João Luz SociedadeEconomia | Estimativa da UM traça cenário de recessão até 2020 As estimativas macroeconómicas da Universidade de Macau para os anos 2019/2020 foram revistas em baixa. A previsão aponta para uma contracção de 0,8 por cento este ano e 0,9 por cento em 2020. As justificações apontadas para estes resultados são a turbulência económica provada pela guerra comercial entre Pequim e Washington e a depreciação do yuan [dropcap]O[/dropcap] impacto negativo das tensões comerciais entre China e Estados Unidos e a depreciação do yuan enquanto a economia chinesa abranda são as razões para a contracção da economia de Macau na casa dos 0,8 por cento este ano e 0,9 por cento em 2020. O panorama é traçado pela estimativa macroeconómica da Universidade de Macau (UM), divulgada ontem. No fundo, tudo vai estar dependente de factores externos, com os académicos a escreverem mesmo que “as consequências para a economia de Macau superaram as nossas expectativas”. Se o braço-de-ferro entre Washington e Pequim terminar com resultados favoráveis e a economia chinesa estabilizar, as perspectivas locais tornam-se mais optimistas, mas o cenário inverso está também em aberto para os investigadores da UM. “Se a procura doméstica e os investimentos continuarem a retrair, o modesto consumo privado e público não serão suficientes para equilibrar o Produto Interno Bruto (PIB)”. No geral, segundo as estimativas mais pessimistas, prevê-se que o PIB de Macau caia este ano 4,1 por cento. Na visão mais optimista, 2019 pode fechar com um saldo positivo de crescimento na ordem dos 2,5 por cento. Quanto a 2020, a UM prevê que no pior dos cenários o PIB de Macau caia 10,6 por cento, enquanto na visão mais positiva se preveja um crescimento de 8,8 por cento. A deputada Agnes Lam acha que “está na hora de o Governo apressar o investimento público”, a medida que “poderá ter o maior impacto” na economia local. Apanhar por tabela Apesar do cenário, tanto a taxa de inflação como a de desemprego vão manter-se estáveis. A inflação prevista para este ano deverá rondar os 2,7 por cento, enquanto em 2020 se deverá ficar pelos 2,4 por cento. Quanto à taxa de desemprego, o estudo da UM aponta para 1,8 por cento este ano e 1,9 por cento para 2020. No que diz respeito ao salário médio, estima-se que aumente 80 patacas entre este ano e 2020, para um total de 16.655 patacas. Ainda em relação ao PIB, depois de no ano passado ter atingido os 429,9 mil milhões de patacas, a estimativa da UM prevê que no final de 2019 possa cair para 421,6 mil milhões de patacas. Valor que os académicos estimam que diminua para 417,9 mil milhões em 2020.
João Luz SociedadeEconomia | Estimativa da UM traça cenário de recessão até 2020 As estimativas macroeconómicas da Universidade de Macau para os anos 2019/2020 foram revistas em baixa. A previsão aponta para uma contracção de 0,8 por cento este ano e 0,9 por cento em 2020. As justificações apontadas para estes resultados são a turbulência económica provada pela guerra comercial entre Pequim e Washington e a depreciação do yuan [dropcap]O[/dropcap] impacto negativo das tensões comerciais entre China e Estados Unidos e a depreciação do yuan enquanto a economia chinesa abranda são as razões para a contracção da economia de Macau na casa dos 0,8 por cento este ano e 0,9 por cento em 2020. O panorama é traçado pela estimativa macroeconómica da Universidade de Macau (UM), divulgada ontem. No fundo, tudo vai estar dependente de factores externos, com os académicos a escreverem mesmo que “as consequências para a economia de Macau superaram as nossas expectativas”. Se o braço-de-ferro entre Washington e Pequim terminar com resultados favoráveis e a economia chinesa estabilizar, as perspectivas locais tornam-se mais optimistas, mas o cenário inverso está também em aberto para os investigadores da UM. “Se a procura doméstica e os investimentos continuarem a retrair, o modesto consumo privado e público não serão suficientes para equilibrar o Produto Interno Bruto (PIB)”. No geral, segundo as estimativas mais pessimistas, prevê-se que o PIB de Macau caia este ano 4,1 por cento. Na visão mais optimista, 2019 pode fechar com um saldo positivo de crescimento na ordem dos 2,5 por cento. Quanto a 2020, a UM prevê que no pior dos cenários o PIB de Macau caia 10,6 por cento, enquanto na visão mais positiva se preveja um crescimento de 8,8 por cento. A deputada Agnes Lam acha que “está na hora de o Governo apressar o investimento público”, a medida que “poderá ter o maior impacto” na economia local. Apanhar por tabela Apesar do cenário, tanto a taxa de inflação como a de desemprego vão manter-se estáveis. A inflação prevista para este ano deverá rondar os 2,7 por cento, enquanto em 2020 se deverá ficar pelos 2,4 por cento. Quanto à taxa de desemprego, o estudo da UM aponta para 1,8 por cento este ano e 1,9 por cento para 2020. No que diz respeito ao salário médio, estima-se que aumente 80 patacas entre este ano e 2020, para um total de 16.655 patacas. Ainda em relação ao PIB, depois de no ano passado ter atingido os 429,9 mil milhões de patacas, a estimativa da UM prevê que no final de 2019 possa cair para 421,6 mil milhões de patacas. Valor que os académicos estimam que diminua para 417,9 mil milhões em 2020.
João Santos Filipe PolíticaEconomia | Secretário alerta para fase negativa motivada por factores externos A economia de Macau contraiu 2,5 por cento nos primeiros seis meses do ano e a tendência deve continuar nos próximos tempos. Após uma queda de 8,6 por cento no último mês no sector do jogo, segundo Lionel Leong, também o mês de Setembro está longe de trazer de volta o crescimento [dropcap]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças prevê que Macau continue a atravessar um período de volatilidade no que diz respeito à saúde económica e que as receitas do jogo vão ser afectadas de forma negativa nos próximos tempos. De acordo com as declarações prestadas ontem, à margem de um evento organizado pela Associação Comercial de Macau, o secretário explicou a entrada em recessão com factores externos, como a Guerra Comercial, a desvalorização do yuan e a situação das regiões vizinhas. Assim sendo, segundo Lionel Leong, a economia vá continuar a seguir uma tendência negativa. O secretário reconheceu também que nos dois primeiros trimestres do ano que a economia registou uma contracção, o que já constitui uma situação de recessão técnica. Segundo os dados apresentados, nos primeiros seis meses a economia teve uma quebra real de 2,5 por cento. Lionel Leong explicou também que muito dificilmente a situação vai sofrer alterações no terceiro trimestre, uma vez que nos meses de Julho e de Agosto houve uma quebra das receitas no sector das exportações de serviços, o que se ficou a dever, principalmente, ao sector do jogo. Nestes dois meses, as receitas do principal sector da economia registaram quebras face ao período homólogo de 3,5 e 8,6 por cento, respectivamente. Ontem, o secretário alertou igualmente para o facto de que a situação não deverá sofrer alterações durante este mês de Setembro, o que irá contribuir para uma nova contracção do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre. Contudo, Lionel Leong recusou ainda a ideia que a contracção esteja ligada a Macau. O secretário justificou a situação principalmente com a Guerra Comercial entre os Estados Unidos e a China, a desvalorização do yuan e os problemas das regiões vizinhas, no que terá sido uma referência à situação de Hong Kong. Face a este cenário o secretário prometeu que o Governo vai acompanhar quaisquer alterações no consumo e na taxa de desemprego de muito perto e dar respostas adequadas, caso seja necessário estimular a actividade económica. Lionel Leong deu ainda um voto de confiança ao sector do jogo e disse que o mesmo está preparado e tem a resistência necessária para enfrentar a situação actual.
