underground de bandas como Joy Division e Bahaus”, revelou a organização, e transformou-se num dos grupos mais significativos no panorama da música independente chinesa logo desde o lançamento, em 2005, do primeiro EP “Cut off” que contou com a colaboração de Brian Eno nas teclas.

O último álbum, “Before the Applause” foi produzido por Hector Castillo que também já colaborou com artistas como David Bowie, Lou Reed e Bjork. Em Macau, têm presença marcada no dia 25 de Novembro, nas Oficinas Navais 2.

Expressão lusa

Outro dos pontos altos desta edição vai para a apresentação do projecto de Lisboa Celeste Mariposa de Francisco Sousa e Wilson Vilares. Criado em 2008, Celeste Mariposa dedica-se a “espalhar a palavra e a promover a música dos países africanos de expressão portuguesa”, apontou a organização.

Para o efeito, e tal como tem vindo a fazer em Portugal, os espectáculos em Macau vão ser em formato Afro Baile e têm lugar no dia 23 de Novembro no D2, e no dia seguinte no LMA. De acordo com Manuel Correia da Silva, estes concertos vão dar a conhecer “uma colecção completa de música dos países africanos de língua portuguesa, incluindo álbuns históricos e muitas edições de autor raras”.

A 25 de Novembro, Celeste Mariposa segue para Shenzhen, onde actua no The Oil Bar. Também de Lisboa vem João Vieira para um DJ set enquanto DJ Kitten. A apresentação em Macau tem lugar nos dias 24, no D2, e 25 no LMA. Recorde-se que João Vieira é ainda o mentor de projectos como os Xwife e White Haus

O TIMC não esqueceu os artistas locais e no dia 24 de Novembro é o momento para ver e ouvir a banda indie local “Forget the G” nas Oficinas Navais 2. Segundo a organização trata-se de uma banda que combina música experimental com pós rock, adicionando elementos multimédia nos espectáculos ao vivo.

Ponto de encontro

A edição deste ano vai ter ainda espaço para uma série de conferências todas elas essencialmente debruçadas sobre o papel dos festivais na dinâmica das cidades, afirmou Manuel Correia de Oliveira.
Neste sentido, o TIMC vai abrir com a conferência “Global Creative Network”, no dia 22 pelas 18h, nas Oficinas Navais 2.

O festival segue com as palestras abertas ao público “Live Houses and the City” e “Festivals and the City”.
Entre os oradores vão estar presentes João Vaz da produtora portuguesa Pataca Discos, Márcio Laranjeira da promotora Lovers and Lollypops e Luís Viegas da agência musical Até ao Fim do Mundo.
O objectivo destes momentos é ainda “procurar por em contacto artistas e projectos chineses e lusófonos (…) e ligar os mercados asiáticos, europeus, africanos e sul americanos”, afirmou o organizador.

Surpresas na manga

Além do cartaz já divulgado ainda vai haver surpresas, afirmou Manuel Correia da Silva. “Vamos oferecer mais concertos, certamente, e vamos também abordar uma outra área das industrias criativas, neste caso a fotografia”, disse. De acordo com o responsável, “isto é importante porque acreditamos que este não é só um festival de música e queremos cada vez mais mostrarmo-nos como um festival multidisciplinar”.

Para o ano, os esforços vão ser dedicados em conseguir um alargamento do evento a Portugal até porque “há datas a celebrar relativamente às relações entre a China e Portugal”. A entrada é livre para todos os eventos neste festival que conta com um orçamento de cerca de meio milhão de patacas.

8 Nov 2018

Festival de Viena | João Salaviza e de Gabriel Abrantes seleccionados

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s filmes “Chuva é cantoria na aldeia dos mortos”, de João Salaviza e Renée Nader Messora, e “Diamantino”, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, foram seleccionados para o Festival Internacional de Cinema de Viena, que decorre em Outubro. Os dois filmes integram a lista da programação principal do festival, que se realiza entre 25 de Outubro a 8 de Novembro, parcialmente divulgada no ‘site’ da iniciativa. “Chuva é cantoria na aldeia dos mortos” foi rodado durante nove meses, em 16mm, sem equipa, na aldeia Pedra Branca, no estado de Tocantins, no Brasil. O filme venceu este mês o prémio de melhor obra de ficção do Festival de Cinema de Lima, no Peru, e, em Maio, o prémio especial do júri da secção ‘Un Certain Regard’ no Festival de Cannes, e uma distinção por melhor fotografia.
“Chuva é cantoria na aldeia dos mortos”, que foi produzido por Ricardo Alves Jr. e Thiago Macêdo Correia, da produtora Entre Filmes, sediada em Minas Gerais, em coprodução com a portuguesa Karõ Filmes e com a Material Bruto, de São Paulo, tem estreia comercial prevista para o primeiro trimestre do próximo ano em Portugal, em França e no Brasil.
“Diamantino” conta a história de Diamantino, interpretado pelo actor Carloto Cotta, uma superestrela do futebol mundial, cuja carreira cai em desgraça.

28 Ago 2018

Lanternas | Terceiro festival internacional inaugurado este sábado

 

Carlos Marreiros e Ana Jacinto Nunes são dois artistas portugueses que participam na terceira edição do Festival Internacional de Lanternas, a decorrer no espaço Anim’Arte Nam Van e One Central. A inauguração está marcada para este sábado

 

São esculturas enormes, cujas cores e luminosidade se destacam da restante paisagem. Este ano a terceira edição do Festival Internacional de Lanternas tem um espaço novo, além do habitual em frente ao empreendimento Macau Promenade – One Central. A edição deste ano vai igualmente tomar de assalto o espaço recreativo Anim’Arte Nam Van.
O arquitecto Carlos Marreiros e a pintora e escultora Ana Jacinto Nunes são dois nomes portugueses que acompanham os restantes artistas como o pintor de Macau Lio Man Cheong, Mei Lei, oriunda de Pequim, a arquitecta e artista britânica Farah Carolina e o artista italiano Ugo Re. No total, o público pode ver dez esculturas luminosas em exposição.
De acordo com um comunicado, o evento irá mostrar “uma instalação de arte interactiva e impressionante com vibrantes borboletas e bonitas flores”, cujo tema é “Wynn Butterfly Story”.
Esta iniciativa visa celebrar o conceito de “arte sem fronteiras”, pelo que tem também a colaboração da Associação de Reabilitação Fu Hong, que trabalha com portadores de deficiência e que tem como objectivo a inserção no mercado de trabalho.
É neste contexto que acontece a participação de Leong Ieng Wai, natural de Macau e que sofre de autismo. Este pintor assina com o nome artístico de “0.38” e, de acordo com o mesmo comunicado, criou a escultura intitulada “Landing on the 0.38 Kingdom of Happiness”.
O espaço Anim’Arte Nam Van vai também acolher esculturas luminosas criadas pela marca de design de Macau “Meet”, com o tema “Tour & Play The Lantern”.

Criar marca

Tal como nos anos anteriores, o festival estende-se pelo período de um mês, coincidindo com as festividades do Bolo Lunar e do Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau.
Na primeira edição do festival, em 2016, a zona ribeirinha do lago Nam Van do casino Wynn até ao Mandarin Oriental foi enfeitada com vários coelhos de grande dimensão, incluindo um coelho gigante da autoria de Carlos Marreiros.
O ano passado o festival teve ainda obras de Alexandre Marreiros e Konstantin Bessmertny. Ao HM, Carlos Marreiros contava o objectivo era fazer deste um evento de cariz internacional, com base no já tradicional festival das lanternas do coelhinho do Albergue SCM. “Não queria que este evento fosse tradicional, mas que caminhasse para uma mostra de esculturas urbanas luminosas. É uma iniciativa local, não no sentido de ser mais uma actividade de Macau, mas de ser a actividade de Macau. Não existe no mundo um festival, ou uma exposição, que esteja relacionado com lanternas de grande porte ou instalações artísticas urbanas”, disse Marreiros

28 Ago 2018

250 filmes de Todos os géneros num festival

[dropcap style=’circle’] A [/dropcap] bertura oficial do 15º Festival Internacional de cinema de Lisboa

Carlos Ramos, Miguel Valverde, Nuno Sena, apresentam a 15 edição como “continuar a fazer do IndieLisboa uma grande festa à volta de um cinema permanentemente aberto à descoberta formal, à singularidade autoral e às convulsões do mundo contemporâneo.”

Afirmam que a programação aposta numa selecção que promove o encontro entre nomes consagrados do cinema de autor mundial e novos cineastas. A característica mais distintiva do festival é a mistura, a hibridez de géneros, e duração. No cartaz estão curtas e longas. A secção do Herói Independente é, como sempre, incontornável. Este ano faz-se com o cinema de Jacques Rozier , nome da vanguarda da modernidade cinematográfica europeia desse tempo de mudança conhecido como “nouvelle vague”. Jacques Rozier é um dos mais desconhecidos cineastas desse movimento. A sua obra vai poder ser descoberta ou revisitada numa das mais completas retrospectivas fora de França, nas salas da Cinemateca Portuguesa.

O segundo herói nesta edição, chega da Argentina e tem nome e corpo de mulher, é a cineasta Lucrecia Martel. Vai ter uma retrospectiva alargada da sua obra, desde a curta até ao filme Zama. Martel vai estar no Festival e fazer uma MasterClass onde partilhará a sua visão do cinema.

A longa metragem de André Gil Mata, ARVORE, foi título escolhido para a cerimónia de abertura do festival do realizado. O filme chega ao ecrã do cinema S. Jorge depois de ter estreado na Berlinale Forum.

Uma SOLIDÃO PÓS-UTERO. O filme tem uma belíssima fotografia assinada pelo João Ribeiro, o trabalho de som é do António Figueiredo e a montagem do Tomás Baltazar.

O filme é um claríssimo tributo ao cinema de Bela Tárr e também do soviético André Tarkovsky. Retoma a ancestral estrutura de todas as tradições das literaturas orais e escritas nas histórias dos povos do mundo, em que estão presentes a iniciação, a demanda do herói e o regresso.

O cinema desde sempre se apropriou das estruturas narrativas presentes na literatura e da tradição iconográfica e pictórica e aqui, no filme de André Gil Mata querendo e procurando uma ideia radical de cinema, é essa tradição oral e pictórica que o filme sobretudo afirma.

Aqui temos um infante que olha o mundo através da janela perto da proteção da mãe. O homem que sobe o rio carregado de garrafas vazias para encher na fonte da água inicial. O encontro do homem com o infante e o regresso à fala da mãe, esse lugar único e protetor no mundo gélido e lunar do habitar humano, ainda mais quando a memória da guerra e o e a neve do inverno se instala.

A infância, esse lugar primeiro da singularidade do humano, é sobretudo a marca de um tempo onde o calor da casa e o quente e protetor afecto da mãe protegem do exterior. O bafo quente contra o vidro embaciado da janela, olhar a neve e frio perto do calor do fogão da movimentação da mãe.

Há depois um tempo de confronto com o mundo sempre hostil, é preciso esforço sacrificial na procura da água da fonte não poluída e a metáfora instalasse por um tempo largo. Um homem caminha na terra coberta de neve e sobre com o esforço dos braços que remam o pequeno barco as águas do milenar rio que atravessa Sarajevo na direção da fonte da água limpa onde possa encher as garrafas vazias. É necessário lembrar que Saravejo é/foi recentemente na história da europa esse lugar da humilhação e do horror sangue e dólares sempre presentes nas no tabuleiro do poder do geopolítico. Fantasmas, que são afinal o que resulta desta vontade de acumulação e fixação do animal homem, ainda que efémera no habitar do tempo. Em Saravejo é um rio que assiste e lava a dolorosa memória, na atualidade na Síria são areias e pó de cimento e em muitas outras geografias muros electrificados de arame farpado, o horror, tal como a beleza, é universal.