João Santos Filipe PolíticaEconomia | Secretário alerta para fase negativa motivada por factores externos A economia de Macau contraiu 2,5 por cento nos primeiros seis meses do ano e a tendência deve continuar nos próximos tempos. Após uma queda de 8,6 por cento no último mês no sector do jogo, segundo Lionel Leong, também o mês de Setembro está longe de trazer de volta o crescimento [dropcap]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças prevê que Macau continue a atravessar um período de volatilidade no que diz respeito à saúde económica e que as receitas do jogo vão ser afectadas de forma negativa nos próximos tempos. De acordo com as declarações prestadas ontem, à margem de um evento organizado pela Associação Comercial de Macau, o secretário explicou a entrada em recessão com factores externos, como a Guerra Comercial, a desvalorização do yuan e a situação das regiões vizinhas. Assim sendo, segundo Lionel Leong, a economia vá continuar a seguir uma tendência negativa. O secretário reconheceu também que nos dois primeiros trimestres do ano que a economia registou uma contracção, o que já constitui uma situação de recessão técnica. Segundo os dados apresentados, nos primeiros seis meses a economia teve uma quebra real de 2,5 por cento. Lionel Leong explicou também que muito dificilmente a situação vai sofrer alterações no terceiro trimestre, uma vez que nos meses de Julho e de Agosto houve uma quebra das receitas no sector das exportações de serviços, o que se ficou a dever, principalmente, ao sector do jogo. Nestes dois meses, as receitas do principal sector da economia registaram quebras face ao período homólogo de 3,5 e 8,6 por cento, respectivamente. Ontem, o secretário alertou igualmente para o facto de que a situação não deverá sofrer alterações durante este mês de Setembro, o que irá contribuir para uma nova contracção do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre. Contudo, Lionel Leong recusou ainda a ideia que a contracção esteja ligada a Macau. O secretário justificou a situação principalmente com a Guerra Comercial entre os Estados Unidos e a China, a desvalorização do yuan e os problemas das regiões vizinhas, no que terá sido uma referência à situação de Hong Kong. Face a este cenário o secretário prometeu que o Governo vai acompanhar quaisquer alterações no consumo e na taxa de desemprego de muito perto e dar respostas adequadas, caso seja necessário estimular a actividade económica. Lionel Leong deu ainda um voto de confiança ao sector do jogo e disse que o mesmo está preparado e tem a resistência necessária para enfrentar a situação actual.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Exportações crescem 13,6 por cento em Julho [dropcap]M[/dropcap]acau exportou em Julho mercadorias no valor de 1,04 mil milhões de patacas, um crescimento de 13,6 por cento face a igual período do ano passado. Em contrapartida, o território importou, no mês em análise, bens avaliados em 7,20 mil milhões de patacas, menos 3,2 por cento em termos anuais homólogos, indicou a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Consequentemente, “o défice da balança comercial de Julho de 2019 foi de 6,16 mil milhões de patacas, aponta a DSEC, em comunicado. Sobre a queda nas importações, a DSEC destaca, em Julho, os valores importados de “telemóveis, materiais de construção e joalharia em ouro”, que caíram, respectivamente, 54,4 por cento, 41,1 por cento e 22,9 por cento. De acordo com a DSEC, nos primeiros sete meses do ano, o valor importado de mercadorias do interior da China baixou 5,4 por cento – em relação ao mesmo período de 2018 -, para 16,49 mil milhões de patacas. Em sentido inverso, no mesmo período em análise, o valor importado de mercadorias da União Europeia (13,52 mil milhões de patacas) e dos países de língua portuguesa (506 milhões de patacas) cresceu 6,5 por cento e 10,3 por cento, respectivamente. Já do lado das exportações, o valor exportado de mercadorias para o interior da China, entre Janeiro e Julho, fixou-se em 929 milhões de patacas, numa descida de 21,7 por cento face a igual período do ano passado. Os bens exportados para Hong Kong (4,89 mil milhões de patacas), para a União Europeia e para os Estados Unidos (112 milhões de patacas) subiram 10,4, 0,2 e 31,7 por cento, respectivamente, em termos anuais, indicou a DSEC. Por seu turno, os valores exportados de mercadorias para os países ao longo da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” (132 milhões de patacas) e para o bloco lusófono (981 mil patacas) desceram 8,4 e 96 por cento, respectivamente. Entre Janeiro e Julho, o défice da balança comercial em Macau cifrou-se em 42,04 mil milhões de patacas.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Exportações crescem 13,6 por cento em Julho [dropcap]M[/dropcap]acau exportou em Julho mercadorias no valor de 1,04 mil milhões de patacas, um crescimento de 13,6 por cento face a igual período do ano passado. Em contrapartida, o território importou, no mês em análise, bens avaliados em 7,20 mil milhões de patacas, menos 3,2 por cento em termos anuais homólogos, indicou a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Consequentemente, “o défice da balança comercial de Julho de 2019 foi de 6,16 mil milhões de patacas, aponta a DSEC, em comunicado. Sobre a queda nas importações, a DSEC destaca, em Julho, os valores importados de “telemóveis, materiais de construção e joalharia em ouro”, que caíram, respectivamente, 54,4 por cento, 41,1 por cento e 22,9 por cento. De acordo com a DSEC, nos primeiros sete meses do ano, o valor importado de mercadorias do interior da China baixou 5,4 por cento – em relação ao mesmo período de 2018 -, para 16,49 mil milhões de patacas. Em sentido inverso, no mesmo período em análise, o valor importado de mercadorias da União Europeia (13,52 mil milhões de patacas) e dos países de língua portuguesa (506 milhões de patacas) cresceu 6,5 por cento e 10,3 por cento, respectivamente. Já do lado das exportações, o valor exportado de mercadorias para o interior da China, entre Janeiro e Julho, fixou-se em 929 milhões de patacas, numa descida de 21,7 por cento face a igual período do ano passado. Os bens exportados para Hong Kong (4,89 mil milhões de patacas), para a União Europeia e para os Estados Unidos (112 milhões de patacas) subiram 10,4, 0,2 e 31,7 por cento, respectivamente, em termos anuais, indicou a DSEC. Por seu turno, os valores exportados de mercadorias para os países ao longo da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” (132 milhões de patacas) e para o bloco lusófono (981 mil patacas) desceram 8,4 e 96 por cento, respectivamente. Entre Janeiro e Julho, o défice da balança comercial em Macau cifrou-se em 42,04 mil milhões de patacas.