É por isso que crescer é também este confronto com o horror, e que a criança inicial foge do homem adulto que regressa da fonte e olhado da sua perspectiva como o fascista. Crescer é difícil, e os perigos são muitos. Mas crescer é alimentar a curiosidade, dar respostas ao deslumbramento perante o espanto e a natureza do mundo. O Homem diz-lhe que sabe um segredo, é quanto basta para apaziguar os medos da cabeça do infante. Um segredo que passa por esse lugar inicial do amor da mãe como talvez o único lugar capaz da proteção e conforto perante o mundo, o mundo natural e o mundo humano.

Estamos num cinema que trabalha a materialidade, as marcas do tempo impressas no corpo das coisas, um cinema tempo de compridos travellings, e planos sequência, do escuro e da luz, da procura da revelação.

Uma obra que retoma linhas e posicionamentos formais dos grandes mestres Tarkovsky e Bela Tárr. Aliás André Gil Mata, que é Mestre em Dramaturgia e Realização pela Escola Superior de Teatro e Cinema teve uma passagem na film.factory, escola dirigida por Bella Tárr.

Macau no Indie 2018

Uma curta e uma longa, o programa foi organizado para mostrar a diversidade géneros produzidos no território.

BETWEEN THE LIES de Lou Ka Choi, Leong Kin. Animação.

ILLE GALIST   de Penny Lam

Ficção , 26 minutos , preto e branco

O primeiro filme de ficção da Penny Lam , tem como tema a imigração do continente, um para trabalhar nas obras e uma nas atividades comerciais do sexo. Mas nada é propriamente fácil.

PASS ON , de Benz Wong

Documentário que trabalha a educação no núcleo família e como pode a educação em casa influenciar o mundo.

THE LAST ROAR OF A MOTHER BEAR de Marble Leong e Zachary Fong , 80 minutos, ficção.

Dois homicídios com onze anos de distância afectam profundamente dois estranhos. Ele levou um tiro na cabeça e desenvolveu uma perturbação de Identidade Dissociativa que não conhecia. Ela foi mentalmente ferida e a sua retaliação é a única coisa que a faz, perigosamente, continuar.

Cine-performance epistolar, entre o passado e o presente. Num registo autobiográfico, um homem partilha cartas, imagens e sons que trouxe de Macau, onde viveu. Um português longe de casa mas a sentir-se em casa no meio da China.

“… a cleverly-imagined, impressionistic, well-executed and ultimately touching show.” (Peter Gordon/Asian Review of Books)

Este filme – performance teve a sua primeira exibição no território de Macau, surge aliás de um convite The Script Road – Festival Literário de Macau.

António Pedro coloca no ecrã textos selecionados a partir das 194 cartas que recebeu quando viveu em Macau. Das 194 restaram 21. António Pedro tinha em 1994, 24 anos, a questão mais central que se lhe colocava e que queria dar resposta era “ O que quero fazer com a minha vida, o que não quero fazer”. Um trabalho entre o passado e futuro com imagens captadas em diferentes suportes lidas e musicadas pelo próprio .

Concepção e direção artística António-Pedro

Apoios The Script Road – Festival Literário de Macau, DGArtes, Fundação GDA, Fundação Oriente, Bazar do Vídeo, Câmara Municipal de Lisboa

 

 

 

2 Mai 2018

Festival “Connections” | Ioga, música e dança ao ar livre a 12 de Maio

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] reservatório de Ká-Hó, em Coloane, vai acolher, no próximo dia 12 de Maio, o “Connections”. Apresentado como o primeiro festival ao ar livre a juntar ioga, música e dança em Macau, o evento promete um arranque “épico”

 

A ideia surgiu de uma conversa espontânea entre amigas. “Estávamos a falar sobre a necessidade de haver eventos ao ar livre, fora do contexto urbano, que é uma tendência dos últimos anos, mas algo invulgar em Macau”, começa por explicar Rita Gonçalves, uma das mentoras da iniciativa. Das palavras passaram aos actos e, com ajuda de parceiros, nasceu o “Connections”, um festival ao ar livre que vai combinar uma série de actividades, como ioga, música e dança. Os interessados devem reservar o dia 12 de Maio na agenda, uma vez que o evento promete ser “épico” e conquistar um lugar regular no calendário de Macau.

“Este tipo de eventos e festivais ao ar livre tem-se desenvolvido cada vez mais”, aponta, dando o exemplo do “Boom” ou do “Andanças” em Portugal e, na Ásia, do “Wonderfruit” (Tailândia) ou do “Bali Spirit” (Indonésia). “Estes eventos são muito giros e especiais, de contacto com a natureza e também com o nosso interior, em que se quebram barreiras, como os papéis sociais, e todas essas coisas que nos restringem no dia-a-dia”, enfatiza Rita Gonçalves ao HM.

“Todo o contexto criado permite, depois dos primeiros dez minutos da vergonha, que as pessoas se soltem”, constituindo “uma grande fonte de alegria e liberdade”, complementa a presidente da Associação Yoga Loft.

O “Connections”, a ter lugar no reservatório de Ká-Hó, vai realizar-se a 12 de Maio. O festival, que decorre das 11h às 22h, vai ter música o dia inteiro, estando previsto um concerto ao vivo da banda “Concrete Lotus” e a actuação de DJs. A ideia da organização é proporcionar “um ambiente descontraído, com som ambiente”.

Neste cenário, “vai também haver ioga – um mais fácil e calmo e outro mais mexido e puxado”, explica Rita Gonçalves. “Há muito tempo que amigos alunos me pedem para eu fazer aulas com música. Só que, para mim, o ioga é um trabalho mais sério”, mas com “um ambiente festivo e ao ar livre vai ser engraçado explorar o contexto da música”, sublinha a também instrutora.

O programa do festival inclui ainda dança, com ‘workshops’ orientados por pessoas de Macau e do estrangeiro. “Vai ser uma dança muito exploratória, em que a ideia é brincar com um tema lançado pelo facilitador”. Em paralelo, há também actividades para crianças, como jogos, pinturas de rosto ou espectáculos de marionetas. Dado que o “Connections” vai decorrer durante todo o dia, o serviço de ‘catering’ da “Blissful Carrot” disponibilizará refeições no local, devendo o menu ser divulgado em breve.

Na preparação do “Connections” encontram-se envolvidas entre 50 a 60 pessoas, estando a organização à procura de mais voluntários para o evento. O ingresso custa 120 patacas para ajudar nos gastos, sendo que quem reservar com antecedência paga menos 20 patacas. Aliás, a organização recomenda-o para evitar que muita gente acabe por se concentrar à entrada. “É pedido um donativo porque vamos ter custos associados ao processo logístico, nomeadamente da montagem das sombras”, indica Rita Gonçalves. As crianças têm entrada gratuita.

 

Festa amiga do ambiente

A pensar no ambiente, a organização do “Connections” também pretende que haja o menor lixo possível. “Aconselhamos as pessoas a trazerem copos ou cantis para as suas próprias bebidas, por exemplo, e a reservarem a refeição de modo a que ‘Blissful Carrot’ saiba de antemão os pedidos para que também não haja desperdícios alimentares”, realça.

“Este é um evento que quero que as pessoas venham porque se sentem naturalmente atraídas pela experiência, portanto, a informação há de ir parar a elas. Vou deixar decorrer de uma forma orgânica. Embora pareça um pouco arrogante, a ideia é que as pessoas ouçam falar pelos interesses que já têm”, sublinha Rita Gonçalves que, até ao momento, lançou apenas o evento no Facebook.

Embora o festival ainda não tenha estreado, Rita Gonçalves não esconde o desejo de ver o “Connections” conquistar um lugar anual no calendário cultural de Macau.

 

 

19 Abr 2018

Lisboa acolhe o primeiro Fórum Literário Portugal-China

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Fórum Literário Portugal-China, cujo programa inclui debates no Centro Científico e Cultural de Macau e uma passagem pela Feira do Livro de Lisboa, acontece no âmbito do memorando de entendimento assinado em 2015, entre Portugal e a China, de apoio mútuo à edição e promoção da literatura dos dois países.

Em Lisboa estarão seis personalidades chinesas ligadas ao livro, entre as quais o escritor Su Tong, finalista do Man Booker International Prize em 2011, Tie Ning, romancista e presidente da Associação Chinesa de Escritores, e os autores Chi Zhijian e Zhang Wei. A eles juntam-se ainda três autores portugueses: José Luís Peixoto, Dulce Maria Cardoso e Gonçalo M. Tavares.

De acordo com a Direcção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, o memorando assinado em 2015 em Pequim prevê “o apoio à divulgação recíproca da literatura chinesa e portuguesa, seja através do apoio à tradução de obras literárias, seja através da participação de autores no outro país”.

O fórum em Lisboa incluirá ainda um encontro dos autores chineses com editores portugueses.

29 Mai 2017

América Latina | Festival cultural acontece até 15 de Setembro

“O festival Cultural da América Latina 2016” estende-se até 15 de Setembro. Nele vai poder ver exposições de fotografia, demonstrações de culinária, cinema e seminários de literatura. O evento decorre em vários lugares em simultâneo

[dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]á está aí o “O Festival Cultural da América Latina 2016”, orgnanizado pela Association for the Promotion of Exchange between Asia-Pacif and Latin America (MAPEAL). Nele vai poder assistir a uma série de eventos, organizados em diversos locais, que vão desde a cultura à cozinha, fotografia e cinema. A troca de experiências culturais também será um dos objectivos desta iniciativa, que conta com oradores dos países aqui representados.
Integrado neste certame, temos o “American Latin Festival Gourmet”, que arrancou dia 19 e se estende até dia 8 de Setembro. Durante três semanas, chefs oriundos da Venezuela, Cuba e Colômbia vão dar a conhecer diversas iguarias dos seus países. Pode assistir e provar tudo no Grand Lapa.
De 25 de Agosto a 15 de Setembro haverá também demonstrações de culinária de Cuba, Venezuela e Colômbia. O espaço será dividido entre o Instituto de Formação Turística e a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau. Os pratos tradicionais estarão aqui em grande destaque e, se gosta de experimentar coisas novas, esta é uma oportunidade que não pode desperdiçar.
A chef Alejandra Bermudéz vem da Colômbia para dar a conhecer a cozinha do país, mas apenas até 25 de Agosto. A representar a cozinha venezuelana está Inocencio Benito Pacheco Vilória, que ocupa o lugar de Bermudez para uma demonstração de 26 de Agosto a 1 de Setembro, dia em que entra em acção Yoiry Rodrigues Hernandez, que veste a camisola de Cuba até o dia 8 de Setembro.

Fotos e seminários

Uma série de fotografias sobre culinária e bebidas que arrancou a 19 de Agosto, na Torre de Macau, vai estar patente até ao final desta semana. Segue para o Instituto de Formação Turística, onde fica de 29 de Agosto a 2 de Setembro acabando no edifício da Universidade de Ciência e Tecnologia, onde vai estar de 5 a 7 de Setembro.
Ao todo são ainda oito os seminários a que vai poder assistir para ficar a conhecer um pouco melhor países como Chile, Cuba, Equador, Peru, entre outros. Os oradores são diplomatas e os encontros vão decorrer de 25 de Agosto a 15 de Setembro. Terão lugar na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau e no IFT. O primeiro orador é Edmundo Bustos Azócar, da embaixada do Chile na China.
Para os amantes do cinema também há boas notícias. De amanhã a 15 de Setembro, tem uma longa lista de nomes para escolher já que tem lugar uma exibição de películas na Fundação Rui Cunha e na Universidade de Macau. “Valentin” da Argentina, “Abril Despedaçado”, do Brasil, “Nostalgia de la luz” do Chile, “Luna de Avellaneda” da Argentina e “Los Hongos” da Colômbia são alguns exemplos do que pode ver gratuitamente.