Raquel Moz SociedadeEconomia | PIB contraiu 1,8 por cento no segundo trimestre de 2019 O Governo admitiu poder haver retracção económica na segunda metade do ano, após uma quebra no crescimento do PIB de 3,2 por cento no 1º trimestre e de 1,8 por cento no 2º trimestre, mas sublinha que a RAEM tem capacidade de resistir às adversidades [dropcap]T[/dropcap]endo em conta o aumento incessante de factores de incerteza de origem externa, é de prever que a economia local continue a deparar-se com uma pressão de recessão durante a segunda metade do corrente ano”, refere o comunicado enviado pelo Gabinete do Secretário para a Economia e Finanças, no final da passada sexta-feira, após o conhecimento dos dados oficiais relativos ao segundo trimestre de 2019. De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o Produto Interno Bruto (PIB) de Macau registou uma contracção de 1,8 por cento no segundo trimestre no ano, em relação a igual período no ano passado, depois de um decréscimo de 3,2 por cento no 1º trimestre. O Governo atribui esta quebra no desempenho das contas locais “à redução das obras de construção e à diminuição contínua do investimento em activos fixos”. De forma a combater esta tendência, o Governo de Macau vai “acompanhar, de perto, o impacto do ajustamento económico”, adoptando medidas relativas ao “mercado de emprego” e promovendo a “realização de grandes projectos de construção pública”. O arrefecimento do 2º trimestre deveu-se também, em grande parte, ao decréscimo de investimento do sector público no sector da construção, de menos 51,6 por cento, face aos valores excepcionalmente elevados, em igual período de 2018, referentes aos trabalhos na ilha fronteiriça artificial da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, justificou a DSEC na sua divulgação. Como lembrou o gabinete de Lionel Leong, não obstante os desafios provocados pelas incertezas económicas, a taxa de desemprego no 2º trimestre do ano situou-se nos 1,7 por cento, menos 0,1 por cento do que em 2018, tendo a mediana do rendimento mensal do emprego em Macau sido de 16.300 patacas, o que corresponde a um acréscimo homólogo de 1,9 por cento. A par destes números, os dados estatísticos do turismo revelaram-se igualmente positivos. No primeiro semestre do ano chegaram a Macau 20 284 633 visitantes, o que representou um acréscimo de 20,6 por cento, em termos anuais. A abertura da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau também foi responsável pela vinda de mais visitantes, e é uma aposta do território na dinamização do sector. Contas sólidas Macau vai aproveitar “o forte alicerce das finanças públicas já solidificado e tirar proveitos da situação estável de pagamento externo, do regime de indexação confiável e do sistema financeiro consolidado, para fazer face às mutações da conjuntura económica externa, assegurando que as despesas públicas dedicadas ao bem-estar da população não sejam afectadas”, referiu o comunicado do Gabinete do Secretário. O Executivo e os diversos sectores sociais preparam-se para “adoptar uma postura proactiva, redobrando esforços para responder às mudanças, mediante a manutenção da estabilidade e a adaptação conjuntural”, transformando em oportunidades as vantagens resultantes dos acordos da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. O desenvolvimento adequado das indústrias “reforçará a capacidade da RAEM na luta contra as adversidades” e, só neste primeiro semestre, foram constituídas 3.278 sociedades, mais 105 do que em idêntico período do ano passado. “O capital social destas sociedades cifrou-se em 3,40 mil milhões de patacas, representando um aumento substancial de 6,5 vezes”, o que revela que “o desempenho económico de Macau tem atraído mais investidores locais e estrangeiros”. Sem dívidas Além disso, o Governo da RAEM não tem “nenhuma dívida nem encargos, continuando a registar saldos financeiros positivos”. No primeiro semestre registaram-se saldos de “cerca de 30,5 mil milhões de patacas nas contas públicas” e, até ao final de Junho de 2019, o valor total dos activos da reserva financeira era de 569,3 mil milhões de patacas, correspondendo a uma subida homóloga de 10,9 por cento. Os depósitos dos residentes também atingiram 654,65 mil milhões de patacas, até final de Junho de 2019, com um aumento homólogo de 11,1 por cento. Já os empréstimos internos ao sector privado cresceram 7,6 por cento, em termos anuais, atingindo 514,9 mil milhões de patacas, o que parece indicar, mais uma vez, a confiança na robustez das finanças locais.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Excedente na conta corrente de 158 mil milhões em 2018 [dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau anunciou ontem que no final de 2018 o território tinha registado um excedente na conta corrente de 158 mil milhões de patacas. Segundo dados preliminares divulgados pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM), “em 2018 as fortes exportações de serviços turísticos determinaram a continuidade de um acentuado ‘superavit’ registado na conta corrente, no valor de 158 mil milhões de patacas”, um aumento de 23,7 mil milhões face aos 134,4 mil milhões de patacas registados em 2017. A balança da conta de serviços registou um excedente de 310,8 mil milhões de patacas devido ao aumento de 12,8 por cento em 2018, “em consequência da ascensão das exportações de serviços turísticos”, segundo a AMCM. No ano passado, apontou a AMCM, os activos financeiros líquidos não reserva, aumentaram para 141,8 mil milhões de patacas, mais 6,1 mil milhões de patacas do que no ano anterior, devido ao “crescimento dos activos financeiros no exterior, quer dos residentes, quer do sector público”. Por outro lado, o défice comercial de mercadorias aumentou para 88,2 mil milhões de patacas, mais 1,6 mil milhões em relação a 2017. Apesar de as exportações de mercadorias terem aumentado 11,7 por cento, as importações de mercadorias também subiram 5,6 por cento.
Luís Carmelo h | Artes, Letras e IdeiasCatch, o Trumputin e o kitsch histórico [dropcap]M[/dropcap]al abriu em Junho passado a cimeira do G20 em Osaka, logo Trump apareceu, no seu jeito de incontido prestidigitador, a pedir a Putin para não interferir nas eleições americanas de 2020. Um teatro assim, produzido debaixo da mesa dos matraquilhos, tem o humor ao nível dos irmãos metralha. Até porque toda a gente já aprendeu a reconhecer os desviços penianos do marionetista nos acenos da marioneta. O tosco domínio da imaginação faz lembrar aquele delicioso texto de Barthes sobre o facto de o catch (texto que em 1957 abria Mythologies; wrestling na tradução inglesa) não ser um desporto, mas antes um espectáculo. Tal como o strip-tease, que sugere o apimentado palpite do sexo sem o ser, o wrestling sugere a avidez do desporto embora não passe de uma táctica espectacular ao serviço de um (tão perverso quanto) tácito empate. Aqui a manobra é a mesma: falar como se estivéssemos à mesa do café ou no FB a exercitar a imbecilidade natural, mas com o objectivo de dissuadir a ferida, de sacudir a mouche e de ludibriar as borbulhas às tabuadas. Quando eu era criança, qualquer futuro era melhor do que tudo aquilo que se passava à minha volta. Logo que a revolução cruzou o país, o futuro parecia querer emergir das pedras da calçada como uma corça que não sabe bem em que direcção correr. Mais tarde, chegou o tempo dos cartazes que diziam – aliás gritavam – “Europa Connosco” e o futuro começou a cheirar a croissants, a rendimento mínimo mas também às enviesadas cartilhas do FMI. Nos alvores da década de oitenta, o futuro soube ainda sorrir por cima da agonia comunista e olhou com desusada esperança para a rosácea do federalismo. Quando a última década do século passado se encontrou com o 11 de Setembro, o futuro libertou um