22 Ago 2016

Pin-To | Livraria e loja de música fecha com festival no domingo

A Pin-to vê agora as portas fecharem. Mas nem só de lágrimas é o adeus e do desaparecimento sai o primeiro e último festival de música no espaço do Senado

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]espaço Pin-To, loja que se dedicou durante uma década à venda de livros e música, tem o ‘canto do cisne’ anunciado para o próximo dia 31 de Julho. Um casa dedicada à cultura que fecha portas, mas não sem antes realizar um sonho: o primeiro e último Festival de Música da Pin-To vai acontecer. Com nomes estrangeiros e locais, o fim-de-semana vai ter sons para todos os gostos.
Sexta-feira as vozes fazem-se ouvir a partir das 19h30. No palco estará Qing Yuan e Forget The G, que trazem como convidado especial Hugo Loi. Sábado a agenda começa às 14h30 e os interessados poderão assistir aos concertos de François Girouard & Rita, half cat, Cheng Wenzheng, Ringo & John Vu e os Jazzers!. Domingo fecha a programação e o espaço, passando por lá a partir das 15h00 Sonia Ka Ian Lao, Achun, Small Flower, KIRSTEN, Faslane, Aki e um encore de François Girouard.
A Livraria Pin-To abriu portas em 2003 e três anos depois dava origem à Música Pin-to.

Laboratório de minorias

A abertura do espaço terá sido na sua génese, uma experiência. Para os proprietários tratava-se um “laboratório” em que desejavam saber se a sua selecção musical teria eco ou ressonância em Macau, tendo em conta a pequena dimensão do mercado musical local. “Acreditamos que a beleza de música é sentida por todos quando abrem o coração”, afirmam os proprietários no Facebook. E foi assim que começaram a “apresentar as músicas não tão populares”, assumindo esta postura como mote do que se fazia na Pin-to.
Através da exposição de CDs, realização de seminários e produção de concertos, foi objectivo do pequeno espaço comercial divulgar as músicas que vinham de fora e ali serem apreciadas. O trabalho era procurar álbuns de destaque vindos de todo o mundo ao mesmo tempo em que estabelecia elos de cooperação com etiquetas independentes.
Da canção de intervenção, com passagem pela música electrónica experimental, o “ruído” e o rock, a Pin-To conferia um espaço para cada uma destas áreas. Ainda que algumas pessoas pudessem pensar que são estilos musicais feitos para minorias, para eles “mostrar a minoria” é uma mais valia, afirma a apresentação.
Ultimamente as prateleiras estão cada vez mais vazias, mas as oportunidades de encontro com “novos e velhos amigos” têm aumentado e é neste registo que se realiza o Festival de Música.


* por Angela Ka e Sofia Mota

26 Jul 2016

Sexta edição do Salão de Outono inaugurada este sábado

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] sexta edição do Salão de Outono vai ter componentes muito diversas. O evento promovido pela Fundação Oriente (FO) e Art for All Society (AFA) traz jovens artistas que estão a dar os primeiros passos na carreira e revela novos trabalhos de autores já consagrados. Depois, há ainda uma aposta na arte figurativa.
“Este ano temos muitos jovens artistas, e a maior parte deles apresenta trabalhos de pinturas, mais figurativas do que abstractas. Ao nível da pintura, sempre tivemos pinturas mais abstractas, mas agora vemos uma tendência para o figurativo”, explicou ao HM Alice Kok, presidente da AFA e curadora do Salão de Outono.
Ao todo, o espaço da FO acolhe, a partir deste sábado e até ao dia 28 deste mês, 62 obras de 29 artistas, seleccionadas a partir de um processo de candidatura ocorrido em Julho, e incluem pintura a óleo, aguarela, desenho, fotografia ou vídeo, entre outras vertentes da arte.
Para Alice Kok, este é o ano em que o Salão de Outono vê a sua maturidade chegar. “Acredito que o público vai gostar mais dos trabalhos deste ano. Todos os anos o Salão de Outono vai ficando cada vez mais maduro, e os artistas de Macau também estão mais maduros, e também com mais experiência de mercado. Um grande objectivo do Salão de Outono é tentar promover os artistas em termos de vendas de trabalhos. Do meu ponto de vista os trabalhos estão muito bons”, contou ao HM. 61115P12T1
Ana Paula Cleto, delegada da FO em Macau, frisa que a adesão ao Salão de Outono não tem diminuído, tanto da parte do público como dos artistas candidatos. “Este ano vão aparecer alguns artistas novos, e dos artistas que já participaram noutras edições, nota-se que há uma renovação do trabalho. Às vezes o artista vai trabalhando sempre no mesmo tema, e o que se nota neste Salão de Outono é que os artistas que já participaram nos anos anteriores este ano surgem com propostas diferentes”, frisou ao HM.
“Diria que este é um evento que reúne, e é algo que me dá uma satisfação particular, gente das mais diversas comunidades. Há uma adesão enorme da comunidade chinesa e também da portuguesa. É talvez o evento de arte que consegue congregar de forma feliz essas duas comunidades predominantes”, disse ainda Ana Paula Cleto.
Se na primeira edição do Salão de Outono trouxe alguns artistas de renome, como Carlos Marreiros ou Mio Pang Fei, a aposta é cada vez mais apostar em nomes novos. “O que temos vindo a fazer é tentar promover e fomentar o interesse pela participação neste evento e o objectivo é projectar os artistas locais. No início tivemos como convidados nomes já bastante conceituados no mundo artístico de Macau, mas o objectivo é projectar nomes novos”, explicou Ana Paula Cleto.

Modelo mantém-se

Os trabalhos expostos no Salão de Outono poderão ser visitados diariamente, e de forma gratuita, entre as 10h e 19h, contando com o apoio da Secretaria dos Assuntos Sociais e Cultura do Instituto Cultural (IC).
Sempre com a promoção do trabalho dos artistas mais jovens em mente, os organizadores do Salão do Outono estão contentes com os actuais moldes em que o evento se realiza e não perspectivam, a curto prazo, mudanças.
“Podemos sempre fazer uma expansão para uma espécie de feira de arte. Mas actualmente, e tendo em conta a situação do mercado, ainda temos muito a fazer em termos de coleccionadores e apreciação dos trabalhos por parte do público. Em termos do espaço de exposição, temos vindo a colaborar com a FO e estamos muito satisfeitos com o espaço”, disse Alice Kok.
Com financiamento da FO, mas também da AFA, graças aos subsídios concedidos pelo Governo, Ana Paula Cleto considera que “os apoios (para o Salão de Outono) têm sido suficientes até à data”.
“Até ao momento achamos que o Salão de Outono está bem desenhado, e não sentimos necessidade de o transformar numa outra coisa. Mas não quer dizer que daqui a um ano ou dois, até numa perspectiva de renovação, que não se perspective um Salão de Outono de Macau”, rematou.
Também no sábado será conhecido o resultado do “Prémio Fundação Oriente para as Artes Plásticas”, sendo que o vencedor poderá visitar Portugal durante um mês, ficando numa residência artística, para além de ganhar 50 mil patacas.
Segundo a FO, “as residências dos artistas anteriores foram muito bem sucedidas e os artistas tiveram a oportunidade de visitar diferentes museus, instituições de arte e de contactar artistas portugueses. A residência em Portugal proporcionou-lhes uma interacção enriquecedora com artistas plásticos portugueses e contribuiu de forma significativa para o seu processo criativo”.

6 Nov 2015

Clockenflap | Damien Rice, New Order e Nouvelle Vague na linha da frente

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]hegou aquela altura do ano. Macau muda-se para a cidade vizinha no final de Novembro. O festival de música e artes Clockenflap tem visto crescer a sua legião de fãs a passos largos enquanto talha o caminho até aos grandes nomes da música internacional. Este ano traz a Hong Kong, entre os dias 27 e 29 deste mês, os artistas Damien Rice, New Order, Nouvelle Vague e muitos outros. Tal como em qualquer festival, quer-se uma multidão variada todos os dias e por isso espalham-se os nomes sonantes por sexta-feira, sábado e domingo do festival.

Nouvelle Vague
Nouvelle Vague

A presente edição cumpre o mesmo formato da do ano passado, com uma programação de actividades dedicadas à família e uma preocupação especial com o meio ambiente e o lifestyle que se quer criado naquela zona da cidade. Regressando ao Distrito Cultural de West Kowloon, o Clockenflap está mais caro que em ano anteriores, com preços à entrada entre os 980 e os 1020 dólares de Hong Kong para um dia e os 1940 dólares de Hong Kong para o passe dos três dias. O recinto costuma abrir depois de almoço e os concertos acontecem até às 01h00 da manhã.

Um cartaz interessante

O cartaz deste ano apresenta-se cheio de conhecidos nomes da música internacional. Não é que Hong Kong não tenha já sido palco para uma série de bons concertos de rock, indie, clássica, heavy metal e house, mas estarão vários destes reunidos num mesmo espaço. No website ainda não se percebe se são apenas dois ou mais palcos, mas a julgar pela quantidade de actuações, ou estarão ambos sempre cheios, ou espalhados por vários outros espaços. Confirmados estão já os New Order, banda inglesa de rock – formada pelos antigos elementos dos Joy Division – dos anos 80 e que ainda hoje cumpre uma carreira sólida de aliar a música electrónica ao new wave.

New Order
New Order

Numa onda bastante mais calma e melancólica está Damien Rice, o cantor irlandês que ficou conhecido pela original Blower’s Daughter. O e 9 são dois nomes peculiares, mas os escolhidos para álbuns do artista, que deixou de lançar discos em 2006, mas continua a fazer furor nas bandas sonoras de séries televisivas e filmes. Esta parece também ser uma edição de homenagem ao rap e ao hip hop, com dois ou três nomes sonantes deste estilo. São eles Mr. Scruff, Blackalicious e Skatalites. Gui Boratto completa a tabela de DJ internacionais. O artista brasileiro já está a dar que falar no território. nile-rodgers-collabs-4.22.2013
A adoçar a lista de actuações está Nouvelle Vague, o colectivo de jovens francesas que mistura bossa nova com indie. O nome? Adaptaram-no de uma das vagas do Cinema Francês. Com seis álbuns cá fora e mais um a sair do forno, preparam-se para mostrar o que França tem de melhor. Chic and Nile Rodgers, The Hinds, Clean Bandit, Julia Holter, Rachael Yamagata e Sun Kil Moon são outros dos nomes presentes este ano.

Sempre a crescer

As três primeiras edições eram compostas apenas por bandas locais e do Reino Unido, mas em 2011 a organização conseguiu reunir um cartaz como nenhum outro. Aos palcos subiram os Bombay Bicycle Club, Benjamin Francis Leftwich, Santigold e outras bandas de Hong Kong. Embora com um cartaz igualmente cheio de artistas britânicos, eram nomes internacionais. A edição do ano seguinte engordou bastante, com Azealia Banks a subir ao palco principal, seguida de Bastille, The Rubens, Alt-J, Primal Scream e Klaxons. Há dois anos, o Clockenflap convidou Marc DeMarco, Franz Ferdinand, Two Door Cinema Club, 2ManyDJS, os locais Turtle Giant, Tegan and Sara ou 1975. Em contraste, em 2014 vieram ao território vizinho Chvrches, The Vaccines, Nitin Sahwney, The Lemonheads, Mogwai, Kool and the Gang e vários outros nomes.