cheiro amargo a paiol. Mas nada que fizesse temer um bom mortal lusitano, sobretudo se tivesse escutado a virilidade do Padre António Vieira a pregar que “uma das felicidades que se contava entre as do tempo presente, era acabarem-se as comédias em Portugal” (Sermão da Sexagésima, IX), adágio que prenunciou o afundamento (ou a crise, se se preferir) dos idos de 2008 a 2011. Fosse como fosse, apesar dos Obamas, das utopias federalistas com que Kant tanto sonhou e do coração de ouro de Steve Jobs, o boom das tecnologias não foi capaz de acossar nacionalismos, migrações humilhadas e hackers qb. e foi por isso que o final da segunda década deste século acabou por trazer consigo, entre muitos outras, as encenações Trump, Brexit e Bolsonaro. Um verdadeiro tufão que teve – e continua a ter – como base um enorme fastio e o esgotamento das soluções políticas clássicas. Poucos conseguirão definir com clareza o tempo que estamos a viver – o sorriso de Xi Jinping parece levitar sobre essa perdição – e muitos chegam a arder nas palavras com que o tentam. Ou, dito de outro modo bem mais avisado, pois um padre impõe sempre o seu respeitinho – “O definir-se foi declarar a sua essência: o arder foi provar a definição” (Sermão do Mandato). Quando há dias ouvi Trump a pedir a Putin para não se meter (onde já se meteu e atascou até ao pescoço), ocorreram-me aqueles cenários caóticos que, ao fim e ao cabo, fazem parte de um mundo arrumadinho (em que as regras entre senhorio e inquilinos estão escritas em contrato bem escondido num cofre sem quaisquer segredos). Desde os anos oitenta que retenho o que Kundera escreveu acerca do kitsch em A Insustentável Leveza do Ser (1984). Há coisas que a memória guarda, outras não. O primeiro de Maio soviético ou a música de fundo de um restaurante de luxo (suíço) eram exemplos romanescos que o autor dava para explicar essas simetrias açucaradas, onde tudo aparecia arrumadinho apenas na fachada: sem pó e sem grandes distracções. O pior é se, um dia, este tipo de catch ou de wrestling, que é o trampolim do verdadeiro e perigoso kitsch, se transforma em pólvora e a desarrumação no Golfo Pérsico vence os tapumes, as paredes de água e as frases sensaboronas. Com as devidas diferenças, há qualquer coisa na boçalidade de Trump que evoca a tibiez de Arthur Chamberlain, recém-chegado de Munique em Setembro de 1938, quando levantava no ar o papel de um (ilusório) tratado de paz. Já Nietzsche avisara, em Para Além de Bem e Mal (1886, §262) que os “incuráveis medíocres” aparecem e subsistem aos “pontos de viragem da história” enquanto – compreenda-se a “ironia” – porta-vozes da “única moral que poderia ainda ter algum sentido”. Esta prática de catch ou de wrestling é perigosa. Se é verdade que todas as actividades humanas, ao perderem a sua função mais imediata, se podem transformar em jogo, caso do uso da linguagem, da guerra, da caça ou do amor, não é menos verdade que um jogo não se força ou simula por muito tempo, pois, ao fim e ao cabo, depende sempre de regras muito claras e não da ventilação assistida aos irmãos metralha.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Jovens empresários receberam 20,5 milhões em subsídios [dropcap]O[/dropcap] Plano de Apoio a Jovens Empreendedores (PAJE) atribuiu 20,5 milhões de patacas, de Janeiro a Junho de 2019, para ajudar projectos de empresários em início de carreira, conforme revela a Direcção dos Serviços de Economia (DSE) na sua página electrónica. De acordo com os dados oficiais disponíveis, durante a primeira metade do ano foi acusada a recepção de 121 pedidos de apoio financeiro, dos quais 104 foram já aprovados e 11 indeferidos. Os jovens empresários de Macau, que recorreram aos subsídios, fizeram-no para investir maioritariamente em negócios de comércio a retalho, ou seja 7,5 milhões de patacas, a que corresponde a maior quantia das verbas atribuídas durante o primeiro semestre (36,7 por cento). Outras actividades económicas que motivaram a candidatura ao subsídio foram a prestação de serviços a empresas, que conseguiram 2,4 milhões de patacas (11,8 por cento); a reparação de automóveis e motocicletas, barbearias e outros não especificados, aos quais foram concedidos 2,3 milhões (11,3 por cento); a educação, serviços médicos e assistência social, que receberam 2 milhões (10 por cento); e a restauração e hotelaria, que arrecadaram 1,9 milhões (9,5 por cento do total) das verbas da DSE. O plano de apoio existe desde 2013 e recebeu um total de 1854 pedidos até ao final do ano passado, com aprovação de 1364. O montante global concedido até 2018 foi de 317,7 milhões de patacas. Esta ajuda financeira a jovens para a criação de negócios próprios, quando não dispõem de capital suficiente, tem um tecto individual máximo de 300 mil patacas e deverá ser reembolsada na íntegra no prazo de oito anos, isenta de juros.
João Luz SociedadeEconomia | Retracção de 3,2% no primeiro trimestre do ano Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, a razão para a desaceleração económica prende-se principalmente com a diminuição da procura interna e externa [dropcap]O[/dropcap]s primeiros três meses de 2019 foram de contracção económica, em termos reais, na ordem dos 3,2 por cento, de acordo com dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). O resultado negativo pôs fim à trajectória de 10 meses de crescimento contínuo. O Governo comenta a contracção como consequência da desaceleração económica que se intensificou, “principalmente devido ao enfraquecimento da procura global, reflectindo-se na insuficiente dinâmica de crescimento”. Assim sendo, a procura externa abrandou significativamente, com as exportações de serviços a diminuir 0,3 por cento, as exportações de serviços de jogo a caírem 0,6 por cento, enquanto a exportação de bens diminuiu 1,8 por cento. Estes resultados são o reflexo do abrandamento das despesas dos visitantes, apesar do aumento acentuado de entradas em Macau. Também a procura interna recuou em termos anuais 9,4 por cento “arrastado essencialmente pela acentuada queda do investimento em activos fixos”. A despesa de consumo privado registou uma subida de 2,1 por cento. As despesas de consumo final das famílias, realizadas no mercado local e no exterior, subiram 1,3 e 7,9 por cento, respectivamente. A despesa de consumo final do Executivo manteve-se em ascensão, crescendo 4,1 por cento, acima dos 3,4 por cento do trimestre anterior. Salientam-se os acréscimos de 2,4 por cento na remuneração dos empregados e de 7,0 por cento nas compras líquidas de bens e serviços, algo que as autoridades entendem como compensação para parte do “declínio verificado na desaceleração económica”. As importações de bens aumentaram 2 por cento, porém, as importações de serviços baixaram 20,9 por cento. Com cuidado Apesar da situação favorável no mercado do emprego e do aumento do rendimento do emprego, a despesa de consumo privado tornou-se mais cautelosa, dada a incerteza da perspectiva económica. As obras de construção diminuíram, alargando-se o decréscimo do investimento em activos fixos. No primeiro trimestre de 2019, a formação bruta de capital fixo registou um recuo anual de 31,7 por cento, arrastado principalmente pela contracção anual de 37,5 por cento no investimento em construção. Quanto ao investimento público, finda a construção da Zona de Administração de Macau na Ilha Fronteiriça Artificial da Ponte HKZM, caiu substancialmente 82,3 por cento o investimento em obras públicas. Por seu turno, o investimento privado não apresentou sinais de melhoria, baixando anualmente 15 por cento, realçando-se a descida de 20,4 por cento no investimento em construção, quer devido à conclusão sucessiva das obras dos grandes empreendimentos, quer em consequência do reduzido número de projectos iniciados recentemente.