4 Nov 2015

FIIM | Pedro Moutinho e Filarmónica da BBC actuam este fim-de-semana

É já esta sexta-feira que o fadista português Pedro Moutinho actua na Fortaleza do Monte, no âmbito do Festival Internacional de Música. Há ainda tempo para assistir a dois concertos da Filarmónica da BBC, no CCM

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]ado e orquestra. São estas as duas possibilidades para a sua sexta-feira, ainda que em separado. Em palcos diferentes e à mesma hora, dois grandes nomes da música prometem trazer ao público do Festival Internacional de Músicas de Macau (FIMM) bons momentos.
O português Pedro Moutinho é o grande nome do cartaz para o começo de fim-de-semana, trazendo-nos um concerto de Fado em conjunto com o quarteto “Danças Ocultas”. Este grupo, composto por Artur Fernandes, Filipe Cal, Filipe Silva e Francisco Silva, “propõe uma abordagem única e altamente original ao acordeão”. Por sua vez, Pedro Moutinho é uma das novas vozes do Fado, contanto já com três álbuns de estúdio e um Prémio Amália. danças ocultas
O concerto de Pedro Moutinho tem lugar na Fortaleza do Monte às 20h00, sendo que a entrada é livre, ainda que com lugares limitados.

Outro palco

À mesma hora, mas no Centro Cultural de Macau (CCM), terá lugar o concerto Sinfonia N.º 9 “A Grandiosa” de Shubert pela Filarmónica da BBC, do Reino Unido. Considerada uma das melhores do seu país, a orquestra da BBC tem realizado concertos pelo mundo, estando desta vez presente na RAEM com o maestro Juanjo Mena e o violoncelista Laslo Fenyo. No dia seguinte, o mesmo grupo apresenta “Variações Enigma”. Ambos os concertos acontecem às 20h00 e os bilhetes custam entre 150 a 500 patacas.
Quinta-feira, dia 15, tem lugar, no CCM, o concerto comemorativo de Xian Xinghai e Liu Tianhua, para celebrar o 70º aniversário da vitória na guerra da resistência contra a agressão japonesa. O concerto, que decorre por volta das 20h00, terá como maestros Wang Aikang, Ho Man-Chuen, Huang Kuang-Yu e Pang Ka Pang.
Para o CCM, esta é “uma oportunidade verdadeiramente valiosa para promover o intercâmbio musical entre estas quatro regiões, que partilham uma cultura homogénea e os mesmos antepassados, demonstrando assim a sua afeição pela nação chinesa”.
Xian Xinghai nasceu em 1905 e “compôs numerosas obras musicais arrebatadoras ao longo da sua carreira”. “Uma das suas mais conhecidas obras, “A Cantata do Rio Amarelo” constitui um hino de louvor dedicado ao espírito determinado do povo chinês durante a Guerra de Resistência contra a agressão japonesa”, remata o CCM. Os bilhetes custam entre as cem e as 200 patacas.

13 Out 2015

Lusofonia | Virgem Suta são escolha lusa para festa no fim do mês

Vêm aí os Virgem Suta para representar Portugal e animar o Festival da Lusofonia, quase à porta. O fim de semana de 23 a 25 deste mês promete ser animado, com actividades para todos os gostos e idades, desde insufláveis e passeios de pónei, a concertos ao vivo e barraquinhas com produtos de cada país do mundo lusófono

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]direcção do Festival da Lusofonia escolheu os Virgem Suta para representar Portugal nesta 18ª edição. Durante os dias 23 e 25 deste mês, a zona das Casas-Museu da Taipa volta a encher-se de cores e sabores lusófonos, apresentando gastronomia, cultura, música, costumes e danças de Portugal, Angola, Cabo Verde, Goa, Damão e Diu, S. Tomé e Príncipe, Timor, Macau, Guiné-Bissau, Moçambique e Brasil. O evento vai custar ao Governo 2,4 milhões de patacas. “Poupámos 400 mil patacas comparando com o ano passado, em que gastámos 2,8 milhões”, informou a organização. Prevê-se que lá marquem presença 20 mil pessoas.
Em destaque está a já tradicional organização de passeio de pónei para crianças, mas a população pode esperar mais variedade na zona de restauração e sessões de “música ligeira”, onde artistas de Macau estarão presentes ao longo dos três dias para animar o espaço. É entre as 19h30 e as 21h30 de sexta-feira, sábado e domingo que os 80&tal, Mané Crestejo, Fabrizio Croce e o Grupo de Fado e de Música Popular Portuguesa vão estar num pequeno palco montado para o efeito.
Como em anos anteriores, a Rádio Carmo estará presente no local para ir dando à população as mais recentes novidades e falar sobre os acontecimentos que terão lugar no festival. “Esta rádio será transmitida através de aparelhagem sonora instalada na zona do Carmo, sendo a emissão da responsabilidade de uma equipa de animadores profissionais que farão a locução em Chinês, Português e Inglês”, explicou o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), na conferência de apresentação do evento, ontem.