Andreia Sofia Silva China / ÁsiaPortugal realizou primeira emissão de dívida em moeda chinesa Portugal começou ontem a emitir dívida no valor de dois mil milhões de renmimbis. A operação, intitulada “Obrigações Panda”, deverá implicar nova venda de dívida, com o mesmo montante, em 2020. Economistas falam numa tentativa da China de internacionalização da sua moeda [dropcap]A[/dropcap] operação tem o nome do mais famoso animal chinês e é inédita para um país europeu. Portugal fez ontem uma emissão de dívida em moeda chinesa no valor de dois mil milhões de renmimbi (260 milhões de euros), com uma maturidade a três anos. As “Obrigações Panda” (Panda Bonds) prevêem, de acordo com o jornal Expresso, que em 2020 se fará nova emissão de dívida com o mesmo valor. Ainda assim, esta operação representa um pequeno montante, tendo em conta que a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) vai emitir, este ano, obrigações no valor de quase 16 mil milhões de euros, a maioria na moeda europeia. Com esta colocação, Portugal será o primeiro país da zona euro a emitir dívida em renmimbi. Na semana passada, quando confirmou a realização da operação, o secretário de Estado das Finanças afirmou que “o ‘pricing’ só será fechado no dia da operação, mas antecipa-se que seja superior ao equivalente em euros”. Ricardo Mourinho Félix adiantou que “é o custo de entrada num novo mercado”. Também a presidente da IGCP, Cristina Casalinho, já disse que a emissão de ‘Panda Bonds’ surgiu como “uma oportunidade” para Portugal continuar a alargar a base de investidores. “Hoje em dia dependemos crucialmente da base de investidores que temos e o que sabemos é que investidores que compram por exemplo em dívida alemã não investem em dívidas com níveis de risco mais elevado. Se a China pode surgir como uma alternativa de continuar no esforço de alargamento da base de investidores, é importante”, afirmou ainda a presidente do IGCP quando, na semana passada foi questionada sobre a operação. Na ocasião, a presidente do IGCP disse que a operação demorou dois anos a ser negociada e que acredita que, apesar de ter uma taxa de juro associada “significativamente” mais elevada, compensará no longo prazo. Entretanto, Mário Centeno, ministro português das Finanças, declarou ao canal de televisão CNBC que a colocação das “Obrigações Panda” a três anos em renminbis é “um passo positivo na gestão da dívida externa portuguesa no médio prazo”, disse. Segundo a Global Capital, esta operação no mercado obrigacionista interbancário chinês dirige-se a investidores institucionais tanto a nível onshore como offshore, incluindo o uso da plataforma Bond Connect, lançada em 2017, que permite a investidores adquirirem obrigações tanto no mercado da China como de Hong Kong. Por cá, Lionel Leung congratulou-se com a iniciativa lusa incentivando o reforço do papel de Macau enquanto plataforma entre a China e os países de língua portuguesa seja reforçado. “Fui, ainda, informado que Portugal será o primeiro país da zona Euro a concretizar a emissão de obrigações Panda denominadas em RMB no Interior da China. Esta circunstância, além de nos encorajar a continuar a envidar os maiores esforços nos nossos trabalhos, fomentando o papel de Macau enquanto plataforma de prestação de serviços entre a China e os países de língua portuguesa é também, bastante significativa”, disse o secretário para a Economia e Finanças durante a conferência sobre a promoção da cooperação entre instituições bancárias de Macau e dos países de língua portuguesa, que decorreu ontem na RAEM. Em prol da internacionalização Para o economista Albano Martins, ao permitir que Portugal faça emissão de dívida na sua moeda é mais um passo para a internacionalização do renmimbi. “À China interessa que isto aconteça porque faz circular moeda chinesa e fá-la tornar-se mais global. O renmimbi é uma moeda que está em constante depreciação”, defendeu ao HM. Esta quarta-feira foi divulgado um relatório por parte do Departamento do Tesouro norte-americano que pede à China que evite a contínua desvalorização da sua moeda, mantendo o gigante asiático na lista de economias que merecem atenção por más práticas de câmbio. O Tesouro norte-americano apontou que continua a ter “preocupações significativas” sobre as práticas monetárias chinesas, particularmente à luz do “desalinhamento e desvalorização ” do renminbi (nome oficial do yuan, a moeda nacional chinesa) em relação ao dólar. “A China deve fazer um esforço conjunto para melhorar a transparência das suas operações e taxas de câmbio”, lê-se no documento. A moeda chinesa desvalorizou 8 por cento em relação ao dólar, no ano passado, representando um superavit comercial bilateral “extremamente grande e crescente” que, segundo o documento, cifrou-se 419.000 milhões de dólares em 2018. José Morgado, economista, falou ao HM precisamente dos riscos cambiais para o Euro com a emissão de dívida em renmimbis. Tais operações “acarretam sempre um risco quando os países não têm resultados na moeda em que se endividam”. “Quando Portugal tem financiamento numa moeda diferente, a questão que se põe é se, na altura do financiamento, tem receitas nessa moeda ou não. Se não tem, deve fazer a troca na moeda cambial e terá de comprar a moeda que necessita. Aí pode haver um risco, porque se a moeda que está a comprar for mais cara, pode ter um custo superior.” Ainda assim, Morgado acredita que este é mais um passo dado pelo Governo Central em prol da internacionalização da sua moeda. “Para que o renmimbi se internacionalize é necessário que haja mais negócios nessa moeda. A China, de modo a não estar dependente das moedas tradicionais e mais internacionais, como o dólar e o Euro, está cada vez mais a tentar fomentar os negócios na moeda chinesa.” Tal “é importante em termos estratégicos para a economia chinesa, porque lhe dá uma posição geopolítica estratégica relativamente à moeda. Além disso, as empresas chinesas, que possuem negócios em renmimbis, não tem riscos cambiais associados por realizarem negócios noutras moedas”, acrescentou José Morgado. Zona Euro “frágil” Apesar de Portugal ser o único país da União Europeia (UE) a emitir dívida na moeda chinesa, cinco Estados-membros, nomeadamente a Alemanha, Bélgica, França, Irlanda e Itália colocaram, na semana passada, um total de 35 mil milhões de euros em títulos de médio e longo prazo através de leilões e operações organizadas por sindicatos bancários. Pagaram juros mais baixos em todas as emissões e registaram uma procura muito elevada nas operações sindicadas que chegou a mais de 70 mil milhões de euros. O mercado pareceu funcionar apesar dos avisos feitos a semana passada pelo Banco Central Europeu (BCE), que disse que a economia da zona Euro está “frágil”, escreveu o Expresso. Esta quarta-feira o Euro registou um valor mais baixo face ao dólar americano, numa altura em que se mantém a tensão entre Estados Unidos e China e os investidores procuram divisas consideradas refúgio, como o iene e o franco suíço. O Euro valia, no final da tarde de quarta-feira, 1,1134 dólares, abaixo dos 1,1165 a que negociava na terça-feira quase à mesma hora. O conflito entre Estados Unidos e China, que começou com a imposição de novas taxas alfandegárias, agravou-se depois da recente decisão do Governo norte-americano de colocar o grupo chinês de telecomunicações Huawei numa ‘lista negra’, invocando argumentos de segurança nacional. O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou no Japão que os Estados Unidos “não estão prontos” para concluir um acordo com a China, mas também disse que existem “muito boas hipóteses” de isso acontecer em breve.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Redução até Junho de sectores interditos ao investimento estrangeiro [dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse ontem que, até ao final de Junho, a China reduzirá o número de sectores interditos ao investimento estrangeiro, conhecido como “lista negativa”, avançou a agência noticiosa oficial Xinhua. Na cerimónia de abertura do fórum Boao, conhecido como “Davos asiático”, Li garantiu ainda que não serão acrescentadas indústrias àquela lista. O primeiro-ministro prometeu maior abertura nos sectores de serviços, telecomunicações, saúde e educação, ou financeiro, incluindo bancos, seguradoras e instituições. Em relação à recém-adoptada nova lei para o investimento estrangeiro, que entra em vigor no início de 2020, o primeiro-ministro chinês afirmou que as autoridades já estão a rever todas as regulamentações que contrariem as novas directrizes. “A China trata as empresas nacionais e estrangeiras de forma justa e protege os direitos e interesses de todos os tipos de empresas”, disse Li Keqiang, lembrando que as transferências forçadas de tecnologia “não são permitidas”, de acordo com a nova legislação. O texto final da lei foi aprovado este mês, durante a sessão anual da Assembleia Popular Nacional, com o apoio de 99,5 por cento dos cerca de 3.000 delegados. As autoridades só poderão restringir o acesso ao mercado doméstico, de firmas estrangeiras, “em circunstâncias especiais” ou que envolvam o “interesse público”, indicou na altura a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. Futuro incerto Os governos locais vão deixar também de poder confiscar propriedade estrangeira, sem que o processo passe pelas instâncias judiciais. Quanto à desaceleração da economia chinesa, que cresceu 6,6 por cento no ano passado, Li ressaltou que o Governo já adoptou “medidas importantes”, que trouxeram resultados “positivos” para a estabilização do crescimento. No entanto, o primeiro-ministro admitiu que a instabilidade económica e incerteza estão a “crescer consideravelmente”, com riscos exteriores “em expansão”, o que poderá acarretar um certo nível de “volatilidade” para o crescimento mensal e trimestral do país asiático. Segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas chinês, a taxa de desemprego do país subiu para 5,3% por cento, entre Janeiro e Fevereiro, depois de ter encerrado o ano passado nos 4,9 por cento. Os lucros da indústria na China registaram uma queda homóloga de 14 por cento, em Janeiro e Fevereiro, acompanhando a tendência registada noutros indicadores económicos do país. O discurso de Li coincide com o início de uma nova ronda de negociações, em Pequim, entre a China e os Estados Unidos, visando pôr fim às disputas comerciais que ameaçam a economia mundial.
Hoje Macau China / ÁsiaAnunciadas “medidas fortes” para contrariar abrandamento económico [dropcap]O[/dropcap]primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse sexta-feira que o país vai adoptar “medidas fortes” para contrariar o abrandamento económico, sugerindo reformas orientadas para o mercado, em detrimento de mais crédito e gastos públicos deficitários. Li, que falava numa conferência de imprensa após o encerramento da sessão anual do legislativo chinês, afirmou que Pequim vai reduzir impostos e aprovar medidas para “aumentar a vitalidade do mercado”. “Certamente que precisamos de tomar medidas fortes para lidar com as crescentes incertezas que enfrentamos este ano”, disse. Li Keqiang rejeitou, no entanto, uma injecção de crédito na economia ou o aumento do investimento público, afirmando que podem “levar a problemas no futuro”. Em concreto, o primeiro-ministro apontou “medidas de flexibilização quantitativa” como de “oferta monetária” ou a “ampliação do deficit orçamentário”, visando “injectar energia nos agentes de mercado para lidar com a desaceleração económica “. E anunciou um corte dos impostos de cerca de 2 biliões de yuans, incidindo no imposto sobre o valor acrescentado e a redução das contribuições previdenciárias, para “aliviar o fardo para as empresas”. Tudo em ordem Sobre a sustentabilidade desta nova política fiscal, Li afirmou que o Governo “calculou bem os números”, e explicou que o Executivo vai “reduzir o orçamento dos serviços públicos” e “usar as reservas fiscais” para enfrentar a redução nas receitas do Governo. “Estou confiante de que a economia chinesa continuará a desempenhar um papel estabilizador na economia mundial”, afirmou. Li Keqiang expressou confiança de que o país asiático pode atingir a meta oficial de crescimento económico para este ano, fixada entre 6% e 6,5%. No ano passado, a economia chinesa, a segunda maior do mundo, cresceu 6,6%, ou seja, o ritmo mais lento em quase três décadas.
Hoje Macau China / ÁsiaIndústria | Produção recua para ritmo mais lento desde 2002 A produção industrial da China cresceu ao ritmo mais lento dos últimos 17 anos, nos meses de Janeiro e Fevereiro, acompanhando o constante abrandamento do crescimento económico A guerra comercial com os Estados Unidos aparece como um dos factores decisivos para a mudança de ritmo [dropcap]A[/dropcap]produção industrial da China recuou, no início deste ano, para o ritmo mais lento dos últimos 17 anos, face às disputas comerciais com os Estados Unidos e à queda na procura doméstica. Nos dois primeiros meses do ano, aquele importante indicador da segunda maior economia mundial subiu 5,3 por cento, a aceleração mais lenta desde o início de 2002. O Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) da China publica os dados económicos de Janeiro e Fevereiro em conjunto, para evitar distorções resultantes das férias do Ano Novo Lunar. No ano passado, a economia chinesa cresceu 6,6 por cento, o ritmo mais lento em quase três décadas. A actividade económica recuou à medida que a procura doméstica caiu e o país entrou em disputas comerciais com Washington. “Devido aos atritos comerciais, muitas fábricas apressaram-se para completar ordens de compra e venda antes do Ano Novo Lunar. Agora estão a aguardar com cautela para ver se as tarifas serão suspensas”, afirmou Lin Longpeng, analista chefe de mercado da seguradora Guotai Junan Securities, com sede em Shenzhen, no sul da China. Nos dois primeiros meses do ano, as vendas a retalho registaram um crescimento de 8,2 por cento, face ao período homólogo, próximo do nível mais baixo dos últimos 15 anos. O investimento em activos fixos – gastos com imobiliário, fábricas, maquinaria e obras públicas – subiu 6,1 por cento no ano até Fevereiro, em termos homólogos. Da estabilidade Em comunicado, o GNE considerou que a economia chinesa apresentou um desempenho “razoável”, revelando um impulso “em geral estável e crescente”, o que indica uma “tendência positiva gradual”. “Em geral, a economia chinesa está a progredir bem (…), com esforços redobrados para promover um desenvolvimento de alta qualidade e implementar políticas que visam manter a estabilidade no número de postos de trabalho, sector financeiro, comércio externo e investimento”, afirmou.
Hoje Macau SociedadeEconomia | Startups de Macau exploram oportunidades no Brasil [dropcap]O[/dropcap]nze empresas ‘startup’ de Macau realizaram um conjunto de viagens no Brasil para reforçar o intercâmbio com incubadoras locais e explorar oportunidades no mercado brasileiro, foi ontem anunciado. No Rio de Janeiro, foram realizadas visitas à “Fábrica de Startups”, aceleradora portuguesa com sede na cidade, e ao centro de incubação “Startup Rio”, de acordo com o comunicado da Direcção dos Serviços de Economia (DSE). Na maior metrópole brasileira, a delegação visitou o “Cubo Itaú”, espaço de inovação e tecnologia, e o Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia da Universidade de São Paulo. A viagem foi organizada pela DSE, em conjunto com o Centro de Incubação de Negócios para os Jovens de Macau (CINJM). “Os projectos das empresas de Macau têm certas potencialidades no mercado brasileiro”, considerou a DSE, destacando a “plataforma de tradução inteligente multilíngue de Macau”, apresentada no decurso da iniciativa. A plataforma ecológica de tradução, estabelecida através de tecnologias de vanguarda como inteligência artificial, grande volume de dados e processamento de linguagem natural, pode criar um sistema de tradução chinês-português-inglês. “Os empresários brasileiros interessaram-se muito e consideraram que pode, através da plataforma, ser reforçado de forma mais eficaz o intercâmbio comercial entre a China e os países de língua portuguesa”, indicou a DSE.