Música de todo o mundo

Este ano, a Lusofonia vai compreender actuações do Brasil, de Timor, Portugal, Cabo Verde e vários outros países. Em palco estarão a brasileira Mariene de Castro, o moçambicano Massukos, os Versatyle de Goa, Damão e Diu, Binhan Quimor e Star Candinha da Guiné-Bissau, os Mesô Dance de S. Tomé e Príncipe, o angolano Master Jake, o cabo-verdiano Bitori Nha Bibinha, os timorenses D’Voices Talik Murak e, finalmente, os Virgem Suta, de Portugal. A banda portuguesa de rock é de Beja e foi criada por Jorge Benvinda e Nuno Figueiredo. O primeiro CD do colectivo, de nome homónimo, foi lançado em 2009, e o mais recente álbum, Doce Lar, chegou às prateleiras em 2012. Um dos seus maiores êxitos chama-se “Maria Alice” e já surgiu em telenovelas portuguesas.
Além da música, o Festival apresenta uma série de outras actividades. Entre as barracas de comida e bebida, estará o já conhecido balcão do Brasil, com caipirinhas de fazer fila. Serão ainda organizados torneios de matraquilhos e de futebol de cinco, para o qual os interessados devem inscrever-se. Os torneios de matraquilhos sub15 e acima dos 16 anos dão direito a prémios, com os três primeiros classificados a receber 800, 600 e 400 patacas respectivamente. Estes realizam-se das 19h00 às 22h00 na sexta-feira e das 12h00 às 16h30 de sábado.
No sábado e domingo o espaço encontra-se equipado com um local recreativo infantil, das 15h00 às 18h00, onde serão realizados jogos e workshops para os mais novos. Os passeios equestres, igualmente destinados às crianças, podem ser feitos entre as 15h00 e as 18h00 de sábado e domingo. A actividade é patrocinada pelo Jockey Clube de Macau, que cedeu os animais. Entre a música e os expositores de cada país, há ainda insufláveis para distrair as crianças e um simulador do Grande Prémio no local.

7 Out 2015

Cinema | Cheong Kin Man com obra sobre a RAEM na Califórnia

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] curta-metragem “Uma Ficção Inútil”, de Cheong Kin Man, foi apresentada sábado na Califórnia, no Festival de Cinema de Macau de San Leandro, depois de dois prémios no Canadá e Espanha e da exibição em Cannes. “Uma Ficção Inútil” resulta de um trabalho de mestrado em Antropologia Visual e Media na Freie Universität Berlin, em 2014, e nos últimos meses conquistou o “2015 Rising Star Award”, na categoria de cinema experimental do Festival Internacional de Cinema do Canadá (Vancouver), e a “Distinción Amarilla” do prémio “La Lupa y el Imán” do Festival Cinemística, em Espanha (Granada). A curta-metragem de 31 minutos mistura viagens e influências do jovem de 28 anos desde Macau, onde nasceu e cresceu, até Portugal – primeiro país europeu onde se fixou para estudar –, evidenciando também marcas da cultura asiática, nomeadamente japonesa.

Em camadas

Inspirado pelas obras cinematográficas e literárias dos japoneses Kon Ichikawa e Michio Takeyama, o mais recente filme de Cheong Kin Man tem, segundo o autor, “múltiplas camadas”, desde a identidade macaense ao multiculturalismo que constatou em Singapura, onde passou dois meses em estágio na Nanyang Technological University, enquanto bolseiro de uma investigação sociológica. Numa sucessão de “atropelos” visuais, a obra mistura ruído, rostos e paisagens, e uma colecção de línguas que Cheong Kin Man se desafiou a aprender. Em grandes porções de texto sobrepostas sobre imagens de Macau, e de outros sítios por onde andou, ouvem-se e lêem-se línguas asiáticas e europeias. A língua de Camões surge na tela, por breves momentos, através de Sophia de Mello Breyner Andresen, porque, durante o processo criativo da curta-metragem, Cheong Kin Man “tropeçou por acaso” num artigo publicado duas vezes – em 1975 e 2014 – no Expresso. Originalmente dado à estampa no período revolucionário, o texto da poetisa “Em defesa da cultura” foi a forma de o jovem autor dizer no filme que “é muito importante a democratização” da mesma. Licenciado em Estudos Portugueses pela Universidade de Macau, Cheong Kin Man trocou o emprego de tradutor na Administração Pública por um mestrado no estrangeiro, pelas viagens e pelo conhecimento do outro. Fala e traduz inglês, francês e alemão, além das duas línguas oficiais da região: o chinês e português. “Continuo muito interessado em aprender línguas, porque para mim elas são muito importantes para compreender o mundo”, afirmou à agência Lusa.Cheong Kin Man
O Festival de Cinema de Macau da cidade de San Leandro integra outros dois trabalhos da autoria e com a participação de Cheong Kin Man: “Ou Mun Ian, Macaenses – 35 Entrevistados, 35 Identidades” (2009) – documentário sobre a cultura e identidade macaense – e “As Fontes de Água de Macau” (2008), sobre a Fonte do Lilau. Os dois filmes são em cantonense e português, com legendas em inglês. Depois da cidade californiana de San Leandro, o jovem autor quer apresentar “Uma Ficção Inútil” em Portugal, ainda este ano, e no próximo em Macau.

Momentos marcantes

Para trás ficam as apresentações oficiais da curta-metragem no Canadá, Espanha, Eslovénia e no “Short Film Corner” do Festival de Cannes: “A experiência em Cannes foi interessante, mas é uma plataforma mais para ficção. Eu diria que o que mais me marcou foi sobretudo em Espanha, onde contactei com filósofos e recebi muitos comentários interessantes”. Actualmente a residir em Bruxelas a maior parte do tempo, Cheong Kin Man falou à Lusa via Skype a partir dos Estados Unidos, onde na semana passada apresentou “Uma Ficção Inútil” no Columbia River Film Festival, em Washington. Em San Leandro – cidade onde é visível a presença da comunidade macaense e é destacada a ligação entre os Estados Unidos e a China –, o jovem já não teve que explicar o que é Macau, uma missão que, não obstante, abraça com prazer. “Há muita gente que não sabe onde é Macau: é normal, é uma terra pequena. Do meu ponto de vista muito pessoal, eu explico a Macau que eu entendo. Explico muito”, contou.

17 Ago 2015