Hoje Macau China / ÁsiaPreços | Inflação desacelera pelo 4.º mês consecutivo [dropcap]A[/dropcap]inflação na China desacelerou pelo quarto mês consecutivo em Fevereiro ao subir 1,5 por cento em termos homólogos, face aos 1,7 por cento registados em Janeiro, de acordo com os dados oficiais divulgados sábado. De acordo com o instituto nacional de estatística chinês, o índice de preços no consumidor (IPC) registou o seu ponto mais baixo desde Janeiro de 2018, embora esteja ainda longe de uma possível deflação. Em Fevereiro, os preços dos alimentos subiram 0,7 por cento em termos homólogos, o que representa uma descida de 1,2 pontos percentuais face a Janeiro e que esteve ligada à queda de 4,8 por cento da carne de porco, que em Janeiro já tinha sofrido uma descida de 3,2 por cento. Em relação aos produtos não alimentares, os preços cresceram 1,7 por cento em Fevereiro, o mesmo aumento do que o registado no mês anterior. O aumento dos preços no sector da saúde, educação, entretenimento e arrendamento habitacional também contribuiu em 1,34 pontos percentuais para a taxa de inflação geral. O índice de preços na produção, por sua vez, subiu 0,1 por cento em termos homólogos no mesmo mês, mantendo-se inalterado face a Janeiro, depois de ter desacelerado sete meses consecutivos.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Prometidas medidas para melhorar competitividade [dropcap]O[/dropcap]ministro do Comércio da China, Zhong Shan, prometeu sábado implementar políticas para manter estável o crescimento do comércio e melhorar a competitividade, numa altura de fricções com os Estados Unidos. Em declarações à imprensa, à margem da sessão anual do legislativo chinês, Zhong disse que o Governo vai facilitar o comércio através de seguros de crédito à exportação, financiamento, entre outras acções, para reduzir encargos e melhorar a eficiência empresarial. “Em geral, o comércio da China é enorme em escala, mas não suficientemente competitivo”, disse, citado pela agência de notícias estatal Xinhua. Para melhorar a competitividade do comércio externo, o gigante asiático vai incentivar as exportações de produtos de alta tecnologia, alta qualidade e alto valor agregado. Questionado sobre o impacto, nos próximos meses, da guerra comercial com os Estados Unidos, o ministro disse apenas esperar manter um “crescimento estável” do comércio externo em 2019. Além disso, Pequim planeia aumentar as importações, explorar os mercados emergentes e continuar a promover a cooperação internacional através da Nova Rota da Seda.
Hoje Macau China / ÁsiaMoeda | Acordo com EUA para não usar depreciação com objectivos concorrenciais [dropcap]O[/dropcap]governador do Banco Popular da China, Yi Gang, assegurou ontem que Pequim e Washington comprometeram-se a não utilizar a depreciação da moeda com objectivos concorrenciais, deixando que seja o mercado a determinar as taxas de juro. Numa conferência de imprensa realizada em Pequim durante a Assembleia Popular Nacional (APN), Yi Gang explicou que, na última ronda de negociações comerciais, as duas partes abordaram o tema das taxas de juro, a autonomia das autoridades monetárias e a necessidade de manter uma comunicação estreita sobre o mercado de divisas. A este respeito, adiantou que ambas as partes conseguiram acordos sobre “muitas questões-chaves importantes”, mas escusou-se a divulgar mais detalhes, noticia a agência Efe. Também mostrou o compromisso da China de não utilizar o câmbio monetário como ferramenta para aumentar a produção ou resolver questões comerciais, depois do Presidente dos EUA, Donald Trump, ter acusado no ano passado Pequim e Moscovo de jogar “o jogo da depreciação monetária”. Sobre as negociações para encontrar una saída para a guerra comercial, o vice-ministro do comércio chinês, Wang Shouwen, também assegurou no sábado que as negociações estão a decorrer e mostrou-se “optimista” perante um possível pacto para pôr fim à imposição mútua de tarifas. Perante os riscos e desafios actuais que enfrenta o gigante asiático, o Banco Popular da China também assegurou que manterá uma política “prudente” para guiar o crescimento razoável de crédito e financiamento em 2019, que incluirá um maior apoio para as pequenas empresas e para as privadas. A política monetária da China, desenhada principalmente para adaptar-se à situação económica interna, também irá considerar os factores globais e os sectores orientados para a exportação, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaBolsa | Queda atinge fortunas dos milionários do parlamento chinês [dropcap]O[/dropcap]abrandamento do crescimento económico e as disputas comerciais com os Estados Unidos fizeram de 2018 um ano com reflexos nos bolsos dos mais ricos da China O valor total das fortunas dos delegados do órgão legislativo e do órgão consultivo da China registou uma queda homóloga de 14 por cento durante o ano passado devido à forte desvalorização nas praças financeiras chinesas, segundo um estudo. A Hurun, unidade de investigação sedeada em Xangai, revela que a riqueza somada dos cerca de 3.000 delegados na Assembleia Popular Nacional (APN), órgão máximo legislativo da China, e dos 2.200 membros da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês (CCPPC), uma espécie de senado sem poderes legislativos, caiu para 3,4 biliões de yuan. Em comparação, os 50 membros mais ricos do Congresso dos Estados Unidos têm uma riqueza acumulada de 2 mil milhões de dólares. Considerada a Forbes chinesa, a Hurun Report Inc foi fundada em 1999 pelo contabilista britânico Rupert Hoogewerf, e publica anualmente uma lista dos mais ricos da China. O relatório informa que os dois órgãos reúnem agora, no conjunto, 93 delegados milionários. No ano passado, eram 104. Serão estes milionários – a maioria fez fortuna com propriedade, tecnologia ou no sector manufactureiro – a defender os direitos das empresas privadas, durante os dez dias em que as elites políticas da China estão reunidas, em Pequim. O sector privado contribui para mais de metade da receita tributária da China, 60 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do país ou 80 por cento dos postos de trabalho nas cidades, segundo dados oficiais. Bons negócios A reunião anual da APN, que começou na terça-feira, decorre num período de abrandamento no ritmo de crescimento económico da China para o nível mais baixo em trinta anos e de disputas comerciais com os Estados Unidos. Em 2018, a bolsa de Xangai, principal praça financeira da China, registou o pior desempenho do mundo, ao recuar quase 25 por cento. Apesar de as empresas privadas chinesas partilharem do mesmo estatuto legal das firmas estatais, na prática, as segundas têm mais apoio dos bancos, dominados pelo Estado, e gozam de tratamento preferencial por parte das autoridades. O Governo central tem prometido melhorias no ambiente de negócios para o sector privado. Em causa está maior acesso ao crédito, redução da carga tributária ou melhor protecção dos direitos de propriedade contra abusos de poder dos governos locais. Pony Ma, fundador da Tencent Holdings, continua a ser o delegado mais rico na APN, com um património estimado em 255 mil milhões de yuan. Na Conferência Consultiva, o magnata do imobiliário Hui Ka Yan é o mais rico, com uma fortuna estimada em 250 mil milhões de yuan.
Hoje Macau PolíticaAPN | Delegados de Macau ansiosos por participar no desenvolvimento da China [dropcap]O[/dropcap]s delegados de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN) defenderam que uma participação mais activa no desenvolvimento global da China vai ajudar Macau a diversificar a sua economia. Segundo o China Daily, os delegados à APN concordam que a RAEM precisa de explorar outras áreas – além do jogo – de modo a garantir um desenvolvimento sustentável. O apelo foi lançado durante uma sessão plenária dos delegados de Macau na terça-feira, realizada após a abertura da segunda sessão da 13.ª APN. Neste âmbito, Chui Sai Peng, também deputado à Assembleia Legislativa de Macau, destacou nomeadamente que os padrões da área tecnológica e industrial devem ser unificadas para impulsionar a integração regional. Actualmente, Macau adopta, regra geral, os padrões europeus, enquanto a China tem os seus próprios, explicou. Além de um papel mais activo, Lao Ngai Leong defendeu mesmo que Macau pode ir mais além, sugerindo que a Ilha da Montanha se transforme numa zona de cooperação especial entre Guangdong e Macau ou num porto de comércio livre, refere o mesmo jornal.
Diana do Mar SociedadeEconomia | Exportações subiram 24,6% em Janeiro [dropcap]O[/dropcap]comércio externo totalizou 10,50 mil milhões de patacas em Janeiro, traduzindo um aumento anual de 9,4 por cento, indicam dados divulgados na sexta-feira pelos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Macau exportou bens avaliados em 1,53 mil milhões de patacas (+24,6 por cento) e importou mercadorias no valor de 8,97 mil milhões de patacas (+7,2 por cento), colocando o défice da balança comercial em Janeiro em 7,44 mil milhões. As exportações de Macau para a China (167 milhões) sofreram um ‘tombo’ de 21,9 por cento, compensado pelos aumentos das vendas a Hong Kong (1,12 mil milhões ou +38,6 por cento), Estados Unidos (27 milhões ou +74,9 por cento) e União Europeia (16 milhões ou +27,9 por cento). Já as importações de Macau de produtos da China (3,17 mil milhões ou +3,6 por cento) subiram, à semelhança do que sucedeu com as compras à União Europeia (2,49 mil milhões ou +30,7 por cento). Já as trocas comerciais entre Macau e os países de língua portuguesa atingiram 95,1 milhões de patacas em Janeiro, numa balança comercial favorável ao universo lusófono. As exportações de Macau cresceram sete vezes para 122 mil patacas, enquanto as importações ascenderam a 95 milhões, traduzindo uma subida anual homóloga de 31,3 por cento.
Hoje Macau SociedadeNegócios | CESL Asia adquire produtora agro-pecuária no Alentejo A CESL Asia assinou um acordo para comprar o maior grupo português produtor de gado bovino, situado no Alentejo. O investimento, o primeiro na área da agricultura da empresa de Macau, é na ordem de 40 milhões de euros [dropcap]A[/dropcap]aquisição da exploração agro-pecuária “Monte do Pasto”, do grupo Saltiproud, “é significativa”, pois trata-se de “um activo valioso com 3.700 hectares de terra agrícola”, afirmou o presidente da CESL Asia, António Trindade, lembrando que Macau tem aproximadamente 3.000 hectares de área. “É um sector chave para nós, para a China e para o mundo”, sublinhou, durante a cerimónia que teve lugar na sexta-feira. A “Monte do Pasto” é já “um negócio relevante na Europa”, exportando 30 mil cabeças de gado por ano para Argélia, Espanha, Israel, Líbano, Marrocos e Palestina, que “a CESL Asia quer apoiar” através da “plataforma Macau para o financiamento, gestão e operação de negócios para a área da Grande Baía e os Países de Língua Portuguesa”, apontou António Trindade. Base das patacas A empresa de Macau assinou ainda um acordo de cooperação estratégica com a sucursal de Macau do Banco da China. “Estamos a construir uma plataforma financeira em Macau para apoiar a nossa plataforma de desenvolvimento de projectos, ao mesmo tempo que expandimos a cooperação com instituições financeiras da China, Portugal e Macau”, realçou António Trindade. Trata-se do “primeiro banco local” a assinar este acordo de cooperação estratégica para o desenvolvimento conjunto de uma plataforma financeira para investimentos na China, Macau e os países lusófonos, indicou o presidente da CESL Asia. António Trindade sublinhou que a CESL Asia tem vindo a desenvolver, nos últimos seis anos, investimentos, gestão e capacidades operacionais em Portugal, tendo em conta a iniciativa chinesa ‘Uma Faixa, uma Rota’, o plano de construção da Grande Baía e o papel de Macau como plataforma para o comércio e a cooperação entre a China e os países de língua portuguesa. Na cerimónia de assinatura dos dois acordos estiveram presentes o secretário para Economia e Finanças, Lionel Leong, o director-geral do departamento para os assuntos económicos do Gabinete de Ligação, Liu Bin, a secretária-geral do Fórum Macau, Xu Yingzhen, e o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Paulo Cunha Alves, entre outros. Fundada em 1987, a CESL Asia, empresa de matriz portuguesa em Macau, opera na área da consultadoria e operação nos sectores da energia e do ambiente, conta com 450 funcionários e tem um volume de negócios a rondar os 40 milhões de dólares norte-americanos (323 milhões de patacas).
Sofia Margarida Mota PolíticaEconomia | Lionel Leong confiante na continuidade do crescimento económico [dropcap]O[/dropcap]secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, está confiante na continuidade do crescimento económico de Macau, ressalvando, contudo, a necessidade de tomar medidas perante “eventuais flutuações a curto prazo”. Em declarações à margem de um evento na passada sexta-feira, o secretário referiu que “em 2019, haverá factores globais que irão afectar a economia de Macau, sendo necessário tomar precauções para responder a eventuais flutuações a curto prazo”, aponta um comunicado. Lionel Leong recordou ainda que no ano passado já se registaram algumas flutuações, sendo que o crescimento económico de Macau “manteve um número relativamente favorável”. A razão, apontou, tem que ver com “o avanço da promoção da diversificação adequada das indústrias e do desenvolvimento de elementos além do jogo”. Tendo em conta as receitas do jogo, o secretário sublinhou que “a estrutura do mercado de massas desempenha um papel cada mais importante”, tendo sido a causa para o aumento das receitas registado em 2018 pelo sector. Por outro lado, devido à diversidade de consumidores no mercado de massas, em comparação com o sector VIP, “torna-se maior a percentagem de entrada desse mercado e há uma maior integração no desenvolvimento económico dos bairros comunitários locais”, referiu. Este factor reforça a economia local e “aumenta a resiliência de Macau face às flutuações da economia mundial”. Lionel Leong acrescentou que a análise das receitas do jogo em termos comparativos é mais “científica” se for calculada trimestralmente e não mensalmente. “É necessário ter em conta o antes e o depois do Ano Novo Chinês ou se é um ano bissexto, entre outros factores, pois irá reflectir-se nas receitas de Janeiro ou Fevereiro”, apontou.